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Revista Divulga EscritorRevista Literária da Lusofonia

Ano I Nº 01 setembro 2013

Publicação:Mensal

Editora Responsável: Shirley M. CavalcanteTRT: 2664

Projeto gráfico: EstampaPB

Diagramação: Ilka Cristina N. Silva

Para Anunciar:[email protected] – 83 – 9121-4094

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

Entrevistas

PortugalEntrevista escritor José Sepúlveda..................................................................03 Entrevista escritor José Carlos Moutinho.......................................................07Entrevista escritor Jorge Nuno........................................................................10Entrevista escritora Bernardina Pinto.............................................................14Entrevista Escritora Maria Mamede...............................................................17 ÁfricaEntrevista escritor João Videira.......................................................................20

BrasilEntrevista escritora Adriana Freitas.................................................................23Entrevista escritora Adriana Vargas................................................................27Entrevista escritora Ana Stoppa.....................................................................30Entrevista escritor Dilson Macedo.................................................................34Entrevista escritor Fábio Antônio Gabriel......................................................37Entrevista escritor Francisco Mellão Laraya – Tito...........................................41Entrevista escritora Joyce Cavalccante............................................................44Entrevista escritor Manoel Lago....................................................................47Entrevista escritor Romulo Netto...................................................................50Entrevista escritor Zé Sarmento.....................................................................57 Colunas

Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa - Amy Dine.............................................06Solar de Poetas – José Sepúlveda....................................................................09O escritor e a Midia – Carlos Souza Yeshua...................................................16Pense Fora da Caixa – Pense Literatura...........................................................19Dicas Literárias – Adriana Vargas.....................................................................26Mercado Literário – Leo Vieira........................................................................29Panorama Cultural – Ana Stoppa.....................................................................33Literatura Filosófica – Marconi Pequeno........................................................40A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya..................................................43Literatura Online – Rodrigo Capella...............................................................54

EXPEDIENTE SUMÁRIO

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Grande mestre José Sepúlveda, para nós é uma honra tê-lo conosco no Projeto Divulga Escritor. José conte--nos como começou sua paixão pela escrita?José Sepúlveda (Sepúlveda) - Quem me dera ser poeta, Shirley. Comecei a ter contacto com a poesia ainda de tenra idade, quando o meu pai, na sua oficina na de alfaiataria, nos con-fins da aldeia onde nasci, improvisa-va com os amigos algumas quadras

Entrevista escritor José Sepúlveda José Sepúlveda Nascido em Delães, Vila Nova de Famalicão.

Hoje mora em Póvoa de Varzim – Portugal, ex-funcionário Público, amante da literatura, administrador do grupo Solar de Poetas, no facebook, apoia vários projetos literários, organiza e participa com regularidade em Saraus e Tertúlias.

Algumas de suas coletâneas: Arca de Quimera, Cantar de Amigo, Exaltação, Intimidades, Auto de Cera Fina, O Canto do Albatroz.

“Ao autor cabe-lhe e escrever, ao editor editar, o distribuidor distribuir e ao leitor ler. Enquanto não for assim, tudo estará distorcido, Há que mudar mentalidades. Mudar é sempre uma forma de crescer”

Boa Leitura!

populares, em forma de cantiga po-pular. Quando entrei para o ensino primário, deparei-me com os primei-ros poemas do Cancioneiro recolhi-do por Almeida Garrett: A Nau Ca-trineta, A Bela Infanta… Lembro bem a avidez com que lia a Moleirinha ou a Balada da Neve de Augusto Gil; O lavrador da Arada, do cancioneiro tradicional português. Depois, com o decorrer dos anos, já no segundo ci-clo de ensino, fui a incursão na poesia trovadoresca, com Garcia de Resende e oos mestres de então e a penetra-ção nos malabarismos poéticos que

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nos ofereciam., entre eles os acrósti-cos, ainda hoje tão do agrado de mui-tos poetas. A partir daí, o gosto pela poesia foi sempre crescendo, come-çando com as minhas produções tão insípidas pelos doze anos. Cerca dos dezesseis anos – nessa altura já es-crevia poesia de forma mais regular – colaborei num ou noutro jornal ou revista, tendo tido uma coluna num dos semanários poveiros de então.É por essa altura que surge a primei-ra coletânea: Musa Perdida.O período até cerca dos 23 anos foi de grande produção poética. Ja-zem na Arca de Quimeras (uma arca guarda da religiosamente no sótão) muitas dezenas de manuscritos ain-da por tratar. Foi nesse período que aperfeiçoei a técnica pelos versos de sete sílabas e outras técnicas estru-turadas de escrever poesia, sobretu-do o soneto. Você hoje é uma referência em projetos literários em Portugal, principalmente para os Poveiros, é responsável pela publicação de co-letâneas, conte-nos um pouco como foi seu primeiro projeto Literário?Sepúlveda - Para falar no primeiro projeto literário, teria que recuar aos meus dezoito anos, altura em que com alguns amigos organizamos um pequeno grupo de tertúlia – Conví-viu, que se reunia regularmente nas antigas instalações do Posto de Turis-mo, na Póvoa. Aí divagávamos sobre poeta e escritores e desenvolvíamos alguns temas de interesse cultural.Foi por essa altura em que tive con-tacto com José Régio que com os amigos João Marques e Luís Amaro se reunião aos sábados de tarde no Diana-Bar, hoje, Biblioteca da Praia, em pequenas tertúlias deliciosas, frente ao mar. É nesse espaço místi-co que hoje o grupo Poetas Poveiros

e Amigos da Póvoa organiza os seus mais marcantes eventos. A partir daí, o gosto pela formação de grupos de interesse pela poesia nunca mais desapareceu. Mas reactivou duma forma incontornável em 2011, com a formação do grupo Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa, que se dedica à promoção de saraus e tertúlias, di-vulgação de autores escondidos por aí e apoio â publicação dos seus traba-lhos, através de parcerias com uma ou outra editora. Esse trabalho é um de-safio constante e cria em nós um sen-timento de realização pessoal imenso. Apesar do pouco tempo de existência, são já diversas as obras publicadas e as que estão em vias de o ser.

Musa Perdida, Kay, Anjo Branco, Pas-torinha, Arca de Quimeras , O Canto do Albatroz, ... são alguns de seus trabalhos, em que você se inspira para desenvolver seus trabalhos?Sepúlveda - Alguns dos temas de inspiração de quem escreve são re-correntes e variados. Mas a amizade, o amor, o mar são temas usados por quase todos os poetas . Eu não fui di-ferente . Mas o amor teve e tem sem-pre um lugar cativo, bem presente, naquilo que escrevi e escrevo. Com excepção de O Canto do Albatroz, mais generalista , todas as colectâne-as mencionadas tem como pano de fundo o amor e as suas musas. Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Sepúlveda - Na minha juventude tive poetas e escritores que mar-caram de forma quase irreparável a minha forma de escrever: Luís de Camões, Antero de Quental, Flor bela Espanca, António Nobre, sone-tistas de excelência; mas Fernando Pessoa, essencialmente através do

heterónimo Álvaro de Campos, José Régio, Guerra Junqueiro, Miguel Tor-ga, António Gedeão e tantos outros, marcaram-me duma forma muito acentuada, quase irreversível. De-pois, uma incursão curiosa pelos grandes clássicos: Homero, Virgílio, Shakespeare e noutra área, Tolstoi, Gorky. Há três livros que me delicia-ram e marcaram: O Músico Cego de Vladimir Korolenko; A Aparição, de Virgílio Ferreira; Olhai os Lírios do Campo, de Erico Veríssimo. Depois, poemas marcantes: O Mostrengo, de Pessoa; o Cântico Negro, de Régio: O Operário em Construção, de Vinícius. Quantos mais!... Você criou o Grupo Solar de Poetas, como foi que surgiu a ideia de criar um grupo Literário? Quais os proje-tos que temos hoje no Solar?Sepúlveda - A ideia de formar um grupo literário, em que a poesia fos-se rainha surgiu logo que tive acesso ao facebook e comecei a mergulhar em alguns dos grupos que então co-meçavam a proliferar no ciberespaço. Daí que a formação do Solar de Po-etas surgiu quase de forma natural. Antes dele, já o Albatroz cantava na sua página – O Canto do Albatroz, através do Blogue que criara e no qual estão publicadas algumas das minhas coletâneas. Quais os principais desafios que en-contras como gestor do Grupo Solar de Poetas? Sepúlveda - Os desafios são sempre grandes. Há uma espécie de sede in-saciável que nos empurra e nos leva a cada dia querer mais, novos proje-tos, novas iniciativas. Daí, as parce-rias que vamos estabelecendo com Rádios, com outros espaços cujo objetivo se identifique com o nosso – divulgar cultura.

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Nem sempre é fácil a gestão dum grupo assim, dado a necessidade de presença contínua e do aparecimen-to de aliciantes que tornem o espaço vivo e atraente. Para isso, o contri-buto assíduo e dedicado de ilustres administradoras que com carinho dedicam tempo precioso no acom-panhamento e comentário dos tra-balhos que vão surgindo, num espíri-to de dedicação que não pode deixar de ser exaltado. A todas elas, as que aqui já deram o seu contributo e as que ainda mantém essa coragem e perseverança de estar presentes, a minha gratidão. Daí, a necessidade sistemática de recurso a desafios e eventos, e iniciativas como esta – Di-vulga Escritor, que veio valorizar de forma significativa o nosso espaço. Você esta publicando um livro no segundo semestre de 2013, o livro já tem um Titulo? fale-nos um pouco sobre seu livro, como esta sendo os processos para publicação?Sepúlveda - O livro chamar-se-á Um Céu de Anil e a curiosidade surge pelo facto da maioria dos seus po-emas terem sido escritos no bloco de apontamentos do telemóvel, ao longo dos últimos meses. Nele será incluída também uma súmula de po-emas inseridos numa ou noutra co-lectânea. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Sepúlveda - Um dos objetivos dos grupos que dirijo – Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Pó-voa, é sem dúvida apoiar e divulgar as obras escritas por autores mais ou menos iniciados e que tem guardado os seus poemas nas gavetas à espe-ra de oportunidade de divulgação. Acho que o mercado começa a per-ceber que um autor não terá que es-

crever, pagar pela impressão das suas obras e ainda por cima ter que ser ele a divulga-las, quase a mendigar a sua compra dos seus livros. Há que alterar todo esse status e cada um dos com-ponentes assumir as suas responsabi-lidades. Ao autor cabe-lhe e escrever, ao editor editar, o distribuidor distri-buir e ao leitor ler. Enquanto não for assim, tudo estará distorcido, Há que mudar mentalidades. Mudar é sem-pre uma forma de crescer. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor o Escritor José Sepúlveda, que mensagem você deixa para nossos leitores? Sepúlveda - É para mim um gran-de privilégio poder participar neste projecto, que providencial e gene-rosamente surge no ciberespaço e que será., com certeza uma referên-

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

cia que muitos terão como desafio a seguir. Uma mensagem de confiança para os autores. Os tempos irão mu-dar. Surgirá o dia em que cada auto poderá divulgar as suas criações sem necessidade de mendigar para que as criações atinjam o seu alvo – o leitor. Quando assim acontecer, po-deremos gritar: A Poesia vive, viva a Poesia. Obrigado, Shirley , pelo teu empenho na divulgação da poesia e dos seus criadores de sonhos.

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Poetas Poveiros

Amy Dine

Tudo começou em Fe-vereiro de 2011 quan-do quatro poetas se reúnem para uma noi-

te de poesia na Filantrópica (cooperativa cultural da Póvoa de Varzim).Esta sessão talvez por deficiente divulgação não teve grande comparência de público, isto porem em vez desanimar os poetas fez com que começassem a pensar se-riamente em formar um grupo maior para começarem a trazer a público os poemas que uns e outros tinham na gaveta.

Vão então realizando com sucesso pleno suas apresenta-ções, lançamentos de livros de outros poetas, tanto na Filantrópica como no emble-mático Diana Bar e até na Biblioteca Municipal.

Em Agosto, no Diana-Bar, o grupo de Poetas Po-veiros e amigos da Póvoa é oficialmente apresenta-do ao público. Uma vez mais casa cheia!

Porquê este nome? Este grupo não só é for-mado por poetas oriundos da Póvoa de Varzim mas também por aqueles que de certo modo adotam a Póvoa como sua segunda casa ou aí residem.

Desde então tem participado e levado a cabo tertúlias, lançamentos de livros e uma vez por ano para comemorar o dia mundial da poesia em Março realiza o MAR á Tona em poesia no qual participam poetas inscritos no Solar de Poetas e Poetas Poveiros e amigos da Póvoa. O primeiro realizou-se a 24 de

Março de 2012 com o tema “ um mar de poemas” e o segundo em 23 de Março deste ano com o tema “A sinfonia do mar”.Ambos programas bem-sucedidos.

Gostaria ainda de salientar que nestes dois anos e meio já foram lançados três livros de Poetas Po-veiros: Fátima Veloso, José Pedro Marques e Maria Carolina de Sá, tendo ainda o grupo colaborado e promovido o lançamento do livro de Maria Morais de Sá poetisa do Solar de Poetas.

Recentemente a 10 de Agosto os Poetas Povei-ros lançaram a sua primeira antologia

Os poetas Poveiros estão em fase de oficializar seu grupo e pensam em breve lançar uma nova an-tologia com poetas que compõem o seu grupo no facebook.

e Amigos da Póvoa

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor José Carlos Moutinho, é um prazer tê-lo conosco no pro-jeto Divulga Escritor, conte-nos quando decidiu publicar seu pri-meiro livro? O que o motivou a publicação?José Carlos Moutinho - É com mui-ta satisfação e uma pontinha de or-gulho sentir o interesse da parte de ilustre figura do jornalismo, como é o caso de Shirley M.. Cavalcante, por tal facto, os meus agradecimen-tos e passo a responder: A oportu-nidade de publicar o meu primeiro livro, surgiu do improvável. Na ver-dade, nunca me ocorrera, nem va-gamente que um dia teria um livro editado. E aconteceu, quase como por brincadeira, com amigos do Fa-cebook, quando eu respondia com versos, especificamente quadras rimadas ao que os outros me en-viavam. Aos poucos fui ganhando coragem e atrevendo-me a tornar essa minha poesia pública, através dessa Rede Social. A aprovação por parte dos amigos e, muito espe-cialmente pelos poetas, alguns já consagrados, levaram-me a um in-centivo tão profícuo, que me levou corajosamente à edição do meu primeiro livro “Cais da Alma”, que felizmente teve enorme sucesso.

Quais, escritores, são as suas refe-rências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você?José Carlos Moutinho - Devo ad-mitir, sem qualquer veleidade de presunção, que jamais me referen-

José Carlos Moutinho nasceu no Sobralinho, Vila Franca de Xira, em Junho de 1944. Com 13 anos partiu para Angola, aonde concluiu os seus estudos secundários. Em 1973, saiu de Angola, para o Brasil, de onde veio definitivamente para Portugal em 1980. Foi Delegado de Informação Médica. Nos últimos anos, Empresário na área da restauração. Está aposentado. É membro dos “Confrades da poesia”, “Horizontes da Poesia”, “Luso-Poemas”, “Varanda das Estrelícias”, “Academia Virtual Sala dos poetas e escritores”- Brasil. É presença regular em vários locais de tertúlias poéticas: É membro da ACLAL (Academia de letras e artes plásticas lusófonas)O seu blog de poemas: http://zemoutinho.blogspot.com/ “Não deixem de ler e apoiar a literatura, sem vós, a nossa mensagem em forma de palavras poéticas, não passará, e sem a literatura, em especial a poesia, o mundo será menos culto e menos sensível aos sentires da alma.”

Boa Leitura!

Entrevista escritor José Carlos Moutinho

ciei em alguém para me levar a criar a minha própria e genuína poesia. Obviamente e, muito em especial nos meus tempos de jovem, li bastante e de quem sou admirador, Fernando Pessoa, Luis Vaz de Camões, Florbela Espanca, Manuel Bandeira, na área da poesia. Em prosa, sempre gostei muito de Eça de Queiroz, Alves Redol, Aquilino Ribeiro, Miguel Torga, Cami-lo Castelo Branco, Ernest Hemingway, Leon Tolstoi, Erich Maria Remark, Éri-co Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?José Carlos Moutinho - Não tenho em mente um público específico para que me leiam. Dirijo a minha es-crita para todos, que tenham o gosto pela poesia. Afinal o que eu escrevo, não é para mim. Se o fosse, tudo o que eu criasse, ficaria a amarelecer no fundo de uma gaveta. Quero che-

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gar o mais longe possível. Sendo imodesto e neste caso, assumo--me como tal, gostaria que a mi-nha poesia se eternizasse, para além de mim.

Conte-nos, quais os principais hobbies do escritor José Carlos Moutinho?José Carlos Moutinho - Quando havia tempo para se viver, como se o amanhã fosse hoje, frequen-tava muito o cinema. Sou fã da 7ª arte. Lia muito, porque vivi os meus tempos de passagem da adolescência para a maturidade em Angola e como lá não havia, na épo-ca, Televisão, os passatempos eram, praia, cinema, música e leitura. Actu-almente o meu hobby para além da escrita é a fotografia.

Que temas abordas em seu roman-ce “Angola, do Tejo ao Kwanza”? Em quanto tempo você escreveu este livro? José Carlos Moutinho - “Angola do Tejo ao Kwanza”, é um pequeno ro-mance, que retrata o mais fielmen-te possível, as minhas vivências em Angola, para onde fui viver com 13 anos de idade. Eu senti a necessida-de de entrar por caminhos da prosa e, por curiosidade, na tentativa de o conseguir, iniciei a escrita desse livro e como já haviam muitas páginas es-critas, decidi não desistir e continuei até terminar. Escrevi-o em 15 dias.

Você, hoje, tem 3 livros de poesia publicados, “Cais da Alma” “Da in-quietude das palavras” e “Cantos da eternidade”, conte-nos, o que dife-rencia um livro do outro?José Carlos Moutinho - Responden-do a essa difícil pergunta, apraz-me unicamente dizer o seguinte: “Cais da Alma” o meu primeiro livro de

poesia contém a pureza, quase ingé-nua do meu sentir, aonde se abrigam os momentos mais importantes da minha vida, em carinhosas palavras, abraçadas pela poesia. Os seguintes li-vros, serão um aperfeiçoamento, que o tempo e a prática me foram dando e ensinando. Digamos que contêm uma poesia mais elaborada, sem con-tudo deixarem de ter toda a emoção da alma. Referencio o meu último li-vro “Cantos da eternidade “ que é o ninho aonde se aconchegam poemas de amor, especificamente de amor. Amor sofrido, feliz...enfim Amor.

Onde podemos comprar os seus livros? José Carlos Moutinho - Os meus livros encontram-se em algumas li-vrarias pelo país. Podem ser encon-trados online nas Livraria Bertrand e Wook. Ou pedidos a mim próprio, que os enviarei com todo o gosto, desde que encaminhem o pedido para este meu email: [email protected]

Quais seus próximos projetos lite-rários? Pretendes publicar novos livros?José Carlos Moutinho - Tenho em fase de conclusão um romance, que

será no fundo a continuidade do “Angola do Tejo ao Kwanza”, que desta vez, contará as minhas vi-vências por Angola, Brasil e Por-tugal. Tenho imensos poemas, que poderiam proporcionar a edição de pelo menos mais 3 li-vros. Todavia, porque o momento econômico não é propício, ficarão a aguardar melhores oportuni-dades. Gostaria muito editar no Brasil, país a que me liga grande afectividade, por lá ter vivido al-guns anos e aonde nasceu a mi-nha filha.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?José Carlos Moutinho - Tornar os livros mais acessiveis em termos de preços, maior divulgação dos peque-nos e desconhecidos autores portu-gueses, que perdem em detrimento dos estrangeiros.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escri-tor José Carlos Moutinho, que mensa-gem você deixa para nossos leitores?José Carlos Moutinho - Deixo uma mensagem simples, como simples é a minha pessoa: Não deixem de ler e apoiar a literatura, sem vós, a nossa mensagem em forma de pa-lavras poéticas, não passará, e sem a literatura, em especial a poesia, o mundo será menos culto e menos sensível aos sentires da alma.

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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O meu SpectrumPelos meus vinte anos, começaram a surgir os

primeiros computadores de uso pessoal, os saudo-sos Spectrum, uma nova era nos caminhos da comu-nicação. O pequeno aparelho, então com uma me-mória de 48k parecia abrir-nos horizontes que nunca antes tínhamos imaginado. Recordo a avidez, o en-tusiasmo com que, através da sua linguagem Basic, de conceção e execução fácil, partimos a descobrir um novo mundo.

Com o Luis, o meu primogénito, desde muito novo entusiasta por estas tecnologias, partilhei lou-curas inimagináveis…Quando os o que queríamos atingir parecia difícil, berrávamos com o monstrinho como que exigindo o que ele nos negava. E gritava-mos: - Tem que dar! Pobre Spectrum, aos poucos lá ía anuindo às nossas exigências!

A vontade com que passámos a utilizar essa nova ferramenta, criando, inovando, partilhando, levou-nos a voar além da fantasia e a levar atrás muitos outros que, como nós, queriam inovar, ino-var, inovar.

A ciência informática evoluiu vertiginosamen-te. Pouco tempo depois o Spectrum era substituí-do por um inovador Amstrad. Vento e trinta megas de memória. Que máquina!!! Agora, sentiamo-nos com asas para voar! Puro engano. Em pouco tempo, tornara-se obsoleto. A ciência – conforme a Profe-cia - multiplicou-se… e num instante apareceram as novas máquinas e se cons-truíram as novas estradas de comunicação, sobretudo, após a revolução imparável da Microsoft. Surgem as re-des sociais… Uns aderiram de imediato, outro, receo-sos, preferiram ver para crer. A máquina não podia con-trolar o homem. E eis que

surge o facebook para aos poucos dominar todo o espectro da comunicação e transformar o mundo na tal Aldeia Global que muitos, profeticamente, vi-nham anunciando.

E vimo-nos parte integrante deste submundo de surdos-mudos, que comunicam entre si como se conhecessem há muito mas que na prática nunca se viram ou falaram a quem confidenciamos coisas que, no dizer de Régio, teríamos pudor de contar seja a quem for.

Surgem no facebook os chamados Grupos …e pouco a pouco, todos fomos mergulhando nesse lago infinito de águas turvas onde mal sabemos na-dar. E ali se fala de literatura, arte, amizade, ciência, do bem ou do mal… E nesta teclomania desenfrea-da, eis-nos a formar as nossas próprias comunida-des, primeiro, com os amigos, depois, alargando a quem conosco queria partilhar os mesmos ideiais.

No corolário de todo este processo, surge o So-lar de Poetas, apenas um entre as centenas de gru-pos que promovem e incentivam à criação e divul-gação da poesia no seu todo, colocando lado a lado aprendizes e veteranos que convivem entre si, abra-çando os mesmos ideais. Sobre este projeto, e os de-safios que se nos oferecem, falaremos ao longo dos próximos artigos. Nos próximos números falaremos do Solar de Poetas.

Sejam bem-vindos a este novo mundo que se nos abre com a Revista Divulga Escritor.

Solar de Poetas

José Sepúlveda

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Jorge para nós é um prazer tê-lo conosco. Conte-nos como surgiu o gosto pela escrita e o gosto pela pin-tura? O que veio primeiro?Jorge Nuno - O gosto pela escrita e pela pintura surgiram muito cedo. Lembro que ainda adolescente criei uma “revista”, escrita e ilustrada manualmente, que intitulei “Real Kágada”, contendo brejeirices e que enviava para um amigo no Navio--Hospital Gil Eanes, para delícia da tripulação que andava pelos mares da Terra Nova, no apoio à pesca do bacalhau. Na juventude, escrevia po-emas que musicava. Como já referi, os primeiros tarabalhos artísticos, dignos desse nome, foram realizados em 1972. Nunca tinha pensado no conteúdo da pergunta, mas concluo que o gosto pela escrita evidenciou--se primeiro.

O que diferencia a inspiração literá-ria da inspiração artística (pintura)?Jorge Nuno - Dizia George Bernard Shaw que “A imaginação é o início da criação. Imagina aquilo que de-seja, deseja aquilo que imagina, e finalmente cria aquilo que deseja”. Em relação à pergunta, nesta pers-petiva, não vejo diferenças. Imagi-nei o que seria pintar uma manda-la, atirei-me ao trabalho sem uma ideia concreta definida e passado algum tempo tinha a tela pronta, agradado com o efeito, mas sem conseguir responder como foram ali parar os elementos que compõem a obra artística. Simplesmente, deixei fluir a imaginação e o ato criativo

Nasceu em Coimbra [Portugal]. Cedo mostrou tendência para as Artes e para a Poesia . Atualmente residi em Bragança é aposentado como docente desde 2011, dedica agora mais tempo aos atos criativos, tanto na pintura como na escrita. Tem usado a escrita criativa de forma distinta, com incursões pelo conto, romance e poesia. Quanto às Artes, os primeiros trabalhos surgiram em 1972, sob a forma de desenho a carvão, passando em 1983 para tinta-da-china e, a partir de 2000, evoluíram para a pintura a óleo, posteriormente com algumas experiências com pastel a seco e óleo, sanguínea e técnicas mistas. Jorge Nuno é membro da Associação Portuguesa de Poetas, da SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, da Galeria Aberta Associação e de várias redes sociais dedicadas à poesia e às artes.

“Mas acreditem, acima de tudo, nas vossas potencialidades, na vossa capacidade criativa e na vossa capacidade de entrega ao projeto que abraçarem, desenvolvendo-o com entusiasmo. O resto virá por acréscimo.”

Boa Leitura!

Entrevista escritor Jorge Nuno

realizou-se [tenho um poema sobre “O Ato da Criação e a Genialidade” que aborda este assunto]. Desejei uma mandala e ali estava. Do mes-mo modo, entendi que depois de muitos poemas e vários contos, era chegada a hora de escrever um ro-mance. Não é só precisa inspiração, mas também “transpiração”. Escrevi o primeiro terço do livro junto a Lis-boa. Como havia muitas solicitações e me dispersava, os dois terços de “As Animadas Tertúlias de Um Ho-mem Inquieto” foi escrito na região de Trás-os-Montes, em Bragança, constituindo-se como um ato soli-tário, porque me isolei da família para o poder escrever serenamente e sem as contantes interrupções an-teriores.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram a sua formação como escritor?Jorge Nuno - Com 14, 15, 16 anos já lia clássicos da literatura, como: “Os Irmãos Karamazov”; de Dostoievski; “”Guerra e Paz”, de Leão Tolstoi; “Grandes Esperanças”, de Charles

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Dickens; “O Vermelho e o Preto”, de Stendhal; “Os Miseráveis”, de Victor Hugo; “O Crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz [que li durante uma noite]; “Esplendores e Misérias das Cortesãs”, de Honoré de Balzac; “Doutor Jivago”, de Boris Pasternak, entre muitos outros. Não tenho dú-vidas da importância destes autores na minha forma de encarar o mundo, de crescer como pessoa e mais tarde como escritor.

O que aborda em seu livro “As Ani-madas Tertúlias de Um Homem In-quieto”? Para quem indica a leitura de seu livro?Jorge Nuno - Partilho convosco par-te do texto elaborado pela Editora, contendo a recensão crítica da obra: “Estas “tertúlias” representam uma reflexão sobre a condição humana em tempos conturbados. A verdade desassossega, mas por vezes a sua busca pode ser ainda mais inquietan-te. Em torno da mesa do café, ou na associação “Estrela Vermelha”, sem-pre rodeado dos mais próximos, Filó procura as cogitações que podem voltar a instalar a quietude na sua alma. Da solidão máxima da intros-peção do seu ego, esta é uma rica demanda que não deixará ninguém indiferente. Entre a solidão dos seus pensamentos e a convivência com a comunidade que o rodeia, Filó pro-cura, num ato de suprema coragem, pensar em tempo de crise juntando o questionamento à ousadia de proje-tar na sua ação as dores da criação artística...” Creio que é uma obra dirigida a qualquer público. Se eu li clássicos da literatura universal, com aquela idade, também entendo que os mais jovens podem (e devem) ler este romance e quanto mais cedo melhor, pois está cheio de mensa-gens de grande utilidade. Creio que

será também uma obra de autoajuda e que poderá ser sintetizado na frase de William James: “A grande revolu-ção da nossa geração é a descoberta de que seres humanos, modificando as atitudes interiores das mentes, podem modificar aspetos exteriores das suas vidas”.

Jorge estou sabendo que está vindo novos projetos, inclusive, o lança-mento de um novo livro para o se-gundo semestre, já tem um titulo para o livro? O que será abordado neste seu novo projeto literário?Jorge Nuno - É verdade, trata-se de um livro de poesia. Comecei agora a compilar muitos dos meus trabalhos de poesia para os transformar em li-vro e fazê-lo chegar às estantes das livrarias e da casa de cada um. Tenho três títulos em mente, mas a ideia do título anda à volta do conceito de “Amanhecer ao Entardecer”, como se desse, aos outros, estímulos para um envelhecimento ativo, tal como a ideia lançada por mim numa Uni-versidade Sénior em Portugal, duran-te os seus primeiros quatro anos de vida, onde fui professor. Quanto ao conteúdo, aponta para quatro capí-tulos (podendo ser alterado), onde inclui. “Espiritualidades”; “Leveza de Escrita”; “Causa Maldita” e “Um Toque de Humor”. Mais uma vez, é um livro cheio de mensagens de for-te utilidade.

Estou curiosa, você comentou em uma de nossas conversas que faz exposições individuais de pintura+poesia, como são estas ex-posições? Jorge Nuno - É simples e eficaz: ela-boro uma obra de pintura e faço um poema adequado a essa pintura ou, sem ser com essa intenção, que se adapte à pintura (ou vice-versa).

Aquando da exposição, junto ambos, poema e pintura e, pelos relatos no meu “Livro de Honra” e comentários pessoais, tem o efeito esperado, ou seja, agradável aos sentidos.

Acredito ser do interesse de alguns promotores culturais ter sua parti-cipação como escritor e pintor, em alguns eventos literários, que tipo de espaço físico você precisa para viabilizar sua participação nestes eventos? como estas pessoas de-vem fazer para entrar em contato com você? Jorge Nuno - O espaço físico depen-de do número de obras expostas. Já o fiz com 30 obras de pintura e 30 poemas e com 15 obras de pintura e 15 poemas. Umas das questões que se coloca sempre é evitar-se a ex-posição à luz natural direta e outra questão prende-se com a segurança dos materiais expostos no espaço, por razões óbvias. Poderei ser con-tactado através de:

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Sítio da Escrita Criativa: http://jorge-nuno.wix.com/letras Facebook:www.facebook.com/jorgenuno.artE-mail: [email protected]

Onde podemos adquirir seu livro?Jorge Nuno - O livro está à venda nas livrarias portuguesas, na pró-pria Pastelaria Studios Editora e nos catálogos on-line de livrarias como: Wook; Bertrand; Book.it, … Basta, no Google, indicar “As Animadas Ter-túlias de Um Homem Inquieto” se-guido de uma destas livrarias virtuais portuguesas. [ ISBN: 9789898629258 ]. Portanto, pode ser adquirido em qualquer Continente.Em julho espero ter o e-Book dispo-nível, a custos mais baixos. Darei essa informação, oportunamente, no meu blogue e no meu sítio da Internet.

Que dica você pode dar às pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Jorge Nuno - Recomendo que fa-çam como eu. Antes de iniciarem a carreira de escritor, tentem docu-mentar-se sobre a própria carreira. “É possível viver-se só da escrita?” perguntava uma minha amiga jovem escritora. Deixo a pergunta no ar. No meu entender, a resposta será diferente para pessoas diferentes. É evidente que aqueles que tiverem as qualidades exigidas a um escritor te-rão maior hipóteses de sucesso. Pelo sim, pelo não… recomendo a leitura de “Como Não Escrever Um Roman-ce”. Acreditem que esta leitura tem muita utilidade. Mas acreditem, aci-ma de tudo, nas vossas potenciali-dades, na vossa capacidade criativa e na vossa capacidade de entrega ao projeto que abraçarem, desenvol-vendo-o com entusiasmo. O resto virá por acréscimo. Quais as melhorias que você ci-

taria para o mercado literário em Portugal?Jorge Nuno - Escrevi, recentemen-te, um artigo para a nova revista de poesia “A Chama” , n.º 2, de maio/junho.2013 [como colunista], e o ar-tigo intitula-se “Publicar em tempos de crise?”. Abordo a problemática das pequenas editoras, o mercado livreiro e as dificuldades em publi-car, precisamente perante uma crise económica e social que atinge mui-tos países, incluindo Portugal. Gosto muito de livros, de os manusear em suporte de papel e receio que den-tro de pouco tempo seja um produto em vias de extinção. Vingarão, por algum tempo, os e-Book, tal como as editoras discográficas quase que desapareceram para dar lugar a ou-tros negócios relacionados com a música em fomato digital, descar-regada através da Internet. As pe-quenas editoras de livros tenderão a desaparecer, a menos que se lan-cem no mercado digital, já com uma expansão assinalável, nesta área de negócios, pelas grandes editoras. Também às pequenas editoras não é fácil obter parcerias com as distri-buidoras, para colocar o produto nas prateleiras das grandes superfícies, mesmo que o produto literário seja de qualidade. Logo, quem publica através de uma pequena e até média editora vê a sua obra muito condicio-nada no mercado livreiro. Acredito, por exemplo, na possibilidade de co-locar produtos deste tipo no Brasil e do Brasil em Portugal, com vantagem para todos. Basta, como sempre, a adapção de estratégias conjuntas que apontem nesse sentido. Até lá, vai crescendo o mercado literário digital e diminuindo o mercado em formato de papel.Pois bem, estamos chegando ao fim

da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor o Escritor/Poeta/Pintor Jorge Nuno. Que mensagem você deixa para nossos leitores?Jorge Nuno - Deixo a mensagem de um homem que admirei (e continuo a admirar, mesmo depois da sua partida) – Mahatma Gandhi: “Pre-cisamos de nos tornar na mudança que desejamos ver no mundo”. Mas acrescento, para isto, é necessário procurarmos, cada um por si, modi-ficar as atitudes interiores das suas mentes, passando, naturalmente pela leitura e pela reflexão, tendo em vista um melhor autoconheci-mento. Agradeço esta oportunida-de de expor a minha obra e algumas das minhas ideias, numa procura de ajudar a construir e viver num mun-do melhor.

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14 Revista Divulgar Escritor • setembro de 2013 Revista Divulgar Escritor • setembro de 2013 14

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Bernardina Pinto para nós é um prazer tê-la conosco no Projeto Divulga Escritor. Conte-nos quando você começou a escrever? Em que momento decidiu publicar seu primeiro livro? Bernardina Pinto - Sempre gostei muito de ler e, princi-palmente livros de poesia e romances, e comecei a es-crever os meus próprios poemas quando tinha 15 anos, era uma forma de transmitir aos outros o que sentia. Só mostrava esses poemas aos meus melhores amigos que me elogiavam bastante. Era uma forma de expressar o que sentia em relação ao que me rodeava. Muitas vezes, levantava-me de noite para escrever pensamentos e po-emas. Fui continuando e fazia, e ainda hoje faço poemas para vários eventos e para pessoas amigas. Só pensei em publicar um livro quando comprei um livro de poemas de um amigo meu que me incentivou e ajudou-me com a Editora. A Publicação do meu Livro “ Sorrisos da minha Poesia” foi a realização de um sonho, em que tive a cola-boração de familiares e amigos, a quem agradeço toda a força e amizade que gentilmente me prestaram.

Como assistente Social hoje você participa de vários projetos sociais, quais os principais projetos que você, hoje, participa?Bernardina Pinto - Atualmente, como Assistente Social participo em projetos sociais relacionados com as crianças que frequentam a escola em colaboração com os seus pro-fessores; sou a técnica responsável pela doação de vestuá-rio e calçado para as famílias mais carenciadas do Concelho de Avis. Através de um Roupeiro Social que o Município de Avis possui, este encontra-se duas vezes, por semana aberto para suprir essas necessidades. Também, pertenço a uma equipa de melhoria das condições de habitabilidade de algumas casas, através de um Regulamento de Apoio Á Recuperação da Habitação no Município de Avis, em que a Câmara paga os materiais necessários às obras solicitadas por famílias carenciadas e que são aprovadas em Reunião de Câmara. Para além disso, faço atendimento e encami-nhamento para ajudar as pessoas a resolverem os seus próprios problemas. Também participo em eventos promo-vidos pelo Município, como a Feira do Livro, Feira Medieval,

Bernardina Maria Fragoso Borrecho Pinto, conhecida como Bernardina Pinto, nasceu em Benavente - Por-tugal. Desde cedo, foi para o Alentejo, em Benavila, numa freguesia do Conce-lho de Avis concluiu o Ensi-no Básico.Em Lisboa concluiu o Cur-

so Superior de Serviço Social. Trabalhou em vários locais, mas, há cerca de oito anos trabalha no Munícipio de Avis, como Técnica Superior de Serviço Social.Casada, tem um filho e reside numa linda freguesia do Concelho de Avis-Stº António do Alcórrego em Portugal.Desde a juventude que faz poemas como for-ma de exprimir os seus sentimentos.Em Dezembro de 2011 publicou seu primeiro livro “ Sorrisos da minha Poesia”.Em entrevista a escritora Bernardina Pinto, conta-nos sobre sua trajetória literária, fala de suas atividades profissionais e nos dá dicas de melhorias para o mercado literário em Portugal.

“Com vista a melhorar o mercado literário no nosso país considero que era necessário exis-tir mais iniciativas de divulgação dos escrito-res e dos poetas, quer na rádio, na imprensa, mais tertúlias e encontros de sensibilização/ informação sobre a literatura e poesia.Devia haver um maior intercâmbio entre os vários países em que “a nossa língua mãe” nos une; entre Portugal, Brasil e alguns Países Africanos.” Boa Leitura!

Entrevista escritora Bernardina Pinto

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entre outros. Como Assistente Social, tento que as pessoas e famílias sejam mais autónomas, informadas dos seus direitos e a serem mais participativas na comunidade.

Bernardina, ficamos sabendo que além de participar de vários projetos sociais você participa de vários even-tos literários, na sua opinião, qual a contribuição dos eventos literários para o desenvolvimento social? Bernardina Pinto - Como aprecia-dora da leitura e da poesia, tento participar nos diversos eventos li-terários e culturais do Concelho de Avis. Sou sócia da “Associação Cul-tural dos Amigos de Aviz” que pro-move muitas iniciativas nesse âm-bito: encontros de poesia, sessões de divulgação da leitura através de debates com os próprios autores de livro, que veem falar sobre as suas obras. Anualmente, há um concurso designado “Jogos Florais, onde par-ticipam várias pessoas nas seguin-tes modalidades: Quadra Popular, Poesia obrigada a Mote, Poesia Li-vre e Prosa - Contos sobre um tema. Saliento, também a Feira do Livro, promovida pelo Munícipio de Avis, em que são convidados vários auto-res de obras. É uma boa forma de divulgar a leitura e há sempre a con-jugação de espetáculos musicais. Considero que todos esses eventos culturais e literários permitem um enriquecimento quer a nível pes-soal, cultural e de convívio social que vai contribuir para um maior desenvolvimento cultural e social na comunidade. Esta, torna-se mais participativa e dinâmica, existindo mais envolvimento e informação e fomentam-se mais iniciativas de ín-dole literário e cultural ao nível das várias faixas etárias da população.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação?Bernardina Pinto - Desde muito cedo que tenho uma paixão pela leitura e os autores que destaco como minhas referências literárias foram e continu-am a ser: Paulo Coelho, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca e Pablo Neruda. Na minha formação literá-ria destaco obras de Almeida Garret, Eça de Queirós, José Saramago, Jorge Amado e Fernando Pessoa que enri-queceram minha personalidade e a maneira de eu encarar as coisas.

Que temas você aborda nas poesias publicadas em seu livro “Sorrisos da minha Poesia”?Bernardina Pinto - O meu livro abor-da variados temas como o amor, a amizade, a natureza e a paz. Preten-do transmitir mensagens com ener-gia positiva e de alegria de viver para as pessoas que leem a minha poesia.

Você pretende publicar um novo li-vro? Quais são seus novos projetos literários?Bernardina Pinto - Gostava ainda de publicar mais livros porque tenho muitos poemas guardados. No en-tanto, estou numa fase de reflexão e quando aparecer uma oportunidade irei publicar outros livros. Atualmen-te, os meus projetos literários passam pela participação em eventos de di-vulgação da Poesia, quer a nível das crianças como das pessoas mais ido-sas no Concelho de Avis e continuar a participar nos eventos do Solar de Poetas, onde sou uma das Adminis-tradoras. Irei continuar a participar nos eventos literários e culturais da “Associação Cultural dos Amigos do Concelho de Aviz” .

Onde podemos comprar o seu livro?.

Bernardina Pinto - O meu livro pode ser comprado na própria Editora Vieira da Silva, em Lisboa, na FNAC e por contato pessoal. Podem enviar mensagem para a minha página do Facebook ou para o meu e-mail: [email protected]

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Bernardina Pinto - Com vista a me-lhorar o mercado literário no nosso país considero que era necessário existir mais iniciativas de divulgação dos escritores e dos poetas, quer na rádio, na imprensa, mais tertúlias e encontros de sensibilização/ infor-mação sobre a literatura e poesia. Devia haver um maior intercâmbio entre os vários países em que “a nos-sa língua mãe” nos une; entre Portu-gal, Brasil e alguns Países Africanos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor a Escritora Bernardina Pin-to, que mensagem você deixa para nossos leitores? Bernardina Pinto - Gostaria de deixar uma mensagem de esperança a todos os escritores e poetas para que não desistissem dos seus sonhos porque como diz Paulo Coelho: “ as decep-ções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para nos mostrar a estrada”. Agradeço a dispo-nibilidade e a gentileza da jornalista Shirley M. Cavalcante e da sua equipe na realização e publicação desta mi-nha entrevista. Bem hajam e continu-ação do excelente trabalho que estão a desenvolver para a divulgação de es-critores e no desenvolvimento literá-rio, tanto no Brasil como em Portugal.

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Se analisarmos a história dos grandes escrito-res brasileiros, dos mais antigos aos contem-porâneos, vamos observar algo em comum entre eles: quase todos eram ou são presen-

ças constantes nas páginas dos jornais, alguns como colunistas, outros como cronistas ou articulistas. Os do passado publicavam romances inteiros em jor-nais, o que atualmente não é mais possível, no en-tanto os artigos são a forma mais presente que se vê nos dias atuais.

Se os mais consagrados autores estão presentes nos jornais – a mais tradicional das mídias – é por-que isso lhe proporciona duas vantagens: primeiro, é uma forma de ganhar um dinheiro, pois acredito que a maioria deles deve receber por essa função, afinal, certamente, isso atrai leitores para o veículo. E, se-gundo, porque sua presença neste lugar de destaque também ajuda a reforçar sua imagem, e, consequen-temente, o resultado disso vem através da venda de livros nas livrarias.

Quem vai perder seu tempo comprando obra de autores desconhecidos, de que nunca ouviram falar? Dificilmente alguém faz isso. Na hora em que vamos ao supermercado escolhemos o sabão em pó, o refrigerante, o creme dental ou outro produto qualquer, das marcas que já conhecemos, ou seja, aquela que não sai da tela da TV, do jornal ou de qualquer outra mídia de que estamos acostumados a ser espectadores. Com o escritor não é diferente. Assim como o cantor precisa veicular sua música no

O escritor e a mídia

CARLOS SOUZA [email protected]

rádio para se tornar conhecido, atrair pessoas para os seus shows e vender seu trabalho musical, o ar-tista da palavra também precisar estar presente na mídia, principalmente no jornal. E, agora, não pode deixar de lado a mais democrática das mídias, a in-ternet – blogs, sites, redes sociais etc.

Há diversas maneiras para ganhar a simpatia da mídia, entre as quais escrever crônicas e arti-gos para jornais, participar de eventos, fazer pa-lestras, lançamentos, sessão de autógrafos, visitar escolas, feiras, bienais, ou seja, é preciso circular e virar notícia. O escritor da torre de marfim está em extinção, pois na contemporaneidade é preci-so se comunicar com os leitores das mais diversas maneiras que a mídia pode proporcionar. Parafra-seando Chitãozinho e Xororó na canção Nasce-mos para cantar –que declara “Disse o poeta: O artista vai onde o povo está” – o escritor não pode esquecer-se dessa premissa: estar acessível aos olhos do seu público alvo, o leitor. Caso contrário, dificilmente será lido, pois reza o ditado popular que o que não é visto não é desejado, muito menos procurado.

Quer saber como se tornar um escritor badala-do, tipo um artista de cinema? O referencial nesta área é Paulo Coelho – o escritor brasileiro recordista de venda de livros no exterior –, um autor com mais de 100 milhões de livros vendidos, publicados em 66 idiomas e 160 países. É o artista da palavra, vivo, mais traduzido em todo mundo.

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Maria do Céu Silva Fernandes, hoje, escritora Maria Mamede, é um pra-zer para nós tê-la connosco no pro-jeto Divulga Escritor, conte-nos por-que “Maria Mamede”?Maria Mamede - Olá Shirley; antes de mais quero agradecer-lhe o convi-te para esta conversa, agradecimento esse que se estende ao Poeta José Se-púlveda, pois foi através dele que pude conhecê-la e conhecer o Projeto Divul-ga Escritor, que considero de grande valia para Autores deste e do outro lado do Atlântico, que nos separa e nos une. Muito Obrigada por isso! Escolhi este pseudónimo Maria Mamede, pelo afecto que nutro pela minha terra natal, S. Mamede de Infesta.

Escritora Maria Mamede, quando iniciou seu gosto pela escrita?Maria Mamede - Foi acontecendo. Já em muito pequena tentava in-ventar uns versinhos, para os dizer de cor, porque ainda não sabia es-crever; contudo posso afirmar que escrever poesia, embora coisinhas simples , pueris, começou por volta dos 13/14 anos.

MARIA MAMEDE, pseudônimo literário de Maria do Céu Silva Fernandes.Nasceu em 1947, na aldeia (hoje cidade) de S. Mamede de Infesta.É membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE), desde 1984, onde teve como Padrinhos os Escritores Egipto Gonçalves e Nelson Ferraz. Criou e participa em várias tertúlias poéticas e tem obra dispersa por revistas e jornais, incluindo Jornais Virtuais e Sites de Poesia nacionais e estrangeiros e ainda, por alguns Blogs Nacionais e Internacionais.Com mais de 12 livros publicados, a escritora Maria Mamede, em entrevista exclusiva para o projeto Divulga Escritor, conta-nos sobre sua carreira literária, alguns de seus livros e nos dá algumas dicas.

“Penso que uma das soluções possíveis será a proporcionada por este seu projeto, este intercâmbio, que poderá crescer e estender-se a outros Países de Língua Portuguesa, dando a conhecer seus Escritores/as, bem como criando meios para que os livros cheguem a todos, a preços mais acessíveis.

Boa Leitura!

Entrevista escritora Maria MamedeQuando você publicou seu primeiro livro já tinha planos para escrever outros? Como vem sendo planejada sua carreira literária?Maria Mamede - O meu primeiro livro foi publicado somente em 1977 e o segundo em 1978 e ambos foram edições de autor. Antes disso houve algumas, poucas, publicações em jornais regionais. Ao publicar estes dois livros, era minha intenção ter a possibilidade de vir a ser aceite na Associação Portuguesa de Escritores, o que veio a acontecer em 1984. Não posso dizer que a minha carreira lite-rária tenha tido, ao longo do tempo, algum plano especial. Apenas procu-rei “crescer” literariamente, lendo muito e escrevendo muito, nunca ficando satisfeita com o trababalho realizado e tentando sempre ir, ir mais além, experimentando novos desafios poéticos; e por falar em de-safios posso dar como exemplo, o repto que um dia me foi lançado por um Amigo. Esse Amigo tinha feito o serviço militar em Timor, terra pela qual ficou apaixonado. Anos depois escreveu uma história de amor pas-sada naquela Ilha e pediu-me para fazer dessa história o “libretto” de uma Ópera… fi-lo e o resultado foi uma alegria imensa!

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritora?Maria Mamede - De algum modo, todos os livros que li e leio, sejam eles de prosa ou de poesia, ou mes-mo de teatro, todos deixam em mim algo: - a beleza de uma imagem poé-tica, de uma paisagem, ou o som es-pecial de alguma palavra, que mais

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tarde se podem vir a transformar nalgum poema. Dos poetas, homens e mulheres de maior importância na minha vida, escolho - Florbela Espan-ca, Augusto Gil, António Aleixo, An-tónio Nobre, António Gedeão, Pedro Homem de Melo, Miguel Torga, mais tarde Cesário Verde, Casimiro de Abreu, Vinícius de Morais, Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Cecí-lia Meireles e tantos, tantos outros, maiores ou menores estrelas do céu da Poesia da minha língua Mãe, e al-guns/algumas mais, doutras línguas, das poucas que sei, que continuam, cada vez que os/as leio, a surpreen-der-me, a afagar-me, a inspirar-me e a incentivar-me.

Conte-nos qual seu objetivo ao pu-blicar o livro “ E por falar em olhos”? Que mensagem você leva através desta maravilhosa obra literária?Maria Mamede - Este livro foi ou-tro desafio; depois de ter lido o li-vro “DIBAXU”, do Poeta Argentino Juan Gelman, publicado pelo Amigo e Editor, Jorge Castelo Branco, em três línguas, sefardita, castelhano e português, o mesmo desafiou-me a escrever um livro naquele género, onde, com um mínimo de palavras se faz um poema inteiro, completo de ideias e de sentido. Foi um livro extremamente burilado, mas cujo resultado me deu um imenso prazer.

Tem um livro que você publicou re-centemente chama-do “Sensualidades” este livro é indicado para que público? Quais os temas que você aborda nesta

obra? O título é muito sensual.Maria Mamede - Acho que este meu livro “SENSUALIDADES” é, a exemplo

de todos os outros, um livro de poe-mas de Amor. Nele não há erotismo, somente uma doce sensualidade que a vida me foi oferecendo, e que por esse motivo poderá ser lido por jovens e menos jovens, sem qual-quer problema e com algum deleite, espero!

Escritora Maria Mamede, vimos que você já tem um áudio livro “ Por Amor as Palavras” Como foi a publi-cação deste áudio livro? você o tem impresso? Já tem novos projetos para publicações em áudio livro?Maria Mamede - O livro “POR AMOR ÀS PALAVRAS” faz parte duma colecção, em que várias poetisas es-crevem e também dizem a sua po-esia. Assim, a obra é composta por um livro impresso, onde vai incluído um CD, com os mesmos poemas di-tos pela autora, sobre fundo musical. Para já não tenho outros projectos do género, embora tenha sido uma experiência que me deu enorme pra-zer e que gostaria de repetir.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Maria Mamede - Os livros estão à venda numa livraria da Cidade do Porto, UNICEPE-Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, CRL. – www.unicepe.pt/ e pode ser comprado online na Editora EDIUM, tal como todos os anteriores. Somente o “SENSUALIDADES” poderá ser enco-mendado à VERSBRAVA Editora ou adquirido na mesma livraria.

Que dica você daria para as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Maria Mamede - A mesma que Pe-dro Homem de Melo me deu um dia, era eu muito jovem… “leiam muito e escrevam muito”!

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Maria Mamede - Penso que uma das soluções possíveis será a propor-cionada por este seu projeto, este intercâmbio, que poderá crescer e estender-se a outros Países de Lín-gua Portuguesa, dando a conhecer seus Escritores/as, bem como crian-do meios para que os livros cheguem a todos, a preços mais acessíveis. Sei contudo, que o futuro está nos livros digitais; esses sim serão a solução verdadeiramente mais econômica. Mesmo assim, e apesar das novas tecnologias, que admiro e uso, quan-to a mim nada se compara ao livro impresso, que se compra, se cheira e abraça, se oferece a pretexto de tudo e de nada, e traz consigo a magia e a força das palavras dos autores/as, que são alimento para a alma.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor a Escritora Maria Mamede, que mensagem você deixa para nossos leitores?Maria Mamede - Eu é que tenho um oceano de agradecimentos para lhe fazer Shirley, pela sua delicadeza e pela beleza desse projecto. Quanto aos lei-tores, o meu conselho é que leiam, leiam muito, poesia ou prosa, porque, ler faz crescer o Sonho e como dizia Pessoa: - “Sonhar é preciso!”

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Se estivéssemos prontos a destacar um escri-tor brasileiro que se tornaria a voz cáustica que reduziria às mínguas os velhos costumes de uma sociedade arrivista, apresentaríamos

sem dúvida um poeta que conviveu ao tempo das produções barrocas, Gregório de Matos e Guerra, mas além dessa grande voz satírica, não podemos se esquecer do grande romancista que deixou legado não só na ficção mas em seu trabalho jornalístico, e este é o nosso alvo. Afonso Henriques de Lima Bar-reto, escritor carioca nascido no ano de 1881, às vés-peras da República que se tornaria alvo de sua sátira. A sátira limabarretiana constrói a acidez, é essa acidez que corrói a imagem dos burocratas arrivistas ligados aos políticos dessa Nova Ordem Republicana. O escritor produz uma narrativa que contenha per-sonagens dotados de atitudes ridículas, como o Ge-neral Albernaz contando feitos heróicos inventados da Guerra do Paraguai e que sequer nunca vira uma guerra de perto; ou Policial Doutor Chaveco, com seu jeito simples e inofensivo, a trazer segurança ao Rio de Janeiro inteiro. São obras que se destacam para construir o melhor da acidez satírica: Numa e a Nin-fa, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Os Bruzundan-gas, Recordações do Escrivão Isaías Caminha e mais contos como Histórias e Sonhos. As personagens

Lima Barreto

tomam atitudes até absurdas, o narrador descreve--as reduzindo passo a passo e detalhe a detalhe sua forma, a ponto do leitor sentir o ridículo ou sentir vontade de rir. A obra literária de Lima Barreto carrega recursos especiais que dá a sátira elementos fundamentais para a destruição de personagens cujo tais imagens são constituídas a partir de figurões respeitados pelo povo. Sendo assim, esses tipos são doutores, funcionários públicos (convocados por confiança e ligação de amizades em níveis de afeto), políticos, jornalistas e literatos. Tais estes que vão se desde-nhando na narrativa, e o satírico narrador vai des-moronando suas parecidas “qualidades” para mos-trar seus “defeitos”. Quando o escritor, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, relata o encontro do Major com Floriano, descreve este com um exame sagaz, mordaz, efeti-vamente cáustico, isto é, ácido. Trata-se do herói re-publicano brasileiro, cuja imagem heróica se destrói por tal descrição, fazendo transparecer até compor-tamento de preguiça, desleixo com o compromisso nacional. Isso é exemplo da sátira literária em Lima Barreto, presente em grande parte de sua obra, mar-cada pelo engajamento, um certo caráter de milita-rismo literário, isto que veremos no próximo artigo.

Pense Literatura

Por Jonatan Santos

UM ESCRITOR ÁCIDO DA LITERATURA BRASILEIRA

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Entrevista escritor João Videira

Escritor João Paulo Videira mora hoje em Maputo, na África, Filho de pais portugueses, nasceu em outubro de 1967 na localidade de Gabela, Angola, onde viveu até 1975, altura em que se mudou para Coimbra, Portugal, terra natal de seu pai. Formou-se em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1990 e viria a defender a tese de mestrado na mesma faculdade em 2006 com o título de “Escrita Intimista e Discurso do Eu: Perfil Autobiográfico de Manuel Laranjeira” Casou em 1988 e desde 1990 que é professor de Língua Portuguesa no ensino básico e secundário.Em entrevista ao projeto Divulga escritor, João Videira compartilha conosco um pouco da sua trajetória literária e de vida, desvendando um pouco dos encantos da Cultura Africana que tanto o inspira, desejamos a todos uma Boa Leitura!

“A diversidade cultural, étnica e religiosa. O pensamento livre. A possibilidade de realização. E, claro, o sonho. Em África ainda é possível sonhar e perseguir um sonho. Há uma força que brota vida e alegria e nos contagia.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Prezado escritor João Videira para nós é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento/de que forma a África tornou-se um ponto forte de inspiração para sua escrita? João Videira - Antes de mais, obri-gado pelo convite para esta entre-vista. África esteve sempre presente em mim. Sou angolano e essa é uma marca cultural forte na minha vida. Na escrita, penso que surgiu em dois momentos diferentes. Primeiro na série de crônicas que dão nome ao meu blogue: Mails para a minha Irmã. Essas crônicas refletem a África cristalizada na memória do menino que veio a ser homem. Depois, no romance “De Negro Vestida” irrom-

peram personagens que viveram aven-turas africanas. Por fim, com a minha vinda para Moçambique, as “Crônicas de África” irromperam o ano passado na minha escrita e em somente 10 me-ses produzi cerca de 70 textos.

O que mais te atrai nesta cultura tão rica que é a cultura Africana?João Videira - A diversidade cultu-ral, étnica e religiosa. O pensamento livre. A possibilidade de realização. E, claro, o sonho. Em África ainda é possível sonhar e perseguir um so-nho. Há uma força que brota vida e alegria e nos contagia.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? João Videira - Todas as pessoas que gostem de três coisas: ler, pessoas e relacionamentos. O meu público são as almas sensíveis, capazes de amar e de se comoverem, as almas que olham para a vida e veem o milagre que ela é e se interessam por ela, as almas capazes de amar. Não se trata de transmitir uma mensagem. Trata--se de contar histórias, de procurar revelar os caminhos da mente huma-na, das relações entre as pessoas. Se houver uma mensagem a transmitir que seja a do livre arbítrio e a da co-ragem e do amor...

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? João Videira - Exclusivamente no meu blogue, Mails para a minha Irmã, onde publico tudo o que escre-vo e no Facebook onde divulgo o que escrevo.

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Fale-nos sobre seu livro “ A Paixão de Madalena” que mensagem você quer levar ao leitor através deste livro?João Videira - Paixão tem diversos significados. Dois deles são muito fortes e sintetizam o que pretendo com a obra: sofrer e amar. Eu penso que temos de ter capacidade de so-frimento uma vez que o sofrimento a ajuda a moldar caracteres fortes, que resistem à adversidade e à frus-tração. Mas, esse estoicismo, de nada serviria se não o temperássemos com amor. O Amor é o único caminho para a redenção do Homem. Não sendo um livro religioso, é um livro que co-loca a personagem central, uma Ma-dalena dos nossos dias, a par e passo com o percurso de Cristo e, nessa me-dida, uma mulher que há de triunfar na vida, conquistando a tranquilida-de, pela sua capacidade de suportar o sofrimento e abraçar o amor. Você hoje tem 3 romances escritos: “Estórias ao Acaso - Noite Fria”, “De Negro Vestida”, “Com Amor,”. De forma resumida o que diferencia uns dos outros?

João Videira - “Estórias ao Acaso - Noite Fria” é uma novela que nos mos-tra destinos diversos que acabam por cruzar-se. Não tem uma personagem central. Vive de cruzamentos. “De Ne-gro Vestida” é um romance que assen-ta nas peripécias de uma protagonista feminina. Todo o Romance gira em torno dessa mulher, Maria de Lurdes. Primeiro casada, depois divorciada, depois agnóstica dos homens e depois caçadora deles através de um plano in-trincado que haveria de surpreendê-la. “Com Amor,” é diferente na sua con-cepção. É um romance sem narrador nem narrativa. São 102 cartas e e-mails trocados entre pessoas. À medida que vai lendo os documentos, aparente-mente desligados uns dos outros, é o leitor quem reconstrói uma trama amorosa repleta de personagens e pe-ripécias sentimentais.

Escritor João Videira, onde pode-mos comprar os seus livros? João Videira - Não podem. Os meus romances foram publicados, capítulo a capítulo, no meu blogue, tiveram um significativo público de seguido-res, mas nunca foram publicados em livro/papel. Infelizmente.

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades? João Videira - A maior dificuldade é encontrar alguém que aposte num escritor desconhecido. Ser um bom escritor (e nem estou a cometer a imodéstia de dizer que sou) não aju-da nada. Hoje em dia se você for trei-nador de futebol, estrela do Big Bro-ther, apresentador de jornal das oito, criminoso, político ou qualquer outra condição que lhe dê visibilidade, pu-blica mais facilmente do que um bom escritor. O que deveria ser feito era

ler com atenção os novos escritores e apostar na sua publicação.

Quais os seus principais objetivos como escritor? Conte-nos quais são seus próximos projetos literários? João Videira - O grande objetivo é pu-blicar os meus romances e um livro de poesias escolhidas. Quanto a projetos, para já estou a escrever e a publicar “A Paixão de Madalena”. Depois segue-se um romance histórico para o qual já estou a fazer alguma investigação.

Que diferenças você cita entre a cul-tura do mercado literário de Portu-gal e o da África? João Videira - O mercado português está mais organizado, é mais com-petitivo, mas, paradoxalmente (ou não), tem menos horizontes, menos margem de progressão. Em África, penso que há mais possibilidades de traçar um plano de publicação e con-seguir executá-lo. Contudo, seja em África, seja em Portugal, à dificulda-de da publicação acresce a da distri-buição. Esse é um ponto em comum.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor o Escritor João Videira, que mensagem você deixa para nossos leitores? João Videira - Que vejam em cada livro uma oportunidade, uma janela para libertar a imaginação, um pode-roso veículo de informação cultural e, consequentemente, que leiam e tenham prazer na leitura de cada pá-gina, cada frase, cada palavra. Mui-to agradecido pela oportunidade de poder expressar alguns pontos de vista através da sua entrevista.

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Entrevista escritora Adriana Freitas

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Adriana Freitas para nós é um prazer tê-la conosco no projeto Divulga Escritor, você poderia falar um pouco sobre sua trajetória literária?Adriana Freitas - Eu sou uma escri-tora iniciante. Demorei um pouco para escrever um romance. Apesar de sempre ter ideias, eu nunca as colocava no papel. Escrevi a primeira história para um trabalho que reali-zei com os meus alunos, juntamente com outra professora, a história cha-ma-se “No Verão”, fala sobre uma adolescente que engravida. Esta obra tornou-se um vídeo produzido por mim, a professora de Português e os alunos. E se tornará uma revista de mangá feita por outro aluno da minha escola. O meu primeiro livro publicado se chama “Naquela Praia” romance adolescente que mostra o ponto de vista do garoto e da garota no mesmo relacionamento. Júlia e Fernando se conheceram na escola e juntos descobrem o amor e todas as inconveniências e surpresas que vem com esse relacionamento.

Escritora Adriana Freitas, mora em Recife – PE - é graduada em Licenciatura em Ed. Artística, hab. Artes Cênicas (Teatro) pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Autora dos livros: Naquela Praia e Essa Noite.Em entrevista a escritora conta-nos sobre seus projetos e trajetória literária, nos dá dicas de melhoria para o mercado literário brasileiro.

“O gosto pela leitura vem através do incentivo. Quanto mais os brasileiros se interessarem por livros, maior será a procura. No Brasil existem grandes autores que ainda são desconhecidos pela maioria dos brasileiros. Umas divulgações mais abrangentes, um maior apoio, assim como vocês estão proporcionando irá ajudar bastante o mercado literário.”

Boa Leitura!

Escritora Adriana quando você co-meçou a escrever? Em que momen-to decidiu ser escritora? Adriana Freitas - Eu comecei a escre-ver desde cedo, mais ou menos aos treze anos. Não eram histórias, eram poemas, pensamentos. Mas antes disso, eu já inventava histórias na mi-nha cabeça com começo, meio e fim. Só não sabia como passá-las para o papel. Na faculdade, juntamente com alguns colegas, fiz pequenos textos de teatro. A vontade de ser escritora surgiu mais ou menos há cinco anos, mas somente em 2010 que passei a escrever histórias.

Quando sentiu que estava pronta para publicar seu primeiro livro? Alguém a incentivou, como foi esta iniciativa?Adriana Freitas - A minha família sempre me incentivou. Principal-mente a minha irmã que sempre falava para eu mostrar o que fazia. Eu me senti pronta quando come-cei a desenvolver a história de Júlia e Fernando na minha cabeça. Passei meses pensando sobre isso, desen-volvendo a história do inicio ao fim. Até que finalmente parei em frente ao computador e desenvolvi o que já habitava os meus pensamentos.

Como você se sente sendo escrito-ra? O que sente quando escreve?Adriana Freitas - Escrever pra mim faz parte da minha personalidade. Sempre falo que sou melhor escre-vendo do que falando. É mais fácil escrever do que falar. Pode até pa-recer clichê, mas a escrita às vezes funciona pra mim como uma válvula

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de escape. Eu chego a esquecer do mundo quando estou escrevendo. Eu sempre me sinto melhor, mais ali-viada e mais feliz.

Adriana o que mais lhe inspira a es-crever? Adriana Freitas - Fatos do cotidia-no. Os sonhos que tenho. Pessoas na rua. A minha própria imaginação. Uma música. Conversa com amigos. Tudo é motivo.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritora?Adriana Freitas - Eu tenho um gos-to bem variado, leio desde autores brasileiros como Machado de Assis, Paulo Coelho, Marcelo Rubens Pai-va, Luis Fernando Verissimo, André Vianco, como Sthephen King, J.D Sa-linger, Aghata Christie.

Como foi publicado o seu primeiro livro? Quais as dificuldades para conseguir publicar sua obra? Adriana Freitas - O meu primei-ro livro foi publicado com recursos próprios através de uma editora. A maior dificuldade que eu enfrento é na publicidade da obra.

“Naquela Praia” foi seu primeiro li-vro, como se sentiu quando pegou o livro em suas mãos pela primei-ra vez? Fale um pouco sobre ele, quando você o publicou já sabia que ele faria parte de uma coletânea ou a ideia de dar continuidade a histó-ria veio depois? Adriana Freitas - A sensação que eu tive ao pegar o meu primeiro livro com as mãos foi a de um sonho rea-lizado. Eu já vinha sentindo vontade de escrever, mas nada me vinha à ca-beça. Foi então que eu tive um sonho de apenas uma cena dessa história.

Aí eu fui completando com o passar dos meses. A princípio o título seria “Júlia e Fernando”, e seria apenas um livro. Eu já tinha a história completa com começo, meio e fim, mas as ideias me vinham à cabeça e quan-do percebi, ficou grande demais. Negociando com a editora, resolvi dividir a história em três livros. E tive que criar títulos para cada um. Só não sabia qual. “Naquela Praia” e “Essa Noite” (o segundo livro) foram retirados de poemas que já tinha escrito.

Adriana fale um pouco sobre “Essa Noite”Adriana Freitas - Essa Noite é conti-nuação de Naquela Praia. Conta so-bre o rompimento do relacionamen-to dos personagens. O que levou a eles se separarem. A visão de cada um sobre esse novo momento, as maneiras que cada um agiu a partir de então. As tentativas de reconci-liações. Os novos sentimentos que surgiram e que ainda eles desco-nheciam.

O terceiro livro já tem um Titulo? Fale um pouco sobre seu tercei-ro livro. Que mensagem você quer transmitir para o leitor que deseja lê esta maravilhosa coletânea?Adriana Freitas - O Terceiro livro se chama “Praia Nova” está em fase de produção. Os personagens, cada um a sua maneira, aprendem a se adap-tar as mudanças e as consequências das suas escolhas. Descobrem novos sentimentos e novos amores. Des-cobrem que o amor nem sempre é vivido da maneira que sonham e que este pode vir de diversas formas, é só questão de consentimento. Essa coletânea fala que nenhum relacio-namento é perfeito. As pessoas têm defeitos e qualidades. Nem sempre as coisas funcionam da forma que desejamos, às vezes machucamos e somos machucados. Às vezes faze-mos escolhas erradas. Mesmo com todos os percalços, sempre vale a pena amar e permitir ser amado.

Quais os formatos em que encontra-mos o seu livro: impresso, e-book, áudio-livro?Adriana Freitas - Os livros estão no formato impresso. Onde podemos comprar o seu livro?Adriana Freitas - Eles estão disponí-veis no site da Livraria Cultura. Ou através do email [email protected]

De que forma você divulga o seu tra-balho?Adriana Freitas - Ainda estou apren-dendo a melhor maneira de divulga--los. Já apresentei o primeiro livro em uma feira literária na praia de Porto de Galinhas, onde a aceitação foi muito boa. E o principal meio é a internet.

Que dica você daria para os outros

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escritores com relação à publica-ção?Adriana Freitas - Pesquisar muito antes. Achar a forma que melhor se adeque a sua realidade. Participar de concursos literários. Entrar em con-tato com editoras que fazem parce-rias.

Quais os seus principais objetivos como escritora?Adriana Freitas - O meu principal objetivo é colocar pra fora tudo o que habita os meus pensamentos. Expressar minhas ideias, levar entre-tenimento para as pessoas.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Adriana Freitas - O gosto pela leitu-ra vem através do incentivo. Quanto mais os brasileiros se interessarem por livros, maior será a procura. No Brasil existem grandes autores que ainda são desconhecidos pela maio-ria dos brasileiros. Umas divulgações mais abrangentes, um maior apoio, assim como vocês estão proporcio-nando irá ajudar bastante o mercado literário.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, a Divulga Escritor agradece sua participação, muito bom conhecer melhor a escrito-ra Adriana Freitas, que mensagem você deixa para nossos leitores?Adriana Freitas - Eu agradeço a oportunidade da entrevista. E falo que não importa o gênero, sempre vai existir um livro que nos identifi-camos e fará o nosso tempo passar mais depressa. A leitura proporciona um mundo novo. Podendo ser fan-tástico, dramático ou cheio de aven-turas. Não importa. A gente sempre vai encontrar ou ser encontrado por um livro que nos fará viajar sem sair

do lugar, fará nos apegar aos perso-nagens e quando a história acabar nos deixará com aquela sensação de quero mais. Às vezes nos senti-mos órfãos e o bom é isso. A leitura

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é um vício bom. Terminado um livro e iniciando outro sempre teremos boas histórias para contar. E nunca ficamos sozinhos quando temos um bom exemplar como companhia.

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Para publicar um livro não basta apenas escre-vê-lo, ele precisa se adequa. Trouxe umas dicas fun-cionais que te ajudará no momento de enviar seu manuscrito.

1 – a linha editorial de sua obra tem que estar em consonância com a linha que a editora costuma pu-blicar, portanto, antes de enviar seu original, dê uma passada de olhos nas sinopses dos livros até então publicados. Não espere enviar seu conto ou poesia para uma editora que só publica Literatura Fantás-tica.2 – conheça o tema abordado em seu livro. Pes-quise, estude sobre o que irá escrever. Se for sobre uma determinada região, saiba pelo menos sobre a vegetação, clima, costumes. Seu texto precisa ser verossímil, pois se assim não o for, o examinador o abandonará antes de concluir a leitura. 3 – Um autor desconhecido deve ter em mente que seu primeiro livro não deve passar de 400 páginas. Serviços gráficos para um livro deste tamanho, sai caro e, consequentemente, sairá caro o preço de capa, dificultando a venda, tornando-se inviável pu-blicar um livro vindo de novo autor com custos altos para editora. Portanto – enxugue seu texto!4 – Não fique toda semana enviando emails cobran-do um resultado. Se a editora se interessar pelo seu livro, ela irá entrar em contato.5 – Jamais envie um livro sem revisão de um profis-sional, para análise. Além de ser um tanto quanto indelicado e desrespeitoso com quem estiver ana-lisando, dificulta a transmissão da mensagem do li-

10 dicas para publicar seu livro

Adriana Vargas

vro. O analisador perderá mais tempo reparando os erros, do que atento à trama. 6 – Não exagere! Muita ênfase, além de tornar o tex-to pesado, torna-o repetitivo, quase um fardo.7 – Transmita sentimentos. Um texto vazio e sem alma torna-se desinteressante.8 – Coloque conteúdo e criatividade em seu livro. Ler sobre as mesmas coisas, cansam.9 – Não ultrapasse um parágrafo para mais de sete linhas. Escreva sem rodeios. 10 –O título é muito importante, ele precisa ser im-pactante, curioso e perturbador.

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Adriana Vargas para nós é um prazer tê-la conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-nos em que momento decidiu publicar seu pri-meiro livro? O que a motivou a pu-blicar?Adriana Vargas -Olá, prazer em estar prestando esta entrevista a vocês. O momento em que decidi tirar meu texto da gaveta foi quando estava disposta a abandonar a carreira ju-rídica para me entregar de corpo e alma para meu maior legado – a es-crita. O fator que mais me levou a crer que havia chegado o momento foi a angústia em ser lida; de provar a mim mesma de que minha intui-ção literária estava certa. Eu escutei o chamado do meu eu interior para esta estrada e aqui estou.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir

para as pessoas através de seus es-critos?Adriana Vargas -eu já tenho um pú-blico cativo, que ao decidir ler meus livros, compram todos os que já es-tão publicados, e continuam com-prando os que vão lançando. Este público não tem denominação, creio que se identificam apenas com meu trabalho, e em sua maioria são pes-soas adultas ou jovens adultos. Não escrevo para adolescentes, mas es-tou tentando escrever algo para este público na linguagem gótica.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Adriana Vargas - Divulgo meu traba-lho na forma de ação criativa. Não sigo um padrão, o que for me dando vontade, faço. Gosto muito de divul-gação pela internet, pois quase não vou a eventos, a não ser, os imperdí-veis como as bienais. Moro afastada dos grandes centros e meu trabalho não me permite ausência por muito tempo, por isso aproveito tudo que tenho em mãos, e mais recentemen-te fundei uma campanha que está dando resultados muito positivos que é – compre um livro diretamen-te com seu autor. Esta campanha tem por finalidade retirar os 40,50 e 60% das vendas de nossos livros das mãos das livrarias e aproximação do público leitor com o escritor. As pes-soas não adotam, porque preferem o status ainda e o anonimato. Eu ado-to porque gosto deste contato e foi através dele que consegui hoje tudo que tenho no mundo literário.

Escritora Adriana Vargas, você hoje

Entrevista Escritora Adriana Vargas

Adriana Vargas, formada em Direito pela UCDB, abandonou a carreira jurídica para se dedicar à escrita. Escreve desde os sete anos de idade e teve participações com menções honrosas em diversos concursos literários. É autora de romances sobrenaturais: O oitavo pecado, O voo da estirpe, O segredo de Eva, Vozes do Silêncio, Túnel do Tempo, Lilith, meu amor da escuridão e Inocence. Coordenadora do Clube dos Novos Autores e autora do projeto Letras brasileiras. Agente Literária e assessora da Editora Modo; Beta Reader da Studio Editorial. Ganhou o prêmio INTERARTE 2012 com seu romance O Oitavo Pecado.

“Abandonem o modismo! Deixem esta bandeira! Vamos juntos descobrir talentos que ainda não conhecemos. Vamos criar o nosso próprio gosto de literatura, e não permitir que a mídia ou o mercantilismo faça isso para nós.”

Boa Leitura!

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semana muito frio e angustiante. Fiz o chocolate quente, em lágrimas, me sentei de frente ao computador e só saí dele quando escrevi a última linha – sem dormir até terminar o livro. Quando acabei, chorei muito por vá-rias horas e dormi por dois dias. Es-gotei-me. Fiz questão de fazer deste ex-relacionamento, um marco em mi-nha vida através da escrita deste livro.

Quais seus próximos projetos literá-rios? Adriana Vargas -Como havia citado, ainda não tenho um público juvenil, e estou escrevendo uma obra gótica, com o cenário sombrio, linguagem e clãs característicos, vamos ver no que dará. Paralelamente, estou me dedi-cando a coletânea de pequenas histó-rias dos personagens de meus livros publicados. Estou gostando bastante deste trabalho, pois me sinto cons-truindo um elo muito forte com meus personagens, e gostando bastante do fato de meus leitores já estarem na expectativa para ler um pouco mais sobre aqueles que lhes cativou.

Você estará lançando um novo livro na Bienal Internacional do Rio de Ja-neiro? Qual o dia em que podemos encontrá-la na Bienal?Adriana Vargas - Estarei lá do dia 28 de agosto a 09 de Setembro no Es-tande. Porém, meu lançamento será dia 08 de Setembro às 18 horas.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Adriana Vargas - Meus livros po-dem ser encontrados, principal-mente, nesses links: -https://www.facebook.com/AdrianaVargasAguiar/app_305990076116431 e http://adrianavargasaguiar.blogspot.com.br/p/loja.html Email – [email protected]

Que dica você dá para as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Adriana Vargas -Não esperem nada cair do céu. Acreditar que uma edito-ra fará por você, aquilo que você não fará é decepção na certa. Estamos na era do autor independente em to-dos os sentidos. Corra atrás do seu sucesso, porque isso é sua obriga-ção acima de todos os seus direitos. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Adriana Vargas -Menor percentu-al nas vendas de nossos livros para as livrarias; maior experimento dos blogs literários comprando nossos livros para realizar promoções em seus sites, ao invés de nós, escrito-res, termos que doar nossos livros para eles comprarem os estrangeiros; Escritores serem mais independentes quanto à divulgação e vendas de seus livros; Editoras adotarem um ideal para sua empresa, que deveria ser menos empresarial, e mais naciona-listas; que a literatura deixasse de ser vista como um negócio gerador de dinheiro, e passasse a ser mais uma necessidade cultural emergente.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escri-tora Adriana Vargas, que mensagem você deixa para nossos leitores?Adriana Vargas -Abandonem o mo-dismo! Deixem esta bandeira! Va-mos juntos descobrir talentos que ainda não conhecemos. Vamos criar o nosso próprio gosto de literatura, e não permitir que a mídia ou o mer-cantilismo faça isso para nós.

tem vários livros publicados, conte--nos qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Que temas você aborda neste livro?Adriana Vargas -Foi O Voo da Estir-pe. Foi o primeiro livro que escrevi e o que mais escondi debaixo do col-chão. Eu não me sentia segura com a obra, primeiramente porque a es-crevi para mim, para um momento trágico que eu vivia, paralisada por uma AVC. Segundo, porque a lingua-gem é tão solta, que se tornou até “libertina”, e terceiro porque a maio-ria das pessoas que leem o livro não entendem o que ele quer transmitir, e creio que isso acontece justamen-te pelo fato de minha ânsia em tê-lo somente para mim no momento em que mais precisei de alguma ajuda, uma força, um amparo. Porém, ao publicar, foi um sucesso com resenha até mesmo no blog da MTV. Demo-rei muito para escrevê-lo devido à dificuldade emocional que tive para atravessá-lo, com medo da vida e da morte, já que ele encara ambos de frente, sem modéstia e preconceito.

Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que a motivou a escrever de for-ma mais intensa que os demais li-vros escritos? Que temas você abor-da neste livro?Adriana Vargas -O Segredo de Eva foi escrito num final de semana. O moti-vo de sua intensidade foi a descrição do sentimento que estava vivendo naquele momento – friso: não é uma autobiografia, pois os personagens passam longe de minha história, mas o sentimento gerado no livro, a ân-sia, o desespero, a dor, a decepção, o tesão, a paixão – tudo isso era in-grediente do que estava vivendo, amando loucamente alguém que ti-nha rompido naquele exato final de

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O mercado literário é escorregadio, dispu-tado e também decepcionante, se você realmente quer saber mais, antes de se aventurar nele. Pode ser que essa classi-

ficação não seja muito agradável logo de início, mas é o mais importante que você descubra até mesmo para que saiba o que realmente espera conseguir através dele.

Você escreveu, tem o seu livro e decide enfim publicá-lo. Sua mãe e seus amigos elogiaram e dis-seram que você devia se tornar escritor. Isso aí não basta. Preste bem a atenção nesses momentos, se você realmente quer se aventurar ou apenas massa-gear o seu ego com uma publicação. Os críticos lite-rários não vão passar a mão na cabeça de ninguém, ainda mais quando se é um autor iniciante.

Se a carreira literária que você escolheu é apenas “vamos ver no que vai dar”, então será muito simples;

Leo Vieira

Mercado Literário

Focoé só providenciar o registro na Biblioteca Nacional, re-visão, diagramação, capa e encomendar um tiragem pequena em uma gráfica ou editora por demanda, com ISBN, código de barras e ficha catalográfica. Faça uma reunião com amigos em uma biblioteca ou pi-zzaria e convide um fotógrafo de um jornal para fazer uma foto e uma nota no jornal local. Você venderá uns quinze exemplares no dia (o que já é ótimo, porque garantirá o retorno do que investiu na impressão). O resto você poderá vender nos anúncios no blog.

Agora, se você quer construir uma carreira lite-rária, o caminho será mais espinhoso. Você terá que adotar alguns métodos e o investimento será maior também.Nas postagens seguintes, apresentarei mé-todos essenciais para que seu nome fique realmente reconhecido e respeitado no mercado cultural lite-rário. Não tenha pressa e seja sábio na caminhada, porque o sol ainda ilumina espaço para todos.

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Escritora Ana Stoppa para nós é um prazer tê-la conosco no projeto “Di-vulga Escritor”, conte-nos, em que momento você começou a escrever seu primeiro livro? Qual a sensação de ter seu primeiro livro em mãos?Ana Stoppa -Escrevo desde a adoles-cência, época em que sequer imagi-nava publicar um livro. Entretanto, nos anos 80 quando comecei a pu-blicar esporadicamente artigos e po-emas em jornais nasceu a ideia de escrever o primeiro livro.Com os poemas prontos decidi ofe-recer a renda da edição para um pro-jeto de cunho social. Assim nasceu em 1989 ” Diagnóstico”, meu pri-meiro livro. Duas edições totalizando 2.000 exemplares com a renda total-mente revertida para o Projeto Polio Plus do Rotary Internacional destina-do a erradicar a paralisia infantil da face da terra.A sensação de uma imensurável fe-licidade pude sentir na noite de lan-çamento, quando mostrei ao meu saudoso pai que mesmo adoentado esteve presente.No olhar dele banhado de lágrimas pela emoção ao ver seu sobreno-me estampado na capa, em seguida muitas lágrimas e tomada de forte emoção pude compreender que um novo caminho nascia em minha vida.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Ana Stoppa -Escrevo para adultos

Entrevista escritora Ana Stoppa

Ana Maria Stoppa, natural de Santo André/SP. Ítalo/Brasi-leira, Advogada, Pós Gradua-da em Direito e Processo do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Ambientalista, Ativista Cultu-ral. Obras Publicadas: “Diag-nóstico”, 1989, “O Silêncio dos Porta-Retratos”, 1º Edição 2012. No prelo: Publicações bilíngues: português/italiano:, 2º Edição “O Silêncio dos Porta Retratos”, 2013, “Mosaicos de Sabedoria 2013”. Prêmios: 1º. Lugar, Concurso de Literatura Infantil Secretaria de Educação e Cultura de Barueri/SP, com a obra “Lelé, o Navegador dos Sonhos”, 5º lugar - VIII Con-curso Literário: Poesias Sem Fronteira, com o poema “Varal dos Enlutados”, 2º. Lugar- I Concurso de Poesia Infanto-

-juvenil “Mãos que Falam” Salvador/BA, Projeto Alma Brasileira com o conto “ Cris-tal, A Corujinha Cantora”.

“Deixo como mensagem para todos os queridos leitores a úl-tima que pedi para minha sau-dosa mãe, quando em janeiro deste ano ao pedir-lhe uma mensagem de Ano Novo ela fitou-me serenamente e disse--me: - É simples Ana Maria.....Perdoar.....Sempre!!!!Mais que poesia, mais que inspiração, mais do que livros, porque apenas conseguimos nos fazer entender nos versos se estamos em paz, sob todos os aspectos.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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e crianças. Acredito na esperança tudo é possível quando nos propo-mos a seguir os objetivos. Vejo o conhecimento como algo libertador e a importância dos valores mo-rais, da solidariedade, da família, do amor ao próximo, da simplicidade, do perdão e da compreensão como essenciais para trilharmos o breve existir. Penso também que não vie-mos a este mundo apenas para viver a própria existência, não teria senti-do. Recebemos o dom da vida, para de alguma forma fazermos algo pelo semelhante, a escrita é uma grande possibilidade, pois através dos tex-tos compartilhados podemos ser o alento, a esperança ou a felicidade, dentre tantos sentimentos a tocar a alma do leitor. Nesta direção pauto o caminhar na seara das letras.

Fale-nos um pouco sobre o seu livro “O Silêncio dos Porta-Retratos” ?Ana Stoppa -Meu segundo livro, pu-blicado em 2012 nasceu do poema que deu o título à obra., ao observar porta-retratos com as imagens está-ticas, amareladas pelo tempo, das pessoas queridas que se foram veio a imagem de o quão bom seria na magia da inspiração libertá-las das molduras, dever-lhe a vida para viver o que não foi vivido… Saudade…So-nhos… A segunda edição está no pre-lo – uma triagem limitada, capa dura, edição bilíngue, português/italiano. Ana, você estará lançando agora em setembro um livro bilíngue “Mosai-cos de Sabedoria” ou “Mosaicidi-Sapienza”. Que temas você aborda neste livro?Ana Stoppa - Sim será lançado na cidade de Taranto, na Itália. O pro-jeto nasceu a partir de um encontro com poetas italianos do qual partici-pei em junho passado na cidade de

Roma. Como recebi o convite para estar em setembro em outro evento veio a ideia de lançar um livro bilín-gue português/italiano. Também pe-sou bastante o fato de minha família ser de origem italiana, na obra pres-to homenagem póstuma aos meus antepassados, ao patriarca, ( meu bisavô paterno) GiacintoStoppa que desembarcou no Brasil aos 08 de ju-nho de 1886. Neste livro que publico selecionei poemas cujas mensagens são de esperança, coragem e alegria. O lançamento no Brasil ocorrerá na Feira do Livro de Porto Alegre em no-vembro próximo.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Ana Stoppa -Disponível no momen-to ” O Silêncio dos Porta Retratos”, R$ 35,00 (os demais ainda no prelo). Para adquirir: [email protected]

Escritora Ana Stoppa você, hoje, participa de várias Academias lite-rárias, na sua opinião, quais os prin-cipais trabalhos que são desenvolvi-dos pelas Academias no Brasil?Ana Stoppa - Quando somos acadê-micos correspondentes a atuação limita-se ao envio regular de tex-tos para publicar. No entanto, con-sidero bastante válido pois é uma forma de divulgação do trabalho. Mas na Academia Nacional do Por-tal do Poeta Brasileiro, onde ocupo a Cadeira n. 43, temos atividades constantes, dentre elas a criação de núcleos de poetas nas regiões dos respectivos acadêmicos. Par-ticipamos de movimentos sociais, como caminhadas poéticas, rea-lização de saraus, publicação de antologias ou obras individuais, e a diretriz de nossa Presidente é a valorização do poeta vivo.

Ana Stoppa -Conte-nos qual o prin-cipal objetivo do projeto “Primavera Plante, o Planeta agradece”? Quais as principais atividades desenvolvi-das pelo projeto? Quem pode par-ticipar?Ana Stoppa -Shirley, tenho três sites, um deles www.ambientalistaanas-toppa.org o qual tenho a honra de estar como link no blog do Solar dos Poetas no Planeta Azul onde publico sobre meio ambiente. Há seis anos desenvolvo um trabalho voluntário em prol do meio ambiente na base, ou seja na comunidade estudantil do ensino fundamental e médio através da realização de concursos de reda-ção e cartazes e plantio de árvores. è um trabalho pequeno, apresento os temas e as escolas segundo o regu-lamento indicam um de cada classe para receber o Certificado de Honra ao Mérito, entendo isso como essen-cial para desenvolver o civismo. Até o ano passado a OAB Mauá partici-pou apoiando. Neste ano o projeto sai com apoio da ANLPPB e REFEMA. Será viabilizado por ocasião da pri-mavera na cidade de Mauá/SP com cerca de 10 escolas estaduais. Mas aqueles que quiserem aplicar o pro-jeto desde que mantenham o crédito da Autora está liberado.

Ana, quais seus próximos projetos literários? Tens plano para publica-ção de novos livros?Ana Stoppa -Assim que concluir o projeto dos livros bilíngues traba-lharei para a publicação de litera-tura infantil, algo bem mais dispen-dioso, pois, temos que contar com o trabalho do ilustrador, o que en-carece a obra. Além dos livros está em andamento um projeto para a produção de uma peça infantil e a musicalização de poemas para o mesmo público.

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Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Ana Stoppa -Um trabalho de valori-zação para a importância do hábito da leitura na comunidade escolar. O mundo virtual mostra tudo em um simples click mas estamos muito longe de descartar o livro convencio-nal. Entretanto não podemos fechar os olhos para a realidade e nesta esteira vejo como uma grande pos-sibilidade de expansão do mercado literário a produção de livros eletrô-nicos, a exemplo dos jogos de com-putador, pois esta forma reduz o cus-to possibilitando o acesso para maior número de leitores.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto “Divul-ga Escritor”, muito bom conhecer melhor a Escritora Ana Stoppa, que mensagem você deixa para nossos leitores?Ana Stoppa -Prezada Shirley Caval-cante, parabenizo-a pela criação des-te importante projeto, muito bem elaborado por sinal, ao tempo em que agradeço pela oportunidade ím-par que me foi concedida para aqui registrar um pouco da minha carrei-ra literária. Deixo como mensagem para todos os queridos leitores a úl-tima que recebi da minha saudosa mãe, quando em janeiro deste ano ao pedir-lhe uma mensagem de Ano Novo ela fitou-me serenamente e disse-me: – É simples Ana Maria…..Perdoar…..Sempre!!! Finalizo com-partilhando o pensamento de que na poesia, mais que inspiração, mais do que livros, ou títulos, é essencial para a criação dos textos estamos em paz, sob todos os aspectos.Rece-bam todos o meu fraternal abraço. Ana Stoppa. site: www.anastoppa.prosaeverso.net

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Educar é dom, é missão divina.Educar é deixar a própria existência renegada a um segundo plano, para fazer do magistério a razão maior da vida.Educar carece de fé, amor, perseverança e paciência.Educar, se assemelha a semear -o momento exato de preparar a terra, de adubar, de aguar, de verifi-car o tipo de solo, as possíveis pragas, os defensivos.Educar é esperara semente germinar - umas se apres-sam em brotar, nascem viçosas, crescem, quase que sozinhas, florescem e frutificam à vista do agricultor, sem perigo de pragas, sem perdas na colheita.Outras, demoram, precisam de cuidados constantes, de olhos atentos quanto às possíveis infestações. Os frutosnascem aos poucos, tímidos e mirrados.Educar exige principalmente o exercício diário da compreensão e do perdão.Educaré repentinamente perder o chão, ante uma atitude imatura do educando, ante à afronta – quando no fundo tais comportamentos revelam por assim dizer um pedido de socorro.Educar exige o pulso firme, como o dohomem do campo, que mesmo penalizado se vê obrigado à podar, à aparar a planta para florescer.Educar é missão, e como tal conduzida pelo desíg-

nio divino, pela Providência. Educar é oferecer a mão amiga, a palavra de acalan-to, é saber apreciar o perfume da rosa, apesar de tantos espinhos.Educar é abraçar, é exercitar diariamente a compre-ensão. É regar a planta que teima emnão germinar, com a água da vida, a água do perdão, a água do amor.Educar é preparar a geração futura na transitorieda-de da breve existência, é ter a certeza que pelo viver cotidiano, dia a dia o mundo fica melhor.Educar é ter sempre no coração, mesmo nos mo-mentos mais difíceis, quando a seca de incompreen-são teima embrotar, a certeza do dever cumprido.Educartraduz em felicidade o mínimo progresso do educando, revigorando a paz interior, quando se encontra frente à frente com o Pai maior nos mo-mentos de oração. É sentir na almaa superação das barreiras, a compreensão do incompreensível, o re-vigorar das forças.A terra é árida, as sementes são muitas.Educar é saber que, não importa o tempo,mas as sementes germinarão, ainda que lançadas sobre pe-dras, posto que o amor atinge a mais resistente das rochas.Afinal, somos parte do mesmo Universo!

Ana Stoppa

Panorama Cultural

A Arte de Educar

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Escritor Dilson, para nós é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos, quando come-çou a escrever? Em que momento decidiu ser escritor?Dilson Macedo - Devido a minha mediunidade,desde criança, teve um desenvolvimento e somente a partir de 2004, foi que psicografei a primeira mensagem, 03.09.2004, através da Espiritualidade Maior – O Alvorecer Espiritual. Daí em diante foram inúmeras mensagens que sempre foram passadas para os meus amigos na Rede Sociais e por sugestão de muitos amigos, que aceitavam as minhas mensagens, re-solvi tornar-se um escritor espírita com os livros que estou psicografan-do, tendo já dois editados.

O que mais lhe inspira a escrever?Dilson Macedo - Na verdade, é pas-sar as mensagens sempre de auto--ajuda que vem brotar da Espirituali-dade. Com isso estou sempre pronto a psicografar e conforme orientação espiritual na divulgação para todas as pessoas do meu círculo de amiza-de. Isso na verdade tem me ajudado muito a crescer em todos os senti-dos, seja moral, emocional, educa-cional, material e espiritual.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Dilson Macedo - Sempre baseadas

Entrevista escritor Dilson Macedo

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Dilson Macedo, escritor espírita, palestrante, e educador como professor universitário há 25 anos no centro universitário de Barra Mansa – RJ, autor de dois livros: O Orvalho Sob a Luz e O Alvorecer Espiritual.Escritor Dilson Macedo revela como começou a psicografar, em entrevista o escritorfala um pouco sobre seus livros e sobre seus próximos trabalhos Literários, trazendo para o leitor uma agradável leitura no caminho da espiritualidade.

“Um trabalho que requer muito amor em nossos corações, pois somente através dele, podemos atingir as pessoas, respeitando e ajudando em todos os momentos que somos acionados para prestar a nossa caridade ao próximo.”

Boa Leitura!

nas obras básicas de Allan Kardec – num total de 5 livros que foram a base para a Doutrina Espírita. O Livro Dos Espíritos, O Livro Dos Médiuns, O Evangelho Segundo O Espiritismo, A Gênese e o Céu e o Inferno, em que foram mais de 15 anos de estu-do sobre todas essas obras. Na ver-dade, foram sempre os médiuns que no decorrer desse tempo foram me influenciando com as suas obras lite-rárias espíritas, como Francisco Cân-dido Xavier, Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira, Richard Simonetti entre outros, com os seus mentores espirituais Emmanuel, Scheilla, An-dré Luiz, Joanna de Angelis e muitos outros espíritos que sempre estão trazendo suas mensagens do além.

Você hoje ministra várias palestras, Quais os principais temas que abor-das? Como vem sendo a realização deste trabalho?Dilson Macedo - De modo geral, sempre estou me baseando no Evan-gelho de Jesus, onde tem os maiores ensinamentos da Doutrina Espíri-ta, pois são passagens em que os Evangelistas Marcos, Mateus, Lucas e João, nos fazem tantos relatos da vivência de Jesus nos seus 3 anos de pregação doutrinária e da sua volta ao plano espiritual, com a certeza que teríamos sempre um retorno dos espíritos no decorrer dos sé-culos. Os temas de modo geral são sobre Deus, influências dos espíri-tos, Reforma Íntima, a Fé e a Prece,

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O Evangelho no Lar, Reencarnação, Causas atuais e anteriores de nossas aflições, Caridade e amor ao próxi-mo, Maria mãe de Jesus, mas tudo dentro dos ensinamentos do Evange-lho de Jesus. De modo geral, sempre tenho uma palestra mensal nas casas espíritas em que trabalho em Barra Mansa e Volta Redonda – RJ, em um agendamento que as casas espíritas fazem para todo o ano – de Janeiro e a dezembro de cada ano.

Sobre o que trata seu livro O Orva-lho Sob a Luz? Que mensagem você quer transmitir ao leitor, a que pu-blico é destinado o livro?Dilson Macedo - Na verdade, o pri-meiro livro pensava eu que seria o Alvorecer Espiritual do meu mentor espiritual Caio Cezar que foi a pri-meira mensagem psicografada em 03.09.2004, mas após a chegada da minha mentora Scheilla, trouxe um novo contexto em que abordaram vários temas da atualidade sobre fa-mília, perdão, amor ao próximo, pa-ciência, saber viver e tem sido desti-nado a todos público, não existindo essa questão de religião, pois tenho amigos que são católicos, evangéli-cos e outras religiões que compram o livro, pois falam somente da vida no seu cotidiano. Nós espíritas, não temos discriminação com nenhuma crença e mesmo nas palestras é um universo de muitas pessoas que fa-zem parte de outras crenças. Seu segundo livro o Alvorecer Es-piritual tem alguma ligação com o primeiro livro, o que diferencia um do outro?Dilson Macedo - Como disse anterior-mente, veio somente complementar o que no primeiro livro O Orvalho sob a luz, com outras mensagens do meu mentor Caio Cezar, em que no

principio psicografada muito em for-ma de poemas, mas que com o tem-po foi mudando e agora tem outra forma de transmitir suas mensagens. É bem mais da vivência de um mun-do atual, com todas essas formas de violências, mudanças constantes que está acontecendo em todo o nosso planeta, preparando muitos de nós para essa grande mudança de um mundo de Provas e Expiações para um mundo de Regeneração. Creio que somente complementa as men-sagens. Bem como o novo livro que está no prelo que chamar-se-á As Rosas Perfumadas no Céu da Scheilla que novamente irá nos trazer outras formas que buscamos para melhor o nosso interior e nos sentirmos, mas confortados com todos os problemas que estamos vivendo atualmente. O Professortem projetos para pu-blicação de novos livros, quais são estes livros? Eles estão prontos para serem publicados?Dilson Macedo - Como já disse aci-ma, o livro seqüencial será as Rosas Perfumadas no Céu da Scheilla, em

20 capítulos,logo a seguir Marcas do Passado, Horizontes Espirituais, Nos-sos Horizontes Espirituais e Mediuni-dades e as fases de nossas vidas, to-dos do Caio Cezar. Em 20 capítulos. Que estão prontos para serem edita-dos no momento certo. Da Scheilla já tem um título a ser psicografado em 20 capítulos: A Realeza da felicidade do amor verdadeiro.

Escritor Dilson, onde podemos com-prar os seus livros?Dilson Macedo - Pela Editora Livro Pronto, pela Livraria Cultura está à venda em S. Paulo e Rio de Janeiro. Em Barra Mansa e Volta Redonda em duas livrarias que tenho convênio.Livraria Veredas (Sider Shopping e Pontual Shopping ) em Volta Redon-da e em Barra Mansa na Folhetim Livraria no Shopping Figorelle. Aca-bei de fechar com a Cia do Livro de Vassouras, Valença, Pirai, Barra do Pirai também para a venda. Algumas casas espíritas também têm os livros à venda em Barra Mansa e Volta Re-donda, Mas a maior venda tem sido pelo Facebook em que vendo para todo o Brasil e também particular-mente em que muitos me procuram para comprar os livros. Facebook: https://www.facebook.com/dilson.macedo.1

Que dica você dá para as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Dilson Macedo - Na verdade, nada é fácil, pois depende do nosso pró-prio financiamento e é bastante di-fícil nesse mercado, mesmo sendo espírita, que tem muitos adeptos, mas ainda não tem a prática de lei-tura constante. Todavia, vale a pensa ser persistente em todos os sentidos, seja através de divulgação das Redes Sociais, como o Facebook e Orkut,

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como também através de e-mails para grupos de amigos. Confesso que o retorno é razoável, mas a gen-te na tem prejuízo.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Dilson Macedo - Como educador, sinto que os alunos são bastante pre-guiçosos em questão de leitura, mas a gente tem trabalhado muito nesse sentido para que todos leiam pelo menos uns 4 a 5 livros por ano, mas é um trabalho demorado, pois a nos-sa Educação atravessa um momento bem difícil, devido também termos a concorrência da Internet que é um foco de grandes novidades, mas a leitura de um livro traz muitos bene-fícios do que a gente imagina.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, o projeto Divulga Es-critor agradece sua participação, muito bom conhecer melhor o Escri-tor Dilson Macedo, que mensagem você deixa para nossos leitores?Dilson Macedo - Acredito muito que todos nós temos uma missão que nos dá o nosso Criador. Cada um de nós tem um dom que precisa ser burila-do e ter o amparo do Divino Mestre Jesus e principalmente a nossa mu-dança interior, com mudanças cons-tantes em nosso modo de ver, ouvir e falar com as pessoas. Um trabalho que requer muito amor em nossos corações, pois somente através dele, podemos atingir as pessoas, respei-tando e ajudando em todos os mo-mentos que somos acionados para prestar a nossa caridade ao próximo. Apesar das inúmeras crenças, creio que trabalharmos dentro do Evan-gelho de Jesus, tem condições de nos mostrar com todos os atributos

de que tanto Jesus nos ensinou, em toda a sua pequena trajetória aqui na Terra, prestando caridade, amor do próximo, curando e principalmen-te na ajuda a todas as pessoas que estavam doentes da alma que real-mente precisavam de ajuda para en-contrar o caminho da paz, da saúde, do equilíbrio emocional e principal-mente o espiritual, onde todos nós um dia estaremos no Reino de Deus após fazermos a nossa parte aqui na Terra, sob o corpo físico.

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Escritor Fábio Antônio Gabriel, para nós é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-no-sem que momento decidiu publicar seu primeiro livro?Fábio A. Gabriel - O primeiro livro Filosofando, noções introdutórias, surgiu no momento inicial em que comecei a trabalhar com o ensino de filosofia no ensino médio e percebi as dificuldades dos alunos em assi-milar conteúdos básicos de filosofia porque o material muitas vezes apre-sentava-se em linguagem hermética. Primeiramente, parecia um sonho difícil de ser realizado, mas foicon-cretizado paulatinamente.

Você deixou a Igreja faltando um mês para sua ordenação sacerdotal, poderia nos falar o motivo? Sofreu críticas por conta da sua atitude? Fábio A. Gabriel - Eu diria que a expe-riência do ministério diaconal me fez repensar as opções para minha vida e seguir um novo caminho. No caso, diante da dúvida, não hesitei em ser honesto comigo mesmo e lembro que meu bispo, na época, tentou dissuadir-me da idéia de desmarcar minha ordenação sacerdotal, mas se tivesse sido padre, naquele momen-to, não estaria sendo honesto comi-go mesmo. Quanto às críticas, foram as mais diversas possíveis. Pessoas ligadas à Igreja, de diversas formas se manifestaram, até tomaram atitu-des para complicar minha vida, uma espécie de retaliação, mas tenho como princípio ético que devemos ser autênticos. Quando ingressei no

Entrevista escritor Fábio Antônio Gabriel

Fábio Antonio Gabriel, nascido em Quatiguá, PR, 1982, após dez anos na vida religiosa e faltando um mês para ser ordenado padre, renunciou ao ministério diaconal e passou a dedicar-se ao ensino de filosofia e ao estudo da psicanálise. Possui formação em filosofia, teologia e psicanálise, com ênfase em estudos em ética, ressentimento, depressão, filosofia política, teoria dos valores. Entre outras atividades, atuou como professor de filosofia na Universidade Estadual do Norte do Paraná e professor no Colégio Rio Branco de Santo Antonio da Platina, PR, colaborador titular da Revista Ciência e Vida da Editora Escala, membro titular do Conselho Editorial do Instituto Diálogos em Mercosur, membro titular da ABRAFP – Associação Brasileira de Filosofia e Psicanálise.

“O autor iniciante deve buscar uma editora que seja rigorosa na aceitação de originais, que tenha processo de seleção e que não cobre dos autores para publicar. A persistência talvez seja a melhor arma para quem deseja amenizar as dificuldades. Mas, quem realmente gosta de escrever, as dificuldades que se abrem, na verdade, são encaradas como desafios.”

Boa Leitura!

seminário, realmente desejava ser padre, mas, ao aproximar-se o dia da ordenação, percebi que não me sen-tia tão convicto e não me arrependo de nada. Se fosse hoje, teria tomado exatamente a mesma decisão. En-fim, devemos ser autênticos, since-ros e que Deus continue nos amando sempre. O Papa aceitou meu pedido de dispensa e fui reduzido ao estado laical. Procuro, com a graça de Deus, ser um bom cristão.

Que temas você aborda em seu li-vro: Filosofia e Educação: Um Diálo-go Necessário?Fábio A. Gabriel - O presente livro tem como objetivo principal apre-sentar, por um conjunto de textos, diferentes visões e necessárias re-flexões sobre o mundo da Filosofia e da Educação. Essas reflexões tive-ram origem no mundo grego. Foram os filósofos gregos os precursores do diálogo em torno da Filosofia e da Educação na busca do verdadei-ro sentido do mundo. O livro foi co--organizado com Cláudia Battestin e

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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38 Revista Divulgar Escritor • setembro de 2013 Revista Divulgar Escritor • setembro de 2013 38

reúne artigos internacionais sobre a temática. A apresentação do livro é do professor Silvio Gallo (UNICAMP) e conta com a participação dos au-tores: Angélica Silva Costa (UFU), Antonio Carlos de Souza (UENP), Aurélio Bona Júnior (UFPR), Carlos Willians Jaques Morais (UEPG), Cláu-dia Battestin (UFPel), Fábio Antônio Gabriel (UENP), Fernando de Brito Alves (UENP), Fernando Lopes de Aquino (Unicamp), GomercindoGhi-ggi (UFPel), Jorge da Cunha Dutra (UFPel), José Carlos da Silva (UENP), Kátia Cunha (UFU), Luciana Brito (UENP), Roselaine Bolognesi (Uni-camp), Mauro Augusto Burkert Del Pino (UFPel) e Maria Eliane Rosa de Souza (PUC-GO). Em seu livro, Filosofando, Noções Introdutórias,segunda edição, pu-blicado em 2010, vimos que lhe fo-ram acrescentadas algumas páginas e a participação da escritora Karina Gaspar. Conte-nos o que diferencia a segunda edição da primeira?Fábio A. Gabriel -Na segunda edi-ção de Filosofando, noções introdu-tórias, incluindo a contribuição da professora Karina Gaspar, mestre em filosofia pela UFRJ, trabalhamos aperfeiçoando o texto, revendo con-ceitos e também nesse período já es-tava atuando na UENP- Universidade Estadual do Norte do Paraná, no cur-so de filosofia, com a disciplina Ensi-no de Filosofia, e pude rever aquilo que havia escrito na primeira edição. Em breve pretendemos realizar uma nova edição aperfeiçoada. É sempre importante procurar melhorar.

Escritor Fábio, de que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Fábio A. Gabriel - Aos poucos fomos ganhando espaço nas lojas das Li-vrarias Cultura, depois nas Livrarias

Curitiba, em algumas livrarias da rede Saraiva e também contamos com diversas outras iniciativas, sites que publicam o que colocamos. Hoje, quando divulgamos nosso nome no Google, podemos perceber o quanto se encontra presente em diversos si-tes que têm gentilmente divulgado o nosso trabalho, seja em relação aos nossos livros, seja em relação a ar-tigos que publicamos mensalmente nos jornais. Em setembro estaremos com um novo site que possibilitará aos nossos leitores novos recursos de interatividade. Não tenho gran-des pretensões de ser um escritor re-conhecido, mas nos esforçamos para que nosso trabalho esteja disponível para quem desejar conhecê-lo.

Vimos que você já publicou por di-ferentes editoras. Conte-nos: que dificuldades você encontra para a publicação de seus livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar essas dificuldades?

Fábio A. Gabriel - As dificuldades para o escritor brasileiro são diver-sas; a principal é fugir de editoras que não são profissionais. O autor iniciante deve buscar uma editora que seja rigorosa na aceitação de originais, que tenha processo de se-leção e que não cobre dos autores para publicar. A persistência talvez seja a melhor arma para quem de-seja amenizar as dificuldades. Mas, quem realmente gosta de escrever, as dificuldades que se abrem, na ver-dade, são encaradas como desafios.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Fábio A. Gabriel - Sobre a aquisição dos meus livros, sugiro visitar meu site que tem links para aquisição e dados sobre os livros. De modo ge-ral, eles podem ser encontrados, no Brasil, nas livrarias Cultura, Livra-riasCuritiba, Livraria Travessa e, em Portugal, na Distribuidora Coimbra. O leitor que desejar receber o livro autografado, na medida do possível, atenderemos a todos os emails pe-los endereços: [email protected] ou [email protected] Site: www.fabioantonio-gabriel.com

Quais seus próximos projetos lite-rários?Fábio A. Gabriel - Na Bienal do Rio, no final deste mês de agosto, lança-remos Reflexões filosóficas sobre o amor, EditoraIntelectus. É uma co-letânea de reflexões sobre o amor. Meu primeiro livro de poemas.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor o escritor Fábio Antônio Gabriel. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

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Fábio A. Gabriel - Deixo um poema que se encontra no novo livro. Por uma ética do respeito Fábio Antonio GabrielA ética do respeito começa pelo você, não pelo eu.São tantas as manifestações éticas,são tantos os códigos morais,mas a verdadeira ética é a do respei-to humano.É necessário respeitar o sentimento alheio,É importante respeitar as crenças do outro.O “Outro” é sempre “Outro”.A ética do respeito passa pelo enten-dimentode que nossos valores não são uni-versais,por mais que os apreciemos.Não podemos nos valer da pretensão de acreditar que uma religião é a verdadeira,tão somente porque é aquela que professamos.Não precisamos converter o Outro,basta respeitá-lo e respeitar as con-vicções que movem esse Outro!Entendamos e respeitemos que cada um escreve a sua história,cada um tem seus amores,cada um tem seus caminhos.Esforcemo-nos por não magoar as pessoas.Amemos...Respeitemos...E o resto é resto

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Platão (427-347a. C.) nasceu em Atenas e pode ser considerado como um dos mais importantes filósofos do pensamento oci-dental. Sua obra aparece, sobretudo, sob a

forma de diálogos nos quais ele utiliza a dialética e a maiêutica como procedimentos metodológicos her-dados de seu mestre, Sócrates. A reflexão de Platão envolve os dominios da teoria do conhecimento, psi-cologia, moral, política e estética.Para ele, o homem está imerso em duas realidades : a inteligîvel e a sensível. Está noção é conhecida como a Teoria das Idéias ou Teoria das Formas. Tal postulado é considerado como uma das mais impor-tantes contribuições de Platão à filosofia. Com efei-to, o filósofo sugere que o mundo sensível é o mun-do das aparências, dos simulacros, sendo ainda uma cópia do mundo das ideias, o qual é constituido por formas puras, fixas e imutáveis que só podem ser conhecidas por meio de um exercício intelectual de reminiscência baseado na razão (logos). Platão, com isso, instaura um dualisto entre o mundo das formas perfeitas (reduto do ser) e o mundo das coisas perecí-veis, provisórias (realidades mundo físico). As ideias (ou formas) são as essências eternas que podemos conhecer mediante o uso da razão. O conhecimento pode ser tomado como toda crença verdadeira justi-ficada. Platão afirma que a verdade seria obtida me-diante o procedimento dialético destinado a revelar a verdade antes escondida no interior do indivíduo. Para tanto, ele elege aquele que seria a o mais apto a adquirir esse conhecimento e, consequentemente, governar a pólis: o filósofo. Em sua República, Platão

demonstra as virtu-des e atribuições do que ele chama de rei--filósofo.Segundo Platão, a alma existia antes de se deixar aprisionar pelo corpo, continu-ando a existir após a morte até voltar a habitar um outro cor-po preste a nascer. A alma, por meio de uma exercício de re-miniscência, contem-pla a verdade que reside no mundo das formas. Conhecer, em Platão, significa relembrar. A alma, diz o filósofo, se encontra temporariamente aprisionada no corpo material, alienando-se da ver-dadeira realidade. O indivíduo deve, então, trans-cender esse estado e tornar-se livre das inclinaões, apetites e paixões que constituem o corpo e, com isso, admirar as formas inteligíveis, dentre as quais se destaca a ideia de Bem. O pensamento platônico influenciou decisivamente a cultura ocidental, tendo ainda repercussões sobre a matemática, as ciências, as artes e a religião. A sua filosofia se faz presente em nossa cultura, de modo que muitas de suas ideias continuam a servir de re-ferencias teóricos aos estudos de psicologia, ética, teoria política e sociologia.

Dr. Marconi Pequeno

Literatura Filosófica

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Francisco, é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor, conte-noscomo começou seu gosto pela escrita?Francisco Mellão Laraya – Tito - Pri-meiro gostava de contar estórias, desde pequeno, minha mãe guar-dava consigo, depois me entregou, as estórias que aos 2 anos contava a ela, sempre tinham um fundo moral. No primário ganhei um prêmio do Governo do Estado de São Paulo de redação, era a melhor daquele ano, aí a gostar de me exprimir escreven-do, esta paixão tomou conta de mim no início do colegial. Quando escolhi a faculdade, tinha que ser a de Direi-to do Largo São Francisco, berço de

O Escritor Francisco Mel-lão Laraya, conhecido como Tito,mora em São Paulo, nas-ceu com 100% de surdes no ou-vido direito e 70% de surdes no esquerdo, graças a uma cirurgia aos 14 anos, recuperou a audi-ção só do ouvido esquerdo, é apaixonado pela leitura. Quan-do começou a escutar iniciou o curso de violão clássico no Con-servatório Beethoven, aonde se formou, fez pós em interpre-tação no Mozarteum, Direito na USP no Largo São Francisco, especialização em Mercado de Capitais na Pace university. Fez a faculdade de direito por que queria ser escritor, mas é muito difícil se manter como tal, só depois de mais velho é que assumiu o gosto pelo dom. Li-vros editados: Textos Barrocos, Exames, Tito e o pé de Sonho, A Descoberta: O não tempo, O Grão de Areia.

“Eu gostaria que houvesse um incentivo maior a populari-zação da cultura, mais livros sendo entregues em bibliote-cas, o saber é universal, não pode ser sempre poder de uma elite. Um povo mais culto, é um povo mais consciente e mais difícil de ser dominado por inescrupulosos.” Boa Leitura!

Entrevista escritor Francisco Mellão Layara

escritores, poetas, etc... Não queria ser advogado, queria ser escritor. Este sonho, abandonei por anos, só com a maturidade, fazendo uma lim-peza no meu passado que me auto descobri, aí me reinventei.

O que mais lhe inspira a escrever?Tito - O quotidiano, meu escrever é o rito do eterno desabafo, por que meu papel não chora, não me repre-ende, apenas compreende, conto e choro a ele as minhas coisas mais íntimas, e ele vai clamando a cada espaço em branco por mais palavras, vou escrevendo o que falta, ora fácil, às vezes aos trambolhões, como o meu pensar, o meu sentir.

Quais são as suas referências literá-

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rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Tito - Nasci surdo, meus amigos eram os livros, achava, desde cedo, bonita a palavra escrita, lia tudo o que me vinha na mão, minhas avós também eram apaixonadas pela leitura, e meu pai também, de modo que tinha uma coleção de clássicos para ler, e era ali que eu deliciava o meu inte-lecto. Aos 15 comecei, graças a uma cirurgia a escutar, aí sinto vontade de transmitir meu mundo, e a forma, palavras escritas. Asinceridade e for-ma de escrever de Fernando Pessoa, muito me influenciou, achava ele o máximo, e se tem alguém que me levou a escrever da forma com que faço: foi ele. Também me influenciou o romance do Drácula e sua escrita impressionista, bem como Simon Ti-gel no Jornal de Um amante, e esta é a minha forma, escritor impressio-nista, aonde precisa de uma cor, eu ponho a que completa e o leitor que imagine.

O livro “Tito e o Pé de Sonho”e “Exa-mes” foi publicado em Portugal, o que diferencia um livro do outro?Tito - Enquanto Tito e o pé de sonhos, conta um mundo meu, e com queria que ele fosse, Exames, de uma cer-ta forma é meu auto retrato, conto a estória de um amor, para falar de mim, para me definir e me explicar como ser humano, já o primeiro é um grito de liberdade de atenção so-bre o mundo como está.

Quais seus novos projetos literá-rios? Vem novos livros?Tito -Tenho , em Portugal, o lança-mento de uma antologia, Palavras de Cristal, os meus textos são sobre espelhos, depois este ano ainda “A Descoberta: O não tempo”, a des-coberta da divindade nas pequenas

coisas da vida. Duas Antologias na Itália, uma fala de Amor, e a outra uma recontagem de contos de fada.

Uma curiosidade, porque Tito, po-demos dizer que este é seu nome artístico?Tito - Tito, é o meu apelido, trago ele desde a mais tenra idade, aspessoas me conhecem mais por Tito. Che-guei, um dia escrever, em um poema que queria ser apenas um Tito de quatro letras e só.

Tito como foi publicado o seu pri-meiro livro? Quais as dificuldades para conseguir publicar sua primei-ra obra? Tito - A publicação foi fácil, havia al-guns textos auto biográficos, artigos, e um trabalho de forma resumida so-bre o mais controvertido julgamento da história, o Julgamento de Jesus, este livro teve até artigo falando so-bre ele em jornal, havia um texto que chamava atenção dos evangelhos apócrifos e como foram escolhidos os 4 bíblicos,o motivo para tanto fu-

ror, foi o mesmo para retirarem ele de circulação, aí, apesar de brasilei-ro, me voltei para Portugal e Comu-nidade Européia.

Onde podemos comprar os seus li-vros?.Tito - No site da Wooks,e da Ber-trand, em Portugal se acha para ven-der, são vendidos online e são entre-gues pelo correio na casa de quem comprar. Meu e-mail é [email protected]

Que dica você dar as pessoas que estão iniciando carreira como escri-tor?Tito - Ler muito para ter assunto e se encontrar como escritor, e escrever muito, para ter uma maior empatia com o escrever, no começo é difícil , depois flui.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Tito - Eu gostaria que houvesse um incentivo maior a popularização da cultura, mais livros sendo entregues em bibliotecas, o saber é universal, não pode ser sempre poder de uma elite. Um povo mais culto, é um povo mais consciente e mais difícil de ser dominado por inescrupulosos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor o Escritor Francisco Mellão Laraya (Tito), que mensagem você deixa para nossos leitores?Tito - Eu vou deixar como mensa-gem, a minha maneira de pensar, “A literatura tem cunho social e moral, é assim que ela se justifica como arte”.

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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A voz de um rosto perdido na multidão, que como ela tem clamores de justiça, de ser reconhecida como ser humano, de ser tra-tada de um modo mais humano!

Enquanto o deserto das aparências, representado pelas vontades das classes dominantes, que se ca-racterizam pelo ar ides de pensamentos e sentimen-tos. Lá uma vida, uma individualidade não tem sen-tido; estático fica transformando cada ser humano em um número.Números que aparecem nas estatísticas dos mani-festantes, dos necessitados, dos injustiçados, dos desolados...Homens e mulheres desolados, por passarem a ser uma massa sem rosto, manipulada ao bel prazer das pesquisas, servindo sempre ao nefasto interesse das minorias que dominam o mundo.Poucos imaginam que aquela face que aparece nas

Francisco Mellão Laraya

A Vida em Partes

Eu sou a voz que clama no deserto!

fotografias que ilustram a reportagem, muitas vezes distorci-da, representa uma vida, com amores, dissabores, verdades, conquistas e derrotas.Verdades estas distorcidas ao favor de um falso bem estar, vi-vido conforme o falar da mídia, deixando toda humanidade daquele rosto, daquele ser, de lado.Pretendo ser, sempre, a voz de cada um em sua individualida-de, em um mundo que o ser humano foi excluído da grande festa dos números, onde deixou de ser um, para ser mais um.Mais um que fala mais um que pensa, mais um que sente...E a vida se desenrola, desabrochando em partes, nas folhas do meu escrever, na forma do meu ser.O primeiro a falar assim foi João Batista, que teve sua cabeça entregue ao capricho das classes dominantes.Pretendo que tal fato não aconteça comigo, mas se tal aconte-cer, que o meu escrever sirva para honrar cada um, para valo-rizar cada ser, para individualizar a massa, para conscientizar o ser e para diminuir o sofrer!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Joyce Cavalccante para nós é um prazer contar com a sua par-ticipação no projeto “Divulga Escri-tor”. Conte-nos em que momento você se sentiu preparada para pu-blicar seu primeiro livro? Joyce Cavalccante - Desde sempre eu já pressentia algo estranho em mim. Coisa assim como se soubesse que eu iria ser escritora. Ainda muito pequena já demonstrava um fascínio inusual pelo exercício das pequenas composições infantis. Posso até dizer quando tudo começou. Foi quando apontei meu primeiro lápis.

Como foi ter seu primeiro livro em mãos?Joyce Cavalccante -Como você pode imaginar, fiquei em estado catatôni-co quando pude ter em mãos o ro-

Joyce Cavalccante é uma atuante escritora do nosso tempo. Autora de dez livros de ficção. Participante de mais de uma dezena de antologias. Suas obras estão traduzidas em cinco idiomas. É presidente daREBRA-Rede de Escritoras Brasileiras. Nasceu em Fortaleza, Ceará, Brasil. Mora em São Paulo há alguns anos, cidade aonde vive em estado de permanente criação. Em entrevista ao projeto “Divulga Escritor” a escritora nos conta sobre sua trajetória literária, seus novos projetos e algumas curiosidades bem interessantes sobre alguns fatos que fazem parte da sua vida.

“A minha pretensão é interagir com o leitor. Que ele se aposse do livro e seja co-criador da minha criação. Pois para que a magia se realize são necessários dois seres, assim como no ato do amor.”

Boa Leitura!

Entrevista escritora Joyce Cavalccante

mance “De Dentro Para Fora”, meu primeiro livro publicado. Acariciei--lhe a capa e foi como se eu estives-se adquirindo permissão para seguir adiante com essa aventura sagrada, essa licença para imitar Deus. Mas o mais incrível é que essa mesma emoção costuma se repetir em to-das as vezes que seguro o primeiro exemplar de cada uma das minhas dez publicações, acaricio-lhe a capa e o céu se abre em bandas para me receber. O que mais lhe inspira a escrever?Joyce Cavalccante -Tudo. O próprio ato de viver já é uma inspiração que pode, a qualquer momento, desatar dentro de mim a cascata criativa. Daí não tem mais volta. Sem outra op-ção, sento diante do teclado e faço o que tenho que fazer: Aprisiono as palavras numa folha de papel.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Joyce Cavalccante -Eu, particular-mente, não me preocupo com isso. Querer atingir as pessoas propo-sitalmente é o mesmo que querer colonizá-las. Não foi para isso que me inventaram. A minha pretensão é interagir com o leitor. Que ele se aposse do livro e seja co-criador da minha criação. Pois para que a magia se realize são necessários dois seres, assim como no ato do amor.

Escritora Joyce, você hoje tem di-versos livros publicados, conte-nos qual o livro que você demorou mais

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tempo para escrever? Que temas você aborda neste livro?Joyce Cavalccante -Como a maio-ria de meus livros são romances, eu levo muito tempo para concluí-los. Depois de prontos, ainda os guardo para reler uns meses mais tarde e avaliar o que fiz. Só depois mando para a editora. Creio que o mais de-morado foi o “Inimigas Íntimas”. Sen-tei para escrever um conto, e esse conto não tinha fim. Foi assim que se transformou em um romance de mais de 400 páginas. É interessan-tíssimo. Ganhou o prêmio APCA. Se passa nos anos 50 e é a história de um fazendeiro nordestino que vivia maritalmente com quatro mulheres. Qual o livro que você demorou me-nos tempo para escrever? O que mo-tivou você a escrever este livro de forma mais intensa que os demais?Joyce Cavalccante -Foi “Retalhos Místicos”. É um livro erótico. Está en-tão explicado o entusiasmo?

Onde podemos comprar seus livros? Joyce Cavalccante -Eu sempre acon-selho www.amazon.com. Lá você encontra edições em papel, e-book, audiolivro e algumas traduções. Também pode encontrar em www.americanas.com.br ou www.saraiva.com.br . E se quiser edições mais ba-ratas tem o espetacular sebo: www.estantevirtual.com.br. Nas livrarias tradicionais, provavelmente, você não os encontrará, porque nelas só vendem café.

Quais são os próximos projetos li-terários da escritora Joyce Cavalc-cante?Joyce Cavalccante -Está no prelo um livro infanto-juvenil para ser lançado na Feira de Bologna, Itália, em mar-ço de 2014; quando o Brasil será o

país homenageado. E, atualmente, debruço-me sobre um lindo roman-ce que está me tirando o juízo.

Você, hoje, é presidente da Rebra – Rede de Escritoras Brasileiras, quais os principais objetivos da Rebra? Que tipo de trabalhos são desenvol-vidos por esta Organização?Joyce Cavalccante -A REBRA-Rede de escritoras Brasileiras é uma organiza-ção sem fins lucrativos, cuja missão é divulgar a literatura feminina do Bra-sil. No cumprimento dessa missão ela foi criada para ser uma potente ferramenta de divulgação dos nossos valores literários de autoria feminina. Foi fundada no último ano do século passado. Sua primeira ata foi lavra-da em 08/03/1999. E nesses quase 14 anos de incansável exercício, po-demos contabilizar mais de 4000 associadas, cobrindo todo territó-rio nacional e mais representações em 10 países nos cinco continentes. Entre os nossos inúmeros serviços, estamos em vias de publicar nossa décima primeiraantologia pelo SER--Selo Editorial REBRA, em parceria com a Scortecci Editora. E jápublica-mos duas antologias em francês em parceria com a DivineÉdition. Prepa-ramos nossa presença na Feira Inter-nacional de Frankfurt 2013, quando o Brasil será o país homenageado. E vem por ai muito mais.Se você é uma escritora está interes-sada em saber mais sobre a nossa

proposta, acesse o site: www.rebra.org. E se considerar que poderemos agregar valores ao seu talento, sinta--se convidada a juntar-se a nós, pois: “A chama de uma tocha, se utilizada para acender uma outra tocha, irá multiplicar a luz em vez de roubá-la”.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Joyce Cavalccante -Só precisamos continuar caminhando. Acho que já encontramos o caminho certo. Sinto que deslanchamos. Chegou a nossa vez. Tudo isso não seria possível sem a Internet. A auto publicação chegou para revelar os talentos que estavam sufocados pelo gargalo das grandes editoras. E a distribuição está deslizando na ponta dos nos-sos dedos. Além de ser uma pessoa otimista, estou entusiasmada com esse momento.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor a Escritora Joyce Cavalccan-te, que mensagem você deixa para nossos leitores?Joyce Cavalccante -Nunca deixem de expandir suas almas, e a melhor maneira de fazer isso é lendo. Deixo também meus agradecimentos pela atenção e um convite para conhece-rem mais e melhor o meu trabalho: www.joycecavalccante.com.br

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Manoel Lago, para nós é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a escrever? Em que mo-mento decidiu publicar seu primeiro livro?Manoel Lago -- Escrevo desde os 12 anos de idade, mas meu primeiro re-gistro tem data de 29 de agosto de 1967. Tinha 15 anos à época. Foi um poema dedicado à minha avó Maria José, mãe de meu pai que havia fa-lecido recentemente, a quem eu era muito apegado. Mais tarde, em fun-ção da minha atividade profissional, escrevi um manual de orientação para a busca do primeiro emprego. Tímido, preferia escrever em vez de falar. Um dia consultando um amigo escritor, ouvi o conselho: ”Queres ser escritor? Então dedica no míni-mo 2 horas do teu dia para isto.” Co-mecei a praticar e quando chegou a hora, estava preparado para publicar o meu primeiro livro que foi Riacho

Entrevista escritor Manoel LagoMLLAGO(Manoel Luiz Lago Pereira) nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul em 1952. Formado em Direito e Sociologia, especializou-se em Administração de Recursos Humanos Públicos e Privados. Em função da sua atividade profissional veio para o Rio de Janeiro em 1983, onde assumiu a Diretoria de Recrutamento e Seleção da FESP/RJ – Fundação Escola de Serviço Público. Em 1986 foi convidado pelo eminente Professor Darcy Ribeiro, então Vice-Governador do Estado, para assumir a Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos da FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado, onde realizou a seleção do pessoal de apoio do 1º PEE – Programa Especial de Educação. Além de escritor é artista plástico, e atua como Consultor de Relações Humanas e Empresariais. Atualmente, assessora o Secretario de Municipal de Cultura de Maricá.

“Um escritor é um pequeno empresário deve ter apoio financeiro para levar adiante as suas idéias. As editoras deveriam ter uma cota obrigatória para publicarem livros de escritores iniciantes. Literatura e arte em geral não devem ser encaradas como passatempo. O Brasil precisa ler mais.”

Boa Leitura!

Mágico – Um Conto de Amor Incon-dicional.”

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Manoel Lago -- Meu trabalho não é dirigido à um público específico. A inspiração vem e começo a escrever seguindo o que o coração vai ditan-do. Escrevo sobre a necessidade de nos amarmos para que possamos amar ao próximo e à Deus. Este é o único caminho para a transformação da humanidade. Creio que é esta a mensagem que tento transmitir atra-vés das palavras impressas no papel.

De que forma você divulga, hoje, o seu trabalho?Manoel Lago -- Divulgo através de doações dos meus livros, pela inter-net e através de palestras quando solicitado.

Escritor Manoel Lago, você hoje tem vários livros publicados, conte-nos qual o livro que demorou mais tem-po para ser escrito e publicado? Que temas você aborda neste livro?Manoel Lago -- O livro que demorou mais foi Vontade Lógica. Não sei ain-da se gosto deste livro. É pragmático demais. Mesmo assim, resolvi publi-cá-lo para me livrar dele(rs). O livro é de ajuda. Até porque, Auto Ajuda não existe. (Quem quiser saber por que leia o livro).

SMC - Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e pu-blicado? O que o motivou a escre-

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ver de forma mais intensa que os demais livros escritos? Que temas você aborda neste livro?Manoel Lago -- Riacho Mágico sem dúvida. Escrevi-o em 25 dias. Estava em Recife. Como faço sempre, orei à Deus pedindo orientação para a minha vida. Acordei às 3 horas da madrugada com o livro na cabeça. Não parei de escrever um dia sequer até terminá-lo. Foi uma experiência fascinante e o resultado tem feito muita gente feliz. E a mim também, como a letra daquela belíssima mu-sica de Adolph Green, Betty Comden e JuleStyne – MakeSomeoneHappy “Faça alguém feliz, faça apenas uma pessoa feliz e você será feliz tam-bém.” - O livro fala de transformação pessoal e do amor incondicional que devemos nutrir por nós e pelo pró-ximo.

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Manoel Lago -- Um escritor iniciante tem muita dificuldade para publicar seus trabalhos. Vivemos num mun-do capitalista aonde o lucro sempre vem em primeiro lugar. Hoje exis-tem algumas formas de publicar sem muitos custos, virtualmente, por demanda. Mas vemos bons escrito-res desistirem de escrever porque não conseguem viver da literatura. As editoras são imediatistas, apos-tando apenas nos autores consagra-dos pela mídia. É uma questão de sistema. Além disto, em nosso país o público leitor é muito pequeno. Não existem estímulos efetivos para a formação desta clientela. Tem a ver com a personalidade de base da nossa classe política. Povo que lê é povo que sabe discernir, é povo que pensa, que sabe o que quer. - Preci-

samos de apoio financeiro do gover-no para fomentar mais a leitura para expandir o mercado e proporcionar maior investimento nas publicações nacionais.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Manoel Lago -- - Através do face-book, (Manoel Lago) no site http://www.c lubedeautores .com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&what=mllago&sort=&commit=BUSCAe também através do meu e-mail = [email protected].

Quais seus próximos projetos literá-rios?Manoel Lago -- - Estou escrevendo 4 livros atualmente. A continuação de Riacho Mágico; um romance surrea-lista; um livro de comentários bíbli-cos e um livro devocional. Tenho ain-da a me cutucar a mente uma peça teatral tragicômica. Pretendo termi-nar tudo isto até o final deste ano.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Manoel Lago -- - Além da acima cita-da formação de público, o fomento através de financiamento público, das publicações independentes. De-vemos acabar com a hipocrisia de dizer que não devemos pensar em dinheiro quando se trata de arte! Um escritor é um pequeno empresário deve ter apoio financeiro para levar

adiante as suas idéias. As editoras deveriam ter uma cota obrigatória para publicarem livros de escritores iniciantes. Literatura e arte em geral não devem ser encaradas como pas-satempo. O Brasil precisa ler mais.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor o Escritor Manoel Lago, que mensa-gem você deixa para nossos leitores?Manoel Lago -- - Em primeiro lugar quero agradecer à você a oportuni-dade de falar sobre o meu trabalho. O que você está fazendo é um passo muito importante para o futuro da literatura neste país tão carente de cultura. - Aos leitores deixo uma re-flexão: Nesta vida nada possuímos a não ser aquilo que está em nos-sa mente. A nossa existência será lembrada pelas nossas palavras e elas são decorrentes do que apren-demos de uma maneira ou de outra através da leitura. Leia mais, acon-selhe as pessoas que você conhece a lerem, façam os seus filhos solda-dos da leitura e a humanidade será mais feliz! Obrigado.

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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A Carlini&Caniato Editorial atua no mercado brasileiro há 15 anos, pro¬duzindo livros nas áreas de Litera¬tura, Direito, Economia, Sociologia, Antropologia, História, Fotografia, Artes,

Turismo e Biologia. Suas obras são criteriosamente elaboradas, sempre primando pelo ineditismo e pela qualidade editorial de conteúdo e de acabamento. Em 2003, a Editora

lançou o selo in¬fanto-juvenil “TantaTinta”, que atua nos gêneros de Literatura, Didáticos, Paradidáticos e Quadrinhos.

Os editores, Ramon Carlini e Elaine Caniato, conduzem uma equipe de profissionais qualificados em produção editorial, engajados em viabilizar o conhecimento, pro¬duzindo

livros com bom gosto e inteligência.

Pode-se também considerar um diferencial da Editora o atendimento aos autores, com total transparência e proximidade no desenvolvimento das etapas de produção de um livro, além

do profundo respeito à criação intelectual. Como resultado de um trabalho tão cuidadoso, os livros da Carlini & Caniato vêm sendo

muito bem aceitos pelo mercado editorial, por professores, críticos literários, acadêmicos e público leitor em geral.

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Romulo Netto é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos quando começou seu gosto pela escrita? Em que momento decidiu publi-car seu primeiro livro?Romulo Netto - Meu gosto pela escrita iniciou no exa-to instante que tomei gosto pela leitura. Isto ocorreu quando tinha nove anos de idade. Venho de uma família humilde. Meus pais eram semianalfabetos, porém não descuidavam da educação dos livros. Papai era guarda--fios dos Correios, assinava o jornal Correio da Manhã, que demorava quatro dias até chegar em nossa cidade. Vendo meu interesse pela leitura permitiu que eu com-prasse na Casa Rocha (armazém de secos & molhados), em Paracatu-MG, a maravilhosa coleção de livros infantis publicada pela da Editora Melhoramentos. Aos onze anos pulei para A Carne, de Júlio Ribeiro, Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de Assis e a fabu-losa coleção Viagem Através do Brasil. Depois me enfiei na leitura de Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Carlos Drmummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral

Escritor Romulo Carvalho Netto, com mais de 10 livros publicados, residente na cidade de Cuiabá – MT, jornalista. Foi servidor da Universidade Federal de Mato Grosso onde exerceu por vários anos a Presidência da Comissão Permanente de Concurso Vestibular. Posteriormente exerceu a Supervisão da Imprensa Universitária, chegando a ser Presidente da Comissão Editorial, que na realidade era a Editora Universitária. Foi um dos criadores da Revista Universidade. Aposentado, trabalhou por um ano e seis meses na Assessoria da Superintendência de Política Indigenista, órgão da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso. Coautor do livro Universidade Ameríndia – a moderna política indigenista de Mato Grosso.Por diversos anos escrevia, diagramava e imprimia artesanalmente seus livros de poesia.Atualmente dedica seu tempo à literatura buscando mostrar ao Sul Maravilha (eixo Rio-São Paulo) que nos estados periféricos há bons escritores, falta-lhes a boa vontade de críticos e editoras em garimpá-los nos mais diversos estados.Em entrevista ao projeto Divulga Escritor o escritor Romulo Netto, conta-nos sobre sua trajetória literária, nos dá dicas e cita melhorias para o mercado editorial no Brasil.

“A criança que cresce num lar onde ninguém lê, dificilmente adquirirá o hábito da leitura. Embora meus pais não lessem romances ou poesias, eles nos incentivaram a ler e ler. Éramos leitores vorazes. Hoje, os pais não mais compram livros para seus filhos, desde cedo dão a eles smartfones, ifones, ipads e a imensa parafernália tecnológica existente no mercado.”

Boa Leitura!

Entrevista escritor Romulo Netto

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de Melo Neto, Ariano Suassuna Éri-co Veríssimo, Aníbal Machado, Jorge Amado, Hemingway, Dostoievsky, Faulkner, Robert Frost e JerzyKo-sinski entre tantos outros. Da leitura para a escrita foi um passo. Meus po-emas iniciais aconteceram quando tinha doze anos. De lá para cá ape-nas dei continuidade à vontade nata de escrever, razão pela qual escolhi o curso de Comunicação Social. Inicial-mente publiquei meus trabalhos no mimeógrafo. Livro impresso mesmo só aconteceu em 1980, com Amerín-dia. Tive a honra de receber em Cuia-bá, o embaixador do Peru, no Brasil, RoccaZella, a embaixatriz e o adido cultural para o lançamento.

Você hoje é autor de vários livros de poesia: Transitoriedade Palavra; Cidades Ciudades e Os Deserdados da Sorte que temas você aborda em suas poesias através de seus livros?Romulo Netto - “Cidades Ciudades” é um livro que escrevo sobre diver-sas cidades do mundo, mas das quais apenas conheço Brasília, Belo Hori-zonte, San Juan de Teotihuácan e Mé-xico. Em “Transitoriedade Palavras” há um misto de poesia romântica (poemas escritos quando ainda era jovem) e poemas sobre um índio que sai do Xingu e vai morar debaixo de um viaduto em São Paulo, sua triste-za com a cidade grande e a saudade

da selva. “Os Deserdados da Sorte”, que eu tive o prazer de receber a se-guinte mensagem do poeta Manoel de Barros; Recebi Os Deserdados da Sorte. Li com agrado seus poemas. Acho que quem apresenta o poeta é a poesia que o poeta apresenta. E nisso você está apresentado. Afetu-oso abraço Manoel de Barros. Este livro está dividido em três partes. Na primeira os poemas versam sobre a dor da perda irreparável, da agonia de um rio. Na segunda, apresento um sobrevivente de um mundo des-provido de sonhos. A última parte: Um Chão de Quase Coisas, surgeFilis-berto das Âncoras, pobre sertanejo, sem heranças e sem família, até que surge em sua vida HemengardaEpifâ-nia e dá-lhe um Norte, doutrinando politicamente, fazendo ver e acre-ditar que para o faminto a cegueira de um olho é pior que a cegueira das letras.

De forma geral qual o público que você pretende atingir com o seu tra-balho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas através de seus escritos?Romulo Netto - Escrevo para o públi-co adulto, principalmente, mas estou trabalhando textos infanto-juvenis, tais como: O Mundo Encantado de Serapião Fala Mole, A Menina Sem Tranças, O Menino e a Peroba-Rosa e

É Proibido Ler, todos ainda inéditos. A mensagem que procuro transmi-tir é a da igualdade social, da luta do bem contra o mal. Nos inédi-tos abordo temas como racismo e bullying.

Em que você se inspira para escre-ver seus livros de Contos: “Contos dos Gerais”; “As Jagunças”, “Filis-berto das Âncoras”, “TatãoMale-mais, o Capador de Anjos”, “Ta-renço, o Capanga de Lata”, “Não Fala Comigo!” A História de um Autista; O Infinito Desespero de Ementério e Serapião Fala Mole? Tem algum livro que você destaca como o que mais se aproxima de uma história real?Romulo Netto - Na verdade livros de contos são apenas dois: Contos dos Gerais e Serapião Fala Mole. Os outros, exceção para Não Fala Comigo! A História de um Autista e O Infinito Desespero de Ementé-rio, são romances.. Cada capítulo é como se fosse um conto e pode ser lido em sequência ou alternada-mente, o leitor não sentirá nenhu-ma dificuldade ou embaraço na lei-tura. Em todos eles há um pouco de realidade, pois que descrevo muito da minha infância. Sou sertanejo e o sertão do Gerais das Minas está presente em cada página de meus romances e contos.

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Escritor Rômulo, você é Coautor do livro: Universidade Ameríndia - a moderna política indigenista de Mato Grosso, conte-nos um pouco sobre este livro, como surgiu a ideia de escrever sobre este tema?Romulo Netto - Quando trabalha-va na Superintendência de Política Indigenista, órgão da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, por força do ofício, mantive conta-to com índios de diversas etnias e senti a necessidade de tentar ajudá--los. Enveredei na pesquisa sobre indígenas em outros países e fiquei fascinado com o grande número de Colleges existentes nos Estados Uni-dos destinados aos chamados “peles vermelhas”. Então pensei, porquê não criar no Brasil, especificamente uma universidade onde somente os indígenas fossem seus alunos? Daí juntamente com os ex-indigenista-sIzanoel Sodré, Idevar Sardinha e o cacique Aritana Yawalapiti, escrevi o livro Universidade Ameríndia – a moderna política indigenista mato--grossense. Seria uma universidade ímpar, cuidei de idealizar o câmpus em formato de uma aldeia indígena, apta a receber índios das mais diver-sas etnias brasileiras, latino-america-nas, norte-americanas, o aborígene australiano e o negro tribal africano. Nessa universidade teríamos ape-nas quatro cursos: Cooperativismo, Administração de Empresas Rurais Indígenas, Gestão Ambiental e Tu-rismo. Os cursos das universidades regulares seriam feitos através de intercâmbio. A universidade contaria com um Festival Interétnico de Músi-ca e Dança, uma Feira Interétnica de Artesanato, um Programa de Etno-turismo eum Fórum Permanente de Medicina no qual faríamos constan-temente o encontro dos cientistas, médicos e pesquisadores brancos

com os pajés para uma constante troca de conhecimento. Contaria com a participação de observadores de laboratórios farmacêuticos, que se comprometeriam em destinar um percentual dos ganhos obtidos com patentes de remédios os quais tenham o princípio ativo originado das plantas usadas pelos indígenas. A construção da estrutura física seria financiada pelos grandes empresá-rios do agronegócio que possuíssem seus empreendimentos em terras contíguas às reservas. Criaríamos, também, a Bienal Internacional do Livro e da Literatura Indígena, a ser realizada, pela primeira vez em Mato Grosso e depois nos outros países que se dispusessem a sediar o even-to. Infelizmente não houve vontade política por parte do governo para que a ideia prosperasse.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Romulo Netto - Pela internet na Li-vraria Cultura, Livraria Saraiva e na própria editora Carlini&Caniato Edi-torial, pelo e-mail [email protected] ou [email protected]

Escritor Romulo, conte-nos sobre seus próximos projetos literários?

Quais os seus objetivos como es-critor?Romulo Netto - Minha prioridade é tentar publicar os inéditos que são: Torturados – tempos de bullying, O Mundo Encantado de Serapião Fala Mole, O Último Minuto, Simples-mente Gerais, O Menino e a Peroba--Rosa, A Menina Sem Tranças, Ber-nardo, o Meu Cão-guia, É Proibido Ler, A Revolta dos Livros e Buritis.Enquanto escritor meu principal objetivo é furar o bloqueio imposto pela crítica e, os poucos programas de televisão que tratam da literatura, mostrando que nos estados periféri-cos existe vida literária. A literatura brasileira não é feita apenas no Sul Maravilha (leia-se eixo Rio-São Pau-lo). O Divulga Escritor tem tudo para ser nosso porta-voz.

Você já trabalhou como presidente da Comissão Editorial na Universi-dade Federal de Mato Grosso, de acordo com sua experiência literá-ria, quais as principais dificuldades que você destaca para os escritores no mercado literário brasileiro?Romulo Netto - Não tecerei comen-tários sobre os escritores do Sul Ma-ravilha. Atenho-me apenas a situação em que me encontro enquanto escri-tor que reside em um estado perifé-

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rico e só aparece quando o assunto é o agronegócio ou desmatamento. Acho um absurdo as livrarias abo-canharem de quarenta a cinquenta por cento do preço de capa do livro, enquanto o autor fica apenas com dez por cento. As editoras dos esta-dos periféricos são pequenas e qua-se nunca dispõem de recursos para investir na divulgação e distribuição. Ademais o público não quer saber da produção local, quer ler o que vem de fora, não se importando com a qualidade. Estrangeiro é sinônimo de bom para a grande maioria dos leitores. Enquanto um livro de reno-mado autor estrangeiro começa com tiragem de até 500.000 exemplares, os nossos têm apenas 2.000. Best--seller nacional é quem vende tão apenas 10.000 exemplares.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Romulo Netto - Não é que o livro seja um produto caro, nas maioria das vezes não o é. É preciso uma mudança radical na educação de base, e, principalmente familiar. A criança que cresce num lar onde ninguém lê, dificilmente adquirirá o hábito da leitura. Embora meus pais não lessem romances ou poesias, eles nos incentivaram a ler e ler. Éra-mos leitores vorazes. Hoje, os pais não mais compram livros para seus filhos, desde cedo dão a eles smar-tfones, ifones, ipads e a imensa pa-rafernália tecnológica existente no mercado. Lembro-me de que parti-cipei de uma única feira de livro no interior de Mato Grosso. A criança estava vidrada num livro do estande da editora que me publica. Ela agar-rou o livro e insistiu para que a avó o comprasse. Eis que surge a mãe e aos berros diz: não é para comprar

nada. Lá em casa tem um montão de livros e ele não lê nada. Calou a pergunta: será que os livros que ela disse ter em casa foram escolhidos pelo filho ou imposto por ela? Dei-xemos nossas crianças, sob nossa supervisão, escolher o que querem ler, vamos incentivá-las, somente assim a médio prazo formaremos milhões de leitores. As pequenas e médias editoras deveriam receber tratamento diferenciado por parte do governo federal, principalmen-te. Elas deveriam unir forças e criar um sistema próprio de divulgação e distribuição, esperar que o governo acuda é utopia.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor o Escritor Romulo Nétto, que mensagem você deixa para nossos leitores?Romulo Netto - Antes de tecer mi-nha mensagem quero agradecer a você Shirley M. Cavalcante a opor-tunidade que deu a este velho jor-nalista e escritor fazendo a presen-te entrevista. Não posso deixar de agradecer a Ramon Carlini, meu edi-tor e incentivador, pela oportunida-de que me deu abrindo as portas da Carlini&Caniato Editorial, bem as-sim à sua sócia Elaine Caniato, sem os dois parceiros e amigos jamais teria conseguido publicar qualquer dos meus livros. A minha mensa-gem é calcada na esperança de que os leitores se multipliquem. Através da literatura podemos viajar para lugares inimagináveis. A mente nos leva através do tempo a qualquer região do planeta Terra. Cultivem a leitura como um bem precioso. Tra-te o livro com carinho, dele só rece-bemos boas lições.

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Facebook, Twitter, LinkedIn, Robo.to, Google +. Ufa! Quantas redes sociais nós utilizamos em um período curto de 10 horas? Várias, não é? Agora, prolongue, este período para 10 dias. Provavelmente, muitas outras redes serão utilizadas. Algumas em inglês, ou-tras em português e algumas outras em idiomas que não conseguimos sequer traduzir. Neste contexto, uma pergunta se faz necessária: e o Orkut? (Calma, não me chame de louco!). Com o objetivo de ajudar pessoas a se conhecerem, trocarem informações e estabelecerem um relacio-namento, esta rede social foi criada em 2004 por Orkut Büyükkökten. Em abril deste mesmo ano, o Orkut ganhou uma versão em português. Rapidamente, a rede social se espalhou pelo Brasil, devido, principalmente, à força das comunidades. Pessoas se juntavam para dizer: eu gosto disso, eu odeio aquilo, eu não vivo sem isso etc.

Literatura Online

Rodrigo Capella

O livro, assim como o cinema, o teatro e as outras artes, também ganhou espaço nesta rede social. Era comum amantes da literatura se reunirem em comu-nidades sobre este tema para trocar informações, dar dicas, comentar os últimos lançamentos literá-rios, falar sobre eventos. Ah! Escritores aproveitavam também para falar so-bre seus livros, para divulgá-los, para postar trechos das obras etc. Isso ainda ocorre – é verdade -, mas com menos frequência.Mesmo assim, a divulgação de um livro no Orkut ain-da é válida, principalmente porque esta rede social conseguiu fazer o que nenhuma outra faz com eficá-cia: reunir pessoas em comunidades. Pense nisso! E, antes de qualquer postagem, não esqueça de pedir autorização para os líderes das comunidades. Prati-que a política da boa vizinhança também nas redes sociais.

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Zé Sarmento, estou muito feliz em entrevistar um escritor, que hoje mora em São Paulo, mas que é Paraibano, nobre escritor Zé, filho de pais analfabeto, hoje autor de 6 livros, já podemos dizer 7, conte-nos em que momento você decidiu pu-blicar seu primeiro livro? Como foi o momento em que recebeu seu pri-meiro livro em mãos? Zé Sarmento - Degusto a resposta dessa pergunta fazendo uma ana-logia entre uma mãe esperando um filho produzido dentro das normas de um romance com proposta de futuro, cujo desejo de tê-lo faz ser esperado com muito entusiasmo, e o escritor produzindo seu livro a partir das primeiras páginas. O escri-tor como amãe vai se perguntando, será como vai ser, terá capa bonita, conteúdo agradará, o leitor aceitará, onde irei lançar, venderei um milhão de livros? Então quando nasce um livro e um filho estes chegam com uma norma estabelecida em encher de gozo o seu criador. Dessa forma

Entrevista escritor Zé Sarmento

José Marques Sarmento (Zé Sarmento) morador da periferia da zona sul de São Paulo. Cresceu nos campos entre irrigados e de secura secular na cidade de Sousa, PB. Trabalhou como boia fria até aos 19 anos. Por ter pais analfabetos e falta de escolas, alfabetizou-se somente aos 14 anos e de lá pra cá nunca mais parou de ler e escrever. São Paulo foi à saída para fugir da pobreza quase miséria e fazê-lo sonhar com vida mais digna, onde se fez profissional de iluminação de cinema em longa-metragem, curta e publicidade. Casado, pai de quatro filhos. É graduado/licenciado em História com bolsa do PROUNI, depois de voltar a estudar quase aos cinquenta anos. É escritor de seis romances publicados em papel que anda por aí em sites de literatura. Publicados: Um Homem Quase Perfeito; A Revolução dos Corvos; Urbanóides-Um Caos Paulistano; Paraisópolis-Caminhos de Vida e Morte; O Sequestro do Negativo Exposto e Bixiga-Um Cortiço dos Infernos. Frequenta saraus da periferias e centro, onde fala

seus textos que escreve para tal e o chama, de PROSIA. Dar aulas de história pra cursinho pré-vestibular e Enem para alunos carentes da periferia. Faz palestras em bibliotecas públicas e outros para alunos do ensino fundamental, médio e EJA. Em entrevista ao projeto Divulga Escritor o escritor Zé Sarmento, apresenta uma verdadeira lição de vida a todos que acompanham sua trajetória literária. Uma entrevista repleta de dicas para você leitor da Divulga Escritor. Boa Leitura!

“Esse personagem chega a São Paulo num caminhão fugindo de algum lugar do Brasil tentando ser menos explorado na sua luta pela sobrevivência. Chega fugindo da escravidão branca das fazendas que usam muito mão de obra desse tipo. Muitas vezes são presos de um sistema ingrato e cruel que produz pessoas como ele que, para deixar estes espaços do latifúndio, tem que fugir deixando tudo parar trás.”

Boa Leitura!

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recebi meu primeiro livro que nas-ceu justamente ao momento de es-tar gestando um dos meus quatro filhos, por isso da analogia. São uma carga de sentimentos, muitos abstra tos, outros reais, porque o livro está em suas mãos como objeto de fato, de um sonho que se realizou, e que, possivelmente, vai ganhar a aten-ção de algumas pessoas. Primeiro, as pessoas do seu relacionamento, porque não é fácil fazer um livro ga-nhar asas e sair por aí ocupando es-paço entre tantas feras que também querem voar e cair nas mãos dos leitores, depois ser lisonjeado. Mui-tas vezes os autores se frustram por razões do sonho ter atingido muito pouco a meta que estava nos sonho do primeiro livro. É pela dificuldade em fazer o livro chegar atéo leitor. É uma frustração que com o tempo vai esmaecendo e ainda trás com ela a bondade da vontade de começar escrever outro livro, só de “raiva” ou pela vontade inerente a quem se sente bem escrevendo, dizem espe-cialistas, quando vem da alma.

Quando você publicou seu primeiro livro já tinha plano de escrever no-vos livros? como surgiu a necessida-de de publicação de novas obras?Zé Sarmento - Minha criação literá-ria felizmente é extensa, romances. Quando edito um livro, tenho outros prontos para publicação. Fiz que a minha vida profissional me desse tempo de viajar na escrita e leitura, sem desarranjar as necessidades bá-sicas como provedor da família. Sou ‘frila’ de cinemana área de ilumina-ção em longas, curtas-metragens e publicidade. Apesar de não ganhar dinheiro com literatura, (de vez em quando entra algum dinheiro de pa-lestras que faço em bibliotecas públi-cas tendo como público leitor jovens

estudantes de escolas públicas) levo a vida quase como um escritor pro-fissional, com dedicação a escrita e a leitura com assiduidade. É a vontade de escrever e de ser participante e ilustrador de um tempo em que vivo. Faz-me dedicar quase que o tempo todo a escrever e ler. No passado, às vezes, achava que era uma fuga, mas descobri que era a vontade de deixar algo nesse mundo cujo o fortuito é a bola que gira tentando fazer gols com bola quadrada. Há mais de dois anos, quando comecei a frequentar os saraus da cidade de Sampa, vendo e ouvindo os poetas criando sempre e recitando ao som a toda voz, uns para mais, outros para menos, mas todos com o mesmo intuito, a fim de se expressar na sua arte, me fez pro-duzir bem mais textos, agora mais curtos que os chamo de PROSIA, tex-tos queleio tentando interpretar nos saraus.

“Bixiga, um cortiço dos infernos”, este é um dos títulos de seu livro, que temas você aborda neste livro? Que mensagem você quer transmi-tir para o leitor através desta obra?Zé Sarmento - Essa obra é um roman-ce social que chamo de literatura do sofrimento, muitos autores contem-porâneos chamam de literatura mar-ginal. Como o escritor e meu vizinho Ferréz diz: “Zé Sarmento, você não conhece? Deve ser porque ele é um cara muito reservado, que ficou mui-tos anos escrevendo e agora nos deu a oportunidade de conhecê-lo, eu já tinha alguns livros e, portanto, indico a leitura, são vários, pura literatu-ra marginal, bem feita, bem escrita e contundente, autor real que sabe muito bem o que escreve”. Esse personagem chega a São Pau-lo num caminhão fugindo de algum lugar do Brasil tentando ser menos

explorado na sua luta pela sobrevi-vência. Chega fugindo da escravidão branca das fazendas que usam muito mão de obra desse tipo. Muitas ve-zes são presos de um sistema ingra-to e cruel que produz pessoas como ele que, para deixar estes espaços do latifúndio, tem que fugir deixando tudo parar trás. Foi o que aconteceu com o personagem do livro que o chamo de Sujeito Oculto, de Zé Nin-guém. Justamente por ser visto pela sociedade só quando as pessoas es-tão interessadas em explorá-lo. A vida de cortiço é revelada nesse livro de ficção, bem como algumas ruas do Bixiga e centro, pelas andanças do personagem tentando algum tra-balho. A mensagem é a que para vi-ver nos dias de hoje, e muito mais no futuro o cidadão deve se preparar, se encher de conhecimento.

Fale-nos um pouco sobre seu livro “Paraisópolis, caminhos de vida e morte”, para que público esta volta-do esta obra?Zé Sarmento - Outro livro que escrevi de forma a torna-lo híbrido contan-do o lado histórico de Paraisópolis com muita ficção. Esse gesto e gosto de escrever livros centrados em am-bientes geográficos específicos me veio através das leituras dos livros do conterrâneo, Jose Lins do Rego com os seus romances do ciclo da cana de açúcar. É um ciclo que ima-ginei escrever para narrar um tempo de permanência nas áreasonde vivi desde que cheguei a São Paulo. Bixi-ga nasceu porque morei num cortiço no bairro do Bixiga no inicio dos anos oitenta. Como escreveu Marcelo Ru-bens Paiva em resenha para o livro “Urbanóides, um caos paulistano”: ”Contrariando os caminhos traçados por alguns escritores, que escrevem sobre o que não conhecem e se atra-

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palham com pesquisas (já aconteceu comigo), Sarmento vive aquilo que está em seus livros”. Verdade. Ape-sar de não ter morado em Paraisópo-lis fui à comunidade muitas vezes e senti a necessidade de por um per-sonagem para viver ali, naquele am-biente de becos, vielas pinguelas, es-treitas ruas e ser uma das lideranças das investidas das primeiras invasões nos anos setenta.

Escritor Zé Sarmento, fale-nos um pouco sobre seu novo livro que esta para ser publicado “Ângela - Um Jar-dim no Vermelho”Zé Sarmento - Esse livro fecha mi-nha fase de escrever livros híbridos centrados em historias de bairros de São Paulo cujos personagens vivem, atuam socialmente, constroem suas moradias depois de muita luta das invasões, dos loteamentos popula-res feitos por espertos agentes imo-biliários. Personagens sempre reti-rantes de algum lugar inóspito que para fugir da miséria absoluta, ou quase, escolheram São Paulo para fazer suas vidas. Esses personagens acompanham o desenvolvimento da cidade, suas mazelas e são eles agentes que proporcionam o cresci-mento desordenado da cidade pe-las invasões de áreas de riscos, de mananciais, córregos, tornando a cidade o que é hoje a sua periferia. “Ângela, um jardim no vermelho” é o terceiro livro, e o que aborda mais

esse tema. Centrado na história do Jardim Ângela que a partir de 1970 começou correria desenfreada de trabalhadores empregados e sem empregos para essa região da zona sul pela casa própria. Desta forma nasce à personagem Ângela que se entrega a luta para trazer benefícios para o bairro que, simplesmente nasce primeiro pelas moradias pau-pérrimas, barracos que vão ganhan-do seus puxadinhos com o tempo. Nascem dessa forma as lideranças comunitárias, geralmente na casa de alguém que, por natureza, aca-ba virando a líder da associação de moradores. Foi o que ocorreu com Ângela.

Zé Sarmento -Qual o público que você pretende atingir com o seu tra-balho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Zé Sarmento - O público é aquele que gosta de ler livros que mescla realidade histórica com ficção, de conhecer a luta de cidadãos comuns para se colocar perante uma socie-dade discriminadora. Conhecer a história de cidadãos que não se en-tregam fácil, que tem amparado nas diversas possibilidades de progresso pessoal, material, intelectual e hu-mano uma forma de crescer como pessoa participante de um país que não deu chance nenhuma a seus an-tepassados. Um povo de luta, sofri-do, que pega ônibus lotado para ir

trabalhar, que carrega dentro de si um sonho de melhorar de vida, mes-mo tendo que se doar por inteiro a qualquer trabalho, já que a grande cidade como São Paulo foi à saída para fugir de onde nenhuma possi-bilidade existia.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Zé Sarmento - Saraus da cidade, nas palestras que faço em bibliotecas, escolas públicas, nas aulas de his-tória que leciono pra cursinho para o Enem, vestibular, concursos. Não consigo, como muitos escritores, poetas e agitadores de literatura, fi-car oferecendo meus livros para as pessoas os levando na mochila. Sou tímido pra isso, como vendedor iria morrer de fome.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Zé Sarmento - Em algumas livra-rias dessas grades, Nobel, Siciliano, Saraiva, Submarino, Cultura, pelos sites delas. No google se acha tam-bém onde vende. Na livraria subur-bano convicto do Alessandro Buzo, nas lojas 1dasul do escritor Ferréz, na Zouk editora, na editora do Bixiga que também vai editar Ângela, a LP-books. Todas mandam entregar pelo correio. Email: [email protected] Face book: Zé Sar-mento Blog: jmsarmento.blogspot.com.br

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Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Zé Sarmento - A primeira questão a ser revolvidaé que os livros bara-teassem, fossem subsidiados mais do que são, que as três esferas de governos, federal, estadual, e mu-nicipal incentivassem bem mais a literatura. Que deixasse de ser vicia-da olhando somente para aqueles autores de sempre, cujos editais de incentivo a literatura, basicamente, estão quase sempre endereçados aos mesmos nomes. Levar os auto-res para um “entrevero, papo” direto com o público, cara a cara para o lei-tor, principalmente o leitor iniciante, jovem, saber que o escritor, autor dos livros existem de fato, que ainda não morreram.Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, o Projeto Divulga Es-critor agradece sua participação, muito bom conhecer melhor o Es-critor Zé Sarmento, que mensagem você deixa para nossos leitores?Zé Sarmento - Continuem lendo, es-crevendo, editando. Não mandem os vossos originais pra editoras, nem pequenas nem grandes. Re-cebi muitas cartas de negativas de grandes editoras. Eu na simplicidade sonhadora de um escritor que não

conhecia como funciona o mercado, tentando editar com grande editora. Que loucura! Só se eu fosse o Pelé, mas é oPelé mesmo, o verdadeiro, que se escrevesse um livro, mesmo com todas as páginas em branco, to-das as grandes queriam assinar con-trato com ele, ( com muito respeito ao Pelé, é só uma comparação, por-que sei que o Pelé não vai se dispor a escrever livro, a cantar vá lá).O que vale para as editoras capitalis-tas é o nome, e não o conteúdo que tem o seu livro. Vai à luta, edita com tiragem reduzida, com produção através de demanda, vai vendendo, vai dando, doando, logo mais pedin-do novos livros, 50, 100, assim se vai trabalhando o livro. Hoje é barato editar, várias editoras já trabalham assim, por demanda, até as grandes, dependendo do nome que tenha conseguido construir no mercado editorial o autor, já trabalham assim.Onde tiver uma aglomeração pondo fogo na panela fervendo arte, esteja presente com o seu livro e não um projeto de livro, de projeto o mundo tá cheio. As pessoas querem tocar, folhear o livro em seu formato tradi-cional. Amigo, boa sorte na sua em-preitada como escritor do primeiro livro.

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Academia de Artes, Ciênciase Letras de Iguaba Grande

A Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande é Instituição Cultural Artística, Científica e Li-terária, sem fins lucrativos, políticos ou religiosos. É pessoa jurídica de direito privado, fundada em 11 de fevereiro de 2008, registrada em Cartório e no CNPJ. Fundada nos moldes da Academia Brasileira de Le-tras, a Instituição tem finalidades mais abrangentes e ecléticas que somente a cultura da Língua Portu-guesa.1. Constituir-se em Parlamento Acadêmico, compos-to de personalidades autoras de obras publicadas de reconhecido destaque e mérito no campo das Artes, Ciências e Letras em todas suas manifestações éti-cas. Seus integrantes, observadas as regras estabe-lecidas no Estatuto, no Regimento Interno e no Livro de Registro de Posse, receberão o titulo de Acadê-micos Imortais e Patronos Perpétuos de Cadeiras Pa-tronímicas, para, em conjunto, e através atividades coordenadas, elevar o Município de Iguaba Grande à referência cultural da Região dos Lagos. 2. Promover eventos culturais literários, artísticos, científicos, sociais, recreativos e esportivos. 3. Pesquisas nos mais diversos campos do conhe-

cimento humano; preservação da memória históri-ca e folclórica de Iguaba Grande e de seus Personagens Ilustres do passa-do e do presente, de forma que seus exemplos de vida e de virtudes sirvam permanentemente de fonte de inspiração e caminho. 4. Preservação de monumentos históricos; 5. Proteção ao Meio-Ambiente; 6. Constituir-se em fonte de referência e consulta aos estudantes e pesquisadores; 7. Apoio na divulgação das Obras de seus Membros;8. Apoio às entidades culturais congêneres e bene-méritas e com elas estabelecer laços culturais e fra-ternos. 9. Incentivar nos jovens o gosto pelo Saber.idealiza-da nos moldes da Academia Brasileira de Letras.

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