excelentissimo senhor doutor juiz do trabalho da 83º vara do trabalho de tribobó do oeste
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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 83º VARA
DO TRABALHO DE TRIBOBÓ DO OESTE.
Processo número: 1200‐34‐2011‐5‐07‐0083
AEROPORTO PÚBLICO, já qualificado nos autos da Reclamação
trabalhista que lhe move JURANDIR MACEDO, vem tempestivamente, à
presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve
inconformado com a respeitável sentença proferida, interpor, com fulcro no
artigo 895, alínea “b” da CLT, o presente,
RECURSO ORDINÁRIO
pelo que requer o recebimento do presente recurso e posteriormente sua
remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho, pelo que junta a presente
o comprovante de pagamento das custas processuais para sua reapreciação e
consequente devidos fins de direito.
Ainda requer seja o Reclamante notificado para que querendo,
apresente as contrarrazões que julgar necessárias.
Por fim, informa o pagamento do preparo (em anexo) sendo R$...
referente ao depósito recursal e R$... sobre custas.
Nesses termos,
pede deferimento.
Tribobó do oeste, 07 de abril de 2015.
DINARTE DAMIAO DE CARVALHO NETO
OAB/AP 902-E
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ RELATOR DO TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO DA ...ª REGIÃO
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Recorrente: Aeroportos Públicos.
Recorrido: Jurandir Macedo.
Processo número: 1200‐34‐2011‐5‐07‐0083
Origem: 83º Vara do Trabalho de Tribobó do Oeste.
HISTÓRICO PROCESSUAL
Jurandir Macedo ajuizou reclamação trabalhista e face das
empresas aéreas: AÉREO AUXÍLIO AREPORTUÁRIO LTDA e AREOPORTOS
PÚBLICOS BRASILEIROS, pontuada em questão, na data de 30/05/2011,
aduzindo que era a terceira ação movida contra as rés, devido o não
comparecimento das duas anteriores as quais foram extintas sem a resolução
do mérito, e que a atual reclamação é idêntica as demais.
Em continuidade, nos pedidos alegou ter sido contrato pelo aéreo
auxilio aeroportuário ltda, em 28/04/2004 para trabalhar como auxiliar de carga
e descarga, com jornada de trabalho de doze (12) horas diárias escalando
12/36, conforme norma coletiva e vencimentos de R$ 1.000,00.
Aduziu ter sido demitido com justa causa tipificada em dissídios,
após 14 faltas consecutivas injustificadas além de outras alternadas (faltas).
Que adquiriu hérnia devido à função desempenhada na profissão e possuía
intervalo de almoço de 1 hora.
Contudo, requereu que lhe fosse elidida a justa causa, com
pagamento de aviso prévio, férias vencidas e proporcionais + 1/3 FGTS+ 40% ,
seguro desemprego e incidência de multas do art. 467 e 477 da CLT. Mas
danos Moraes.
RESUMIDAMENTE, DEVE-SE ALEGAR O SEGUINTE:
I. PRELIMINAR: NULIDADE DA SENTENÇA FALTA DE
PERÍCIA PARA PERICULOSIDADE:
Houve pedido de periculosidade e nos termos do § 2º, art. 195, CLT
tem que ser feita à perícia exigida por lei como fundamentação da decisão que
defere periculosidade (art. 93, inc. IX CF), sob a pena de nulidade por falta de
fundamentação exigida em lei (perícia), devendo ser reconhecida a nulidade da
decisão e remetido os autos à Vara do Trabalho para realização da perícia.
Entende-se haver esta outra preliminar uma vez que faltou
fundamentação válida, pericial, para o reconhecimento da suposta doença
profissional e consequente estabilidade.
É que o juiz não é competente, sim não pode estabelecer por si só,
sem prova técnica, o liame entre a atividade do empregado e doença contraída.
Sem fundamento válido, seria nula a decisão (art. 93, inc. IX CF).
No entanto, dificilmente a FGV entenderá ser isto uma preliminar,
então pode ficar desde já tranquilo. E caso você tenha alegado como
preliminar, também fique tranquilo, pois caso não seja nem ganhará tampouco
perderá pontos.
II. NULIDADE DA SENTENÇA POR FALTA DE
FUNDAMENTAÇÃO:
Não há que se falar em doença profissional uma vez que para se
averiguar o nexo de causalidade entre a prestação de serviços do empregado e
o dano experimentado pela vítima deveria ter sido feita perícia, o que não
houve.
Assim, não há fundamento válido (art. 93, inc. IX CF) para o
reconhecimento judicial da doença como profissional, tampouco dano moral,
reintegração e indenização do período estabilitário.
A prescrição aqui não entra como prejudicial de mérito porque ela foi
objeto de decisão judicial, logo, é mérito mesmo. Foi assim que a OAB/FGV
entendeu no II Exame Nacional de Ordem (2010.3) é só dar uma olhada no
espelho oficial.
No entanto, se você alegou como prejudicial, não esquente, tenho
feito toda a fundamentação fática e jurídica certamente pontuará.
III. DA PRESCRIÇÃO:
Existe prescrição uma vez que muito embora as prescrições bienal e
quinquenal tenham sido interrompidas em 10.01.2009 com a primeira
reclamação Trabalhista, ainda que a mesma tenha sido arquivada (súmula 268,
TST, art. 219, caput, CPC), estas só podem ser interrompidas uma única vez (e
o foram com a primeira reclamação – art. 202, CC), de modo que com a
interrupção da prescrição bienal o reclamante teria até 10.01.2011 para entrar
com a ação, somente fazendo isso em 30.05.2011 (a de 05.06.2009 foi
arquivada como a primeira).
Assim, há prescrição bienal e quinquenal nos termos do art. 7º, inc.
XXIX da CF/88, pelo que deve ser reformada a decisão neste particular.
IV. DA ILEGITIMIDADE:
A segunda reclamada não tem qualquer legitimidade uma vez que
por ser empresa pública não tem responsabilidade nos termos do § 1º do art.
71, Lei 8666/93 (ADC nº 16, STF), uma vez que fiscalizou a execução do
contrato de trabalho (súmula 331, inc. V, TST), pelo que deve ser reformada a
decisão neste particular.
V. DA JUSTA CAUSA:
Há que se pedir a reforma nesse sentido uma vez que comprovada
restou a desídia do empregado pelas faltas injustificadas ao longo do contrato
comprovadas, inclusive, com a juntada de comprovantes de diversas
advertências e suspensões, documentos estes não impugnados pelo
reclamante, pelo que com eles concordou e sobre eles operou-se a confissão
ficta.
Não há dupla punição, pois nos o art. 473, CLT, permite o desconto
das faltas injustificadas. Não havendo o principal, não há acessório (verbas
etc.), pelo que deve ser reformada a decisão neste particular.
VI. DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS E REINTEGRAÇÃO:
Não há que se falar em doença profissional uma vez que para se
averiguar o nexo de causalidade entre a prestação de serviços do empregado e
o dano experimentado pela vítima (súmula 378, II, TST) deveria ter sido feita
perícia, o que não houve.
O ônus de provar a existência da moléstia profissional e o nexo com
a prestação de serviços é do empregado (art. 818, CLT e art. 331, I, CPC: ao
autor cabe provar os fatos que alega).
Por não ter requerido prova pericial não se desincumbiu do encargo
probatório pelo que deve ser reformada a decisão neste particular. Assim, não
há fundamento válido para o reconhecimento judicial da doença como
profissional, tampouco dano moral, reintegração e indenização do período
estabilitário, pelo que deve ser reformada a decisão neste particular.
VII. INEXISTÊNCIA DO DIREITO À PERICULOSIDADE:
A decisão deve ser reformada uma vez que houve pedido de
periculosidade e nos termos do § 2º, art. 195, CLT tem que ser feita a perícia
exigida por lei como fundamentação da decisão que defere periculosidade (art.
93, inc. IX, CF). Além do mais, a função do reclamante era carregador de
malas e não trabalhava diretamente com a bomba de combustível nos termos
da súmula 39, TST, pelo que deve ser reformada a decisão neste particular.
VIII. INEXISTÊNCIA DE HORAS EXTRAS:
O reclamante trabalhava em sistema de compensação de jornada
12hx36h, prevista em norma coletiva de sua categoria (súmula 85 inc. I TST e
art. 7º inc. XIII CF) e nos termos da OJ 323 SDI-1, TST sendo válido o sistema
de compensação não há que se falar em horas extraordinárias, pelo que deve
ser reformada a decisão neste particular.
XI. DA INEXISTÊNCIA DE RESPOSABILIDADE DA EMPRESA
RECLAMADA:
A segunda reclamada não tem qualquer legitimidade uma vez que
por ser empresa pública não tem responsabilidade nos termos do § 1º do art.
71, Lei 8666/93 (ADC nº 16, STF), uma vez que fiscalizou a execução do
contrato de trabalho (súmula 331, inc. V, TST), não tendo qualquer
responsabilidade pelas verbas trabalhistas rescisórias e indenizatórias do
reclamante, pelo que deve ser reformada a decisão neste particular.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, AEROPOSTOS PÚBLICOS BRASILEIROS
requer o acolhimento das preliminares de nulidade da sentença, com a
remessa dos autos à Vara do Trabalho de origem, para a realização de perícia.
No mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO PARA REFORMAR
A DECISÃO julgando, ao final, TOTALMENTE IMPROCEDENTE a
Reclamação Trabalhista.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Triboré 07 de abril de 2015.
DINARTE DAMIAO DE CARVALHO NETO
OAB/AP 902-E