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Europa: Neoclássico. Prof. Hudson Oliveira

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Europa: Neoclássico.

Prof. Hudson Oliveira

Neoclássica: c. Séc. XVIII e XIX:– Influência Humanística e reação à pintura

barroca;

– Influência da pintura romana.

• Predomina:– A razão;

– O Ideal de beleza clássico;

– A simplicidade;

– A geometrização.

• Temas:– Históricos, mitológicos ou alegóricos, heroicos e

o retrato;

– Naturalista.

• Composições:

– Geométricas;

– Desenho rigoroso e linear.

• Domínio técnico:

– Tratamento da luz e do valor claro-escuro.

• Cores:

– Tons sóbrios;

– Sem modelação cromática.

Estudo para O Juramento do Jogo da Pela, com retratos pintados dos revolucionários, 1791, bico de pena e aquarela sobre papel [Musée National des châteaux, Versalhes]. Da esquerda para a direita: Dubois-Crancé, Gérard, Mirabeau e Barnave..

O Juramento do Jogo da Pela, 20 de Junho de 1789 (1791), de Jacques-Louis David. Bico de pena e aguada com destaques em branco sobre papel. Musée National des châteaux, Versalhes – França. Dimensões da obra: 101,2 × 66 cm.

Bonaparte atravessando os Alpes no passo Saint-Bernard, 20 de maio de 1800 (c. 1800-1), de Jacques-Louis David. Óleo sobre tela. Musée National des châteaux de Malmaison et de Bois-Préau | Rueil-Malmaison – França. Dimensões da obra: 260 × 221 cm.

[...] Depois de mais quatro anosda implacável luta políticae armada [...], (David) deve terse convencido, como muitosfranceses, de que o paísprecisava de um pulso firme.Naturalmente, apressou-se apintar esse pulso, controlandocom firmeza as rédeas do poder,no momento em que Napoleão,a um só tempo o novo CarlosMagno e o novo Aníbal, cruzaos Alpes (Napoleão atravessandoos Alpes no passo Saint-Bernard,20 de maio de 1800, c. 1800-1).

A morte de Marat (1793). David, Jacques-Louis. Óleo sobre tela. Musées Royaux des Beaux-Arts de Bélgique | Bruxelles – Bélgica. Dimensões da obra: 162 x 128 cm.

Charlotte Corday d’Aumont, de uma família da pequena nobreza, vivia em Caen,na Normandia. [...] No dia 9 de julho de 1793, Charlotte tomou a diligência para Paris. Nessemomento, sua presa sofria. Era um verão escaldante, e nos dias quentes a psoríase aguda deMarat o torturava com erupções cutâneas e coceira. Mas o desconforto não o fazia se dedicarmenos à patriótica missão da denúncia. Em sua casa, na rue des Cordeliers, ele recebia oscuidados de sua amante, Simone Evrard, que preparava loções de caulim para aplicar em seucorpo atormentado. Quando o calor se tornava insuportável, ele se refugiava na banheira,amarrava na testa um pano embebido em vinagre e trabalhava, usando um caixote comoescrivaninha. [...] A notícia da doença de Marat deixou-a contrariada, pois sua intenção eramatá-lo na Convenção. Porém não a fez mudar de ideia. Se tinha de ser na casa dele, pois quefosse. [...] Escreveu [...] uma [...] carta — para Marat —, prometendo fornecer informações sobreinimigos da república em Caen — uma isca para obter uma audiência. Por fim, costurou suaapologia e seu atestado de batismo no avesso do vestido.

Na manhã seguinte, com a carta na mão, tentou ver o Amigo do Povo, mas foibarrada na porta pela vigilante Simone Evrard. Desolada e confusa, vagou pelas ruas atéresolver tentar novamente. Dessa vez, apareceu à noite, no momento em que se fazia a entregado pão e dos jornais (o que, para Marat, eram praticamente a mesma coisa). Sua história e acarta abriram-lhe a porta. Simone ainda hesitou, mas acabou obedecendo à ordem que saiu dobanheiro: “Deixe-a entrar”.

Conversaram durante uns quinze minutos. Então, Marat precisou de mais caulim, eSimone saiu para preparar a loção. Vítima e assassino ficaram a sós. Charlotte recitou uma listade “traidores”, e Marat grunhiu de satisfação. “Muito bem, serão guilhotinados dentro de umasemana.” Foi o suficiente. Charlotte sacou da faca e teve tempo de desferir um golpe decisivo.Atingiu Marat perto da clavícula e, surpreendentemente, considerando a pressa, cortou-lhe acarótida. Enquanto ele gritava por socorro, o sangue jorrava na banheira. Quando Simone e osassistentes de Marat entraram com um torniquete, já era tarde demais. [...]

[Simon Schama]

O Juramento dos Horácios (1784), Jacques-Louis David. Museu do Louvre, Paris.

[...] A fim de evitar uma guerra entre romanos ealbanos, os três irmãos Horácios, de Roma, e ostrês irmãos Curiácios, de Alba, enfrentam-senuma luta decisiva, cujo vencedor será quemsobreviver. O próprio pai dos Horácios osoferece no sacrifício patriótico. Mas o amor seimiscui nesse cálculo frio. Camila, irmã dosHorácios, está noiva de um dos Curiácios. Aover o cadáver do rapaz, depois da luta, ela ochora abertamente e, por causa dessadeslealdade, é morta por seu irmão, o únicosobrevivente. O pai defende o assassinopublicamente, alegando que ele cumpriu seudever patriótico! Um desenho em que o paiprotetor se posta diante do fratricidaimpenitente, enquanto o corpo da filha jaz naescada, indica que, inicialmente, esse era otenebroso tema de David. Mas ele acabouescolhendo um momento anterior da história,em que o pai, com as espadas na mão, faz osfilhos jurarem que lutarão ou morrerão pelapátria.

É o manifesto da fraternidade, da união masculinapatriótica: três rapazes que se tornam um só, a mão de um delesna cintura do irmão, as pernas musculosas na mesma passada, obraço direito erguido no juramento de lealdade ao pai e à pátria.Uma capa cor de sangue — um toque de brilho na cena sombria —pende dos ombros do patriarca. A ação é contida num espaçosufocante, pouco profundo, teatral, e prossegue — um, dois, três— num minueto de fúria e morte (pois o tema já havia inspiradoum balé): três arcos, três irmãos, três espadas, três mulhereschorando como a Níobe lacrimosa dos frisos clássicos. Sabina, amoça de azul e marrom, sentada numa cadeira coberta por maisum pano cor de sangue, é a irmã dos Curiácios casada com umdos Horácios. Ela chora com a certeza de que inevitavelmenteperderá o marido, o irmão ou os dois. A seu lado, Camila (debranco virginal) antevê a morte do noivo. Ambas estão fadadas aosofrimento por lealdades divididas, corações partidos. Umaterceira mulher, uma ama, segura os dois meninos. Um deles nãoassiste ao espetáculo, mas o outro — evidentemente futura vítimade um novo sacrifício patriótico — acompanha tudo de olhos bemabertos. Enquanto David trabalhava em O juramento dos Horácios,sua esposa deu à luz o segundo de seus dois filhos. Portanto, filhosdeviam estar em sua mente como... bucha de canhão patriótica.

[Simon Schama]

A Morte de Sócrates (1787), David. Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.

[...] A morte de Sócrates (1787) é mais um drama em coresdiscretas, uma representação de martírio que reúne discurso e silêncioem perfeito equilíbrio dramático. Mesmo agonizante, Sócrates continuafalando (pois o veneno demora a fazer efeito), mas Platão, sentado aopé da cama, sofre em silenciosa e amarga resignação.

[Simon Schama]

"E agora chegou a

hora de nós irmos,

eu para morrer,

vós para viver;

quem de nós fica

com a melhor

parte ninguém

sabe, exceto os

deuses.“

[Sócrates]

Platão Críton

Teseu e o Minotauro (1781 - 1783), Antonio Canova - Museu Vitória e Alberto, Londres.

Teseu e o Centauro (1805 - 1819), Antonio Canova -Kunsthistorisches Museum, Viena.

Rotonde de la Villette, Paris. Claude Nicolas Ledoux.

Rotonde / Rotunda: construção de forma circular, encimada por uma cúpula.

O Portão de Brandemburgo, em Berlim, é uma antiga porta da cidade, reconstruída no

final do século XVIII (1788-91) como um arco do triunfo neoclássico, é hoje um dos

marcos mais conhecidos da Alemanha. Construído no estilo neoclássico pelo arquiteto

Carl Gotthard Langhans, encomenda feita pelo Kaiser Fredrico Guilherme II da Prússia,

possui doze colunas dóricas de estilo grego. Sendo seis de cada lado. Há cinco vãos

centrais por onde passam cinco estradas (caminhos). Dimensões: 26 m de altura, 11 m

de profundidade e 65 m de largura. (visto de frente).

Sobre o arco está a "quadriga" transportando a deusa grega Irene - deusa da paz.

Europa: Romantismo.

Prof. Hudson Oliveira

Romantismo – séc. XIX:

• Características gerais:

– a valorização dos sentimentos e da imaginação;

– o nacionalismo;

– a valorização da natureza como princípio da criação artística;

– e sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

• Características da pintura: – Aproximação das formas barrocas;

– Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo ao observador;

– Valorização das cores e do claro-escuro; e Dramaticidade.

• Temas da pintura: – Fatos reais da história nacional e

contemporânea da vida dos artistas;

– Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas; e Mitologia Grega.

Os fuzilamentos de 3 de Maio de 1808 (1814-1815), de Goya. Dimensões: 2,63 m X 4,10 m. Museu do Prado, Madri.

Naufrágio (1805), Turner. Tate Gallery, Londres.

A Jangada da Medusa (1819), Théodore Géricault. Louvre, Paris.

A Liberdade guiando o povo (1830), de Delacroix. Dimensões: 2,60 X 3,25 m. Museu do Louvre, Paris.

A Arte Acadêmica no Brasil.

Contexto

• Geral / Europa:

– Revolução Industrial – 2ª fase.

– Novas Idéias: Liberalismo, Nacionalismo, Socialismo Científico, “Socialismo” Cristão e Anarquismo.

– Imperialismo e (Neo)Colonialismo.

– Racionalismo/Cientificismo.

• Brasil:– Segundo Reinado (1840-1889).

– Economia: café.

– Rebeliões / Parlamentarismo / Consolidação do Regime.

– Fim do tráfico negreiro (1850).

– Lei de Terras (1850).

– Guerra do Paraguai (1864-1870)

– Imigração.

– Movimentos Abolicionistas / Abolição Gradativa.

– Espectro: fragmentação da América Espanhola.

• No Brasil a ausência de um sentimento de pertencimento, de brasilidade, fez com que D. Pedro II investisse na construção de uma identidade nacional. Desta forma se formaria um elo entre Estado-Nação, Povo e Governo (leia-se imperador).

Pintura

• A pintura revela a influência do Romantismo nos trabalhos dos artistas. Esse movimento, ao lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos artistas da Academia nesse período. E estava diretamente relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e cultural do século XIX.

Pintura acadêmica no Brasil

• Destaque para:

– Pedro Américo (1843-1905).

– Vitor Meireles (1832-1903).