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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. IVAN RICARDO GARISIO SARTORI DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO - SP.
DISTRIBUIÇÃO URGENTE
Mandado de Segurança com pedido de liminar
RATRE PARTICIPAÇÕES LTDA, sociedade limitada com sede
Rua Helena, 335 – cj. 122 – Vila Olímpia, São Paulo / SP, CEP 04552-050 e inscrita no CNPJ/MF sob o
n° 13.183.786/0001-71 (“IMPETRANTE”), por sua advogada que esta subscreve (Doc. 01), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no o artigo 5º, LXIX da Constituição
Federal e na Lei nº 12.016/09, impetrar o presente
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
contra ato ilegal e abusivo do EXCELENTÍSSIMO SR. DR. DESEMBARGADOR FORTES BARBOSA
(“IMPETRADO”), RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0164541-02.2013.8.26.0000 interposto
pela IMPETRANTE e em trâmite perante a C. 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial deste Egrégio
Tribunal, que NEGOU EFEITO SUSPENSIVO (Doc. 02) ao referido Agravo e manteve o curso dos efeitos
da sentença de convolação em falência da recuperação judicial das empresas AGRENCO BIOENERGIA
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ÓLEOS E BIODIESEL LTDA (controlada da Impetrante); AGRENCO DO
BRASIL S.A; AGRENCO SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM LTDA.; AGRENCO ADMINISTRAÇÃO DE
BENS S/A, em conjunto denominadas “FALIDAS” com base nos motivos de fato e de direito a seguir
expostos.
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I. DA LEGITIMIDADE ATIVA
1. A Impetrante é acionista majoritária da AGRENCO BIOENERGIA INDÚSTRIA E
COMÉRCIO DE ÓLEOS E BIODIESEL LTDA com 59,30% das quotas, conforme demonstra o anexo da
alteração e consolidação de contrato social devidamente arquivado na Jucesp sob nº 0079.441/13-0 (Doc.
03), bem como signatária do plano de recuperação judicial apresentando pelas “Falidas”. Ademais, há,
ainda, a ação de nº. 0017657-92.2013.8.26.0100 (Doc. 04 ) pendente de julgamento perante a 1ª Vara de
Falências e Recuperações Judiciais do fórum central da Comarca de São Paulo, onde a Impetrante, em
conjunto com sua controlada Agrenco Bioenergia, demanda em face da totalidade de credores a declaração
de nulidade de todos os instrumentos que, na recuperação judicial, impuseram à Agrenco Bioenergia a
obrigação de responder com seu patrimônio por dívida alheia, inclusive dos planos de recuperação judicial
conjuntos, razões pelas quais a Impetrante tem interesse e legitimidade no presente pedido.
II. DO CABIMENTO DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA
2. Em 02.08.2013 às 19:00hrs foi decretada a falência das empresas AGRENCO
BIOENERGIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ÓLEOS E BIODIESEL LTDA, AGRENCO DO BRASIL S.A,
AGRENCO SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM LTDA e AGRENCO ADMINISTRAÇÃO DE BENS S/A, em
conjunto denominadas “FALIDAS” por meio de decisão proferida pelo MM Juiz Substituto, Dr. Marcelo
Sacramone, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo/SP. Cabe
informar que o fato se deu numa sexta feira, sendo encaminhados ofícios para bloqueio das contas das
empresas após o horário regular de expediente (às 19:53 hrs) (Doc. 05). Importante ainda informar que, no
dia 30-07-2013 o Ministério Público recebeu os autos para análise e emissão de parecer. No entanto, no
andamento processual constante do site do TJ/SP (Doc 05 A) o prazo para manifestação era 19-08-13. No
mesmo dia, esse prazo foi alterado para 05-08-13. Relevante informar que os Advogados, Dra Regina de
Almeida OAB/SP nº 100.809 e Dr. Edgard Mansur Salomão OAB/SP nº 194.601 estiveram no gabinete da
procuradora responsável pela emissão do parecer e constataram que alí estavam cerca de 60 volumes dos
autos do processo, sendo informados que a análise dos autos demandaria muito tempo devido a
complexidade do assunto e a quantidade de documentos a serem analisados. Entretanto, em apenas 48
hrs o parecer estava finalizado e entregue ao Juízo, que no mesmo dia, e, sem a necessária intimidade
com o caso em tela, proferiu a sentença de quebra.
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3. A sentença de decretação de falência traz efeitos danosos e imediatos a qualquer
empresa. Com vistas a impedir prejuízos irreparáveis, a Impetrante interpôs Agravo de Instrumento nº
0164541-02.2013.8.26.0000 (Doc. 06) perante esse E. Tribunal buscando a reforma do decisum, bem
como a atribuição de efeito suspensivo para se evitar a ocorrência de danos irreversíveis. Ocorre que, o
Impetrado, Exmo. Desembargador Relator do recurso interposto pela Impetrante, negou o efeito suspensivo
pleiteado (Doc. 02), em uma evidente decisão teratológica.
4. A sentença de quebra já começou a produzir efeitos, com o imediato afastamento da
diretoria, sendo certo que dia 30-08-2013 foram lacrados os escritórios de São Paulo e demitidos todos os
empregados, bem como arrecadados os bens nele constantes. O próximo passo será a alienação das
plantas industriais de MT e MS, conforme instruções repassadas ao administrador judicial no sentido de
resolver todas as providências em 180 dias. Portanto, a venda das plantas fabris é fato irreversível no
que se refere à sorte das empresas, denominadas “Falidas”. Se as plantas industriais forem alienadas, não
haverá como a situação retornar à estaca anterior à decretação de falência, quando a perspectiva de
ingresso de investimentos era real e iminente. São, portanto, prejuízos irreversíveis, não somente às
empresas, mas aos seus inúmeros credores, especialmente aos credores fragilizados e indefesos no
processo de recuperação, bem como ao erário público, trabalhadores e a mais de 5.500 acionistas
minoritários de sua controladora indireta, Agrenco Limited, cujos BDRs são listados na Bovespa. Ou seja,
não se trata apenas de lesão de difícil reparação, mas sim de LESÃO DE IMPOSSÍVEL REPARAÇÃO.
5. Todos esses pontos foram amplamente demonstrados, razão pela qual a decisão judicial
ora combatida, no entendimento da Impetrante, feriu direito líquido e certo, uma vez que nos termos do
artigo 558 do CPC a tutela suspensiva será concedida se for relevante a fundamentação do recurso ou, se
sua não concessão puder resultar lesão grave e de difícil reparação. Portanto, a conseqüente negativa do
pedido de efeito suspensivo constante do agravo de instrumento ora indicado enseja o presente
mandamus, nos termos do artigo 1º da Lei n° 12.016/2009 e do artigo 5º, LXIX da Constituição Federal de
1988.
6. De acordo com o disposto no art. 5°, LXIX da Constituição Federal, o mandado de
segurança é instrumento adequado, quando não haja recurso previsto, para atacar ilegalidade ou abuso de
poder por parte de agente público.
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7. Na definição de MEIRELLES, o writ é o "meio constitucional posto à disposição de toda
pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para
proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
lesado ou ameaçado, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça" (1997, p. 03).
8. Como os membros do Poder Judiciário são agentes públicos é viável e legal a
interposição do remédio constitucional contra atos judiciais abusivos, notadamente aqueles em que, de sua
prática, resulta um prejuízo ou dano, ou possibilidade real de seu surgimento, de difícil ou quase nenhuma
reparação.
9. Apesar de se verificar que no ordenamento jurídico não há previsão de recurso próprio
contra decisão denegatória de efeito suspensivo em Agravo de Instrumento, é fato que no âmbito da
jurisdição contenciosa, não existe decisão insuscetível de controle jurisdicional, pois dito ordenamento
foi criado para agilizar a segurança dos direitos, além de insculpir-se na Carta Federal norma que assegura
o exercício da ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5°, LV, CF).
10. Note-se que o pedido de efeito suspensivo é fundamentado no periculum in mora e no
dano irreparável ou de difícil reparação, o que autoriza o manejo do mandado de segurança para
proteção do direito líquido e certo quando não possa ser amparado por recurso específico e houver
manifesto abuso de poder ou ilegalidade por parte de agente público. Por outro ângulo, a adição do dano
irreparável ao perigo da demora comprovado resultam no direito líquido e certo e a sua denegação, via
agravo de instrumento, gera a ilegalidade e o abuso de poder.
11. O mesmo entendimento possui TUCCI, pois refere que: "endossando opinião
generalizada de que a atuação do relator, quanto à suspensão da eficácia da decisão agravada ou da
concessão de efeito ativo antecipado, nada tem de discricionária, entendemos que restaria ao agravante,
uma vez ilegalmente rejeitado o pedido de concessão liminar ou de antecipação da eficácia, a via
excepcional do mandado de segurança para se obter tal providência" (2002, p. 118).
12. Fato é que o próprio E. Superior Tribunal de Justiça têm reiteradas decisões admitindo a
impetração de mandado de segurança justamente contra decisão de Des. Relator que trata da concessão
do efeito suspensivo em agravo de instrumento. Confira-se:
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“(...) Pelo que se depreende dos autos, a decretação da falência deu-se em agosto de 2009,
ocasião em que a ora requerente interpôs agravo de instrumento, com pedido de efeito
suspensivo.
De acordo com o relatório constante do acórdão do referido agravo de instrumento, o pedido
de efeito suspensivo fora indeferido (e-STJ - fl. 63). No ponto, ressalte-se que conviria à parte
requerente, para melhor elucidação dos fatos ora submetidos, colacionar à presente medida
acautelatória os fundamentos pelos quais tal pretensão restara indeferida.
É certo, ainda, que, contra esta decisão, a parte ora requerente não se insurgiu por meio de
mandado de segurança (medida processual cabível para infirmar decisão judicial a que
se reputa flagrantemente ilegal e a qual a lei reputa ser irrecorrível, como a prevista no
art. 527, parágrafo único, CPC - ut Recurso Ordinário em Mandado de Segurança n.
25.934/PR, relatado pela eminente Ministra Nancy Andrighi, DJ e. 9.2.2009) (...)” (STJ -
MEDIDA CAUTELAR Nº 16.807 – RJ – Rel. Min. MASSAMIUYEDA – j. 13.05.2010).
“Processo civil. Recurso em mandado de segurança. Possibilidade de impetração do writ
dirigido diretamente ao Plenário do Tribunal 'a quo', visando a impugnar decisão
irrecorrível proferida pelo Relator que, nos termos do art. 522, inc. II, do CPC (com a
redação dada pela Lei nº 11.187/2005), determinou a conversão do agravo de instrumento
interposto pela parte, em agravo retido”. (STJ - RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA
Nº 25.934 – PR – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. 27.11.2008) (grifo nosso)1
13. Ademais, o ordenamento jurídico pátrio não permite que algumas situações jurídicas
fiquem sem solução com legitimidade e legalidade, pois em um Estado Democrático de Direito tudo, repita-
se tudo, deve ser subordinado à vontade da Lei. Salvo o trânsito em julgado das sentenças, qualquer
decisão pode ser contrariada.
14. A teor do artigo art. 5º, II da Lei n° 12.016/09, o writ somente não será admitido quando
se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
1 No mesmo sentido: “Atualmente, a Corte Especial do STJ unificou a posição desse tribunal superior, firmando
entendimento no sentido de admitir o mandado de segurança para atacar as decisões do art. 527, incs. II e III.” (In “Comentários ao Código de Processo Civil” - Arruda Alvim, Araken de Assis, Eduardo Arruda Alvim. Editora GZ, 1ª edição, Rio de Janeiro: 2012. p. 875).
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15. O ato judicial ilegal impugnado neste mandado de segurança é a decisão do Impetrado
que indeferiu o pedido de efeito suspensivo em sede de agravo de instrumento, quando presentes todos os
requisitos legais. Aquela decisão é irrecorrível por disposição expressa de legislação federal (art. 527, §
único do CPC), e conforme jurisprudência tranquila, inclusive desse E. Tribunal, a demonstrar o pleno
cabimento do presente mandamus:.
“(...) Agravo previsto em Regimento Interno do Tribunal local não é meio idôneo para a reforma
da decisão unipessoal que retém o Agravo de Instrumento. Com efeito, o legislador
ordinário, detentor do legítimo poder de representação democrática, determinou, no art.
527, parágrafo único, CPC, que a retenção do agravo de instrumento 'somente é
passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a
reconsiderar'. Não pode se admitir, portanto, que a norma regimental se sobreponha à
lei federal, criando recurso onde ela expressamente o afastou. (...)” (STJ – RMS n° 25.143
– Min. Rel. Nancy Andrighi – j. 04.12.2007) (g.n.)
“RECURSO Agravo regimental Interposição contra decisão que concedeu liminar em
agravo de instrumento Falta de previsão legal Redação do art. 527, parágrafo único, do
CPC, nesse sentido Recurso não conhecido. (...)” (TJSP – Agravo de Instrumento n°
0146185-90.2012.8.26.0000 – Des. Rel. Ricardo Negrão – j. 06.11.2012; No mesmo sentido:
TJSP – AI n° 0283378-84.2011.8.26.0000 – Des. Rel. Tasso Duarte de Melo – j. 14.03.2012; e
TJSP – AI n° 9004431-12.2009.8.26.0000 – Des. Rel. José Reynaldo – j. 27.01.2010) (g.n.)
16. Dessa forma, resta claro o cabimento do presente mandado de segurança, a teor do art.
5º, II da Lei n° 12.016/09 c/c §único do art. 527 do CPC, especialmente em virtude da ilegalidade,
abusividade e teratologia do ato judicial que serão demonstradas ao longo do presente. Por fim, justificada
a distribuição do presente ao E. Tribunal de Justiça, a teor do artigo 21, VI2 da Lei Complementar n° 35/ 79
(LOMAN).
2 Art. 21 - Compete aos Tribunais, privativamente: (...) VI - julgar, originariamente, os mandados de segurança
contra seus atos, os dos respectivos Presidentes e os de suas Câmaras, Turmas ou Seções.
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III. DOS FATOS E FUNDAMENTOS
17. A decisão “ad quem” pela não concessão do necessario e justificado Efeito
Suspensivo e a sentença de convolação em falência da recuperação judicial das empresas AGRENCO
BIOENERGIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ÓLEOS E BIODIESEL LTDA (controlada da Impetrante),
AGRENCO DO BRASIL S.A, AGRENCO SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM LTDA. E AGRENCO
ADMINISTRAÇÃO DE BENS S/A, em conjunto denominadas “FALIDAS” nortearam-se em critérios
discutíveis, equivocados e/ou inexistentes. Dentre eles destacam-se os pontos que serão abordados nesta
peça, a saber: a) Da Inexistência de Solidariedade e ou Confusão Patrimonial entre as “Falidas”; b) Do
Inadimplemento em exatos 50 meses dos Planos de Recuperação Judicial Anteriores; c) Da Determinação
para Apresentação de NOVO PLANO de recuperação judicial; d) Das Ilegalidades da Assembleia Geral de
Credores (d.1 Da Abusividade de Voto ; d.2 Do Caráter Positivo da Abstenção); e) Da questao de ordem
publica (Da proteçao dos minoritarios e do interesse do Erário Publico) f) Da Prejudicialidade Externa (Da
Pendência de julgamento da Ação n° 0017657-92.2013.8.26.0100 e dos Agravos de Instrumentos n.
012085387.2013.8.26.0000 e n. 0131122-88.2013.8.26.0000.)
A. Da Inexistência de Solidariedade e ou Confusão Patrimonial entre as “Falidas”
18. Inicialmente, a Impetrante defende a tese de inexistência de solidariedade entre as
empresas “Falidas”. Vale apontar que uma das premissas determinantes para a decretação de quebra das
Empresas foi o tratamento conjunto conferido a todas elas e a seus credores na recuperação judicial, em
detrimento do tratamento individualizado que respeitasse as particularidades financeiras de cada uma e a
relação de credor-devedor que deve pautar o exercício do direito de voto na recuperação judicial (Lei
11.101/2005, art. 38, 39 e 45).
19. Entretanto, embora reconhecido o litisconsórcio, não significa a formação de um grupo
econômico. A solidariedade não se presume e deve decorrer da lei ou da manifestação válida, inequívoca e
expressa da vontade das partes (Código Civil, art. 265), o que nunca houve no caso, como se provara a
seguir.
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20. A circunstância de no passado terem sido apresentados planos conjuntos ilegais não
afasta a necessidade de, devendo ser apresentados novos planos, as devedoras terem que concordar com
as formas de recuperação (Lei 11.101/2005, art. 53 c/c 55, § 3o). E, jamais a solidariedade poderia ser
extraída da alegaçao de as “Falidas” comporem o mesmo grupo econômico. Essa circunstância não afasta
a autonomia patrimonial das sociedades e sócios e não implica desconsideração recíproca das suas
personalidades jurídicas, ainda mais no caso da Agrenco Bioenergia, na qual a empresa listada Agrenco
Limited, através da Impetrante, investiu fundos dos acionistas majoritários assumindo o controle da
empresa, utilizando-se da linha de credito contratada com o GEM (Global Yield Fund Limited) e
submetendo-se à voluntária diluição pela metade de sua participação acionaria original (de 49% para 22 %)
conforme demonstrado na ata de alteração contratual número 17 (Doc. 03 ), devidamente registrada na
Junta Comercial de São Paulo – JUCESP. Assim, absolutamente equivocada a sentença no que se refere à
solidariedade das Falidas.
21. Tanto é verdade que, conforme se verifica da petição inicial da recuperação judicial das
“Falidas”, em 27/08/2008, as empresas afirmaram que o ajuizamento da recuperação judicial em
litisconsórcio não implicaria prejuízos a credores de uma ou outra sociedade (Doc. 08)3.
22. Ao se deparar pela primeira vez com o pedido de recuperação e antes de avaliar se
deveria ou não ser deferido o seu processamento, o d. Juízo da 1ª Vara de Falências e Recuperações
Judiciais, em 01/09/2008, determinou que as “falidas” explicassem em que medida os “credores que se
sentissem prejudicados” teriam tratamento diferenciado.
23. Em seguida, em 09/09/2008, atendendo à solicitação do d. Juízo a quo, as empresas
peticionaram informando o seguinte:
“(...) as Requerentes deixaram claro que, apesar de tal agrupamento, farão questão de
subdividir o Plano de Recuperação Judicial a ser por elas apresentado com o objetivo
de se manter (relativamente e não absolutamente, por óbvio) os riscos assumidos por
cada um dos credores das diferentes sociedades.
3 “Para que não pairem dúvidas sobre a idoneidade das sociedades -Requerentes, caso qualquer credor – que eventualmente não tenha concedido crédito para todas as sociedades – se sinta prejudicado com o agrupamento da presente Recuperação Judicial com todas as empresas do Grupo Agrenco em seu pólo ativo, as devedoras se comprometem a tratar de maneira diferente tal credor e manter o nível de risco assumido quando da concessão de seu crédito, no Plano de Recuperação Judicial a ser oportunamente apresentado” (trecho da petição inicial da recuperação judicial) .
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Tal providência será tomada com o intuito de evitar que certos e determinados credores
que assumiram risco baixo no momento da concessão do crédito, com base na análise
da situação patrimonial do devedor, não sejam prejudicados com a necessidade de
terem que aceitar e acatar a mesmíssima forma de pagamento proposta a outros
credores que aceitaram um risco muitíssimo maior quando da concessão do crédito. E
isto, efetivamente, para que se evite o favorecimento de certos e determinados credores (mais
cautelosos), o que poderia inclusive ser entendido como violação ao princípio do pars conditio
creditorum.
Ressalte-se que os esclarecimentos realizados a fl. 9 e citado por V. Exa. foram realizados,
como acima mencionado, exatamente para que se evite o tratamento desigual de credores
que, por origem e características de seus créditos são desiguais e possuem um fator de
desigualação se comparados entre si, merecendo, portanto, um tratamento de desigualdade
(considerando, por óbvio, a interpretação teleológica do Princípio da Igualdade)” (Doc.08 A ).
24. Paralelamente, em 11.09.2008, a Marubeni Corporation, sócia em 33% do capital social
da Agrenco Bioenergia à época, peticionou nos autos da recuperação judicial, questionando enfaticamente
a inclusão da Agrenco Bioenergia na processo de recuperação de forma conjunta com as demais
Recuperandas e requerendo fosse a recuperação da Agrenco Bioenergia tratada de forma separada e
individual em razão da diferente situação econômico-financeira desta sociedade quando comparada às
demais “falidas” (Doc.08 B ).
25. Em 16.09.2008, as empresas responderam à manifestação de sua quotista minoritária,
para reiterar que “o Plano de Recuperação Judicial a ser oportunamente apresentado espelhará os
diferentes riscos assumidos pelos diferentes credores das diferentes sociedades-Requerentes”
(Doc. 08 C ).
26. O requerimento de pedido de recuperação judicial era medida que, pelo contrato social
da Agrenco Bioenergia, demandava aprovação unânime de seus quotistas, providência que não havia sido
tomada quando este processo foi ajuizado.
27. Em 19/09/2008, na reunião de sócios pela qual os quotistas da Agrenco Bioenergia
ratificaram o pedido da recuperação judicial ajuizado com base em decisão da diretoria, a Marubeni
Corporation apresentou declaração de voto, deixando claro e expresso que sua concordância com a
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medida era condicionada a que o patrimônio da Agrenco Bioenergia não se comunicasse com o das
demais empresas na recuperação judicial – de modo que, em relação à Agrenco Bioenergia, a
recuperação deveria ser processada de forma independente das demais “falidas (Doc.09) ata marubeni ).
28. Diante dos esclarecimentos prestados em juízo pelas empresas e delimitados os limites
da lide naqueles termos, em 18.09.2008, o d. Juízo “a quo” deferiu o processamento da recuperação
judicial das antigas Recuperandas (Doc. 10 ).
29. Posteriormente, com a entrada de administradores em conflito de interesses, frisa-se,
nomeados pelos credores financeiros, com o próprio soerguimento das empresas, em especial o da
Bioenergia, a manifestação da sócia Marubeni foi ilegalmente ignorada e afastada. Tal fato foi de tamanha
gravidade que levou a Marubeni Corporation (decepcionados, desrespeitados, mal tratados e
expostos a riscos que nao conheciam) a vender a sua participaçao na empresa por R$ 1,00 contra
um investimento que haviam feito de USD 40,000,000.00 !
30. Assim, inexiste qualquer traço de solidariedade e ou confusão patrimonial entre as
“falidas”, sendo certo que a autonomia patrimonial remanesce, sob pena de violação ao disposto nos
artigos 50 e 391 do Código Civil, artigo 591 do Código de Processo Civil e artigo 5o, XXII da CF/88.
B - Inadimplemento em exatos 50 meses dos Planos de Recuperação Judicial Anteriores
31. Em outubro de 2007, a Agrenco Limited, empresa estrangeira e controladora das
“Falidas”, abriu seu capital e lançou ações na Bovespa, numa operação (IPO) coordenada pelo Banco
Credit Suisse. Na ocasião foram captados R$ 666 milhões para investir em três plantas industriais de
proteína vegetal, biodiesel e cogeração de energia elétrica: uma no Paraná, uma em Mato Grosso e outra
em Mato Grosso do Sul.
32. As empresas, denominadas hoje em juízo por “Falidas”, eram sólidas e atuantes,
gerando empregos e tributos. O Prospecto Oficial do IPO (Doc. 11), os balanços de todas as empresas ao
redor do mundo auditados em 31-12-2007 (Doc. 12) e o balanço do 1º trimestre de 2008 (Doc. 12 A)
pela reputada KPMG, destaca-se, sem nenhuma ressalva atestavam a saúde das “Falidas” e qualidade de
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gestão, mesmo num cenário de crise financeira mundial aquela época. O complexo de Alto Araguaia foi
inaugurado em 14/03/2008 pelo Presidente da Marubeni Corporation, com a presença de Ministros de
Estado e Representantes do Presidente Lula, Governador de Estado, e produziu oleos vegetais, farelos
de soja e biodiesel até 20/06/2008, quando por meio de denúncia equivocada, foi deflagrada pela Polícia
Federal a denominada “Operação Influenza” que afetou duramente todos os negócios das “Falidas”. A
fatídica operação foi posteriormente julgada ilegal por decisao transitada em julgado, mas os resultados
estão presentes até hoje. A Agrenco Holding BV esta processando a União Federal pelos prejuízos
decorrentes desta operação (Doc. 13).
33. Como consequência dessa operação ocorreram cancelamentos de contratos de serviços
e venda de produtos, vencimentos antecipados de contratos de crédito, e, além disso, a impossibilidade
total de se obter novos créditos. Estima-se que, caso não tivesse havido a “Operação Influenza”, as
empresas, hoje, estariam faturando cerca de US$ 6 bilhões e lucrando US$ 350 milhões por ano. Além da
derrocada da companhia, milhares de empregos foram ceifados, e, com isso, a possiblidade de crescimento
de cidades inteiras, onde estão localizadas as plantas industriais, além do crescimento do próprio Brasil,
que teria nas atividades das empresas, uma importante fonte de receita de impostos.
34. Exatos 27 (vinte e sete) meses depois, a 7ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, de forma unânime, reconheceu a nulidade e ilicitude das provas sob as quais versaram a denúncia,
que foi corretamente rejeitada. Sequer processo foi aberto pela Justiça Federal e houve o trânsito em
julgado da decisão (Doc. 14). Ocorre que, como consequência da “Operação Influenza”, a situação
financeira das empresas já estava insustentável e não restou alternativa que não fosse o pedido de
Recuperação Judicial.
35. Em 27/08/2008 as empresas, ora “Falidas”, requereram a Recuperação Judicial e por
decisão dos credores financeiros, a gestão das atuais Falidas foi assumida pela consultoria Íntegra,
posteriormente denominada Ivix, do empresário Nelson Sampaio Bastos. Por determinação de seus
contratantes (os credores financeiros), a Ivix deveria reestruturar a dívida das empresas, que tem como
principais credores o Credit Suisse e o Deutsche Bank, dentre outros. Aliás, o Credit Suisse é o maior
deles, com um crédito aproximado de R$ 180 milhões decorrente de empréstimos para financiar o IPO da
companhia.
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36. Cabe destacar que a gestão acima mencionada nunca teve o real interesse em
recuperar as empresas, tanto que houve o reconhecimento do conflito de interesses por parte da CVM
(Doc. 29). A clara intenção da antiga administração era liquidar os ativos da falida Agrenco Bioenergia,
alienando as suas plantas industriais de Alto Araguaia – MT e Caarapó – MS. Veja-se que na planilha
denominada “WATERFALL” (Doc. 15 ) elaborada pela Ivix a pedido das instituições financeiras,
havia os percentuais de recebimento de valores somente entre eles. Essa planilha foi elaborada em
2012 época em que os credores financeiros estavam preparando o “plano de liquidação“ das empresas
(que foi interrompido com a brilhante decisao do Desembargador Pereira Calças que afastou a Ivix da
gestão das empresas e permitiu o retorno da atual administração ao comando das empresas!)
37. De fundamental relevância foi o requerimento em 2009, em juízo, do Sr Antônio Iafelice,
fundador das empresas e representante dos acionistas majoritários, para voltar ao comando das falidas,
com o único intuito de colaborar na recuperação das mesmas (Doc. 16 ). Entretanto, os mesmos credores
financeiros que agora rejeitaram o novo plano de recuperação, manifestaram-se contrarios a volta do
fundador e fundamentaram suas decisões no fato de que as empresas se recuperavam muito bem, sendo
certo que a presença do Sr. Antônio era desnecessária. Comprovam a assertiva os documentos anexados
a esta peça (Doc. 16 A) Mas questiona-se: Como empresas que estavam paradas, que não geravam caixa
poderiam estar se recuperando bem ? Em verdade, os credores financeiros se opuseram a volta do
fundador porque sabiam que com o seu retorno, o esquema para a liquidação dos ativos da
Agrenco Bioenergia estaria comprometido.
38. A conduta e o “modus operandi” da antiga administração, sob responsabilidade da
empresa Ivix de propriedade do Sr Nelson Sampaio Bastos, em conjunto com os credores financeiros,
chega a beirar os artigos da Nova Lei Penal sob n. 12.850 de 02.08.2013 eis que dispõe sobre a
associação de pessoas estruturalmente ordenada com o objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquer natureza. A atuação dessa antiga administração induziu em erro todos os
interessados na recuperação da empresa, em especial o erário público.
39. Cabe relembrar o fato ocorrido com a planta industrial de Marialva que também era
de propriedade da falida Agrenco Bioenergia. Esta planta foi alienada por R$ 37 milhões para a empresa
gaúcha BSBios, que, poucas semanas depois, vendeu metade dela para a Petrobras por R$ 55 milhões.
Portanto, o valor da alienação da planta, para o juízo, foi a preço bem inferior ao devido (Doc. 18).
13
40. Com a equivocada decretação da falência das Recuperandas, prosseguem alguns e do
mesmo grupo de credores financeiros com o firme propósito de liquidarem os ativos das empresas, em
benefício próprio, e em detrimento do Erário Público, do Fisco, dos trabalhadores e dos acionistas. Ate
porque, a manutenção do decreto de falência permitirá, por exemplo, que estes mesmos credores
financeiros façam um acordo com um “investidor”, que assuma os ativos a um custo baixíssimo, porém sem
qualquer obrigação de pagamento ao Fisco e aos credores não financeiros. Desta forma, os ativos seriam
incorporados a uma SPE, completamente livre de qualquer dívida, e que poderia, por exemplo, operar as
fábricas por algum tempo, e, a seguir, vende-las por um valor infinitamente superior ao valor de aquisição.
41. Somente em abril/2012, como mencionado acima no item 36, com a concessão do
efeito suspensivo ao Agravo de Instrumento nº 0063887-41.2012.8.26.0000 (Doc. 17) a administração
conflituosa foi afastada e reconhecidos os erros e manipulações por ela praticados, determinando-se,
também, o retorno dos atuais administradores que possuem efetivo interesse na recuperação das
empresas. Portanto, dos 50 meses de inadimplemento dos Planos de Recuperação Judicial mencionados
no decreto de quebra das empresas, em verdade tem-se 36 meses de gestão conflituosa, restando
apenas os últimos 14 meses sob a administração atual.
42. Vale aqui transcrever parte do Parecer do Ministério Público (Doc. 18 ) no Agravo de
Instrumento de nº 0063887-41.2012.8.26.0000 (Doc. 17) julgado pela E. 1ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial deste Egrégio Tribunal, ao se manifestar favoravelmente ao afastamento dos credores
financeiros e seus contratados da administração das Falidas, simplesmente pelo fato de que os mesmos
não tinham qualquer interesse na recuperação das empresas:
“Consoante se infere do processado, a R. Decisão que homologou "a aprovação da
modificação do plano de recuperação judicial realizada em Assembleia Geral de Credores das
Empresas Agrenco (Em recuperação judicial), inclusive com a destituição da diretoria e
conselho de administração das recuperandas, não contou com a aquiescência do devedor.
A toda evidencia o procurador Dr. Thomas Fesberg não agiu nos termos do mandado que lhe
foi conferido, pois sequer mandatário foi consultado sobre a aludida Assembleia Geral de
Credores e nem sobre a modificação do plano ali aprovado.
Alias, é de se presumir que dito procurador ate mesmo tinha conhecimento das medidas
judiciais que estavam sendo tomadas pela agravante.
14
Logo, a representação da agravante é nula e inexistente por ter seu procurador agido
contrariamente aos interesses da agravante qual seja a recuperação das empresas e não
simplesmente a liquidação do patrimônio.
Ora, diante da farta documentação que instruiu o agravo, deve ser reformada a R.
Decisão ante a evidente manobra demonstrada no sentido de privilegiar' uns poucos
credores ("amigos do rei") em detrimento do fisco e dos demais credores plebeus (leia-
se: sociedade ordeira que trabalha e recolhe regularmente os tributos), com a
determinação de realização de nova Assembleia Geral de Credores onde deverá ser
apresentada nova alteração - factível - do plano de recuperação judicial das empresas
Agrenco do Brasil SA e outras.
A documentação acostada da conta, de forma satisfatória da existência das manobras no
sentido de afastar-se dos objetivos maiores da recuperação judicial das empresas, até mesmo
pelo afastamento de seus administradores que se encontravam comprometidos com o instituto
legal da recuperação judicial e que devem ser reintegrados nos seus postos.” (g.n.)
43. Ademais, as ora “Falidas” já ajuizaram as competentes ações indenizatorias para reaver
os inúmeros prejuízos causados pela antiga administração e pelo escritório de advocacia que as
representava no passado (Docs. 31 e 32). Por todo o exposto, mostra-se equivocada a r. Decisão ao
mencionar o periodo de 50 meses de inadimplemento, posto que ao longo de 36 meses as empresas
ficaram sob o comando de gestores não comprometidos com a efetiva recuperação das mesmas, atuando
em conflito de interesses, praticando a mesma metodologia adotada quanto a outras empresas, a exemplo:
Gradiente, LAEP.
C. Da Determinação para Apresentação de NOVO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
44. Em 26/03/2013, quando do julgamento do Agravo 0063887-41.2012.8.26.0000, a C. 1º
Câmara de Direito Empresarial desse E. Tribunal anulou plano de recuperação “das Falidas”4 de março de
2012 e determinou que apresentassem NOVO plano de recuperação judicial e realizassem Assembleia
Geral de Credores no prazo de 30 (trinta) dias. Antes mesmo do término do prazo fixado pela E. Câmara,
eis que pela primeira vez administradas por pessoas que têm como objetivo a efetiva recuperação das
4 Conforme restou provado e reconhecido por esse E. Tribunal, as Falidas jamais haviam concordado com
aquele plano de recuperação judicial, sendo este o principal fundamento para a anulação da decisão que aplicou
o cram down e homologou a alteração do plano feita contra a vontade das devedoras.
15
empresas, que são plenamente viáveis, as “Falidas” apresentaram seus novos planos de recuperação
judicial (Doc. 19), sendo um plano individual para cada uma delas.
45. As empresas “Falidas”, ao proporem planos de recuperação judicial em conjunto,
atenderam uma extemporânea, superficial e prematura decisão proferida pelo Juiz Substituto Marcelo
Sacramone (Doc. 33) poucos dias após o mesmo ter assumido a 1ª Vara de Falências e Recuperações
Judiciais, e que foi ratificada pela autoridade coatora às 09:00 hrs da manhã suspendendo a AGC que
estava aberta fazia 1 minuto, posto que estava agendada para a data de 19.06.13, revogando, assim, a
acertada decisão do MM Juiz Titular (Doc. 20) que permitiu que as empresas apresentassem 04 Planos de
recuperação judicial, um para cada falida. Com isso, as empresas demonstraram boa-fé e correção, pois
destinariam, como previsto no próprio plano, os recursos gerados a partir das operações da AGRENCO
BIOENERGIA ao pagamento dos credores das demais litisconsortes. Este fato demonstra, inclusive, de
forma inequívoca a viabilidade econômica das “Falidas” em geral e da AGRENCO BIOENERGIA em
particular. Vale frisar que o plano de negócios (Doc. 21 ), parte integrante do plano de recuperação geral
apresentado demonstra inequivocamente a capacidade de geração de caixa das Falidas, não deixando
qualquer dúvida sobre o potencial de crescimento das empresas. A comprovada viabilidade das empresas,
mesmo diante de todo o cenário judicial em que se encontram, esta disponível verba relativa a
arrendamento a CoopLar (Doc. 07) por 6 meses de armazém de uma dessas plantas (Caarapó / MS)
para entrada imediata ao caixa das empresas, no importe de R$350.000,00 (e nos próximos meses,
parcelas de R$133.000,00 que totalizam o valor de R$700.000,00). As falidas ato contínuo a proposta
apresentada pela CoopLar, levaram ao juízo da falência, a fim de que o administrador judicial possa fazer
uso da verba para pagar salários, seguro das fabricas, aluguel de escritórios. Enfim, o decreto de falência
precisa ser suspenso imediatamente, por ser administração da perfeita Justiça!
D - Das Ilegalidades da Assembleia Geral de Credores – ABUSIVIDADE DE VOTO E
CARÁTER POSITIVO DA ABSTENÇÃO
46. Outro ponto basilar da decisão que deve ser reformada é o resultado da Assembléia
Geral de Credores de 26.07.13 que reprovou o plano de recuperação judicial das empresas. Nesta data, ou
que ocorreu foi, especialmente: (i) a manipulação das instituições financeiras no sentido de conduzir as
empresas à falência, (ii) o “bis in idem” do Credit Suisse quanto à exigência de parte do seu credito, (iii) a
influência do Credit Suisse nos votos dos demais credores; (iv) a abusividade de voto do Credit Suisse que
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alterou a intenção de voto dos da Classe III; Sendo certo que cabe analisar o caráter positivo da abstençao
de voto.
47. Destaca-se, por exemplo, a aprovação do plano por 30 credores na Classe III, porém,
a intenção de voto foi alterada devido ao voto contrario externado pelo Credit Suisse, capaz de sozinho,
determinar o resultado desta Classe. Entretanto, o resultado da AGC não poderia ter sido dessa forma,
porque o Credit Suisse Brazil (Bahamas) ajuizou execução contra a Agrenco Limited, avalista do crédito,
sediada nas Bermudas, pelos mesmos US$ 50 milhões que representam 62% do seu credito listado
na Classe III do processo de recuperação judicial brasileiro. Portanto, dos US$ 80 milhões do seu
crédito apenas US$ 30 milhões (a menor parte) representava o crédito junto às empresas “Falidas” na AGC
de 26.07.13.
48. A participação ativa na AGC e sem qualquer ressalva por parte do Credit Suisse quanto à
execução de 62% de seu crédito iniciada um dia antes nas Bermudas, deixou evidente a demonstração
de abuso de direito, bis in idem, má-fé, e afronta direta à ética e aos bons costumes por parte do
referido credor. Cabe ressalvar que o Credit Suisse, com a execução apresentada na Corte de Bermudas,
fez a opção de receber seu crédito por outros meios, fora da recuperação judicial. Portanto, seu voto sequer
poderia ter sido colhido sem ressalvas e considerado para todos os fins da AGC de 26.07.13, uma vez que,
naquela ocasião, ficou clara a atitude do Credit Suisse de abrir mão de continuar buscando todo o seu
crédito neste processo brasileiro.
49. Ademais, a sentença proferida pela Corte de Bermudas após a assembleia de credores,
deixou claro que o Credit Suisse ficou impedido de buscar a satisfação de seu crédito naquela jurisdição
estrangeira, cujos termos da decisão encontram-se acostados a esta peça (Doc 22), em razão de não ter
esta instituição financeira qualquer credito junto a estas empresas ! A declaração pública do Sr Nils, que
deu suporte ora anexada, atesta ser o Credit Suisse credor da Agrenco Madeira (Portugal) assim, nem
credor direto das empresas brasileiras ele o é.
50. O credor Credit Suisse também deixou evidente suas intenções quando opôs, após a
sentença de quebra, embargos declaratórios (Doc 23) onde pleiteava que fosse declarado o direito de
receber o seu crédito perante a sua avalista Agrenco Bioenergia, ou seja, esse credor votou por plano de
recuperação único entre as ora falidas, conseguiu em juízo o direito de votar na Classe II ou III, optou em
votar como credor quirografário e requereu após decretação da falência, que seja beneficiado em
17
detrimento dos demais credores, bem como do erário publico, trabalhadores, produtores rurais e 5536
acionistas minoritários que estão na iminência de perderem todos os seus investimentos, haja vista que a
controladora das falidas é empresa de capital aberto com BDRs negociadas na Bovespa.
51. Está clara a manipulação realizada por este credor que se utilizou de meios escusos
que afrontam a boa-fé, a ética e os bons costumes para obter vantagens sob os demais credores.
52. Não fosse somente por todo o exposto, outra razão pela qual o voto desse credor não
deveria ter sido computado, tem amparo quando se configura abuso de minoria e manipulação de voto.
O artigo 58 §1°da Lei 11.101/2005 estabelece possibilidades de aprovação de plano de recuperação,
mesmo quando não tenha sido aprovado nos termos do artigo 45 da mesma lei.
53. O Dr Paulo F.C. Salles de Toledo, desembargador aposentado do E. Tribunal de Justiça
de São Paulo, em sua obra Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência (Editora Saraiva –
5ª Edição – pág. 221 e seguintes) destacou o seguinte: “4 – Sentença concessiva da recuperação judicial
apesar de o plano de recuperação não ter sido aprovado pela assembleia geral: art. §1° (...) Para evitar o
“abuso da minoria”, a LRE prevê, sabidamente, no art. 58 §1°, que o juiz concedera a recuperação judicial
contra a deliberação da assembleia geral se ficar provado que, “na mesma assembleia, de forma
cumulativa”, o plano de recuperação obteve aprovação de: a) (...) b) “duas das classes de credores nos
termos do art. 45 (...) e c) “na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de um terço dos
credores, computados na forma dos §§1) e 2° do art. 45.”
54. O Superior Tribunal de Justiça, em recente decisão proferida em Recurso Especial no
qual são partes Companhia Brasileira de Açúcar e Alcool e outros e Agrícola Santa Olga Ltda e outro, a
Ministra Nancy Andrighi expõe exatamente o tema em destaque, qual seja, a possibilidade do juiz decidir de
forma diferente do resultado da assembléia de credores, nos termos do artigo 58 §1°da Lei 11.101/2005, a
saber:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.314.209 - SP (2012/0053130-7) (...) “A apresentação, pelo
devedor, de plano de recuperação, bem como sua aprovação, pelos credores, seja pela falta
de oposição, seja pelos votos em assembleia de credores (arts. 56 e 57 da LFRJ)
consubstanciam atos de manifestação de vontade . Ao regular a recuperação judicial, com
efeito, a Lei submete à vontade da coletividade diretamente interessada na realização do
18
crédito a faculdade de opinar e autorizar os procedimentos de reerguimento econômico da
sociedade empresária em dificuldades, chegando-se a uma solução de consenso. Disso
decorre que, de fato, não compete ao juízo interferir na vontade soberana dos credores,
alterando o conteúdo do plano de recuperação judicial, salvo em hipóteses expressamente
autorizadas por lei (v.g. art. 58, §1º, da LFRJ). A obrigação de respeitar o conteúdo da
manifestação de vontade, no entanto, não implica impossibilitar ao juízo que promova
um controle quanto à licitude das providências decididas em assembleia. Qualquer
negócio jurídico, mesmo no âmbito privado, representa uma manifestação soberana de
vontade, mas que somente é válida se, nos termos do art. 104 do CC/02, provier de agente
capaz, mediante a utilização de forma prescrita ou não defesa em lei, e se contiver objeto
lícito, possível, determinado ou determinável. Na ausência desses elementos (dos quais
decorre, com adição de outros, as causas de nulidade previstas nos arts. 166 e seguintes do
CC/02, bem como de anulabilidade dos arts. 171 e seguintes do mesmo diploma legal), o
negócio jurídico é inválido. A decretação de invalidade de um negócio jurídico em geral não
implica interferência, pelo Estado, na livre manifestação de vontade das partes. Implica, em
vez disso, controle estatal justamente sobre a liberdade dessa manifestação, ou sobre a
licitude de seu conteúdo.(...)”
55. Analisando-se as informações constantes das Atas (Doc. 24) firmadas pelo
administrador judicial, o plano havia sido aprovado por 100 % da Classe I e por quase a totalidade dos
credores da Classe III. Veja-se o quadro figurativo dos votos proferidos:
CLASSE I
Vinicius dos Santos Leite R$ 1.427.487,76 SIM
CLASSE III
Banco Bradesco (sub-rogação) R$ 85.947,00 NÃO
Credit Suisse Bahamas R$ 113.867.426,48 NÃO
Andrade Engenharia Ltda. R$ 1.870,00 SIM
Alvares e Jorge Ltda. R$ 857,50 SIM
Ary Oleofar Corretora de Mercadorias R$ 23.281,12 SIM
Auto Ricci S/A R$ 24.233,45 SIM
Carmando Xavier Dias R$ 1.131,00 SIM
Embu Impermeabilizações Ltda. R$ 10.012,50 SIM
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Enides Rodrigues de Andrade R$ 2.075,00 SIM
Fogaça & Moreira R$ 300,00 SIM
Expresso Maringá R$ 885,02 SIM
Expresso Rodoviário Tamoyo Ltda. R$ 719,37 SIM
Flávio Rosan ME R$ 221,54 SIM
JJR Instrumental R$ 4.537,53 SIM
João Antonio de Andrade R$ 5.853,79 SIM
Joaquim Roberto R$ 5.977,95 SIM
Lemes Editora R$ 175,00 SIM
Luciley A. S. ME R$ 106,18 SIM
Luis Carlos Dias R$ 1.060,00 SIM
Multivendas Com. E Distr. Ltda. R$ 3.446,70 SIM
News Brindes R$ 62,50 SIM
Phoenix Comercial Elétrica Ltda. R$ 5.211,17 SIM
Pina & Almeida Pina Ltda. R$ 1.459,00 SIM
Sindicato Rural de CAA R$ 2.000,00 SIM
Sistemaq Automoção Ltda. R$ 1.393,44 SIM
Tony Porfírio ME R$ 292,50 SIM
Under de Paula Gimenes R$ 900,00 SIM
Egelte Engenharia R$ 14.626.333,67 SIM
Zuleide Ferrari R$ 1.465.782,98 SIM
Lara & Lara R$ 3.085.700,00 SIM
Porfi-Lara R$ 800.000,00 SIM
TNL R$ 2.445.705,19 ABSTENÇÃO
TSG R$ 1.101.575,00 ABSTENÇÃO
56. Como se não bastasse todo o acima exposto, em 02/09/2013 o Credit Suisse se
manifestou através de seu procurador (Doc. 25), que só continuará as negociações com as Falidas no
sentido de uma composição, já que a falência não interessa a ninguém, se a Agrenco Limited,
controladora das Falidas, desistir do recurso de agravo de instrumento interposto (Doc. 26) contra a
sentença de quebra, onde a mesma demonstra todas as manipulações, má-fé, abusividades e
20
imoralidades cometidas por esse credor contra as empresas ora falidas. Trata-se do mesmo “modus
operandi” desse credor que juntamente com os demais membros da comissão de credores e o
antigo procurador das falidas, já devidamente processado (Doc. 32), propuseram, tempos atrás, que
a empresa desistisse do processo movido contra a empresa IVIX e seus sócios Nelson Bastos,
como condição para que a empresa Agrenco Netherlands NV (Holanda) não falisse. Como a diretoria
não acatou, foi decretada a falência da Agrenco NV.
57. Diante do exposto acima, está clara e evidente a manipulação e abuso de voto de minoria
em detrimento da vontade da maioria, fato esse reprimido e contrário a doutrina e jurisprudência que
defende não haver soberania do resultado da assembleia quando houver situações defesas em lei, eivadas
de má-fé e que afrontam os bons costumes.
58. Outro vicio insanável ocorrido na Assembleia Geral de Credores (AGC), iniciada em
18.7.2013 e encerrada em 26.07.2013 que não foi sequer analisada pelo juízo, diz respeito ao caráter
positivo da abstenção do voto. Trata-se de questão de suma importância posto que ensejaria a anulação
da AGC que culminou com a não aprovação de Plano de Recuperação Judicial repita-se, plausível,
exequível e consistente. O credor HSH teve todas as suas reivindicações aceitas e concedidas, conforme
se pode constatar na ata redigida pelo Administrador Judicial (Doc. 24 ) e, simplesmente se absteve de
votar, justificando tal atitude pelo fato das “Falidas” não terem aceito arcar com o reembolso de impostos
incidentes sobre os juros previstos no Plano, e que são retidos na fonte.
59. Como já informado, na AGC realizada dia 26.07.13, havia 52 credores com direito a voto,
sendo certo que, na Classe II eram 08 votantes. Ocorre que, nesta classe, 03 credores votaram
favoravelmente e o HSH se absteve de votar. Dessa forma, se a abstenção do HSH fosse considerada
como voto favorável e positivo ao plano, teríamos na classe II o empate em número de credores, sendo
certo que, deveria ser considerado o atendimento aos requisitos previstos no artigo 58 da Lei 11.101/2005.
60. Em conclusão, diante de 100% de aprovação pela Classe I e considerando-se as
questões acima abordadas sobre abuso de minoria, manipulação e má-fé, a correta exclusão do voto
contrario do Credit Suisse implicaria na aprovação do plano pelos credores da Classe I e III. E, ainda,
reconhecendo e computando as abstenções como votos positivos, os requisitos do § 1º do art. 58 da Lei
11.101/2005 teriam sido preenchidos, permitindo a homologação do plano pelo d. Juízo através do instituto
do “cram down”. Sendo assim, por dois aspectos teríamos aprovado o plano de recuperação judicial
21
por 2 Classes de credores e empatado em outra, exatamente como previsto e permitido no artigo
acima citado.
61. Os gráficos abaixo traduzem com clareza o texto acima transcrito:
P ara aprovaç ão na C las s e III: •23 credores
•Mais de R $ 198.855.743,45
C redit: 45,68%
1/3: R $ 132.570.495,63
C redores B IO *: R $ 51.715.050,77
C redores B IO: 25 credores repres . por Alberto Luiz, E lói, C arolina Armazéns , P orfi-L ara, TS G , TNL , Z uleide F errari, L ara & L ara, E gelte.
P ara aprovaç ão na C las s e II: •4 credores
•Mais de R $ 148.004.680,14
22
VAL OR TOTAL DOS C R É DITOS : R $ 695.148.334,95
P ara fins de C ram Down:Metade dos c réditos :
R $ 347.574.167,47
62. Nesse sentido, defende a Impetrante estar incorreta a sentença que decretou a falência
das empresas “Falidas”, bem como o decisum que indeferiu o efeito suspensivo ao recurso de agravo de
instrumento. A razão do presente Mandado de Segurança é a correta e necessária concessão do efeito
suspensivo ao agravo de instrumento nº 0164541-02.2013.8.26.0000, sustando-se os efeitos da
decisão proferida pelo IMPETRADO e assim evitando-se graves e irreversíveis efeitos nocivos da
falência tanto às empresas “Falidas” como à IMPETRANTE.
E - DA QUESTAO DE ORDEM PUBLICA E O INTERESSE DO ERÁRIO PUBLICO
63. Importante ressaltar que o interesse do Erário Público é questão de ordem pública,
pois trata-se de interesse do Estado e da própria sociedade, sendo certo que, além de conhecido de ofício
pelo Magistrado deve ser protegido pelo Poder Judiciário.
64. Não pairam dúvidas que as plantas industriais da BIOENERGIA representam um valioso
ativo público subvencionado pelo Erário. Desta maneira, a alienação por meio de leilão público, poderá
conduzir a caminhos causadores de lesões irreparáveis, haja vista que o artigo 60 da Lei 11.101/2005
autoriza a venda do ativo sem que haja sucessão tributária e, consequentemente, o Estado não poderá
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cobrar dos novos proprietários (terceiros adquirentes) os milhões de Reais investidos nas plantas industriais
de Alto Araguaia e Caarapo os créditos tributários que detém contra a referida sociedade.
65. Ademais, os recursos obtidos com a venda em hasta pública desses ativos industriais
pode representar valor equivalente à metade do preço efetivo de mercado, o que resulta que sequer os
credores da classe II (detentores de garantias) serão pagos. Que dirá os credores quirografários e o Erário
Publico. Cabe trazer a conhecimento deste E. Tribunal Ações Populares distribuídas junto aos Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Doc. 27) bem com recente matéria levada a imprensa pelo jornal Valor
Econômico, (abaixo transcrita), idôneo meio de comunicação na área financeira, que abordou o fato dos
credores financeiros terem aceitado desagio de 90% do céedito da devedora Sementes Selecta salvando a
empresa da falência. Notoriamente são OS MESMOS CREDORES FINANCEIROS que recusaram o 60%
ofertados pelas empresas Agrenco, levando-as para falência. E, mais, o MM Juiz Marcelo Sacramone
mencionou claramente que o plano de recuperação "... previa desagio exarcebado..." (sic) quando em
verdade, trata-se de percentual acima do praticado pelo mercado !
66. NOTÍCIAS SOBRE SETOR DE SOJA / RJ / CESSAO DE CREDITOS
SUSTERA FINANCAS CORPORATIVAS
03/09/2013 SEMENTES SELECTA PODE DEIXAR RECUPERACAO JUDICIAL
Por Gerson Freitas Jr. | De São Paulo
Após quase cinco anos, a Sementes Selecta pode deixar o processo de
recuperação judicial. A companhia, recentemente adquirida pela chilena Corpesca,
protocolou o pedido de saída em março e aguarda um pronunciamento da Justiça.
No último dia 19, o Ministério Público de Goiás publicou um parecer favorável ao
encerramento do processo, contrariando a posição da fabricante de equipamentos
Lupatech, a trading China Agri Oils e a Votorantim Cimentos, que acusaram a
empresa goiana de ter descumprido parte de suas obrigações.
24
"A empresa cumpriu o plano, conforme aprovado pelos credores, demonstrando
condições de adimplir com suas obrigações restantes (...) honrando sua função
social e econômica", afirma a promotora Lívia Gomes Machado no parecer.
Ao todo, a Selecta devia quase US$ 400 milhões quando entrou com o pedido de
recuperação, em abril de 2008. Ao fim do processo, os bancos abriram mão de até
90% de seus créditos. Ainda assim, os credores financeiros consideram a Selecta
um "caso de sucesso".
Isso porque as dificuldades enfrentadas pela empresa goiana foram semelhantes às
da Agrenco, que entrou em recuperação judicial no mesmo ano. Mas,
diferentemente da Selecta, a Agrenco nunca voltou a operar e teve sua falência
decretada em julho, depois que os credores recusaram uma nova proposta para o
pagamento das dívidas.
Fundada em 1984, a partir da empresa familiar Betinha Alimentos, de Jundiaí (SP),
a Selecta mergulhou em sua maior crise no início de 2008, após sofrer uma perda
de US$ 160 milhões com derivativos de soja na bolsa de Chicago. A companhia
havia faturado cerca de US$ 300 milhões em 2007 e esperava alcançar US$ 500
milhões naquele ano.
À época, a Selecta atuava basicamente na comercialização e exportação de grãos -
ainda em 2008, a empresa vendeu seus ativos de originação para o grupo argentino
Los Grobo por US$ 30 milhões. Contudo, a companhia já havia investido R$ 150
milhões na construção de uma unidade de processamento com capacidade para
esmagar até 600 mil toneladas de soja em Araguari (MG).
Os principais bancos credores (Santander, Credit Suisse e HSH Nord Bank)
injetaram mais US$ 30 milhões na conclusão da fábrica e aceitaram transformar
parte de sua dívida em capital. Com isso, as instituições tornaram-se proprietárias
da planta, inaugurada em 2009.
25
O acerto previa o arrendamento da planta à Selecta, que teria a opção de recomprá-
la ao fim do período. Contudo, segundo uma fonte ligada aos credores, a empresa
não conseguiu honrar os pagamentos e entrou em default. "A falência era o caminho
natural. A empresa estava em recuperação judicial, e seu único ativo pertencia aos
credores. Mas alguns bancos mantiveram o crédito, e a empresa ganhou tempo",
diz.
Segundo a fonte, foi nesse contexto que o presidente da Selecta, Maurício Mendes
(um dos membros da família que controlava a companhia) deu início às conversas
com a Corpesca, a subsidiária pesqueira do poderoso grupo chileno Angelini.
O negócio fazia sentido para os chilenos. Fabricante de rações para peixes e
grande consumidora de proteína concentrada de soja, a Corpesca considerava a
Selecta um fornecedor estratégico.
Após uma longa negociação, a Corpesca anunciou, em dezembro do ano passado,
a decisão de comprar 60% do capital social da Selecta por US$ 60 milhões. O
negócio foi aprovado em fevereiro pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade).
Os chilenos também teriam comprado 98% das dívidas cobertas pelo plano de
recuperação. Paralelamente, a Corpesca fez um acordo com os bancos para a
aquisição da fábrica em Araguari, com pagamento em 10 anos. O valor do negócio
é mantido em segredo. "Apesar dos descontos [sobre o valor da dívida], os chilenos
pagaram à vista. Houve disposição de todas as partes em resolver a situação",
afirma um credor.
Segundo reportagens publicadas pela imprensa chilena, o presidente da Corpesca,
Roberto Angelini afirmou recentemente, em assembleia de acionistas, que reduziu à
metade o endividamento da Selecta. O montante hoje estaria em torno de US$ 160
milhões.
Procurados, os representantes da Selecta não quiseram se pronunciar.
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67. Dessa forma, a falência não representa beneficio a nenhuma das pessoas envolvidas no
feito e o decreto de suspensão da decisão que convolou em falência deve ser deferido de forma imediata,
para se evitar todos os prejuízos dele advindos. Todos esses fatos devem ser analisados com maior
enfoque por parte desse E Tribunal, para que se possa corrigir a tempo esse equívoco e suspenda o
decreto de falência de empresas viáveis. Por essa razão, o provimento do presente Mandado de Segurança
é questão que se impõe para a perfeita aplicação da Justiça.
F - DA PREJUDICIALIDADE EXTERNA (Da Pendência de julgamento da Ação n°
0017657-92.2013.8.26.0100 e dos Agravos de Instrumentos n. 012085387.2013.8.26.0000 e n. 0131122-
88.2013.8.26.0000)
68. Cumpre observar que esses não se mostram os únicos argumentos de relevância a
serem analisados por este E. Tribunal. Há outras considerações de suma importância a serem
observadas, para que se proceda à correção imediata da decisão proferida e concessão do efeito
suspensivo ao agravo em questão.
69. Primeiro, pela prejudicialidade externa em razão da ação n° 0017657-92.2013.8.26.0100
(“AÇÃO PREJUDICIAL”) (Doc.04 ), que impunha a suspensão do processo até julgamento da questão
prejudicial, nos termos do artigo 265, IV, ‘a’ do CPC e artigos 3º, I e 5º, LV da CF/88. A AÇÃO
PREJUDICIAL, de seu turno, tem como fundamento justamente as ilegalidades verificadas e a deturpação
de sua recuperação judicial, e, como objeto, a declaração de nulidade de todos os instrumentos que, na
recuperação judicial, impuseram à AGRENCO BIOENERGIA a obrigação de responder com seu patrimônio
por dívida alheia, inclusive nos planos de recuperação judicial conjuntos.
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70. Conforme se verifica da r. decisão (Doc. 28 ), o d. Juízo “a quo” permitiu que instituições
financeiras (a grande maioria) e outras sociedades que NÃO SÃO CREDORAS ou MANTÉM QUALQUER
RELAÇÃO JURÍDICA com a AGRENCO BIOENERGIA, pudessem decidir acerca do futuro desta
sociedade. Em outras palavras, não obstante o disposto nos artigos 38, 39 e 45 da Lei 11.101/2005, os
votos contrários de credores de outras sociedades foram computados para fins de decisão acerca da
aprovação ou não da proposta de reestruturação da AGRENCO BIOENERGIA.
71. O fundamento utilizado pela decisão proferida em 1ª instância para justificar tamanha
ilegalidade foi o de que, verbis: “Diante da vinculação ao plano original e que não envolveu a apreciação
apenas da satisfação do crédito individual do próprio credor e em face de apenas uma das sociedades
devedoras integrantes do grupo, mas da capacidade total do grupo societário de satisfazer todas as
obrigações previstas, não se poderia, sem a aprovação de todos os credores, separar-se do grupo as
obrigações e os credores de apenas uma das sociedades” (fls. 23.277).
72. Ocorre que, conforme se verifica no acima transcrito, a própria “vinculação ao plano
original” é questionada na AÇÃO PREJUDICIAL que tramita perante o d. Juízo de primeiro grau a se
confirmar serem nulos, ilegais, inexistentes ou ineficazes os planos conjuntos apresentados preteritamente
por uma administração comprovadamente conflitada, inclusive, com o reconhecimento deste conflito por
parte da Comissão de Valores Mobiliário – CVM (Doc 29. ). Dessa forma, flagrante a prejudicialidade
externa, a impor a suspensão do processo, nos termos da lei (artigo 265, IV, ‘a’ do CPC e artigos 3º, I e 5º,
LV da CF/88).
73. Em segundo lugar, a sentença que decretou a falência foi também prematura em razão
da realização da única Assembleia Geral de Credores se encontrar sub judice pela pendência do
julgamento do Agravo de Instrumento nºs [n. 012085387.2013.8.26.0000 e n. 0131122-88.2013.8.26.0000
(Doc. 30 ). Ou seja, a AGC que serviu como fundamento para a decretação da falência ainda não foi
declarada válida e regular por esse E. Tribunal, sendo evidente a intempestividade do decreto falimentar e
violação aos artigos 471 do CPC e 5º, LV da CF/88.
74. Ainda, é importante destacar que tanto os AGRAVOS CONTRA ASSEMBLEIA ÚNICA,
como a AÇÃO PREJUDICIAL discutem questão que até então não havia sido objeto de discussão no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, qual seja, o direito de credores de determinadas sociedades, em
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razão de pedido de recuperação judicial em litisconsórcio, poderem decidir o futuro de sociedade com a
qual não mantém qualquer relação jurídica, especialmente de crédito.
75. Não fosse o bastante, a sentença que decretou a quebra das Empresas também não
caminhou da melhor forma por não ter permitido a aprovação do plano geral de recuperação judicial em
relação à AGRENCO BIOENERGIA – empresa viável, solvente e com perfeitas condições de retornar às
atividades e promover o pagamento de seu passivo e das demais Empresas, conforme comprovado no
plano de negócios elaborado por uma das maiores empresas de consultoria financeira do mundo, a
INTLFCStone, empresa esta respeitada pela sua competência e precisão nas informações.
76. Por fim, cumpre destacar que a decretação de falência mostrou-se em sentido
diametralmente oposto aos objetivos da Lei 11.101/2005, já que fadou ao fracasso empresas VIÁVEIS com
capacidade de soerguimento e de pagamento de TODOS os seus credores. Há investidores
comprovadamente interessados cujos documentos firmados mediante clausulas de confidencialidade,
poderão ser apresentados em juízo, mediante determinação judicial e assegurado o sigilo, os quais
somente farão investimentos em um cenário de segurança jurídica, o que a falência não representa.
Ademais, à absoluta maioria dos próprios credores e demais “stakeholders” não interessa a falência, como
já ressaltaram em inúmeras oportunidades.
IV - DA NECESSÁRIA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR
77. Diante das alegações anteriores, é flagrante que no presente “mandamus” estão
caracterizados os requisitos legais autorizadores à concessão da liminar “inaudita altera parte” prevista no
artigo 7º, III, da Lei 12.016/2002 e ora pleiteada.
A. Do Fumus Boni Iuris
78. Como exaustivamente demonstrado, são relevantes e incontestáveis os argumentos de
direito da IMPETRANTE, todos pautados em texto expresso de lei, da Constituição Federal e precedente do
Superior Tribunal de Justiça.
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79. Cabe destacar que, por ato do Administrador Judicial, o escritório das “Falidas”
localizado em São Paulo foi lacrado na ultima sexta feira (dia 30.08.13) e na mesma data todos os
empregados foram demitidos, inclusive aqueles alocados nas plantas fabris de Alto Araguaia (MT) e
Carrapo (MS). Os próximos passos serão : a arrecadação, avaliação e venda de ativos.
80. Portanto, a não atribuição de efeito suspensivo permitirá e incentivará que todos os atos
falimentares prossigam indistintamente contra as “Falidas”, antes mesmo de julgado o mérito de
seu recurso por esse E. Tribunal.
81. Reafirma-se que os credores das Classes I e III aprovaram quase que em sua totalidade o
plano de recuperação judicial proposto. No entanto, o IMPETRADO, desconsiderando totalmente esta
aprovação, indeferiu o efeito suspensivo da decisão que decretou a falência, o que denota, ao menos, falta
de prudência em suspender os efeitos da sentença de quebra até o julgamento do mérito do recurso.
82. O artigo 558 do CPC prevê que o provimento será concedido quando relevante a
fundamentação. Veja que a doutrina é clara ao estabelecer que a verificação da fumaça do bom direito não
se confunde com a necessária procedência das alegações:
“O fumus boni iuris (fumo do bom direito) é a probabilidade ou possibilidade da existência do direito invocado pelo autor da ação cautelar e que justifica sua proteção, ainda que em caráter hipotético. (...) O fumus boni iuris não é um prognóstico de resultado favorável no processo principal, nem uma antecipação do julgamento, mas simplesmente um juízo de probabilidade, perspectiva essa que basta para justificar o asseguramento do direito.” (Vicente Greco Filho, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro, 3º Volume, São Paulo: Saraiva, 1994. p. 154 – grifamos)
83. A decisão judicial proferida pelo IMPETRADO (Doc. 02) é teratológica ao permitir e incentivar
que uma situação irreversível se consolide e se perpetue, justamente quando era dever do Relator
suspender um ato decisório cujos efeitos implicarão danos graves e irreversíveis à parte. Nas palavras do
Dês. Edgar de Moura Bittencourt
“...a atitude do juiz procurando esclarecer os fatos para ajusta-los ao direito é a
propria atuaçao do Estado na realizaçao da perfeita e boa justiça...”
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84. Restou, portanto, comprovado que o ato judicial ora atacado por via deste Mandado de
Segurança fere direito líquido e certo da IMPETRANTE trazido pelos artigos 527, III e 558 do CPC, ou seja,
que deve ser reformada a decisão judicial proferida pelo IMPETRADO, que indeferiu a concessão de efeito
suspensivo em caso no qual preenchidos à exaustão os requisitos autorizadores.
85. Desse modo, tem-se perfeitamente presente o relevante fundamento de Direito, suficiente
a justificar a concessão da liminar ora pretendida, haja vista o direito líquido e certo da Impetrante que será
totalmente desrespeitado caso seja mantida a não suspensão do decreto falimentar.
B. Do Periculum in Mora
86. O periculum in mora também é cristalino, uma vez que a imediata execução de atos de
falência acabará de uma vez por todas com qualquer perspectiva de recuperação das “Falidas”, inclusive
da AGRENCO BIOENERGIA, cujo soerguimento depende – assim como o das demais empresas – da
imediata operação de suas plantas industriais. Desnecessário mencionar que a manutenção dos efeitos do
decreto falimentar seria irreversível no que se refere à sorte das “Falidas”.
87. Reporta-se aqui, ainda, às relevantes razões apontadas no item acima, as quais traduzem
de forma inequívoca a necessidade de se suspender os efeitos da decretação de falência até julgamento,
do agravo de instrumento em tela, por esse E. Tribunal, sob pena de serem perpetuados nefastos danos à
Impetrante e as Falidas.
88. Caso não seja concedido o efeito suspensivo pleiteado, em poucos meses – e até mesmo
antes do julgamento do agravo de instrumento interposto pela Impetrante – a situação das “Falidas” já
estará definida: quebrada, com estabelecimentos lacrados, empregados demitidos, contratos rompidos,
ativos alienados. Não haverá, então, qualquer chance das empresas retornarem ao estado que hoje se
encontram, preparadas para volta ao mercado competitivo e para geração de impactantes riquezas. Ou
seja, em não sendo concedida a liminar para atribuir efeito suspensivo ao agravo de instrumento interposto
contra a sentença de quebra, eventual julgamento de procedência do agravo de instrumento pendente será
totalmente inócuo, o que de forma alguma pode ser do interesse desse E. Tribunal de Justiça e violaria o
princípio do devido processo legal (CF/88, art. 5º, LV).
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89. Destaca-se que o periculum in mora no presente caso diz respeito não somente aos
prejuízos que poderão ser impostos às empresas, mas também a inúmeros de seus credores e a mais de
5.500 acionistas minoritários de sua controladora indireta, Agrenco Limited.
90. Ademais, o direito a prestação jurisdicional está expresso no artigo 5º, XXXV, da
Constituição Federal, garantindo à Impetrante o direito à utilização dos mecanismos – como o presente –
para proteção de seus direitos face a lesões de caráter irreparável que lhe seja injustamente impostas.
91. Diante de todo o exposto, tendo em vista o preenchimento dos requisitos para tanto, a
Impetrante requer a concessão de liminar “inaudita altera parte” para que seja atribuído efeito suspensivo
ao agravo de instrumento nº0164541-02.2013.8.26.0000, sustando-se os efeitos da teratológica e ilegal
decisão proferida pelo IMPETRADO e resguardando-se não somente os direitos da impetrante como
também de inúmeros de seus credores, confiantes em seu soerguimento.
V - DO PEDIDO
Em face de todo o exposto, a IMPETRANTE requer:
a) a concessão de liminar “inaudita altera parte” para que seja atribuído efeito suspensivo ao
agravo de instrumento nº 0164541-02.2013.8.26.0000, sustando-se os efeitos da decisão proferida pelo
IMPETRADO e assim evitando-se graves e irreversíveis prejuízos às “Falidas” e a IMPETRANTE;
b) a notificação da Autoridade Coatora para que preste informações no prazo de 10 (dez) dias,
nos termos do artigo 7º, I, da Lei 12.016/2002;
c) a intimação do Ministério Público para que, em querendo, se manifeste;
d) ao final seja julgado procedente o pedido formulado, tornando-se definitiva a segurança ora
concedida, para que seja mantida a suspensão dos efeitos da decisão que decretou a falência das “Falidas”
até julgamento do agravo de instrumento nº 0164541-02.2013.8.26.0000 pela turma colegiada desse E.
Tribunal.
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Requer-se, portanto, o regular processamento do presente Mandado de Segurança, que se
encontra devidamente instruído com as cópias das peças que entendem imprescindíveis para a devida
compreensão dos fatos narrados, as quais a signatária do presente recurso declara serem autênticas.
Por fim, requer-se que as intimações sejam feitas exclusivamente em nome de Luciana de
Paula Silva, advogada inscrita na OAB/SP sob nº 287.561, com endereço comercial situado na Rua Helena,
335 - 12º andar – cj 122 – Vila Olimpia, São Paulo/SP, CEP 04552-050, sob pena de nulidade dos atos
praticados.
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para efeitos de alçada.
Termos em que
Pedem deferimento.
São Paulo, 05 de setembro de 2013.
Luciana de Paula Silva
OAB/SP n° 287.561
RELACAO DE DOCUMENTOS
Doc. 01 – Procuração e Contrato Social Ratre / Impetrante
Doc. 02 – Decisão denegativa efeito suspensivo ao agravo n. 0164541-02.2013.8.26.0000
Doc. 02 A - Publicação da decisão denegativa efeito suspensivo ao agravo n. 0164541-
02.2013.8.26.0000
Doc. 03 – Contrato Social da Agrenco Bioenergia Ind Com Óleos e Biodiesel Ltda (Atas 17e 18
registradas na JUCESP)
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Doc. 04 – Petição inicial da ação judicial de nº. 0017657-92.2013.8.26.0100, movida pela AGRENCO
BIOENERGIA e pela Ratre
Doc. 05 – Ofícios BACENJUD
Doc. 05 A – Facebook
Doc. 05 B – Andamento dos autos MP
Doc. 06 - Agravo n. 0164541-02.2013.8.26.0000
Doc. 07 – Contrato de Arrendamento Silo de Caarapo – Cooplar
Doc. 08 - Petição inicial (pedido de recuperação judicial)
Doc. 08 A – Petição 09.09.08 (explicações tratamentos diferenciados aos credores)
Doc. 08 B – Petição Marubeni
Doc. 09 - Ata Marubeni
Doc.10 - Decisão de processamento da Recuperação Judicial
Doc. 11 – IPO
Doc. 12 – Balanço 31.12.07 e 31.03.08 auditados KPMG
Doc. 13 - Açao Indenização movida por Agrenco Holding BV x União Federal
Doc. 14 - Decisão TRF que rejeitou denuncia Operação Influenza
Doc. 15 – planilha de valores a receber pelos credores com a liquidação (Waterfall)
Doc. 16 – petição com pedido de retorno à administraçao das empresas por parte do Sr Antonio
Iafelice
Doc. 17 – Acórdão do agravo de instrumento nº. 0063887-41.2012.8.26.0000
Doc. 18 – Parecer do Ministério Publico
Doc. 19 - Petição de Juntada dos 4 planos de recuperação judicial
Doc. 20 – Decisão que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela da ação judicial de nº. 0017657-
92.2013.8.26.0100, movida pela AGRENCO BIOENERGIA e pela Ratre;
Doc. 21 – Plano de Negócios
Doc. 22 – Sentença Corte de Bermudas em idioma original
Doc. 22 A – Sentença Corte de Bermudas – Tradução Juramentada
Doc. 23 – Embargos de declaração apresentados por Credit Suisse contra a sentença que decretou a
falência das empresas Agrenco
Doc. 24 - Atas de 18.07.13 e 26.07.13
Doc. 25 – Email enviado por Marcos
Doc. 26 – Agravo de Instrumento (Agrenco Ltd)
Doc. 27 – Ações Populares movidas em MT e MS
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Doc . 28 - Sentença que convolou em falência o pedido de recuperação judicial
Doc. 29 – Decisão da CVM declarando a existência de conflito de interesse na atuação da anterior
administração comandada por Nelson Bastos
Doc. 30 Agravos n. 012085387.2013.8.26.0000 e n. 0131122-88.2013.8.26.0000
Doc. 31 – Ação indenizatórias em face dos antigos administradores Nelson Sampaio Bastos e Valdenir
Soares (PENDENTE apenas a 1ª folha da petiçao ! )
Doc. 32 - Ação indenizatória contra Thomas Felsberg + Decisao
Doc. 33 – Decisão que suspendeu a AGC de 14.06.13