fepiano (i)

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Histórias da FEP Página 2 Erasmus - A vida em Santiago Santiago de Compostela é um óptimo destino para estudantes de Erasmus. Para além de a faculdade de Santiago de Compostela ser bem conceituada, a cidade em si, oferece-te bastantes vantagens. Página 7 O salário e a taxa de desemprego Como o desemprego é um grave problema social, temos que procurar nos ensinamentos da Economia a melhor forma de resolver este desequilíbrio do mercado de trabalho. Página 10 Onde vais comer hoje? Página 6 Agenda Cultural Página 8 PROFESSOR PEDRO COSME VIEIRA REVÊ-SE EM PASSOS COELHO “Ninguém seria tão competente num momento tão difícil de governar” Página. 4-5 nº 1 • abril 2013 • distribuição gratuita • Periodicidade: mensal www.fep.up.pt O essencial das BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO. Páginas: 120 P.V.P.: € 8.90 A arte de converter planos de negócios em resultados rentáveis Páginas: 112 P.V.P.: € 8.90 Alta gestão nas PME Páginas: 176 P.V.P.: € 8.90 Alta gestão para executivos ocupados Páginas: 176 P.V.P.: € 8.90 Brevemente Que planos tem para a sua vida? Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt [email protected] 223 399 400 Da autoria de Luis Castañeda. Do mesmo autor:

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Edição nº 1 - Abril de 2013

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Page 1: Fepiano (I)

Histórias da FEP

Página 2

Erasmus - A vida em Santiago Santiago de Compostela é um óptimo destino para estudantes de Erasmus. Para além de a faculdade de Santiago de Compostela ser bem conceituada, a cidade em si, oferece-te bastantes vantagens.

Página 7

O salário e a taxa de desemprego

Como o desemprego é um grave problema social, temos que procurar nos ensinamentos da Economia a melhor forma de resolver este desequilíbrio do mercado de trabalho.

Página 10

Onde vais comer hoje?Página 6

Agenda CulturalPágina 8

PROFESSOR PEDRO COSME VIEIRA REVÊ-SE EM PASSOS COELHO

“Ninguém seria tão competente num momento tão difícil de governar”

Página. 4-5

nº 1 • abril 2013 • distribuição gratuita • Periodicidade: mensal www.fep.up.pt

O essencial dasBOAS PRÁTICAS DE GESTÃO.

Páginas: 120

P.V.P.: € 8.90

A arte de converter planos de negócios em resultados rentáveis

Páginas: 112 P.V.P.: € 8.90

Alta gestão nas PME

Páginas: 176 P.V.P.: € 8.90

Alta gestão para executivos ocupados

Páginas: 176 P.V.P.: € 8.90

Brevemente Que planos tem para a sua vida?

Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt [email protected] 223 399 400

Da autoria de Luis Castañeda.

Do mesmo autor:

Page 2: Fepiano (I)

Nº 1 - abril 20132

SEM AMARRAS

GONÇALO SOBRAL MARTINS www.gsmar t ins .b logspot .p t

É com muito agrado que vos apresento o novo elemento da nossa vasta “família”: o Fepia-no. Era inaceitável que uma Faculdade, com tanta história e tradição, não desfrutasse de uma publicação periódica feita, exclusivamente, a pensar na sua comunidade. Com efeito, ten-támos reunir um grupo com-petente e capaz de, todos os meses, conceber um Jornal que pusesse os estudantes da FEP em primeiro plano.

Como essa equipa idónea não surgiu, fi camos – “nós” – encarregues deste projecto. Ainda assim, o nosso esforço tem sido enorme, na medi-da em que tivemos de gerar um Jornal de “raiz”, apesar do importante auxílio de profi s-sionais desta área: tratar de todo o design gráfi co, reunir inúmera informação e concre-tizar as variadas rubricas que apresentamos, obter parcerias e, acima de tudo, lutar contra o factor “tempo”. Durante o 1º semestre, ouvi docentes men-cionarem, um sem número de vezes, que «o tempo é um factor escasso». Hoje, posso-vos garan-tir que é, sem dúvida, o mais parco de todos os recursos ima-gináveis. [Bem, em Portugal, talvez seja o dinheiro.]

Sem mais demora, pronun-ciemos o propósito do Fepiano. Este Jornal académico surgiu com o objectivo primordial de compendiar uma série de temá-ticas que, de alguma forma, jul-gávamos carecer na tão caracte-rística e grandiosa Faculdade de Economia do Porto. Na verda-de, esforçámo-nos no sentido desta primeira edição ser tão atraente como as da revista Playboy. Porém, como se irão aperceber, não teremos uma se-lecção cuidada de gadgets, nem sequer mulheres nuas. Não le-vem a peito a minha “piada”… como é óbvio, só não haverá espaço para falar de gadgets.

Tenho de reconhecer que, para a nossa “redacção”, o mês de Março foi um tanto ou quanto intransigente, contu-do muitíssimo enriquecedor. Não só por causa da elaboração do Fepiano, mas também por tudo o que se sucedeu no ter-ceiro mês do presente ano. A grande maioria dos elementos do Jornal, sendo portista, con-templou com pesar a postura ingénua dos jogadores da In-victa que, com um receio inex-plicável de serem “pescados”, não agarraram o “Isco”. Foi, igualmente, triste observar De-four a pôr a equipa portuguesa “de four”, com a sua expulsão imatura.

O mês passado foi igualmen-te marcante para toda a Améri-ca Latina. Saiu de cena uma das suas fi guras mais emblemáticas, Hugo Chávez, e, como “moeda de troca”, tornou-se mediático outro ser latino-americano, o actual Papa Francisco I. O pri-meiro faleceu, precisamente, no mesmo dia em que Josef Stalin morreu. Será condição essencial morrer dia 5 de Mar-ço para que se pense em embal-samar o cadáver e expô-lo ao público? Quanto ao segundo, fez esquecer rapidamente o seu antecessor (Bento XVI), pela simples e humilde conduta que exerce.

Em contraste com a atitude genuína do novo Papa, dete-mos em Portugal um parla-mento que, ao longo dos anos, aparenta possuir algumas pa-recenças com a arte circense. Aliás, não me admiraria que a vontade de José Castelo Branco em vir a ser deputado se con-cretizasse. Segundo ele, preten-de sê-lo por forma a «limpar a sua imagem». Poderia, com esta ideia, deter muitos objectivos, excepto este, dado que, quem entra para lá, sai com uma re-putação muito mais manchada comparativamente à que de-tinha no início. Acredito, isso sim, que ele – “ele?” – lutaria pelo surgimento de um refe-rendo para alterar a cor das ca-sas de banho públicas para cor--de-rosa. Por falar em “rosa”, António José Seguro tenta, por terras lusas, “transpor” o opo-sitor partidário Passos Coelho. Só não compreendi, ainda, se os rumores que se ergueram, acerca da moção de censura que o líder socialista apresentou, anunciam um movimento con-tra o actual governo, se contra o novo [pseudo-]comentador político José Sócrates. Infeliz-mente, são inúmeros os casos de “intelectuais” demagogos que se prestam a criticar os pre-sentes governantes, apresentan-do as suas dissertações “sábias” que prometem compor aquele país que arruinaram, quando tiveram hipótese de as pôr em prática. A sociedade aparenta ter “memória de peixe de aquá-rio” e, até, concede tempo de antena (público) a falar sobre o país, a quem se demonstrou sempre incapaz de o governar. Em analogia, é como “promo-ver” o operário mais inábil de uma empresa a controlador de qualidade da mesma. De forma fátua, neste país, faz-se sempre jus ao provérbio popular «atrás de mim virá, quem de mim bom fará». Enfi m… estamos para isto!

Caros Fepianos…

Nunca te perguntaste como surgiu? Porque é que temos aulas aqui? Que histórias tem esta faculdade para contar? Este artigo vai esclarecer isso tudo e muito mais. Em cada edição aprenderás algo sobre o que é a FEP. Pronto(a)?MARTA TISTA SANTOS

Como não poderia deixar de ser, numa 1ª edição, vamos mostrar-te o porquê da existência da Licenciatura em Economia e da Faculdade em si, que não foi sempre neste local onde agora tens aulas, mas já lá iremos…

Em 1837, a direcção da Asso-ciação Comercial do Porto deci-diu patrocinar a criação de um curso de Economia Política, que se destinava prioritariamente à formação dos fi lhos dos seus as-sociados.

A faculdade de Economia, aquando da sua formação, em

1953, situava-se na Praça dos Le-ões, num pequeno espaço locali-zado no último andar do edifício da Faculdade de Ciências (atual-mente Reitoria da UP), que con-tava com apenas 5 salas de aula.

Deste modo, muitas das aulas eram dadas noutras faculdades, como, por exemplo, matemática na Faculdade de Ciências e outras no ICBAS.

Os próprios alunos, que ao longo dos anos foram aumen-tando, e tendo em consideração a escassez de espaço, sentiram necessidade de criar um lugar de estudo e convívio muito próprio na maior parte dos cafés e confei-tarias dos arredores.

Em Março de 1974, dá-se um acontecimento que vai mudar o rumo dos estudantes e da própria faculdade: o incêndio na Reito-ria. Foi tal a sua magnitude que as salas onde antes eram dadas as aulas fi caram totalmente indispo-níveis.

No entanto, uma faculdade de Economia já vinha sendo pro-jectada pelo arquiteto Viana de Lima, o que tornou a mudança, em Setembro de 1974, mais fácil mas nem assim muito marcante pois, por um lado, correspondia a uma espécie de “desterro” de uma zona nobre e familiar da cidade do Porto em favor de uma zona periférica.

A etapa iniciada em 1974 pos-sui, por isso, um carácter que em muito se assemelha ao de uma nova fundação.

Os alunos mudaram então para a actual FEP, que ainda não estava totalmente acabada. As primeiras reacções eram de um ambiente totalmente diferente do anterior, cuja principal vantagem era a do espaço, que era “tanto”.

A adaptação foi difícil e, citan-do o Professor João Couto, foi “ um mal necessário” ou até “um bem obrigado”, uma vez que a “alternativa era nula”.

E agora deves estar a pensar que até ao momento temos per-manecido aqui mas, infelizmen-te, tenho de dizer-te que estás enganado(a). A Licenciatura ainda chegou a ser dada numa fa-culdade em madeira, onde tam-bém eram leccionadas aulas de medicina dentária. Intrigado(a)? Então não percas a próxima edi-ção onde te vou contar o porquê e dar-te mais informações sobre o edifício em si!

Não poderia fi nalizar o artigo sem agradecer a ajuda preciosa dada pela Associação dos Anti-gos Alunos da Faculdade de Eco-nomia do Porto (AAAFEP) e ao Professor João Couto, pela sua disponibilidade, sem os quais não teria acesso a tais informa-ções.

HISTÓRIAS DA FEP

O fundar de uma casa

Queima das Fitas de 1964 - Porto

Page 3: Fepiano (I)

3Nº 1 - abril 2013

JOÃO SEQUEIRA

A notícia da morte do presidente vene-zuelano surge no momento em que este lutava contra um cancro, que o impediu de tomar posse de mais um mandato para o qual tinha sido eleito. Líder carismáti-co da Venezuela, a sua morte provocou tristeza numa grande parte da população do seu país e uma incerteza quanto ao de-senvolvimento dos factos futuros.

Com eleições presidenciais agendadas para 14 de Abril, os venezuelanos apostarão em Nicolás Maduro ou no líder da oposição, Henrique Capriles, para comandar o futuro da sua nação. Contudo, Hugo Chávez conti-nuará vivo num futuro próximo, pelo menos enquanto os seus sucessores pertencerem à corrente chavista e as políticas prosseguidas pelo próximo governo conduzirem à reso-lução dos problemas internos e consequen-temente à promoção do bem-estar social. Neste contexto, será de esperar uma aposta no investimento interno na criação de infra-estruturas, na saúde e na educação, a par da redução da criminalidade. Joga-se, também, a continuidade de uma amizade diplomáti-ca com Cuba, que usufrui de uma genero-sa ajuda venezuelana. Caso esta ajuda seja diminuída ou mesmo interrompida poderá acelerar a execução de reformas económicas nessa ilha, no sentido de uma maior abertura ao investimento estrangeiro.

Quanto às relações externas com o res-tante continente americano e nomeada-mente com os EUA, poder-se-á assistir a uma “pacificação” entre os dois países. Desejo já revelado por Barack Obama que, aquando da morte de Hugo Chávez, afirmou “interesse em construir um rela-

cionamento construtivo com o governo venezuelano”, reconhecendo que se inicia um novo período da história da Venezue-la, no qual “os EUA permanecem com-prometidos com políticas que promovam os princípios democráticos, o primado da lei, e o respeito aos direitos humanos”.

No domínio das fortes relações econó-

micas estabelecidas com Portugal, uma vez que a Venezuela se assume como o segundo maior mercado de Portugal na América Latina e existem mais de 230 empresas nacionais a exportar para esse país, surgem diferentes reações. Se por um lado, alguns empresários se mostram apreensivos em relação às mudanças que

possam advir da realização de novas elei-ções nos próximos tempos, também é destacada a capacidade de adaptação às circunstâncias daí resultantes como um fator de otimismo. São, igualmente, re-alçadas as pretensões claras deixadas por Hugo Chávez quanto ao que pretende do relacionamento com Portugal.

JOÃO SEQUEIRA

Apesar de a coligação de cen-tro-esquerda, liderada por Pier Luigi Bersani, controlar a Câ-mara dos Deputados, esta não conseguiu uma maioria no Se-nado, onde a coligação de cen-tro-direita dirigida por Silvio Berlusconi e o movimento do comediante Beppe Grillo pos-suem uma maioria de bloqueio. A incerteza está instalada em

Itália, enquanto Bersani pro-cura entendimento com outras forças políticas para formar Go-verno a convite do Presidente italiano.

Numa análise da votação em termos individuais, o partido mais votado foi o Movimento Cinco Estrelas de Grillo que as-sumiu como prioridade o com-bate à corrupção e a existência de água, educação e saúde pú-blica. Com forte capacidade de

mobilização quer nas ruas, quer nas redes sociais, a sua mensa-gem contra a “velha política” cativou inúmeros apoiantes des-contentes com o sistema vigen-te.

Entre cálculos complicados e após o caminho da austeridade ter sido claramente chumba-do pelos eleitores italianos, o impasse que se vive gera receio e insegurança em toda a união monetária, dado que Itália é

uma das maiores economias eu-ropeias. Os mercados também se ressentiram da confusão ins-talada e, consequentemente, os juros da dívida italiana subiram.

Caso as negociações para a formação de um Governo está-vel fracassem, uma saída possí-vel passará pela convocação de novas eleições ou pela designa-ção de uma figura “institucio-nal” para liderar um Governo bipartidário.

A morte de “El Comandante”

Que futuro para Itália?

“Chega dessa história de prémio da dívida. Vivemos felizes durante muitos anos sem nos preocuparmos com ele. Não estejamos sempre a comparar-nos com a Alemanha, não importa.” - Berlusconi

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Nº 1 - abril 20134

JOSÉ GUILHERME SOUSA

GONÇALO SOBRAL MARTINS

Em relação ao seu conceitua-do blogue, este é visto pelo autor como um «grito de revolta» con-tra o excesso de preocupação ins-taurado na sociedade sobre aqui-lo que os “outros” pensam de nós. No entanto, confessa que não se-ria capaz de dizer publicamente o que escreve, e acrescenta que a linguagem não passa de uma es-tratégia comercial que lhe permi-tiu chegar às 15.000 visitas men-sais em apenas dois anos. Além disso, refere que as «hot women» que procura no motor de busca servem apenas para promover a literacia económico-financeira, sendo esse o único fim do blogue. Prova disso, é o facto de aconse-lhar vivamente a sua leitura aos seus alunos!

Com que olhos vê a iniciati-va, por parte de estudantes de 1º ano, de fundar um Jornal que sirva os interesses dos es-tudantes da FEP?

Fiquei muito agradado, tan-to com a iniciativa como com o convite que me foi feito para tra-balhar neste projeto, porque além de ter muito a ver comigo, sinto que devo estar disponível para es-tes movimentos académicos, de forma a combater a minha inac-tividade. Por outro lado, gostaria de salientar que, os alunos que se dedicam a estes projectos inte-ressantes e atractivos, devem ter cuidado com o tempo que des-pendem nestas atividades extra-

-curriculares, na medida em que estão na FEP para sair com uma média razoável. Alguns conse-guem conciliar as múltiplas tare-fas, outros perdem-se e não saem com o curso feito.

Vemo-lo como um Professor muito participativo, no mun-do académico, e disponível para integrar diversos projec-tos. Ainda assim, considera-se como um ser pouco ativo?

Sou inativo por natureza, mas faço um esforço enorme por fazer coisas úteis.

Sabemos que é um grande apreciador e praticante de ar-tes marciais, vê o Governo Por-tuguês K.O?

Não, porque, se estivesse der-rotado, as manifestações de 2 de

Março trariam uma alternativa, mas esta não foi apresentada. Assim, não só eu não faria me-lhor que o líder social-democrata como acredito que mais ninguém seria tão competente num mo-mento tão difícil de governar. Revejo-me no que tem sido feito por Passos Coelho. Aliás, numa analogia, julgo que este execu-tivo é como aqueles pais que as crianças vêem como austeros. No entanto, quando estas são confrontadas com a hipótese de ficarem uma jornada com a avó, ficam em pânico e dizem «Não, não, não, ...».

Se estivesse por um dia no lugar do “Gasparzinho”, o que seria diferente?

Nesse dia, a teoria económica diria que os salários deveriam di-minuir 15% e o salário mínimo seria erradicado, porém ninguém está preparado para isso. Na eco-nomia, os preços são a solução para tudo, não é preciso tempo a pensar nas quantidades certas. Se é necessário um corte de 1000 funcionários no ensino público, que se reduza o salário que eles saem. Por exemplo, bastou o Cristiano Ronaldo dizer-se tris-te quando o IRS aumentou em Espanha para o Real Madrid ter que repor a diferença para não o perder.

Tem alguma ligação parti-dária ou revê-se como simpa-tizante de algum partido polí-tico?

Não, confesso que sou comple-tamente apartidário. Já cheguei a

votar em Sócrates e agora revejo--me, como já havia referido, nas políticas económicas que estão a ser implementadas por Passos Coelho.

Fazendo um paralelismo com as últimas eleições italianas, o que acha que aconteceria se o Ricardo Araújo Pereira se can-didatasse a primeiro-ministro nas próximas eleições?

O R.A.P. é um comunista as-sumido, e os ideais “comunas” nunca deram grandes resultados, a não ser na Coreia do Norte de onde saiu uma bomba atómica (mas fracota). Daí, acredito que seria uma candidatura comple-tamente descredibilizada pelos ideias por que se rege. Além dis-so, os portugueses não são como os italianos, somos muitos mais

conservadores nas nossas esco-lhas.

Qual o seu olhar em relação às actividades praxistas?

Nas atividades de praxe há um trade-off entre uma melhor integração neste mundo novo da faculdade e um pior desempenho académico. Um aluno integrado não se dedica tanto a estudar, porque os livros deixam de ser uma companhia necessária. No meu caso, fui sempre um estu-dante mal integrado e isso jus-tifica, em parte, o meu sucesso académico.

Na opinião de Pedro Cosme, faz mais sentido que os estu-dantes façam as suas refeições na cantina, dado o facto de a refeição ser mais completa, por um menor valor. No caso dos funcionários e docentes, o bar terá de ser a escolha, dado que representa uma opção mui-to mais barata e se é mais bem servido e atendido.

Se estivesse por um dia na direção da faculdade, o que mudaria?

Para começar, gostaria de re-alçar que o trabalho que tem sido desenvolvido pela direcção

é muito positivo. Ainda assim, lamento que a nossa faculdade continue muito distante da co-municação social. Quem discu-te economia nos nossos ecrãs? Professores da Nova, Católica, ISEG... É necessário investir na projeção da nossa faculdade, de forma a reduzir os custos de pe-riferia, mas isto também passará por um esforço pessoal de todos os docentes disponibilizando-se a dar contributos aos jornalistas da praça.

Pode-nos revelar as edições nacionais e internacionais que costuma acompanhar?

Do que é nacional, tenho por hábito acompanhar o Jornal de Negócios e o Diário Económico, por não exigirem saída de dinhei-ro. Quanto a edições internacio-nais, o site da Bloomberg.

O que preenche a sua agen-da cultural, de que forma ocu-pa o seu tempo livre?

Sou um homem inculto, como o Cavaco Silva. Os meus conhe-cimentos não se extinguem na minha área de ensino, porque vivemos numa sociedade em que a informação chega até nós com muita facilidade. Corro e cami-nho todos os dias cerca de uma

PROFESSOR DA FEP, EM ENTREVISTA

Cavaqueando com ... Pedro CosmeFomos “esmiuçar” a vida de um dos professores mais carismáticos da nossa Faculdade… Pedro Cosme Vieira. Numa agradável conversa, este revelou o seu “percurso” pessoal e académico, no seu jeito particular com que alia o humor à ironia.Licenciado em Engenharia de Minas e mestre em Economia, o Professor Pedro Cosme, antes de lecionar na FEP – onde está há 20 anos –, trabalhou, ainda, na África do Sul e foi professor na FEUP, durante 3 anos. Natural de S. Vicente Pereira, concelho de Ovar, Pedro Cosme vê como momento mais alto da sua carreira a passagem “definitiva” a Professor da FEP, o que lhe garantiu algum conforto e sentiu a acomodação que surge com a idade.

«Tem que haver vantagem em se ser rico, senão ninguém se esforçaria por o ser.»

Page 5: Fepiano (I)

5Nº 1 - abril 2013

JOSÉ GUILHERME SOUSA

Eles, Os heróis

O tempo parece não passar por aquele povo. Estou cer-to que, se acordasse naquelas terras áridas e não conheces-se o meu passado, diria que Jesus Cristo ainda seria um projecto de Deus.

Eles apenas conhecem um mundo pequeno, onde a pa-lavra sobrevivência sintetiza a razão pela qual acordam todos os dias. Não sabem que, no nosso mundo, nin-guém morre à fome, não sabem que a nossa epidemia tem outro nome. Apenas sa-bem que amanhã nascerá um novo dia e que só a noite lhes dará algum descanso.

O meu mundo preocupa--se com a escassez de pe-tróleo. Cria um cenário de guerra que parece ser o ideal para realizar o mesmo filme de sempre: “Os sobreviven-tes do ouro negro”, onde o Robin dos Bosques assume o papel principal, mas com um que se opõe à versão original. Haverá falta de imaginação?

Eles ficariam satisfeitos por saber que amanhã terão água para beber... não para escovar os dentes ou para lavar as mãos antes de ir para a mesa. Não é preciso! Aqueles homens - pintados a negro pelos raios solares e desgastados pelo tempo - continuam a sorrir quando lhes estendo a mão de palma vazia. E só o sol e o amanhã continuam a nascer para eles da mesma forma que nas-cem para mim.

Ali o sofrimento parece tri-plicar a existência, só a fome e a sede tiram a vida a estes resistentes que na despedida não recebem as lágrimas de quem já não consegue cho-rar mais. Ali a felicidade está num caminho cheio de obs-táculos e a meta é o caminho. Nunca existiu uma fita que pudesse ser cortada. Somos nós que a construímos, que a imaginamos. Isso faz de nós uns eternos insatisfeitos!

A nossa grandiosidade não está no que temos, as moedas que levamos na carteira não dizem nada de nós. O nosso tamanho mede-se pela nossa capacidade de construir a fe-licidade e de a partilhar. Ape-sar de à nossa frente haver um caminho em linha recta, sem estorvos, não conseguimos ser maiores que eles, porque eles têm a alegria e a coragem dos combates desiguais.

PROFESSOR DA FEP, EM ENTREVISTA

Cavaqueando com ... Pedro Cosme

hora e meia, gosto de praticar judo no Clube de Judo do Porto onde tenho um grupo de amigos

formidável, fazer as minhas pes-quisas e escrever. Em suma, sou um ser pouco interessante.

É um homem de sonhos e projetos, quais pode partilhar?

De facto, não sou. Até nos so-nhos sou um comodista, preso à zona de conforto. No entanto, posso-vos revelar que ando a pen-sar num próximo livro que servi-rá para descomplicar a Econo-mia. Uma espécie de “Economia para totós”. Mas ainda é apenas um projeto!

Em relação ao último livro que publicou, “Acabou-se a Festa”, porque foi publicado numa versão mais cuidada,

sem imagens e provocações?Nunca poderia incluir as ima-

gens por duas razões: o nosso

mercado não permite a publica-ção de um livro com imagens a cor porque a impressão fica mui-to mais dispendiosa e as imagens do blog são retiradas na net, ha-vendo problemas associados aos direitos de autor. Apenas isso...!

É conhecido por ser um “blo-gger” ousado, tanto na escrita como nas imagens que usa. Acredita que há pessoas que o visitam somente para ver as mulheres “jeitosas” que acom-panham as suas análises eco-nómicas?

Não, isso não. As imagens de mulheres estão muito presentes no meu blogue, é verdade. No entanto, não creio que alguém vá

ao meu blogue só com o intuito de as ver porque essas imagens es-tão publicadas noutros locais (eu retiro-as de outros sítios de aces-so públicos). Em todo o caso, se eu não puser mulheres nos meus posts há sempre algum comentá-rio que diz «Onde é que estão as mulheres?».

Qual a evolução da curva da

procura do seu blogue?Neste momento, está estável.

Numa fase inicial, tinha poucas visitas. Então, um dia anunciei que ia mudar de linguagem e as visitas da semana seguinte au-mentaram imenso. Ao fim e ao cabo, moldei-me ao potencial cliente. Cheguei à conclusão que se queria passar a mensagem teria de recorrer a uma linguagem di-ferenciadora.

O que o move e comove?O judo é, neste momento, a

minha principal fonte de felici-dade, tenho lá grandes amigos e uma prática que me realiza. Por outro lado, a miséria e a guerra comovem-me verdadeiramente (fica sempre bem dizer isto).

Quem são os seus ídolos?Os deserdados da humanidade,

aqueles que todos os dias supor-tam uma vida de miséria e que, mesmo assim, lutam por conti-nuar ... Aquelas pessoas que dão a vida por causas improváveis. Por exemplo, quando vejo pessoas na Síria, a saírem à rua, em fila in-diana, com armamento ligeiro fa-zer face a carros de combate. Isso comove-me. Esse tipo de pessoas faz reflectir um comodista como

eu… e, até, escrever. É gente com uma extraordinária noção do que é a “dinâmica de multidão”. Para eles, não importa o indivíduo como ser singular a escrever a história. Eles escrevem a história juntos.

Acredita que os grandes “gé-nios” da humanidade são pes-

soas que unicamente estudam e trabalham imenso por um fim ou já há algo inato a essas pes-soas que as faz ser como são?

Acredito que uma parte consi-derável seja inata. Nós somos uma variável aleatória, e é muito raro ser-se uma pessoa com capacida-des extraordinárias. As pessoas es-peciais são essas pessoas raras que têm capacidades raras. Claro que essas pessoas podem-se perder. Por exemplo, o Ronaldo e o Messi não são os melhores do mundo por treinarem mais do que os outros, tendo capacidades inatas, mas também ajuda. De nada serviriam as suas capacidade se passassem o dia deitados no sofá.

Agora que falamos em Mes-si e em Ronaldo e sem olhar a nacionalismos, qual o melhor na sua opinião?

Eu não sou grande seguidor de futebol. Neste momento, diria que talvez o Messi, como jogador integrado num plantel que joga bem (até porque tem conquista-do mais títulos colectivamente). O Ronaldo será mais um líder de uma equipa desgarrada fazendo parte de uma estratégia do Mou-rinho de colocar ordem na casa. O Real Madrid é de governação muito complexa e o Ronaldo tem demonstrado uma grande capaci-dade de liderança. Mas isto deve ser lido com cautela porque não sou nenhum especialista, não sei... O que sei é que ambos ga-nham muito dinheiro.

Quem vai ganhar a Câmara do Porto?

Tal como as últimas sonda-

gens apontam, a vitória de Luís Filipe Menezes é quase certa. No entanto, se a lei de limitação dos mandatos chumbar a sua candi-datura, Rui Moreira tem a sua oportunidade. A acontecer isso, não haverá dentro do PSD tem-po para lançar uma candidatura forte e o Rui Moreira partirá em vantagem, por já estar em campo.

«Portugal nunca foi uma potência, isso é apenas um mito.»

«A FEP prepara bem as pessoas que são excepcionais, as que estão dispostas a aprender e a trabalhar, não sendo uma opção válida para as pessoas apenas boas.»

«Lecciono na Faculdade que ensina as teorias económicas que ajudaram a conduzir o nosso país à bancarrota.»

Page 6: Fepiano (I)

Nº 1 - abril 20136

Onde queres almoçar hoje?Existem cada vez mais locais onde os estudantes podem fazer as suas refeições. Podemos encontrar várias opções e compará-las segundo o preço, o local, a qualidade e a quantidade.ALICE MOREIRA

CAROLINA REIS

INÊS VASCONCELOS

A cantina como hoje a conhecemos está a cargo da empresa ITAU (Instituto Técni-co de Alimentação Humana SA), foi aber-

ta há 5 anos. No entanto, esta já existe há mais de 30 anos. Já o bar, que actualmente vigora na FEP, foi aberto em 2004, sendo que anteriormente a este existia um que era gerido pela associação de estudantes. Na cantina, o fornecimento de ali-mentação e a confecção das refeições está a cargo da empresa ITAU, que está aliada à SASUP (Serviços Ac-ção Social da Universidade do Porto), empresa que colabora com outras fa-culdades. No bar, a confecção das re-feições está a cargo do proprietário. Fazendo uma pequena comparação entre a cantina e o bar é possível tirar algumas conclusões sobre o melhor local para cada um de nós fazer as suas refeições.

Num olhar geral, a cantina tem um es-paço maior comparativamente ao do bar. Porém, se pensarmos no espaço exterior, ou seja, nas mesas espalhadas pelos corre-dores, esta vantagem é atenuada.

A sobremesa também é um ponto ful-

cral nesta tomada de decisão, dando al-guma vantagem à cantina, se for valoriza-do o seu consumo, uma vez que no bar, apesar de uma maior oferta, a aquisição desta acarreta um custo adicional (próxi-mo de 1 euro).

Relativamente ao prato principal, tanto a cantina como o bar apresentam as suas vantagens. A cantina fornece pratos de dieta e vegetariano (sendo a FEP das pou-cas faculdades que o possui), o que no bar é inconcebível por falta de espaço. O se-gundo permite refeições mais apelativas à maior parte dos estudantes, uma vez que é permitida a confecção de batatas-fritas, o que não acontece na cantina, por pos-suir nutricionista.

Outras Opções

A FEP apresenta uma variada opção de escolha em termos de refeições. Em todo o caso, muitas vezes ter conhecimento de

outros locais fora da faculdade (especial-mente para quem não é do Porto e vive junto ao Polo Universitário) é uma infor-mação bastante útil.

Podemos encontrar refeições “em con-ta” noutras faculdades, como na FEUP (Faculdade de Engenharia da Universida-de do Porto), ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), FMUP (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), ou se estivermos dispostos a gastar um pouco mais, podemos optar pela Gale-ria Comercial Campus. Há, ainda, ou-tras formas alternativas, como ir almoçar a casa ou levar a comida e aquecê-la no microondas da faculdade - opções muito usadas com vista, também, à redução de custos. Deve-se ter em atenção que, inde-pendentemente, do local onde se almoce na FEUP, em tempo de aulas, o horário crítico situa-se entre as 12h30h e as 14h. Tanto antes como depois, podes evitar fi-las demoradas.

FEUP Cantina Snack Bar da biblioteca

Prato do dia (biblioteca)

Bar da associação de estudantes Grill

Preço para alunos da UP2,35J

(prato, sopa, bebida, pão)

Prato alternativo:3,50J (tudo incluído)

Baguetes: Entre 1,25J e 2,15JSaladas compostas

(atum, frango): 2,10J

Entre 2,30J e 2,50J/baguete

4.50J3,20J

(prato e pão)

Grelhados entre 3,20J e 5,20J

(incluem salada)

Características3 pratos:

carne, peixe, vegetariano.

Refeições rápidas:Lasanha, panado, prego em prato, cachorro e bacalhau

dourado. Todos os dias é um diferente, mas de semana para

semana não varia

Tudo o resto é pago

separadamente.

Salada, Pão, Prato do dia.

O restante é pago à parte

Produtos frescos. As refeições são bastante mais caras.

Possui pratos do dia que estão

constantemente a variar

Independentemente do local onde se almoce na FEUP, em tempo de aulas, o horário critico é entre o 12h30 e as 14h. Se for antes ou depois pode evitar filas demoradas.

FMUP Restaurante 1

Restaurante 2 Refeitório Cantina Bares

Preço 5,00J3,35J (prato do dia)

3,10J (apenas prato do dia)

2,35J (tudo incluído)

3,30J

Preços cantina FEPAluno da UP 2,35 J

Docente da UP 3,50 J

Pessoas exteriores à UP

3,30 J

Preços Bar FEPSócio (sem pão e sopa incluídos)

2,75 J

Sócio (com pão e sopa incluídos)

2,85 J

Não sócios 3,15 J

ISEP Bar da Associação Bar - Snack Bar – self-service Cantininha

Preço2.50J (sem sopa);2,60J (com sopa)

2.40J (bebida, refeição, sopa ou sobremesa)

5.50J s/ bebida6J com bebida

2,35J

CaracterísticasAmbos incluem prato e bebida.

Todo o tipo de snacks.

Podemos nos servir com quanto quisermos as vezes que quisermos e tem uma maior variedade de comida.

Prato, pão, bebida, sopa e sobremesa.

INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS LOCAIS ONDE ALMOÇAR NAS DIFERENTES FACULDADES

ALMOÇO NA CANTINA DA FEP ALMOÇO NO BAR DA FEP

Número de refeições servidas na cantina:

Cerca de quinhentas

Número de refeições no bar: à volta de 250,

sendo que 2/3 das pessoas que almoçam diariamente não são sócias.

Page 7: Fepiano (I)

7Nº 1 - abril 2013

O Fepiano foi entrevistar Catarina Gaspar, aluna de terceiro ano, que tem para nos contar a sua experiência, ainda bem recente, vivida em Santiago de Compostela, no âmbito do programa Erasmus. Queremos dar-te a conhecer esta cidade e aquilo pelo que a Catarina passou no semestre passado. Tira as tuas notas e não deixes escapar esta oportunidade! A estudante frequentou a Universidade de Santiago de Compostela e durante a sua estadia na cidade partilhou casa com alguns amigos. Embora só tenha estado em Santiago durante o 1º semestre, afirma que se tivesse tido oportunidade, possivelmente teria feito o ano todo de Erasmus. CAROLINA SILVA

Aconselhas que se faça Erasmus? Claro que sim, por todas as razões: a experi-

ência internacional, as amizades que se criam, os momentos que se vivem, as recordações que ficam, o contacto com uma nova língua, a abertura de espírito, entre muitos outros.

Consideras a Universidade de Santiago de Compostela mais exigente que a FEP?

O método de avaliação é diferente. Não posso dizer que seja mais ou menos exigente. Em Santiago realiza-se um exame final a todas as unidades curriculares, sendo que os profes-sores vão propondo trabalhos e exercícios ao longo do semestre para avaliação. Há aulas teóricas e práticas para todas as disciplinas ha-

vendo uma constante preocupação em com-plementar a teoria com casos reais. Por exem-plo, em Marketing eram expostos os conceitos teóricos, sendo que nas aulas práticas analisá-vamos casos de empresas conhecidas como o Grupo Inditex ou a Danone.

A ambientação a uma língua diferente foi muito complicada?

Não, entende-se tudo. Eu apenas tinha re-alizado um curso semestral de iniciação e não tive qualquer problema. Como passas o dia inteiro a ouvir e falar Espanhol, acaba por ser natural.

O ambiente que se vive num programa de Erasmus é bom para te conseguires in-tegrar?

O ambiente é espectacular e excelente para a integração. As pessoas são simpáticas e pres-táveis, além de que há associações como a ESN que organizam convívios, festas, jantares, ex-cursões, o que é uma óptima forma de juntar todos os Erasmus. Além disso, Santiago tem a vantagem de ser uma cidade pequena e segu-ra e, por isso, podemo-nos deslocar a pé para todo o lado.

A nível de vida extracurricular, tiveste uma experiência positiva?

Sem dúvida. Adorei a experiência e reco-mendo a toda a gente. É uma oportunidade

de conhecer outras pessoas e culturas, parti-lhar experiências, abrir horizontes, crescer e desenvolver pessoalmente.

Há actividades para juntar todos os estu-dantes de Erasmus?

Todas as semanas há um conjunto de acti-vidades pré-definidas como meeting points, jantares e festas onde os vários Erasmus se en-contram.

Numa cidade pequena como Santiago, quais são os melhores locais para se sair com os amigos?

Os melhores sítios para sair com os amigos passam por um restaurante de tapas e pelos vários bares quer no centro histórico, quer na zona nova.

Que sítios aconselhas a visitar? Em Santiago, recomendo os monumentos

históricos, começando pela Catedral, o centro e todas as ruas, praças e jardins, o mercado, a Cidade da Cultura, os cafés e restaurantes mais típicos e todos os cantinhos que fazem desta cidade especial. Há ainda, como já refe-ri, organizações como a ESN que combinam excursões a vários locais o que é uma óptima oportunidade de conhecer outros sítios num ambiente Erasmus. Para além disso, há sempre a possibilidade de viajar para outros países, o que recomendo vivamente.

A vida em Santiago Erasmus é a tua “cena”?MARIA DE SOUSA

Enquanto aluno da FEP, pro-vavelmente, já pensaste em fa-zer Erasmus, ou já tiveste essa oportunidade. Nesta edição, achamos importante tocar nes-te assunto, por forma a infor-mar-te de (quase) tudo!

Quais as principais vanta-gens de fazer Erasmus, quais os destinos mais visitados, que re-quisitos são necessários, como funciona o intercâmbio e que destinos são mais aconselha-dos? Fica também a saber que não é apenas através do pro-grama Erasmus que podes fazer intercâmbio.

Fora da UE, a FEP tem par-cerias com outras faculdades, a diferença é que escolhendo essa via não tens direito a bolsa (1200J, atualmente). O des-tino mais visitado é Espanha, sobretudo por ser mais perto de Portugal (sendo mais fácil visitar a família e amigos e, também, porque a língua é re-lativamente fácil de aprender). Na FEP, cerca de um terço dos alunos fazem Erasmus o que já mostra a abrangência do pro-grama. As principais vantagens são óbvias: tens contacto com outras culturas, ganhas inde-pendência (principalmente se durante o resto da licenciatu-ra viveste com os teus pais), aprendes uma nova língua e, possivelmente, melhoras o teu inglês.

Para participares no progra-ma Erasmus tens de estar ins-crito pelo menos no 2º ano de licenciatura e precisas de ter aprovação a 54ECTS, com uma média mínima de 11 valo-res, ou aprovação de 46ECTS a 54ECTS, com uma média mí-nima de 13 valores. Para além destes requisitos, deves ter o pagamento das propinas regu-larizado e não teres participado noutro programa de intercâm-bio da faculdade. Tendo todos estes requisitos poderás proce-der à candidatura online atra-vés do SIGARRA, onde poste-riormente sairão as colocações (estes resultados dependerão da média do aluno, tendo em conta o número de vagas de cada faculdade e o seu prestí-gio, havendo a possibilidade de não ficares colocado na tua primeira opção). Tens de ter atenção a alguns destinos que exigem a apresentação do cer-tificado de inglês (FCE). Na FEP, o programa Erasmus tem a duração de meio ano, tendo sempre prioridade os alunos que ainda não fizeram inter-câmbio. No entanto, em casos especiais pode-se prolongar por um ano. Os casos especiais são alunos com média superior a 15 valores e que estejam numa faculdade considerada de pres-tígio.

Para mais informações, con-tacta a secretaria da Faculdade.

Santiago de CompostelaSantiago de Compostela localiza-se na província da Corunha e é uma cidade mundialmente famosa pela sua catedral, que atrai todos os anos milhares de jovens peregrinos que percorrem o Caminho de Santiago. Assim, é uma cidade multicultural onde podes conhecer um pouco de todo o mundo e onde as pessoas são muito acolhedoras e amáveis.Esta cidade espanhola possui uma zona histórica lindíssima e é um óptimo destino para estudantes de Erasmus. Para além da faculdade de Santiago de Compostela ser conceituada, a cidade em si oferece-te bastantes vantagens, como as que te vamos apresentar:O facto de Santiago ser relativamente perto do Porto, visto que as cidades são separadas, somente, por cerca de 230 km, é um ponto positivo para os estudantes, uma vez que não terão de suportar grandes despesas de transporte e, assim, conseguirão passar algum tempo em casa com mais facilidade. Por outro lado, Espanha é um país cujo nível de vida é similar ao nosso, embora seja um pouco mais elevado, pelo que as despesas serão relativamente mais “pesadas” às que terias se vivesses sozinho no Porto. A língua, por ser tão parecida com a nossa, será também um ponto a favor deste destino. Muito facilmente se consegue comunicar com os espanhóis, o que faz com que nos sintamos em “casa”. De salientar que Santiago é uma cidade extremamente hospitaleira, visto que recebe inúmeros turistas todos os dias.

Alguns dos locais a visitar:• Praça do Obradoiro - é a principal praça da cidade e é rodeada

pela catedral de Santiago, pelo famoso paradeiro dos Reis Católicos e pelo paço de Raxoi. Esta praça tem uma grande vida, e passam por lá todos os dias milhares de pessoas, principalmente peregrinos, pois este local é fulcral para se chegar à meta final do Caminho de Santiago.

• Catedral de Santiago – Situa-se no centro histórico da cidade e foi construída durante a reconquista cristã entre os anos 1075 e 1128. Está ligada à peregrinação do Caminho de Santiago, sendo que é o seu local de destino. Este está ligado ao padroeiro de Espanha, Santiago Maior. Esta igreja foi mandada construir pelo Rei Afonso II das Astúrias, entre 820 e 835, pela descoberta, naquele local, de restos mortais do apóstolo Santiago Maior. No entanto, a construção da Catedral só se iniciou em 1075, sob o impulso do bispo Diogo Páez e do Rei Afonso VI de Castela e Leão.

• Mercado – Este existe desde 1884 e é um dos locais mais visitados da cidade pela sua história, arquitectura, qualidade e tradição.

Page 8: Fepiano (I)

Nº 1 - abril 20138

O Economista de Sofá de Steven Landsburg

“Simples, mas extremamente eficaz”. Retira, assim, as lições – entenda-se leis económicas - que o Professor Landsburg tem para partilhar contigo, com recurso a casos práticos e divertidos. Sabes por que os concertos dos U2 se esgotam em tão pouco tempo? Tens lá a resposta!

Daughter If you leave

(18 de Março)

James Blake Overgrown (8 de Abril)

Brass Wire Orchestra – Cornerstone

(data ainda não anunciada)

Agenda Cultural Warm-up Paredes de Coura – Praça do João I - 12/13 de Abril

O Warm-up para um dos festivais mais aguardados deste verão.

Jon Gomm – Teatro do Campo Alegre – 22.00 – 18 de AbrilUm dos guitarristas acústicos mais virtuosos da atualidade, no teatro do Campo Alegre a preço zero. Certamente a não perder!

Buraka Som Sistema – Casa da Música – 22.30 - 20 de Abril – 12J

O grupo eletrónico de kuduro já é bem conhecido de todos. Uma oportunidade de os ver num palco mais acolhedor como o da Casa da Música.

Miguel Araújo Jorge - Casa da Música – 22.00 – 21 de Abril – 15JO escritor, guitarrista e compositor

dos Azeitonas, fecha a tourné do seu álbum a solo com este concerto e o seu homónimo em Lisboa, sem dúvida um espetáculo cheio de surpresas que vai ter como convidados Samuel Úria e António Zambujo.

Mercardo Porto Belo – Praça Carlos Alberto – Todos os sábados, em abril – das 11h às 17hUm mercado baseado no famoso Portobello londrino, onde se podem comprar discos de vinil, roupa vintage, antiguidades, livros e revistas, bem como, produtos biológicos. A entrada é livre!

Talkfest13Os festivais estão a ter cada vez mais afluência em Portugal. Provam as estatísticas que em 2010 a indústria dos festivais de música gerou receitas superiores a qualquer outro ano. Em 2011 a média de espectadores atingiu novos recordes. E em 2012, apesar de vários cancelamentos, que tornam a análise mais complexa, também se registaram recordes de afluência.

Neste contexto, surgiu o Talkfest 13, uma tertúlia em que participam todas as partes envolvidas nos festivais, desde a organização ao público. Este realizou-se nos passados dias 6,7 e 8 de Março, tendo tido um balanço muito positivo com a criação de sinergias muito interessantes, devido ao contacto próximo entre todas as entidades envolvidas na organização de festivais.O Talkfest 13 foi pautado pelas palestras de vários oradores de renome, entre os quais: Chris McCormick e James Drury (fundadores de UK Festival Awards), Tozé Brito (Presidente da Sociedade Portuguesa de autores), vários músicos de bandas nacionais e internacionais, organizadores dos principais festivais lusos e vários representantes dos grandes patrocinadores destes festivais como a Optimus, TMN e Vodafone. Como cereja no topo do bolo tivemos a atuação de várias bandas como os Salto, Capitão Fausto, Doismileoito e PAUS, que, certamente, abrilhantaram a noite.Festivais para pessoas mais velhas, casas-de-banho mais limpas, wi-fi grátis, mais terminais de multibanco, locais

para carregar telemóveis, transporte gratuito para os eventos, alimentação mais saudável, maior variedade de bebidas não alcoólicas e “meet and greets” com os artistas, são só algumas das ideias que surgiram desta interação entre todas as entidades envolvidas nos “festivais de verão”. Fica a ideia de que talvez uma aplicação deste conceito a outras áreas da economia poderia trazer sinergias positivas para romper com a estagnação económica em Portugal.

Warm-up Paredes de CouraO mítico festival minhoto organizado pela Ritmos, este ano antecipa-se com uma “edição de aquecimento” que se realizará no Porto, na praça D.João I, nos dias 12 e 13 de Abril. Esta apresenta um cartaz bastante interessante, seguindo sempre, no entanto, o fio condutor indie, característico do festival.O alinhamento do festival apresentará no dia 12 o duo de punk experimental americano No age, os britânicos Everything Everything, os The Wedding Present com um indie rock melodramático, os portugueses Capitão Fausto e os britânicos Veronica Falls numa viagem aos anos 90. No dia 13 teremos oportunidade de ouvir o chileno

minimalista Matias Aguayo, o norte americano Lee Ranaldo (guitarrista dos Sonic Youth) no seu novo projeto a solo, o sírio Omar Soleyman, os britânicos Stealing Sheep numa fusão bucólica entre o folk e o dream pop, os portugueses Linda Martini com o seu agradável rock progressivo na língua de Camões e os Sensible Soccers também nacionais com uma sonoridade experimental bastante interessante.Um aquecimento certamente a não perder e que promete deixar-nos embalados para o festival. Como nomes obrigatórios diria os Everything Everything que certamente surpreenderão com a sua nova EP “Cough Cough”, numa explosão de ritmos, sonoridades e texturas; e os portugueses Capitão Fausto que talvez pela minha subjetividade em prol da música portuguesa penso serem uma das mais-valias deste warm-up com o seu indie Pop/Rock progressivo que nos leva numa viagem cheia de cor em cima duma “Gazela”.

Na Alemanha, os cães pagam impostos como um cidadão co-mum. É preciso registá-los para

ter acesso ao comprovativo do pagamen-to das taxas. Algumas ra-ças acarretam mais custos – como o pi-

tbull, cujos impostos são mais caros para desincentivar a popu-lação a ter um. O motivo da lei é que os cães utilizam ruas e par-ques como qualquer ser humano.

Na Finlândia, as multas de trânsito são calculados de acordo com os rendimentos auferidos. A multa mais cara já passada por

excesso de velocidade foi a um executivo da Nokia por andar a 75km/h num zona em que só era permitido andar a 50km/h, no valor de 12,5 milhões de USD.

A Coca-Cola Portugal, numa tentativa de alargar o mercado, encomendou, em 1929, uma

campanha publicitária à agência Hora, onde o poeta Fernando Pessoa trabalhava.

O slogan “Primeiro estranha--se, depois entranha-se” criado por este acabou por não ser uti-lizado, uma vez que a Coca-Cola não entrou em Portugal nesse ano por razões políticas, ficando--se apenas por o papel.

A bebida acabou por entrar em Portugal apenas depois do 25 de Abril: A 04 de julho de 1977 a Coca-Cola foi vendida pela primeira vez na Baixa Lisboeta numa garrafa de vidro de 0,2 li-tros.

Na China, é proibido comprar cigarros que não sejam de marca chinesa

É ilegal inscrever-se na Uni-ver s idade , em Hong Kong, a não ser que seja inteligente.

EVENTOS A NÃO PERDER

DISCOS A ESTAR ATENTO O LIVRO QUE DEVES LER

LEIS ECONÓMICAS BIZARRASANDRÉ SILVA

Page 9: Fepiano (I)

9Nº 1 - abril 2013

Classificações - DesportoGrupo A - Classificação

Equipa Jogos Vitórias Empates Derrotas GM GS DG Pontos

JAS 6 5 1 53 11 42 16

CTT 6 5 1 46 14 32 16

Naite 2.0 6 5 1 57 13 44 15

XERIFES 5 5 36 12 24 15

TAFEP SAD 6 2 2 2 33 14 19 8

Siga Maluco 6 2 2 2 25 22 3 8

IPM 4 1 1 2 7 13 -6 4

Não mais impostos! 5 1 1 3 6 14 -8 4

TAFEP SMMM 6 1 5 28 56 -28 3

New Team 6 6 11 40 -29 0

Jungle Speed 6 6 20 119 -99 0

(Classificação oficial – dados disponibilizados pela Associação de Estudantes)

Grupo AMelhores Marcadores

Nome Equipa Golos

José Perez JAS 39

Ricardo Pinto Naite 2.0 16

José Pedro Naite 2.0 14

Pedro Nunes Naite 2.0 11

Pedro Silva XERIFES 10

(Dados oficiais – disponibilizados pela Associação de Estudantes)

Grupo B – ClassificaçãoEquipa Jogos Vitórias Empates Derrotas GM GS DG Pontos

Atlético Atum 6 5 1 39 11 28 16

Jocivalter 5 5 36 8 28 15

Prescritos 5 4 1 30 10 20 13

70 m 6 4 2 28 12 16 12

Fepaólicos 5 3 2 23 18 5 9

Quimquipa 6 2 1 3 39 23 16 7

ADR MAMUTES 6 2 1 3 27 37 -10 7

Team Rocket 6 1 1 4 19 23 -4 4

Talhantes 6 1 1 4 11 34 -23 4

Zééé’s 5 1 4 8 22 -14 3

eCOROballA.M.U.S. 6 6 7 69 -62 0

(Classificação oficial – dados disponibilizados pela Associação de Estudantes)

Grupo BMelhores Marcadores

Nome Equipa Golos

Tiago Chará Jocivalter 16

Diogo Maia Quimquipa 14

João SilvaAtlético Atum

10

Afonso MenezesAtlético Atum

7

João Santos Fepaólicos 7

(Dados oficiais – disponibilizados pela As-sociação de Estudantes)

Seleções da FEPDesporto Género Classificação Final

Basquetebol Feminino 2º lugar

Basquetebol Masculino 3º lugar

Voleibol Masculino 3º lugar

Andebol Masculino 6º lugar

Futsal Masculino 7º lugar

Futebol Masculino 7º lugar

Basquetebol FemininoQuartos de Final 43-38 vs AEFCUP

Meias Finais 48-38 vs AEFADEUP

Final 16-40 vs IPP

Basquetebol MasculinoQuartos de Final 34-22 vs AEFCUP

Meias Finais 42-43 vs AEFEG

3º e 4º 53-47 vs IPP

Voleibol MasculinoQuartos de Final 2-0 vs AEISMAI

Meias Finais 0-3 vs UP

3º e 4º 3-2 vs AEFEG

Andebol Masculino

5º a 8º 15-0 vs ICBAS

5º e 6º 21-27 vs AEFADEUP

Futsal MasculinoQuartos de Final 2-3 vs AEFEUP

5º a 8º 0-3 vs AEISCS-N

7º e 8º 3-0 vs AEFLUP

Futebol Masculino5º a 8º 0-3 vs AEFCUP

7º e 8º 3-0 vs AEFEUP

SEMANA DESPORTIVA

Ruben Casal Ribeiro + Patrícia Porfírio

João Alves + Ricardo Lopes + Verónica Fonte + Adrián Diez García

Alexandre Afonso Tiago Leite António Pereira

Voleibol Basquetebol Ténis de Mesa Bilhar Xadrez

AFONSO VIEIRA

Page 10: Fepiano (I)

Nº 1 - abril 201310

Nos últimos 10 anos, o desem-prego tem mostrado uma tenden-cia de aumento. Começando em 2002 com uma taxa de 4.6%, au-mentou até meados de 2011 cer-ca de 0.2pp/trim e, desde então, cerca de 0.7pp/trim (ver, fig. 1). Como o desemprego é um grave

problema social, temos que pro-curar nos ensinamentos da Eco-nomia a melhor forma de resolver este desequilíbrio do mercado de trabalho. O que nos diz a Microeconomia:

A produção de uma empresa (o valor acrestado) de uma empre-sa, Y, resulta da combinação dos factores produtivos Trabalho, N, e Capital, K. Em termos matemá-ticos, a função produção f trans-forma quantidades de factores produtivos em valor acrescentado segundo uma proporção:

Y =f (N, K)

Mais capital e mais trabalho im-plicam maior valor acrescentado (as derivadas parciais de f são po-sitivas) mas a cadência decrescente (as derivadas parciais de segunda ordem são decrescentes):

f ‘N > 0; f ‘’N < 0f ‘K > 0; f ‘’K < 0

Esta codificação do processo produtivo traduz que usando mais factores de produção consegue-se produzir mais mas que, mantendo o resto constante, há congestiona-mento. Se tenho 10 trabalhadores e contracto mais 1, mantendo o número de máquinas que tenho então, a produção aumentará mas menos que 10%.

As empresas querem maximizar o seu lucro, L, que é a diferença en-tre o custo de produção e o preço de venda dos bens produzidos. Se o preço de venda unitária é P, o salá-rio é W e a taxa de juro (e de depre-ciação) é R, o lucro vem dado por:

L = f (N, K).P - N.W - K.R

A primeira, L’N = 0 -> f ’N = W/P, e segunda, f ’’N <0, condi-ções de maximização levam a con-cluir que, quando o salário real,

W/P, diminui, a empresa aumenta o número de trabalhadores (e vi-ce-versa), N’W < 0. Então, para que o desemprego possa diminuir, os salários reais têm que diminuir.Não haverá diminuição de motivação quando os salários diminuem?

Paul Krugman introduziu na discussão a ideia de que baixar o salário não diminui o desempre-go (i.e., o mercado de trabalho não ajusta pelo salário) porque o trabalhador fica menos motivado

passando a produzir menos.A linha de racicínio é que, se o

salário diminuir, o esforço do tra-balhador também vai diminuir. Por exemplo, com um ordenado 50J/dia um trabalhador esforça--se 100 e produz 50J/dia, vindo o lucro do empregador igual a 0J/dia (Fig. 2, ponto S2). Se o salário

diminuir para 40J/dia, o esforço reduz-se para 70 e a produção cai para 38.5J/dia o que faz o em-pregador passar a ter prejuizo de 1.5J/dia (fig. 2, dentro da àrea amarela). Então, a redução do sa-lário apenas tem como equilíbrio o salário nulo (Fig. 2, ponto S1).

O problema da ideia de Krug-man é que o ponto de lucro má-ximo é o salário infinito (Fig.2, ponto 3), o que não tem tradução na realidade (não há salários infi-nitos). Esta fragilidade indica que em algum ponto da função mo-tivação / produtividade, a função torna-se concava (aumenta menos que proporcionalmente com o au-mento do salário, ver, Fig. 3). Esta “pequena” alteração muda com-pletamente as conclusões de Krug-man. Agora, se a empresa tiver que despedir um trabalhador porque o seu salário é superior à sua produ-tividade (à direita da Fig. 3, ponto S2) a redução do seu salário torna-rá desnecessário esse despedimen-to. Além disso, existe um salário

de equilíbrio positivo, S2, onde o lucro do empregador é máximo.E o que dirá a evidência empírica?

Pegando nos dados trimestrais dos custos do trabalho corrigi-dos da inflação e da variação da produtivida e regredindo contra a taxa de desemprego, observa--se a relação positiva prevista pela teoria económica. O aumento da taxa de desemprego de 20 p.p. observado nos últmos 10 anos foi acompanhado por um aumento de 20% nos custos do trabalho (ver, Fig. 3).

Os dados empíricos reforçam a conclusão da teoria económi-ca de que a diminuição da taxa de desemprego que avtualmente vivemos passará obrigatoriamen-te pela redução dos salários. Para voltarmos a ter uma taxa de de-

semprego menor que 10%, será preciso reduzir os custos do traba-lho em cerca de 15%.O que nos diz a Macroeconomia?

O senso comum indica-nos que a redução dos salários deprime a pro-cura interna. No entanto, isso não acontece porque, no curto prazo, a diminuição dos salários é compen-sado pelo aumento dos lucros e, no médio prazo, os salários mais baixos levam a uma diminuição do de-semprego (quando este é superior à NAIRU) causando assim o aumen-to da procura interna agregada.

Em termos macroeconómicos, o total que se produz é igual ao rendimento total. Assim, o que se produz vai ser distribuído pe-los diferentes agentes económicos como salários e lucros, juros, ren-das, royalties, alugueres, JRRA.

Pegando no PIB, o Produto Interno Bruto, retiramos a depre-ciação do capital para obtermos a produção líquida. No caso portu-guês, para 100J de PIB, a produ-

ção é de 82J (18J são amortiza-ções, fonte: Banco Mundial) que é distribuída pelos salários (40J, fonte: Pordata) e 27J para JRRA (o que sobra).

Uma parte substancial dos JRRA, 70% (fonte: Pordata) vai ser «rendimento das famílias» e os restantes 30% são rendimento das empresas que o investem.

Assim, para uma produção lí-quida de 82J, o rendimento das

famílias é de 73.50J (fonte: Por-data) e os restantes 8.5J são «ren-dimento das empresas» que o in-vestem.

Quando os salários diminuem em 1J, o efeito imediato é a dimi-nuição do rendimento das famí-lias em 1J mas também aumenta os lucros das empresas em 1J dos quais 0.70J vão acrescentar ao rendimento das famílias. Então, em termos líquidos, o rendimento das famílias diminui 0.30J mas o rendimento das empresas aumen-ta exactamente 0.30J.

Como o rendimento das em-presas vai ser investido e o inves-timento também faz parte da pro-cura interna, então a redução (ou aumento) dos salários não tem, no curto prazo, qualquer impacto na procura interna agregada.

Visto que, quando a taxa de de-semprego está acima da NAIRU, a diminuição dos salários tem um efei-to indirecto de diminuir o desempre-go (e vice versa) então, no caso actual de elevada taxa de desemprego, a redução dos salários fará aumentar a procura interna agregada.O que poderá fazer o governo já que os salários são contractos privados?

Termos um mercado de traba-lho flexível não é ser fácil haver despedimentos mas haver liber-dade contractual entre emprega-dores e empregados para definir

o horário de trabalo e o salário. Assim, para termos uma taxa de desemprego baixa é preciso haver alterações ao Código do Trabalho. Como o pensamento é acção, ter-mino esta análise com uma pro-posta de alteração legislativa.

Lei n.º XXX/2013 Dado que o desemprego é o maior flagelo que vive a sociedade portuguesa, é ne-cessário utilizar medidas de emer-gência no combate a esta calami-dade. Assim, quando a taxa de desemprego for elevada, aumenta a liberdade de negociar reduções temporárias de salários relativa-mente ao previsto no contracto coelctivo de Trabalho. Art. 1-º - Aplicabilidade da Lei.

1 - A assinatura de acordos base-ados nesta lei apenas é possível A) se a taxa de desemprego apurada pelo INE referente ao trimestre anterior for superior a 8%; B) o contrato de trabalho for a termo incerto ou a termo certo com vín-culo reforçado.

2 - O contrato a termo certo com vínculo reforçado, é inicial-

mente de 30 dias e, se não for denunciado pela entidade patro-nal, o seu termo avança 1,5 dias por cada dia trabalhado, com um máximo de 24 meses. Por exem-plo, se o trabalhador já cumpriu 6 meses de trabalho então, o con-trato tem o seu termo a 4 meses de distância.Art. 2-º - Limitações à liberdade contractual.

1 - O salário pode ser reduzido até 15% relativamente ao previsto no Contrato Colectivo de Traba-lho aplicável.

2 - O acordo tem a duração de 1 ano, renovável sempre que exista vontade de ambas as partes e se ve-rifiquem as condições previstas no par. 1.º do art.º 1.º desta Lei

3 - Uma vez denunciado o acor-do de redução de salário e não havendo acordo para o período de transição para o salario ante-riormente auferido, a entidade patronal é obrigada a aumentar a remuneração em 0,25% do salário inicial a cada mês.

4 - O salário acordado pode ser inferior ao SMN mas tem que ser pelo menos igual ao IAS.Art. 3-º - Incetivos fiscais quando o salário acordado for inferior ao SMN.

1 - Se o salário acordado for in-ferior ao SMN, o trabalhador terá um crédito de 44,5% da diferença que abaterá na sua TSU.

O salário e a taxa de desemprego

Fig. 1 - Evolução da taxa de desemprego em Portugal (dados: Eurostat)

Fig. 3 – A teoria de Krugman não resiste à evidencia empírica de não haver salários infinitos

Fig. 3 – Relação entre os custos do trabalho (eixo vertical) e a taxa de desem-prego (eixo horizontal) (dados: Eurostat e Banco Mundial, cálculos do autor)

Fig. 2 – Estilização da teoria de Krugman de que o salário não equilibra o mercado de trabalho

PEDRO COSME VIEIRAPROFESSOR CÁLCULO FINANCEIROFEP

Page 11: Fepiano (I)

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Page 12: Fepiano (I)

Nº 1 - abril 201312

Um estudo levado a cabo por cientistas da Universidade de Oxford, em Inglater-ra, detectou, em média, mais de 26 mil bactérias em notas de bancos europeus. De acordo com estas análises, as notas mais recen-tes, e logo mais lim-pas, contêm cerca d e 2400 bactérias.

Nos 15 países europeus onde se efectuou a in-vestigação, o dinheiro vivo é t i d o como o menos higi-énico dos objec-tos, ultrapassan-do o corrimão das escadas ro-lantes, as teclas de um terminal de pa-gamento ou os livros numa biblioteca. A intuição dos europeus

sobre a sujidade do dinheiro foi confi r-mada e o número de bactérias descoberto,

para vários tipos de organismos patogé-nicos, é o sufi ciente para transmitir

uma infecção.

Notas de bancos europeus são abrigo para mais de 26 mil bactérias A OIT (Organização Internacio-

nal do Trabalho) lançou o concurso WORK4YOUTH, tendo por base a per-gunta “Que desafi os enfrentam os jovens

no seu lugar de trabalho e como podem enfrentá-los de forma inovadora?” e pede respostas em formato de fotografi a. Está aberto a jovens com mais de 18 anos, se-jam fotógrafos profi ssionais ou amadores, residentes num dos países membros da OIT – aceitando no máximo cinco foto-

grafi as por pessoa até ao dia 15 de Abril. Os prémios variam entre os 384 e os 767 euros.

Os candidatos devem enviar ima-gens relacionadas com te-mas como “más condições de trabalho, barreiras de género, discriminação, in-formalidade, iniciativa em-presarial, pobreza, migração laboral, trabalho rural, entre outros”.

A OIT espera que as fotos mostrem “momentos interes-santes, instrutivos e enrique-cedores sobre jovens traba-lhadores” e momentos “que permitam conhecer a experi-ência de jovens trabalhadores em busca de trabalho”.

O WORK4YOUTH fará duas selec-ções: uma “mundial”, de todas as imagens enviadas, e uma “regional”, das fotografi as proveniente das Europa Central e Orien-tal.

Para mais informações consulta o sítio da OIT: http://www.ilo.org

Concurso de Fotografi a sobre Emprego Jovem

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO200

Participação especial Prof. Pedro Cosme VieiraMorada: Rua Dr. Roberto Frias, 4200-464 Porto PORTUGAL Contatos: [email protected]; Paginação: Vida Económica

COORDENADORES DA EDIÇÃO / REDAÇÃO

JOÃO SEQUEIRACAROLINA REIS GUILHERME SOUSAALICE MOREIRA CAROLINA SILVA MARIA DE SOUSA MARTA SANTOSANDRÉ SILVAAFONSO VIEIRA INÊS VASCONCELOSGONÇALO MARTINS

APOIOS:

Carta do mês

«E se... fosses ministro da Economia, como inverte-rias o rumo deste país?

Elabora uma carta em que nos faças valer as tuas ideias. Elegeremos a me-lhor “carta do mês” e a mesma será apresentada na próxima edição do Fepia-no. Dá o teu melhor e po-derás ver TODA A FEP, em Maio, a ler-te!».

Mostra que, de quaisquer 5 números inteiros (não necessariamente dis-tintos) podemos sempre escolher três cuja soma é divisível por 3.

solução no próximo número