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FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO Processo de produção visando à implementação da Produção mais limpa em uma indústria metalmecânica Claudiana Aparecida e Silva Noro Passo Fundo 2016

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

Processo de produção visando à implementação da Produção

mais limpa em uma indústria metalmecânica

Claudiana Aparecida e Silva Noro

Passo Fundo

2016

Claudiana Aparecida e Silva Noro

Processo de produção visando à implementação da Produção

mais limpa em uma indústria metalmecânica

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Escola de Administração da Faculdade

Meridional – IMED, como requisito parcial

para obtenção do grau de Bacharel em

Administração sob a orientação do Prof.

Orientador Jeancarlos Araldi.

Passo Fundo

2016

Claudiana Aparecida e Silva Noro

Processo de produção visando à implementação da Produção

mais limpa em uma indústria metalmecânica

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Orientador: Ms. Jeancarlos Araldi

_________________________________________________

Integrante Dra. Eliana Andráa Severo

_________________________________________________

Integrante Esp. Vanessa Faedo Serafin

Passo Fundo

2016

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado condições de saúde, força, dedicação

para a execução deste trabalho e conhecimento obtido.

A minha família que foram essenciais para este processo, pelo incentivo, paciência,

amor incondicional, força e determinação.

Ao meu orientador por ter passado suporte teórico, paciência, incentivo e correções.

A todos da empresa que estudou-se este trabalho que ajudaram de alguma forma por

passarem conhecimentos teóricos e técnicos para chegar ao objetivo deste.

Aos amigos que de alguma forma incentivaram, indiretamente fizeram parte da

formação, o meu muito obrigado.

4

RESUMO

Considerando que as empresas estão preocupadas com a gestão sustentável em seus processos

de produção, este estudo verificou os processos de produção em uma indústria

metalmecânica, com ênfase no processo de produção mais limpa. Por meio deste, ressalta a

importância desta ferramenta na tomada de decisão empresarial, através do Triple Botton

Line, que engloba o modo econômico, social e ambiental. Em relação à questão de pesquisa

que originou a formulação deste trabalho, buscou-se estudar quais as metodologias de um

sistema de produção mais limpa em uma indústria no segmento metalmecânica. Pretende-se

sugerir um sistema de melhoria contínuo de produção mais limpa no departamento de

macharia em uma empresa metalomecânica, que produz implementos agrícolas no norte do

Rio Grande do Sul, descrevendo, analisando e sugerindo melhorias. Nesta pesquisa, trata-se

de um estudo qualitativo exploratório, e será utilizado o método de observação participante

pela pesquisadora. Os registros obtidos das coletas serão analisados por meio da Análise de

Conteúdo. Destaca-se em consideração que a produção mais limpa gera economia de

processos de fabricação, eliminando desperdícios como matérias-primas, resíduos, água e

energia, gerando retornos financeiros às empresas que a implementam e propondo melhorias

em setores diversificados.

Palavras-chave: Gestão sustentável. Indústria metalmecânica. Produção mais limpa. Triple

Botton Line.

5

ABSTRACT

Whereas the companies are concerned with the sustainable management of their production

processes, this study examined the production processes in a metalworking industry, with

emphasis on cleaner production process. Hereby, underscores the importance of this tool in

corporate decision making, through the Triple Bottom Line, which includes economic, social

and environmental way. On the question of research that led to the formulation of this study,

we sought to study what the methodologies of cleaner production system in an industry in the

metalworking industry. As regards the objective, we intend to propose a cleaner production

system in the core making department in a mechanical engineering company, producing

agricultural implements in northern Rio Grande do Sul, describing, analyzing and suggesting

improvements. In this research it is considered, it is an exploratory qualitative study, and will

be used the method of observation participant by the researcher. Records obtained from the

collections will be analyzed using content analysis. It is noteworthy in mind that cleaner

production generates manufacturing processes economy, eliminating waste as raw materials,

waste, water and energy, generating financial returns for companies that implement and

proposing improvements in diversified sectors.

Keywords: Sustainable management. Metalworking industry. Cleaner production. Triple

Botton Line.

6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Tripé da Sustentabilidade ........................................................................................ 14

Figura 2 – Passos da implementação da Produção mais Limpa ............................................... 20

Figura 3 – Processos da Produção mais Limpa. ....................................................................... 21

Figura 4 – Roteiro da implementação da Produção mais Limpa .............................................. 22

Figura 5 – Ciclo de melhoria do mapeamento de fluxo ........................................................... 26

Figura 6 – Exemplo de desenho do mapeamento de fluxo ....................................................... 27

Figura 7 – Icones para elaboração do mapeamento de fluxo ................................................... 27

Figura 8 – Ciclo PDCA ............................................................................................................ 29

Figura 9 – Sequência para a implementação do PDCA............................................................ 30

Figura 10 – Mapa sequêncial da pesquisa ................................................................................ 36

Figura 11 – Fluxograma do processo de produção de conjunto soldado .................................. 39

Figura 12 – Cronograma de montagem do sistema AS400 ...................................................... 40

Figura 13 – Processo de ficha Kanban ..................................................................................... 41

Figura 14 – Fluxograma do processo de produção de conjunto fundido .................................. 43

Figura 15 – Caixa de molde com machos preenchidos ............................................................ 45

Figura 16 – Layout do setor de Macharia térro ........................................................................ 47

Figura 17 – Layout do setor de Macharia segundo andar........................................................ 47

Figura 18 – Cronograma diário de fabricação do setor de macharia ........................................ 48

Figura 19 – Processos que agregam valor do auxiliar no departamento da Macharia ............. 51

Figura 20 – Processos que agregam valor do operador no departamento da Macharia ........... 52

Figura 21 – Processos que agregam valor do coordenador no departamento da Macharia...... 53

Figura 22 – Plano de ação utilizando a P+L no departamento de macharia ..................................... 56

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8

1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 10

1.2 Objetivos .......................................................................................................................... 12

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 12

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 13

2.1 Gestão da sustentabilidade empresarial ........................................................................... 13

2.1.1 Tripé da Sustentabilidade econômica financeira ........................................................ 15

2.1.2 Tripé da Sustentabilidade Social ................................................................................. 16

2.1.3 Tripé da Sustentabilidade Ambiental .......................................................................... 17

2.2 Produção mais limpa ....................................................................................................... 18

2.2.1 Processos ..................................................................................................................... 20

2.2.2 Estudos da P+L ........................................................................................................... 23

2.3 Processos que agregam valor ......................................................................................... 24

2.4 Melhoria Contínua ......................................................................................................... 28

3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 32

3.1 Tipo de Pesquisa .............................................................................................................. 32

3.2 Local de Pesquisa ............................................................................................................ 34

3.3 Técnicas de Coleta de Dados ........................................................................................... 35

3.4 Análise de Dados ............................................................................................................. 36

4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 38

4.1 Descrições dos processos de produção ............................................................................ 38

4.1.1 Descrição geral dos processos de produção para peças de conjunto soldado ............. 38

4.1.2 Descrição geral dos processos de produção para peças de conjuntos fundidos .......... 43

4.2 Descrição do departamento de Macharia......................................................................... 46

4.3 Analise dos Processos que agregam valor do departamento de Macharia ...................... 50

4.4 Melhoria continua no processo produtivo da Macharia utilizando a P+L ....................... 54

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 57

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 58

8

1 INTRODUÇÃO

Questões de segurança e vida dos trabalhadores e do meio ambiente estão sendo

levados em consideração na última década, e será um tema predominante nas próximas

décadas. As empresas estão preocupadas em seguir a sustentabilidade e trazer de forma

empírica dentro de seus planejamentos de estratégia.

Com isso, as empresas buscam transformar de maneira sustentável seus processos de

produção, para que tenham uma rápida tomada de decisão, maior gestão estratégica e

tornando-se, desta forma, competitiva perante todos os seus stakeholder. Então, o sistema de

produção mais limpa (P+L) é o sistema que agrega valor aos processos de produção,

reduzindo e, até mesmo, extinguindo poluições de sobras de materiais utilizados nos

processos de fabricação. Além de reaproveitar e reutilizar algumas matérias-primas em outros

produtos/processos.

A P+L pode ser aplicada nos processos de produção gerando economia de matéria-

prima e de seus componentes, eliminando o uso de materiais tóxicos e reduzindo danos ao

meio ambiente nos processos de fabricação, bem como pode reduzir significativamente a água

e a energia utilizada. Com isso, busca-se evitar riscos à sociedade, à saúde do trabalhador e ao

meio ambiente.

Atualmente, a P+L integra uma estratégia tecnológica, econômica e ambiental dos

processos, enfatizando a eficiência de matérias-primas e dos insumos através da redução de

desperdícios, utilizando reciclagem dos resíduos gerados, desenvolvendo um benefício

econômico ambiental (UNEP, 2016; CNTL, 2016).

Além de gerar economia de insumos e componentes, esta ferramenta de produção é

bastante utilizada em empresas que almejam controlar o fluxo de mercadorias destinadas ao

descarte como uma forma de rentabilidade, diminuindo os custos da produção. Estudos

recentes mostram o empenho das empresas à procura da utilização desta ferramenta (P+L)

como forma de aumentar o controle de sustentabilidade e lucratividade. Contudo, visam

diminuir os resíduos como um todo, sem perder a qualidade nos produtos e nos processos, que

representam o foco principal das empresas (NARA et al., 2015).

Na mesma linha de raciocínio dos autores acima, Pimenta e Gouvinhas (2010),

ressaltam que a P+L tem como objetivo focar na qualidade e eficiência nos processos

ambientais, na redução de riscos operacionais e na busca da sustentabilidade empresarial.

De acordo com Guimarães et al. (2013), a produção mais limpa integra uma estratégia

econômica, tecnológica e ambiental na produção de produtos, utilizando a reciclagem,

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redução de desperdícios, aumentando os insumos de matérias primas e concebendo, inclusive,

o aumento econômico e sustentável para as empresas.

Neste contexto, também é uma forma para auxiliar na eliminação de desperdícios de

tempo, de transporte, e pode agregar valor nos processos de produção, por meio da

reutilização de resíduos tratados, tornando-os reaproveitáveis na empresa. Dessa forma, a

corporação pode alcançar o tripé da sustentabilidade, já que o mesmo é gerenciado por

questões econômicas, ambientais e sociais.

Nos processos de produção que agregam valor encontra-se em específico o

departamento de macharia, além da possível reutilização de componentes, insumos e

matérias-primas, o operador bem capacitado e a tecnologia que é oferecida a este, tem

relevância a questão do meio ambiente, que o setor se encontra poluído e com conformidades

extremas de desperdício cabendo sugestões de melhoria da P+L.

Na P+L encontram-se vantagens ambientais e econômicas em sua implementação que

geram resultados, como redução de uso de matérias-primas, redução de resíduos e eliminação

de conflitos com a fiscalização. Por outro lado, também pode apresentar melhoria na

motivação dos funcionários, visto que estes têm ligação direta com a população, o que

melhora a competitividade da empresa, qualidade do produto e inova tecnologicamente com

vista na diminuição dos impactos ambientais, sociais e econômicos (SANTOS; CARNEIRO;

RAMALHO, 2015).

De acordo com Hinz, Valentina e Franco (2006), a P+L proporciona ao meio

ambiente uma diminuição de impactos ambientais, a partir do conhecimento que a empresa

tem da sua responsabilidade com a natureza pelos riscos que acarreta. Para tanto, busca a

redução de resíduos, gases tóxicos e efluentes, além de proporcionar condições de saúde e

segurança da população, de seus trabalhadores e do meio ambiente.

Portando, a P+L esforça uma ruptura de paradigmas como qualquer outra prática

sustentável empresarial. Contudo, deve ser analisada com a visão do próprio gestor, pois este

modelo também requer prioridades de proporcionar às empresas um novo comportamento de

negócios em um futuro próximo, conciliando atividades econômicas com proteção do meio

ambiente.

10

1.1 Justificativa

As empresas do setor metalmecânico sofrem com a incorreta destinação de produtos

não recicláveis e com a degradação do meio ambiente em diversos processos da fábrica. Os

resíduos gerados no processo de fabricação da empresa pesquisada são terceirizados e

destinados a empresas de outro estado, o que eleva o custo dos produtos. Porém, uma pequena

quantia desses resíduos é reaproveitada para o setor de fundição na fabricação de novas

peças/moldes nos setores de macharia da empresa.

No processo de fabricação nas indústrias de implementos agrícolas e especificamente

o departamento de macharia (setor da fundição), há uma maior preocupação de resíduos

sólidos que podem se tornar tóxicos misturados a componentes químicos, que acabam

contaminando o meio ambiente, juntamente com o desperdício e o não reaproveitamento dos

mesmos gerando resíduo de aterro industrial. O uso excessivo de água e energia além de

componentes químicos que podem ser tóxicos, também eleva o custo e diminui a

competitividade, contudo, é importante a implementação de processos de produção mais

limpa (P+L).

De acordo com Cruz e Ferrer (2015), a sustentabilidade é um processo importante no

qual, se busca construir uma sociedade onde os objetivos possam ser alcançados nas áreas

sociais, ambientais e econômicas, tornando assim viável sustentavelmente. Já na ideia de

Alencar et al. (2015), a sustentabilidade é um fator para dar continuidade às atividades

produtivas, onde surgem propostas ambientais que podem se converter em custo-benefício no

diferencial competitivo, a fim de atingir o sucesso empresarial.

No entanto, as certificações ambientais, como a norma 14001, possuem critérios de

gestão ambiental que são utilizados por empresas que almejam alcançar objetivos ambientais,

tanto internos como externos. Isso possibilita dar continuidade às suas atividades através de

certificações que irão conduzir uma gestão de recursos naturais de forma racional, o que

permite melhorias nas práticas de gestão ambiental (ISO 2015).

Fernandes et al. (2015), ressaltam que a certificação 14001 com a P+L surge de uma

demanda em processos de fiscalizações ambientais, e seu desempenho depende de uma

auditoria ambiental e deve ser realizada periodicamente para facilitar o processo de sistema de

gestão sustentável (SGA) da empresa.

O SGA é composto por conjuntos políticos e normas internas onde surgem planos de

ações, avaliações e implementações que afetam toda organização e suas relações com o meio

ambiente (LOPES et al., 2015). Do mesmo modo, Santos, Sehmen e Freitas (2015), destacam

11

que o sistema gerencial requer a formulação de diretrizes, metas, objetivos e coordenação de

atividades avaliando os resultados, por meio de procedimentos escritos e formais traçados

para administrar riscos ambientais e sociais.

Então, esse sistema gera práticas de um SGA às empresas, sendo que foca no conjunto

de normas da ISO 14001, tornando-a mais agradável para a segurança do ambiente. É

relevante considerar que a P+L é um conjunto de responsabilidades que a torna importante à

implementação nas empresas de polo metalmecânico industrial, tornando um diferencial

competitivo das mesmas que a implantam.

A viabilidade econômica e financeira da produção mais limpa proporciona recursos e

oportunidades na geração de novos negócios para as empresas, conciliando o progresso

econômico, juntamente com a preservação ambiental, que podem gerar dividendos e também

contribuir para o crescimento dos negócios (ZAMBON; RICCO, 2009).

Conforme Silva (2003), uma forma de alcançar o desenvolvimento industrial e

sustentável é redirecionar e organizar o fluxo do capital para a P+L, ou seja, depende da maior

parte de tipos de tecnologias que a empresa adota para a disponibilidade econômica e

competitividade empresarial.

Diante disto, é necessária uma viabilidade ambiental, onde a P+L tem sido um meio de

redução sistemático de perdas nos processos e da reutilização de produtos, o que permite a

redução de recursos na produção e de seus materiais, diminuindo resíduos poluentes e se

preocupando com os processos de reciclagem (GUIMARÃES; SEVERO; SENNA, 2015).

A P+L contempla mudanças nos produtos e processos produtivos, não envolvendo

apenas a responsabilidade ambiental e econômica, mas também a responsabilidade social,

considerando que a redução de resíduos possibilita resolver problemas relacionados à

segurança e bem-estar, juntamente com a segurança ocupacional dos trabalhadores (SEVERO

et al., 2011). Assim, nota-se que o cenário empresarial tem se preocupado em tornar seus

processos sustentáveis, não se esquecendo do meio ambiente e do social humano.

Este estudo será analisado em uma indústria do setor metalmecânico de grande porte,

na cidade de Passo Fundo – Rio Grande do Sul e será descrito os processos produtivos da

empresa e em forma de sugestão, propor um sistema de produção mais limpa no departamento

de macharia da empresa.

Então, de que forma um sistema de produção mais limpa em uma indústria no

segmento de metalmecânica, pode agregar valor nos processos de fabricação de implementos

agrícolas no sistema de melhoria contínuo do departamento de macharia?

12

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Sugerir um sistema de melhoria contínua utilizando a produção mais limpa no

departamento de macharia de uma indústria metalmecânica, que produz implementos

agrícolas no norte do Rio Grande do Sul.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do presente trabalho são os seguintes:

a) descrever os processos de produção em uma indústria no segmento de

metalmecânico;

b) analisar a descrição dos processos empresariais para agregar valor nos processos de

fabricação de implementos agrícolas;

c) sugerir melhorias no processo produtivo conforme a produção mais limpa com o

sistema de melhoria contínuo produtivo no departamento da macharia.

13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Visando consolidar o referencial teórico, definiu-se a produção mais limpa juntamente

de seus processos e gestão ambiental em ênfase na sustentabilidade como temas a serem

abordados. Portando, a produção mais limpa enfatiza que é necessário ter ferramentas

estratégicas ambientais, já que no decorrer dos anos não houve a devida atenção aos aspectos

que impactam o meio ambiente. Os Capítulos abordados também apresentam a gestão

ambiental, que descrevem a necessidade de implementação de normas técnicas com suas

devidas seguranças tanto no meio social, ambiental e na gestão econômica empresarial.

2.1 Gestão da sustentabilidade empresarial

Ao longo deste subcapítulo será apresentada a gestão sustentável e, por meio desta,

serão abordadas suas três etapas: Econômica, Social e Ambiental. A gestão da

sustentabilidade codifica laços para a gestão empresarial, onde o sistema ambiental é o topo

com foco econômico e social, considerando propostas ambientais sustentáveis.

O termo sustentabilidade foi desenvolvido por Lester Brown no final do século XX,

onde expõe a visão da população em se comprometer com as gerações futuras na capacidade

de cuidar da natureza e entender os conceitos básicos ambientais ecológicos para a

humanidade no futuro (CAPRA, 2003).

Segundo a ONU (2016), os primeiros movimentos ambientais sustentáveis surgiram

no século XX, momento em que a industrialização tomou conta do mundo. Destacam-se no

século XX também as primeiras guerras mundiais, que fizeram surgir às bombas nucleares

por irradiação, contaminando o meio ambiente e a população, onde verificou-se o interesse de

explorar o meio ambiente.

Alencar et al. (2015), ressaltam que a sustentabilidade é o fator fundamental quando se

trata de uma atividade produtiva, pois, as propostas ambientais são o diferencial entre o

sucesso e a competitividade no conceito do desenvolvimento sustentável.

A primeira ideia do surgimento do conceito de sustentabilidade foi proposta pelo

sociólogo John Elkington. Conforme ele, as empresas não são capazes de conservar sem ter

em consideração três perspectivas: social, ambiental e econômica, como fixou no triple

bottom line (GONÇALVES, 2002).

14

Para Albuquerque et al. (2012) o tripé da sustentabilidade ou Triple Botton Line, se

tornou uma ferramenta fundamental onde as empresas desenvolvem ações nas dimensões,

conforme a figura a seguir:

Figura 1 - Tripé da Sustentabilidade

Fonte: Barbieri (2004).

A Figura 1 mostra que o tripé da sustentabilidade empresarial foi desenvolvido para

que a gestão se preocupasse com estes três aspectos e não focasse em um só, especificamente.

Da mesma maneira em que o ambiental se preocupa com a gestão de riscos do planeta,

diminuindo resíduos, o social preocupa-se com o bem estar da humanidade, envolvendo ética

e direitos trabalhistas, já o foco no meio econômico gera competitividade e resultados

satisfatórios aos stakeholders (BARBIERI, 2004).

Na ideia de Froehlich (2014), o pai do tripé John Elkington considerava que as

empresas estavam preocupadas somente em originar lucro e não contemplavam o

desenvolvimento ambiental, social e financeiro na gestão. Por isso, ressaltava que os

acionistas teriam que ter um olhar para o meio ambiente e sobre a sociedade em que atuavam.

Este conceito de três pilares foi introduzido e reconhecido pela sustentabilidade

através do meio econômico e social, onde tem seus próprios méritos na parte de

desenvolvimento humano, social e político, em prol de proteger o meio ambiente e evitar

danos futuros aos seres humanos (MOLDAN; JANOUSKOVÁ; HÁK, 2011).

Diante da Figura 1, serão estudados os conceitos de cada tripé da sustentabilidade, o

que proporciona à empresa a especificação de cada um dos modelos. O primeiro tripé a ser

estudado é o Econômico, onde as empresas necessitam de capital/recursos, não gerando

15

multas ambientais. Em seguida, o Social, em que precisa ser levado em conta o bem estar da

sociedade para que trabalhem juntos pelo sucesso ambiental. E, por fim, o Ambiental, com

seu sistema de gestão e certificações a serem seguidas.

2.1.1 Tripé da Sustentabilidade econômica financeira

A sustentabilidade econômica é importante para a gestão empresarial, sendo que as

empresas obtêm vantagens de reaproveitamento em diversos setores. Para que uma empresa

seja sustentável economicamente, ela precisa cuidar do meio ambiente, gerando recursos

renováveis, através dos resíduos que podem ser reaproveitados na empresa gerando menos

desperdícios e, consequentemente, lucratividade. Através desse modo de reaproveitamento,

tanto dos resíduos quanto na gestão de recursos naturais, a empresa se torna eficiente e

competitiva no mundo dos negócios.

Conforme Gollo et al. (2013), a sustentabilidade possibilita no âmbito econômico uma

gestão mais elaborada e eficiente dos recursos no fluxo de investimentos em empresas de

órgão público e privado, e a eficiência financeira deve ser avaliada em termos macro-social de

critérios na lucratividade tendo, assim, um impacto no fluxo monetário existente entre

empresas, governo e população.

Neste contexto econômico, a sustentabilidade econômica tem medidas básicas que

visam um desenvolvimento mais estável, evitando oscilações financeiras. Além disso, a

gestão de recursos naturais como energia e água, pode se tornar fonte renovável para a

empresa, tendo mudanças no setor econômico industrial sem alterar mudanças na estrutura.

(ALBUQUERQUE et al., 2012).

Existem ainda evidências de que ações de sustentabilidade empresarial podem gerar

recursos através da responsabilidade social, possibilitando uma variedade de retorno

financeiro para as empresas, com imagem de reputação, vendas, relacionamento e a

produtividade dos funcionários, são algumas das formas de alcançar sucesso na vantagem

competitiva, através de ações empresariais sustentáveis (ZAMBON; RICCO, 2009).

No modo econômico, o objetivo básico de qualquer empresa é o sucesso competitivo

dos negócios aumentando sua percepção e participação no mercado. Para que a empresa

alcance este objetivo, precisa ir além da lucratividade, tendo a integridade ambiental e a

equidade social necessária. A empresa requer que seus stakeholders – que são coprodutores

da estratégia corporativa – desenvolvam um desempenho corporativo, incluindo aspectos do

Triple Botton Line (SILVA et al., 2015).

16

Entende-se, no modelo econômico, que as empresas visam um lucro competitivo, onde

possam reaproveitar e não ter desperdícios para a organização, visando a colaboração social

para este processo, tendo uma gestão equilibrada para ter uma participação no mercado com a

integridade ambiental necessária.

2.1.2 Tripé da Sustentabilidade Social

Para que o tripé seja realizado no âmbito social da sustentabilidade, enfatiza-se que,

para que este pilar seja concretizado, é necessário ter o meio social desenvolvido com valores

de bem estar dos trabalhadores e disponibilizar direitos para que o trabalhador possa trabalhar

juntamente com os objetivos empresariais.

O papel da sustentabilidade social observa a esfera social enfatizada na presença da

humanidade na ecosfera, se preocupando com o bem estar humano e com a qualidade de vida

dos mesmos (GOLLO et al., 2013).

Gollo et al. (2013) destacam também que a sustentabilidade social refere-se a um

processo em desenvolvimento que deve ser considerado estável com distribuição igualitária

na renda, ou seja, diminuição das diferenças em diversos níveis da sociedade e melhoria na

qualidade de vida da população, concretizando a perspectiva social e cultural.

Conforme Zambon e Ricco (2009), a responsabilidade social e empresarial aflora

como saída para colocar em prática a sustentabilidade empresarial, tendo a sociedade como

parceira para ter como premissa o crescimento econômico, representado em geração de

riquezas, contribuindo com aquilo que as empresas devem ofertar para a sociedade através do

pilar.

Para que o pilar econômico possa ser crescente, é preciso que o meio social seja

desenvolvido por seus valores de bem estar, tendo um ambiente saudável e uma boa educação

reforçada na empresa. Por meio disto, é possível melhorar a capacidade do trabalhador para

que este possa trabalhar em prol dos objetivos empresariais, gerando assim uma lucratividade

e respeitando o meio ambiente de forma correta e incentivadora (MONDAL;

JANOUSKOVÁ; HÁK, 2012).

17

2.1.3 Tripé da Sustentabilidade Ambiental

O tripé ambiental propõe a gestão de um potencial competitivo juntamente à

preocupação com o meio ambiente, satisfazendo os empregadores e dando recursos à

empresa, gerando eficiência na marca de produtos/serviços.

A sustentabilidade ambiental procura focar no bem estar humano, protegendo as fontes

de matéria-prima e utilizando as necessidades humanas a fim de evitar danos biológicos

(MOLDAN; JANOUSKOVÁ; HÁK, 2012).

Conforme Trierweiller et al. (2014) o tema gestão ambiental tem despertado interesse

em pesquisadores e empresários que buscam melhorias e controlar suas atividades,

diminuindo a poluição, aumentando a competitividade através da modernização nos

processos, tendo em vista a redução de desperdícios e diminuindo emissões de resíduos e

números de multas ambientais.

Em 1995 já se ressaltava que a ideia da gestão ambiental iria se tornar um plus na

competitividade empresarial, onde ao longo dos anos iria ser encarada como um fator de

concorrência, já que a melhoria do ambiente e a competitividade relacionam-se entre si

(PORTER, 1995). Na mesma ideia de Silva Filho e Sicsú (2003), a gestão ambiental eleva o

potencial competitivo empresarial preocupando-se com o meio ambiente, satisfazendo os

empregadores e aumentando a lucratividade com a proteção ambiental.

O sistema de gestão ambiental (SGA) é caracterizado por certificações que englobam

uma redução dos custos na produção e aumento da eficiência dos produtos, considerando que

abrange atividades de planejamento, técnicas, responsabilidades, processos e recursos para

serem analisados e implementados nas políticas da empresa (CORREIA; SANTOS;

CARNIELLO, 2011).

Segundo Barbieri (2004), o SGA requer reestruturar diretrizes e objetivos em

atividades com base nas análises de resultados em diferentes segmentos empresariais, tratando

sempre com o foco nas questões ambientais.

Da pesquisa abordada por Porter (1995), o estudo da gestão ambiental em empresas

que tiveram inovações ambientais apresentou um dos fatores na motivação de fonte na

eliminação de resíduos ocorridos nos custos de regulamento ambiental, onde se originou a

melhoria da produtividade de recursos.

No contexto de Gollo et al. (2013), SGA uma vez que é implementado no processo

produtivo, determina mecanismos gerenciais para que tenha benefícios ambientais, podendo

proporcionar aos stakeholders várias vantagens sociais e econômicas. Esta estratégia pode

18

contribuir para um processo contínuo, gerando oportunidades de melhoria que reduzem os

impactos sobre o meio ambiente nas atividades empresariais, de forma que conquiste o

mercado e eleve sua lucratividade, contendo normas e padrões estabelecidos.

Alencar et al. (2015) afirma que este sistema precisa ter um controle ambiental nas

práticas e processos produtivos como resíduos, efluentes e emissões atmosféricas. Para isso, a

norma NBR 14001 tem estruturas de boas práticas que auxiliam no planejamento.

Conforme a NBR ISO 14001:2015, são estabelecidos critérios em um SGA e este pode

ser certificado para seguir um sistema de gestão eficaz. Este sistema fornece uma garantia aos

gestores e trabalhadores, mostrando à sociedade que o impacto ambiental está sendo

melhorado por ela (ISO, 2016).

Contudo, o funcionamento da sustentabilidade ambiental possui práticas sustentáveis,

avaliando os impactos ambientais de suas atividades através do controle de riscos por área,

controlando custos, melhorando o desempenho da gestão e se diferenciando da concorrência,

além de estar valorizando sua imagem empresarial perante os empregadores e a sociedade,

ganhando espaço no mercado.

2.2 Produção mais limpa

Neste subcapítulo, será apresentada uma ferramenta de gestão inovadora utilizando a

produção mais limpa (P+L ou P mais L) como foco, e está associada ao aumento da

produtividade gerando recursos utilizados na produção, diminuindo desperdícios e

apresentando seus processos produtivos.

A P+L é adotada como cleaner production, é uma ferramenta de estratégia, aplicada

na produção e nos produtos com o objetivo de economizar e potencializar a eficiência do uso

de energia, água e matérias-primas, reaproveitando resíduos gerados nas indústrias tem

métodos e procedimentos simples que geram economia, tendo uma forma de produzir melhor,

gastando menos. Sendo que, para isso, nem sempre é necessário ter alteração do processo

produtivo, dependendo apenas de investimentos financeiros tecnológicos (HINZ;

VALENTINA; FRANCO, 2006; ZAMBON; RICCO, 2009).

Criada pela United Nations Environmental Programme (UNEP), em 1991, e conforme

a International declaration on cleaner production, reconhecem que a P+L tem estratégicas de

ações que estimulam a produtividade ambiental e prevenção da poluição ambiental,

desenvolvendo as políticas e práticas adequadas. Ressaltam também, que esta ferramenta é

usada de forma preventiva aplicada aos processos, em produtos/serviços, para proteger e

19

reduzir riscos para o meio ambiente, tornando um preventivo à saúde humana e gerando

benefícios econômicos às empresas (UNEP 2016).

Esta ferramenta é considerada uma viabilidade ambiental em qualquer nível das

empresas, caracterizada por ações que são implementadas e desenvolvidas internamente,

ligadas ao processo produtivo, com a eficiência de tornar o processo oportuno, no âmbito de

insumos, gerando mais produtos, diminuindo os resíduos e contribuindo para a preservação do

meio ambiente, originando sustentabilidade (SEVERO, et al., 2009).

Oliveira e Alves (2007) dão relevância que as técnicas aplicadas na ferramenta de

gestão da produção consistem em eliminar qualquer desperdício, pois desperdício não agrega

valor ao produto/serviço.

Neste sentido a P+L é uma forma de gastar menos e produzir mais e melhor. Por mais

que tenha necessidade de alterar alguns processos no meio produtivo e que necessite de

investimentos, haverá um retorno econômico futuro. Estes benefícios gerados podem resultar

na redução de gastos utilizados para produzir seus produtos, como também ter seu diferencial

em vendas e marketing (HINZ; VALENTINA; FRANCO, 2006).

Conforme estudos de P+L, as empresas estão preocupadas com a má gestão da

exploração de recursos naturais gerados pela produção industrial e do consumismo,

habilitando soluções de impactos causados. As práticas ambientais relacionadas ao ramo

industrial estão impulsionando questionamentos e motivando uma reorganização de condutas

empresariais, trazendo concepções sobre a implementação de novos padrões ambientais nos

processos de produção, surgindo inovações empresariais. Assim sendo, elevando a imagem

empresarial, tendo vantagens competitivas sobre os outros (SANTOS; CARNEIRO;

RAMALHO, 2015).

No que diz respeito à vantagem da P+L e suas ferramentas, é de que os projetos

podem contribuir com mudanças e atitudes no desenvolvimento e buscando frisar não apenas

no crescimento empresarial, mas também dos funcionários envolvidos. Nara et al. (2015)

ressalta que as empresas buscam cada vez mais trabalhar com a sustentabilidade para obter

recursos futuros, sem contar com a dificuldade que seria uma desvantagem hoje de manter um

rigor no segmento da ferramenta, pois a implementação é complexa de sistematizar e avaliar

todos os processos tendo o comprometimento da administração, gerência e colaboradores.

Apesar dos grandes benefícios e vantagens da P+L, podem-se considerar algumas

desvantagens e barreiras como: econômicas – falta de recursos para aquisições, planejamento

inadequado, sistêmicos – carência de documentação e falta de treinamento dos colaboradores,

organizacional – ausência de motivação, alta rotatividade, técnica – falta de recursos e pessoas

20

para coleta de dados e limitação de acesso, comportamental – resistência em mudanças, falta

de liderança e supervisão, governamental – política inadequada e resistência e falta de apoio,

e outras barreiras como limitação de medidas e implementação (MEDEIROS et. al, 2015).

A seguir, serão apresentados os processos, os quais representam os passos para obter

uma P+L correta e eficaz, e o estudo da P+L, como esta ferramenta é vista atualmente e como

as empresas estão tendo vantagens em aplicá-la.

2.2.1 Processos

Os processos da P+L enfatizam que é necessário ter uma avaliação e estratificação dos

processos para verificar onde há desperdícios e poluição ao ambiente nos setores. A seguir,

serão abordados os processos de implementação desta ferramenta como solução para uma

gestão ambiental eficiente.

Para Severo et al. (2013), a implementação de um programa de P+L no processo

produtivo segue cinco etapas: 1) planejamento e organização; 2) pré-avaliação; 3) avaliação;

4) estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental; 5) implementação e plano de

continuidade, conforme a figura abaixo:

Figura 2 – Passos da implementação da Produção Mais Limpa

Fonte: Lemos (1998)

21

A Figura 2 mostra os processos a serem seguidos para implementar a P+L. Para

cumprir estas etapas, são necessárias mudanças nos processos produtivos, nas máquinas, no

processo de housekeeping para reestruturação de práticas na fabricação e, até mesmo,

mudanças de produtos/serviços.

Conforme Lemos (1998), devem ser consideradas para a implementação as seguintes

características: mudanças de matéria-prima, tecnologia contendo inovações, boas práticas de

operação, mudanças de produtos e reciclagem.

Neste conceito, é preciso considerar que, para que as matérias-primas sejam

substituídas, deve-se reduzir ou eliminar os materiais tóxicos, a fim de prevenir a geração de

resíduos poluentes. Para as mudanças tecnológicas contendo inovações, devem-se adaptar

equipamentos aos processos com o objetivo de redução de resíduos. Quanto às boas práticas

de manuseio ou housekeeping, é obrigatório estabelecer procedimentos administrativos e

técnicos para a redução de poluentes e resíduos. Desse modo, as mudanças no produto

procuram alterar a composição, padrões de qualidade e verificação de produtos substitutos

(SILVA FILHO; SICSÚ, 2003).

Nos processos da P+L tem-se a ferramenta de trabalho disponível em mover a

indústria na visão técnica “fim de tudo”, onde essa ferramenta é aplicada à produção e

otimização de processos, gerando para a empresa a conservação de recursos, eliminação de

materiais/resíduos tóxicos e de emissões (NARA et al., 2015). A Figura 3 mostra o esqueleto

da técnica utilizada para a minimização de resíduos causados na geração do processo de

produção:

Figura 3 - Processos da Produção Mais Limpa

Fonte: Adaptado CNTL (2003).

22

Na Figura 3, temos o Nível 1 – na minimização de resíduos que pode ocorrer na

redução da fonte e melhorias de utilização de matérias primas, substituindo materiais tóxicos

por atóxicos e não renováveis por renováveis. Neste caso, cabem até mesmo modificações do

produto, com a substituição do produto ou o redesenho do mesmo (ecodesign), mas sem

perder a qualidade e ciclo de vida deste, ou modificação do layout do processo de produção.

No Nível 2, é apresentada outra alternativa, onde deve-se ter uma reciclagem interna,

reutilizando resíduos ou materiais que possam ser utilizados em outros processos. E o Nível 3

aborda a reciclagem externa, quando a empresa não encontra outra solução para o material

desperdiçado, mas que para outro serve de agregado, terceirizando este tipo de operação

(WERNER; BACARJI; HALL, 2010; NARA et al., 2015).

Com base em estruturar e seguir passos de implementação, na Figura 4 observa-se um

roteiro de atividades desenvolvidas para ter a P+L:

Figura 4 – Roteiro da implementação da Produção Mais Limpa

Fonte: Adaptado de Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (2008).

Conforme o guia da produção mais limpa, é necessário que as empresas tenham um

planejamento e organização no comprometimento de diretores e gerentes para a realização do

projeto, além de conscientização dos colaboradores e precisamente de um ECOTIME que será

um integrante de cada departamento, para que seja apresentado um plano de elaboração e que

necessite de uma explicação ao que será abordado e como será executado aos demais

colaboradores. As especificações são feitas através de uma equipe que passará informações

tendo uma pré-avaliação de setores onde a empresa deseja implementar (CONSELHO

EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2008).

A P+L necessita de avaliações e levantamentos para elaborar fluxogramas de

processos para verificar possíveis indicadores de desperdícios. È necessário ainda fazer uma

23

avaliação de dados coletados e possíveis barreiras como dificuldades de assimilar conceitos

sobre o assunto e execuções de medições de materiais, balanças, massas, energia, etc. Para

que tenham conscientização de fatos geradores de desperdícios, é necessário avaliar as causas

conforme apresentado na Figura 3, tendo possíveis perguntas de como deixar de gerar este

resíduo? Ou, como reciclar internamente ou externamente? Por fim de roteiro, é necessário à

implementação e seleção de melhor forma para que possa ser executado a P+L na empresa

tendo em vista de um plano de continuidade do ECOTIME, (CONSELHO EMPRESARIAL

BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2008).

2.2.2 Estudos de P+L

Em estudos recentes da P+L encontramos cases de sucesso de empresas que obtiveram

resultados satisfatórios e sugestões de melhorias em diferentes segmentos, e logo, serão

citados.

Conforme pesquisas de Silva e Quelhas (2016), os estudos aplicados em oito empresas

de construção civil na cidade de Porto Alegre/RS, obtiveram resultados em substituir matérias

primas e reestruturar a forma de procedimento de produção gastando pouco e economizando

drasticamente. Uma delas foi o exemplo da empresa de Engenharia Joal Teitelbaum Ltda,

havia geração de entulhos e riscos ambientais com resíduos de classe A (como tijolos, telhas,

argamassas, etc.), e criaram uma central de tratamento de resíduos de pintura no canteiro de

obras. Para este procedimento não houve investimentos na modificação de processo, mas sim,

redução do custo e reaproveitamento de embalagens de tintas e venda destes materiais

reciclando-os.

No estudo de Rodrigues e Almeida (2016), a alternativa viável para construções civis é

melhorar a qualidade de projetos arquitetônicos e reestruturar com engenheiros dimensões de

projeto da estrutura, podendo utilizar materiais menos agressivos e reutilizar resíduos em

outras obras em canteiros podendo até vendê-los para diminuir o custo da obra.

Para que a P+L dê resultados, a capacitação e sensibilização dos funcionários são

fundamentais no processo. O diagnóstico ambiental de processos deve ser levantado para

identificar materiais e insumos que necessitam a elaboração de balanços ambientais,

econômicos e tecnológicos para verificar quais etapas dos processos tem maiores impactos, e

elaborar um plano de monitoramento e possíveis indicadores. (RODRIGUES; ALMEIDA,

2016).

24

Rodrigues (2016), verificou a necessidade no segmento de indústrias de sabão e após

analises, foi implementado a P+L para reavaliar conceitos de maus hábitos utilizados pelos

operadores. Observava-se grande quantia de insumos desperdiçados além de energia elétrica e

água. Após os primeiros resultados, encontram-se falhas em máquinas que precisavam de

medidas simples para diminuir resíduos de produtos para a fabricação de sabão, como

instalação de redutores de vazão em torneiras, mudanças no processo produtivo, reestrutura de

layout, limpeza do ambiente, substituição de lâmpadas normais por econômicas de LED,

separação do tipo de resíduo sólido e líquido, reutilização de embalagens de papelão e plástico

para outras finalidades. Os resultados somaram uma economia de 23% em todo o processo de

produção de sabão artesanal, além da formação do ECOTIME e relatórios de indicadores para

analises e fazer um acompanhamento de desperdícios (RODRIGUES, 2016).

Queiroz et al. (2016) reforçam melhorias para uma indústria têxtil encontram-se níveis

de consumos altíssimos nos seguintes setores produtivos, como fiação, tecelagem, malharia,

enobrecimento e confecções. As indústrias têxtis enfrentam grandes problemas com o setor de

tingimento, pois corantes precisam ser utilizados para dar consistência para não desbotar a cor

da peça, utilizando em média 3.000 m³ de água ao dia e cerca de 20% de corante perdido na

lavagem. Além de líquidos, apresentam resíduos sólidos que não são reaproveitados pela

empresa como: fios, malhas, refugos de linha, cones, embalagens, agulhas, graxas, etc.. A

sugestão ocorreu em seis etapas: a) inclusão de oxidação; b) melhoria na coagulação; c)

reutilização de efluentes; d) aproveitamento da água da chuva; e) máquinas mais avançadas

em tecnologias, o que necessita de investimento e f) reaproveitamento de tintas para

tingimento em roupas e propondo manutenções preventivas em máquinas (QUEIROZ et. al,

2016).

Neste subcapítulo foram apresentados estudos da P+L e como a ferramenta pode gerar

retornos financeiros as empresas na economia de matérias primas, insumos, e também

água/energia trocando hábitos que desagregam para hábitos que agregam valor nas empresas.

2.3 Processos que agregam valor

Em processos que agregam valor existem ferramentas que ajudam a desenvolver

melhorias no processo produtivo. Estes processos são de auxilio para verificar possíveis

gargalos na produção e evitar o máximo de desperdícios e tempo, diminuindo o custo de peça

produzida.

25

Os processos que agregam valor têm o conceito no qual o cliente está disposto a pagar

pelo produto/serviço, focando na melhoria da qualidade dos mesmos, e estar à frente de seus

concorrentes, o que explica a necessidade do cliente e na qual escolha vai optar por adquirir

(ROTHER; SHOOK, 2003).

Contudo Kach et al. (2014), relatam que encontramos neste tipo de processo a forma

de execução o fluxo de valor, que é toda ação executada no processo (agregador de valor, ou

não), obrigatória para o produto ser conduzido por seus fluxos essenciais, desde o

recebimento da matéria prima até a necessidade que o cliente busca.

Em visto que as empresas tinham dificuldades de ter uma produção enxuta, foi na

década de 80 e 90, surgiu a ferramenta o mapeamento de fluxo pelas fábricas da Toyota por

Operations Management Consulting (OMCD), para analisar todas as operações do processo

de produção desde a etapa do fornecedor até o cliente verificando a agregação de valor do

produto (ROTHER; SHOOK, 2003).

Então, a utilização do mapeamento de fluxo surgiu com a necessidade de melhorar o

processo produtivo, buscando formas de encontrar melhorias, dando eficiência de gerenciar e

obter redução de custo com acompanhamento de movimentações de materiais e pessoas. Para

que isto ocorra, é primordial a identificação das fontes de desperdícios e excessos e

movimentações devem ser levantados para modificação de processos (KACH et. al, 2014).

Mesquita et al. (2014) afirma que o mapeamento de fluxo de valor é preciso ter visão

dos processos e conhecimento das consequências de desperdícios, sugerindo e propondo

maneiras eficazes de analise ajudando na otimização do fluxo eliminado os desperdícios e

tempo

Por isso busca-se a necessidade de elaborar um mapeamento de fluxo que identifique

processos que agregam e os que não agregam valor descrevendo o fluxo de materiais e

informações no sistema produtivo. Com este sistema é possível sugerir melhorias de possíveis

mudanças necessárias para aperfeiçoar e ter a eficácia no sistema de produção (MESQUITA

et. al, 2014).

Para Rother e Shook (2003), o fluxo de valor ajuda e demonstra as seguintes analises:

visualiza todo o processo, analisando o fluxo como um todo;

identifica a fonte dos desperdícios;

linguagem simples para verificar os processos;

decisões sobre os fluxos são transparentes para analises;

26

associa conceitos com práticas da produção enxuta;

fornece um plano de implementação;

apresenta relações entre fluxos como: informação e de material;

descreve como operar e criar um fluxo que possa agregar valor no processo.

Conforme os autores Rother e Shook (2003), o processo do mapeamento de fluxo

necessita da verificação da família de produtos fazendo um desenho do estado atual do

processo, identificando os desperdícios, analisando retrabalhos, verificando a movimentação

do operador e dos colaboradores em volta, transportes de materiais, e após redesenhar o fluxo

para que seja implementando futuramente na empresa como mostra a Figura 5. A melhoria do

fluxo, então é ligada na identificação dos problemas para o processo de fluxo do estado atual

(ROTHER; SHOOK, 2003).

Figura 5 – Ciclo de melhoria do mapeamento de fluxo

Fonte: Rother e Shook (2003).

Na Figura 5, destaca-se o mapa do desenho atual que é fundamental analisar uma linha

de produtos coletando informações de demanda para mapear frequências de entrega, lotes,

tamanhos, etc., criando logo um mapa do estado futuro para descrever as fontes de

desperdícios, eliminando-as e nivelando volumes com fluxo continuo, e por fim

implementando-as (ROTHER; SHOOK, 2003).

No contexto de Vieira (2006), para elaborar um mapeamento de fluxo simples, é

necessário seguir regras básicas de movimentação para facilitar a gestão visual deste processo,

e pode ser feito com papel e caneta conforme Figuras 6 e 7.

Figura 6 – Exemplo de desenho do mapeamento de fluxo

27

Fonte: Vieira (2006).

Figura 7 – Ícones para elaboração do mapemanto de fluxo

Fonte: Apud Souza et al. (2015).

Na Figura 7 conforme Souza et al. (2015), o mapeamento do processo pode ser

desenhado através de um layout do sistema, tendo uma visão do processo informando os

ícones de operação seja do operador e tendo uma transformação do processo, inspeção de

verificar e analisar, transporte no sentido de fluxo do operador ou de matéria prima, espera em

momento de aguardar, esperar o processamento da máquina, matéria prima, e armazenamento

estocar.

A utilização de desenhos no mapeamento de fluxo é essencial para que fique

organizado e fácil de identificar posições e movimentações, já que o mapa do fluxo é

representado por meio de figuras e ícones que informam todo o processo por meio de

transformações de matérias-primas para peças prontas (ROTHER; SHOOK, 2003)

Kash et al. (2014), ressaltam que o mapeamento de fluxo de valor possibilita que a

movimentação da linha de produção não tenha interrupções, sendo paradas de máquinas,

movimentações excessivas, de zero a pouco estoque, desperdícios e outras perdas de tempo.

28

Justamente, para que as empresas agreguem valor aos seus produtos, é primordial ter

uma melhoria contínua, buscando inovar o processo e continuar a melhorar e monitorar os

processos. A seguir no próximo tópico deste trabalho, será abordada a melhoria contínua e os

benefícios e suas ferramentas de melhorias.

2.4 Melhoria Contínua de processos

No subcapítulo anterior, as empresas precisam agregar valor aos seus produtos tendo a

continuidade de melhoria nos seus processos buscando a inovação. Contudo, a melhoria

contínua representa o processo de toda a empresa, em realizar melhorias enxutas eliminando

desperdícios que tem o custo que não agrega valor, sendo assim, obtendo o aumento da

produtividade e soluções que motivam a criatividade dos colaboradores para ter melhorias em

seus processos (GUIMARÃES et. al, 2013).

Para Tanaka et al. (2012), a melhoria contínua é o planejamento de toda a organização

em aumentar a satisfação dos clientes internos – entre departamentos e externos, através da

filosofia do TQM (Total Quality Management) gerenciamento total da qualidade. Neste

contexto, é preciso esforço e dedicação dos gerentes e colaboradores para ter a quantia no

mercado, tendo benefícios satisfatórios em custos e no lucro.

Leite (2015), afirma que os benefícios empresarias através da melhoria contínua tende

ser satisfatórios, pois dentro das metodologias que são ingeridas ao pessoal da empresa, são

utilizadas por equipes que permitam analisar os problemas que afetam resultados, detectando

as raízes destes problemas através de planos de ação focando na melhoria de processos.

Dentro da melhoria contínua existem ferramentas como o Kaizen e também o PDCA

que ajudam nas melhorias de processos se tornando um ciclo de continuidade. A ferramenta

Kaizen busca melhorar os processos de forma enxuta que é primordial para implementar um

fluxo de valor, verificado causas e consequências para obter a qualidade na produção de

produtos, e proporciona resultados sem grandes investimentos em curto tempo (LEITE,

2015).

Para Leite (2015), para que o processo seja satisfatório, é preciso que os colaboradores

tenham um pensamento Kaizen, como: pensar em como fazer, do que não pode ser feio, ou

corrigir erros imediatos usando a sabedoria, e não buscar a perfeição nos processos, para isto,

29

corrigir erros imediatos usando a sabedoria, e não buscar a perfeição nos processos, para isto,

é necessário capacita-los dando fundamentação teórica para enxergar o problema

rapidamente.

Nos processos de melhoria contínua, o Kaizen pode ser continuado através do ciclo

PDCA (Plan, Do, Check, Act), que de modo repetitivo promove melhorias e monitora o

controle, mantendo atualizado (FUSCO, 2015). Oliveira e Schimiguel (2015) relatam que o

PCDA contém planejamento que definem metas, execução para colocar em prática e coletar

dados, checagem para alcançar resultados mapeando processos, e ação de continuidade e

melhorias conforme a Figura 8.

Figura 8 – Ciclo PDCA

Fonte: Apud Fusco (2015).

Segundo Souza et al. (2013), o ciclo PDCA tem fases que resolvem problemas

abordando dez pontos:

1. definir os problemas;

2. analisar, verificar e definir objetivos que geram problemas;

3. determinar o desempenho;

4. encontrar soluções;

5. analisar;

6. planejar e implementar;

7. avaliar o desempenho;

8. registrar melhorias;

9. padronizar;

30

10. repetição do ciclo.

Para que estes pontos sejam seguidos, temos algumas ferramentas dentro do PDCA

que facilitam o encontro deste dez pontos, são eles: Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e

Efeito, Diagrama de Dispersão, Gráfico de Controle, Histograma, Fluxograma,

Brainstorming, coleta de dados (SOUZA et. al, 2013).

Cardoso et al. (2014) descrevem as ferramentas de PDCA como:

fluxograma: em forma de gráfico representa todos os passos envolvidos de um processo;

brainstorming: gera grande quantidade de ideias, onde todos os envolvidos no processo

devem estar presentes para apresentar melhorias dos problemas ou oportunidades;

diagrama de causa e efeito ou Ishikawa: representado por diagrama com representação de

espinha de peixe, é utilizado para raízes dos problemas separando problemas grandes dos

problemas menores;

histograma: representado por gráfico onde são separados em intervalos de classes a

frequência dos dados de todo o processo;

diagrama de Pareto: utilizado para identificar causas dos problemas dos mais

significantes aos menos significantes, ou seja, 80% das causas tem-se 20% dos problemas

e 20% dos geradores de problemas implicam em 80% dos problemas.

Figura 9 – Sequência para a implementação do PDCA

Fonte: Adaptado de Cardoso et al. (2014).

31

Na Figura 9 os autores Cardoso et al. (2014), afirmam que para a execução das

ferramentas, é necessário ter uma sequência de etapas do ciclo para sempre seguir a ordem

padronizando as tarefas e distribuindo funções. Fusco (2015) ressalta que para a execução do

PDCA e dê continuidade o ciclo, é importante seguir a padronização do processo onde

existam técnicas que auxiliem a segurança e qualidade dos processos.

32

3 METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa aborda a descrição dos procedimentos, métodos e técnicas

utilizados na execução de um estudo, tendo em vista a orientação e validação de

conhecimentos reais de forma científica (MARCONI; LAKATOS, 2011). Para Gil (1999), o

método científico, além da abordagem citada acima, consiste em ter conceitos técnicos e

intelectuais adotados para ter o conhecimento e chegar a uma análise de procedimentos.

Neste capítulo, serão apresentados os métodos propostos de pesquisa utilizados para o

desenvolvimento deste estudo e o mesmo está divido em quatro sessões, a primeira abordada

será a concepção de pesquisa e o seu desenvolvimento. O segundo determina o local de

pesquisa e onde foi desenvolvido o estudo. Por fim, o terceiro e quarto capítulo abordam as

coletas de dados, onde mostrarão as técnicas utilizadas para analisar os dados na pesquisa de

forma científica.

3.1 Tipo de Pesquisa

Neste tópico é apresentado os aspectos que delimitam esta pesquisa. Inicialmente

apresentado a natureza da pesquisa e em seguida, a abordagem do problema, seus objetivos e,

por fim, o último tópico, com seus procedimentos e técnicas para a concretização da pesquisa.

Para delimitar o tema de pesquisa é necessário ter a natureza do tema selecionando as

circunstâncias de tempo e espaço como: indicar o quadro histórico e geográfico, cujo tema se

localiza (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). Diante disto, o foco deste estudo é a Produção

Mais Limpa, onde nos próximos capítulos será descrito os processos de produção no setor

englobado à fábrica, no local em que fabricam suas peças o departamento de macharia.

O estudo tem por objetivo analisar a estrutura de modo sustentável para gerar recursos

à empresa, apresentando melhorias no setor de macharia da fábrica, por meio do método de

produção mais limpa, para adquirir recursos de maneira ambiental e social, para aplicar no

departamento. A natureza da pesquisa aplicada é objetiva gerando conhecimentos aplicados

na prática direcionada a solucionar problemas específicos (SILVA; MENEZES, 2001).

Para solucionar problemas apresentados, é sugerido análises e descrição dos processos

de produção atual, propondo solucionar e ter melhorias neste procedimento, sugerindo o

33

processo de produção mais limpa no departamento de macharia da fábrica que encontra-se

englobado na fundição da empresa.

Este estudo tem como natureza aplicada voltada ao método qualitativo, onde a questão

trabalhada é analisar e propor melhorias, gerando resultados para a empresa. No contexto dos

autores Marconi e Lakatos (2011), a pesquisa qualitativa expressa à interpretação de

levantamentos de dados gerando métodos e técnicas de pesquisa, cuja investigação pode

originar novos levantamentos no decorrer das análises e pesquisas.

Neste mesmo segmento de ideias, Silva e Menezes (2001) relatam que este tipo de

pesquisa é interpretado por fenômenos e atributos considerados básicos no processo

qualitativo, já que não requer técnicas estatísticas, tendo assim fontes naturais diretas e

descritivas para analisar seus dados de forma indutiva.

Neste contexto qualitativo, este estudo tem caráter exploratório, pois proporciona ao

pesquisador uma finalidade de desenvolver e esclarecer conceitos e ideias, tendo em vista a

formulação de problemas e visa o aprimoramento ou descoberta de ideias. Segundo Gil

(1999), as pesquisas exploratórias têm o objetivo de gerar uma visão geral, já que o tema

escolhido é pouco explorado sendo difícil formular hipóteses.

Este estudo, além de exploratório, tem a finalidade descritiva, pois como o próprio

nome diz, será apresentado de forma descritiva à ocorrência dos fatos seguidos pela empresa

na produção mais limpa. Conforme Gil (1999), este tipo de pesquisa centraliza a identificação

de fatores que contribuem à ocorrência de fenômenos, descrevendo fatos de modo prático, que

visam descobrir a existência destas variáveis.

O presente estudo utiliza-se de dois tipos de procedimentos técnicos: o estudo de caso

único, pois realizou-se uma análise de um estudo prévio e profundo em uma única empresa e

a pesquisa com observação participante, pois foi observado de forma encoberta onde o

próprio pesquisador entrevista e participa no ambiente de trabalho em estudo.

Conforme Yin (2010), o estudo de caso investiga de forma empírica um fenômeno

contemporâneo em profundidade no seu contexto, quando os limites entre fenômeno e

contexto não são nitidamente evidentes. Gil (1999) descreve que este estudo é caracterizado

como profundo, permitindo o seu conhecimento amplo e detalhado, explorando situações

reais com limites definidos, explicando fenômenos com situações complexas que não utilizam

levantamento e experimentos.

34

3.2 Local de Pesquisa

A pesquisa tem o objetivo analisar o processo de fabricação em uma empresa

multinacional de origem francesa localizada na cidade de Passo Fundo/RS, focada na

produção de máquinas e implementos agrícolas, com faturamento médio anual de R$ 180

milhões, tendo em torno de 500 funcionários que trabalham em diversos departamentos,

sendo composta por 43 departamentos ao todo.

Criada na metade do século XVIII, a empresa especializou-se na fabricação de

pequenas balanças e aparelhos de pesagem. A principal mudança do foco empresarial surge

no final do século XVIII, quando em uma cidade do interior da França passou por mudanças

em linhas férreas em Paris que afetou o período de prosperidade em que o país se passava na

época, tirando o foco empresarial da empresa. Com isto, começou a mudança e instalação em

outra cidade da França com intenção de produzir máquinas agrícolas, já que havia

necessidade de mercado para colheita, plantio, pulverizadores para o campo.

No início do século XX, as produções de dezenas de máquinas eram produzidas todas

as semanas em oficinas que possuíam as próprias forjas da empresa. Após uma década de

crescimento, a segunda guerra mundial interrompeu o desenvolvimento da empresa, assim

como no mundo todo. Então, a empresa para unir forças se aliou a um grupo Norte Americano

que na época era líder em produzir misturadores e distribuidores de adubo. Está aquisição foi

fortemente importante para que a empresa crescesse internacionalmente e atingisse mercados

de outros países.

Com pouca expansão de mercado, a empresa desejava se instalar em países onde a

economia era gerada através da agricultura. Então após análises de pesquisas do grupo, foi no

início do século XXI que a empresa comprou outra propriedade, desta vez na cidade de Passo

Fundo no norte do Rio Grande do Sul, a empresa originalmente se instalou com foco no

plantio direto, aumentando assim a linha de produtos.

Em 2008 com gana de crescer e expandir para outros países com foco de ser uma das

líderes mundiais de implementos agrícolas e tendo como competitividade novas tecnologias e

aumento de capacidade, a empresa se instalou em diversos países como na Holanda, Itália,

Austrália, Espanha e Argentina, que tem foco de mercado em enfardadeiras e embaladores, e

instalou mais duas unidades na França, e em 2014 outra unidade no Brasil foi adquirida.

O Grupo tem ao todo oito famílias de produtos que são eles: aração, preparação do

solo, alimentação animal, fenação, plantio, pulverização, manutenção de áreas e distribuidor

de esterco e são produzidos conforme a demanda do país de origem, sendo que importam e

35

exportam máquinas e peças de grupo a grupo. Nas fábricas do Brasil, são produzidos

especificamente produtos para a preparação do solo, plantio e pulverização sendo em torno de

dez modelos de máquinas.

Nesta empresa será analisado todo o processo de produção desde a entrada do pedido

feito pelo cliente até a entrega da máquina para o mesmo. Nestes processos de fabricação foi

estudado o processo do departamento de macharia que é englobado a fábrica da fundição, que

é o começo do processo para fabricar peças para a montagem das máquinas. Este

departamento é fundamental para fundição, pois é com os machos (peças que são formados

por areias) para que sejam fundidas, e precisam estar em um formato e temperatura ambiente

para começar o processo.

Com este departamento o processo pode ser prosseguido obtendo a peça fundida para

que seja devidamente montado na máquina. A fundição nesta empresa tem fundamental

importância para a redução de custos de peças que seriam encontradas em outros países ou na

própria matriz, causando um custo maior por importação e impostos acarretando no valor de

seus produtos.

3.3 Técnicas de Coleta de Dados

A coleta e análise de dados são de fundamental importância para ter oportunidades de

encontrar soluções, explorando e analisando de forma completa, utilizando métodos e técnicas

de pesquisas (ROESH, 2007). Para tanto, esta pesquisa científica, como qualquer outra, tem a

mensuração de coletar e observar os métodos utilizados em um estudo.

A observação participante por sua vez, sucede quando o pesquisador se envolve com o

objetivo da pesquisa, passando a fazer parte dele como um todo (CERVO; BERVIAN;

SILVA, 2007). Neste segmento, gera oportunidades para coletar dados do estudo de caso,

tendo capacidade em obter acesso a dados sigilosos em pesquisas, já que o próprio

pesquisador pode envolver-se no estudo como simples colaborador, extraindo dados

facilmente (YIN, 2010).

As técnicas utilizadas para a coleta de dados deste estudo são de entrevistas

semiestruturadas que, segundo Marconi e Lakatos (2011), são entrevistas aplicadas do

entrevistador aos entrevistados solicitando uma lista de itens, fazendo com que o entrevistador

possa fazer demais perguntas de forma adequada no decorrer das entrevistas.

36

As entrevistas proporcionam confiança sem interrupções de conversas, músicas, ruídos

etc. As entrevistas foram aplicadas aos gestores dos departamentos da produção que ao todo

são cinco gestores e dez coordenadores que ocorreram em agosto a outubro do ano do estudo,

contudo a análise documental e de processos da empresa deu-se por meio de uma observação

participante, coletada pelo próprio pesquisador.

Marconi e Lakatos (2011) ainda ressaltam que o método de observação na coleta de

dados podem conseguir informações utilizando aspectos reais, não apenas em ver e ouvir, mas

também examinar, analisar, cogitar fatos/fenômenos que deseja aprofundar.

Com base nesses pressupostos da metodologia, destaca-se através de um mapa a

sequência que foi seguida para a orientação da presente pesquisa para atingir os objetivos na

Figura 10.

Figura 10 - Mapa sequencial da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora (2016).

A Figura 10 mostra a sequência a ser seguida pela metodologia, onde a abordagem é

de forma qualitativa com seus objetivos de origem explicativas e descritivas, através de um

estudo de caso único com uma coleta de dados de entrevistas e observação participante,

analisando de forma documental e através da observação dos processos para a projeção deste

estudo e analisando os dados.

3.4 Análise de Dados

Neste trabalho, a técnica utilizada para analisar os dados é a análise e interpretação dos

dados coletados, o método utilizado foi à análise de conteúdo que, segundo a autora Bardin

37

(2011) destaca, é um conjunto de técnicas de análises dos dados, que permite ter uma visão

dos sistemas e apreciações da comunicação de forma definida, analisado de forma documental

como: planilhas, relatórios, entrevistas e, também, com o mapeamento de fluxo utilizado na

ferramenta de coleta de dados observação participante.

Segundo Roesch (2007), analisando na forma de entrevistas, há uma maneira de

analisar conforme a emoção dos entrevistados, e pensamentos e experiências dos

entrevistadores, ficando mais claro o contexto dos objetivos da empresa. Na mesma linha de

concordância da autora, o método de observação também traz benefícios à análise, já que o

pesquisador observa com profundidade e realidade os fatos e processos.

As entrevistas neste estudo serão aplicadas ao gestor do departamento de macharia, na

qual podem surgir mais perguntas ao longo da entrevista e serão gravadas e transcritas. Ao

todo as entrevistas foram feitas com gestores e coordenadores da fábrica que envolve o

processo, e para relatar as entrevistas, foi utilizado a análise de conteúdo apriore.

38

4. RESULTADOS

4.1 Descrições dos processos de produção

Neste capítulo será dividido em dois sub capítulos, o primeiro descreve os processos

de produção de modo geral na fabricação de peças de conjuntos soldados e o segundo

descreve os processos de produção na fabricação de peças de conjunto fundidos, e serão

apresentados seus fluxos e descrição dos processos da indústria de implementos agrícolas.

4.1.1 Descrição Geral dos processos de produção para peças de conjuntos soldados

A empresa estudada tem como processo de produção para conjuntos soldados, as

peças devidamente prontas que serão montadas sem o uso de fabricação ou modificação das

mesmas, contendo o seguinte fluxo:

39

Figura 10 - Fluxograma do processo de produção de conjunto soldado

Fonte: Pesquisa (2016).

O processo de produção começa com o cliente solicitando o pedido através do portal

extranet com o comercial, onde o mesmo encaminha a documentação ao financeiro para fazer

a análise de crédito e cadastro do cliente ao sistema. Após aprovação do financeiro o pedido é

destinado novamente ao comercial, e este coloca o pedido no sistema de produção chamado

AS400 conforme a Figura 12, enviado para a direção de produção. A gerência da produção

analisa o pedido da máquina que envia a solicitação ao PCP (planejamento e controle da

produção), quando o pedido é conjunto soldado.

40

Figura 12 – Cronograma de montagem do sistema AS400

Fonte: Captura de tela do programa AS400 (2016).

O PCP por sua vez, analisa o pedido e entra em contato com o almoxarifado que

confere se é necessária a compra de matéria-prima ou não. Se sim, o almoxarifado faz uma

ordem de compra para o suprimentos, solicitando ao fornecedor a compra da matéria-prima

que é recebida pelo setor de recebimento em torno de três a dez dias úteis dependendo da peça

e local/estado da compra, e logo, conferido a mercadoria é enviado para o setor de MP

(matéria-prima). Se não for necessário comprar, é enviado diretamente para o setor de

matéria-prima por meio de cartões Kanban conforme a Figura 13 abaixo:

41

Figura 13 – Processo de ficha Kanban

Fonte: Pesquisa (2016).

A matéria-prima analisa o pedido e separa a mercadoria para os setores corte e

preparação, corte laser e/ou usinagem. O setor do corte e preparação tem a finalidade de fazer

o pré-tratamento de chapas para corte que são submetidas a tratamento da superfície como

marcação, seleção de chapas e distribuição. Estas chapas são transportadas para a oficina de

corte, que são cortadas através de máquinas automatizadas com cortes a chanfro que também

exige funções de máquina de corte programadas.

No corte a laser é realizada uma programação que é comandada por sistema CAD

(computeraided design) que é assistido o corte pelo computador acoplado a máquina de corte,

e é programado pelo operador o tipo de peça que será fabricado. A unidade da fábrica possui

três máquinas de corte a laser de acordo com cada corte e espessura de chapa. Depois de

cortadas o operador retira as sobras da chapa e as peças são separadas para a ficha kanban.

Estas sobras não são reutilizadas pela empresa, pois são de pouca significância e resultando a

um pó de ferro não reaproveitável pelo contato do laser.

Dando continuidade ao processo de corte, as peças são enviadas ao setor de usinagem

que tem finalidades importantes para a limpeza das peças formando o verdadeiro formato a

elas após o corte. O departamento tem suas máquinas onde é executada a lavagem e estrutura

42

da peça como máquinas de torno, fresadoras e furadeiras, estas máquinas têm comando ao

operador que conforme ao tipo de peça é necessário um tipo de usinagem.

Após passar por estes processos as peças já cortadas e preparadas para a fabricação,

são soldadas pelo soldador, o mesmo recebe um treinamento de 30 dias que passará pelos

testes práticos de soldagem, a avaliação é realizado pelo setor de qualidade ou o próprio

coordenador da solda. Enquanto aguardam os resultados, o soldador executa operações que

não comprometem a qualidade das peças soldadas. Depois dos testes o soldador é fixado no

seu posto de trabalho e é direcionado a outros postos, o programador analisa as peças a soldar,

e após são definidos os parâmetros de solda na máquina robô para a criação da soldagem ao

tipo de peça. Consequentemente, á uma necessidade que o controle de qualidade verifique os

aspectos da solda ao efetuar o controle, e com a aprovação da qualidade fabricar as peças.

Em seguida estas são transportadas para o setor de pintura, o operador pendura as

peças nos chamados cabides de aço, e com a rolagem é realizada manualmente pelo pintor na

cabine de pintura, as peças são transferidas para as máquinas de jato, as mesmas são

desengraxadas (exceto os chassis, onde estes são pendurados direto ao jateamento de tinta),

enxaguadas, secadas na estufa, jateadas, limpadas e pintadas o fundo com a máquina de spray.

Após isto, com a rolagem dos cabides as peças encaminhadas ao forno são enviadas ao

acabamento de pintura e enviadas novamente ao forno para a secagem das peças sendo

enviados ao setor de controle de qualidade da pintura para verificação da pintura das peças.

Depois de pintadas as peças são enviadas para a montagem, cada posto de montagem

de cada chassi (seja de máquinas pulverizadas, semeadoras, fertilizadoras) através do

almoxarifado as peças são enviadas aos postos dos montadores para que seja seguido

juntamente do manual de cada máquina a realização da montagem. Depois das peças já

montadas nas máquinas, são realizados testes junto com o setor de qualidade para verificar se

há falhas na máquina. Este último teste tem a finalidade de verificar se a máquina vai

funcionar no campo e se todas as peças foram montadas corretamente.

Depois do processo produtivo, as máquinas agrícolas já prontas sendo elas modelos de

plantadoras, semeadoras, pulverizadores, acopladores e preparação de ração animal, – com a

aprovação da qualidade é enviada ao estoque/armazenagem para que um comando seja dado

ao setor de comercial que a máquina está pronta e pode ser faturada. O comercial por sua vez,

faz o pedido que é lançado ao financeiro para condições de pagamento e emitida a DANFE

(documento auxiliar da nota fiscal eletrônica).

Por fim, o setor de carregamento/expedição faz o processo de embalagem e carrega ao

caminhão para que possa ser destinada até ao cliente. Depois da máquina recebida pelo

43

cliente, o setor de pós-vendas entra em contato com o mesmo, para que analisem o

atendimento e a máquina.

4.1.2 Descrição Geral dos processos de produção para peças de conjuntos fundidos

O processo de produção das peças de conjuntos fundidos que são peças fabricadas no

setor da fundição tem a seguinte estrutura conforme o fluxograma abaixo:

Figura 14 - Fluxograma do processo de produção de conjunto fundido

Fonte: Elaboração própria (2016).

44

O procedimento da fundição começa com três processos de fabricação. O primeiro e

mais importante é o pedido de fabricação através do setor PCP fábrica, que é recebido do

almoxarifado e verificam a falta das peças fundidas, mandando a programação através de

cartões kanban para o PCP fundição. Além da programação da fábrica, o PCP da fundição

recebe dos clientes que compram diretamente lá a especialidade da cada peça, se a peça é

somente fundida, ou precisa ter um acabando de pintura, especifica da cor vermelha (cor

padrão de fabricação de máquinas agrícolas). Já a terceira programação ocorre através da

empresa matriz que gera os pedidos de exportação.

Então, após os procedimentos a cima o PCP (fundição) verifica a disponibilidade de

matéria prima que é solicitado ao setor de compras através da ordem de compra. O fornecedor

entrega a mercadoria para o setor de recebimento analisa a pesagem da mercadoria e enviado

uma amostra para o laboratório da fundição. O laboratório tem a função e dever de verificar se

a densidade da matéria prima é igual ao padrão de fabricação. Se rejeitada, a mercadoria é

enviada novamente ao fornecedor trazendo outra até encontrar a densidade certa para a

fabricação.

A aprovação do material é destinada ao setor de modelaria, que tem a função de

fabricar as placas e os moldes para a fusão das peças. As placas de moldes em si, são

terceirizados e para que o material que se fixa no molde grudar, é necessária uma mistura na

centrifugadora onde a modelagem destina o material recebido como água, bentonita, areia e

carvão que funcionam como aglomerante para misturar e enviar através de uma esteira até o

operador para preencher o molde. Com o PCP no controle, são feitos cartões kanban para que

na hora do vazamento verifiquem o tipo de peça que está sendo vazado. A modelaria é o

principal fornecedor para ambos os departamentos: macharia (fabricação de machos) e

modelagem (fabricação de moldes), ambos trabalham em conjunto para que o liquido vazado

seja formada a espessura correta da peça.

Em quanto são feitos os moldes, o recebimento também destina a macharia para fazer

os machos de peças. Estes machos ficam na estrutura do molde para que o vazamento de ferro

caia no molde até o macho sem derreter a areia e sem vazar dando um desperdício e

retrabalho. Por isto, é necessária a aprovação do laboratório para verificar as densidades

químicas da matéria prima. Após os moldes e os machos prontos juntamente com o operador

que recebe a areia para o molde e coloca o macho dentro, os dois lados do molde são fechados

e encaminhados através da máquina para outro ambiente (posicionado no lado) para que

ocorra o vazamento de ferro conforme Figura 15 abaixo:

45

Figura 15 – Caixa de molde com machos preenchidos

Fonte: Pesquisa (2016).

Com os moldes e machos já a espera do vazamento, o forno é responsável para que os

materiais sejam derretidos. O operador da fusão (que fica localizado ao forno) recebe

mercadorias da fábrica de qualquer setor não reaproveitáveis ou com defeito de fabricação

que são chamados de refugos (além da fábrica, também é comprada sucatas para derretimento,

que são feitas ordem de compra pelo PCP da fundição). Se as peças recebidas da fábrica

forem pintadas, são enviadas ao jateamento de granalha que retira toda a impureza da peça

tirando materiais que para a fusão são extremamente perigosos.

O derretimento dos materiais em andamento no forno a uma temperatura de 1.500°C

graus, o laboratório faz amostras de 20 em 20 minutos com bolachas de ferro que são

visualizadas por meio do spectro e repassadas às informações de componentes ao computador.

Se caso houver um elemento químico como Cr (cromo) na matéria prima que está sendo

derretido, o laboratório tem a função de avisar imediatamente o operador da fusão para que

pare com o procedimento de fusão e jogue em panelas de resíduos para descarte. Este material

é altamente tóxico, inimigo do metal para a aglomeração de elementos utilizados na areia

verde (areia do molde) não é utilizado.

Depois o forno ter derretido as sucatas é ocorrido o vazamento de ferro fundido a

temperatura aproximada a 1400 a 1420°C graus tendo dois cartões de temperatura. O

operador da fusão separa em panelas para que o operador do vazamento possa vazar nos

quatro corredores de moldes. Está operação é repetida cinco vezes ao dia para não parar o

processo produtivo da fundição, já que a demanda é grande.

46

Após o vazamento é deixado às peças descansando durante 30 minutos peças menores

e peças maiores 40 minutos para voltar a uma temperatura a inferior a 100°C graus, para que a

desmolagem seja feita. Este processo é efetuado com o operador retirando as peças dos

moldes e machos, onde a peça se solidifica dentro do molde sendo processada por uma

máquina de desmolar (vibradora) com o operador tirando-as manualmente a areia batendo na

peça quente com uma marreta para remover as sobras da areia verde.

O jateamento por sua vez, é feito com o jato de granalha para a limpeza da peça, é

onde a peça dá o brilho na cor cinza. Este processo com o jato é necessário para retirar as

incrustações da areia nas cavidades mais fundas, onde a desmolagem não consegue retirar

totalmente, pois a areia usada na confecção do molde pode grudar e fixar sobre a peça, e com

a ajuda do jato as imperfeições causadas no processo de resfriamento seja eliminado.

No fluxo da fundição, a rebarbação/acabamento é especifica da retirada dos canais de

alimentação, ou seja, são as rebarbas, massalotes, sobras onde se formam no processo de

fundição de secamento da peça com o molde. Esse processo é fundamental para que a peça

não tenha defeitos, o operador faz um processo manual com a esmerilhadeira/discos para que

finalmente tenha o formato da peça fundida.

Em seguida as peças com todo o acabamento pronto são enviadas aos pontos de fluxo

e distribuição de materiais, onde o operador de empilhadeira verifica através do cartão kanban

o destino da peça. Este transporta a caixa de peças aos setores de usinagem (quando é

necessário algum furo especifico na peça) ou para o setor de almoxarifado para o

abastecimento da peça no estoque que é repassado ao PCP fábrica.

4.2 Descrição do departamento de Macharia

O departamento de macharia (ou fabricação de machos), é um dos processos mais

detalhados da fundição, pois os machos precisam ser fixados dentro do molde, para que o

encaixe esteja nas medidas corretas na hora do vazamento. Se o macho não estiver bem

modelado, ou seja, cortado e lixado indevidamente sem retirar as rebarbas ou machos com

defeito, podem acarretar em desperdicios de ferro fundido e também de tempo de produção

perdido, além de matéria-prima jogada fora e enviada para material de coleta terceirizado de

resíduo de areia de fundição classe I e II conforme a classificação da NBR 10004. O

departamento tem como layout as Figuras 16 e 17:

47

Figura 16 – Layout do setor de Macharia térreo

Fonte: Elaboração própria (2016).

Figura 17 – Layout do setor de Macharia segundo andar

Fonte: Elaboração própria (2016).

48

O setor funciona diretamente com II turnos sendo de manhã/tarde, e outro a noite. É

necessário que a macharia esteja sempre dois dias com a programação à frente do setor de

moldagem, que é o próximo passo para a produção, isto é chamado de estoque de segurança

da Macharia. Este tipo de estoque é uma prevensão se algum sinistro acontecer na máquina

desde manutenção, limpeza geral, troca de grades e sensores, falta de matéria-prima ou atraso

de recebimento de materiais, falta de pessoal, palestras, reuniões, analises de areia e resina,

vazamento de matéria-prima (areia ou resina), falhas na programação, falhas de encaixe na

máquina, defeito elérico, sensores ou peças quebradas, outras paradas, e trocas de borrachas

de vedação do sopro nas grades de caixas de moldes.

Cada turno tem três colaboradores com suas funções específicas, sendo: auxiliar de

produção que retira as rebarbas que são chamadas de torrões que são partes dos moldes sem

necessidade de preenchimento para a fabricação, lixa as peças, fabrica as lixas e facas de

corte, organiza os carrinhos de distribuição de peças prontas e coloca as peças prontas nos

carrinhos. O operador de máquina é responsavél de fazer a programação da máquina

conforme o tipo de macho, verefica quantidade de areia e resina disponível, analisa o controle

do PCP para verificar em qual molde de macho está na estante, e coordenador que sabe

executar as duas rotinas e analisa o processo com o controle de PCP, onde o coordenador

recebe uma programação do dia de fabricação conforme a Figura 18, verefica a qualidade das

peças produzidas e pesando-as na balança e faz a limpeza da máquina.

Figura 18 – Cronograma diário de fabricação do setor da macharia

Fonte: Elaboração do departamento de PCP da empresa (2016).

49

Esta programação feita pelo excel através do departamento PCP da fundição, recebem

comandos de fabricação feitas pelo PCP fábrica, peças de terceiros do departamento de peças

e peças de exportações enviadas solicitações da empresa matriz, impressos ao coordenador

para verificar quais serão as peças fabricadas no dia. O coordenador passa os comandos para

sua equipe, destinando-se para a sala de moldes para separar as caixas metálicas dos machos

para colocá-los na máquina.

Neste controle a cima observa-se o código da peça que será produzida, a descrição da

peça, o tipo de macho A, B ou C. Estes tipos são para identificar se a peça é pequena ou

grande, sendo A de menor relevância, B de intermediário e C de maior relevância em

quantidade de peso e tempo nos giros na máquina que duram em torno de 1 minuto a 1 minuto

e 40 segundos o giro dependendo a peça, para que o operador possa programar a quantidade

necesária de giros, e a quantidade produzida. Cada caixa de metal de macho é constituída por

aberturas, onde o operador precisa regular a máquina para que ocorra a vazagem de areia e

resina corretamente, em caso de falta de análise é desperdiçado todo o trabalho, pois as

aberturas não serão as mesmas conforme o molde de macho.

As matérias-primas utilizadas para a fabricar os machos são: resina, areia juntamente

com o catalizador. A resina é extremamente necessária para a produção dos machos para que

a areia se torne fixa e resistente a temperatura do vazamento de ferro fundido. É utilizado em

torno de 100 a 150 ml ao dia de resina para cada 16 a 18 kg de areia necessária para a

fabricação dos machos. Esta resina tem quatro galões encontrados na área externa no segundo

andar que comporta a macharia, em média de quatorze dias de produção é necessária a troca

do galão pelo outro. A resina serve para polimerizar a ação através do calor aquecido no

aquecedor que encontra-se na area interna a uma distância de 200 metros do silo e do

misturador. Após aquecida e chegar a termperatura de 35 a 40°C graus, é programado para

transportar por meio de mangueiras até o misturador que é feito as misturas de areia, resina e

catalizador (tendo composição química de acelerar o processo de cura na secagem da areia e

resina em segundos), para que caia na máquina e faça o processo de fabricação.

Já a principal matéria prima para dar a conscistência devida a peça é a areia. Este

material é comprado no estado de Santa Catarina a cada quinze dias, com o coordenador

solicitando o pedido ao PCP fundição para fazer a ordem de compra ao departamento de

compras. O material demora em torno de quinze dias para chegar a fábrica, então o

coordenador e o operador precisam sempre analisar o estoque de areia para não faltar o

material. Após receber a areia e o laboratório faz a análise e aprova, o abastecimento é feito e

a areia fica no chão onde chamam de ‘sugador’, para que aos poucos conforme a necessidade

50

do silo é enviada através do elevador que transporta a areia para o andar de cima onde

encontra-se o silo.

Na máquina modelo VICK HV-2 própria para a fabricação de machos para a fundição,

é preciso estes procedimentos de materiais para que possa ocorrer o sopro de areia para que

seja fixado no molde. Neste processo, a máquina é programada pelo operador o tipo de peça e

o peso de areia, para que o sopro preencha a quantia necessária das placas metálicas do

macho. Para que um molde seja preenchido por completo, é necessário um tempo de giro de 1

minuto a 1 minuto e 40 segundos aproximado conforme a classificação da peça A, B ou C

com capacidade de produzir três moldes pelo tempo estimado. São três movimentos, o

primeiro a máquina recebe o comando de sopro do material e preenche o molde, a segunda

parada é feita a secagem das peças e o último a abertura do molde para que o operador retire a

peça colocando-as em cima da mesa para o próximo processo.

Após as peças na mesa, o auxiliar corta as rebarbas e lixa as peças se necessário

colocando-as no carrinho. Este processo é o mais simples, porém atencioso, pois é preciso

seguir o esboço de cada peça. O esboço através do PCP fundição e departamento de

engenharia repassam ao coordenador para que o auxiliar saiba onde cortar as sobras e lixar as

peças para que fique exatamente igual ao desenho. Nem toda peça é preciso lixar, pois o que

importa para o vazamento é a parte de cima do macho. As sobras do macho de areia são

colocadas em uma caixa que é destinado a coleta de resíduo de areia, onde uma empresa

terceirizada na cidade de Chapecó – SC coleta duas vezes por semana.

Este macho serve de cópia fiel da peça no momento do vazamento de ferro fundido

aquecido. O coordenador quando necessário o auxilia, e verifica nos carrinhos a qualidade do

macho. Se o macho de areia tiver imperfeições, perfurações ou falta de preenchimento de

areia, é descartado toda a peça que é destinada ao container de descarte de resíduos de areia

de fundição tipo I e refeita para que possam substituir a mesma. O coordenador também

avalia as peças na balança para que possa ver a pesagem da peça se está de acordo com o

controle do PCP.

4.3 Análise dos processos que agregam valor do departamento de Macharia

No departamento da Macharia encontra-se atividades dos operadores que agregam

valor ao processo, como também a qualificação dos operadores, boas ferramentas, bom

layout, ambiente limpo influenciam para que os operadores tenham rotinas tranquilas e bom

ambiente de trabalho, tendo retorno das atividades na produção. Conforme a Figura 19, 20 e

51

21, nota-se os processos diários dos três colaboradores da empresa com os três processos que

agregam valor entre eles: o que agrega valor ao processo, o que não agrega, o que não agrega,

mas, necessário para o processo e tipo de operação do fluxo de materiais.

Figura 19 – Processos que agregam valor do auxiliar no departamento da Macharia

Fonte – Pesquisa (2016).

No processo do auxiliar observa-se que há poucas atividades que agregam valor ao

processo. Existem mais operações necessárias que não agregam valor ao processo do que, as

que não têm valor ao produto. Na rotina do auxiliar pegar o macho pronto da mesa onde o

operador larga o macho para o próximo processo, é a atividade que agrega valor, pois há

modificação do produto e cortar rebarbas e lixar não agrega, porém é necessário. O resto das

atividades como fabricar lixa não agrega valor ao processo, e movimentações do auxiliar

também não agregam, mas são atividades necessárias.

52

Figura 20 – Processos que agregam valor do operador no departamento da Macharia

Fonte – Pesquisa (2016).

No processo do operador encontram-se mais atividades que agregam valor ao

processo, do que as atividades do auxiliar. O operador precisa separar as caixas metálicas dos

moldes para a fabricação dos machos conforme a capacidade da máquina faz-se três machos,

e analisar a ficha de controle do PCP, deslocar-se para buscar as caixas metálicas na sala de

molde onde ficam guardadas as caixas não agrega valor, mas separar agrega, pois irá começar

o processo para fabricação, voltar ao posto de trabalho e abrir porta da máquina não agrega,

porém necessário, encaixar as placas na máquina agrega assim como fazer programações na

máquina e pegar o macho pronto para prosseguir com o processo. Nota-se então neste

processo tudo que for para produzir o macho agrega valor.

53

Figura 21 – Processos que agregam valor do coordenador no departamento da Macharia

Fonte – Pesquisa (2016).

Na rotina do coordenador há poucas atividades que agregam valor ao processo como

analisar a ficha de programação do PCP, pegar o macho e pesar na balança e verificar o

processo do auxiliar e operador. Já as outras atividades, encontra-se como não agrega valor,

mas necessário, e não agrega valor ao processo o que corresponde maior parte das atividades.

Nos processos de todos os colaboradores do departamento em suas rotinas, observa-se

que são poucas as atividades que agregam valor ao processo, porém maior parte das

atividades é necessária, mas não agregam valor. Neste contexto, no momento da contratação

destes colaboradores, é realizado um recrutamento interno para verificar conhecimento e

habilidades do auxiliar e operador e conhecer o processo e regras da empresa.

Pelo setor ser localizado na fábrica da fundição na parte esquerda da empresa, onde é o

último setor a ter fluxos de pessoas, a rotatividade é baixa, pois não ficam concentrados 100%

ao barulho e expostos ao calor não tendo à necessidade de usar força e ambiente de trabalho

não é exposto a sujeira, o que aumenta chances do colaborador estar satisfeito com suas

atividades.

54

4.4 Melhoria contínua no processo produtivo da Macharia utilizando a P+L

Após analisar a estrutura do processo produtivo da macharia monitorando desde a

entrada da matéria-prima areia e saída do macho pronto ao próximo passo para moldagem,

diagnosticou que no ano de 2016, até o terceiro trimestre, houve grande quantidade de

resíduos no departamento da Macharia como EPI’S contaminados (como luvas, macacões,

mascarás e óculos) totalizando 42 m3 de containers, resíduo de areia de fundição classe I

(como restos de torrões misturados com resina de fenol e catalisador, e areia pronta

desperdiçada durante o processo) totalizando 483m3 de containers, e resíduos diversos

contaminados com óleo (como mangueiras, e outros lubrificantes) 42,6 m3 de containers.

Estes containers são de uso da empresa terceirizada que faz a coleta uma vez por

semana dependendo o preenchimento da capacidade máxima do container. Os resíduos são

destinados até o estado de Santa Catarina sede da empresa terceirizada, e tem destinação

como aterro industrial e no coprocessamento de cimento. Neste processo a empresa

contratante paga pela logística do serviço de retirar o container e transportar até o destino.

Em análises do departamento encontram-se certas perdas de areia no processamento

que geram grandes resíduos. Estas perdas são feitas através da areia misturada no silo e com a

máquina do misturador que faz a mistura da areia, da resina e do catalizador que em seguida,

após a mistura é largada em forma de jato na máquina para fazer o macho. Este

processamento é feito no segundo andar para o primeiro, já que a máquina encontra-se no

primeiro andar e o misturador no segundo. Como grande parte da areia é despejada na

máquina numa altura de distância entre ambas de 60 cm, a sugestão com a P+L é de colocar

um tubo ou um funil onde areia não seja desperdiçada no processo evitando esta distância

entre os equipamentos, não sujando a máquina e o chão evitando a limpeza duas vezes ao dia

do operador, e eliminando o desperdício nesta parte diminuindo o consumo de matéria-prima.

Outra análise feita é de reaproveitar a areia fenólica existe um equipamento que parte

da areia possa ser recirculada novamente, é adquirindo um equipamento de regeneração

mecânica de areia de fundição. Este equipamento novo no mercado fabricado pela empresa

MSP, pode ser reutilizado com cinco toneladas de areia por hora, faz com que a areia e seus

aglomerados químicos ligantes como resina de fenol através de sistema auto abrasão por

centrífugos, ocorre à separação das partículas finas de areia retirando materiais magnéticos e

resfriando a areia em seguida. Com a P+L, isto é eficaz para ter redução de refugos,

desperdícios e matéria-prima utilizada no processo e economia do custo de terceirização e

insumos o que compensaria futuramente o gasto com a máquina.

55

Outra sugestão é o desperdício da areia no fechamento da placa do molde que

compressa a máquina no vazamento da areia para preencher o macho. Esta placa metálica tem

duas cavidades, sendo à parte de baixo e a parte de cima que juntamente a máquina é

‘grudada’ para vazar a areia processada na placa, que forma em espécie de vácuo aos lados

vazando uma pequena quantidade de areia fora do molde. Então, como sugestão para não ter

grande excesso de areia desperdiçada neste processo é colocando borrachas grossas de 1 cm

de espessura em volta da placa metálica para fazer o fechamento total sem ocorrer

espaçamentos e desperdícios. Este processo da borracha para prensar bem os lados da placa

custa em torno de R$ 1,30 cada borracha, sendo que este pode ser comprada em três unidades

e deve ser reaproveitada em outras placas.

Dentro das metodologias da P+L, a modificação do processo ou de matéria prima é

válida para melhoria contínua. Neste caso avaliar as cavidades do molde metálico que é

produzido pela modelagem (departamento anterior da macharia), é capaz de diminuir o

excesso de rebarbas que se encontram na placa metálica e também, a diminuição do processo

do auxiliar em cortar e lixar o macho e da matéria prima que será produzida. Neste contexto,

seria importante a empresa avaliar as caixas metálicas dos moldes de machos, utilizando

placas redondas ao invés de quadradas, já que teria uma probabilidade de diminuição.

Outras formas da empresa buscar inovações sustentáveis no processo conforme a P+L,

é ter uma continuidade em melhorias através de um grupo de ecotime, para que fizessem as

investigações sempre que necessário para verificar os desperdícios tendo controle em

planilhas e relatórios, e um departamento de pesquisa e desenvolvimento para aprimorar

conhecimentos e testá-los e aplicá-los na empresa, fazendo especializações, cursos, visitas

técnicas para estar à frente em nível de competitividade no mercado.

Com a P+L também é possível criar relatórios de desperdícios de toda parte onde há

matéria-prima utilizada, neste caso a areia, resina, catalisador, inclusive borrachas e madeiras

que são usadas para fabricação de lixas e rebarbas. Estes relatórios precisam ser diários para

ter um controle mensal e sempre verificar as causas de problemas. Já para melhoria contínua

destes processos e outros, é importante ter uma ferramenta como kaizen para o processo para

sempre ter um ciclo de melhorias e verificação dos problemas e maneiras de serem resolvidos.

Para tais melhorias no processo descritas, foi elaborado através da ferramenta de

gestão um plano de ação como 5W2H para eventuais processos conforme a Figura 22.

56

Figura 22 – Plano de ação utilizando a P+L no departamento de macharia

Fonte: Pesquisa (2016).

Na utilização da P+L é possível fazer modificações de processo sem ter custos e

também modificação de equipamentos, já que na maioria das fábricas de fundição são de uso

de equipamentos e máquinas antigas, neste caso uma das sugestões é fazer um investimento e

adquirir máquinas novas com uma tecnologia avançada que não ocorra desperdícios, focando

na redução de impacto ambiental, social e econômico empresarial.

57

5. CONCLUSÃO

Este estudo descreve analisa e propôs melhorias no processo produtivo em uma

indústria metalmecânica, levando em consideração a diminuição de resíduos, processos,

energia, gases e matérias-primas, utilizando conceitos e soluções simples com técnicas

baseadas nas ferramentas da P+L. Os resultados podem ser satisfatórios para a empresa que

deseja implementar, pois este estudo propôs melhorias no processo em um setor onde havia

maior desperdício.

No desenvolvimento do estudo observou-se a importância de que todas as empresas

necessitam ter pessoas envolvidas para garantir resultados satisfatórios, já que no processo de

fabricação da fundição, maior parte dos processos são manuais, ou seja, necessitando de

colaboradores para a execução das mesmas.

Neste contexto, a P+L tornou-se uma ferramenta competitiva e inovadora para a

gestão de diversos segmentos empresariais, gerando recursos naturais e sustentáveis para que

as empresas alcancem seus objetivos de forma ambiental e reestruturando seu contexto

organizacional, gerando recursos que eram considerados escassos com outras formas de

renda, prevenindo acidentes tanto ambientais quanto sociais.

Em objetivos deste estudo, levou-se como primeiro passo a descrição dos processos de

produção de toda a empresa, apresentando seus fluxogramas, funcionamentos de

departamentos, ferramentas de gestão que a empresa utiliza como kanban.

Analisou-se como principal foco do trabalho, o processo do departamento da macharia

localizado na fábrica de fundição. Detalhou-se o processo do departamento com as rotinas que

agregam valor dos operadores, para verificar retrabalhos, desperdícios e atividades

necessárias, mas que não agregam valor ao produto. Também foi desenhado o layout do

departamento e estudou-se que o layout não interferia no processo.

Como sugestão de melhorias utilizando a P+L, diagnosticou-se por meio da análise

desperdícios, retrabalhos, falta de departamentos como pesquisa e desenvolvimento e ecotime

para que possam acompanhar processos inovando e verificando para continuidade do processo

sustentáveis, diminuição de gases poluentes, economia, substituição de possíveis insumos.

Também verificou-se limitações de sugestões e implementações para realizar este

estudo, pois é difícil quebrar paradigmas de gestores e diretores nas empresas atualmente.

Conclui-se que a metodologia abordada possa servir de exemplo a ser ampliado para

estudos futuros e também para demais processos da empresa, como expansão a outros setores

da fábrica que necessitam de transformações e analise de processo.

58

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