exposição meditações extravagantes nenna parte i

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Nestas suas Meditações Extravagantes, o artista faz uso de vários materiais e suportes, buscando ampliar as fronteiras do Museu e dialogar com seu entorno, tornando-o também um espaço de exposição. Nas oito partes que a compõem, que podem ser entendi-das como microinstalações, o artista busca surpreen-der o público possibilitando-lhe várias leituras e refle-xões acerca das ambiências criadas por suas obras.

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Page 1: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Page 2: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Page 3: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

Nenna. Meditação Diálogo. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 4: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Page 5: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Memória. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 6: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo

inaugura sua primeira exposição de 2012 com obras

de um expressivo artista capixaba - Nenna – que for-

jou uma trajetória rica e controversa desde os anos

setenta, transitando por várias linguagens artísticas,

mas sempre com uma marca acentuada de rebeldia e

de inovação.

Nestas suas Meditações Extravagantes, o artista faz

uso de vários materiais e suportes, buscando ampliar

as fronteiras do Museu e dialogar com seu entorno,

tornando-o também um espaço de exposição. Nas

oito partes que a compõem, que podem ser entendi-

das como microinstalações, o artista busca surpreen-

der o público possibilitando-lhe várias leituras e refle-

xões acerca das ambiências criadas por suas obras.

Nos treze anos de funcionamento, o MAES vem ofe-

recendo ao público não só exposições de qualidade

indiscutível, assim como vem se firmando a cada

ano, como um reconhecido pólo de difusão do conhe-

cimento em arte no Estado. Tendo em vista sua atu-

ação, o MAES tem adquirido grande importância na

vida social e cultural de Vitória e do Espírito Santo.

Que o público se sinta convidado a desfrutar este con-

junto de obras e a meditar junto com o autor sobre a

arte e sobre a vida.

José Paulo ViçosiSecretário de Estado da Cultura do Espírito Santo.

Maria Inês LoureiroDiretora MAES

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Page 7: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Memória. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 8: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Produzida com exclusividade para ocupar o espaço fí-sico do MAES - Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, a grandiosa instalação Meditações Extra-vagantes, concebida pelo capixaba Nenna, extrapola e amplia o espaço da instituição cultural, demovendo a idéia de redoma ou de cubo fechado, rompendo com o conceito tradicional e elitista de obra, de arte e de espectador. O artista nunca considerou a arte como algo sacralizado, intocável, inatingível, propondo a aproximação e a interação participativa do especta-dor. Especificamente neste caso, a proposição é que a instalação possa expandir-se para além do território do Museu externo, abrindo-se para fora, ao encontro da interlocução de quem transita diariamente pelas imediações da instituição, sem ter acesso à mesma. O artista pleiteia assim estabelecer a relação dentro/fora, interior/exterior, dialogando não apenas com o espaço físico e arquitetônico do Museu, mas também com o entorno deste. Nesse sentido, apropria-se e procura chamar a atenção do público para a assime-tria entre as proposições poéticas expostas na insti-tuição e alguns dos equipamentos públicos inseridos na área externa, isto é, nas ruas fronteiriças.

Recorrendo a diferentes suportes, a materiais indus-triais ou oriundos do mundo natural, a imagens de re-ferência tanto tecnológica como de fatura artesanal, tradicional ou anacrônica, como a pintura, e a objetos de dimensões incomuns, apropriados ou deslocados de diferentes extratos culturais, físicos e sociais, o artista reordena-os com engenhosidade e potência criativa na supracitada instalação.

Sintonizado intimamente com o universo fragmentá-rio, não homogêneo e sem foco estético preciso, que

A AMPLITUDE CONCEITUAL E CRÍTICA DA INSTALAÇÃO:MEDITAÇÕES EXTRAVAGANTES.

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Page 9: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Memória. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 10: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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caracteriza a arte da atualidade, Nenna concebe esta instalação como um todo, ou como evento único em site-specific, questionando, de diferentes maneiras, o fazer artesanal, o fato estético e o significado preciso da obra de arte. Balizando-se em rigorosa disciplina e hibridizando processos e linguagens diferentes: pin-tura, fotografia, escultura, música, vídeo, a instalação compõe-se de oito partes autônomas, denominadas, respectivamente, de: Diálogo, Memória, Tradição, Pre-cipício, Tranquilidade, Deus, Mundo, Tempo, abrindo-a ao diálogo e à reflexão de seus potenciais interlocuto-res. Cada uma das salas ou instâncias dessa ambien-tação artística pode ser entendida como microinstala-ção, reafirmando em suas distintas peculiaridades a íntima coesão entre arte e vida.

Nesse conjunto de ambientações mesclam-se refe-rências à interferência do homem na natureza, à ex-tração incontida de recursos vegetais e minerais; a construção caótica e desordenada do espaço urbano; ao sincretismo religioso; à memória e à miscigena-ção cultural; à tecnologia de ponta e aos enigmas do mundo que reafirmam a onipotência de Deus; aos an-seios, sensações, dramas e medos humanos; ao tem-po circular ou não linear, enredando assim diferentes dimensões, de natureza antropológica, sociológica, psicológica, entre outras questões.

E se a instalação confirma que a referência à arte conceitual se mantém como um dos postulados da produção do artista desde o início de sua coerente trajetória na década de 1970, ele não se revelaria adepto do hermetismo, que em sua origem carac-terizou tal linguagem artística. Nenna tampouco se prenderia a rótulos, escolas, tendências ou a repetir

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Page 11: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Tranquilidade. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 12: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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temas específicos, como se constata na formulação dos segmentos ou instâncias rizomáticas que consti-tuem as Meditações Extravagantes. O autor também baliza nesta instalação uma ilimitada potência poé-tica, que lhe permite atingir a simplicidade, a clareza e a síntese criativa, sem abdicar de uma elaboração sofisticada e de refinamento conceitual.

Se a perspicácia e a amplitude crítica seriam fatores norteadores de toda a carreira produtiva do artista, não deixariam de se desvelar igualmente nesta ins-talação, de modo especial na remissão, mesmo que sutil ou quase velada, à exploração desenfreada da natureza, com finalidade econômica. Evocando no-mes de espécies vegetais nativas extintas da Mata Atlântica, floresta nativa que cobria o Estado do Espí-rito Santo e grande parte da área litorânea brasileira, espécies essas produtoras de preciosas madeiras de lei, que nela abundavam em tempos não tão remotos, a partir da segunda metade do século passado a ex-tração passaria a se concentrar nas jazidas minerais de granito e mármore, alterando ou desfigurando a paisagem, para alimentar o mercado nacional e inter-nacional. Porém, não transparece nessa referência qualquer angústia, exacerbação narcisista ou saudo-sismo oportunista do autor.

Vale lembrar que desde o início de sua trajetória cria-tiva na década de 1970, o jovem Nenna aquilatava em sua formulação criativa doses de ironia à repressão política, e se mostrava um valente defensor da causa da preservação ambiental e da ideia de natureza sus-tentável, antes, mesmo, que essa bandeira ganhasse novos adeptos e ecoasse com mais convicção, as-sumindo dimensão universal. Isso se confirma, por exemplo, na sofisticada série de serigrafias denomi-nada Tristes Trópicos. Em razão da precoce vocação ativista e por sua audaciosa atuação, o capixaba iria se aproximar de artistas emblemáticos de gerações mais velhas, e que se expressavam por meio de di-ferentes linguagens, tais como Hélio Oiticica e Frans Krajcberg. Conviveu com o primeiro no Rio de Janeiro e em Nova York, e acompanhou o último em expedi-ções artísticas, adentrando matas calcinadas ou em processo de destruição, experiência essa que deu ori-gem a vídeos e documentários, cuja linguagem ainda hoje se revela inovadora.

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Page 13: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Há muito o artista não realizava em Vitória uma ex-posição individual deste porte e refinamento criativo, reunindo e fixando questões atuais que extrapolam o âmbito local e assumem uma dimensão universal. Esta exposição acolhida pelo MAES cumpre assim im-portante papel na recontextualização do artista, seja reafirmando a amplitude significativa e a absoluta atualidade conceitual de sua obra, seja para situá-lo como autêntico e paradigmático conector da geração que emergiu nos anos de 1970 e a atual geração de artistas, que em muitos sentidos lhe é tributária.

Almerinda da Silva LopesCuradora

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Page 14: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Professor, você encontrará neste material uma indica-

ção para planejar as ações na exposição Meditações

Extravagantes, de Nenna. Em cartaz no Museu de

Arte do Espírito Santo – Dionísio Del Santo entre abril

e julho de 2012. Neste veículo você já encontrou uma

apresentação da Curadora da exposição, Almerinda

Lopes. A seguir, apresentamos algumas questões

trazidas pela Arte Contemporânea e, na sequência, as

pranchas com sugestões de abordagem da exposição

em sala de aula.

Espaço e tempo. Conceitos que a arte contemporânea

nos convida a refletir. Desde as vanguardas artísti-

cas, do início do século XX, que as obras questionam

o espaço de diferentes maneiras. Seja na tomada da

superfície do quadro por outros elementos – como re-

cortes de jornal – ou na ocupação inteira de um apar-

tamento com objetos encontrados e escolhidos pela

rua – Merzbau.

Compreender este tipo de modificação, iniciada lá no

início do século XX, é fundamental para trabalharmos

de diferentes maneiras as questões levantadas pela

arte contemporânea. A ocupação do espaço, como

vimos no exemplo acima, está relacionada também

com uma tomada de consciência para a realidade

do mundo. Para as questões da física (a velocidade,

por exemplo) e do social. O mundo está mudando. As

guerras (Primeira e Segunda Guerras Mundial), ainda

na primeira metade do século XX, alteraram o percur-

so da história e claro, também da arte! Nós temos,

MEDITAÇÕES PARA A SALA DE AULA

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Page 15: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Tradição. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 16: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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então, toda uma modificação social, artística, cientí-

fica e cultural que culmina com as propostas que se-

rão conhecidas a partir da década de 1960 como Arte

Contemporânea.

Tratar dela (a Arte Contemporânea) não é assim as-

sunto fácil, mas não é, nem de longe, tão difícil como

parece! Sabe por quê? Porque uma das coisas mais

utilizadas por ela, é justamente, o nosso cotidiano. As

coisas, objetos, assuntos, relações que nos tocam no

nosso dia-a-dia.

Não só as temáticas que mudam com a Arte Contem-

porânea – se lembrarmos bem, o tema do Renasci-

mento para o Barroco, muda. O tema do Neoclássico

para o Romântico, também muda – mas também os

materiais, os objetos e o próprio processo. Mas per-

guntam: do Românico para o Renascimento também

não temos outros materiais? Também não inserem

o óleo de baleia, para dar mais elasticidade à pintu-

ra e isso modifica tudo? Ou ainda, na maneira como

a tinta industrial modifica toda a relação da pintura,

no mesmo século XX? Sim! Tudo isso é modificado e

essencial para a construção da história da arte como

hoje a conhecemos e aceitamos. É justamente na

pergunta, o que muda [?] que reside nosso desafio.

Encontrar um modo de produzir arte a partir de ou-

tros discursos, que não essencialmente os da pintura

e da escultura. Ou ainda, que não essencialmente o

da manufatura do objeto pelo artista. E temos ainda

mais, a modificação de como este artista é encarado

pela sociedade. Não como um retratista, não como o

possuidor de um dom que ninguém mais possui, não

como o dominador de uma técnica ancestral e difícil.

O artista é encarado como um propositor de reflexões

a partir de diferentes meios e materiais. Seja pelo ví-

deo, pelo tradicional mármore da escultura, de uma

pintura, ou quem sabe, de um urinol. Sim, um urinol.

Retomamos novamente o início do século XX, onde

um artista chamado Marcel Duchamp inscreve em um

Salão um urinol que deveria ocupar, de cabeça para

baixo, uma base de escultura. Essa simples ação, de

escolher um objeto produzido em série, comprá-lo e

apresentá-lo como arte, modifica a estrutura do siste-

ma artístico, modifica a própria definição de Arte, não

é mesmo? O artista então, poderia abdicar de produ-

zir o objeto e simplesmente adquirí-lo. Duchamp cha-

mou essa ação de readymade, que em inglês, quer

dizer algo já pronto/já feito.

Não, isso não quer dizer que tudo o que nós conhece-

mos como arte foi invalidado. É que, se concebemos a

arte a partir de um conjunto de pensamentos sociais,

ela também se modifica e, por mais representativas

que as pinturas de Leonardo da Vinci ou Picasso se-

jam, cada uma delas cumpriu o seu papel em um de-

terminado tempo histórico. O nosso, pede uma análi-

se cuidadosa e, claro, uma tomada de posição. É claro

que ainda é possível fazer pintura e escultura (nem

tudo precisa ser fotografia, vídeo ou readymade) mas

o artista precisa saber por quê escolher esses meios,

cada um deles, da pintura ao readymade. Talvez este-

ja aí um pouquinho da dificuldade da arte contempo-

rânea!

Mas essa dificuldade é um tanto menor quanto as

possibilidades. Podemos utilizá-la como veículo de

reflexão sobre o mundo, o sujeito, as relações. Quan-

do trabalhamos em sala de aula com uma pintura do

Rembrandt, por exemplo, ela trata de uma questão

específica da pintura (é claro!), mas trata também

de um tempo histórico e social que só o Rembrandt e

os seus contemporâneos puderam vivenciar. É impor-

tante para nós e nossos alunos conhecê-lo mas não

podemos abandonar as questões do tempo em que

vivemos!

É com base nesse pensamento e nas questões pro-

postas pela Arte Contemporânea que preparamos o

material da exposição Meditações Extravagantes,

de Nenna. Baseado nas indicações curriculares in-

corporamos ao material sugestões de práticas e ex-

periências indicadas pelas obras de Nenna e sua rela-

ção com obras contemporâneas de outros artistas.

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Page 17: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna, artista capixaba nascido Atílio Gomes Ferreira,

partilha sua sensibilidade via Arte Contemporânea

desde a década de 1970. No Espírito Santo, que teve

sua tradição artística pautada na pintura acadêmica

de paisagem, onde compreendia-se arte com uma

relação decorativa e pouco reflexiva, despontava o

jovem Atílio, afirmando que a arte poderia ser um pou-

co mais. Entre os trabalhos de relevância histórica

destaca-se, além do Estilingue, Ficha de Inscrição I,

II e Amor, o tríptico vencedor do I Salão dos Alunos e

Professores do Centro de Artes, na Universidade Fed-

eral do Espírito Santo. A obra em questão apresenta

um pouco da ironia e da herança conceitual do artis-

ta. Consistia na própria ficha de inscrição do evento,

preenchida com suas próprias dimensões e entregue

como obra (lembram do readymade?). Agora, se Ne-

nna – na época ainda Atílio – ganhou o Salão, podem-

os pensar que não estávamos assim tão “atrasados”,

não é mesmo?

O destaque de Nenna acontece em sua produção

artística, sem dúvida, mas tem um papel muito im-

portante sua contribuição ao desenvolvimento do

pensamento em arte na cultura local. Sua inserção

nos meios tecnológicos como a internet e mesmo

antes, a produção de revistas (como a Unyverso) de

circulação alternativa garantiam ao estado um fôlego

no pensar a arte – ainda que, tanto a revista quanto

a sua versão online nos primórdios da internet, não

atingissem um grande público, sua atuação é memo-

rável.

Pensando na dimensão artística e culturalmente

política de Nenna elaboramos este material a partir de

um termo: Fronteira. Uma divisão, um passo adiante.

Um instante. A fronteira que nos une, não a que sepa-

ra. E Nenna, sempre na Fronteira. Nenna, a Fronteira.

Dividindo a arte do Espírito Santo em dois momentos.

Antes e Depois.

As reflexões propostas por Nenna em Meditações Ex-

travagantes nos questionam sobre as fronteiras políti-

cas, culturais. Sobre nossas fronteiras individuais.

A fronteira entre o homem e seu meio. Todas estas

são propostas que dizem, por meio da Arte Contem-

porânea, do homem em seu mundo, em seu tempo.

Trabalhe com seus alunos as meditações, de Nenna,

que extravasam as possibilidades de nosso sentido,

encaminhando para outras direções e reflexões, fora

da fronteira.

Ana Luiza BringuenteMelina Almada Sarnaglia

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Page 18: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

18

ARGAN, G.C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Magia

e técnica arte e política: ensaios sobre literatura e historia da cultura. São Paulo:

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BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2006.

CANONGIA, Ligia. O legado dos anos 60 e 70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

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Acesse os sites sobre Nenna:

www.taru.art.br / www.nenna.com / nennahistoriasdaarte.blogspot.com.br

BIBLIOGRAFIA DE INTERESSE

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Page 19: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Mundo. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 20: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Para planejar uma visita dos seus alunos à exposição,

sugerimos algumas dicas importantes:

•Façaumaleiturapréviasobreaexposiçãoe

sobre a artista;

•Realize uma visita prévia à exposição e co-

nheça seus espaços (Confira sempre as datas

dos Encontro com Arte-Educadores que o MAES

oferece);

•Aorealizaroagendamento,informequaissão

suas expectativas com a visita; se está desen-

volvendo algum trabalho e/ou se gostaria de

alguma abordagem específica;

•Façasuasanotações,planejeoroteirodavisi-

ta, os temas e os recursos que explorará;

•Sua participação junto aos alunos, durante

a visita, é imprescindível. Esperamos que o

professor participe ativamente da visita, posi-

cionando também seu ponto de vista e sua per-

cepção em relação à exposição, desta maneira

a eficácia da visita para atender aos objetivos

de professor, aluno e museu é garantida;

•Converse com os mediadores da exposição,

troque ideias, tire dúvidas sobre a exposição e

sobre os objetivos de sua visita.

ORIENTAÇÃO AO PLANEJAMENTO DE VISITA

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Page 21: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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Nenna. Meditação Deus. 2012. Dimensões Variáveis.

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Page 22: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

22

Durante a visita

Professor, antes de iniciar a visita, dirija-se ao me-

diador e fale sobre seus objetivos;

•O mediador os recepcionará e apresentará

um pouco da história do espaço. Durante a visi-

ta, ele abordará algumas temáticas chaves da

exposição, sempre convocando a participação

de alunos e professores.

•Éimportantecumprirohoráriomarcado,pois

trabalhamos horários agendados. Se houver

algum imprevisto no caminho, não se esqueça

de nos avisar.

•OMaesnãodispõedeguarda-volumes,acon-

selhamos deixar o material na escola ou no ôni-

bus.

•Paraavisita,oalunoprecisaráapenasdeum

caderno e um lápis ou caneta, para suas anota-

ções.

Ainda na escola

É importante que faça uma discussão com os seus

alunos sobre a exposição, preparando-os para a visi-

ta.

Algumas perguntas devem ser feitas, ainda na sala de

aula:

•Paraondevamos?

•OquevamosverefazernoMuseueouGale-

ria?

•Qualaimportânciadevisitá-lo?

•OqueéainstituiçãoMuseu?GaleriadeArte?

•ComodevomecomportarnoMuseu?

O Maes tem algumas regrinhas básicas de compor-

tamento no espaço, que valem para outros museus

também. Converse com seus alunos apresentando

não só as regras como também o porquê de sua exis-

tência.

•Nãolanchardentrodosespaçosexpositivos,

lembrando que os alimentos atraem insetos e

animais roedores;

•Nãocorrer,sedispersandodogrupo;

• Não tocar, não sentar e não encostar para

poses de fotos sobre objetos. Em algumas ex-

posições é proibido tirar foto, oriente seus alu-

nos a sempre perguntarem sobre a autorização

para tal.

O Museu oferece material de apoio para os professo-

res e informações sobre as exposições disponíveis

em nosso blog, não é necessário que o professor soli-

cite cópias dos textos aos alunos.

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Page 23: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

23

De volta à escola

É importante dar continuidade em sala de aula

aos resultados obtidos na visita.

•Conversecomosalunossobreoquefoivisto,

experimentado e aprendido, discutindo e tiran-

do as dúvidas sobre as obras expostas;

•Aproveite os conhecimentos dos alunos ad-

quiridos na exposição, como elemento motiva-

dor para o ensino de novos conteúdos;

•Neste livreto estão encartadas pranchas da

exposição temporária e permanente do Museu.

Faça uso delas com seus alunos, relacionando

a atividade em sala de aula com a exposição vi-

sitada.

•Ficaremosmuitofelizemreceberumretorno

de sua visita e do trabalho desenvolvido em

sala de aula, nos envie um e-mail com o projeto

e/ou os trabalhos desenvolvidos pelos alunos.

[email protected] 23

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Page 24: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Governador do Estado Renato Casagrande

Vice-Governador do EstadoGivaldo Vieira

Secretário de Estado da Cultura José Paulo Viçosi

Subsecretário da Cultura Erlon José Paschoal

Subsecretária de Patrimônio Joelma Consuêlo Fonseca e Silva

Gerente de Ação CulturalMauricio José da Silva

Assessoria de ComunicaçãoPaula Norbim

Museu de Arte do Espí-rito Santo - Dionísio Del Santo

DiretoraMaria Inês Loureiro

Conselho ConsultivoAdriana MagroGilca FloresIvo GodoyJanaína MeloMarcos MartinsMartin GrossmanVeronica Stigger

Pesquisa e Crítica de ArteRaquel Baelles

Conservação de AcervoPaula Nunes Costa

Arte EducaçãoAna Luiza de Oliveira Bringuente

Administração Rosane Baptista

Supervisão de EspaçoJoaquim Galdino de Oliveira

Apoio técnicoEdson da SilvaIlda Chagas Cardoso

Estagiárias – MediadoresAna Paula S. AlmeidaDaniella Basco S. BragaEdnara Costa TrancosoGeorgia Stefanelli Estagiárias Acervo e PesquisaElisa ZamboniHelena dos P. Silva

Estagiárias - ComunicaçãoFabiana Mauricio NunesJanaina Cipriano

ReceptivoGreiciane Alves de SouzaJose Luis Coelho de MacedoJosé Renato CarneiroJosé Waldyr de Almeida GomesPoliana Maria Fiuza

ApoioAdelma Gema OliariAndreia RaiderBianca da ConceiçãoGeorge da Conceição

Apoio SegurançaAntônio de Padua MonteiroAntônio Marcos Correa da SilvaArquiles dos Santos AlvesDiego Araujo RodriguesErasmo Vasconcelos VianaVilmar Borges AlvimRoberto Marcos

Instituto Sincades

PresidenteIdalberto Luiz Moro

Gerente ExecutivoDorval Uliana

Coordenadora de Programas e ProjetosIvete Paganini

Analista de ProjetosLívia Caetano Brunoro

Assistente de ProjetosDaphne Quinelato

NENNA_MEDITAÇÕES EXTRAVA-GANTES

CuradoriaAlmerinda da Silva Lopes

Assistentes do ArtistaMagali RencienRebecca de Sá

Consultoria em Arte- Educação e ComunicaçãoCoeficiente Artístico - Soluções em Arte

Arte-EducaçãoMelina Almada Sarnaglia

ComunicaçãoMarie Claude Henry

Supervisão de Equipe Arte EducadoresJoanna Nolasco

Arte-EducadoresAnderson NepomucenoBeatriz BuenoLudmila CayresRenan Andrade

ImpressõesVitória Fine Art

Tambor de CongoMestre Daniel Vieira

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Corte do MármoreComprex Compressores e Ser-viçosAntônio Teixeira Marques

Logística e TransporteIlha Ambiental

Pintura MuseuDallas Engenharia

IluminaçãoAntonio Mendel

MontagemJonas MedeirosTuca Sarmento

FotografiasDamon de Almeida[exceto da obra Diálogo, foto de Ivo Godoy]

Pranchas[Obras do Acervo - Fotografias por Yury Aires]

Música Incidental“Meu Amigo Nenna” de Maurício de Oliveira [adaptação para violoncelo solo por Tião Oliveira – intérprete: Lucas de Oliveira]

Agência de PublicidadePrósper Comunicação

Assessoria de ImprensaAldeia Comunicação

Produção ExecutivaAlegro Produções

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Page 27: Exposição Meditações Extravagantes NENNA parte I

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