imunidade mediada por cÉlulas

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IMUNIDADE MEDIADA POR CLULAS CAPTULO 5Papel de combater as infeces causadas por microorganismos intracelulares, esse tipo de imunidade mediada por Linfcitos T. Existem dois tipos de infeces que podem levar os MOs a encontrarem refgio no interior de clulas. a. MO so englobados por fagcitos como parte do mecanismo de defesa inata. Muitas bactrias e protozorios so capazes de viver no interior de clulas e se multiplicarem. Eles so fagocitados e ficam alojados em vesculas, alguns MO sobrevivem e se dividem dentro delas, outros so capazes de entrar no citoplasma e realizarem suas funes l. b. Os vrus se ligam aos receptores de superfcie de uma grande variedade de clulas, e so capazes de infectar o citoplasma e nele se multiplicar. Muitas vezes essas cls no possuem mecanismos intrnsecos para eliminar os vrus. Alguns desses vrus causam infeces latentes, nas quais o DNA viral integrado ao genoma do hospedeiro e protenas virais, mas no partculas virais infecciosas so produzidas no interior das cels infectadas. A principal maneira do SI de eliminar esses MOs que so fagocitados e so capazes de viver no citoplasma ou nas vesculas dos fagcitos atravs de Linfcitos T na imunidade adaptativa. Os Linfcitos T auxiliares CD4+ so capazes tambm de auxiliar os Linfcitos B a produzirem anticorpos. Uma caracterstica comum de todas essas reaes, que os Linfcitos T precisam interagir com outras clulas, essas podendo ser, fagcitos, clulas infectadas ou Linfcitos B. A especificidade das Cels T est relacionada ao reconhecimento de peptdeos exibidos pelas molculas de MHC, assegurando que essas clulas identifiquem Antgenos ligados associados a outras clulas e de responder a eles. As respostas dos Linfcitos T aos Ag microbianos associados clulas consistem uma srie de etapas seqenciais:reconhecimento de um antgeno

ativao

expanso clonal

diferenciao

funes efetoras

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Os Linfcitos T virgens recirculam constantemente atravs dos rgos linfides perifricos em busca de antgenos proticos estranhos. As clulas T virgens expressam receptores para Ag, no entanto, so incapazes de realizar funes efetoras. Para realizar essas funes, essas clulas precisam ser ativadas para que se diferenciem em clulas efetoras. Os Ag dos microorganismos so transportados dos portais de entrada dos Mos para os rgos Linfides perifricos onde residem as Cels T. L os Ag so processados e exibidos pelas molculas de MHC situadas na superfcie dos fagcitos (APCs). Assim, o os linfcitos T virgens encontram pela primeira vez os Ag. Ao mesmo tempo em que as cls T esto identificando um Ag, elas recebe sinais adicionais provenientes dos MO u de reaes imunolgicas inatas aos MOs. Em resposta a esses estmulos, as clulas T especficas para o Ag comeam a secretar citocinas. Algumas dessas citocinas tm a funo de estimular a proliferao de Cels T especficas para esse Ag. O resultado dessa proliferao chama-se expanso clonal. Parte desses Linfcitos T virgens ativados sofrem um processo de diferenciao, que resulta na converso de cls T virgens, cuja a funo reconhecer os antgenos, em uma populao de cls T efetoras, cuja a funo eliminar os MOs. Algumas cls T efetoras ficam no rgo linfide eliminando as clulas infectadas presentes ou fornecendo sinais para as clulas B que promovem as respostas humorais. E algumas clulas T migram para circulao e atingem o local da infeco, onde so capazes de eliminar a infeco.

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Outra prognie das clulas T que proliferam em resposta ao Ag, se tornam clulas T de memria. As quais tem vida longa, so funcionalmente inativas e circulam durante meses ou anos prontas para responder com rapidez a repetidas exposies ao mesmo MO. Quando h o fim da infeco e o MO eliminado, ocorre que os estmulos que desencadearam a expanso e a diferenciao eliminado, e gradualmente os clones morrem, desse modo o SI retorna ao seu estado de equilbrio. Reconhecimento de um antgeno e co-estimulao Para que haja uma resposta das clulas T preciso que vrios receptores localizados na superfcie dessas clulas reconheam os ligantes situados na superfcie das APCs: o TCR reconhece Ag associados ao MHC, o co-receptor CD4 ou CD8 reconhece as molculas do MHC, as molculas de adeso reforam a ligao entre clulas T e APCs. Essas molculas acessrias tem trs categorias relacionadas as suas funes: reconhecimento, sinalizao e adeso. Molculas diferentes ligam-se em ligantes especficos e cada interao desempenha um papel distinto e complementar na ativao das clulas T. Reconhecimento dos peptdeos associados ao MHC O receptor das clulas T para antgenos (TCR) e o co-receptor (CD4 ou o CD8) reconhecem juntos o complexo formado por Ag peptdicos e molculas de MHC que se encontra na superfcie das APCs, esse reconhecimento produz o primeiro sinal para a ativao das clulas T.

CD4

MHC II

TCRClula T APC

Quando os antgenos proticos so englobados por APCs e confinados em vesculas citoplasmticas, so transformados em peptdeos que so exibidos pelas molculas de MHC II, quando os antgenos proticos esto presentes no citoplasma, eles so transformados em peptdeos e expressos como MHC I. O TCR consiste em uma cadeia e outra , que participam do reconhecimento de Ag. O TCR reconhece o peptdeo exibido e simultaneamente reconhece os resduos da molcula de MHC. Cada clula T restrita ao MHC que atingiu a fase madura expressa a molcula CD4 ou CD8 (responsveis pela adeso e transduo de sinais), que so denominados coreceptores porque se ligam molcula do MHC juntamente com o TCR.

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Ao mesmo tempo em que h o reconhecimento do TCR+MHC/peptdeo, a clula T CD4+, que agem como clulas auxiliares produtoras de citocinas, reconhecem os antgenos extracelulares que foram englobados e so exibidas no MHC II e as clulas T CD8+ que atuam como linfcitos citoliticos CTLs , reconhecem peptdeos provenientes de microorganismos citoplasmticos que so exibidos pelas molculas de MHC I. A especificidade de cada classe de MHC e as distintas vias de processamento dos Ag vesiculares e citoslicos asseguram que as clulas T respondam diferentemente aos MOs. Dois ou mais TCRs precisam ser acoplados de modo simultneos para que a resposta das clulas T tenha inicio. E essa ligao tem que durar vrios minutos ou diversas vezes para gerar os sinais bioqumicos suficientes para haver a resposta. O TCR reconhece os antgenos, mas no capaz de transmitir os sinais bioqumicos para o interior da clula. O TCR est associado de forma no covalente a um complexo de trs protenas que forma o CD3 e a um homodmero de outra protena denominada de cadeia (zeta). o TCR, CD3 e a cadeia zeta constituem o complexo TCR. Na cadeia alfa e beta do TCR ocorre a apresentao de antgeno e a sinalizao atravs da ligao no covalente da cadeia zeta e do CD3 na molcula de TCR. Algumas molculas de TCR expressam ao invs de alfa e beta, (gama) e (delta). Que so similares s cadeias alfa e beta dos TCRs das clulas T, essas variaes so encontradas com freqncia em clulas epiteliais, a maioria das clulas T que apresentam delta e gama ao invs de reconhecem Ag peptdeos de MHC reconhecem lipdios e outras molculas que podem ser comum em muitos MOs.

Papel das molculas de adeso na ativao das clulas T As molculas de adeso esto na superfcie das clulas T, e reconhecem seus ligantes nas APCs, e estabilizam a ligao entre Cel T e APCs. A maioria dos TCRs liga-se com baixa afinidade aos complexos peptdeo-MHC, e para que haja uma resposta eficaz essa ligao deve ser estvel por um certo perodo de tempo suficientemente longo, esta estabilizao realizada por molculas de adeso expressas na superfcie das Cels T. A molcula de adeso mais importante so denominadas integrinas, que so molculas de protenas heterodimricas (duas cadeias heterogneas). A principal integrina das clulas T o antigeno-1 associada funo dos leuccitos (LFA-1), cujo o seu ligante associado a APC a molcula de adeso intercelular1(ICAM-1). 4

As integrinas desempenham um papel importante na intensificao das respostas das clulas T a antgenos microbianos de duas maneiras. a. Nas cels T virgens em repouso a integrina LFA-1 encontra-se em um estado de baixa afinidade. Quando uma cl T exposta s quimiocinas produzidas cmo parte da resposta imune inata, as mleculas de LFA-1 passa para um estado de alta afinidade e agrupam-se em minutos, como conseqncia as clulas T ligam-se fortemente s APCs. b. O reconhecimento por uma cel T tambm aumenta a afinidade da LFA-1 dessa clula. Portanto assim que uma clula T detecta um antgeno, h um aumento na fora da sua ligao com a APC que est apresentando o antgeno, o que produz uma ala de feedback positivo. As integrinas tambm desempenham um papel no controle da migrao das clulas T efetoras da circulao pra os locais da infeco.

Papel da co-estimulao na ativao das clulas T A ativao total das clulas T depende do reconhecimento de co-estimuladores presentes na superfcie das APCs. Esses co-estimuladores seriam como sinais secundrios para ativao das clulas T. O nome co-estimulador deriva do fato de que essas molculas produzem estmulos para as cls T, os quais agem em conjunto com a estimulao proveniente do antgeno. Esses co-estimuladores so B7-1(CD80) e B7-2(CD86), que so expressas na superfcie das APCs e cuja expresso s torna muito aumentada quando as APCs encontram microorganismos, essas molculas se ligam a receptores denominados CD28 expressos em praticamente todas as clulas T. Os sinais resultantes da ligao do CD28(cel T) com a B7(APC) atuam em conjunto com os sinais gerados pelas ligaes (TCR+MHC/peptdeo). Essa sinalizao fundamental para o incio das respostas das clulas T virgens e na ausncia dessa interao, e o acoplamento isolado do TCR, torna incapaz a ativao das Cls T e pode levar uma falta de resposta de Cels T de vida longa. Outro grupo de molculas so as CD40L(nas clulas T) e as CD40(nas APCs), participa na maior expresso de B7 das APCs e faz com que as APCs secretem citocinas, como as IL-12 que intensificam a diferenciao das Cels T. Assim as interaes dessas molculas promovem a ativao das clulas T ao incrementar a ao das APCs.

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da que se tem a necessidade de uso de adjuvantes em vacinas, para provocar uma ativao de macrfagos e outras APCs, fazendo com que haja uma resposta imune das clulas T. Ou seja, a principal funo das vacinas adjuvantes induzir a expresso de co-estimuladores na superfcie das APCs, fazendo com que secretem citocinas que ativam as clulas T. A ativao das clulas T CD8+ estimulada pelo reconhecimento dos peptdeos associados ao MHC I e requer co-estimulao e/ou Cls T auxiliares. As Cels T CD8+ reconhecem protenas citoplasmticas, como as protenas virais. A ativao de cls T CD8+ necessita a ativao concomitante de Cls T CD4+, acreditase que nessas infeces, as cls infectadas so englobadas pelas APCs, sobretudo por clulas dendriticas, e os Ag virais so apresentados de maneira cruzada, a mesma APC pode apresentar os Ag no citosol em complexos de MHC I e no interior de vesculas apresentando MHC II, assim tanto as CD8+ quanto as CD4+ so ativadas, as CD4+ podem produzir citocinas que auxiliam a ativao da CD8+, ento a ativao de CD8+ para CTLs efetoras e de memria podem depender da ajuda fornecida pelas CD4+. Esta uma possvel explicao para as respostas incompletas dos CTLs a muitos vrus, observadas em pacientes infectados com o vrus da imunodeficincia humana, a qual mata as clulas T CD4+, mas no as clulas T CD8+. Por motivos desconhecidos parece que as CTLs no precisam do auxilio das CD4+ em alguns vrus.

Resposta dos linfcitos T aos antgenos e a co-estimulao Agora que os estmulos necessrios para a ativao dos linfcitos T virgens foram descritos, o prximo tema ser a maneira pela qual as clulas T respondem a esses estmulos. 6

O reconhecimento de um antgeno e dos co-estimuladores se d incio a um conjunto de resposta que culmina na expanso clonal de linfcitos especficos para antgeno e na diferenciao de Cels T virgens para Cels T efetoras e de memria Secreo de citocinas e expresso dos receptores de citocinas Quando ativados por Ag e co-estimuladores, os linfcitos, sobretudo o CD4+, secretam rapidamente vrias citocinas diferentes que tem diversas atividades. Citocinas so protenas que atuam como mediadores da imunidade e da inflamao. Nas respostas imunes inatas, as citocinas so produzidas principalmente por macrfagos. Na adaptativa, as citocinas so secretadas pelas cls T. citocinas diferentes desempenham papis diferentes nas respostas imunes. A primeira citocina a ser produzida pelas CD4+, dentro de 1 a 2 horas aps a ativao, a interleucina-2 (IL-2), interleucina pelo fato de ela ser produzida por leuccitos e atuam sobre eles. A ativao das cls T aumenta rapidamente a capacidade de se ligarem e de responderem a IL-2, por meio da expresso do receptor de IL-2. O receptor de IL-2 de alta afinidade uma molcula de trs cadeias, as clulas T expressam duas cadeias sinalizadoras desse receptor, mas no a cadeia que capacita o receptor a se ligar IL-2 com alta afinidade. Essa terceira cadeia que torna a clula T capaz de realizar uma ligao com alta afinidade com IL-2, produzida aps ativao das clulas T virgens. Essa IL-2 produzida por clula T que foi estimulada por Ag se liga preferencialmente mesma clula T que a produziu e atua sobre ela. A principal ao da IL-2 estimular a proliferao de clulas T, por isso a IL-2 tambm chamada de fator de crescimento de clulas T. Essa proliferao leva o aumento de clulas T especficas para antgeno (expanso clonal). Parece que os linfcitos T CD8+ que reconhecem antgenos e co-estimuladores no secretam grandes quantidades de IL-2, mas, esses linfcitos proliferam de maneira prodigiosa durante as respostas imunes. possvel que o reconhecimento de Ag baste para determinar a proliferao de CD8+, no entanto, quando as clulas CD8+ requerem a de clulas CD4+ para sua ativao que ir fornecer IL-2. PROPRIEDADES GERAIS DAS CITOCINAS Propriedade Mecanismo Produzidas transitoriamente em resposta O sinal gerado pelo TCR e a coa um antgeno estimulao induzem a transcrio do gene da citocina Geralmente agem na mesma clula que A ativao das clulas T induz a expresso as produziram (ao autcrina) ou nas tanto de citocinas quanto de receptores clulas vizinhas (ao parcrina) de alta afinidade para citocinas Pleiotropismo: cada citocina apresenta Muitos tipos diferentes de clulas podem varias aes biolgicas expressar receptores para determinada citocina Redundncia: vrias citocinas podem Muitas citocinas utilizam as mesmas vias apresentar atividades biolgicas iguais ou de sinalizao conservada. semelhantes

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AES BIOLGICAS DE ALGUMAS CITOCINAS DAS CLULAS CITOCINA AO PRINCIPAL Interleucina-2 (IL-2) Estimulao do crescimento das clulas IL-4 Ao sobre as clulas B levando mudana do isotipo para IgE IL-5 Ativao de eosinfilos Interferon- (IFN- ) Ativao de macrfagos TGF- Inibio da ativao das clulas T

FONTE(s) CELULAR(es) Clulas T CD4+ (maior produo) e CD8+ Clulas T CD4+ e mastcitos

Clulas T CD4+ e mastcitos Clulas T CD4+ ,CD8+ e clulas NK Clulas T CD4+, muitos outros tipos de clulas

Expanso clonal Um ou 2 dias aps a sua ativao os linfcitos comeam a se proliferar, resultando na expanso de clines especficos para antgenos. Fornecendo uma grande populao de linfcitos especficos para antgeno. A magnitude dessa expanso notvel. Principalmente em relao s CD8+, antes de uma infeco o nmero de clulas CD8+ especficas para qualquer um dos antgenos de MOs e de cerca de 1 para 105 ou 106 linfcitos no corpo no clmax de algumas infeces virais, o que pode ocorrer dentro de uma semana, at 10% a 20% de todos os linfcitos dos rgos linfides podem se tornar especficos para os vrus causadores, o que significa que os clones especficos chegam a aumentar 10.000 vezes e que o tempo estimado para uma populao dobrar de cerca de 6 horas. A expanso das clulas T CD4+ parece ser muito menor, cerca de 100 a 100 vezes, essa diferena pode refletir nas diferenas de funes dessas duas clulas, as CTLs CD8+ so clulas efetoras que exterminam as clulas infectadas, e muitas delas podem ser necessrias para destruir grandes quantidades de clulas infectadas. Enquanto, as CD4+ efetoras secretam citocinas que ativam outras clulas efetoras, e talvez s haja necessidade de um pequeno nmero de produtoras de citocinas.

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Diferenciao de clulas T virgens em clulas efetoras A prognie das clulas T que proliferaram aps terem sidos estimuladas por Ag, comeam a se diferenciar em clulas efetoras, que tem a funo de erradicar a infeco. Esse processo resulta de alteraes na expresso de genes. A diferenciao comea junto com a expanso clonal, e as clulas T efetoras surgem dentro de 3 a 4 dias aps a exposio. Essas clulas deixam os rgos linfides e migram para o local da infeco. L, as clulas efetoras encontram-se novamente com Ag dos MOs que estimularam seu desenvolvimento. Ao reconhecer o Ag, as clulas efetoras respondem erradicando a infeco. As clulas T auxiliares diferenciam-se em clulas efetoras que respondem ao Ag produzindo molculas de superfcie e citocinas cuja principal funo ativar macrfagos e linfcitos B. A protena de superfcie mais importante envolvida na funo saudadora das CD4+ o ligante para a CD40 (CD40L), lembrando que CD40 expresso pelas APCs e Linfcitos B. Nas CD4+ a transcrio do gene CD40L torna-se ativa em resposta ao reconhecimento do antgeno e co-estimulao, e o resultado a expresso do CD40L na superfcie das Cels T auxiliares aps a ativao. O CD40 receptor expresso por macrfagos, cels dendriticas e Linfcitos B. Por isso o CD40L importante na ativao de macrfagos e linfcitos. Haver o feedback postivo que foi discutido anteriormente na pgina 5

O sistema imune responde de diversas maneiras a diferentes microorganismos. Microorganismos intracelulares como as micobactrias, so englobadas por fagcitos porm resistem ao extermnio intracelular. A reposta imune a tais MOs, resulta na ativao dos fagcitos, e estes, destroem os MOs englobados. J em parasitas helmnticos so grandes demais para ser fagocitados e a resposta imune aos helmintos denominada pela produo de anticorpos IgE e ativao de eosinfilos. O IgE cobre (opsoniza) os helmintos, e os eosinfilos utilizam seus receptores Fc especficos para IgEs para se ligar aos helmintos e destru-los. Ambos os tipos dependem das clulas auxiliares CD4+ , no se sabia como essas clulas estimulavam diferentes mecanismos imunolgicos, esse enigma foi desvendado quando se descobriu que existem diferentes tipos de clulas T efetoras CD4+ que realizam funes distintas.

As clulas T auxiliares CD4+ se diferenciam em subpopulaes de clulas efetoras que produzem grupos distintos de citocinas, os quais realizam funes diferentes. As mais bem descritas so as TH1 E TH2 (clulas T auxiliares do tipo 1 e do tipo 2) as citocinas mais importantes produzidas pela TH1 o IFN-gama (citocina que interfere nas infeces virais e potente ativador de macrfagos), tambm estimula a produo de anticorpos que promovem a fagocitose de MOs, pois tais anticorpos ligam-se diretamente aos receptores para Fc da superfcie dos fagcitos e ativam o complemento, gerando produtos que se ligam aos receptores para complemento dos fagcitos. Portanto as TH1 estimulam o englobamento mediado por fagcitos e o extermnio de MOs, componente-chae da imunidade mediada por clula. O IFN-gama tambm estimula a expresso de molculas do MHC II e de coestimuladores B7 (a ligao de CD40L com CD40 tambm intensifica a expresso de B7) na superfcie das APCs, essa ao pode servir para intensificar a ao das clulas T. A TH2 por sua vez produz IL-4 que estimula a produo de IgE, e IL-5 que ativa eosinfilos. Ou seja, TH2 mais eficaz na resposta imune adaptativa independente de fagcitos, sendo assim, contra parasitas helmnticos. 9

TH2 tambm produz algumas citocinas que inibem a ativao de macrfagos e suprimem a imunidade mediada pelas clulas TH1, como IL-4, IL-10 e IL-13. Por essa razo a eficcia das respostas imunes mediadas por clulas contra um microorganismo pode ser determinada pelo equilbrio entre ativao das TH1 E TH2 em resposta a esse microorganismo.TH2 Produz IL-4 que estimula a produo de IgE, e uma citocina que suprime atividade de macrfagos Produz IL-5, que um ativador de eosinfilos, produz citocinas supressoras de macrfagos, como IL-4, IL-10 e IL-13. Concluindo, um mediador da resposta no celular, eficaz contra parasitas helmnticos.

TH1 Produz IFN-, citocina que combate infeces virais, ativa macrfagos, estimula a expresso de B7 das APCs e de molculas de MHCII, intensificando as respostas das clulas T. Estimula produo de Ac que promovem a fagocitose Concluindo, um importante mediador da resposta imune celular

O desenvolvimento das clulas TH1 e TH2 no um processo aleatrio, e sim um processo regulado pelos estmulos que as clulas T CD4+ virgens recebem quando encontram Ag. Os macrfagos e clulas dendriticas respondem a muitas bactrias e vrus com a produo de IL-12. Esta promove a diferenciao das clulas T na subpopulao TH1, que em seguida produz IFN-gama para ativar os macrfagos, e estes quando ativados destroem os microorganismos. Se o microorganismo infeccioso no estimular APCs a produzir IL-12, como talvez faam os helmintos, as prprias clulas produziro IL-4, que induz a diferenciao em TH2. Os linfcitos T CD8+ ativados por um antgeno e por co-estimuladores diferenciam-se em CTLs que so capazes de destruir as clulas infectadas que expressam o antgeno. Os CTLS efetores secretam protenas que criam poros nas membranas das clulas infectadas e provocam a fragmentao do DNA e a morte apopttica dessas clulas. A diferenciao das T CD8+ virgens em CTLs efetoras acompanhada pela sntese de molculas que destroem as clulas infectadas.

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Desenvolvimento de linfcitos T de memria Uma parte dos linfcitos ativados por antgenos diferencia-se em clulas T de memria de vida longa. As clulas de memria sobrevivem mesmo aps a infeco ter sido erradicada, e o antgeno assim como a reao imune inata ao patgeno, no estar mais presente. Essas clulas T de memria podem ser encontradas nos tecidos linfides, nas barreiras mucosas e na circulao. As clulas T de memria no continuam a produzir citocinas nem a destruir as clulas infectadas, mas podem faz-lo rapidamente ao encontrar um antgeno que reconhecem. Uma subpopulao de clulas T de memria, chamada de clulas de memria central, povoa os tecidos linfides e responsvel pela rpida expanso clonal aps a reexposio ao antgeno. Outro subgrupo chamado de clulas de memria efetoras se localiza na mucosa e medeiam as funes efetoras rpidas aps novo contato com Ag. Declnio da resposta imune Todo o processo de expanso clonal e diferenciao das clulas T ocorrem nos rgos linfides perifricos. As clulas efetoras e de memria deixam esses tecidos e penetram na circulao, aptas a localizar uma infeco em qualquer parte do corpo. Quando a infeco debelada e os estmulos que ativaram os linfcitos desaparecem, muitas das clulas que tinham proliferado em reposta ao Ag perdem os seus fatores de sobrevivncia e morrem pelo processo de apoptose A resposta diminui dentro de 1 ou 2 semanas aps a infeco ter sido erradicada, e o nico sinal de que uma resposta imune mediada por clulas T ocorreu a presena da populao de linfcitos de memria sobrevivente.Questes:

1.

2.

Que sinais so necessrios para ativar os linfcitos T? Que receptores celulares so utilizados para captar esses sinais e responder a eles? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ Como um pequeno nmero de clulas T virgens especficas para qualquer micrbio convertido em um grande nmero de clulas T efetoras dotadas da capacidade de eliminar o micrbio? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ Que molculas so produzias pelos linfcitos T que medeiam suas comunicaes com outras clulas, como macrfagos e linfcitos B?

3.

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___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 4. Quais so os componentes do complexo TCR? Quais desses componentes so responsveis pelo reconhecimento de um antgeno, e quais so responsveis pela transduo de sinais? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 5. Cite algumas das molculas acessrias utilizadas pelas clulas T para iniciar suas respostas aos antgenos. Quais so as funes dessas molculas? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 6. O que co-estimulao? Qual o significado fisiolgico da co-estimulao? Cite alguns dos pares ligantereceptor envolvidos na co-estimulao? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 7. Qual o principal fator de crescimento para as clulas T? por que as clulas T especficas se expandem mais que outras clulas T (as espectadoras) quando expostas por um antgeno? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 8. Quais as principais subpopulaes de clulas T auxiliares CD4+ e como elas se diferem? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ 9. Que sinais so necessrios para induzir as respostas das clulas T CD8+? ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________

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