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LINGUAGEM JURÍDICA PROFª MSc. ZILDA M. FANTIN

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LINGUAGEM JURÍDICA

PROFª MSc. ZILDA M. FANTIN

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UNIDADE VIII

DOMÍNIOS DISCURSIVOS,

TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS

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8.3 ESTRATÉGIAS PARA A

PRODUÇÃO DE TEXTOS

Parágrafo: um minitexto. Parágrafo é

o texto (ou parte de um texto)

formado por uma ou por um conjunto

de sentenças que, relacionadas

semântica e/ou sintaticamente entre

si, tratam de uma ideia central.

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Um bom parágrafo, assim como um texto formado por mais de um parágrafo, deve

ter: unidade de sentido (todas as sentenças devem convergir para uma ideia central); coerência (as frases devem atender aos princípios de um discurso lógico, com

informações em quantidade e em qualidade suficientes para o interesse do leitor);

coesão (as sentenças precisam de elementos linguísticos adequados como

conjunções, pronomes, preposições etc.).

A maioria dos parágrafos se estrutura em introdução, desenvolvimento e conclusão

(macroestrutura do texto).

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Exemplo

(Não há cidadania sem efetivo acesso à Justiça). Não há acesso à Justiça se esta

apenas atende à parcela da população que consegue desfrutar os recursos mal

distribuídos da sociedade de consumo. Não há acesso à Justiça se grande parte da

população não detém os meios concretos para exercê-lo, e socorre-se de mecanismos

primitivos de justiça privada, em que a violência converte-se no cenário do

cotidiano. Não há acesso à Justiça quando o Estado se revela impotente para

responder às demandas reais da sociedade, inclusive através de seu poder competente: o Judiciário (José Roberto Batochio, Folha

de S. Paulo, 20/5/93).

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O tópico contém a ideia-chave,

apresentada de forma genérica; a

seguir, especifica-se pela repetição

da mesma frase "não há acesso à

Justiça", por três vezes.

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A importância da introdução é flagrante,

porque é ela que determina, entre

outras coisas, o tom do texto, o

encaminhamento do desenvolvimento e

sua estrutura básica.

Dessa forma, uma introdução não deve

ser vista como um simples pretexto

decorativo, mas como um primeiro

compromisso que o autor assume com

o restante do desenvolvimento.

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A introdução de um texto

argumentativo (ou expositivo) pode

ser feita, utilizando estratégias

diferentes, cuja escolha será

motivada pelas intenções do locutor

e segundo a finalidade do texto.

Diferentes são as técnicas de se

iniciar o parágrafo.

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Para Carneiro (1992), uma introdução segue diversos modelos, que devem ser empregados segundo a

finalidade do texto: declaração inicial, divisão, citação, alusão

histórica, definição, proposição, interrogação, convite e

suspense.

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A declaração inicial é a introdução de tom neutro, normalmente

desenvolvida pela explicitação do que seus termos deixam oculto ou pela justificativa do que se declara. Corresponde a qualquer frase que

emite um juízo sobre um fato.

Ex.: Em plena Rua Marechal Floriano, no Centro, ainda existe um palacete neoclássico com jardim, lago e cisnes de verdade. É o Palácio Itamaraty.

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A divisão supõe a presença de dois ou mais termos. O desenvolvimento desse

tipo de introdução se realiza ora pela análise dos elementos em conjunto, ora

pela análise dos elementos separadamente, ora pela análise progressiva e comparativa dos

elementos.

Ex.: A fórmula da estabilidade democrática europeia está no equilíbrio em torno de duas grandes forças políticas: de um lado os social-democratas e de outro, os liberais.

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A citação é um tipo de introdução que apresenta a opinião de alguém de destaque sobre o tema aludido pelo texto. Tal citação

pode corresponder a uma intenção valorizativa ou a uma intenção ilustrativa.

No primeiro caso, pela importância do autor da citação, o texto se vê alçado à posição de mais peso, enquanto no segundo caso,

ela só está presente por servir de ponto inicial de análise do tema.

Ex.: "Quem joga bola é menino, menina brinca com boneca". "Mulher que pratica esportes se masculiniza!" Durante séculos pensamentos desse tipo afastaram as mulheres dos esportes.

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A alusão histórica representa um tipo de introdução em que um fato passado se

relaciona de algum modo a um fato presente, servindo de ponto de reflexão ou

pelas semelhanças entre eles, ou pelas diferenças. Normalmente, o

desenvolvimento da alusão histórica se realiza por uma evolução cronológica dos

fatos a partir do momento histórico da citação, ora pelos pontos de semelhança, ora pelos traços de oposição, ora só como

pretexto de comentários no presente.

Ex.: Em 18 de setembro de 1950, dia em que a televisão brasileira foi pela primeira vez ao ar, Walter Avancini já estava sendo focalizado pelas câmeras da TV Tupi de São Paulo.

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A introdução por definição precede geralmente textos científicos.

Desenvolve-se pela explicitação dos termos que a compõem ou pelas

consequências advindas do conhecimento cientifico.

Ex.: A segregação racial é o fruto do concubinato entre a imoralidade e a desumanidade. Não se pode tratá-la com a vaselina da contemporização.

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A introdução por interrogação supõe um desconhecimento real ou dialético. No caso do desconhecimento real, o

desenvolvimento do texto pode apresentar uma resposta direta ou mais

de uma resposta; no caso da interrogação puramente retórica, o

texto geralmente se desenvolve pela análise do motivo da pergunta.

Ex.: Quanto vale um homem? Para cantar durante duas horas no recente festival US, na Califórnia, David Bowie recebeu um milhão e meio de dólares.

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A introdução por convite, como o próprio nome indica, propõe que o

leitor participe de alguma coisa apresentada pelo texto, procurando seduzi-lo de algum modo. É muito

empregada em textos publicitários.

Ex.: Você quer estar "na sua"? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! Entre na nossa organização e faça sua orientação vocacional.

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Algumas orientações sobre as formas para um bom

desenvolvimento e esquema de redação.

Desenvolvimento é a explanação da ideia principal, o agregamento de ideias secundárias para melhor

enunciar o objetivo redacional; é o corpo do texto que dá a conhecer o

assunto e o tema ao receptor.

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Segundo o objetivo do emissor e o

gênero redacional, diferentes são as

formas de desenvolver a ideia-chave,

destacando, entre elas, as seguintes:

Explanação da declaração inicial:

mero desdobramento significativo do

tópico frasal. Explicação,

apresentando pormenores e

particularidades para caracterizar o

tema.

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Comparação e Contraste: mostrar

semelhanças e/ou diferenças, firmar

oposições e assim demonstrar o

posicionamento do emissor. O

contraste pode evidenciar-se de

modo explícito ou implícito.

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Enumeração: indicação de fatores e

funções de algum objeto (ideia-

núcleo), podendo, ainda, classificá-lo

e dividi-lo, indicar a evolução

temporal, as variações de suas

características, podendo agrupar os

elementos por semelhanças e

diferenças.

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Conceituação: construir conceitos

corretos sobre os seres, os fatos e os

fenômenos é um dos mais importantes

requisitos de aprendizagem.

Exemplificação: apresentar exemplos

relevantes para viabilizar a

compreensão. Recurso usado para

esclarecer ou reforçar uma afirmação;

serve-se de expressões como: por

exemplo, ou melhor, assim entre outras.

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Causa-consequência: é o

encadeamento lógico do raciocínio. A

causa é o motivo dos atos humanos;

a consequência é o efeito, o

resultado.

Resposta à interrogação: uma

pergunta inicial é o recurso, para um

desenvolvimento que tem por

objetivo desdobrar o parágrafo.

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Analogia: estabelecer uma relação de semelhança entre duas coisas.

Diferente da comparação, pois seu objetivo é estabelecer uma

identidade entre duas coisas.

Ordenação Temporal: ordenação cronológica de uma série de

acontecimentos para facilitar a compreensão do tópico e funcionar

como recurso de argumentação.

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Quando se ressaltam

semelhanças e diferenças tem-se

a comparação e o confronto, mas

pode-se delimitar esse recurso,

empregando somente um ou

outro. A analogia é a comparação

por semelhanças.

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8.3.1 EXEMPLOS ANALISADOS

Exemplo 1

(O direito é realidade universal.) (Onde quer que exista o homem, aí existe o direito como expressão de vida e de convivência. É exatamente por ser o direito fenômeno universal que é ele suscetível de indagação filosófica. A

Filosofia não pode cuidar senão daquilo que tenha sentido de universalidade. Esta a razão pela qual se faz Filosofia

da vida, Filosofia do direito, Filosofia da história ou Filosofia da arte.

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Falar em vida humana é falar também em direito, daí se evidenciando os

títulos existenciais de uma Filosofia jurídica.) (Na Filosofia do Direito deve refletir-se, pois, a mesma necessidade de especulação do problema jurídico

em suas raízes, independentemente de preocupações imediatas de ordem

prática).

(Miguel Reale. Filosofia do direito, 1965)

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Explanação da declaração inicial:

mero desdobramento significativo do

tópico frasal. Nesse exemplo, a frase

inicial representa o tópico frasal, uma

declaração inicial. A seguir, o

desenvolvimento – explanação da

declaração inicial e, por fim, a

conclusão marcada pela conjunção

conclusiva “pois”.

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Exemplo 2

(O valor é sempre bipolar.) (A bipolaridade possível no mundo dos objetos ideais, só é

essencial nos valores, e isto bastaria para não serem confundidos com aqueles. Um triângulo, uma circunferência são; e a esta maneira de ser

nada se contrapõe. Da esfera dos valores, ao contrário, é inseparável a bipolaridade, porque a um valor se contrapõe um desvalor; ao bom

se contrapõe o mau; ao belo, o feio; ao nobre, o vil; e o sentido de um exige o do outro.)

(Valores positivos e negativos se conflitam e se implicam em um processo).

(Miguel Reale. Filosofia do direito, 1965).

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Contraste: mostrar diferenças, firmar

oposições e assim demonstrar o

posicionamento do emissor. O

contraste pode evidenciar-se de

modo explícito ou implícito. A frase

inicial desse exemplo é uma divisão

e orienta para o desenvolvimento por

contraste, pois “bipolar” significa

dois polos, ou seja, opostos.

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Exemplo 3

(Analogia é um fenômeno de ordem psicológica, que consiste na tendência para nivelar palavras ou construções

que de certo modo se aproximam pela forma ou pelo sentido, levando uma

delas a se modelar pela outra.) (Quando uma criança diz fazi e cabeu, conjuga

essas formas verbais por outras já conhecidas, como dormi e correu).

(Rocha Lima. Português no colégio, 1956)

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Exemplificação: recurso usado para

esclarecer ou reforçar uma

afirmação; serve-se de expressões

como: por exemplo, ou melhor, assim

entre outras.

No exemplo 3, a introdução é uma

definição e seu desenvolvimento foi

feito com exemplos.

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Exemplo 4

(Vieram as chuvas.) (A princípio grossas e fortes, como chuva de verão e depois finas e incessantes. Era o inverno que apertava o

trabalho e os sofrimentos. A água do céu não é um convite para o trabalho. É uma ordem. Por isso a labuta era grande. Ao

tempo do sol, pode-se ficar por aí enganando a própria fome. À aproximação das chuvas, e com elas, abre-se, porém, a terra e planta-se). (Mas aguenta-se a luta

contra o mato bravo, na disputa do terreno conquistado).

(Nestor G. Duarte. Gado Humano, 1936)

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Causa-consequência: é o

encadeamento lógico do raciocínio. A

causa é o motivo dos atos humanos;

a consequência é o efeito, o

resultado. A introdução é uma

declaração e o desenvolvimento foi

feito por explicação de causa e

consequência: se chove, deve-se

plantar.

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Exemplo 5

(O livro foi sempre considerado o baluarte em que poderiam confiar os pessimistas da

cultura de massa no momento em que tivessem de salvar do incêndio a cultura

autêntica.) (Todavia, agora, e cada vez mais, esses pessimistas têm razões de sobra para desesperar. O livro, ao qual tinham acesso apenas as minorias privilegiadas, passa a figurar no cardápio da classe média e do

proletariado. Os últimos anos marcaram o aparecimento em grande estilo dos livros de

bolso, ostensivamente concorrendo com jornais e revistas nas bancas e na disputa

das horas de ócio dos leitores.

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As edições de livros de bolso se multiplicaram. O livro, antes privilégio das

gentes de espírito e sensibilidade, de repente é levado à categoria de produto de consumo para a massa, tratado no mesmo nível do sabão de coco e do sabonete. O livro penetra na drugstore e a cultura é equiparada a um comprimido que se

compra para dor de cabeça.) (A cultura veiculada pelo livro adquire então o aspecto vulgar que faz a ira dos inimigos da cultura

de massa: o de tratar com simplicidade coisas por natureza complicadas).

(Charles R. Wright. Comunicação de massa).

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Ordenação Temporal: não só no

gênero narrativo, mas também na

descrição e na dissertação, os

indicadores de tempo (e espaço)

oferecem referenciais para a

compreensão da mensagem. O

desenvolvimento tem progressão

com indicadores de tempo como

“agora’, “últimos anos”, “antes”, “de

repente”.

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8.3.2 Desenvolvimentos Diferentes

para uma mesma Introdução

Uma mesma introdução pode ser desenvolvida de formas diferentes. Você poderá escolher a que achar

melhor de acordo com o objetivo do texto. Veja o exemplo a seguir:

Desenvolvimento a partir do tópico frasal: “A vida agitada das grandes

cidades aumenta os índices de doenças do coração”.

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Desenvolvimento por detalhes:

A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. O tráfego intenso, o ruído

do tráfego, as preocupações geradas pela pressa, o almoço corrido, o

horário de entrar no trabalho, tudo isso abala as pessoas, produzindo o

stress que ataca o coração.

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Desenvolvimento por definição:

A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do

coração. Vida agitada é aquela em que o indivíduo não tem tempo para cuidar

de si próprio, mercê dos compromissos assumidos e do tempo exíguo para

cumpri-los. Entre as doenças do coração, a mais comum é a que ataca

as artérias coronárias, assim chamadas porque envolvem o coração, como uma

coroa, para irrigá-lo em toda a sua topologia.

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Desenvolvimento por exemplo específico:

A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Imaginemos

um chefe de família que deixa sua casa, às 6h30 da manhã. Logo de início, tem de enfrentar a fila

da condução. A angústia da demora: será que vem ou não vem o ônibus? Finalmente, vem.

Superlotado. Sobe ele, aos trancos, e logo enfrenta a roleta. – Troco? – Não tem troco pra cem. – Espera um pouco pra passar na roleta. –Agora tem, pode passar. – Finalmente o ponto

de descida. O relógio de ponto. Em cima da hora. Nesse momento, o relógio do coração do

nosso amigo já passou do ponto. Está acelerado. Suas coronárias sofrem sob o

impacto do stress e entram em débito de fluxo sanguíneo.

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Desenvolvimento por fundamentação da proposição:

A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração.

Somente na última década, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, o paulistano se

infartou vinte vezes mais do que no decênio anterior. O stress causado pela vida intensa

acelera os batimentos cardíacos, por intermédio da injeção exagerada de

adrenalina e apressa o surgimento dos problemas do coração.

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Desenvolvimento por comparação:

A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Imagine o leitor, por exemplo, um automóvel dirigido

suavemente, com trocas de marcha em tempo exato, sem freadas bruscas ou curvas

violentas. A vida útil desse veículo tende a prolongar-se bastante. Imagine agora o

contrário: um automóvel cujo proprietário se compraz em arrancadas de “cantar pneus”,

curvas no limite de aderência, marchas esticadas e freadas violentas. A vida útil desse

último tende a decair miseravelmente. O mesmo podemos fazer com nosso coração. Podemos

conduzi-lo com doçura, em ritmo de alegria e de festa, ou podemos tratá-lo agressivamente,

exigindo-o fora de seu ritmo e de seu tempo de recuperação.

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Atividades

XXXVIII, XXXIX, XL

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"As pessoas entram em

nossa vida por acaso, mas

não é por acaso que elas

permanecem”.