teoria e prática do habeas corpus

62

Click here to load reader

Upload: fafa-ramos-diniz

Post on 06-Dec-2015

19 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Pratica habeas corpus

TRANSCRIPT

Page 1: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Professor: Guilherme Marinho

TEORIA E PRÁTICA DO HABEAS CORPUS E

TÉCNICAS DE REDAÇÃO

1

Page 2: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder

Art. 5º, LXVIII, CR

2

Page 3: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar

Art. 647, CPP

3

Page 4: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• Está previsto, no Código de Processo Penal, como uma das

espécies de recurso

• Há divergências quanto a sua natureza jurídica

• A doutrina mais moderna classifica-o como uma ação de

impugnação autônoma, de natureza mandamental e com

status constitucional (Aury Lopes Jr.)

• Ação porque posse ser impetrado independentemente da

existência de outro processo; pode desconstituir a coisa julgada;

pode visar a declaração da impossibilidade de o Estado usar de

seu poder-dever de punir (fato atípico, v.g.)

• Mandamental pois tem como escopo obter um mandado (decisão

liminar, sentença ou acórdão) que será dirigido a outro órgão

estatal, contendo alguma determinação a ser cumprida

4

Page 5: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• Ilegalidade – ato ilegal praticado por particular ou agente público (em que não há abuso de poder)

• Abuso de poder – o agente público extrapola os limites impostos por lei na expedição da ordem ou execução do ato

1. Sofrer violência – efetiva lesão ao direito de locomoção

2. Sofrer coação (ilegal) – sem vinculação com ordem de prisão, mas, por abuso de poder, ocorre efetiva lesão contra o direito de liberdade, em quaisquer de seus aspectos

3. Ameaça de sofrer violência – risco de lesão ao direito de locomoção

4. Ameaça de sofrer coação (ilegal) – sem vinculação com ordem de prisão, mas existe risco ao direito de liberdade, em quaisquer de seus aspectos, por ilegalidade ou abuso de poder

5

Page 6: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Sofrer violência ou coação ilegal

• habeas corpus repressivo ou liberatório

• Requer-se a expedição de alvará de soltura mandado de contra-ordem

Ameaça de sofrer violência ou coação ilegal

• habeas corpus preventivo

• Requer-se a expedição de salvo-conduto

Em ambas as hipóteses a ordem será dirigida à autoridade coatora

6

Page 7: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

No HC preventivo deve-se demonstrar:

o significativo grau de probabilidade da prática do ato ilegal ou abusivo;

que a prática do ato seja iminente;

que seja previsível;

que o ato atentará contra o direito de locomoção

O órgão judiciário não pode exigir a “certeza” da prática do ato ilegal ou coativo, visto que o impetrante não é adivinho

CPI em que a “testemunha” já responda a processo criminal pelos fatos investigados pelos Parlamentares

Habeas Corpus Preventivo

Page 8: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

VI - quando o processo for manifestamente nulo;

VII - quando extinta a punibilidade.

Art. 648, CPP

Page 9: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

I – QUANDO NÃO HOUVER JUSTA CAUSA

• Coação ou violência sem amparo no ordenamento

jurídico

• Prisão cautelar sem demonstrar o fumus commissi delicti e/ou

o periculum libertatis

• Prisão sem ordem judicial ou sem flagrância

• Prisão para averiguação

• Condução coercitiva para colheita de material biológico

• Instauração de inquérito ou processo penal sem base fática

ou jurídica

• Para a coação ou violência ser praticada com justa

causa existe a necessidade de uma norma dispor sobre

a sanção ou supressão ao direito deambulatorial.

• Necessidade de o ato coativo obedecer, material e

formalmente, as prescrições legais 9

Page 10: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

I – QUANDO NÃO HOUVER JUSTA CAUSA

• fumus comissi delicti e periculum libertatis

• Não se confunde com o fumus boni juris do pedido

liminar

• O fumus comissi delicti corresponde aos pressupostos

da prisão preventiva:

• indícios suficientes de autoria

• Prova da materialidade do fato

• Só se discute sobre os pressupostos da prisão preventiva

se houver prova pré-constituída

• Pela característica da cognição sumária, muitas vezes

só é possível discutir a respeito do periculum libertatis

• Prisão em flagrante e a decretação da preventiva (art.

310, II, CPP) 10

Page 11: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

I – QUANDO NÃO HOUVER JUSTA CAUSA

• Dilação injustificada do prazo para o término do

processo ou do inquérito policial, ainda que em

liberdade o paciente

• Art. 5º, LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e

administrativo, são assegurados a razoável

duração do processo e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação. (EC 45/04)

• Critérios que justificam extrapolar os prazos legais:

• Complexidade do caso

• Culpa do imputado na demora

• Diligência das autoridades envolvidas na persecução

• Princípio da proporcionalidade

11

Page 12: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei

A jurisprudência não considera os prazos isolados, referentes a cada ato, mas de modo global, podendo, a duração da prisão, extrapolá-los dependendo do caso: Complexidade do caso

Culpa do imputado na demora

Diligência das autoridades envolvidas na persecução

Princípio da proporcionalidade

No processo ordinário o prazo é de 81 ou 86 dias (Segundo Pacelli após a Lei 11.719/08)

Lei 9.034/95 (organização criminosa), o prazo máximo é de 81 dias

Prisão temporária: 5 ou 30 dias (se hediondo), prorrogáveis

12

Page 13: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei

Aplica-se também aos caso de instauração de inquérito ou processo por autoridade incompetente.

Operação Passárgada em que a autoridade que determinou as prisões (Corregedor-Geral) não tinha competência para tal

13

Page 14: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Qualquer violência ou coação à liberdade de locomoção deve ter suporte fático que materializa o motivo legal Desaparecido o motivo, deslegitima-se a coação

Caso da prisão preventiva quando decretada sob o fundamento de risco para a instrução criminal

Caso da prisão temporária quando, antes de encerrar o seu prazo, foi cumprida a diligência que fora seu motivo

14

Page 15: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

V - quando não for alguém admitido a

prestar fiança, nos casos em que a lei

a autoriza

Hoje, a incidência da fiança é muito reduzida,

visto que se concede a liberdade provisória

sem fiança.

Mas se a cabível a fiança e ela não for admitida,

deverá ser impetrado HC

15

Page 16: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

VI - quando o processo for manifestamente nulo

• Trata-se de hipótese de nulidade

– Para alguns, somente a absoluta

– Para outros, absoluta e relativa

– Entendemos que em alguns casos de nulidade relativa também caberá o HC por este motivo: incompetência relativa do juízo, v.g.

• Surge na formação do processo ou no curso da ação penal

– Pode ser aviado o writ imediatamente

– Pode ser impetrado mesmo após o trânsito em julgado, vez que não existe convalidação ou preclusão

16

Page 17: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Art. 107, CP: causas de extinção da punibilidade

O HC servirá para trancar o inquérito ou do processo penal

VII - quando extinta a punibilidade

Page 18: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Não cabimento de HC

• Art. 142, § 2º, CR - Não caberá habeas-corpus em relação a punições disciplinares militares.

• Art. 647, CPP - Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar

– O HC é uma ação constitucional que visa a tutela de um direito fundamental

– Possibilidade de verificação judicial dos requisitos formais da prisão

• Súmula 693, STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de

multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada

• Súmula 695, STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade

18

Page 19: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Impetrante: é aquele que assina a petição do HC O advogado impetra o HC em seu nome e não em nome do paciente Ele não funciona como procurador, mas como a própria “parte” Pode o MP e qualquer do povo (por isso alguns chamam de ação

penal popular) Não pode o juiz quando agir nessa qualidade, mas pode conceder de

ofício

Paciente: é o que sofre a violência ou a ameaça à sua liberdade

Autoridade coatora: é a responsável pela expedição do ato Quando não ficar claro quem é a autoridade coatora e quem é o

executor, não haverá prejuízo (art. 649, CPP: O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora)

19

Page 20: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Discussão a respeito se a pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime – Lei 9.605/98

Segundo a jurisprudência só se aceita a responsabilidade criminal da pessoa jurídica se também houver a imputação de pessoa natural: princípio da dupla imputação

Dois entendimentos: a pessoa jurídica não pode ser paciente, eis que, pela sua

natureza, não possui o poder de locomoção. Pode ser estendido o efeito do HC obtido pelo corréu

Pode-se impetrar HC a favor da pessoa jurídica (STF – HC 92.921/BA – Relator Ricardo Lewandowski)

20

Page 21: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Competência

• É determinada a partir da autoridade coatora

• Competente é a autoridade judiciária imediatamente

superior àquela imputada coatora

• Se o constrangimento partir de particular, deve-se

verificar se incumbe à justiça estadual ou federal

conhecer do caso.

• O mesmo se dá com agentes públicos sujeitos à

jurisdição de primeira instância

• Diretor de hospital conveniado com o SUS: Justiça Federal

• Diretor de casa de saúde: Justiça Estadual

• Delegado Civil: juiz estadual de primeiro grau

• Delegado Federal: juiz federal de primeiro grau

21

Page 22: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Competência

• Juiz estadual → Tribunal de Justiça

• Juiz Federal → Tribunal Regional Federal

• Tribunal Regional Federal e Tribunal de Justiça → Superior Tribunal de Justiça

• Juiz do Trabalho → Tribunal Regional do Trabalho → Superior Tribunal do Trabalho

• Juiz Eleitoral → Tribunal Regional Eleitoral →Tribunal Superior Eleitoral

• Tribunal de Justiça Militar → Superior Tribunal Militar

• Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior Eleitoral, Superior Tribunal Militar e Tribunal Superior do Trabalho → Supremo Tribunal Federal

Se houver indeferimento de pedido liminar, a autoridade coatora é o relator; se houver julgamento de mérito, é a câmara

22

Page 23: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Competência da Justiça do Trabalho • Com a EC 45/04 (art. 114, IV), a Justiça do Trabalho tem

competência para julgar HC quando envolver matéria

sujeita à sua jurisdição

• A Justiça do Trabalho não tem competência criminal

• Apenas no caso de prisão de depositário infiel

• No caso de crimes de desobediência, desacato, etc.

praticado contra juízes do trabalho, o HC é de

competência do TRF da respectiva região

• Alguns autores, de maneira simplória, apenas afirmam

que se a coação partir de Juiz do Trabalho, a

competência é do TRT

• E se determinar a prisão por falso testemunho, por exemplo?

23

Page 24: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Competência da Justiça Militar e Eleitoral

• Se o juiz estiver exercendo jurisdição eleitoral e tratar-se de ato coativo versando sobre matéria eleitoral, a competência é do TRE e TSE

• O STM tem competência para julgar HC contra ato de autoridade militar federal

• Os Conselhos de Justiça Militar (órgãos de primeira instância federais) não têm competência para conhecer de HC

• O TJM tem competência para julgar HC contra ato de autoridade militar estadual

• As juntas militares não têm competência para conhecer de HC

• Não existindo na unidade federativa TJM, a competência é do TJ

• Se denegar, recurso ordinário constitucional para o STJ

24

Page 25: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Competência no caso de JEC

• Quando o coator é juiz do JEC, a competência é da

Turma Recursal

• Se a Turma Recursal é autoridade coatora

• Súmula 690, STF: Compete originariamente ao supremo tribunal

federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma

recursal de juizados especiais criminais

• O próprio STF passou a entender que a competência é do TJ (HC

86009/DF – Relator Carlos Brito)

25

Page 26: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• É uma ação com procedimento sumário (não confundir com

processo sumário do CPP), visto que a cognição é limitada

• Não há analise do mérito da imputação

• Na impetração deve-se trazer a prova pré-constituída

• Não existe o procedimento instrutório

• Pode ser concedida a medida liminar (aplicação analógica do

procedimento do mandado de segurança)

• Deve existir a verossimilhança da ilegalidade do ato (fumus boni juris) e

perigo de dano pela demora do julgamento de mérito (periculum in

mora)

• Se o pedido é satisfativo, costuma-se indeferir a liminar, apesar de

CALAMANDREI classificar tal medida como anticipazioni di

provvedimento definitivo (Introduzione allo studio sistematico dei

provedimenti cautelari)

26

Page 27: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Trâmite Processual

A petição será dirigida ao juiz ou ao Presidente do Tribunal (distribuição por sorteio ou prevenção, a não ser nas férias forenses)

Segundo o art. 654, CPP, a petição deve indicar: O nome do impetrante e sua assinatura;

O nome do paciente;

As respectivas qualificações e endereços;

A autoridade coatora, ou seja, agente público que cometeu ou pode vir a cometer a coação. Se particular, denomina-se apenas coator;

O descrição do ato que se reputa ilegal

A petição deve ser apresentada em três vias

No STJ basta uma só via

No STF não mais se aceita petição física

27

Page 28: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Instrução do HC • O writ deve vir acompanhado de todos os documentos

comprobatórios das alegações fáticas e jurídicas desenvolvidas • Prova pré-constituída

• Não havendo, necessária uma cautelar de justificação

• Deve vir instruído com os documentos pessoais do paciente

• Se for o ato ilegal um decreto prisional, serão “obrigatórios”: • Documentos pessoais;

• Representação pela prisão da autoridade policial, manifestação ou requerimento pelo MP;

• Decisão combatida;

• Certidão de cumprimento da diligência e recolhimento do paciente

29

Page 29: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• Art. 662, CPP - Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição. • Informações somente “se necessário”

• Se estiver completamente documentado, nos pedidos, expressamente, solicitar a dispensa das informações

• Está previsto para o HC impetrado nos tribunais. • Podem ser requeridas também no HC que tramita no juízo de 1º grau

• Caso um documento não esteja ao alcance do impetrante, poderá aviar o HC e requerer que seja requisitado

• A praxe judiciária de não manifestar sobre a liminar antes das informações é equivocada • Muitas vezes, o juiz faz verdadeira defesa do ato, o que é vedado

30

Page 30: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• A decisão liminar não depende das informações prestadas

• A liminar é uma construção jurisprudencial (mandado de segurança)

• Pode ser requerida, em regra, se o pedido não for satisfativo, ou seja, não for adiantamento do mérito (caráter preventivo)

• Súmula 691, STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de "habeas corpus" impetrado contra decisão do relator que, em "habeas corpus" requerido a tribunal superior, indefere a liminar

• Cabe HC ao tribunal superior se o relator do writ anterior não analisar pedido liminar – constrangimento por omissão

31

Page 31: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Demais características procedimentais

• Não há previsão legal de o MP se manifestar no HC impetrado em primeira instância

• Nos tribunais, a intervenção é prevista nos regimentos internos e se dá após a apreciação do pedido liminar.

• Com o retorno do MP, os autos são levados “em mesa”

• Se houver pedido expresso para que haja intimação do dia do julgamento, sua falta acarreta nulidade absoluta (STJ e STF)

• Caso o pedido não comporte a concessão da ordem, pode o tribunal conceder de ofício por outro motivo.

• A decisão liminar no STJ e STF é encaminhada à Presidência do TJ, via fax e telegrama

32

Page 32: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Espécies de Prisão

33

Prisão Temporária → Lei 9.760/89

Prisão Preventiva (art. 312, CPP)

Prisão em Flagrante (art. 302, CPP)

Prisão em razão de pronúncia arts. 282 e 413, §3º, CPP

Prisão em decorrência de sentença condenatória recorrível 387, p.ú., e 492, I, e, CPP (arts. 594 e 393, revogados )

Art. 312, CPP

Page 33: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Prisão Temporária

34

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer

elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova

admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado

nos seguintes crimes: (...)

Sua finalidade é acautelar as investigações do inquérito policial

(art. 1º, I)

Crimes Comuns: 5 dias / Crimes Hediondos – 30 dias, ambos

prorrogáveis uma única vez

Page 34: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Prisão Temporária • Requisitos

– Somente é possível sua decretação se observado o art. 1º, I e III – Deve ser decretada pelo Juízo após representação do MP ou autoridade

policial (art. 2º) – NÃO PODE SER DE OFÍCIO – A decisão deve ser fundamentada em dados concretos que indiquem a

necessidade da medida – A prorrogação deverá ser fundamentada

• Se o fundamento é a realização de interrogatório cabe HC, tendo

em vista o disposto no art. 5º, LXIII, CR

• Decretação ou prorrogação desfundamentada: HC contra ato do juiz

• Terminado o prazo ou cessado o motivo, o preso deve ser colocado imediatamente em liberdade – Findo o prazo, HC contra ato do Delegado (art. 648, II) – Cessado o motivo, HC contra ato do Delegado ou Juiz (art. 648, I)

• Pode-se sustentar que o tempo de prisão deve ser contado no

prazo para encerramento da instrução criminal

35

Page 35: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Pressupostos: fumus commissi delicti (art. 312 – indícios suficientes de autoria e prova da materialidade do crime)

Fundamentos: periculum libertatis (art. 312 – motivos legais)

Descumprimento de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º e 312, parágrafo único)

Prisão Preventiva

Page 36: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Prisão Preventiva - Cabimento Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (“prescrição” da reincidência); III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; IV - (revogado). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

37

Page 37: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Art. 282, § 2o - As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

Para ser de ofício, deve haver processo (“partes” só existe no

processo) Durante a investigação, somente se representada ou requerida

pelo Delegado ou MP Cabe discussão constitucional, vez que o juiz é inerte

Prisão Preventiva

Page 38: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Prisão Preventiva - Casuísticas

Alguns entendem que cabe a prisão em crime culposo, mas somente no caso do art. 313, p.ú.

Não é possível a prisão preventiva em contravenções, quando houver excludente de ilicitude (art. 314, CP) e quando não houver pena de prisão (art. 283, § 1º)

Poderá haver prisão, mesmo que a pena seja menor que 4 anos, nos casos dos incs. II e III

No caso do art. 313, p.ú., providenciada a diligência, deverá o preso ser colocado imediatamente em liberdade, independentemente de autorização judicial – HC contra o ato do Delegado

39

Page 39: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Fundamentos ou Motivos

A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria

A fundamentação deve basear-se em fatos concretos que demonstrem o motivo legal

É desfundamentada a decisão que se baseie em especulações ou adivinhações

É desfundamentada a decisão que alega a revolta ou pacificação social ou “reforçar a crença” nas instituições

Não cabe quando o autor é ameaçado de morte

40

Page 40: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.

41

Page 41: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Medidas Cautelares

• As medidas cautelares podem ser impostas para qualquer delito

• Como há violação á liberdade, cabe HC contra a decisão

• Em caso de descumprimento:

• Art. 282, § 4º: pode substituir a medida ou cumular

• 312, parágrafo único: pode decretar a prisão preventiva

• Só cabe a prisão com base no motivo do 312, p.ú, se houver alguma das hipóteses de cabimento do art. 313

• NÃO CABE PARA QUALQUER CRIME

• HC caso o juiz decrete fora das hipóteses do art. 313

42

Page 42: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Prisão em Flagrante

38

Flagrante Próprio (art. 312, I e II, CPP) Quando está cometendo a infração penal Quando acaba de praticar a infração

Flagrante Impróprio ou quase-flagrante (art. 312, III, CPP) – a pessoa é perseguida em situação que se presume ser o autor da infração

Flagrante Presumido (art. 312, IV, CPP) - a pessoa é encontrada na posse de objetos que façam presumir ser a autora da infração

Flagrante Diferido (Lei 9.034/95) – O flagrante é adiado para o momento oportuno, com vistas à formação da prova e colheita de informações

Page 43: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Não é prisão cautelar, mas subcautela, que não poderá subsistir após a comunicação ao juiz

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

Page 44: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

• Flagrante

• Preventiva

• Temporária

• Prisão por pronúncia

• Prisão por sentença

condenatória

45

• Legal – liberdade provisória fundada na ausência de motivos do art. 312, CPP, impondo, se for o caso, medida cautelar

• Ilegal – relaxamento da prisão

• Prisão Preventiva – arts. 312 e 313

Art. 312, CPP

Page 45: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

FLAGRANTE – PEDIDOS POSSÍVEIS

Se não há qualquer irregularidade no flagrante, só cabe o pedido de liberdade provisória

Se o flagrante é irregular

Petição ao juiz demonstrando inexistir os motivos da prisão preventiva – antes de analisar ou como pedido de reconsideração na prisão preventiva

Petição ao juiz requerendo o relaxamento da prisão – antes de analisar ou como pedido de reconsideração na lib. prov. com medida cautelar ou prisão preventiva

46

Page 46: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Na hipótese de flagrante ilegal, pode-se, no mesmo pedido, requerer o relaxamento ou, em pedido alternativo, a liberdade provisória.

Caso negado o pedido, impetrar HC no TJ

Pode-se aviar o writ mesmo sem o requerimento anterior, eis que o juiz já se manifestou a respeito da prisão, seja concedendo liberdade provisória com medida cautelar ou decretando a prisão preventiva

46

Page 47: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Demais prisões e medidas

• Revogação

• Há que se verificar, no caso concreto, não só a urgência do caso, mas a conveniência do pedido de revogação

• Pode-se impetrar HC diretamente ou, após a decisão sobre a revogação da medida

47

• prisão ilegal • inexistência dos motivos para a prisão • desaparecimento dos motivos da prisão • impropriedade da medida cautelar

Page 48: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

313, IV, CPP

se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência

Lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha

Page 49: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

Page 50: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Lei 11.340

• O novel art. 313, III, CPP, não retira o caráter de cautelaridade da prisão preventiva

• Não basta a mera desobediência a uma das medidas protetivas para a decretação da prisão

• Ainda mais que, na prática, as medidas estão sendo concedidas com o mero pedido da ofendida

• Da decretação da prisão pela mera desobediência às medidas protetivas, cabe HC

Page 51: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Lei 11.343/06

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a

37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça,

indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de

suas penas em restritivas de direitos

Lei 10.826/06

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis

de liberdade provisória (Declarado inconstitucional em 02/05/2007

pelo STF)

Page 52: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Lei 8.072/90 Redação original: “Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança e liberdade provisória. § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em

regime fechado. § 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o

réu poderá apelar em liberdade. § 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro

de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Alterada pela Lei 11.464/07: “Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança. § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em

regime fechado. § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste

artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.”

Page 53: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Inconstitucionalidade da vedação

O STF já vinha se pronunciando sobre a

inconstitucionalidade da vedação genérica à

liberdade provisória na Lei 8.072/90

A Lei 11.464/07 veio acolher, legislativamente,

o entendimento

O art. 21 da Lei 10.826/07 foi declarado

inconstitucional em 02/05/2007

A Lei 11.343, de 23/08/2007, traz disposição

idêntica às declaradas inconstitucionais

Page 54: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Posição do STF sobre o tema

A Min. Carmem Lúcia entende constitucional o dispositivo

Alguns Ministros vem a acompanhando, mesmo após a ADIN que declarou inconstitucional o art. 21 da Lei 10.826/03

O Min. Celso de Mello concedeu liminar em HC, na esteira do entendimento da Adin

Page 55: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Fundamento sobre a const i tucional idade

Page 56: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Fundamentos Contrários

0 Princípios Constitucionais: 0 dignidade da pessoa humana (art. 1°, III) 0 isonomia (art. 5º, caput) 0 individualização da pena (art. 5º, XLVI), 0 não-culpabilidade (art. 5º, LVII), 0 da fundamentação das decisões judiciais (art. 5º, LXI e art. 93,

IX) 0 da liberdade provisória (art. 5º, LXVI)

0 LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,

quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou

sem fiança.

0 A própria CR reconhece existir as duas espécies de

liberdade provisória – interpretação sistemática

Page 57: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal

Guilherme Marinho, brasileiro, casaso, inscrito na OAB/MG sob o n.º 69.316, com escritório profissional em Belo Horizonte/MG, localizado à Av. Contorno, n.º 6.594, 17º andar, Savassi ,vem impetrar

Habeas corpus Preventivo

com pedido liminar

em favor de Fulano de Tal, com fulcro nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição da República e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, para o fim de concessão de ordem que faça cessar a coação ilegal perpetrada pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (Autoridade Coatora), CONSUBSTANCIADA NA DECISÃO QUE DENEGOU A ORDEM DE HABEAS CORPUS a favor Paciente, permitindo sua prisão para cumprimento provisório da pena – apesar de inexistir condenação definitiva –, contrariando prescrições constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, conforme se demonstrará a seguir.

28

Page 58: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Corpo da Impetração I. DOS ANTECEDENTES DA IMPETRAÇÃO II. DA INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO PARA A SESSÃO DE JULGAMENTO DE HABEAS CORPUS NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA III. DA DECISÃO PRIMEVA QUE CONDICIONOU A EXECUÇÃO DA PENA AO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO IV. DO EFEITO SUSPENSIVO DOS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO NA ESFERA CRIMINAL V. DA LIMINAR VI. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requerem os Impetrantes: a) A concessão da liminar, com a expedição de salvo-conduto, diante da concreta e inevitável expedição de mandado de prisão contra o Paciente, até o julgamento de mérito deste mandamus. b) A concessão definitiva da ordem, de modo a se permitir que o Paciente permaneça em liberdade até a decisão definitiva de mérito no processo penal, em virtude da decisão primeva que condicionou o início da execução da pena ao trânsito em julgado da condenação e consequente proibição da reformatio in pejus, além da ausência dos motivos ensejadores da prisão preventiva; c) A concessão definitiva do mandamus, permitindo-se ao Paciente recorrer em liberdade, à vista da vedação constitucional e infraconstitucional à execução provisória da pena.

49

Page 59: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS GUILHERME MARINHO e LEONARDO AVELAR GUIMARÃES, brasileiros, advogados, inscritos na OAB/MG, respectivamente, sob o nºs 69.316 e 106.741, com escritório profissional no endereço estampado no rodapé desta lauda, vem perante Vossa Excelência, com o devido respeito, impetrar

HABEAS CORPUS com pedido liminar

a favor de Fulano de Tal, com fulcro nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição da República e 647 e seguintes do CPP, para o fim de concessão de ordem que faça cessar a coação ilegal perpetrada pelo Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte que, nos autos do processo n.º 0024.06.220792-3, recebeu a inepta denúncia contra ela oferecida.

Page 60: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Corpo da Impetração I. DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO II. DA ADMISSIBILIDADE DO HABEAS CORPUS NA ESPÉCIE III. DA INÉPCIA DA PEÇA ACUSATÓRIA INAUGURAL III.a) Inépcia de denúncia – desobediência ao art. 41, CPP III.b) Inépcia da denúncia – contradição intrínseca IV. DA LIMINAR V. DOS PEDIDOS Diante do exposto, à vista do constrangimento por que passa a Paciente, tendo sido recebida contra ela denúncia manifestamente inepta, PEDEM os Impetrantes: a) a CONCESSÃO DE LIMINAR, ante a presença da manifesta ilegalidade perpetrada pela autoridade coatora e do periculum in mora, para que seja SUSPENSO o processo contra ela instaurado até o julgamento definitivo deste writ, pois, diante daquela inepta denúncia, não há qualquer possibilidade de exercitar a garantia constitucional à ampla defesa; b) no mérito, o conhecimento do presente pedido, para que seja CONCEDIDO o habeas corpus e a douta Câmara determine a REJEIÇÃO DA DENÚNCIA por ser manifestamente inepta, a teor do art. 395, I do CPP. Por fim, requerem os Impetrantes A INTIMAÇÃO DA DATA DO JULGAMENTO DO PRESENTE HABEAS CORPUS

Page 61: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS GUILHERME MARINHO e LEONARDO AVELAR GUIMARÃES, brasileiros, advogados, inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Minas Gerais, respectivamente, sob o nºs. 69.316 e 106.741, com escritório profissional no endereço estampado no rodapé desta lauda, vem perante Vossa Excelência, com o devido respeito, impetrar

HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

em favor de Fulano de Tal, com fulcro nos artigos 5º, LXVIII, da Constituição da República, e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, com o escopo de fazer cessar coação ilegal perpetrada pela MMª. Juíza de Direito Sumariante do II Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, que não apreciou pedido de absolvição sumária postulado em sede de Defesa Prévia, ofendendo, pois, a preceitos constitucionais.

Page 62: Teoria e Prática Do Habeas Corpus

Corpo da Impetração

I. DOS ANTECEDENTES FÁTICOS DA IMPETRAÇÃO II. DO CONSTRANGIMENTO ILEGAL

II.a) Da ausência de apreciação (fundamentação) dos argumentos expendidos na Defesa Prévia e por que não poderia ser o Paciente absolvido sumariamente II.b) Do Instituto da Absolvição Sumária – Decisão de Mérito – Prescindibilidade de apreciação de “provas” no caso em tela

III. DA LIMINAR IV. DOS PEDIDOS Diante do exposto, à vista do constrangimento por que passa o Paciente, não tendo sido a sua Defesa Prévia analisada pela Autoridade Coatora, PEDEM os Impetrantes: a) a CONCESSÃO DE LIMINAR, ante a presença da manifesta ilegalidade perpetrada pela Autoridade Coatora, do fumus boni iuris e do periculum in mora, para que seja SUSPENSA a tramitação do feito principal apenas em relação ao Paciente, eis que a audiência de instrução e julgamento designada se avizinha (27.08.2010), sendo necessária tal providência até o julgamento do mérito deste mandamus. Acaso se julgar necessário, que também seja DETERMINADO o desmembramento do processo em relação a ele, com base no art. 80, CPP, a fim de que não haja qualquer prejuízo à marcha do processual em relação aos demais 07 (sete) acusados, os quais, em sua maioria, estão presos cautelarmente; b) no mérito, o conhecimento do presente pedido, e que seja CONCEDIDO o habeas corpus para determinar que a Autoridade Coatora analise, fundamentadamente, nos termos que impõe o art. 93, IX da Constituição da República, todos os argumentos que sustentam o pedido de absolvição sumária e do reconhecimento da incompetência do juízo, lançados na Defesa Prévia do Paciente acostada às fls. 1978/2002 dos autos principais. Para que seja exercida a garantia constitucional da ampla defesa em sua inteireza, requerem os Impetrantes que sejam INTIMADOS OU COMUNICADOS DA DATA DO JULGAMENTO DESTE RECURSO

53