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Maria Regina Rato Avelar Contadora – Auditora – Administradora – Perita Judicial CRC nº 1SP071497/O-4 CRA nº 6.901 - AUDIBRA reg. 564 Tel (11) 3167-5144- ramal 126 – SP 1 EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA CAPITAL FORUM JOÃO MENDES JR. Ação Ordinária nº 00.601924-2 de Revisão de Prestações, Saldo Devedor, Cláusulas Contratuais, com Pedido de Quitação, cumulada com Repetição de Indébito e Antecipação de Tutela, Jurgen Michael Los contra Banco Itaú S/A. CONTROLE 001993 Maria Regina Rato Avelar, Contadora, CRC 1SP071497/O-4, CRA nº 6.901, INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL nº 564, Perita nomeada e compromissada nos autos dos Embargos do processo supra, às fls 429 vem mui respeitosamente peticionar à V. Excia o que abaixo se segue: ENTREGA DE SEU LAUDO PERICIAL, ASSINADO E COMPOSTO DE FLS DE LAUDO, FLS. DE ANEXO, FLS TOTAL, NUMERADAS E RUBRICADAS. Nestes termos P.Deferimento. SÃO PAULO, de Abril de 2003 MARIA REGINA RATO AVELAR PERITA NOMEADA PELO JUÍZO

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Page 1: EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA … · cumulada com Repetição de Indébito e Antecipação de Tutela, Jurgen Michael Los contra Banco Itaú S/A. CONTROLE 001993

Maria Regina Rato Avelar Contadora – Auditora – Administradora – Perita Judicial CRC nº 1SP071497/O-4 CRA nº 6.901 - AUDIBRA reg. 564 Tel (11) 3167-5144- ramal 126 – SP

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA CAPITAL FORUM JOÃO MENDES JR. Ação Ordinária nº 00.601924-2 de Revisão de Prestações, Saldo Devedor, Cláusulas Contratuais, com Pedido de Quitação, cumulada com Repetição de Indébito e Antecipação de Tutela, Jurgen Michael Los contra Banco Itaú S/A. CONTROLE 001993 Maria Regina Rato Avelar, Contadora, CRC 1SP071497/O-4, CRA nº 6.901, INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL nº 564, Perita nomeada e compromissada nos autos dos Embargos do processo supra, às fls 429 vem mui respeitosamente peticionar à V. Excia o que abaixo se segue:

ENTREGA DE SEU LAUDO PERICIAL, ASSINADO E COMPOSTO DE

FLS DE LAUDO, FLS. DE ANEXO, FLS TOTAL,

NUMERADAS E RUBRICADAS. Nestes termos P.Deferimento. SÃO PAULO, de Abril de 2003 MARIA REGINA RATO AVELAR PERITA NOMEADA PELO JUÍZO

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INTRODUÇÃO Em 30/05/1980 o Sr. JURGEN MICHAEL LOS firmou com o BANCO ITAU S/A o contrato nº CC-227/80-18 referente a Instrumento Particular de Mútuo em Dinheiro para Construção de Casa Própria, com Garantia Hipotecária e Outras Avencas. Quadro Resumo: 3 – Valor do financiamento - Cr$ 1.913.240,00 - UPC 3.500,00000 4 – Parcelas do Financiamento para construção da casa própria

Nº Data Valor em parcela Liberação UPC

1 16/07/80 394,00000 2 16/08/80 142,00000 3 16/09/80 157,00000 4 16/10/80 231,00000 5 16/11/80 261,00000 6 16/12/80 326,00000 7 16/01/81 328,00000 8 16/02/81 322,00000 9 16/03/81 227,00000

10 16/04/81 266,00000 11 16/05/81 207,00000 12 16/06/81 211,00000 13 16/07/81 231,00000 14 16/08/81 197,00000

5 – Condições do Financiamento:

- Taxa Anual de Juros e período de carência - Nominal – 10% - Efetiva – 10,471%

- Taxa de Abertura de Crédito – 5% - Plano de amortização – SAM

NOTA DA PERITA - Sistema de Amortização Misto (SAM) Este sistema foi criado pelo BNH em maio/1979, e constituiu-se num misto entre o Price e o SAC, originando-se daí a sua denominação. O SAM é um plano de pagamentos, composto por prestações cujos valores são resultantes da média aritmética dos valores das prestações dos planos SAC e

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Price, correspondentes aos respectivos prazos; os valores das parcelas de amortização e juros resultam da mesma regra. Para atualização das prestações, o Banco utilizou o PES com fator GRADIENTE, embora não constem do contrato..

- Vencimento da carência e Apuração da Dívida – 16/08/81 - Prazo de Amortização – 180 meses - Época de reajuste – agosto - Data de vencimento da primeira prestação – 16/09/81

6 – Composição da Renda familiar

- Jurgen Michael Loos – Cr$ 75.063,63 - 56% - Bernd Otto Hermann Voiot Cr$ 58.968,00 – 44%

Total Cr$ 134.031,63 – 100% Cláusula Primeira – Da Construção Parágrafo Terceiro – As obras deverão estar concluídas improrrogavelmente até a data prevista para a liberação da última parcela mencionada no item 4 do Quadro Resumo, após a qual o Devedor estará obrigado a apresentar a Credora o respectivo termo de “HABITE-SE”. Durante o período da construção deverá ser mantida na obra uma placa indicativa do financiamento adiante concedido, que será afixada em lugar visível, de frente para a via pública e de acordo com modelo a ser fornecido pela Credora. Cláusula Terceira – Da Liberação das Parcelas – As parcelas de financiamento destinadas à construção, serão liberadas ao devedor nas datas e nos valores previstos no item 4 do Quadro Resumo, na conformidade do estipulado no Cronograma Físico-Financeiro da obra e após o registro deste contrato na circunscrição imobiliária competente. Parágrafo Segundo – A última parcela do financiamento da construção, somente será efetivada após a apresentação do “HABITE-SE” prova da averbação da construção e da quitação de todas as responsabilidades legais ou contratuais referentes à obra, especialmente do Certificado de Quitação do IAPAS, bem como daquelas assumidas pelo devedor perante terceiros em decorrência da execução das obras. Cláusula Quinta – Das condições de Pagamento Parágrafo Único – A dívida decorrente deste contrato, está sujeita à correção monetária no primeiro dia de cada trimestre civil, na mesma proporção da variação da UPC do Banco Nacional de Habitação, ou na falta desta, pelos índices que, para tal fim vierem a ser determinados.

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Cláusula Sexta – Encargos no período de carência - No período da carência, cujo vencimento coincidirá com a data da apuração da dívida contraída o devedor pagará corrigidos monetariamente na forma do parágrafo único da cláusula anterior, os seguintes encargos:

a) – No dia 08 de cada mês, os juros contratuais sobre a totalidade do débito em aberto, às taxas referidas no item 5 do Quadro Resumo, mais os prêmios de seguro mensais estipulados pelo BNH para o Sistema Financeiro da Habitação na apólice respectiva.

b) – Os prêmios relativos aos Seguros de Crédito à Vista do período de construção e de Responsabilidade Civil da Construtora, que serão descontados da primeira parcela liberada para a construção.

c) – A taxa de abertura de crédito, no percentual previsto no item 5 do Quadro Resumo, incide sobre o valor total do financiamento, descontada de cada parcela liberada.

d) – A contribuição do FCVS, na forma disposta pela regulamentação do BNH, e o prêmio de seguro de crédito à vista, para cobertura do período de amortização, que serão descontados da última parcela de liberação.

Cláusula Sétima – Da Amortização – A amortização do financiamento concedido será feita pelo devedor às taxas máximas de juros determinadas pelo BNH e consoante o plano escolhido e indicado no item 5 do Quadro Resumo, através de prestações mensais e consecutivas, vencendo-se a primeira sempre 30 (trinta) dias após o débito da última parcela e sendo reajustados nas datas e épocas previstas no mencionado item 5 do Quadro Resumo. Juntamente com as prestações, o devedor pagará os prêmios mensais de Seguro da Apólice Habitacional bem como a Taxa de Cobrança e Administração, prevista pelo BNH.

Parágrafo Primeiro – A primeira prestação deverá ser paga pelo Devedor , independentemente da conclusão da obra e de comprovação perante a CREDORA, da averbação da construção no registro imobiliário e da quitação de todas as responsabilidades e obrigações por ele devidas, legal ou contratualmente.

Parágrafo Segundo – O primeiro reajustamento será efetuado na mesma proporção da variação da UPC verificada entre o trimestre civil anterior 30 (trinta) dias do vencimento da primeira prestação e o trimestre civil da época do reajustamento. Parágrafo Terceiro – Atingindo o término do prazo contratual e uma vez pagas todas as prestações, ou na hipótese do saldo devedor tornar-se nulo antes do prazo estabelecido neste contrato, e não existindo quantias em atraso, a CREDORA dera quitação ao DEVEDOR, de que mais nenhuma importância poderá com fundamento neste contrato.

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Parágrafo Quarto – Se, atingido o término do prazo contratual e uma vez pagas todas as prestações, o saldo permanecer devedor, esta será de responsabilidade do FCVS – Fundo de Compensação de Variações Salariais, do BNH. Cláusula Décima Terceira – DA MULTA CONTRATUAL – Na eventual execução judicial ou extrajudicial do presente contrato,o Devedor ficará sujeito a multa de 10% sob re a importância em cobrança, além das custas e honorários advocatícios devidos na base de 20% por decêndio ou fração em atraso. Cláusula Décima Quarta – DA IMPONTUALIDADE DOS PAGAMENTOS – Ocorrendo impontualidade na satisfação de qualquer obrigação de pagamento, a quantia a ser paga corresponderá ao valor da obrigação em cruzeiros na data do vencimento, acrescida de juros simples à taxa de 1% por decêndio ou fração em atraso. Parágrafo Único – Qualquer pagamento das prestações e/ou demais parcelas contratadas, que for recebido fora dos prazos estabelecidos neste contrato, bem como o não exercício imediato de qualquer direito de que a Credora seja titular, em decorrência deste contrato ou de leis,, não serão considerados nunca como novação ou alteração contratual, mais sim mero ato de tolerância dos titulares do crédito hipotecário e apenas nos casos concretos em que tais hipóteses se verifiquem. Em 24/08/2000, o Sr. Jurgen Michael Los entrou com Ação Ordinária de Revisão de Prestações, Saldo Devedor, Cláusulas Contratuais, com Pedido de Quitação, cumulada com Repetição de Indébito e Antecipação da Tutela. Alegações do Autor – (fls. 03/16) - Que a correção monetária seria simplesmente o percentual mensal da

variação salarial do mutuário. - O reajuste das prestações está em total desacordo, não sendo calculado

nem pelos índices da poupança nem pelos índices salariais. - O mutuário pagou até a última prestação, sem que o Banco tenha dado

quitação, e o contrato foi feito com cobertura do FCVS. NOTA DA PERITA DO JUIZO: De acordo com o CADMUT – Cadastro de Mutuários, anexo as fls. 103 dos autos, comprova que o Autor possuía outro imóvel financiado pela CEF, assim sendo, o FCVS quita saldo residual apenas do primeiro contrato. - Alega que no contrato firmado ficou claro que o mesmo obedeceria o

Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional (PES/CP)

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- O Plano Collor que causou inquestionável prejuízo às contas do autor, ao fixar a inflação em ZERO.

- O Coeficiente de Equiparação Salarial – CES, que os agentes financeiros costumeiramente embutem no valor da prestação, a um percentual de 25%, majorando o valor da obrigação.

Vale ressaltar que somente a partir de 28/07/93, com a Lei 8692, a cobrança do CES adquiriu respaldo legal.

NOTA DA PERITA: O CES - Coeficiente de Equiparação Salarial, o CES é de 15%, vigora desde a sua criação, amparada pelas resoluções nºs 36/69 e 01/77 do Conselho de Administração do BHN, tendo a Lei nº 8692/93, apenas ratificado esta condição.

- Dos Juros – cobrança indiscriminada de juros mês a mês - prática do anatocismo

- A aplicação da Tabela Price de forma incorreta. Pede-se a aplicação da Lei 4380/64, art 6º alínea “c“.

NOTA DA PERITA: Este contrato em seu Quadro Resumo – item 5 – determina como Sistema de Amortização – SAM- e não Price. - Plano Real – perda de renda do mutuário quando da implantação do Plano Real, quando os salários foram convertidos em URV em 1º de março, mas não pelo valor real, e sim pela média aritmética dos salários auferidos de novembro/93 a fevereiro/94. Apesar da determinação de que os salários somente seriam corrigidos em nov/95 o Réu continuou a corrigir normalmente as prestações. Tal iniciativa tem cobertura do BACEN que editou a Resolução 2059/94 - Das Taxas de Seguros – No contrato nota-se a imposição de pagamento

acessório à título de seguro mensal, sob alegação de indenizar prejuízos quanto a riscos futuros e danos de ordem física. A RD 18/77 em seu artigo 9º estipula percentual máximo de 0,041443%, incidindo sobre o saldo devedor inicial, e os valores cobrados vão muito além disso.

- O Dano de Difícil Reparação – o injusto encargo imposto deve ser suspenso, portanto, até que se deslinde na cabal providência jurisdicional requerida.

- Antecipação da Tutela Pedidos do Autor –

- Citação do Banco Réu - Antecipação da Tutela - Que a ação seja julgada procedente, condenando o Réu a proceder a

uma revisão total das prestações do financiamento, desde a 1ª, com exclusão dos 15% de CES, adotando como modo de correção monetária das prestações, única e exclusivamente a variação salarial da categoria

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profissional do mutuário titular, respeitando juros anuais de 9% embutidos nas prestações e índice ou taxa da Tabela Price, procedendo ainda, a repetição do indébito, devolvendo ao autor, todos os valores que foram pagos a maior.

- Que não seja aplicado o IPC de 84,32% - março/90. - Alternativamente, se não for esse o entendimento de V.Exa., determine

ao Réu, que reconheça como incorreta a aplicação da TR, excluindo meio por cento (0,5%) legal, em projeção mensal, adotando, da mesma forma, como índice de correção monetária referente ao mês de set/93, o percentual equivalente daquele mês, e amortizando, desde o pagamento, o valor correspondente à prestação de amortização e juros devidamente corrigido, obtendo um real saldo devedor contábil, até julgamento final da presente.

- Que não seja tomada nenhuma medida contra o crédito do mutuário, junto ao SPC e Serasa.

- Que seja decretada como indevida a capitalização de juros. - Que o Réu seja condenado a reduzir as taxas de seguro, com a

conseqüente apuração dos valores pagos a maior. - Que sejam recalculados os aumentos de março à julho/94, sem face da

inexistência de aumento salarial. - Que seja esta julgada procedente, com condenação do Réu, apurando-

se em liquidação de sentença o montante pago a maior, sendo este obrigado a proceder a devolução.

- A quitação do referido contrato com o uso do FCVS. - A condenação do Réu às custas e honorários advocatícios. Contestação do Réu – Banco Itaú (fls. 53/106) - O FCVS – a responsabilidade do saldo residual é da Caixa Econômica

Federal e da União, assim, se houver qualquer prejuízo ao Réu, a CEF e a União estarão obrigadas a indenizar-lhe, daí a presente denunciação do fulcro no inc. III, art. 70 do CPC,

- Características do contrato – o plano contratado foi o PES/SAM e não o PES/CP. Portanto, de acordo com o contratado, o reajustamento das prestações de amortização do financiamento ocorre, anualmente, no mês de agosto, pelo mesmo percentual da variação das UPC’s verificada entre os trimestres civis e o último reajustamento ocorrido e o da época do reajustamento. O D.L. 2164/84, que instituiu o PES/CP, possibilitou a todos os mutuários do SFH a renegociação das condições de seus contratos, entretanto, os autores não efetuaram qualquer renegociação, permanecendo o critério de reajustamento das prestações pela UPC.

- Da Legalidade do índice de março/90 no saldo devedor - “Notícias do STJ em 09/08/99 STJ mantém IPC como indexador de financiamentos imobiliários” – é o índice que deve ser aplicado as prestações de abril/90

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Com base nos dispositivos legais, art. 1º da Lei 4380/64 e 9º da Lei 4594/64, o Governo Federal está exercendo função normativa, pois o Conselho Monetário Nacional pela Resolução 1236/86, atribui ao BACEN o poder de divulgar o valor da correção monetária devida nos depósitos em caderneta de poupança. O presente contrato foi pactuado tomando tais premissas como base.

- Em março/90 o índice a ser aplicado deve ser de 84,32%, visto que na realidade, a totalidade dos recursos que estavam nos bancos privados foi remunerada de acordo com a variação do IPC. A parcela que recebeu o BTNF estava a cargo somente do BACEN, incidindo sobre recursos que deixaram de ser depósitos em poupança. E conforme definição do Egrégio Superior Tribunal de Justiça em 20/02/96.

- Do ônus da prova – O autor alegou que a correção monetária não deveria ser de 84,32% por não ter sido este o índice pago pelo Réu aos titulares de depósitos em caderneta de poupança. O Réu contesta essa afirmação e, assim sendo, deve ser provada pelo Autor em virtude do art. 333, I do CPC.

- Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade – quanto a pretensão do Autor pela BTNF, se prevalecer, estará a violar o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, decorrentes da exegese do art. 5º, LIV da Constituição Federal (devido processo legal).

- Da primeira prestação – Os autores deixaram de aplicar o CES de 15%, devidamente estabelecido em 1985,vigente e aplicável á época da contratação do financiamento.

- Anatocismo – Não se entendeu o porque dessa alegação, eis que o contrato foi celebrado livremente pelas partes e cobrou-se os juros permitidos e na forma pactuada.Cumpre esclarecer que o Decreto 22626/33 não é aplicável “in casu”, conforme Súmula 596 do STF.

- Do Plano Real – Periodicidade mensal – Legalidade – Tratamento legal dado aos contratos do SFH, por ocasião da implantação do Real: Medida Provisória 566/97 – art 17º - Os valores das prestações de financiamentos habitacionais firmados com entidades integrantes do SFH e entidades de previdência privada, quando em condições análogas às utilizadas no SFH, expressos em Cruzeiros Reais, no mês de junho/94, serão convertidos em Real, no dia 01/07/94, observada a paridade entre Cruzeiro Real e Real, fixada para aquela data. Parágrafo único – São mantidos os índices de reajuste e a periodicidade contratualmente estabelecidos para atualização das prestações de que trata este artigo.

- URV – No presente contrato não se aplicou a URV, posto que o plano contratado não foi o PES/CP e sim PES/SAM. Lembramos ainda, que embora os salários tenham sido convertidos em URV, todo e qualquer pagamento efetuado até a entrada do REAL, foi pela moeda corrente, ou seja, Cruzeiro Real.

- Do Seguro Contratado – está expressamente previsto no contrato pactuado, que remete o assunto à Apólice Habitacional, não havendo, portanto, o que questionar.

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- Das Alegações de inconstitucionalidade da Lei 8177/91 – da Aplicação da TR somente no saldo devedor – da não incidência sobre a prestação - No presente caso somente o saldo devedor sofre atualização pela TR. O entendimento final do STF (Adin 493) é o que se segue: não excluiu do universo jurídico a TR. O que ficou decidido é que a TR não pode ser imposta como índice de indexação em substituição a índices estipulados em contratos firmados anteriormente a Lei 8177/91.

- Da não incidência dos Juros da poupança – Na correção monetária aplicada pelo mesmo índice da poupança, não incidiu os juros de 0,5% pagos aos poupadores, não havendo portanto, a reclamada duplicidade de juros remuneratórios do capital.

- Da Taxa de Juros – Na queixa formulada o Autor não apontou nenhuma infração legal cometida pelo Réu ao contratar a taxa de juros, não justificando a alteração da taxa de juros para 9%ªª.

- Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor - as instituições financeiras somente podem se caracterizar como “fornecedores” na medida em que, efetivamente prestam serviços de natureza bancária, financeira e de crédito. Portanto, não se aplica ao contrato em questão.

- Da Quitação do Saldo Devedor – Está previsto em contrato a responsabilidade do FCVS pelo saldo residual. Todavia, o Réu verificou através do CADMUT, fls. 103 dos autos, que o Autor possuía outro imóvel financiado pela CEF, assim sendo, o FCVS quita saldo residual apenas do primeiro contrato. Foi declarado pelo mutuário, na cláusula décima sétima do contrato, que o mesmo não é proprietário, nem promitente comprador ou cessionário de imóvel residencial situado no mesmo município, e em o sendo, compromete-se a vende-lo dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, da data do “Habite-se”ou de sua efetiva ocupação, tendo o Autor transgredido dispositivo legal e contratual.

- Da indevida alegação de repetição – Amparando-se em planilha elaborada já considerando os expurgos pretendidos, falam os autores em devolução de suposto valor cobrado a maior.O Réu entende ter demonstrado de forma cabal e insofismável, a fiel obediência aos termos do contrato, daí a impertinência desse pedido, ficando expressamente impugnados os cálculos apresentados, e conseqüentemente, inexistindo o propalado direito a repetição do indébito.

- Da revisão pretendida – O contrato foi livremente assinado pelas partes, cosubstanciando-se, assim, em ato jurídico perfeito e acabado, cumprindo aos autores mostrar vícios jurídicos capazes de macular o ato praticado, o que de longe fizeram. Tampouco pediram a nulidade do ato por simulação, fraude, erro substancial ou coação, figuras inexistentes na contratação em exame, não cabendo a revisão pretendida.

Pedidos do Banco – Réu

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- Que seja julgada totalmente improcedente a presente ação, carreando-se aos autores os ônus sucumbenciais, se antes não se preferir prestigiar a preliminar argüida extinguindo-se o feito.

Réplica do Autor – (fls. 405/407) - É cabível a antecipação de tutela pleiteada, pois a mesma baseia-se no

próprio contrato originário da relação jurídica, que depende de amparo do Judiciário. O direito ao qual se admite a tutela antecipada é justamente o demonstrado pelo requerente, ou melhor, a probabilidade da existência do direito material.

- O objetivo da ação está claro, ou seja, pleiteia a revisão de todas as prestações cobradas e do saldo devedor.

- Quanto a inépcia da inicial e a carência da ação, os autores já demonstraram a utilidade da ação, resumida na cobrança indevida de prestações equivocadamente reajustadas.

- O Autor pretende receber do Poder Judiciário: a Tutela de revisão de suas prestações.

- São essas as razões em discussão que foram descritas no pedido da lide.

- O objetivo da ação está claro, ou seja, pleiteia a revisão de todas as prestações cobradas, e do saldo devedor, cumulada com repetição do indébito, com a antecipação da tutela.

- O autor ratifica as suas razões, apresentadas na inicial, ficando impugnadas todas as alegações da ré, contestação ofertada as fls. 53/106, por serem absolutamente improcedentes.

As fls. 424 consta carta do Autor, datada de 11/05/2001 apresentando proposta de negociação para: 1 – O mutuário se propõe a pagar 25% do valor do débito existente, como quitação a partir da aceitação dessa; 2 – Se propõe desde já a desistir da Ação interposta na fase que se encontrar. As fls. 429 o MM. Juiz nomeou a perita. DO TRABALHO PERICIAL A Perita analisou o Contrato objeto da lide, tendo efetuado a seguinte observação:

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5 – Condições do Financiamento: - Plano de amortização – SAM

NOTA DA PERITA - Sistema de Amortização Misto (SAM) Este sistema foi criado pelo BNH em maio/1979, e constituiu-se num misto entre o Price e o SAC, originando-se daí a sua denominação. O SAM é um plano de pagamentos, composto por prestações cujos valores são resultantes da média aritmética dos valores das prestações dos planos SAC e Price, correspondentes aos respectivos prazos; os valores das parcelas de amortização e juros resultam da mesma regra. Para atualização das prestações, o Banco utilizou o Sistema PES com fator GRADIENTE, embora não constem do contrato.

Analisando a inicial, a perita tem a observar:

Nas Alegações do Autor – (fls. 03/16) - O mutuário pagou até a última prestação, sem que o Banco tenha dado

quitação, e o contrato foi feito com cobertura do FCVS. NOTA DA PERITA DO JUIZO: De acordo com o CADMUT – Cadastro de Mutuários, anexo as fls. 103 dos autos, comprova que o Autor possuía outro imóvel financiado pela CEF, assim sendo, o FCVS quita saldo residual apenas do primeiro contrato. - O Coeficiente de Equiparação Salarial – CES, que os agentes

financeiros costumeiramente embutem no valor da prestação, a um percentual de 25%, majorando o valor da obrigação.

Vale ressaltar que somente a partir de 28/07/93, com a Lei 8692, a cobrança do CES adquiriu respaldo legal.

NOTA DA PERITA: O CES - Coeficiente de Equiparação Salarial, o CES é de 15%, vigora desde a sua criação, amparada pelas resoluções nºs 36/69 e 01/77 do Conselho de Administração do BHN, tendo a Lei nº 8692/93, apenas ratificado esta condição.

- A aplicação da Tabela Price de forma incorreta. Pede-se a aplicação da Lei 4380/64, art 6º alínea “c“.

NOTA DA PERITA: Este contrato em seu Quadro Resumo – item 5 – determina como Sistema de Amortização – SAM- e não Price.

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Para responder aos quesitos formulados, a perita construiu a série de planilhas a seguir: ContratoComCES, ContratoSemCES, BANCauditGrad, INPCGrad, INPCGrad4380 e Resumo.

- Na planilha ContratoComCES a perita calculou a prestação inicial pelo Sistema Price 45.221,95 , pelo Sistema SAC 58.447,76, finalmente chegando ao Sistema pactuado, ou seja, SAM 51.834,85,cujo valor foi apurado somando a prestação Price com a prestação SAC e dividindo por 2 (dois) considerando o CES de 1,15, conforme segue:

prestaçãoSAF prestação

Price SAC

39.323,43 93%

45.221,95 20.329,66 840,34 JURO

46.062,29 0,008333 127% 30.494,48 prestaçãoSAMperito

4.067,68 PRESTAÇ calculada com CES 50.129,97 58.447,76 51.834,85

NOTA DA PERITA – O cálculo efetuado pela perita, apurou o mesmo valor de prestação inicial utilizado pelo Banco – Réu – 51.834,85.

- Na planilha ContratoSemCES, a perita calculou a prestação inicial pelo Sistema Price 39.323,43, pelo Sistema SAC 50.824,14, finalmente chegando ao Sistema pactuado, ou seja, SAM 45.073,79,cujo valor foi apurado somando a prestação Price com a prestação SAC e dividindo por 2 (dois) desconsiderando o CES , conforme solicitado pelo Autor.

prestaçãoSAF Prestação Price SAC

39.323,43

93% 20.329,66 39.323,43

840,34 JURO 40.163,77 0,008333

98% 30.494,48 prestaçãoSAMperito 4.067,68 PRESTAÇ calculada sem CES

44.231,45 50.824,14 45.073,79

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NOTA DA PERITA - Partindo da prestação inicial calculado pelo Banco – Réu 51.834,85, expurgando o CES, chega-se exatamente no valor encontrado pela perita, ou seja 45.073,79. - Na planilha BANCauditGrad a perita reproduziu os cálculos

apresentados pelo Banco – Réu, apurando o saldo devedor na prestação # 180 de :

Sendo que o Banco, na prestação # 180 apresentou um saldo devedor de R$ 84.247,31. - Na planilha INPCGrad, atendendo solicitação do Autor nas alegações da

inicial e em seus quesitos, a perita efetuou os cálculos considerando:

1 - CES = 1,00

2 - INPC a partir de março/91

3 – Em abril/90, substituiu o índice considerado pelo Banco, 4,971605, onde está embutido os 84.32 % referente ao Plano Collor, substituindo pelo índice 2,518821, que considera o percentual de 42,72%, conforme decisão de TSJ em 13/06/2001, Súmula 252.

4 – Taxa de juros de 10% ªª, que foi a taxa contratada.

- Na planilha INPCGrad4380, atendendo solicitação do Autor nas alegações da inicial, e em seus quesitos, a perita efetuou os cálculos considerando:

1 - CES = 1,00 2 - INPC a partir de março/91

3 – Em abril/90, substituiu o índice considerado pelo Banco,

4,971605, onde está embutido os 84.32 % referente ao Plano Collor, substituindo pelo índice 2,518821, que considera o percentual de 42,72%, conforme decisão de TSJ em 13/06/2001, Súmula 252.

4 - Taxa de juros de 10% ªª, que foi a taxa contratada

5 - Levou ainda em consideração, as determinações da Lei

4380/64 que em seu art. 6º, alínea “c” determina: “Ao menos parte do financiamento, ou do preço a ser pago,

78.405,78

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seja amortizado em prestações mensais sucessivas, de igual valor, ANTES DO REAJUSTAMENTO, que incluam a amortização e juros.

- Na Planilha Resumo, a perita apresenta uma comparação entre os

saldos das planilhas BANCauditGrad, INPCGrad e INPCGrad4380, a qual transcrevemos a seguir:

Saldo Dev.(-) # Vcto. Pgto. seguro seguro seguro Encargo Saldo Dev. Amort. (+)

TAC TSA Enc. (-)Pagto

BANCauditGrad

0 16/08/81 631,24 209,10 2.033,84 56.742,84 3.659.337,96 3.659.337,96 180 16/08/96 231,11 0,00042 1,33 12,89 232,23 77.972,90 78.405,78

INPCGrad 0 16/08/81 548,90 181,83 1.768,56 47.488,33 3.659.337,96 3.659.337,96

180 16/08/96 231,11 0,00037 1,15 11,21 201,41 23.736,72 23.715,78 INPCGrad4380

0 16/08/81 548,90 181,83 1.768,56 47.488,33 3.659.337,96 3.659.337,96 180 16/08/96 231,11 0,00037 1,15 11,21 201,41 16.183,81 16.099,93

QUESITOS DO RÉU – BANCO ITAU – (FLS. 431/432) 1 - EscIareça o Sr. Perito o Réu seus respectivos valores e condições. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: A Perita esclareça os dados contrato nº CC-227/80-18 referente a Instrumento Particular de Mútuo em Dinheiro para Construção de Casa Própria, com Garantia Hipotecária e Outras Avencas. Quadro Resumo, e principais itens: 3 – Valor do financiamento - Cr$ 1.913.240,00 - UPC 3.500,00000 4 – Parcelas do Financiamento para construção da casa própria

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nº Data Valor em parcela Liberação UPC

1 16/07/80 394,00000 2 16/08/80 142,00000 3 16/09/80 157,00000 4 16/10/80 231,00000 5 16/11/80 261,00000 6 16/12/80 326,00000 7 16/01/81 328,00000 8 16/02/81 322,00000 9 16/03/81 227,00000 10 16/04/81 266,00000 11 16/05/81 207,00000 12 16/06/81 211,00000 13 16/07/81 231,00000 14 16/08/81 197,00000

5 – Condições do Financiamento:

- Taxa Anual de Juros e período de carência - Nominal – 10% - Efetiva – 10,471%

- Taxa de Abertura de Crédito – 5% - Plano de amortização – SAM - Vencimento da carência e Apuração da Dívida – 16/08/81 - Prazo de Amortização – 180 meses - Época de reajuste – agosto - Data de vencimento da primeira prestação – 16/09/81

6 – Composição da Renda familiar

- Jurgen Michael Loos – Cr$ 75.063,63 - 56% - Bernd Otto Hermann Voiot Cr$ 58.968,00 – 44%

Total Cr$ 134.031,63 – 100% Cláusula Primeira – Da Construção Parágrafo Terceiro – As obras deverão estar concluídas improrrogavelmente até a data prevista para a liberação da última parcela mencionada no item 4 do Quadro Resumo, após a qual o Devedor estará obrigado a apresentar a Credora o respectivo termo de “HABITE-SE”. Durante o período da construção deverá ser mantida na obra uma placa indicativa do financiamento adiante concedido, que será afixada em lugar visível, de frente para a via pública e de acordo com modelo a ser fornecido pela Credora.

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Cláusula Terceira – Da Liberação das Parcelas – As parcelas de financiamento destinadas à construção, serão liberadas ao devedor nas datas e nos valores previstos no item 4 do Quadro Resumo, na conformidade do estipulado no Cronograma Físico-Financeiro da obra e após o registro deste contrato na circunscrição imobiliária competente. Parágrafo Segundo – A última parcela do financiamento da construção, somente será efetivada após a apresentação do “HABITE-SE” prova da averbação da construção e da quitação de todas as responsabilidades legais ou contratuais referentes à obra, especialmente do Certificado de Quitação do IAPAS, bem como daquelas assumidas pelo devedor perante terceiros em decorrência da execução das obras. Cláusula Quinta – Das condições de Pagamento Parágrafo Único – A dívida decorrente deste contrato, está sujeita à correção monetária no primeiro dia de cada trimestre civil, na mesma proporção da variação da UPC do Banco Nacional de Habitação, ou na falta desta, pelos índices que, para tal fim vierem a ser determinados. Cláusula Sexta – Encargos no período de carência - No período da carência, cujo vencimento coincidirá com a data da apuração da dívida contraída o devedor pagará corrigidos monetariamente na forma do parágrafo único da cláusula anterior, os seguintes encargos:

a) – No dia 08 de cada mês, os juros contratuais sobre a totalidade do débito em aberto, às taxas referidas no item 5 do Quadro Resumo, mais os prêmios de seguro mensais estipulados pelo BNH para o Sistema Financeiro da Habitação na apólice respectiva.

b) – Os prêmios relativos aos Seguros de Crédito à Vista do período de

construção e de Responsabilidade Civil da Construtora, que serão descontados da primeira parcela liberada para a construção.

c) – A taxa de abertura de crédito, no percentual previsto no item 5 do

Quadro Resumo, incide sobre o valor total do financiamento, descontada de cada parcela liberada.

d) – A contribuição do FCVS, na forma disposta pela regulamentação do

BNH, e o prêmio de seguro de crédito à vista, para cobertura do período de amortização, que serão descontados da última parcela de liberação.

Cláusula Sétima – Da Amortização – A amortização do financiamento concedido será feita pelo devedor às taxas máximas de juros determinadas pelo BNH e consoante o plano escolhido e indicado no item 5 do Quadro Resumo, através de prestações mensais e consecutivas, vencendo-se a primeira sempre 30 (trinta) dias após o débito da última parcela e sendo

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reajustados nas datas e épocas previstas no mencionado item 5 do Quadro Resumo. Juntamente com as prestações, o devedor pagará os prêmios mensais de Seguro da Apólice Habitacional bem como a Taxa de Cobrança e Administração, prevista pelo BNH.

Parágrafo Segundo – O primeiro reajustamento será efetuado na mesma proporção da variação da UPC verificada entre o trimestre civil anterior 30 (trinta) dias do vencimento da primeira prestação e o trimestre civil da época do reajustamento.

2 - EscIareça o Sr. Perito se o contrato firmado refere-se ao PES/SAM. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: De acordo com as informações contidas no Contrato, em seu Quadro Resumo, temos: 5 – Condições do Financiamento:

- Plano de amortização – SAM 3 - Pede-se ao Sr. Perito que transcreva a clausula 7º do contrato desta lide.

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Cláusula Sétima – Da Amortização – A amortização do financiamento concedido será feita pelo devedor às taxas máximas de juros determinadas pelo BNH e consoante o plano escolhido e indicado no item 5 do Quadro Resumo, através de prestações mensais e consecutivas, vencendo-se a primeira sempre 30 (trinta) dias após o débito da última parcela e sendo reajustados nas datas e épocas previstas no mencionado item 5 do Quadro Resumo. Juntamente com as prestações, o devedor pagará os prêmios mensais de Seguro da Apólice Habitacional bem como a Taxa de Cobrança e Administração, prevista pelo BNH Parágrafo Primeiro – A primeira prestação deverá ser paga pelo Devedor , independentemente da conclusão da obra e de comprovação perante a CREDORA, da averbação da construção no registro imobiliário e da quitação de todas as responsabilidades e obrigações por ele devidas, legal ou contratualmente. Parágrafo Segundo – O primeiro reajustamento será efetuado na mesma proporção da variação da UPC verificada entre o trimestre civil anterior 30 (trinta) dias do vencimento da primeira prestação e o trimestre civil da época do reajustamento. Parágrafo Terceiro – Atingindo o término do prazo contratual e uma vez pagas todas as prestações, ou na hipótese do saldo devedor tornar-se nulo antes do prazo estabelecido neste contrato, e não existindo quantias em atraso, a CREDORA dera quitação ao DEVEDOR, de que mais nenhuma importância poderá com fundamento neste contrato. Parágrafo Quarto – Se, atingido o término do prazo contratual e uma vez pagas todas as prestações, o saldo permanecer devedor, esta será de

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responsabilidade do FCVS – Fundo de Compensação de Variações Salariais, do BNH.

4 - Pede-se ao Sr. Perito que reproduza uma planilha com base no Contrato em lide, onde constem entre outros: a prestação inicial, seguros, amortizações, prestações e saldo devedor. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Na planilha BANCauditGrad, anexa a este Laudo, a perita reproduziu os cálculos apresentados pelo Banco – Réu, apurando o saldo devedor na prestação # 180 de : Sendo que o Banco, na prestação # 180 apresentou um saldo devedor de R$ 84.247,31. 5 - Pede-se ao Sr. Perito que compare os valores encontrados na planilha do quesito anterior com os valores cobrados pelo Banco e demonstre suas diferenças se houverem. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Respondido no quesito # 4 6 - Pede-se ao Sr. Perito que informe se o Autor tem alguma prestação em atraso? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Não. O autor pagou até a ultima prestação pactuada, conforme demonstrado na planilha elaborada pelo Banco – Réu, e apensa as fls. 107/112 dos autos. Ficando um resíduo a pagar no importe de R$ 78.405,78. NOTA DA PERITA DO JUIZO: De acordo com o CADMUT – Cadastro de Mutuários, anexo as fls. 103 dos autos, comprova que o Autor possuía outro imóvel financiado pela CEF, assim sendo, o FCVS quita saldo residual apenas do primeiro contrato. . 7 - Pede-se ao Sr. Perito que informe o que consta no referido contrato para os casos de inadimplência. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: No contrato para os casos de inadimplência temos as seguintes cláusulas: Cláusula Décima Terceira – DA MULTA CONTRATUAL – Na eventual execução judicial ou extrajudicial do presente contrato,o Devedor ficará sujeito a multa de 10% sob re a importância em cobrança, além das custas e

78.405,78

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honorários advocatícios devidos na base de 20% por decêndio ou fração em atraso.

Cláusula Décima Quarta – DA IMPONTUALIDADE DOS PAGAMENTOS – Ocorrendo impontualidade na satisfação de qualquer obrigação de pagamento, a quantia a ser paga corresponderá ao valor da obrigação em cruzeiros na data do vencimento, acrescida de juros simples à taxa de 1% por decêndio ou fração em atraso.

Parágrafo Único – Qualquer pagamento das prestações e/ou demais parcelas contratadas, que for recebido fora dos prazos estabelecidos neste contrato, bem como o não exercício imediato de qualquer direito de que a Credora seja titular, em decorrência deste contrato ou de leis, não serão considerados nunca como novação ou alteração contratual, mais sim mero ato de tolerância dos titulares do crédito hipotecário e apenas nos casos concretos em que tais hipóteses se verifiquem.

8 - Se a resposta do quesito de numero 5 for positiva, pede-se ao Sr. Perito, demonstrar o total do Debito que o Autor tem para com o Réu até a presente data, com quantidades, datas, valores parciais e valores totais. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Respondido no quesito # 4. 9 - Solicita-se ao Sr. Perito esclarecer se o Réu em algum momento cobrou as prestações do Autor fora das normas do contrato desta lide? Justificar. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: O Banco não fez exatamente o que determina as cláusulas do contrato: Para o saldo devedor foi utilizada a UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL até fev/91, a partir de mar/91 foi aplicada a TR. Para atualização das prestações foi utilizado o PES, com reajustes anuais todo mês de agosto, bem como o fator GRADIENTE, embora não constem do contrato. 10 - Queira o Ilustre Perito, esclarecer se a afirmação de que o Réu seguiu rigorosamente as clausulas contratuais firmadas é verdadeira. Justificar. RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: O Banco não fez exatamente o que determina as cláusulas do contrato: Para o saldo devedor foi utilizada a UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL até fev/91, a partir de mar/91 foi aplicada a TR. Para atualização das prestações foi utilizado o PES, com reajustes anuais todo mês de agosto, bem como o fator GRADIENTE, embora não constem do contrato.

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QUESITOS FORMULADOS PELO AUTOR- (fls. 435/436) 1. Qual o sistema de reajuste avençado no contrato em relação a prestação e

saldo devedor? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: No Contrato nº CC-227/80-18 referente a Instrumento Particular de Mútuo em Dinheiro para Construção de Casa Própria, com Garantia Hipotecária e Outras Avencas, está determinado: Cláusula Quinta – Das condições de Pagamento Parágrafo Único – A dívida decorrente deste contrato, está sujeita à correção monetária no primeiro dia de cada trimestre civil, na mesma proporção da variação da UPC do Banco Nacional de Habitação, ou na falta desta, pelos índices que, para tal fim vierem a ser determinados. Cláusula Sétima – Da Amortização – A amortização do financiamento concedido será feita pelo devedor às taxas máximas de juros determinadas pelo BNH e consoante o plano escolhido e indicado no item 5 do Quadro Resumo, através de prestações mensais e consecutivas, vencendo-se a primeira sempre 30 (trinta) dias após o débito da última parcela e sendo reajustados nas datas e épocas previstas no mencionado item 5 do Quadro Resumo. Juntamente com as prestações, o devedor pagará os prêmios mensais de Seguro da Apólice Habitacional bem como a Taxa de Cobrança e Administração, prevista pelo BNH Parágrafo Segundo – O primeiro reajustamento será efetuado na mesma proporção da variação da UPC verificada entre o trimestre civil anterior 30 (trinta) dias do vencimento da primeira prestação e o trimestre civil da época do reajustamento. Nota da Perita: O Banco não fez exatamente o que determina as cláusulas do contrato: Para o saldo devedor foi utilizada a UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL até fev/91, a partir de mar/91 foi aplicada a TR. Para atualização das prestações foi utilizado o PES, com reajustes anuais todo mês de agosto,bem como o fator GRADIENTE, embora não constem do contrato.

2. Qual a periodicidade para a aplicação de índices de reajustamentos no saldo

devedor e nas prestações? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: A periodicidade para a aplicação de índices de reajustamentos no saldo devedor e nas prestações é de acordo com a variação da UPC verificada entre o trimestre civil anterior 30 (trinta) dias do vencimento da primeira prestação e o trimestre civil da época do reajustamento.

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3. Se aplicarmos os índices retro - citados com a mesma periodicidade citada

acima, pergunta-se: a) Ao final do contrato haverá resíduo do financiamento?

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Sim. Por terem sido utilizados índices diferentes para reajustar saldo devedor e prestação. Para o saldo devedor foi utilizada a UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL até fev/91, a partir de mar/91 foi aplicada a TR. Para atualização das prestações foi utilizado o PES, com reajustes anuais todo mês de agosto, bem como o fator GRADIENTE, embora não constem do contrato. Em virtude da utilização do PES com o fator GRADIENTE, as amortizações ficam negativas. Muito embora a prestação passe a ficar baixa; pelo fato de haver amortizações negativas, o saldo devedor não zera. O Banco não fez exatamente o que determina as cláusulas do contrato: Para o saldo devedor foi utilizada a UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL até fev/91, a partir de mar/91 foi aplicada a TR. Para atualização das prestações foi utilizado o PES, com reajustes anuais todo mês de agosto, bem como o fator GRADIENTE, embora não constem do contrato.

b) Em caso afirmativo, pode-se afirmar que o resíduo apurado refere-se a diferença entre o índice de atualização do saldo devedor (Poupança/TR) e o índice de reajuste das Prestações (equivalência Salarial)? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Sim. O resíduo apurado refere-se a diferença entre o índice de atualização do saldo devedor UPC - UNIDADE PADRÃO DE CAPITAL e depois a TR e o índice de reajuste das Prestações (equivalência Salarial) com reajustes anuais.

4. O saldo devedor prevê amortização mensal em decorrência da Tabela

Price? E correto formação de resíduo decorrente do saldo devedor, quando o financiamento prevê juros, correção prazo e sua amortização é pela Tabela Price? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: O contrato objeto da lide, em seu Quadro Resumo – item 5 – determina como Sistema de Amortização – SAM- e não Price. O Sistema de Amortização Misto (SAM) foi criado pelo BNH em maio/1979, e constituiu-se num misto entre o Price e o SAC, originando-se daí a sua denominação. O SAM é um plano de pagamentos, composto por prestações cujos valores são resultantes da média aritmética dos valores das prestações dos planos SAC e Price, correspondentes aos respectivos prazos; os valores das parcelas de amortização e juros resultam da mesma regra.

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Quanto a indagação se é correto formação de resíduo decorrente do saldo devedor, quando o financiamento prevê juros, correção prazo e sua amortização é pela Tabela Price? A perita tem a informar que: A Tabela Price por ocasião do pagamento da última prestação não fechará com saldo zero, em decorrência da utilização de índices diferenciados para corrigir o Saldo Devedor e a prestação. Em virtude da utilização do PES, as amortizações ficam negativas. Muito embora a prestação passe a ficar baixa; pelo fato de haver amortizações negativas, o saldo devedor não zera. 5. Pode o Sr. Perito, seguindo rigorosamente o Sistema de Amortização

"Tabela Price", calcular o valor da 1ª prestação utilizando a taxa de juros pactuada? Qual o valor do 1º encargo mensal considerando o valor da prestação apurada mais a parcela do seguro?

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Na planilha ContratoComCES a perita calculou a prestação inicial pelo Sistema Price 45.221,95, pelo Sistema SAC 58.447,76, finalmente chegando ao Sistema pactuado, ou seja, SAM 51.834,85, cujo valor foi apurado somando a prestação Price com a prestação SAC e dividindo por 2 (dois) considerando o CES de 1,15, conforme segue:

prestação prestação Price SAC

39.323,43

93% 20.329,66 45.221,95

840,34 JURO 46.062,29 0,008333 prestaçãoSAMperito

127% 30.494,48 calculada com CES 4.067,68 PRESTAÇ (45.221,95+58.447,76) /2= 50.129,97 58.447,76 51.834,85

6. O Banco-Réu aplicou o percentual de 84,32 % referente ao Plano Collor no

saldo devedor? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: No índice médio do trimestre, considerado pelo Banco em 16/04/90, está embutido o percentual de 84,32 % referente ao Plano Collor.

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7. A partir de fevereiro de 1.991 o Banco-Réu passou a atualizar o saldo devedor com base na variação da TR? Como e apurado o índice de atualização "TR"? Este índice reflete o custo de captação de recursos financeiros no mercado?

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: O Banco utilizou a TR a partir de março/91. Como é apurado o índice de atualização "TR”: A titulo de ilustração, a TR era calculada a partir da média ponderada das taxas dos CDB's de 30 a 35 dias praticadas por um subconjunto de 29 instituições financeiras entre 30 selecionadas semestralmente, nos seis primeiros dias úteis do mês corrente, retirando-se ainda uma percentagem equivalente à parte do juro real de forma a descontar o custo da tributação dos CDB's. Os CDB’s vendidos aos investidores institucionais eram incluídos no cálculo, não o sendo aqueles negociados entre instituições financeiras ou empresas ligadas. O BC recolhia as informações sobre as taxas, calculava a TR e tinha até o oitavo dia útil do mês para publicá-la. Foi definido, ainda, pelo Governo, que a TR só poderia ser utilizada como indexador para contratos até prazo superior a 90 dias. Em 01/05/93, definiu-se novo cálculo para a determinação da TR, que passou então a ser calculada para cada dia do mês e valia para as aplicações até o trigésimo dia a contar da data na qual a média foi centrada, quando era recalculada para o próximo período de 30 dias. O cálculo passou a ser feito através do critério de média móvel de três dias úteis consecutivos, centrado no dia de cálculo e divulgado no dia seguinte ao período do cálculo, ou seja, o quarto dia. Assim, o valor da TR era fixado com 28 dias de antecedência. Em 27/07/94 pela Resolução n.º 2.097 do BC, a base de cálculo da TR passou a ser o dia de referência, sendo calculado no dia útil posterior. A metodologia de cálculo tem como base a taxa média mensal ponderada ajustada das 30 instituições financeiras selecionadas, sendo eliminadas as duas de menor taxa mensal e as duas de maior taxa mensal, calculando-se a TR pelo conjunto das 26 instituições restantes.

O redutor aplicado sobre a média apurada das taxas dos CDB era fixado com pelo menos três meses de antecedência.

A partir de dezembro de 1997, em função da crise asiática, a TR passou a ter seu valor determinado por comunicados do BC. Sim. Este índice reflete o custo de captação de recursos financeiros no mercado. A TR é uma taxa de juros flutuante que mede expectativa de juros bancários, porém não acompanha parâmetros de correção monetária de mercado, ou seja a flutuação dos juros é mais alta que a inflação quase inexistente nos dias de hoje.

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A própria lei estabelece que a TR e a TRD se constituem em uma taxa remuneratória calculada a partir da variação do custo do dinheiro e afetada pela liquidez do mercado financeiro. 8. Sem prejuízo do mérito da ação, pode o Sr. Expert calcular as prestações desde a primeira, mês a mês, bem como, o saldo devedor obedecendo os seguintes critérios: Saldo devedor:

a) excluir do saldo devedor o percentual de 84,32% de março de 1.990 referente ao Plano Collor e colocar em seu lugar 41,28%;

b) excluir do saldo devedor a TR a partir de fevereiro de 1.991 e incluir em

seu lugar a variação do INPC Prestações

a) Efetuar os cálculos das prestações, com base no artigo 6º, letra C, da Lei nº 4.380/84, ou seja, amortizar primeiro no saldo devedor (prestação - juros = amortização),

b) excluir a cobrança do C. E. S., c) obedecer a carência de 30 ou 60 dias para o repasse dos reajustes da

Categoria Profissional do Mutuário e) excluir a variação da URV no período compreendido entre março e junho

de 1.994 e obedecendo a categoria profissional do Autor? NOTA DA PERITA DO JUÍZO:. Lembramos ainda, que embora os salários tenham sido convertidos em URV, todo e qualquer pagamento efetuado até a entrada do REAL, foi pela moeda corrente, ou seja, Cruzeiro Real. O Banco utilizou o índice neste período = 1,0000.

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Para responder este quesito, a Perita construiu a planilha INPCGrad4380, anexa ao presente Laudo, onde efetuou os cálculos considerando:

1. CES = 1,00 2. INPC a partir de março/91 3. Em abril/90, substituiu o índice considerado pelo Banco, 4,971605,

onde está embutido os 84.32 % referente ao Plano Collor, substituindo pelo índice 2,518821, que considera o percentual de 42,72%, conforme decisão de TSJ em 13/06/2001, Súmula 252.

4. Taxa de juros de 10% ªª, que foi a taxa contratada 5. Levou ainda em consideração, as determinações da Lei 4380/64 que

em seu art. 6º, alínea “c” determina: “Ao menos parte do

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financiamento, ou do preço a ser pago, seja amortizado em prestações mensais sucessivas, de igual valor, ANTES DO REAJUSTAMENTO, que incluam a amortização e juros.

9. Pode o Sr. Perito, elaborar um demonstrativo simples comparando os

valores apurados no quesito 8 com os valores cobrados pelo Banco-Réu? RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Na Planilha Resumo, a perita apresenta uma comparação entre os saldos das planilhas BANCauditGrad, INPCGrad e INPCGrad4380, conforme abaixo transcrita:

Saldo Dev. Saldo Dev.(-) # Vcto. Pgto. seguro seguro seguro Encargo PD Amort. (+)

TAC TSA Enc. (-)Pagto

BANCauditGrad

0 16/08/81 631,24 209,10 2.033,84 56.742,84 3.659.337,96 3.659.337,96 180 16/08/96 231,11 0,00042 1,33 12,89 232,23 77.972,90 78.405,78

INPCGrad 0 16/08/81 548,90 181,83 1.768,56 47.488,33 3.659.337,96 3.659.337,96

180 16/08/96 231,11 0,00037 1,15 11,21 201,41 23.736,72 23.715,78 INPCGrad4380

0 16/08/81 548,90 181,83 1.768,56 47.488,33 3.659.337,96 3.659.337,96 180 16/08/96 231,11 0,00037 1,15 11,21 201,41 16.183,81 16.099,93

10. Queira o Sr. Perito efetuar esclarecimentos que achar necessário.

RESPOSTA DA PERITA DO JUÍZO: Vide os esclarecimentos nas Respostas do Réu.