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Física Experimental II Roteiros de Experiências APOSTILA Curso: Engenharia de Produção

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Física Experimental II

Roteiros de Experiências

APOSTILA

Curso: Engenharia de Produção

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

Departamento de Engenharia e Ciências Exatas

Centro Universitário Norte do Espírito Santo Rodovia BR 101 Norte, km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540

São Mateus – ES – Brasil Sítio eletrônico: http://www.ceunes.ufes.br

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1. Roteiros da Primeira Sequência

Experimento 1: Cuba Eletrostática: Carga, Campo e Potencial

Elétricos

1.1.1 Objetivos

Fundamentar o conceito de carga elétrica.

Trabalhar com os conceitos de campo e potencial elétricos.

Reconhecer o conceito de superfícies equipotenciais.

1.1.2 Materiais Necessários

Uma fonte de tensão CC – com tensões entre 3 e 9 Volts (conectores do tipo jacaré).

Um multímetro para medidas de diferenças de potencial elétrico (adequado se uma

das pontas de prova tiver garra jacaré).

Uma cuba de vidro transparente.

Dois eletrodos retilíneos que ficam submersos na cuba de vidro (duas hastes

condutoras).

Um eletrodo circular e uma haste fina para posicionamento vertical.

Água não destilada (água de torneira).

Papel milimetrado.

1.1.3 Fundamentação Teórica

Para expressar a interação entre uma carga Q e uma carga de prova q puntiforme,

pode-se utilizar a Lei de Coulomb escrita da seguinte maneira:

QF qE

Onde 2ˆQ

QE K r

r, sendo

1

4K

A diferença de potencial Vab=Va- Vb é dada por:

. b

ab

a

V E dl

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também chamada “voltagem” entre os pontos a e b e representa a soma de todos os

produtos internos entre QE e os deslocamentos infinitesimais dl do percurso.

O potencial Va em um ponto a uma distância r da carga puntiforme Q pode ser

definido como:

a

QV K

r

A equação que relaciona o campo elétrico com a variação do potencial no espaço é

dada por:

E V

Portanto, podemos medir indiretamente o campo elétrico se soubermos a distribuição

do potencial pelo espaço. Em especial, no caso de placas, paralelas entre si e separadas por

uma distância d, eletrizadas com cargas de mesmo módulo, porém com sinais contrários, o

campo será uniforme e a integral nos fornece:

Vab=EQ . d

Como será o campo elétrico se colocarmos a ponta de uma fio metálico próximo à um

eletrodo retilíneo e uniformemente carregado ? A Figura 1 é uma ilustração desta

configuração. Observe que as superfícies equipotenciais formam uma figura “parecida com

uma elipse”. As superfícies equipotenciais são mais ‘densas’ na região entre os eletrodos e e

menos densas na região fora dos eletrodos. Ligando estas superfícies por linhas

perpendiculares às equipotenciais, é possível obter a configuração das linhas de campo

elétrico. Usando a equação Vab=EQ . d , obtém - se o campo elétrico médio entre duas

superfícies equipotenciais a e b.

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Figura 1 – Configuração de superfícies equipotenciais (Linhas em azul) e linhas de

campo elétrico (setas sobre as linhas tracejadas), para um eletrodo pontual e uma

distribuição retilínea e uniforme de cargas.

Procedimentos Experimentais

1.1.4.1 Campo Uniforme.

1. Conecte os eletrodos retilíneos em paralelo na cuba, afastados de 5 cm.

2. Posicione uma folha de papel milimetrado abaixo da cuba, tal que os eletrodos

estejam paralelos às linhas demarcadas.

3. Conecte os terminais dos eletrodos aos terminais da fonte de tensão.

4. Desenhe em uma segunda folha de papel milimetrato um esquema em escala 1:1 da

montagem, com atenção na posição relativa, comprimento e espessura dos eletrodos.

5. Coloque água (não destilada) na cuba até fechar contato entre os eletrodos.

6. Conecte a ponta de prova do multímetro indicada por “COM” em contato com o

eletrodo que estiver ligado ao negativo da fonte. Suas medidas de voltagem (ddp)

serão em relação ao potencial deste ponto.

Linha

central

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7. Ligue a fonte de tensão na escala de 3 V a 9 V (OBS: Estes valores são apenas o

potencial nominal; a voltagem a ser considerada deve ser medida).

8. Ligue o voltímetro e meça a ddp entre os terminais, registrando este valor.

9. O primeiro ponto de medida (ponto de referência potencial) deve estar sobre uma

reta perpendicular ao centro da haste negativa, distanciado de 1cm desta. O valor

obtido para este potencial deve ser anotado. Este ponto dará origem a primeira

superfície equipotencial; para isto os demais pontos devem ser encontrados de forma

a terem o mesmo potencial do primeiro, não necessariamente devem estar a 1cm de

distância. As demais superfícies equipotenciais serão construídas de forma análoga,

sempre com o ponto referencial situado no centro da haste distanciado um

centímetro a mais que o ponto referencial anterior até chegar-se à haste positiva.

10. Os pontos experimentais devem ser anotados no papel milimetrado externo, a fim de

construir as superfícies equipotenciais.

Procedimento após coleta dos dados experimentais

11. Ligue por uma curva média, no papel externo, os pontos com mesmo potencial.

12. Desenhe um conjunto de linhas ortogonais (tracejadas para diferenciar das

equipotenciais) às equipotenciais. OBS: Os vetores de campo elétrico estão sobre

essas linhas tracejadas.

13. Explique porque as linhas de campo são ortogonais às superfícies equipotenciais.

14. Desenhe vetores de campo elétrico, colineares com as linhas tracejadas e anote os

valores calculados ao lado do vetor, como na Figura (1). Estes cálculos devem ser

feitos usando a equação |Vab| = |Eab|.Δd para o valor médio do campo elétrico entre

duas superfícies equipotenciais a e b. Realize estes cálculos sobre 5 linhas de campo

elétrico desenhadas.

15. Por sua análise, o campo elétrico pode ser considerado uniforme? Explique tendo

como base as figuras obtidas do campo elétrico e dos valores calculados no item 14.

1.1.4.2 Medida de potencial com simetria circular

1. Utilize agora dois eletrodos, sendo um em forma de L (que fará o papel de uma carga

pontual) e outro em forma de círculo. O eletrodo pontual deve estar no centro do

eletrodo circular.

2. Mapeie as superfícies equipotenciais desta configuração. Para tal, estas equipotenciais

devem estar espaçadas de 1 cm uma da outra para duas superfícies equipotenciais

próximas a cada eletrodo, no papel milimetrado. Além disso, cada superfície

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equipotencial deve conter no mínimo 10 pontos eqüidistantes. Construa uma tabela,

como no item 11 do tópico anterior.

3. Desenhe as linhas de campo elétrico, a partir das superfícies equipotenciais obtidas.

4. Faça os mesmos cálculos do item 14.

5. Este campo elétrico é uniforme ? Explique

1.1.4.3 Medida do potencial entre uma carga pontual e uma

distribuição retilínea de carga

1. Utilize agora os dois eletrodos em forma de L de tal forma que um deles toque com

uma das pontas sobre a cuba e o outro toque com a extensão maior do corpo sobre

a cuba. Mantenha 5 cm de distância entre os eletrodos.

2. Mapeie as curvas equipotenciais desta configuração. Na linha central da configuração,

entre os eletrodos, as equipotenciais devem estar separadas de 1 cm uma das outras

(Figura 1). No mapeamento das equipotenciais, observa-se que estas começam a se

separar, sendo que a distância de 1 cm só é permitida na linha central dos eletrodos.

3. Desenhe as linhas de campo elétrico, a partir das superfícies equipotenciais obtidas.

6. Faça os mesmos cálculos do item 14.

# DETALHES IMPORTANTES:

Garanta que a água utilizada não seja destilada, caso contrário nenhum efeito

será observado.

Espere pelo menos alguns minutos para haver uma estabilidade de cargas no

interior da cuba.

Ao medir um dado potencial, não demore muito tempo, pois a ponta do voltímetro

influencia no experimento, distorcendo as linhas de campo elétrico.

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Experimento 2: Resistência e Resistores, voltagem, corrente

e Lei de Ohm

1.2.1 Objetivos

Fundamentar os conceitos de resistência e resistor.

Conhecer o código de cores, utilizado para especificar resistores de película.

Esclarecer o real sentido da Lei de Ohm.

Distinguir um resistor ôhmico dos demais.

Criar Modelos para a variação da resistência de resistores não Ôhmicos com a

corrente ou com o tempo.

Associar resistores em série ou paralelo e deduzir as relações algébricas para a

resistência equivalente de um circuito.

Definir resistividade de um material.

1.2.2 Materiais Necessários

Placa para associação de resistores.

Resistores avulsos.

Placa com fios de diversos materiais e espessuras.

Plugs banana-banana e banana-jacaré.

Fonte de c.c ajustável.

1 diodo na placa

Multímetro digital.

1.2.3 Fundamentação Teórica

A resistência elétrica de um meio material é a grandeza que expressa o grau de

interferência deste meio material no transporte da carga elétrica, e em uma abordagem mais

sofisticada ela expressa o grau de “não aproveitamento” da energia fornecida à carga para

se mover (e assim pode ser identificada como uma fonte de dissipação da energia elétrica fornecida, fato este que discutiremos em futuro experimento). No SI a unidade de medida da

resistência elétrica é o ohm, representado pela letra grega .

A tecnologia moderna faz uso da resistência elétrica (doravante denominada simplesmente

“resistência”) desde o projeto de geradores a linhas de transmissão e “circuitos” que são

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utilizados em equipamentos elétricos. Portanto os elementos resistivos, ou simplesmente

resistores são fabricados e fornecidos comercialmente e em larga escala para exercerem o

papel de componentes em um “circuito elétrico”.

Resistores comerciais podem ser classificados em fixos ou variáveis. Resistores fixos

podem ser fabricados por diferentes métodos, resultando nos seguintes tipos principais:

Resistor de Fio (fio metálico fino enrolado em torno de cilindro cerâmico) ou de Filme (que

consiste em uma Película de Carbono ou uma Película Metálica enrolada em torno de cilindro

de porcelana).

Os fabricantes fornecem valores nominais dos resistores comerciais, bem como sua

a tolerância (“incerteza”), advinda do método de fabricação dos mesmos. No caso de

resistores de filme, emprega-se um conjunto de anéis coloridos que circundam o resistor,

empregando um código de cores, explicado no Quadro abaixo.

Tabela 1 - Códigos de cores para resistores

Cor 1o ANEL

= 1o Algarismo

2o ANEL

= 2o Algarismo

3o ANEL

= Fator

Multiplicativo

10N

4o ANEL

= Tolerância

Prata - - -2 ± 10%

Ouro - - -1 ± 5%

Preto - 0 0 -

Marrom 1 1 1 ± 1%

Vermelho 2 2 2 ± 2%

Laranja 3 3 3 -

Amarelo 4 4 4 -

Verde 5 5 5 -

Azul 6 6 6 -

Violeta 7 7 - -

Cinza 8 8 - -

Branco 9 9 - -

Figura 2 – Exemplo de leitura de resistores utilizando o código de cores.

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Definimos a Resistência de um condutor entre dois pontos quaisquer, aplicando a

diferença de potencial V entre estes dois pontos e medindo a corrente i resultante. A

resistência R é, então:

R=V/i

Após algum trabalho algébrico, esta relação pode ser reescrita na forma:

R=L/A

Onde é a resistividade do material, L é o comprimento do condutor e A a seção reta

do condutor. Esta Relação é válida para condutores isotrópicos homogêneos de seção reta

uniforme.

Lei de Ohm: ”Um dispositivo obedece a Lei de Ohm quando a sua resistência entre

dois pontos quaisquer for independente do módulo e da polaridade da diferença

de potencial aplicada entre aqueles pontos“.

1.2.4 Procedimento Experimental

1.2.4.1 Primeira Parte

Para realizarmos medidas diretas da resistência, podemos usar o ohmímetro, que

pode ser fornecido como parte de um instrumento versátil: o multímetro (“multiteste”). No

uso deste equipamento, é importante sabermos qual sua incerteza de medida (lendo no

manual fornecido pelo fabricante ou registrado no próprio aparelho). Usualmente, a

incerteza é expressa em porcentagem do valor lido, que pode variar de acordo com a faixa

de medida selecionada no aparelho.

A operação do ohmímetro será explicada pelo professor em aula. Preste atenção

aos detalhes de operação do modelo específico do equipamento usado na aula.

O objetivo deste experimento será aprendermos a identificar resistores por seu

código de cores, medirmos seu valor diretamente e compararmos valores e incertezas.

Portanto, neste experimento devemos tomar o cuidado de calcular corretamente as

incertezas na leitura do código de cores (fornecido pela tolerância) e na leitura do

ohmímetro. Aproveite este experimento para sanar dúvidas pendentes, como, por exemplo,

sobre número de algarismos significativos em uma leitura, determinação de incerteza e

critérios de arredondamento.

1. Selecione cinco resistores avulsos com códigos de cores diferentes e realize a leitura

do código de cada um deles, determinado o valor da resistência R e da incerteza R.

Sugestão: denomine este valor de “valor nominal”, e represente-o por RN ± RN .

2. Utilize o ohmímetro para medir o valor da resistência R e da incerteza R. Sugestão:

denomine este valor de “valor medido”, e represente-o por RM ± RM. Realize esta

medida quantas vezes forem necessárias, justificando sua decisão.

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3. Construa uma tabela que apresente suas leituras (valores nominais) de R ± R, bem

como seus valores medidos e incertezas.

TABELA 3 – Valores nominais e medidos de resistência

R Nominal (R±Δ R)

R Medido (R±Δ R)

4. Compare os resultados de RN ± RN com RM ± RM. Responda: O que pode ser

concluído desta comparação?

5. Tome três resistores cuja resistência foi medida na primeira parte, denomine-os por

R1, R2, R3, depois associe R1 e R3, R2 e R3 e R1, R2 e R3 em série, meça e registre

a Resistência Total Reqs de cada associação (lembre-se da incerteza).

TABELA 4 - Associação em série de resistores

R1 e R3 R2 e R3 R1, R2 e R3

6. Associe os mesmos resistores em paralelo, meça e registre a Resistência Equivalente

Reqp de cada associação.

TABELA 5 - Associação em paralelo de resistores

R1 e R3 R2 e R3 R1, R2 e R3

7. Partindo de seus resultados obtidos mostre que estes valores medidos são iguais aos

valores equivalentes, quando aplicado as expressões para associação em série e em

paralelo de resistores.

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1.2.4.2 Segunda Parte

1. Preste atenção na orientação do professor para usar corretamente o multímetro, o

amperímetro e a fonte de tensão (ddp).

2. Selecione um resistor, um diodo da placa de associação e um LED.

3. Leia os valores nominais da resistência dos dois resistores (RN), e meça tal

resistência com o ohmímetro (RM), registrando os dois valores obtidos para cada

resistor.

4. Meça com o ohmímetro o valor da resistência do LED e do diodo (meça a resistência

em dois sentidos), anote os resultados.

5. Aplique diferentes tensões sobre cada um dos dispositivos selecionados, medindo e

registrando estes valores e os da concomitante corrente elétrica. Organize seus

resultados e os apresente em uma tabela. Lembre-se de escolher valores positivos e

negativos de tensão. As medidas para os resistores devem variar entre + 5V e - 5V

de 1 em 1 V. As medidas no diodo devem variar de -0.2 V a +0.8 V e no LED de 0 V

a 2.0 V sendo que, em ambos os casos, pelo menos doze pontos experimentais

devem ser medidos.

6. Construa gráficos I em função de V para o resistor”. O gráfico para os resistores

deve ser feito em papel milimetrado. Para os outros dispositivos faça um gráfico de I

em função de V utilizando programas de computador. Se para um dado dispositivo

observa-se um intervalo no gráfico que evidencia um comportamento linear, então,

em tal intervalo, ele é dito “ôhmico”.

7. Faça um ajuste por Método de Mínimos Quadrados (MMQ) dos dados no gráfico do

resistor, assumindo V = m I (ajuste linear). Verifique se dentro da faixa de incerteza

o coeficiente angular (m) é numericamente igual ao valor da resistência nominal e

determine o valor do desvio padrão. Para os dispositivos não Ôhmicos utilize um

Resistor

U(V)

I (A)

Led

U(V)

I (A)

Diodo

U(V)

I (A)

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computador e tente também ajustar uma curva exponencial e um polinômio de grau

2 aos dados experimentais. Responda qual ajuste reduziu o valor do desvio padrão?

Por que (procure na literatura)?

# DETALHES IMPORTANTES:

o Garanta que o multímetro esteja ligado em série para que opere como

amperímetro;

o Garanta que o multímetro esteja ligado em paralelo para que opere como

voltímetro;

o Atenção quanto ao número de algarismos significativos, incertezas

(instrumentais e propagadas), numeração das tabelas e identificação dos

gráficos. Seja coerente.

1.2.4.3 Terceira Parte

OBS: Utilize a placa com vários fios de materiais e seções retas diferentes (o

comprimento total de cada fio deveria ser 1m, mas meça para estabelecer a incerteza).

1. Enumere cada fio, relacionando-os às suas propriedades em uma tabela.

2. Percorra com os olhos todos os trechos do fio para assegurar que um fio não esteja

encostando no outro.

3. Meça a resistência de cada trecho de cada fio com o uso de um multímetro, anotando

suas medidas em uma tabela.

4. Meça com um paquímetro o diâmetro (d ± d) de cada fio.

5. Sabendo que a resistividade do cobre é 1,69 x 10-8 .m, do ferro é 9,68 x 10-8 .m e

do níquel-cromo é 1 x 10-7 .m, calcule a resistência de cada trecho de cada fio com a

relação R=L/A e monte uma tabela.

6. Os valores medidos correspondem aos valores calculados?

7. Algumas resistências medidas serão, provavelmente, pequenas demais para o

multímetro utilizado. É possível criar algum sistema de resistores em série ou paralelo,

ou de alguma outra forma, que permita medir tais resistências com este multímetro? Se

for possível monte o sistema, meça novamente as resistências e realize os dois

procedimentos abaixo.

8. Acrescente uma nova coluna na tabela feita no item 5. Nesta coluna, coloque os valores

das resistências conforme medidos utilizando a associação de resistores.

9. Os novos valores medidos correspondem aos valores calculados? Eles são melhores do

que os obtidos anteriormente com o multímetro?

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Experimento 3: Capacitância, capacitores e circuitos RC

1.3.1 Objetivos

Fundamentar o conceito de capacitância e capacitor.

Associar capacitores em série e paralelo e deduzir as relações algébricas para calcular

as capacitâncias equivalentes em cada caso.

Estudar o processo de carga e descarga do capacitor.

1.3.2 Materiais necessários

1 protoboard

1 resistor de 47 k.

1 fonte c.c. ajustável

4 capacitores (C1=82 nF, C2=4,700 mF, C3=15pF, C4=100 pF)

1 voltímetro

1 cronômetro.

1.3.3 Referencial Teórico

Consideremos um caso como indicado na figura 1, em que dois corpos extensos

estão carregados, um com carga +Q e ou outro com –Q. Mesmo neste caso, a integração

2

dQV k

rdeve considerar o efeito de todos os elementos dQ sobre todos os pontos do

outro corpo.

Uma consideração extremamente útil é admitir que, realizada a integração, a ddp V

entre os dois corpos será diretamente proporcional à carga Q:

V Q

Transformamos a relação em uma igualdade introduzindo uma constante de

proporcionalidade “a”:

V = a Q

Contudo, por tradição expressamos a carga como linearmente dependente da ddp:

Q = C V.

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Figura 1– Dois corpos extensos um com carga +Q e outro com carga –Q formando um capacitor.

Formas funcionais de C para sistemas simples podem ser facilmente calculadas. A

unidade no SI de capacitância é o Faraday (F=C/V). Alguns resultados estão expressos no

quadro a seguir.

Quadro 2 – Geometria de exemplos de corpos extensos carregados e os respectivos valores de C.

Geometria Expressão para C

(Valor Previsto)

Par de placas planas paralelas uma à outra, ambas com área A e separadas

por uma distancia d. 0

A

d

Par de cilindros co-axiais, raio do interno r1 e do externo r2 0

2

1

2

ln

L

rr

Os DISPOSITIVOS que usam a propriedade de CAPACITÂNCIA com o propósito de

acumular energia elétrica são ditos CAPACITORES. Devido a características constitutivas as

capacitâncias de capacitores comerciais são disponibilizadas com valores da ordem de 10-12 F

(picofarads) a 10-3 F (milifarads). Vale informar que podemos expressar a permissividade

elétrica do espaço livre por: 0 8,85 pF/m.

A leitura de um capacitor cerâmico apresenta 3 algarismos, sendo um terceiro o fator

multiplicativo. A unidade utilizada é o pF. Ex: um capacitor que possui os números 123

apresenta uma capacitância de 12 x103 pF=12nF.

Alguns capacitores apresentam também o código de cores. Ex: um capacitor que

possui azul/vermelho/verde apresenta uma capacitância de 62 x 105 pF= 6,2 F.

Os capacitores eletrolíticos possuem os valores diretamente escritos e também

polaridade, sempre associando a um dos terminais um sinal – (negativo), indicando que o

referido terminal deve ser ligado ao potencial negativo.

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1.3.4 Circuito RC série

Figura 2 – Esquema de um circuito RC em série.

Em um circuito RC em série (com a conexão a e b aberta após o

carregamento do capacitor), temos as seguintes relações válidas no resistor

durante a descarga do capacitor:

0

           

t

RC

t

RC

t

RC

I I e

Q C e

V e

Deduza estas equações a partir da análise do circuito RC, tanto para o

carregamento, quanto para o descarregamento.

1.3.5 Primeiro Experimento

1. Preste atenção na orientação do professor com relação aos tipos de capacitores

disponíveis e quanto ao uso correto do multímetro disponível para medida da

capacitância. ANOTE (REGISTRE) ESTAS INFORMAÇÕES PARA SEU USO NESTE

EXPERIMENTO E POSTERIOR RELATÓRIO.

2. Selecione três capacitores, doravante chamados C1, C2 e C3. Um deles deve ser

eletrolítico, outro cerâmico e o terceiro um capacitor cilíndrico (15 X 250 Vac).

Registre os valores nominais (CN) e respectivas incertezas ±CN. Indicando qual o

tipo de cada capacitor. Meça e registre os valores (CM) das capacitâncias e suas

respectivas incertezas ±CM. Você conseguiu medir todos os capacitores com o

capacímetro do multímetro? Por quê?

3. Compare os valores que puderam ser medidos com os nominais. São compatíveis?

+

-

+

-

V

A

a b

R C

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4. Conecte as seguintes ligações em série: C1 e C2; C1 e C3; C2 e C3; C1, C2 e C3.

5. Meça a capacitância de cada conjunto com o capacímetro do multímetro. Quais

conjuntos puderam ser obtidos? Por quê?

6. Conecte os mesmos conjuntos em paralelo.

7. Meça a capacitância de cada conjunto com o capacímetro do multímetro. Quais

conjuntos puderam ser obtidos? Por quê?

8. Compare os valores medidos (cada CM, e não se esqueça das incertezas ±CM) nos

itens 6 e 8 com os valores previstos (Cp, e não se esqueça das incertezas ±CP):

para arranjos em série

1 1

ieq iC C

para arranjos em paralelo eq i

i

C C

1.3.6 Segundo Experimento

ATENÇÃO: (1) Esteja atento à polaridade do capacitor; (2) No ato da medida o seletor de

faixas de medida em volts deve estar, inicialmente, ajustado para a faixa mais alta. De

acordo com o valor medido, reduzimos a faixa até um intervalo que contenha a leitura e com

o maior número de algarismos significativos possível. Note que fonte só fornecerá 12 V ao

circuito.

1. Preste atenção na orientação do professor com relação à polaridade dos terminais do

capacitor.

2. Meça e registre os valores da capacitância e da resistência e suas respectivas

incertezas. Utilize para isto C= 4,7 mF e o resistor de 47 k.

3. Compare os valores medidos e os nominais. São compatíveis?

4. ESTEJA ATENTO POIS O CAPACITOR ESTÁ CARREGADO! NÃO TOQUE EM SEUS

TERMINAIS!

5. Monte o circuito de DESCARGA do capacitor conforme orientação do professor, SEM

CONECTAR UM DOS TERMINAIS DO CAPACITOR. ESTEJA ATENTO QUE O CAPACITOR

ESTÁ CARREGADO! NÃO TOQUE EM SEUS TERMINAIS! AGUARDE VERIFICAÇÃO PELO

PROFESSOR.

6. Após a verificação das conexões pelo professor, prepare-se para dar partida ao

cronômetro na hora que O TERMINAL ATÉ ENTÃO SOLTO DO CAPACITOR for ligado.

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17

7. Meça os tempos e as correntes quando os valores de ddp dados no quadro a seguir

ocorrem.

8. Faça uma linearização da curva obtida no processo de descarga do capacitor, ou seja,

faça um gráfico de ln I em função do tempo t no papel milimetrado. Você também

poderá optar por um gráfico em papel monolog, neste caso em i função t.

9. Obtenha o valor de C = RC pelo gráfico construído no item 8. Compare este valor com

o produto RC obtidos dos valores nominais de R e C e, das medidas realizadas com o

multímetro.

10. Com base no modelo (abstração) empregado neste experimento, mostre

matematicamente que o tempo característico (C = RC) corresponde a 63,2 % da

fem fornecida, no caso do processo de carga, e a 36,8% da carga acumulada no

capacitor, no caso de descarga.

1.3.7 Constante de permissividade do ar

1. Tome as duas maiores placas circulares no capacitor de placas planas e paralelas do “kit

capacitor”. Varie continuamente a distância entre as placas deste capacitor e anote os

valores de capacitância obtidos para cada distância anotada. Construa uma tabela com

pelo menos 15 pontos.

2. Leia as incertezas de capacitância do multímetro, de acordo com o modelo do

multímetro. Estas incertezas estão tabeladas na parede do laboratório.

3. Construa um gráfico de capacitância em função do inverso da distância entre as placas

do capacitor, com suas respectivas barras de incerteza. Calcule o coeficiente angular da

reta obtida e obtenha a permissividade elétrica do ar ɛo. Compare o valor obtido com o da

literatura.

Uc (V) 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 3.5 3 2.5 2 1.5

t (s)

i

(mA)

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18

Experimento 4: Princípios da fonte de corrente contínua, lei

de Faraday, transformadores, campo magnético da Terra

1.4.1 Objetivos

Entender cada etapa do funcionamento de uma fonte de corrente contínua

“simplificada”.

Realizar experimentos que verifiquem a lei de indução de Faraday.

Estudar o processo de transformação de tensão em um transformador.

Obter a componente horizontal do campo magnético terrestre.

1.4.2 Materiais necessários

4 diodos de alta amperagem.

5 resistores cerâmicos (R1 = 8Ω; R2, R3 e R4 = 15 Ω e R5 = 22 Ω) de 20 W de

potencia.

1 capacitor eletrolítico de 2200 μF e 50 V.

1 Bússola.

1 transformador com tensão de entrada 127 V AC e tensão de saída 24 V AC.

1 espira com duas voltas.

Um ímã em forma de bastão

Bobinas (300, 600, 900, 1200 e 10.000 espiras).

2 multímetros.

1.4.3 Referencial Teórico

1.4.3.1 A fonte de corrente contínua (CC)

Uma forma de se obter corrente contínua é através da retificação de uma fonte de corrente

alternada, utilizando uma ponte de diodos para a retificação. A Figura 1 é uma ilustração dos

principais componente de uma fonte de corrente deste tipo.

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Vamos por etapa, passando por cada componente do circuito.

1. O transformar (1) com entrada de 127 V AC na bobina primária, abaixa a tensão

elétrica para 24 V AC, devido a um menor número de espiras na bobina secundária.

2. O conjunto de diodos em (2) permite a passagem da corrente elétrica, somente em

um sentido.

O diodo é um dispositivo eletrônico composto de cristal semicondutor de silício ou

germânio, dopados por diferentes átomos, causando um desequilíbrio na valência do cristal.

O diodo possui um pólo negativo chamado de cátodo e um pólo positivo chamado de ânodo.

Sua representação é ilustrada na Figura 2:

• •

• •

• +

-

127 V AC

24 V AC

C Saída 24 V CC

Figura 1 – Componentes básicos de um circuito retificador de corrente. Neste experimento, o

transformador (1) baixa a corrente alternada de 127 V para 24 V AC, enquanto o conjunto

de diodos orientados em (2) limita o sentido da corrente alternada. O capacitor (3) suavisa a

corrente elétrica no circuito.

1

2

3

h

g

a

b

c

d

Primário

Secundário

e

f

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De acordo com a construção dos diodos, só haverá fluxo de elétrons no sentido

cátodo para ânodo, quando a parte positiva da fonte for ligada ao ânodo e a parte negativa

ao cátodo (polarização direta). Por outro lado, uma corrente elétrica (i) no sentido ânodo

para cátodo será estabelecida, segundo o sentido convencional da corrente elétrica.

O efeito de diodos sobre o sentido da corrente elétrica alternada, quando dispostos,

conforme a Figura 1, é ilustrado na Figura 3:

O efeito da presença de um capacitor conectado ao circuito, conforme a Figura 1, é

ilustrado na figura 4. Ao descarregar, o capacitor amortecerá a queda de corrente, tornando

esta quase constante.

Figura 2 – Representação esquemática de um diodo, indicando sua polarização.

i

i

t

i

t Figura 3 – (a) Forma de onda da corrente elétrica alternada no primário e secundário do

transformador. (b) O efeito de diodos, como dispostos na Figura 1, permite a passagem da

corrente elétrica somente em um sentido

Figura 4 – Efeito da presença de um capacitor no circuito sobre as oscilações na corrente

elétrica, vista na Figura 3.

i

t

a)

b)

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21

O experimento apresentado aqui é um modelo simples de retificador de corrente

alternada. Um modelo mais completo, necessita de outros tipos de diodos, com diferentes

propriedades, como o diodo Zener.

1.4.3.2 A Lei de Faraday

Através de alguns experimentos realizados por Michel Faraday, em 1831, ele observou

que uma força eletromotriz (fem) poderia ser induzida em uma espira, na presença de um

campo magnético variável. Esta lei é enunciada da seguinte forma:

A força fem induzida em um circuito é igual ao negativo da taxa de variação com que o fluxo magnético (ΦB) através do circuito está mudando no tempo.

A lei de Lenz, proposta em 1834 ajuda a compreender o sinal negativo sugerido por

Faraday:

A corrente elétrica induzida em uma espira fechada condutora aparece em um sentido que se opõe à mudança que a produziu.

1.4.3.3 O Transformador

Um transformador é constituído basicamente por dois enrolamentos que utilizando

um núcleo comum pode aumentar ou diminuir uma tensão elétrica alternada. A tensão

alternada da rede é sempre conectada no enrolamento primário. Uma saída de tensão é

obtida no enrolamento do secundário e, esta pode ser aumentada ou diminuída, de acordo

com seu número de espiras. A Figura 5 é uma ilustração de um transformador, com núcleo,

enrolamento primário e enrolamento secundário.

Eq (1)

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Por simplicidade considera-se um modelo baseado em um transformador ideal, ou

seja, despreza-se as perdas de energia por efeito Joule nos enrolamentos, bem como a

energia dissipada devido às correntes de foucault, provocada pelo campo magnético

alternado na vizinhança dos enrolamentos, particulamente no núcleo. Além disso, considera-

se que os fluxos do campo magnético através dos enrolamentos são iguais. Sendo assim,

com base na lei de indução de Faraday, a fem por espira é a mesma em ambos os

enrolamentos, primário com NP espiras e o secundário, com NS espiras. Em outras palavras:

Resolvendo a igualdade para VS, obtém-se:

Se NS > NP, trata-se de um transformador elevador de tensão; se NS < NP trata-se de um

transformador abaixador de tensão.

Figura 5 – Representação esquemática de transformador com enrolamento primário,

secundário e núcleo.

Eq (2)

Eq (3)

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23

1.4.3.4 O campo magnético da Terra

Desde os tempos de Gilbert (1544 – 1603) a Terra foi considerada como um grande

imã natural. Este campo magnético na superfície da Terra, varia segundo a região em que é

medido, de uns 0,2 a 0,6 gauss.

Uma maneira simples da obtenção da componente horizontal do campo magnético

terrestre (BTH), consiste na aplicação de um campo magnético externo (BEXT) perpendicular a

BHT e a observação da deflexão de uma bússola, que aponta na mesma direção que o campo

resultante (BRES) entre os campos BTH e BEXT. A Figura abaixo ilustra, uma observação vista

de cima, dos vetores BHT, BEXT, BRES e a deflexão da Bússola Φ.

Uma maneira simples de se obter um campo magnético externo é fazer uma

corrente elétrica i percorrer um enrolamento com N espiras de raio R. De acordo com a lei

de Biot Savart, o campo magnético externo no centro deste enrolamento é:

BHT

BEXT

N S

Figura 6 – Vetores BHT, BEXT, BRES e o ângulo de deflexão de uma bússola, indicada por

setas maiores na Figura

Φ

Bússola

Eq (4)

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24

Desta forma, obtém – se uma relação entre as grandezas BHT, tgΦ e i, possibilitando o

cálculo de BHT.

1.4.4 Procedimentos Experimentais

1.4.4.1 Fonte de Corrente Contínua (CC)

1. Monte o circuito da fonte de CC, de acordo com o ilustrado na Figura 1, realizando

as conexões do transformador, da entrada de tensão nos diodos, e no capacitor.

2. Faça em um papel, os desenhos das Figuras 3(a) e procure entender como os

diodos dispostos desta forma transformam a onda senoidal da corrente em uma

onda tipo ao da Figura 3(b). Com base nisto, o sentido da corrente elétrica, será de

d para e ou de c para f ?

3. Procure entender o papel do capacitor no circuito, sobre a forma da onda obtida na

Figura 3(b). Qual será o sentido da corrente elétrica para um circuito ligado entre

os pontos g e h ?

4. Cada item descrito acima, deverá ser detalhadamente explicado, durante a

confecção do relatório.

1.4.4.2 – A lei de Faraday

1. Conecte a bobina de 600 espiras ao voltímetro do multímetro. Procure ler as escalas

do multímetro, para fazer as conexões corretas. Terminado, chame o monitor ou

professor, para a verificação das conexões.

2. Pegue um ímã em barra e aproxime seu pólo norte no interior da bobina. Torne a

retirá-lo. O que você conclui ?

3. Aumente a velocidade do ímã no interior da bobina. O que você conclui ?

4. A Figura 7 simboliza as espiras da bobina (vista de frente) e o sinal x, o sentido do

vetor B devido a uma aproximação do pólo norte do ímã. O que ocorre com a

densidade de linhas de indução magnética que penetram no interior da bobina

quando;

a) O pólo norte magnético do ímã se aproxima da bobina.

b) O pólo norte magnético do ímã se afasta da bobina.

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5. Leia os valores de tensão no multímetro, para os itens (a) e (b). Tendo como base

estes sinais de tensão lidos, indique o sentido da corrente elétrica em cada item. Para

isto, faça um desenho que ilustre cada situação.

(a) (b)

6. Justifique suas observações do item (3) com base na lei de Faraday.

7. Novamente, detalhe todos estes itens durante a confecção do relatório.

X X X X X X X X

X X X X X X X X

X X X X X X X X

X X X X X X X X

Figura 7 - Representação das linhas de campo magnético do pólo norte magnético do ímã no

interior da bobina

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26

1.4.4.3 O Transformador

8. Execute a montagem conforme a Figura 8 (sem ligar a fonte).

9. Ajuste a fonte para 5 V CC.

10. Acione a chave liga desliga e observe o miliamperímetro e o Led.

11. Segundo suas observações, o que deve ocorrer com a corrente elétrica, no primário

do transformador, para que o processo de indução eletromagnética se desencadeie ?

12. Substitua a fonte de tensão contínua, pelo transformador de tensão 127 V AC/ 6 V AC.

13. Nesta etapa do experimento, será construído um transformador aumentador de

tensão elétrica. Neste caso, usaremos o primário com 300 espiras.

14. Com o aparato experimental desligado da fonte de tensão, conecte um interruptor em

série com esta bobina e use um voltímetro para a medição da tensão elétrica no

primário.

15. No secundário você utilizará as bobinas, com o número de espiras, iguais a 600, 900,

1200 espiras. Faça ligações em série para obter 1500, 1800, 2100 espiras.

16. Conecte o voltímetro na saída da tensão do secundário.

17. Peça ao professor ou monitor para realizar uma verificação nas ligações. Ligue a

fonte de tensão 6 V AC e o interruptor. Leia os valores de tensão no primário (UP) do

transformador e no secundário (US), para cada bobinado no secundário. Complete a

Tabela 1.

Led interruptor

Bobina do primário 300 espiras

Bobina do secundário

600 espiras

Fonte de CC

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27

TABELA 1 - Número de espiras no secundário e tensões no primário e secundário do

transformador.

Espiras

secundário 600 900 1200 1500 1800

2100

UP (V)

Us (V)

18. Construa um gráfico em papel milimetrado da tensão no secundário em função do

número de espiras no secundário. O que você conclui ? Isto verifica a equação (4) ?

Justifique.

19. Obtenha do gráfico, o número de espiras no primário. Para isto, você deverá calcular

o coeficiente angular da reta com sua incerteza e obter a média da tensão no

secundário (US), de acordo com a tabela 1, adotando o desvio padrão médio como a

incerteza em seu valor. Compare com o registrado na bobina do primário. Justifique,

se houver discrepâncias notáveis.

1.4.4.4 O Campo Magnético da Terra

1. Observe com a bússola a direção da componente horizontal do campo magnético da

Terra (BHT). Espere até que a ponta da bússola pare de oscilar.

2. Tome a bobina com (2,0 ± 0,1) espiras, bem como a fonte de tensão contínua

montada neste experimento.

3. Calcule o raio da mesma, utilizando uma régua centimetrada. Faça 5 medidas, para a

obtenção de uma média e cálculo da incerteza.

4. Conecte a entrada da bobina em série com as resistências deste experimento e em

série com um amperímetro. Desta forma, variando-se a resistência elétrica, é possível

medir diferentes valores de corrente elétrica na bobina e consequentemente, de

campo magnético.

5. Oriente a espira, de tal forma que o campo magnético produzido por esta (BEXT) seja

perpendicular ao campo magnético da Terra.

6. Ligue a fonte de tensão (sob orientação do monitor ou professor) e meça para

diferentes conexões nas resistências da fonte, diferentes ângulos de deflexão Φ.

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7. Complete a Tabela 2 Abaixo:

i (A)

Φ (o)

8. Sabendo que Tg Φ = BEXT/BHT e

escreva uma equação que relacione

Tg(Φ), BHT e i. Faça um gráfico em papel milimetrado de Tg Φ em função de i e

obtenha o campo magnético da Terra com sua incerteza. Adote µo = 4π.10-7 T.m/A.

O valor obtido, estará em unidade de Tesla (T), do sistema internacional de unidades

(SI). Compare com o reportado na literatura.

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29

2. Roteiros da Segunda Sequência

Experimento 1: Circuito RLC e Ressonância

2.1.1 Objetivos

Fundamentar o conceito de impedância. Obter a freqüência de ressonância em um circuito RLC

Obter a indutância de um indutor

2.1.2 Materiais necessários

1 fonte DC ajustável 1 fonte de AC ajustável 1 capacitor (C =10 µF) 1 Bobina (600 espiras ).

1 voltímetro para circuitos com corrente contínua (CC). 1 voltímetro para circuitos com corrente alternada (CA). 1 amperímetro DC. 1 amperímetro AC. 1 resistor de 1 KΩ.

2.1.3 Referencial Teórico

2.1.3.1 Circuito RLC em série de Corrente Alternada

Uma tensão alternada [U(t)] pode ser escrita na forma:

Onde ω = 2πf é a freqüência angular (medida em rad/s) e f é a freqüência

(medida em Hz).

Em um circuito (Figura 1) que contenha uma resistência elétrica (R), um

capacitor (C), e um indutor (L), ligados em série com uma fonte de corrente

alternada (CA), descrita pela equação (5), aparecerá uma corrente alternada do tipo:

)

(5)

(6)

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30

Esta corrente elétrica surge após um tempo, determinado de transiente, onde a

corrente elétrica varia aleatoriamente. Após este tempo, a corrente oscilará na

mesma freqüência angular da fonte, descrita em (6).

Aplicando a lei das malhas no circuito RLC de corrente AC representado pela

Figura 1, tem-se:

Uma análise trigonométrica simplificada para a solução da equação (7) é

obtida, considerando cada termo da equação (7) isoladamente. Isto pode ser feito,

após o período transiente, quando a corrente possui frequência ω:

Para um elemento resistivo isolado, VR tem a forma:

)

Neste caso a corrente i(t), está em fase com a tensão VR(t).

Para um elemento indutivo isolado, VL tem a forma:

Neste caso a corrente elétrica i(t), está atrasada de com relação à

tensão VL(t).

Na equação (9), L é a indutância do indutor, relacionada por:

(10)

Figura 1- Representação de um circuito RLC em série, onde VR, VL e VC representam a

diferença de potencial no resistor, indutor e no capacitor respectivamente.

(7)

(8)

(9)

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31

E o produto ωL reatância indutiva é definida como:

.

Para um elemento capacitivo isolado, VC tem a forma:

Neste caso a corrente elétrica i(t), está adiantada de com relação à

tensão VC(t).

Na equação (11), a reatância capacitiva é definida como:

Substituindo as equações (8), (9) e (12), na equação, na equação (7), obtém-

se a equação:

Que após algumas manipulações trigonométricas é reduzida a:

A corrente máxima (im) no circuito é obtida diretamente por:

Assim, a grandeza

(12)

(11)

(13)

(14)

(15)

(16)

*

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32

é denominada de impedância no circuito RLC em série.

Observa-se que a impedância no circuito possui característica de resistência

elétrica, mas adquire valores diferentes, para frequências angulares (ω) distintas.

É possível regular a frequência (f) da fonte, onde o valor da corrente (im) no

circuito adquire seu valor máximo. Esta freqüência, denominada de freqüência de ressonância (fRESS) é uma característica do circuito, que depende exclusivamente dos

valores escolhidos para a indutância e capacitância. Obtém-se o valor da freqüência

de ressonância diretamente da equação (15), na condição em que a amplitude da

corrente é máxima. Isto ocorre quando:

Outra forma de se analisar um circuito RLC em série, é representá-lo

graficamente, através de um diagrama de fasores (Figura 2), as equações (5), (6),

(8), (9) e (12) para U(t), i(t), VR(t), VL(t) e VC(t) respectivamente.

im

VR m

VL

VR

(ωt - Φ)

im

VC m VC

im

VR m

[VL m - VC m] VL máx

U m

ωt

(ωt - Φ)

i

Φ

(a) (b) (c)

Figura 2 –(a) Um fasor representando a corrente alternada em um circuito RLC em série.

(b) Fasores representando a tensão oscilante entre os terminais do resistor, do induto r e do

capacitor. Note que, em relação à corrente, a tensão no resistor está em fase, no indutor

está adiantado de π/2, e no capacitor está atrasado de π/2. (c) Foi adicionado um fasor

representando a tensão alternada da fonte e sua relação fasorial com V R, VL e VC.

(17)

(18)

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33

Na Figura 2(a), representa-se o fasor de corrente elétrica do circuito. Na

Figura 2(b), os fasores para cada componente do circuito e, em 2(c), representa-se

cada fasor com sua fase, em relação à corrente. Conforme o tempo passa, cada

fasor descreve círculos com relação à origem. A projeção destes fasores no eixo

vertical, em qualquer intervalo de tempo, dá as equações trigonométricas exatas de

corrente e tensão, para cada componente do circuito.

Analisando a Figura 2(c), obtém-se:

Um circuito RLC pode ter características resistiva, indutiva ou capacitiva,

dependendo se a tensão da fonte está em fase, adiantada ou atrasada com relação à

fonte. Abaixo um resumo destas condições:

O ângulo de fase ɸ é dado por:

Se ɸ > 0, o circuito é indutivo e a tensão está adiantada em relação à

corrente.

Se ɸ < 0, o circuito é capacitivo e a tensão está atrasada em relação à

corrente.

Se ɸ = 0, o circuito é resistivo e diz-se que a corrente e a tensão estão em fase. Nesta condição, VL = VC, o que implica em XL = XC, que é a condição de

ressonância.

O circuito será puramente indutivo se a frequência, f, da fonte de tensão CA

for muito maior que a freqüência de ressonância e, será puramente

capacitivo, se a freqüência, f, adquirir um valor muito menor que a frequência

de ressonância.

2.1.3.2 Medidas em corrente alternada.

Geralmente os voltímetros e amperímetros medem tensão eficaz e corrente

eficaz, ao invés de tensão máxima Vm ou corrente máxima im. O valor eficaz ief, ou

valor médio quadrático de uma corrente alternada, é a corrente capaz de dissipar a

(19)

(20)

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34

mesma quantidade de calor numa resistência ôhmica, produzida por uma corrente

contínua i, em um mesmo intervalo de tempo, sendo definida matematicamente por:

T

2

ef

0

1i i dt

T

Onde

é o período de oscilação da corrente alternada do tipo

i(t) = im(senωt - ɸ)

O valor eficaz da corrente alternada está relacionado com o valor máximo im,

pela equação (5):

mef

ii

2

Da mesma forma, a tensão eficaz alternada é:

mef

VV

2

Para simplificar a notação, representa-se Vef e ief por V e i. Nesta notação

simplificada, impedância pode ser definida como:

V

Zi

Considera-se Z como uma “resistência generalizada” denominada impedância.

2.1.4 - Procedimento Experimental

Primeiro Experimento - Circuito RL em CC.

Meça com o multímetro a resistência do resistor de resistência nominal de

1 kΩ. Meça também a resistência elétrica da bobina com 600 espiras.

(1)

(2)

(3)

(4)

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35

Componentes R ± ΔR

Resistor

Indutor

Com a fonte CC e o resistor de 1 kΩ em série com o indutor de 600 espiras,

varie a corrente (i) de 0 a 4 mA (passo de 1 mA) e anote a tensão no indutor (VL).

i (mA) VL ± ΔVL (V)

1

2

3

4

Qual é o valor da reatância indutiva neste circuito ? Justifique sua resposta.

Qual é a impedância no circuito ? O circuito é puramente resitivo ? Justifique.

Segundo Experimento - Circuito RL em CA.

Ligue o resistor em série com o indutor no gerador de sinais no lugar da fonte

CC. Com um amperímetro, capaz de medir corrente alternada, varie a corrente eficaz

no indutor de 0 a 0,3 mA (passo de 0,05 mA) e anote a tensão no indutor. Use

f = 60 Hz no gerador de sinais.

i (mA) VL ± ΔVL (V)

1

2

3

4

5

6

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Faça um gráfico de VL em função de i e obtenha a reatância indutiva (XL) do

indutor. Obtenha a indutância (L) da bobina com sua incerteza.

Obtenha da equação (16) a impedância do circuito. Não esqueça de adicionar

a resistência da bobina no termo R da equação (16) e, fazer XC = 0 (pois não

há capacitor).

Terceiro Experimento - Circuito RC em CA.

Meça a capacitância do capacitor de valor nominal 10 µF. Com resistor em

série com este capacitor e, o circuito ligado no gerador de sinais, varie a corrente

eficaz no capacitor (deve ser utilizado um amperímetro capaz de medir corrente

alternada) de 0 a 3,0 mA (passo de 0,5 mA) e anote a tensão no mesmo. Use

f = 60 Hz no gerador de sinais.

C ± ΔC = ____________

i (mA) VC ± ΔVC (V)

0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Faça um gráfico de VC em função de i e obtenha a reatância capacitiva (XC) do

capacitor. Obtenha a capacitância (C) do capacitor com sua incerteza.

Obtenha da equação (16) a impedância do circuito. Não se esqueça de fazer

XL = 0 (pois não há indutor).

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Quarto Experimento – Circuito RLC em CA - Impedância.

Monte um circuito RLC em série, como o da Figura (1) (deve ser utilizado um

amperímetro capaz de medir corrente alternada) de 0 a 0,30 mA (passo de 0,05 mA)

e anote a tensão no circuito. Use f = 60 Hz no gerador de sinais.

i (mA) U ± ΔU (V)

0

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

Faça um gráfico de U em função de i e obtenha a impedância do circuito RLC

em série.

Com os valores já obtidos de R, XC e XL, use a equação (16) e obtenha a

impedância do circuito. Não se esqueça de adicionar a resistência do indutor.

O valor calculado é igual ao valor obtido pelo método gráfico ? Justifique.

Quinto Experimento - Circuito RLC em CA - Ressonância.

No circuito RLC em série, conecte um voltímetro nos terminais do indutor e

um voltímetro nos terminais do capacitor. Conecte também, um amperímetro em

série com o circuito. Use, no gerador de sinais, uma tensão de 6 V. Varie a

freqüência do gerador de sinais até que VL = VC, meça estes valores de tensão, a

frequência e, a corrente máxima do circuito.

Use a equação (18) e com o valor medido da capacitância C, obtenha a

indutância do indutor. Este valor é igual ao obtido no segundo experimento ?

Justifique.

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fRESS ± Δf =

VL ± ΔVL =

VC ± ΔVC =

im ± Δim =

Retire o indutor e o capacitor do circuito e meça a corrente elétrica

novamente, agora só no resistor. A corrente elétrica medida é a mesma que a

do item anterior ? Que fatores impedem que elas sejam as mesmas ?

Sexto Experimento - Circuito RLC puramente indutivo e puramente

capacitivo

Com o circuito RLC em série, e as mesmas conexões do ítem anterior, varie a

frequência no circuito até que VL = 0. Anote esta freqüência, bem como a corrente

elétrica no circuito.

Pode - se dizer que neste caso o circuito é puramente capacitivo ?

Varie a frequência no circuito até que VC = 0. Anote esta freqüência, bem como a

corrente elétrica no circuito.

Pode - se dizer que neste caso o circuito é puramente indutivo ?

Em qual dos dois casos a impedância é maior ? Justifique sua resposta com base

na equação (16) e no valor da corrente elétrica medida em cada item.

Incluir no relatório:

Na introdução: Teoria para a impedância do circuito RLC em série

Objetivos deste trabalho.

Dedução das equações (8), (9) e (12)

Obtenção da equação (*), para a impedância no circuito RLC em série.

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39

2.1.5 - Bibliografia

Física 3. Halliday, Resnick e Krane. 4a edição. Editora LTC, Rio de janeiro RJ (1996).

Eletricidade. H. Moysés Nussenzveig. 4a edição. Editora Blucher, São Paulo SP (2011).

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Experimento 2: Óptica Geométrica em meios homogêneos e isotrópicos

2.2.1 Objetivos

Conceituar raios de luz

Verificar os princípios da óptica geométrica para meios homogêneos e isotrópicos

Verificar as leis da reflexão

Verificar a lei de Snell e obter o índice de refração de um vidro

Determinar o ângulo limite de um vidro

Determinar o foco e identificar os raios principais de uma lente convergente e

divergente

Obter imagens formadas por uma lente convergente, medindo suas distâncias e seus

aumentos

2.2.2 Materiais Necessários

Uma fonte de luz branca com lente acoplada

Um barramento com escala milimetrada

Um disco de Hartl

Uma lente plano convexa de 8 dioptrias (distância focal de 125 mm)

Uma lente plano convexa de 4 dioptrias (distância focal de 250 mm)

Um conjunto de lentes convergentes e divergentes.

Um espelho plano

Letra vazada (coberta por um retângulo difusor de poliéster ou papel vegetal)

2.2.3 Fundamentação Teórica

2.2.3.1 - A óptica geométrica

O domínio da óptica geométrica inclui o estudo das propriedades dos espelhos e das

lentes, a formação de sombras, penumbras, miragem etc... Nestes estudos consideram-se

os casos em que a luz se propaga em feixes de raios e encontram objetos cujas dimensões

são muito maiores do que o seu comprimento de onda.

Um raio luminoso é uma representação da propagação de uma frente de ondas

eletromagnéticas, em uma determinada direção. Por definição, uma frente de ondas é o

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lugar geométrico de todos os pontos adjacentes que possuem a mesma fase da vibração da

onda eletromagnética. Para uma fonte puntual, estas frentes de onda são representadas por

círculos concêntricos com os raios luminosos perpendiculares a estas frentes [Figura 1 (a)].

Se a frente de ondas está muito distante da fonte, estas podem ser consideradas como

frentes de ondas planas e neste caso os raios são representados por feixes

aproximadamente paralelos [Figura 1 (b)].

Figura 2- Representação de raios luminosos para (a) uma frente de ondas esféricas e (b) uma frente

de ondas planas .

Consideremos, em resumo, alguns dos princípios e leis para a óptica geométrica:

Três são os princípios da óptica geométrica:

(I) Nos meios homogêneos e isotrópicos (um material que possui as mesmas

propriedades em todas as regiões e em todas as direções) a luz se propaga em linha reta em

todas as direções e sentidos.

(II) Um raio de luz não interfere na trajetória de outro raio de luz, cada um se

comportando como se o outro não existisse.

(III) A trajetória percorrida por um raio de luz é a mesma que ele percorreria caso

seu sentido de propagação fosse invertido.

Duas são as leis da reflexão em uma superfície plana e polida (reflexão especular):

(I’) O raio refletido está contido no mesmo plano formado pelo raio incidente e pela

reta normal à superfície polida do espelho, no ponto de incidência.

(II’) O ângulo incidente na superfície (θi), é igual ao ângulo refletido (θR), para todos

os comprimentos de onda e, para qualquer par de materiais.

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Define-se o índice de refração, n, como a razão entre a velocidade da luz no vácuo

(c = 2,99792.105 m/s) e a velocidade da luz em um determinado meio (v).

Assim, n = c/v.

A direção de propagação da luz em um determinado meio depende tanto da

velocidade da luz neste meio, como do comprimento de onda da luz incidente. Este

fenômeno é conhecido como refração. As leis da refração são:

(I’’) O raio incidente, a reta normal e o raio refratado, se encontram sobre o mesmo

plano.

(II’’) O produto do índice de refração de um meio [(1) onde se propaga o raio

incidente] pelo seno do ângulo de incidência, é igual ao produto do índice de refração de um

outro meio [(2) onde se propaga o raio refratado] pelo seno do ângulo de refração. Assim:

Quando a luz, que propaga em um meio 1, incide em um determinado meio 2, de

índice de refração inferior, observa-se que esta tem sua direção de propagação desviada

para um ângulo maior, em relação à normal, no ponto de incidência. O ângulo de incidência,

para o qual, o raio refratado é de 90o, denomina-se ângulo limite. Para um ângulo, maior

que o ângulo limite, observa-se somente uma reflexão interna. Esta é chamada de reflexão

interna total.

2.2.3.2 - Lentes esféricas: características e formação de imagens

As lentes esféricas

Uma lente é definida como toda substância transparente, limitada por dois dióptros,

dos quais pelo menos um é curvo. Um dióptro é o conjunto de pontos que determinam a

superfície de separação entre dois meios transparentes. As lentes esféricas podem ser de

dois tipos:

Lentes convergentes: Os raios que nelas incidem tendem a se aproximar,

convergindo em determinados pontos.

Lentes divergentes: Os raios que nelas incidem tendem a divergir, afastando-se

relativamente um ao outro.

(1)

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43

As lentes são classificadas de acordo com suas curvaturas. A Figura 2 representa

alguns exemplos usuais de lentes:

Lente biconvexa Lente plano convexa Representação

Lente bicôncava Lente plano côncava Representação

Figura 3 - Exemplos usuais de lentes convergentes e divergentes e suas representações

Os focos de uma lente

Foco objeto: É o ponto (F) localizado sobre o eixo principal, em que todo raio (1) de

luz que por ele passa e incide sobre a lente, emerge paralelamente ao eixo principal

da lente [Figura 4]

Foco imagem: É o ponto (F’) localizado sobre o eixo principal, em que todo raio de

luz (2) que incide paralelamente ao eixo principal da lente, emerge passando por este

foco [Figura 4].

Figura 4 – Focos objeto (F) e imagem (F’) que constituem uma lente convergente e divergente.

A relação entre o foco (F) de uma lente e o centro de curvatura (C) é: C = 2F.

• F

• • • F’ F F’ Eixo principal

2

1

2

1

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44

Como informação adicional, se um raio (3) de luz passar sobre o eixo da lente, esta

emerge sem “sofrer” nenhum desvio. Os raios (1), (2) e (3) constituem os raios principais de

uma lente esférica e são primordiais no estudo da formação de suas imagens.

O referencial Gaussiano

O referencial Gaussiano tem por função dar estrutura ao estudo analítico das

imagens, atribuindo, às abscissas e ordenadas dos objetos e imagens, sinais algébricos

adequados.

Figura 3 - Referencial gaussiano

No referencial Gaussiano, define-se para as lentes esféricas:

Objetos (P) e imagens (P’) reais: Abscissa positiva;

Objetos e imagens virtuais: Abscissa negativa;

Imagem direita: Objeto e imagem com ordenadas de mesmo sinal;

Imagem invertida: Objeto e imagem com ordenadas de sinais contrários;

Lente convergente: distância focal positiva;

Lente divergente: distância focal negativa.

Nas lentes esféricas, as abscissas F, P e P’ se relacionam matematicamente segundo

a equação dos pontos conjugados (equação de Gauss):

Define-se o aumento linear transversal (A) como a grandeza adimensional dada pela

relação entre a ordenada da imagem (i) e a ordenada do objeto (o) na forma:

Outra forma de expressar o aumento linear transversal é através da relação:

P P’ C

LUZ

(2)

(3)

(4)

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45

Para o aumento linear transversal, observa-se que quando A > 0, a imagem é virtual

e direita e, se A < 0, a imagem é real e invertida.

2.2.4 Procedimentos experimentais

Montagem dos experimentos

Posicione a lanterna de luz policromática na pare frontal do barramento, alinhada na

marca 0A e o ajuste focal da lâmpada na posição 20 mm (Figura 4).

Posicione o diafragma (de 1 ou 3 ranhuras, dependendo da experiência) o mais

próximo da lanterna.

A lente de 8 dioptrias deve ficar na posição dos 160 mm e a lente com 4 dioptrias na

posição dos 525 mm.

O disco de Hartl deve estar levemente inclinado

Figura 4 - Procedimento de montagem para realização dos experimentos

Experimento 1: Princípio da Óptica geométrica

1 - Posicione o diafragma de 3 ranhuras, com suporte magnético e, observe sobre o disco, a

formação de três raios de luz (Figura 5).

2 - Com base nesta informação, enuncie o primeiro princípio da óptica geométrica.

3 - Coloque o espelho com suporte magnético sobre o disco, fazendo com que o raio 1 incida

sobre ele. Incline o espelho, de tal forma que este cruze os raios 2 e 3. Observe o ocorrido.

Enuncie o segundo princípio da óptica geométrica.

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Figura 5 - Procedimento de montagem para realização dos experimentos

Experimento 2: Reflexão no espelho plano

1 - Mantenha o espelho com suporte magnético, sobre o disco. Substitua o suporte

magnético de três ranhuras por um de somente uma ranhura. Projete um raio de luz, de

modo que este incida sobre o centro do disco e no espelho (Figura 6).

Figura 6 - Procedimento de montagem para o estudo das leis da reflexão

2 - Varie o ângulo de inciência (i) e anote o ângulo de reflexão (r), completando a Tabela 1.

Tabela 2 – Estudo da reflexão em espelhos planos

i ∆i r ∆r

10o

25o

40o

65o

I1

I2

I3

R1

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47

3 - Pode-se verificar que i = r ? Os raios incidente e refletido estão contidos em um mesmo

plano ? Suas observações verificam os princípios da reflexão especular em espelhos planos ?

Experimento 3 - Refração: Lei de Snell-Descarte e reflexão interna total

1 - Substitua o espelho por uma lente plano convexa de vidro. Faça o raio luminoso incidir

no centro desta lente, conforme a Figura 7. Desta forma, todo raio emergente é

perpendicular à superfície da lente. Preencha a Tabela 2, onde θi é o ângulo de incidência e,

θR é o ângulo de refração.

Figura 7 - Procedimento de montagem para o estudo da refração: lei de Snell-Descarte

Tabela 2 – Estudo da refração em uma lente plano convexa.

θi ∆θi Sen(θi ± ∆θi) θR ∆θR Sen(θR ± ∆θR)

0

20

30

40

50

60

70

80

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48

2 - Nesta parte do experimento, foi observado uma constância na razão entre sen /sen ?

Esta razão deve ser numericamente igual a razão entre o índice de refração do vidro (nV) e o

índice de refração do ar (nar = 1.0, neste experimento) [lei de Snell-Descarte].

3 - Obtenha uma média nos valores de sen /sen e adote o desvio padrão como incerteza

no valor médio calculado.

4 - Obtenha o índice de refração médio do vidro (nV) [pois estamos usando luz branca] com

incerteza.

5 – Inverta a posição da lente, de tal forma que o raio incida em sua superfície curva.

Figura 7 - Procedimento de montagem para o estudo da refração: lei de Snell-Descarte

6 - Observe o fenômeno da reflexão interna total. Meça o valor do ângulo de inciência

limite (θL) e calcule novamente nV. Compare o valor obtido e sua incerteza, com o valor

obtido no item 3. Qual procedimento é melhor para obter o índice de refração do vidro ?

Experimento 4: Identificação das lentes segundo suas bordas

1 - Coloque o diafragma de três ranhuras. No disco de Hartl, coloque as 4 lentes disponíveis,

uma de cada vez. Em cada caso, identifique as lentes e obtenha:

(i) Um desenho, mostrando os desvios dos raios incidente e emergente;

(ii) O tipo de lente: Convergente ou divergente, observando os raios emergentes;

(ii) As distâncias focais F1 e F2. Para isto, você deverá inverter a superfície onde os raios de

luz incidem (gire a lente de 180o).

2 - Coloque a lente biconvexa sobre o disco de Hartl. Gire a mesma, fazendo com que um

raio de luz incida sobre seu foco. Descreva o que ocorreu com a direção de propagação do

raio refratado. Este raio constitui um daqueles raios principais que passa pela lente ?

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Experimento 5: A formação de imagens em uma lente convergente

1 - Posicione a lente de distância focal 125 mm, com suporte fixo, sobre o barramento com

escala milimetrada.

2 - Com uma régua milimetrada, meça a o tamanho (o) do objeto.

3 - A imagem formada pela lente deverá se encontrar no anteparo, fixo num suporte. Projete

uma imagem para a observação.

4 - Para cada caso, você deverá completar a Tabela 3, medindo a distância entre o objeto e

a lente (P), a distância entre a imagem e a lente (P’), o tamanho da imagem (i) e o aumento

linear transversal (A).

Tabela 3 - Formação de imagem em uma lente biconvexa de distância focal de 125 mm.

Caso P (mm) P’ (mm) I (mm) A = i/o A = P’/P

(a) 175

(b) 150

(c) 125

(d) 100

4 - Responda:

(i) Em todos os casos foi possível obter a formação da imagem ?

(ii) Em todos os casos foi possível realizar a medição direta de P’ ?

(iii) Em quais dos casos, têm-se imagem real ? E imagem virtual ?

Justifique sua resposta, traçando os raios principais que partem do objeto, incidem sobre

a lente e formam a imagem no anteparo.

5 - Use a equação (2) e obtenha os valores de P’ e A. Compare, se possível, com os valores

obtidos da Tabela (3). Os Valores encontrados se igualam ? Justifique.

2.2.5 Questões a serem discutidas no relatório

1 - Deduza a equação (2).

2 - Pesquise como se dá a formação de imagens nos microscópios e lunetas terrestres

simples.

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50

2.2.6 - Blibliografia

Caderno de experimentos da Empresa CIDEPE (site: cidepe.com.br).

Física 4. Halliday, Resnick e Krane. 4a edição. Editora LTC, Rio de janeiro RJ (1996).

Ótica, Relatividade, Física Quântica. H. Moysés Nussenzveig. 4a edição. Editora Blucher, São

Paulo SP (2011).

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51

Experimento 3: Difração da luz por fendas

2.3.1 Objetivos

Estudar a figura de difração da luz monocromática por uma fenda fina em função da

largura da fenda.

Estudar a figura de interferência e difração da luz monocromática por várias fendas

paralelas e idênticas em função da quantidade de fendas e do espaçamento entre

elas.

Estudar a figura de difração da luz branca.

2.3.2 Materiais Necessários

Uma fonte de luz branca com lente acoplada

Um lazer de luz vermelha

Uma tela com N = 2, 5 e 10 fendas de espaçamento idêntico entre elas.

Uma tela com fendas duplas com espaçamentos de 0,2; 0,4; e 0,6 mm entre elas. A

abertura das fendas são identicas

Uma tela com fendas únicas e aberturas de 0,1; 0,2 e 0,3 mm entre elas.

Rede de difração com 1000 fendas.

Régua milimetrada.

2.3.3 Fundamentação Teórica

A ótica geométrica considera os casos em que a luz se propaga em feixes paralelos

de raios e encontra objetos cujas dimensões são muito maiores do que o seu comprimento

de onda. Neste domínio, inclui-se o estudo das propriedades dos espelhos e das lentes. A

experiência mostra, entretanto, que a luz ao atravessar obstáculos muito finos, comparáveis

ao comprimento de onda da luz, passa a apresentar suas propriedades ondulatórias, que é o

caso da difração por fendas finas. A difração é o desvio ou dispersão de ondas que

encontram um objeto em seu caminho. A observação experimental da difração da luz se dá

quando um feixe de ondas coerentes (quando as amplitudes das ondas e suas fases são

constantes no tempo) atravessa uma abertura muito fina e, um espalhamento de luz é

observado em todas as direções. Este caso está ilustrado na Figura 1.

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52

Figura 3 – ilustração da difração da luz por uma fenda fina

2.3.4 Difração por fenda única

Considere que o obstáculo tenha forma de uma fenda fina. A luz, após ser difratada

pela fenda, será formada pela superposição de superfícies esféricas alinhadas e eqüidistantes

da fenda, conforme a Figura 1. Um ponto P qualquer em um anteparo distante e paralelo à

fenda receberá as ondas esféricas produzidas ao longo da abertura da fenda. Estas ondas se

interferirão e produzirão a chamada figura de difração. Uma ilustração deste fenômeno é

apresentada na Figura 2, onde os raios que partem da fenda, de abertura a, se interferem

em um ponto P do anteparo a uma distância D. A experiência mostra que na figura de

difração existem pontos com intensidade mínima e máxima, dependendo se a interferência

das ondas luminosas que incidem em P é construtiva ou destrutiva. A Figura 3 é uma

imagem de difração, produzida por uma única fenda, quando uma luz monocromática de um

laser incide sobre uma fenda.

Para explicar os pontos de mínima interferência, considera-se um anteparo a uma

distância D. Se a distância D, do anteparo a fenda for muito maior que a abertura a da

fenda, os raios que emergem da fenda serão praticamente paralelos.

Considere que θ, na Figura 4, seja tal que a diferença entre os caminhos percorridos

pelos raios 1 e 3 seja λ/2, onde λ é o comprimento de onda da luz monocromática que incide

em um ponto P no anteparo. Desta forma, o vale de uma das ondas irá coincidir com a crista

da outra, havendo uma interferência destrutiva num ponto do anteparo. Observa-se nesta

figura, para estes raios, que a diferença de caminho entre eles é dado por (a/2)sen θ. Um

raio muito próximo, abaixo do raio 1, também se interferirá destrutivamente com um raio

muito próximo e abaixo do raio 3.

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53

Figura 4 – Vista de corte de dois raios de que partem de uma fenda e chegam em um ponto do

anteparo. Nesta Figura, D é a distância do anteparo à fenda, a é a abertura da fenda e y é a

distância do ponto de interferência à fenda.

Figura 5- Figura de difração de uma fenda única produzida em um anteparo.

Seguindo este raciocínio para todos os raios, cujas diferenças de caminho seja

(a/2)sen θ, temos um mínimo num ponto do anteparo, dado pela condição

ou

Observa-se que quando a<< λ, o ângulo ө se aproxima de 90o, iluminando

uniformemente o anteparo.

Na Figura 5, representa-se agora 4 raios emergindo da fenda e interferindo em um

ponto P’, diferente do ponto P.

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54

Figura 4- Ilustrações de dois raios luminosos que partem de uma fenda de abertura a e se interferem

em um ponto P do anteparo. A diferença de caminho é indicada po r λ/2.

Novamente, se o ângulo θ’, é tal que o par de raios (1, 2) esteja meio comprimento

de onda defasados, assim como o par (3,4), haverá uma interferência destrutiva, desses

raios, num ponto P’ do anteparo. Da mesma forma, os raios imediatamente abaixo de cada

raio 1, 2, 3 e 4, interferirão destrutivamente aos pares e novamente, um mínimo se

estabelecerá, em um ponto P’ do anteparo, se

ou

λ/

1

2

a/2

θ

θ Centro

a/2

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55

Se agora, houver 2m raios, onde m é o número de pares de raios, a condição geral

para os mínimos tem a forma

ou

Figura 5- Ilustração de dois pares [(1,2) e (3,4)] de raios luminosos que partem de uma fenda de

abertura a e se interferem em um ponto P’ do anteparo. A diferença de caminho é indicada por λ/2.

a/4

λ/

1

2

3

4

a/2 Θ’

Θ’

Centro

Pontos de mínimo

a/2

(1)

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56

Como a intensidade de cada máximo varia com a distância do ponto central do

anteparo? A curva deitada na Figura 6 é um gráfico de como intensidade dos pontos na

difração de fenda única, varia em função do ângulo de abertura Ө. Demonstra-se que, sendo

Io a intensidade luminosa no ponto central (o mais brilhante), a intensidade luminosa em

uma posição y (tal que y/D <<1) sobre o anteparo é dada pela função

onde

Figura 6- Ilustração da difração da luz por uma fenda de abertura a. Acurva ilustra os pontos de

máxima e mínima interferência dos raios luminosos em função do ângulo θ. Figura adaptada de Hugo

L. Fragnito e Antônio C. Costa.

Se o anteparo está localizado a uma distância D, muito distante da fenda, temos que

Ө <<1 e neste caso sen ө ~ tg ө = y/D. Assim, temos

Os mínimos de intensidade luminosa ocorrem quando senα = 0, ou seja, quando

(2)

y

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57

Neste caso

Com a expressão acima, a largura do máximo central é o dobro da largura de

qualquer máximo lateral, que então é expresso por

2.3.5 Difração em fenda dupla

Considere a situação na Figura 6, onde a abertura a de cada uma das fendas é muito

menor do que o comprimento de onda λ da luz incidente nas fendas. Cada raio de luz

difratado que emerge da fenda superior irá se interferir, em um ponto P do anteparo, com

um raio difratado da fenda inferior, quando a distância entre eles é d.

Figura 7- Difração da luz por uma fenda dupla de espaçamento d visto em um anteparo a uma

distância D da fenda.

Θ

d Θ

y

P

dsen Θ

(3)

(4)

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58

Observa-se na Figura 7 que sendo d.sen Θ a diferença de caminho percorrido pelos

raios da fenda superior e inferior, as seguintes situações para máximo e mínimo de

interferência serão observadas:

Observa-se experimentalmente que no caso, a << λ, a figura de difração é

constituída por pontos de mesma intensidade e igualmente espaçados. Este fato é resultado

da interferência da figura de difração de cada fenda, quando cada uma delas ilumina

uniformemente o anteparo (se a << λ). A Figura 8 é uma ilustração das franjas de difração

produzidas por uma fenda dupla.

Figura 8- Padrão de difração para uma fenda dupla, onde a << λ .

A intensidade luminosa em um ponto P do anteparo, localizado a uma distância

D >> d, na difração de fenda dupla, quando a << λ, é dado pela expressão

A figura de difração é composta por pontos, ou franjas de intensidades uniforme. A

intensidade é proporcional ao quadrado do cosseno do parâmetro β (função periódica). Os

máximos de difração serão periódicos com a posição y no anteparo, medidas a partir do seu

centro.

Pontos de máximo

Pontos de mínimo

(5)

(6)

(7)

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59

Na Figura 9, a curva tracejada é uma representação da intensidade das franjas de

difração no anteparo. Esta curva está de acordo com a Figura 8, para uma difração de fenda

dupla.

Figura 9 - Ilustração da difração da luz por uma fenda dupla de espaçamento d. A curva em

tracejado azul ilustra os pontos de máxima e mínima interferência dos raios luminosos em função do

ângulo θ, quando a << λ. A curva em vermelho é a modulação da difração de fenda única na

difração de fenda dupla quando a condição a << λ, não é satisfeita. Figura adaptada de Hugo L.

Fragnito e Antônio C. Costa.

Na prática, em se tratando da luz visível, a condição a << λ geralmente não é

satisfeita. Para estas franjas relativamente largas, a intensidade das franjas de

interferência formada sobre o anteparo, não é uniforme. Quando isto ocorre, a

intensidade das franjas é modulada pelo padrão de difração de fenda única

(Figura 9). Na ilustração da Figura 9 observa-se este efeito, da abertura a das

fendas, sobre a interferência de fenda dupla espaçadas de uma distância d. A curva

que descreve a intensidade das franjas em função do ângulo θ é ilustrada nesta

figura, através da envoltória tracejada.

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60

A Figura 10(a) é um resultado experimental de uma difração de fenda dupla com a

condição a << λ não é satisfeita. Para comparação, a Figura de difração de uma fenda única

é colocada logo embaixo desta [Figura 10(b)].

Figura 10 - (a) Padrão de difração para um laser de luz vermelha num sistema de fenda dupla onde a

largura da fenda não é desprezível em comparação com o comprimento de onda. (b) padrão de

difração de uma única fenda de mesma largura.

Para apenas duas fendas, pode-se mostrar que a intensidade luminosa, sobre um

anteparo, onde D >> d, é dada por

onde

O termo (senα/α)2 é o fator de modulação de uma fenda única e o termo cosβ 2 é

devido a difração das duas fendas.

Os máximos de interferência correspondem à condição = nπ (n = 0, ±1, ±2,...).

Substituindo estes valores de na equação (7) obtém-se a separação (ou a largura) entre

máximos (ou mínimos) de interferência consecutivos

2.3.6 Difração de fendas múltiplas

Quando o número de fendas é maior que duas fendas, dois fatos importantes são

observados experimentalmente: (i) as franjas de difração se tornam mais finas (mais

definidas) e (ii) máximos secundários de baixas intensidades aparecem entre as franjas

claras. Na Figura 11 observa-se uma porção do padrão de difração para N = 2 fendas e

(b)

(a)

(8)

(9)

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61

N = 5 fendas. Não se discute neste experimento, o aparecimento dos máximos secundários,

cuja abordagem envolve o método de fasores para o campo elétrico das ondas de luz

incidentes no anteparo.

Figura 11 - Ilustração da difração da luz por N = 1, 2, 3 e 4 fendas de mesmo espaçamento d. Figura

adaptada de N. B. Oliveira.

O número de fendas pode ser tão grande quanto 104 fendas. Tal arranjo de fendas

múltiplas é chamado de rede de difração. Conforme o número de fendas vai aumentando,

para uma distância fixa entre elas, o número de máximos secundários também aumenta,

mais seu brilho diminui; por outro lado, os máximos principais se tornam mais destacados,

pois vão se tornando mais estreitos. Para um dado comprimento de onda, o espaçamento

entre as franjas é determinado pela distância d entre as fendas, enquanto as intensidades

das franjas são determinadas pelos efeitos de difração associados a largura a da fenda.

O valor aproximado da largura de linha à meia altura de qualquer máximo é dada

pela expressão

(10)

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62

2.3.7 Procedimentos Experimentais

1. Para que as medidas sejam feitas da melhor forma possível, a tela com as fendas

deve ser colocada perpendicularmente ao feixe do laser. Isso pode ser facilmente

feito enviando o feixe refletido no vidro novamente para a saída do laser. Isto deve

ser feito toda vez que a tela com as fendas forem trocadas.

2. Com uma folha de papel fixada com fita adesiva em um anteparo (ou na parede do

laboratório) é possível registrar com um lápis o perfil da difração.

3. Monte o conjunto laser, tela com fenda única e anteparo. Projete o padrão de

difração/interferência sobre o anteparo. Posicione o vidro a uma distância D do

anteparo, tal que os padrões de difração possam ser facilmente observados. Utilize

uma trena para medir a distância D ± ∆D. Com uma régua milimetrada desenhe no

anteparo, à lápis, o padrão de difração, indicando claramente as posições dos

máximos e mínimos. Meça a largura ∆Y ± δ(∆Y ) do máximo central. Utilize a

equação (4) para obter o comprimento de onda λ ± ∆λ do laser utilizado.

4. Meça a posição dos mínimos de difração mais visíveis à esquerda e à direita do

máximo central e divida por n, para obter a largura média de um máximo secundário.

Multiplique por 2 e utilize a equação (4) para obter o comprimento de onda λ ± ∆λ

do laser utilizado. Compare este valor com o obtido no item anterior e com o obtido

na literatura.

5. Desloque o vidro horizontalmente até achar a próxima fenda com diferente abertura.

Desloque ~1 cm verticalmente a folha de papel no anteparo e desenhe o novo

padrão de difração. Meça a largura do máximo central no papel e, determine a

abertura a ± Δa, da fenda. Repita essa medida para as demais fendas simples. Monte

uma tabela com os valores de a ± Δa medidos. Descreva o comportamento do

padrão de difração no anteparo e verifique se é o observado na literatura.

6. Substitua a tela de fenda única por uma com fenda dupla. Desenhe no papel o

padrão observado, meça a largura dos máximos de difração. Determine a distância

d ± Δd entre as fendas, usando a equação (9).

7. Desloque horizontalmente a tela até achar o próximo conjunto de duas fendas com

diferente separação, d’’. Meça a largura do máximo central e novamente calcule a distância d’’ entre as fendas. Repita esta medida para a terceira fenda dupla. Anote

as mudanças observadas no padrão de difração quando a distância entre as fendas

aumenta. Explique estas mudanças observadas.

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63

8. Substitua o conjunto de fendas duplas pelo conjunto com fendas múltiplas. Mova a

tela para a esquerda, aumentando o número de fendas e observe as mudanças que

ocorrem no padrão de difração. Explique o observado.

9. Utilizando a tela com 5 fendas, meça a largura ∆Y dos máximos primários para uns 5

valores de D e apresente o resultado em forma gráfica de ∆Y em função de D, que

segundo a equação (9), deve dar uma reta. Da inclinação da reta, determine

d ± Δd.

2.3.8 Bibliografia

Difração da luz por fendas Hugo L. Fragnito e Antonio C. Costa. Unicamp – IFGW, Março de

2010.

Física 4. Halliday, Resnick e Krane. 4a edição. Editora LTC, Rio de janeiro RJ (1996).

Ótica, Relatividade e Física Quântica. Moysés Nussenzveig. 4a edição. Editora Blucher, São

Paulo SP (2011).

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64

Experimento 4: Irradiância Luminosa e Polarização da Luz

2.4.1 Objetivos

Compreender o conceito de irradiância Luminosa.

Medir a irradiância luminosa em função da distância à fonte.

Estudar a polarização da luz.

Verificar a lei de Malus.

2.4.2 Materiais Necessários

Lâmpada incandescente

Um detector de luz

Medidor de irradiância luminosa (luxímetro)

1 trilho com graduação milimetrada

2 polarizadores de luz com analisador

2.4.3 Fundamentação Teórica

2.4.3.1 Irradiância de uma fonte luminosa

A irradiância luminosa emitida por uma fonte de luz isotrópica (que emite

igualmente em todas as direções) varia com a distância à fonte. Neste momento

investiga - se a lei do inverso do quadrado da distância para a irradiância luminosa

de uma fonte, localizada a uma distância r. Para uma melhor compreensão da

irradiância, define - se algumas grandezas.

A potência ou fluxo de energia radiante (Φ) de uma fonte luminosa é

definido como a quantidade de energia emitida por unidade de tempo e, expressa

como

Φ

No sistema internacional de unidades (SI) esta é medida como Joule por

segundo (J/s). 1J/s é igual a 1 Watt (W).

Define-se a intensidade radiante (I), como o fluxo de energia radiante

emitida por unidade de ângulo sólido Ω. Para esta grandeza, todas as direções dos

(1)

(2)

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65

raios luminosos emitidos devem estar compreendidas dentro de um determinado

ângulo sólido Ω. Esta quantidade é expressa como

Φ

Ω

Um elemento de ângulo sólido é expresso como dΩ = dA/R2, onde dA é um

elemento de área de uma esfera de raio R centrada na fonte luminosa S. A Figura 1

ilustra raios luminosos (setas) compreendidos em um ângulo sólido Ω emitidos de

uma fonte. O efeito dos raios em um antepara localizado em A, é o de produzir um

clarão circular, delimitado pelos raios luminosos.

Figura 1. Raios luminosos que partem de uma fonte S e atravessam um ângulo sólido Ω.

No SI a intensidade radiante é medida como watts (W) por esferoradiano (sf).

Um esferoradiano é a medida de ângulo sólido que subentende na superfície da

esfera uma área de R2. Sendo assim, uma esfera completa possui ângulo sólido de

4π esferoradianos. Outra unidade de medida, para a intensidade luminosa, é o

candela (cd). Um candela no SI é definida como a intensidade luminosa emitida por

uma fonte, em uma dada direção, de luz monocromática de frequência 540 x 1012

hertz e cuja intensidade de radiação em tal direção é de 1/683 watts por

esferorradiano. Desta forma, 1 cd = 1/683 W/Sr.

A partir do candela (unidade fundamental do SI), define - se outra unidade para o

fluxo de energia radiante (Φ), o lúmen (lm). Um lúmen é o fluxo de energia radiante dentro

de um angulo sólido de 1 esferorradiano, emitido por um ponto luminoso com intensidade de

1 candela (em todas as direções).

S

Ω

A

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66

Na Figura 1, o fluxo de energia radiante que atravessa qualquer área

localizada a uma distância r da fonte, correspondida pelo ângulo sólido Ω, é o

mesmo. O mesmo raciocínio vale para a intensidade radiante, visto que Ω é o

mesmo para qualquer uma dessas superfícies.

Finalmente, se uma elemento de área dA, a uma distância r da fonte, é iluminado por

um fluxo luminoso dΦ , a irradiância (E) fica definida como

Φ

Mas como dA se relaciona com um ângulo sólido, por meio da equação dΩ = dA/R2, a

equação acima fica

Φ

Logo

A unidade SI da irradiância luminosa é lux. 1 lux é definido como a razão de

1 lumen por metro qudrado (1 lux = lm/m2). A equação acima descreve a lei do inverso do

quadrado da distância (também conhecida como lei fotométrica da distância). Espera-se

então que a irradiância da fonte luminosa sobre uma superfície decresça com o quadrado da

distância à fonte. A Figura 2 é uma ilustração da geometria da lei do inverso do quadrado

para a intensidade luminosa de uma fonte S.

Figura 6- Raios luminosos partindo da fonte S atravessam uma área A, delimitada por um ângulo

sólido Ω. A uma distancia r, a intensidade luminosa é I e decresce com o inverso do quadrado de

da distância.

(3)

(4)

I I/4 I/9

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67

2.4.3.2 Polarização da Luz

Em fontes ordinárias de luz, como uma lâmpada incandescente ou o Sol, os átomos

agem independentemente e emitem ondas cujos campos eletromagnéticos são orientados

aleatoriamente em torno da direção de propagação. Nestas fontes de luz, os campos

eletromagnéticos são ondas transversais e, a direção de propagação da luz é dada pelo

produto vetorial do campo elétrico (E) e magnético (B) [E X B]. Pelo fato de os campos

eletromagnéticos não oscilarem em um plano preferencial, diz-se que estas fontes de luz são

não polarizadas. A direção de polarização é definida, por convenção, como sendo a do

campo elétrico da onda. A Figura 5 (a) é uma ilustração de uma onda eletromagnética não

polarizada, que se propaga perpendicularmente ao plano da página, cuja direção do vetor E

muda de direção aleatoriamente.

Existem certos materiais comerciais polarizadores chamados de polaróide que ao

serem atravessados por uma onda de luz não polarizada, permitem somente a transmissão

de luz, cuja direção de oscilação do campo E é fixa no espaço. Esta direção é determinada

pelas propriedades da lâmina e a luz desta forma fica polarizada. A direção de polarização da

lâmina é estabelecida durante o processo de produção, inserindo-se certas moléculas de

cadeia longas em uma lâmina de plástico flexível, de modo que estas se alinhem

paralelamente. A radiação com a componente do vetor E paralelo às moléculas é fortemente

absorvida, enquanto que a componente perpendicular passa através da lâmina.

Figura 5 – (a) Campo elétrico oscilante de uma luz não polarizada. (b) Ao atravessar um polarizador, os

campos E e B oscilam em um direção fixa, determinada pelas propriedades do polarizador

A Figura 5(b) é uma ilustração de uma onda de luz que ao atravessar um polarizador

fica com as direções dos campos eletromagnéticos fixas no espaço. A luz também pode ser

total ou parcialmente polarizada, por reflexão ao incidir em um meio, ou por um processo

chamado espalhamento. Assim a luz solar é parcialmente polarizada pelo processo de

espalhamento na atmosfera.

E

B

E

E x B

(a) (b)

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68

A Figura 6 ilustra uma forma de analisar a intensidade do campo E da onda de luz

transmitida por um polarizador, com relação a um segundo polarizador, onde suas direções

de polarização são determinadas por um ângulo Ө.

Figura 6 – A Luz não polarizada (I) ao emergir do polarizador (II) fica polarizada na direção vertical (III). Um

segundo polarizador funciona como analisador (IV). A intesidade luminona é medida, como função do ângulo

Ө, com o auxílio de um detector acoplado ao luxímetro (V).

A direção de polarização está representada por linhas paralelas em cada polarizador.

A luz não polarizada (I) ao atravessar o polarizador (II) fica polarizada na direção

vertical (III). Um segundo polarizador (IV), que funciona como um analisador da intensidade

da luz polarizada, tem sua direção de polarização variada de 0 ≤ θ ≤ 90o. Desta forma, se

amplitude da luz polarizada (III) é Em, a amplitude da luz emergente do analisador é dada

por Emcosθ. Lembrando que a “intensidade” (irradiância) de um feixe luminoso é

proporcional ao quadrado da amplitude, a intensidade transmitida varia com θ de acordo

com a equação

θ

Esta equação, chamada de lei de Malus, foi descoberta em 1809 por Etienne Louis

Malus, usando técnicas de polarização diferentes das descritas neste roteiro.

Luz não

polarizada

Polarizador

Luz

Polarizada Ө

Polarizador

(analisador)

Ecosө

(Detector +

Luxímetro)

I

II

III

IV

V

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Departamento de Engenharia e Ciências Exatas

Centro Universitário Norte do Espírito Santo Rodovia BR 101 Norte, km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540

São Mateus – ES – Brasil Sítio eletrônico: http://www.ceunes.ufes.br

69

2.4.4 Procedimentos experimentais

2.4.4.1 Irradiância de uma fonte luminosa

1 – Posicione detector de irradiância luminosa, com o cabo do luxímetro conectado,

conforme a Figura 7 abaixo

Figura 7 – ilustração do aparato experimental para medição da intensidade luminosa em função da distância à

fonte luminosa.

2 – Ligue a lâmpada de 127 V/ AC e o luxímetro.

3 – Posicione o detector a uma distância de 20 cm da lâmpada. Afastando a lâmpada de

5 em 5 cm, meça a irradiância até uma distância de 70 cm. Realize mais três medições,

calcule a média e adote o desvio padrão como incerteza. Complete a Tabela 1

Tabela 3- Valores de irradiância luminosa em função da distância à fonte

Distância (cm) I1 (lux) I2 (lux) I3 (lux) Imédio ± ΔI

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

escala métrica

156

detector

medidor

0

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4 – Avalie o erro na distância e faça um gráfico de intensidade em função do inverso do

quadrado da distância. O gráfico traçado corresponde ao esperado ? Justifique sua resposta

e avalie as possíveis causas de erro.

2.4.4.2 Polarização da luz

6 – Observe a Figura 7 posicione o primeiro polarizador entre uma distância de 5 a 10 cm.

Não coloque mais próximo para não danificá-lo. Gire o eixo deste polarizador de -90 a 90o e

observe se há variação da intensidade luminosa e discuta esta observação. Após isto,

posicione-o na posição angular Ө = 0o.

7 – Monte o segundo polarizador (analisador) a uns 10 cm do primeiro polarizador. Gire o

eixo deste analisador de -90o a 90o. Discuta sua observação.

8 – Posicione o detector de irradiância à aproximadamente 2 cm do analisador. Com o

luxímetro ligado, certifique-se de que a leitura é máxima quando Ө = 0o no analisador.

9 – O segundo polarizador (analisador) é rotacionado com intervalos de 10o entre as

posições -90o e 90o e as correspondentes intensidades luminosas determinadas no luxímetro.

Complete a Tabela e calcule a média e adote o desvio padrão como incerteza.

Figura 7 – Ilustração do aparato experimental para medição da intensidade luminosa em função do ângulo

entre as direções do polarizador e analisador.

10 – Faça um gráfico da irradiância em função do ângulo colocando as barras de

incerteza.

11 – Faça um segundo gráfico da irradiância em função do quadrado do cosseno para

0 ≤ Ө ≤ 90o. Seus dados confirmam a lei de Malus ?

5 a 10 cm

escala métrica

LUX

medidor

0

5 a 10 cm 10 cm 2 cm

polarizador analisador

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12 – Responda às questões:

(a) Deduza a lei de Malus (b) Uma onda sonora pode ser polarizada ?

Tabela 4 – Valores de intensidade luminosa em função do ângulo (Ө) entre as direções de

polarização do polarizador

Ө (o) I1 (lux) I2 (lux) I3 (lux) Imédio ± ΔI -90

-80

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2.4.5. Bibliografia

Lei de Malus e Lei Fotométrica da distância. Física experimental IV. Centro de

Ciências da Natureza, Departamento de Física (Prof. Ángel Alberto Hidalgo)

Física 4. Halliday, Resnick e Krane. 4a edição. Editora LTC, Rio de janeiro RJ (1996)