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SEMINRIO PRESBITERIANO DO NORTEBACHARELADO EM TEOLOGIAEXEGESE EZEQUIEL 36:22-32Luiz Henrique de Souza ArajoT - 3RECIFE2003SEMINRIO PRESBITERIANO DO NORTEBACHARELADO EM TEOLOGIAEXEGESE EZEQUIEL 36:22-32Luiz Henrique de Souza ArajoT - 3Este trabalho foi elaborado para cumprir aexigncia dadisciplina ExegesedosProfticos, lecionado pelo Professor Rev. Jrio Carlos.RECIFE2003SUMRIOIntroduo.................................................................................................................................04I Texto em Hebraico Percope............................................................................................06II Verses.................. ............................................................................................................072.1 Bblia de Genebra 2.2 Bblia de Jerusalm 2.3 Almeida Revista Corrigida edio 1969 III Variantes Textuais ...........................................................................................................11IV Texto Reconstrudo... ......................................................................................................12V Traduo do Texto Reconstrudo .....................................................................................13VI Contexto Histrico ..........................................................................................................14VII Estrutura textual .............................................................................................................16VIII Dados gramaticais................................. ........................................................................19IX Dados lexicais ..................................................................................................................18X Teologia Bblica ................................................................................................................20 Concluso ................................................................................................................................28 Bibliografia........ .................................................................................................................... 29INTRODUOO profeta. Ezequiel, que significa Deus fortalecer , era sacerdote, filho de Buzi. Como tal, pertencia aristocracia de Jeruzalm que, no ano 597 a. C. , foi deportada com Jeoiaquim, para a Babilnia. Morou em Tel Abibe, junto ao canal de Quebar. Ezequiel era marido de uma s mulher e, parece, sem filhos. A sua casa servia de refgio dos ancios deportados, sendo, por isso, ao que parece, pessoa de grande conceito entre o povo. No ano 592 a. C. foi chamado, por um imperativo divino, ao servio proftico. Suas atividades profticas caem, pois, em dois importantes perodos, divididos pela queda de Jeruzalm em 586 a. C. . De 592 a 586 foi exclusivamente pregador do arrependimento, em discursos e aes simblicas, nas quais descreveu a situao da santa cidade. Em 587, sua esposa morreu. De 586 a 570, foi um consolador e reformador, contemplando o perodo da restaurao. A sua ltima profecia data de 570. Ezequiel era sacerdote e, como poucos outros, pde sentir a perda do templo de Jeruzalm, no qual estava acostumado a servir ao Senhor. Sua viso inicial deixou marca indelvel em seu esprito. A santidade e a glria de Deus permearam a vida de um profeta que tinha visto, mas no podia descrever o que vira. O mais que podia fazer era tentar descrever o que tinha visto. Amando a palavra de Deus, determinadamente executou o mandamento divino, hesitando apenas uma vez, quando foi forado a comer coisa contaminada. Ezequiel viu, com perfeio, a responsabilidade moral de cada homem perante Deus e o terrvel dever do profeta de Deus, porque a mo do Senhor estava sobre ele. Conhecido como o pai do judasmo, ajudou na reorganizao das antigas leis para a conduta do culto no templo depois do cativeiro. Como mstico, a sua linguagem muita vez de sentido difcil e, na interpretao das suas vises, requer-se muita pacincia e cuidado com os mnimos detalhes, sem se descer a uma interpretao literal.Ezequiel era um novo tipo de profeta. Profeta de yahweh em terra estranha. Dependendo unicamente de Deus, tornou-se capaz de discernir com maior clareza a prxima condenao do pas e pde refletir mais calmamente sobre o sentido de tal propsito. Portanto, a sua convico da necessidade do cativeiro era muito forte. Sempre foi escritor. verdade que no teve, na corte real, lugares de destaque, como tiveram Isaas e Jeremias, onde pudesse produzir as suas obras, mas assim mesmo foi um dos maiores artistas literrios do mundo antigo. Foi ainda mais do que homem de letras. Foi especialmente um arquiteto espiritual era sua tarefa reunir e preservar as grandes doutrinas profticas de seus predecessores, estimular a esperana na volta dos cativos e organizar em novas formas de religio e vida a restaurada comunidade israelita. I. TEXTO - PERCOPE Ezequiel 36:22-32 ) : & & ( ) { ( : ) )1 ) . ) : & : ) 2 2; { { ) ) { { : ) : { : { ) . ) { ' ( : | { : { : ) { : . : ) : 2 3{ : ) : { { : ) : 2 4 ; { ( : { : : ) { ) 2 { : : + { : + { { ( : | 2 5 ; { : : 1 Num manuscrito medieval, Sptuaginta foi reconstruda a palavra e adicionada//2 a-aEm alguns manuscritos medievais, da Sptuaginta, foi reconstruda a palavra e adicionada//bEm alguns manuscritos medievais everses modernas trazem{ //cEmalguns manuscritos medievais everses modernas trazem { -//) ) { : ) ) ) 3 { : : : ) { | 2 6 ; { : ) + ) { { ) : + . & ( { : : : ) ) 2 7 ; & { | { : & : ) ) ' { ) | ) ) { : 2 8 ; { & ( : : + : : ) ) ) { ) : + { : ) : ( 2 9 ; { ) { : ) ) 4{ ( : { : > : ( : ) : 3 0 ; ( { ( ) ) ) : )3 No targum (texto aramaico) alguns manuscritos medievais, verso seraca trazem / /4 No targum (texto aramaico) poucos manuscritos medievais trazem ) //{ : ( { ( { : ) { : 3 1 ; { ( : ( : ) ) ` (. : ; { ( ( { ( ( ] { : { + { + ) ); ) : & { : : { ( | )5 { ) . & ( ) { ( : ) 3 25 Sptuaginta, foi reconstruda a palavra e adicionada//II VERSES2.1 Bblia de Genebra22Dize, portanto, casade Israel: Assim diz o Senhor Deus: No por amor de vs que eu fao isto, casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as naes para onde fostes. 23Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as naes, o qual profanastesnomeiodelas; asnaessaberoqueeusouoSenhor, dizo Senhor Deus, quando eu vindicar a minha santidade perante elas.24Tomar-vos-ei de entre as naes, e vos congregarei de todos os pases, e vos trarei para a vossa terra.25Ento,aspergirei gua pura sobre vs, e ficareis purificados; de todas as vossas imundcias e de todos os vossos dolos vos purificarei. 26Dar-vos-ei coraonovoeporei dentrodevsespritonovo; tirarei devso corao de pedra e vos darei corao de carne.27Porei dentro de vs o meu Esprito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juzos e os observeis.28Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vs sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus. 29Livrar-vos-ei de todas as vossas imundcias; farei vir o trigo, e o multiplicarei, e no trarei fome sobre vs.30Multiplicarei o fruto das rvores e a novidade do campo, para que jamais recebais o oprbrio da fome entre as naes.31Ento, voslembrareis dosvossosmauscaminhos edosvossosfeitosqueno forambons;tereisnojodevsmesmosporcausadasvossasiniqidadesedas vossas abominaes. 32No por amor de vs, fique bem entendido, que eu fao isto, diz o Senhor Deus. Envergonhai-vos e confundi-vos por causa dos vossos caminhos, casa de Israel.2.2 Bblia de Jerusalm22 Por isso dirs casa de Israel: Assim diz o Senhor Iahweh: No em considerao a vs que estou agindo assim, casa de Israel, mas sim por causa do meu santo nome, que vs profanastes entre as naes para as quais vos dirigistes,23 Santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as naes, no meio das quais vs o profanastes, e sabero as naes que eu sou Iahweh orculo do Senhor Iahweh quando eu for santificado em vs aos seus olhos,24 quando eu vos tomar dentre as naes e vos reunir de todas as terras, reconduzindo-vos vossa terra, 25 Borrifarei gua sobre vs e ficareis puros; sim, purificar-vos-ei de todas as vossas imundcies e de todos os vossos dolos imundos, 26Dar-vos-ei um corao novo, porei no vosso ntimo um esprito novo, tirarei do vosso peito o corao de pedra e vos darei um corao carne, 27 Porei no vosso ntimo o meu esprito e farei com que andeis de acordo com os meus estatutos e guardeis as minhas normas e as pratiqueis. 28 Ento habitareis na terra que dei a vossos pais: sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus;29 libertar-vos-ei de todas as vossas impurezas. Chamarei o trigo e o multiplicarei e j no vos entregarei fome. 30 Multiplicarei os frutos das rvores e o produto do campo, a fim de no voltardes a sofrer o oprbrio da fome entre as naes.31 Ento vos lembrareis dos vossos maus caminhos e das vossas aes que no eram boas e sentireis asco (nojo) de vs mesmos em virtude das vossas maldades e abominaes, 32 Agirei assim, no por considerao para convosco orculo do Senhor Iahweh sabei-o bem e envergonhai-vos. Deveis sentir pejo (vergonha) do vosso mau caminho, casa de Israel.2.3 Almeida Revista Corrigida edio 196922Dize portanto casa de Israel: Assim diz o Senhor Jeov: No por vosso respeito que eu fao isto, casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanaste entre as naes para onde vs fostes.23E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as naes, o qual profanastes no meio delas; e as naes sabero que eu sou o Senhor, diz o Senhor Jeov, quando eu for santificado aos seus olhos. 24E vos tomarei dentre as naes, e vos congregarei de todos os pases, e vos trarei para a vossa terra. 25Entoespalharei gua pura sobre vs, e ficareis purificados: de todas asvossas imundcias e de todos os vossos dolos vos purificarei.26E vos darei um corao novo, e porei dentro de vs um esprito novo; e tirarei o corao de pedra da vossa carne, e vos darei um corao de carne. 27Eporei dentrodevsomeu esprito, e fareiqueandeis nosmeus estatutos, e guardeis os meus juzos, e os observeis.28E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vs me sereis por povo, e eu vos serei por Senhor.29E vos livrarei de todas as vossas imundcias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e no trarei fome sobre vs.30E multiplicarei o fruto das rvores, e a novidade do campo, para que nunca mais recebais o oprbrio da fome entre as naes.31Entovoslembrareisdosvossosmauscaminhos, edosvossosfeitos, queno forambons: etereis nojoemvs mesmos das vossas maldades edas vossas abominaes.32No por amor de vs que eu fao isto, diz o Senhor Jeov; notrio vos seja:envergonhai-vos, e confundi-vos pelos vossos caminhos, casa de Israel.III. VARIANTES TEXTUAIS22a: Provavelmentereconstrudaeadicionada, apalavraAdonai estausenteemalguns manuscritos medievais e na LXX.23 a-a: Provavelmente acrescentado. Este texto est ausente em muitos manuscritos medievais e na LXX.b: Alguns manuscritos medievais e verses modernas trazem { .c: Alguns manuscritos medievais e verses modernas trazem { .24a: Notextoaramaico, emalgunsmanuscritosmedievais, enaversosiraca, trazema palavra .28 a:No texto aramaico e em poucos manuscritos medievais trazem a palavra ) 32 a: Provavelmente reconstruda e acrescentada na LXX.IV.TEXTO RECONSTRUIDO 22 Eu prefiro mant-la no texto por se tratar de uma expresso muito usada por Ezequiel em todo o seu Livro. 23 Eu prefiro mant-la, pois se harmoniza com o contexto do livro. 24 Eu prefiro no modifica-la, pois no causa prejuzo ao texto. 28 Eu no vejo problema em assumir a expresso, pois se trata de um pronome pessoal, que no causa prejuzo algum ao texto. 32 Eu prefiro mant-la no texto mesmo se tratando de uma palavra adicionada, e porser uma expresso usada em todo o livro de Ezequiel.V. TRADUO DO TEXTO RECONSTRUDO22- Dize, portanto casa de Israel: Assimdiz o Senhor Yahweh: No em considerao a vs que estou agindo assim, casa de Israel, mas sim por causa do meu santo nome, que vs profanastes entre as naes para as quais vos dirigistes,23- Vindicarei a santidade do meu grande nome, que foi profanado entre as naes, no meio das quais vs o profanastes, e sabero as naes que eu sou Yahweh diz o Senhor Yahweh quando eu for santificado em vs perante vossos olhos,24-Tomar-vos-ei de entre as naes, e vos reunirei de todas as terras, reconduzindo-vos vossa terra, 25- Ento aspergirei gua sobre vs e ficareis puros; sim, purificar-vos-ei de todas as vossas imundcies e de todos os vossos dolos imundos,26- Dar-vos-ei um corao novo, porei no vosso ntimo um esprito novo, tirarei do vosso peito o corao de pedra e vos darei um corao carne,27- Porei dentro de vs o meu esprito e farei com que andeis de acordo com os meus estatutos e guardareis os meus juzos e os observeis. 28- Habitareis na terra que dei a vossos pais: sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus;29- Livrar-vos-ei de todas as vossas impurezas. Chamarei o trigo e o multiplicarei e j no vos entregarei fome. 30- Multiplicarei os frutos das rvores e o produto do campo, a fim de no voltardes a sofrer o oprbrio da fome entre as naes. 31- Ento, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e das vossas aes que no eram boas e sentireis nojo de vs mesmos em virtude das vossas maldades e abominaes, 32- No por amor de vs que fao isto, diz o Senhor Yahweh. Envergonhai-vos e confundi-vos por causa do vosso mau caminho, casa de Israel. CONTEXTO HISTRICOOprimeiroperododavidadeEzequiel testemunhouofimdodomniodoimprio Assrio, um breve perodo interino da influncia egpcia nos negcios de Jud, e depois, o crescente controle dos reis da Babilnia sobre a poltica do oriente prximo. Os reis de Jud em cujo reinado Ezequiel viveu foram:

Josias640 609 a.C.Jeoacaz 609 a.C.Jeoaquim 609 597 a.C.Joaquim597 a.CZedequias 597 587 a.C. Ezequiel foi profeta do cativeiro. Foi levado para a Babilnia em 597 a.C, 11 anos antes de Jeruzalm ser destruda.O cativeiro Assrio de Israel dera-se 120 anos antes:732 a.C. A Galilia e todo o norte e leste de Israel, por Tiglate Pileser.722 a.C. Samaria e o resto de Israel, por Sargo.701 a.C. 200.000 habitantes de Jud, por Senaqueribe. O cativeiro Babilnico de Jud foi consumado:605 a.C. Alguns cativos levados a Babilnia, inclusive Daniel.597 a.C. Mais cativos levados Babilnia, inclusive Ezequiel.587 a.C. Jeruzalm incendiada. O cativeiro durou 70 anos, 605 538 a.C. de 597 a.C. at pelo menos 570 a.C. Ezequielesteve l. Ezequiel e Daniel Daniel fazia 9 anos que estava na Babilnia, quando Ezequiel chegou, e j havia alcanado grande fama, 15: 14 20. Daniel no palcio; Ezequiel no campo.Ezequiel e Jeremias Ambos eram sacerdotes, sendo Jeremias mais velho. Ezequiel pode ter sido seu discpulo. Ezequiel pregava entre os exilados o mesmo que jeremias anunciava em Jeruzalm: a certeza do castigo de Jud, devido aos seus pecados.A cronologia de Ezequiel Ezequiel sem igual entre os profetas do Velho Testamento pela sua seqncia ordeira de datas pra muitos dos seus orculos. Estas datas podem ser alistadas no seguinte quadro.Referncia Evento descritoData de EzequielData pelo calendrio JulianoDia ms ano Dia msano 1:1 A chamada de Ezequiel5 4 30 31jul5931:2 A chamada de Ezequiel5(4)531jul 5938:1 A viso da idolatria em Jeruzalm 5 6 6 17set 59220:1 A delegao dos ancios10 5 79ago 59124:1 Comea o cerco10 10 915jan 58826:1 Orculo contra Tiro1(11) 1112 fev58629:1 Orculo contra o Egito 12 10 10 7 jan 587 29:17 Do Tiro para o Egito1 12726 abr 58130:20 O brao quebrado do Fara7 1 11 29 abr 587 31:1 Orculo contra o Fara 1 3 11 21 jan 58732:1 Lamentao sobre o Fara 11 1212 3 mar 58532:17 O Fara no Seol 15 (12) 12 17 mar585 33:21 A cidade caiu 5 1012 8jan585 ( ou melhor) ( 5 1011 ) 8jan58540:1 Viso da nova Jeruzalm10 1 25 28abr573 As datas entre parntese so aquelas que foram supostas no comentrio onde o TM no explcito, ou onde ocorrem variantes. VII. ESTRUTURA TEXTUALESTRUTURA TEXTUALSENTENA DO VERSOI. Ezequiel recebe ordem para falar 22 II. Frmula proftica 22 III. Motivo da profecia 22 A. Causa da ao de Deus1. Santificar o Nome do Senhor 22 2. Profanado entre as naes 22 IV. Razo da ao de Deus 23 1. Santificar o nome de Deus 23 2. As naes sabero que Sou Deus 23 3. Tomar o povo dentre as naes 24 4. Reunir o povo na terra de seus pais 24 V. Ato simblico de Deus para o povo 1. Aspergir gua25 VI. Resultados a ser alcanados 1. Ficareis puros 25 2. Recebereis corao novo 26 3. Recebereis esprito novo 26 4. Recebereis corao de carne 26 5. Andareis nos estatutos 27 6. Guardareis e praticareis os juzos 27 7. Habitareis na terra prometida 28 8. Sereis o meu povo 28 9. Serei o vosso Deus 28 10. Libertos do cativeiro29 11. O povo no ter mais fome 29 12. Multiplicarei o produto do campo 29 VII. Objetivo a ser cumprido 1. Lembrar do prprios erros 31 2. Sentir nojo 31 3. Sentir vergonha dos seus maus caminhos 32 VIII. DADOS GRAMATICAIS Palavra Raiz Anlise Gramatical Traduo6 : Verbo nifal, construto, 1 pessoa, comum, singular santidade + ) +Verbo piel, 1 pessoa, singular, imperfeito purificarei Substantivo comum, masculino, plural naes Verbo kal, masculino, plural, imperativo envergonhai6 Larry A Mitchel, Pequeno Dicionrio de Lnguas Bblicas, editora Vida Nova, So Paulo.IX. DADOS LEXICAIS (Santo Santidade) O verbo tem a conotao de estado daquilo que pertence esfera do que sagrado. Distingue-se do que comum ou profano. Sendo verbo piel, tem aidiadoatopeloqualseefetuaessadistino. umverbodenominativo, prpriopara denominar ou nomear.No piel a palavra usada na maioria das vezes para designar o ato de consagrao. Em xodo 19:23 a consagrao do monte Sinai, mediante o estabelecimento de limites ao seu redor, serviu para manter distncia tudo o que poderia ter profanado a santa presenadeDeus. Asconotaes ticas do conceito de santidade tm seu fundamento nas proibies de misturar os domnios do sagrado e do profano (Lv 22:32). + (Purificar) O verbo eseusderivadosso, na maioria das vezes, usados para indicar a purificao necessria para restaurar algum que ficou impuro a uma condio de pureza, de maneira que essa pessoa possa participar das atividades rituais (Lv 22.4-7).Nenhuma pessoa tem condies de alcanar a verdadeira pureza por si mesma. Apenas Deus pode purificar. O Senhor promete purificar em vrias passagens fundamentais de Ezequiel 36:25, 33; 37:23. (corao)Todooespectrodeemoesatribudoaocorao. Exemplos de emoes positivas so: o corao de Ana regozijou-se (I Sm 2:1), como deve acontecer com os coraes daqueles que buscam ao Senhor (I Cr 16:10); o amor pode estar centralizadonocorao, comoquandoDalila queixou-sedeque o corao de Sanso no estava com ela (Jz 16:15); Absalo conquistou para si a lealdade da nao hebria ao roubar o corao do povo (2 Sm 15:6); a empolgao da notcia de que Jos estava vivo fez o corao de Jac desfalecer (Gn 45:26); a idia de consolar ou apoiar central na expresso idiomtica falar ao corao (Gn 34:3; Is 40:2).A funo de pensamento pode ser atribuda ao corao. Sabedoria e entendimento tm origem no corao. O corao sbio (I Rs 3:12; EP,mente sbia) e o corao do sbio (Pv16:23)somencionados. Essa expresso idiomtica possui uma intensidade tal que se tornavirtualmenteumsinnimodeidiascomomente(2Cr9:23, pm)ousenso(Pv 11:12, ARA). Ocoraoagecompercepoediscernimentodasituaocomoquandoo corao de Eliseu (i.e., a natureza perspicaz de Eliseu; ARA, corao) acompanhou Geazi (2 Rs 5:26). Na condio de centro, do pensamento e do intelecto, o corao pode ser iludido (Is 44:20; PIE, mente). O corao o centro da vontade.{ ( (povo) No AT freqentemente se usa a palavra 'am num sentido genricoemrefernciaaumgrupodepessoasquemaiordoqueumatriboouclmas menos numeroso do que uma raa. Quando a referncia a um grande grupo, sem indicao algumade caractersticaourelacionamento especfico,os tradutores tm,em determinados casos, traduzido acertadamente 'am por pessoas. Nas pores aramaicas de Esdras e Daniel ovocbulo, comapenasduasexcees, sempreusadocomessesentidogeral(Ed7:13; 7:16). Entretanto, 'amempregadopredominantementeparaexpressarduascaractersticas bsicas dos homens em um grupo: 1) relacionamentos mantidos dentro do grupo ou com ele; e 2) a unidade do grupo. (vergonha) O sentido primeiro desta raiz "cair em desgraa, normalmente por meio de um fracasso, quer de si mesmo, quer de algo em que se confiava". Secontadocomosseusderivados, otermoocorre 155 vezes, todas,exceto 25 delas, nos profetas e em Salmos. Nada menos de 38 ocorrncias so encontradas em Jeremias e 20 em Isaas. Apalavramuitasvezescorrespondekulam, serhumilhado, edemaneiramenos freqente com htat, ser destrudo, aterrorizado. Conforme sugerem estes paralelos, a fora de bsh est emcontraste, emparte, como sentido principal da expresso ficar envergonhado em portugus. Em nossa lngua a nfase est na atitude interna, no estado da mente, enquantonohebraicoosentidovir vergonha, oqueenfatizaosentidode desgraa pblica, um estado fsico. Da mesma maneira, em acadiano o grau G desta raiz tem o sentido de vir vergonha e o grau D, de deixar envergonhado.X. TEOLOGIA BBLICAEzequiel seguiu os acontecimentos de ordem poltica como todos os seus predecessores, com um interesse vigilante. A Assria havia desaparecido da cena poltica (Ez 32:22). A Palestina se encontrava na poca na zona de influncia de duas grandes potncias: Babilnia e Egito. Seriamente ameaada pela primeira, Jud buscou ajuda junto segunda, o quelhetrouxegravesdecepes (Ez17:1;30:20).Emseguida,o profetav aproximar-se Nabucodonosor (Ez 21:23). Inicialmente o grande rei se ocupa de Tiro, sobre a qual Ezequiel est muito bem informado (Ez 26 a 28). Depois o Babilnio se dirige em direo de Jud e de Jerusalm; um mensageiro anuncia aos exilados que esta foi tomada (Ez 33:21). O profeta tem tambm conhecimento da atitude hostil dos povos vizinhos menores: os amonitas (Ez 25:2) e osedomitas(Ez25:12). Nodeadmirar queEzequiel estivesseapardetudooquese passava na me-ptria, inclusive dos detalhes: oquesempre acontece nos grupos de exilados. Mas ohorizonteespiritual destehomemeradumaextensoforadocomuma respeito dos conhecimentos e da cultura.Ser necessriofalar mais detalhadamente sobre seuconhecimentodas tradies relativas histria dasalvaoesobreodireitosagrado; istofazia parte da esferade conhecimento de sua profisso de sacerdote. Mas, de passagem, fez uma observao impressionante sobre a situao tnica da Jerusalm antiga: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus; teu pai era amorreu, e tua me hetia (Ez 16:3); esta dupla origem corresponde exatamente situao histrica de Jerusalm antes de Davi: populao canania e classe dirigente hetia7. Ao lado destes conhecimentos histricos, constatamos que Ezequiel estava tambm familiarizado, muito alm do que acontecia normalmente nesta poca, com todos os tipos de elementos tradicionais sados da mitologia ou da legenda (sobre o homem original: Ez 28:11; sobre a criana encontrada: Ez 16:1; sobre a rvore milagrosa: Ez1:1). Parautilizar estesmateriais, incorpor-lossuapregaoefundi-loscomoutros 7 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 1974elementos completamente heterogneos, era preciso que Ezequiel fosse dotado duma capacidade de elaborao intelectual pouco comum. Se acrescentarmos que Ezequiel est a pardosdetalhestcnicosdaconstruodumbarcocomodaorigemexticadosmateriais necessriosparaisto(Ez27:1)aimagemqueformamosdumhomemquenosomente possui vasta cultura, mas tambm grande capacidade de criao intelectual.Ezequiel deviaser umhomemnoqual sedisputavamsentimentos completamente opostos. Sua frieza e sua dureza, de que falam todos os exegetas, produzem uma impresso de grandeza e de inacessibilidade. Mas seria completamente falso imaginar Ezequiel como um juizindiferentedasfaltas desuapoca; nestehomem, comefeito, ardiaumzelopouco comum, no somente por Jav, mas tambm por Israel. Extraordinrio e cativante nele que se aplica reflexo racional ao lado das vises e das inspiraes. Nenhum outro profeta sente necessidade to imperiosa de levar at o fim o exame dum problema e de esclarec-lo at as suas ltimas conseqncias; numa palavra: Ezequiel no somente um profeta, mas tambm um telogo.Precisava estar revestido deste duplo ministrio,porque tinha diante dele uma geraoexigenteerebelde, quenosecontentavaapenascommensagensprofticas, mas exigia respostas exatas. Ezequiel deve a tradio sacerdotal sua imagemhistrica das origens de Israel. TambmelerecorreuhistriaparamostrarqueIsrael estavaperdidoecorrompidopelo pecado. Portrsvezesbaseouamplamentesuasacusaesnahistria(Ez16,20e23). O captulo 20, que recapitula a histria desde a primeira eleio at a entrada na terra prometida, particularmenteinteressante, porque, oprofetasegueaqui umesquemadahistriada salvao herdado do passado, muito conhecido e desde h muito fixado na tradio, mas que, por outra parte, imprime uma tonalidade totalmente nova aos dados tradicionais, interpretando-os edispondo-os dumaformaeminentemente pessoal. Aeleio, isto, o comeo da histria das relaes de Israel com Jav, deu-se no Egito, quando Jav revelou seu nome e instituiu o primeiro mandamento. Mas j aqui encontramos traos novos na viso da histria; o povo de Jav ainda no Egito desobedeceu revelao; no se separou dos cultos do pas; pouco faltou para que Jav o rejeitasse desde ento (v. 5-10)! Depois h uma segunda fase: Jav d a conhecer seus mandamentos segunda gerao, mas, tambm desta vez, no obedecido (v. 15-17). Na quarta e ltima fase, Jav deu a seu povo estatutos que no eram bons, sobretudo o estatuto que exigia a oferta dos primognitos masculinos, pelo qual Israel iria manchar-se diante de Deus (v. 18-26). Anarrativahistricaacabaaqui; Ezequiel atingiumaisoumenosopontoqueos resumostradicionaisdefinemcomoatomadadepossedopas8. Nopodemosdizer com certeza a respeito de cada detalhe se o profeta o encontrou ou no na tradio, mas no h dvida de que esta forma de apresentar a histria da salvao como uma srie de fracassos e de castigos divinos obra exclusiva de Ezequiel. O que o profeta tirou da tradio venervel monstruoso; adependncia paracomatradiosemisturaparadoxalmente comamais audaciosa liberdade na interpretao. Para Ezequiel, a histria da salvao se decompe em quatrofases, contandocadaumadelas quatrotempos (1. Javserevela; 2. opovolhe desobedece; 3. Jav se irrita; 4. Ele perdoa ao povo). fcil ver que o profeta trabalha com materiais tradicionais que nolhe fornecemexatamente oque procura. Isto verdade, sobretudo, da passagem relativa aos estatutos que no so bons; a liberdade de interpretao inspiroua aoprofetaumcaminhoextremamenteousado9. Ezequiel fezentrar foraos materiais tradicionais num esquema estranho: Jav deve sempre pr um freio em sua clera, afimdequeseunomenoseja profanado diante das naes (Ez 20:9, 14, 22).Astrs primeiras fases da histria terminam com efeito com a afirmao de que Jav, por piedade para com seu povo, acalmou sua clera e continuou a marchar diante de seu povo.Ezequiel segue portanto, sob formas novas, a misso dos antigos profetas; revelar o pecado. Talvez com mais insistncia do que seus predecessores, procura mostrar que o pecado reina totalmente sobre o homem. Suas percopes tm por finalidade mostrar que no se trata 8 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 19749 William S. Lasor, Introduo ao Antigo Testamento, editora Vida Nova, So Paulo, 1999apenas de transgresses isoladas, nem mesmo da falha duma gerao, mas duma incapacidade fundamental deobedecer, dumaresistnciaaDeussurgidadesdeodiaemqueIsrael foi chamado existncia. Ezequiel diz a mesma coisa tanto do comeo quanto do fim: o que torna to montona sua forma de apresentar a histria; no h diferenas, no h momentos de tenso, a situao sempre a mesma, em todas as pocas da vida de Israel. Mas agora Jav pe fim a este estado de coisas, ele retira seu plano histrico. Um acontecimento catastrfico para a histria da salvao, mas ao mesmo tempo grandioso, mostra a seriedade desta deciso que Jav acabou por tomar: o profeta v a glria de Deus, esta forma misteriosa da presena de Jav em Israel, deixar o templo com grande pompa e se dirigir para o oriente (Ez 10:18; 11:22).Depois de ter visto isto, poder-se-ia pensar que a misso de Ezequiel, por mais rdua que fosse, era finalmente simples, pois se tratava de revelar ao povo seu estado de perdio. Masdescobrimosaqui, comgrandesurpresa, queafunodoprofetamuitocomplexa. Ezequiel,mais do que os outros profetas, recebeu a misso de se pr na situao religiosa particular de seus ouvintes, o que supunha de sua parte uma grande maleabilidade intelectual. Sua vocao de profeta comportava de certa forma uma clusula suplementar, em virtude da qualsuafunoeraampliadanumsentidoparticular: nomeadosentinelaparaacasade Israel10. Sua misso pormmodificada no, sentidode que notemsimplesmente de transmitir uma palavra de Deus, mas tambm, depois de ter recebido uma mensagem de desgraa, de advertir os habitantes, como um vigia sobre os muros da cidade, quando o perigo ameaa. Mas a comparao com a sentinela deixa a desejar justamente sobre o ponto mais importante: a misso da sentinela simples, consiste em advertir contra o inimigo. No caso do profeta, a misso mais complexa, quase contraditria, pelo fato de que o perigo vem de Jav que quer que seu povo seja advertido do perigo, para o salvar! O profeta recebe ento aqui uma segunda tarefa a cumprir, antes de transmitir sua mensagem, tarefa que d ainda a seus 10 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 1974ouvintes uma possibilidade de volta. Se o profeta negligencia de advertir o mpio,este morrer;mas Jav pedir ao profeta contas de seu sangue. No se percebe imediatamente, pela simples leitura de Ez 33:1-9 (3:16b-21), que atividades particulares inclua o ministrio desentinela. Encontram-sepormnatradiodoisexemplosbastantedesenvolvidosdesta funo particular confiada ao profeta, onde se v claramente como concebia este ministrio.No captulo 18, Ezequiel lida com pessoas que sofrem por causa do carter impessoal dodestinoqueDeusimpeaohomem, eprotestamcontraaantigaconcepocoletivista segundo a qual as geraes formam um vasto organismo ao qual o prprio Deus trata como um todo. Contestam o direito de Deus de punir por causa do pecado dos pais. O profeta reflete sobreestesproblemascomeleserespondesobjeesafirmandoquetodavidadepende imediatamente de Deus. A impiedade do pai no impede ao filho de se aproximar de Jav, comoofilhompionoaproveitadajustiadeseupai. Mesmonointerior davidadum indivduo no hcompensao;Jav no elabora contas de perdas e lucros da vida dum homem; ompiotemsempreapossibilidadedevoltar aJav, e, seofaz, nosermais esmagado pelo peso de sua impiedade passada11. O outro texto (Ez 14:22) tem tambm como pontodepartidaquestesrelativas f que preocupavam as pessoas quando pensavamna inevitvel catstrofequeiriacair sobreJerusalm. Aquestosecolocaemoutrosentido: como o homem poupado por Deus poder salvar tambm seus filhos do desastre? Os profetas da poca clssica dirigiam suas mensagens a Israel, ou eventualmente a grupos particulares do povo, isto , a um vasto pblico, deixando aos indivduos o cuidado de tomar aquilo que lhes concernia pessoalmente. Mesmo Jeremias, que dava ateno s diferenasindividuais, agiudestaforma. SomentecomEzequiel quemudamascoisas. Podemosdesignarestenovocampodeatividade, ondeelefoioprimeiroapenetrar, pela expresso cura de almas, que corresponde ao termo neotestamentrio de paraclese12. As palavras de encorajamento, os discursos de advertncia e de consolao descrevem muito bem 11 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 197412 Werner H. Schmidt, Introduo ao Antigo Testamento, editora Sinodal, SP, 1994.este aspecto do ministrio de Ezequiel; porque as explicaes doprofeta notmpor finalidade responder a uma necessidade terica, dirigem-se vontade do homem, e terminam s vezes numapelo muitopessoal (Ez 18:30; 33:11). Esta atividade de cura de almas pressupe a emancipao doindivduo, emancipao que tomouformas particularmente agressivasnofimdapocareal13. Somentequandoumageraotomaconscinciadeser distinta da de seus pais, e quando a questo da relao entre Jav e o indivduo posta com uma clareza desconhecida at ento, o profeta, pela primeira vez, se interessa pelo indivduo, seus problemas e sua situao pessoal diante de Deus.Ezequiel esforou-se particularmente em afastar as seguranas religiosas ocultas e as justias emprestadas nas quais o homem se confiava. O individualismo moderno lhe foi til neste esforo, porque o ajudou a confrontar o homem com o Deus vivo. Mas o que sustentava toda sua atividade de cura d'almas e a dirigia, era esta palavra real de Jav: To certo como vivo,notenhoprazernamorte do perverso, mas em que o perverso se converta deseu caminho, e viva (Ez 33:11) .Na profecia clssica, as predies de desgraa se aproximamsemtransio das predies de salvao. Em Ezequiel o contraste no mais to chocante, porque ele j falava da possibilidade de ser salvo antes da queda de Jerusalm. Foi sobretudo seu individualismo teolgico que deu sua pregao uma forma muito mais malavel, fazendo depender a sorte do homem em grande parte de sua deciso por ou contra Jav. Assim, a passagem da perdio salvao parece se fazer duma forma bem mais clara e mais lgica: aqueles que recebem a salvaosoosqueseapegaramaJav, soosquegememequechoramportodasas prticas abominveis que se cometem em Jerusalm (Ez 9:4), ou, a rigor, aqueles que ainda se converteram na ltima hora ao apelo do profeta. O fato de que Ezequiel concebe s vezes expressamente o julgamento como um ato de purificao (Ez 20:37; 22:17; 24:11) parece ir ao encontro desta afirmao. 13 Clyde T. Francisco, Introduo ao Velho Testamento, editora Jurep, 1995MasnemtudoclaronoraciocnioreligiosodeEzequiel. Pelocontrrio, pode-se dizer quenenhumoutroprofetamarcou toprofundamente e formulou to radicalmenteo abismo entre a perdio e a salvao. A glria de Deus, que protegia o povo, ostensivamentedeixouotemplo(Ez11:22); Israel morreunosentidoplenodotermo(Ez 37:1). Tais soos acontecimentos teologicamente decisivos que separama perdioda salvao, napticadoprofeta. Apsisto, aesperanadever avidadeIsrael logomais retomar seu curso na Palestina no pode ser seno da ordem do milagre. Cada vez que Ezequiel fala da situao do novo Israel, admite sem nenhuma dvida que o povo de Deus viver na sua terra de origem, no seio da histria, e que ter tambm uma existncia poltica14. Seus membros sero inscritos como cidados de Israel e entraro no pas de Israel (Ez 13:9). Ento Jav multiplicar o povo e abenoar o pas, tornando-o fecundo (Ez 36:9, 29, 37). Neste contexto, Ezequiel compara o pas outrora devastado ao jardim do den (Ez 36:55), e estar-se-ia certamente em contradio com seu pensamento se fosse visto nestes textos o anncio dum estado paradisaco e mtico, duma terra para bem-aventurados. A terra ser cultivada por camponeses (Ez 36:34) e as cidades sero novamente fortificadas (Ez 36:35). Com o que precede, ainda no acabamos de traar a imagem que Ezequiel oferece do novo Israel: o povo de Deus ter de novo um governo monrquico. Os ltimos portadores da coroa desnaturaram profundamente a funo real, mas nem assim deixou de existir no profeta a esperana de que Jav realizar ainda uma vez as promessas ligadas ao trono de Davi antes que chegueaquele a quem pertence o julgamento (Ez 21:32); Ezequiel falou umavezno Ungido, mais tcita do que explicitamente, e em termos misteriosos. Outra vez, exprimiu-se um pouco mais claramente no discurso figurado sobre o ramo que Jav plantar no alto da montanha de Israel: este ramo (Is 11:1) se tornar uma grande rvore dispensadora de vida, e Javtornarverdearvoreseca(Ez17:22-24). Enfim, emdoiscasos, Ezequiel abordou 14 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 1974diretamente o tema messinico. EmEz 34:23-24, trata-se do nico pastor que Deus estabelecer sobre seu povo, seu servidor Davi; da mesma forma, em Ez 37:25, o profeta fala de novo sobre o pastor, o servo Davi, que reinar sobre Jud e Jos, as duas partes do povo enfim reunidas num s povo. Mas incontestvel que o tema messinico, com todos os seus elementos tradicionais especficos, no exerce um grande papel em Ezequiel. Por mais curioso que parea, Ezequiel incapaz de desenvolver a tradio davdica. Busca-se em vo a exposio dos elementos caractersticos desta tradio; nos dois textos em questo, ao invs de a seguir, desvia para formulaes da tradio sobre o xodo e a aliana.Ezequiel colocou s vezes toda a obra da salvao numa perspectiva teolgica que muito caracterstica do conjunto de sua mensagem. Reunindo Israel e conduzindo-o ao seu pas, Javsesantificaaosolhosdasnaes15. Estasantificaomuitomaisdoque simplesmente interior ou espiritual; um acontecimento que se situar num quadro poltico muito mais vasto, e do qual. os povos tero conhecimento. Jav deve por sua honra restabelecer aaliana quetodos os pagos destruram. Nestaargumentaohumlado incontestavelmente racional. Ezequiel explica teologicamente toda a obra da salvao deduzindo-a duma forma extremamente radical da honra de Deus, que deve ser restabelecida diante das naes.15 Gerhard Von Rad, Teologia do Antigo Testamento, Volume II, Aste, So Paulo, 1974XI- CONCLUSOEzequiel sendo um sacerdote estava preocupado com a santificao do povo de deus. OprofetavivenciouaidolatriaeaprofanaodopovoparacomoseuDeus;sendoeles mesmos envergonhados eenvergonhando o Santo Nome do Senhor entre as naes pags. Por isso, receberam a disciplina de Deus e formam levados ao cativeiro caldeu juntamente com o rei Joaquim; a prpria liderana do povo estava corrompida.Ezequiel profetizou ao mesmo tempo para o que ficaram em Jerusalm, para os que estavam com ele no cativeiro, comotambmdirecionaasuamensagemdejulgamentoparaasnaespags. Oprofeta anuncia a futura restaurao de Israel e de Jud, de suas vrias disperses e de seu estado de aprisionamento, retornando a sua terra e tornando-se livres para anunciar o Nome de Deus, agora com testemunho de vida.Aliocolhidadetodo este texto a de que, a Igreja que somos ns, deve estar vivendo em santidade de vida diante de Deus e dos homens. A comear em ns que fomos chamados para pastorear o rebanho de Cristo, devemos ser padro dos fiis em todos os aspectos da vida crist, principalmente no que diz respeito a santidade de vida.Assim como Ezequiel,ns tambm estamos vivendo em uma sociedade desesperadamente corrupta, que o Esprito Santo de Deus traga sempre em nossa memria a santa palavra do nosso Deus. Ns no podemos esquecer que o Senhor Jesus nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz, para que onde a trevas levemos a sua maravilhosa luz.

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