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Resumos de Experimental II

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  • 1

    COMPLEXOS DE FERRO

    Introduo

    Complexos

    Tambm designados por compostos de coordenao, so a espcie MLn que se forma

    quando um tomo ou io M (metlico) se une a um ou mais ligandos.

    O tomo ou io metlico o elemento central, enquanto que os ies ou molculas que

    se lhe ligam so os ligandos.

    Define-se o elemento central com o estado de oxidao formal (obtm-se somando a

    carga de todos os ligandos e subtraindo carga do complexo) e a configurao electrnica.

    Os ligandos so molculas ou ies que se ligam ao elemento central que tm de ter

    pares de eletres no partilhados ou orbitais moleculares ocupadas, cujos eletres possam ser

    doados ao tomo central.

    Conforme o modo de coordenao ao metal podem ser monodentados (coordenam-se

    por um s tomo) ou bi- - -se por 2, 3 ou mais tomos

    respectivamente).

    Os ligandos polidentados podem tamm ser designados quelantes, pois forma-se um

    anel de quelao que engloba o metal, um dos tomos doadores do ligando, a sua cadeia

    respectiva e um outro tomo doador do ligando, sucessivo.

    Existem tambm ligandos ambidentados, ou seja, ligandos que tm mais que um

    possvel tomo doador, mas s podem usar um deles de cada vez (pelo menos para o mesmo

    metal).

    O nmero de tomos que se liga directamente ao metal define o nmero de

    coordenao.

    Consoante este nmero os complexos tm diferentes tipos de geometria: linear

    (NC=2), geometria em T, Y ou triangular (NC=3), tetradrica ou quadrangular plana (NC=4),

    pirmide quadrangular ou bipirmide trigonal (NC=5), octadrica, prisma trigonal ou hexagonal

    (NC=6), entre outras para nmeros de coordenao elevados (7,8 e 9).

    O nmero de coordenao 6 dos mais frequentes, sendo a geometria mais comum a

    octadrica, pois a preferida do ponto de vista electrnico e estereoqumico.

    Quanto ao isomerismo, trata-se da existncia de complexos com a mesma frmula

    molecular, mas que diferem entre si de vrias formas possveis. Existem vrios tipos de

    isomerismo:

    o Geomtrico: Diferem no arranjo dos ligandos;

    o ptico: Fazem rodar o plano da luz polarizada em direces opostas um dos

    ismeros a imagem no espelho do outro;

  • 2

    o Ionizao: Os produtos slidos tm a mesma estequiometria, mas originam

    diferentes ies ao serem dissolvidos;

    o Coordenao: O arranjo dos ligandos volta do elemento central diferente;

    o Ligao: Um ou mais dos ligandos coordenam-se por diferentes tomos

    doadores.

    Ferro

    Os metais de transio so moderadamente reactivos, combinando-se muitas vezes

    com enxofre, oxignio e hidrognio quando aquecidos.

    O ferro um metal de transio cujo nmero atmico o 26 e a configurao

    electrnica [Ar]3d64s2.

    Apresenta diversos estados de oxidao, +6,+3 e +2. um elemento muito reactivo no

    seu estado puro e forma complexos com relativa facilidade.

    essencial para a maioria dos seres vivos e sabe-se que num ser humano adulto

    (massa de 70kg) existem 4,2 mg de Ferro. Devemos ingerir entre 12 a 18 mg de ferro por dia,

    no entanto s parte que absorvida.

    Por falta de ferro podem surgir doenas, nomeadamente anemia, mas tambm por

    acumuluo deste metal (hemocromatose).

    Algumas das funes do ferro nos elementos biolgicos so: funes cataltica, por

    exemplo em reaces de oxi-reduo, (h enzimas activados pelo ferro atravs de uma fraca

    ligao), metaloenzimas (enzimas com ligaes fortes a metais como o Ferro ou complexos de

    metais), transporte de oxignio no sangue (Hemoglobina), armazenamento de oxignio no

    sangue (Mioglobina e Ferritina).

    Para resumir estas e outras funes do ferro apresenta-se o seguninte esquema que

    identifica e classifica as metalobiomolculas de ferro, mostrando tambm os principais

    exemplos.

    Estas biomolculas de ferro, protenas ou no, que desempenham diversas e

    importantes funes na maioria dos seres vivos.

    1. Molculas no proteicas

    Siderforos - O ferro essencial para todos os organismos vivos mas est pouco diponvel

    por se encontrar maioritariamnte no estado de oxidao 3 em compostos qumicos pouco

    soluveis em agua; por isso os seres vivos desenvolveram tcnicas para solubilizar e transportar

    o Fe 3+ para o seu uso.

  • 3

    Na realidade esta stecnicas so ligandos que formam complexos deste io com constantes

    de estabilidade elevadas; Esses ligandos so agentes complexantes no proteicos para

    capturar ferro libertados para o exterior pelas bacterias.

    A transferncia do ferro complexado para o microorganismo requer o reconhecimento de

    sideroforos.

    Como muitos desses microorganismos so patognicos e precisam de ferro para se

    propagarem vo busc-lo ao hospedeiro. Para evitar essa captura o hospedeiro impede a

    sintese de sideroforos, sendo ujjma das estrategias adoptadas a subida da temperatura

    corporal, pois a produao daqueles ligandos diminui para temperaturas de 37 graus.

    2. Protenas

    -De transporte e armazenamento

    a) Transferencia electronica

    - Protenas Fe-S

    Estas protenas esto envolvidas em processos de transferncia electrnica e so

    agregados com a composio FenSm onde n =m = 2=4, ocorrendo nalguns casos o sistema

    Fe3S4. So sistemas

    A ferredoxina um exemplo de um sistema ferro enxofre. Ferredoxina do tipo

    cloroplasto, F2S2.

    - Citocromos

    So estruturas qumicas de grupos heme presentes em todos os seres vivos que, tal

    como as protenas de ferro-enxofre, tambm so responsveis por transferirem electres.

    O processo de transferencia de electres envolve a variao do estado de oxidaao do

    ferro no centro hmico.

    Esto envolvidos na respiraao anaerobia e aerobia, fotossntese das plantas e

    cianobactrias, reduo da meta hemoglobina nos eritrcitos para regenerar a forma funcional

    da hemoglobina.

    Citocromo c- transferencia electrnica do citocromo c1 para a oxidase do citocromo c no

    processo finsal de fosforilaao oxidativa (imagem)

    b) Coordenao com molculas no metlicas

    -Hemeritrina: Hemeritrina- Embora a sobrevivencia da maioria dos organismos

    dependa da difusao de O2 e CO2 entre as celulas e o exterior, outros seres vivos necessitam de

    metalobiomolculas para o transporte e armazenamento de O2.

  • 4

    Um exemplo a biomolcula hemeritrina que ocorre no sangue de invertebrados

    marinhos geralmente na forma octaedrica. So proteinas no hemicas, em que a captura do

    O2 acompanhada pela oxidaao dos centros metalicos e formaao de OOH-.

    - Hemoglobina: a hemoglobina est presente nos glbulos vermelhos, capta o

    O2 nos pulmes e transporta-o no sangue arterial para os pulmes. Nos musculos vermelhos o

    O2 transferido da hemoglobina para a mioglobina, que, ao ter maior afinidade para o O2

    consegue armazen-lo e /ou transport-lo para os mitocondrios.

    A hemoglobina desoxigenada e parcialmente oxigenada tem diferenas estruturais,

    estado tenso e relaxado respectivamente; o estado relaxado tem maior afinidade pelo O2,

    explicando o conhecido efeito de cooperatividade, pois aumenta a afinidade para o O2 das

    subunidades desoxigenadas.

    Em ambas as formas o estado de oxidao do ferro +2, sendo que o ferro se ajusta

    mais ao anel de porfirina na forma oxigenada, pois o numero de coordenaao 6 e a estrutura

    octaedrica.

    c) Coordenao com ies metlicos

    -Ferritina: Como o ferro no est muito disponvel para os seres vivos, existem

    protenas como a ferritina que armazenam o ferro no organismo de modo a ficar acessivel e

    no ter efeitos txicos. Em bacterias podem ainda ter fosfato e ferro hmico e chamam-se

    bacterioferritinas.

    Existem ainda protenas transportadoras de ferro, as transferrinas, de vrias classes

    que o transportam a vrios tecidos.

    Enzimas

    comum a presena de ferro em enzimas como Oxidorredutases (catalisam reaces

    de transferncia de electres) e Liases (adiao de grupos a duplas ligaes ou formaao de

    duplas ligaes por remoao de grupos)

    Por exemplo, a regulao do enzima acotinase, que participa no TCA, feita atravs da

    adio de um ferro ao centro de ferro-enxofre, convertendo uma forma inactiva (trs ferros)

    numa forma activa (quatro ferros).

    Em resumo, o ferro est presente nos vrios organismos em vrias formas

    desempenhando papeis importantes para manter as funes de algumas biomolculas.

    Complexo Tris(oxalato) ferrato(III) de potssio

    um complexo de ferro com 3 ligandos bidentados, o oxalato, C2O42- .

  • 5

    Desta forma este complexo assume a estrutura octadrica, visto que o seu nmero de

    coordenao 6.

    Uma das suas propriedades o paramagnetismo.

    Aplicaes: Pode ser utilizado como catalisador ou estabilizador em processos e

    produtos qumicos, como revestimento para vidro, para processos sintticos de acrlicos,

    adesivos acrlicos, resinas de epxido,poliuretanas, combustveis, borrachas de silicone, entre

    outros, processos de polimerizao, oligomerizao e transesterificao de olefinas.

    Procedimento

    Para a realizao desta actividade experimental utilizou-se o sulfato ferroso amoniacal

    que um sal duplo (2 caties). Escolheu-se este sal porque solvel em gua e mais

    barato que o sulfato de ferro. Para alm disso este sal tem menos tendncia a ser

    oxidado ao ar a Ferro (III). A oxidao de solues de Ferro (II) muito dependente do

    pH, ocorrendo mais rapidamente a pH elevado. Os ies de amnio fazem com que a

    soluo fique ligeiramente acdica, o que desacelera o processo de oxidao.

    O primeiro passo do procedimento consistiu na dissoluo de sulfato ferroso

    amoniacal em gua quente acidificada com cido sulfrico diludo. O aumento da

    temperatura facilitou a dissoluo do sal e a gua acidificada favoreceu o equilbrio de

    OH- e H+, impedindo a formao de precipitado (hidrxido de ferro).

    Seguidamente adicionou-se uma soluo quente de cido oxlico em gua, para

    formar oxalato de ferro (FeC2O4.2H2O ). Aqueceu-se a mistura at ferver e deixou-se

    precipitar o slido amarelo (oxalato de ferro).

    Lavou-se o precipitado repetidamente com gua, com o objectivo de retirar o excesso

    de cido e sais.

    Adicionou-se oxalato de potssio monohidratado em gua, que levou desacidificao

    do meio para que os grupos OH- resultantes da adio de perxido de hidrognio se

    ligassem ao ferro (passo seguinte). A adio excessiva de cido oxlico levaria a uma

    acidificao do meio, o que impossibilitaria a oxidao do ferro, uma vez que este s

    se oxida em pH neutro.

    Gota a gota, adicionou-se perxido de hidrognio agitando continuamente a soluo e

    mantendo a temperatura abaixo dos 40 0C. A adio de perxido de hidrognio oxidou

    o Ferro II a Ferro III. A temperatura foi mantida abaixo dos 40 0C para evitar a

    formao de xidos por decomposio do perxido.

    Aps ter sido adicionado todo o perxido de hidrognio, aqueceu-se a mistura at

    quase fervura, o que levou formao de um precipitado castanho de hidrxido

    frrico indesejado.

  • 6

    Adicionou-se, ento, gota a gota, uma soluo saturada de cido oxlico para

    redissolver o precipitado formado. A contnua adio do cido levou formao do

    complexo. Redissolveu o precipitado de hidrxido de ferro que se formou durante a

    adio de perxido de hidrognio.

    Filtrou-se a soluo quente e adicionou-se etanol, que diminuiu a solubilidade do sal,

    levando estabilizao do complexo.

    Deixou-se cristalizar o complexo no escuro, pois este complexo fotossensvel.

    Filtraram-se os cristais verdes e lavaram-se os mesmos com acetona, que eliminou o

    etanol anteriormente adicionado e ajudou a secar rapidamente os cristais.

    Deixaram-se secar os cristais ao ar e no escuro.

    Determinou-se o rendimento.

    Seguidamente realizaram-se diversas reaces com os ies Fe(II) e Fe(III) e outros

    reagentes como o hidrxido de sdio, amnia, tiocianato de amnio e oxalato de sdio

    e observou-se a cor das solues e se havia ou no precipitado.

    Realizaram-se tambm reaces com hexacianoferrato (II) e (III) e observaram-se os

    resultados.

    Adicionaram-se reagentes como tiocianato de amnio e hidrxido de sdio a

    complexos de fluoreto de ferro e observou-se se houve mudana de cor e/ou

    formao de precipitado.

    Por fim fizeram-se reaces com iodeto.

    Resultados

    Sntese do complexo tris (oxalato) ferrato (II) de potssio

    1) Dissoluo de sulfato ferroso amoniacal

    Aps este passo e at nova indicao consideramos que o ferro em soluo ferro (II).

    2) Adio de cido oxlico

    O precipitado amarelo o complexo oxalato de ferro (II) dihidratado.

  • 7

    3) Adio de oxalato de potssio

    Considera-se que as guas que rodeavam o complexo esto agora dispersas no meio.

    O precipitado laranja o complexo tris (oxalato) ferrato (II).

    4) Adio gota-a-gota de perxido de hidrognio

    Obteve-se o complexo tris(oxalato) ferrato (III) e, devido oxidao do perxido de

    hidrognio obteve-se tambm hidrxido de ferro (III).

    Reaces redox

    5) Adio de cido oxlico saturado

    Adio de soluo saturada de cido oxlico de forma a redissolver o precipitado de

    hidrxido de ferro que se formou durante a adio de perxido de hidrognio.

    O complexo de tris(oxalato)ferrato (III), em que o ferro est ligado a trs oxalatos

    apresentando ismeros pticos.

    Clculo do reagente limitante

    Reagente Massa (g) Massa Molecular

    (g/mol) Estequiometria Nmero de moles

    Sulfato de ferro amoniacal

    15,15 392,14 1 0,0386

    cido oxlico 7,54 126,07 1 0,0838

    Oxalato de potssio

    10,06 184,24 2 0,0273

  • 8

    Perxido de hidrognio

    0,02 dm3 1,667 mol/dm3 0,5 0,08335

    Uma concentrao de peroxide de hidrognio 20 volumes equivalente a

    1.667 mol/dm3. Foram adicionados 20 mL deste reagente (0,002 dm3).

    Isto prova que o reagente limitante o oxalato de potssio;

    O oxalato de potssio doa ies oxalato, tal como o cido oxlico, que posteriormente

    adicionado na forma concentrada no h controlo sobre a quantidade de ies

    oxalato (a quantidade de ies oxalato pode advir de vrias espcies, sendo mais

    impreciso calcular o rendimento com o reagente limitante);

    Para maior preciso, no clculo do rendimento utilizou-se o sulfato de ferro amoniacal.

    Clculo do rendimento

    Reaces caractersticas dos ies ferro (II) e ferro (III)

    1) Reaces dos ies ferro (II) e ferro (III)

    NaOH - Verifica presena de ferro em soluo e qual a espcie

    Tiocianato - Providencia um teste extremamente sensvel para ies de Ferro (III)

  • 9

    Reagente Fe (II) Fe(III)

    Cor Precipitado Cor Precipitado

    NaOH Verde escuro* Sim Laranja Sim

    Excesso NaOH Verde escuro* No dissolve Laranja + escuro No dissolve

    Amnia Verde sujo Sim Laranja escuro Sim

    Excesso amnia Verde sujo No dissolve Laranja escuro No dissolve

    Tiocianato de amnio - - Vermelho sangue No

    Oxalato de potssio - - Amarelo esverdeado No

    + tiocianato de amnio - - Amarelo esverdeado No

    * este composto branco em anaerobiose, sendo oxidado pelo oxignio

    (produto maioritrio)

    Como o ligando ambidentado pode gerar complexos do tipo

    Nada acontece com a adio de mais tiocianato de amnio, j que o complexo formado

    (tris(oxalato) ferrato (III)) muito estvel (a sua formao favorvel). No se consegue

    deslocar a esfera de coordenao do ferro.

    Existem algumas justificaes para o facto do tiocianato no conseguir substituir o oxalato

    na ligao ao ferro.

  • 10

    De acordo com as posies relativas dos ligandos na srie espectroqumica, pode inferir-se

    que o ligando C2O42- forma uma ligao mais estvel que o SCN-, uma vez que um ligando

    mais forte. Comparando as constantes de estabilidade do complexo com os dois ligandos isto

    confirmado.

    Ligando Fora inica

    log (K) (25C)

    C2O42- 0,5 7,53 0,1

    SCN- 0 0,9 0,1

    F- 0 6,0

    OH- 0 11,81 0,03

    oxignio ao ferro efeito entrpico.

    2) Reaces com

    Reagente Fe (II) Fe(III)

    Cor Precipitado Cor Precipitado

    K4[Fe(CN)6] Azul escuro*

    No

    (mas deveria ter

    precipitado)**

    Azul escuro ++

    (azul da Prssia) Sim

    K3[Fe(CN)6] Azul escuro +

    (azul de Turnbull)*** sim

    Amarelo

    (amarelo da Prssia) Dissolveu

    *este composto branco em anaerobiose, sendo oxidado pelo oxignio

    **no se ter observado precipitado por no se ter adicionado quantidade suficiente de

    reagente

    ***com o tempo este azul transforma-se em azul da Prssia

  • 11

    Amarelo da Prssia um oxidante poderoso.

    K4[Fe(CN)6] - ferrocianeto de potssio, gera ies Fe2+

    Aps oxidao do ferro, formou-se ferrocianeto frrico (azul da Prssia), a partir de

    ferrocianeto ferroso.

    Forma-se o complexo ferrocianeto frrico.

    K3[Fe(CN)6] ferricianeto de potssio, gera ies Fe3+

    Primeiro formou-se um complexo azul, muito instvel, conhecido como azul de

    ferricianeto ferroso. Este complexo rapidamente convertido em

    ferrocianeto frrico (azul da Prssia).

    Forma-se um complexo chamado amarelo da Prssia, ferricianeto frrico.

    3) Complexo de fluoreto com ferro (III)

    Reagente Fe(III)

    Cor Precipitado

    NaF Transparente No

    + tiocianato de amnio Laranja escuro No

    + NaOH Laranja Sim

    NaF:

  • 12

    Obteve-se hexafluoro ferrato(III).

    +SCN-:

    no reage

    A cor laranja registada (quando a soluo se deveria ter mantido incolor) deve-se ao

    facto de algum do fluor no ter reagido com o ferro formando o complexo, reagindo antes com

    o tiocianato.

    +NaOH:

    A adio de NaOH leva formao de precipitado (hidrxido de ferro (III)) e leva o meio a

    ficar de novo incolor.

    complexo formado.

    De acordo com as posies relativas dos ligandos na srie espectroqumica, pode-se inferir

    que o ligando OH- possui a capacidade de substituir o F-, formando um complexo mais estvel,

    sendo um ligando mais forte. Comparando as constantes de estabilidade do complexo com os

    dois ligandos isto confirmado.

    Ligando Fora inica

    log (K) (25C)

    C2O42- 0,5 7,53 0,1

    SCN- 0 0,9 0,1

    F- 0 6,0

    OH- 0 11,81 0,03

    4) Reaco com o iodeto

  • 13

    Reagente Fe(III)

    Cor Precipitado

    KI Laranja No

    CHCl3 2 fases: aquosa superior amarela, orgnica inferior roxa Sim (fase orgnica)

    NaF + KI Incolor No

    CHCl3 Incolor (evidncia de separao por fases) No

    Reaces redox

    no reagiu

    Fe(III)+KI+CHCl3:

    A adio de CHCl3 provoca uma separao por fases, distinguindo-se uma fase aquosa

    superior e uma fase orgnica inferior;

    Extraiu-se o iodo para a fase orgnica pois este apolar - ocorre formao de

    precipitado na soluo violeta da fase orgnica, correspondente ao iodo;

    Em fase aquosa, observa-se o aparecimento de uma cor amarelo torrado diferente da

    caracterstica do Fe(III), que corresponde forma aquosa do Iodo molecular (I3-).

    Adio de Fe(III)+NaF+KI+CHCl3:

    Em primeiro lugar, o flor liga-se ao ferro formando um complexo incolor e muito

    estvel ( );

    A modificao do estado de complexao do ferro faz com que se crie uma resistncia

    reduo: modificado o potencial de reduo do ferro, aumentando-o para superior

    ao do iodeto e assim o iodeto no consegue reduzir o Fe3+.

  • 14

    Concluso

    Clculo do reagente limitante

    Reagente Massa (g) Massa Molecular

    (g/mol) Estequiometria Nmero de moles

    Sulfato de ferro amoniacal

    15,15 392,14 1 0,0386

    cido oxlico 7,54 126,07 1 0,0838

    Oxalato de potssio

    10,06 184,24 2 0,0273

    Perxido de hidrognio

    0,02 dm3 1,667 mol/dm3 0,5 0,08335

    Uma concentrao de peroxide de hidrognio 20 volumes equivalente a

    1.667 mol/dm3. Foram adicionados 20 mL deste reagente (0,002 dm3).

    Isto prova que o reagente limitante o oxalato de potssio;

    O oxalato de potssio doa ies oxalato, tal como o cido oxlico, que posteriormente

    adicionado na forma concentrada no h controlo sobre a quantidade de ies

    oxalato (a quantidade de ies oxalato pode advir de vrias espcies, sendo mais

    impreciso calcular o rendimento com o reagente limitante);

    Para maior preciso, no clculo do rendimento utilizou-se o sulfato de ferro amoniacal.

    Clculo do rendimento

    Composto modelo

  • 15

    A estrutura do complexo sintetizado pode de certa forma ser um modelo para

    simulao das propriedades do ferro em sistemas biolgicos, dado que o complexo est

    coordenado com oxignios (ambiente idntico ao que rodeia as molculas transportadoras de

    oxignio). Encontram-se semelhanas entre o complexo sintetizado e os siderforos.

    A formao de complexos de Ferro est dependente da fora dos ligandos (posio na

    srie espectroqumica)

    Quanto mais elevada a constante de estabilidade do complexo com dado ligando mais

    favorecida a sua formao.

  • 16

    MIOGLOBINA: EXTRACO, PURIFICAO E DOSEAMENTO DE PROTENA

    Introduo:

    Protena em estudo:

    Mioglobina:

    Protena hmica monomrica (uma s cadeia polipeptdica);

    Massa molecular de 16,7 kDa;

    A sua estrutura secundria consiste maioritariamente em hlices (cerca de 70%);

    Encontra-se no msculo cardaco e esqueltico;

    Funo primria armazenamento de oxignio (O2) e fornecimento do mesmo em

    caso de necessidade energtica;

    Possui 153 aminocidos e um nico grupo hmico (protoporfirina IX de ferro), que

    consiste na associao de uma porfirina com um tomo de ferro.

    Grupo heme:

    o O heme um grupo prosttico contendo um tomo de ferro,

    componente de muitas protenas.

    o O grupo heme constitudo por uma parte orgnica (protoporfirina) e

    por um tomo de ferro. A protoporfirina constituda por 4 anis

    pirrlicos, ligados por pontes de metano, para formar um anel

    tetrapirrlico. O tomo de ferro liga-se protoporfirina atravs de

    interaces com os tomos de azoto dos anis pirrlicos.

    o Em condies normais, o ferro encontra-se no estado de oxidao 2+,

    podendo formar duas ligaes extra, uma de cada lado do plano do

    grupo heme (5 e 6 posies de coordenao). Na mioglobina, a 5

    posio de coordenao vai ser ocupada pelo anel imidazole de um

    resduo de histidina (His-93) presente na cadeia polipeptdica

    (proximal histidine) e a 6 posio pode garantir a ligao ao oxignio.

    In vivo, a Mb existe maioritariamente em duas formas: desoxi-Mb (desoximioglobina),

    sem oxignio ligado, e oxi-Mb (oximioglobina). Fora de um sistema biolgico, a

    forma oxi-Mb (Fe2+-O2-Mb) pode ser convertida a met-Mb (Fe3+-H2O-Mb), atravs da

    libertao de uma molcula de O2 e ligao de H2O.

    Objectivo: Extrair e purificar a mioglobina a partir de tecido animal. Calcular a quantidade de

    mioglobina no tecido de partida.

    Tcnicas utilizadas:

    Centrifugao

    Uso da fora centrfuga para sapara partculas por sedimentao;

    Partculas de tamanhos diferentes sedimentam a velocidades diferentes;

    Espectroscopia UV-Visvel

  • 17

    Trata-se da espectroscopia de absoro em que so utilizados comprimentos de onda

    da regio do ultra violeta regio do visvel.

    Este mtodo consiste na medio da quantidade de radiao absorvida, traduzindo-se

    esta medio em valores de absorvncia. A maior aplicao deste mtodo a

    determinao de concentraes de compostos, e para esse efeito, utilizada a lei de

    Lambert-Beer, que nos d a concentrao da substncia em funo da absorvncia

    num determinado intervalo de linearidade (A=lc).

    Cromatografia de excluso molecular

    Separao dos agentes redox da mioglobina; Separao de molculas tendo por base o tamanho (Mr) e a forma (raio de Stokes) das

    molculas; Uso do Gel Sephadex G-25; Em primeiro lugar elui a Oxi-Mb e a Met-Mb e depois o agente oxidante ou redutor.

    Mtodo de Lowry

    Usado para a determinao da concentrao proteica, atravs da construo de rectas de calibrao;

    O princpio do mtodo baseia-se numa mistura contendo molibdato, tungstato e cido

    fosfrico, (reagente Folin-Ciocalteau), que sofre uma reduo quando reage com

    protenas, na presena do catalisador cobre(II), e produz um composto com absoro

    mxima em 750nm.

    um mtodo muito sensvel.

    Procedimento:

    Colocar 10 g de carne picada e 20 mL de tampo fosfatos

    (20mM pH 5,6) num tubo de centrfuga

    Misturar com uma vareta,

    durante cerca de 1 minuto.

    Centrifugar a 5000 rpm, durante 60

    minutos (Rotor JA-20)

    Remover e guardar o sobrenadante (S) com uma pipeta de

    Pasteur.

    Traar espectro UV/Vis (250-800 nm) de S, diluindo S 1:3

    com o tampo inicial

    Ler Abs a 635, 580, 542 e 505 nm. O restante

    sobrenadante dividido em duas

    partes

  • 18

    1. Serve para provocar a ruptura celular e promover a libertao da mioglobina. Deve

    evitar-se uma mistura agressiva ou prolongada pois pode libertar cidos gordos e/ou

    cidos nucleicos, o que indesejvel

    2. A centrifugao separa as partculas por sedimentao; devem equilibrar-se cada dois

    tubos diametralmente opostos antes de se por a centrifugar.

    3. No pipetar a camada superior acumulada, caso exista, pois trata-se de gordura que

    no interessa aproveitar.

    4. Os picos de absoro para os complexos de mioglobina so para a 635 e 505 nm (para

    a Met-Mb ou mioglobina oxidada) e 580, 542 (para a Oxi-Mb ou mioglobina

    reduzida), na regio do visvel.

  • 19

    Resultados:

    Tubos Absorvncias

    BSA Protena ( diluda 1:20) F1+F2*

    1 0,810 0,431 1,007

    2 0,742 0,383 0,902

    3 0,539 0,310 0,608

    4 0,327 0,258 0,341

    *Fraces recolhidas da coluna de filtrao em gel.

    1. Clculo da massa de protena total na carne

    Massa da carne: 10,07g

    [BSA] = 0,5 mg/mL

    BSA

    1- 200 L de BSA [] = 0,5 mg/mL Massa = 100 g

    2- 150 L de BSA + 50 L de gua [] = 0,375 mg/mL Massa = 75 g

    3- 100 L de BSA + 100 L de gua [] = 0,25 mg/mL Massa = 50 g

  • 20

    4- 50 L de BSA + 150 L de gua [] = 0,125 mg/mL Massa = 25 g

    TOTAL: 200 L + 2 mL de reagente C + 200 L de reagente D = 2,4 mL

    Ex. Clculo da massa do tubo 2:

    Curva de calibrao:

    Atravs da recta de calibrao calcula-se a massa de protena:

    Diluies:

    1

    2

    y = 0.0081x + 0.0766 R = 0.9525

    0

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    0 20 40 60 80 100 120

    Ab

    s

    Massa (mg)

    Curva de calibrao - BSA

  • 21

    3

    4

    Mdia dos valores de concentrao calculados: (0,219 + 0,252 + 0,288 + 0,448) / 4 = 0,3 mg/mL

    Na cuvette colocou-se 1 mL de uma soluo anterior com 2,4 mL. Calculou-se ento a massa

    de protena nessa soluo:

    0,3 mg 1 mL

    X 2,4 mL

    X = 0,72 mg de protena.

    0,1 mL da soluo de 2,4 mL foram retirados do sobrenadante diludo, que tinha 20 mL. Assim,

    no sobrenadante diludo tem-se:

    0,72 mg 0,1 mL

    Y 20 mL

    Y = 14,4 mg de protena.

    O sobrenadante tinha sofrido uma diluio de 1:20, logo a massa de protena no sobrenadante

    :

    14,4 mg 1 mL

    Z 20 mL

    Z = 288 mg de protena no sobrenadante.

  • 22

    2. Clculo da massa de mioglobina

    No clculo da massa de mioglobina, considera-se que toda a mioglobina que se aplicou na

    coluna cromatogrfica foi oxidada, logo a mioglobina oxidada equivale mioglobina total

    presente.

    Massa de protena na cuvette:

    Diluies:

    1

    2

    3

    4

    Mdia dos valores de concentrao calculados: (0,574 + 0,68 + 0,656 + 0,652) / 4 = 0,64 mg/mL

  • 23

    Na cuvette colocou-se 1 mL de uma soluo anterior com 2,4 mL. Calculou-se ento a massa

    de mioglobina nessa soluo:

    0,64 mg 1 mL

    X 2,4 mL

    X = 1,536 mg

    0,2 mL da soluo de 2,4 mL foram retirados de uma soluo de 10 mL. Assim, tem-se:

    1,536 mg 0,2 mL

    Y 10 mL

    Y = 76,8 mg

    Na coluna inseriu-se 1mL de sobrenadante diludo, da qual se retiraram 2 mL, pelo que a

    massa de protena no sobrenadante diludo :

    76,8 mg 1 mL

    Z 2 mL

    Z = 152,4 mg

    O sobrenadante tinha sofrido uma diluio de 1:20, logo a massa de mioglobina no

    sobrenadante :

  • 24

    152,4 mg 1 mL

    W 20 mL

    W = 3048 mg de mioglobina.

    Concluses:

    Massa de protena em 10g de carne: 288 mg

    Massa de mioglobina em 10g de carne: 3048 mg

    O resultado obtido no coerente, o que pode dever-se a erros experimentais e ao facto de

    nenhum valor de absorvncia da mioglobina estar contido na recta de calibrao com BSA,

    podendo estar o valor da massa de mioglobina sobrestimado.

    Dado que ocorreram erros experimentais e os valores das massas obtidos no so correctos,

    nada se pode concluir a partir do grau de pureza.

  • 25

    MIOGLOBINA: ESPECTROSCOPIA UV-VISVEL

    Introduo:

    Protena em estudo:

    Mioglobina:

    Protena hmica monomrica (uma s cadeia polipeptdica);

    Massa molecular de 16,7 kDa;

    A sua estrutura secundria consiste maioritariamente em hlices ;

    Encontra-se no msculo cardaco e esqueltico;

    Funo primria armazenamento de oxignio (O2) e fornecimento do mesmo em

    caso de necessidade energtica;

    Possui 153 aminocidos e um nico grupo hmico (protoporfirina IX de ferro), que

    consiste na associao de uma porfirina com um tomo de ferro.

    Grupo heme:

    o O heme um grupo prosttico contendo um tomo de ferro,

    componente de muitas protenas.

    o O grupo heme constitudo por uma parte orgnica (protoporfirina) e

    por um tomo de ferro. A protoporfirina constituda por 4 anis

    pirrlicos, ligados por pontes de metano, para formar um anel

    tetrapirrlico. O tomo de ferro liga-se protoporfirina atravs de

    interaces com os tomos de azoto dos anis pirrlicos. Em

    condies normais, o ferro encontra-se no estado de oxidao 2+,

    podendo formar duas ligaes extra, uma de cada lado do plano do

    grupo heme (5 e 6 posies de coordenao). Na mioglobina, a 5

    posio de coordenao vai ser ocupada pelo anel imidazole de um

    resduo de histidina (His-93) presente na cadeia polipeptdica

    (proximal histidine).

    In vivo, a Mb existe maioritariamente em duas formas: desoxi-Mb (desoximioglobina),

    sem oxignio ligado, e oxi-Mb (oximioglobina). No primeiro estado, a 6 posio de

    coordenao do ferro do heme encontra-se desocupada sendo que a ligao de uma

    molcula de O2 causa uma ligeira alterao conformacional, alterando o estado da

    mioglobina para oxi-Mb. Fora de um sistema biolgico, a forma oxi-Mb (Fe2+-O2-Mb)

    pode ser convertida a met-Mb (Fe3+-H2O-Mb), atravs da libertao de uma molcula

    de O2 e ligao de H2O.

    Oxi e Met Mioglobina

    Oxi-Mb

    Forma reduzida de Mb;

    Presente na superfcie da carne fresca - cor vermelha;

    O O2 liga-se na posio 6 de coordenao do ferro do grupo heme;

    Apresenta picos a 542 nm e 580 nm

  • 26

    Na regio de Soret os picos so a 417nm e 348nm.

    Met-Mb

    Forma oxidada de Mb;

    cor castanha;

    O H2O liga-se na posio 6 de coordenao do ferro do grupo heme;

    Forma-se nas zonas com baixa concentrao de O2 ;

    Apresenta picos a 504 nm e 635 nm;

    Na regio de Soret o pico a 409nm.

    Os picos da regio de Soret permitem encontrar a razo oxi-Mb/met-Mb.

    Reaces redox

    Pode ocorrer interconverso das formas Oxi a Met, por aco de agentes

    oxidantes (1), numa reaco onde um electro do ferro doado ao agente

    oxidante, ou de Met a Oxi por aco de agentes redutores (2), que doam um

    electro ao ferro.

    Objectivo: Extrair e identificar a oxi-Mb e a met-Mb atravs das suas propriedades espectrais.

    Estudo da reaco redox de interconverso.

    Tcnicas utilizadas:

    Centrifugao

    Uso da fora centrfuga para sapara partculas por sedimentao;

    Partculas de tamanhos diferentes sedimentam a velocidades diferentes;

    Espectroscopia UV-Visvel

    Trata-se da espectroscopia de absoro em que so utilizados comprimentos de onda

    da regio do ultra violeta regio do visvel.

    Este mtodo consiste na medio da quantidade de radiao absorvida, traduzindo-se

    esta medio em valores de absorvncia. A maior aplicao deste mtodo a

    determinao de concentraes de compostos, e para esse efeito, utilizada a lei de

    Lambert-Beer: A= lc, que nos d a concentrao da substncia em funo da

    absorvncia num determinado intervalo de linearidade.

  • 27

    Cromatografia de excluso molecular

    Separao dos agentes redox da mioglobina; Separao de molculas tendo por base o tamanho (Mr) e a forma (raio de Stokes) das

    molculas; Uso do Gel Sephadex G-25; Em primeiro lugar elui a Oxi-Mb e a Met-Mb e depois o agente oxidante ou redutor.

    Procedimento:

    5. Serve para provocar a ruptura celular e promover a libertao da mioglobina. Deve

    evitar-se uma mistura agressiva ou prolongada pois pode libertar cidos gordos e/ou

    cidos nucleicos, o que indesejvel

    6. A centrifugao separa as partculas por sedimentao; devem equilibrar-se cada dois

    tubos diametralmente opostos antes de se por a centrifugar.

    7. No pipetar a camada superior acumulada, caso exista, pois trata-se de gordura que

    no interessa aproveitar.

    8. Os picos de absoro para os complexos de mioglobina so para a 635 e 505 nm (para

    a Met-Mb ou mioglobina oxidada) e 580, 542 (para a Oxi-Mb ou mioglobina

    reduzida), na regio do visvel.

    Colocar 10 g de carne picada e 20 mL de tampo fosfatos

    (20mM pH 5,6) num tubo de centrfuga

    Misturar com uma vareta,

    durante cerca de 1 minuto.

    Centrifugar a 5000 rpm, durante 60

    minutos (Rotor JA-20)

    Remover e guardar o sobrenadante (S) com uma pipeta de

    Pasteur.

    Traar espectro UV/Vis (250-800 nm) de S, diluindo S 1:3

    com o tampo inicial

    Ler Abs a 635, 580, 542 e 505 nm. O restante

    sobrenadante dividido em duas

    partes

  • 28

  • 29

    Resultados:

    Espectro experimental da mioglobina:

    Os picos 33, 35 e 36 so caractersticos da forma reduzida da mioglobina, Oxi-Mb,

    sendo que pico 33 corresponde zona de Soret.

    O pico 34 caracteristico da forma oxidada da Mioglobina, Met-Mb, correspondendo

    ao seu pico na zona de Soret.

    Espectro experimental da mioglobina oxidada (Met-Mb):

    Os picos observados, 405, 575 e 623, so os correspondentes aos tericos nos

    comprimentos de onda 409, 504 e 635.

    Foi ainda medida a absorvncia a 409 nm, correspondente ao pico terico da zona de

    Soret da Met-Mb, tendo sido obtido o valor de 1,945.

    Espectro experimental da mioglobina reduzida (Oxi-Mb):

    Os picos observados, 411, 539 e 577, so os correspondentes aos tericos nos

    comprimentos de onda 417, 542 e 580.

    Foi ainda medida a absorvncia a 417 nm, correspondente ao pico terico da zona de

    Soret da Oxi-Mb, tendo sido obtido o valor de 1,386.

  • 30

    Comprimento de onda Abs sobrenadante Abs Oxi-Mb Abs Met-Mb

    409 1,870 1,392 1,945

    417 1,848 1,386 1,412

    505 0,455 0,215 0,332

    542 0,488 0,244 0,272

    546 - 0,239 0,266

    580 0,451 0,221 0,222

    635 0,311 0,109 0,194

    Clculo da concentrao de Oxi-Mb e Met-Mb na amostra inicial

    Primeiro foram calculadas as concentraes para a Oxi-Mb e Met-Mb que foram

    isoladas a partir da cromatografia de excluso molecular. Os valores de para a Oxi-Mb e

    de para a Met-Mb foram retirados do protocolo experimental.

    [Oxi-Mb] a 417 nm

    Como se realizou previamente uma diluio 1:3, a concentrao de Met-Mb na

    amostra inicial ser ento trs vezes a calculada acima

    [Met-Mb] a 409 nm

    Como se realizou previamente uma diluio 1:3, a concentrao de Met-Mb na

    amostra inicial ser ento trs vezes a calculada acima

    [Oxi-Mb] e [Met-Mb] na amostra inicial (sobrenadante)

    Valores de

    Oxi-Mb

  • 31

    Os valores utilizados so correspondentes absorvncia da Oxi-Mb a 409 nm e [Oxi-

    Mb] calculada anteriormente.

    Met-Mb

    Os valores utilizados so correspondentes absorvncia da Met-Mb a 417 nm e

    [Met-Mb] calculada anteriormente.

    Clculo das concentraes na amostra inicial

    Valores de absorvncia do sobrenadante a 409 e 417 nm.

    Como se realizou previamente uma diluio 1:3, as concentraes na amostra inicial

    sero ento trs vezes a calculada acima

  • 32

    Razo Oxi-Mb/Met -Mb

    A mioglobina encontra-se maioritariamente na sua forma reduzida, Oxi-Mb, onde uma

    molcula de O2 se liga na posio 6 de coordenao do ferro do grupo heme.

    Concluses:

    A mioglobina encontra-se maioritariamente na sua forma reduzida, Oxi-Mb, onde uma

    molcula de O2 se liga na posio 6 de coordenao do ferro do grupo heme.

    Pelos espectros obtidos verificou-se um sucesso parcial da extraco da mioglobina

    reduzida e oxidada;

    No espectro da mioglobina oxidada os picos de absoro so aos comprimentos de

    onda 575 e 623 nm e deveriam ser a 504 e 635 nm;

    No espectro da mioglobina reduzida os picos de absoro so aos comprimentos de

    onda 539 e 577 nm e deveriam ser a 542 e 580 nm;

    Os picos das bandas de Soret da mioglobina oxidada so: Terico - 409, prtico 405;

    Os picos das bandas de Soret da mioglobina reduzida so: Terico - 417, prtico 411;

    Apesar dos valores no corresponderem exactamente , verificou-se para o espectro da

    Met-Mb o desaparecimento dos picos de absoro da Oxi-Mb e vice-versa, revelando

    que no h contaminao das fraces obtidas.

  • 33

    FTIR E FLUORESCNCIA

    Introduo:

    Luminescncia: Emisso de luz a partir de uma substncia que ocorre a partir de estados

    excitados. formalmente dividida em duas categorias Fosforescncia e Fluorescncia

    dependendo da natureza do estado excitado.

    A fosforescncia a emisso de luz a partir da excitao de um electro para um

    estado de tripleto excitado. O electro excitado tem o mesmo spin que o seu par da

    orbital do estado fundamental. As transies para o estado fundamental so proibidas

    - no tem - e as taxas de emisso so muito lentas, por isso os

    tempos de vida da fosforescncia so tipicamente entre milissegundos e segundos.

    A fluorescncia a emisso de luz a partir da excitao de um electro para um estado

    de singuleto excitado. O electro excitado tem spin oposto do seu par do estado

    fundamental. Consequentemente, o regresso ao estado fundamental permitido h

    e ocorre rapidamente pela emisso de um foto. As taxas de

    emisso so tipicamente de 108 s-1, pelo que o tempo de vida tpico da fluorescncia

    cerca de 10 ns (10 x 10-9 s).

    Fluorescncia

    Serve para o estudo de molculas biolgicas (estado das membranas

    biolgicas, vesculas, protenas clulas vivas, etc.).

    um processo com grande sensibilidade de deteco, sendo possvel trabalhar

    a muito baixas concentraes.

    Quando comparado com o doseamento espectrofotomtrico mais sensvel j

    que reflecte as propriedades do microambiente da molcula no estado

    excitado sendo que este influenciado pelo pH, temperatura, presso,

    ligaes de hidrognio.

    A fluorescncia ocorre tipicamente a partir de compostos aromticos, como os

    apresentados na figura abaixo.

  • 34

    O processo que ocorre entre a absoro e emisso de luz usualmente descrito pelo

    diagrama de Jablonski:

    S0, S1 e S2 correspondem respectivamente ao estado fundamental, primeiro e segundo

    nveis de energia. Em cada um destes nveis electrnicos os fluorforos (molcula ou parte de

    uma molcula que emite fluorescncia seguindo a excitao com a luz) podem existir em

    diferentes nveis de energia vibracionais (0, 1, 2, etc.). As transies entre estados so

    representadas como linhas verticais.

    Um fluorforo geralmente excitado para nveis vibracionais elevados de S1 ou S2.

    Com algumas excepes, as molculas so rapidamente relaxadas para o estado vibracional

    mais baixo de S1. Este processo denominado converso interna e ocorre em cerca de 10-12s

    ou menos. Como os tempos de vida da fluorescncia so geralmente cerca de 10-8s, a

    converso interna completada antes da emisso.

    O regresso ao estado fundamental ocorre tipicamente de um estado excitado

    vibracional baixo de S1 para os nveis vibracionais altos de S0, com a emisso de fotes.

    Rapidamente o electro passa para os nveis vibracionais baixos de S0, voltando ao estado

    fundamental.

  • 35

    As molculas do estado S1 podem sofrer uma converso de spin para o primeiro estado

    tripleto (T1). A emisso a partir de T1 a fosforescncia. A converso de S1 para T1

    denominada cruzamento inter-sistemas (ocorre entre dois estados vibracionais isoenergticos

    pertencentes a estados electrnicos com diferentes multiplicidades).

    Caractersticas da Fluorescncia:

    Efeito da polaridade do solvente

    A polaridade do solvente e o microambiente tm profundos efeitos nos espectros de

    emisso dos fluorforos.

    o Desvio de Stokes

    Geralmente o comprimento de onda de emisso maior do que o de excitao.

    Uma causa habitual para o desvio de Stokes o rpido decaimento para o nvel

    vibracional mais baixo de S1. Os fluorforos geralmente passam para os nveis vibracionais

    mais elevados de S0, resultando numa posterior perda de energia de excitao. Para alm

    destes efeitos, os fluorforos podem sofrer desvios de Stokes devido a efeitos dos solventes,

    reaces do estado excitado, formaes de complexos e transferncia de energia.

    Os efeitos do solvente diminuem a energia de emisso devido estabilizao do

    estado excitado pelas molculas do solvente polar. O fluorforo tem um maior momento

    dipolar no estado excitado (E) do que no estado fundamental (G). Depois da excitao os

    dipolos do solvente podem reorientar-se ou sofrer relaxao volta de E, o que diminui a

    energia do estado excitado. medida que a polaridade do solvente aumenta, este efeito

    tambm aumentado, resultando numa emisso a menor energia. Por esta razo, quando se

    altera a polaridade do solvente, os espectros de emisso sofrem desvios. Em geral, apenas

    fluorforos que so polares tm uma grande sensibilidade a solventes polares. Os fluorforos

    apolares no sofrem desvios de Stokes com a variao da polaridade do solvente.

    O tempo de vida de fluorescncia geralmente muito maior do que o tempo

    necessrio para a relaxao do solvente. Por esta razo, as molculas do solvente reorientam-

    se volta do dipolo do fluorforo, e do-se desvios nos espectros de emisso. Assim, estes

    espectros so muito mais sensveis ao ambiente e polaridade do solvente do que os

    espectros de absoro/excitao.

    A absoro/excitao ocorre a uma velocidade muito grande, pelo que no h tempo

    para que as molculas do solvente se reorganizem, no havendo desvios nos espectros que se

    obtm.

  • 36

    Excepes Regra da Imagem no Espelho

    Geralmente os espectros de absoro e emisso so a imagem um do outro no

    espelho. No entanto, existem vrias excepes a regra que se devem aos seguintes factores:

    o A emisso d-se a partir duma espcie diferente da espcie que absorveu o foto (isto

    , d-se uma reaco no estado excitado). A emisso d-se sempre a partir da espcie

    protonada, logo, no caso desta excepo, a espcie protonada no a que recebeu o

    foto;

    o A emisso d-se a partir dum estado diferente daquele que resultou da absoro (a

    emisso d-se geralmente a partir de S1, logo, neste caso, a molcula pode ter sido

    excitada para S2);

    o O espectro de absoro corresponde a duas transies quase iso-energticas (como

    por exemplo o caso do Triptofano, em que ocorre transio entre dois estados

    singuletos excitados de baixa energia).

  • 37

    Tempos de vida de Fluorescncia e Rendimento Quntico

    O tempo de vida (tempo que a molcula passa no estado excitado antes de regressar

    ao estado fundamental) e o rendimento quntico (nmero de fotes emitidos por nmero de

    fotes absorvidos) so caractersticas muito importantes de um fluorforo. Substncias com

    maiores rendimentos qunticos tm maiores emisses (mais brilhantes). O tempo de vida

    determina o tempo disponvel para o fluorforo interagir ou difundir-se no meio e por isso

    fornece informao sobre a sua emisso.

    Espectrofluormetro

    Com a maior parte dos espectrofluormetros possvel registar os espectros de

    emisso e excitao. Estes espectros podem ser apresentados em escalas de comprimentos de

    onda ou de nmeros de onda.

    Para a maior parte dos fluorforos os rendimentos qunticos e os espectros de

    emisso so independentes do comprimento de onda de excitao.

    Num caso ideal, os espectros de excitao e emisso devem representar a intensidade

    componentes individuais devem ter as seguintes caractersticas:

    A fonte de luz deve produzir uma emisso constante de fotes a todos os

    comprimentos de onda;

    O monocromador deve passar fotes de todos os comprimentos de onda com a

    mesma eficincia;

    A eficincia do monocromador deve ser independente da polarizao;

    O detector (tubo fotomultiplicador) deve detectar fotes de todos os comprimentos

    de onda com igual eficcia.

  • 38

    Espectros de excitao e emisso

    O espectro de fluorescncia geralmente apresentado como espectro de emisso (intensidade de fluorescncia vs. nmero de onda). Este espectro varia muito e depende da estrutura qumica do fluorforo e do solvente no qual se dissolve.

    Espectro de emisso

    Representa a frequncia de fotes emitidos ou energia emitida a cada

    comprimento de onda.

    Para o traar, escolhido um comprimento de onda de excitao fixo, e de

    seguida percorrido toda a gama de comprimento de onda pelo

    monocromador de excitao.

    Razes de distoro do espectro:

    o Dependncia da eficincia da emisso da energia por parte do

    monocromador de emisso e do fotomultiplicador;

    o Absoro de radiao por parte da amostra.

    Espectro de excitao

    Representa a emisso relativa do fluorforo a cada comprimento de onda de

    excitao.

  • 39

    Para o traar, o monocromador de emisso calibrado ao comprimento de

    onda de emisso mximo da amostra, e faz-se correr a gama de comprimentos

    de onda pelo monocromador de excitao.

    Razes de distoro do espectro:

    o A intensidade da luz da fonte de excitao est dependente da gama

    de comprimentos de onda;

    o A eficincia da transmisso do monocromador de excitao deve-se

    tambm gama de comprimento de onda;

    o A substncia pode ter absorvncia superior.

    Fluorescncia de protenas - O triptofano como composto modelo

    Nas protenas h trs aminocidos fluorescentes: fenilalanina, tirosina e triptofano.

    Estes aminocidos so relativamente raros nas protenas. O triptofano o fluorforo

    intrnseco dominante. O nmero reduzido de resduos de triptofano provavelmente o

    resultado do custo metablico da sua sntese. Uma protena pode ter apenas um ou alguns

    resduos de triptofano, o que facilita a interpretao dos dados do espectro.

    Um factor importante a sensibilidade do triptofano ao seu microambiente.

    Alteraes no espectro de emisso do triptofano ocorrem frequentemente devido a

    modificaes conformacionais, ligao a substratos ou desnaturao. Este resduo sensvel a

    ligae

    laterais.

    Um factor que complica a interpretao da fluorescncia das protenas a presena

    dos vrios aminocidos fluorescentes na maioria das protenas. No entanto os espectros de

    emisso das protenas so dominados pelo triptofano que absorve e emite a maiores

    comprimentos de onda e numa gama de comprimentos de onda maior. O triptofano tem um

    maior coeficiente de absortividade molar. A energia absorvida pela fenilalanina e tirosina

    muitas vezes transferida para os resduos de triptofano da mesma protena.

    A excitao das protenas geralmente ocorre a um mximo prximo de 280 nm.

    Consequentemente, a fenilalanina no excitada nesta experincia, e como o seu rendimento

    quntico muito pequeno, a emisso deste resduo raramente observada para protenas. A

    absoro de protenas a 280 nm deve-se aos resduos de tirosina e triptofano. A comprimentos

    de onda de 295 nm ou superior, a absoro deve-se principalmente ao triptofano. Este resduo

    pode ser selectivamente excitado a comprimentos de onda entre 295 e 305 nm. Por esta

  • 40

    razo, efectuou-se a excitao da mioglobina a 295 nm e no no mximo de excitao do

    triptofano, evitando-se a excitao da tirosina e da fenilalanina (os outros resduos

    fluorescentes). Assim, a 295 nm apenas o triptofano emite e por isso evita-se coalescncia de

    espectros.

    H, no entanto, um problema quando existem vrios resduos de triptofano em

    soluo: os espectros de emisso dos diferentes resduos ficam sobrepostos, cada um com um

    microambiente nico.

    Fluorescncia da Mioglobina

    A mioglobina uma protena com dois resduos de triptofano (Trp-7 e Trp-14) que se

    encontram no interior hidrfobo da protena. Quando a protena desnaturada, estes resduos

    so expostos ao solvente e como so fluorforos polares, sofrem desvio de Stokes, havendo

    desvios nos espectros de emisso da mioglobina quando esta se encontra no estado nativo e

    desnaturado.

    FTIR

    FTIR - tcnica

    Apesar de existirem tcnicas que fornecem informao mais detalhada sobre a

    estrutura de protenas (como a cristalografia de raios X), estas muitas vezes no podem ser

    aplicadas visto que as protenas nem sempre formam um cristal de qualidade suficiente para

    anlise. A tcnica de FTIR d tambm informao sobre a estrutura secundria, enquanto que

    a cristalografia de raios X e outras tcnicas fornecem informaes sobre a estrutura terciria.

  • 41

    FTIR (Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier) uma tcnica que

    realiza a medio do comprimento de onda e da intensidade de absoro em infravermelho

    por uma amostra. Compostos diferentes tm bandas de absoro caractersticas no espectro

    IV.

    Um monocromador desnecessrio, pois faz-se uso de um interfermetro que encripta

    todas as frequncias da radiao IV num sinal nico. A radiao incidente divida em dois

    feixes (beamsplitter) e o espelho mvel provoca a alterao da distncia percorrida que leva

    interferncia entre os dois feixes.

    A radiao infravermelha passa pela amostra, com alguma a ser absorvida e outra a ser

    transmitida. O interferograma resultante representa todas as frequncias medidas

    simultaneamente e todos os seus pontos tm informao codificada.

    Por fim, aplica-se a transformada de Fourier no interferograma final, obtendo-se o

    espectro.

    Bandas do espectro

    As bandas observadas nos espectros IV devem-se aos movimentos vibracionais dos tomos

    nas molculas que faam variar o seu momento dipolar permanente,

    Existem vrias bandas caractersticas de aminocidos especficos, no entanto as mais

    importantes referentes s ligaes peptdicas e que permitem um estudo da estrutura

    secundria so a Amida I e a Amida II, pois relacionam-se com as ligaes por pontes de

    hidrognio estabelecidas.

    A banda amida I deve-se s vibraes stretching (elongamento) da ligao C dupla O do

    grupo amida; o nmero de onda dos fotes absorvidos 1600-1690 cm-1

    A banda amida II - deve-se s vibraes bending (dobramento) da ligao NH ; o nmero

    de onda dos fotes absorvidos 1480-1575 cm-1

    Ambos os grupos esto envolvidos em ligaes por pontes de hidrognio, que ocorrem

    entre diferentes elementos de estrutura secundria. Assim, a existncia deste tipo de bandas e

    sua posterior anlise em certos nmeros de onda especficos indicam que tipo de estrutura

    secundria est presente.

    Amida I vs Amida II

    A regio do espectro mais sensvel estrutura secundria das protenas a banda da

    Amida I (1700-1600 cm-1), resultante inteiramente do stretching da ligao C=O das ligaes

    peptdicas. As frequncias dos componentes esto relacionados com cada tipo de motivo

    estrutural secundrio.

  • 42

    Por outro lado, a banda Amida II deriva maioritariamente do bending da ligao no

    plano NH e da vibrao do stretching do CN, o que mostra muito menos sensibilidade

    conformao proteica.

    Mtodos de melhoramento dos espectros

    H dificuldades na anlise da banda de amida I para identificao de estruturas

    secundrias, devido s diferenas de frequncia serem muito pequenas em relao largura

    da banda; assim obtm-se um s pico irregular em vez de vrios para cada tipo de estrutura

    secundria. Tm vindo a ser desenvolvidos mtodos para melhorar este aspecto como o

    mtodo de desconvoluo de Fourier e o das segundas derivadas.

    FTIR e mioglobina e -globulina

    Nesta actividade experimental pretendia-se identificar as bandas da Amida I que

    permitissem identificar as estruturas secundrias da mioglobina e comparar com as da -

    globulina.

    A mioglobina uma protena cuja estrutura secundria constituda maioritariamente por

    hlices , portanto, no espectro de FTIR esperado que o mnimo de absoro seja para

    nmero de onda 1656 cm-1 (nmero de onda atribudo estrutura de hlices em H2O).

    A -globulina uma protena cuja estrutura secundria constituda maioritariamente por

    folhas ; no espectro de FTIR esperado que os valores mnimos de absoro sejam para

    nmeros de onda: 1624, 1627, 1633, 1638, 1642, 1691 e 1696 cm-1 e 1642 (nmeros de onda

    atribudos estrutura de folhas em H2O).

    Procedimento:

    Espectros de excitao e emisso de fluorescncia do triptofano e da mioglobina

  • 43

  • 44

    Resultados:

    Espectros de fluorescncia do triptofano

    No se observaram diferenas significativas nos espectros de excitao do triptofano.

  • 45

    O espectro de emisso do triptofano em etanol tem um mximo a 335 nm e o do

    triptofano em tampo fosfatos a 350 nm. Estes espectros sofrem o efeito de relaxao do

    solvente.

    A relaxao do solvente consiste na estabilizao das molculas no estado excitado

    por interaco com as molculas do solvente, sendo este efeito maior quanto maior for a

    polaridade do composto em causa. Como o tampo de fosfatos mais polar que o etanol o

    estado excitado do triptofano em tampo menos energtico e por isso o espectro de

    emisso a comprimentos de onda maiores, sendo o do etanol a comprimentos de onda

    menores.

    Isto s acontece porque o momento dipolar da molcula no estado excitado maior

    do que no estado fundamental.

    Por a emisso em fluorescncia ser mais lenta que a excitao, pode dizer-se que os

    espectros de emisso so mais sensveis ao ambiente, permitindo, por exemplo, a

    reorientao do solvente (efeito de relaxao do solvente).

    Espectros de fluorescncia da mioglobina

    No intervalo de comprimentos de onda utilizado, apenas o triptofano (dos trs

    aminocidos aromticos) fluorescente - causa a fluorescncia da mioglobina.

    O mximo da mioglobina nativa semelhante ao mximo de triptofano em etanol,

    pois quando a protena se encontra no estado nativo os resduos de triptofano (os dois que a

    mioglobina possui) esto num microambiente relativamente apolar, no interior da protena.

    O espectro de emisso da mioglobina desnaturada semelhante ao do triptofano em

    tampo, pois ocorre desnaturao da mioglobina, ficando os resduos de triptofano sujeitos a

    um microambiente polar, semelhante ao triptofano em tampo.

    Variao da intensidade de fluorescncia da mioglobina com o pH

    Existe um mximo de intensidade de fluorescncia em redor do pH 4, um mnimo de

    intensidade de fluorescncia em redor de pH 6 e a partir da uma nova subida da

    intensidade.

  • 46

    pH 3.5: a diminuio da fluorescncia pode dever-se protonao de um carboxilo

    prximo, j que os dados no indicam que ocorram mudanas conformacionais;

    pH 4: mximo de fluorescncia

    pH 6: mnimo de fluorescncia porque o pKa da histidina prximo de 6 e a este pH

    a cadeia lateral do resduo protonada; quando isto ocorre a intensidade da

    fluorescncia diminuda;

    pH 7 : estabilizao devido desprotonao de outros resduos de aminocidos;

    Diminuindo o pH: aumento da fluorescncia, devido ao desenrolamento da protena,

    que leva ao afastamento dos resduos de histidina e triptofano; os resduos de

    triptofano ficam mais expostos, havendo um aumento da intensidade de

    fluorescncia.

    Comparao com grfico para a apomioglobina

    As observaes feitas na aula so semelhantes s obtidas por Irace e colaboradores,

    embora no artigo de Irace se tenha usado apomioglobina.

    Comparao com grfico de Gryczynski e colaboradores

    O grfico de Gryczynski e colaboradores foi feito para a mioglobina de corao de

    cavalo

    O desvio que se observa entre os espectros de pH 7 e pH 4,5 na zona do IV prova o

    desenrolamento da protena, verificado tambm para o grfico de Gryczynski .

    Ao dar-se o desenrolamento, os resduos ficam mais expostos, havendo um aumento

    na intensidade de fluorescncia.

    FTIR

    Ftir mioglobina

    Nmero de onda ( Banda caracterstica

    1536.99 Amida II

    1656.56 Amida I (hlice )

    3299.92 Amida A

    Ftir globulina

    Nmero de onda ( Banda caracterstica

    615,18 Amida V

  • 47

    1236.15 Amida III

    1531.21 Amida II

    1643.06 Amida I (folha )

    3286.12 Amida A

    Comparao da estrutura secundria das protenas obtida atravs de FTIR e de cristalografia

    de raio-X

    A -globulina uma imunoglobulina pelo que foi usada a informao relativa

    imunoglobulina G para comparao.

    Os resultados obtidos por FTIR esto consistentes com a tabela apresentada, no entanto

    no se encontraram folhas na mioglobina

    Concluso:

    A -globulina uma imunoglobulina pelo que foi usada a informao relativa

    imunoglobulina G para comparao;

    Os resultados obtidos por FTIR esto consistentes com a tabela apresentada, no

    entanto no se encontraram folhas na mioglobina.

    As tcnicas de fluorescncia e de FTIR complementam-se;

    A primeira fornece informao acerca da constituio em resduos de aminocidos da

    protena e o microambiente onde se encontram inseridos;

    A segunda garante uma viso sobre a estrutura secundria da protena, conseguindo

    assim atravs da utilizao destas duas tcnicas uma viso nica sobre a estrutura

    tridimensional da protena em estudo.

  • 48

    RESPIRAO MITOCONDRIAL RAZO ADP/O E RAZO DE CONTROLO RESPIRATRIO

    1. Introduo

    Transporte electrnico e fosforilao oxidativa

    A fosforilao oxidativa uma via metablica que utiliza a oxidao final de glcidos,

    lpidos e protenas (e a energia libertada nestas reaces de oxidao-reduo) para produzir

    ATP, atravs da fosforilao de ADP. Este processo ocorre nos mitocndrios. Nesta via ocorre

    transferncia de electres a partir de doadores electrnicos at aceitadores electrnicos finais,

    como o oxignio transporte electrnico.

    A cadeia respiratria pode ser separada em 4 complexos enzimticos:

    NADH-Ubiquinona Redutase (Complexo I)

    Succinato-Ubiquinona Redutase (Complexo II)

    Ubiquinol-citocromo c Redutase (Complexo III)

    Citocromo c Oxidase (Complexo IV)

    Em plantas, so ainda encontradas algumas actividades alternativas aos principais

    complexos da cadeia respiratria duas actividades de NADH desidrogenase (uma associada

    zona interna da membrana interna e outra zona externa da membrana interna) e uma

    actividade alternativa de oxidase.

    Estes complexos, na presena de ubiquinona e de citocromo c, catalisam a oxidao

    aerbia do NADH e do sucinato - os complexos I e II catalisam a transferncia electrnica para

    a ubiquinona a partir de dois doadores de electres diferentes: NADH (complexo I) e sucinato

    (complexo II). O complexo III leva electres da ubiquinona reduzida ao citocromo c e o

    complexo IV completa a sequencia transferindo os electres do citocromo c para o O2.

    Fosforilao oxidativa o acoplamento do transporte electrnico com a sntese de

    ATP

    Os complexos I, III e IV so centros de acoplamento de energia. Nestes centros de

    acoplamento, a energia libertada durante o transporte electrnico conservada atravs da sua

    converso numa fora motriz protnica utilizada para bombear protes para fora da matriz

    mitocondrial (espao intermembranar), ocorrendo assim uma translocao vectorial de

  • 49

    protes e a formao de um potencial electroqumico protnico de membrana, podendo

    ento essa energia ser usada para a sntese do ATP. Esta sntese catalisada por um complexo

    multienzimtico, Complexo V ou ATPsintase.

    Inibidores e desacopladores

    A fosforilao oxidativa pode ser inibida directamente por uma srie de agentes qumicos.

    Uma classe destes compostos (caso do antibitico oligomicina) inibe a fosforilao oxidativa e

    a respirao. Uma segunda classe de agentes (caso do m-clorocarbonilocianetofenilo-

    hidrazona (CCP) e 2,4-dinitrofenol (DNP)) provoca a inibio da fosforilao por

    desacoplamento, ou seja, continua a ocorrer respirao e fluxo de electres mas no ocorre

    sntese de ATP (h inibio da fosforilao oxidativa mas no da respirao). Uma terceira

    classe inclui os inibidores especficos da cadeia de transporte electrnico (rotenona, antimicina

    A, cianeto).

    Controlo respiratrio

    O sistema de fosforilao oxidativa exerce um efeito regulador na velocidade de

    respirao. Com efeito, as concentraes de ADP e de fosfato limitam a velocidade de

    transporte electrnico. Uma vez que na maioria das clulas o fosfato inorgnico se encontra

    presente em excesso, o ADP que controla a velocidade de respirao. Nos organismos

    intactos, existe um alto grau de controlo respiratrio e os mitocndrios dizem-se fortemente

    acoplados. Quando ocorre dano estrutural no mitocndrio perde-se este controlo.

    RC (respiratory control) refere-se razo entre as velocidades de consumo de O2 no estado e no estado 4.

  • 50

    O controlo respitatrio pode ser ilustrado por uma srie de cinco estados que se

    podem repetir ciclicamente.

    estado 1 mitocndrios sozinhos (na presena de Pi)

    estado 2 - adio de substrato, respirao baixa devido falta de ADP (no h reentrada

    de protes atravs do ATP sintase e qualquer respirao deve-se fuga de protes atravs

    da membrana)

    estado 3 uma quantidade limitada de ADP adicionada, permitindo uma respirao

    rpida

    estado 4 - todo o ADP foi convertido em ATP (fosforilao) e a respirao torna-se lenta

    estado 5 anoxia (ausncia de O2)

    Se a quantidade de ADP adicionado for conhecida ento a captao de oxignio

    durante o estado 3 pode ser quantificada permitindo o clculo de uma razo P/O.

    Razo ADP/O

    A razo ADP/O o nmero de moles de ADP fosforiladas a ATP por cada dois electres

    fluindo por um segmento da transferncia electrnica para o oxignio. No clculo desta razo

    o oxignio o terminal aceitador.

    Razes P/O podem ser determinadas atravs da extenso do estado trs acelerado,

    obtido por adio de ADP no estado 2. Quase todo o ADP fosforilado a ATP: a razo ATP:ADP

    normalmente de 100:1 quando o estado 4 atingido e a razo moles de ADP

    adicionado/moles de O2 consumido pode ser calculada.

  • 51

    Tcnicas

    O elctrodo de oxignio

    Este elctrodo consiste num elctrodo de referncia de Ag/AgCl e um elctrodo de Pt,

    ambos imersos em KCl aquoso e separados da cmara onde se inserem as amostras apenas

    atravs de uma membrana permevel a O2. Este reduzido a H2O no elctrodo de Pt, gerando

    uma voltagem referente ao elctrodo de Ag/AgCl que proporcional [O2] na cmara

    reaccional.

    Ctodo:

    O2 + 4e- 2H2O

    nodo:

    4Ag+ + 4Cl- 4AgCl + 4e-

  • 52

    Objectivos:

    1. A extenso da fosforilao obtida com diferentes substratos (razo ADP/O)

    2. O grau de controlo respiratrio

    3. O efeito de diversos inibidores e de um desacoplador da cadeia de transporte electrnico

    2. Procedimento

    Isolamento dos mitocndrios de batata

    importante ter em conta que, sendo uma experincia em que se pretende manter a

    actividade mitocondrial, todas as operaes devem ser feitas entre 0 e 4C e o processo no

    deve demorar mais que 1h.

    Nesta actividade experimental a primeira parte foi o isolamento dos mitocondrios de

    batata, comeando por se pesar 300g de batata e cort-la em cubos pequenos.

    De seguida efectuou-se a homogeneizao em 250 mL de meio de isolamento num

    batedor elctrico, durante apenas 2 segundos para evitar danificar estruturas e perda de

    actividade.

    Procedeu-se filtrao num funil de Buckner com uma camada de gaze e posterior

    centrifugao.

    Aps a 1centrifugao aproveitou-se o sobrenadante e voltou-se a centriguar a

    8000g durante 10 minutos e a 4 graus. Desta vez aproveitou-se o pellet, ressuspendendo-o em

    meio de lavagem, juntando-se o contedo de diferentes tubos (dos vrios grupos).

    Centrifugou-se novamente nas mesmas condies, aproveitou-se o pellet, ressuspendeu-se em

    meio de ressuspenso e prosseguiu-se ltima centrifugao tambm a 8000g, 4 graus e

    durante 10 minutos. Retirou-se o sobrenadante e ressuspendeu-se o pellet em 4-5 mL de meio

    de ressuspenso.

    Obteve-se assim a fraco mitocondrial a ser usada no procedimento seguinte.

    Os meios utilizados foram os de isolamento, lavagem e ressuspenso. Estes meios

    contm alguns componentes com concentraes adequadas para manter a actividade

    mitocondrial.

    O pH 6,5 o mais adequado, o manitol 0,7 M permite a manuteno da osmoralidade

    do meio, a cistena previne a oxidao de produtos fenlicos prejudiciais ao mitocndrio, a BSA

    (soro de albumina bovina) leva a maior controlo respiratrio pelo ADP e o EDTA remove

    metais catalisadores de reaces indesejveis, mas inibe a respirao induzida pela cistena,

    pelo que adicionado em concentrao baixa.

  • 53

    Determinao das razes ADP/O

    Para determinar as razes ADP/O prepararam-se vrias solues: meio recacional,

    substratos, ADP e o inibidor CCP.

    Procedeu-se calibrao do elctrodo de oxignio temperatura ambiente. De

    seguida saturou-se o meio de reaco com ar, num agitador magntico a 20 graus.

    Depois deste processo adicionou-se cmara reaccional 1,6 mL do meio reaccional e

    0,2 mL de suspenso mitocondrial. Colocou-se de seguida a tampa para que o tampo subisse

    1cm no canal de injeco e iniciou-se o registo at obteno de uma linha de base

    estacionria.

    Iniciou-se o primeiro ensaio com a adio de 20 L de succinato de sdio (substrato),

    registou-se uns minutos e adicionou-se 20 L ADP, prosseguindo com o registo at o seu

    consumo, quando se adiciona novamente 20 L ADP. Regista-se mais um minuto e adiciona-se

    CCP (inibidor). Por fim removeu-se a mistura da cmara por aspirao, limpando e enchendo a

    cmara com gua desionizada.

    No ensaio seguinte o processo o mesmo mas com a adio de + 20 L de ascorbato

    de sdio+ 20 L de citocromo c 10 mg/mL como substratos.

  • 54

    3. Resultados

    Calibrao do elctrodo

    Calibrou-se o elctrodo de oxignio e determinaram-se as concentraes de oxignio

    correspondentes a 0% e 100% de O2. Foi calibrado a 100% com o meio reaccional oxigenado

    por agitao e a 0% com o reagente ditionito de sdio.

    No protocolo fornecida uma tabela que nos d informao sobre contedo em O2 de

    gua saturada com ar:

    Tabela 1 - Contedo em O2 de gua saturada com ar.

    Temperatura (oC) O2 (ppm) O2 (

    0 14,16 0,442 5 14,37 0,386 10 10,92 0,341 15 9,76 0,305 20 8,84 0,276 25 8,11 0,253 30 7,52 0,230 35 7,02 0,219

    Sabendo que a temperatura ambiente aproximadamente

    25 0C, a concentrao de O2 na cmara reaccional 0,253 mol/mL.

    O volume da cmara 2 mL, pelo que possvel calcular o nmero

    de moles de O2:

    Contam-se 77 quadrculas entre o ponto equivalente a

    100% de O2 e o ponto equivalente a 0%. Assim sabe-se que 77

    quadrculas equivalem a 506 nmol de O2, logo, uma quadrcula

    corresponde a 506/77 nmol = 6,57 nmol.

    Quadrculas n (O2) /nmol

    77 506 1 6,57

    100% O2

    0% O2

  • 55

    Razo ADP/O

    1. Ensaio do Succinato (Complexo II)

    1.

    2.

    Como se quer calcular a razo ADP/O, necessrio calcular as moles de O consumidas,

    pelo que se tem de multiplicar por dois o nmero de moles calculado para O2:

    1. 59,13 x 2 = 118,26 nmol de O consumidas.

    2. 32,85 x 2 = 65,7 nmol de O consumidas.

    A soluo preparada de ADP tinha uma concentrao de 10 mM (0,01M = 0,01 mol/L =

    10-8 mol/ L). Adicionaram-se 20 L, logo pode calcular-se o nmero de moles:

    1.

    2.

  • 56

    2. Ensaio do Citocromo c e do Ascorbato de sdio (Complexo IV)

    91,98 x 2 = 183,96 nmol de O consumidas

    Substrato Razo ADP/O

    experimental

    Razo ADP/O

    terica*

    Succinato (1) 1,7 1,6

    Citocromo c + Ascorbato 1,1 1

    *Valores apresentados nos slides de Processos de Oxidao-Reduo em Bioqumica fornecidos pela professora da cadeira.

    Observou-se que quando se adicionou ADP a um substrato ocorreu sempre consumo

    de O2, pelo que se pode concluir que houve respirao. Os valores obtidos da razo ADP/O so

    muito semelhantes aos valores tericos, pelo que se pode admitir que a experincia foi bem

    sucedida.

    Ao adicionar CCP continuou a haver respirao porque, sendo este um desacoplador,

    provoca a inibio da fosforilao por desacoplamento, ou seja, continua a ocorrer respirao

    e fluxo de electres mas no ocorre sntese de ATP.

    A razo ADP/O vai diminuindo do complexo I para o complexo IV. Isto acontece porque

    ao longo da cadeia so transportados para fora da matriz menos protes, havendo menos

    energia disponvel para a sntese de ATP. Assim, para que esta no seja diminuda, a actividade

    da cadeia transportadora de electres aumenta, levando ao aumento do consumo de O2.

    No complexo II no ocorre transporte de protes, pelo que no h contribuio para o

    gradiente electroqumico, o que leva a que a razo ADP/O seja pequena.

  • 57

    No complexo IV a razo ADP/O inferior. Isto acontece porque, ao longo da cadeia, vai

    ser necessrio um maior consumo de oxignio para produzir a mesma quantidade de ATP

    (consumir a mesma quantidade de ADP).

    Controlo Respiratrio

    egulao da velocidade de transporte electrnico pelo ADP;

    2 no estado 3 e no estado 4.

    o Estado 3 Uma quantidade limitada de ADP adicionada, permitindo uma respirao

    rpida;

    o Estado 4 Todo o ADP foi convertido em ATP e a respirao torna-se lenta.

    1. Ensaio do Succinato (Complexo II)

  • 58

    Cada quadrcula (horizontal) do grfico equivale a 1 cm e a velocidade a que o papel

    corre 1cm/min, logo, sabendo que passa um tempo equivalente a 4 quadrculas na presena

    de ADP (4 min) e equivalente a 2,8 quadrculas na ausncia de ADP pode calcular-se a

    velocidade de consumo de O2 com e sem ADP. Como h dois declives correspondentes a cada

    caso (dois declives para presena e ausncia de ADP) necessrio fazer a mdia dos dois

    valores obtidos para calcular a razo de controlo respiratrio neste ensaio.

    RC mdio: (6,23 + 3,6)/2 = 4,92

    2. Ensaio do Citocromo c e do Ascorbato de sdio (Complexo IV)

  • 59

    Esta razo permite determinar a extenso do acoplamento dos mitocndrios assim

    como a sua integridade funcional.

    Para esta parte do trabalho no foi possvel encontrar valores tericos, mas, no

    entanto, sabe-se que se RC>1, os mitocndrios esto acoplados, no tendo sofrido alteraes

    na sua funcionalidade. Nos ensaios observa-se que todos os resultados so maiores que 1, pelo

    que se conclui que os mitocndrios estavam acoplados.

    4. Concluso

    A razo ADP/O o nmero de moles de ADP fosforiladas a ATP por cada dois electres

    fluindo por um segmento da transferncia electrnica para o oxignio.

    A razo ADP/O vai diminuindo do complexo I para o complexo IV. Isto acontece porque

    ao longo da cadeia so transportados para fora da matriz menos protes, havendo menos

    energia disponvel para a sntese de ATP, o que faz com que a actividade da cadeia

    transportadora de electres aumente, levando ao aumento do consumo de O2.

    No complexo II no ocorre transporte de protes, pelo que no h contribuio para o

    gradiente electroqumico, o que leva a que a razo ADP/O seja pequena.

    No complexo IV a razo ADP/O inferior. Isto acontece porque, ao longo da cadeia, vai

    ser necessrio um maior consumo de oxignio para produzir a mesma quantidade de ATP

    (consumir a mesma quantidade de ADP).

  • 60

    Uma vez que na maioria das clulas o fosfato inorgnico se encontra presente em

    excesso, o ADP que controla a velocidade de respirao. Nos organismos intactos, existe um

    alto grau de controlo respiratrio e os mitocndrios dizem-se fortemente acoplados. Quando

    ocorre dano estrutural no mitocndrio perde-se este controlo.

    A razo de controlo respiratrio permite determinar a extenso do acoplamento dos

    mitocndrios assim como a sua integridade funcional.

    Como RC>1, os mitocndrios estavam acoplados, no tendo sofrido alteraes na sua

    funcionalidade.

  • 61

    RESPIRAO MITOCONDRIAL SEQUENCIAO DA CADEIA RESPIRATRIA

    1. Introduo

    Transporte electrnico e fosforilao oxidativa

    A fosforilao oxidativa uma via metablica que utiliza a oxidao final de glcidos,

    lpidos e protenas (e a energia libertada nestas reaces de oxidao-reduo) para produzir

    ATP, atravs da fosforilao de ADP. Este processo ocorre nos mitocndrios. Nesta via ocorre

    transferncia de electres a partir de doadores electrnicos at aceitadores electrnicos finais,

    como o oxignio transporte electrnico.

    A cadeia respiratria pode ser separada em 4 complexos enzimticos:

    NADH-Ubiquinona Redutase (Complexo I)

    Succinato-Ubiquinona Redutase (Complexo II)

    Ubiquinol-citocromo c Redutase (Complexo III)

    Citocromo c Oxidase (Complexo IV)

    Em plantas, so ainda encontradas algumas actividades alternativas aos principais

    complexos da cadeia respiratria duas actividades de NADH desidrogenase (uma associada

    zona interna da membrana interna e outra zona externa da membrana interna) e uma

    actividade alternativa de oxidase.

    Estes complexos, na presena de ubiquinona e de citocromo c, catalisam a oxidao

    aerbia do NADH e do sucinato - os complexos I e II catalisam a transferncia electrnica para

    a ubiquinona a partir de dois doadores de electres diferentes: NADH (complexo I) e sucinato

    (complexo II). O complexo III leva electres da ubiquinona reduzida ao citocromo c e o

    complexo IV completa a sequencia transferindo os electres do citocromo c para o O2.

    Fosforilao oxidativa o acoplamento do transporte electrnico com a sntese de

    ATP

    Os complexos I, III e IV so centros de acoplamento de energia. Nestes centros de

    acoplamento, a energia libertada durante o transporte electrnico conservada atravs da sua

    converso numa fora motriz protnica utilizada para bombear protes para fora da matriz

  • 62

    mitocondrial (espao intermembranar), ocorrendo assim uma translocao vectorial de

    protes e a formao de um potencial electroqumico protnico de membrana, podendo

    ento essa energia ser usada para a sntese do ATP. Esta sntese catalisada por um complexo

    multienzimtico, Complexo V ou ATPsintase.

    Inibidores e desacopladores

    A fosforilao oxidativa pode ser inibida directamente por uma srie de agentes qumicos.

    Uma classe destes compostos (caso do antibitico oligomicina) inibe a fosforilao oxidativa e

    a respirao. Uma segunda classe de agentes (caso do m-clorocarbonilocianetofenilo-

    hidrazona (CCP) e 2,4-dinitrofenol (DNP)) provoca a inibio da fosforilao por

    desacoplamento, ou seja, continua a ocorrer respirao e fluxo de electres mas no ocorre

    sntese de ATP (h inibio da fosforilao oxidativa mas no da respirao). Uma terceira

    classe inclui os inibidores especficos da cadeia de transporte electrnico (rotenona, antimicina

    A, cianeto).

    Tcnicas

    O elctrodo de oxignio

    Este elctrodo consiste num elctrodo de referncia de Ag/AgCl e um elctrodo de Pt,

    ambos imersos em KCl aquoso e separados da cmara onde se inserem as amostras apenas

    atravs de uma membrana permevel a O2. Este reduzido a H2O no elctrodo de Pt, gerando

    uma voltagem referente ao elctrodo de Ag/AgCl que proporcional [O2] na cmara

    reaccional.

    Ctodo:

    O2 + 4e- 2H2O

    nodo:

  • 63

    4Ag+ + 4Cl- 4AgCl + 4e-

    Objectivos:

    1. A extenso da fosforilao obtida com diferentes substratos (razo ADP/O)

    2. O grau de controlo respiratrio

    3. O efeito de diversos inibidores e de um desacoplador da cadeia de transporte electrnico

    2. Procedimento

    Isolamento dos mitocndrios de batata

    importante ter em conta que, sendo uma experincia em que se pretende manter a

    actividade mitocondrial, todas as operaes devem ser feitas entre 0 e 4C e o processo no

    deve demorar mais que 1h.

    Nesta actividade experimental a primeira parte foi o isolamento dos mitocondrios de

    batata, comeando por se pesar 300g de batata e cort-la em cubos pequenos.

    De seguida efectuou-se a homogeneizao em 250 mL de meio de isolamento num

    batedor elctrico, durante apenas 2 segundos para evitar danificar estruturas e perda de

    actividade.

    Procedeu-se filtrao num funil de Buckner com uma camada de gaze e posterior

    centrifugao.

    Aps a 1centrifugao aproveitou-se o sobrenadante e voltou-se a centriguar a

    8000g durante 10 minutos e a 4 graus. Desta vez aproveitou-se o pellet, ressuspendendo-o em

    meio de lavagem, juntando-se o contedo de diferentes tubos (dos vrios grupos).

    Centrifugou-se novamente nas mesmas condies, aproveitou-se o pellet, ressuspendeu-se em

  • 64

    meio de ressuspenso e prosseguiu-se ltima centrifugao tambm a 8000g, 4 graus e

    durante 10 minutos. Retirou-se o sobrenadante e ressuspendeu-se o pellet em 4-5 mL de meio

    de ressuspenso.

    Obteve-se assim a fraco mitocondrial a ser usada no procedimento seguinte.

    Os meios utilizados foram os de isolamento, lavagem e ressuspenso. Estes meios

    contm alguns componentes com concentraes adequadas para manter a actividade

    mitocondrial.

    O pH 6,5 o mais adequado, o manitol 0,7 M permite a manuteno da osmoralidade

    do meio, a cistena previne a oxidao de produtos fenlicos prejudiciais ao mitocndrio, a BSA

    (soro de albumina bovina) leva a maior controlo respiratrio pelo ADP e o EDTA remove

    metais catalisadores de reaces indesejveis, mas inibe a respirao induzida pela cistena,

    pelo que adicionado em concentrao baixa.

    Efeito de inibidores

    Pretende-se agora sequenciar a cadeia respiratrio usando vrios inibidores da

    mesma, sendo que os ensaios devem ser adequados para calcular a actividade do oxidase

    alternativo/respirao no inibida pelo KCN.

    Comeou-se por adicionar na camara reaccional 1,4 mL de meio de reaco + 200 L

    de mitocndrios + 20 L de succinato + 50 L de ADP obtendo-se o registo do elctrodo.

    Adicionou-se + 10 L de oligomicina antes que o ADP se esgotasse e +20 L de malonato

    quando comea a haver declive.

    A oligomicina inibe o ATP sintase ao bloquear o seu canal de protes, que necessrio

    para a fosforilao oxidativa de ADP para ATP (produo de energia). A inibio da sntese de

    ATP pra tambm a cadeia transportadora de electres.

    O malonato um inibidor do complexo II e a oligomicina do complexo ATP sintase.

    Adiciona-se agora 20 L de malato + 20 L de glutamato (complexo I) para verificar se a

    respirao retoma ou no, confirmando-se pelo registo; adiciona-se rotenona que inibe o

    complexo I.

    Adicionou-se NADH, registando-se, e + 20 L antimicina A (para assegurar que est

    inibido); colocou-se na camara reaccional + 20 L de citocromo c + 20 L de ascorbato de sdio

    (substratos), registando-se e 40 L de KCN, 20 de cada vez.

    Adicionou-se + 20 L de ADP, registou-se e mais + 20 L de succinato, que estava

    inibido devido ao KCN. Comea-se ento um novo registo com adio de 1,4 mL de meio de

    reaco + 300 L de mitocndrios + 20 L de succinato + 20 L de ADP, registando-se.

    Adicionou-se + 20 L de rotenona, substrato do complexo II e inibidor do complexo I. Registou-

    se e adicionou-se +20 L de malonato (inibidor do complexo II).

  • 65

    Adicionou-se + 20 L de citocromo c + 20 L de ascorbato de sdio, registou-se,

    adicionou-se + 20 L de anticimina A, que um substrato para o complexo IV e inibidor do III.

    Registou-se e adicionou-se 40 L de KCN (inibidor do complexo V), 20 de cada vez.

  • 66

    3. Resultados

    A utilizao de inibidores causa a interrupo do fluxo electrnico, fazendo com que os

    complexos fiquem reduzidos e incapazes de aceitar electres dos que o antecedem. O

    resultado prtico traduz-se numa reduo do consumo de oxignio.

    Complexo I - NADH ubiquinona oxirredutase / NADH desidrogenase

    Catalisa a transferncia de 2 electres do NADH (dador de electres) para a

    ubiquinona. A este processo est associada a translocao vectorial de 4 protes.

    Substrato: Glutamato + Malato

    Utiliza-se este substrato por possuir um sistema de transporte prprio para o interior da matriz

    mitocondrial, ao contrrio do NADH uma vez que este no consegue atravessar a membrana

    interna mitocondrial.

    Inibidor: Rotenona

    Inibidor do complexo I Inibe a transferncia de electres do NADH para a ubiquinona (o

    consumo de O2 pra) ao bloquear a oxidao de NADH a NAD+.

    Complexo II Succinato: Ubiquinona oxirredutase / Succinato desidrogenase

    Catalisa a transferncia de 1 electro do succinato (dador de electres) para a ubiquinona.

    Substrato: Succinato

    Inibidor: Malonato

    Inibidor do complexo II Inibe competitivamente o succinato desidrogenase impedindo a

    transferncia electres do succinato para a ubiquinona.

    Complexo III Ubiquinol: Citocromo c oxirretudase / Citocromo bc1

    Transporte de 2 electres do ubiquinol (ubiquinona reduzida) para o citocromo c. A este

    processo est associada a translocao vectorial de 4 protes.

    Substrato: No utilizado substrato para este complexo.

    Inibidor: Antimicina A

    Inibidor do complexo III Inibe a transferncia de electres do ubiquinol para o citocromo c

    pois liga-se ao centro de reduo da quinona no complexo citocromo bc1.

  • 67

    Complexo IV Ferrocitocromo c: oxigenorredutase / Citocromo c oxidase

    Transferncia de 1 electro de cada uma de quatro molculas de citocromo c para o O2,

    reduzindo-o a duas molculas de H2O.

    Substrato: Ascorbato + Citocromo c

    Inibidor: Cianeto

    Inibidor do complexo IV Inibe a transferncia de electres do citocromo c oxidase para o O2

    devido ao facto de se ligar ao ferro do enzima. A partir daqui a cadeia no pode ser retomada

    pelo que o cianeto fatal.

    Ensaio 1

    Succinato (Substrato do complexo II) + Malonato (Inibidor complexo II)

    Malato + Glutamato (Substrato do complexo I) + Rotenona (Inibidor complexo I)

  • 68

    Ensaio 1 (2)

    Antimicina A (Inibidor complexo III Para certificar que estava inibido) + Citocromo c com

    ascorbato de sdio (Substrato complexo IV) + KCN (Inibidor complexo IV).

    Na presena de Antimicina A ocorre respirao quando adicionado o substrato do

    complexo IV. Ocorre inibio quando adicionado KCN - Inibe mas continua a haver

    consumo de O2 devido presena de citocromo c oxidase alternativo.

  • 69

    Ensaio 1 (3)

    Succinato (Substrato complexo II) Estava inibido devido ao KCN, pelo que se comeou uma

    nova reaco.

  • 70

    Ensaio 2

    Succinato (Substrato complexo II) + Rotenona (Inibidor complexo I) + Malonato (Inibidor

    complexo II) + Citocromo c com ascorbato de sdio (Substrato complexo IV) + Antimicina A

    (Inibidor complexo III) + KCN (Inibidor complexo IV Inibe mas continua a haver consumo de

    O2 devido presena de citocromo c oxidase alternativo).

  • 71

    Inicialmente adicionou-se Oligomicina que inibe o ATP sintase ao bloquear o seu canal

    de protes, que necessrio para a fosforilao oxidativa de ADP para ATP (produo de

    energia). A inibio da sntese de ATP pra tambm a cadeia transportadora de electres. Seria

    de esperar que no ocorresse respirao, o que no observado, pelo que a soluo deve

    estar mal preparada.

    Atravs do Ensaio 1 possvel concluir que o Malonato inibe o Succinato, pelo que o

    inibidor do complexo II. Adicionando seguidamente Malato + Glutamato (substratos do

    complexo I) observa-se a ocorrncia de consumo de oxignio mas em muito pouca quantidade.

    Pode concluir-se que o Malonato no inibiu ento o complexo I, pois ao adicionar substratos

    do mesmo continuou a haver respirao, mas como foi muito pouco intensa, pode levar a

    considerar que houve erros experimentais na preparao de solues. Estes resultados

    indicam que os complexos I e II funcionam em paralelo.

    Adicionando Rotenona deixa de haver respirao, pelo que se sabe que um inibidor do

    complexo I. Adicionou-se depois NADH que substrato do complexo I e das actividades

    alternativas do NADH desidrogenase, n