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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL) EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE Agravo de Instrumento nº: 201700807541 Agravante: MANOEL LUIZ OLIVEIRA Agravado: CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HANDEBOL Agravado: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (STJD - HANDEBALL) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO HANDEBOL, neste ato representado por seu Presidente Caio Pompeu Medauar de Souza, advogado inscrito na OAB/SP sob o n. 162.565, ambos já qualificados nos autos, do AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto contra decisão proferida pelo MM. Juizo da 10 a Vara Cível da Comarca de Aracaju, em sede da AÇÃO DECLARATÓRIA, proposta por MANOEL LUIZ OLIVEIRA, vem, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTRAMINUTA, com pedido de revogação da liminar deferida, conforme razões juntadas em anexo. Requer, ainda, seja presente Contraminuta recebida, dispensada a juntada de instrumento procuratório, dada a incontroversa capacidade deste subscritor em representar a instituição STJD, sendo processada na forma da legislação processual vigente, conforme se fundamenta nas razões ora juntadas, declarando, desde já que concorda com o julgamento virtual do presente agravo, se esta for a prática deste E. TJ. Com a presente Contraminuta são juntados os seguintes documentos: 1) Composição do STJD publicada no site da CBHb.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DE SERGIPE

Agravo de Instrumento nº: 201700807541

Agravante: MANOEL LUIZ OLIVEIRA

Agravado: CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HANDEBOL

Agravado: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (STJD - HANDEBALL)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO

HANDEBOL, neste ato representado por seu Presidente Caio Pompeu Medauar de Souza,

advogado inscrito na OAB/SP sob o n. 162.565, ambos já qualificados nos autos, do AGRAVO

DE INSTRUMENTO interposto contra decisão proferida pelo MM. Juizo da 10a Vara Cível da

Comarca de Aracaju, em sede da AÇÃO DECLARATÓRIA, proposta por MANOEL LUIZ

OLIVEIRA, vem, à presença de Vossa Excelência, apresentar CONTRAMINUTA, com pedido de

revogação da liminar deferida, conforme razões juntadas em anexo.

Requer, ainda, seja presente Contraminuta recebida, dispensada a

juntada de instrumento procuratório, dada a incontroversa capacidade deste subscritor em

representar a instituição STJD, sendo processada na forma da legislação processual vigente,

conforme se fundamenta nas razões ora juntadas, declarando, desde já que concorda com o

julgamento virtual do presente agravo, se esta for a prática deste E. TJ.

Com a presente Contraminuta são juntados os seguintes

documentos:

1) Composição do STJD publicada no site da CBHb.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

2) Termos de indicação dos membros do STJD, conforme

determina a lei 9615/98 e o Estatutos da CBHb.

3) Sentença Arbitral

Por fim, requer que as intimações sejam realizadas na pessoa

deste subscritor e Presidente do STJD do Handebol, Dr. CAIO POMPEU MEDAUAR DE SOUZA,

inscrito na OAB/SP sob o n. 162.565, com endereço na cidade de São Paulo – SP, na Rua Lino

Coutinho, 75, ap. 162, bl. 3 – Ipiranga, CEP 04207-000.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, 10 de maio de 2017.

CAIO POMPEU MEDAUAR DE SOUZA

OAB/SP 162.565

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE

Agravo de Instrumento nº: 201700807541

Agravante: MANOEL LUIZ OLIVEIRA

Agravado: CONFEDERACAO BRASILEIRA DE HANDEBOL

Agravado: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (STJD - HANDEBALL)

CONTRAMINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Colenda Câmara,

Exmos. Desembargadores,

Exmo. Desembargador Relator,

A r. decisão de agravada, deve ser mantida por seus próprios

fundamentos, senão vejamos:

1. Breve síntese dos fatos.

1.1. Trata-se de agravo de Instrumento, manejado contra decisão

que indeferiu liminar para sobrestar procedimento arbitral, instaurado perante o STJD da

modalidade handebol, no qual são tecidas graves denúncias, sobretudo a não contabilização de

dívidas vultosas da Confederação (CBHb|) com a Federação Internacional de Handebol.

1.2. Alega o Agravante, que após ter sido eleito Presidente da

Confederação Brasileira de Handebol, a chapa de oposição manejou pedido de Instauração de

Procedimento Arbitral perante o STJD, para o fim de ver impugnada a candidatura do

agravante, e por conseguinte, de sua chapa, sob a alegação de que teriam ocorrido atos de

gestão temerária e falta de prestação de contas adequadas o que tornaria inelegível para

disputar mais uma mandato, juntando documentos e as seguintes matérias jornalísticas dando

conta de irregularidades:

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

Confederac aࡤ Ѻo atrasou bolsas-atletas em mais de um ano e tem suspeita de

superfaturamento em hospedagens.

http://espn.uol.com.br/noticia/662840_confederacao-atrasou-bolsas-

atletas-em-mais-de-um-ano-e-tem-suspeita-de-superfaturamento-em-

hospedagens

Atas e datas de assinaturas indicam fraudes em licitações de R$ 6 milhões

http://espn.uol.com.br/noticia/640503_atas-e-datas-de-assinaturas-

indicam-fraudes-em-licitacoes-de-r-6-milhoes-no-handebol

Sem nenhum empregado, firma que geria projetos organizava festas; veja

gastos http://espn.uol.com.br/noticia/642706_sem-empregados-empresa-

que-geria-projetos-organizava-festas-veja-orcamentos-e-gastos

Auditorias mostram mais de R$ 800 mil sem recibos; cartolas levaram

benesses http://espn.uol.com.br/noticia/640619_auditorias-mostram-

mais-de-r-800-mil-sem-recibos-cartolas-levaram-benesses-olimpicas

CBHb teve pleito com diretor eleito e pediu aumento a técnico pelo título de

outro http://espn.uol.com.br/noticia/641433_cbhb-teve-pleito-com-diretor-

eleito-e-pediu-aumento-a-tecnico-pelo-titulo-de-outro

Após reportagens, procurador pede abertura de inquérito policial contra a

CBHb http://espn.uol.com.br/noticia/647642_apos-reportagem-da-espn-

procurador-pede-abertura-de-inquerito-policial-contra-a-cbhb

Em torneio na mira da Polícia Federal, Confederação deu calote em

cheerleaders http://espn.uol.com.br/noticia/649004_em-mundial-de-

handebol-na-mira-da-policia-federal-cbhb-deu-calote-em-cheerleaders

Atas com indícios de fraudes também foram assinadas por esposa de

presidente http://espn.uol.com.br/noticia/649043_atas-com-indicios-de-

fraudes-tambem-foram-assinadas-por-esposa-de-presidente-da-cbhb

Handebol realizou licitac oࡤ Ѻes com empresa que nem sequer existia, e

vencedor na Ѻo tinha funcionrios

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

http://espn.uol.com.br/noticia/662782_handebol-realizou-licitacoes-com-

empresa-que-nem-sequer-existia-e-vencedor-nao-tinha-funcionarios

1.3. O Agravante, interpôs o presente recurso e o fundamenta, em

apertada síntese, na suposta incompetência do STJD para determinar a inelegibilidade do

Agravante, uma vez que tal situação, em sua opinião, não seria “conflito de ordem associativa

no âmbito da CBHb”, fato este, levado em conta na r. liminar deferida.

1.4. Alega que o trâmite do processo arbitral cria riscos para seu

mandato, e para a estabilidade da CBHb, razão pela qual requereu liminar, primeiramente

indeferida, e posteriormente deferida em juízo de retração pelo relator do presente Agravo,

que decretou o sobrestamento do Processo Arbitral, decisão da qual este STJD não foi intimada

nos termos do CPC.

1.5. O presente agravo merece improvimento, devendo ser a

liminar revogada como se passa a demonstrar.

2. PRELIMINAR DE PERDA DO OBJETO

2.1. Em que pese o sobrestamento do feito determinado pelo

Exmo. Relator, medida que suspende os prazos no processo, até a presente data não houve

qualquer intimação formal da parte de tal decisão, uma vez que este Agravado não se fazia

representado nos autos até a presente data.

2.2. Neste contexto, em 03 de maio de 2017, o Painel arbitral

proferiu sentença arbitral, terminando o processo, não sendo objeto do presente agravo a

suspensão dos efeitos da sentença arbitral, mas sim o sobrestamento do andamento do painel

arbitral.

2.3. A intimação do despacho é ato formal, devendo seguir os

trâmites do Código de Processo Civil, não podendo ser feita simplesmente pela informação de

uma parte a outra. A publicação da liminar, ocorrida por duas vezes nos dias 03 de maio de

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2017 e 04 de maio de 2017 no Diário de Justiça de Sergipe, não continham os advogados da

CBHb, tampouco este representante do STJD, ora agravado.

2.4. Nestes termos, a sentença arbitral não foi proferida em

descumprimento da liminar, uma vez que não havia intimação deste Agravado, muito menos

do Presidente do Painel Arbitral, ou os demais membros, sendo portanto válida e eficaz a r.

decisão do Painel Arbitral.

2.5. Portanto, do ponto de vista específico deste Agravo, não há

procedimento a ser sobrestado ou suspenso, uma vez que o provimento arbitral já foi

prestado, exarando-se uma sentença, não se podendo suspender processo finalizado.

2.6. Ademais, o mandato dos membros do STJD se encerrará até o

final de maio de 2017, motivo pelo qual, qualquer adiamento de tal decisão traria a discussão

da autonomia do painel arbitral em relação ao mandato no STJD.

2.7. Em verdade, o único objetivo do Agravante com o processo e

o presente Agravo era postergar a decisão até o final do mandato dos atuais membros do

STJD, na esperança de poder indicar membros que não tenham a independência dos atuais.

2.8. Note que, mesmo sendo matéria de direito, em que a prova

documental é farta, tanto para a defesa como para os requerentes, o Agravante insistiu em

requerer prova testemunhal, requerendo sucessivos adiamentos da Sessão do Painel Arbitral,

adiamento deferido uma vez, sendo que, mesmo sendo franqueada a utilização de meios

eletrônicos para ouvir as testemunhas, o agravante levou apenas uma testemunha, e

pretendia adiar mais o procedimento arbitral, na esperança de obter a liminar antes da r.

sentença arbitral ser proferida.

2.9. Portanto, o Agravante usou de meios procrastinatórios para

atrasar a sentença do procedimento arbitral, unicamente para tentar o provimento do presente

agravo. E foi além, apesar de discordar da competência do procedimento arbitral, como se

disse ele compareceu nos autos, produziu provas, requereu adiamentos, e apresentou razões

finais escritas.

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2.10. Nunca é demais lembrar que os requerentes do

Procedimento arbitral não foram incluídos no polo passivo do processo principal ou do presente

agravo.

2.11. Assim, deve ser improvido o presente Agravo, pela perda do

objeto do mesmo, e pelo abuso do direito de recorrer.

3. Aplicação do princípio “kompetenz-kompetenz” à

arbitragem esportiva

3.1. Manejar medidas preventivas a impedir a instauração e

julgamento de painel arbitral não encontra respaldo no ordenamento pátrio, sobretudo para as

regras atinentes à arbitragem, onde vige o princípio da “kompetenz-kompetenz”, no qual é

prerrogativa dos árbitros avaliar sua competência diante de compromisso arbitral.

3.2. Tal princípio encontra guarda no inciso VII do artigo 485 do

CPC vigente:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

(...)

VII - acolher a alegação de existência de convenção de

arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua

competência;

3.3. O artigo supra, cumulado com o § 1º. do artigo 3º do mesmo

CPC, e com o parágrafo único do artigo 8º1, artigo 202 e artigo 333 da Lei 9.307/96 (Lei de

1 Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória. 2 Art. 20. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar, após a instituição da arbitragem. § 1º Acolhida a argüição de suspeição ou impedimento, será o árbitro substituído nos termos do art. 16 desta Lei, reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal arbitral, bem como a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão as partes remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa.

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Arbitragem), não deixa dúvida da aplicação de tal princípio para arbitragens no ordenamento

pátrio, podendo a parte que se sentir prejudicada atacar a suposta irregularidade do

compromisso arbitral somente após a sentença arbitral, quando tentar anular a sentença, mas

nunca de forma preventiva, sob pena de se inviabilizar a utilização do meio alternativo e

rápido para a solução do litígio.

3.4. Esse é o entendimento pacífico do E. STJ que assim já decidiu

no REsp 1302900 / MG, de relatoria do Ministro Sidney Benetti:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ARBITRAGEM. ACORDO

OPTANDO PELA ARBITRAGEM HOMOLOGADO EM JUÍZO.

PRETENSÃO ANULATÓRIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ARBITRAL.

INADMISSIBILIDADE DA JUDICIALIZAÇÃO

PREMATURA.(grifei)

1.- Nos termos do artigo 8º, parágrafo único, da Lei de Arbitragem a alegação

de nulidade da cláusula arbitral instituída em Acordo Judicial homologado e,

bem assim, do contrato que a contém, deve ser submetida, em primeiro

lugar, à decisão do próprio árbitro, inadmissível a judicialização prematura

pela via oblíqua do retorno ao Juízo.

2.- Mesmo no caso de o acordo de vontades no qual estabelecida a cláusula

arbitral no caso de haver sido homologado judicialmente, não se admite

prematura ação anulatória diretamente perante o Poder Judiciário, devendo

ser preservada a solução arbitral, sob pena de se abrir caminho para a

frustração do instrumento alternativo de solução da controvérsia.

3.- Extingue-se, sem julgamento do mérito (CPC, art. 267, VII), ação que visa

anular acordo de solução de controvérsias via arbitragem, preservando-se a

jurisdição arbitral consensual para o julgamento das controvérsias entre as

partes, ante a opção das partes pela forma alternativa de jurisdição.

4.- Recurso Especial provido e sentença que julgou extinto o processo

judicial restabelecida.

§ 2º Não sendo acolhida a argüição, terá normal prosseguimento a arbitragem, sem prejuízo de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário competente, quando da eventual propositura da demanda de que trata o art. 33 desta Lei. 3 Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)

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3.5. Basta uma interpretação sistemática com o inciso IV do artigo

1012 do CPC, para constatar que a regra geral determina que não se suspenda os

procedimentos arbitrais, mesmo na pendência de recursos em processos em que se discute a

instalação de painel.

3.6. Portanto, a legislação pátria determina que somente após o

proferimento da sentença arbitral, a parte poderá propor medidas perante o poder judiciário

para discutir a competência do Juízo Arbitral.

3.7. Assim, improcedente o Agravo, devendo o mesmo ser

improvido.

4. Competência do STJD para funcionar como órgão arbitral

4.1. Conforme consta expressamente da inicial, a entidades

desportivas gozam de autonomia reconhecida pela Constituição da República, em seu artigo

217, I4 o qual já se pede expresso prequestionamento.

4.2. Tal autonomia, difere em parte daquela prevista no artigo 5º.

da Carta Magna, mas serve para garantir às entidades sua adesão o princípio da Lex Sportiva,

que significa que para uma mesma modalidade, ou sistema desportivo, há princípios universais

e regras válidas em todos os países do mundo independentemente de edição de leis locais, o

que inclui a utilização da arbitragem esportiva para a resolução de litígios desta natureza.

Neste sentido ensina o festejado jurista Cearense Álvaro de Mello Filho:

4 CF/88 - Seção III - DO DESPORTO Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

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“De outra parte, numa sociedade globalizada, o desporto, tal como direitos

humanos, ecologia, comunicação e espaço aéreo são matérias que refogem a

uma normação exclusivamente nacional, e, por isso mesmo, a lex sportiva

internacionalis não compromete a soberania do País, ou seja, as normas

jurídicas das entidades internacionais são aplicáveis à comunidade

desportiva dos respectivos países filiados, sem que isso implique em infirmar

ou malferir a soberania, do mesmo modo que o direito canônico incide sobre

toda comunidade católica, sem afetar a soberania dos países católicos. Por

sinal, é preciso ter cautela com as tendências daqueles legisladores que,

equivocada e incoerentemente, defendem ser socialmente benéfica e

desejável publicização do desporto, quando em todos os outros setores

constata-se a implementação de uma filosofia oposta, ou seja, a ênfase na

privatização e na desregulamentação. (Melo Filho. 2002).”

4.3. Neste contexto, a lei 9.615/98, Lei Geral sobre Desportos, que

regula a prática desportiva no Brasil, absorve e aceita os conceitos de autonomia das

entidades e de lex sportiva já em seu início:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º. O desporto brasileiro abrange práticas formais e não-

formais e obedece às normas gerais desta Lei, inspirado nos

fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito.

§ 1o A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais

e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada

modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de

administração do desporto.

§ 2o A prática desportiva não-formal é caracterizada pela

liberdade lúdica de seus praticantes.

§ 3o Os direitos e as garantias estabelecidos nesta Lei e

decorrentes dos princípios constitucionais do esporte não

excluem outros oriundos de tratados e acordos internacionais

firmados pela República Federativa do Brasil. (Incluído pela

Medida Provisória nº 718, de 2016)

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CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 2º. O desporto, como direito individual, tem como base os

princípios:

I - da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na

organização da prática desportiva;

II - da autonomia, definido pela faculdade e liberdade de pessoas

físicas e jurídicas organizarem-se para a prática desportiva;

(...)

IX - da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados

desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao

desenvolvimento físico e moral;

(...)

XII - da eficiência, obtido por meio do estímulo à competência

desportiva e administrativa.

Parágrafo único. A exploração e a gestão do desporto profissional

constituem exercício de atividade econômica sujeitando-se,

especificamente, à observância dos princípios: (Incluído pela Lei

nº 10.672, de 2003)

I - da transparência financeira e administrativa; (Incluído pela

Lei nº 10.672, de 2003)

II - da moralidade na gestão desportiva; (Incluído pela Lei nº

10.672, de 2003)

III - da responsabilidade social de seus dirigentes; (Incluído

pela Lei nº 10.672, de 2003)

IV - do tratamento diferenciado em relação ao desporto não

profissional; e (Incluído pela Lei nº 10.672, de 2003)

V - da participação na organização desportiva do País. (Incluído

pela Lei nº 10.672, de 2003)

4.4. Tal contexto normativo é fundamental para entender que as

entidades esportivas tem total autonomia para incluir em seus estatutos cláusulas arbitrais, e

instituir instâncias arbitrais, sendo de todo estranho que o agravante, Presidente da CBHb há

28 anos, e um dos responsáveis pela aprovação do Estatuto vigente, tendo assinado o mesmo,

nege competência arbitral para o STJD.

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4.5. No presente caso, a simples leitura dos Estatutos da CBHb

demonstra que a Assembleia Geral aprovou por unanimidade e com a assinatura e rubrica da

ata, por todos os presentes, cláusula arbitral expressa para a solução de conflitos associativos:

4.6. Portanto, é incontroversa a existência de Cláusula

compromissória para a aceitação da arbitragem esportiva, uma vez que aprovada pela

Assembleia Geral da entidade, com a rubrica específica de todos, nas páginas que contem tais

cláusulas.

4.7. Resta, pois, demonstrado de forma inequívoca a existência de

Cláusula de Compromisso Arbitral, para a instituição de arbitragem esportiva, na qual “§ 2º -

As partes envolvidas com a modalidade em razão deste Estatuto renunciam expressamente

ao direito de buscar a tutela do Poder Judiciário para dirimir os conflitos conforme

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estabelecido no parágrafo anterior sujeitando-se ao que vier a ser decidido pelo Órgão

Arbitral eleito no parágrafo anterior”.

4.8. No caso do procedimento arbitral instaurado, a subsunção

dos fatos à norma é cristalina. O pleito eleitoral visa eleger de forma democrática os

representantes do Handebol do Brasil, sendo que a tanto o Estatuto como a Lei 9615/98

trazem requisitos de elegibilidade para tal pleito, o que inclui o cumprimento das leis e do

estatuto. Ora. A avaliação do cumprimento do estatuto e dos requisitos de elegibilidade é, sem

sombra de dúvidas relação de ordem associativa, afinal, nas eleições os filiados, os clubes e os

representantes de atletas e árbitros elegem seus representantes. Nada mais associativo que

eleger os condutores da “associação”, no caso, a CBHb.

4.9. Nesta esteira, o inciso I do artigo 5º do Estatuto da CBHb,

proposto pelo Agravante e aprovado pela Assembleia Geral, é absolutamente objetivo ao dar

competência para o STJD, através do painel de arbitragem para “dirimir quaisquer conflitos

decorrentes:

I - da interpretação e cumprimento deste estatuto;”

4.10. Conforme constou da sentença arbitral, não há como se

considerar o Agravante inelegível sem que o mesmo não tenha infringido normas estatutárias

ou legais, sendo esta a primeira e principal competência arbitral do STJD no Estatuto.

4.11. Note-se que os órgãos interno de controle, como o conselho

fiscal ou auditorias externas, podem aprovar contas, nas quais não constam dívidas, tal como

alegado na impugnação, e tais contas serem aprovadas pela Assembleia Geral, mesmo

estando irregulares pela falta de contabilização de tais dívidas.

4.12. Não se trata de fenômeno atinente somente ao desporto,

uma vez que se vê inúmeras contas de mandatários públicos, que são aprovadas pro Tribunais

de Contas e pelo Legislativo, mas que estavam eivadas de algum vício ou inconsistência. Daí a

necessidade de uma instância arbitral autônoma, nos moldes do que seguem todas as

entidades desportivas internacionais.

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4.13. Da mesma forma, a atuação da Comissão Eleitoral não

afasta a competência arbitral do STJD, uma vez que tal Comissão tem a atribuição de

conduzir o pleito eleitoral, em todos os aspectos, mas que, especificamente no tocante à

avaliação de denúncias de irregularidades, a referida Comissão se declarou incompetente para

julgar o mérito das denúncias e avaliar se houve ou não descumprimento do estatuto, o que só

reforça a competência do Painel Arbitral do STJD para dirimir questões atinentes ao

cumprimento ou descumprimento dos Estatutos.

4.14. Mesmo a alegada participação da Advogada Sergipana Dra.

Leila, indicada por este Presidente do STJD para compor a comissão eleitoral, não afasta a

competência do STJD, pois a mesma não é membro deste Tribunal desportivo, não tendo

qualquer representação dos mesmo, tendo cumprido seu papel, com zelo, mas sem vincular

qualquer decisão a decisão do Painel instaurado, que tem normas próprias estatutárias para

sua instalação, proferindo decisão colegiada.

4.15. Por outro lado, a Comissão Eleitoral não encontra

regulamentação específica de funcionamento e instauração, o que é definido por Portaria do

Presidente, ora agravante, e que teve sua chapa impugnada. Em outras palavras, não se pode

dar competência absoluta a tal comissão em contraposição ao previsto nos estatutos.

4.16. Já o STJD é formado por membros com notório saber jurídico

desportivo, e segue os requisitos da Lei 9.615/98 e do Estatuto da Confederação.

4.16.1. O Dr. André Menezes Bio, presidente do Painel, tem

especialização em Direito Desportivo pelo IBDD, é membro do Pleno do STJD há 7 anos, é

membro do TJD/SP da modalidade Judô, e ex-atleta de Judô.

4.16.2. A Dra. Mércia Polisel tem especialização em Direito

Desportivo, foi Procuradora de Justiça Desportiva do STJD do Futebol, tendo atuação

destacada em Tribunais Desportivos das Modalidades Handebol, Atletismo, Desporto para

Deficientes Visuais e no Tribunal Disciplinar Paralímpico.

4.16.3. O Dr. Roberto Armelin é Professor de Direito da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, Presidente da Comissão de Direito Desportivo do Instituto

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA (HANDEBOL)

dos Advogados de São Paulo, ex-atleta de handebol, com atuação destacada como advogado e

diretor Jurídico do São Paulo Futebol Clube por mais de uma década.

4.17. Portanto, os membros do STJD encarregados de conduzir e

julgar as denúncias através de procedimento arbitral são pessoas preparadas, com

conhecimento da legislação.

4.18. Outro aspecto fundamental, é que a competência arbitral

atribuída ao STJD, não colide com as decisões precedentes trazidas pelo agravante, pois

tomadas em contextos distintos. O STJD não pode, ex oficio, e sem qualquer previsão ou

cláusula arbitral, funcionar como órgão revisor de decisões.

4.19. Não se pode confundir a competência constitucional da

Justiça Desportiva para decidir questões de disciplina e competição, com outras atribuições

que lhe são conferidas, decorrentes da autonomia das entidades desportivas. Não se trata de

normas baixadas e impostas pela Entidade de Administração como regulamentos e portarias,

mas sim de norma Estatutária, que poderia, inclusive, ter indicado outra entidade ou tribunal

arbitral como competente.

4.20. A lei não impede, de forma alguma, que o STJD funcione

como órgão arbitral, desde que haja cláusula compromissória em seus estatutos. O que a lei

proíbe, é que no âmbito da disciplina e da competição, não poderá ser aplicada legislação

estranha, ou ainda, que não poderá dirimir outros conflitos sem que haja previsão expressa

nos estatutos das entidades.

4.21. Atribuir ao STJD outras funções além das previstas no CBJD,

depende exclusivamente da vontade das partes e dos filiados que, em razão do princípio

constitucional da autonomia da vontade associativa (CF art. 5º, inciso XVIII cc. 217, I),

livremente aprovaram o Estatuto em Assembleia Geral com tal previsão, muito diferente das

decisões juntadas nos autos, em que não havia tais previsões.

4.22. Reitere-se que a arbitragem esportiva é uma realidade em

todo o mundo esportivo, em alinhamento ao princípio da Lex Sportiva, sendo, inclusive,

prevista nos Estatutos da Federação Internacional de Handebol (IHF) em seu artigo 22,

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reconhecendo inclusive o Código do CAS (Court of Arbitration for Sport), como competente

para dirimir questões associativas e aplicável ao presente caso.

4.23. Portanto, sob todos os aspectos é competente o Painel

Arbitral instituído junto ao STJD para decidir a questão.

5. Necessidade de Revogação da Liminar – ausência dos

requisitos para a Tutela de Urgência.

5.1. Em primeiro lugar, nunca é demais reiterar que a legislação

brasileira, e a internacional, reconhecem a arbitragem como meio próprio para a resolução de

litígios, sendo que a norma processual, contida no inciso IV do artigo 1012 do CPC determina,

como regra, que a discussão judicial a cerca de necessidade ou não de instituição de Painel

Arbitral não será processada como efeito suspensivo.

4.2. Ademais, tem-se que a quantidade de denúncias e fatos

imputados a gestão do Agravante demonstram a necessidade de avaliação e decisão célere

sobre a sua elegibilidade, sob pena de se permitir que o mesmo cumpra um mandato, mesmo

sem ter condições legais e estatutária para tal, sob o escudo de liminares e recursos com

efeitos suspensivos.

5.3. Já se demonstrou que, pelo princípio da “Kompetenz-

Kompetenz”, devem as partes aguardar a solução arbitral antes de levar o litígio para o poder

Judiciário, evitando a judicialização precoce do litígio.

5.4. Assim, inexiste fumaça de bom direito, ou eventual

verossimilhança das alegações a permitir se entender por razoável qualquer discussão,

sobretudo pela falta de interesse de agir da parte que não poderia ter proposto a demanda

antes da solução arbitral, assim como pela vasta quantidade de denúncias e situações em que

se deve preservar a entidade CBHb, e de seus estatutos.

5.5. Suspender o feito para aguardar a solução judicial, mostra-se

contrário ao objetivo do instituto da arbitragem, conforme decisão do STJ supramencionada,

pois se pretende uma decisão mais rápida, proferida por árbitro especializado no tema da lide,

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sendo incontroverso que os árbitros que compuseram o painel são especializados em Direito

Desportivo.

5.6. O risco de dano ao agravante é irrelevante diante da dívida

por ele deixada na entidade, e da ausência de um plano de pagamento ou previsão em

assembleia, de modo que, a se permitir o sobrestamento do Processo Arbitral e sua resolução,

perderá tal previsão estatutária sua razão de ser e manterá no cargo, Presidente que não tinha

condições legais de concorrer.

5.7. Os interesses da CBHb e do desporto devem se sobrepor aos

direitos individuais do Agravante, que se mantem a frente da CBHb há 28 anos consecutivos, e

não conseguiu criar novas lideranças. Não pode a entidade ser conduzida por quem não

deveria sequer ter-se candidatado, que poderá, inclusive conduzir a formação da nova

composição do STJD.

5.8. Assim, o risco de dano alegado é fato da vida e mero

aborrecimento, devendo a liminar ser revogada, seja em respeito a norma processual que

determina como regra a validade e andamento do processo arbitral, seja pela total ausência de

6. Das Irregularidades noticiadas e elucidação imperiosa

6.1. No primeiro despacho de indeferimento do efeito suspensivo,

o Desembargador Relator Dr. Ricardo Múcio Santana de A. Lima foi enfático ao ressaltar que

“A paralisação do procedimento, sem a oitiva da parte contrária, como bem ressaltado na

decisão de piso, representará medida precipitada e inequívoco prejuízo às partes, vez que

aquele visa a APURAR SUPOSTAS IRREGULARIDADES NOTICIADAS, CUJA ELUCIDAÇÃO

SE FAZ IMPERIOSA.”

6.2. Pois bem, o painel arbitral fez detida análise das

irregularidades noticiadas e elucidou de forma inequívoca o problema, vazando a decisão nos

seguintes termos, em síntese:

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“No mérito, deve-se avaliar se os fatos e provas trazidas pelo

impugnante são suficientes para caracterizar gestão temerária e

inadimplência na prestação de contas.

Com efeito, o número de denúncias de irregularidades divulgados

pela imprensa é volumoso, e indica que há problemas na gestão

da CBHb. Ressalte-se que sobre tais reportagens (diga-se sérias,

investigativas e produzidas, por renomado e isento órgão de

imprensa) não houve impugnação especifica quanto à forma e

conteúdo, sendo, portanto, plenamente válidas para efeito de

provas.

Note-se que a gestão temerária envolve atos contrários à lei e às

normas da entidade, sem que se tenha análise do dolo ou da

culpa, ao passo que a gestão fraudulenta pressupõe dados

inverídicos ou falsos e intencionais. A doutrina sedimentou o

conceito que a intenção do agente define a aplicação de uma ou

outra hipótese.

O que se espera do administrador de uma entidade que faz a

gestão de recursos de terceiros, muitas vezes públicos (como sói

ocorrer na realidade do desporto nacional) é, minimamente que

atue com zelo e transparência seguindo regras de gestão

impessoais e eficientes, voltadas exclusivamente para o fim

comum da entidade.

No entanto, as dívidas acumuladas pela CBHb, seja com a IHF

(doc. 048, 60 a 62) seja os inúmeros protestos, e o fato de tais

dividas não terem sido lançadas nos balanços da entidade,

demonstram claramente que não houve o cumprimento das

normas de transparência e eficiência determinados pelo estatuto e

pela lei.

Além disso, o Estatuto, no parágrafo único do art. 68, é claro em

proibir que sejam deixadas dívidas para a próxima gestão:

(…)

Como se vê, no lugar de convocar e deliberar em assembleia sobre

as dívidas, o impugnado preferiu não as contabilizar e procrastinar

o pagamento de forma duvidosa, com verbas destinadas aos

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atletas e aos clubes (conforme se infere da prova testemunhal

trazida aos autos pelo impugnado – _doc. 59), tudo de maneira

informal, aparentando que a saúde financeira da Confederação

fosse boa/saudável, o que se comprovou não ser a realidade se

verificada de maneira detida e atenta a questão posta.

Na hipótese, em cumprimento ao disposto no art. 23, II, “d” da Lei

9.615/98, o art. 14, parágrafo único, alínea “d” do Estatuto da

Entidade, determina a inelegibilidade daqueles cuja gestão

patrimonial e financeira se mostre irregular ou temerária:

(…)

Portanto, seja em razão das dívidas evidenciadas, seja em razão

de descumprimento das disposições estatutárias, sobretudo o

parágrafo 1º. do artigo 68, temos em consenso por este Painel

Arbitral por caracterizada a gestão temerária da entidade, sendo,

pois inelegível a chapa HANDBRASIL NOVOS DESAFIOS, dada a

inelegibilidade de seu presidente e, portanto, nulo o registro da

candidatura ao pleito eleitoral.

6.3. Como se denota, o painel arbitral proferiu sentença densa e

fundamentada em provas consistentes, e que merece o doutro juízo também conhecer

porquanto foi também a seu interesse que ocorreu a sugerida elucidação!

7. Pedidos

7.1. Pelo exposto, requer seja revogada a liminar concedida, seja

pela perda do objeto do presente agravo, seja pela comprovada falta de requisitos para a sua

concessão.

7.2. Requer, ademais, seja NEGADO PROVIMENTO ao agravo.

7.3. Requer, por fim, que as intimações sejam realizadas na

pessoa deste subscritor, Caio Pompeu Medauar de Souza, inscrito na OAB/SP sob o n.

162.565, e com endereço na cidade de São Paulo-SP, na Rua Lino Coutinho, 75, apto 162 bl. 3

– CEP 04207-000.

Termos em que,

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pede deferimento. São Paulo, 10 de maio de 2017.

CAIO POMPEU MEDAUAR DE SOUZA OAB/SP 162.565

Protocolo de Envio de Procuração

Enviado para Gabinete Des. Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima

OAB: 162565##SP

Advogado: CAIO POMPEU MEDAUAR DE SOUZA

Nº do Protocolo: 20170511141602955Nº do Processo: 201700807541

Data de Envio: 11/05/2017 02:16 PM

Tipo de documento: Procuração - Vinculação deadvogado ao processo.

Descrição Anexo

Outros documentos 000705_STJD - CBHb -2013 - 2017 -Final composição - Copia.pdf

Outros documentos STJD - Indicacão CBHb 2013.pdf Outros documentos Indicação OAB - 2013.pdf Outros documentos Indicação Clubes - 2013.pdf Outros documentos Indicação atletas - 2013.pdf Outros documentos Indicação arbitros - 2013.pdf Outros documentos O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA-

COMPETÊNCIA NA JURISPRUDÊNCIADO STJ.pdf

Outros documentos 068-sentença-arbitral-STJDhand-02052017-assinado.pdf

Petição Contraminuta-agravo-sergipe10052017 - Assinado.pdf

Outros documentos 055 - Ata da Sessão - 24042017.pdf

Outros documentos 043 - Ata da Sessão do Pleno doSTJD da Modalidade Handebol.pdf

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Recibo Virtual https://www.tjse.jus.br/tjnet/portalInfJuv/protocoloProcuracao.wsp?tm...

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