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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCACAO AMBIENTAL Relatório de Estágio Prevenção e controle de Infecções Através do Tratamento do Lixo Hospitalar no Hospital Central de Maputo Calisto Jonas Maputo, Março de 2017

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E

MATEMÁTICA

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCACAO AMBIENTAL

Relatório de Estágio

Prevenção e controle de Infecções Através do Tratamento do Lixo

Hospitalar no Hospital Central de Maputo

Calisto Jonas

Maputo, Março de 2017

Prevenção e controle de Infecções Através do Tratamento do Lixo Hospitalar

no Hospital Central de Maputo

Relatório apresentado ao Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática como

requisito final para a obtenção do grau de Licenciatura em Educação Ambiental

Calisto Jonas

Supervisora de Estágio: drª. Victória Khalau Peixoto

Orientador de Estágio: dr. Paixão Torres

Maputo, Março de 2017

DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE

Este relatório de Estágio foi julgado suficiente como um dos requisitos para a obtenção do grau

de Licenciatura em Educação Ambiental e aprovado na sua forma final pelo Curso de

Licenciatura em Educacao Ambiental, Departamento de Educacao em Ciências Naturais e

Matemática na Faculdade de Educacao da Universidade Eduardo Mondlane.

Prof. Doutor Aguiar Baquete

____________________________________________

(Director do Curso de Educacao Ambiental)

O Júri de Avaliação

O presidente do Júri O Examinador O Supervisor

______________________ ______________________ ____________________

i

Dedicatória

Dedico o presente relatório aos meus filhos para que sirva de exemplo e também aos meus pais o

Sr. Jonas Nakamula e a Sra. Lúcia Alymasse pelo acompanhamento desde a tenra idade até neste

grande momento em que os vossos ensinamentos e desejos se tornam realidade

ii

Agradecimentos

Meus agradecimentos vão em primeiro plano aos meus Avós paternos e maternos: Bit Nkalalile,

Bit Chiuwaya, Bit Vintan e aos meus pais Jonas e Bit Alymassi

Em segundo lugar vão para minha supervisora dra. Vitória Kálau Peixoto por ter aceitado o

acompanhamento e monitoramento em todas fases do estágio, ao dr. Paixão Torres pela

orientação do estágio e pela paciência nos momentos em as coisas pareciam não ter saída.

Um agradecimento igualmente sem dimensão a todo funcionário do Gabinete de Prevenção e

Controlo de Infecções por terem proporcionado um espaço para aprendizagem com muita

dedicação.

Ao meu irmão João Jonas, Tia Georgina, Tio João Matukutuko, pelas lições de moral e coragem

e de um modo global à DEUS todo-poderoso.

iii

Declaração de Honra

Declaro por minha honra, que o presente relatório de estágio nunca foi apresentado em nenhuma

outra instituição para a obtenção de qualquer grau académico e que este é resultado das minhas

práticas e pesquisas, conciliadas com apoio do meu orientador e da minha supervisora, sendo o

seu conteúdo real e que todas a s fontes consultadas estão devidamente referenciadas no textos e

na bibliografia.

Calisto Jonas

____________________________________________________

Maputo, Março de 2017

iv

Lista de abreviaturas.

ADDIE (sigla inglesa) – Análise, planeamento, desenvolvimento e avaliação.

DSCM - Direcção da Saúde da Cidade de Maputo

DI – Design Instrucional.

DNO – Doenças de Notificação Obrigatória.

EA – Educação Ambiental.

EPI’s – Equipamento de Protecção Individual.

HIV – Vírus de Imune deficiência Humana.

HCM – Hospital Central de Maputo.

HMB – Hospital Miguel Bombarde.

HCMB – Hospital Central Miguel Bombarde

ICSM – Instituto de Ciências de Maputo.

ISCISA – Instituto Superior de Ciências de Saúde.

LNHAA – Laboratório Nacional de Higiene de Alimentos e Agua.

MICOA – Ministério para Coordenação da acção Ambiental.

MISAU – Ministério da Saúde.

PCI – Prevenção e Controlo de Infecções.

PFA – Paralisia Flácida Aguda

PPE – Profilaxia pós Exposição.

RGLBM – Regulamento de Gestão de Lixo Biomédico de Moçambique.

SIDA – Síndrome de Imuno Deficiência Adquirida

SNS – Sistema Nacional de Saúde.

SIDA – Síndrome de Imuno Deficiência Adquirida

SMH – Serviço de Manutenção Hospitalar.

.

v

Lista de figuras

Figura 1: Mapa de localizacao do HCM ..........................................................................................3

Figura 2: Organograma do HCM .....................................................................................................5

Figura 3: Organograma da comissão do PCI ...................................................................................6

Figura 4: Aspectos de segregação do lixo .....................................................................................12

Figura 5: Transporte interno do lixo e lixeira de trânsito do HCM ..............................................12

Figura 6: Sala de parto humanizado e enfermaria não humanizada .............................................15

Figura 7: controle de vectores ........................................................................................................16

Figura 8: Momentos de avaliação do PCI na cozinha e eterização ...............................................19

Figura 9: Participação na feira de Saúde no dia 1 de Dezembro de 2016 ....................................19

Lista de tabelas

Tabela 1: Plano de Actividades do PCI ..........................................................................................8

Tabela 2: plano de actividades do estagiário…………………………………………………….11

Tabela 3: Ideias centrais dos trabalhadores sobre percepção da segregação do lixo ....................13

Tabela 4: Plano instrucional segundo modelo ADDIE .................................................................23

Tabela 6: Normas de armazenagem, identificação, segregação, e métodos disposição final do lixo

hospital ..........................................................................................................................................32

Tabela 6: Símbolos de Identificação dos grupos de Resíduos .......................................................34

vi

Resumo

O presente Relatório de Estágio é o resultado das actividades desenvolvidas durante o estágio,

uma disciplina curricular inserida no último ano do Curso de Licenciatura em educação

Ambiental, leccionada na Faculdade de Educacao da Universidade Eduardo Mondlane como

requisito essencial para a obtenção do grau de Licenciatura em Educação Ambiental.

O estágio decorreu no Hospital Central de Maputo, na Comissão de Prevenção e Controlo de

Infecções entre Outubro a Dezembro de 2016. Os objectivos do estágio eram de conciliar os

conhecimentos teóricos com os práticos proporcionando ao estudante uma experiencia

académico-profissional através de actividades de campo da actuação do educador ambiental no

que diz respeito à prevenção e controlo de infecções no enfoque de Educação Ambiental,

aperfeiçoar habilidades técnico-científicas necessárias no exercício profissional, promovendo a

integração entre a Universidade, a Instituição do acolhimento e os profissionais, e a obtenção do

grau de Licenciatura.

Durante o período do estágio foram realizadas diversas actividades que resultaram em

aprendizagens adquiridas neste campo de saber em Prevenção e combate a infecções através de

boa gestão de resíduos hospitalares, na vigilância ambiental e Epidemiológica uma boa

humanização dos recintos ou espaços hospitalares, chegando se conclusão de que a contribuição

da Educação Ambiental neste campo é muito importante para a disseminação da informação para

que individualmente ou colectivamente haja e se cultive a consciência ambiental.

Palavras-Chave: Estágio, Prevenção e Controlo de Infecções, Educação Ambiental.

vii

ÍNDICE

Dedicatória ....................................................................................................................................... i

Agradecimentos .............................................................................................................................. ii

Lista de abreviaturas. ..................................................................................................................... iv

Lista de figuras ................................................................................................................................ v

Lista de tabelas ................................................................................................................................ v

Resumo .......................................................................................................................................... vi

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1.1. Introdução ................................................................................................................................ 1

CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO E

REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ...................................................................................................... 3

2.1. Descrição e localização geográfica do Hospital Central de Maputo ....................................... 3

2.2. Breve historial do Hospital Central de Maputo ....................................................................... 4

2.3. Objectivos da comissão de Prevenção e controle de Infecções (PCI) no Hospital Central de 4

2.8. Número de funcionários do PCI .............................................................................................. 6

2.7. Descrição das Actividades realizadas na Comissão do PCI .................................................... 6

2.9. Relevância da instituição para a formação do estagiário ......................................................... 7

2.10. Contributo do estagiário para instituição de estágio .............................................................. 7

CAPÍTULO III: PLANO DE ACTIVIDADES .............................................................................. 8

3.1. Plano de Actividades do PCI. .................................................................................................. 8

Tabela 1: plano de actividades de PCI ............................................................................................ 8

3.2. Plano de Actividades do Estagiário ....................................................................................... 11

CAPÍTULO IV: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTAGIÁRIO .......................... 13

4.1. Apresentação e integração ..................................................................................................... 13

4.2. Participação no processo de Gestão dos resíduos hospitalares .............................................. 13

4.3. Percepção sobre importância da segregação do lixo aos funcionários .................................. 15

viii

4.4. Participação no processo de Humanização e Ambiente Biofísico do Hospital ..................... 16

4.5. Cooperar com as Empresas gestora do lixo biomédico, lavagem de tanques de água e

controlo de qualidade de água....................................................................................................... 18

4.6. Participação no processo de Vigilância Ambiental e Epidemiológico .................................. 19

4.7. Participação nas actividades de Formação contínua dos Facilitadores do HCM ................... 20

4.8. Participação no processo de Avaliação externa do PCI no HCM .......................................... 20

4.9. Participação nas actividades de Feira de Saúde do HCM ...................................................... 21

4.10. Apresentação de um tema sobre o Contributo da Educação Ambiental no Serviço de Saúde

....................................................................................................................................................... 22

5. Discussão das principais aprendizagens resultantes das actividades realizadas. ...................... 23

CAPÍTULO V: PLANO INSTRUCIONAL PARA UM PROBLEMA AMBIENTAL

IDENTIFICADO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 25

5.1. Plano Instrucional para Tratamento do Lixo Hospitalar (Biomédico) ................................... 25

5.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 29

5.2.1. Educação Ambiental ........................................................................................................... 29

5.2.2.Papel do Educador Ambiental ............................................................................................. 29

5.2.3. Lixo ou Resíduos ................................................................................................................ 30

5.2.4. Lixo Biomédico/Hospitalar ................................................................................................. 31

5.2.5. Tipos de lixo Biomédico/Hospitalar ................................................................................... 31

5.2.6. Gestão de Lixo Hospitalar .................................................................................................. 32

5.2.7. Etapas da Gestão de Lixo Hospitalar. ................................................................................. 33

5.2.8. Segregação: ......................................................................................................................... 33

5.2.9. Acondicionamento: ............................................................................................................. 33

5.2.10. Identificação:..................................................................................................................... 33

5.2.11. Tratamento intermediário .................................................................................................. 33

5.2.12. Transporte interno ............................................................................................................. 33

ix

5.2.13. Armazenamento temporário.............................................................................................. 33

5.2.14. Armazenamento externo ................................................................................................... 34

5.2.15. Tratamento final ................................................................................................................ 34

5.2.16. Disposição final ................................................................................................................ 34

5.2.17. Normas de Armazenagem, Identificação, Segregação e Métodos de Disposição Final do

Lixo Hospitalar. ............................................................................................................................ 34

5.2.18. Equipamentos de protecção individual (EPI’s)................................................................. 37

5.2.19 Humanização e Ambiente Físico Hospitalar ...................................................................... 37

5.2.20. Vigilância Ambiental em Saúde ....................................................................................... 38

5.2.21. Vigilância Epidemiológica................................................................................................ 38

5.2.22. Dificuldades ...................................................................................................................... 38

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 39

6.1. Conclusão ............................................................................................................................... 39

6.2. Recomendações...................................................................................................................... 40

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 42

ANEXOS ...................................................................................................................................... 43

1

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O presente documento constituiu um relatório de estágio académico, como requisito essencial

para conclusão do curso de Licenciatura em Educação Ambiental na Universidade Eduardo

Mondlane. O estágio foi realizado no Hospital Central de Maputo (HCM), especificamente na

Comissão de Prevenção e Controle de Infecções durante dois meses entre os dias 03 de Outubro

a 08 de Dezembro de 2016.

O estágio teve como objectivo principal de integrar a teoria a prática da Educação Ambiental,

isto é, aplicação na prática de conhecimentos gerais adquiridos durante o curso de Educação

Ambiental e para melhor integração no relacionamento interpessoal e o acompanhamento do

funcionamento de um órgão público ligado ao meio ambiente, especificamente Combinar os

conhecimentos teórico-práticos de gestão de resíduos hospitalares, Vigilância Ambiental e

epidemiológica como forma de Prevenção e Controle de Infecções no HCM;

Identificar os critérios usados na gestão de resíduos hospitalares, na Vigilância Ambiental e

Epidemiológica para Prevenção e Controle de Infecções; Demostrar o Contributo da Educacao

Ambiental na Gestão dos resíduos e Vigilância Ambiental e Epidemiológica; Elaborar um plano

instrucional para o problema identificado que sirva como modelo das actividades educativas.

Das diversas actividades desenvolvidas, destacaram-se: Apresentação e integração do estagiário,

participação na gestão de resíduos hospitalares, percepção sobre importância da segregação do

lixo hospitalar aos funcionários, participação no processo de humanização no ambiente biofísico

do hospital, participação no processo de cooperação com as empresas gestoras do lixo biomédico

e lavagem de tanques de reserva de água para perceber as metodologias usadas neste campo,

participação nos programas da vigilância ambiental e epidemiológica, elaboração e apresentação

de um tema sobre o contributo da Educação Ambiental para os Serviços de Saúde (tema

apresentado aos funcionários do PCI e estudantes do ICSM) e, finalmente, elaboração dum plano

instrucional para problemas identificados.

O presente relatório encontra-se estruturado em seis (6) capítulos. O primeiro capítulo apresenta

a introdução e os objectivos do estágio, o segundo capítulo apresenta a instituição de

2

acolhimento/realização do estágio, sua descrição, localização, histórico, estrutura orgânica,

número de empregados e actividades, relevância e contributo do estagiário e da instituição, o

terceiro capítulo apresenta as actividades do estágio, descrição das actividades, objectivos de

cada actividade e descrição dos métodos empregues para desenvolver cada actividade e

discussão das principais aprendizagens resultantes das actividades mencionadas, o quarto

capítulo apresenta o plano Instrucional do problema identificado, o quinto capítulo apresenta a

fundamentação teórica, apresentação do caso e sua confrontação com as teorias abordadas ao

longo do processo de formação e por último no sexto capítulo é apresentada a conclusão e as

recomendações.

3

CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO E

REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

Neste capítulo apresenta-se a instituição onde decorreu o estágio e abordara elementos como a

localização geográfica, seu histórico, objectivos, estrutura orgânica do Hospital Central de

Maputo (HCM) e Prevenção e Controle de Infecções (PCI), número de trabalhadores e

actividades realizadas e área em que o estagiário esteve colocado; relevância da instituição e da

área de estágio para a formação do estagiário; bem como o contributo que se espera do estagiário

para a instituição e a área do estágio.

2.1. Descrição e localização geográfica do Hospital Central de Maputo

O estágio foi realizado no Hospital Central de Maputo, concretamente na comissão de Prevenção

e Controle de Infecções. O Hospital Central de Maputo localiza-se no bairro cimento B, na

cidade de Maputo e faz fronteira a norte com avenida Agostinho Neto, a sul com avenida

Eduardo Mondlane, a este com avenida Tomas Nduda e a oeste com avenida Salvador Allende

(Figura 1).

Figura 1. Mapa de localização do hospital Central de Maputo

Fonte: http://www.map-gps-coordinates.com/mapa-com-coordenadas-gps.html

4

2.2. Breve historial do Hospital Central de Maputo

Em 1876 autorização governamental para construção do hospital e em 1877 iniciam as obras de

construção do Hospital de Lourenço Marques designado inicialmente de ‘Rainha D. Amelia’

(1897) e em 1910 o hospital toma a designação de Hospital Miguel Bombarda (HMB); em 1921

foi aprovado o regulamento dos Hospitais da colonia de Moçambique pelo boletim nº 14, I serie,

o HMB assume funções de Hospital Central e passa a ser denominado Hospital Central Miguel

Bombarda (HCMB). Pelo decreto 08/75 de 18 de Janeiro o governo de Moçambique faz a fusão

do HCMB e o Hospital da Universidade de Lourenço Marques que actualmente é denominado de

Hospital Central de Maputo que assume deste modo funções assistenciais e pedagógicas (HCM,

2016).

Desde 2004 que o ministério da Saúde de Moçambique implementa actividades para Prevenção e

Controle de Infecções (PCI) dos diferentes níveis de atenção do Serviço Nacional de Saúde em

Moçambique. Em 2009 as actividades do PCI foram institucionalizadas como Programa

Nacional como Despacho Ministerial.

2.3. Objectivos da comissão de Prevenção e controle de Infecções (PCI) no Hospital Central

de Maputo (HCM).

O PCI é um dos programas do MISAU pioneiro na promoção da segurança do trabalhador de

saúde e do utente, das boas praticas e da qualidade de cuidados de saúde prestados como forma

de aumentar sua atenção, prioridade e garantindo sustentabilidade em todas dimensões, é um

organismo planificador, coordenador e de acessória para as acções de apoio aos serviços de

saúde no âmbito de prevenção e controle de infecções com vista a redução máxima da incidência

e da gravidade das infecções subordinando-se a direcção geral do hospital. O HCM faz parte

deste programa. Dentre vários objectivos destacam-se:

Reduzir o risco de transmissão de doenças aos utentes e doentes que consultam o

Hospital Central de Maputo;

Proteger os funcionários de diferentes sectores do Hospital Central de Maputo contra

infecções;

Realizar pesquisa científicas.

Fazer vigilância epidemiológica de doenças de notificação obrigatória.

5

Conselho de

PCI

Enfermarias

Em suma tem dois grandes objectivos:

Prevenir a ocorrência de infecções graves.

Minimizar o risco de transmissão de infecções graves.

2.7. Estrutura orgânica

O Hospital Central de Maputo é uma instituição de prestação de cuidados clínicos, em regime

ambulatório e internamento a doentes que não encontram solução para os seus problemas saúde

nos níveis inferiores e este possui a seguinte estrutura orgânica composta por Direcção Geral;

Direcção Clinica; Direcção Administrativa, Direcção Cientifica e Direcção de Enfermagem.

Neste caso, a comissão do PCI subordina-se a estrutura orgânica do HCM. O diagrama abaixo

representa o organograma do HCM por onde o PCI vem subordinado (Figura 2).

Figura 2. Organograma do HCM

Fonte: Direcção dos Recursos Humanos do HCM (2016)

Direcção Geral

Direcção

Clinica

Direcção

Cientifica e

Pedagógica

Comissão

de PCI

Direcção de

Enfermage

m

Administração

Geral

Conselho

Clinico

Conselho de

Enfermagem

Dep. Admin.

Geral

Dep. Obst./

Gin

Dep.

Ortopedia

Dep.

Urgência e

Reanimação

o Dep.

Medicina

Dep. Cirurgia

Dep.

M.F.R

Dep.

Ped./Neo

Serviços de

apoio clinico

6

2.8. Número de funcionários do PCI

A Comissão de PCI tem 10 trabalhadores dos quais três (3) homens e sete (7) mulheres divididos

em duas áreas de intervenção a destacar: Prevenção e Controlo de Infecções que por sua vez é

subdividida em área de segurança e saúde no ambiente e do trabalho (profilaxia pós exposição,

controle da tuberculose, Imunização) área de Epidemiologia, Controle da gestão do lixo

(Recolha, acondicionamento, e destino final), área em que decorreu o estágio que teve como o

objectivo, garantir melhor seguimento do lixo biomédico e outros resíduos sólidos e por ultimo,

o Gabinete de Formação Continua.

Para coordenação das actividades, a comissão do PCI esta organizada segundo o organograma

abaixo (Figura 3).

Figura 3: Organograma da comissão de PCI

Fonte: Direcção dos Recursos Humanos do HCM (2016)

2.7. Descrição das Actividades realizadas na Comissão do PCI

Desde de 2004 que o Ministério da Saúde de Moçambique implementa actividades para

Prevenção e Controlo de Infecções (PCI) nas unidades sanitárias dos diferentes níveis da atenção

do Serviço Nacional de Saúde em Moçambique (MISAU, 2009).

comissão coordenadora

comissão Executiva

Referentes em PCI e PPE nos

Departamentos Colaboradores

7

As principais actividades realizadas na comissão do PCI são:

Área de segurança e saúde no ambiente de trabalho por onde se faz profilaxia pós

exposição, controlo da tuberculose e Imunização;

Área de Epidemiologia, responsável pela vigilância Epidemiológica nos Departamentos,

notificar as doenças de declaração obrigatória (DNO), notificar doenças transmissíveis e

não transmissíveis, pulverizações (controle de vectores de transmissão de doenças),

fiscalização da qualidade de água consumida no HCM, controlo da gestão do lixo

hospitalar (na recolha, acondicionamento, transporte e destino final);

Área de formação continua (centro de Investigação e desenvolvimento) desenvolvida no

Gabinete de Formação Continua, esta encarregue na planificação e capacitação dos

recursos Humanos, programas de cursos, comunicação e educação do trabalhador e

relações institucionais com a UEM, ISCISA, ICSM e outros.

2.9. Relevância da instituição para a formação do estagiário

O PCI é um organismo planificador, coordenador, de acessória, assistência técnica e formação

nas áreas de gestão de resíduos hospitalares e na vigilância epidemiológica e ambiental, é nestes

moldes que a instituição é relevante para a formação do estagiário porque oferece fundamentos

práticos que permitem conciliar a teoria adquirida durante as aulas de Gestão de Sistemas

Ambientais, Qualidade Ambiental e Saúde Pública, isto é, integram o estudante no campo do

saber fazer quase em todas áreas principalmente na gestão dos resíduos hospitalares e na

vigilância epidemiológica e enquadrar o plano educativo na logica de Educação Ambiental no

seu quadro de formação continua que é área de aplicação do Educador Ambiental.

2.10. Contributo do estagiário para instituição de estágio

De acordo com a UEM (2012), o curso de LEA visa formar profissionais de Educação Ambiental

capazes de intervir na consciencialização e sensibilização da sociedade (cidadãos, comunidades,

empresas e organizações) para uma conduta responsável quanto a preservação e conservação do

meio ambiente, bem como relativamente aos problemas ambientais.

O estagiário contribuiu com seus conhecimentos teóricos neste campo, como também abordava a

importância de um Educador Ambiental na gestão dos resíduos sólidos, na área de Vigilância

8

Epidemiológica e noutras actividades atreves de contribuições práticos-teóricos e apresentando

um tema que igualmente mostrava como um programa educativo deve ser levado a cabo, usando

os conhecimentos adquiridos na cadeira de Metodologias de Educação Ambiental e Elaboração

de Materiais Didácticas, para condução de um processo educativo.

CAPÍTULO III: PLANO DE ACTIVIDADES

3.1. Plano de Actividades do PCI.

A comissão de Prevenção e Controle de Infecções no seu plano de actividades está subdividida

em três áreas, onde cada tem actividades e objectivos específicos a saber: Área de Segurança e

Saúde no Ambiente de Trabalho, área de epidemiologia e gabinete de epidemiologia (tabela 1).

Tabela 1: plano de actividades de PCI

Actividades Objectivos Responsável Apoio Prazo

1.

PR

EV

EN

ÇÃ

O E

CO

NT

RO

LE

DE

IN

FE

ÕE

S

Áre

a d

e se

gu

ran

ça e

Saú

de

no a

mb

ien

te d

o T

rab

alh

o

Profilaxia Pós-

Exposição (PPE)

Fazer Visitas

periódicas aos

gestores de

Kits de PPE;

Tec.

Esménia

Tec.

Efigénia

Dir.

Enfermagem

Janeiro à

Dezembro

Formação em

PPE/PCI a todos os

trabalhadores e

novos ingressos

Massificar as

normas de

biossegurança

e prevenção

das doenças

dr. Paixão

dr. Changou

dra. Matilda

Dir.

Enfermagem

Março à

Novembro

Controlo da

Tuberculose

(CTB)

Melhorar o

segmento do

registo do

trabalhador

da saúde;

Criar outro

impacto na

motivação

dra. Ana

dra.

Elisabeth

dr. Changou

dr. Paixão

dra. Matilde

Direcção

Clinica

Direcção de

Enfermagem

Fevereiro a

Novembro

9

dos

trabalhadores

na prevenção

de doenças

evitáveis.

Imunização

Garantir

melhor

segurança do

trabalhador

dr. Paixão

Tec.

Esménia

Tec.

Efigénia

MISAU

Março à

Novembro

Áre

a d

e ep

idem

iolo

gia

Vigilância

epidemiológica

nos

departamentos

Compreender

a magnitude

das doenças e

tomada de

medidas de

controlo na

unidade

dr. Paixao

Tec.

Esménia

Tec.

Efigénia

Diário

Semanal

Notificar as

doenças de

notificação

obrigatória

(DNO)

Trimestral

Notificar as

doenças

transmissíveis e

não transmissíveis

Pulverizações e

Controlo:

fiscalizar a

qualidade de água

Eliminar

vectores de

transmissão

de doenças

Tec. Leonor

Tec.

Natércia

dr. Changou

dr. Paixão

Direcção

administrativa

LNHAA

SMH

Permanente

Controlo da

gestão do Lixo

Garantir

melhor

dr. Changou

Tec. Leonor

Direcção

administrativa

Permanente

10

segmento

biomédico e

outros

resíduos

sólidos

Tec.

Natércia

Empresa

contratada

para o efeito

3. G

AB

INE

TE

DE

FO

RM

ÃO

CO

NT

INU

A (

cen

tro d

e in

ves

tigação d

e

des

envolv

imen

to)

3.1

. Á

rea d

e p

lan

ific

açã

o e

cap

aci

taçã

o d

e re

curs

os

hu

man

os

Programa de

cursos

Criar

harmonia no

desempenho

dos

profissionais

da saúde

dr. Changou

Dra. Matilde

Direcção do

Hospital

Fevereiro a

Novembro

Comunicação de

Educacao do

trabalhador

Promover

segurança e

cumprimento

das normas

dr. Changou

dra. Matilde

Direcção do

hospital

Fevereiro a

Junho

Relações

institucionais

(ISCISA, UEM,

ICSM e outras)

Difundir as

normas e

praticas

recomendadas

aos

estudantes

para melhor

desempenho

profissional

dr. Changou

dra. Matilde

Direcção de enfermagem

ISCISA, UEM,

ICSM

e outras.

Permanente

Fonte: PCI (2016)

11

3.2. Plano de Actividades do Estagiário

O plano de actividades deste estágio teve como base os conhecimentos teóricos do estagiário e as

actividades desenvolvidas no sector seguindo as actividades desenvolvidas em algumas áreas da

sua estrutura orgânica em que o estagiário foi indicado com o objectivo de integrar a Educação

Ambiental neste campo (PCI) seguindo o seguinte plano na tabela a baixo:

Tabela 2: Plano de actividade do estagiário

Semana de: Actividade Actividade específica

03 a 07/10/16 Apresentação e

integração.

Visitar instalações por onde decorrera o

estágio.

10 a 14/10/16 Gestão de resíduos

hospitalares

Identificar fontes geradoras de resíduos.

Participar na colecta de resíduos, no processo

de acondicionamento e destino final

17 a 21/10/16 Percepção sobre

importância da

segregação do lixo

hospitalar.

Fazer entrevistas semi-estruturadas sobre a

importância da gestão dos resíduos

hospitalares.

24 a 28/10/16 Participação no processo

de Humanização em

Ambiente Biofísico do

Hospital

Identificar as modificações do habitat e se

esses oferecem um conforto ambiental,

privacidade, arejamento, condições dos

espaços verdes e seu estado de conservação.

31/10 a 04/16 Cooperar com as

empresas gestoras de

lixo biomédico, lavagem

de tanques de água e

controlo de qualidade de

água.

Participar nas actividades de recolha e

destino final do lixo biomédico e lavagem de

tanques e no controlo de qualidade de água

07 a 11/11/16 Participação no processo

de vigilância ambiental

Identificar as doenças de notificação

obrigatórias resultantes da precariedade

12

e epidemiológica ambiental e sua vigilância epidemiológica.

14 a 18/11/16 Participação formação

contínua dos

Facilitadores do HCM

Adquirir conhecimentos nos temas

apresentados sobre: Humanização da pessoa

humana, Direitos e deveres dos funcionários,

Carta dos direitos e deveres dos funcionários

e Ética e deontologia profissional

21 a 25/11/16 Avaliação externa do

PCI no HCM

Participação nas actividades de supervisão

do PCI monitorando o grau de cumprimento

das normas de procedimento do PCI nos

diversos sectores de atendimento do HCM.

28/11/16 a 02/12/16 Preparação e

Participação nas

actividades de feira de

saúde do HCM

Identificar as doenças de notificação

obrigatória e administrar uma educação para

saúde para casos identificados. Fazer

registos.

O5 a 08/12/16 Apresentar tema sobre

contributo da Educacao

Ambiental nos serviços

de saúde.

Preparar o tema, organizar o material

instrucional e apresentação do mesmo ao

público-alvo.

13

CAPÍTULO IV: ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ESTAGIÁRIO

Para efectivação dos objectivos do estágio foram desenvolvidas as seguintes actividades e de

acordo com a ordem de execução, são: Apresentação e integração, participação no processo de

gestão dos resíduos hospitalares, percepção sobre importância da segregação do lixo aos

funcionários, participação no processo de humanização e ambiente biofísico do hospital,

cooperar com as empresas gestora do lixo biomédico, lavagem de tanques de água e controlo de

qualidade de água, participação no processo de vigilância ambiental e epidemiológico,

participação nas actividades de formação contínua dos facilitadores do HCM, participação no

processo de avaliação externa do PCI no HCM, participação nas actividades de feira de saúde do

HCM e apresentação de um tema sobre o contributo da educação ambiental nos serviços de

saúde cuja metodologia usada esteve centrada na participação directa nas actividades,

observação, entraveis de entrevistas semiestruturadas e observação.

4.1. Apresentação e integração

Para o desenvolvimento desta actividade o estagiário foi apresentado as instalações que a PCI

funciona, os funcionários, horário, os departamentos por onde o estagiário se fez como o caso de

medicina (1 e 2) cirurgia (1e 2), lixeira do hospital e jardim com o objectivo de reconhecimento

da área do estágio e apresentar se as estruturas destas e as regras de convivência. Esta actividade

foi desenvolvida através do acompanhamento do orientador aos locais acima referenciados.

4.2. Participação no processo de Gestão dos resíduos hospitalares

Para realização dessa actividade o estagiário deslocou se aos departamentos de Medicina (1e 2) e

Cirurgia (1 e 2) e lixeira do HCM com o objectivo de identificar fontes geradoras de resíduos,

participou na colecta dos resíduos, no processo de acondicionamento, transporte e destino final

(Provisório lixeira do hospital), usando os métodos de observação participação directa na

actividade e no acompanhamento ao destino final tendo adquirido nesta actividade as seguintes

aprendizagens: na gestão dos resíduos hospitalar o aprendizado colhido foram os métodos usados

para separação dos resíduos hospitalares, as cores dos sacos plásticos usados para cada tipo de

resíduos e seu destino, não só como também o uso do equipamento de protecção individual

durante estas actividades como ilustra a figura 4 e 5 respectivamente.

14

Figura 4: imagem mostrando segregação do lixo, saco amarelo para lixo infeccioso e preto para

lixo comum e o acondicionamento provisório no contentor usando os EPI.

Figura 5: imagem mostrando transporte interno do lixo e outra mostrando lixeira de trânsito do

HCM.

15

4.3. Percepção sobre importância da segregação do lixo aos funcionários

O estagiário fez se a medicina I e II, Cirurgia I e II, lixeira do HCM onde através de entrevistas

semiestruturadas envolvendo 21 trabalhadores de forma aleatória sendo 5 por cada enfermaria e

1 da lixeira com idade entre 20 e 64 anos dos quais, médicos, enfermeiros, estudantes, e

serventes com o objectivo de se inteirar sobre a Percepção da importância da segregação do lixo

hospitalar. Nesta actividade foram colhidas seguintes conclusões e aprendizagens sobre:

Percepção de segregação do lixo, sua importância, métodos usados na segregação, dificuldades

na segregação do lixo, problemas originárias da má segregação para o homem e meio ambiente e

na amostragem aleatória onde cada unidade da população teve a mesma chance de ser

seleccionada para a amostra tendo a mesma probabilidade de ser seleccionada.

A tabela 3 ilustra as questões colocadas aos Trabalhadores e suas ideias centrais para cada

questão.

Quadro 3: Ideias centrais colhidas aos trabalhadores sobre gestão do lixo.

Questões colocadas aos Trabalhadores Ideias centrais colhidas aos Trabalhadores

O que significa separar lixo?

É colocar cada lixo no devido recipiente,

É distinguir lixo infeccioso do comum,

É discriminar de acordo com o tipo e proveniência.

Qual é a importância de separarmos o

lixo?

É para saber se é cortante, infeccioso ou comum,

Evitar doenças, para não se picar,

Proteger pessoal que carrega e da lixeira

Como fazem para separar lixo (métodos)?

Usamos sacos plásticos e caixas incineradoras,

Plástico amarelo para lixo infeccioso, preto para

lixo comum e caixa incineradora para perfuro

cortante, colocamos etiquetas nos baldes,

Usamos baldes e plásticos de cores que corresponde

para cada tipo de lixo,

Usamos material de protecção individual

16

4.4. Participação no processo de Humanização e Ambiente Biofísico do Hospital

Para a realização destas actividades o estudante adoptou método de observação e comparação

com outros edifícios hospitalares modernos descritos nas literaturas modernas sobre

humanização dos ambientes hospitalares com o objectivo de perceber se, de como são

concebidos oferecem o conforto ambiental, privacidade (números de cama por quarto),

arejamento ao doente, condições dos espaços verdes que pudessem acelerar a cura aos doentes. A

figura 6 ilustra um quarto humanizado com todos aspectos de privacidade em detrimento do

outro sem estes aspectos.

Existem dificuldades na separação do

lixo?

Alguns Médicos e estudantes deitam lixo de

qualquer maneira,

As vezes temos falta de material para correcta

separação do lixo como por exemplo, plásticos

específicos para cada lixo,

Nas etiquetas dos baldes deve vir também o que

deve se por,

Mesmo separando na lixeira deixamos no mesmo

sítio e o carro que vem levar não separa.

O que pode acontecer para Nós e no Meio

Ambiente se não separarem o lixo?

Corremos o risco de se picarmos, contrair doenças

como HIV,

Haverá muitas mosca, baratas e ratos,

Mau cheiro nas enfermarias,

Poluição do Meio Ambiente,

Teremos muitas infecções aqui e lá fora.

17

Figura 6: Sala de parto humanizado e um quarto sem aspectos de humanização

Para a efectivação das actividades o estagiário deslocou se a enfermaria da cirurgia II, Sala de

Parto do HCM e jardim do hospital por onde observou os conteúdos planificados tendo tirado as

seguintes conclusões: Não existe privacidade entre os doentes e visitantes visto que são 8 camas

por quarto sem isolamento entre elas ao em vez de duas camas ou quartos privados uma fonte de

luz para todos e pouco arejamento. O jardim dispõe de bancos com diversidade arbórea mas

outras extremamente velhas que com as intempéries sedem com facilidade criando perigo para os

utentes.

Participei como observador no processo de controlo de vectores de transmissão de doenças como

forma de integração do estagiário na vigilância epidemiológica através de controlo de

determinantes de doença (roedores e baratas), da empresa kambeny responsável no controle de

vectores que o fazem através de associação insecticidas (super kill e blocks) que na sua

linguagem designam por “disbaratização e desratização” como mostra a figura 7.

18

Figura 7: Imagem mostrando o Controlo de vectores através de insecticidas.

4.5. Cooperar com as Empresas gestora do lixo biomédico, lavagem de tanques de água e

controlo de qualidade de água.

Para a gestão do lixo biomédico e lavagem dos tanques de água o PCI conta com a cooperação

de algumas empresas vocacionadas neste ramo ou actividade de entre elas: ICEMA, Visaqual e

para o controlo de qualidade de água, o Laboratório Nacional de Higiene de Alimentos e Água

(LINHAA), pelo serviço de manutenção hospitalar e a Clean Up cidade limpa. Com objectivos

de compreender os métodos e procedimentos usados para o tratamento do lixo biomédico e água

consumida no HCM que é reservada através de tanques semi inteiradas e outros localizados nos

terraços assim como do tratamento do lixo biomédico (infeccioso, comum e perfuro cortante).

Para a concretização destes objectivos o estagiário contactou os executantes e coordenadores

destas actividades ora por deslocar se para os referidos locais (LNHAA) e ao Serviço de

Manutenção Hospitalar (SMH) que coordena com a empresa Clean Up Cidade Limpa na

lavagem dos tanques.

A periodicidade da desinfecção e limpeza dos tanques de água é feita de 4 em 4 meses no

período nocturno das 17h as 4h segundo a fonte (PCI e SMH) que é antecedida de colheita de

amostras de água para análise de parâmetros de qualidade de água para o consumo humano e

seus riscos para a saúde pública, são analisados parâmetro microbiológicos, organolépticos e

químicos.

19

Estas colheitas repetem- se após a lavagem dos tanques enquanto o lixo biomédico é

transportado diariamente no período das 20h á 4h (comum e infeccioso) excepto o perfuro

cortante que é removido uma vez por mês para a incineração pela empresa ICEMA. Neste

período o estagiário colheu as seguintes aprendizagens: critérios usados param lavagem e

desinfecção dos tanques, parâmetros de potabilidade de água descritos nos resultados de análises

laboratoriais tratamentos dos diferentes tipos de lixo hospitalar.

4.6. Participação no processo de Vigilância Ambiental e Epidemiológico

Neste campo de saber, a actividade principal foi a busca activa de Doenças de Notificação

Obrigatória (DNO) que consistiu na recolha de casos diagnosticados nos serviços de urgências e

reanimação de adultos e da pediatria assim como nos seus respectivos laboratórios através dos

seus livros de registo dos balcões de atendimento, salas de tratamento e registos laboratoriais

com objectivos de identificar as DNO e aprender como elas são conduzidas após seu diagnóstico.

Para realização desta actividade foi necessário se deslocar diariamente para os referidos locais

para recolha destes dados e após a recolha é preenchido um Boletim Diário de Doenças de

Notificação Obrigatória onde constam as seguintes doenças: Malária, Diarreia, Raiva (mordedura

canina queira manifeste ou não a doença), Disenteria, Cólera, Meningite, Sarampo, Tétano, Peste

e PFA. Destas existem aquelas que são consideradas de Notificação Imediata como é o caso de:

Cólera, Sarampo, Varíola, Tétano, Meningite, que devem ser referenciados imediatamente para

Direcção da Saúde Publica da Cidade ou Laboratório de Imunologia para devidos seguimentos.

Nas buscas realizadas nos serviços acima citados durante a semana, foram notificadas 168 casos

de DNO e dentre estas uma é de notificação imediata “Sarampo” que após a suspeita foi colhida

amostra para o laboratório de Imunologia. O maior destaque foi a Diarreia em crianças com 68

casos diagnosticados contra 39 dos adultos, Malária com 37 casos contra 15 em crianças e por

último Raiva (mordedura canina) com 8 caso apenas em adultos.

Participou igualmente no processo de imunização contra hepatite B onde o público-alvo foi os

funcionários dos laboratórios por serem os mais vulneráveis a contraírem a doença por se

lidarem com diversos espécimes laboratoriais. Esta actividade foi realizada no âmbito do

processo de vigilância epidemiológica. Foram colhidas as seguintes aprendizagens: distinção das

doenças de notificação obrigatórias das imediatas no nosso contexto.

20

4.7. Participação nas actividades de Formação contínua dos Facilitadores do HCM

Participação na formação contínua dos Facilitadores do HCM que decorreu na sala de Formação

Continua subordinada ao PCI com os seguintes temas:

Humanização da pessoa humana

Direitos e deveres dos funcionários

Carta dos direitos e deveres dos doentes.

Ética e deontologia profissional.

Estas actividades tinham como objectivo capacitar os funcionários recém- admitidos na vida

profissional e mostrar o quão é importante na dignificação da pessoa humana. Para o estagiário

como estagiário foram muito importantes estes aprendizados como pessoa para melhor enfrentar

a profissão de Educador Ambiental cujo objectivo final é a vida no planeta onde existem direitos

e deveres orientadores uma vez que todos somos chamados na valorização dos diferentes sujeitos

implicados no processo de produção de saúde.

4.8. Participação no processo de Avaliação externa do PCI no HCM

Durante esta semana o estagiário participou na supervisão ou melhor na avaliação externa de

prevenção e controle de infecções, um programa implementado pelo MISAU que tem como

objectivos monitorar as actividades do PCI que visam proteger a saúde do trabalhador e dos

utentes de modo a garantir que as Unidades Sanitárias ofereçam um ambiente seguro e

agradável. Para a concretização desta actividade, foram usados dois métodos:

Observação directa das técnicas e procedimentos das actividades, normas de higiene e

segurança em trabalho.

Entrevista aos profissionais de Saúde em serviço.

Uso do guião que continha as questões e directrizes a seguir nesta avaliação externa,

Medição do desempenho.

Nesta actividade foi concretizado e o estagiário aprendeu que mesmo que os indivíduos

tenham noção dos perigos, continuam a não se protegerem a si, a outrem e ao Meio

21

Ambiente por isso umas campanhas de avaliação externa são importantes para corrigir

algumas lacunas, a imagem 8 mostram momentos de avaliação do PCI na cozinha e

central de esterilização do HCM.

Figura 8: Momentos de avaliação do PCI na cozinha e central de esterilização do HCM.

4.9. Participação nas actividades de Feira de Saúde do HCM

Participou na campanha de sensibilização contra o HIV e SIDA e outras doenças como é o caso

de diabetes hipertensão arterial, saúde mental, nutrição. Sendo o PCI um dos organizadores, foi

incumbido a participar nesta actividade na qualidade de estagiário deste sector com o objectivo

de adquirir habilidades de trabalho em equipa multidisciplinar. Para o efeito esteve na equipe que

responsabilizou na avaliação de glicemia e tensão arterial fazendo registos. As aprendizagens

aqui adquiridas foram mesmo de habilidades de trabalho em equipas multidisciplinares,

preocupação em Vigilância Epidemiológica caso particular as DNO e outras. A figura a baixo

ilustra momentos de registos dos dados das avaliações de tensão arterial e glicemia dos utentes

da feira.

22

Figura 9: Participação na feira de saúde do HCM no dia 1 de Dezembro 2016

4.10. Apresentação de um tema sobre o Contributo da Educação Ambiental no Serviço de

Saúde

Após realização das actividades planificadas e outras emergentes foi importante apresentação do

tema sobre O Contributo da Educação Ambiental nos Serviços de Saúde que teve como objectivo

geral Falar do contributo da Educação ambiental nos Serviços de Saúde e especificamente

Identificar áreas de intervenção de EA existentes no Hospital e Explicar como a Educação

Ambiental pode intervir.

As de intervenção escolhidas foram: EA na Gestão de resíduos Sólidos (Biomédicos) e EA na

Vigilância Ambiental e Epidemiológica e teve como tópicos:

Um pouco da História da EA,

Objectivos, Princípios, Finalidades da EA,

Contributo da EA na gestão de resíduos sólidos ou melhor Biomédicos,

Factores que contribuem para o aumento de geração de resíduos biomédicos,

Papel do educador ambiental na gestão dos resíduos biomédicos,

Contributo da EA na vigilância ambiental e epidemiológica,

Acções da EA nesta área de intervenção.

A apresentação iniciou as 7h e 30min e terminou as 8h e 20min contados desde

apresentação e esclarecimento de inquietações apresentadas e contribuições ao tema.

Participaram nesta apresentação estudantes do instituto de ciências de saúde de Maputo

em estágio sobre segregação de resíduos e o principal alvo que são os funcionários do

PCI.

23

A apresentação seguiu modelos participativos como metodologia escolhida onde os

participantes tiveram espaço para manifestarem suas opiniões.

O principal aprendizado nesta apresentação foi concretizar a certeza de que para a resolução de

qualquer que seja o problema e necessário o envolvimento da comunidade em causa.

5. Discussão das principais aprendizagens resultantes das actividades realizadas.

Segundo Costa (2012) gestão do lixo hospitalar são todas as acções realizadas para gestão dos

resíduos dentro e fora do estabelecimento médico-hospitalares, desde que são gerados até a

disposição final. Sendo assim, todos os servidores e funcionários que executam acções relativas à

gestão dos resíduos são responsáveis por tais acções (COSTA, 2012).

Na gestão dos resíduos hospitalar os aprendizados colhidos no PCI, foram os métodos usados

para separação dos resíduos hospitalares, as cores dos sacos plásticos (amarelo para lixo

infeccioso, preto para lixo comum e vermelho para lixo anatómico) usados para cada tipo de

resíduos e seu destino, não só como também o uso dos equipamentos de protecção individual

durante estas actividades.

A segunda actividade foi colher percepções sobre o lixo hospitalar aos funcionários e nesta

percebeu-se que os mesmos sabem os perigos que lhes correm pessoalmente assim com

colectivamente com por exemplo picadas com agulhas contaminadas e poluição ambiental neste

caso, Costa (2012) sustenta que o descarte correcto de peças anatómicas, tecidos, bolsas

transfusionais com sangue, medicamentos, reagentes, resíduos com metais pesados, saneastes,

inflamáveis, materiais resultantes de serviços de saúde e radioterapia, restos alimentares, roupas

descartáveis e materiais perfuro cortantes, dentre outros, é fundamental para que o meio

ambiente não seja impactado.

A terceira actividade foi sobre humanização e ambiente biofísico do hospital: Segundo Martins

(2004), a humanização do ambiente físico hospitalar, ao mesmo tempo em que colabora com o

processo terapêutico do paciente, contribui para a qualidade dos serviços de saúde prestados

pelos profissionais envolvidos. A natureza transversal dessa política envolve todos os actores e

pode ser colocada em prática de imediato, porque exige apenas decisão de mudar a forma de ver

24

o outro. O hospital tem um jardim e assentos para acomodar os seus clientes bem humanizado

exceptuando as enfermarias e como aprendizado: um bom ambiente hospitalar/humanizado

diminui o stress e ajuda na recuperação do doente.

Na actividade quatro, onde cooperou com as empresas gestoras de lixo biomédico e de lavagem

tanque assim como de controlo de qualidade de água consumida no HCM, as aprendizagens

foram: critérios usados param lavagem e desinfecção dos tanques, parâmetros de potabilidade de

água, tratamentos dos diferentes tipos de lixo hospitalar.

Na quinta foi sobre vigilância epidemiológica e ambiental em saúde e de acordo com a FUNASA

(2002), Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de acções que proporciona o

conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos factores determinantes e condicionantes do

meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de

prevenção e controle dos factores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos

à saúde e de acordo com o mesmo autor, diz que Vigilância Epidemiológica é uma disciplina

indispensável para a vigilância ambiental em saúde. Esse tipo de vigilância necessita de um

conjunto de informações e acções que proporcionem conhecimento, a detecção e a prevenção de

factores determinantes e condicionantes do ambiente e interfiram na saúde do homem, com a

finalidade de recomendar e adoptar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos.

Estas informações se referem aos factores e condições de risco existentes, as características

especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população, as pessoas expostas, e os

efeitos adversos à saúde.

Nesta actividade o estagiário aprendeu a distinguir doenças de notificação obrigatória das

imediatas, sua conduta e como meio ambiente influencia no seu aparecimento e por ultimo

medidas a tomar no nosso meio para evitar que apareçam ou se alastrem.

Actividade seis foi participação na formação dos Facilitadores recém-admitidos em que se

abordaram temas como: Humanização da pessoa humana, Direitos e deveres dos funcionários,

Carta dos direitos e deveres dos doentes e Ética e deontologia profissional. Para o estagiário,

foram muito importantes estes aprendizados como pessoa para melhor enfrentar a profissão de

Educador Ambiental cujo objectivo final é a vida no planeta onde existem direitos e deveres

25

orientadores uma vez que todos somos chamados na valorização dos diferentes sujeitos

implicados no processo de produção de saúde.

Na avaliação externa do PCI no HCM, correspondendo actividade sete, nesta actividade foi

concretizado e aprendeu que mesmo que os indivíduos tenham noção dos perigos, continuam a

não se protegerem a si, a outrem e ao Meio Ambiente por isso umas campanhas de avaliação

externa são importantes para corrigir algumas lacunas.

A oitava actividade foi a de participação na Feira de saúde do HCM organizado pelo PCI, as

aprendizagens aqui adquiridas foram mesmo de habilidades de trabalho em equipas

multidisciplinares, preocupação em Vigilância Epidemiológica caso particular as DNO e outras.

E por ultimo a apresentação dum tema sobre o contributo da educação ambiental no serviço de

saúde, aqui o aprendizado como que concretizar o seu papel como educador ambiental diante

dum público a merecer lições sobre Educacao Ambiental.

CAPÍTULO V: PLANO INSTRUCIONAL PARA UM PROBLEMA AMBIENTAL

IDENTIFICADO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1. Plano Instrucional para Tratamento do Lixo Hospitalar (Biomédico)

O Design Instrucional, ou DI, é “o processo sistemático e reflexivo de traduzir princípios de

cognição e aprendizagem para o planeamento de materiais didácticos, actividades, fontes de

informação e processos de avaliação (SMITH e RAGAN, 1999 citado por PELOTICA, 2009

pág. 2)

” Essa metodologia se distingue de outras formas de criação de materiais educacionais pelo seu

carácter metódico e cuidadoso aplicado aos processos de análise, planeamento, desenvolvimento

e avaliação. A sua aplicação principalmente na área de Educação ou qualquer que tenha por

objectivo a transmissão de conhecimento, tem mostrado resultados bastantes positivos sobre tudo

no desempenho do educador assim como do aprendente (SMITH e RAGAN, 1999 citado por

PELOTICA, 2009 pag.2).

26

Problema Ambiental: Tratamento do Lixo Hospitalar.

Problema Instrucional: O mau tratamento de lixo Hospitalar por funcionários do HCM na

produção (mistura de lixo infeccioso com o lixo comum por exemplo), acondicionamento,

transporte, destino final temporário (lixeira do HCM) provoca vários problemas dos quais

Poluição Ambiental e Picadas com Agulhas Contaminadas originando várias Doenças.

O presente Plano Instrucional foi elaborado para ser implementado nas actividades educativas

referentes a gestão de resíduos hospitalares no HCM com o objectivo de ajudar no plano de

consciencialização dos profissionais deste para mudança de hábitos face aos problemas

ambientais e seus impactos a saúde que o mau tratamento do lixo nos propõe. Este plano tem

como suporte o Modelo ADDIE, o mesmo seguira a teoria de aprendizagem Construtivista visto

que estes têm os seus pontos de vista sobre o problema em causa e se usara igualmente a teoria

Pedagógica Libertaria onde a aprendizagem e baseada na resolução da situação do problema, a

tabela abaixo o plano instrucional segundo o modelo ADDIE.

Plano Instrucional Segundo Modelo ADDIE

Tabela 4: Plano Instrucional Segundo Modelo ADDIE

Etapas Indicadores da etapa

A

N

A

L

I

S

E

Identificação do problema Tratamento do lixo hospitalar no HCM

Origem do Problema

O mau tratamento de lixo Hospitalar por

funcionários do HCM na produção,

acondicionamento, transporte, destino final

temporário (lixeira do HCM) provoca vários

problemas dos quais Poluição Ambiental e Picadas

com Agulhas Contaminadas originando várias

Doenças.

Publico Alvo Funcionários do PCI e Estudantes do ICSM

27

Conteúdo Gestão do Lixo Hospitalar

Importância da boa gestão, consequências e

implicações da ma gestão no Meio Ambiente e na

Saúde Humana

Objectivos

Até ao fim da instrução os aprendentes devem ser

capaz de:

No Geral

Desenvolver nos profissionais e estudantes a

importância de gestão de lixo Hospitalar para o

Ambiente e Saúde Humana,

Especificamente

Identificar as consequências do mau tratamento do

lixo.

Possíveis Soluções

Para resolver este problema propõe se as seguintes

propostas:

Intensificar as campanhas de consciencialização ao

nível dos Departamentos, Serviços e devem ser

contínuas.

Mostrar os perigos iminentes em cada etapa do

tratamento do lixo e como ultrapassar.

Pla

nea

men

to

Pla

nea

men

to

Descrição do público-alvo

Os Funcionários e Estudantes nas suas actividades

do dia-a-dia têm produzido diversos tipos de lixo

cujos estes não observam com rigor as regras do

tratamento do mesmo desde a geração,

acondicionamento, transporte e destino final

provisório.

28

Método de ensino

Palestra usando como material de ensino cartazes

ilustrando os métodos correctos e nocivos ao

Ambiente e Saúde Humana. Dominara o método

interactivo.

Sequência de Conteúdos

Introdução do tema-definir o que são Resíduos,

tipos de resíduos, seu tratamento, e cuidados a ter

na manipulação.

Importâncias da segregação, suas implicações e

consequências caso não sejam observadas.

Intervenção dos participantes.

Recomendações e sugestões.

Desenvolvim

ento

Material Instrucional

Organização da palestra em forma escrita, projector

de imagem, cartazes.

Implementaç

ão

Oferecer aos aprendizes a

instrução estabelecida no

plano; execução do

programa.

Orientação da palestra, mostrando os cartazes que

ilustram as fases da gestão do lixo hospitalar.

Avaliação

Medir a eficiência da

instrução ao longo e após a

implementação. Analisar

os resultados de acordo

com os objectivos pré-

estabelecidos

Fazer perguntas directas e questionário, para

verificar o grau de assimilação. Introduzir

alterações ao Plano Instrucional caso o presente não

conduza aos objectivos propostos.

Avaliar o grau de participação

29

5.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Durante o estágio fora desenvolvido varias actividades com temas diferentes destinadas para

melhoria da saúde Humana e Ambiental num enfoque educacional virada ao Meio Ambiente.

Para que essa informação chegue a todos de melhor forma cabe neste capitulo trazer a reflexão

crítica dos temas com um referencial teórico relacionado a Educação Ambiental, lixo hospital,

vigilância ambiental e epidemiológica e dentre outros.

5.2.1. Educação Ambiental

De acordo com Dias (1999,p11) citado pelo MICOA (2009), a Educação para o Meio Ambiente

possui como objectivo formar pessoas conscientes que lutem para a obtenção de um sistema de

desenvolvimento do qual resultara em qualidade de vida para todos, ou seja, um

desenvolvimento sustentável. E para que se consiga tal êxito, a Agenda 21 propõe que tanto o

ensino formal como o não formal são indispensáveis para modificar as atitudes das pessoas para

que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e aborda-

los.

5.2.2.Papel do Educador Ambiental

Segundo o regulamento sobre gestão de lixos biomédicos, capitulo1 no seu artigo1 (2003) diz:

Monitor de Higiene e Segurança Ocupacional (técnico higiene segurança ocupacional e

ambiental)

Coordenar a gestão do lixo biomédico,

Providenciar treinamento e informação sobre saúde ocupacional,

Promover educação para Segurança no ambiente de trabalho,

Capacitar em todas etapas no gerenciamento (cuidados e perigos eminentes) na:

segregação, acondicionamento, transporte interno, armazenamento e disposição final,

Incentivar a necessidade de cooperação com empresas de reciclagem para material

reciclável,

Administrar formações continuas e orientar no plano de gestão do lixo biomédico,

Alertar os trabalhadores e utentes o perigo que cada lixo representa,

30

Gestão de riscos,

Conscientizar quanto aos procedimentos na geração de influentes e resíduos sólidos,

Despertar interesse e estimular na participação nos programas educativos,

Monitoramento,

Incutir no seio dos profissionais a importância da segregação de resíduos.

5.2.3. Lixo ou Resíduos

Resíduos sólidos e lixo são termos utilizado indistintamente por autores de publicações, mas na

linguagem quotidiana o termo resíduo é muito pouco utilizado. Na linguagem corrente, o termo

lixo é usualmente utilizado para designar tudo aquilo que não tem mais utilidade, enquanto

resíduo é mais utilizado para designar sobra (refugo) do beneficamente de produtos

industrializados (BRASILIA, 2006).

De acordo com o dicionário da língua portuguesa, lixo é aquilo que se varre de casa, do jardim,

da rua, e se joga fora. Coisas inúteis, velhas, sem valor. Segundo Ferreira (1988) citado por

Brasília (2006) Resíduo é aquilo que resta de qualquer substância, resto.

As definições acima mostram a relatividade do conceito do lixo, pois para quem o descarta pode

não ter mais serventia, mas, para outros, pode ser a matéria-prima de um novo produto ou

Para Resolução CONAMA no 005 (1993) citado por Brasília (2006) define Resíduos sólidos

como, resíduos nos estados sólido e semi-sólido que resultam de actividades de origem

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola. Ficam incluídos nesta definição os lodos

provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações

de controlo de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável

o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso solução

técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

De acordo com a definição supracitada, cabe salientar que, quando se fala em resíduo sólido,

nem sempre se refere ao seu estado sólido.

31

5.2.4. Lixo Biomédico/Hospitalar

Segundo o decreto número 8 de 2003 de 18 de Fevereiro sobre a Gestão de Lixo Biomédico de

Moçambique (RGLBM) no artigo número 1 alínea ‘c’ define Lixo como substâncias ou objectos

sem utilidade para a unidade sanitária, que se eliminam, que se tem a intenção de eliminar ou que

se é obrigado por lei a eliminar enquanto na alínea ‘d’ define Lixo Biomédico como sendo o lixo

resultante das actividades de diagnóstico, tratamento e investigação humana e veterinária.

De acordo com a RDC ANVISA numero 306/04 e a Resolução CONAMA no358/2005 citado

por Brasília (2006), são definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o

atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de

trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos param a saúde; necrotérios, funerárias e

serviços onde se realizem actividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias

e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde,

centro de controlo de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores,

distribuidores produtores de materiais e controles param diagnóstico in vitro, unidades móveis de

atendimento à saúde; serviços de acupunctura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.

5.2.5. Tipos de lixo Biomédico/Hospitalar

Segundo o decreto numero 8/2003 de 18 de Fevereiro distingue 7 diferentes tipos de lixo a saber:

Lixo Infeccioso: é qualquer tipo de lixo, que tenha entrado em contacto com tecidos

Humanos, sangue ou fluidos do corpo humano e animal. O lixo infeccioso pode também

ser designado como lixo médico, lixo contaminado, lixo patológico, lixo Bio – prejudicial

ou qualquer outra terminologia usada para descrever lixo infeccioso.

Lixo Anatómico: é todo o lixo constituído por fluidos, despojos de tecidos, órgãos,

membros, partes de órgãos ou membros de seres humanos e animais de qualquer espécie,

que são removidos ou libertados durante cirurgias, partos, biopsias e autópsias.

Lixo comum: é todo o lixo que não tenha estado em contacto ou sido contaminado por

tecido humano, sangue ou outros fluidos corporais, e que não esteja incluso em qualquer

das categorias precedentes.

Lixo de medicamentos: é todo o lixo constituído por produtos farmacêuticos fora de

prazo, que não tenham outra utilidade para os pacientes ou unidades sanitárias, ou por

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materiais ou substâncias produzidas durante o fabrico e administração de produtos

farmacêuticos, excluindo os cito tóxicos.

Lixo Radioactivo: é qualquer material contaminado por radioisótopos.

Lixo de Medicamentos Cito tóxico: é o lixo constituído por medicamentos cito tóxicos

usados no tratamento de doenças cancerígenas fora de prazo ou não mais utilizados pelos

Pacientes ou unidades sanitárias.

Lixo Cortante e/ou perfurante: é o lixo constituído por objectos ou dispositivos usados ou

descartados possuindo extremidades, gumes, pontas ou protuberâncias rígidas e agudas

que podem cortar, picar ou perfurar a pele humana.

Outro Tipo de Lixo: é todo o lixo constituído por pequenas quantidades de lixo específico

que tem o potencial de criar riscos especiais e que pode ser produzido em algumas

unidades sanitárias com serviços altamente especializados.

Risco à Saúde é a probabilidade da ocorrência de efeitos adversa à saúde relacionada com

a exposição humana a agentes físicos, químicos ou biológicos, em que um indivíduo

exposto a um determinado agente apresente doença, agravo ou até mesmo morte, dentro

de um período determinado de tempo ou idade (BRASILIA, 2006).

Risco para o Meio Ambiente é a probabilidade da ocorrência de efeitos adverso são meio

ambiente, decorrentes da acção de agentes físicos, químicos ou biológicos, causadores de

condições ambientais potencialmente perigosas que favoreçam persistência disseminação

e modificação desses agentes no ambiente (BRASILIA, 2006).

A avaliação do risco ambiental é uma ferramenta metodológica essencial para a execução

de uma política de "saúde ambiental", sendo apropriada para auxiliar a gestão do risco e

subsidiar órgãos reguladores na tomada de decisões (SCHNEIDER, 2004) citado por

Brasília (2006).

5.2.6. Gestão de Lixo Hospitalar

São todas as acções realizadas para gestão dos resíduos dentro e fora do estabelecimento médico-

hospitalares, desde que são gerados até a disposição final. Sendo assim, todos os servidores e

funcionários que executam acções relativas à gestão dos resíduos são responsáveis por tais

acções (COSTA, 2012).

33

5.2.7. Etapas da Gestão de Lixo Hospitalar.

Segundo da Costa (2012) as etapas da gestão dos resíduos de serviço de saúde são:

5.2.8. Segregação:

Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as

características químicas e biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.

5.2.9. Acondicionamento:

Consiste no acto de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem

vazamentos e resistam às acções de punctura e ruptura.

5.2.10. Identificação:

A identificação é feita através de símbolos, cores e frases e deve constar-nos recipientes

de colecta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo e nos locais de

armazenamento externo, sendo de fácil visualização.

5.2.11. Tratamento intermediário

São processos realizados nas instalações médico-hospitalares que modificam as

características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, diminuindo ou eliminando o

risco de contaminação, de acidentes de trabalho ou de dano ao meio ambiente. Alguns

resíduos necessitam de tratamento intermediário, de acordo com sua classificação.

5.2.12. Transporte interno

É o transporte dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao

armazenamento temporário ou ao armazenamento externo.

5.2.13. Armazenamento temporário

Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados,

em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a colecta dentro do

estabelecimento até a colecta externa.

34

5.2.14. Armazenamento externo

Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de colecta

externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos colectores.

5.2.15. Tratamento final

São processos que modificam as características físicas, químicas e biológicas dos

resíduos antes da disposição final, com o objectivo de diminuir ou eliminar os riscos à

saúde pública e ao meio ambiente.

5.2.16. Disposição final

Consiste na disposição de resíduos no solo. Quando se tratar de resíduos biológicos, o

solo deve ser previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de

construção e operação, com licenciamento ambiental de acordo com as normas vigentes

5.2.17. Normas de Armazenagem, Identificação, Segregação e Métodos de Disposição Final

do Lixo Hospitalar.

Duma forma resumida a tabela 6, mostra segundo o decreto número 8/2003 de 18 de Fevereiro

como o lixo biomédico identificado, suas normas de armazenagem e sua disposição final

adaptado em Moçambique em geral em particular HCM como mostra a tabela 6.

Tabela 6: Normas de Armazenagem, Identificação, Segregação e Métodos de Disposição Final

do Lixo Hospitalar.

Tipo Lixo Identificação e Normas de

Segregação

Métodos de Disposição Final

Lixo Infeccioso Em sacos plásticos amarelos

impermeável com timbre ’lixo

infeccioso’

Esterilização por Auto fenda,

química.

Incineração, aterro sanitário.

Lixo

Perfurante/Cortante

Cor amarela, segregado em

contentores com paredes rígidas

com inscrição ‘lixo infeccioso’ e

Esterilização (química, Auto fenda,

retaliação e aterro)

Incineração, encapsulamento em

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símbolo internacional de lixo

infeccioso.

cimento e aterro.

Lixo Anatómico Identificado por cor amarela e

segregado em plásticos amarelo

com paredes rígidas com

inscrição e símbolo internacional

para lixo infeccioso

Esterilização, incineração a altas ou

baixas temperaturas, aterro sanitário

sob supervisão.

Fluidos: em sistema de represa ou

esgoto.

Grandes quantidades de tecido:

cremação, enterro, entrega aos

familiares para enterro.

Lixo Comum Em sacos plásticos claros e

transparentes para se visualizar o

conteúdo sem manusear

fisicamente.

Estas categorias de lixos deverão ser

tratadas por recurso ao método que

se julgar mais conveniente, uma vez

que estes podem por vezes requerer

práticas especiais de manuseamento

ou de gestão

Lixo de

Medicamentos

Num contentor timbrado, lixo de

medicamentos a ser depositado

num local seguro.

Lançamento para o sistema de

esgoto ou numa cova segura nos

limites da unidade sanitária,

Incineração.

Lixo Radioactivo Devera ser seguramente

armazenado e eficientemente

protegido em contentores

apropriados e selados para evitar

o contacto com isótopos.

Devolver ao fornecedor para

disposição final.

Lixo de Medicamento

Citotóxico

Em contentores rotulados e

guardados numa área segura.

Armazenado em contentores,

rotulados e guardados numa área

segura, notificar MISAU para

orientação

Fonte: Decreto nº 8/2003 de 18 de Fevereiro.

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Tabela 7: Símbolos de Identificação dos grupos de Resíduos

Símbolo de substância infectante, com rótulos

de fundo branco, desenho e contornos pretos.

Símbolo de risco associado e com

discriminação de substância química e frases

de risco.

Símbolo internacional de presença de radiação

Ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos

de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido

da expressão MATERIAL RADIOATIVO.

Quando adoptada a reciclagem, sua

identificação deve ser feita nos recipientes e

nos abrigos de guarda de recipientes, usando

código de cores e suas correspondentes

nomeações.

Símbolo de substância infectante, com rótulos

de fundo branco, desenho e contornos pretos,

acrescido da inscrição de RESÍDUO

PERFURO CORTANTE, indicando o risco

que apresenta o resíduo.

Fonte: Brasília (2006)

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5.2.18. Equipamentos de protecção individual (EPI’s)

São elementos de uso pessoal para proteger o profissional do contacto com agentes infecciosos e

substâncias químicas no ambiente de trabalho. Exemplos: jalecos, aventais, botas, luvas,

máscaras, óculos de protecção.

5.2.19 Humanização e Ambiente Físico Hospitalar

O conforto ambiental aparece como forte aliado nos processos de cura de pacientes. Enquanto o

doente luta pela cura ou melhor a saúde e, ao mesmo tempo e submetido a agressões do meio

ambiente relacionados a agentes físicos.

Para Corbella (2003) citado por Martins (2004) uma pessoa está confortável em um ambiente

quando se sente em neutralidade em relação a ele. No caso dos edifícios hospitalares, a

arquitectura pode ser um instrumento terapêutico se contribuir para o bem-estar físico do

paciente com a criação de espaços que, além de acompanharem os avanços da tecnologia,

desenvolvam condições de convívio mais humanas.

Miquelin (1992) citado por Martins (2004) lembra que o desconforto ambiental nos hospitais não

pode ser um problema a mais nesses espaços, construídos para, muitas vezes, situações

stressantes de atendimento associadas a pacientes com risco de vida ou sofrimento profundo,

dentre outros, os aspectos fundamentais para o conforto ambiental nos hospitais devem observar

a iluminação, a cor e o conforto térmico.

Nesse contexto, o conforto ambiental tem primazia, devido a sua grande influência nos processos

de cura dos pacientes internados.

Para Mezomo (2001), não se trata de planejar acções para o hospital do futuro e, sim, construir

sobre o que se tem.

A humanização do ambiente físico hospitalar, ao mesmo tempo em que colabora com o processo

terapêutico do paciente, contribui para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos

profissionais envolvidos. A natureza transversal dessa política envolve todos os atores e pode ser

colocada em prática de imediato, porque exige apenas decisão de mudar a forma de ver o outro

(MARTINS, 2004).

38

5.2.20. Vigilância Ambiental em Saúde

A Vigilância Ambiental em Saúde é um conjunto de acções que proporciona o conhecimento e a

detecção de qualquer mudança nos factores determinantes e condicionantes do meio ambiente

que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e

controle dos factores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde

(FUNASA, 2002).

5.2.21. Vigilância Epidemiológica

A Epidemiologia é uma disciplina indispensável para a vigilância ambiental em saúde. Esse tipo

de vigilância necessita de um conjunto de informações e acções que proporcionem

conhecimento, a detecção e a prevenção de factores determinantes e condicionantes do ambiente

e interfiram na saúde do homem, com a finalidade de recomendar e adoptar medidas de

prevenção e controle das doenças e agravos. Estas informações se referem aos factores e

condições de risco existentes, as características especiais do ambiente que interferem no padrão

de saúde da população, as pessoas expostas, e os efeitos adversos à saúde (FUNASA, 2002).

5.2.22. Dificuldades

Como qualquer actividade para além das facilidades que podemos encontrar podemos nos

deparar com alguns aspectos que travam o ritmo normal dos nossos desejos. E neste campo de

estágio dentre outras as que mais se destacaram foram:

Tive dificuldades na elaboração do plano de estágio visto que o departamento dispõe do plano

anual e não mensal o que fez com algumas actividades fossem realizadas antes ou depois da

semana planificada.

Na gestão dos resíduos hospitalares, tive a oportunidade de acompanhar quase todas fases

excepto o destino final que é lixeira de Hulene, Distrito de Moamba e na incineradora privada,

justificada pelos responsáveis que era devido espaço nas viaturas e responsabilidades em caso de

acidentes de viação para além de que essa actividade se fazia no período entre as 20h à 5h.

Na Percepção sobre importância da segregação de resíduos hospitalar a dificuldade foi de fazer

entender os trabalhadores a distinguir entre uma auscultação Ministerial e uma actividade

39

meramente para fins educativos mas com ajuda dos chefes dos serviços e o uso do crachá e

exibição dos credenciais antes, isso foi possível.

Tive dificuldades em acesso a sala de formação contínua para apresentação do tema estar quase

sempre ocupada e aconteceu duas semanas depois, isto é, na última semana do estágio.

Finalmente, posso- me referir a dificuldades ao acesso aos manuais que abordam questões do

PCI e o que existe esta sob tutela do responsáveis e não na prateleira do PCI e nem na sala de

Formação contínua e para tê-lo é mediante ao responsável.

CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusão

O estágio académico realizado no departamento do PCI permitiu a concretização do objectivo

principal que foi de integração e utilização de fundamentos teórico-práticos adquiridos durante as

aulas como é caso por exemplo de Sistema de Gestão Ambiental, Saúde Publica, Qualidade do

Ambiente Elaboração de Materiais didácticos, Maneio comunitário, a Sociologia e Psicologia

Ambiental, Metodologia de Educação Ambiental e dentre outras que contribuíram bastante nesta

caminhada de busca desta integração da teoria e prática.

O estágio foi de muita valia para o estagiário e para os funcionários dos serviços por onde

estagiou porque tiveram a possibilidade de perceber a importância da Educação Ambiental numa

Unidade Sanitária e o papel do Educador Ambiental na gestão dos resíduos hospitalares e sua

contribuição na Vigilância Ambiental e Epidemiológica. Salientar que esta fase foi igualmente

importante por ter trabalhado com técnicos profissionais nas áreas específicas como é o caso de

Técnicos de Saúde Publica, do Ambiente, Enfermeiros, Epidemiologia e outras áreas que juntos

trabalham com um único fim que é a vida. Percebeu de igual modo que a interdisciplinaridade é

indispensável para resolução de problemas ambientais e em geral.

Os métodos usados pela comissão de Controlo de Infecções relativos a gestão dos residios

sólidos ou hospitalares a partir da segregação, acondicionamento, transporte interno,

armazenamento temporário e disposição final obedecem as normas do Decreto nº. 8/2003 de 18

de Fevereiro, o regulamento sobre a gestão do lixo bio-médico faltando apenas incutir essa

informação e prática nos funcionários que se lidam directamente com esses residios. É notório se

40

fazer boa separação no local de gestão onde os baldes estão bem identificados com cores de

plásticos e baldes diferentes para cada tipo de lixo e na altura de recolha para o

acondicionamento e transporte, todos estarem inseridos num único recipiente ou carrinha,

havendo neste caso misturas de diferentes tipos de lixo. O mesmo acontece na lixeira temporária

do HCM onde apenas há separação do material perfo-cortante e do não cortante.

E para a condução do processo de ensino e aprendizagem o PCI dá oportunidades aos estudantes

de participarem em vários eventos que esta comissão se dispõe, faltando nele integrar os

estudantes à outras empresas colaboradoras que duma maneira geral complementam os serviços

do PCI dentro dos Serviços do Hospital. Em termos organizacionais, o PCI tem planos bem

estruturados mas os seus prazos são muito longos, o que dificulta a avaliação do grau do seu

desempenho

6.2. Recomendações

Sendo o Departamento do PCI vinculado igualmente no processo de ensino e aprendizagem e

campo de estágio para várias instituições de ensino de vários níveis, duma e doutra maneira ela

serve de um espelho e na modelagem dos estudantes que por aqui passam. Neste caso

recomenda-se:

O plano anual é importante para um Departamento mas é necessário que este seja faseado em

meses ou semanais e diários para melhor orientação dos próprios funcionários e educandos para

que sirva de exemplo na futura vida profissional.

Disponibilizar material de consulta e com acesso fácil através de criação de uma biblioteca fixa.

Promover debates dentro do departamento onde podem se discutir vários temas e como

transmiti-lo.

Apesar do decreto numero 8/2003 no seu capítulo 1 nas disposições gerais, no artigo 1 alínea ‘a’

conferir aos técnicos de Higiene Segurança Ocupacional e Ambiente a tarefa de gestão de lixos

biomédicos desde sua geração até o destino final, estes devem ter um termo de referência que

distingue suas actividades diárias neste processo.

As empresas contratadas para gestão de resíduos e controle de vectores devem ser motivadas a

contribuírem na formação dos estagiários integrando os nas suas equipas de trabalho.

41

Uma vez o estudante autorizado para o estágio num departamento, não pode ser vedado a

participar em nenhuma actividade que por sinal fazem parte da sua aprendizagem mas sim criar

condições para que este explore o máximo as oportunidades para que no futuro se identifique

com as realizações adquiridas e possa contribuir para o melhoramento do bem-estar da sociedade

no global.

Por último recomenda-se ao PCI para que trabalhe ou melhor contacte as empresas do ramo de

reciclagem para o reaproveitamento dos resíduos recicláveis como por exemplo caixa de papelão

que vai dar um grande contributo ambiental e reduzir custos financeiros ao hospital referente ao

pagamento a empresas contratadas para recolher resíduos.

Aos futuros estagiários recomenda-se: que antes de escolher a empresa para realização de

estágio, é necessário que façam um reconhecimento da área antes mesmo do tempo destinado ao

referido estágio e que aproximem outros estagiários que por este campo estagiaram para melhor

se inteirarem dos programas e rotinas da empresa e o do desenvolvimento das actividades deste

modo facilitara a elaboração do plano de actividades.

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Referências bibliográficas

1. BRASILIA (2002); Vigilância Ambiental em Saúde.

2. FUNASA (2002). Texto de Epidemiologia para Vigilância Ambiental em Saúde, Brasília.

3. BRASILIA (2006), Gerenciamento dos Resíduos de Saúde.

4. DECRETO n 8/2003 de 18 de Fevereiro, Regulamento sobre a Gestão de Lixo Bio-médico,

Primeira série.

5. DA COSTA, E.C. Lima (2012), Manejo de Resíduos de Serviço de Saúde, São Paulo.

6. MARTINS, Vânia Paiva (2004), Humanização e Ambiente Físico Hospitalar, São Paulo.

7. MICOA (2009), Manual do Educador Ambiental

8. LISBOA (2007), Formação de tutores de formação em contexto real de trabalho.

9. PELOTICA (2009), O Design Instrucional e suas etapas.

10. HCM (2016), Relatório das Festividades do Centenário do HCM, Maputo.

11. UEM (2012), Currículo Ajustado de Licenciatura em Educação Ambiental, Maputo.

12. MISAU (2009), Manual de Referencia Prevenção e Controlo de Infecções nas unidades

Sanitárias, 2ª Edição, Sandra Tamela, Dip Trans MCIL, Maputo.

43

ANEXOS