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FACULDADE DE EDUCAÇÃO Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática Licenciatura em Educação Ambiental Relatório de Estágio Programa de Educação Ambiental da Sociedade Terminal de Açúcar de Moçambique (STAM) Flora Armando Nhassengo Maputo, Agosto de 2018

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Educação Ambiental

Relatório de Estágio

Programa de Educação Ambiental da Sociedade Terminal de Açúcar de

Moçambique (STAM)

Flora Armando Nhassengo

Maputo, Agosto de 2018

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Educação Ambiental

Programa de Educação Ambiental da Sociedade Terminal de Açúcar de

Moçambique (STAM)

Flora Armando Nhassengo

Supervisora: dra. Claudia Buce

Orientador: dr. Ernesto Cossa

Maputo, Agosto de 2018

Relatório de estágio apresentado ao

Departamento de Educação em

Ciências Naturais e Matemática como

requisito final para a obtenção do grau

de licenciatura em Educação Ambiental

na Universidade Eduardo Mondlane.

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I

Declaração de originalidade

Este relatório de estágio, foi julgado suficiente como um dos requisitos para a obtenção do

grau de Licenciatura em Educação Ambiental e aprovado na sua forma final pelo Curso de

Licenciatura em Educação Ambiental, Departamento de Educação em Ciências Naturais e

Matemática, da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.

dr. Armindo Ernesto

(Director do Curso de Educação Ambiental)

O júri de Avaliação

O Presidente do júri O Examinar O Supervisor

__________________ ___________________ _____________________

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II

Dedicatória

Dedico este relatório aos meus pais Armando Nhassengo e Cacilda Bernardo, pois eles me

apoiaram incansavelmente, embora difícil, sempre lutaram para que o pão de cada dia não

faltasse na mesa e, tudo fizeram para que nãome faltassem condições para ir à escola, tudo

que sou hoje devo a eles.

A minha avó Florência Tchume, em memória, por ter me ensinado muito sobre a vida, por

ter sido a minha mãe avó durante a minha infância e principalmente por ter sido a principal

incentivadora na minha vida estudantil.

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III

Agradecimentos

Em primeiro lugar,agradeço a Deus pelo dom da vida que me concede pois, através da sua

providência divina, tem me guiadode dia e de noite, tem derramento sobre mim o seu amor

incondicionalmente.

Agradeço ao meu pai Armando Nhassengo e minha mãeCacilda Bernardo pelos

ensinamentos, e apoio que sempre me proporcionaram em todos momentos do processo

académico. Eles sempre foram e são pais presentes em todos momentos da minha vida,

por isso eles são e serão super pais para mim e para meus irmãos.

Agradeço ao meu noivo Vasco António, que sempre me compreendeu, respeitando o meu

tempo de estudos quer seja com colegas ou sozinha dando me sempre apoio

incondicional.Agradeço tembém ao meu filho Nathan Vasco, pois nos momento difíceis

como das negativas e recorências eu triste, elefazia-me sorrir, trazendo-me alegria e forças

para lutar.

À minha supervisora dra. Claudia Buce, o meu muito obrigada, por ter dedicado todo o seu

tempo a mim. Não se importava de me atender mesmo fora das horas normais de

espediente muito obrigada. As suas correções, retificações e chamadas de atenção, fizeram-

me uma pessoa diferente ou seja, uma nova criatura em termos académicos. Foram esses

subsídios fundamentais que tornaram possível a elaboração do meu relatório. Ao corpo de

docentes da FACED, o meu muito obrigada, pelapaciência e dedicação demonstrados ao

longo dos quatro anos de formação curricular.

Agradeço ao meu orientador Ernesto Cossa, pelo acompanhamentodurante o meu estágio

académico, pois, atenciosamente ia me explicando todos os processos decorrentes da

execução de todas atividades.

Aos meus colegas do curso de Licenciatura em Educação Ambiental que deram-me suporte

e companheirismo ao longo dos quatro anos e todos os que de forma directa ou indirecta

contribuíram para a concretização deste sonhoai vai o meu agradecimento.

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IV

Declaração de honra

Eu, Flora Armando Nhassengo, declaro por minha honra que este relatório nunca foi

apresentado para a obtenção de qualquer grau académico e que a mesma constitui o

resultado do meu labor individual, estando indicadas ao longo do texto e nas referências

bibliográficas todas as fontes utilizadas.

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V

Lista de Siglas e Abreviaturas

CFM- Caminhos de Ferro de Moçambique;

DNA- Distribuidora Nacional de Açúcar;

PEA- Plano de Educação Ambiental.

RH- Recursos Humanos

SASA- Associação de Açucareiros da África do Sul;

SFD- Sector de Fermentaria e Depósito;

SSMA - Saúde, Segurança e Meio Ambiente;

SSA- Associação de Açucareiros da Suazilândia;

STAM- Sociedade Terminal de Açúcar de Maputo;

ZSS- Vendas de Açúcar do Zimbabwe;

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VI

Lista de Figuras e Tabelas

Figuras

Figura 1: Organograma da instituição……………………………………………........5

Figura 2:Momento da realização da palestra de sensibilização…………..……………19

Tabelas

Tabela 1:Plano de Actividades……………………………………………………......10

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VII

Índice Declaração de originalidade ............................................................................................................. I

Dedicatória ..................................................................................................................................... II

Agradecimentos ............................................................................................................................. III

Declaração de honra ...................................................................................................................... IV

Lista de Siglas e Abreviaturas .......................................................................................................... V

Lista de Figuras e Tabelas .............................................................................................................. VI

Resumo ......................................................................................................................................... IX

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

CAPÍTULO II: DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO ................................. 3

2.1.LocalizaçãoGeográfica da STAM .......................................................................................... 3

2.2.Breve descrição histórica da STAM ....................................................................................... 3

2.3.ObjectivosdaSTAM .............................................................................................................. 4

2.4.Estrutura orgânica da STAM ................................................................................................. 4

2.5.Número de Empregados e Actividades ................................................................................. 6

2.6.Descrição das actividades realizadas na área de estágio .......................................................... 6

2.6.1.Sector de Saúde Segurança e Meio Ambiente (SSMA) .................................................... 6

2.7. Relevância da instituição e da área de estágio para a formação da estagiária .......................... 7

2.8. Contributo esperado da estagiária para a instituição e na área de estágio ............................... 8

CAPÍTULO III: PLANO DE ACTIVIDADE .............................................................................. 9

3.1.Breve descrição dos procedimentos conducentes ao desenvolvimento do plano de actividades

................................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO IV: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTAGIÁRIA .......................... 11

4.1.Familiarização com o local de estágio .................................................................................. 11

4.2. Descrição do Programa de Educação Ambiental da STAM ................................................ 12

4.3.Planificação das palestras de EA ......................................................................................... 15

4.4.Realização das palestras de EA ............................................................................................ 17

4.4.1 Palestra sobre colecta selectiva dos resíduos sólidos ..................................................... 17

4.4.2Palestra sobre gestão dos óleos residual ......................................................................... 17

4.4.3. Palestra sobre Regras Básicas de Higiene no Refeitório ............................................... 18

4.4.4.Reflexão em relação a realização das palestras .............................................................. 19

4.5.Criação de Ficha de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ) ........................................ 20

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VIII

4.6.Elaboração de Plano Instrucional de Desenho e Concepção do PEA .................................. 20

CAPÍTULO V: Plano Instrucional ............................................................................................... 22

5.1. Fundamentação Teórica ..................................................................................................... 22

5.1.1.Educação Ambiental .................................................................................................... 22

5.1.2.Programa de Educação Ambiental ................................................................................ 22

5.2.Problema Identificado no Programa de Educação Ambiental da STAM .............................. 23

5.3. Proposta de Plano Instrucional de Desenho e Concepção de PEA ..................................... 23

5.3.1 Análise ..................................................................................................................... 24

5.3.2.Desenho ....................................................................................................................... 25

5.3.3.Desenvolvimento ......................................................................................................... 26

5.3.4.Implementação ............................................................................................................. 27

5.3.5.Avaliação ...................................................................................................................... 28

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 29

6.1 Conclusões ......................................................................................................................... 29

6.2 Recomendações .................................................................................................................. 30

ANEXOS..................................................................................................................................... 33

ANEXO A: Carta da realização do Estágio Académico na STAM ............................................ 34

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IX

Resumo

O presente relatório, visa descrever actividade de estágio realizadas na empresa Sociedade

Terminal de Açúcar de Moçambique (STAM), com duração de três meses (21 de Outubro

a 21 de Dezembro), como forma de culminação do curso de Licenciatura em Educação

Ambiental da Faculdade de Educação - Universidade Eduardo Mondlane. Este teve como

principal objectivo aprofundar o conhecimento sobre as práticas de sensibilização

ambiental. A STAM encontra-se no recinto portuário de Maputo com a responsabilidade

de realizar descarga, armazenamento e embarque de açúcar a granel. O departamento que

acolheu o estágio foi o de Administração, no Sector de Saúde Segurança e Meio Ambiente.

A estagiária apresentou um plano de actividades elaborado considerando a sua área de

formação e do sector afecto. Desenvolveu as seguintes actividades: familiarização com o

local de estágio, planificação e realização das palestras de sensibilização ambiental e criação

de ficha de segurança dos produtos químicos. Dentre as limitações encontradas destacou-se

o baixo nível de percepção ambiental associado ao tipo de práticas de sensibilização

ambiental e as condições em que são realizadas, daí resultou a proposta de programa de

educação ambiental como forma de resolver ou minimizar este problema.

Palavra-chave: Gestão de resíduos, Práticas de Sensibilização Ambiental e Programa de

Educação Ambiental.

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM),

introduziu em 2010 o curso de Licenciatura em Educação Ambiental (LEA) com objectivo

de formar indivíduos capazes de promover uma formação científica e prática criativa,

incentivando a busca de inovações, alternativas e soluções para problemas ambientais,

sociais e económicos dentro da perspectiva do desenvolvimento sustentável (UEM, 2012).

Uma das formas de culminação do curso na FACED é a realização do estágio, o qual se

reveste de um valor particular para a sociedade Moçambicana, considerando que os

problemas ambientais transcendem dimensões políticas, étnicas, económicas e culturais

(UEM, 2014).

Dado que o curso de LEA foi concebido à luz do ensino baseado em competências, o

estágio é visto como fundamental, pois propicia a integração do conhecimento teórico no

trabalho prático, através do contacto com a realidade socio-profissional e da aquisição de

experiência prática relevante (UEM, 2012). Segundo este autor, dentre várias competências

que o estudante de LEA pode desenvolver encontra-se a contribuição através da Educação

Ambiental (EA), na gestão ambiental dentro da empresa que por da natureza de trabalho

pode gerar danos ambientais.

De acordo com Santos (2013), as preocupações com preservação e no controle ambiental

estão se tornando cada vez maiores e as empresas buscam cumprir o seu papel no que diz

respeito às leis que estão sendo implantadas a fim de tornar-se exemplos de excelência na

gestão ambiental.

A educação ambiental nas empresas é uma acção estratégica, pois a empresa é um

seguimento de cunho económico produtivo, consumidor de recursos naturais e gerador de

resíduos (Santos, 2014). Este autor afirma que é através da EA que as empresas promovem

acções de responsabilidade sócio ambiental.

O presente documento é um relatório de estágio que visa descrever o decurso do estágio

realizado na Sociedade Terminal de Açúcar de Moçambique (STAM), especificamente no

Sector de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA), instituição responsável por descarga,

armazenamento e embarque do açúcar a granel. Partindo do princípio que várias são as

preocupações atinentes aos problemas ambientais, foi delineado o seguinte tema como fio

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2

condutor: Programa de Educação Ambiental (PEA) da STAM.O estágio teve a duração de

três meses (de 21 de Setembro a 21 de Dezembro).

Constitui objectivo fundamental deste estágio compreender o PEA da STAM. Para

concretização do mesmo foram traçados os seguintes objectivos específicos:

Descrever o PEA da STAM;

Realizar palestras no âmbito do PEA da STAM;

Elaborar uma instrução de desenho e concepção PEA para STAM.

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CAPÍTULO II: DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO

2.1.LocalizaçãoGeográfica da STAM

A STAM, situa-se no Porto de Maputo, à margem esquerda do rio Matola, a Sudoeste de

Moçambique, ao oeste da Baía de Maputo, fazendo limites com a Terminal de Cargas de

Contentores de Maputo (CFM, 2017).

2.2.Breve descrição histórica da STAM

Nesta secção faz-se um resumo do historial de surgimento da STAM de acordo com o

Regulamento Interno da STAM (2015).

A STAM surge em 1995 concessionada a Associação de Açucareiros da Suazilândia (SSA) e

a Vendas de Açúcar do Zimbabwe (ZSS), com o objectivo de explorar a terminal para a

descarga, armazenamento e embarque do açúcar até ao navio.

Em 1999 a Associação dos Produtores de Açúcar da África do Sul (SASA) começou a

exportar o seu açúcar através do Porto de Maputo, na base de um contrato assinado,

entretanto, com a STAM.

Em 2001, Moçambique tornou-se um produtor excedentário e exportador de açúcar. Foi

neste âmbito que houve um acordo de formar uma infra-estrutura regional de exportação

de açúcar, onde o representante da indústria açucareira de Moçambique é a Distribuidora

Nacional de Açúcar (DNA).

Uma vez assinado o acordo de integração, as quatro associações embarcaram no projecto

de reabilitação da terminal e de construção do armazém quatro. Assim em 2005, começou

o projecto de reabilitação em referência, com destaque para a reabilitação da área de

manobras de vagões, construção de edifícios para escritórios que ficaram prontos em 2006,

bem como a conclusão do quarto armazém que passaria a armazenar o açúcar da SSA,

entregue em 2006, com uma capacidade de 50.000 toneladas.

Os armazéns da STAM, suportam uma capacidade de armazenamento total de 175.000

toneladas, distribuindo-se em 40.000tpara os armazéns da DNA e SASA, 35.000t para ZSS,

e 50.000t para SSA- 50.000.

Tendo como base a capacidade acima mencionada, a expansão e modernização da terminal

de açúcar e a capacidade de escoamento, a STAM passou a manusear mais de 1.000.000

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toneladas por ano, facto que leva a terminal para uma classe mundial na exportação de

açúcar.

2.3.ObjectivosdaSTAM

A STAM, desenvolve actividades de descarga, armazenamento e embarque até ao navio do

açúcar a granel, proveniente de quatro países, nomeadamente: Suazilândia, Zimbabwe,

África do Sul e Moçambique para diversos países do mundo, e o principal objectivo é

atingir o nível zero em acidentes de trabalho (STAM, 2015).

Visão: Promoção de um espírito de equipa através de sensibilização e colaboração num

ambiente proactivo, melhoramento das condições de meios de trabalho que norteiam a

formação de uma família coesa, motivada e engajada na produção de riquezas para um

futuro nacional melhor.

Missão: Armazenamento temporário do açúcar a granel e seu ulterior embarque em

navios.

2.4.Estrutura orgânica da STAM

A STAM, é composta por três departamentos que são: departamento da Administração,

Operação e Manutenção, e seus sectores. A figura 1, mostra de forma clara como a

instituição encontra-se estruturada.

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Figura 1: Organograma da instituição.

Fonte: Adaptado do STAM (2015).

Direcção

Administração

Operação

Manutenção

RH

Contabilidade

Operação Conferentes

Manutenção

Área de Cabos

SSMA

SFD

Meios Móveis

Mecânica

Vulcanização

Economato

Electricidade

Legenda:

Sectores

Local de Estágio

Departamentos

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2.5.Número de Empregados e Actividades

De acordo com os dados colhidos no Sector de Recursos Humanos (RH), fazem parte de

colaboradores efectivos 49, dos quais oito mulheres e os restantes homens. Além destes,

constituem um efectivo de eventuais colaboradores 80. Ainda de acordo com o sector de

RH, os colaboradores efectivos distribuem-se da seguinte forma:

Departamento da Administração: um gerente, três colaboradores no R.H, quatro

colaboradores no sector de contabilidade, quatro colaboradores no sector de

ferramentaria e depósito (SFD), dois colaboradores no sector de SSMA, uma

colaboradora no sector de economato.

Departamento de Operações: quatro colaboradores no sector de conferências, treze

colaboradores sector de operação, um colaborador no sector de meios automóveis.

Departamento de Manutenção: seis colaboradores no sector da electricidade, seis

colaboradores no sector da mecânica, dois colaboradores na área da vulcanização,

um colaborador na secretária e manutenção, dois colaboradores na área de cabos.

2.6.Descrição das actividades realizadas na área de estágio

As actividades de estágio, foram realizadas no Departamento da Administração,

especificamente no Sector de SSMA, responsável por manter a saúde, segurança dos

trabalhadores da empresa bem como do meio ambiente.

2.6.1.Sector de Saúde Segurança e Meio Ambiente (SSMA)

De acordo com a informação colhida junto ao sector de SSMA, constituem principais

actividades as seguintes:

a) Monitoria do armazém de açúcar- esta é feita com objectivo de observar as

questões de higiene. Garantindo a manutenção da higienização do local e livre de

possíveis contaminações do produto. A actividade é feita diariamente e é da

responsabilidade dos supervisores de turno e da SSMA.

b) Monitoria do armazém dos óleos e combustíveis- a actividade tem por objectivo

verificar a sua a segurança, da infra-estrutura empresa, dos colaboradores do meio

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ambiente e público em geral. A actividade é feita semanalmente pela SSMA e tem

sempre um responsável na área em causa.

c) Consciencialização sobre saúde, segurança e meio ambiente -Esta actividade é

desenvolvida por meio de palestras semanais e diárias, onde é feito um informe de

advertência sobre o cumprimento das normas. Estas palestras são feitas com

objectivo de consciencialização os colaboradores de modo a aderirem as boas

práticas que não ponham em causa a saúde, segurança e meio ambiente. A

responsabilidade é da SSMA.

d) Promover a deposição e colecta selectiva dos resíduos - Esta actividade visa garantir

uma postura ambiental na empresa e incutir uma postura ambiental nos

colaboradores, visto que a empresa fornece contentores que demonstram o tipo de

resíduo a ser colocado em cada um dos contentores.

e) Controlo e actualização dos arquivos - Esta tem como objectivo principal organizar

a documentação da instituição de modo a facilitar a sua localização quanto das

monitoria, auditorias e inspecção. É da responsabilidade do Oficial da SSMA e feito

sempre que necessário.

f) Fazer inspecções ambientais nos diferentes sectores da instituição, incluindo nas

empreitadas e prestadores de serviço- está actividade é feita com o objectivo de

verificar e garantir que as actividades sejam desenvolvidas obedecendo a legislação

ambiental, bem como normas que regem a instituição. É da responsabilidade da

SSMA.

2.7. Relevância da instituição e da área de estágio para a formação da estagiária

As actividades levadas a cabo na STAM tais como descarga do açúcar, embarque até ao

navio e manutenção das máquinas, constituem um risco ao meio ambiente. A

contaminação do solo através de óleos durante a manutenção das máquinas, o mau

descarte dos resíduos sólidos, a poluição sonora resultado da descarga e a contaminação do

ar, são alguns dos riscos que instituição oferece ao meio ambiente, portanto há uma

necessidade de olhar-se para as questões ambientais, e tomar medidas que possam evitar ou

minimizar danos que podem advir dessas actividades.

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É neste âmbito, que o estágio se focalizou nas actividades do sector de SSMA, com vista a

perceber de que forma é feita a sensibilização ambiental aos trabalhadores da STAM. E é

especificamente aqui que a estudante de LEA consolida os conhecimentos sobre Qualidade

do Ambiente, Sistemas de Cestão Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental, Saúde

Publica, Práticas e estratégias de EA para a consciencialização e sensibilização dos

trabalhadores, com vista a resolução dos problemas ambientais.

2.8. Contributo esperado da estagiária para a instituição e na área de estágio

O curso de LEA visa formar profissionais de EA capazes de intervir na consciencialização

e sensibilização da sociedade (cidadãos, comunidades, empresas e organizações) para uma

conduta responsável quanto à preservação e conservação do meio ambiente, bem como

relativamente aos problemas ambientais (UEM, 2012).

Com base nos conhecimentos adquiridos teoricamente ao longo das aulas, em especial nas

disciplinas de Educação Ambiental e Cidadania, Metodologia de Educação Ambiental,

Psicopedagogia e Elaboração de Materiais Didácticos, espera-se que a estagiária, possa dar

o seu contributo na área de SSMA, no que concerne as técnicas de planificação e estratégias

de desenho e concepção de PEA. Na mesma senda, a estagiária pode contribuir no que

concerne a práticas ambientalmente correctas, para uma gestão ambiental menos poluidora

recorrendo ao conhecimento obtido nas disciplinas de Saúde Pública, Avaliação de

Impacto Ambiental, Sistema de Gestão Ambiental e Qualidade do Ambiente.

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CAPÍTULO III: PLANO DE ACTIVIDADE

3.1.Breve descrição dos procedimentos conducentes ao desenvolvimento do plano

de actividades

De modo a garantir uma boa planificação, organização e gestão do tempo concernente ao

estágio, foi elaborado o plano de actividades, para melhor execução das actividades. O

plano foi produzido tendo em conta os seguintes aspectos:

Área de formação da estagiária;

Os termos de referência do estágio;

Área de actuação da instituição de acolhimento do estágio;

Plano de actividades do sector de estágio.

O plano de actividades foi elaborado pela estagiária sob orientação da supervisora e

orientador do estágio. A tabela 1, ilustra de forma estruturada as actividades levadas a cabo

pela estagiária durante o período de estágio.

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Tabela 1: Plano de actividade

Actividade Objectivo Periodicidade

Familiarização com o local de estágio

Conhecer o local para melhor planificar as actividades.

21-22/09/2017

Descrição do PEA da STAM

Conhecer as actividades de EA planificadas;

Conhecer as técnicas e métodos usados na planificação e execução das actividades de EA;

Conhecer o público-alvo;

Conhecer os recursos materiais usados;

Conhecer as metas e indicadores de verificação.

25-28/09/2017

Planificação das palestras de EA.

Planificar as palestras de EA;

Definir os temas e objectivos das palestras;

Apresentar as técnicas e métodos de realização da actividade;

Definir o público-alvo;

Recursos materiais para implementação das palestras.

Todas as Sextas feiras – 20/10 a 8/ 12/2017

Realização das palestras de EA

Sensibilizar os colaboradores da STAM na observância das Normas de SSMA;

Mobilizar os colaboradores da STAM a participarem na de gestão dos resíduos sólidos com vista a preservar o ambiente e a saúde pública;

Todas as quartas feiras de 25/10 a 13/12/2017

Criação de Ficha

de Segurança

dos Produtos

Químicos

(FISPQ).

Contribuir para a segurança no uso dos produtos perigosos pelos funcionários e discaste adequado dos mesmos, de modo a evitar danos ao meio ambiente e a saúde humana.

02/10_ 22/10

Elaborar um Plano Instrucional de Educação Ambiental

Contribuir para a melhoria de planificação e realização das actividades de EA, com vista a assegurar uma melhor gestão ambiental.

20/11_05/12

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CAPÍTULO IV: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTAGIÁRIA

No âmbito da realização do estágio, foram desenvolvidas as seguintes actividades:

familiarização com o local de estágio, descrição do PEA da STAM, planificação das

palestras de EA, realização das palestras de EA, criação de Ficha de Segurança dos

Produtos Químicos (FISPQ) e elaboração de um Plano Instrucional de Educação

Ambiental

4.1.Familiarização com o local de estágio

Esta actividade foi concebida com o objectivo de familiarizar-se com o local do estágio,

especificamente:

Conhecer as instalações da STAM, onde o oficial de SSMA foi o responsável por

mostrar a estagiária o local de estágio;

Identificar os colaboradores da organização que seriam fundamentais no âmbito

do estágio;

Conhecer as normas e regulamentos da SSMA que a instituição possui.

Assim, os trabalhadores com os quais a estagiária trabalhou de forma directa são cinco, que

pertencem respectivamente ao sector de SSMA, RH, e Sector de Ferramentaria e Deposito

(SFD). No sector de SSMA a estagiária interagiu com o gestor e a sua assistente, no Sector

de RH, interagiu com o gestor e por último no SFD, interagiu com o gestor da área e com

o responsável pelo armazenamento de maior parte dos materiais usados na STAM tais

como produtos de limpeza, óleos, cabos eléctricos e mais.

A STAM possui normas e regulamentos do funcionamento da instituição, nomeadamente a

Política de Saúde Segurança e Meio Ambiente, que diz respeito as normas que os

trabalhadores estão sujeitos, tais como o uso de equipamento adequado como reflector,

botas de segurança, capacete, calças com reflector e em algumas áreas mais restritas

adiciona-se mascara, ovíparos, óculos e luvas. E o Regulamento Interno da STAM, que

também contém normas, políticas e procedimentos que orientam o funcionamento da

STAM.

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4.2. Descrição do Programa de Educação Ambiental da STAM

Esta actividade teve como principal objectivo descrever o PEA, com finalidade de

compreender os procedimentos de planificação e execução das actividades de EA na

STAM.

Para concretização desta actividade recorreu-se a análise documental, onde foi analisado o

PEA da STAM. Relativamente ao processo de implementação do PEA recorreu-se a

técnica de observação directa, onde participou de forma passiva.

É de salientar que a STAM não possui um PEA organizado e estruturado, apenas estão

previstas no seu plano de actividades palestras semanais de sensibilização e reuniões diárias

de lembrete. Estas actividades são desenvolvidas de forma monótona.

Contudo, a estagiária através do conhecimento teórico, sobre PEA, obtido durante a

formação procurou responder os objectivos desta actividade através da observação directa

compreendendo como são planificadas e desenvolvidas as actividades de EA.

a) Acções de EA desenvolvidas no âmbito do PEA

Palestras- de acordo com o plano de actividades da STAM, o principal objectivo

das palestras é de disseminar o conhecimento sobre a prevenção de doenças,

acidentes de trabalho, e conservação do meio ambiente. No entanto, na prática o

que se verifica é EA virada apenas a prevenção de doenças e acidentes de trabalho.

Reuniões de lembrete de observância das normas de segurança no trabalho, o

principal objectivo é de consciencializar os trabalhadores acerca dos cuidados que

devem ter no manuseio das maquinas, a importância do uso adequado do

equipamentos de protecção individuais;

Guias informativos, estes servem como equipamentos de protecção colectiva, para

lembrar aos colaboradores dos perigos existentes no sector, e os equipamentos

necessários para a segurança no trabalho. Estes estão colocados nas entradas em

locais estratégicos por onde os trabalhadores passam com freqência no decurso das

actividades.

b) Público-alvo

O público-alvo do PEA, são todos colaboradores da STAM, incluindo os colaboradores

eventuais, desde os operários, até os gestores. Maior parte do grupo alvo não tem o nível

médio concluído, apenas uma percentagem baixa possui nível médio concluído e alguns

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com nível técnico médio, tendo apenas 6 colaboradores com formação superior nas áreas

de Oceanografia, Recursos Humanos, Contabilidade e Gestão.

c) Técnicas e métodos de planificação e execução das acções de EA

A planificação das acções de EA é feita todas as sextas feiras num balanço semanal. Os

temas ambientais a serem abordados considerados prioritários, são levantados até terça-

feira de todas as semanas considerando os acontecimentos ambientais negativos da semana,

a partir da observação directa e registo de ocorrência.

Assim, tendo sido definido o tema, com recurso a revisão de literatura busca-se formas de

resolução do problema envolvendo a participação dos colaboradores da empresa. Esta

pesquisa permite não só apresentar o problema aos colaboradores, mas sim informar-lhe

como eles podem participar na resolução deste problema.

Em geral a metodologia de EA ambiental adoptada na STAM é de transmissão, onde o

educando é um agente passivo, podendo fazer algumas perguntas. Neste âmbito, os

métodos usados são: o expositivo-explicativo (palestras e reuniões de lembrete de

observância das normas segurança no trabalho) e visuais (cartazes).

As palestras são planificadas todas sextas-feiras e realizadas todas quartas-feiras 15 minutos

antes do início da jornada laboral. Estas palestras são de carácter obrigatório para todos

colaboradores da STAM.

Relativamente as reuniões de lembrete de observância das normas segurança no trabalho,

estas são realizadas diariamente, cinco minutos antes do início das actividades específicas.

No entanto, são dirigidas apenas aos colaboradores que trabalham em locais considerados

de risco, com objectivo de lhes lembrar dos cuidados que devem ter no decurso das suas

actividades.

As palestras semanais e as reuniões diárias são realizadas em espaço aberto, onde todos

colaboradores e palestrante encontram parados. O palestrante não usa nenhum auxílio de

voz.

Fazendo uma análise das técnicas de definição do tema a ser abordado nas palestras de EA,

pode-se dizer que concordam com as orientações de Tibilis (1977) citado por Pelicioni

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(1998) ao definir que a EA deve examinar as questões ambientais do ponto de vista local,

regional, nacional e internacional, analisando suas causas, consequências e complexidade.

Embora na opinião da estagiária pudessem estender o período de pesquisa e definir-se as

actividades mensalmente contrariando a técnica semanal.

Relativamente aos métodos usados, os métodos adoptados pela STAM (expositivo-

explicativo), podem comprometer o alcance dos objectivos por várias razões dentre elas as

seguintes limitações apresentadas por Teixeira (2005): a falta de feedbacks, a passividade

dos ouvintes, tendência a esquecer rapidamente as informações recebidas em exposições

orais; não conseguem levar em consideração as diferenças individuais de habilidade e

experiência; a duração e a extensão do interesse dos ouvintes são inversamente

proporcionais.

As condições do local escolhido para realização das palestras e as reuniões de lembrete de

observância das normas de segurança no trabalho, também podem contribuir para o

fracasso da actividade de EA, pois de acordo com Guidalli (2012), as condições em que se

desenvolve a EA, influenciam na percepção ambiental dos educandos, isto é, quanto mais

confortável for o local onde decorre este processo melhor é a percepção ambiental e vice-

versa.

d) Questões Ambientais prioritárias

Os problemas ambientais mais frequentes estão relacionados com falta de colaboração por

parte dos trabalhadores da STAM na gestão de resíduos sólidos, no descarte dos óleos

durante a manutenção das máquinas, uso racional do papel, higiene e segurança no

trabalho. Assim, com vista a sensibilizar e mobilizar os trabalhadores a colaborarem de

forma activa foram definidos os seguintes temas prioritários:

Colecta selectiva dos resíduos;

Tratamento dos óleos residuais;

Uso racional do papel;

Uso de equipamento de protecção;

Higiene e Segurança no trabalho.

e) Materiais didácticos

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Os materiais didácticos previstos para a realização das palestras e as reuniões de lembrete

são blocos de notas e esferográficas. E na EA visual foram produzidos cartazes e colocados

em locais considerados estratégicos.

O material didácticos usado na STAM, pode-se classificar como pobre na perspectiva de

Bartasson (2012) que defende que o material didáctico é considerado rico quando mostra

locais, causas agentes responsáveis e acções desenvolvidas especificamente para resolução

de um determinado do problema dentro do contexto do público-alvo.

f) Metas e indicadores de verificação

Relativamente as metas e indicadores de verificação não foi possível obter informação

tanto pela análise documental, bem como pela observação directa.

4.3.Planificação das palestras de EA

Esta actividade teve como objectivo planificar as palestras de EA. Assim, foram definidos

os objectivos das palestras, as técnicas e métodos de realização, público-alvo, materiais

didácticos.

De referir que a estagiária teve a oportunidade de realizar três palestras em três semanas

nos períodos programados pela instituição. As palestras tiveram como objectivo central

contribuir na mudança dos hábitos e costumes dos colaboradores da STAM face a gestão

ambiental.

Os temas abordados nas palestras foram extraídos das prioridades da instituição. As técnica

de escolha do tema obedeceu, para além das técnica adoptadas pela STAM, a auscultação

dos colaboradores da STAM com objectivos de trazer problemas vividos por eles como

forma de despertar o interesse pela palestra como aludido por Buck e Marin (2005) ao

afirmar que, entre os pressupostos da EA expressos pela Unesco (1976) estão o vínculo do

educando com a realidade vivida pela comunidade de que faz parte e o desenvolvimento de

valores que o motive a perceber a necessidade de transformação dessa realidade, quer ela

envolva problemas ambientais.

Neste contexto, para a escolha dos temas a abordar recorreu-se: a observação directa,

verificação de registo de ocorrências ambientais e auscultação aos colaboradores da STAM.

A auscultação foi efectuada nas terças-feiras no espaço de reuniões de lembrete de

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observância das normas segurança no trabalho. A estagiária foi cedida o espaço durante o

período do seu estágio.

Os temas definidos para as palestras foram:

Colecta selectiva dos resíduos sólidos;

Regras básicas de higiene no uso do refeitório;

Tratamento de óleos.

Devido as condições do local de realização, elevado número de participantes, o período e a

duração da realização e disponibilização do material didáctico para as palestras, não foi

possível aplicar mudanças significativas nos métodos da EA adoptadas pela STAM, tendo a

estagiária pautado pelo método expositivo-explicativo, porque este método, de acordo com

Santos (2014), permite a transmissão de grandes quantidades de informação num menor

período de tempo, sem muita exigência em materiais e recursos didácticos e em relação ao

número dos educandos permite falar para uma grande plateia, ao contrário da utilização de

outros métodos interactivos que requerem um menor número de educandos de modo a

que seja viável a participação de todos.

A realização tinha 15 minutos de duração que foram divididos em quatro momentos: os

primeiros dois minutos de motivação; de seguida seis minutos de exposição do assunto; o

terceiro momento corresponde a sessão de perguntas e respostas em cinco minutos; e os

dois últimos minutos para resumo. A palestra terminava sempre com uma pergunta de

reflexão em que deveria ser respondida na palestra da semana seguinte.

As palestras foram preparadas com temas que maior parte dos colaboradores apontou

como preocupação, tendo facilitado abrangência de todos, sem comprometer o programa

da empresa.

Os recursos materiais planificados para realização destas palestras foram esferográfica,

bloco de notas, papel A4 e algumas imagens ilustrativas extraídas na internet que ilustram

potenciais problemas ambientais nas actividades similares.

A realização desta actividade constituiu uma grande valia para a estagiária, visto que a

mesma, pode de forma geral aprimorar o conhecimento sobre as formas de preparação de

palestras, conciliando os conhecimentos adquirido teoricamente ao longo da realização das

disciplinas curriculares. Especificamente, foi possível viver o desafio de planificar uma

prática de EA na condição de poucos recursos didácticos e desmotivação por parte do

público-alvo.

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4.4.Realização das palestras de EA

O principal objectivo das palestras foi de disseminar o conhecimento sobre a conservação

do meio ambiente.

A estagiária teve a oportunidade realizar três palestras (correspondendo a três semanas)

com temas por si escolhidos de acordo com as técnicas acima apresentadas. Assim, os

temas desenvolvidos foram:

Colecta selectiva dos resíduos sólidos

Gestão de óleos residuais

Regras básicas de higiene do refeitório da STAM.

4.4.1 Palestra sobre colecta selectiva dos resíduos sólidos

O principal objectivo desta palestra foi de sensibilizar os colaboradores a pautarem pela

colecta selectiva dos resíduos sólidos, visto que estes, embora a STAM tenha colocados

ecopontos que permitem esta prática, continuam depositando os resíduos em locais

impróprios, misturando-os.

O grupo-alvo, foram os colaboradores efectivos da STAM, composto por operários,

técnicos administrativos, perfazendo um total de 39 colaboradores. Para além da estagiária

que representava a palestrante principal, estiveram presentes dois técnicos do sector de

SSMA. Relativamente aos métodos foi aplicado o método expositivo – explicativo, onde a

palestrante explicou aos participantes a importância da colecta selectiva e da participação de

todos envolvidos nesta prática.

Os materiais didácticos usados foram: papel A4, bloco de notas, esferográfica e os quatro

ecopontos com as seguintes identificações: cor verde para vidro, Azul destinado para papel,

vermelho para plástico e amarelo para metal. Estes ecopontos estão dispostos nos locais

considerados estratégicos na STAM.

Participantes mostraram-se fechados, tendo apenas seis deles, apresentado dúvidas em

relação ao assunto. Todos intervenientes, de forma geral, mostraram ter a consciência dos

impactos ambientais, contudo, questionaram sobre o destino dos resíduos depositados de

forma separada. Esta questão foi respondida pontualmente, pois a STAM diz ter parceria

com empresa enviroserv que para além de recolha de resíduos recicla-os.

4.4.2Palestra sobre gestão dos óleos residual

Esta palestra teve como objectivo sensibilizar e mobilizar para gestão adequada do óleo

residual produzido na manutenção e funcionamentos das máquinas.

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A palestrante com recurso ao método expositivo-explicativo falou dos potenciais impactos

ambientais resultantes da má gestão do óleo residual, formas de gestão dos resíduos e o

papel do colaborador da empresa na gestão do óleo residual.

O grupo-alvo foi composto por um total 42 colaboradores efectivos da STAM, onde

estiveram presentes operários, técnicos administrativos e técnicos do sector de SSMA.

Como materiais didácticos foi usado o papel A4, esferográficas, imagens que ilustram

alguns impactos que podem advir da má gestão do óleo lubrificante, em especial sobre o

ecossistema marinho devido a sua localização geográfica (as imagens forma obtidas na

internet).

A palestrante apresentou as três técnicas de gestão de óleos residuais propostos por Manuel

(2011):

Reciclagem ou reutilização do óleo usado que passa necessariamente por identificar

entidades que se dedicam a esta actividades;

Incineração – consiste na queima sob condições controladas, cujo objectivo é

fundamentalmente a destruição do produto tóxico ou indesejável, de formas a não

causar danos ao meio ambiente;

Deposição – é o processo de acondicionamento do material com especificações que

não permitem a utilização de nenhum dos processos acima descritos, ou ainda aos

subprodutos resultantes dos processos principais.

Comparativamente a primeira palestra, os participantes apresentaram mais dúvidas,

mostrando maior interesse pelo tema. A maior parte das questões a fluíam em relação ao

reaproveitamento dos óleos residual. Porém devido ao tempo só foi possível permitir 11

intervenções.

4.4.3. Palestra sobre Regras Básicas de Higiene no Refeitório

Este tema foi desenvolvido com objectivo sensibilizar os colaboradores a garantirem a

manutenção da higiene no refeitório garantindo assim, a segurança e saúde dos mesmos.

Esta palestra teve como público-alvo todos colaboradores da STAM, efectivos e de

prestação de serviços. Porém, não foi possível reunir todos, assim, estiveram presentes 52

colaboradores. O material didáctico foi bloco de notas, esferográfica e papel A4 e imagens

ilustrativas de potenciais impactos da má gestão de um salão de refeitório.

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Os participantes apresentaram muito dinâmicos nesta palestra, tendo apresentado algumas

propostas de gestão do refeitório.

4.4.4.Reflexão em relação a realização das palestras

De frisar que em todas palestras os participantes encontravam-se em pé o que dificultava a

interactividade, pois uns ficavam atrás dos outros, num espaço aberto e sem auxílio de voz

como se pode observar na figura 2. As palestras realizaram-se nestas condições, porque a

empresa disse que não se encontrava em condições financeiras e materiais para realizar

estas actividades.

Figura 2: momento da realização da palestra sobre a colecta selectiva dos resíduos sólidos.

A estagiária por sua vez, teve a oportunidade de melhorar as suas competências de

comunicação com público, após a realização de cada palestra tinha um momento de

balanço e reflexão com seu orientador de campo para corrigir e melhorar alguns aspectos

técnicos e de comunicação para a palestra seguinte.

No entanto, na perspectiva da estagiária, o PEA da STAM precisa de uma reformulação,

porque as actividades de EA são realizadas sem a observância dos princípios e objectivos

da EA definidas na conferência de Tibilisi (1977).

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4.5.Criação de Ficha de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ)

A STAM, muitas vezes lida com produtos químicos e, e a estagiária por sua vez criou a

FISPQ com o objectivo de avisar dos riscos, medidas de protecção e cuidado que devem

ser adoptados no manuseio e transporte desse tipo de produto.

Para a realização desta actividade, recorri ao SFD, onde me foram dadas informações sobre

os produtos que são armazenados, e depois fiz o levantamento dos produtos que tenham

composição químicas e que são prejudiciais ao meio ambiente e ao homem. Após a recolha

dos nomes dos produtos químicos identificados, fiz a busca pela internet, para saber a

composição química, cuidados a ter com o produto e como fazer o descarte adequado de

modo a não prejudicar o meio ambiente.

Como se trata de um documento com informações técnicas, os leitores (profissionais

técnicos) podem utilizar seu conteúdo e desenvolver avaliações de risco que permite a

aplicação de um programa activo de segurança, saúde e meio ambiente, incluindo

treinamento aos usuários dos produtos.

4.6.Elaboração de Plano Instrucional de Desenho e Concepção do PEA

A opção da elaboração da instrução de desenho e concepção do PEA, foi motivado pelo

facto da empresa não possuir um PEA estruturado e desenvolver as actividades de EA

apenas com recurso a metodologias de transmissão, dificultando o alcance dos objectivos.

A falta de um PEA e o tipo de metodologia adoptada pode condicionar o alcance dos

objectivos (Mendes, 2015).

Para elaboração da instrução de desenho e concepção do PEA recorreu-se a revisão

bibliográfica, levantamento de dados na empresa através da observação directa e análise

documental. Os documentos analisados foram a Politica de Saúde, Segurança e Meio

Ambiente, Regulamento Interno da STAM e Sistema de Gestão de Resíduos, com vista a

apresentar uma proposta contextualizada.

O objectivo principal desta actividade é contribuir na melhoria da realização das actividades

de EA. Dentre os aspectos positivos da EA nas empresas destacam-se segundo Sales &

Cantarino (2011), a consciencialização e envolvimento dos colaboradores nas questões

ambientais, a preservação ambiental, a melhoria da imagem da empresa e dos resultados

dos programas bem como a maior integração sociedade - empresa. Por isso foi satisfatório

contribuir para melhoria da elaboração um PEA que pode ser usado pela instituição no

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desenvolvimento das práticas educativas e consequentimento0 elevar a imagem desta. Este

conteúdo será aprofundado com mais detalhes no capítulo V.

Nesta actividade, a estagiária teve a oportunidade de aprimorar o seu conhecimento em

relação a elaboração de uma instrução de um PEA, sobretudo requisitos chaves, através da

prática.

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CAPÍTULO V: Plano Instrucional

5.1. Fundamentação Teórica

Neste capítulo traz-se a luz a discussão dos conceitos mediante a perspectiva de vários

autores, esta discussão obedeceu uma revisão bibliográfica e permite ter uma visão lúcida

sobre a temática em análise. Os conceitos que serão analisados são os seguintes: Educação

Ambiental e Programa de Educação Ambiental.

5.1.1.Educação Ambiental

A definição de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada contexto,

conforme a influência e vivência de cada um (Dias, Leal & Junior, 2016).

Segundo Menezes (2012), a Conferência Intergovernamental de Tbilissi (1977) definiu EA

como um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objectivando

o desenvolvimento de habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio para

entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios

biofísicos.

Suavé (2005) define EA como sendo uma dimensão essencial da educação fundamental,

base do desenvolvimento pessoal e social, relação com o meio em que vivemos, com essa

casa de vida compartilhada.

Na perspectiva de Kondrat e Maciel (2013) EA é um processo de educação que segue uma

nova filosofia de vida, uma nova cultura comportamental que busca um compromisso do

homem com o presente e o futuro do meio ambiente.

Nesta ordem de ideias percebe-se que os autores comungam a ideia de que a tomada de

conhecimentos sobre o ambiente em que cada munícipe está inserido é fundamental para a

gestão eficiente e eficaz do seu meio, na medida em que a EA ajuda na preservação e

utilização sustentável dos seus recursos (MICOA, 2009). No presente trabalho foi

considerada a definição apresentada por Kondrat e Maciel (2013), pois pretende-se que a

EA influencie para uma nova cultura comportamental.

5.1.2.Programa de Educação Ambiental

Nas pesquisas efectuadas não foi possível encontrar uma definição de PEA. Daí que

optou-se pela conjugação da definição de programa e da EA apresentada por Kondrat e

Maciel (2013).

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Sendo programa o instrumento que articula um conjunto de acções suficientes para

enfrentar um problema, devendo seu desempenho ser passível de aferição por indicadores

coerentes com o objectivo estabelecido (Estado de Santa Catarina, 2011).

Logo o PEA, pode ser entendido como um instrumento que articula um conjunto de

acções para resolução de problemas ambientais, contendo metas e indicadores de despenho

com objectivo de desenvolver uma nova cultura comportamental que busca um

compromisso do homem com o presente e o futuro do meio ambiente.

5.2.Problema Identificado no Programa de Educação Ambiental da STAM

O problema identificado, como estudo de caso, reside no facto de STAM não dispor de um

PEA estruturado, facto que dificulta o alcance dos objectivos da EA, baseando-se apenas

em EA para Saúde e Segurança no Trabalho (HST). Assim, os colaboradores da STAM

preocupam-se com HST e sem olhar para a questão de conservação ambiental.

Pela natureza da actividade desenvolvida na STAM (descarga, armazenamento e embarque

até ao navio) e a sua localização geográfica (fronteira com ecossistema marinho) é

susceptível de causar impactos ambientais. De acordo com CONSULTEC (2016), as

empresas que se dedicam à actividade de descarga, armazenamento e embarque podem

causar impactos ambientais tais como: poluição da água, solo e do ar.

Neste contexto, é importante desenhar e conceber um PEA que seja holístico. Assim,

configura-se desta forma o seguinte problema instrucional: Como desenhar e conceber um

PEA?

5.3. Proposta de Plano Instrucional de Desenho e Concepção de PEA

A educação Ambiental não Formal configura-se como melhor alternativa de educação para

esta instituição pelo facto de desenvolver-se dentro e fora do sistema de ensino (MICOA,

2009) e desta feita poder abarcar vários intervenientes.

O plano instrucional é um instrumento básico para a planificação estratégica do sector da

educação, onde são definidos os objectivos a serem alcançados na base da utilização e

sistematização das informações disponíveis e da análise da situação referencial, (Padilla,

2012). Desta feita, tendo como base o modelo ADDIE (Analysis, Design, Development,

Implementation and Evaluation) que de acordo com Anchita e Campus (2012) tem por

objectivo de sistematizar as etapas baseado nos dados de entrada, saída e o processo que

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ocorrem durante o aprendizado, a seguir apresenta-se uma base de um plano instrucional

de desenho e concepção de PEA para STAM.

Anchita e Campus (2012), afirmam que o modelo ADDIE é composta por cinco etapas,

nomeadamente análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação.

5.3.1 Análise

Nesta etapa devem ser definidos os objectivos, o foco do programa considerando o

público-alvo. Também é neste momento que o programa deve respeitar o nível de

habilidades e conhecimento que os participantes demonstram possuir para garantir que o

que eles já sabem não seja repetido e, ao invés disso, o foco esteja em tópicos e conteúdos

ainda não explorados.

Portanto, é nesta fase que se deve distinguir o que o público-alvo já sabe e o que deverá

saber após completar o curso. Existem componentes chave que podem ser utilizados para

garantir que esta análise ocorra efectivamente. Esta fase deve tratar das questões que

seguem:

a) Background geral dos participantes do programa, informações pessoais e educacionais.

Qual é o público-alvo? Quais são os objectivos de aprendizado, níveis prévios de

conhecimento nos temas, nível cultural dos participantes?

b) O que os participantes devem alcançar ao final do programa. Quais são as necessidades

dos participantes?

c) O que será requerido em termos de habilidades, inteligência, percepção e acção-reação

em termos físicos e psicológicos? O que se espera em termos de resultado de

aprendizado nas dimensões conhecimento, habilidades, atitudes, comportamento, etc.?

d) Conhecer métodos popularmente empregados ao se tratar do tema mantendo o foco

no que deve ser desenvolvido e melhorado. Revisar estratégias instrucionais já aplicadas

verificando se são adequadas. O que mais precisa ser adicionado, detalhado ou

melhorado?

e) Determinar os objectivos-alvo do projecto. Quais os objectivos instrucionais que são

foco do PEA?

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f) Determinar as diversas possibilidades de aplicação. O ambiente de aprendizado é

conducente ou não? Que tipo de ambiente de aprendizado seria o mais indicado?

g) Determinar os factores limitantes que afectam o programa e os seus objectivos. Haverá

disponibilidade dos recursos necessários – técnicos, tempo, recursos humanos,

habilidades técnicas, recursos financeiros, etc?

5.3.2.Desenho

Nesta etapa devem ser desenvolvidos os objectivos de educação baseada nas necessidades

dos educandos obtidas na fase de Análise. Esta fase determina todos os objectivos,

ferramentas a serem utilizadas para alcançar o desempenho, testes variados, estrutura,

análise dos temas, planeamento e recursos.

Toda a abordagem deve ser feita como planeado seguindo um conjunto bem específico de

regras. Essa abordagem sistemática garante que tudo esteja alinhado a uma estratégia

racional que visa o propósito primordial que é alcançar os objectivos do PEA.

O foco deve estar nos objectivos de aprendizado, no conteúdo, nos exercícios, no plano de

aprendizado, nas ferramentas de mediação do conhecimento e na selecção e mídias. Cada

componente escolhido precisa respeitar uma lógica e um propósito e ser enquadrado

dentro do contexto macro previsto, sempre visando os objectivos do PEA e sem nos

esquecermos do público-alvo e suas características. Durante a fase de desenho é importante

responder as questões que se seguem:

a) Os diferentes tipos de mídia que serão utilizados. Áudio, vídeo e elementos gráficos são

exemplos básicos. Serão utilizados elementos já existentes ou deverá cria-los?

b) Variedade de recursos disponíveis para completar o PEA. Quais são os recursos

disponíveis para viabilizar o PEA?

c) Níveis e tipos de actividades a serem promovidas durante o estudo. Elas serão

colaborativas, interactivas ou por nível de participação?

d) Qual é o paradigma de EA que será adoptado para cada parte do PEA?

e) O tempo estimado para cada actividade de EA. Quanto tempo será designado para

cada tarefa e como o aprendizado será implementado (por cursos, palestras, seminários,

etc.).

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f) Os diferentes processos mentais demandados dos participantes para que os objectivos

do PEA sejam alcançados. Quais são as habilidades cognitivas requeridas para que os

participantes consigam atingir os objectivos de aprendizado?

g) Habilidades e conhecimentos desenvolvidos ao final de cada tarefa. Você tem uma

maneira de determinar se tais valores realmente foram adquiridos pelo participante?

Qual é o método adoptado para determinar a aquisição das competências desejadas

pelos educandos?

h) O mapa de como o PEA aparecerá no papel.

i) O mecanismo de feedback para determinar se os participantes estão conseguindo

compreender bem as lições. Qual mecanismo será adoptado para obter o feedback dos

educandos sobre o material estudado?

j) Dada a grande variedade de preferências e estilos de aprendizado dos alunos, qual

método você utilizará para garantir que o programa atenda a todos? Como você irá

desenhar as actividades para que sejam atractivas para estilos de aprendizado e

interesses distintos?

k) Resgate e confirmação da ideia principal do PEA.

5.3.3.Desenvolvimento

Nesta fase inicia-se a produção e os testes da metodologia adoptada para o PEA. Os

educadores fazem uso dos dados colectados nas fases anteriores e utilizam tais informações

para criar um PEA que se baseie no que deve ser abordado aos participantes. Se as duas

primeiras fases demandaram planeamento e brainstorming, a fase de Desenvolvimento

consiste em colocar as ideias em acção.

Esta fase inclui três tarefas chamadas de elaboração, produção e avaliação. Ela objectiva

tratar das questões abaixo:

a) As estimativas de tempo estão coerentes em relação ao que deve ser cumprido em

termos de materiais? Os materiais estão sendo criados de acordo com uma agenda de

temas?

b) Existe um trabalho em equipa sendo realizado entre os diversos participantes

envolvidos?

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c) Os envolvidos estão contribuindo da melhor maneira possível?

d) Os materiais produzidos estão respeitando os propósitos previamente estabelecidos?

5.3.4.Implementação

Esta é fase de implementação deve-se garantir máxima eficiência e a obtenção de resultados

positivos. Aqui que o o PEA é desafiado a redesenhar, atualizar e editá-lo para ajustar o que

for necessário visando uma entrega eficaz. O processo é factor chave nesta fase. O PEA

não deve ser lançado definitivamente antes de uma avaliação criteriosa mesmo, mesmo que

isso envolva um período piloto com a participação de educandos. É, portanto, uma fase de

obtenção de feedback, aprendizado e ajustes.

A validação do PEA deve ser realizada na fase de implementação. Os educadores

desempenham um papel bastante activo nesta fase crucial para o PEA, quando se deve

analisar, redesenhar e melhorar consistentemente o produto do trabalho realizado. Quanto

mais especialistas e até educandos puderem contribuir na fase de implementação, mais

eficaz o PEA se tornará, sendo que ajustes podem ser aplicados de imediato.

Seguem exemplos do que pode ser determinado nesta fase:

a) Manter em mãos dados actuais e dados obtidos da experiência e do feedback de

educandos e especialistas para análise e aprimoramento adequado do PEA.

b) Qual é o feedback emocional obtido de alunos e especialistas durante a exploração

inicial do PEA? Existe uma demonstração genuína de interesse, críticas ou resistência?

c) Na medida em que o PEA evolui, avalie o quanto os envolvidos conseguem realizar o

seu trabalho com autonomia ou precisam buscar ajuda.

d) Planear como os erros detectados durante os testes serão tratados. O que será feito

quando os alunos realizarem as actividades e elas não acontecerem como o planeado?

e) Foi preparado um plano B caso o PEA simplesmente não funcione? Qual será o plano

de contingência para solucionar problemas técnicos?

f) A implementação será feita para um grupo grande ou pequeno de educandos?

g) Quando o PEA for iniciado os educandos terão um certo grau de autonomia para

utilizar os conteúdos ou dependerão de orientação constante?

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5.3.5.Avaliação

Esta é a parte em que o PEA deve ser meticulosamente testado em relação ao seu

funcionamento, identificando o que foi atingido e o que eventualmente não foi e o

principal objectivo desta fase é verificar se os objectivos inicialmente traçados para o PEA

foram alcançados e identificar o que precisa ser feito para melhorá-lo.

Mesmo que em muitos casos esta fase de avaliação seja deixada um pouco de lado por falta

de tempo ou questões financeiras, é importante tentar actuar para responder as dúvidas

abaixo:

a) Determinar as categorias em que o PEA pode ser classificado em termos de eficácia da

sua proposição de valor (aumentar conhecimentos, melhorar questões motivacionais,

etc.). Quais factores ou critérios serão utilizados para determinar a eficácia do PEA?

b) Determinar a maneira como dados serão colectados. Como e quando tais dados do

PEA serão colectados?

c) Definir um sistema para análise do feedback dos participantes.

d) Determinar um método para aplicar mudanças antes do lançamento definitivo do PEA.

Em quais bases se definirá a revisão de determinados aspectos do PEA?

e) Definir um método para medir a relevância e a validade dos conteúdos produzidos ao

longo do PEA.

f) Como avaliar se as informações estão claras. Qual a facilidade de entendimento das

mesmas?

g) Definir uma maneira de armazenar, analisar e graduar as respostas obtidas pelos

participantes.

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CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusões

O estágio realizado na STAM foi de extrema importância para a formação da estagiária por

permitir vivenciar experiências teórico-prático, pois foi possível aprofundar os

conhecimentos, desenvolver competências e habilidades que conciliaram a prática

desenvolvida no estágio e a teoria adquirida durante processo de aprendizagem da

formação curricular.

Das actividades realizadas no estágio verificou-se que a instituição tem feito esforços para

efectuar e divulgar acções relacionadas com a saúde e segurança no trabalho, aliando-se a

normas que preconizam a segurança no trabalho orientada para redução dos riscos de

acidentes. E nesta perspectiva a instituição tem realizado palestras de sensibilização para

todos colaboradores.

No entanto, conclui-se que estas acções de EA são desenvolvidas sem obedecer um PEA

ambiental estruturado e como consequência o ambiente físico não é considerado olhando

para o meio ambiente social que se preocupa com HST. Por outro lado a falta da

incorporação das questões ambientais de forma holística dificulta o alcance dos objectivos

da EA reflectindo-se na má gestão ambiental dentro da empresa STAM.

Relativamente a realização das palestras de EA desenvolvidas pela estagiária no âmbito do

PEA da empresa STAM, teve fragilidades, pois apenas foi-lhe disponibilizado 15 minutos

antes do início das actividades laborais o que não abriu espaço para usar métodos de EA

interactivas, visto que para além da duração prevista em cada palestra o local e o número

elevado dos participante não facilitava. Daí que não foi possível incrementar melhorias

significativas, contudo nas duas últimas palestras a participação (apresentação de dúvidas)

melhorou relativamente a primeira.

Tendo enfrentado estas limitações de falta de um PEA estruturado e de realização das

palestras com recursos aos métodos participativos, a estagiária elaborou uma instrução de

desenho e concepção de PEA baseado no modelo ADDIE, como forma de melhorar as

práticas de EA na STAM.

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6.2 Recomendações

Com os resultados colhidos a partir do estágio e das actividades que foram desenvolvidas

na STAM, recomenda-se:

Aos gestores da STAM

Elaborar o PEA para STAM;

Capacitar grupos focais de EA em cada sector de trabalho;

Melhorar as metodologias e condições do local de realização das palestras de forma

a serem mais inclusivas e participativas.

Aos colaboradores da STAM

Serem vigilantes e disseminadores da EA na STAM, bem como fora;

Participarem de forma interactiva nas palestras de EA.

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ANEXOS

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ANEXO A: Carta da realização do Estágio Académico na STAM

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