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FACEBOOK: UMA INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA SOBRE A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO ADOLESCENTE

Marcio Gonçalves 1

Andrea Maila Voss Kominek2 RESUMO Este trabalho apresenta os resultados preliminares de uma investigação pedagógica que discute o Facebook como instrumento de construção da identidade do adolescente. No mundo globalizado, os espaços de socialização e de construção identitária ganham novos formatos. A construção e expressão de identidade pelos atores no ciberespaço acontecem num processo contínuo e flexível no qual para existir é preciso ser reconhecido pelo outro virtualmente. É preciso ser visto. A pesquisa foi desenvolvida com 40 alunos de 1ª Série do Ensino Médio, com faixa etária de 14 a 20 anos, do Colégio Estadual Macedo Soares – EFM, Campo Largo – PR. Investiga-se de que formas a construção da identidade do adolescente é influenciada pelo uso do Facebook, um poderoso instrumento de comunicação e de relação interpessoal da atualidade. Neste contexto, o presente texto, além de apresentar os resultados da pesquisa empírica, sobre a relação do adolescente com o Facebook, abre uma reflexão filosófica sobre a necessidade dos professores conhecerem o universo das mídias digitais nas quais seus alunos estão inseridos. Palavras-chave: Espaço público e privado. Identidade. Rede social na internet. Adolescentes.

INTRODUÇÃO

O ambiente escolar constitui solo fértil, um mundo de possibilidades. Crianças

e adolescentes buscam satisfazer seus desejos, curiosidades e anseios. Neste

contexto, a Filosofia se apresenta como disciplina capaz de refletir sobre essa

realidade de forma mais profunda e extensa. Contribui para dar sentido à relação

sujeito-conhecimento-sujeito.

Uma investigação filosófica sobre a construção da identidade do adolescente

está ancorada na realidade dos próprios discentes. O mundo digital se faz presente

e importante nos dias de hoje como o oxigênio. A sociedade configura-se através da

relação homem e máquina, cada vez mais estreita. A internet criou, nas últimas

décadas, necessidades em torno das mídias digitais.

1 Possui Licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC PR (1997); Especialização em Filosofia - Ética e os Novos Modelos Produtivos – PUC/PR, 2003; Especialização em Educação de Jovens e Adultos e Psicopedagogia Institucional e Clínica, ambas pela Faculdade São Braz (2014), Curitiba – PR. 2 Doutora em Sociologia pela Universidad de Salamanca, Espanha. Mestrado em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é professora de Filosofia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Realiza pesquisas nas áreas de Filosofia, Sociologia, Tecnologia, Gênero, Relações Raciais e Políticas Afirmativas.

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Os nativos digitais não distinguem o real do virtual, porque conhecem o

espaço online desde sempre. As relações sociais, sejam elas virtuais ou presenciais,

são importantes para o crescimento intelectual, psicológico e cultural da pessoa.

Porém, quando o uso desse espaço não é feito de forma consciente, pode trazer

transtornos para os próprios usuários, seus pais ou responsáveis. A geração

imagética, dos likes frenéticos e da necessidade do reconhecimento do outro para

ser, não consegue mensurar as consequências do uso de sua liberdade de

expressão.

São comuns os abusos e deturpação da comunicação através do Facebook.

É possível falar mal de alguém, seja pela cor, estado físico ou religião, sem qualquer

peso na consciência, porque no mundo virtual tudo pode. Os “nudes” são cada vez

mais comuns entre adolescentes, como se a rede social da internet fosse uma

extensão do espelho de casa. O hoje lhes parece não ter consequências amanhã. O

uso responsável desta ferramenta faz-se urgente.

O presente trabalho está dividido em três momentos; o primeiro, apresenta

pressupostos teóricos sobre a identidade na pós-modernidade. Posteriormente,

reflete sobre a construção da identidade do adolescente/discente imerso nas redes

sociais da internet – Facebook. Por fim, propõe um diálogo entre educador e

educando, mais próximo e aberto sobre as consequências das postagens em rede,

em que o mundo virtual não seja uma terra sem dono, mas um meio de relação

produtiva e de crescimento humano.

ESPAÇO PÚBLICO, ESPAÇO PRIVADO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

No entendimento de Habermas (1984), o espaço público pode ser entendido

como um lócus acessível a qualquer um, impessoal, aberto à circulação pública.

Particular a cada indivíduo, oculto aos olhares estranhos. Trata-se de um espaço

relacionado à vida em sociedade, regido socialmente, normalmente pela esfera do

governo e do Estado. O privado concernente à vida íntima, à casa, vida em família.

Dessa forma, o público e privado existem num mesmo universo numa

construção permanente. O espaço da casa deve ser analisado sem limitá-lo à

dimensão física, mas através das tensões entre as esferas privada e os espaços

públicos. “A linha entre a esfera privada e a esfera pública passa pelo meio da casa”.

(HABERMAS, 1984, p.62). A casa expressa a esfera da pequena-família, “é o local

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em que historicamente se origina a privacidade, no sentido moderno de uma

interioridade livre e satisfeita”. (HABERMAS, 1984, p.43).

Para a construção da identidade, existe um forte vínculo com o

reconhecimento, uma vez que a identidade expressa o que a pessoa é, as

características que a define como ser humano. A identidade é moldada pelo

reconhecimento ou pela sua ausência. É muito comum o reconhecimento errôneo

pelos outros, o que causa danos, distorção, redução, desmerecimento ou desprezo.

Pode ser uma forma de opressão, prisão. (TAYLOR, 2000).

Na compreensão de Taylor (2000), quando ocorre o reconhecimento errôneo

além da falta de respeito, de causar uma ferida, infla a vítima de ódio por si mesma.

O devido reconhecimento às pessoas não são uma mera cortesia, mas uma

necessidade vital. Para tornar-se humano, de forma plena, é preciso compreender a

si mesmo e, ao mesmo tempo, que se possa definir sua identidade. É possível a

partir da aquisição de ricas linguagens humanas e de expressão no intercâmbio com

outras pessoas.

A pessoa é apresentada a essas linguagens por meio da interação com

outras pessoas, outros significativos. A gênese do espírito humano é dialógica. A

produção e manutenção da identidade permanecem na ausência de um esforço

heróico de saída da existência ordinária, dialógicas por toda a vida. A descoberta da

própria identidade é negociada pelo diálogo, parte aberta, parte interna, como o

outro, eis a importância do reconhecimento. (TAYLOR, 2000).

De acordo com Taylor (2000, [s.p.]):

Mas a questão do reconhecimento recebe seu primeiro tratamento em Hegel. A importância do reconhecimento e agora universalmente reconhecida de uma ou de outra forma; no plano íntimo, todos sabem que a identidade pode ser formada ou mal formada no curso de nosso contato com outros significativos. No plano social, temos uma política contínua de igual reconhecimento. Ambos os planos foram moldados pelo ideal crescente de autenticidade, e o reconhecimento desempenha um papel essencial na cultura que surgiu ao redor desse ideal.

Atualmente, no campo das relações interpessoais surgem mudanças no

comportamento dos sujeitos. As identidades, antes concebidas como seguras e

estáveis, hoje são fragmentadas. (BAUMAN, 2005). Na mesma esteira, Hall (2005)

entende que as velhas identidades que estabilizavam a vida social estão em

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declínio, possibilitando novas identidades, antes unificadas, agora fragmentadas. O

sujeito plural e heterogêneo vai substituindo o que antes era uno, centralizado.

Monte (2005) ao refletir sobre a figura humana na era da pós-modernidade,

observa que o cenário apresenta carências, dúvidas, urgências, inseguranças de

pertencimento a algum lugar. Poderia ser esse o motivo de uma crise de identidade?

De acordo com Mercer, “a identidade somente se torna uma questão quando está

em crise, quando algo que se supõe como fixo, coerente e estável é deslocado pela

experiência da dúvida e da incerteza”. (1990, p.43 apud MONTE, 2005, p.164).

Stuart Hall (2001) igualmente denomina a “crise de identidade” como um

processo de mudança daquilo que era considerado sólido, imutável para transitório e

provisório. A identidade é produzida socialmente, levando em conta o contexto social

em que o indivíduo está inserido. Portanto, é formada e transformada continuamente

conforme a pessoa é representada nos sistemas culturais que a cercam.

O problema da identidade na sociedade tem se tornado urgente,

especialmente em um contexto que apresenta múltiplas alternativas, que inibem ou

omitem as fraquezas humanas na relação com o outro. A televisão, um exemplo

intrigante deste jogo de construção das identidades: propagandas, novelas, reality

shows, expõem identidades estereotipadas, interferindo/modificando de forma

negativa ou positiva as identidades de seus telespectadores. (MONTE, 2005).

A internet constitui outro exemplo deste jogo: em sua rede de relações

virtuais, as pessoas são envolvidas sem perceberem seu real significado.

Constroem-se máscaras virtuais da realidade, quase que de forma inevitável e

imperceptível. (MONTE, 2005). Nesse sentido, Bauman (2005, p.100) afirma:

Hoje em dia, nada nos faz falar de modo mais solene ou prazeroso do que as “redes” de “conexão” ou “relacionamentos”, só porque a “coisa concreta” – as redes firmemente entretecidas, as conexões firmes e seguras, os relacionamentos plenamente maduros – praticamente caiu por terra.

No mundo do ciberespaço, a construção identitária ganha novo formato.

Amplia-se a liberdade de se mostrar ou construir a própria identidade. Os blogs,

fotologs e comunidades virtuais, o relacionamento social ampliou os círculos sociais,

criando inúmeras e múltiplas identidades virtuais. (MEUCCI & MATUCK, 2005).

Neste contexto virtual, as imagens fornecem um recorte da identidade das

pessoas. Ultrapassam o físico, para o psicológico, sentimental e emocional.

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Retratam ou recriam a realidade. Se expressa de forma estilizada e fragmentada e

espera-se que os receptores não acreditem literalmente em tudo o que se manifesta,

mas participem de um “jogo semiótico de decodificações não literais de uma

exibição de conhecimento de códigos grupais”. (MEUCCI & MATUCK, 2005, p.162-

162).

As construções de personagens virtuais que dariam aporte a pessoas reais

são defendidas pelos especialistas no assunto, apesar das muitas críticas. De

acordo com Peter Anders (2001 apud MEUCCI & MATUCK, 2005, p.162), “a

construção de identidades reais se baseia na relação destas com o mundo real”.

Segundo Kant (1987 apud MEUCCI & MATUCK, 2005, p.163):

Os homens, sendo coisas-em-si, são noumenos, e por isso não podem ser conhecidas diretamente. O que chegamos a conhecer são os fenômenos que partem das coisas. Estes constroem seus fenômenos. Participam ativamente da construção identitária no mundo físico. Da mesma forma é natural que os homens construam identidades virtuais para existir neste mundo, e no virtual.

REDES SOCIAIS NA INTERNET

No âmbito da comunicação mediada pelo computador e do ciberespaço, de

acordo com Recuero (2009, p.25):

Os atores são o primeiro elemento da rede social, representados pelos nós (ou nodos). Trata-se das pessoas envolvidas na rede que se analisa. Como partes do sistema, os atores atuam de forma a moldar as estruturas sociais, através da interação e da constituição de laços sociais. Quando se trabalha com redes sociais na Internet, no entanto, os atores são constituídos de maneira um pouco diferenciada. Por causa do distanciamento entre os envolvidos na interação social, principal característica da comunicação mediada por computador, os atores não são imediatamente discerníveis. Assim, neste caso, trabalha-se com representações dos atores sociais, ou com construções identitárias do ciberespaço.

Um aspecto importante que se deve ressaltar é a característica da expressão

pessoal ou pessoalizada na Internet. De acordo com Sibilia (2003 e 2004; LEMOS,

2002b apud RECUERO, 2009), alguns weblogs trabalham aspectos da “construção

de si” e da “narrativa do eu”. O weblog como uma narrativa enquanto personalização

do Outro é essencial para que seja estabelecido o processo comunicativo. É um

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espaço do outro no ciberespaço. Isso se dá na construção do site pelos elementos

identitários e de representação de si. (RECUERO, 2009).

Existe um processo contínuo de construção e expressão de identidade pelos

atores no ciberespaço. Além das páginas pessoais (fotologs, weblogs, nicknames,

chats) alcançam os perfis em softwares como Orkut e o MySpace. “Essas

apropriações funcionam como uma presença do “eu” no ciberespaço, um espaço

privado e, ao mesmo tempo, público. Essa individualização dessa expressão, de

alguém “que fala” através desse espaço é que permite que as redes sociais sejam

expressas na Internet”. (DORING, 2002; LEMOS, 2002b; SIBILIA, 2003 e 2004 apud

RECUERO, 2009, p.26).

A sociedade atual é marcada pelo “imperativo da visibilidade” como uma

necessidade de exposição pessoal. A intersecção do público e privado como

consequência da globalização aumento do individualismo. Para existir é preciso ser

“visto” no ciberespaço (SIBILIA, 2003 apud RECUERO, 2009). “É preciso constituir-

se parte dessa sociedade em rede, apropriando-se do ciberespaço e constituindo

um “eu” ali” (EFIMOVA, 2005 apud RECUERO, 2009). A visibilidade é um imperativo

para a sociabilidade mediada pelo computador.

METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida em uma turma de 40 alunos, da 1ª Série do

Ensino Médio, faixa etária entre 14 e 20 anos, do Colégio Estadual Macedo Soares –

EFM, situado à Rua Rui Barbosa, nº 1231, Centro, 83.601-140, Campo Largo – PR.

Partiu-se de consultas as bases de dados eletrônicas, como Scielo, utilizando-

se palavras-chave de busca: espaço público e espaço privado, mídias digitais, redes

sociais da internet, Facebook, adolescentes, construção da identidade do

adolescente e em livros.

Num segundo momento, foi elaborada uma cartilha, que serviu de roteiro para

a aplicação das atividades com a turma. Concomitantemente, foi ministrado um

curso Grupo de Trabalho em Rede (GTR), com o objetivo de compartilhar a pesquisa

com os educadores de Filosofia do Estado do Paraná e interagir para ampliação dos

conceitos abordados, aplicação de novas metodologias de ensino-aprendizagem em

torno da temática. O Projeto de Intervenção na Escola para a coleta de dados foi

dividido em cinco unidades, cujos resultados estão descritos a seguir.

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Unidade 1 – Espaço Público e Privado (questionário 1)3

Para iniciar o trabalho, aplicou-se um questionário com 6 perguntas abertas

sobre a compreensão do conceito de espaço público e privado, sobre o que mais

publicam no Facebook (textos, fotos ou vídeos) e o quanto se sentem confortáveis

para postar nessa rede social.

Figura 1: Unidade 1 - Questionário1.

Fonte: Gonçalves, 2017.

Figura 2: Unidade1 – Questionário1.

Fonte: Gonçalves, 2017.

3 O questionário foi respondido por 35 discentes da 1ª Série C do Ensino Médio, do Colégio Estadual Macedo Soares – EFM, Campo Largo – PR.

21

11

1 1 10

5

10

15

20

25

“é um lugar particular, só seu, privativo, restrito”

“nem todos podem usar ou usar com

autorização/regras”

“proibido falar” que não pode confiar" “WhatsApp”

2. O que vocês sabem sobre espaço privado?

32

1 1 105

101520253035

“espaço de todos, em que todos podem

usar, interagir, se expressar, dar

opiniões, escrever o que quiser, lazer, liberdade”

“sem dono” “Facebook” “compartilhamento”

1. O que lhe vem à cabeça quando se fala em espaço público?

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Figura 3: Unidade 1 – Questionário1.

Fonte: Gonçalves, 2017.

Figura 4: Unidade 1 – Questionário1. Figura 5: Unidade 1 – Questionário1.

Fonte: Gonçalves, 2017. Fonte: Gonçalves, 2017.

Figura 6: Unidade 1 – Questionário 1.

Fonte: Gonçalves, 2017.

138 7

2 2 1 1 10246810

1214

“público é de todos e

privado de poucos/si mesmo”

“não existe relação”

“não sei explicar”

“sim, em ambos existe a exposição”

“sim, ter respeito”

“não respondeu”

“público de todos e

privado com autorização”

“redes sociais”

3. Existe uma relação entre os dois espaços? Qual é?

28

95

2 2 105

1015202530

4. O que você mais publica no Facebook: textos, fotos ou

vídeos? 16

10

2 2 1 102468

1012141618

4. Qual é o assunto?

11

7 64 4

2 1 1 1 1 1 1 102468

1012

5. O que você gosta de ler ou ver no Facebook?

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Uma questão à parte do questionário citado acima, abordou o seguinte: “Você

acredita que a internet democratizou a comunicação ou ampliou o conceito de

liberdade?”

Com a participação de 32 discentes, obtiveram-se os seguintes resultados: 10

entendem que a internet democratizou a comunicação; 12 afirmaram que não; 16

evidenciaram a falta de acesso à internet como um fator negativo.

Questionário 2

Contendo 5 questões, a enquete coletou informações dos discentes sobre o

uso do computador e smartphone com acesso à internet, perfis no Facebook, tempo

de uso por dia, se os pais monitoram esse uso e se os mesmos pensam antes de

realizar suas publicações. Seguem abaixo os resultados.

Figura 7: Unidade 1 – Questionário 2. Figura 8: Unidade 1 – Questionário 2.

Fonte: Gonçalves, 2017. Fonte: Gonçalves, 2017.

Figura 9: Unidade 1 – Questionário 2. Figura 10: Unidade 1 – Questionário 2.

Fonte: Gonçalves, 2017. Fonte: Gonçalves, 2017.

33

20

10

20

30

40

SIM NÃO

1. Você tem computador ou smartphone com acesso a

internet? 33

205

101520253035

SIM NÃO

2. Você possui perfil no Facebook?

8 8

18

1,205

101520

ATÉ 1 HORA

DE 2 À 3 HORAS

MAIS DE 4 HORAS

NÃO ACESSA

3. Quanto tempo você fica no Facebook por dia?

4

30

10

1020

30

40

SIM NÃO NÃO ACESSA

4. Os seus pais monitoram o que você publica no Facebook?

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Figura 11: Unidade 1 – Questionário 2.

Fonte: Gonçalves, 2017.

UNIDADE 2 – Postagens no Facebook4

Após a exposição de um texto explicativo e conceitual realizada pelo

professor sobre o conceito de identidade baseado em Hall (2005), Bauman (2005),

Monte (2012) e Matuck & Meucci (2005), a turma foi dividida em quatro equipes para

estudo e análise de postagens aleatórias do Facebook5, propostas pelo professor.

Foi aplicado um questionário contendo três questões e um exercício de “Vamos

Refletir”.

Figura 12: Unidade 2.

Fonte: Gonçalves, 2017.

4 O questionário foi respondido por 28 discentes da 1ª Série C do Ensino Médio, do Colégio Estadual Macedo Soares – EFM, Campo Largo – PR. Alguns alunos foram remanejamentos e/ou mudaram de escola. 5 O critério usado na escolha dos perfis no Facebook está em consonância com a realidade dos alunos, por se tratar de temáticas como o racismo, o desaparecimento de adolescentes, suicídio e o vício do uso da internet.

31

3 105

101520253035

SIM NÃO NÃO ACESSA

5. Você normalmente pensa antes de publicar ou faz por impulso?

24 23 20

10 7 7 6 6 5

05

1015202530

1. Quais as palavras-chave das publicações selecionadas no Facebook?

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Outras palavras-chave foram citadas, com as seguintes ocorrências:

informações 5; Facebook 5; choro 5; chantagem 4; isolamento 4; negro 4; escola 3;

ansiedade 3; assédio 2; aliciação 2; família 2; comentários 2; fugir de casa 2; tristeza

2; foto 2; automutilação 2. As demais palavras e/ou expressões foram citadas uma

única vez: alienação; preconceito; crime; sozinha; perseguição; respeito; mensagens

de ódio; homenagem; alvejante; superação; namorado; apoio; perfil; identidade;

adolescente; aluno; usuários; bate papo; jovem; e crime.

Figura 13: Unidade 2.

Fonte: Gonçalves, 2017.

Seguem as demais respostas foram: comentários maldosos 4; alerta aos

pais/monitoramento 4; preconceito 3; perigo na internet 3; assédio 2. As demais

palavras e/ou expressão foram citadas uma única vez: ansiedade; assassinato;

pânico; casos extremos; rejeição; mostrar a realidade; brigas; desaparecimento.

Figura 14: Unidade 2.

Fonte: Gonçalves, 2017.

Os demais deslizes citados são: suicídio 3; ingenuidade no uso da internet 3;

críticas e crimes pessoais 2; não tentam mudar a situação 2; e as demais palavras

119

6 64

02468

1012

"suicídio" "racismo" "bullying" "depressão" "mau uso da internet"

2. Quais as consequências dessas publicações?

10

4 3 3 3

02468

1012

“não responderam” “uso compulsivo da internet”

“maldade, preconceito” “decadência das pessoas”

“uso nocivo da internet”

3. Deslizes cometidos pelos atores envolvidos no ciberespaço

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e/ou expressão citadas uma vez: achar engraçado, exposição, não denunciar, não

correr atrás dos direitos, não procurar ajuda.

No quesito Vamos Refletir, que trazia o enunciado: No momento em que você

faz uma postagem no Facebook, consegue distinguir qual é o “eu” está

comunicando”, 16 responderam que sim; não sei 4; não respondeu 3; lazer 3;

aparência 3; imagem 2; e as demais palavras e/ou expressão citadas uma vez: não

uso, eu social, eu conscientizador.

UNIDADE 3 – Facebook: Informar ou Ser Visto?6

Neste momento, o questionário, com três questões, objetivou levantar as

motivações que levam os atores a realizar suas postagens, identificar o público alvo

das mesmas e analisar as possíveis implicações e consequências dessas

postagens.

Em resposta à primeira questão: Qual seria a intenção em postar? Vinte e

sete responderam informação séria ou não, recomendar o cuidado, alertar, diversão,

compartilhar de tudo, exposição, comunicar, entretenimento; e apenas um não

respondeu.

Na questão “Quem vai ler?”, foram unânimes em responder “qualquer pessoa,

amigos e familiares”.

A respeito das “possíveis implicações e consequências da postagem?”, 15

responderam informar, alertar sobre os perigos (bullying, brigas, racismo,

preconceito); gerar polêmica, pensar antes de postar, mexer com a autoestima,

influenciar 12; um não respondeu.

UNIDADE 4 – Perfis Aleatórios no Facebook

Este questionário objetivou analisar perfis aleatórios no Facebook, propostos

pelo professor, através de três questões comuns, observando a falta ou presença

dos conceitos estudados (espaço público e privado, Facebook, relações entre

espaço público e privado, redes sociais na internet). Igualmente observou-se aco-

6O questionário foi respondido por 28 discentes da 1ª Série C do Ensino Médio, do Colégio Estadual Macedo Soares – EFM, Campo Largo – PR. Alguns alunos foram remanejamentos e/ou mudaram de escola.

Page 14: Facebook: uma investigação filosófica sobre a …...No âmbito da comunicação mediada pelo computador e do ciberespaço, de acordo com Recuero (2009, p.25): Os atores são o primeiro

relação da formação das identidades em torno do lazer, da aparência, da imagem e

do consumo com o perfil em foco. Finalmente, refletiu-se sobre a auto-postura nas

publicações nesta rede social em questão.

Figura 15: Unidade 4. Figura 16: Unidade 4. Fonte: Gonçalves, 2017. Fonte: Gonçalves, 2017.

Figura 17: Unidade 4.

Fonte: Gonçalves, 2017.

UNIDADE 5 – Avaliando A Caminhada

Este tópico teve como objetivo avaliar, juntamente com os alunos, o processo

percorrido. Para tanto, foram lançadas 6 questões que versaram sobre a importância

14

9

21

02468

10121416

“não respondeu”

“público e privado”

“aparência e consumo”

“não percebeu nenhum”

1. Falta ou presença dos conceitos estudados nos perfis

aleatórios no Facebook

10 10 10

1 102468

1012

2. Qual a identidade que o perfil em questão quer passar

(lazer, aparência, imagem ou consumo)?

87

3 3 3 32

1

01234567893. Reflita sobre a auto-postura nas publicações do Facebook

Page 15: Facebook: uma investigação filosófica sobre a …...No âmbito da comunicação mediada pelo computador e do ciberespaço, de acordo com Recuero (2009, p.25): Os atores são o primeiro

de distinguir o espaço público do privado nas publicações no Facebook; se existe a

possibilidade de separar esses dois espaços no momento das postagens; se o

Facebook é um espaço público ou privado; os benefícios e malefícios do uso do

Facebook; no momento da leitura das postagens no Facebook, é uma pessoa “real”,

“do mundo real” e se imaginar naquela situação (se colocar no lugar da pessoa em

questão); e após o estudo proposto, o que de fato pode ser levado para a vida no

uso do Facebook.

Em atenção à primeira pergunta, “A partir do que foi estudado, qual a

importância de saber distinguir o espaço público do espaço privado”, 26

responderam para usar corretamente o Facebook; um nenhuma; um não respondeu.

Na segunda questão “É possível separar esses dois espaços quando você se

encontra online no Facebook? Como você faz isso?”, 13 disseram que sim; não

consigo separar 11; não respondeu 3; não uso Facebook 1.

Na terceira questão “Você considera o Facebook um espaço público ou

privado? Justifique sua resposta a partir dos elementos estudados:”, 18

responderam público; público e privado ao mesmo tempo 4; não respondeu 3;

privado 2. No quesito justificativa, as respostas giraram em torno da liberdade de

postagem, de acesso, de opiniões, espaço vigiado/controlado pelo Facebook.

Figura 18: Unidade 5. Figura 19: Unidade 5. Fonte: Gonçalves, 2017. Fonte: Gonçalves, 2017.

19 19 19

2 2 2 1 102468

101214161820

4. Benefícios do uso do Facebook12 12

9 9 9 9

1

5

02468

101214

“inv

asão

de

priv

acid

ade”

“usa

r inf

orm

açõe

s con

tra …

“rac

ism

o”

“pre

conc

eito

“exp

or im

agem

sem

“inv

eja”

“alie

naçã

o”

“não

resp

onde

u”

4. Malefícios do uso do Facebook

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Figura 20: Unidade 5.

Fonte: Gonçalves, 2017.

Na última questão, foram interpelados sobre “O que você vai levar para a sua

vida no uso do Facebook a partir desse estudo?”, em que 22 responderam ter

cuidado com o que se publica (pensar antes de publicar); 2 não acreditar em tudo o

que lê na internet; 2 absolutamente nada; 2 não respondeu; e as demais palavras

e/ou expressões citadas uma vez: ignorância das pessoas, influenciar na opinião

alheia, coisas interessantes, olhar fotos, vídeos e textos, não usa o Facebook.

GTR – Grupo de Trabalho em Rede

O GTR é um curso EaD oferecido pela SEED como uma atividade obrigatória

para o professor que participada do PDE – Programa de Desenvolvimento

Educacional e uma opção para o professor participante para a sua formação

continuada. Na disciplina de Filosofia, houve a inscrição de 20 educadores de todo o

Paraná. Porém efetivamente participaram e concluíram apenas 14. A participação

dos docentes surpreendeu pelo grau de interesse e envolvimento demonstrados.

Foram três meses de curso, com atividades de Fóruns, interações dos participantes,

atividades de textos, vídeos e imagens, relacionando atividades teóricas e práticas,

divididas em três módulos.

Os professores participantes tiveram acesso ao Projeto, Produção Didático-

Pedagógica, Projeto de Intervenção na Escola e o Relato de Implementação do

professor PDE para analisaram cuidadosamente. Simularam a aplicação desse

17

7

2

1

1

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

“sim”

“não”

“não respondeu”

“não uso o Facebook”

“não presto atenção nisso”

5. Quando você lê algo no Facebook, consegue se dar conta de tratar-se de uma pessoa "real", do "mundo real", e imaginá-la naquela

situação? Conseguiria colocar-se no lugar dela?

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projeto em suas escolas e sugeriram novos encaminhamentos metodológicos. As

sugestões foram riquíssimas, desde a seleção de imagens, sites, livros, artigos,

revistas, como a troca de experiências sobre os trabalhos realizados em suas

escolas sobre “O uso do Facebook como ferramenta para o ensino de Filosofia”,

projetos como “O uso do aparelho celular e internet como ferramenta pedagógica na

escola”, entre outros.

Destacaram-se algumas interações de professores sobre a temática “Novas

tecnologias e a convivência real versus virtual”, que fomentou uma boa discussão

entre os demais. O professor JGL afirma:

Cada dia que passa, vemos as novas tecnologias (internet, computadores e celulares) sendo mais utilizadas. As pessoas, em especial crianças e adolescentes, trocam sua vida real pela vida virtual. Com o uso mais intenso dessas tecnologias, a rotina do dia a dia é afetada, pois está se perdendo o controle sobre a própria vida. Filmes de ficção científica mostram máquinas e robôs mandando nas pessoas, como, por exemplo, no filme “Exterminador do Futuro”. As pessoas esperam um robô, porém, esse controle já chegou, pois hoje não é mais o humano que manda nas máquinas e sim as máquinas, em especial o celular que está mandando nas pessoas. Pretende-se entender o uso desenfreado das novas tecnologias e suas consequências para a vida social das pessoas. A partir da reflexão, alertar para os perigos, que podem ser comparados a utilização de drogas ilícitas. Também instigar o debate sobre o assunto, para informar, principalmente às crianças e jovens que deve existir um limite entre o real e o virtual.

E a professora MSL responde:

A tecnologia é uma ferramenta sem nenhum valor moral a meu ver. Converso sempre com meus estudantes que a tecnologia deve nos servir e não nos tornarmos seus escravos. A razão, a ponderação e a capacidade de escolha tendo em vista as consequências, ainda devem ser atributos humanos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o desenvolvimento do projeto, houve grande adesão e participação

dos alunos, demonstrando interesses nos temas tratados, uma vez que o ambiente

virtual lhes é sedutor e uma necessidade de convívio social. A turma de 40 alunos,

ao longo do processo, diminuiu para 35 e depois para 28, devido a remanejamentos

ou mudanças de escola.

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Surpreendeu-nos o tempo, em média, por aluno, ao Facebook: mais de 4

horas diárias. Um grande contraste, quando este tempo é comparado ao tempo que

afirmam dedicarem aos estudos em casa: do total perguntado (28), apenas 2 alunas

afirmaram estudarem em casa, enquanto todos dedicam, no mínimo, mais de 2

horas diárias ao Facebook. Entendem que a internet democratizou a comunicação e

lhes deu liberdade de expressão, ainda que poucos tenham acesso à rede.

A falta de acesso à internet e a computadores constitui a realidade na escola

na qual o experimento foi desenvolvido. Em decorrência destas condições precárias

de acesso à rede, o experimento, inicialmente pensado para ser desenvolvido em

laboratórios de informática, desenvolveu-se em sala de aula, durante as atividades

acadêmicas e/ou nas casas dos alunos, conforme suas disponibilidades de acesso.

Sobre as postagens no Facebook e suas consequências, notou-se a

percepção da existência de riscos, crimes e mentiras na rede social. Porém, apesar

desta consciência teórica, demonstram grande dificuldade em distinguir o mundo

real do virtual. Para eles a diferença inexiste. Vivem conectados o tempo todo ao

mundo virtual e esquecem de estar presentes no real. Com isso, deixam de olhar

para quem está ao seu lado, de fazer as tarefas simples do cotidiano, de

cumprimentar as pessoas, fazer os trabalhos da escola, estudar, prestar atenção ao

professor e relacionar-se com os colegas e familiares.

A maioria das postagens trata de consumo, aparência e lazer. Destacam-se

as selfies, que não prescindem de retocar maquiagem, cabelos e unhas. O apelo

estético é enorme. Não é raro ouvir relatos de que seria melhor perder aula do que

se apresentar sem arrumar o cabelo ou até mesmo fazer maquiagem, como

exemplifica o relato de uma aluna que marcou salão antes de ir pra escola.

Observa-se que os adolescentes estão imersos em uma bolha. Uma bolha

que começa com um post, replicado entre seus pares com convicção. Somam-se em

uma grande onda virtual, atraente e que toma uma proporção gigantesca.

Como romper com essa bolha? Esse é o grande desafio da Filosofia, da

Filosofia prática. Nas ações rotineiras, do mundo real, é necessário pensar antes de

agir e controlar os instintos. No mundo virtual, este comportamento deve ser o

mesmo: na hora da leitura de um texto (saber selecionar), na hora de comentar uma

publicação (escolher as palavras adequadas), na hora de publicar uma foto, um

vídeo, pensar que em tudo haverá consequências, boas ou ruins. A Filosofia na

prática diária visa esse exercício constante de repensar as ações no mundo,

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repensar sobre o eu que está no mundo, na relação consigo e com o outro, com o

mundo físico, o virtual e o transcendente.

A Filosofia da e na prática pretende despertar nos adolescentes e jovens um

novo olhar. Auxiliá-los a perceber que além da tela do smartphone ou do monitor,

existe um mundo pensado, permeado de discursos ideológicos, que pretende incutir

valores nos seus usuários, muitas vezes impedindo-os de pensar por si próprio,

oferecendo algo pronto, processado, pasteurizado. No percurso da construção das

identidades cambiantes da sociedade contemporânea, esse aspecto é de

fundamental importância, para que as máscaras a serem usadas possam ser

escolhidas e não simplesmente colocadas em nossas faces.

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