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PREÇO: 0,90€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€ Director: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano Tel: 262 87 00 50 [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925 www.gazetacaldas.com facebook.com/gazetacaldas HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO SEXTA-FEIRA 26 ABRIL DE 2019 | Nº 5275 Editorial Aos 21 anos João Diniz pouco mais conhecia que as Cruzes, as Caldas da Rainha e Lisboa. Mas puseram-no num avião para a Alemanha para ir buscar uma fragata para a Armada Portuguesa. Regressou por mar e ainda andou quase 5 anos a navegar pelas rotas do Império Colonial, mas terminada a tropa haveria de regressar à Alemanha, agora não como marinheiro, mas como operário. Ali esteve 22 anos até construir uma casa nas Cruzes (Salir de Matos) e finalmente re- gressar para gozar a reforma e dedicar-se à agricultura. Pág. 4 e 5 João Diniz foi buscar uma fragata à Alemanha e pensou logo em emigrar (007) PUB. (007) PUB. 25 de Abril Escrevemos hoje ainda sob o efeito inenarrável de um aten- tado ocorrido no Sri Lanka onde foram assassinadas cerca de três centenas de pessoas em hotéis e igrejas católicas, tendo morrido um português inocente. Há dias na Nova Zelândia outro assassi- nato, desta vez contra muçulma- nos, tendo morrido cerca de meia centena de pessoas. Ligamos isto com o 45º aniversá- rio do 25 de Abril, porque acha- mos que esta data e os aconte- cimentos que se lhe seguiram, reconciliaram-nos com o mun- do e os desígnios mais singelos e positivos dos tempos em que vivemos. Isto tudo porque, para além dos actos gratuitos de violência, seja individual como de Estados ou de grupos organizados, parecia des- de então que o mundo caminha- va num sentido mais positivo e cooperante. A queda de muitos muros físicos que dividiam o mundo, deram-nos muita esperança e acreditámos em certo momento que se esta- va no caminho desejável de um planeta mais justo e equilibrado. Contudo, esta década também nos tem feito refletir que do muito que pensávamos irreversível, não o é tão facilmente, uma vez que a mi- séria que ainda ocupa muito des- se mundo mas também uma certa fome mais cultural e de sentimen- tos, bem como de certas altera- ções populistas nas lideranças po- líticas, pode levar ao surgimento de novos muros mesmo físicos, já que os mentais provavelmen- te nunca desapareceram. O 25 de Abril para os portugue- ses, e apesar de bastantes contra- riedades e momentos difíceis por que passámos, parece ter estabi- lizado Portugal num sistema polí- tico e social em que nos reconhe- cemos mais positivamente, apesar de alguns escolhos deixados pelo caminho. Última Governo sem datas para a modernização da linha do Oeste O lançamento do concurso público para a mo- dernização da linha do Oeste ainda não tem data prevista. O governo diz que os projectos se atrasaram e que as empresas de engenharia até já foram multadas por isso, mas não se compromete com uma calendarização para as obras. Segundo o plano Ferrovia 2020, a meia moderniza- ção da linha do Oeste (só está previsto o troço entre Meleças e Caldas) já deveria estar em obras desde fi- nais de 2017 para estar concluída em Junho de 2020. Este projecto é um dos mais atrasados dos 20 inves- timentos previstos nesse plano. Já a modernização para norte das Caldas, está para- da a aguardar financiamento comunitário. Pág. 8 Forcados das Caldas já têm 25 anos O Grupo de Forcados das Caldas da Rainha já tem 25 anos. Foi fundado em 1993 por Vasco Morgado e já vai no seu quarto cabo. Habitualmente os jovens treinam em ganadarias em Vila Franca de Xira, no Alentejo, ou até em Espanha, mas no passado sábado os forcados caldenses rea- lizaram um treino à porta aber- ta na Praça de Touros da cidade para dar-se a conhecer à popula- ção e reunir velhos amigos. Quase 30 “fardáveis” (candidatos a for- cados) pegaram duas vacas e um novilho sob o olhar atento do cabo Francisco Mascarenhas, que decidirá quais deles poderão integrar o gru- po. Pág. 3 Vão começar as obras do edifício do Teatro da Rainha Está cada vez mais próximo o con- cretizar da nova casa do Teatro da Rainha, um processo iniciado há cerca de 15 anos. Depois do visto do Tribunal de Contas, já chega- ram ao local os contentores que servirão para estaleiro de obra. A empreitada deve começar em Maio, tem um custo estimado de cerca de 2 milhões de euros – as- segurados integralmente pela au- tarquia - e deverá estar concluída em 18 meses. José Carlos Faria, do Teatro da Rainha, referiu-se à futura sede da companhia caldense, cujo au- tor é o arquitecto Nuno Lopes, como “um edifício singular” que é “um apelo à criatividade”. O actor e encenador caldense realçou o facto de o edifício ter vários espaços multifuncionais que permitem uma utilização não rígida, com um sistema de banca- das móveis, que possibilita que a disposição da sala seja altera- da de acordo com a tipologia dos eventos. I.V. Mário Vasa Carlos Cipriano Carlos Cipriano Natacha Narciso (687)

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PREÇO: 0,90€ ASSINATURA ANUAL: 24,50€ DIGITAL: 15€Director: José Luiz de Almeida Silva Director Adjunto: Carlos M. Marques Cipriano

Tel: 262 87 00 [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925

www.gazetacaldas.comfacebook.com/gazetacaldas

HISTÓRIAS DA EMIGRAÇÃO

SEXTA-FEIRA 26 ABRIL DE 2019 | Nº 5275

Editorial

Aos 21 anos João Diniz pouco mais conhecia que as Cruzes, as Caldas da Rainha e Lisboa. Mas puseram-no num avião para a Alemanha para ir buscar uma fragata para a Armada Portuguesa. Regressou por mar e ainda andou quase 5 anos a navegar pelas rotas do Império Colonial, mas terminada a tropa haveria de regressar à Alemanha, agora não como marinheiro, mas como operário. Ali esteve 22 anos até construir uma casa nas Cruzes (Salir de Matos) e fi nalmente re-gressar para gozar a reforma e dedicar-se à agricultura. Pág. 4 e 5

João Diniz foi buscar uma fragata à Alemanha e pensou logo em emigrar

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25 de AbrilEscrevemos hoje ainda sob o efeito inenarrável de um aten-tado ocorrido no Sri Lanka onde foram assassinadas cerca de três centenas de pessoas em hotéis e igrejas católicas, tendo morrido um português inocente. Há dias na Nova Zelândia outro assassi-nato, desta vez contra muçulma-nos, tendo morrido cerca de meia centena de pessoas.Ligamos isto com o 45º aniversá-rio do 25 de Abril, porque acha-mos que esta data e os aconte-cimentos que se lhe seguiram, reconciliaram-nos com o mun-do e os desígnios mais singelos e positivos dos tempos em que vivemos.Isto tudo porque, para além dos actos gratuitos de violência, seja individual como de Estados ou de grupos organizados, parecia des-de então que o mundo caminha-va num sentido mais positivo e cooperante. A queda de muitos muros físicos que dividiam o mundo, deram-nos muita esperança e acreditámos em certo momento que se esta-va no caminho desejável de um planeta mais justo e equilibrado.Contudo, esta década também nos tem feito refl etir que do muito que pensávamos irreversível, não o é tão facilmente, uma vez que a mi-séria que ainda ocupa muito des-se mundo mas também uma certa fome mais cultural e de sentimen-tos, bem como de certas altera-ções populistas nas lideranças po-líticas, pode levar ao surgimento de novos muros mesmo físicos, já que os mentais provavelmen-te nunca desapareceram.O 25 de Abril para os portugue-ses, e apesar de bastantes contra-riedades e momentos difíceis por que passámos, parece ter estabi-lizado Portugal num sistema polí-tico e social em que nos reconhe-cemos mais positivamente, apesar de alguns escolhos deixados pelo caminho. Última

Governo sem datas para a modernização da linha do Oeste

O lançamento do concurso público para a mo-dernização da linha do Oeste ainda não tem data prevista. O governo diz que os projectos

se atrasaram e que as empresas de engenharia até já foram multadas por isso, mas não se compromete com uma calendarização para as obras. Segundo o plano Ferrovia 2020, a meia moderniza-

ção da linha do Oeste (só está previsto o troço entre Meleças e Caldas) já deveria estar em obras desde fi -nais de 2017 para estar concluída em Junho de 2020. Este projecto é um dos mais atrasados dos 20 inves-timentos previstos nesse plano. Já a modernização para norte das Caldas, está para-da a aguardar fi nanciamento comunitário. Pág. 8

Forcados das Caldas já têm 25 anosO Grupo de Forcados das Caldas da Rainha já tem 25 anos. Foi fundado em 1993 por Vasco Morgado e já vai no seu quarto cabo. Habitualmente os jovens treinam em ganadarias em Vila Franca de Xira, no Alentejo, ou até em Espanha, mas no passado sábado os forcados caldenses rea-lizaram um treino à porta aber-ta na Praça de Touros da cidade para dar-se a conhecer à popula-ção e reunir velhos amigos. Quase 30 “fardáveis” (candidatos a for-cados) pegaram duas vacas e um novilho sob o olhar atento do cabo Francisco Mascarenhas, que decidirá quais deles poderão integrar o gru-po. Pág. 3

Vão começar as obras do edifício do Teatro da RainhaEstá cada vez mais próximo o con-cretizar da nova casa do Teatro da Rainha, um processo iniciado há cerca de 15 anos. Depois do visto do Tribunal de Contas, já chega-ram ao local os contentores que servirão para estaleiro de obra. A empreitada deve começar em Maio, tem um custo estimado de cerca de 2 milhões de euros – as-segurados integralmente pela au-tarquia - e deverá estar concluída em 18 meses.José Carlos Faria, do Teatro da

Rainha, referiu-se à futura sede da companhia caldense, cujo au-tor é o arquitecto Nuno Lopes, como “um edifício singular” que é “um apelo à criatividade”. O actor e encenador caldense realçou o facto de o edifício ter vários espaços multifuncionais que permitem uma utilização não rígida, com um sistema de banca-das móveis, que possibilita que a disposição da sala seja altera-da de acordo com a tipologia dos eventos. I.V.

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