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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO Tamires Bressiani Pagnussatt Aglomerações territoriais de empresas: uma atmosfera industrial para a inovação e o desempenho em regiões vitivinícolas Passo Fundo 2018

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

Tamires Bressiani Pagnussatt

Aglomerações territoriais de empresas: uma atmosfera industrial

para a inovação e o desempenho em regiões vitivinícolas

Passo Fundo

2018

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Tamires Bressiani Pagnussatt

Aglomerações territoriais de empresas: uma atmosfera industrial para a

inovação e o desempenho em regiões vitivinícolas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Escola de

Administração da Faculdade Meridional –

IMED, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Administração sob a

orientação do Prof. Dr. Claudionor Guedes

Laimer.

Passo Fundo

2018

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CIP – Catalogação na Publicação

P139a PAGNUSSATT, Tamires Bressiani

Aglomerações territoriais de empresas : uma atmosfera industrial para a

inovação e o desempenho em regiões vitivinícolas / Tamires Bressiani Pagnussatt. –

2018.

91 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade Meridional – IMED,

Passo Fundo, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Claudionor Guedes Laimer.

1. Relações interorganizacionais. 2. Inovação nos negócios. 3. Desempenho

organizacional. I. Laimer, Claudionor Guedes, orientador. II. Título.

CDU: 658.011.4

Catalogação: Bibliotecária Angela Saadi Machado - CRB 10/1857

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Dedico este trabalho à meu esposo Alexandro,

pelo incentivo e apoio em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Claudionor Guedes Laimer, que no papel de orientador me trouxe clareza

e segurança com seus ensinamentos e contribuições acadêmicas. Além da amizade e incentivo

desde o início desta jornada, com seus conselhos e sua paciência. Obrigada!

À Faculdade Meridional IMED e a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), pela concessão parcial da bolsa de estudos.

Aos Docentes do Programa de Pós-Graduação em Administração IMED, pela dedicação

e competência durante o desenvolvimento das atividades.

Aos colegas do Mestrado pelo companheirismo e trocas de experiências neste período

de mudanças em nossas vidas. Em especial as colegas Andreia Alcântara da Rosa e Jéssica

Pasa, com quem pude dividir as angústias, os medos e aflições, mas também as alegrias após

cada etapa vencida. Também agradeço o apoio recebido da colega Alissa Bilhar e Laura

Battezini Torres. Vocês foram fundamentais, obrigada pela amizade!

Ao Prof. Adriano José da Silva, pelo incentivo e contribuições.

Ao amigo Vianei Roberto Mayolo, pelas dicas e contatos que foram úteis para a coleta

de dados.

Ao Sr. Irineu Guarnieri, pelo apoio concedido na coleta de dados.

Ao Prof. Nédio Antonio Andreolli da Faculdade da Serra Gaúcha, peço apoio concedido

com a coleta de dados.

Ao Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin, pela disponibilidade de acesso à

informações.

A todas as empresas participantes da pesquisa, por acreditarem no trabalho e por

contribuírem com informações necessárias para a realização do estudo.

Aos meus pais, Roseli Piccoli Bressiani e Neucir Bressiani e meu irmão Vitor Augusto

Bressiani. Pelas palavras de incentivo e pela confiança que depositaram em mim. A torcida de

vocês pelo meu sucesso é o pilar que sustenta meu caminho.

Aos meus familiares e amigos que de uma forma ou de outra estiveram presentes nesta

caminhada com palavras de incentivo.

A Deus por guiar meus caminhos e iluminar meus passos.

E para finalizar, o meu agradecimento especial ao meu esposo Alexandro Pagnussatt

que foi rocha firme em toda essa caminhada. Acompanhou todos os meus passos, me deu o

suporte necessário, chorou junto e lutou pela mesma causa. Esta conquista também é tua!

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“É saber se sentir infinito

Num universo tão vasto e bonito, é saber sonhar

Então fazer valer a pena

Cada verso daquele poema sobre acreditar.

Não é sobre chegar

No topo do mundo e saber que venceu

É sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu

É sobre ser abrigo

E também ser morada em outros corações

E assim ter amigos contigo em todas as situações.

A gente não pode ter tudo

Qual seria a graça do mundo se fosse assim?

Por isso eu prefiro sorrisos

E os presentes que a vida trouxe pra perto de mim.”

Trecho da música “Trem Bala”

(Ana Vilela)

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RESUMO

As aglomerações territoriais de empresa caracterizam-se pela concentração dessas unidades

produtivas em determinada área geográfica, onde a proximidade entre elas pressupõe a

existência de relações que podem promover a aprendizagem e a disseminação do conhecimento.

Da mesma forma, a troca de recursos entre as empresas pode gerar implicações na inovação e

no desempenho, assim, este estudo tem como objetivo investigar o papel das aglomerações

territoriais no desenvolvimento de inovações e na melhoria do desempenho das empresas em

regiões vitivinícolas. Para atender ao objetivo proposto, foi realizada uma pesquisa quantitativa

com caráter descritivo e transversal, onde a coleta de dados foi realizada através de um

questionário nas empresas vitivinícolas localizadas no estado do Rio Grande do Sul. Da coleta

de dados, constituíram a amostra 49 empresas vinícolas. Para a análise e interpretação dos

dados, foram utilizadas técnicas de análise descritivas e análise de regressão linear. Os

resultados da pesquisa mostram que o capital social é um apoio para a aprendizagem coletiva

pela sua capacidade de interação entre os atores. Além disso, existe uma relação positiva entre

a transferência de conhecimento e a inovação, bem como entre a inovação e o desempenho.

Esses achados indicam que, para o contexto estudado, as empresas podem se valer de suas

relações para aprender e contribuir com outras empresas, essa interação estimula atividades

inovadoras, que por sua vez, melhoram o desempenho. No âmbito gerencial, os resultados do

estudo podem indicar o aumento das relações e interações entre as empresas vinícolas, sendo

importante oportunizar ambientes para a cooperação e troca entre as empresas que pertencem

ao aglomerado. No aspecto teórico, a pesquisa contribui para o tema relacionado à

aglomerações territoriais e contribui para a expansão dos estudos. São apresentadas ainda,

limitações e sugestões para pesquisas futuras.

Palavras-chave: Relações interorganizacionais. Aglomerações territoriais. Recursos.

Inovação. Desempenho.

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ABSTRACT

The territorial agglomerations of companies are characterized by the concentration of these

productive units in a certain geographic area, where the proximity between them presupposes

the existence of relations that can promote learning and the dissemination of knowledge.

Similarly, the exchange of resources between companies can have implications for innovation

and performance, so this study aims to investigate the role of territorial agglomerations in the

development of innovations and in the improvement of the performance of companies in wine

regions. To meet the proposed goal, it was made a quantitative research with descriptive and

transversal character, where the data collection was done through a questionnaire in the wine

companies located in the state of Rio Grande do Sul. From the data collection, the sample

consisted of 49 wine companies. For the analysis and interpretation of the data, we used

descriptive analysis techniques and linear regression analysis. The research results show that

social capital is a support for collective learning because of its ability to interact among the

actors. Besides that, there is a positive relationship between knowledge transfer and innovation,

as well as between innovation and performance. These findings indicate that, for the studied

contexto, companies can use their relationships to learn and contribute to other companies, this

interaction stimulates innovative activities, which in turn improve performance. In the

managerial context, the results of the study can indicate the increase of relations and interactions

between the wine companies, being important to provide opportunities for cooperation and

exchange between the companies that belong to the agglomerate. In the theoretical aspect, the

research contributes to the theme related to territorial agglomerations and contributes to the

expansion of the studies. Limitations and suggestions for future research are also presented.

Keywords: Interorganizational relationships. Territorial agglomerations. Resources.

Innovation. Performance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelos visuais de aglomeração de empresas ....................................................... 24

Figura 2 - Modelo teórico da pesquisa .................................................................................... 38

Figura 3 - Regiões vitivinícolas no Brasil ............................................................................... 40

Figura 4: Modelo de regressão 1 ............................................................................................. 63

Figura 5: Modelo de regressão 2 ............................................................................................. 65

Figura 6: Modelo de regressão 3 ............................................................................................. 66

Figura 7: Modelo de regressão 4 ............................................................................................. 67

Figura 8: Modelo de regressão 5 ............................................................................................. 67

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resumo das tipologias de aglomeração ................................................................ 27

Quadro 3 - Construtos e variáveis utilizados na elaboração do questionário.......................... 45

Quadro 4 - Técnicas de análise de dados ................................................................................ 47

Quadro 5 - Variáveis dependentes e independentes dos modelos de regressão propostos ..... 54

Quadro 6 - Resumo do teste de hipóteses de pesquisa ............................................................ 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Área e produção de uva em estados brasileiros ...................................................... 18

Tabela 2 - Elementos da amostra de aglomerações vitivinícolas a serem pesquisadas ........... 42

Tabela 3 - Homogeneidade da variância de duas amostras e teste K-S................................... 49

Tabela 4 - Assimetria e Curtose............................................................................................... 52

Tabela 5 - Análise de confiabilidade da escala pelo Alpha de Cronbach ................................ 54

Tabela 6 - Regras práticas sobre o coeficiente de correlação* ................................................ 55

Tabela 7 - Matriz de correlação de Pearson das variáveis ....................................................... 56

Tabela 8 - Cidade dos respondentes por aglomeração ............................................................ 57

Tabela 9 - Classificação das empresas conforme porte empresarial/faturamento ................... 58

Tabela 10 - Idade das empresas ............................................................................................... 59

Tabela 11 - Resumo dos modelos de regressão linear múltipla do estudo .............................. 60

Tabela 12 - Análise de variância dos modelos de regressão do estudo ................................... 60

Tabela 13 - Testes de significância dos coeficientes de regressões parciais ........................... 62

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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABS – Associação Brasileira de Sommeliers

ACAVATIS – Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude

AGAVI – Associação Gaúcha de Vinicultores

APL – Arranjo Produtivo Local

IBRAVIN – Instituto Brasileiro do Vinho

PMEs – Pequenas e Médias Empresas

PPGA – Programa de Pós-Graduação em Administração

REDESIST – Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos Locais

SLPIs – Sistemas Locais Produtivos e Inovativos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15

1.1 Justificativa e delimitação do problema de pesquisa .................................................... 16

1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 19

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 19

1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 19

1.3 Estrutura da dissertação .................................................................................................. 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 21

2.1 Aglomerações territoriais................................................................................................. 21

2.1.1 Tipologias de aglomeração ............................................................................................ 25

2.2. Aprendizagem coletiva em aglomerações ...................................................................... 27

2.3 Capital Social .................................................................................................................... 28

2.4 Transferência de conhecimento em aglomerações ........................................................ 31

2.5 Inovação em aglomerações .............................................................................................. 33

2.6 Desempenho em aglomerações ........................................................................................ 36

2.7 Modelo teórico da pesquisa .............................................................................................. 37

3 MÉTODO .............................................................................................................................. 39

3.1 População e Amostra de Pesquisa ................................................................................... 39

3.2 Coleta de Dados ................................................................................................................ 42

3.3 Análise de dados ............................................................................................................... 47

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 57

4.1 Caracterização da amostra .............................................................................................. 57

4.2 Análise de regressão e teste de hipóteses ........................................................................ 59

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 70

5.1 Implicações teóricas da pesquisa ..................................................................................... 71

5.2 Implicações gerenciais da pesquisa ................................................................................. 72

5.3 Limitações da pesquisa e sugestões de estudos futuros ................................................. 72

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 74

APÊNDICE .............................................................................................................................. 86

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1 INTRODUÇÃO

O mercado cada vez mais dinâmico e competitivo faz com que as empresas necessitem

diferenciar-se de seus concorrentes através de estratégias competitivas que possam melhorar o

desempenho, possibilitando obter vantagem competitiva. As interações entre as empresas

aglomeradas podem possibilitar trocas de informações e de conhecimentos, em que a inovação

tem papel fundamental como estratégia de diferenciação.

A aglomeração territorial refere-se à concentração de empresas em uma determinada

área geográfica (MARCO-LAJARA et al., 2015), sendo que a proximidade entre as empresas

exerce efeito positivo e atrai mais empresas e trabalhadores e pressupõe a existência de

interação entre as organizações (DIAS, 2011; HOFFMANN; OLIVEIRA; BROCHHI, 2016).

Assim, o efeito da localização torna-se um pressuposto básico para a discussão sobre

aglomerações territoriais (NECKEL; HOFFMANN; SCHOREDER, 2016).

Dessa forma, as aglomerações territoriais de empresas podem proporcionar a

disseminação do conhecimento, acesso à insumos e especialização de mão de obra, o que pode

aumentar o desempenho das empresas pertencentes ao aglomerado (BRITO et al., 2010). Estas

combinações de relações torna o ambiente de aglomeração dificilmente reprodutível em outros

contextos (RUIZ-ORTEGA; PARRA-REQUENA; GARCÍA-VILLAVERDE, 2016) e são

fundamentais para o desenvolvimento e disseminação de novos conhecimentos que muitas

vezes contribuem para a inovação (STABER, 2001). Além disso, as atividades desenvolvidas

podem gerar ganhos em escala, produtividade, crescimento e a inovação (NEUMANN;

HEXSEL; BALESTRIN, 2011).

Ainda, as relações entre as empresas são importantes para a aprendizagem coletiva

(NOOTEBOOM, 2008) e em algum momento pode causar a disseminação do conhecimento

(BRITO et al., 2010). Sendo o capital social uma lente para auxiliar no estudo das relações

interorganizacionais, busca-se integrar vários aspectos diferentes das relações que podem

beneficiar aqueles que conseguirem acessar mais oportunidades geradas pela proximidade

(NAHAPIET, 2008).

As estratégias coletivas em pequenas empresas podem representar uma forma de

desenvolvimento e acesso à vantagem competitiva, visto que, de modo geral, encontram-se em

desvantagem perante a grandes empresas, como no caso do acesso às tecnologias (OLIVEIRA;

GONÇALVES, 2014; DEBOÇÁ; MARTINS, 2015). É uma estratégia utilizada para enfrentar

o desafio de pequenas e médias empresas permanecerem no mercado (JOÃO; OLIVARES,

2014), mesmo partindo do pressuposto de que as empresas são heterogêneas e apresentam

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formas diferenciadas de administrar seus recursos (PUGAS; CALEGARIO; ANTONIALLI,

2013).

O Brasil, é um campo fértil para pesquisas em aglomerações territoriais em função da

existência de muitas regiões industriais (ANDRADE; HOFFMANN, 2010), além de ser um

país continental com uma diversidade de origens culturais que podem influenciar em diferentes

tipos de concentrações. Alguns estudos em aglomerações já foram realizados, um exemplo

disso é a indústria vinícola do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul, estudada por Wilk e

Fensterseifer (2003), que buscaram identificar os recursos estratégicos e capacidades do cluster

do vinho. Seus achados mostram que a região possui características idiossincráticas e condições

únicas para a competitividade.

1.1 Justificativa e delimitação do problema de pesquisa

O número de estudos que buscam a compreensão de aglomerações territoriais vem

aumentando significativamente a partir da década de 1990, o que demonstra a crescente

importância do tema. No decorrer das últimas duas décadas, diversas denominações e

abordagens sobre aglomerações territoriais vem se tornando objeto de análise para a academia

e também foco de políticas industriais para o desenvolvimento regional.

A aglomeração representa uma nova forma de pensar as economias, proporciona a

compreensão do papel da localização gerando novas ideias gerenciais e novos papéis para os

governos (PORTER, 1999). Assim, torna-se importante investigar a aglomeração de empresas,

sendo que podem impulsionar o crescimento econômico e beneficiar-se de mercados mais

amplos em relação a serviços especializados e fluxos de informação (MARSHALL, 1985).

Diversos estudos nacionais buscam entender as aglomerações de empresas. Como a

aglomeração de confecções de vestuário no Vale do Itajaí em Santa Catarina (HOFFMANN;

MOLINA-MORALES; MARTÍNEZ-FERNANDEZ, 2008), a aglomeração industrial de

petróleo e gás da Bacia de Campo no Rio de Janeiro (SILVESTRE; DACOL, 2008), a

aglomeração de industrias de confecções de Cianorte no Paraná (CAMPOS; PAULA, 2008), a

aglomeração de empresas turísticas de Canoa Quebrada no Ceará (BARROS; MOREIRA,

2006), entre outras (CARDOSO; GUIMARÃES, 2011; NEUMANN; HEXSEL; BALESTRIN,

2011; THOMAZ et al.; 2011; MIRANDA JÚNIOR; COSTA; HOFFMANN, 2016).

As aglomerações territoriais de empresas, também, têm despertado a atenção de estudos

internacionais, devido ao sucesso obtido em alguns países e a atenção de vários governos como

o fenômeno econômico da região da Emília Romana na Itália (PYKE; BECATTINI;

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SENGENBERGER (1992). Já Saxenian (1994) busca entender o sucesso e o fracasso de

aglomerações de empresas usando os exemplos do Vale do Silício e a Rota 128 nos Estados

Unidos, regiões com empresas de alta tecnologia. Giuliani e Bell (2005) buscaram evidências

sobre a formação de redes de conhecimento no Vale do Conchágua, cluster de vinho no Chile.

Alguns trabalhos apontam que os estudos recentes buscam investigar teorias baseadas

no conhecimento, no desenvolvimento regional, os processos de aprendizagem e os spillovers

de conhecimento, sustentabilidade, a interação entre as empresas e a difusão da informação na

produção de inovações que podem levar ao crescimento de aglomerações (CRUZ; TEIXEIRA,

2009; MASCENA; FIGUEIREDO; BOAVENTURA, 2013). Além disso, há sugestões para a

análise do papel desempenhado pelas dimensões relacional e estrutural do capital social para

melhorar a aquisição de conhecimento (PARRA-REQUENA; MOLINA-MORALES;

GARCÍA-VILLAVERDE, 2010).

Neste sentido, quando se fala em aglomerações vitivinícolas no Brasil, a maioria dos

estudos encontrados abordam a aglomeração do Vale dos Vinhedos, localizado no Rio Grande

do Sul (LIMA; CARVALHO, 2011; ZEN; FENSTERSEIFER; PRÉVOT, 2010; ASHTON;

VALDUGA; TOMAZZONI; 2015), por ser a região onde há a maior produção de uva e vinho

do país. Segundo dados do IBGE (2017) atualizados em 2015 mostram que a viticultura

brasileira ocupa em torno de 80 mil hectares de área plantada e a maior concentração está no

estado do Rio Grande do Sul, sendo que a produção ultrapassa 870 mil toneladas de uva (Tabela

1).

No entanto, o Brasil possui várias regiões produtoras em desenvolvimento, inclusive,

regiões que vem crescendo no próprio estado do Rio Grande do Sul. As mais representativas

são: São Francisco, em Petrolina (PE); São Joaquim, em Santa Catarina; Vale dos Vinhedos e

Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul (IBRAVIN, 2017). Entretanto, os estudos se

concentram em sua maioria no Vale dos Vinhedos, onde pequenas propriedades rurais acabam

compartilhando o território com vinícolas de diversos portes, sendo que seus vinhos são os

únicos a deterem Denominação de Origem.

Desta forma, na literatura disponível sobre aglomerações territoriais enfatiza-se a

capacidade para a difusão e geração de conhecimento e a inovação (GIULIANI; BELL, 2005),

onde a valorização dos recursos e capacidades podem fundamentalmente moldar suas futuras

opções estratégicas (WILK; FERNSTERSEIFER, 2003). Ainda, há a oportunidade de comparar

entre diferentes aglomerações de uma mesma localidade ou segmento, buscando compreender

o desempenho das empresas ou da própria aglomeração (MASCENA; FIGUEIREDO;

BOAVENTURA, 2013).

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Tabela 1 - Área e produção de uva em estados brasileiros

Unidade da

federação Área colhida (ha*) Produção (t**)

Rio Grande do Sul

Pernambuco

São Paulo

Bahia

Santa Catarina

Paraná

Minas Gerais

Goiás

Espírito Santo

Paraíba

Distrito Federal

Mato Grosso

Ceará

Rondônia

Piauí

Mato Grasso do Sul

Rio de Janeiro

49.733

6.814

7.803

2.861

4.843

4.459

856

150

148

122

79

51

38

27

7

13

7

876.215

237.367

142.631

77.408

69.118

69.035

12.615

4.008

2.327

2.196

1.890

981

940

197

168

105

101

Brasil 78.011 1.497.302 Fonte: IBGE (2017).

Nota: * - hectares

** - toneladas

Portanto, é sabido que existem barreiras significativas entre os participantes de uma

aglomeração quando se trata da troca, assim maiores evidências sobre os desafios e barreiras

enfrentados pelas organizações, poderá ser relevante no processo de gestão (NEUMANN;

HEXSEL; BALESTRIN, 2011). Além disso, as fontes de inovação podem ser afetadas pela

estrutura das ligações entre as empresas da aglomeração, com isso, aproveitar as vantagens

existentes depende da rede social em que as empresas estão envolvidas (MOLINA-MORALES;

MARTÍNEZ-FERNÁNDEZ, 2003). Assim, torna-se relevante buscar resposta ao seguinte

problema de pesquisa: A aglomeração territorial promove um ambiente favorável ao

desenvolvimento de inovações e melhoria do desempenho das empresas em regiões

vitivinícolas?

Assim sendo, o argumento central deste estudo é que a aglomeração promove a

aprendizagem coletiva e a transferência de conhecimento, que pode influenciar a inovação e o

desempenho das empresas. Pois, pressupõe-se que a proximidade geográfica das empresas, o

capital social das empresas e as condições físicas e tecnológicas proporcionam uma atmosfera

industrial, que favorece as relações interorganizacionais na aglomeração territorial.

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1.2 Objetivos

A seguir serão apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos deste estudo

baseado no que foi exposto.

1.2.1 Objetivo Geral

De acordo o problema de pesquisa apresentado, o presente estudo tem como objetivo

investigar o papel das aglomerações territoriais no desenvolvimento de inovações e na melhoria

do desempenho das empresas em regiões vitivinícolas.

1.2.2 Objetivos Específicos

A partir do objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

a) Verificar se o capital social influencia a aprendizagem coletiva e a transferência de

conhecimento das empresas nas aglomerações vitivinícolas;

b) Verificar se as condições físicas e tecnológicas influenciam a aprendizagem coletiva

e a transferência de conhecimento das empresas nas aglomerações vitivinícolas;

c) Analisar o efeito da aprendizagem coletiva na inovação e no desempenho das

empresas nas aglomerações vitivinícolas;

d) Analisar o efeito da transferência de conhecimento na inovação e no desempenho das

empresas nas aglomerações vitivinícolas;

e) Analisar o efeito da inovação no desempenho das empresas nas aglomerações

vitivinícolas.

1.3 Estrutura da dissertação

A dissertação está estruturada em quatro capítulos, sendo o primeiro capítulo constituído

pela presente introdução, a qual apresenta o estudo, a sua delimitação e justificativa para o

problema de pesquisa, além dos objetivos. No capítulo dois apresenta-se a fundamentação

teórica, envolvendo a discussão sobre aglomeração territorial, suas características e tipologias

para aglomeração. Ainda, apresenta a aprendizagem coletiva e a transferência de conhecimento

em aglomeração, suas características e a possibilidade de contribuir para a inovação e para o

desempenho da empresa.

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No capítulo três apresenta-se o método que foi utilizado para a pesquisa, as etapas da

pesquisa, assim como os procedimentos que foram adotados para alcançar os objetivos da

pesquisa. Ainda, apresenta a população e amostra que foi investigada e elaboração do

questionário que foi aplicado.

O capítulo quatro é dedicado à apresentação e discussão dos resultados da pesquisa,

inicia-se pela caracterização da amostra da pesquisa, seguida da análise de regressão e testagem

das hipóteses da pesquisa. Por fim, o capítulo cinco apresenta as considerações finais da

pesquisa, com suas contribuições, limitações e sugestões para pesquisas futuras.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica acerca de aglomerações

territoriais, suas características e denominações, proximidade geográfica e o capital social, a

transferência de conhecimento e aprendizagem coletiva, inovação e desempenho.

2.1 Aglomerações territoriais

Considerado o introdutor do conceito de economias de aglomeração na teoria econômica

em 1890, Alfred Marshall iniciou os estudos sobre aglomerações territoriais ao observar regiões

industriais na Inglaterra no fim do século XIX, percebeu a crescente ênfase na subdivisão de

funções e também identificou um processo de integração com o aumento das relações entre as

partes de um organismo industrial. A indústria se reproduzia em um contexto favorável de mão

de obra, insumos, fornecedores, o que despertava o interesse de empresários e investidores em

abrir novos negócios na mesma localidade (MARSHALL, 1985).

Refere-se ao agrupamento geográfico de empresas e instituições que estão relacionadas

em termos de produção específica e/ou atividades econômicas (PORTER, 1999), apresentando

alguma especialização produtiva (TAVARES; CASTRO, 2012; NASCIMENTO; MOREIRA

FILHO, 2012). Trata-se da concentração de empresas de qualquer tamanho e setor em uma

determinada área geográfica (NEUMANN; HEXSEL; BALESTRIN, 2011; MARCO-

LAJARA et al., 2016) sendo que essa proximidade exerce efeito positivo e atrai mais firmas e

trabalhadores (DALBERTO; CIRINO; STADUTO, 2016), no qual pressupõe a existência de

interação entre as organizações (DIAS, 2011; HOFFMANN; OLIVEIRA; BROCCHI, 2016).

Vários estudos apresentam que o fenômeno das aglomerações é relativamente comum e

não fica limitado a exemplos clássicos como Vale do Silício, e ainda sua origem pode estar

relacionada a diversas razões, assim sendo vistas como uma forma de impulsionar a

competitividade das empresas em escala global (THOMAZ et al., 2011). Parecem não surgir de

forma planejada, mas da necessidade de sobreviver (NEUMANN; HEXSEL; BALESTRIN,

2011). Estruturam-se em economias avançadas ou em desenvolvimento, ou seja, pode assumir

formas distintas conforme sua profundidade, temporalidade e sofisticação; variam conforme

seu tamanho, amplitude e estágio de desenvolvimento (CZAJKOWSKI; CUNHA, 2010).

Ainda, Marshall (1985) introduziu dois termos técnicos em sua análise: as “economias

externas” que dependem do desenvolvimento geral da indústria, e as “economias internas” que

dependem dos recursos das empresas que a ela dedicam-se individualmente. O autor afirma que

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“as economias externas podem frequentemente ser conseguidas pela concentração de muitas

pequenas empresas similares em determinadas localidades, ou seja, como se diz comumente,

pela localização da indústria” (MARSHALL, 1985, p. 229).

Pode-se perceber que aproveitar as economias externas pode proporcionar ganhos em

escala associados as empresas tomadas individualmente, ou seja, benefícios de economias

internas, sendo as condições estruturais, físicas, logísticas e climáticas os principais motivos

que levam à aglomeração (MARSHALL, 1985). Em seu estudo, Dauth (2013) concluiu que os

benefícios da aglomeração podem ajudar as indústrias locais a persistir nas mudanças

estruturais e na concorrência internacional.

Quanto mais se enfatizar as características locais e valorizar suas particularidades

culturais e regionais em detrimento da hegemonia global maior o seu potencial de crescimento

(NASCIMENTO; MOREIRA FILHO, 2012; NEUMANN; HEXSEL; BALESTRIN, 2011),

sendo que as atividades desenvolvidas podem ser interpretadas como uma complexa sinergia

que pode gerar ganhos em escala, produtividade, crescimento e a inovação (NEUMANN;

HEXSEL; BALESTRIN, 2011).

É possível envolver alguma especialização produtiva na região em que estão localizados

os aglomerados, onde pode-se assumir um caráter horizontal, envolvendo empresas de mesmo

segmento ou atividades similares, ou caráter vertical, envolvendo empresas que venham a

desenvolver atividades complementares na cadeia produtiva (NASCIMENTO; MOREIRA

FILHO, 2012; TAVARES; ANTONIALLI; SANTOS, 2010).

Fatores econômicos podem explicar sistematicamente padrões de aglomerações, sendo

enfatizados na literatura de geografia econômica quatro categorias: a) ligações verticais de

produção, b) externalidades nos mercados de trabalho, c) externalidades nos mercados de bens

de capital e d) a vantagem da proximidade geográfica (ALFARO; CHEIN, 2014).

As externalidades da aglomeração podem ser vagamente definidas à medida que uma

empresa obtenha benefícios por estar localizada próximo a outros atores econômicos (NEFFKE

et al., 2011), dão origem a processos de aglomeração cujos mecanismos têm efeitos óbvios

sobre a produtividade da indústria (CLAVER; CASTEJÓN; GRACIA, 2012). São economias

de escala externas à empresa, mas interna ao sistema territorial, o que facilita a aglomeração

em função das vantagens de localização, como redução de custos de produção, o acesso a

insumos especializados e fornecedores e o acesso à aprendizagem devido a presença de

spillovers de conhecimento ou tecnologia (GLAESER et al., 1992).

Para Marshall (1985) as externalidades são cruciais na formação de economias de

aglomeração, de modo que as principais vantagens que uma empresa localizada possui são: a)

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um mercado local para a indústria localizada; b) aumento de conhecimento (spillovers) e

tecnologia; c) surgimento de indústrias subsidiárias. Essas vantagens associam-se a economias

externas e geram impactos econômicos para toda a região do aglomerado (MARSHALL, 1985).

Os benefícios das externalidades positivas levam as empresas localizadas dentro de uma

área concentrada a ter maior produtividade, no entanto é importante perceber que as

deseconomias de aglomeração podem aparecer a medida que as regiões crescem em tamanho,

devido ao aumento de concorrência, custos mais altos de terra e outros possíveis fatores (LIN;

LI; YANG, 2011). Sendo as externalidades positivas, os lucros crescem junto com a

aglomeração, mas se as externalidades negativas forem mais fortes, os lucros devem diminuir,

assim se a relevância das externalidades varia com o nível da aglomeração da empresa, a relação

entre lucros e aglomeração não será linear, mas curva (MARCO-LAJARA et al., 2016).

Ainda, estudos apontam que a proximidade geográfica é um pré-requisito de

externalidades positivas em aglomerações, especialmente na inovação (GELDES et al., 2015).

A proximidade fornece a oportunidade para interações, relações sociais e profissionais

(LAZZERETTI; CAPONE, 2016) e cria um ambiente que facilite a confiança, a difusão de

ideias e de conhecimento (AUDRETSCH; FELDMAN, 1996).

Markusen (1996), em seus estudos sobre aglomerações, criou modelos visuais

esquemáticos (Figura 1) para mostrar como as empresas e as instituições se organizam no

território, sendo: aglomerações marshaliana ou italiana; aglomeração centro-radical;

aglomeração plataforma satélite; e aglomeração suportada pelo governo ou por instituições

importantes. O primeiro modelo é a aglomeração marshaliana ou italiana, reúne um grande

número de pequenas e médias empresas que são controladas localmente, onde é desencadeado

a existência de capital no interior da aglomeração entre fornecedores e clientes que se estrutura

por contratos de longo prazo, esta proximidade gera economias externas (MARKUSEN, 1996).

O segundo modelo é a aglomeração centro-radial, denominada por uma ou várias

empresas grandes e integradas verticalmente, onde as grandes empresas mantêm ligações com

fornecedores e concorrentes fora da aglomeração que são mediadas por contratos de longo

prazo (MARKUSEN, 1996). Nas aglomerações centro-radiais as economias de escala são

elevadas, as grandes empresas detêm o poder de barganha e maiores investimentos

(MARKUSEN, 1996).

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Figura 1 - Modelos visuais de aglomeração de empresas

Fonte: Adaptado de Markusen (1996).

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No terceiro modelo, aglomerações plataforma satélite, são formados por filiais de

multinacionais ou grandes corporações que acabam se deslocando para localidades com baixos

salários ou por algum subsídio oferecido, sendo pequeno o comércio entre fornecedores e

compradores em função do alto grau de relação com empresas externas, o que torna os

benefícios e vantagens decorrentes de aglomerações bem limitados (MARKUSEN, 1996).

O quarto modelo apresentado por Markusen (1996) é a aglomeração suportada pelo

governo ou por instituições importantes que criam condições para uma localização industrial

privilegiada, onde as decisões partem de diferentes níveis do governo. As instituições

relacionadas costumam ser grandes e estimulam o crescimento de fornecedores em seus

arredores, porém a relação entre os clientes do Estado e os fornecedores é mediada por contratos

de curto prazo em função de possíveis mudanças políticas (MARKUSEN, 1996). O modelo

utilizado neste estudo é o primeiro modelo, aglomerações marshaliana ou italiana.

De forma geral, as aglomerações produtivas se definem sob quatro elementos principais,

sendo 1) atividades semelhantes sendo executadas em uma concentração espacial; 2) apoio para

as empresas locais de instituições públicas e privadas; 3) alguns vínculos interorganizacionais

verticais e horizontais e 4) concordância sobre normas de conduta fundamentadas por vínculos

culturais e sociais (TAVARES; ANTONIALLI; SANTOS, 2010). De fato, as aglomerações

territoriais são caracterizadas por manter relações, que em alguns casos, podem ultrapassar

aquelas meramente comerciais (HOFFMANN; MOLINA-MORALES; MATÍNEZ-

FERNÁNDEZ, 2007).

2.1.1 Tipologias de aglomeração

No Brasil, várias denominações surgiram para tratar de aglomeração territorial, o que

dificulta as classificações para o avanço nas pesquisas e implementação de políticas públicas

pensando no desenvolvimento local, tais como cluster, distrito industrial, Arranjo Produtivo

Local – APL e Sistemas Locais de Produção e Inovação - SLPIs (COSTA; MAIOR, 2006;

SILVESTRE; DALCOL, 2008; LÜBECK; WITTMANN; DA SILVA, 2012; SARACENI;

ANDRADE Jr.; RESENDE, 2013; SALUME et al., 2014).

A Universidade Federal do Rio de Janeiro possui um grupo de pesquisa interdisciplinar

denominado Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais –

REDESIST, no qual entende que os agentes econômicos, políticos e sociais que estão

localizados em um mesmo território e desenvolvem atividades correspondentes apresentando

vínculos de produção, aprendizagem, interação e cooperação denominam-se por Sistemas

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Produtivos e Inovativos Locais – SPIs (REDESIST, 2016). Nos APLs há mais

complementaridade entre as empresas organizadas entre si (SORDI; MEIRELES, 2012).

Já a análise de cluster tenta entender os elementos estruturais e sistêmicos da

aglomeração, investigando o tamanho das organizações, as articulações e padrões de

especialização, observando as vantagens competitivas que podem ser criadas a partir da

estruturação de aglomerações produtivas (IPIRANGA; AMORIN; FARIA, 2007). Termo

bastante difundido que remete à noção de aglomeração geográfica de empresas similares,

relacionadas ou complementares entre si, que são fortemente articuladas (COSTA; MAIOR,

2006).

Para Silvestre e Dalcol (2008) o cluster está relacionado a concentração geográfica de

empresas de setores correspondentes ou indústrias complementares. Se configura por um

conceito muito elástico pois não fornece um modelo universal sobre como as aglomerações se

relacionam com o crescimento de empresas e regiões, já que o cluster pode cobrir qualquer

número de empresas em qualquer perímetro (PORTO; BRITO, 2010).

Os distritos industriais tratam-se de uma grande quantidade de empresas que estão

envolvidas em diversos estágios de produção de um produto homogêneo e são delimitados pela

demanda e capacidade produtiva (BRUSCO, 1990). Estão associados à presença de sistemas de

produção locais marcados por características específicas como especialização produtiva,

produção concentrada em determinada localidade, divisão de trabalho local, elevado nível de

qualificação de recursos humanos ao nível local, entre outras características (KUPFER, 2002).

Muitas definições se voltam para aglomerações de empresas, mas independentemente

disso, o interessante é o aproveitamento da sinergia gerada pelas interações entre as empresas

que estão geograficamente aglomeradas, seja pelo tipo de empresa e setor, ou pela competição

e cooperação, fortalece suas chances de sobrevivência e crescimento sendo uma importante

fonte de vantagem competitiva (PUGAS; FERNANDES, 2014).

Dessa forma, há várias discussões acerca das diferenças semânticas dos conceitos de

cluster, APL, distrito industrial ou aglomerações de empresas, em essência todos têm em

comum a ideia de que as aglomerações ou concentrações afetam a produtividade podendo

incrementar o desempenho econômico de uma região (SAXENIAN, 1994; BRITO et al., 2010).

O estudo proposto utilizará as lentes dos aglomerados para buscar atender aos objetivos

propostos, pois entende que os aglomerados apresentam uma visão mais abrangente das

conexões e complementaridades existentes (PORTER, 1999). Assim, apresenta-se o Quadro 1

com o resumo das tipologias de aglomeração e a próxima seção mostra algumas características

essenciais no estudo de aglomerações.

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Quadro 1 - Resumo das tipologias de aglomeração

TIPO CONCEITO / CARACTERÍSTICA BASE TEÓRICA

Aglomeração

territorial

Concentração de empresas de qualquer tamanho em

uma determinada área geográfica, na qual

pressupõe a existência de interações entre si.

Neumann, Hexsel e Balestrin (2011)

Marco-Lajara et al. (2015)

Hoffmann, Oliveira e Brocchi (2016)

Arranjo

Produtivo

Local – APL

Localizam-se em um mesmo território e

desenvolvem atividades correspondentes

apresentando vínculos de produção, há

complementaridade entre as empresas.

Sordi e Meireles (2012)

REDESIST (2016)

Cluster

Pode cobrir qualquer número de empresas em

qualquer perímetro. Relaciona-se a empresas

concentradas de empresas de setores

correspondentes.

Silvestre e Dacol (2008)

Porto e Brito (2010)

Distrito

Industrial

Trata-se de grande quantidade de empresas

envolvidas em diversos estágios de produção,

marcado por características específicas como a

divisão do trabalho local e a especialização

produtiva.

Brusco (1990)

Kupfer (2002)

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

2.2. Aprendizagem coletiva em aglomerações

A aprendizagem é um processo social baseado na combinação de conhecimentos

existentes disponíveis dentro ou fora das organizações (BALLAND; BOSCHMA; FRENKEN,

2014). As relações entre as empresas são importantes para a aprendizagem interfirmas, onde o

foco organizacional nos esforços de aprendizagem é reduzir a distância cognitiva, utilizar

atividades complementares e alcançar objetivos comuns (NOOTEBOOM, 2008).

Nota-se que empresas com alto nível de competências são menos propensas a perceber

o valor das relações de rede com outras empresas, e empresas com poucas relações carecem de

competências para atrair mais parceiros (PITTAWAY et al., 2004). Porém, nem todas as

empresas aprendem com todas as empresas pertencentes ao grupo, uma empresa pode querer

aprender com outra, mas pode não ser capaz de aprender e aplicar para uso próprio (TSAI,

2001).

Ainda, há a influência do grau de centralidade de um ator, ou seja, a extensão em que

uma empresa está bem conectada direta ou indiretamente a outras, aumenta o seu potencial de

aprendizado (BECKMAN; HAUNSCHILD, 2002; PHELPS; HEIDL; WADHWA, 2012).

Quanto maior o número de empresas em torno de um processo da cadeia produtiva, maior serão

os interesses similares por know-how ou conhecimento entre os concorrentes da localidade

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(SORDI; MEIRELES, 2012). As empresas que estão em redes, acabam incentivando a

aprendizagem e a disseminação de informações de forma mais rápida (HOFFMANN;

MOLINA-MORALES; MARTÍNEZ-FERNÁNDEZ, 2007).

Todas as noções de economias de aglomeração são dependentes da proximidade

(MARSHALL, 1985), o que é uma condição necessária para estimular retornos crescentes

relacionados a efeitos intermediários de entrada e de mão-de-obra (HARRIS, 2014). Constata-

se que a aglomeração decorre do benefício da proximidade com os grandes mercados e ainda o

grau de concentração espacial tem impacto positivo no aumento da produtividade (LIN; LI;

YANG, 2011).

A proximidade geográfica se refere a distância espacial ou física entre os atores de

política econômica (BOSCHMA, 2005). Desta forma, facilita as interações entre as indústrias

o que possibilita a troca de informações e conhecimento (MARSCHALL, 1985; FELDMAN;

FLORIDA, 1994; BELL; ZAHEER, 2007), facilitando o processo de aprendizagem

(BOSCHMA, 2005).

Uma localidade onde há a concentração de empresas, fornecedores e outras

organizações pode criar um potencial para valor econômico, sendo que os vínculos sociais

existentes mantêm a coesão dos aglomerados (PORTER, 1999). A perspectiva de rede social

foca para as atividades conjuntas entre os participantes, onde os relacionamentos entre os atores

são importantes (KENIS; OERLEMANS, 2008).

2.3 Capital Social

O capital social é uma lente que pode auxiliar no estudo das relações

interorganizacionais, possui atributos relacionais que buscam integrar vários aspectos

diferentes das relações entre os atores podendo beneficiar aqueles que conseguirem acessar

mais oportunidades e recursos por meio de suas relações (NAHAPIET, 2008). Uma das

definições mais utilizadas é a de Nahapiet e Ghoshal (1998) que definem o capital social como

“a soma dos recursos reais e potenciais embutidos, disponíveis através e derivados da rede de

relações possuída por uma unidade individual ou social”.

É necessário o equilíbrio das relações para que não ocorra impactos adversos sobre a

aprendizagem, essas relações são socialmente incorporadas quando envolvem a confiança

baseada na amizade, parentesco e experiência (BOSCHMA, 2005). Sugere-se que o capital

social explique a criação de valor de empresas agrupadas, porém também argumenta-se que

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essa caracterização possa restringir a capacidade de acesso a novas ideias e conhecimento

(PARRA-REQUENA; MOLINA-MORALES; GARCÍA-VILLAVERDE, 2010).

Nahapiet e Ghoshal (1998) apresentam três dimensões do capital social, sendo a

dimensão estrutural, a relacional e a cognitiva. A dimensão estrutural diz respeito à densidade

ou a dispersão dos laços, porém está relacionada com a dimensão relacional através da força

dos laços e com a dimensão cognitiva através do compartilhamento de metas e da cultura

(PARRA-REQUENA; MOLINA-MORALES; GARCÍA-VILLAVERDE, 2010). Diz respeito

ao padrão das ligações entre os atores (NAHAPIET, 2008).

O capital social relacional descreve o tipo de relações pessoais desenvolvidas e os ativos

criados e alavancados por meio de relacionamentos (NAHAPIET; GHOSAHL, 1998). Diz

respeito ao conteúdo das relações e influencia no comportamento dos relacionamentos entre os

atores, em função do compartilhamento (COLEMAN, 1998). Refere-se a todas as relações

estabelecidas entre as empresas, instituições e pessoas, que resultam da capacidade de

cooperação, de troca de habilidades e a interação entre os atores (CAPELLO; FAGGIAN,

2005). Os relacionamentos entre os atores, também, são chamados de laços, que podem

compreender a amizades, contatos sociais, relações de trabalho, relacionamentos de mercado,

entre outros (OERLEMANS; MEEUS; BOEKEMA, 2001).

Os laços locais caracterizam-se por influenciar uma rede local a formar laços

estabelecendo relacionamentos (GULATI; GARGIULO, 1999) entre estrutura social e

atividade econômica (GRANOVETTER, 1985). A formação dos relacionamentos

interorganizacionais contribui para uma maior capacidade de aprendizagem e troca de

informações (ALVES; PEREIRA, 2013).

Uma das bases para o aprendizado coletivo é o capital relacional por sua capacidade de

interação entre os atores locais devido a cultura próxima e também ao sentimento de pertença

(CAPELLO; FAGGIAN, 2005). Quanto mais forte for o capital relacional com os parceiros,

mais oportunidade de aprendizagem a empresa possui (KALE; SINGH; PERLMUTTER,

2000).

A dimensão cognitiva do capital social, é talvez a mais adequada para definir a

caracterização relacional de empresas aglomeradas, oferece uma explicação congruente da

capacidade das empresas de adquirir conhecimento, e consequentemente, melhorar a inovação

(PARRA-REQUENA; MOLINA-MORALES; GARCÍA-VILLAVERDE, 2010).

Entretanto, o acesso ao conhecimento depende da capacidade das empresas de

compartilhar sua cultura e suas metas com outros membros da aglomeração (STORPER, 1992),

ainda, está relacionada com a visão compartilhada entre os membros e inclui objetivos e

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aspirações coletivas (TSAI; GHOSHAL, 1998). Assim, entende-se que o capital social pode

influenciar a aprendizagem coletiva, e está exposto na próxima hipótese:

H1 – O capital social influencia positivamente a aprendizagem coletiva.

H1a - O capital social cognitivo influencia positivamente a aprendizagem coletiva.

H1b - O capital social estrutural influencia positivamente a aprendizagem coletiva.

H1c - O capital social relacional influencia positivamente a aprendizagem coletiva.

A ideia de uma atmosfera industrial apresentada por Marshall (1985), descreve que

muitas vezes o ambiente é propício para a reprodução da indústria em função da necessidade

de complementaridade dos negócios. Na concepção marshalliana a proximidade geográfica

resulta em economias externas, que são o resultado de boas condições físicas e climáticas do

ambiente em que estão inseridas, como terra, água, clima, solo, facilidade de acesso a outros

mercados, entre outros.

Essas características, assim como a regionalidade e o “terroir” são características únicas

que a geografia, a geologia e o clima oferecem em um determinado lugar, podem conferir um

estilo específico de determinada localidade (KING et al., 2014). Podem ainda concentrar alta

ou baixa tecnologia, fabricação ou serviços (PORTER, 1999).

Dessa forma, os aglomerados assumem um papel importante na estratégia das empresas,

sendo que os atributos que moldam o ambiente no qual as empresas locais concorrem, podem

ter a capacidade de transformar recursos básicos, como recursos naturais, infraestrutura,

educação em vantagens de especialização (PORTER, 1999). O compartilhamento destes

recursos possibilita às empresas à elaborar estratégias conjuntas que oportunizam vantagens

competitivas (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008).

Os recursos estratégicos da empresa podem ser considerados os ativos, os processos, as

capacidades da empresa, informações e conhecimentos que podem melhorar as suas

competências (BARNEY, 1991). Podem ser classificados como recursos, financeiros, recursos

físicos, recursos humanos e recursos organizacionais (GRANT, 1991; BARNEY; HESTERLY,

2011). Assim, sugere-se a hipótese seguinte:

H2 – As condições físicas e tecnológicas influenciam positivamente a aprendizagem

coletiva.

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2.4 Transferência de conhecimento em aglomerações

A aglomeração de empresas é determinada historicamente, em algum momento pode

causar a disseminação do conhecimento, acesso a insumos e especialização de mão-de-obra que

podem aumentar o desempenho das empresas que pertencem ao aglomerado (BRITO et al.,

2010). Uma das razões para a concentração geográfica de uma indústria é a existência de

retornos crescentes na produção individual (CLAVER; CASTEJÓN; GRACIA, 2012).

O conhecimento é um dos recursos estratégicos mais importantes que uma empresa pode

possuir (GRANT, 1996). O conhecimento é dividido em dois tipos: o conhecimento explícito,

onde a informação é definida como um conhecimento que pode ser transferido sem perda de

integridade; e o conhecimento tácito, ou know-how, que é considerado complexo e difícil de

codificar resultando em vantagem sustentável (KOGUT; ZANDER, 1992).

Estudos argumentam que empresas próximas permitem uma troca maior de informações

e fluxo de conhecimento (UTTERBACK, 1974; JAFFE; TRAJTENBERG; HENDERSON,

1993; TAKEDA et al., 2008; BALLAND; BOSCHMA; FRENKEN, 2014), maior vínculo das

relações, uma confiança maior entre as empresas (RUIZ-ORTEGA; PARRA-REQUENA;

GARCÍA-VILLAVERDE, 2016), e são consideradas como aceleradores da difusão do

conhecimento (BRENNER, 2001).

Neste sentido, a transferência de conhecimento entre as empresas aglomeradas é uma

das principais externalidades (KRUGMAN, 1991), é o processo pelo qual uma unidade é

afetada pela experiência da outra (ARGOTE; INGRAM, 2000). As ligações internas do

aglomerado podem ser fundamentais para os relacionamentos com outras empresas, o que

proporciona a construção de redes de absorção de conhecimento e parcerias sob as quais

mudanças tecnológicas podem surgir, sendo que as ligações externas ao aglomerado também

são fundamentais para que a aglomeração possa se renovar (SILVESTRE; DALCOL, 2008).

Muitas vezes, as diferenças observadas podem ser fracas, o que pode refletir em

informações redundantes e não contribuir para melhorias significativas das capacidades das

empresas do aglomerado (GLASMEIER, 1991). Em relação a aquisição de conhecimento,

resultados indicam que há diversidade de fluxo de conhecimento que é compartilhado nas

empresas aglomeradas (PANICCIA, 1998), onde pode-se esperar de empresas líderes no

aglomerado, esforços significativos para pesquisar e transmitir o conhecimento proveniente de

fontes externas (MORRISON, 2008).

Porém, a difusão do conhecimento em empresas aglomeradas também pode ser marcada

por rivalidade e competição, além da cooperação (SCHMITZ, 2000). O acesso a conhecimento

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pode depender da capacidade que as empresas têm de compartilhar suas metas, visões, valores

e a cultura do local, sendo mais relevantes em contextos de relações intensas entre as empresas

(RUIZ-ORTEGA; PARRA-REQUENA; GARCÍA-VILLAVERDE, 2016).

A aglomeração é alimentada pela concentração geográfica e pelo fluxo de conhecimento

(CLAVER; CASTEJÓN; GRACIA, 2012), o que pode facilitar a transferência de

conhecimento, pois aumenta o contato face a face, que é considerado um meio eficiente para a

transferência de conhecimento (DAFT; LENGEL, 1986). Assim, as empresas que estão mais

próximas, estão mais dispostas a trocar informações (UZZI, 1996).

A estrutura das relações entre as organizações pode afetar ou substituir informações, a

substituição acontece quando as informações de mercado são tão ambíguas que a estrutura das

relações é a melhor informação disponível, chama-se de mecanismos de contágio (BURT,

2000). Uma empresa é um repositório de conhecimento e a capacidade de acessá-lo e integrá-

lo efetivamente é uma fonte de vantagem competitiva (TSAI, 2001).

É reconhecido que as relações externas são necessárias para o desenvolvimento da

inovação e da aprendizagem ultrapassando relações díades, incluindo o efeito da estrutura e a

força dos laços e as interações entre as empresas (NOOTEBOOM, 2008). O capital social

aumenta a eficiência da difusão de informações, principalmente nas relações sociais que se

caracterizam por laços fracos ou buracos estruturais (BURT, 2000).

Por outro lado, os laços fortes e densos facilitam a construção da reputação, confiança,

normas sociais, facilitando também o papel do capital social (COLEMAN, 1988). Essa

diferença ocorre em função dos diferentes papéis que o capital social pode assumir, sendo o

acesso a novos conhecimentos, a produção de novos conhecimentos, a combinação de

competências complementares, entre outras (NOOTEBOOM, 2008). Há estudos que

encontraram evidências de que os laços fortes causam a transferência de conhecimento

complexo, e os laços fracos causam a transferência de conhecimento simples (HANSEN, 1999).

Além disso, Burt (2000) argumenta que é possível existir furos na estrutura social,

chamados de buracos estruturais, que separam fontes não redundantes de informação. São uma

oportunidade para intermediar o fluxo de informação entre as pessoas, seja entre contatos

coesivos, onde provavelmente as informações sejam semelhantes, ou, contatos equivalentes,

que possuem a mesma fonte de informação (BURT, 2000).

Ainda, pode-se dizer que possui recursos que consistem da estrutura social, facilitando

a ação de indivíduos dentro da estrutura (COLEMAN, 1988). O capital social estrutural diz

respeito as propriedades do sistema social e da rede de relações como um todo, descrevendo a

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33

configuração impessoal dos vínculos entre as pessoas ou unidades (NAHAPIET; GHOSHAL,

1998).

Está associado ao posicionamento do indivíduo na rede de relações, refere-se ao padrão

das conexões entre os atores (BURT, 2000). Essas relações são veículos que permitem o

intercâmbio de conhecimento em função da confiança mútua, da experiência e dos recursos

externos (OERLEMANS; MEEUS; BOEKEMA, 2001; BOSCHMA, 2005). Isso sugere a

seguinte hipótese:

H3 – O capital social influencia positivamente a transferência de conhecimento.

H3a – O capital social cognitivo influencia positivamente a transferência de

conhecimento.

H3b – O capital social estrutural influencia positivamente a transferência de

conhecimento.

H3c – O capital social relacional influencia positivamente a transferência de

conhecimento.

As economias externas têm grande importância e são obtidas pela concentração de

empresas similares em uma determinada região, que se beneficiam dos transbordamentos de

conhecimento e informações (MARSHALL, 1985). Há vários mecanismos para tornar o

conhecimento acessível a todos, como reuniões formais e informais com associações

profissionais, instituições locais como universidades e institutos técnicos, seminários,

workshops, etc. (DEL-CORTE-LORA; VALLET-BELLMUNT; MOLINA-MORALES,

2017). Assim, sugere-se a hipótese seguinte:

H4 – As condições físicas e tecnológicas influenciam positivamente a transferência de

conhecimento.

2.5 Inovação em aglomerações

As organizações se envolvem em um contínuo ciclo de inovação abrindo caminho a

novas oportunidades para agregar valor ao negócio (SAMSON; GLOET, 2014) onde tem como

finalidade manter a competitividade das empresas no mercado (KUHL et al., 2016). Trata-se

de um elemento fundamental para a competitividade e para a sobrevivência das empresas

(SCHUMPETER, 1960).

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O Manual de Oslo (OCDE, 2005) define inovação como sendo a implementação de um

produto, serviço ou processo novo ou melhorado na empresa, ainda um novo método

organizacional ou de marketing podendo ser caracterizada como inovação de produto ou

inovação de processo. Para Schumpeter (1960), a inovação pode surgir de cinco formas:

a) introdução de um novo bem ou alterações de um bem existente;

b) introdução de um novo método de produção ou processo que seja novo para

determinada indústria;

c) abertura de um novo mercado;

d) introdução de uma nova fonte de matéria prima ou de insumos;

e) criação de uma nova forma de organização da indústria.

Esta classificação é verificada também no Manual de OSLO (2005), porém está

classificada em quatro tipos:

a) inovação de produto ou serviço: consiste na criação de novo produto ou serviço, ou

o aprimoramento significativo de suas características;

b) inovação de processo: compreende mudanças na forma em que os produtos e serviços

são criados ou entregues;

c) inovação em marketing: integra um novo método de marketing, sendo com mudanças

na concepção do produto ou embalagem, no posicionamento do produto ou em sua

promoção e fixação de preço. Busca atender à necessidade de clientes;

d) inovação organizacional: se dá pela implementação de um novo modelo

organizacional nas práticas de negócio da empresa relacionadas a decisões

estratégicas.

Assim, a inovação das empresas trata do desenvolvimento de novos produtos ou

serviços, bem como de sistemas administrativos e é uma fonte de vantagem competitiva

sustentável (DAMANPOUR, 1991). Pode ser avaliada sob perspectivas tecnológicas,

posicionando a pesquisa e desenvolvimento (P&D), e perspectivas humanas (YANG; HSU,

2010). A inovação não é construída apenas com os recursos que a empresa desenvolve em seu

ambiente interno, mas também pelo acesso externo de recursos e capacidades que a empresa

pode obter através de suas relações (SODA, 2011).

Dessa forma, a proximidade geográfica pode se tornar essencial para que as empresas

aumentem a sua capacidade de inovar, independentemente de suas características internas

(LAIMER, 2013). As vantagens dos aglomerados em perceber as oportunidades de inovação

são significativas, em função da pressão competitiva e comparativa dos pares, característico de

regiões concentradas geograficamente (PORTER, 1999).

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Os efeitos da proximidade geográfica sobre a inovação não podem ser entendidos sem

considerar a estrutura relacional da localização (WHITTINGTON; OWEN-SMITH;

POWELL, 2009). Se o comportamento dos parceiros estiver alinhado com suas expectativas

mútuas durante a colaboração, repetir essa troca de laços inovadores une os atores através da

amizade e confiança (GULATTI; GARGIULO, 1999).

Estudos indicam que empresas são mais propensas a inovar se estiverem localizadas em

uma região onde a presença de outras empresas com a mesma especialidade seja forte, já o

efeito da proximidade de empresas em outras indústrias parece não ser significativo

(BAPTISTA; SWANN, 1998). Uma das referências deste fenômeno de inovação localizada é

o Vale do Silício (SCOTT; STORPER, 2003).

A gestão da inovação enfrenta vários desafios, as preocupações devem estar voltadas

nos indivíduos e não apenas nos processos e métricas, pois é por meio das pessoas, seus valores,

cultura, experiência e conhecimento, e por meio de sua interação com o ambiente que criam e

inovam, assim o estímulo à cooperação pode ser um aliado (MOREIRA; STRAMAR, 2014).

As empresas sofrem diversas influências nas atividades que desenvolvem na busca por

inovação contínua e duradoura, sendo necessário um grande esforço para se adaptar e se ajustar

ao ambiente proporcionando a continuidade da empresa (FREZATTI et al., 2014). A gestão do

conhecimento pode melhorar a capacidade inovadora, envolvendo a gestão de interações

externas e a busca de conhecimento externo e ainda, a gestão de fluxos internos de

conhecimento (OCDE, 2005).

Del-Corte-Lora, Vallet-Bellmunt e Molina-Morales (2017) afirmam que existem duas

maneiras de acessar a informações e novas ideias a fim de gerar a inovação: melhorar sua

posição na rede ou promover a criatividade dentro da organização. As empresas ganham

benefícios estratégicos através do acesso ao volume de conhecimento que aumenta o grau em

que podem aprender (TSAI, 2001). Após a contribuição seminal de Marshall, estudiosos

enfatizaram a importância dos spillovers de conhecimento para a inovação devido ao fato de se

beneficiarem da disponibilidade de mão de obra qualificada em função da proximidade

geográfica e social (GIULIANI; BELL, 2005).

Os laços existentes entre as empresas fornecem canais que distribuem informações e o

conhecimento, de forma a estimular atividades inovadoras (TSAI, 2001). O envolvimento entre

produtores, fornecedores, clientes estando próximos uns dos outros, não só fisicamente, mas

cognitivamente, favorecem o acesso ao conhecimento e incentivam a inovação (MASKELL;

MALMBERG, 1999). Isso sugere as seguintes hipóteses:

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H5 – A aprendizagem coletiva influencia positivamente a inovação.

H6 – A transferência de conhecimento influencia positivamente a inovação.

2.6 Desempenho em aglomerações

Empresas que criam valor acima da média tendem a apresentar melhores resultados,

sendo que o desempenho organizacional pode ser afetado de diferentes formas (LADEIRA et

al., 2016). A mensuração do desempenho empresarial é a forma de entender se os objetivos

traçados estão sendo alcançados, sendo que o mesmo pode ser avaliado a partir dos recursos

estratégicos das empresas, podendo os recursos serem de capital humano, de capital, estrutural

ou físico (BEUREN; MARCELLO, 2016).

O desempenho econômico das empresas pode ser determinado pela capacidade de se

adaptar as mudanças, porém essa capacidade não deve ser entendida olhando para apenas uma

empresa, pois o que existe é a capacidade coletiva de lidar com tais mudanças no mercado

(SILVA, 2014). Pode-se relacionar a medida de desempenho com as vendas e as informações

do lucro das empresas (HUNG et al., 2010).

O desempenho não é um construto simples, e há várias dimensões utilizadas na literatura

para operacionalizar suas medidas (BRITO; BRITO; MORGANTI, 2009). Venkatraman e

Ramanujam (1986) propõe dimensões de desempenho organizacional sendo, financeiro,

operacional e a eficácia organizacional.

Ainda, o desempenho pode ser medido como desempenho de mercado ou financeiro,

sendo o desempenho de mercado indicativo da participação de mercado da empresa, volume e

crescimento de vendas, já o desempenho financeiro está relacionado a rentabilidade, como

margem de lucro (WANG; AHMED, 2007). O modelo de aglomerações não é sempre associado

a desempenho superior, pois contém muitas condições internas que podem influenciar a sua

sobrevivência (PANICCIA, 1998).

Porém, estudos apontam que as empresas aglomeradas obtêm um desempenho maior do

que as empresas fora da aglomeração (RUIZ-ORTEGA; PARRA-REQUENA; GARCÍA-

VILLAVERDE, 2016). Esse fenômeno se justifica pelo desenvolvimento de economias de

aglomeração (MARSHALL, 1985) e por uma combinação de fatores como conhecimento

(GRANT, 1996) e inovação (DAMANPOUR, 1991).

O acesso facilitado a informações e recursos, melhoram o desempenho

(WHITTINGTON; OWEN-SMITH; POWELL, 2009). A capacidade de aprendizagem interna

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é que efetivamente afeta o desempenho da empresa (TSAI, 2001). Assim, sugere-se a seguinte

hipótese:

H7 – A aprendizagem coletiva influencia positivamente o desempenho.

A frequência de interações, facilita a difusão de informações, onde as empresas que

pertencem a aglomeração tendem a se esforçar pelo desenvolvimento de relacionamentos

construtivos que podem influenciar seus interesses (PORTER, 1999). A capacidade de absorver

novos conhecimentos é que afeta o desempenho das empresas (TSAI, 2001), ou seja, a

transferência de conhecimento pode ser medida pelo desempenho da empresa (ARGOTE;

INGRAM, 2000; INKPEN; TSANG, 2005).

O desempenho superior em aglomerações de empresas está intimamente relacionado

com a transferência de conhecimento (DAFT; LENGEL, 1986). Sendo que o conhecimento não

é apenas usado, mas também criado como parte do desempenho de todas as atividades da

empresa (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Dessa forma, apresenta-se a seguinte hipótese:

H8 – A transferência de conhecimento influencia positivamente o desempenho.

As atividades inovadoras dentro das empresas têm sido vistas como um condutor natural

de melhoria de desempenho, transformam a presença destas empresas no mercado e

disseminam essas inovações para seus clientes e potenciais clientes (LIAO; RICE; LU, 2015).

A capacidade de inovar é um dos fatores mais importantes que influenciam o desempenho dos

negócios (HURLEY; HULT, 1998; ZAHEER; BELL, 2005).

As empresas que buscam colaborar para o desenvolvimento de inovações apresentam

um maior desempenho, independente do porte (HUHL et al., 2016). As afirmações sugerem a

hipótese a seguir:

H9 – A inovação tem efeito positivo sobre o desempenho.

2.7 Modelo teórico da pesquisa

Após apresentar os fundamentos teóricos que dão suporte ao trabalho, é possível

apresentar o modelo teórico da pesquisa que delimita os objetivos do estudo (Figura 2), que

busca investigar o papel das aglomerações territoriais no desenvolvimento de inovações e na

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melhoria do desempenho das empresas em regiões vitivinícolas, considerando o capital social,

as condições físicas e tecnológicas, a aprendizagem coletiva e a transferência de conhecimento.

O modelo teórico apresentado leva em consideração as hipóteses desenvolvidas a partir da

literatura.

Figura 2 - Modelo teórico da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

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3 MÉTODO

Este capítulo tem por objetivo apresentar os procedimentos metodológicos utilizados

para a formulação do problema de pesquisa e objetivos propostos pelo estudo, assim como na

execução dos mesmos. O objetivo do estudo consiste em investigar o papel das aglomerações

territoriais no desenvolvimento de inovações e na melhoria do desempenho das empresas em

regiões vitivinícolas.

Configura-se por ser uma pesquisa de natureza quantitativa, de caráter descritivo e

corte transversal, com utilização da técnica de coleta de dados realizada através de

questionário estruturado. A pesquisa quantitativa busca apresentar dados, indicadores e

tendências observáveis (MINAYO; SANCHES, 1993), sendo que a escolha do ponto de vista

descritivo tem como objetivo principal estudar as características de determinada população ou

fenômeno de relações entre variáveis (GIL, 2006).

Além disso, trata-se de uma survey que apresenta corte transversal, pois foi extraída

de uma amostra da população objeto deste estudo, sendo que as informações foram obtidas

somente uma vez (MALHOTRA, 2012). As pesquisas do tipo survey caracterizam-se por

interrogar diretamente as pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, sendo as

informações solicitadas a um grupo significativo de pessoas acerca do problema que será

estudado (GIL, 2006).

3.1 População e Amostra de Pesquisa

A população ou universo de um estudo refere-se ao total de habitantes de determinado

lugar, sendo um conjunto de elementos que possuem determinadas características (GIL, 2006)

e informações procuradas pelo pesquisador (MALHOTRA, 2012). Assim, a população-alvo

deste estudo são as empresas vitivinícolas localizadas no estado do Rio Grande do Sul.

A formação de aglomerações acontece pela existência de Pequenas e Médias Empresas

(PMEs) que necessitam de apoio, com isso o Brasil, torna-se um campo fértil para pesquisas

em aglomerações em função da existência de muitas regiões industriais (ANDRADE;

HOFFMANN, 2010). Observa-se novas aglomerações surgindo em regiões periféricas, o que

acaba induzindo pesquisas sobre concentração industrial, podendo assim contribuir para que

esses estudos sejam debatidos na comunidade acadêmica e nos órgãos de desenvolvimento

local e regional (ALMEIDA; SILVA, 72015).

l

ç

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40

Com o crescimento das plantações de uva, sendo aproximadamente 80 mil hectares de

vinhedos, o Brasil possui várias regiões produtoras (Figura 3), sendo as mais representativas

localizadas em: São Francisco, em Petrolina (PE); São Joaquim, em Santa Catarina; Vale dos

Vinhedos e Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, responsáveis por 90% da produção

brasileira (IBRAVIN, 2016). O Estado do Rio Grande do Sul planta 10.000 hectares de uvas

vitis viníferas para produção de vinhos finos, contando com aproximadamente 150 vinícolas,

além de 1.000 outras vinícolas, a maioria pequenas propriedades dedicadas a produção de

vinhos de mesa ou artesanais (VINHOSDOBRASIL, 2017).

Em 2017, o estado do Rio Grande do Sul produziu um volume de uva 5,8% maior do

que o recorde registrado em 2011, totalizando mais de 750 mil toneladas processadas em 418

vinícolas, sendo produzidas em 68 municípios no estado (SAPI, 2018). Ainda, o estado possui

673 vinícolas ativas, sendo que em 2017 a produção de uvas foi realizada em 136 municípios.

Figura 3 - Regiões vitivinícolas no Brasil

Fonte: Adaptado de Vinhos do Brasil (2017).

O país é considerado o quinto maior produtor de vinho do Hemisfério Sul e é um dos

mercados que mais cresce (VINHOSDOBRASIL, 2017). No Rio Grande do Sul, a história do

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vinho iniciou em 1626 com a chegada dos jesuítas à região das Missões, mas foi em 1881 que

se registrou a elaboração de vinho no Vale dos Vinhedos e somente entre as décadas e 1980 e

1990 que ganha impulso com o acesso a diferentes estilos de vinho e aumento na qualidade,

conquistando em 2002 a Indicação de Procedência (IBRAVIN, 2017).

Muitos estudos buscam compreender a indústria vinícola estabelecida na Serra

Gaúcha, a exemplo do Vale dos Vinhedos, estudada por Wilk e Fensterseifer (2003), onde

buscaram identificar os recursos e capacidades compartilhadas na concentração de empresas.

Seus achados conduzem a importância das características idiossincráticas que esse grupo de

empresas possui e que devem ser avaliadas, pois são condições únicas para a competitividade.

O estudo de Farias (2010) buscou caracterizar e avaliar os processos de aprendizado

que conduzem para o fortalecimento da inovação e da cooperação das empresas vinícolas na

Serra Gaúcha, entre outros estudos (ZANINI; DA ROCHA, 2010; ZANCAN; SANTOS;

CRUZ, 2013).

Dessa forma, a escolha por aglomerações vitivinícolas como objeto de estudo se

justifica pelo crescimento do setor uma vez que analisar se há relação entre a proximidade

geográfica, o capital social e as condições físicas e tecnológicas podem influenciar na

aprendizagem coletiva e na transferência de conhecimento, e se essa influência provoca

inovações que podem impactar no desempenho das empresas. Houve um crescimento em

número de propriedades vinícolas no Rio Grande do Sul de 1995 à 2015 de 11,7%, ainda,

neste mesmo período a área plantada na região teve crescimento de mais de 65% (EMBRAPA,

2017).

Conforme as regiões vitivinícolas apresentadas na Figura 3, buscou-se identificar

quantas vinícolas fazem parte de cada aglomeração para levantamento da população existente

(Tabela 2) e também quais são estas vinícolas (Apêndice A). Tal levantamento teve que

considerar várias fontes de informação como a Associação Gaúcha de Vinicultores (AGAVI),

Wine of Brasil, Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Vinho Virtual, isso, pois não há

um banco de dados específico que apresente as informações necessárias. Dessa forma, mesmo

que estas bases tragam dados das mesmas regiões, ainda assim, os dados são discrepantes, por

isso optou-se por unificá-los, utilizando as quatro fontes de informação, ou seja, a base

utilizada é oriunda de várias bases de dados.

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Tabela 2 - Elementos da amostra de aglomerações vitivinícolas a serem pesquisadas

Aglomerações População Amostra %

Alto Uruguai – RS

Campanha Gaúcha – RS

Campos de Cima da Serra – RS

Serra Gaúcha – RS

11

08

07

322

06

01

01

41

54,54

12,50

14,28

12,73

Total de empresas 348 49 14,08

Fonte: Elaborado com base em ABS (2017), AGAVI (2017), Vinho Virtual (2017) e Wine of Brasil (2017).

Em relação ao processo de amostragem, para que uma amostra apresente veracidade

nas características do universo pesquisado, deve conter um número suficiente de casos, sendo

que muitas vezes este número dependente de fatores como a extensão do universo, erro

máximo permitido, nível de confiança estabelecido (GIL, 2006). O processo de escolha das

empresas que participaram do estudo, considerou a possibilidade de amostragem não

probabilística e utilizando a técnica de amostragem por conveniência (MALHOTRA, 2012).

A utilização desta técnica se dá pela limitação na quantificação do universo a ser

pesquisado, em função da diferença dos dados em cada base pesquisada. Não há uma base

única com informações precisas e atualizadas de cada aglomeração, as informações de

produção de uva e vinho são escassas e as bases disponíveis são divergentes.

Assim, com base nas informações pesquisadas, foram definidas as amostras a serem

pesquisadas (conforme Tabela 2). O plano inicial era de realizar a pesquisa em todo o universo

das aglomerações, porém, devido à dificuldade em buscar informações fidedignas e completas

com todas as empresas de cada aglomeração, optou-se por realizar um estudo através de

amostragem.

3.2 Coleta de Dados

A coleta de dados foi dividida em duas etapas, sendo uma exploratória e outra

descritiva. A etapa exploratória busca aproximar-se do fenômeno para conseguir uma nova

compreensão (HAIR JR. et al., 2005), ou seja, nesta etapa buscou-se obter informações e

dados estatísticos em instituições locais e regionais, a fim de conhecer os aspectos referentes

às empresas e às aglomerações.

A etapa descritiva tem como objetivo descrever as demais etapas de pesquisa, visando

estruturar os procedimentos de coleta de dados, utilizando-se de informações coletadas na fase

exploratória que possibilitou a coleta dos dados. Desse modo, a pesquisa caracteriza-se como

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uma survey de caráter transversal, a qual envolve a coleta de informações de uma amostra de

uma única vez (MALHOTRA, 2012). A coleta de dados se deu através de questionário que

foi aplicado em cada empresa vinícola pertencente as aglomerações do universo estudado.

O questionário foi desenvolvido com base na literatura de aprendizagem coletiva,

transferência de conhecimento, proximidade geográfica, capital social, condições físicas e

tecnológicas, inovação e desempenho. Os estudos que serviram de base para a pesquisa e as

variáveis consideradas para a construção do instrumento estão apresentados no Quadro 3. Para

uma melhor análise e apresentação dos dados as variáveis foram codificadas.

A validade do instrumento de coleta de dados foi verificada antes da sua aplicação,

através de três especialistas, os quais são pesquisadores com experiência no tema abordado e,

ainda, passou pela avaliação de dois especialistas da área, que atuam como profissionais de

mercado. Após a validação e as correções pertinentes às considerações, submeteu-se o

questionário a três empresas vinícolas, para que os proprietários pudessem contribuir e avaliar

o desenvolvimento do instrumento, apresentando melhorias e possíveis falhas. O pré-teste

trata-se da aplicação do questionário a uma pequena amostra que possa representar a

população estudada, buscando identificar possíveis problemas ou falta de clareza das questões

do instrumento, para exaurir suas falhas antes da coleta (MALHOTRA, 2012).

As empresas definidas para o pré-teste seguiram o mesmo sentido da pesquisa, sendo

amostra não probabilística que foi selecionada através da técnica de amostragem por

conveniência, onde optou-se por empresas com facilidade de acesso aos entrevistados. Em

função do pré-teste, algumas questões sofreram alterações, de modo a facilitar a interpretação

dos respondentes, com isso, os dados coletados na fase do pré-teste não foram incluídos na

amostra da pesquisa.

Dessa forma, foi apresentado um questionário com 49 questões, com a seguinte

estrutura (Apêndice B):

a) Apresentação dos pesquisadores e das informações introdutórias para o início do

questionário. Destacou-se a importância e o objetivo do estudo;

b) Questões de abertura, tanto questões abertas quanto múltipla escolha para

caracterizar o respondente e a empresa participante. Entre as variáveis

relacionadas, estão questões de controle como, o ano de fundação da empresa, o

número de funcionários, porte da empresa e o município. Além disso, informações

da produção de uva e de vinho e a identificação de associações que possam fazer

parte;

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c) Questões fechadas referente ao grau de concordância do respondente com as

afirmações elaboradas para o teste das hipóteses. Entre as variáveis que compõe

esta seção do questionário, estão a aprendizagem coletiva, a transferência de

conhecimento, o capital social (estrutural, relacional e cognitivo), as condições

físicas e tecnológicas, a inovação e o desempenho. O grau de concordância com as

afirmações elaboradas para a testagem das hipóteses será mensurado com base em

uma escala intervalar ampliada do tipo Likert de onze pontos, variando de 0

(discordo totalmente) a 10 (concordo totalmente).

A escala Likert possui características de descrição, ordem e distância, assim sendo de

fácil entendimento para o respondente (MALHOTRA, 2012). O fato da escala ser de onze

pontos para avaliar o grau de concordância, facilita a interpretação por parte dos respondentes,

visto que normalmente as pessoas são familiarizadas com esta referência, um exemplo são as

avaliações escolares (LAIMER; LAIMER, 2017). Entende-se que facilita ao respondente

ponderar a sua resposta e compreender a forma de avaliação, o que melhora a confiabilidade

e a validade da escala.

A aplicação do questionário ocorreu no período compreendido entre os meses de

outubro a dezembro de 2017. A coleta foi realizada através de duas modalidades: online e

presencial. Foram estabelecidos como potenciais respondentes os indivíduos que fazem parte

da gestão, sendo proprietários ou responsáveis pelas empresas vinícolas, ou profissionais-

chave que estão diretamente envolvidos com o processo de produção e desenvolvimento.

Na modalidade online, o questionário foi adequado para a plataforma Google Forms,

que permite converter o instrumento físico em um link, enviado pelo pesquisador às empresas

vinícolas potenciais. O link foi encaminhado junto a um e-mail de apresentação da pesquisa e

da pesquisadora para as empresas vinícolas que estavam cadastrados no SisDeclara (Sistema

Integrado de Declarações Vinícolas) no ano de 2017. Essas informações foram obtidas junto

ao IBRAVIN.

Na modalidade presencial, a pesquisadora dirigiu-se até a sede das empresas vinícolas,

onde realizou a coleta de dados. Onde houve disponibilidade para a realização imediata, foi

realizada com o gestor ou responsável. Nos casos de indisponibilidade, o questionário foi

deixado e posteriormente recolhido pela pesquisadora, em alguns casos obteve-se o contato

correto e a pesquisadora encaminhou e-mail com as informações da pesquisa e o link para

acesso ao questionário online.

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Quadro 2 - Construtos e variáveis utilizados na elaboração do questionário Construtos Variável analisada Autores

Caracterização

da empresa

Nome da empresa

Elaborado pela autora

Município

Ano de fundação da empresa

Número de funcionários

Porte da empresa

Aglomeração

Produção de vinho BRITO; ALBUQUERQUE,

2002; CROCCO et al., 2006;

ALMEIDA; SILVA, 2015;

OLIVEIRA; SPERB, 2016

Produção de uva

Área plantada

Associação da qual faz parte

Aprendizagem

Coletiva (AC)

AC1: Interação com outras vinícolas e entidades em

reuniões, cursos, feiras, etc.

KALE; SINGH; PELMUTTER,

2000; RUIZ-ORTEGA;

PARRA-REQUENA;

GARCÍA-VILLAVERDE,

2016.

AC2: Interação com outras vinícolas e entidades em

festas e eventos sociais e de lazer

AC3_a: Interação através do contato pessoas/presencial

(face a face)

AC3_b: Interação através do contato por telefone

AC3_c: Interação através do contato por e-mail

AC3_d: Interação através de outra forma de contato

AC3_d_qual: Qual forma de contato (se for o caso)

AC4_a: Usa conhecimentos gerados por outras vinícolas

AC4_b: Usa conhecimentos gerados por fornecedores

AC4_c: Usa conhecimentos gerados por loja

especializada

AC4_d: Usa conhecimentos gerados por hotéis e

restaurantes

AC4_e: Usa conhecimentos gerados por supermercados

AC4_f: Usa conhecimentos gerados por

atacado/distribuidor

AC4_g: Usa conhecimentos gerados por Emater

AC4_h: Usa conhecimentos gerados por Embrapa

AC4_i: Usa conhecimentos gerados por Ibravin

AC4_j: Usa conhecimentos gerados por Sindivinho

AC4_l: Usa conhecimentos gerados por universidades

AC4_m: Usa conhecimentos gerados por associação

empresarial

AC4_n: Usa conhecimentos gerados por outro (que não

citado anteriormente)

AC4_n_qual: Qual?

Transferência de

Conhecimento

(TC)

TC5: Participa de reuniões técnicas para troca de

conhecimento sobre produção de uva ou vinho GIULIANI; BELL, 2005;

BELL; ZAHEER, 2007; DEL-

CORTE-LORA; MOLINA-

MORALES; VALLET-

BELLMUNT, 2016.

TC6: Desenvolve projeto com outras vinícolas ou

entidades

TC7: Realiza a compra e venda em conjunto com outra

vinícola

TC8: Realiza a produção em conjunto com outra

vinícola

Capital Social

(CS)

Capital Social Estrutural (CSE)

NAHAPIET; GHOSHAL, 1998;

RUIZ-ORTEGA; PARRA-

REQUENA; GARCÍA-

VILLAVERDE, 2016.

CSE_10: Mantém contato frequente com outras

vinícolas

CSE_11: Conhecemos pessoalmente as vinícolas no qual mantemos contato

CSE_12: Os contatos se conhecem.

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46

Construtos Variável analisada Autores

CSE_13: Participam de eventos sociais e de lazer com

outras vinícolas

CSE_14: Trocam informações e conhecimentos sobre a

produção de uva e vinho

CSE_15: As vinícolas que trocam informações se

conhecem

Capital Social Relacional (CSR)

CSR_16: Existem relacionamentos interpessoais.

CSR_17: Os relacionamentos são caracterizados pelo

respeito mútuo

CSR_18: Os relacionamentos são caracterizados pela

confiança mútua

CSR_19: Os relacionamentos são caracterizados pela

reciprocidade

CSR_20: Os relacionamentos são caracterizados pela

amizade pessoal

Capital Social Cognitivo (CSC)

CSC_21: Compartilha dos mesmos interesses das outras

vinícolas

CSC_22: Tem interesse em buscar objetivos comuns

CSC_23: Compartilha os seus objetivos com outras

vinícolas

CSC_24: Entende a estratégia e necessidade das outras

vinícolas

CSC_25: Os funcionários cooperam entre si

CSC_26: As vinícolas concordam sobre a forma de

cooperar

Inovação

(INOV)

INOV_27: Desenvolveu inovação de processo ou

produto em conjunto com outras vinícolas

SCHUMPETER, 1960; OCDE,

2005; YANG; HSU, 2010.

INOV_28: Desenvolveu projeto de pesquisa em

conjunto com outras vinícolas

INOV_29: Desenvolveu novos produtos ou processos

nos últimos 5 anos

INOV_30: Melhorou produtos ou processos nos últimos

5 anos

INOV_31: Investiu em pesquisa e desenvolvimento nos

últimos 5 anos

INOV_32: Investiu em treinamento de funcionários para

a inovação nos últimos 5 anos

Condições

Físicas e

Tecnológicas

(CFT)

CFT_33: Tem acesso a novas tecnologias

MARSHALL, 1985; BARNEY,

1991; GRANT, 1991;

PORTER,1999; BARNEY;

HESTERLY, 2011

CFT_34: Tem acesso a insumos e matéria-prima

CFT_35: Tem acesso a mão-de-obra qualificada

CFT_36: Tem acesso a recursos financeiros

CFT_37: Tem acesso a condições favoráveis (solo,

clima, etc.)

CFT_38: Tem acesso a instituições de apoio

CFT_39: Tem fornecedores regionais

CFT_40: Tem compradores regionais

Desempenho

(DESEMP)

DESEMP_41: Aumento no faturamento nos últimos 5

anos

VENKATRAMAN;

RAMANUJAM, 1986; WANG;

HAMED, 2007; HUNG et al.,

2010.

DESEMP_42: Crescimento nas vendas nos últimos 5

anos

DESEMP_43: Redução de custos de produção nos

últimos 5 anos

DESEMP_44: Aumento de rentabilidade nos últimos 5

anos

DESEMP_45: Aumento de produtividade nos últimos 5

anos

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47

Construtos Variável analisada Autores

DESEMP_46: Aumento no lucro dos últimos 5 anos

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

3.3 Análise de dados

A pesquisa visa responder aos objetivos e hipóteses elaboradas, dessa forma foi

necessário a realização de testes estatísticos, a partir dos dados que foram coletados, onde

envolveu diversos procedimentos. Para uma melhor compreensão, apresenta-se as técnicas de

análise para cada um dos objetivos (Quadro 4).

Quadro 3 - Técnicas de análise de dados Etapa Objetivo Hipótese Técnica de análise

1

Verificar se o capital social

influência a aprendizagem coletiva

e a transferência de conhecimento

das empresas nas aglomerações

vitivinícolas.

H1 – O capital social influencia

positivamente a aprendizagem

coletiva.

Regressão

H1a - O capital social cognitivo

influencia positivamente a

aprendizagem coletiva.

H1b - O capital social estrutural

influencia positivamente a

aprendizagem coletiva.

H1c - O capital social relacional

influencia positivamente a

aprendizagem coletiva.

H3 – O capital social influencia

positivamente a transferência de

conhecimento.

H3a – O capital social cognitivo

influencia positivamente a

transferência de conhecimento.

H3b – O capital social estrutural

influencia positivamente a

transferência de conhecimento.

H3c – O capital social relacional

influencia positivamente a

transferência de conhecimento.

2

Verificar se as condições físicas e

tecnológicas influenciam a

aprendizagem coletiva e a

transferência de conhecimento das

empresas nas aglomerações

vitivinícolas.

H2 – As condições físicas e

tecnológicas influenciam

positivamente a aprendizagem

coletiva. Regressão

H4 – As condições físicas e

tecnológicas influenciam

positivamente a transferência de

conhecimento.

3

Analisar o efeito da aprendizagem

coletiva na inovação e no

desempenho das empresas nas

aglomerações vitivinícolas.

H5 – A aprendizagem coletiva

influencia positivamente a

inovação. Regressão

H7 – A aprendizagem coletiva

influencia positivamente o

desempenho.

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48

Etapa Objetivo Hipótese Técnica de análise

4

Analisar o efeito da transferência de

conhecimento na inovação e no

desempenho das empresas nas

aglomerações vitivinícolas.

H6 – A transferência de

conhecimento influencia

positivamente a inovação. Regressão

H8 – A transferência de

conhecimento influencia

positivamente o desempenho.

5 Analisar o efeito da inovação no

desempenho.

H9 – A inovação tem efeito

positivo sobre o desempenho. Regressão

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Após a coleta de dados, os dados foram tabulados em uma planilha eletrônica, sendo

posteriormente analisados no programa estatístico IBM SPSS Statistics, versão 21. A amostra

obtida na coleta de dados foi de 49 respondentes (empresas vinícolas). Dos 49 respondentes,

28 foram obtidos através da modalidade online e 21 obtidos através da modalidade presencial.

A partir dessa amostra, foi realizada a depuração dos dados conforme procedimento a seguir:

a) eliminação de questionários com mais de 10% de respostas faltantes (mais de cinco

respostas) no bloco que corresponde à testagem de hipóteses. Através desse

procedimento não foram eliminados nenhum questionário;

b) para os questionários que apresentaram respostas faltantes no bloco que

corresponde à testagem de hipóteses em um nível inferior a 10 % (menos de cinco

respostas), foi utilizado o procedimento de substituição pela média das respostas da

variável a qual pertence a questão. Esse procedimento foi realizado em 4

questionários online e 2 questionários presenciais, no total 6 casos receberam esse

tratamento;

c) verificação da consistência das respostas, eliminando os questionários com

respostas somente nos extremos das escalas, respondendo 0 ou 10. Não foi

eliminado nenhum questionário.

Após a purificação da base de dados, não foi necessário eliminar questionários, sendo

assim, o tamanho final da amostra foi composta por 49 respondentes (questionários) válidos.

Para facilitar a análise e a interpretação dos dados optou-se por unificar as amostras em uma

base de dados única. Porém, para isso é necessário que haja a homogeneidade das variâncias

entre as amostras e que não exista uma diferença significativa entre as médias das repostas

entre as mesmas (MALHOTRA, 2012).

Adotou-se a estatística descritiva como primeiro passo para organizar e sintetizar os

dados da amostra, sendo possível interpretá-los (MALHOTRA, 2012). Dessa forma, as

médias e os desvios-padrão de cada amostra foram calculados, permitindo a utilização da

estatística inferencial para análise dos dados. Para a verificação da homogeneidade da

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49

variância entre as duas amostras independentes e a comparação entre as médias de respostas,

utilizou-se o Teste F (HAIR Jr. et al., 2009) (Tabela 2).

Ainda, utilizou-se o Teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S) para calcular o nível de

significância para as diferenças em relação a uma distribuição normal (HAIR Jr. et al., 2009).

Tabela 3 - Homogeneidade da variância de duas amostras e teste K-S

Constructo Variável Amostra N°

emp. Média

Desvio

padrão F

Kolmogorov-

Smirnov

Aprendizagem

Coletiva

AC1 PRESENCIAL 21 8,3810 2,2017 1,1605 0,8248

ONLINE 28 7,4286 3,0481

AC2 PRESENCIAL 21 7,3333 2,6141 0,1892 0,3299

ONLINE 28 7,1429 3,0637

AC3_a PRESENCIAL 21 8,2857 1,7928 9,536* 1,0310

ONLINE 28 6,4643 3,1089

AC3_b PRESENCIAL 21 7,6190 2,1325 1,5976 0,6598

ONLINE 28 6,5000 2,7822

AC3_c PRESENCIAL 21 6,0476 3,8403 1,8720 0,7011

ONLINE 28 6,8571 3,0758

AC3_d PRESENCIAL 21 2,5238 3,9449 0,0394 1,3887

ONLINE 21 5,6667 4,0042

AC4_a PRESENCIAL 21 5,3333 3,3665 0,6860 0,5361

ONLINE 28 6,1071 2,9103

AC4_b PRESENCIAL 21 6,6190 2,6921 0,0022 0,3299

ONLINE 28 6,7857 2,4549

AC4_c PRESENCIAL 21 3,3810 3,4710 4,4632 1,5259

ONLINE 28 6,1786 2,6113

AC4_d PRESENCIAL 21 4,7619 3,2696 0,1223 0,5361

ONLINE 28 5,0000 3,0671

AC4_e PRESENCIAL 21 2,0952 3,2234 0,4013 1,0310

ONLINE 28 3,5357 3,4371

AC4_f PRESENCIAL 21 2,4762 3,2957 0,3997 1,0310

ONLINE 28 3,7857 2,9232

AC4_g PRESENCIAL 21 4,0000 3,7815 0,0101 0,3712

ONLINE 28 3,5000 3,6667

AC4_h PRESENCIAL 21 6,3333 3,0714 0,2378 0,6598

ONLINE 28 5,2500 3,4708

AC4_i PRESENCIAL 21 6,6667 3,2301 1,6771 0,8660

ONLINE 28 5,4286 3,7950

AC4_j PRESENCIAL 21 3,1905 3,3559 0,0188 0,4536

ONLINE 28 3,8214 3,3999

AC4_l PRESENCIAL 21 4,2381 3,3302 0,4994 0,6598

ONLINE 28 4,5357 3,5011

AC4_m PRESENCIAL 21 0,4286 1,3628 29,982* 2,2681*

ONLINE 28 4,6786 3,6215

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50

Constructo Variável Amostra N°

emp. Média

Desvio

padrão F

Kolmogorov-

Smirnov

AC4_n PRESENCIAL 21 5,0952 4,6894 11,661* 1,3608*

ONLINE 28 1,6071 3,3702

Transferência

de

Conhecimento

TC5 PRESENCIAL 21 7,1905 3,1404 0,0496 0,3712

ONLINE 28 7,1071 3,0953

TC6 PRESENCIAL 21 4,1905 3,9066 0,1550 0,4536

ONLINE 28 4,6429 4,0663

TC7 PRESENCIAL 21 1,9048 2,9984 0,0609 0,4124

ONLINE 28 2,1429 3,0150

TC8 PRESENCIAL 21 1,5714 2,8561 6,9745 1,2372

ONLINE 28 3,9643 3,8440

Capital Social

Estrutural

CSE10 PRESENCIAL 21 8,4286 1,8323 4,8995 0,7423

ONLINE 28 7,0357 3,2143

CSE11 PRESENCIAL 21 9,0476 1,8021 3,6130 1,5671*

ONLINE 28 7,4643 2,9625

CSE12 PRESENCIAL 21 8,4762 2,4417 0,9602 0,9485

ONLINE 28 7,3571 2,9340

CSE13 PRESENCIAL 21 5,6667 4,0291 2,0736 0,6186

ONLINE 28 5,7857 3,1898

CSE14 PRESENCIAL 21 6,2381 2,8267 0,0453 0,6598

ONLINE 28 6,7500 2,9518

CSE15 PRESENCIAL 21 8,0476 3,0410 0,0489 0,8248

ONLINE 28 7,4286 2,7679

Capital Social

Relacional

CSR16 PRESENCIAL 21 7,7619 2,4270 7,2880 0,8248

ONLINE 28 6,0357 3,6361

CSR17 PRESENCIAL 21 8,5714 2,2488 1,5582 1,2372

ONLINE 28 7,0000 2,7622

CSR18 PRESENCIAL 21 7,9524 2,4592 1,7625 1,4021*

ONLINE 28 6,0357 2,8347

CSR19 PRESENCIAL 21 7,8571 2,4957 0,4982 1,3609*

ONLINE 28 5,7857 2,7401

CSR20 PRESENCIAL 21 8,2857 2,2835 2,3255 1,2372

ONLINE 28 7,0000 2,9187

Capital Social

Cognitivo

CSC21 PRESENCIAL 21 7,2857 2,6484 2,4799 0,9485

ONLINE 28 5,5357 3,3276

CSC22 PRESENCIAL 21 8,1905 2,3584 4,9930 1,1959

ONLINE 28 6,5357 3,2373

CSC23 PRESENCIAL 21 6,2857 3,0519 0,0136 0,5774

ONLINE 28 5,2857 3,0895

CSC24 PRESENCIAL 21 6,1429 3,5396 2,5395 0,5361

ONLINE 28 6,5357 2,6455

CSC25 PRESENCIAL 21 5,1429 3,7588 0,0307 0,2474

ONLINE 28 5,4643 3,7858

CSC26 PRESENCIAL 21 6,0476 2,7473 0,5526 0,5774

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51

Constructo Variável Amostra N°

emp. Média

Desvio

padrão F

Kolmogorov-

Smirnov

ONLINE 28 5,7143 3,2757

Inovação

INOV27 PRESENCIAL 21 4,8571 4,1748 4,8869 0,5774

ONLINE 28 4,7500 3,3953

INOV28 PRESENCIAL 21 3,2857 3,9641 1,1812 0,4536

ONLINE 28 3,1071 3,4355

INOV29 PRESENCIAL 21 9,2381 1,2209 13,017* 0,9073

ONLINE 28 7,2857 3,5575

INOV30 PRESENCIAL 21 9,2857 1,0556 2,8539 0,7011

ONLINE 28 8,6071 1,8527

INOV31 PRESENCIAL 21 7,0952 3,5058 0,4412 1,0722

ONLINE 28 5,6429 3,7537

INOV32 PRESENCIAL 21 5,9048 4,0237 1,6228 0,8248

ONLINE 28 5,1786 3,3116

Condições

Físicas e

Tecnológicas

CFT33 PRESENCIAL 21 9,0952 1,1360 17,453* 1,1547

ONLINE 28 7,2143 3,3262

CFT34 PRESENCIAL 21 9,6190 0,9207 13,049* 1,0722

ONLINE 28 8,5357 2,2191

CFT35 PRESENCIAL 21 7,7619 2,3644 0,7847 0,4124

ONLINE 28 7,3214 2,7495

CFT36 PRESENCIAL 21 6,9048 3,3601 0,0138 0,4949

ONLINE 28 6,4643 3,2373

CFT37 PRESENCIAL 21 8,5714 1,7196 3,1161 0,9073

ONLINE 28 7,1786 2,7087

CFT38 PRESENCIAL 21 7,1905 3,1084 0,0181 0,7011

ONLINE 28 6,5000 3,1681

CFT39 PRESENCIAL 21 9,0476 2,2017 0,2440 1,1959

ONLINE 28 8,1786 1,9824

CFT40 PRESENCIAL 21 7,9048 3,0644 0,2692 1,2784

ONLINE 28 6,6786 2,7495

Desempenho

DESEMP41 PRESENCIAL 21 7,8571 3,1982 0,0241 0,8660

ONLINE 28 7,1071 2,9230

DESEMP42 PRESENCIAL 21 7,7143 3,1168 0,0290 0,7011

ONLINE 28 7,3214 2,8681

DESEMP43 PRESENCIAL 21 4,3333 3,9917 1,8070 0,5361

ONLINE 28 4,2857 3,4945

DESEMP44 PRESENCIAL 21 5,6667 3,3066 0,0638 0,4949

ONLINE 28 6,2857 3,1840

DESEMP45 PRESENCIAL 21 7,0000 3,8471 4,9975* 1,0722

ONLINE 28 6,6429 2,4678

DESEMP46 PRESENCIAL 21 5,4762 3,8551 1,9337 0,7423

ONLINE 28 6,1786 3,1629

a. Teste F para homogeneidade das variâncias significativo ao nível: p>0,05

b. Teste de Kolmogorov-Smirnov significativo ao nível: p>0,05

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

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52

Observa-se através do Teste F e do Teste K-S que as variáveis AC4_m e AC4_n não

possuem homogeneidade de variância, o que impede a unificação destas variáveis em uma

única amostra. Em função disso, optou-se pela exclusão das duas variáveis citadas para

posterior análise estatística. A análise das demais variáveis apontam a possibilidade de

unificação da base de dados sem prejuízo eventual às analises estatísticas posteriores.

A partir desta análise, os dados passaram a compor uma única base de dados, sendo

necessária a verificação da normalidade por meio da assimetria e curtose das variáveis

métricas (Tabela 3), pois a normalidade é um pré-requisito para a utilização de técnicas

multivariadas de análise de dados (HAIR Jr. et al., 2005).

Kline (2011), considera valores de assimetria superiores a ± 3,00 extremamente

assimétricos. Já para a curtose, os valores considerados extremamente fora da distribuição

normal dos dados são ± 10,00 (YADAV; PATHAK, 2016). Observa-se quanto a distribuição

normal dos dados na Tabela 4, que as variáveis possuem distribuição normal, não havendo

necessidade de exclusão de nenhuma variável.

Tabela 4 - Assimetria e Curtose Construto Variável Amostra Média Desvio

padrão

Assimetria Curtose

Aprendizagem

Coletiva

AC1 49 7,84 2,734 -1,538 1,742

AC2 49 7,22 2,852 -0,978 0,103

AC3_a 49 7,24 2,758 -0,931 0,105

AC3_b 49 6,98 2,562 -0,945 0,489

AC3_c 49 6,51 3,410 -0,931 -0,521

AC3_d 42 4,10 4,236 0,234 -1,812

AC4_a 49 5,78 3,104 -0,535 -0,723

AC4_b 49 6,71 2,533 -1,027 0,822

AC4_c 49 4,98 3,288 -0,175 -1,195

AC4_d 49 4,90 3,124 -0,273 -1,066

AC4_e 49 2,92 3,390 0,799 -0,760

AC4_f 49 3,22 3,124 0,462 -1,039

AC4_g 49 3,71 3,686 0,453 -1,305

AC4_h 49 5,71 3,317 -0,349 -1,015

AC4_i 49 5,96 3,582 -0,569 -1,064

AC4_j 49 3,55 3,361 0,415 -1,283

AC4_l 49 4,41 3,397 0,012 -1,330

Transferência de

Conhecimento

TC5 49 7,14 3,082 -1,079 0,042

TC6 49 4,45 3,964 0,075 -1,738

TC7 49 2,04 2,979 1,265 0,132

TC8 49 2,94 3,625 0,771 -0,988

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53

Construto Variável Amostra Média Desvio

padrão

Assimetria Curtose

Capital Social

Estrutural

CSE10 49 7,63 2,774 -1,396 1,205

CSE11 49 8,14 2,630 -1,903 3,147

CSE12 49 7,84 2,764 -1,662 2,249

CSE13 49 5,73 3,534 -0,456 -1,085

CSE14 49 6,53 2,880 -0,816 -0,095

CSE15 49 7,69 2,874 -1,601 2,071

Capital Social

Relacional

CSR16 49 6,78 3,261 -1,039 -0,077

CSR17 49 7,67 2,649 -1,574 2,379

CSR18 49 6,86 2,821 -0,870 0,172

CSR19 49 6,67 2,809 -0,744 0,011

CSR20 49 7,55 2,716 -1,499 1,876

Capital Social

Cognitivo

CSC21 49 6,29 3,149 -0,571 -0,645

CSC22 49 7,24 2,983 -1,156 0,644

CSC23 49 5,71 3,082 -0,387 -0,799

CSC24 49 6,37 3,032 -0,713 -0,358

CSC25 49 5,33 3,738 -0,237 -1,400

CSC26 49 5,86 3,035 -0,539 -0,439

Inovação

INOV27 49 4,80 3,708 -0,149 -1,555

INOV28 49 3,18 3,632 0,743 -0,887

INOV29 49 8,12 2,948 -1,899 2,809

INOV30 49 8,90 1,584 -1,857 4,082

INOV31 49 6,27 3,684 -0,681 -0,929

INOV32 49 5,49 3,612 -0,421 -1,295

Condições Físicas

e Tecnológicas

CFT33 49 8,02 2,765 -1,711 2,434

CFT34 49 9,00 1,848 -2,167 4,391

CFT35 49 7,51 2,575 -0,940 0,248

CFT36 49 6,65 3,263 -0,637 -0,692

CFT37 49 7,78 2,418 -1,192 1,194

CFT38 49 6,80 3,129 -0,892 -0,212

CFT39 49 8,55 2,102 -2,347 6,388

CFT40 49 7,20 2,922 -1,395 1,471

Desempenho

DESEMP41 49 7,43 3,035 -1,347 0,957

DESEMP42 49 7,49 2,952 -1,446 1,202

DESEMP43 49 4,31 3,675 0,347 -1,343

DESEMP44 49 6,02 3,218 -0,755 -0,509

DESEMP45 49 6,80 3,102 -0,796 -0,241

DESEMP46 49 5,88 3,456 -0,543 -0,970

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Dando prosseguimento aos procedimentos para análise dos dados, a confiabilidade da

escala foi realizada utilizando o Alpha de Cronbach para avaliar a consistência interna das

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54

variáveis. Seu objetivo é analisar quanto as variáveis observáveis são capazes de medir o

mesmo construto, sendo altamente relacionadas (HAIR Jr. et al., 2005). Os níveis são

aceitáveis quando superiores a 0,600, se inferiores a isso, indicam confiabilidade ou

consistência interna insatisfatória (MALHOTRA, 2012). Para a presente pesquisa, todas as

variáveis analisadas possuem confiabilidade interna, apresentando valores de Alpha de

Cronbach de 0,684 a 0,913 (Tabela 5). A média apresentada na Tabela 5, deu-se a partir da

média das respostas em cada variável.

Tabela 5 - Análise de confiabilidade da escala pelo Alpha de Cronbach

Variável Média Desvio

Padrão

Alpha de Cronbach N° de

itens

Aprendizagem Coletiva 6,713 2,068 0,854 17

Transferência de Conhecimento 4,142 2,461 0,684 04

Capital Social Estrutural 7,262 2,408 0,905 06

Capital Social Relacional 7,106 2,461 0,913 05

Capital Social Cognitivo 6,133 2,449 0,863 06

Inovação 6,126 2,158 0,736 06

Condições Físicas e Tecnológicas 7,689 1,741 0,807 08

Desempenho 6,320 2,408 0,836 06

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Dessa forma, buscando alcançar os objetivos propostos pela pesquisa, pretende-se

utilizar a regressão linear simples e múltipla, técnica considerada adequada quando o objetivo

da pesquisa busca analisar e mensurar as relações entre uma variável dependente e variáveis

independentes (HAIR Jr. et al., 2012). Na pesquisa, as variáveis dependentes e independentes

decorrem da hipótese a ser testada (Quadro 5), e para cada variável dependente será proposto

um modelo de regressão.

Quadro 4 - Variáveis dependentes e independentes dos modelos de regressão propostos Modelo Variável Dependente Variáveis Independentes Hipóteses

1 Aprendizagem coletiva Capital Social; Condições Físicas e

Tecnológicas

H1, H1a, H1b,

H1c e H2

2 Transferência de

conhecimento

Capital Social; Condições Físicas e

Tecnológicas

H3, H3a, H3b,

H3c e H4

3 Inovação Aprendizagem coletiva; Transferência de

conhecimento H5 e H6

4 Desempenho Aprendizagem coletiva; Transferência de

conhecimento H7, H8

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5 Desempenho Inovação H9

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Segundo Hair Jr. et al. (2005) e Malhotra (2012), alguns testes de suposições

pertinentes as análises multivariadas de dados devem ser realizados. Trata-se da verificação

da multicolinearidade, que busca identificar a existência de correlações muito fortes entre duas

ou mais variáveis independentes. Se a correlação for muito forte entre variáveis

independentes, as inferências baseadas na análise de regressão podem ser consideradas pouco

confiáveis ou errôneas (MALHOTRA, 2012).

Para verificar a multicolinearidade foi utilizado o coeficiente de correlação linear de

Pearson, o mesmo determina a força da associação entre variáveis e encontra-se num intervalo

de -1,00 a +1,00, quanto maior o coeficiente de correlação, maior é o nível de associação.

Ainda que não exista uma regra clara para detectar a multicolinearidade (MALHOTRA,

2012), existem regras práticas (Tabela 6) para caracterizar a força de associação entre

variáveis. Optou-se por considerar as variáveis altamente correlacionadas aquelas que

apresentam coeficiente de correlação de Pearson com valores acima de 0,800 (HAIR Jr. et al.,

2005).

Tabela 6 - Regras práticas sobre o coeficiente de correlação*

Variação do coeficiente Força de associação

±0,91 - ±1,00

±0,71 - ±0,90

±0,41 - ±0,70

±0,21 - ±0,40

±0,01 - ±0,20

Muito forte

Alta

Moderada

Pequena, mas definida

Leve, quase imperceptível

Nota: *Supõe que o coeficiente de correlação seja estatisticamente significativo.

Fonte: Hair Jr. et al. (2005)

A análise da matriz de correlação (Tabela 7) foi realizada entre os construtos

Aprendizagem Coletiva (AC), Transferência de Conhecimento (TC), Inovação (INOV),

Condições Físicas e Tecnológicas (CFT), Desempenho (DESEMP), o Capital Social (CS)

como único constructo e também com a análise individualizada, sendo o Capital Social

Estrutural (CSE), Capital Social Relacional (CSR), Capital Social Cognitivo (CSC) (Tabela

6). Observam-se valores de correlação acima de 0,800 entre as variáveis CS e o CSE, porém

como o CSE forma o CS e para testar as hipóteses não há necessidade de teste de regressão

entre os dois constructos, não foi eliminada nenhuma das variáveis.

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Tabela 7 - Matriz de correlação de Pearson das variáveis

AC TC CS CSE CSR CSC INOV CFT DESEMP

AC

TC

CS

CSE

CSR

CSC

INOV

CFT

DESEMP

1,000

0,484**

0,524**

0,690**

0,345*

0,366**

0,417**

0,339*

0,216

1,000

0,335**

0,465**

0,176**

0,250

0,523**

0,264**

0,368*

1,000

0,911**

0,901**

0,895**

0,535**

0,658**

0,122

1,000

0,761**

0,699**

0,529**

0,563**

0,163

1,000

0,707**

0,488**

0,672**

0,188

1,000

0,432**

0,557**

-0,006

1,000

0,491**

0,393**

1,000

0,399**

1,000

** a correlação é significativa no nível 0,01

* a correlação é significativa no nível 0,05

Fonte: elaborado pela autora (2018).

Após a realização das análises e das relações entre os construtos desta pesquisa e com

todos os requisitos atendidos, espera-se entender quais as relações podem afetar e contribuir

para as aglomerações territoriais. A análise de regressão é considerada a técnica de análise de

dados aplicada a mensurar as relações entre variáveis (HAIR Jr. et al., 2005).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Conforme exposto na definição da população-alvo da pesquisa, o Brasil é considerado

o quinto maior produtor de vinho do Hemisfério Sul, sendo um mercado em crescimento

(VINHOSDOBRASIL, 2017). Possui várias regiões produtoras de uva, porém o estado do Rio

Grande do Sul é o maior responsável por toda a produção brasileira de uva (IBRAVIN, 2016).

Ainda, dados apresentados pela Embrapa Uva e Vinho (2017) mostram que há um

crescimento do número de propriedades vinícolas no Rio Grande do Sul de 11,5% no período

de 1995 a 2015, sendo que a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (2018) divulgou

que o estado conta com 673 vinícolas ativas e, destas, 418 vinícolas processaram uva em 2017.

Das 348 empresas que constituem a população, o estudo conseguiu reunir uma amostra

de 49 empresas vinícolas. A maioria delas, localizadas na cidade de Bento Gonçalves, região

da Serra Gaúcha, foi a escolha da pesquisadora para aplicar a pesquisa presencialmente, por

conveniência, em função da quantidade de vinícolas localizadas na região (Tabela 8).

Tabela 8 - Cidade dos respondentes por aglomeração

Cidade Aglomeração Respondentes %

Bagé

Bento Gonçalves

Caxias do Sul

Erechim

Farroupilha

Flores da Cunha

Garibaldi

Guaporé

Marau

Monte Belo do Sul

Nova Pádua

Nova Roma do Sul

São Valentim do Sul

Vacaria

Campanha Gaúcha

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Alto Uruguai

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Alto Uruguai

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Campos de cima da Serra

1,0

20,0

1,0

1,0

1,0

4,0

8,0

2,0

5,0

2,0

1,0

1,0

1,0

1,0

2,0

40,8

2,0

2,0

2,0

8,2

16,3

4,1

10,2

4,1

2,0

2,0

2,0

2,0

Total 49,0 100,0

Fonte: elaborado pela autora (2018).

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No entanto, mais de 80% da amostra foi constituída por empresas localizadas na Serra

Gaúcha, sendo 40% do total da amostra localizadas em Bento Gonçalves, região que recebeu

maior atenção durante a coleta presencial, devido a restrições de tempo e recursos. Além disso,

a região denominada Alto Uruguai obteve mais de 12% de respondentes e as regiões

Campanha Gaúcha e Campos de Cima da Serra foram regiões de menor representatividade

(2% cada uma).

As empresas foram classificadas quanto ao porte empresarial (Tabela 9) observando o

faturamento bruto anual como critério para divisão das empresas respondentes. É possível

observar que a maior parte dos respondentes são considerados micro e pequenas empresas,

representando mais de 80 % dos respondentes (42 empresas). Porém, foi possível coletar

dados de todos os portes para tornar a amostra uniforme.

Tabela 9 - Classificação das empresas conforme porte empresarial/faturamento

Porte Empresarial / Faturamento Número de

empresas

%

Microempresa - Inferior a R$360.000,00

Pequena Empresa - Entre R$360.000,00 a R$3.600.000,00

Média Empresa - Entre R$3.600.000,00 a R$20.000.000,00

Grande Empresa - Superior a R$20.000.000,00

22,0

20,0

3,0

4,0

44,9

40,8

6,1

8,2

Total 49,0 100,0

Fonte: Sebrae (2018).

Outras informações relevantes quanto a caracterização da amostra é a idade das

empresas e o número de funcionários que fazem parte das atividades. Observa-se que a maior

parte das empresas que fizeram parte da amostra possuem entre 16 e 30 anos, sendo que a

empresa mais antiga, possui mais de 130 anos de existência (Tabela 10). Mais de 80% das

empresas respondentes possuem até 10 funcionários, sendo que a grande parte destes, são

pessoas da família. Apenas 6 empresas possuem 50 funcionários ou mais, sendo que 2 delas,

possuem mais de 100 funcionários. Isso corrobora com a informação sobre o porte destas

empresas.

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Tabela 10 - Idade das empresas

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Além disso, buscou-se identificar se as empresas respondentes fazem parte de alguma

associação, informação importante para o objetivo do estudo sobre o papel das aglomerações

territoriais na ocorrência de inovações e do desempenho. Das 49 empresas respondentes, 36

fazem parte de alguma associação, ou seja, mais de 70% da amostra. Destas, 5 empresas fazem

parte de mais do que uma associação.

Foram informadas 17 associações no total, sendo que 12 empresas respondentes fazem

parte da Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos – Aprovale. A Aprovale conta com

23 vinícolas associadas (APROVALE, 2018), ou seja, a amostra atingiu mais de 52% das

vinícolas que fazem parte desta associação. A segunda associação com maior número de

vinícolas respondentes associadas é a Associação dos Vinicultores de Garibaldi – Aviga, com

6 vinícolas respondentes. A Aviga conta com 24 associados (AVIGA, 2018) e a amostra

atingiu 25% das vinícolas associadas.

Apareceram também a Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul -

Aprobelo, a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul - Fecovinho, a Rota

das Salamarias e as Cantinas Históricas, com 2 vinícolas respondentes para cada associação.

As demais associações contaram com apenas 1 vinícola cada.

4.2 ANÁLISE DE REGRESSÃO E TESTE DE HIPÓTESES

A análise de regressão foi realizada para relacionar os construtos e as variáveis da

pesquisa. Os pré-requisitos para esta análise foram atendidos. A normalidade dos dados foi

verificada através da assimetria e curtose (Tabela 4), sendo que os dados seguem distribuição

normal. Ainda, verificou-se a multicolinearidade dos dados através do teste de correlação de

Idade das empresas

Número de

empresas %

Até 15 anos

Entre 16 e 30 anos

Entre 31 e 45 anos

Entre 46 e 60 anos

Entre 86 e 100 anos

Acima de 100 anos

13,0

24,0

6,0

2,0

2,0

2,0

26,5

49,0

12,2

4,1

4,1

4,1

Total 49,0 100,0

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60

Pearson (Tabela 7), o que aponta que não existem altas correlações, estabelecendo a não

incidência de multicolinearidade entre as variáveis.

Observando todos os pré-requisitos, foram gerados os modelos de regressão. Quatro

modelos gerados são do tipo regressão linear múltipla e um modelo do tipo linear simples. O

resumo dos resultados dos coeficientes de determinação (R²) pode ser visualizado na Tabela

11.

O coeficiente de determinação (R²) determina que a proporção de variação da variável

dependente é decorrente da variação das variáveis independentes (MALHOTRA, 2012; HAIR

Jr. et al., 2009). Quanto maior o valor de R² (entre 0 e 1), maior o poder de explicação do

modelo, pois o coeficiente mede a intensidade de associação entre a variável dependente e as

independentes (MALHOTRA, 2012).

Tabela 11 - Resumo dos modelos de regressão linear múltipla do estudo

Modelo Variável

Dependente

Variável

Independente R R² R² ajustado

Erro padrão

estimado

1 AC CS; CFT 0,524 0,274 0,243 1,799

2 TC CS; CFT 0,340 0,116 0,077 2,364

3 INOV AC; TC 0,556 0,309 0,279 1,832

4 DESEMP AC; TC 0,371 0,137 0,100 2,285

5 DESEMP INOV 0,393 0,155 0,137 2,238

Fonte: elaborado pela autora (2018).

Ainda, foi realizado o teste de significância dos modelos obtidos (Tabela 12) para

verificar a significância da equação global proposta, avaliando se o modelo consegue explicar

a relação entre as variáveis (MALHOTRA, 2012; HAIR Jr. et al., 2009). Dessa forma, os

modelos propostos são significativos em nível 1%.

Tabela 12 - Análise de variância dos modelos de regressão do estudo

Mod. Var.

Dep.

Var.

Indep.

Item Soma dos

Quadrados

Graus de

Liberdade

Quadrado

Médio

F Sig.

1 AC CFT,

CS

Regressão 56,3 2 28,15 8,693 0,001

Resíduos 148,964 46 3,238

Total 205,264 48

2 TC CFT,

CS

Regressão 33,650 2 16,825 3,009 0,059

Resíduos 257,225 46 5,592

Total 290,875 48

3 INOV TC, AC Regressão 68,999 2 34,500 10,273 0,000

Resíduos 154,475 46 3,358

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Mod. Var.

Dep.

Var.

Indep.

Item Soma dos

Quadrados

Graus de

Liberdade

Quadrado

Médio

F Sig.

Total 223,474 48

4 DESEMP AC, TC

Regressão 38,253 2 19,127 3,663 0,033

Resíduos 240,182 46 5,221

Total 278,435 48

5 DESEMP INOV

Regressão 43,025 1 43,025 8,59 0,005

Resíduos 235,41 47 5,009

Total 278,435 48

a. *valor p<0,001

b. **valor p<0,05

Fonte: elaborado pela autora (2018).

Dos modelos propostos no estudo, o que apresenta um poder de explicação maior é o

modelo 3, que mede a relação entre a Aprendizagem coletiva, a Transferência de

conhecimento com a Inovação. Nesse modelo, o poder de explicação foi de 30,9% (R² =

0,309). O modelo 1, que mede a relação entre as Condições físicas e tecnológicas e o Capital

social com a Aprendizagem coletiva, tem um poder de explicação de 27,4% (R² = 0,274).

O modelo 4, mede a relação entre a Aprendizagem coletiva e a Transferência de

conhecimento com o Desempenho, e teve um poder de explicação de 13,7% (R² = 0,137). O

modelo 5 busca compreender a relação entre a Inovação e o Desempenho e tem um poder de

explicação de 15,5% (R² = 0,155). E o modelo 2 possui o menor poder de explicação, mede a

relação entre as Condições físicas e tecnológicas e o Capital social com a Transferência de

conhecimento, tem um poder de explicação de 11,6% (R² = 0,116).

Todos os modelos apresentaram resultados significativos (Tabela 11), porém o poder

de explicação de um modelo para outro apresenta diferenças significativas. O modelo 3, possui

o maior poder de explicação de todos os modelos (30,9%), o que de fato confirma a relação

entre a Aprendizagem coletiva e a Transferência de conhecimento com a Inovação, dando

suporte a estudos anteriores como o Tsai (2001), OCDE (2005), Ruiz-Ortega, Parra-Requena

e García-Villaverde (2016).

Após verificar a significância de cada modelo, foi realizado o teste de significância

dos coeficientes de regressões parciais, sendo possível identificar quais das variáveis

independentes influenciam nas variáveis dependentes. Os resultados estão apresentados na

Tabela 13.

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62

Tabela 13 - Testes de significância dos coeficientes de regressões parciais

Modelo Var. Dep. Var. Indep. Coeficiente de

Regressão Parcial

(Beta

Padronizado)

T Sig.

1 AC

CS 0,529 3,176 0,003*

CSC -0,096 -0,641 0,525

CSR -0,390 -2,362 0,023*

CSE 1,054 6,451 0,000**

CFT -0,009 -0,053 0,958

2 TC

CS 0,206 1,544 0,130

CSC -0,003 -0,014 0,989

CSR -0,418 -1,999 0,052

CSE 0,784 3,781 0,000**

CFT 0,260 0,421 0,675

3 INOV AC 0,214 1,525 0,134

TC 0,420 2,998 0,004*

4 DESEMP AC 0,049 0,316 0,753

TC 0,344 2,200 0,033*

5 DESEMP INOV 0,393 2,931 0,005*

a. *valor p<0,05

b. **valor p<0,001

Fonte: elaborado pela autora (2018).

A partir disso, é possível constatar que no modelo 1 (Figura 4), apenas o Capital social

foi significativo (p<0,05) ao explicar a Aprendizagem coletiva. Alguns autores corroboram

com os achados do estudo em relação a influência do capital social na aprendizagem coletiva.

Nahapiet (2008) e Alves e Pereira (2013) afirmam que o capital social pode beneficiar os

atores que conseguirem acessar mais recursos e oportunidades por meio das relações, sendo

que estes relacionamentos contribuem para uma capacidade maior de aprendizagem.

As interações provocadas pela proximidade geográfica tornam-se uma condição

positiva para a aprendizagem entre as empresas, principalmente por se tratar de uma mesma

especialidade produtiva. Por sua capacidade de interação o capital social é uma base para o

aprendizado coletivo (CAPELLO; FAGGIAN, 2005). Entretanto, o capital social relacionar

obteve resultado inversamente proporcional a aprendizagem coletiva, ou seja, quanto menor

a relação entre as empresas, maior a aprendizagem coletiva entre elas. Supõe-se que os

relacionamentos existentes não caracterizam reciprocidade e confiança entre as empresas.

As condições físicas e tecnológicas não apresentaram significância para o modelo. Na

concepção de Marshall (1985), muitas vezes o ambiente é propício para a reprodução da

indústria em função da complementaridade de negócios. Mas essas características não

conferem a existência de interações voltadas ao negócio para a amostra analisada.

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63

Ainda, foi realizada a análise dos três atributos do capital social de forma individual.

A partir desta análise pode-se afirmar que existe uma relação entre o capital social relacional

e a aprendizagem coletiva (p<,023) e o capital social estrutural e a aprendizagem coletiva

(p<,000).

De fato, estudos (BOSCHMA, 2005; CAPELLO; FAGGIAN, 2005; NAHAPIET,

2008) apontam que o capital relacional é uma das bases da aprendizagem coletiva pela sua

capacidade de interação entre os atores, podendo beneficiar aqueles que acessarem maiores

oportunidades e recursos por meio de suas relações, que podem envolver parentesco,

confiança baseada na amizade e experiência. O capital social estrutural volta-se para os laços

sociais que influenciam os relacionamentos (GULATI; GARGIULO, 1999) que por si só

influenciam a aprendizagem coletiva.

Entretanto, o capital social cognitivo não foi significativo para a aprendizagem

coletiva. Isso pode ser explicado pela capacidade das empresas em compartilhar com outras

empresas sua cultura, suas metas (STORPER, 1992), seus objetivos e aspirações (TSAI;

GHOSHAL, 1998).

Assim sendo, após a análise destes dados, é possível afirmar algumas suposições

quanto às hipóteses da pesquisa. A hipótese H1, que trata sobre a influência positiva entre o

capital social e a aprendizagem coletiva, é aceita. Das hipóteses que tratam dos atributos do

capital social, a H1b foi aceita e a H1a e H1c foram rejeitadas. A H2, que trata sobre a influência

positiva entre as condições físicas e tecnológicas e a aprendizagem coletiva é rejeitada.

Figura 4: Modelo de regressão 1

Fonte: elaborado pela autora (2018).

O modelo 2, não apresentou significância para a variável dependente Transferência de

conhecimento e as variáveis independentes Capital social e Condições físicas e tecnológicas.

O Capital social, que no modelo anterior foi significativo, não foi significativo para este

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modelo. Quanto as Condições físicas e tecnológicas, da mesma forma que no modelo anterior,

não apresentaram significância. A análise dos três atributos do capital social de forma

individualizada, não apresentaram significância. Porém, o capital social relacional apresentou

resultado inversamente proporcional a hipótese, dessa forma, supõe-se que quanto menor o

capital social relacional, mais eu transfiro conhecimento, ou seja, a amizade não é suficiente

para a transferência de conhecimento é preciso ter confiança.

O baixo poder de explicação do modelo pode se justificar pela dificuldade em observar

as diferenças que a transferência de conhecimento pode trazer para a empresa, pois muitas

vezes as informações podem se tornar redundantes e não contribuir para melhorias

significativas (GLASMEIER, 1991), seja de processos, produtos ou alguma especialidade.

Ainda, por se tratar de uma aglomeração com uma mesma especialidade produtiva, a

rivalidade e a competição podem ser fatores influenciadores para a difusão do conhecimento

(SCHMITZ, 2000), sendo que as empresas devem promover relações de cooperação a fim de

facilitar a troca de conhecimento (PARRA-REQUENA; MOLINA-MORALES, GARCÍA-

VILLAVERDE; 2010).

Não é possível afirmar que as condições físicas e tecnológicas influenciam a

transferência de conhecimento neste estudo. O que contrapõe os estudos de Marshall (1985),

que destaca que as externalidades surgem pela concentração de atividade econômica e as

condições físicas, estruturais, climáticas e logística, que beneficiam as empresas aglomeradas

pelo transbordamento de conhecimento. Porém, esse processo não se confirmou, o que

possibilita que esse objetivo seja explorado em outro contexto para melhorar o poder de

explicação dessa relação.

Quanto as hipóteses de pesquisa, o modelo 2 apresenta as seguintes inferências (Figura

5): a hipótese H3, que trata sobre a influência positiva do Capital social sobre a Transferência

de conhecimento e a hipótese H4 que trata sobre a influência positiva das Condições físicas e

tecnológicas sobre Transferência de conhecimento, ambas foram rejeitadas. Porém a hipótese

H3b, que tratam da influência positiva entre o capital social estrutural com a variável

dependente transferência de conhecimento foi aceita. Já o capital social cognitivo (H3a) e o

capital social relacional (H3c) não foram significativos para a transferência de conhecimento.

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Figura 5: Modelo de regressão 2

Fonte: elaborado pela autora (2018).

O modelo 3, busca confirmar a relação positiva entre a Transferência de conhecimento

sobre a Inovação e a relação positiva entre a Aprendizagem coletiva e a Inovação. A variável

independente Transferência de conhecimento foi significativa para a variável dependente

Inovação. Já a variável independente Aprendizagem coletiva não apresentou significância

para a variável dependente Inovação. Sendo o modelo com maior poder de explicação, pode-

se dizer que esta explicação está pautada na relação positiva entre a Transferência de

conhecimento com a Inovação.

De fato, estudos anteriores (TSAI, 2001; GIULIANI; BELL, 2005) apontam que a

relação existente entre as empresas pode fornecer canais de distribuição de informação e

acesso a conhecimento que estimulam atividades inovadoras. Um ambiente inovador retoma

a ideia de atmosfera de inovação, sendo que o conhecimento passa a ser compartilhado em

determinado local (MARSHAL, 1985). Ainda, o acesso aos recursos externos que podem ser

obtidos através das relações são importantes para o desenvolvimento da inovação (SODA,

2011) e une os atores através da amizade e confiança (GULATTI; GARGIULO, 1999).

Quanto as hipóteses da pesquisa, o modelo 3 (Figura 6), aponta as seguintes

inferências: a hipótese H5 que trata sobre a influência positiva da Aprendizagem coletiva

sobre a Inovação, foi rejeitada, já a H6 que trata sobre a influência positiva entre a

Transferência de conhecimento sobre a Inovação foi aceita.

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Figura 6: Modelo de regressão 3

Fonte: elaborado pela autora (2018).

O modelo 4, busca confirmar a relação positiva entre a variável Aprendizagem

Coletiva sobre o Desempenho e busca confirmar a relação positiva entre variável

Transferência de conhecimento sobre o Desempenho. A variável independente Aprendizagem

coletiva não apresentou significância para a variável dependente Desempenho. Já a variável

independente Transferência de conhecimento foi significativa para a variável dependente

Desempenho. O modelo apresentou baixo poder de explicação (13,7%), o que pode se

justificar pelas várias dimensões que podem ser utilizadas para a medição do construto

desempenho (VENKATRAMAN; RAMANUJAM, 1986; WANG; AHMED, 2007; BRITO;

BRITO; MORGANTI, 2009).

Pode-se afirmar que o acesso a informações melhora o desempenho

(WHITTINGTON; OWEN-SMITH; POWELL, 2009), porém é a capacidade de

aprendizagem e a capacidade de absorver esses conhecimentos e informações que

efetivamente afeta o desempenho das empresas (TSAI, 2001). Daft e Lengel em 1986 já

afirmavam que o desempenho superior em aglomerações de empresas está relacionado com a

transferência de conhecimento.

Dessa forma, é possível afirmar quanto as hipóteses da pesquisa (Figura 7): a hipótese

H7 que se refere sobre a influência positiva da aprendizagem coletiva no desempenho das

empresas foi rejeitada, já a hipótese H8 que se refere sobre a influência positiva da

transferência de conhecimento no desempenho das empresas, foi aceita.

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Figura 7: Modelo de regressão 4

Fonte: elaborado pela autora (2018).

Por fim, o modelo 5 (Figura 8) aponta a relação entre o Desempenho e a Inovação,

sendo a variável dependente Desempenho significativa (p<0,05). Neste sentido, vários estudos

anteriores (HURLEY; HULT, 1998; ZAHEER; BELL, 2005; LIAO; RICE; LU, 2015; HUHL

et al., 2016) apontam essa relação entre a inovação e o desempenho, sendo a capacidade de

inovar um dos fatores mais importantes para o desempenho dos negócios independentemente

do porte da empresa. Em decorrência disso, a hipótese H9 foi aceita.

Figura 8: Modelo de regressão 5

Fonte: elaborado pela autora (2018).

O Quadro 6 apresenta uma síntese do teste de hipóteses do estudo. Verificou-se que,

das 15 hipóteses, seis foram aceitas (H1, H1b, H3b, H6, H8 e H9) e nove rejeitadas (H1a,

H1c, H2, H3, H3a, H3c, H4, H5 e H7). A confirmação das hipóteses H1 e H1b demonstra a

influência do capital social na aprendizagem coletiva entre as empresas no contexto estudado.

Tal como afirmam Capello e Faggian (2005), sendo que o capital social é uma das bases para

a aprendizagem coletiva por sua capacidade de interação entre os atores locais.

Na confirmação da hipótese H3b pode-se averiguar que um atributo do capital social

influenciam a transferência de conhecimento, tal atributo é excludente em relação a H3 que

foi rejeitada. Esse fato pode ser determinado pela pequena diferença entre o capital social e o

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capital social estrutural, o capital social destina-se a todas as redes sociais através da confiança

e do sendo de pertença a uma comunidade local (CAPELLO; FAGGIAN, 2005).

Porém, a rejeição das hipóteses H2 e H4 aponta que, no contexto estudado, as

condições físicas e tecnológicas não influenciam a aprendizagem coletiva e a transferência de

conhecimento, demonstrando que a capacidade que as empresas têm de compartilhar suas

metas, visões, valores e cultura depende do acesso ao conhecimento (RUIZ-ORTEGA;

PARRA-REQUENA; GARCÍA-VILLAVERDE, 2016), que pode surgir pela concentração

de atividade econômica (MARSHALL, 1985).

Quanto a confirmação das hipóteses H6 e H8, ressaltam a influência da transferência

de conhecimento para a inovação e para o desempenho das empresas. A existência destas

relações já foram evidenciadas em outras pesquisas (TSAI, 2001; GIULIANI; BELL, 2005;

WHITTINGTON; OWEN-SMITH; POWELL, 2009), uma vez que a transferência de

conhecimento estimula atividades inovadoras, que por sua vez, impactam no desempenho das

empresas. Sendo assim, a confirmação da H9, esta pautada como um dos fatores mais

importantes para o negócio (HURLEY; HULT, 1998; ZAHEER; BELL, 2005; LIAO; RICE;

LU, 2015; HUHL et al., 2016).

Entretanto, a rejeição das hipóteses H5 e H7, aponta que, no contexto estudado, a

aprendizagem coletiva não influencia a inovação e o desempenho das empresas estudadas,

sendo que a aprendizagem se dá pela capacidade de absorver os conhecimentos e informações

(TSAI, 2001). Tal constatação está sendo investigada em vários estudos internacionais e deve-

se avaliar a sua confirmação (MASKELL; MALMBERG, 1999; GIULIANI; BELL, 2005).

Pode-se afirmar que o capital social estrutural influencia a aprendizagem coletiva e a

transferência de conhecimento, essa influência pode ser gerada pelo sentimento de pertencer

a uma aglomeração, o que facilita a interação entre os atores locais. Ainda a transferência de

conhecimento influencia tanto a inovação quanto o desempenho das empresas, quanto mais

conhecimento as empresas absorverem, maior a sua visão para a inovação o que

consequentemente, melhora o seu desempenho. Ainda, supõe-se que o baixo poder de

explicação dos modelos se dá em função do estágio de desenvolvimento da aglomeração. O

resumo das hipóteses da pesquisa estão apresentados no Quadro 6.

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Quadro 5 - Resumo do teste de hipóteses de pesquisa

Hipótese Técnica de análise Resultado

H1 – O capital social influencia positivamente a aprendizagem

coletiva. Regressão Aceita

H1a – O capital social cognitivo influencia positivamente a

aprendizagem coletiva. Regressão Rejeitada

H1b – O capital social estrutural influencia positivamente a

aprendizagem coletiva. Regressão Aceita

H1c – O capital social relacional influencia positivamente a

aprendizagem coletiva. Regressão Rejeitada

H2 – As condições físicas e tecnológicas influenciam positivamente a

aprendizagem coletiva. Regressão Rejeitada

H3 – O capital social influencia positivamente a transferência de

conhecimento. Regressão Rejeitada

H3a – O capital social cognitivo influencia positivamente a

transferência de conhecimento. Regressão Rejeitada

H3b – O capital social estrutural influencia positivamente a

transferência de conhecimento. Regressão Aceita

H3c – O capital social relacional influencia positivamente a

transferência de conhecimento. Regressão Rejeitada

H4 – As condições físicas e tecnológicas influenciam positivamente a

transferência de conhecimento. Regressão Rejeitada

H5 – A aprendizagem coletiva influencia positivamente a inovação. Regressão Rejeitada

H6 – A transferência de conhecimento influencia positivamente a

inovação. Regressão Aceita

H7 – A aprendizagem coletiva influencia positivamente o

desempenho. Regressão Rejeitada

H8 – A transferência de conhecimento influencia positivamente o

desempenho. Regressão Aceita

H9 – A inovação tem efeito positivo sobre o desempenho. Regressão Aceita

Fonte: elaborado pela autora (2018).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo central deste estudo consistiu em investigar se um ambiente de

aglomerações de empresas facilita as relações de troca de recursos e possibilita um ambiente

de aprendizagem e transferência de conhecimento, que pode influenciar a inovação e o

desempenho das empresas. A justificativa para o desenvolvimento do trabalho e o tema

escolhido esta pautada na nova forma de pensar as economias representada pelas

aglomerações (PORTER, 1999) sendo importante a sua investigação, pois podem impulsionar

o crescimento econômico e beneficiar-se de mercados mais amplos em relação a fluxo de

informação (MARSHALL, 1985).

Neste contexto, o trabalho baseou-se nas diferentes teorias que definem e caracterizam

uma aglomeração. Entre as características que fazem parte de uma aglomeração estão o capital

social, que pode ajudar no estudo das relações, além da influência da aprendizagem coletiva

e da transferência de conhecimento para a inovação e o desempenho das empresas que fazem

parte da aglomeração. A pesquisa, baseou-se nessas premissas para desenvolver a sua

estrutura e aplicação. Teve como objeto de estudo as empresas vinícolas localizadas no Estado

do Rio Grande do Sul, destacando as empresas localizadas na região do Vale dos Vinhedos

na Serra Gaúcha.

Na verificação da influência do capital social na aprendizagem coletiva e na

transferência de conhecimento, foram encontrados os seguintes resultados: o capital social

possui influência positiva na aprendizagem coletiva, especialmente o capital social estrutural.

O capital social estrutural influencia positivamente a transferência de conhecimento. Em que

concerne a verificação da influência das condições físicas e tecnológicas na aprendizagem

coletiva e na transferência de conhecimento, não encontrou-se evidencias positivas destas

relações.

Além disso, verificou-se a influência positiva da aprendizagem coletiva para a

inovação e o desempenho das empresas, porém não houve influência nestas relações. Na

verificação da influência positiva da transferência de conhecimento na inovação e no

desempenho das empresas, foram encontrados os seguintes resultados: a transferência de

conhecimento influencia positivamente a inovação e o desempenho das empresas. Ainda

verificou-se a influência positiva da inovação no desempenho das empresas, e constatou-se

influência positiva desta relação.

Neste sentido, pode-se dizer que as empresas que estão aglomeradas, se beneficiam de

sua estrutura de localização e de suas relações para obter ganhos relacionados a informação e

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novos conhecimentos, que impactam na inovação e no desempenho das mesmas. Quanto

maior os laços estruturais das empresas localizadas na aglomeração, maior a troca de

conhecimento, o que impacta diretamente na inovação e no desempenho das mesmas.

Dessa forma, apresentam-se na sequência as implicações teóricas e gerencias da

pesquisa, bem como suas limitações e sugestões para trabalhos futuros.

5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS DA PESQUISA

As implicações teóricas do estudo consolidam-se em três aspectos. Primeiramente,

pelo desenvolvimento e investigação teórica sobre aglomerações territoriais e as tipologias de

aglomeração que elucidam as diferentes definições para a aglomeração de empresas. Em

segundo lugar, pelo desenvolvimento teórico e investigação empírica das relações entre o

capital social, a aprendizagem coletiva, a transferência de conhecimento, as condições físicas

e tecnológicas, a inovação e o desempenho.

Os resultados empíricos contribuem teoricamente ao confirmar, no contexto estudado,

a influência positiva do capital social para a aprendizagem coletiva, principalmente o capital

social estrutural, e a influência positiva entre o capital social estrutural e a transferência de

conhecimento. Contribui ao confirmar a influência positiva da transferência de conhecimento

na inovação e no desempenho das empresas e ainda confirma a influência positiva da inovação

no desempenho das empresas estudadas.

E por fim, os resultados da testagem empírica que apresentam contribuições no

desenvolvimento do tema relacionado à aglomerações territoriais. Vale ressaltar, que a

pesquisa manteve rigor durante o desenvolvimento metodológico e a instrumentalização do

estudo, ao basear suas testagens empíricas considerando as principais teorias desenvolvidas

pelas temáticas estudadas, a fim de criar um instrumento de coleta de dados capaz de

relacionar as variáveis abarcadas no estudo.

Além disso, a pesquisa contribui para a expansão dos estudos sobre aglomerações

territoriais no contexto brasileiro, principalmente em relação a trabalhos quantitativos. Os

resultados das evidencias empíricas apresentam contribuições ao desenvolvimento do tema.

A confirmação das relações apresentadas na discussão dos resultados vem somar aos estudos

desenvolvidos sobre cada constructo.

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5.2 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS DA PESQUISA

No que tange as implicações gerenciais, o estudo apresenta relevância por servir de

base para estimular o debate em torno das temática aglomerações territoriais entre os gestores

e/ou tomadores de decisão das empresas vinícolas. Assim, pode-se indicar o aumento das

relações e interações entre as empresas vinícolas, além da capacidade de trocar habilidades e

compartilhar objetivos, pois essa troca gera a aprendizagem coletiva.

Ainda como implicação gerencial, na busca em obter um melhor desempenho por parte

das empresas, sugere-se buscar inovações, pois apresenta influência positiva com no

desempenho. Desta forma, o sentimento de pertencer a uma aglomeração de empresas, junto

ao aumento da troca de informações e aprendizagem podem levar a inovações e

consequentemente a um melhor desempenho.

Dessa forma, é importante que se oportunize ambientes para a cooperação e interação

das empresas que pertencem ao aglomerado, para que seja possível a transferência de

conhecimento. Reuniões promovidas pelas associações, podem transformar o ambiente em

um espaço para a troca de experiências e crescimento do conhecimento com a proximidade

relacional. Isso pode auxiliar nas grandes negociações com fornecedores e gerar o crescimento

das aglomerações.

5.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS

A pesquisa apresentou algumas limitações, uma delas foi a disponibilidade de dados

para realizar um levantamento fidedigno do universo pesquisado, mesmo assim, a amostra

pesquisada utilizou a base de dados disponibilizada pelo Ibravin. O tamanho da amostra (49

empresas vinícolas), poderia ser maior, considerando as variáveis da pesquisa, porém devido

à dificuldade de acesso as empresas vinícolas, aliada a falta de interesse e disponibilidade de

tempo em participar de pesquisas acadêmicas, entende-se que o tamanho amostral foi

satisfatório.

Além disso, algumas limitações da pesquisa podem contribuir para resultados não

significativos, como por exemplo, por se tratar de um corte transversal. Neste sentido, o

resultado das condições físicas e tecnológicas não ter sido significativo. Assim, as inferências

do estudo limitam-se ao contexto e ao momento específico analisado. É importante considerar

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que uma pesquisa não irá responder a todas as perguntas do tema, sendo que as lacunas

poderão ser preenchidas por estudos futuros.

Assim, sugere-se a aplicação deste estudo em outras aglomerações territoriais, como

por exemplo, empresas metal mecânicas aglomeradas nas mesorregiões Nordeste e Noroeste

do Estado do Rio Grande do Sul. Outra oportunidade é a aplicação do estudo em um número

maior de empresas vinícolas ou até a sua totalidade e a utilização de outras técnicas de

tratamento estatístico, a fim de buscar novos resultados.

Considera-se a possibilidade de desenvolver uma pesquisa qualitativa para

compreender as interações entre as empresas aglomeradas, buscar entender o sentimento de

pertença, a capacidade de trocar as habilidades e compartilhar seus objetivos. Além disso,

buscar explorar em outros contextos a relação entre a transferência de conhecimento e as

condições físicas e tecnológicas para melhorar o poder de explicação dessa relação, que neste

estudo foi rejeitada.

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APÊNDICE A – Vinícolas pesquisadas por aglomeração

Aglomeração Vinícola

Alto Uruguai

Cantina Guarnieri

Cantina Artesanal Sitio Do Angico

Cantina Bordignon

Cantina Manfroi

Fábio Miorando

Trento

Campanha Gaúcha Vinícola Peruzzo Ltda.

Campos de cima da Serra Aracuri Vinhos Finos

Serra Gaúcha

Vinícola Terragnolo Ltda

Adega Cavalleri Ltda

Adega Chesini

Adega Mascarello Ltda

Angheben Adega De Vinhos Finos Ltda

Cantina Strapazzon

Cave Darci Locatelli

Cave De Pedra

Cooperativa Vinícola Aurora

Cooperativa Vinícola Garibaldi Ltda

Econatura Produtos Ecológicos E Naturais LTDA

Famiglia Tasca

Família Buffon

Indústria Vinícola São Luiz Ltda

Indústria Vinícola São Luiz Ltda

Lídio Carraro Vinícola Boutique

Milantino Vinhos Finos Ltda

Miolo

Peculiare Vinhos Únicos

Peterlongo

Soc. De Bebidas Cascata Da Colina Ltda (Cantina Gelain)

Vallontano Vinhos Nobres Ltda.

Vinhos Casa Fantin Ltda

Vinhos Don Laurindo Ltda

Vinhos Larentis

Vinhos Titton

Vinhos Viapiana

Vinícola Barcarola

Vinícola Cainelli

Vinícola Cave De Angelina Ltda

Vinícola Cristofoli

Vinícola D'bastiani Ltda Me

Vinícola Dom Candido

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Aglomeração Vinícola

Vinícola Dom Herminio Ltda

Vinícola Gazzaro Ltda

Vinícola Gheller

Vinícola Giaretta

Vinícola Marco Luigi Ltda

Vinícola Mena Kao Ltda

Vinícola Pagliosa

Vinícola Torcello

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APÊNDICE B – Instrumento de coleta de dados

Prezado Empresário!

Este questionário faz parte de uma pesquisa que está sendo realizada na Faculdade IMED,

sob a coordenação do professor Dr. Claudionor Guedes Laimer e tem como objetivo investigar o papel

das aglomerações territoriais no desenvolvimento de inovações e na melhoria do desempenho das

vinícolas em regiões vitivinícolas.

Salientamos que todos os dados e informações obtidos nesta pesquisa são de caráter

confidencial e destinam-se ao estudo acadêmico. Não serão divulgados dados ou informações

individuais das vinícolas, apenas dados coletivos serão divulgados. Os resultados obtidos serão

enviados aos participantes após a conclusão do estudo.

Agradecemos desde já a sua colaboração.

Tamires Bressiani Pagnussatt | Pesquisadora (54) 99666-1907

[email protected]

Claudionor Guedes Laimer | Pesquisador (54) 99915-3493

[email protected]

QUESTIONÁRIO Nº _____

Dados de identificação da vinícola:

Nome da vinícola: Município:

Ano de início das atividades: Número de funcionários:

Produção de vinho no último ano (em litros):

Produção de uva no último ano (em toneladas):

Compra de uva no último ano (em toneladas):

Área plantada no último ano (em hectares):

Assinale com um “X” na alternativa que corresponde à realidade da vinícola:

Qual é o porte (tamanho) da vinícola? [ ] Microempresa [ ] Pequena [ ] Média [ ] Grande

Inferior a R$ 360.000,00 Entre R$ 360.000,00 a R$ 3.600.000,00 Entre R$ 3.600.000,00 a R$ 20.000.000,00 Superior a R$ 20.000.000,00

A vinícola possui marca de vinho? [ ] Não. [ ] Sim. Quais?

A vinícola faz parte de alguma associação? [ ] Não faz parte. [ ] Sim. AGAVI [ ] Sim. APROBELO [ ] Sim. AVIGA. [ ] Sim. Outra, qual?

Com base na sua experiência, gostaria que o (a) Sr(a). avaliasse cada uma das afirmativas, indicando

a sua opinião quanto ao grau de concordância ou discordância. Considere as interações da vinícola

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como sendo os contatos entre os proprietários e/ou funcionários. Marque um “X” no número que

melhor representa a sua opinião.

Aprendizagem Coletiva Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

1 A vinícola interage com outras vinícolas e com entidades em reuniões, cursos, feiras, etc.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2 A vinícola interage com outras vinícolas e com entidades em festas e eventos sociais e de lazer.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3

A vinícola interage com outras vinícolas, fornecedores, compradores e entidades através do contato:

a) pessoal / presencial (face a face) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

b) por telefone 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

c) por e-mail 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

d) outro: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Aprendizagem Coletiva Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

4

A vinícola usa conhecimentos gerados sobre a produção e venda de uva e vinho, por:

a) outras vinícolas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

b) fornecedores (matéria-prima e equipamentos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

c) loja especializada 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

d) hotéis e restaurantes 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

e) supermercado 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

f) atacado/distribuidor 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

g) Emater 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

h) Embrapa 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

i) Ibravin 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

j) Sindivinho 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

l) universidades 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

m) associação empresarial 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

n) Outro: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Transferência de Conhecimento Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

5 A vinícola participa de reuniões técnicas para troca de conhecimento sobre a produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

6 A vinícola desenvolve projeto com outras vinícolas ou entidades para a produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

7 A vinícola realiza compra e venda em conjunto com outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

8 A vinícola realiza a produção de uva ou vinho em conjunto com outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Capital social estrutural Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

10 A vinícola mantém contato frequente com outras vinícolas, fornecedores, compradores e entidades.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 Conhecemos pessoalmente as vinícolas e entidades com as quais mantemos contato.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

12 As vinícolas e entidades com as quais mantemos contatos frequentes se conhecem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

13 As vinícolas participam de eventos sociais e de lazer com as outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

14 As vinícolas trocam informações e conhecimentos sobre produção e venda de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

15 As vinícolas que trocam informações e conhecimentos se conhecem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Qual é o seu grau de concordância?

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90

Capital social relacional Discordo

totalmente

Concordo totalmente

16 Existem relacionamentos interpessoais entre os proprietários e/ou funcionários das vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

17 Os relacionamentos são caracterizados pelo respeito mútuo entre as vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

18 Os relacionamentos são caracterizados por confiança mútua entre as vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

19 Os relacionamentos são caracterizados pela alta reciprocidade entre as vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

20 Os relacionamentos são caracterizados por amizade pessoal entre proprietários das vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Capital social cognitivo Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

21 A vinícola compartilha os mesmos interesses das outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

22 A vinícola tem interesse em buscar objetivos comuns ou coletivos com outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

23 A vinícola compartilha seus objetivos com outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

24 A vinícola entente a estratégia e as necessidades das outras vinícolas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

25 Os funcionários de minha vinícola e das outras vinícolas cooperam entre si.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

26 As vinícolas geralmente concordam sobre a forma de cooperar.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Inovação Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

27 A vinícola desenvolveu inovação de produto ou de processo com outras vinícolas ou entidades.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28 A vinícola desenvolveu projeto de pesquisa com outras vinícolas ou entidades.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

29 A vinícola desenvolveu novos produtos ou processos de produção nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

30 A vinícola melhorou significativamente produtos ou processo de produção nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

31 A vinícola investiu em pesquisa e desenvolvimento de produtos ou processos nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

32 A vinícola contratou e/ou investiu em treinamento de funcionários para inovação nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Condições Físicas e Tecnológicas Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

33 A vinícola tem acesso à novas tecnologias para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

34 A vinícola tem acesso à insumos ou matéria-prima para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

35 A vinícola tem acesso à mão de obra qualificada para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

36 A vinícola tem acesso à recursos financeiros para financiar à produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

37 A vinícola tem acesso às condições favoráveis (solo, clima, etc.) para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

38 A vinícola tem acesso às instituições de apoio locais ou regionais para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

39 A vinícola tem fornecedores regionais de insumos e matéria-prima para produção de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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40 A vinícola tem compradores regionais para a venda de uva e vinho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Desempenho Qual é o seu grau de concordância?

Discordo totalmente

Concordo totalmente

41 Houve aumento no faturamento da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

42 Houve crescimento nas vendas da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

43 Houve redução de custos de produção da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

44 Houve aumento da rentabilidade da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

45 Houve aumento na produtividade da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

46 Houve aumento no lucro da vinícola nos últimos 5 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

47) Relacione em ordem de importância as 5 vinícolas e/ou instituições com as quais você mantém

contato para troca de informações e conhecimentos sobre a produção e venda de uva e vinho.

1. ______________________________________________________________________________

2. ______________________________________________________________________________

3. ______________________________________________________________________________

4. ______________________________________________________________________________

5. ______________________________________________________________________________

Caso deseje receber uma cópia do resultado final desta pesquisa, por favor, informe um e-

mail para que possamos entrar em contato futuramente:

E-mail: ___________________________________________________________________

MUITO OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO!