excelentÍssimo senhor doutor ... individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas...

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1 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás. (62) 3233-3597 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS URGENTE O fim do Direito não é abolir nem restringir, mas preservar e ampliar a liberdade.” John Locke. ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA E CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS (ASSOF), pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº 01.087.535/0001-04, estabelecida na Rua 132, nº 300, Setor Sul, Goiânia, Goiás, CEP: 74093-210, neste ato representada por seu Diretor Presidente, AFRÂNIO CARRIJO DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, Oficial da Polícia Militar de Goiás, inscrito no CPF sob o nº 260.637.781-87, residente e domiciliado nesta Capital, eleito conforme Ata de Assembleia anexa, em representação aos seus associados vem, respeitosamente, à digna presença de Vossa Excelência impetrar, por suas procuradoras que esta subscrevem (doc. 01), com escritório profissional na Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Telefone (62) 3233-3597, Goiânia, Goiás, onde receberão as comunicações de estilo, com fulcro no art. 5º, incisos LXIX e LXX, “b”, da Constituição Federal, na Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009, e nas demais disposições legais aplicáveis à espécie, a presente ação de MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO COM PEDIDO LIMINAR

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1 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás.

(62) 3233-3597

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

URGENTE

“O fim do Direito não é abolir nem restringir, mas

preservar e ampliar a liberdade.” John Locke.

ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA E CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS – ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS

(ASSOF), pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o

nº 01.087.535/0001-04, estabelecida na Rua 132, nº 300, Setor Sul, Goiânia, Goiás,

CEP: 74093-210, neste ato representada por seu Diretor Presidente, AFRÂNIO

CARRIJO DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, Oficial da Polícia Militar de Goiás, inscrito

no CPF sob o nº 260.637.781-87, residente e domiciliado nesta Capital, eleito

conforme Ata de Assembleia anexa, em representação aos seus associados vem,

respeitosamente, à digna presença de Vossa Excelência impetrar, por suas

procuradoras que esta subscrevem (doc. 01), com escritório profissional na Rua 255,

nº 92, Setor Coimbra, Telefone (62) 3233-3597, Goiânia, Goiás, onde receberão as

comunicações de estilo, com fulcro no art. 5º, incisos LXIX e LXX, “b”, da Constituição

Federal, na Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009, e nas demais disposições legais

aplicáveis à espécie, a presente ação de

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO

COM PEDIDO LIMINAR

2 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás.

(62) 3233-3597

em face do Ilustríssimo COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO

DE GOIÁS, estabelecido funcionalmente no Comando Geral da Polícia Militar de Goiás,

na Avenida Anhanguera, Nº 7364, Setor Aeroviário, Goiânia, Goiás, e do

GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, o qual deverá receber as comunicações de

estilo no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, Rua 82, nº 400, Centro, Goiânia, Goiás,

doravante denominados como AUTORIDADES COATORAS, pelos fatos e

fundamentos a seguir alinhavados.

DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS

O presente caso trata de Mandado de Segurança que tem como

uma das Autoridades Coatoras o Comandante Geral da Polícia Militar de Goiás, ação

essa que, em razão da Constituição Estadual de Goiás, nos termos do artigo 46, VIII,

“o”1, tem a competência originária delegada ao Tribunal de Justiça do Estado.

DO CABIMENTO DA MODALIDADE PREVENTIVA

Mandado é um termo originado do latim mandatum ou mandatus

que significa uma ordem ou determinação, já o termo Segurança tem o sentido de

estado em que se encontra o seu perigo, sem dano ou incerteza, proporcionando uma

carência de transtorno ou remoção de suas causas. Portanto, Mandado de Segurança é

uma ação utilizada adequadamente para corrigir as ilegalidades ou abusos cometidos

pelos órgãos estatais ou àqueles em função do Poder Público.

O mandado de segurança é uma das garantias que a

Constituição Federal assegura aos indivíduos para proteção de direito líquido e

certo, lesado ou ameaçado de lesão por ato de autoridade. Está previsto no artigo

5º, inciso LXIX:

1 “Art. 46. Compete privativamente ao Tribunal de Justiça: (...)

VIII - processar e julgar originariamente: (...) o) o mandado de segurança e o “habeas data” impetrados contra atos do Governador do Estado, da Mesa Diretora, ou do Presidente da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal de Justiça, de seu Presidente ou membro integrante, de juiz de primeiro grau, dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, do Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-Geral do Estado, dos Secretários de Estado, do Comandante Geral da Polícia Militar e do Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar; (...)” Constituição do Estado de Goiás. (Grifos nossos)

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“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes: (...)

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e

certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável

pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;”

Nesse sentido, Hely Lopes Meireles, em sua obra “Mandado de

Segurança” (2004, p. 21-22), define que o mandado de segurança “[...] é o meio

constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com

capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção de

direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou

habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que

categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.” (Grifos nossos)

O artigo 1º da Lei 12016 de 2009, por sua vez, literalmente

dispõe sobre a possibilidade da impetração preventiva de um mandamus sempre que

houver o “justo receio” da perpetração dos atos ilegais e abusivos por parte da

autoridade, seja de qual categoria for, ou seja, quais forem as categorias que exerçam.

Eduardo Arruda Alvim, em Mandado de Segurança no Direito

Tributário (1998, p. 134) sustenta que “[...] a ausência de previsão expressa

constitucional, todavia, não significa que o mandado de segurança preventivo não

contenha fundamento de validade na Carta Magna; ao contrário, salienta que, o art.

5º, inc. XXXV, da CF, que garante o amplo acesso ao judiciário em caso de lesão ou

ameaça de lesão, permite conferir ao mandado de segurança preventivo dignidade

constitucional.”

Também nesse sentido, o renomado autor Hugo de Brito

Machado afirma que “[...] para ensejar a impetração preventiva, portanto, não é

necessário que esteja consumada a situação de fato sobre a qual incide a lei

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questionada. Basta que tal situação esteja acontecendo, ou seja, tenha tido iniciada a

sua formação. Ou pelo menos que esteja concretizados fatos dos quais logicamente

decorre o fato gerador do direito cuja lesão é temida.”.

Corroborando com os questionamentos ora esposados, seguem

decisão do Superior Tribunal de Justiça:

“o mandado de segurança preventivo, junto com as cautelares, é o mais eficaz

instrumento de distribuição de justiça, posto que prevenir é melhor que

recompor. Nenhuma lesão é completamente reparada ou recomposta. É ilegal

o provimento jurisdicional que extingue Mandado de Segurança Preventivo à

míngua de ato coator, pois a decisão que poderia ser tomada dirigir-se-ia ao

impedimento da efetivação de atos acoimados de ilegítimos, prestes a ocorrer.

Caracterizado o periculum in mora, porquanto em não satisfazendo a

imposição, a postulante se oferece como inadimplente, ficando sujeita às

sanções daí decorrentes. Segurança concedida, para o fim de assegurar o

regular procedimento do writ aforado em primeiro grau”. (STJ, 2a Turma. RESP

105250 / CE. Rel. Ministro Ari Pargendler. Julgado em 16/03/1999. DJ

14.02.2000 p. 23). (Grifos nossos)

Em síntese e em geral, conforme brilhante e correto

entendimento de Hugo de Brito Machado, o mandado de segurança é preventivo

quando, já existe ou em vias de surgimento a situação de fato que ensejaria a prática

do ato considerado ilegal, tal ato ainda não tenha praticado, existindo apenas o justo

receio que venha a ser praticado pela autoridade impetrada. É preventivo porque

destinado a evitar a lesão ao direito, já existente ou em vias de surgimento, mas

pressupõe a existência de situação concreta na qual o impetrante afirma

resistir ou dela recorrer o seu direito cuja proteção, contra a ameaça de lesão,

está a reclamar do judiciário.

Nesses termos, conclui-se que o Mandado de segurança pode ser

repressivo ou preventivo, contudo, normalmente, ele é repressivo por combater uma

ilegalidade já cometida, porém pode ser preventivo quando houver ameaça do direito

líquido ou certo do impetrante, que é exatamente o caso dos autos.

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Vale ressaltar, que no mandado de segurança preventivo não há

prazo decadencial pelo simples fato de que não há ato impugnado em ação positiva e

não houve um direito lesionado ou atingido, e sim uma ameaça à lesão de direito.

Assim, inexiste termo de contagem de 120 dias em mandado de segurança

preventivo.

A referida conclusão, por mais óbvia que possa parecer, tem sua

razão de ser, pois se o mandado é preventivo, é porque ainda não se confirmou a

lesão a qual o impetrante tem o “justo receio” que seja perpetrada.

Ante todo o exposto, conforme restará demonstrado em tópico

adiante, o presente caso trata de justo receio de violação de direito líquido e certo,

sendo necessária a propositura da presente medida com o fito de evitar que seja

infringida e determinar o cumprimento das normas jurídicas pertinentes ao tema.

DOS FATOS E FUNDAMENTOS

Inicialmente, cumpre esmiuçar que a Lei Estadual nº 17.866 de

2012 (documento anexo) fora criada para aumentar o efetivo da Polícia Militar de

Goiás, fixando o novo efetivo em 30.741 (trinta mil setecentos e quarenta e um)

servidores para a categoria, distribuídas as novas vagas nos termos dos quadros

anexos da lei em razão das necessidades da Corporação quanto aos postos e

graduações.

Esse aumento se deu em razão do número defasado com o qual o

estado contava anteriormente, que não mais atendia as necessidades da população

goiana de forma satisfatória, a qual a cada ano ampliara de forma significante e

notória.

Assim, ante a real necessidade fora decretada e sancionada a Lei

17.866/2012 para recompor o efetivo da Corporação da Polícia Militar de Goiás,

sendo determinado nos artigos 3º e 4º da referida lei que entraria em vigor de forma

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gradual, sendo distribuídas as vagas previstas mediante promoção de oficiais e praças

no triênio 2012/2014, nos termos do quadro abaixo:

“Art. 4o O preenchimento das vagas previstas nesta Lei, mediante promoção de

oficiais e praças, no triênio 2012/2014, far-se-á conforme quadro abaixo:

DATA

QUANTIDADE DE VAGAS

DESTINADAS

A OFICIAIS E PRAÇAS

31/12/2012 20%

28/07/2013 20% DAS REMANESCENTES

25/12/2013 20% DAS REMANESCENTES

28/07/2014 20% DAS REMANESCENTES

25/12/2014 20% DAS REMANESCENTES

Parágrafo único. Excepcionalmente, as promoções de Oficiais e de Praças, a serem realizadas em 31 de dezembro de 2012, se darão nas seguintes condições: I – o processamento das promoções obedecerá ao cronograma fixado pelo Comandante-Geral da Polícia Militar; II – o prazo de recurso da composição do Quadro de Acesso será de 03 (três) dias; III – para a promoção das Praças pelo critério de merecimento, serão convocados os candidatos mais antigos, na proporção de 03 (três) candidatos por vaga do total de vagas ofertadas, não será aplicado o Teste de Aptidão Profissional e serão computados somente os pontos obtidos na ficha individual; IV – não serão exigidos os Estágios de Habilitação de Sargentos e de Habilitação de Cabos; V – o Teste de Aptidão Física (TAF), para Oficiais e Praças, terá caráter somente eliminatório; VI – serão convalidados todos os procedimentos já realizados para o processamento das promoções.” Lei Estadual 17866/2012.

Conforme se verifica, a cada uma das cinco datas estabelecidas

no quadro acima, serão acrescentadas ao efetivo da Polícia Militar do estado, 20%

(vinte por cento) do total das vagas determinadas para promoção de oficiais e praças

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pela referida lei. Ao final do prazo estipulado, ou seja, em 25/12/2014, terão sido

acrescidas aquela Corporação 100% (cem por cento) das mencionadas vagas.

Pontua-se ainda que, por inexistência de previsão legal expressa,

a Lei 17.866/2012 em nada altera ou revoga a Lei Estadual 8.000/75 (documento

anexo), a qual dispõe sobre os critérios e as condições de promoção dos oficiais da

ativa da Polícia Militar do Estado de Goiás e dá outras providências. A primeira lei,

portanto, apenas altera para maior o número de vagas, determinando a forma gradual

de sua aplicação, e a segunda, mantida, continua a disciplinar as regras para essas

promoções, aqui especificamente quanto aos Oficiais da Polícia Militar de Goiás,

categoria representada pela impetrante.

A citada Lei 8.000/75, em seu artigo 19, normatiza as formas de

proveniência das vagas da corporação nos diferentes Quadros, da seguinte forma:

“Art. 19 - Nos diferentes Quadros as vagas a serem consideradas para

promoção serão provenientes de:

I - promoção ao posto superior;

II - agregação;

III - passagem à situação de inatividade;

IV - demissão;

V - aumento do efetivo;

VI - transferência de Quadro; e

VII - falecimento.

§ 1º - As vagas são consideradas abertas:

a) na data da assinatura do ato que promove, agrega, passa para inatividade

ou demite, salvo se no próprio ato for estabelecida outra data;

b) na data de transferência de Quadro;

c) na data oficial do óbito; e

d) como dispuser a lei, no caso de aumento de efetivo.

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§ 2º - Cada vaga aberta em determinado posto acarretará vaga nos postos

inferiores, sendo esta seqüência interrompida no posto em que houver

preenchimento por excedente.

§ 3º - Serão também consideradas as vagas que resultarem das transferências

"ex officio" para a reserva remunerada já previstas até a data da promoção,

inclusive.” (Grifos nossos)

Conforme se percebe pelo texto literal da lei, especificamente

nos parágrafos 2º e 3º do artigo 19 acima transcrito, todas as vagas abertas em

determinado posto acarretarão vaga no posto inferior, sendo consideradas também

como abertas aquelas decorrentes da transferência de ofício do Oficial à reserva

remunerada.

A disposição legal tem sentido lógico de ser pois, caso um oficial

seja promovido ao posto superior, a vaga que ele ocupava anteriormente, prevista no

quantitativo de Oficiais da patente fica por conseqüência desocupada e,

necessariamente, deverá ser preenchida por outro servidor que possua as

características necessárias para tanto.

A título de exemplo e ilustração, podemos dizer que, se

tivéssemos um total de vagas de 300 Oficiais Capitães (em total de vagas devem ser

somadas aquelas que já existiam mais aquelas que foram acrescidas a cada período da

Lei 17.866, aqui em número hipotético para exemplificar) e 30 deles fossem

promovidos a Majores, consequentemente, estariam abertas as respectivas 30 vagas

no posto de Capitão a serem preenchidas pelos Primeiros Tenentes mais graduados.

As vagas abertas em razão da promoção, agregação, passagem a

inatividade, demissão ou transferência de quadro (artigo 19 da Lei 8.000/75) tem que

ser somadas aquelas previstas em razão do aumento de efetivo da Lei 17.866/2012.

As primeiras são as chamadas VAGAS DECORRENTES.

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Assim, como exemplo prático, anteriormente a Lei 17.866, havia

202 vagas para Capitães. Com o advento da mencionada lei, esse número passará, ao

final da implantação da mesma, ao total de 380. Na promoção de 28/07/2013, serão

somados a esse valor 40% das novas vagas para o posto (20% em 31/12/2012 e 20%

em 28/07/2013), ou seja 40% de 178 vagas (202 – 380 = 178), que consiste em 72

vagas.

Dessa forma, em julho de 2013, existirão para o posto de Capitão

274 vagas (202 que já existiam + 72 da Lei 17.866). Se, dos Capitães que já

preenchiam as 202 vagas anteriormente existentes, forem promovidos 50

(cinquenta) a Majores, as respectivas 50 vagas decorrentes deverão ser preenchidas

pelos Primeiros Tenentes com condições de virarem Capitães.

Isso porque a intenção da Lei NÃO é proporcionar postos

ociosos, seja em razão de promoção ou outra prevista no artigo 19 da lei

8.000/75, ao contrário, o efetivo da Polícia Militar de Goiás fora aumentado

exatamente em razão da imperiosa necessidade da população goiana, e deve

estar sempre completamente preenchido.

PORTANTO, POR TUDO QUE FORA EXPOSTO, NÃO HÁ DÚVIDAS

DE QUE A NECESSIDADE DE PREENCHIMENTO DAS CHAMADAS VAGAS

DECORRENTES É UMA OBRIGAÇÃO LEGAL E MORAL DO ESTADO DE GOIÁS,

TANTO PARA COM A SOCIEDADE GOIANA COMO UM TODO, QUE PRECISA DE UM

EFETIVO COMPLETO E EFICAZ EM SUA DEFESA, COMO PARA A PRÓPRIA

CORPORAÇÃO, ONDE SEUS MEMBROS DEDICAM SUAS VIDAS, SUA SAÚDE E TODO

SEU VIGOR DIARIAMENTE NO INTUITO DE PROPORCIONAR DIAS MELHORES A

TODOS GOIANOS.

Apesar de todo o exposto, na promoção de 31/12/2012 as vagas

decorrentes não foram analisadas pela Comissão de Promoção de Oficiais (não nos

referimos aos praças pois excluídos do âmbito dos representados pela impetrante),

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ficando ociosas até o presente momento em situação verdadeiramente absurda e

ilegal.

Acredita a impetrante, diante desse histórico da promoção

anterior que, novamente na promoção de julho de 2013, que ocorrerá no próximo dia

28, haverá desrespeito as Leis estaduais mencionadas, não havendo a análise das

vagas em decorrência mencionadas, gerando notória defasagem de ocupação de

postos de Oficiais conforme amplamente pormenorizado anteriormente.

Diz-se “acredita-se” pois, apesar do artigo 28 da Lei

8.000/75 prever expressamente que o número das vagas abertas para

promoção nos dias 28 de julho tem que ser publicadas oficialmente até o dia 08

de julho, até o presente momento, ou seja, até o dia 17 de julho de 2013 não

houve publicação pelo Comandante Geral da Polícia Militar de Goiás, que é o

presidente da Comissão de Promoção de Oficiais do número de servidores

Oficiais que serão promovidos. Vejamos o artigo citado:

“Art. 28. Serão relacionados pela Comissão de Promoções de Oficiais PM -

CPOPM, para a composição dos Quadros de Acesso por antigüidade e

merecimento, dentro de cada posto, os seguintes limites e quantitativos: (...)

§ 6º As promoções na Polícia Militar serão efetuadas, anualmente, por

antiguidade ou merecimento, nos dias 28 de julho e 25 de dezembro, para as

vagas abertas e publicadas oficialmente até os dias 08 de julho e 05 de

dezembro, anteriores àquelas datas, bem como as decorrentes de

promoções.” (Grifos nossos)

Novamente, conforme se verifica, a lei estadual está sendo

flagrantemente descumprida.

DO ATO COATOR E DA IMINÊNCIA DA SUA CONFIGURAÇÃO

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O ato coator que se pretende prevenir e evitar, no presente caso,

é a ausência de análise das vagas em decorrência, quando da promoção dos Oficiais

da Polícia Militar do Estado de Goiás em 28 de julho de 2013, e posteriormente e em

igual valor, enquanto perdurar o prazo gradual de aumento de efetivo previsto na lei

17.866/2012 mencionado no tópico anterior.

Tal circunstância vem sendo enfrentada com dificuldades pela

Corporação que, desde a promoção de 31/12/2012 não teve as mencionadas vagas

decorrentes (artigo 19 da Lei 8.000/75) analisadas.

Em razão de tal circunstância, visando tentar sanar a demanda

administrativamente, o Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de

Bombeiros Militares de Goiás – ASSOF, ora impetrante, enviou dois Ofícios ao

Comandante Geral da Corporação (documentos anexos), ora Autoridade Coatora, sem

obter resposta objetiva e oficial.

Um dos ofícios inclusive, fora enviado pelo impetrado a

Procuradoria Geral do Estado para parecer administrativo sobre o assunto, conforme

processo administrativo nº 201300003008539 anexo.

Nesse processo administrativo, apesar do parecer contrário da

Procuradora do Estado Juliana Pereira Diniz Prudente, que certamente não

interpretou as leis estaduais aplicáveis a matéria de forma correta, data venia, possui

parecer final do Procurador Geral do Estado, Sr. Alexandre Eduardo Felipe Tocantins,

favorável ao pleito da ASSOF, orientando a analisa das vagas decorrentes no mesmo

sentido esmiuçado na presente petição.

Ora Excelência, o próprio estado de Goiás, representado por

seu Procurador Geral, já emitiu parecer no sentido da necessidade da análise

das vagas em decorrência e, mesmo assim, esse aspecto continua sendo

excluído da apreciação quando da promoção dos Oficiais dessa Corporação.

12 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás.

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Conforme já mencionado no tópico anterior, a Comissão de

Promoção de Oficiais, presidida pela Autoridade Coatora, deveria ter publicado o

número de vagas para promoção em 28 de julho de 2013 até o dia 08 de julho

de 2013 e, até hoje, dia 17 de julho de 2013, ainda não o fez.

Vejamos o texto legal:

“Art. 28. Serão relacionados pela Comissão de Promoções de Oficiais PM -

CPOPM, para a composição dos Quadros de Acesso por antigüidade e

merecimento, dentro de cada posto, os seguintes limites e quantitativos: (...)

§ 6º As promoções na Polícia Militar serão efetuadas, anualmente, por

antiguidade ou merecimento, nos dias 28 de julho e 25 de dezembro, para as

vagas abertas e publicadas oficialmente até os dias 08 de julho e 05 de

dezembro, anteriores àquelas datas, bem como as decorrentes de

promoções.” (Grifos nossos)

Tal descumprimento legal traz imensos e incalculáveis

prejuízos a categoria representada, visto que a mesma não consegue ter certeza

se a legislação estadual será cumprida e analisadas e disponibilizadas também

as vagas em decorrência ou, como na promoção anterior, de dezembro de 2012,

haverá preterição sumária e inexplicável da matéria.

A existência de tal descumprimento, prolongando-se a cada dia

do mês de julho do corrente ano, com JUSTO RECEIO DOS IMPETRANTES em razão

do histórico mencionado da efetivação do ato coator de não análise das vagas em

decorrência é o fato autorizador da forma preventiva ora utilizada.

O ato coator que pretende-se coibir, conforme mencionado, é a

ausência de análise das vagas em decorrência, quando da promoção dos Oficiais da

Polícia Militar do Estado de Goiás em 28 de julho de 2013, e posteriormente e em

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igual valor, enquanto perdurar o prazo gradual de aumento de efetivo previsto na lei

17.866/2012.

DO PEDIDO DE LIMINAR

Para a concessão da liminar perseguida faz-se necessário estares

presentes o perigo da demora e a prova inequívoca capaz de convencer o julgador,

nos termos da lei e da melhor doutrina.

Por prova inequívoca capaz de convencer o julgador sobre a

verossimilhança da alegação entende-se o elemento de convicção suficiente para o

surgimento do verossímil, do provável.

No presente caso tratamos de disposições legais não aplicadas,

restando inequívocas as suas alegações e o notório descumprimento até o presente

momento.

O periculum in mora reside na possibilidade de ineficácia do

provimento final, assim entendida não somente como o perecimento do direito, mas

também a considerável redução do proveito que seria auferido pelo autor se

concedida a tutela de urgência.

Em pertinência ao tema, Humberto Theodoro Júnior, com a

proficiência de sempre, preleciona que:

“(....) O objetivo visado é a concreta eliminação da situação de perigo ou de

injustiça que a manutenção do estado fático das partes representa para o

direito subjetivo material do autor. Fala-se, por isso, não em antecipação do

julgamento do mérito, mas, sim, em antecipação dos ‘efeitos’ da tutela de

mérito postulada na inicial (art. 273, caput). Quer isto dizer que o provimento

emergencial terá de entrar no plano fático, gerando, injunções, mutações,

interdições, permissões que haverão de traduzir-se em resultados práticos

correspondentes à pretensão veiculada na ação em andamento.

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(62) 3233-3597

Nessa ordem de idéias, o que se intenta, como essência da finalidade da

antecipação de tutela é exatamente prevenir o dano iminente e grave:

‘antecipar-se efeito bastante e suficiente para impedir a lesão, mediante

tomada de medidas práticas, a se consubstanciarem em ordens ou mandados

do órgão judicial. De outro modo não se agiria com rapidez no plano sensível,

externo ao processo, único no qual interessa interferir para que o receio de

lesão seja afastado. Não é difícil compreender, dessa maneira, que só esses

mandados ou ordens, e mais precisamente a sua realização prática, podem

constituir objeto da antecipação de efeitos, e sem a referida interferência

externa não teria sentido antecipar pura e simplesmente os efeitos da sentença

do processo de conhecimento” (In, O Processo Civil Brasileiro no Limiar do Novo

Século, Editora Forense, p. 99) (Grifos nossos)

Oportuno transcrever, também, o escólio de Rizzatto Nunes:

“E no que respeita ao justificado receio de ineficácia do provimento final, há

que se entender claramente o que pretende a lei.

O sentido de ineficácia é – só pode ser – o de menos eficácia do que teria a

decisão se não fosse concedida liminarmente. Expliquemos. A norma não está

querendo dizer ineficácia total da ação decisória, porque, claro, se depois de

três anos o juiz determinar que seja retirado o nome do autor-consumidor do

cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito, a decisão terá eficácia, só que tão

tardia que o dano já se terá produzido. Daí que o sentido de ‘receio de eficácia

do provimento final’ tem mesmo o sentido amplo de retardamento de

eficácia, permissão de alongamento do tempo do dano e assim por diante.”

(Grifos nossos)

Continuando, conclui de forma lapidar:

“O que a lei pretende é que o simples receio de diminuição da eficácia do

provimento final seja, desde já, motivo suficiente (somado ao fundamento

relevante) para a concessão da medida liminar.”

Sobejamente evidenciado o fumus boni iuris, pressuposto

primeiro da medida cautelar, o qual exurge de toda documentação trazida aos autos

pela Impetrante, bem como da matéria amplamente esmiuçada e baseada

15 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás.

(62) 3233-3597

exclusivamente na literalidade da lei. Observa-se ainda que o periculum in mora

emerge nítido do contexto factual provado, eis que a promoção ocorrerá, por

determinação legal em 28 de julho do ano corrente, ou seja, daqui a apenas 11 dias,

e a ausência de análise das vagas em decorrência, além de deixar vagas ociosas em

cada posto, prejudicando a sociedade goiana que precisa desses serviços, traz

notório prejuízo a progressão funcional a que fazem jus, por previsão legal já

mencionada, os Oficiais da Polícia Militar do Estado.

DOS PEDIDOS

Ex positis, requer e espera a concessão da liminar pleiteada,

inaudita altera pars, determinando a imediata análise e inclusão nas vagas abertas

para promoção em 28 de julho de 2013 daquelas havidas por decorrência, nos termos

esmiuçados anteriormente, os quais fazem parte do presente tópico como se aqui

estivessem transcritos e, caso prejudicada a decisão em razão do julgamento tardio,

data venia, a concessão do devido ressarcimento de preterição.

Requer ainda que, ao final, seja concedida em definitivo a

segurança pleiteada pela Impetrante, pleiteando que se digne Vossa Excelência em

mandar notificar a ilustre Autoridade Impetrada para que preste, se quiser, no prazo

legal, as informações que tiver.

Dá-se à presente, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (Um

mil reais), com os inclusos documentos, inclusive cópia integral para notificação.

A advogada que assina a presente Ação, usando as prerrogativas

que lhe são conferidas por lei, declara a veracidade por semelhança aos originais de

todos os documentos anexos a presente petição inicial.

Nestes termos,

Pede e aguarda deferimento.

16 Rua 255, nº 92, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás.

(62) 3233-3597

Goiânia, 17 de julho de 2013.

RENATA OSÓRIO CACIQUINHO BITTENCOURT

OAB/GO 35.382

ROSANGELA MAGALHÃES DE ALMEIDA

OAB/GO 10.590