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Livro de Resumos do II Encontro de Ictiologia para Estudantes Paraenses.

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Resumo do II Encontro de Ictiologia para Estudantes Paraenses 2 a 3 de agosto de

2012 Auditório do Prédio Manuel Ayres-ICB-UFPA Belém Pará Brasil

eiep.ufpa.br

Bethânia Alves Sena1,3*

; Marcia Francineli da Cunha Bezerra1,3

; Suzana Carla da Silva

Bittencourt1,3

; Diego Maia Zacardi2,3

; Luiza Nakayama1; Jaime Ribeiro Carvalho Júnior

1,3

1Laboratório de Biologia de Organismos Aquáticos , ICB, UFPA;

2Instituto de Ciências e

Tecnologia das Águas UFOPA; 3Mestre em Ciência Animal.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: peixes; Educação Ambiental, índios.

A Terra Indígena Trocará (TI Trocará) possui como um dos limites, o rio Tocantins e fica a

apenas 20 km, pela estrada Transcametá, do município de Tucuruí, onde foi construída a

Usina Hidroelétrica de Tucuruí (UHE Tucuruí). Com o objetivo de verificar os impactos

decorrentes dos problemas advindos do processo de ocupação do entorno e suas

implicações na pesca dos Asuriní, foram entrevistados 36 indígenas e alguns colaboradores

da comunidade e também realizados levantamentos em campo, acompanhando o dia a dia

dos Asuriní. Verificou-se: 1. Construção de acessos viários ligando a Transcametá e

entorno da TI Trocará, facilitando a entrada de invasores nos cursos hídricos das aldeias; 2.

Captura de grandes quantidades de peixes no rio Trocará e entorno da TI; 3. Diminuição do

conhecimento tradicional da arte de pesca e da ictiofauna, acompanhada da diminuição na

transmissão desses saberes, para as novas gerações; 4. Uso de novas tecnologias,

implicando em maior pressão na pesca; 5. Desmatamento, queimadas e degradação das

cabeceiras e margens dos recursos hídricos que banham a TI Trocará, causando,

consequentemente, assoreamento e alteração da qualidade da água; 6. Destino de lixo e de

dejetos domésticos, diretamente nos cursos hídricos; 7. Diminuição da frequência de

algumas espécies da ictiofauna na TI Trocará; 8. Mudança de hábitos alimentares na

comunidade com relação ao consumo de pescado, com aquisição de produtos em Tucuruí;

9. Utilização de artigos industrializados para produção de apetrechos de pesca.

Evidentemente esses impactos ambientais e socioculturais observados estão

interrelacionados, sendo difícil precisar os mais importantes ou as causas/consequências.

No entanto, propõem-se algumas medidas mitigadoras que, para ser viabilizada, deve

contar com a efetiva participação dos Asuriní. Dentre elas, o fortalecimento da cultura

Asuriní, por meio de: 1. Uso da língua e a prática de transmissão de conhecimentos

tradicionais para as novas gerações e 2. Mudanças na forma de apresentação do conteúdo a

ser ministrado na escola, valorizando a cultura indígena e seus conhecimentos prévios; a

conservação ambiental, por meio de: 1. Controle do tráfego na estrada Transcametá; 2.

Ações de educação ambiental, com enfoque nos cursos hídricos; 3. Implementação de

programa de monitoramento e gestão dos recursos hídricos na TI Trocará; 4.

Implementação de projetos de educação ambiental para recursos hídricos, com ênfase no

destino adequado para o lixo, prevenção de queimadas e proteção de nascentes.

Apoio financeiro: ELETRONORTE; FUNAI.

01

Levantamentos de Impactos Ambientais e Propostas Mitigadoras

para a Pesca Artesanal Asuriní

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2012 Auditório do Prédio Manuel Ayres-ICB-UFPA Belém Pará Brasil

eiep.ufpa.br

Ana Laura Pereira Santos1,3*

; Thiago Monteiro da Silva1,3

; Antônia Pamela Yhaohannah de

Lima1,3

; Geyklin Campos Bittencourt1,3

; Luiza Nakayama1; Diego Maia Zacardi

2; Suzana

Carla da Silva Bittencourt1

1Laboratório de Biologia de Organismos Aquáticos , ICB-UFPA;

2Instituto de Ciências e

Tecnologia das Águas UFOPA; 3Graduando de Oceanografia, UFPA

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Ictioplâncton, RDSM, Characiformes

O conhecimento da distribuição de larvas de peixes é uma ferramenta útil para inferir sobre

os possíveis locais de desova e os processos de dispersão, ambos de grande importância

para a legislação pesqueira e conservação dos recursos naturais na Amazônia. Há diversas

hipóteses sobre o principal fator disparador da desova e transporte larval na Amazônia, no

entanto, a variação do nível d'água dos grandes rios é o mais preponderante. Assim, com o

objetivo de se determinar as possíveis áreas de desova e de criação de peixes de

importância comercial no médio rio Solimões, foram realizadas coletas diurnas e noturnas,

no período de enchente, em amostragens de superfície e profundidade (8m), com rede de

planctônica-cilíndrica (malha de 300 μm), dotada de fluxômetro, para obtenção do volume

de água filtrada. As amostragens ocorreram em áreas próximas de barrancos, bancos de

areia (praia), bocas de paranás (canais) e no canal central do rio. No Laboratório de

Biologia de Organismos Aquáticos (LABIO-UFPA) as larvas foram triadas, contadas e

identificadas. Foram coletadas 25.958 larvas de peixes, classificadas em cinco ordens:

Clupeiformes, Characiformes, Siluriformes, Perciformes e Tetraodontiformes, sendo a pré-

flexão o estágio ontogênico predominante. Os Characiformes perfizeram 94,14% das

larvas capturadas, apresentando-se como mais abundante e frequente ao longo dos pontos

amostrais, fato ocorrido provavelmente devido esta ordem apresentar a maior diversidade

de espécies que dispersam ovos e larvas como: tambaqui (Colossoma macropomum),

matrinxã (Brycon sp.), jaraquis (Semaprochilodus sp.), aracus (Leporinus sp.), pacus

(Mylossoma sp.) e sardinhas (Triportheus sp.). Em contrapartida, as outras ordens,

Siluriformes (2,71%), Clupeiformes (1,88%), Perciformes (0,20%) e Tetraodontiformes

(0,05%) foram bem menos abundantes. As maiores abundâncias de larvas capturadas

localizavam-se nas áreas de bocas dos paranás (48,51%) e barrancos (34,87%),

demonstrando a importâncias dos dois hábitats para as fases iniciais de desenvolvimento de

muitas espécies de peixes presentes neste corpo hídrico, quando comparado com as áreas

de bancos de areia (6,05%) e canal central do rio (10,57%). Considerando a distribuição

espacial das larvas no período estudado e seus diferentes estágios de desenvolvimento,

sugere-se uma forte relação destes fatores com o aumento do índice fluviométrico do rio

Amazonas na região do médio Solimões, corroborando com os dados descritos na

literatura.

Apoio financeiro: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

02

Distribuição espacial das larvas de peixes, no período de enchente

do médio rio Solimões, Amazônia Central, Brasil

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Fábio Barroso Ferreira1,3

; Wilsea Maria Batista de Figueiredo Ready2; Jonathan Stuart

Ready1,2

1Laboratório de Ictiologia Integrada, LII, UFPA;

2Pesquisador do CNPq;

3Bolsista de

mestrado em Biologia Ambiental

e-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave:

Atualmente a biodiversidade está sendo reconhecida como um importante indicador para a

saúde de ecossistemas. Porém, o conhecimento sobre a mesma ainda se encontra limitada

por vários fatores como a pouca cobertura espacial e a baixa densidade nas amostragens,

bem como a capacidade limitada de identificação ou descrição correta das amostras em um

curto espaço de tempo. Neste sentido, o uso de DNA barcode tem sido proposto como

meio de identificação rápido de táxons, que ao mesmo tempo incorpora informações

filogenéticas em estudos ecológicos, permitindo comparações de padrões de diversidade

entre diferentes regiões. O estudo foi realizado em 13 igarapés localizados ao longo de

cinco bacias na região da Calha Norte, Oeste do estado do Pará, Brasil, onde foram

capturados um total de 1.965 espécimes de peixes, distribuídos em 146 espécies, 91

gêneros, 29 famílias e 10 ordens, sendo as ordens Characiformes e Siluriformes

predominantes em todas as bacias. A bacia do Jauaru, com o ponto P3, e a bacia do

Maicuru, com o ponto P14, apresentaram os maiores valores de diversidade. Foram

encontradas varias espécies que apresentaram linhagens distintas entre as localidades,

indicando divergências históricas. Crenicichla saxatilis mostrou alta variação morfológica,

no entanto, quase nenhuma variação nas sequências de barcode, sendo assim considerado

um organismo com plasticidade fenotípica significante que pode facilmente se adaptar a

uma variedade de ambientes. De forma geral, nossos resultados demonstram a eficácia do

DNA barcoding para discriminar as espécies e ajudar determinar a biodiversidade real de

uma região, além da sua aplicabilidade nas abordagens de diversidade ecológica,

fornecendo resultados adicionais comparado com os índices de diversidade tradicionais.

Apoio financeiro: FAPESPA; CAPES; UFPA.

03

Identificação de Assembléias de Peixes: Combinando Dados

Moleculares e Ecologicos Sobre a Ictiofauna da Calha Norte

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Karina Motta Melo1,2

; Julio CesarPieczarka1,3

; Cesar Koppe Grisolia3,4

; Cleusa Yoshiko

Nagamachi1,3

. 1Universidade Federal do Pará-UFPa;

2Mestrado em Genética e Biologia Molecular-Ufpa;

3Pesquisador do CNPq;

4Universidade de Brasília-Unb.

Email para contato: [email protected]

Palavras-chave: ecotoxicologia aquática, peixes, modelo biológico, rotenona.

A ecotoxicologia aquática é a ciência que estuda os efeitos e as consequências que

determinadas substâncias podem causar nos indivíduos expostos. Essa investigação é uma

etapa importante na avaliação dos limites permissíveis de exposição a um agente porque

envolve o conhecimento dos efeitos que a exposição letal e subletal a uma substância pode

causar. Peixes são bastante utilizados como organismo teste nesse tipo de análise e uma

das vantagens do seu uso como sentinela é que eles podem ser facilmente mantidos em

aquários em condições experimentais controladas para avaliação dos efeitos que a

substância em estudo pode causar. Quanto à indução de alterações genéticas, por exemplo,

eles respondem de maneira similar a muitos outros vertebrados, podendo servir, portanto,

de medida comparativa do que é danoso para o peixe e que pode ser danoso também para

outros vertebrados. Com o objetivo de avaliar o potencial tóxico e mutagênico da rotenona,

um composto derivado de uma planta nativa da Amazônia usada no mundo todo como

pesticida e piscicida, nós temos usado duas espécies de peixes (Poecilia reticulata e

Orecochromis niloticus) como modelo biológico. Para isso, uma série de testes estão sendo

aplicados a fim de determinar os potenciais efeitos adversos em determinadas doses de

exposição à rotenona. Resultados preliminares permitiram determinar as concentrações

letais (CL50) da rotenona para espécie P. reticulata, assim como a observação de efeitos

neurotóxicos em doses subletais. Os testes realizados na espécie O. niloticus mostraram um

potencial mutagênico da rotenona, causado possivelmente por uma capacidade aneugênica

levando à má segregação de cromossomos durante a divisão celular. De modo geral, as

duas espécies usadas neste estudo mostraram-se organismos interessantes para serem

usados em estudos de toxicologia e mutagênese.

Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPESPA.

04

O Uso de Peixes como Modelo Biológico em Estudos de

Ecotoxicologia Aquática

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Sonaya Barros de Oliveira1; Marina Mendonça

2; Wolmar Wosiacki

2; Wilsea M. B.

Figueiredo-Ready1, Jonathan Ready

1.

1Laboratório de Ictiologia Integrada, UFPA Campus de Bragança;

2Museu Paraense Emilio

Goeldi.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: DNA Barcode, peixes, Igapó.

Embora os peixes sejam um importante recurso e represente uma considerável porção da

fauna amazônica, sua biodiversidade ainda é precariamente conhecida. Com base nisso, se

tornou necessário adicionar novas metodologias que pudessem subsidiar os estudos

ictiológicos, como o sistema de códigos de barras (DNA barcoding), que vem se

mostrando muito eficiente para detectar a existência de espécies crípticas. Exemplares

coletados em igarapés situados dentro de um trecho de aproximadamente 160km ao norte

de Manaus foram processados seguindo-se estritamente a metodologia padrão para a

recuperação de DNA barcodes, para avaliar a ictiofauna nos igarapés desta área em

comparação com outras áreas onde o mesmo protocolo de coleta foi aplicado.

Aproximadamente 65 especies foram coletadas em 12 estações de coleta entre a cidade de

Manaus e a reserva indígena Waimiri-Atroari. Até agora um total de 75 amostras tem sido

sequenciadas, cobrindo 44 das 65 espécies amostradas (66%). Material testemunho está

sendo preparado para deposição no Museu Paraense Emilio Goeldi, onde identificações

morfológicas serão confirmadas para averiguar a aplicabilidade do DNA barcoding para

identificar espécies conhecidas e possíveis espécies crípticas. Notamos a baixa abundância

de indivíduos e espécies na amostragem em comparação com coletas feitas seguindo o

mesmo protocolo em igarapés de tamanhos parecidos no baixo Amazonas.

Apoio financeiro: FAPESPA; CNPq, UFPA.

05

Barcoding de peixes provenientes de igarapés da região norte ao

Manaus

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Jamily Lorena Ramos de Lima1,2

, Gabriela Neiva Frota Lima1,2

, Carlos Willian Dias

Dantas1,2

, Igor Schneider1, Patrícia Neiva Coelho Schneider

1.

1Laboratório de genética do desenvolvimento embrionário – LGDE, ICB, UFPa;

2Iniciação Científica-CNPq.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Anableps anableps, olhos, desenvolvimento, retina, embrião.

O gênero Anableps pertencente à ordem Cyprinodontiformes, compreende três espécies: A.

anableps, A. dowi e A. microlepis. Estas espécies são vivíparas e residentes de estuários,

geralmente habitando águas doces, mas podendo também ser encontrados em águas rasas

do litoral e menos frequentemente em ambientes marinhos. A espécie A. anableps não

migra grandes distâncias e vive em bandos numerosos. A distribuição deste gênero está

restrita a uma região entre o Golfo de Praia da Venezuela e o Delta da Parnaíba. Peixes do

gênero Anableps (tralhoto) vivem na superfície da água com a metade dorsal dos olhos

exposta ao ar e a metade ventral submersa. Neste contexto, a estrutura dos olhos está

adaptada para processar simultaneamente imagens de origem aérea e aquática. Nos olhos

do A. anableps, duas córneas e duas pupilas recebem luz aérea ou aquática, que atravessa

um único cristalino e incide na retina. A retina, por sua vez, é dividida em uma região

ventral que recebe luz do ambiente aéreo e uma retina dorsal que recebe luz do ambiente

aquático. Estudos em organismos adultos a respeito da formação e diferenciação das

regiões oculares descrevem estruturas já formadas e diferenças morfológicas óbvias.

Porém a formação da estrutura ocular duplicada dos olhos durante o período embrionário

deste gênero ainda não foi completamente desvendada. O presente trabalho descreve

estágios embrionários desta espécie, antes e após a duplicação dos olhos, faz uma

descrição das estruturas morfologicamente e funcionalmente duplicadas e por fim,

comparam os dados de A. anableps com dados de Danio rerio (peixe-zebra), uma espécie

de peixe totalmente aquática, com estruturas oculares semelhantes à de outros vertebrados.

Apoio financeiro: Programa de Apoio ao Professor Recém Contratado (PARC)-

PROPESP-UFPA.

06

Caracterização Morfológica do Desenvolvimento dos Olhos da

Espécie Anableps anableps (Atheriniforme, Anablepidae)

Provenientes da Região de Bragança-Pará.

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Fernanda do Socorro Martins Salgado; Adilson Leão da Silva1,3*

; Jaime Ribeiro Carvalho

Júnior1; Luiza Nakayama

1; Diego Maia Zacardi

2; Suzana Carla da Silva Bittencourt

1

1Laboratório de Biologia de Organismos Aquáticos , ICB, UFPA;

2Instituto de Ciências e

Tecnologia das Águas UFOPA; 3Graduado de Engenharia de Pesca, UFRA;

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: peixes; saberes tradicionais, índios.

Com o objetivo de identificar taxonomicamente os peixes e de descrever os conhecimentos

dos índios Asurini da Terra Indígena Trocará (TI Trocará) sobre a pesca artesanal, foram

realizadas coletas, nos mesmos pontos de pesca habitual dos 36 pescadores e, destes, foram

selecionados 10, considerados os mais experientes. A ictiofauna dos sistemas aquáticos

estudados apresentou uma composição dos grandes grupos taxonômicos (ordens e famílias)

comuns aos rios amazônicos. Durante as excursões a campo, registramos 143 espécies, das

quais 12, até o momento, não haviam sido registradas para região. Os 1.547 espécimes

identificados foram classificadas em 98 gêneros, 32 famílias e 8 ordens (Beloniformes,

Characiformes, Cyprinodontiformes, Gymnotiformes, Osteoglossiformes, Perciformes,

Siluriformes, e Synbranchiformes), sendo os Characiformes, o grupo mais rico em

espécies. Baseado nas entrevistas, os peixes foram classificados, nas categorias tróficas:

onívoras (81 espécies); carnívoros (28); ictiófagos (12); detritívoros (14) e herbívoros (8).

As capturas com malhadeiras resultaram no maior número de espécies categorizadas

dentro dos tipos de hábitos alimentares, seguido das capturas com rede de arrasto e com

tarrafa. Houve predomínio de espécies com hábitos onívoros para todos os tipos de

apetrechos. A ausência nestas coletas de espécies com hábitos planctófagos de ocorrência

no rio Tocantins, indica que, no momento, as principais teias alimentares na T.I Trocará

dependem mais de fontes de origem alóctones. Os pescadores Asuriní identificaram vários

peixes (Prochilodus nigricans- curimatá; Myleus spp.- pacu; Mylossoma duriventre- pacu-

manteiga; Brycon falcatus- piabanha; Piaractus brachypomus- pirapitinga; Leporinus

friderici- piau cabeça gorda; Schizodon fasciatum- aracu) que realizam desova nos rios e

nos lagos com movimentos sazonais de piracema, desde os tributários menores até as águas

com correnteza do rio Trocará. O estoque de saberes etnoictiológicos é dinâmico, pois

enquanto há a perda de alguns conhecimentos, outros podem ser adquiridos. Assim, a

aquisição de novas ferramentas, utensílios e técnicas pelos Asuriní, para aumentar a

eficiência da pesca, pode aumentar a pressão sobre os recursos naturais para fins

comerciais, como exemplo, a sobrepesca de pacu-manteiga e do pirarucu (Arapaima

gigas). Ao verificar que o rio Trocará funciona como berçário para juvenis de várias

espécies de peixes do sistema Tocantins-Trocará, pode-se afirmar que este rio tem uma

importância que extrapola os limites da TI Trocará.

Apoio financeiro: Eletronorte e FUNAI

Etnoictiologia dos Asuriní da Terra Indígena Trocará

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Ermeson de Oliveira Silva1,2

Adilson Leão da Silva1,2*

; Fernanda do Socorro Martins

Salgado2; Diego Maia Zacardi

3; Luiza Nakayama

2; Suzana Carla da Silva Bittencourt

2.

1Graduado de Engenharia de Pesca, UFRA;

2Laboratório de Biologia de Organismos

Aquáticos, UFPA; 3Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas, UFOPA.

*E-mail: [email protected]

Palavras chave: Ictioplâncton, estuário, sardinhas

Nas últimas décadas, o município de Barcarena tem sofrido influências (direta e/ou

indireta) das atividades antrópicas sobre os recursos naturais, proveniente do

estabelecimento de indústrias de beneficiamento e exportação de caulim, alumina,

alumínio e cabos para transmissão de energia elétrica. Assim, o presente trabalho tem

como objetivo contribuir para o conhecimento da ictiofauna estuarina local, avaliando a

variação espaço-temporal da composição e densidade das larvas de Clupeiformes, nos

principais corpos hídricos ao entorno da cidade de Barcarena, além das possíveis alterações

que esta parcela da comunidade planctônica pode estar sofrendo. Foram realizadas coletas

de material biológico por meio de arrastos subsuperfíciais horizontais utilizando-se uma

rede de plâncton (300 μm), em períodos distintos de incidência pluviométrica para a região

(meses de maio e setembro de 2009). As larvas de peixe foram separadas do plâncton total

e em seguida, contadas e identificadas no menor nível possível, no Laboratório de Biologia

de Organismos Aquáticos, ICB-UFPA, considerando as características morfológicas e

merísticas. Nas 20 estações de coleta localizadas nos três rios foram quantificadas um total

de 9.162 larvas de peixes, das quais 8.984 eram correspondentes a ordem Clupeiformes,

representando 98,06% do total de exemplares. As larvas de Clupeiformes foram

classificadas em Clupeidae (Rhinosardinia amazonica), Engraulidae (Anchoa brevirotres e

Anchoa clupeoides) e Pristigasteridae (Pellona flavipinnis). Os maiores valores de

densidade média (larvas/100m³) foram registrados no período de maior precipitação

pluviométrica (325 larvas/100m³), quando comparado com o período de menor

pluviosidade (62,2 larvas/100m³) para a região estudada. A espécie R. amazonica foi a

mais representativa, com registro de densidade de 10,07; 8,49 e 286,59 larvas/100m³ para

os rios Barcarena, Pará e Arienga, respectivamente. Em relação ao desenvolvimento

ontogênico, a maior participação relativa foi registrada para os indivíduos que se

encontravam no estágio de flexão, tanto no período de maior (81,25%) quanto no de menor

(18,78%) pluviosidade. A ocorrência de altas densidades de larvas em estágio de flexão, na

área de estudo, pode indicar um processo reprodutivo no interior do rio, ressaltando que as

três espécies R.amazonica, P. flavipinnis e A. clupeiodes observadas no presente trabalho,

são de origem marinha e dependem dos estuários para reprodução e/ou desenvolvimento.

Apoio financeiro: PIBIC-CNPq; FAPESPA/PRONEX – 02/2007

08

Larvas de Clupeiformes da Porção Sul do Rio Amazonas - PA,

Brasil

08

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Ana Carolina Borges de Andrade1,4

; Caroline da Silva Montes1,3

; Rossineide Martins da

Rocha1,2

1Laboratório de Ultraestrutura Celular, ICB/UFPA;

2Pesquisador do CNPq;

3Bolsista de

doutorado em Ecologia Aquática e Pesca – CNPq; 4Bolsista de mestrado em Ecologia

Aquática e Pesca – CNPQ.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Peixe, biomarcadores, histopatologia, mineração e toxicologia aquática.

Na Serra de Carajás, sudeste paraense, evidencia-se uma intensa atividade de extração

mineral, que influencia na qualidade do rio Itacaiúnas na medida em que vem recebendo ao

longo de 30 anos substâncias que podem se acumular na coluna d’água, no sedimento e nos

organismos aquáticos. Em peixes, particularmente os carnívoros, observa-se o fenômeno

de bioconcentração e biomagnificação de alguns contaminantes, como metais pesados,

que, por sua vez, podem interagir com o organismo vivo causando múltiplas alterações

desde nível molecular até ecossistemas. Nesse sentido, há a necessidade de utilização de

uma ferramenta de monitoramento sensível à avaliação de impactos ambientais que

indiquem não apenas a simples exposição de substâncias contaminantes, mas seus efeitos

tóxicos. Sendo assim, objetivou-se utilizar biomarcador histológico em fígado de

Serrasalmus spp., piranha, associado análise dos metais pesados Hg, Mn, Cu, Zn e Cr em

tecidos muscular e hepático e sedimento de fundo, para avaliar a qualidade das águas do

rio Itacaiúnas, Carajás/PA. Foram capturados 76 especimes, sendo 33 da área mais à

montante do rio, sob pouca influencia de minas; 25 da área sob influencia de uma mina de

cobre e ouro; e 18 da área sob influencia de uma mina de manganês e ferro. Os peixes

foram eutanasiados para obtenção de fragmentos do músculo e do fígado, que foram

armazenados sob temperatura de 4 ºC para a análise de metais pesados, e um fragmento do

fígado foi fixado em boiun para análise histológica. As amostras de músculo e fígado da

primeira campanha de campo foram submetidas a digestão ácida e a determinação de Hg

realizada por Espectrofotometria de Absorção Atômica, com geração de vapor frio e as

demais estão aguardando análises. Fragmentos do fígado foram retirados para posterior

processamento histológico de rotina. Cortes de 5µm foram feitos e corados em

Hematoxilina&Eosina para análise qualitativa em microscópio de luz, para posterior

análise semi-quantitativa de acordo com Bernet et al. (1999). Até o momento encontrou-se

teores de Hg no músculo variaram entre 0,180 e 0,410 ppm, com média de 0,223 ± 0,085

ppm, e no fígado a variação foi de 0,074 a 0,663 ppm, e média de 0,212±0,131 ppm,

apresentando-se dentro do limite estabelecido pela ANVISA para peixes predadores.

Contudo, foram detectadas no fígado alterações histológicas em que se destacam centros

melanomacrófagos, congestão de vasos, vacuolização de hepatócitos, hipertrofia e necrose

celular, que podem ser interpretadas como respostas de médio prazo ao estresse ambiental.

Concluindo-se, preliminarmente, que as mudanças morfológicas do fígado ocorrem devido

a presença de tóxicos no rio Itacaiúnas e que o Hg, que age de forma gradual, sendo capaz

de acumular e se biomagnificar ao longo da cadeia trófica, pode estar contribuindo a longo

prazo com a redução da sua qualidade ambiental.

Apoio financeiro: CNPq; UFPA.

09

Biomarcador Histológico de Serrasalmus spp. para Avaliação

da Qualidade da Água do Rio Itacaiúnas, Carajás/PA

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Resumo do II Encontro de Ictiologia para Estudantes Paraenses 2 a 3 de agosto de

2012 Auditório do Prédio Manuel Ayres-ICB-UFPA Belém Pará Brasil

eiep.ufpa.br

Rabello, Louise1; Ribeiro, Siane Marina

1; Velasco, Michele

1,2; Videira, Marcela

1,3;

Sindeaux Neto, José1; Dias, Lilian

1,4; Matos, Patrícia

5; Matos, Edilson

1.

1

Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, UFRA; 2Programa de Pós-Graduação em

Aqüicultura e Recursos Aquáticos Tropicais,UFRA; 3Programa de Pós-Graduação em

Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários,UFPA; 4Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal, UFPA; 5Laboratório de Pesquisa Edilson Matos, ICB , UFPA.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Myxobolu, Calyptospora, Hoplias malabaricus.

A fauna aquática dos diversos meios ambientes e das várias áreas geográficas está sujeita a

diferentes danos como microparasitoses e os agentes patogênicos são destacados como os

microsporídios e mixosporídios. Os microsporídios são parasitos pertencentes ao filo

Microsporidia, são organismos unicelulares eucariotas com um ciclo de vida

obrigatoriamente intracelular, tem como seus principais hospedeiros os artrópodes e

peixes. Apresentam esporos de forma elipsoidal, constituído por uma parede espessa, o

disco de ancoragem, o filamento polar e o polaroplasto. Os mixosporídios são parasitos

pertencentes ao Filo Myxozoa, considerados parasitas celulares de peixes marinhos, de

água doce e estuarinos e são encontrados parasitando diversos órgãos. Este estudo avaliou

os aspéctos morfológicos dos esporos de Myxobolus sp. parasitando brânquia e

Calyptospora sp. parasitando fígado de Hoplias malabaricus (nome vulgar “ traíra”).

Foram observadas exemplares de H.malabaricus, capturados no município de Cachoeira

do Arari, Ilha do Marajó, estado do Pará, Brasil (480 57’ 36” W 01

0 00’ 36” S). Após a

captura, os animais foram armazenados vivos em sacos plásticos com aeração artificial,

transportados até o Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo (LPCA) em Belém/PA, na

Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), onde foram mantidos em aquários. Os

animais foram anestesiados (MS222-Sandoz Laboratories), sacrificados e, posteriormente

necropsiados. As observações foram feitas com auxílio do estereomicroscópio. Pequenos

fragmentos das brânquias e do fígado parasitados foram retirados para observação em

microscopia de luz, e posteriormente fixados em solução de Davidson por 24h e, em

seguida, processados em parafina, corados e fotografados. Os cistos encontrados nos

exemplares possuem características do gênero Myxobolus sp. e estavam localizados nas

lamelas branquiais, apresentando formato alongado, esbranquiçados. Os esporos

apresentavam formato piriforme, com duas cápsulas polares, duas células valvogênicas e o

esporoplasma. As observações estruturais das células e dos tecidos hospedeiros sugerem

que estes parasitas poderão ser letais para os seus hospedeiros. Também foram constatados

a presença de oocitos semelhantes ao gênero Calyptospora no fígado do hospedeiro. Os

oocistos apresentavam um vacúolo parasitóforo com quatro esporocistos. Os esporocistos

não apresentavam formato piriforme, característico das espécies descritas deste gênero,

levando inicialmente a hipótese de tratar-se de nova espécie. Há necessidade de melhores

estudos em microscopia eletrônica de transmissão e biologia molecular, para determinar a

espécies dos parasitos.

Apoio financeiro:

10

Fauna Microparasitaria de Hoplias malabaricus

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Fabrícia de Jesus Paiva da Fonseca Sizo1;Liziane Amaral Barbosa

1;Roselany O. Corrêa

2;

Heitor Martins Junior 2; Maria Auxiliadora Pantoja Ferreira

1; Rossineide Martins da

Rocha1.

[email protected] (Universidade Federal do Pará, Belém);

[email protected] ; (Universidade Federal do Pará, Belém);

[email protected] (Embrapa Amazônia Oriental, Belém);

[email protected] (Embrapa Amazônia Oriental, Belém);

[email protected]

(Universidade Federal do Pará, Belém); [email protected] (Universidade Federal do Pará,

Belém).

Palavras-chave: intestino, dieta, tambaqui e fígado.

O tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) é um dos peixes mais cultivados na

região Norte e está em ascensão no mercado nacional, por possuir uma carne muito

apreciada. É um peixe de onívoro com tendência a frugívoro e possui ótimo desempenho

zootécnico, devido à rusticidade no manejo. Entretanto os altos custos com a ração

comercial impedem o crescimento em relação à aqüicultura mundial. Como estratégia para

reduzir os gastos, utilizou-se ingredientes alternativos na formulação das rações

provenientes dos resíduos das indústrias regionais, porém o impacto dessa nova dieta no

sistema digestório do animal é desconhecido. Assim, esse trabalho teve como objetivo

analisar histologicamente o intestino médio e fígado de tambaqui e a relação peso x

alimentação pelas diferentes rações. A composição da dieta experimental foi de 28% de

proteína bruta e 3000 kcal/kg com a inclusão alternada de 20% de cada ingrediente (farelo

de coco, torta de dendê e tucumã). O estudo ocorreu na estação de piscicultura da

Embrapa, Belém/PA num período de 90 dias. Foram utilizados 300 juvenis com peso

inicial 16,0± 1,5g e distribuídos em 12 tanques de 250L, em regime de recirculação de

água, filtragem e aeração contínua. O experimento foi ao acaso, com quatro tratamentos e

três repetições, sendo uma sem inclusão de ingredientes alternativos denominada de T1-

dieta controle e as outras três com a inclusão de 20% de cada ingrediente, denominadas

T2- torta de dendê, T3-torta de tucumã e T4- com farelo de coco, totalizando 12 unidades

experimentais. Ao término do estudo, 09 animais de cada tratamento, foram capturados,

anestesiados e pesados. Para análise histológica, foram feitas incisões abdominais e

retirada de fragmentos do intestino e fígado para fixação em Bouin por 24 horas.

Posteriormente o material foi processado pelas técnicas histológicas de rotina. Cortes de

5µm de espessura foram corados com Hematoxila e Eosina e analisados em microscópio

de luz. A análise do intestino revelou que nos diferentes tratamentos houve preservação da

estrutura mucosa e um acúmulo de lipídios nos enterócitos da maioria dos peixes que

receberam as dietas, porém mais acentuado nos foram alimentados com o farelo do coco.

Enquanto a histologia do fígado, 89% dos animais controle apresentaram integridade do

parênquima hepático e 11% mostraram alterações com congestão dos vasos sanguíneos,

além da presença de centromelanomacrófagos, indicando baixa atividade imunológica. Os

alimentados com a dieta dendê 67% estavam normais e 33% com congestão de vasos. Já os

animais das dietas com coco e tucumã, 100% apresentaram congestão de vasos e 44% da

dieta tucumã apresentaram também degeneração celular. A relação peso x alimentação

revelou que os peixes alimentos com dendê foram que apresentaram maior ganho de peso

corroborando com as análises histológicas que concluem que a dieta contendo dendê é

mais indicada para elaboração da ração por provocar menores danos ao sistema digestório.

Análise Histológica do Intestino Médio e Fígado de Tambaqui

Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) após Alimentação com

Rações Alternativas

11

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Juliana Caroline Dias Pantoja1,2

, Rossineide Martins da Rocha2.

1Estudante de Graduação,

2Laboratórios de Ultraestrutura Celular ICB, UFPA.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras chaves: Peixes, histologia, desenvolvimento larval, digestivo.

O Piaractus brachypomus (CUVIER, 1818) conhecido como Pirapitinga pertencente à

ordem dos Characiforme, família Characidae e subfamília Serrasalmidae. Esta espécie é

endêmica da América do Sul, mais especificamente da Bacia Amazônica e do rio Orinoco,

Colômbia. (PARRA & BENITEZ, 2006). Sua alimentação é constituída de pequenos

frutos, sementes e pequenos peixes, sendo caracterizado como “onívoro”. Devido ao seu

grande porte, rápido crescimento, sua carne de excelente qualidade e sabor (PAULA,

2009), e sua aparência atrativa, a pirapitinga possui grande importância tanto para o

mercado de peixes ornamentais quanto para a piscicultura. O objetivo do estudo será

avaliar padrões morfométricos iniciais e descrever o desenvolvimento do sistema digestivo

em larva de pirapitingas . O experimento será realizado no município de Terra Alta a 103

km da capital Belém. A reprodução induzida ocorre nas dependências da Estação de

Piscicultura Orion Nina Bibeiro de Secretária de Estado de pesca (PA). As amostras são

coletadas em oito períodos divididos em horas pós-fecundação (p.f.): 12hpf, 24hpf, 36hpf,

48hpf, 50hpf, 72hpf, 86hpf. As amostras serão fixadas em solução de Bouin, desidratadas

em solução crescente de álcool (70%- Álcool absoluto I e II), diafanizadas em xilol,

infiltradas e incluídas em parafina. Após este procedimento serão realizados cortes de 5µm

de espessura, as lâminas serão coradas com Hematoxilina e Eosina para posterior análise

em microscopia de Luz. Estudos sobre o desenvolvimento inicial dos peixes contribuem

para determinar a sua melhor forma de manejo, e assim aperfeiçoar sua produção. A

Pirapitinga possui uma grande importância no mercado de peixes nacional, principalmente

na região Norte do Brasil, sendo de grande relevância estudos a cerca de seu

desenvolvimento, que ainda se encontram escassos na região amazônica.

Apoio financeiro: FAPESPA; UFPA.

12

Morfometria e análise estrutural do sistema digestório em

larvas de pirapitinga (Piaracutus brachypomus)

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1,3Ivana Kerly da Silva Viana,

1,2Rossineide Martins da Rocha1

1Laboratório de Ultraestrutura Celular, ICB, UFPA,

2Pesquisador CNPQ,

3Bolsista de IC-

CNPQ

E-mail: [email protected]

Palavras-chave: Ultraestrutura, Peixe, Reprodução.

Acari zebra, Hypancistrus zebra (Isbrucker e Nussen, 1991) é uma espécie de peixe da

família Loricaridae que possui um grande potencial para a pesca de peixes ornamental

devido sua coloração com listras brancas e pretas. Atualmente esta espécie se encontra

ameaçada de extinção. Desta forma torna-se importante conhecer a biologia reprodutiva

para desenvolver reprodução induzida para fins comerciais e de preservação. O presente

trabalho teve como objetivo caracterizar pela microscopia eletrônica de transmissão a

gametogênese da espécie. Os exemplares foram coletados no trecho do médio inferior rio

Xingu entre a localidade de Gorgulho da Rita e a vila de Belo Monte, Altamira/ PA. 174

indivíduos foram coletados e 17 amostras foram processadas para a técnica de microscopia

eletrônica de transmissão(MET) , sendo cinco machos e doze fêmeas, as gônadas foram

fixadas em solução de Karnovsky (paraformaldeido 4%, glutaraldeido 2% em tampão

cacodilato de sódio 0,1M PH 7,4) por aproximadamente 3 horas a 4ºC. Após as gônadas

foram lavadas com tampão cacodilato de sódio 0,1M PH 7,4 e pós-fixadas em tetróxido de

ósmio 1% em tampão cacodilato de sódio 0,1M PH 7,4 por 2 horas em temperatura

ambiente, desidratadas em serie crescente de acetona, em seguida embebidas e incluídas

em Epon 812. Os cortes semi finos foram feitos em micrótomo, e posteriormente os cortes

foram cortados com a espessura de 1 milímetro e corados com azul de metileno 1% e

analisados em microscópio óptico. Externamente os testículos do Hypancistrus zebra são

órgãos pares alongados localizados na cavidade celomática na face dorsal, possui uma

união na extremidade caudal formando o ducto espermático comum, apresentou-se

revestido por uma túnica conjuntiva que envia septos para o interior do parênquima

testicular. Internamente a gônada é constituída de túbulos seminíferos e parênquima

intersticial. Através da MET foi observado que o ovário é revestido por uma fina camada

de tecido conjuntivo, foram caracterizados três estádios gonadais: imaturo, maturo e

desovado. Foi observado que o parênquima ovariano da gônada matura apresentaram

predomínio de ovócitos de tipo III caracterizados como as células que apresentam maior

volume celular, zona radiata bastante visível e espessa. As gônadas de indivíduos imaturos

apresentaram numerosos ovócitos do tipo II com volume celular reduzido e zona radiata

delgada. O vário no estádio desovado apresentou folículos pós-ovulatório (FPO) e

atrésicos e ovócitos do tipo I. O presente trabalho analisou os tipos celulares da

gametogênese de H.zebra, descrevendo características células de linhagens ovogênicas e

espermatogênica, contribuindo para o conhecimento acerca da biologia reprodutiva desta

espécie.

Apoio financeiro: CNPq; FAPESPA; UFPA.

13

Utilização da Microscopia Eletrônica Transmissão para a

Descrição da Gametogênese de Acari Zebra (Hypacistrus zebra,

Isbrucker & Nissen, 1991) do Rio Xingu, Pará, Brasil

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João Lauro Santos1, José Sindeaux Neto

1, Michele Velasco

1,2, Lilian Dias

1, Patrícia

Matos3, Edilson Matos

1.

1Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, LPCA, UFRA;

2 Discente do Curso de Pós-

Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, UFPA; 3Laboratório de

Pesquisa Edilson Matos, ICB, UFPA.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras - chave: Mixosporídios, Myxozoa, Pseudauchenipterus, peixe e parasito

Os mixosporídios são parasitos pertencentes ao Filo Myxozoa, considerados parasitas

celulares de peixes marinhos, de água doce e estuarinos e são encontrados parasitando

diversos órgãos. Quando ocorrem nos orgãos dos peixes, formam cistos esbranquiçados

com diversos formatos. Nos rins e brânquias podem causar hemorragias. Com relação as

brânquias, ocorre uma diminuição da superficie de absorção de oxigênio. No entanto,

quando o parasitismo ocorre nos ovários e testiculos podem causar esterelização do

hospedeiro. Estes parasitos podem provocar redução na resistência do sistema imunológico

dos peixes, deixando-os suceptiveis a doenças causadas por vírus, fungos e/ou bactérias. O

município de Vigia de Nazaré dista aproximadamente 100 km de Belém entre as

coordenadas geográficas 00051’12” S, 48

008’41” W, tendo como principal atividade

econômica a pesca artesanal e industrial. Visando avaliar a biodiversidade de

mixosporídeos desta região, foram capturados 30 espécimes de Pseudauchenipterus

nodosus. Os peixes foram examinados ainda frescos e tiveram seus órgãos observados em

estereomicroscópico. Através de uma analise mais detalhada em microscópio de luz

constatou-se que do total de exemplares de P. nodosus verificados 70% apresentavam

parasitismo por Myxobolus sp. nos filamentos branquiais. A vesícula biliar de 46%

encontravam-se infectadas por duas espécies diferentes de Myxidium sp. É comum a

ocorrência de mixosporídios em peixes da Amazônia, diversas espécies novas foram

descritas nos últimos anos. Estudos moleculares e microscopia eletrônica estão em

andamento para auxiliar na identificação das espécies.

Apoio financeiro:

14

Ocorrência de Mixosporídios em Pseudauchenipterus nodosus

Oriundos da Cidade de Vigia de Nazaré (PA)

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Wemerson Clayton da Silva1, Alexandre Marceniuk

2, Iracilda Sampaio

4, Horacio

Schneider5, Juliana Araripe

6.

1, 6Laboratório de Genética Aplicada, Instituto de Estudos Costeiros, Programa de Pós-

Graduação em Biologia Ambiental, Universidade Federal do Pará, campus de Bragança-

PA.

E-mail: para contato: [email protected]

Palavras-chaves: Bagre bagre, fluxo gênico, Citocromo B e Atlântico Sul

Os peixes da família Ariidae são globalmente distribuídos em regiões temperadas e

tropicais e apresentam um baixo potencial para dispersão larval por conta do padrão

reprodutivo especializado, onde os machos incubam os ovos e embriões na cavidade bucal

até o final do seu desenvolvimento. No Atlântico Sul, o catfish Bagre bagre (Linnaeus,

1766), distribui-se da Colômbia ao sul do Brasil, podendo ser encontrada

predominantemente em ambientes com fundos lamosos e habita áreas com salinidade

elevada em mar aberto, migrando para águas estuarinas na época da desova. Foram

coletadas amostras de tecidos de 132 indivíduos de B. bagre da Venezuela, Amapá, Pará,

Maranhão, Ceará e São Paulo. Destas populações foram sequenciados 769 pb do gene

mitocondrial citocromo B para analises populacionais de diversidade genética. Os

resultados demostraram uma moderada diversidade genética com altos valores de h com

0,76 e baixos de π com 0,003. Foi detectada a presença de uma única população sem

subestruturação genética o que sugere um fluxo gênico entre as populações ao longo da

área amostrada. Os resultados corroboram a hipótese de que ao longo do Atlântico sul

ocidental há apenas um estoque de B. bagre, sendo sugerido estudos mais aprofundados

com maior número de marcadores genéticos que poderão auxiliar na conservação deste

recurso.

Apoio financeiro:

15

Estrutura Populacional e Variabilidade Genética do Catfish

Bagre bagre (Siluriforme, Ariidae,) do Atlântico Sul Ocidental

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Liziane Amaral Barbosa*, Fabrícia de J. P. Fonseca- Sizo1, Sérgio Ricardo Batlouni

2,

Maria Auxiliadora P. Ferreira3, Rossineide Martins da Rocha

1.

*Estudante de Pós-Graduação, 1-Laboratórios de Ultraestrutura Celular ICB/UFPA, Av.

Augusto Correa nº 01, Campus Universitário do Guamá, Belém/Pará/Brasil; e-mail:

[email protected]; 2- CAUNESP, Universidade Estadual Paulista/SP; 3-Laboratório

de Imunohistoquímica e Biologia do Desenvolvimento, UFPA/PA.

Palavras-chave: Peixe, Siluriforme, Mapará, Reprodução.

O Mapará é um siluriforme da família Pimelodidae representado por três espécies H.

marginatus, H. edentatus e H. fimbriatus. Esse peixe possui hábitos pelágicos e

planctófagos e em função da disponibilidade de nutrientes se adapta nos reservatórios. No

Rio Tocantins o mapará comercializado é proveniente da pesca extrativista o que

representa grande importância econômica para a região. O objetivo do estudo foi analisar a

histologia do desenvolvimento gonadal de machos de H. marginatus no Rio Tocantins

(Tucuruí-PA). Foram analisados dezenove exemplares de machos de um total de quarenta

indivíduos capturados com rede de emalhar durante os meses de dezembro de 2011, março

e maio de 2012. Após a captura os peixes foram previamente anestesiados seguidos de uma

incisão ventral para a identificação macroscópica do sexo e avaliação do estádio de

desenvolvimento gonadal. Para esta identificação foi observada a forma, tamanho e

coloração das células germinativas. As gônadas foram retiradas e pesadas e frações das

mesmas foram fixadas em solução de Bouin durante vinte e quatro horas. As amostras

foram desidratadas em solução etanólica crescente, diafanizadas em xilol, infiltradas e

incluídas em parafina. Após este procedimento foram realizados cortes de 5 µm de

espessura e as lâminas foram coradas com Hematoxilina e Eosina para posterior análise em

microscopia de luz. No período de estudo foram identificados os estádios, em maturação,

caracterizado pela presença de túbulos seminíferos contendo espermatogônias,

espermatócitos, e espermátides organizados em cistos germinativos e observados poucos

espermatozóides no lúmen do túbulo; e o estádio maduro, caracterizado pela presença de

túbulos seminíferos contendo poucas espermatogônias, espermatócitos e espermátides,

apresentando grande quantidade de espermatozóides no lúmen. As análises microscópicas

do testículo revelaram o predomínio do estádio maduro. Assim, conclui-se

preliminarmente, que nos meses de estudo o mapará se encontra na fase reprodutiva.

Apoio financeiro:

16

Estudo preliminar do período reprodutivo do mapará

(Hipophtalmus marginatus) no rio Tocantins, Estado do Pará,

Brasil

Page 18: Livro de resumos do II EIEP

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Joyce Cardim de Oliveira1,2

; José Mauro Viana Silva¹,²; Patricia F. S. Santos

1; Michele

Velasco1,3

e Edilson Matos1.

¹Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, Universidade Federal Rural da Amazônia –

UFRA, Av. Tancredo Neves, 2501, CEP: 66077-901, Montese, Belém, PA. 2PPG- Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais (AqRAT) - UFRA

3PPG- Biologia de Agentes infecciosos e Parasitários (BAIP) – UFPA, Av. Tancredo

Neves, 2501, CEP: 66077-530, Montese, Belém, PA.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Mixosporidiose, peixe bandeirado, Bagre bagre, parasito

A mixosporídiose é uma doença ocasionada por parasitas celulares de peixes marinhos, de

água doce e estuarinos e são encontrados parasitando diversos órgãos. São considerados

economicamente importantes por causarem doenças, principalmente, em hospedeiros com

potencial para o cultivo e para a comercialização. Com objetivo de avaliar a presença de

mixosporidios parasitando Bagre bagre (Linnaeus, 1766), foi realizada uma coleta pré-

experimental com 20 exemplares de B. bagre (nome vulgar bandeirado), adquiridos no

município de Vigia de Nazaré (00º 51’ 12” S 48º 08’ 41” W), estado do Pará, Brasil. Após

a coleta, os peixes foram armazenados em caixa isotérmica com gelo e transportados até o

Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo (LPCA) na Universidade Federal Rural da

Amazônia (UFRA). Os animais foram necropsiados e os órgãos foram observados com

auxílio do estereomicroscópio. Os órgãos com possíveis focos de parasitismo foram

retirados e fragmentados para observação em microscópio de luz (ML). Observou-se, no

liquido das vesículas biliares de 07 peixes (prevalência: 35,0%) a presença de esporos de

um mixosporídio de formato piriforme, que através da ML foram identificados como

pertencentes ao gênero Thelohanellus Kudo, 1933, devido à morfologia esporal com

formato piriforme e extremidade anterior afilada, enquanto que a extremidade posterior

largamente arredondada, apresentando apenas uma cápsula polar com um filamento polar

em seu interior perto do ápice do esporo. Com a determinação de mixosporídio nas

amostras, considera-se o peixe B. bagre como um hospedeiro importante para o estudo de

mixosporidioses na região de Vigia de Nazaré. Com isso, há necessidade de ampliação das

coletas de campo e melhores estudos em microscopia de luz, microscopia eletrônica de

transmissão e biologia molecular, para determinação das espécies parasitas, bem como das

possíveis lesões teciduais causadas pelo parasitismo.

Apoio financeiro:

17

A ocorrência de mixosporidiose em Bagre bagre (Linnaeus,

1766) oriundo do município de Vigia de Nazaré/PA

Page 19: Livro de resumos do II EIEP

Resumo do II Encontro de Ictiologia para Estudantes Paraenses 2 a 3 de agosto de

2012 Auditório do Prédio Manuel Ayres-ICB-UFPA Belém Pará Brasil

eiep.ufpa.br

Hagi L.S. Carvalho1,4

; Thayse C.M.. Benathar2,4

; Cleusa Y. Nagamachi3,4

; Julio C.

Pieczarka3,4

; Renata C. Noronha3,4

.

¹ Bolsista PIBIC/CNPq; ² Bolsista mestrado CNPq em Genética e Biologia Molecular; ³

Pesquisador do CNPq; 4 Laboratório de Citogenética, ICB, UFPA

Palavras chave: Citogenética, Hypancistrus, Fluorocromos, FISH

As espécies do gênero Hypancistrus (Hypostominae, Ancistrini) são conhecidas

popularmente como “acari”, “acari-bodós” ou “cascudos”. O estado taxonômico de

Hypancistrus é bastante confuso e os estudos citogenéticos no gênero são bastante escassos

principalmente se tratando da região Amazônica. Portanto, pretende-se caracterizar e

comparar citogeneticamente exemplares do gênero Hypancistrus provenientes do rio

Xingu por meio de técnicas de citogenética clássica e molecular, a fim de contribuir para a

taxonomia do grupo, como também auxiliar para uma melhor compreensão da filogenia e

evolução deste gênero. No presente estudo, foram analisados 8 indivíduos (3 fêmeas e 4

machos e 1 de sexo indeterminado) de Hypancistrus sp. provenientes do rio Xingu, PA. Os

indivíduos foram analisados através das técnicas de coloração convencional (Giemsa),

bandeamento C (BC), DAPI, impregnação por prata (AgNOR), CMA3, FISH com sonda de

rDNA 45S 45S e sonda Telomérica. Todos os exemplares de Hypancistrus possuem 2n=52

sendo que, seis exemplares constituem fórmula cariotípica (FC) 38m/sm + 14st/a. A BC

revela que a heterocromatina Constitutiva (HC) está distribuída no centrômero dos

cromossomos e um conspícuo bloco no braço curto (p) do par 2 e no braço longo (q) dos

pares 5 e 10, como também apresenta pequenas marcações nas porções terminais dos pares

4, 9, 11, 17, 22, 23 e 24. Esta região é rica em pb A-T (DAPI positiva). A NOR localiza-se

no braço par 11q (sm) e está associada com um bloco de heterocromatina. A CMA3

coincide com a NOR e rDNA. Dos oito exemplares analisados de Hypancistrus, dois

mostram resultados divergentes, onde a NOR marca apenas um cromossomo ao invés de

um par, sendo que a hibridização de sequencias de rDNA 45S confirmou a marcação única.

Com 2n=52 classificamos de Hypancistrus sp. seis exemplares e Hypancistrus sp2 os dois

indivíduos que estão apresentando resultados divergentes quanto a localização dos sítios

ribossomais. Estes compartilham com outras espécies da tribo Ancistrini, mostrando que o

número diplóide é conservado para está tribo. Os dados da literatura mostram que

Hypancistrus cf. debilittera tem o 2n=52 e FC 34m/sm+18st/a, enquanto Hypancistrus sp.

analisado neste trabalho apresenta FC 38m/sm+14st/a. Rearranjos estruturais, tais como

inversões e/ou translocações podem estar envolvidos na diferenciação citogenética dessas

duas espécies. Outra diferença cromossômica importante é a posição do par da NOR, no

qual H. cf. debilittera apresenta a marcação da NOR no par 2 e Hypancistrus sp. possui

uma marcação da NOR no par 11 e de Hypancistrus sp2 em um único cromossomo que é

coincidente com a marcação de CMA3, NOR e rDNA 45S. O resultado atípico está em

processo de análise, uma das possibilidades é que o cromossomo pode fazer parte de um

sistema sexual. Esses dados podem ser usados como uma ferramenta citotaxonômica para

classificação de espécies de Hypancistrus.

Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPESPA, UFPA, IBAMA

Citogenética de Espécies do Gênero Hypancistrus (Silurifomes,

Loricariidae)

18

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Alex Garcia Cavalleiro de Macedo Klautau1;

Israel Hidenburgo Aniceto Cintra2;

Ana

Patricia Barros Cordeiro3;

Herbster Ranielle Lira de Carvalho1;

José Augusto Negreiros de

Aragão4;

Lauro Satoru Itó2

1. Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Norte – CEPNOR /

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

2. Universidade Federal Rural da Amazônia

3. Universidade Federal do Pará – Doutoranda em Genética e Biologia Molecular

4. Superintendência do Insituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA do Ceará

E-mail:

Palavras-chave:

Na região norte do Brasil a piramutaba Brachyplatystoma vaillantii (Valenciennes, 1845)

se destaca pelo elevado volume de captura, pela geração de emprego e renda, e pelos

conflitos de exploração entre as frotas artesanais e industriais. Para reduzir tais conflitos, o

IBAMA publicou a Portaria n° 9 em 09 de março de 1983, proibindo a frota industrial de

atuar em latitude inferior a 00°05´N e longitude inferior a 48°00´W. O estudo teve como

objetivo a análise das capturas de piramutaba nas áreas de pesca permitidas e proibidas a

partir da Portaria nº 9. Foram analisados sete anos de dados e os resultados mostram que

33,11% dos arrastos foram realizadas em áreas proibidas e 66,89% em área permitida, o

que revela que dos 136.347 indivíduos amostrados 76,76% ocorreram em área permitida e

23,24% em área proibida. Durante a cheia, na área permitida a classe de tamanho mais

frequente foi entre 35 e 40 cm e na área proibida entre 25 e 30 cm; em todas as áreas e

períodos cerca de 99% dos indivíduos encontraram-se abaixo de 55 cm de comprimento

total, que é o tamanho onde 50% dos indivíduos já reproduziram (L50). O estudo revela que

a frota industrial não está respeitando os limites impostos por Lei e que 99% dos

indivíduos capturados em ambas as áreas pela frota industrial estão abaixo do tamanho de

primeira maturação, o que pode comprometer o uso sustentável do estoque da piramutaba.

Apoio financeiro:

19

Análise da Captura na Pesca Industrial da Piramutaba no

Estuário Amazônico

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Patrícia C. da Silva1, Cleusa Y. Nagamachi

2, Danillo S. Silva

3, Adauto L. Cardoso

4,

Susana S.R. Milhomem5, Julio Cesar Pieczarka

6.

1;3 Doutorando PPGBM, Bolsista do CNPq; 2;6 Pesquisador Bolsista CNPq (UFPA); 4

Mestrando PPGBM, Bolsista do CNPq; 5 Universidade Federal do Pará

E-mail:

Palavras – Chave: Citogenética, Rhamphichthyidae, Gymnotiformes

A família Rhamphichthyidae tem sua maior abundância e diversidade na bacia amazônica

e necessita uma revisão taxonômica, pois existem discussões sobre os limites intra e

interespecíficos. Resultados preliminares dos dois gêneros que compõem a família

demonstram que Rhamphichthys apresenta maior diversidade cariotípica que o gênero

Gymnorhamphichthys. As espécies Rhamphichthys rostratus e R. marmoratus apresentam

o mesmo número diplóide 2N=50, mas com diferenças em relação à fórmula cariotípica

(FC): R. marmoratus (44m/sm + 6a), R. cf. rostratus (42m/sm+8a). Estas diferenças se

estendem também aos outros marcadores cromossômicos, como a Região Organizadora de

Nucléolos (NOR) que com coincide com a hibridização com rDNA e o bandeamento com

CMA3, estando também a DAPI coincidente com o padrão de distribuição encontrado na

heterocromatina constitutiva evidenciado pelo bandeamento C. O gênero Rhamphichthys

apresenta micro-cromossomos, que variam de 4 a 10, para indivíduos com 2N= 50. Sugere-

se que, de acordo com os níveis de poluição ambiental, este poderiam ter sofrido quebras

cromossômicas, surgindo este número variável de micro-cromossomos no complemento B.

Assim, este gênero provavelmente é bastante sensível e, portanto bom indicador de

poluição ambiental. Já a espécie Gymnorhamphichthys sp, apresentou 2N = 38

cromossomos (3 m/SM + 16 st/a) para indivíduos coletados em diferentes localizações

geográficas, demonstrando um cariótipo conservado, apesar de ainda não está descrito

formalmente na literatura dados citogenéticos para o gênero. O trabalho citogenético está

em curso associado a ferramentas, além da citogenética clássica e molecular, para melhor

compreender as relações filogenéticas da família.

Apoio financeiro:

20

Perspectivas Citogenéticas na Família Rhamphichthyidae

(Gymnotiformes)

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Guilherme Moreira Dutra1, Carlos David de Santana

1,2; Wolmar Benjamin Wosiacki

1.

1Museu Paraense Emílio Goeldi;

2Division of Fishes, Department of Vertebrate Zoology,

National Museum of Natural History, Smithsonian Institution.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Taxonomia, Eigenmanninae, Peixe elétrico.

A família Sternopygidae compreende atualmente 37 espécies de peixes elétricos alocadas

em sete gêneros. O gênero Distocyclus foi proposto por Mago-Leccia para incorporar as

espécies D. conirostris e D. goajira. A primeira encontra-se amplamente distribuída nos

canais da bacia Amazônica, e a segunda é conhecida do Lago Maracaíbo (Venezuela). As

duas áreas de ocorrência fazem parte da província geográfica das Terras Baixas. Este

gênero é diagnosticado pela presença de narinas mais próximas entre si que do olho;

focinho alongado e aproximadamente cônico; e terceiro e quarto osso infraorbital bem

separados, horizontalmente alongados e não conectados. Após a análise de material

depositado na coleção do Instituto de Pesquisa da Amazônia (INPA) foi detectada uma

espécie nova para o gênero que é descrita no presente trabalho. Para a descrição foram

analisados 19 exemplares provenientes da bacia do rio Negro, Estado do Amazonas, Brasil.

Medidas e contagens seguiram literatura especializada. Medidas foram obtidas com

paquímetro, aferidas ao décimo de milímetro. Para análise osteológica quatro exemplares

foram diafanizados e corados. Distocyclus sp. n. difere das demais congêneres por

apresentar a seguinte combinação de caracteres: focinho tubular, presença de uma faixa

preta sobre a linha lateral, faixa preta sobre porção distal dos pterigióforos da nadadeira

anal conspícua, ausência de dentes no endopterigóide e nadadeira anal preta.

Apoio financeiro:

21

Descrição de uma Espécie Nova do Gênero Distocyclus Mago-

Leccia (Gymnotiformes: Sternopygidae) da Bacia do Rio Negro,

Brasil

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Adauto Lima Cardoso1, Jonathan Stuart Ready

2, Julio Cesar Pieczarka

1, 3, Susana Suely

Rodrigues Milhomem1, Wilsea Maria Batista de Figueiredo-Ready

2; Cleusa Yoshiko

Nagamachi1, 3

1Laboratório de Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do

Pará – Campus do Guamá (Belém, PA, Brazil); 2Instituto de Estudos Costeiros,

Universidade Federal do Pará – Campus de Bragança (Bragança, PA, Brasil); 3Pesquisador

do CNPq

Palavras-chave: puraqué, microcromossomos, variabilidade da NOR, DNA barcode.

O gênero Electrophorus é constituído por apenas uma espécie válida, Electrophorus

electricus, que possui ampla distribuição pelas drenagens dos rios Amazonas e Orinoco.

Informações cariotípicas são restritas a uma população do rio Amazonas e outra do rio

Araguaia. No presente trabalho foi realizada a descrição cariotípica e a análise da

sequência do código de barras de DNA (CO1) de amostras de E. electricus de três novas

localidades (rios Caripetuba, Irituia e Maicuru). Electrophorus dos rios Caripetuba e Irituia

compartilham o 2n=52 (42m-sm+10st-a) com os espécimes dos rios Amazonas e Araguaia.

Por outro lado, a amostra do rio Maicuru difere das demais populações por apresentar

2n=54 (42m-sm+10st-a+2mi). O padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva

não-centromérica é relativamente divergente. Todas as amostras possuem NOR do tipo

simples. Diferentes padrões de associação entre NOR e heterocromatina constitutiva foram

identificados entre as amostras. O alinhamento das sequências CO1 não indicou

diferenciação significativa entre as amostras. Os resultados sugerem que as diferenças

cariotípicas entre as amostras dos rios Caripetuba, Irituia e Amazonas representam

polimorfismos cromossômicos. Por outro lado, as diferenças entre a amostra do rio

Maicuru e as demais populações indicam diferenciação interpopulacional que ainda não se

refletiram em nível molecular.

Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPESPA, UFPA, IBAMA

22

Variabilidade cromossômica sugere diversidade oculta em

Electrophorus electricus Gill, 1864 (Pisces: Gymnotiformes:

Gymnotidae)

Page 24: Livro de resumos do II EIEP

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Luiz Antônio Wanderley Peixoto1; Guilherme Moreira Dutra

1; Carlos David de Santana

1,2;

Wolmar Benjamin Wosiacki1.

1Museu Paraense Emílio Goeldi, Caixa Postal 399, 66040-170, Belém, PA, Brazil.

2 Division of Fishes, Department of Vertebrate Zoology, MRC-159, National Museum of

Natural History, P.O. Box 37012, Smithsonian Institution, Washington, D.C. 20013-7012,

USA.

E-mail para contato: [email protected] (LAWP)

Palavras-chave: Peixe-elétrico, taxonomia, miniaturização, sistemática filogenética,

América do Sul.

As espécies de Hypopygus são caracterizadas pelo pequeno porte, aproximadamente 150

mm de comprimento total, incluindo o menor Gymnotiformes, Hypopygus minissimus de

Santana & Crampton, 2011, com em torno de 55 mm de comprimento total. O estado

natural do grupo é suportado por 13 sinapomorfias recentemente propostas, algumas com

uma série de caracteres morfológicos associados ao processo de pedomorfose. A

diversidade do grupo compreende oito espécies formalmente descritas, ocorrendo em

igarapés e pequenos rios da Bacia Amazônica e do Orinoco, drenagens do escudo das

Guianas e em pequenos tributários da Bacia do Paraguai. Durante análises de material

proveniente do Rio Anapu (Baixo Amazonas, Pará, Brasil) foi possível constatar a

ocorrência de uma nova espécie de Hypopygus, a qual é apresentada neste trabalho. Para o

levantamento de caracteres diagnósticos foram realizadas análises merísticas com auxílio

de estereoscópico e morfométricas com paquímetro ao décimo de milímetro, além de

observações osteológicas em espécimes diafanizados. Análises morfométricas e merísticas

seguiram bibliografia especializada. A nova espécie é diagnosticada dos congêneres por

uma combinação única de caracteres, tais como a ausência do sexto osso infraorbital, o

número total de raios da nadadeira anal e a distância entre a margem posterior do olho e o

entalhe do órgão elétrico póstero-peitoral, equivalente à três diâmetros orbitais. Baseado na

observação de caracteres sinapomórficos, Hypopygus sp. “Rio Anapu” é incluso no clado

composto por H. hoedemani, H. lepturus e H. minissimus. A descrição desta espécie nova

eleva a nove o número de espécies em Hypopygus.

Apoio financeiro: CAPES; FADESP.

23

Descrição de uma nova espécie de Hypopygus (Gymnotiformes:

Hypopomidae) do baixo Rio Amazonas

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Danillo dos Santos Silva1,3

, Júlio Cesar Pieczarka 1,2

e Cleusa Yoshiko Nagamachi 1, 2

1-Universidade Federal do Pará, 2-Pesquisador do CNPQ, 3- Aluno de Doutorado do

programa PPGBM-ICB.

E-mail: [email protected]

Palavras-chave: Gymnotiformes, Eigenmannia, Citogenética, Região Amazônica

Eigenmannia Jordan & Evermann, 1896, é um gênero de Sternopygidae distribuído na

America do Sul, com 8 espécies descritas e classificadas em três grupos de espécies:

virescens, macrops e microstoma. É um dos grupos mais complexo dentro da ordem, com

muitas espécies por serem descritas, necessitando de uma urgente revisão taxonômica e

sistemática. Prévios estudos citogenéticos revelam uma variabilidade cromossômica que

vai de 2n = 28 para a espécie de Eigenmannia sp. 1 a 2n = 38 para espécies de

Eigenmannia virescens. São descritos sistemas sexuais do tipo simples XX/XY para E.

virescens e ZZ/ZW também para Eigenmannia virescens e sistemas múltiplos do tipo

X1X2Y/X1X1X2X2 para Eigenmannia aff. trilineata. Nós analisamos populações de

Eigenmannia de várias localidades da Região Amazônica. As técnicas citogenéticas

utilizadas foram: Coloração convencional, Bandeamentos C, NOR, DAPI e CMA3 e FISH

sonda de rDNA 18S. Os resultados revelam a existências de vários cariótipos para

Eigenmannia da região amazônica, com o cariótipo variando de 2n = 34 para

Eigenamannia sp. a 2n = 40 para Eigenmannia aff. Limbata, com descrição de

cromossomos sexuais do tipo ZZ/ZW e XX/XY. Considerando a existência de uma grande

diversidade de espécies deste gênero na Amazônia, os dados cromossômicos podem ser

considerados como uma importante ferramenta genética auxiliando na identificação e

diferenciação das espécies e de populações de Eigenmannia.

Apoio financeiro: CNPq; PRONEX/FAPESPA; UFPA, INSTITUTO MAMIRAUA.

24

A Importância dos Estudos Citogenéticos em Espécies do

Gênero Eigenmannia (Sternopygidae-Gymnotiformes)

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Jéssica Almeida Batista, Adauto Lima Cardoso, Cleusa Yoshiko Nagamachi, Julio Cesar

Pieczarka, Susana Suely Rodrigues Milhomem

Laboratório De Citogenética, Instituto De Ciências Biológicas, Universidade Federal Do

Pará, Belém, Pará, Brasil

Contato: [email protected]/ [email protected]

Palavras-chaves:

Microsternarchus é um gênero monotípico pertencente à ordem Gymnotiformes e

apresenta ampla distribuição pelas bacias dos rios Amazonas, Orinoco e escudo das

Guianas. No presente trabalho, uma amostra da população da espécie M. bilineatus do

igarapé Cururutuia (Bragança – PA) e um espécime do igarapé Repartimento (Tefé – AM)

tiveram seu número diploide (2n) e fórmula cariotípica (FC) determinados.

Adicionalmente, na amostra do igarapé Cururutuia, foram realizadas as técnicas de

bandeamento C, Ag-NOR e hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas de rDNA

18S. Os resultados foram comparados com os dados obtidos por Moraes et al. (2008) para

uma população do igarapé Mato-Grosso (Novo Airão – AM), na qual machos possuem

2n=47 e FC=17m-sm/30st-a e fêmeas 2n=48 e FC=16m-sm/32st-a, caracterizando um

sistema cromossômico sexual múltiplo do tipo X1X1X2X2/X1X2Y. O espécime do igarapé

Repartimento não teve o sexo gonadal identificado e o número diploide encontrado foi

2n=46 e FC= 18m-sm/28st-a. A população do Igarapé Cururutuia apresenta 2n=48 com

sistema cromossômico sexual do tipo XX/XY e FC=16m-sm/32st-a sendo evidenciado um

heteromorfismo de tamanho entre os homólogos de um par acrocêntrico associado aos

machos. A heterocromatina constitutiva (HC) foi detectada na região centromérica de

todos os cromossomos. O Ag-NO3 identificou a NOR em três cromossomos acrocêntricos

nesta população, porém a técnica de FISH com sondas de rDNA 18S evidenciou vários

sítios de marcação em cerca de 20 cromossomos. As populações dos igarapés Cururutuia e

Mato-Grosso diferem no número diplóide provavelmente por algum mecanismo de

fusão/fissão envolvendo cromossomos autossômicos. Possivelmente este sistema

cromossômico sexual tenha evoluído a partir do sistema simples da população do Igarapé

Cururutuia ou ambos os sistemas evoluíram independentemente sem que tenha existido

qualquer relação entre eles. A divergência cariotípica encontrada entre populações desta

espécie é resultado da ocorrência de rearranjos cromossômicos estruturais ao longo da

evolução. A distância geográfica e as diferenças cariotípicas existentes entre estas

populações geram um isolamento reprodutivo, indicando que as mesmas podem constituir

espécies diferentes ou espécies crípticas. Estes achados dão suporte a estudos prévios

envolvendo biologia molecular e eletrofisiologia que apontam a ocorrência de pelo menos

quatro linhagens nesse gênero. Os dados mostrados aqui chamam a atenção para a

necessidade de revisão taxonômica do grupo. O resultado obtido por FISH com sondas de

rDNA 18S para a população do igarapé Cururutuia mostra que essa população possui

múltiplos sítios desta sequência, indicando o possível envolvimento desta sequência na

evolução cariotípica.

Apoio financeiro: FAPESPA, CAPES, CNPQ, UFPA.

25

Diferenças Cariotípicas Entre Três Populações de

Microsternarchus bilineatus (Gymnotiformes: Hypopomidae) da

Amazônia

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Eliane Silva de Oliveira, Bruno Eleres Soares, Tiago Octavio Begot Ruffeil, Luciano

Fogaça de Assis Montag

Laboratório de Vertebrados, ICB, UFPA

Email para contato: [email protected]

Palavras-chave: Crescimento polifásico, relação peso-comprimento, poças-de-maré

Omobranchus punctatus é uma espécie invasora de águas costeiras e de hábitos bentônicos

que pode ser encontrada habitando os interstícios de substratos rochosos e manguezais.

Espécies invasoras são um dos maiores causadores de mudanças ambientais do mundo e,

desta forma, torna-se essencial um estudo aprofundado sobre a estrutura populacional

dessas espécies a fim de conhecer sua dinâmica e planejar um manejo adequado. Este

trabalho teve como objetivo determinar o padrão de crescimento da população de

Omobranchus punctatus da costa paraense através da relação peso-comprimento,

verificando se existe diferença entre machos e fêmeas e atentando para possíveis variações

no padrão de crescimento ao longo da ontogenia (caracterizando assim o crescimento

polifásico). As amostragens foram realizadas em poças-de-maré distribuídas no litoral

paraense, nas praias: Maçarico e Marieta (Salinópolis – PA); Algodoal e Fortalezinha

(Maracanã – PA); e Areuá (Curuçá – PA). Foi realizada uma coleta no período chuvoso e

uma no período seco, abrangendo 40 poças por coleta, através de busca ativa e captura com

rede-de-mão. Foram obtidos dados de comprimento padrão (CP) em milímetros e peso

total (P) em gramas para cada indivíduo, bem como o sexo, através da análise das gônadas.

A relação peso-comprimento foi estabelecida ajustando-se os dados a uma equação

potencial com a rotina solver. Utilizou-se um teste t para variâncias separadas para

determinar se o padrão de crescimento da espécie é estatisticamente diferente do

crescimento isométrico e um teste t para verificar se há diferença nesse padrão entre os

sexos. Além disso, utilizou-se uma regressão linear para testar o efeito do tamanho no

padrão de crescimento. Foram analisados 93 indivíduos e a espécie apresentou crescimento

alométrico negativo (b = 2,527; t = 39,7; gl = 95,8; p<0,05), sendo a equação que descreve

esse crescimento P=0,000076xCP2,527

. Não houve diferença entre os tipos de crescimento

de machos e fêmeas (p = 0,47; t = 0,7; gl = 87). Verificou-se que a espécie não apresenta

crescimento polifásico (R2 = 0,017; p = 0,2), indicando que ela tem a mesma proporção de

crescimento ao longo de toda a vida. Por ter crescimento alométrico negativo,

Omobranchus punctatus cresce em comprimento mais rapidamente do que ganha peso. O

aumento rápido de comprimento permite a defesa dos territórios de alimentação e

reprodução, além de ser um fator que pode diminuir a predação, visto que indivíduos

menores são predados mais facilmente. Rápido crescimento também é uma característica

de espécies invasoras e que auxilia no seu estabelecimento e lhes torna competidores mais

fortes, permitindo-lhes ter um maior território de alimentação e reprodução, em detrimento

das espécies nativas. Este estudo concluiu então que Omobranchus punctatus não

apresenta crescimento polifásico e seu padrão de crescimento é do tipo alométrico

negativo, ocorrendo para ambos os sexos.

Apoio financeiro:

26

Padrão de Crescimento da Espécie Invasora Omobranchus

punctatus () Na Zona Costeira Amazônica

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Jose Mauro Viana Silva.1; Michele Velasco.2; Marcela Videira2; Patricia Santos4; Patrícia

Matos3; Edilson Matos4.

1 PPG-AqRAT. UFRA; 2PPG-BAIP. UFPA; 3 Pesquisadora Laboratório de Pesquisa

Edilson Matos, ICB UFPA;4 Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo,

UFRA.

Palavras-chave: Kudoa, sistema nervoso, mixosporidioses, acara disco.

O gênero Kudoa, pertencente ao filo Myxozoa, compreende organismos com ampla

distribuição geográfica; são parasitos celulares de peixes teleósteos e cartilaginosos de

ambientes marinhos, estuarinos e até mesmo dulcícolas. A grande maioria das espécies de

Kudoa possui hospedeiro específico, causando mioliquefação post-mortem, resultado de

proteases produzidas e utilizadas pelos parasitos causando alterações na musculatura do

hospedeiro, facilitando assim, seu desenvolvimento. A maioria das espécies tem como sitio

de infecção a fibra muscular esquelética, podendo afetar outros tecidos como a

musculatura lisa gástrica e intestinal, fígado, serosa do intestino, cecos pilóricos e

musculatura cardíaca. Com o intuito de contribuir para o estudo de mixosporidioses em

Symphysodon aequifasciatus, foram necropsiados 10 espécimes, coletados no mês de

março de 2012 nos rios Pacajaí, Jaituba e Jabutiapepú, ambos pertencentes ao município de

Cametá/Pa. Os animais foram transportados vivos até o Laboratório de Pesquisa Carlos

Azevedo (UFRA). Os animais foram anestesiados e necropsiados. A necropsia teve início

com a incisão na porção ventral, para observação dos órgãos internos, com auxílio de

tesoura e pinça anatômica, bem como do sistema nervoso, sendo os mesmos examinados

sob o estereomicroscópio, e os fragmentos com possíveis focos de parasitose eram

confirmados em microscópio de luz. Após confirmação procedeu-se a retirada de

fragmentos parasitados, para fixação e processamento, segundo protocolo padronizado no

LPCA, para observação em microscopia de luz (ML). Dos 10 espécimes examinados, 5

apresentaram parasitismo por Kudoa sp. Este parasito apresentava-se disseminado no

hospedeiro aleatoriamente ao longo da medula espinhal, encéfalo e nervos. Os esporos

foram identificados como pertencentes ao gênero Kudoa devido a observação do formato

quadrangular ou pseudoquadrangular, podendo ser visualizadas, quatro cápsulas polares

piriformes, localizadas lado a lado com o ápice convergindo no pólo apical dos esporos,

como descrito por Casal et al, 2008. Apesar das características observadas em ML, se faz

necessária a ultraestrutura e dados moleculares para identificação da espécie. A ocorrência

ou não deste parasito é importante devido ao impacto na qualidade dos produtos

pesqueiros, uma vez que, a mioliquefação produzida pelo parasitismo dá um aspecto

repugnante aos produtos tornando-os inaceitáveis para o consumo humano. Não há

registros de trabalho mencionando achados desse parasito no sistema nervoso de peixes,

sendo ainda desconhecidas as causas do parasitismo, efeitos no hospedeiro e conseqüências

ambientais e econômicas, já que se trata de uma espécie ornamental.

Apoio financeiro: CNPq; CAPES; UFRA.

27

Ocorrência de Kudoa sp. no Sistema Nervoso de Symphysodon

aequifascyatus (Acara Disco) Coletados no Município de

Cametá, Pará

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Carlos Eduardo P. do Nascimento1, Danillo S Silva, Julio Cesar Pieczarka, Cleusa Y.

Nagamachi, Jonathan Ready, Susana S. R. Milhomem

1-Universidade Federal do Pará, Laboratório de Citogenética, ICB

2 Universidade Federal do Pará, Laboratório de Ictiologia Integrada, IECOS

[email protected]

Palavras-chave:

A família Cichlidae (Perciformes), possui mais de 3.000 espécies sendo uma das famílias

mais ricas dentro dos vertebrados apresentando ampla distribuição mundial. São os únicos

Perciformes que habitam em água doce ou salobra. Na Amazônia existem mais de 100

espécies de ciclídeos com grande importância para o mercado local de peixes ornamentais

e para o consumo. Estudos citogenéticos prévios em ciclídeos Neotropicais mostram uma

variação cromossômica que vai de 2n=32 a 2n=60. No presente trabalho estudamos os

cariótipos de três espécies: Caquetaia cf. spectabilis (Heroini), Geophagus cf. proximus

(Geophagini)coletados no igarapé Caripetuba no Município de Abaetetuba-PA e

Satanoperca sp. (Geophagini) do rio Xingu Altamira-PA, Brasil. Foram utilizadas as

técnicas de coloração convencional, Bandeamento C (BC), impregnação por nitrato de

prata (AgNOR), marcação com fluorocromo DAPI e Cromomicina A3 (CMA3) e FISH

com sondas de rDNA 18S e sondas teloméricas (TTAGGG)n. Os resultados mostram que o

C. cf. spectabilis apresenta 2n=50 (8m/sm + 42 st/a) e G. cf. proximus, 2n=48

(4m/sm+44st/a). A HC está presente na região pericentromérica da maioria dos

cromossomos nas duas espécies, e uma banda proximal é observada no par 7 de C. cf.

spectabilis. Esta HC é rica em pb A-T (DAPI positiva). A NOR é simples e localiza-se em

3p e em 2p de C. cf. spectabilis e G cf. proximus, respectivamente. A CMA3 é coincidente

com a NOR, demonstrando que essa região é composta por seqüências ricas em pb G-C. A

FISH com sondas de rDNA é coincidente com a NOR nas duas espécies. Não foi detectada

ITS (sequência telomérica intersticial) em nenhum dos exemplares analisados. Em

Satanoperca sp. apenas uma fêmea foi analisada e apresentou 2n=52(48 m/SM + 4 st). O

resultado da BC mostrou que a HC não esta distribuída de forma homogênea pelo

cariótipo, existindo heteromorfismo entre cromossomos homólogos, o que pode indicar um

possível sistema cromossômico sexual. A HC também é DAPI positiva. A NOR é múltipla

localizada em até três pares. A CMA3 é coincidente com a NOR, rica em pb G-C.

Entretanto, a rDNA18S apresentou apenas dois pares marcados. Os Ciclídeos apresentam

uma macroestrutura cariotípica conservada com 60% das espécies com 48 cromossomos,

incluindo as espécies Neotropicais. Esse 2n é considerado basal dentro da família. A

variação do 2n e FC encontrado neste trabalho demonstra a provável ocorrência de vários

rearranjos tais como inversões, translocações, fusões e fissões, que podem estar

relacionada à evolução cromossômica dos ciclídeos Sul Americanos.

Apoio financeiro: UFPA, CNPQ, FAPESPA.

28

Estudos Citogenéticos nas Espécies Geophagus cf. proximus,

Caquetaia cf. spectabilis e Satanoperca sp. (Perciformes,

Cichlidae).

Page 30: Livro de resumos do II EIEP

Resumo do II Encontro de Ictiologia para Estudantes Paraenses 2 a 3 de agosto de

2012 Auditório do Prédio Manuel Ayres-ICB-UFPA Belém Pará Brasil

eiep.ufpa.br

Ribeiro, Siane Marina1,2

; Velasco, Michele1,2

; Videira, Marcela1,3

; Rabello, Louise1;

Sindeaux Neto, José1; Dias, Lilian

1,4; Matos, Patrícia

5; Matos, Edilson

1.

1Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, UFRA;

2Programa de Pós-Graduação em

Aqüicultura e Recursos Aquáticos Tropicais,UFRA; 3Programa de Pós-Graduação em

Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários,UFPA; 4Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal, UFPA; 5Laboratório de Pesquisa Edilson Matos, ICB , UFPA.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: mixosporídios, microsporídios, Gobioides grahamae.

A fauna aquática dos diferentes meios ambientes e das variadas áreas geográficas está

sujeita à ação danosa de diferentes tipos de microparasitoses. Dentre os agentes

patogênicos que ocorrem na fauna ictiológica destacam-se dois grupos, os microsporídios e

mixosporídios. Os microsporídios são parasitos pertencentes ao filo Microsporidia, são

organismos unicelulares eucariotas com um ciclo de vida obrigatoriamente intracelular,

tem como seus principais hospedeiros os artrópodes e peixes. Apresentam esporos de

forma elipsoidal, constituído por uma parede espessa, o disco de ancoragem, o filamento

polar e o polaroplasto. Os mixosporídios são parasitos pertencentes ao Filo Myxozoa,

considerados parasitas celulares de peixes marinhos, de água doce e estuarinos e são

encontrados parasitando diversos órgãos. Este trabalho tem por objetivo descrever a fauna

microparasitária de Gobioides grahamae proveniente do município de Salvaterra/ PA.

Foram utilizados 30 peixes de água doce G. grahamae (nome comum “antã”), capturados

no município de Salvaterra/ PA. Os animais foram acondicionados em sacos plásticos com

aeração artificial e transportados ao Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo (UFRA). Os

peixes foram anestesiados e necropsiados, e as observações dos órgãos foram feitas com

auxílio de estereomicroscópio. Os órgãos com possíveis focos de parasitismo foram

fragmentados e fixados em solução de Davison, processados, corados e documentados.

Observou-se parasitismo por microsporídio no fígado e por mixosporídios na musculatura

do palato e na vesícula biliar. As observações macroscópicas revelaram as seguintes

características: o órgão hepático apresentou cistos arredondados, de coloração

esbranquiçada disseminados no órgão; a musculatura do palato apresentou formações

císticas disseminadas por todo tecido; e a vesícula biliar apresentou líquido biliar com

coloração esverdeada opaca, sem formação cística. Com as observações em ML, os cistos

de ambos os tecidos estavam repletos de esporos maduros, que ao serem liberados, foram

identificados como pertencentes ao grupo dos microsporidios, por possuir formato oval a

elipsoide e um vacúolo em uma das extremidades. Os esporos liberados dos cistos

presentes na musculatura do palato, apresentaram formato arredondado, possuindo em seu

interior duas cápsulas polares, cada uma com um filamento polar e um esporoplasma. Com

as observações do líquido biliar, foram identificados esporos livres de mixosporidios de

dois gêneros diferentes: um característico do gênero Ellipsomyxa, com formato elipsoide,

duas cápsulas polares posicionadas em lados opostos do esporo, cada uma com um

filamento polar; outro pertencente ao gênero Myxidium, com formato em bastão, com duas

cápsulas polares localizadas nas extremidades do esporo, cada uma com um filamento.

Portanto, há necessidade de ampliação das coletas de campo e melhores estudos em

microscopia de luz, microscopia eletrônica de transmissão e biologia molecular, para

determinação das espécies parasitas, bem como das possíveis lesões teciduais causadas

pelo parasitismo.

Apoio financeiro:

29

Fauna Microparasitária de Gobioides grahamae (Pisces,

Teleostei)

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Sidnei Monteiro, Ana Emília Monteiro, Valber Costa, Anderson Ferreira, Pedro Gerhard

Laboratório de Ecologia Aquática e Agroecossistemas - Embrapa Amazônia Oriental.

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: alimentação, Cichlidae, Amazônia Oriental.

Cichlidae representa uma das famílias mais diversas dentre os peixes de água doce

existente, com aproximadamente 105 gêneros e 1.900 espécies. Os igarapés localizados na

região Nordeste do Pará possuem elevada diversidade de espécies de peixes, que são pouco

conhecidas quanto a sua ecologia e seu comportamento. Nesta região, Cichlidae é uma das

famílias mais representativas em número de espécies. Assim, o presente trabalho teve

como objetivos determinar e comparar a dieta de algumas espécies de ciclídeos

pertencentes a pequenos igarapés amostrados nas bacias dos rios Marapanim e Capim-

Guamá, nordeste do Estado do Pará. As amostragens foram realizadas em 27 igarapés e as

espécies foram coletadas com auxílio de puçá, peneira e rede de arrasto. As espécies

coletadas foram fixadas em formol 10% e posteriormente preservadas em álcool 70%. No

laboratório foram realizadas a biometria e a dissecção dos espécimes. Foi retirado o trato

digestório de cada indivíduo e analisados o estômago e o primeiro terço do intestino. A

análise do conteúdo estomacal foi realizada sob microscópico estereoscópico e óptico. Os

itens alimentares foram identificados e obtidos o volume através de placa milimetrada.

Foram analisados 444 estômagos das seguintes espécies: Creniclichla saxatalis (n = 17),

Heros efasciatus (n = 64), Hypselecara temporalis (n= 5), Satanoperca jurupari (n = 5),

Krobia guianensis (n = 20), Aequidens tetramerus (n =3), Nannacara anomala (n = 8),

Krobia xinguensis (n = 164) e Apistogramma caetei (n= 158). A dieta de C. saxatalis foi

composta por peixes, crustáceos e insetos aquáticos; H. efasciatus e S. jurupari

alimentaram-se basicamente de detritos (> 70%); os principais recursos ingeridos por H.

temporalis foram invertebrados terrestres, fragmentos vegetais e insetos aquáticos; A.

tetramerus ingeriu maiores proporções de algas filamentosas e invertebrados terrestres; K.

guianensis e K. xinguensis apresentaram uma dieta composta de insetos aquáticos e

detritos; N. annomala e A. caetei consumiram principalmente formas imaturas de insetos

aquáticos (86 e 73%). Os recursos alimentares mais consumidos pela maioria das espécies

foram detritos e insetos aquáticos, que são obtidos no leito e substratos dos canais. Apesar

das espécies consumirem itens semelhantes, estes foram consumidos em diferentes

proporções e, com o incremento de outros itens alimentares, foi possível agrupar as

espécies em diferentes categorias tróficas. O ciclídeo que apresentou a dieta mais

diferenciada foi C. saxatalis, que consumiu basicamente recursos de origem animal.

Apoio financeiro: CNPq (Processo 574.648-2008/9); Fapespa (Processos 60/2008 e

XXXXX Anderson; Embrapa Amazônia Oriental (Processo 005 / 2010).

07

Comparação da Dieta de Ciclídeos em Igarapés da Região

Nordeste do Pará

30

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José Ledamir Sindeaux-Neto1;

Siane Marina Ribeiro1; Michele Velasco

1,2; Marcela

Videira1,3

; João Lauro Santos1; Louise de Assis Rabello

1; Lilian Dias

1,4; Patrícia Matos

5;

Edilson Matos1.

1Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, Universidade Federal Rural da Amazônia

(UFRA); 2PPG-AqRAT. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA);

3PPG-BAIP.

Universidade Federal do Pará (UFPA; 4PPG- Ciência Animal. Universidade Federal do

Pará (UFPA); 5Laboratório de Pesquisa Edilson Matos, ICB (UFPA).

E-mail para contato: [email protected]

Palavras-chave: Mixosporidios, Henneguya , Cichlidae

Os mixosporidios pertencem taxonomicamente ao Filo Myxozoa Grassé, 1970, possuindo

mais de 2.200 espécies descritas e são parasitos de invertebrados e vertebrados. São

compostos por células eucariotas, com ausência de centríolos e flagelos, possuindo

microtúbulos, mitocôndrias, junções celulares e junções comunicantes. Membros deste filo

possuem uma estrutura variada, mas sua constituição esta associada a uma ou mais valvas,

podendo ou não possuir projeções caudais simples ou elaboradas. Internamente, os esporos

possuem um ou mais esporoplasmas (região infectante), uma ou mais cápsulas polares, que

contém cada uma um filamento polar extrusível com uma função de ancoragem. Este

estudo avaliou espécimes de Chaetobranchopsis orbicularis, parasitados por

mixosporídios, e oriundos de Cachoeira do Arari – PA. Os espécimes foram coletados e

colocados em sacos plásticos com devida aeração e então transportados até o Laboratório

de Pesquisa Carlos Azevedo- LPCA (UFRA), anestesiados , sacrificados e posteriormente

necropsiados. Os órgãos foram examinados com auxílio de estereomicroscópio, e

observou-se a presença de cistos no fígado, vesícula biliar e brânquia. Procedeu-se a

retirada de fragmentos dos órgãos infectados para observação a fresco em microscopia de

luz. Na observação, fora constatada a presença de esporos de mixosporídios em todos os

órgãos com formações císticas. Os esporos coletados diferiam quanto a forma, tamanho e

complexidade. A partir de cistos encontrados no fígado, vesícula biliar e brânquia,

constatou-se a presença de mixosporídios que apresentavam-se rodeados por matéria

hialina e possuíam corpo esporal com dois apêndices caudais sugestivo do gênero

Henneguya. Em outros exemplares, foram encontrados cistos na brânquia, estes foram

rompidos, com o auxílio de uma lâminula, e constatou-se a presença de um outro

mixosporídio que apresentava características semelhantes a do anterior quanto a forma e

apêndices caudais, no entanto, não apresentava bainha hialina adjacente ao corpo, e

possuía maior tamanho, caracterizando ser pertencente ao gênero Henneguya, no entanto a

uma espécie diferente do anterior. É importante ressaltar que em alguns espécimes

avaliados foi observado o coparasitismo destas duas espécies. Estudos complementares

estão sendo realizados para identificar as espécies encontradas. Não foram observados

sinais clínicos aparentes nos peixes infectados. Estudos desta natureza, sobre as

mixosporidioses são de importância fundamental para se saber o estado de sanidade dos

peixes da região Amazônica no Estado do Pará.

Apoio financeiro: CNPq; CAPES; UFRA; UFPA;

Agradecimento: Dr. Wolmar Wosiacki (MPEG).

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Mixosporidiose em Chaetobranchopsis orbicularis (Cichlidae)

Oriundo de Cachoeira do Arari, Ilha do Marajó, Pará

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Luan F. S Frade1, Danillo S. Silva

1, Jonathan Ready

1,2, Cleusa Y. Nagamachi

1, Julio C.

Pieczarka1, Susana S.R. Milhomem

1

1-Universidade Federal do Pará, Laboratório de Citogenética, ICB

2 Universidade Federal do Pará, Laboratório de Ictiologia Integrada, IECOS

[email protected]

Palavras-chave: Cichlidae, Citogenética

A Família Cichlidae é constituída de peixes de água doce com 105 gêneros e 1900

espécies. É dividida em oito subfamílias, sendo três do velho mundo (Etroplinae,

Pseidocrenilabrinae e Heterochromidinae) e três do novo mundo (Retroculinae,

Geophaginae e Cichlasomatinae). Distribuem-se pelos mais diferentes habitats, como

margens de rios, igarapés, florestas alagadas, lagos e corredeiras. As espécies de

Crenicichla são conhecidas popularmente como jacundás, com mais de 77 espécies

distribuídas na região da América do Sul. Com o objetivo de caracterizar

citogeneticamente a espécie Crenicichla johanna, foram coletados quatro indivíduos da

espécie do rio Caripetuba (01º37’23,49’’S e 048º55’33’’W) localizado no município de

Abaetetuba, no Estado do Pará, Brasil, sendo duas fêmeas, um macho e um juvenil, não

apresentando dismorfismo sexual morfológico. Foram utilizadas técnicas de coloração

convencional, bandeamento C, Cromomicina A3, Coloração com nitrato de prata (Ag-

NOR), Hibridização in situ fluorescente (FISH) com sonda de sequências Teloméricas

(TTAGGG)n em todos os espécimes. Crenicichla cf. johanna possui o 2n=48

cromossomos e fórmula cariotípica 8m/sm e 40 st/a. A Heterocromatina Constitutiva está

presente na região centromérica da maioria dos cromossomos e observou-se também

algumas marcações distais no braço longo de vários pares , além de algumas marcações

intersticiais difusa no braço longo dos pares 1, 7 e 16. A NOR é simples e está localizada

na região distal do par 5q. A coloração com CMA3 marca o par da NOR e mais outros dois

pares decromossomos revelando que estas seqüências são ricas de pares de bases G-C.

Através de técnicas citogenéticas moleculares, feitas nesta espécie, pela primeira vez neste

trabalho, foi possível também observar seqüência telomérica intersticial (ITS) em um par

de cromossomos M/SM além de grandes blocos de DNA ribossomal em cinco

cromossomos. Dados citogenéticos preexistentes revelam que esta espécie tem o 2n=48

com similar FC. A HC está localizada na região centromérica de todos os cromossomos e

na região terminal do par 19q, enquanto que no presente trabalho foram notados blocos de

HC nas regiões centroméricas da maioria dos cromossomos e nas regiões distais dos braços

longos de alguns pares cromossômicos, além de marcações difusas. A NOR simples, na

região terminal do par 24p, que foi a diferença mais significativa a ser notada, haja vista

que nas análises presentes observou-se NOR simples na região distal do par 5q. Neste

trabalho foram realizadas técnicas de CMA3 e FISH com sondas telomérica e de rDNA, o

que possibilitou uma melhor descrição cariotípica da espécie. Marcadores citogenéticos

atuam na caracterização de populações diferentes dessa espécie, que no presente trabalho,

diferiu de algumas informações anteriormente descritas, contribuindo para o conhecimento

genético existente na biodiversidade amazônica a nível biogeografico.

Palavras Chaves: Citogenetica, Cichlidae, FISH.

Apoio financeiro: UFPA, Laboratório de Citogenética

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Estudos Citogenéticos em Crenicichla cf. johanna (Cichlidae-

Perciformes) da Região Amazônica Brasileira

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Adilson Leão da Silva1,2*

; Fernanda do Socorro Martins Salgado2; Diego Maia Zacardi

3;

Luiza Nakayama2; Suzana Carla da Silva Bittencourt

2.

1Graduado de Engenharia de Pesca, UFRA;

2Laboratório de Biologia de Organismos

Aquáticos, UFPA; 3Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas, UFOPA.

*E-mail: [email protected]

Palavras-chaves: UHE Tucuruí, Sciaenidae, Ictioplâncton.

Com o objetivo de avaliar a diversidade, abundância e distribuição de larvas de peixes ao

longo do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHE Tucuruí), o material

biológico foi capturado por meio de arrastos subsuperficiais na coluna d’água, utilizando

rede de plâncton (malha 300 μm, abertura de boca de 60 cm dotado de um fluxômetro). As

coletas foram realizadas nos meses set/2009; jul/2010; fev/2011 e maio/2011, em 10

estações amostrais. Os dados abióticos foram coletados na superfície da água, por meio de

aparelhos portáteis. Foi coletado um total de 429 larvas, distribuídas em seis ordens:

Characiformes, Clupeiformes, Perciformes, Pleuronectiformes, Siluriformes,

Tetradontiformes e cinco famílias: Hemiodontidae, Engraulidae, Sciaenidae, Tetradontidae

e Achiridae. Observou-se que os Sciaenidae foram os mais abundantes, com 72,96% dos

exemplares, seguidos pelos Engraulidae (16,8%), Achiridae (6,53%), Hemiodontidae

(0,93%) e Tetraodontidae (0,23%). O predomínio dos Perciformes talvez seja devido ao

seu caráter oportunista e o destaque para a família Sciaenidae ao sedentarismo, com

preferência por ambientes lênticos. A baixa representatividade das demais famílias pode

estar relacionada às oscilações no nível da água durante o ano, que provocam perturbações

nas regiões litorâneas, não permitindo, assim, a formação de uma comunidade nessa

região, ou, ainda, aos horários de coleta que ocorreram predominantemente no período

diurno, evitando a captura de possíveis larvas com migração vertical ao longo da coluna

d’água. A densidade de larvas variou entre os pontos amostrais e período estudados; sendo

Sciaenidae representado por Plagioscion sp. (pescada), com densidade total de 2,63

larvas/100m3, seguida por Engraulidae (0,51), Achiridae (0,14), Hemiodontidae (0,03) e

Tetraodontidae (0,001) representado por Collomesus asellus. Durante o período de estudo

a temperatura superficial da água teve média de 29,9 °C; o pH com média de 7,2; o

oxigênio dissolvido com média de 4,8 mg/l e condutividade com média 40,27, estando de

acordo com a literatura para a região Norte brasileira. O baixo número de organismos

obtidos nas coletas deve-se, provavelmente, aos meses amostrados não abrangerem o

período de desova da maioria das espécies de peixes de água doce. Portanto, sugere-se a

necessidade de intensificação de pesquisas sobre o ciclo inicial de vida desses organismos,

no intuito de fornecer informações essenciais para gestão e manejo em reservatório.

Apoio Financeiro: FAPESPA/PRONEX – 02/2007

33

Larvas de Peixes do Reservatório da Usina Hidrelétrica de

Tucuruí – Pará

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APOIO E REALIZAÇÃO: