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Habeas Data Art. 5º, LXXII CF

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Page 1: Habeas Data

Habeas Data

Art. 5º, LXXII CF

Page 2: Habeas Data

Roteiro de Estudo

1. Conceito;2. Antecedentes históricos;3. Natureza Jurídica;4. Finalidade;5. Cabimento;6. Legitimidade ativa;7. Legitimidade passiva;8. Competência;9. Procedimento.

Page 3: Habeas Data

Conceito

• Habeas Data é o instrumento constitucional colocada ao dispor das pessoas físicas ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, para que solicitem ao Poder Judiciário a exibição ou a retificação de dados constantes em registros públicos ou privados.

Page 4: Habeas Data

Registros ou Bancos de Caráter Público

• Art. 1º, § ú – Lei n. 9.507/97

– É de caráter público:

– “todo o registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que podem ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações”.

Page 5: Habeas Data

Antecedentes Históricos

• As origens remotas do Habeas Data prendem-se ao Freedom of Information Act de 1974, que conferia aos particulares o direito de obter informações constantes em bancos de dados públicos ou privados.

Page 6: Habeas Data

Antecedentes Históricos

• O Habeas Data trata-se de uma inovação na Constituição Federal de 1988 que, ao criar o instituto, inspirou-se na Carta Portuguesa de 1976.

• A CF da Espanha, de 1978 e da Holanda, de 1983, também apresentam institutos com a mesma finalidade.

Page 7: Habeas Data

Natureza Jurídica

• Possui natureza mista.

• Apresenta uma face MANDAMENTAL quando concede ao impetrante o direito líquido e certo de obter informações;

• Apresenta uma índole CONSTITUTIVA quando possibilita a retificação dos dados.

Page 8: Habeas Data

Habeas Data qualifica-se

• Ação constitucional de conteúdo cível e rito sumário destinada a defender:

a) o direito de obter informações relativa a pessoa do impetrante, inseridas em bancos de dados de repartições públicas ou privadas;

b) O direito de reconhecer os responsáveis pelos registros armazenados;

c) O direito de contestar dados e eliminá-los, tomando as providencias judiciais cabíveis;

d) O direito de atualizar os dados ultrapassados.

STF: TRATA-SE DE RELEVANTE INSTRUMENTO DE ATIVAÇÃO DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL DAS LIBERDADES.

Page 9: Habeas Data

Finalidade• O art. 7, I a III da Lei n. 9.507/97 estabelece:

1. Assegurar o conhecimento de informações relativas a pessoa do impetrante, constantes no registro ou no banco de dados das entidades governamentais ou de caráter público;

2. Corrigir dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

3. Propiciar a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre fato verdadeiro, mas justificável, e que esteja sob pendência judicial.

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Cabimento• Art. 5º, LXXII c/c Lei n. 9.507/97

– Duas observações especialmente relevantes:– INTERESSE DE AGIR

• Como qualquer ação tem que cumprir: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade para a causa.

• STF: Art. 8, § ú – Lei n. 9.507/97 – a prova do anterior indeferimento do pedido de informações pessoais ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito indispensável à concretização do interesse de agir. INDISPENSÁVEL PARA O EXERCÍCIO DESSE REMÉDIO CONSTITUCIONAL.

Page 11: Habeas Data

Cabimento

• Súmula 2 STJ: “Não cabe Habeas Data se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa”.

• Se inexistir solicitação administrativa, haverá carência de ação por falta de interesse de agir. O exercício judicial do direito postulativo pressupõe a prova de ter o impetrante requerido, administrativamente, as informações desejadas.

• Esse é o entendimento do STJ e do STF.

Page 12: Habeas Data

Petição Inicial• Requisitos para a instrução:

a) A prova da recusa do acesso às informações almejadas; OU

b) O decurso de mais de 10 dias sem decisão quanto ao pedido; OU

c) Com a recusa em fazer a retificação ou a anotação; OU

d) Com o decurso de mais de 15 dias sem decisão quando se pleiteia retificação ou anotação.

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Cabimento

– AMPLITUDE DA GARANTIA (dados sigilosos da sociedade e do Estado)

• Muitos defendem que não pode ser utilizado quando colocar em risco a defesa nacional (art. 5, XXXIII);

• Outros argumentam que as informações relacionadas ao próprio interessado não se submetem a qualquer sigilo, porquanto lhes são personalíssimas.

Page 14: Habeas Data

Cabimento

• Julgado paradigmático: – Ilmar Galvão – hoje no STF – defendeu que

não se aplicaria ao Habeas Data, o art. 5, XXXIII, haja vista esse dispositivo tratar de dados objetivos e não de informações pessoais.

– O sigilo de informações imprescindíveis a segurança nacional dirigem-se a terceiros e não aos próprios titulares.

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Legitimidade Ativa

• Todos aqueles que tem direito à correta identificação no mundo social.

– Pessoa física, pessoa jurídica, nacionais e estrangeiros.

– Uma proteção que se destaca desde a Convenção Européia de Direitos Humanos de 1950 (Roma, art. 25, I)

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Legitimidade Ativa

• Casos excepcionais:Impetração em nome de terceira pessoa:

É direito personalíssimo.

Só o impetrante pode. Por exceção os herdeiros do morto ou de seu cônjuge, para preservar a sua memória.

Habeas Data Coletivo:Filiados a partidos políticos, sindicatos, entidades de classes ou associações.

Em regime de representação processual (art. 5, LXX).

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Legitimidade Passiva• Aqueles que detiverem os dados referentes à

pessoa física, pessoa jurídica, nacionais ou estrangeiros.

– Entidades governamentais da administração pública direta e indireta – SACs (BB, v.g.)

– Instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviços públicos (SPC)

– Art. 43, § 4 CDC: “os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público”.

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• Autoridades previstas:

– Art. 102, I, “d”– Art. 105, I, “b”

• Obs.: em razão do DIREITO A INTIMIDADE ser uma das garantias do EDD, todos aqueles que possuem registros os dados íntimos de alguém deve justificar porque os mantém armazenados sob pena de responsabilidade.

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Competência

• Supremo Tribunal Federal– Recurso

• CF – art. 102,II, “a”• Lei n. 9.507/97 – art. 20, II, “a”

– Supremo• CF – art. 102, I, “r”

– Originariamente• CF – art. 102, I, “d”• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “a”

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Competência

• Superior Tribunal de Justiça

• Originária• CF – art. 105, I, “b”• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “b”

• RecursalLei n. 9.507/97 – art. 20, II, “b”

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Competência

• Tribunal Superior Eleitoral

– Art. 121, § 4, V

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Competência

• Tribunal Regional Federal– Recursal

• Lei n. 9.507/97 – art. 20, II, “c”

– Originária• CF – art. 108, I, “c”• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “c”

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Competência

• Justiça do Trabalho• CF – art. 114, IV

• Juízes Federais

• CF – art. 109, VIII• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “d”

Page 24: Habeas Data

Competência

• Justiça Estadual• CF – art. 125, § 1• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “e” • Lei n. 9.507/97 – art. 20, II, “d”

• Juízes Estaduais• Lei n. 9.507/97 – art. 20, I, “f”

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Procedimento

1) Requerimento – Art. 2 e Art. 2, § ú.

2) Conhecimento das informações – art. 3, em caso de deferimento.

3) Direito de retificação – art. 4 e art. 4, §§ 1 e 2.

4) Petição inicial – arts. 8, 9, 10 e 12.

5) Notificação – art. 11.

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Procedimento

6. Decisão – art. 13 e 14.

7. Renovação do pedido.

8. Recurso de apelação.

9. Suspensão dos efeitos da sentença – arts. 15 e 16. – efeito devolutivo do recurso.

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Procedimento

• Prioridade Processual– Exceto no que tange o HABEAS CORPUS e

o MANDADO DE SEGURANÇA – art. 19.

• Isenção de custas– art. 5, LXXVII c/c art. 1, I e art. 21