eurobarÓmetro especial eb especial mulheres · têm constantemente colocado o princípio da...
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EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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Índice
INTRODUÇÃO................................................................................................3
1. AS MULHERES EM CARGOS DE DECISÃO.........................................7
1.1 Obstáculos que as mulheres enfrentam no acesso a posições de responsabilidade ............................................................................... 7
1.1.1: Os obstáculos no seio das grandes empresas [QA9.3] ........................... 8 1.1.2: Obstáculos ao nível dos escalões mais elevados da administração pública [QA9.2] .................................................................................................. 12 1.1.3: Obstáculos no seio dos partidos políticos [QA9.1] ............................... 15 1.1.4: Obstáculos no seio das PME [QA9.4] ................................................. 18 1.1.5: Obstáculos no seio das organizações comunitárias nos meios associativos [QA9.5] .................................................................................................. 21
1.2 Medidas para assegurar o acesso das mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões mais elevados da administração pública [QA10]........................................................... 25
1.3 Razões subjacentes à sub-representação das mulheres na vida política [QA11] .......................................................................................... 30
1.4 Soluções para assegurar uma melhor representação das mulheres na política [QA12] ............................................................................... 37
1.5 Razões subjacentes à não participação nos actos eleitorais [QA13] ....... 43
2. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES ......................53
2.1 Razões subjacentes à situação de precariedade em que se encontram as mulheres na União Europeia [QA8].................................................... 53
2.2 Soluções para reduzir as disparidades salariais [QA1].......................... 60
2.3 Soluções para garantir uma melhor conciliação entre as vidas privada e profissional [QA7] ........................................................................... 66
3. AS LICENÇAS DE MATERNIDADE E PATERNIDADE........................71
3.1 O impacto negativo da licença de maternidade na carreira das mulheres [QA2] ............................................................................................ 71
3.2 A proposta de instituir uma licença de maternidade de 20 semanas integralmente remunerada na totalidade dos Estados-Membros [QA3]... 76
3.3 A solução preferida pelos Europeus em matéria de licença de maternidade [QA4] ............................................................................................ 80
3.4 A solução preferida pelos Europeus relativamente à licença de paternidade [QA5 e QA6]................................................................................... 86
4. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES..............................................94
4.1 Ordens judiciais de afastamento alargadas a todos os 27 Estados-Membros [QA14] .......................................................................................... 94
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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4.2 Soluções para erradicar a violência contra as mulheres [QA15]............. 96
CONCLUSÃO..............................................................................................101
ANEXOS
Nota técnica
Questionário
Quadros
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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INTRODUÇÃO
Desde a criação da Comunidade Económica Europeia que os vários Tratados europeus
têm constantemente colocado o princípio da igualdade entre mulheres e homens no
centro dos objectivos e prioridades da União Europeia.1 Assim, já em 1957, o Tratado
de Roma garantia às mulheres o princípio do salário igual para trabalho igual.
Posteriormente, em 1997, o Tratado de Amesterdão, fazendo do princípio da igualdade
entre homens e mulheres um objectivo e um princípio comunitário fundamental,
consagrou o combate contra todas as formas de discriminação, bem como a promoção
da igualdade de oportunidades e de tratamento em matéria de emprego e trabalho.
Finalmente, a partir de 2009, o Tratado de Lisboa reforça o princípio da igualdade de
género, incluindo-o entre os valores e objectivos da União Europeia.
No entanto, apesar de, em 2008, praticamente 60% dos diplomas universitários na UE
terem sido obtidos por mulheres, estas representam, actualmente, apenas 45% das
pessoas no mercado de trabalho e auferem, em média, 17% menos do que os
homens. As mulheres que vivem em condições de precariedade representam
igualmente 17%. Além disso, entre 12% e 15% das mulheres são diariamente vítimas
de violência doméstica.
Foi neste contexto, e por ocasião do Centenário do Dia Internacional da Mulher
(celebrado em 8 de Março de 2011), que o Parlamento Europeu encomendou à TNS
Opinion & Social um inquérito Eurobarómetro nos 27 Estados-Membros da União
Europeia com o objectivo de perceber os pontos de vista do conjunto dos Europeus
sobre as diversas formas de combater a discriminação de género na União Europeia.
O presente relatório divide-se em quatro partes principais, com a seguinte estrutura:
- Em primeiro lugar, analisa os obstáculos enfrentados pelas mulheres quando
aspiram a cargos de responsabilidade, quer no local de trabalho, quer na vida
política, quer ainda nas organizações comunitárias dos meios associativos. Para
esse fim, estuda o papel que as mulheres desempenham nos cargos de decisão.
- Detém-se, em seguida, nas razões que podem explicar a situação de
precariedade que as mulheres enfrentam e os tipos de desigualdade a que, por
vezes, estão sujeitas no local de trabalho.
- Tenta, então, compreender as vivências e expectativas das mulheres e homens
europeus no que respeita às licenças de maternidade e paternidade.
1 http://www.europarl.europa.eu/parliament/expert/displayFtu.do?language=EN&ftuId=FTU_4.9.7.html&id=73
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- Analisa, por último, as possíveis formas de combater a violência contra as
mulheres.
A presente sondagem Eurobarómetro foi encomendada pela Direcção-Geral da
Comunicação do Parlamento Europeu. Foi realizada pela TNS Opinion & Social entre 9
de Fevereiro e 6 de Março de 2011 – ou seja, poucos dias antes do Dia Internacional
da Mulher, de 8 de Março. Foram inquiridos frente-a-frente 26.724 europeus com
idade igual ou superior a 15 anos pelos entrevistadores da TNS Opinion & Social
Network (as perguntas foram feitas pelos entrevistadores no domicílio do
entrevistado). A metodologia utilizada é a das sondagens normalizadas do
Eurobarómetro da Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu (Unidade de
Acompanhamento da Opinião Pública). Encontra-se anexada ao presente relatório uma
nota técnica relativa às entrevistas conduzidas pelos institutos da rede da TNS Opinion
& Social. A referida nota especifica a metodologia utilizada nestas entrevistas, bem
como os intervalos de confiança.
A sondagem abrange os 27 Estados-Membros e faz parte da vaga EB 75.1. É composta
por perguntas novas.
A análise geral e a análise sociodemográfica são baseadas nos resultados da UE27, isto
é, na média dos resultados dos 27 Estados-Membros. Esta média é ponderada de
molde a reflectir a população real de cada Estado-Membro. Acrescentamos igualmente
um breve comentário sobre a variação das respostas de acordo com determinadas
características sociodemográficas dos inquiridos (género, idade, etc.), bem como com
outros indicadores, tais como a sua atitude para com a União Europeia e as suas
orientações políticas.
O Website das sondagens Eurobarómetro do Parlamento Europeu pode ser consultado
em:
http://www.europarl.europa.eu/parliament/expert/staticDisplay.do?language=EN&id=40
Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer aos inquiridos de toda a
União que se disponibilizaram para participar na presente sondagem.
Sem a sua participação activa, a sondagem não teria sido possível.
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SÍNTESE
Os resultados da presente sondagem permitem perceber melhor a opinião dos
Europeus quanto aos tipos de discriminação de que as mulheres podem ser alvo na
União Europeia:
- A maioria dos Europeus considera que as mulheres enfrentam
obstáculos significativos no acesso a posições de responsabilidade, em
grandes empresas (76%), nos escalões mais elevados da administração pública
(70%), nos partidos políticos (69%), nas PME (59%) ou nas organizações
comunitárias dos meios associativos (49%).
- No entanto, os Europeus tendem a favorecer mais as medidas de
incentivo do que as medidas coercivas para garantir o acesso das
mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões
mais elevados da administração pública.
o Assim, quatro em cada dez inquiridos (44%) preferem que as empresas
e a administração pública sejam encorajadas a tomar medidas para
promover a igualdade entre mulheres e homens.
- Os Europeus atribuem a sub-representação das mulheres na vida
política a diversas causas:
o Em primeiro lugar (35%), ao facto de a vida política ser dominada por
homens que não valorizam suficientemente as competências das
mulheres.
o Em segundo lugar (21%), à existência de estereótipos persistentes.
- Para os Europeus, poderia ser alcançada uma melhor representação das
mulheres na vida política através da formação, mas igualmente de
medidas mais proactivas, como a imposição de quotas:
o A introdução de medidas de formação e de apoio com vista a encorajar
as mulheres a participarem na vida política é a solução mais citada
(30%).
o Um quarto dos inquiridos (25%) opta pela paridade nas listas eleitorais
elaboradas pelos partidos políticos para cada eleição.
o Menos de um em cada cinco inquiridos (19%) preconiza a imposição de
quotas por via legislativa aquando das eleições.
- Os três principais motivos mencionados para explicar a falta de
participação nas eleições europeias são: a falta de confiança dos Europeus
nos seus representantes políticos, o facto de se sentirem mal informados sobre
as questões europeias e o sentimento de que o seu voto nada mudaria.
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- Segundo os Europeus, a situação de precariedade que afecta as
mulheres pode ser explicada por vários factores, principalmente: pela
precariedade do próprio trabalho; pelo aumento do número de famílias
monoparentais; e pelas interrupções de carreira ou o trabalho a tempo parcial
devido a obrigações familiares.
- A forma mais eficaz de reduzir as disparidades salariais seria a promoção
de um maior equilíbrio de género em todo o tipo de carreiras profissionais
(29%).
- A forma mais eficaz de conciliar as vidas privada e profissional seria
facilitar o acolhimento de crianças fora do lar (37%).
- Praticamente seis em cada dez Europeus (58%) concordam que a
licença de maternidade tem um efeito negativo na carreira das
mulheres. No entanto, 78% acreditam que seria positivo estender a licença de
maternidade a 20 semanas, integralmente remunerada, a toda a UE.
- Mais de dois terços (71%) dos inquiridos nos países onde não existe
licença de paternidade requereriam o gozo dessa licença caso
pretendessem ter filhos e esse direito estivesse previsto no seu país.
- Em matéria de violência contra as mulheres, quase nove em cada dez
inquiridos (89%) afirmam que as ordens judiciais de afastamento emitidas num
Estado-Membro devem ser válidas em todos os 27 Estados-Membros.
- A fim de erradicar a violência contra as mulheres, os Europeus
defendem as seguintes medidas:
o Um melhor intercâmbio de boas práticas entre as autoridades
policiais dos diferentes Estados-Membros no apoio às vítimas (39%).
o Um número de telefone gratuito a nível europeu para as mulheres
que procuram ajuda e aconselhamento (26%).
o Campanhas de informação europeias com vista a sensibilizar a
opinião pública para esta questão (19%).
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1. AS MULHERES EM CARGOS DE DECISÃO
1.1 Obstáculos que as mulheres enfrentam no acesso a posições de responsabilidade
- A maioria dos europeus considera que as mulheres enfrentam
obstáculos ao longo da sua carreira -
Embora, em 2008, quase 60% dos diplomas universitários na União Europeia tenham
sido obtidos por mulheres, estas continuam a ser uma minoria em posições de
responsabilidade, na maioria dos domínios do mundo do trabalho.
Nos cinco sectores analisados, a maioria dos Europeus considera que, em situação de
igualdade de qualificações e competências, as mulheres enfrentam obstáculos
significativos no acesso a posições de responsabilidade. Os obstáculos parecem ser
maiores nas grandes empresas (76%), nos escalões superiores da administração
pública (70%) e nos partidos políticos (69%). Um número consideravelmente inferior
de inquiridos considera que as mulheres se deparam com obstáculos significativos no
acesso a posições de responsabilidade nas PME (59%) e nas organizações comunitárias
(49%).
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1.1.1: Os obstáculos no seio das grandes empresas [QA9.3]
Os Europeus acreditam que é nas grandes empresas que as mulheres mais tendem a
enfrentar obstáculos significativos no que respeita à sua progressão na carreira. Mais
de três em cada quatro inquiridos (76%) partilham desta opinião e pouco
mais de três em cada dez afirmam que esses obstáculos são "muito
significativos" (31%). A maioria absoluta dos inquiridos comunga dessa opinião em
26 dos 27 Estados-Membros.
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Variações entre Estados-Membros
Uma primeira análise por grupos de países revela diferenças entre os
Estados-Membros pré-20042 e os Estados-Membros pós-2004/073: verifica-se
uma diferença significativa de 12 pontos percentuais entre os inquiridos do primeiro
grupo (78%) e os do segundo grupo (66%) de países. Os inquiridos nos países pré-
2004 parecem muito mais convictos de que as mulheres enfrentam obstáculos
significativos no acesso a posições de responsabilidade em grandes empresas.
Além disso, regista-se uma diferença de nove pontos percentuais entre os inquiridos
da área do euro e de fora da área do euro: 79% dos primeiros consideram
"significativos" os obstáculos contra 70% dos últimos. As diferenças por país são
bastante substanciais, com um diferencial de 40 pontos percentuais entre os Estados-
Membros no que respeita ao sub-total "significativos".
- Os inquiridos na Suécia (87%), Alemanha (83%), França (81%) e Áustria
(80%) são os que mais tendem a descrever os obstáculos como
"significativos”.
- A Letónia, o único país onde as opiniões se dividem de forma uniforme, é o
país onde o menor número de inquiridos descreve esses obstáculos como
"significativos": 47% consideram que as mulheres enfrentam obstáculos
"significativos", enquanto 47% têm opinião contrária. Os inquiridos na
Roménia e Lituânia (53% cada) e na Estónia (54%) também se contam
entre os que menos tendem a considerar estes obstáculos significativos.
Análise sociodemográfica
- As mulheres são mais propensas que os homens a considerar que
enfrentam obstáculos significativos nas suas carreiras em grandes empresas
(78% em comparação com 72% dos homens).
- Os inquiridos com idades entre os 40 e os 54 anos estão também mais
inclinados a concordar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos
(78% em comparação com 72% dos indivíduos com idades entre os 15 e os
24 anos).
- Em geral, as categorias profissionais mais favorecidas parecem ser
as que mais tendem a partilhar desta opinião:
2 Os seguintes países eram membros da UE antes de Maio de 2004: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido. No presente estudo serão referidos como países pré-2004. 3 Os países que aderiram à UE em Maio de 2004 ou Janeiro de 2007 são a Bulgária, República Checa, a Estónia, a República de Chipre, a Lituânia, a Letónia, a Hungria, Malta, a Polónia, a Roménia, a Eslovénia e a Eslováquia. No presente estudo serão referidos como países pós-2004/2007.
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o A idade de conclusão dos estudos dos inquiridos é
determinante: 79% daqueles que estudaram para além dos 19 anos
de idade são daquela opinião, em comparação com 72% dos que
deixaram a escola com idade igual ou inferior aos 15 anos.
o Os gestores (81%) e as pessoas domésticas (78%) tendem
igualmente, mais do que os desempregados (72%) e os operários
(75%), a partilhar desta opinião.
- Esta visão é também mais difundida entre os inquiridos que se
posicionam à esquerda do espectro político (80%, em comparação com
76% das pessoas que se dizem de centro ou de direita).
- Por fim, 79% dos inquiridos que consideram que a licença de
maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres
afirmam ser difícil para as mulheres o acesso a cargos de responsabilidade
em grandes empresas (em comparação com 71% dos que pensam que a
licença de maternidade não tem negativo impacto).
Apesar destas diferenças, o sentimento de que as mulheres enfrentam
obstáculos significativos no acesso a posições de responsabilidade em grandes
empresas é amplamente maioritário entre todas as categorias de inquiridos.
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Total 'Significant'Total 'Not
significant'DK
EU27 76% 19% 5%
Male 72% 23% 5%
Female 78% 16% 6%
15-24 72% 21% 7%
25-39 75% 21% 4%
40-54 78% 18% 4%
55 + 75% 18% 7%
15- 72% 20% 8%
16-19 76% 19% 5%
20+ 79% 18% 3%
Still studying 72% 22% 6%
Self-employed 76% 20% 4%
Managers 81% 17% 2%
Other white collars 76% 21% 3%
Manual workers 75% 20% 5%
House persons 78% 15% 7%
Unemployed 72% 22% 6%
Retired 74% 18% 8%
Students 72% 22% 6%
(1-4) Left 80% 17% 3%
(5-6) Centre 76% 19% 5%
(7-10) Right 76% 20% 4%
Agree 79% 17% 4%
Disagree 71% 23% 6%
Maternity leave has a negative impact
Respondent occupation scale
Left-Right scale
QA9.3 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained by women.However, they are still in the minority in responsible posit ions in most areas of the worldof work. Given equal qualifications and skills, do you think that the obstacles facingwomen in reaching positions of responsibility are very sign ificant, fairly significant, notvery significant or not at all significant in each of the following areas?
Big companies
Sex
Age
Education (End of)
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1.1.2: Obstáculos ao nível dos escalões mais elevados da administração pública
[QA9.2]
Sete em cada dez inquiridos consideram que as mulheres também enfrentam
obstáculos significativos no acesso aos escalões mais elevados da administração
pública. Uma minoria de inquiridos chega mesmo a considerar que estes obstáculos
são "muito significativos" (23%). Menos de um quarto dos inquiridos (24%) têm
opinião contrária e 6% não se pronunciam.
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Variações entre Estados-Membros
A maioria absoluta dos inquiridos na maioria dos Estados-Membros (25 dos 27)
consideram que as mulheres enfrentam obstáculos significativos nas respectivas
carreiras quando aspiram a posições de responsabilidade. Registam-se algumas
diferenças na veemência desta opinião, com um diferencial de 35 pontos percentuais
entre os países no que se refere ao sub-total “significativos”.
- Os inquiridos na Grécia (81%), Áustria (78%), Chipre (76%), Bélgica e
Itália (75% cada) são os mais enfáticos.
- Os inquiridos na Estónia (50% contra 41% que têm opinião contrária) e na
Lituânia mostram-se muito mais divididos (48% contra 42%).
- Só na Letónia é que uma minoria relativa de inquiridos comunga desta
opinião (46% em comparação com 48% que não consideram aqueles
obstáculos significativos).
Análise sociodemográfica
A análise sociodemográfica dos resultados revela algumas diferenças entre as
categorias de inquiridos:
- As mulheres tendem, mais do que os homens (73% contra 66%), a
acreditar que enfrentam obstáculos significativos no acesso a cargos de
responsabilidade nos escalões mais elevados da administração pública.
- Esta é também a opinião de 75% das pessoas domésticas (em
comparação com 68% dos gestores e dos reformados).
- Por fim, 73% dos inquiridos que consideram que a licença de
maternidade tem um impacto negativo nas carreiras das mulheres
afirma igualmente que estas enfrentam obstáculos significativos nos
escalões mais elevados da administração pública (em comparação com 66%
dos que pensam que a licença de maternidade não tem impacto negativo).
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Total 'Significant'Total 'Not
significant'DK
EU27 70% 24% 6%
Male 66% 28% 6%
Female 73% 20% 7%
Self-employed 73% 23% 4%
Managers 68% 29% 3%
Other white collars 70% 26% 4%
Manual workers 71% 24% 5%
House persons 75% 18% 7%
Unemployed 69% 24% 7%
Retired 68% 24% 8%
Students 66% 24% 10%
(1-4) Left 72% 24% 4%
(5-6) Centre 71% 24% 5%
(7-10) Right 68% 27% 5%
Agree 73% 22% 5%
Disagree 66% 28% 6%
Maternity leave has a negative impact
Respondent occupation scale
Left-Right scale
QA9.2 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?
Senior levels of public administration
Sex
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1.1.3: Obstáculos no seio dos partidos políticos [QA9.1]
Mais de dois terços dos inquiridos (69%) refere que esses obstáculos são
significativos no seio dos partidos políticos. Entre eles, 23% descrevem esses
obstáculos como "muito significativos", enquanto um quarto (25%) é da opinião
contrária e 6% não manifestam opinião.
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Variações entre Estados-Membros
Existe um consenso generalizado quanto a esta questão. A maioria absoluta
dos inquiridos em 24 dos 27 Estados-Membros concorda que, em geral, as
mulheres enfrentam obstáculos significativos no acesso a cargos de
responsabilidade. No entanto, regista-se uma diferença de 38 pontos percentuais
entre os países onde a convicção da existência dessas dificuldades é maior e aqueles
onde é menor.
- Este sentimento é partilhado por, pelo menos, três quartos dos inquiridos
em Chipre (82%), na Bélgica e na Suécia (76% cada), bem como em França
e na Grécia (75% em ambos os casos).
- Em contrapartida, na Letónia e na Lituânia existe uma minoria relativa que
afirma que esses obstáculos não são significativos (50% e 47%
respectivamente são dessa opinião). As opiniões dividem-se no terceiro
Estado Báltico, a Estónia, onde 41% dos inquiridos consideram que os
obstáculos não são significativos, contra 48% que, ao contrário, os
consideram significativos.
Análise sociodemográfica
- Algo logicamente, mais do que os homens, as mulheres tendem a
considerar que os obstáculos que enfrentam no seio dos partidos políticos
são significativos (72% das mulheres contra 65% dos homens).
- Essa é também a opinião de 73% das pessoas domésticas (a maioria das
quais são mulheres) e 71% dos trabalhadores por conta de outrem e dos
trabalhadores por conta própria, mas de 65% dos gestores.
- Por último, regista-se uma diferença de seis pontos percentuais nas
respostas "obstáculos significativos" entre os inquiridos que consideram
que a licença de maternidade tem um efeito negativo na carreira das
mulheres (72%) e os que consideram não ser esse o caso (66%).
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Total 'Significant'Total 'Not
significant'Don't know
EU27 69% 25% 6%
Male 65% 29% 6%
Female 72% 22% 6%
Self- employed 71% 25% 4%
Managers 65% 32% 3%
Other white collars 71% 25% 4%
Manual workers 70% 25% 5%
House persons 73% 18% 9%
Unemployed 69% 24% 7%
Retired 68% 24% 8%
Students 65% 26% 9%
(1-4) Left 71% 25% 4%
(5-6) Centre 70% 25% 5%
(7-10) Right 67% 28% 5%
Low (1-4) 68% 24% 8%
Medium (5-6) 71% 24% 5%
High (7-10) 68% 28% 4%
Agree 72% 24% 4%
Disagree 66% 28% 6%
Self-positioning on the social scale
Maternity leave has a negative impact
QA9.1 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained by women.However, they are still in the minority in responsible posit ions in most areas of the world ofwork. Given equal qualifications and skills, do you think th at the obstacles facing women inreaching positions of responsibility are very significant , fairly significant, not very significantor not at all significant in each of the following areas?
Political parties
Gender
Respondent occupation scale
Left-Right scale
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1.1.4: Obstáculos no seio das PME [QA9.4]
Para os Europeus, o sector das PME parece ser um pouco mais propício para as
mulheres que desejam fazer carreira. No entanto, a maioria absoluta dos
inquiridos (59%) continua a acreditar ser difícil para uma mulher aceder a
uma posição de responsabilidade, sendo 17% os que afirmam que os
obstáculos são "muito significativos". Em contrapartida, 33% têm opinião
contrária e 8% não se pronunciam. A maioria dos inquiridos em 22 dos 27 Estados-
Membros considera que as mulheres enfrentam obstáculos significativos.
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Variações entre Estados-Membros
À semelhança do que acontece relativamente às grandes empresas, as
opiniões sobre a carreira das mulheres nas PME também diferem entre os
países pré-2004 e pós-2004/07. Assim, 60% dos inquiridos nos países pré-2004
consideram que as mulheres enfrentam dificuldades significativas nestas empresas,
contra apenas 51% nos países pós-2004/07.
De igual modo, existe uma diferença de nove pontos percentuais entre os inquiridos da
área do euro (62%) e os inquiridos de fora da área euro (53%). As diferenças entre
países são bastante marcadas, com um diferencial de 37 pontos percentuais no que
respeita ao sub-total "significativo".
- Os inquiridos na Eslováquia (69%), Itália e República Checa (68% cada),
bem como na Bélgica e na Áustria (67% cada), são os que mais tendem a
considerar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos na sua
carreira no seio das PME.
- Os inquiridos nos Países Bálticos, na Lituânia (32%), na Letónia e na Estónia
(33% cada) são os que menos tendem a concordar que as mulheres
enfrentam obstáculos significativos. Esse sentimento é igualmente
minoritário na Eslovénia (39%) e na Bulgária (43%), enquanto na Hungria
os inquiridos se mostram divididos: 47% afirmam que existem obstáculos
significativos, enquanto 46% têm opinião contrária.
Análise sociodemográfica
- Tal como no caso dos partidos políticos, e no que respeita aos escalões mais
elevados da administração pública e das grandes empresas, as mulheres
tendem, mais do que os homens, a considerar que enfrentam
obstáculos nas respectivas carreiras no seio das PME. Regista-se, a
este respeito, uma diferença de cinco pontos percentuais entre ambos os
sexos: 61% das mulheres referem obstáculos "significativos", contra 56%
dos homens.
- A visão de que as mulheres enfrentam obstáculos significativos está mais
difundida entre os inquiridos da faixa etária dos 40 aos 54 anos (62%,
contra 53% dos que têm idades entre os 15 e os 24 anos).
- Essa opinião é também mais amplamente sustentada por pessoas
domésticas (64%) e pelos gestores (63%) do que por desempregados
(56%), trabalhadores manuais e reformados (58% cada).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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- A este respeito, regista-se uma diferença de nove pontos percentuais entre
os inquiridos que consideram que a licença de maternidade tem um impacto
negativo nas carreiras das mulheres (63%) e os que defendem opinião
contrária (54%).
Total 'Significant'Total 'Not
significant'DK
EU27 59% 33% 8%
Male 56% 36% 8%
Female 61% 30% 9%
15-24 53% 36% 11%
25-39 58% 35% 7%
40-54 62% 31% 7%
55 + 60% 30% 10%
Self-employed 60% 35% 5%
Managers 63% 33% 4%
Other white collars 60% 34% 6%
Manual workers 58% 34% 8%
House persons 64% 25% 11%
Unemployed 56% 35% 9%
Retired 58% 31% 11%
Students 51% 39% 10%
Agree 63% 30% 7%
Disagree 54% 37% 9%
Maternity leave has a negative impact
Respondent occupation scale
QA9.4 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?
SMEs
Sex
Age
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 21 -
1.1.5: Obstáculos no seio das organizações comunitárias nos meios associativos
[QA9.5]
É nas organizações comunitárias que os Europeus consideram que as mulheres
enfrentam "menos" obstáculos nas respectivas carreiras.
Assim, pouco menos de metade dos inquiridos (49%) consideram que as
mulheres enfrentam dificuldades na carreira (dos quais 14% referiram
obstáculos muito significativos), contra 42% que têm opinião contrária.
Praticamente um em cada dez inquiridos (9%) não manifesta opinião.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 22 -
Variações entre Estados-Membros
Existem variações consideráveis na União Europeia. Em 13 dos Estados-Membros, a
maioria dos inquiridos considera que as mulheres enfrentam obstáculos significativos
nas respectivas carreiras no seio das organizações comunitárias, sendo o ponto de
vista oposto predominante nos 14 outros Estados-Membros. Foi a este respeito que
surgiram as maiores diferenças entre Estados-Membros, com um diferencial de 46
pontos percentuais entre os países mais e menos convictos da importância daqueles
obstáculos.
- Os inquiridos em Chipre (69%), Espanha, Itália e Reino Unido (61% nos
três casos) são os que mais tendem a pensar que as mulheres enfrentam
tais obstáculos nas suas carreiras.
- No entanto, os inquiridos na Estónia (23%), na Lituânia (25%) e na Letónia
(28%) são os que menos consideram que essas dificuldades existem no seio
de organizações comunitárias.
Análise sociodemográfica
- Mais uma vez, as mulheres são ligeiramente mais propensas que os
homens a considerar que enfrentam obstáculos significativos nas
suas carreiras no seio das organizações comunitárias (51% contra 47% dos
homens).
- Esse é também o sentimento de 51% dos inquiridos com idades entre os
40 e os 54 anos (contra 47% daqueles entre os 25 e os 39 anos).
- As categorias menos favorecidas são as que mais tendem a
considerar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos:
o Existe um diferencial significativo de 10 pontos percentuais entre os
que deixaram os estudos até aos 15 anos e os inquiridos com
maiores qualificações: 53% dos primeiros consideram que as
mulheres enfrentam obstáculos no acesso a cargos de
responsabilidade no seio das organizações comunitárias, em
comparação com 43% dos últimos.
o De igual modo, as pessoas domésticas (56%) e os
desempregados (52%) entendem que as mulheres enfrentam
obstáculos nas suas carreiras no seio das organizações comunitárias,
em comparação com 44% dos gestores.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 23 -
o Essa é também a opinião de 50% dos inquiridos que se posicionam
no topo da escala social, em comparação com 46% daqueles que se
posicionam na base dessa escala.
- Por fim, observa-se que 52% dos inquiridos que consideram que a
licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das
mulheres entendem que, em geral, as mulheres enfrentam dificuldades
significativas no seio das organizações comunitárias, em comparação com
45% das pessoas que não consideram que licença de maternidade tem um
impacto negativo.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 24 -
Total 'Significant'Total 'Not
significant'DK
EU27 49% 42% 9%
Male 47% 45% 8%
Female 51% 39% 10%
15-24 49% 42% 9%
25-39 47% 46% 7%
40-54 51% 42% 7%
55 + 49% 40% 11%
15- 53% 34% 13%
16-19 52% 40% 8%
20+ 43% 51% 6%
Still studying 47% 44% 9%
Self-employed 50% 43% 7%
Managers 44% 52% 4%
Other white collars 49% 44% 7%
Manual workers 50% 42% 8%
House persons 56% 31% 13%
Unemployed 52% 39% 9%
Retired 47% 41% 12%
Students 47% 44% 9%
Low (1-4) 46% 42% 12%
Medium (5-6) 50% 42% 8%
High (7-10) 50% 43% 7%
Agree 52% 41% 7%
Disagree 45% 45% 10%
Self-positioning on the social staircase
Maternity leave has a negative impact
Respondent occupation scale
QA9.5 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?
Community organisations
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 25 -
1.2 Medidas para assegurar o acesso das mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões mais elevados da administração pública [QA10]
- Os Europeus são mais favoráveis a medidas de incentivo do que de coerção -
Como vimos, a maioria dos Europeus considera que as empresas e os escalões mais
elevados da administração pública não oferecem, actualmente, condições que
permitam às mulheres o acesso a posições de responsabilidade. Por conseguinte, o que
está em causa, hoje, é promover medidas eficazes que permitam às mulheres
progredir nas respectivas carreiras. Para isso, foram apresentadas aos inquiridos três
propostas de medidas, pedindo-se que identificassem aquela que, no seu entender,
seria mais eficaz para a consecução daquele objectivo: duas das medidas assentavam
em incentivos, sendo a terceira de pendor coercivo.
Uma maioria relativa de quatro em cada dez inquiridos (44%) prefere
"incentivar as empresas e as administrações públicas a tomar medidas para promover
a igualdade entre mulheres e homens ("código de boas práticas") e lutar contra os
estereótipos".
A segunda medida mais popular, referida por 30% dos inquiridos, seria
"incentivar a formação e apoiar medidas destinadas a encorajar as mulheres a
assumirem mais responsabilidades nas empresas e nos escalões mais elevados da
administração pública".
A terceira medida, "a imposição legal de quotas nos conselhos de administração de
empresas e outros órgãos de decisão", é referida por um pouco menos de um em
cada cinco inquiridos (19%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 26 -
Variações entre Estados-Membros
Os resultados relativamente a esta pergunta são bastante homogéneos nos
27 Estados-Membros. No entanto, verifica-se uma diferença de sete pontos
percentuais entre os inquiridos da zona do euro e os restantes quanto à medida mais
coerciva: 21% dos primeiros apoiam a imposição de quotas nos conselhos de
administração e outros órgãos de decisão, contra 14% dos inquiridos de fora da área
do euro.
- A medida mais popular, o incentivo às empresas e administrações
públicas para que tomem medidas com vista a promover a igualdade
entre mulheres e homens (44%), é referida essencialmente em Espanha
(52%), Portugal (50%), Eslovénia (49%), e Hungria, Roménia, Reino Unido
e Itália (48%). No total, esta é a medida citada em primeiro lugar em 21
países. Os inquiridos que menos escolheram esta opção residem na
Alemanha, Estónia, Letónia e Lituânia (35% em todos os casos).
- A segunda medida, o incentivo à formação e o apoio a medidas
destinadas a encorajar as mulheres a assumirem mais
responsabilidades (30%), obtém apoio sobretudo na Letónia (46%),
Estónia (45%) e Finlândia (44%). É a medida mais frequentemente
mencionada em oito países, partilhando a primeira posição a par da questão
do incentivo às empresas e administrações públicas para que tomem
medidas que favoreçam a igualdade de género no Luxemburgo (40% para
ambas as medidas) e na Suécia (41%). Em contrapartida, a medida é citada
com menor frequência em Itália e Portugal (23% cada), na Roménia (26%),
na Polónia e em Espanha (28% cada).
- A terceira opção, a imposição de quotas por lei (19%), é referida
sobretudo pelos inquiridos na Alemanha (28%), Áustria (25%), Itália (23%)
e França (22%), sendo citada com muito menos frequência na Letónia
(9%), no Reino Unido e na Estónia (11% cada), bem como em Malta e na
Lituânia (12% cada).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 27 -
Encourage enterprises and public administrations to take measures to foster equality between women and men (“code of
good practice”) and to fight against stereotypes
Encourage training and support measures to encourage women to take more responsibilities in enterprises and
at high levels of public administration
Impose quotas by law for boards of directors in enterprise and other
decision-making bodies
EU27 44% 30% 19%
BE 45% 34% 17%
BG 41% 33% 19%
CZ 43% 36% 17%
DK 43% 40% 13%
DE 35% 30% 28%
EE 35% 45% 11%
IE 37% 39% 13%
EL 46% 31% 20%
ES 52% 28% 14%
FR 43% 30% 22%
IT 48% 23% 23%
CY 43% 36% 18%
LV 35% 46% 9%
LT 35% 39% 12%
LU 40% 40% 17%
HU 48% 31% 15%
MT 39% 40% 12%
NL 41% 34% 13%
AT 40% 29% 25%
PL 44% 28% 16%
PT 50% 23% 20%
RO 48% 26% 16%
SI 49% 29% 14%
SK 44% 35% 16%
FI 36% 44% 16%
SE 41% 41% 16%
UK 48% 34% 11%
QA10 Which of the following measures do you think w ould be most effective in ensuring women’s access t o positions of responsibility in enterprises and high levels of public administratio n?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 28 -
Análise sociodemográfica
- É interessante registar que, a este respeito, as opiniões de homens e
mulheres coincidem em grande medida.
- A variável da idade tem escassa influência nas respostas. A única
excepção regista-se entre os inquiridos com idade igual ou superior a 55
anos, que são menos numerosos do que os demais (41% em comparação
com 44% das pessoas com idades compreendidas entre os 15 e 24 anos e
46% das pessoas nas faixas etárias dos 25-39 e dos 40-54 anos) a
manifestar preferência pelo incentivo às empresas e administrações públicas
para que tomem medidas destinadas a promover a igualdade de género.
- A idade em que os inquiridos concluíram os estudos influencia as suas
opiniões no que respeita à opção de "incentivar as empresas e
administrações públicas a tomarem medidas com vista a promover a
igualdade entre mulheres e homens". Dos inquiridos com maiores
qualificações, 46% elege esta opção, em comparação com 41% dos que
abandonaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15 anos.
- A categoria profissional dos inquiridos é mais uma vez um factor pouco
determinante, embora seja interessante notar que os gestores são os que
mais tendem a referir o "incentivo às empresas e administrações para que
tomem medidas" (48% em comparação com 41% dos reformados e 44%
das pessoas domésticas), enquanto as pessoas domésticas tendem,
ligeiramente mais, a favorecer a imposição de quotas nos conselhos de
administração (20%, em comparação com 17% dos desempregados).
De um modo geral, as diferenças entre países são claramente mais
pronunciadas do que as diferentes entre categorias sociodemográficas.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 29 -
Encourage enterprises and public administrations to take measures to foster equality between women and men (“code of good practice”) and to fight against stereotypes
Encourage training and support measures to
encourage women to take more responsibilities in enterprises and at high
levels of public administration
Impose quotas by law for boards of directors in enterprise and other
decision-making bodies
EU27 44% 30% 19%
Male 44% 31% 18%
Female 44% 29% 20%
15-24 44% 31% 18%
25-39 46% 30% 18%
40-54 46% 29% 19%
55 + 41% 31% 19%
15- 41% 28% 20%
16-19 45% 30% 18%
20+ 46% 31% 18%
Still studying 44% 31% 19%
Self-employed 46% 29% 18%
Managers 48% 30% 18%
Other white collars 47% 29% 19%
Manual workers 45% 29% 20%
House persons 44% 29% 19%
Unemployed 45% 31% 17%
Retired 41% 32% 18%
Students 44% 31% 19%
(1-4) Left 46% 28% 21%
(5-6) Centre 44% 33% 18%
(7-10) Right 43% 34% 17%
Respondent occupation scale
Left-Right scale
QA10 Which of the following measures do you think would be mos t effective in ensuring women’s access topositions of responsibility in enterprises and high levels of public administration?
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 30 -
1.3 Razões subjacentes à sub-representação das mulheres na vida política [QA11]
- A não valorização das competências e a persistência de estereótipos
explicam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na participação política -
Os Europeus foram convidados a manifestar a sua opinião sobre as razões que levam à
uma sub-representação das mulheres na vida política. Antes de mais, foram
convidados a escolher, de entre uma lista de sete razões, aquela que lhes pareceria
mais importante. Em seguida, foram convidados a sugerir outras razões (várias, se
assim o entendessem), que no seu entender podem contribuir igualmente para esta
sub-representação.
A razão mais citada é o facto de o mundo político ser dominado por homens
que não valorizam suficientemente as competências das mulheres. Esta é
opinião de mais de um terço dos inquiridos (35%).
A segunda razão, citada por um em cada cinco inquiridos (21%), é a
existência de estereótipos persistentes.
A terceira razão mais citada (13%) é o facto de as mulheres nutrirem pouco interesse
por este tipo de carreira/não atribuírem prioridade a este tipo de carreira.
Seguem-se as outras quatro razões, que recolheram apenas 10% ou menos das
respostas:
- O facto de as medidas destinadas a promover a paridade entre mulheres e
homens na vida política serem ineficazes (10%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 31 -
- O facto de as mulheres estarem mais interessadas na vida pública ao nível
local do que nacional e europeu (6%).
- O facto de as mulheres serem com demasiada frequência colocadas em
lugares desfavoráveis nas listas eleitorais (6%).
- E, por último, o facto de os meios de comunicação social dedicarem menos
atenção às mulheres do que aos homens durante as campanhas eleitorais
(4%).
Ao ter em conta a totalidade das respostas (Pergunta QA11T), ou seja, as
respostas agregadas, a classificação muda ligeiramente relativamente aos
resultados da primeira resposta dada.
As primeira e segunda razões citadas permanecem as mesmas: O facto de "o
mundo político ser dominado por homens que não valorizam suficientemente as
competências das mulheres" é referido por 59% dos inquiridos e a "existência de
estereótipos persistentes" é escolhida por 40% dos inquiridos.
Contudo, desta feita a terceira razão mais citada é o facto de "as medidas destinadas a
promover a paridade entre mulheres e homens na vida política serem ineficazes"
(28%), enquanto o facto de "as mulheres nutrirem pouco interesse neste tipo de
carreira" (26%) passa agora para quarto lugar.
As respostas seguintes são referidas por menos de 25% dos inquiridos: "As mulheres
são com demasiada frequência colocadas em posições desfavoráveis nas listas
eleitorais" (22%); "as mulheres estão mais interessadas na vida pública a nível local
do que nacional e europeu" (20%); e "os meios de comunicação social dedicam menos
atenção às mulheres do que aos homens durante as campanhas eleitorais"(15%).
Variações entre Estados-Membros
Uma análise dos resultados por Estado-Membro revela algumas diferenças na
veemência das opiniões, mas confirma que, para a grande maioria dos inquiridos,
a principal razão subjacente à sub-representação das mulheres na vida
política é o facto de se tratar de "um mundo dominado por homens que não
valorizam suficientemente as competências das mulheres". Analisando as
razões mais citadas:
- Os inquiridos em Chipre (68%) são os que mais tendem a considerar que o
mundo político é dominado por homens que não valorizam
suficientemente as competências das mulheres (59%), seguidos
pelos inquiridos na Alemanha (67%), Áustria (66%), Itália (65%) e Grécia
(64%). Os inquiridos na Dinamarca (42%), Estónia e Malta (47% cada) são
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 32 -
os que menos tendem a referir esta razão. Esta resposta aparece em
primeiro lugar em 26 Estados-Membros (Espanha é a única excepção). No
que se refere à resposta dada em primeiro lugar, foi a primeira razão citada
nos 27 Estados Membros da União Europeia.
- A existência de estereótipos persistentes (40%) é referida com maior
frequência em Espanha (57%), onde é aliás também a primeira razão
citada, na Grécia (52%) e na Suécia (50%), mas muito menos citada em
Malta (21%) e na Estónia (26%).
- A ineficácia das medidas destinadas a promover a paridade entre
mulheres e homens na vida política (28%) é referida sobretudo na
Áustria (53%), Grécia (45%) e Irlanda (44%), e menos na Letónia (13%),
Luxemburgo (16%), Polónia e Lituânia (18% cada).
- A quarta razão, "as mulheres nutrem pouco interesse por este tipo de
carreira" (26%) é mais frequentemente mencionada na Letónia (41%),
Eslováquia (38%) e República Checa (37%). Os países onde é menos citada
são a Suécia (17%) e Espanha (18%).
- A análise das respostas mencionadas por menos de um quarto dos Europeus
mostra que os inquiridos em Chipre tendem mais do que a média europeia a
citar as seguintes razões: A opção “As mulheres são com demasiada
frequência colocadas em posições desfavoráveis nas listas
eleitorais" é escolhida por 37% dos inquiridos em Chipre, em comparação
com uma média europeia de 22%, e a opção "os meios de comunicação
social dedicam menos atenção às mulheres do que aos homens
durante as campanhas eleitorais" é referida por 30% em Chipre, em
comparação com 15% do total dos Europeus.
- Um em cada cinco Europeus afirma que a sub-representação pode ser
atribuída ao facto de "as mulheres nutrirem pouco interesse neste tipo
de carreira/não atribuírem prioridade a este tipo de carreira", sendo
esta razão dada com maior frequência na Letónia (41 %).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 33 -
The political world is dominated by men who do not
value the skills of women enough
The existence of persistent
stereotypes
The measures to encourage parity between women and
men in politics are ineffective
Women have little interest in this type of career/ do not give
priority to this type of career
Women are too often placed in disadvantageous positions on electoral lis ts
Women get more interested in local public
life than national and European public life
The media pay less attention to women than to
men during election campaigns
EU27 59% 40% 28% 26% 22% 20% 15%
BE 58% 27% 27% 33% 27% 28% 13%
BG 55% 39% 29% 29% 25% 18% 15%
CZ 54% 41% 26% 37% 25% 27% 18%
DK 42% 39% 24% 36% 13% 32% 10%
DE 67% 37% 28% 30% 19% 29% 17%
EE 47% 26% 18% 35% 22% 26% 15%
IE 59% 36% 44% 36% 12% 25% 19%
EL 64% 52% 45% 31% 24% 16% 16%
ES 55% 57% 28% 18% 24% 11% 19%
FR 59% 41% 23% 19% 34% 27% 15%
IT 65% 39% 41% 23% 23% 13% 14%
CY 68% 49% 29% 35% 37% 28% 30%
LV 50% 44% 13% 41% 19% 18% 12%
LT 57% 39% 18% 35% 17% 14% 13%
LU 54% 27% 16% 36% 23% 24% 11%
HU 62% 27% 34% 34% 23% 19% 12%
MT 47% 21% 34% 34% 13% 26% 21%
NL 50% 36% 20% 36% 17% 18% 10%
AT 66% 38% 53% 34% 22% 27% 29%
PL 59% 43% 18% 30% 21% 19% 13%
PT 59% 28% 30% 34% 17% 17% 13%
RO 62% 31% 37% 36% 28% 21% 21%
SI 56% 49% 33% 33% 26% 21% 21%
SK 52% 38% 28% 38% 18% 27% 16%
FI 53% 42% 29% 31% 11% 26% 9%
SE 62% 50% 37% 17% 18% 21% 14%
UK 51% 38% 22% 22% 15% 16% 13%
QA11T Reasons why women are under-represented in po litics
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 34 -
Análise sociodemográfica
A análise sociodemográfica dos resultados pode esclarecer com maior precisão as
razões pelas quais as mulheres se encontram sub-representadas na vida política. Para
este efeito, analisamos os resultados agregados das razões citadas pelos
inquiridos.
- Em primeiro lugar, as mulheres são ligeiramente mais numerosas do que
os homens (respectivamente 61% e 57%) a sugerir que o mundo político é
dominado por homens que não valorizam suficientemente as suas
competências. Em contrapartida, são ligeiramente menos numerosas (25%
contra 28%) a considerar que nutrem pouco interesse por este tipo de
carreira ou que não lhe atribuem prioridade. Para cada uma das outras
razões sugeridas, não se distinguem verdadeiras diferenças entre as
respostas dadas por homens e mulheres.
- A idade tem pouca influência nas respostas, com uma excepção: os
inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos são os que menos tendem
a mencionar a existência de estereótipos persistentes (35%, contra 44%
dos que têm idades compreendidas entre 15 e 24 anos e 25 e 39 anos).
- O grau de instrução determina também algumas variações, que só são
significativas relativamente à questão da "existência de estereótipos
persistentes". Esta razão é citada por 46% dos que possuem mais
qualificações (contra 35% dos que deixaram os estudos com idade igual ou
inferior a 15 anos). De forma menos pronunciada, as pessoas que
prosseguiram os estudos para além dos 20 anos de idade consideram que
as medidas destinadas a promover a paridade de género na vida política são
ineficazes (29% contra 26%), e que as mulheres nutrem pouco interesse
por este tipo de carreira/não atribuem prioridade a este tipo de carreira
(28% contra 24% dos que deixaram os estudos mais cedo).
- As respostas a esta questão parecem também estar correlacionadas com a
categoria profissional. Os trabalhadores por contra própria (47%) e os
gestores (46%) são os que mais referem a existência de estereótipos
persistentes na vida política (em comparação com 39% das pessoas
domésticas dos desempregados e apenas 33% dos reformados). Em
contrapartida, os trabalhadores por conta própria são muito menos
numerosos do que os gestores a considerar que as mulheres estão mais
interessadas na vida pública a nível local do que nacional e europeu (16%
contra 24% dos gestores). O sentimento de que os meios de comunicação
social dedicam menos atenção às mulheres do que aos homens durante as
campanhas eleitorais é expresso sobretudo pelas pessoas domésticas (19%,
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 35 -
contra 12% dos gestores, 13% dos trabalhadores por conta de outrem e
15% dos trabalhadores por conta própria).
- Por último, quanto mais tendem a considerar que as mulheres
enfrentam obstáculos "significativos" na vida política, mais os
inquiridos sugerem que o mundo político é dominado por homens que não
valorizam suficientemente as competências das mulheres (63% contra
51%) ou que existem estereótipos persistentes (44% contra 34% daqueles
que consideram que esses obstáculos não são "significativos"). Em
contrapartida, são menos numerosos (23% contra 35%) a pensar que a
sub-representação das mulheres na vida política está ligada ao facto de
estas nutrirem pouco interesse por este tipo de carreira, ou de preferirem
dedicar-se à vida pública a nível local (19% contra 25%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 36 -
The political world is dominated by men
who do not value the skills of women
enough
The existence of persistent stereotypes
The measures to encourage parity between women
and men in politics are ineffective
Women have little interest in this type of
career/ do not give priority to this type of
career
Women are too often placed in
disadvantageous positions on
electoral lists
Women get more interested in local
public life than national and European public life
The media pay less attention to women than to
men during election campaigns
EU27 59% 40% 28% 26% 22% 20% 15%
Male 57% 40% 28% 28% 21% 21% 14%
Female 61% 41% 28% 25% 23% 20% 16%
15-24 59% 44% 25% 24% 22% 17% 18%
25-39 59% 44% 29% 28% 20% 19% 14%
40-54 60% 42% 30% 26% 21% 20% 14%
55 + 58% 35% 28% 27% 25% 22% 16%
15- 59% 35% 26% 24% 23% 19% 16%
16-19 60% 38% 30% 27% 23% 21% 16%
20+ 58% 46% 29% 28% 22% 21% 12%
Still studying 60% 47% 24% 25% 19% 17% 18%
Self-employed 60% 47% 32% 26% 22% 16% 15%
Managers 59% 46% 30% 27% 19% 24% 12%
Other white collars 60% 42% 33% 28% 20% 21% 13%
Manual workers 60% 40% 28% 27% 21% 21% 15%
House persons 61% 39% 27% 24% 24% 18% 19%
Unemployed 58% 39% 29% 26% 23% 16% 16%
Retired 57% 33% 26% 27% 24% 22% 15%
Students 60% 47% 24% 25% 19% 17% 18%
(1-4) Left 61% 45% 31% 25% 24% 19% 15%
(5-6) Centre 61% 39% 28% 27% 22% 22% 16%
(7-10) Right 55% 38% 30% 29% 21% 23% 15%
Signi-ficant 63% 44% 30% 23% 24% 19% 16%
Not signi-ficant 51% 34% 26% 35% 19% 25% 14%
Obstacles facing women in political parties
Respondent occupation scale
Left-Right scale
QA11T - Reasons why women are under-represented in politics
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 37 -
1.4 Soluções para assegurar uma melhor representação das mulheres na política [QA12]
- Uma preferência pela formação e por medidas de apoio destinadas a
encorajar as mulheres a participarem na vida política -
Quando interrogados sobre as possíveis soluções para a sub-representação das
mulheres na vida política, os Europeus voltam a manifestar preferência por medidas de
incentivo em vez de medidas de coerção, à semelhança do observado nas respostas à
pergunta sobre o acesso das mulheres a cargos de responsabilidade nas grandes
empresas e nos escalões mais elevados da administração pública.
Assim, solução escolhida com maior frequência pelos inquiridos passa pela formação
e por medidas de apoio destinadas a encorajar as mulheres a participarem na
vida política (30%).
Um quarto dos inquiridos (25%) refere, em seguida, a paridade nas listas eleitorais
elaboradas pelos partidos políticos para todas as eleições.
Menos de um em cada cinco inquiridos (19%) opta pela imposição de quotas por lei
aquando das eleições.
Por fim, 17% dos inquiridos é favorável à introdução de um sistema de
incentivos/sanções financeiros que force os partidos políticos a respeitar um
equilíbrio entre homens e mulheres.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 38 -
Variações entre Estados-Membros
Embora os Europeus concordem, em geral, que as mulheres enfrentam obstáculos
significativos na vida política, uma análise das respostas por país revela diferenças
bastante acentuadas entre os 27 Estados-Membros no que respeita às possíveis
soluções. Uma análise por grupos de países evidencia igualmente algumas diferenças.
Em primeiro lugar, a medida mais frequentemente mencionada a nível europeu (30%),
a "formação e medidas de apoio destinadas a encorajar as mulheres a
participarem na vida política", goza de maior apoio nos países de fora da área do
euro (36% contra 27 % nos países da área do euro), bem como entre os inquiridos dos
países pré-2004 (31% contra 26% nos países pós-2004/07). No entanto, os inquiridos
revelam uma tendência ligeiramente maior para mencionar as medidas mais coercivas.
Assim, a paridade nas listas eleitorais foi referida por 27% dos inquiridos na área do
euro (contra 22% fora da área do euro); além disso, a imposição de quotas é citada
por 20% dos inquiridos da área do euro (e 16% de fora da área do euro). As
diferenças entre os Estados-Membros são, por vezes, bastante acentuadas:
- A resposta mais citada, a "formação e medidas de apoio destinadas a
encorajar as mulheres a participarem na vida política" (30%), que é
também a medida que mais assenta em incentivos, é vista como a solução
mais eficaz em 16 dos 27 Estados-Membros, liderados pela Dinamarca
(53%), Suécia (52%), Países Baixos e Malta (50% cada), Reino Unido
(48%) e Luxemburgo (47%), porém, é muito menos popular em Portugal
(15%), Itália (17% ), Áustria e Bulgária (19% cada). A diferença máxima
registada entre os Estados-Membros é, por conseguinte, de 38 pontos
percentuais, entre a Dinamarca e Portugal.
- "A paridade nas listas eleitorais elaboradas pelos partidos políticos
para todas as eleições" (25%) é considerada como a solução mais eficaz
em nove países. Existe um apoio muito considerável a esta medida na
Bulgária (37%), Grécia (35%), Roménia (34%), República Checa, Chipre e
Lituânia (33% cada). Os inquiridos na Irlanda (10%), Malta (13%) e Reino
Unido (14%) são os que menos citam esta medida. Regista-se uma
diferença de 27 pontos percentuais entre os países mais e menos convictos
da eficácia desta medida.
- "A imposição de quotas por lei aquando das eleições" (19%) - uma
medida mais coerciva – merece, em particular, o apoio dos inquiridos em
Portugal (34%) e na Áustria (30%), onde também é aliás considerada a
medida mais eficaz, bem como na Grécia (27%). Em contrapartida, é
mencionada por menos de um em cada dez inquiridos nos países do Norte
da UE: Países Baixos (5%), Suécia (7%) e Dinamarca (9%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 39 -
- A quarta medida, igualmente coerciva, "a introdução de um sistema de
incentivos/sanções financeiros que force os partidos políticos a
respeitar um equilíbrio entre homens e mulheres" (17%), é apoiada
principalmente pelos inquiridos em Itália (25%), Portugal (24%), Áustria e
República Checa (22% cada). No entanto, é referida por apenas 6% dos
inquiridos nos Países Baixos e 7% na Dinamarca, Chipre, Lituânia e Suécia.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 40 -
Putting in place training and support measures to
encourage women to take part in political life
Parity on the electoral lists drawn up by
political parties at every election
Impose quotas by law during elections
Introducing a system of financial incentives/ penalties
for political parties to make them respect a balance
between women and men
EU27 30% 25% 19% 17%
ZONE EURO 27% 20% 18% 27%
NON EURO 22% 16% 16% 36%
PRE-2004 25% 19% 17% 31%
POST-2004/07 27% 20% 18% 26%
BE 32% 27% 23% 14%
BG 19% 37% 22% 16%
CZ 23% 33% 18% 22%
DK 53% 25% 9% 7%
DE 25% 27% 24% 15%
EE 41% 31% 10% 9%
IE 43% 10% 15% 21%
EL 25% 35% 27% 10%
ES 31% 25% 16% 18%
FR 29% 28% 17% 19%
IT 17% 29% 24% 25%
CY 40% 33% 19% 7%
LV 40% 28% 13% 8%
LT 34% 33% 14% 7%
LU 47% 22% 14% 9%
HU 25% 27% 23% 19%
MT 50% 13% 11% 17%
NL 50% 29% 5% 6%
AT 19% 24% 30% 22%
PL 28% 19% 21% 19%
PT 15% 17% 34% 24%
RO 23% 34% 16% 18%
SI 29% 31% 21% 12%
SK 25% 28% 20% 21%
FI 44% 20% 13% 18%
SE 52% 31% 7% 7%
UK 48% 14% 12% 14%
QA12 According to you, which of the following would be the most effective measure to encourage better political representation of women?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 41 -
Análise sociodemográfica
As variações sociodemográficas a este respeito são ligeiras; contudo, observa-se que:
- As mulheres são ligeiramente mais numerosas do que os homens
(19% contra 15%) a manifestar-se favoráveis à introdução de um sistema
de incentivos/sanções financeiros. Em contrapartida, os homens são
ligeiramente mais favoráveis (27% contra 24%) à paridade nas listas
eleitorais elaboradas pelos partidos políticos para todas as eleições.
- O grau de instrução parece não ser determinante para as respostas,
excepto no caso da solução mais citada ("a formação e medidas de apoio
destinadas a encorajar as mulheres a participar na vida política", 30%), que
é escolhida com mais frequência pelos inquiridos com mais qualificações
(34% contra 25% dos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior
aos 15 anos).
- De igual modo, são poucas as diferenças determinadas pela categoria
profissional, com excepção da opção "formação e medidas de apoio", que
tende a ser defendida sobretudo pelos gestores (36% contra 27% dos
trabalhadores por conta própria e 29% do trabalhadores manuais, por
exemplo).
- Por último, os inquiridos que consideram que as mulheres enfrentam
obstáculos significativos nos partidos políticos são os que menos tendem a
favorecer a formação e as medidas de apoio para encorajar as mulheres a
participarem da política (29% contra 35% daqueles que consideram que os
obstáculos não são "significativos"). Ao invés, são mais propensos a apoiar
medidas mais coercivas: 20% mencionaram a imposição de quotas (medida
citada por apenas 16% dos que não consideram os obstáculos
"significativos") e 27% (contra 23%) a paridade nas listas eleitorais.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 42 -
Putting in place training and support measures to
encourage women to take part in political life
Parity on the electoral lists drawn up by political parties at
every election
Impose quotas by law during elections
Introducing a system of financial incentives/ penalties for political parties to make them respect a balance between women and
men
EU27 30% 25% 19% 17%
Male 30% 27% 18% 15%
Female 30% 24% 19% 19%
15- 25% 26% 20% 17%
16-19 29% 25% 19% 19%
20+ 34% 28% 17% 15%
Still studying 34% 24% 17% 18%
Self-employed 27% 29% 20% 17%
Managers 36% 25% 18% 14%
Other white collars 29% 28% 19% 19%
Manual workers 29% 26% 19% 18%
House persons 30% 23% 20% 17%
Unemployed 30% 23% 19% 18%
Retired 29% 26% 19% 16%
Students 34% 24% 17% 18%
Significant 29% 27% 20% 18%
Not significant 35% 23% 16% 16%
Obstacles facing women in political parties
QA12 According to you, which of the following would be the mos t effective measure to encourage better political represen tation ofwomen?
Education (End of)
Respondent occupation scale
Sex
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 43 -
1.5 Razões subjacentes à não participação nos actos eleitorais [QA13]
- A falta de confiança nos representantes políticos é a principal razão que
dissuade os Europeus de participarem nos actos eleitorais -
A sub-representação das mulheres na vida política levou-nos a interrogar os inquiridos
sobre os principais motivos que poderiam desencorajá-los de votarem nas próximas
eleições locais, nacionais ou europeias.
10%
9%
22%
14%
17%
16%
34%
11%
9%
20%
12%
18%
12%
40%
9%
8%
17%
19%
19%
22%
29%
DK
Other (SPONTANEOUS)
Your main concerns are not enough taken into account at local /
national / european elections
You are not interested in local / national / european politics
Your vote has no impact/ voting changes nothing
You feel ill-informed about the local / national / european issues
You have no confidence in local / national / european political
representatives
QA13 What are the main reasons which would discourage you from voting at next local / national / European elections?
(MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE)
European National Local
Independentemente das eleições em causa, quer se trate de eleições a nível local,
nacional ou ainda europeu, a principal razão dada pelos Europeus para não
votarem é a falta de confiança nos representantes políticos. Assim, 29% dos
inquiridos afirma não ter confiança nos seus representantes políticos europeus; 40%
diz ter falta de confiança nos representantes nacionais; e 34% nos representantes
regionais.
Verifica-se, deste modo, que a falta de confiança dos inquiridos relativamente aos seus
representantes políticos europeus é francamente menor do que relativamente aos seus
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 44 -
representantes políticos nacionais e locais. A segunda razão mais citada para não
votarem nas eleições europeias é a falta de informação sobre questões
europeias (22%). Os inquiridos afirmam igualmente que as suas preocupações não
são suficientemente tidas em conta nas eleições locais (22%) e nacionais (20%).
A terceira razão mais citada é o sentimento de que o seu voto não tem
consequências/o seu voto nada mudará: 19% no caso das eleições europeias (ex-
æquo com a falta de interesse pela política europeia), 18% no caso das eleições
nacionais e 17% no das eleições locais.
As outras razões, cada uma mencionada por menos de 18% dos Europeus, são a sua
falta de interesse na política e o facto de se sentirem mal informados sobre as
questões locais e nacionais.
A questão relativa ao "voto é obrigatório" só é relevante na Grécia, Bélgica e
Luxemburgo, os três países em que o voto é efectivamente obrigatório.
Variações entre Estados-Membros
Analisando, em primeiro lugar, as eleições europeias, observam-se muito poucas
diferenças entre Estados-Membros.
O primeiro aspecto digno de nota é a diferença significativa de 10 pontos
percentuais que se observa entre a área do euro (33%) e os países de fora da área do
euro (23%) no que respeita à questão da confiança nos representantes políticos
europeus, existindo igualmente uma diferença de cinco pontos percentuais quanto à
mesma questão entre os países pós-2004/07 (25%) e pré-2004 (30%).
Em segundo lugar, existe uma diferença de cinco pontos percentuais entre os países
pré-2004 (18%) e os pós-2004/07 (23%) relativamente a duas questões: a falta de
interesse na política europeia e a sensação de que voto não tem consequências.
Regista-se ainda uma diferença de quatro pontos percentuais entre esses dois
grupos de países no que respeita ao facto de que "as suas principais preocupações não
são suficientemente tidas em conta aquando das eleições europeias" (16% nos países
pré-2004 e 20% nos países pós-2004/07 países). Uma análise criteriosa dos resultados
nacionais revela um certo número de variações.
- A falta de confiança nos representantes políticos europeus (29%) é
referida principalmente em Espanha (47%), Áustria (45%), Grécia (41%),
Portugal (38%) e Alemanha (36%), sendo muito menos citada em Malta
(10%), na Estónia (13%) e no Luxemburgo (14%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 45 -
- A sensação de se estar mal informado sobre as questões europeias
(22%) é referida com maior frequência pelos inquiridos na Suécia (34%),
Áustria (33%) e Dinamarca (32%). É menos citada na Estónia (15%) e
Letónia (16%).
- O sentimento de que o voto nada muda (19%) está particularmente
generalizado na Bulgária e na Eslovénia (33% cada) e Áustria e Roménia
(29%), mas é significativamente menos comum na Suécia (11%),
Dinamarca (12%), Malta e Portugal (13% cada).
- Os inquiridos na República Checa (29%), na Roménia e na Eslovénia (26%
cada) são os mais susceptíveis de mencionar a falta de interesse na
política europeia (19%). Os inquiridos na Grécia (7%) e na Suécia (9%)
são os que menos tendem a citar esta razão.
- Os inquiridos na Áustria (33%) e na Roménia (25%) são os que mais
tendem a sentir que suas preocupações não são suficientemente tidas
em conta nas eleições europeias (17%), sendo os inquiridos no
Luxemburgo (7%), Malta e Reino Unido (8%) os que menos referem essa
razão.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 46 -
You have no confidence in European political
representatives
You feel ill-informed about the European issues
You are not interested in European politics
Your vote has no impact/ voting changes
nothing
Your main concerns are not enough taken into account at
European elections
EU27 29% 22% 19% 19% 17%
ZONE EURO 33% 23% 17% 19% 18%
NON EURO 23% 22% 22% 19% 15%
PRE-2004 30% 23% 18% 18% 16%
POST-2004/07 25% 21% 23% 23% 20%
BE 22% 25% 24% 27% 19%
BG 19% 21% 16% 33% 16%
CZ 25% 18% 29% 27% 23%
DK 17% 32% 16% 12% 10%
DE 36% 22% 16% 25% 21%
EE 13% 15% 14% 22% 14%
IE 16% 20% 18% 17% 15%
EL 41% 17% 7% 26% 15%
ES 47% 26% 20% 16% 15%
FR 23% 26% 17% 16% 15%
IT 35% 18% 17% 15% 20%
CY 24% 24% 16% 21% 14%
LV 20% 16% 13% 24% 12%
LT 22% 22% 20% 28% 14%
LU 14% 17% 12% 16% 7%
HU 21% 27% 14% 24% 21%
MT 10% 18% 12% 13% 8%
NL 16% 25% 15% 19% 12%
AT 45% 33% 23% 29% 33%
PL 25% 21% 24% 15% 18%
PT 38% 24% 22% 13% 20%
RO 32% 18% 26% 29% 25%
SI 25% 30% 26% 33% 13%
SK 23% 28% 18% 23% 19%
FI 32% 12% 11% 20% 21%
SE 17% 34% 9% 11% 16%
UK 20% 21% 22% 16% 8%
QA13c What are the main reasons which would discour age you from voting at next European elections?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 47 -
Passando às eleições nacionais, começamos por notar que existem certas
diferenças entre grupos de países.
Existe uma diferença de sete pontos percentuais entre os inquiridos nos países da área
do euro (43%) e os demais (36%) no que se refere à opção "não tem confiança nos
representantes políticos nacionais".
Regista-se igualmente uma diferença de cinco pontos percentuais entre os inquiridos
nos países pré-2004 (11%) e pós-2004/07 (16%) no que respeita à opção "não está
interessado na política nacional".
Existem ainda diferenças significativas entre os Estados-Membros:
- A falta de confiança nos representantes políticos nacionais (40%) é
citada por mais de metade dos inquiridos em Espanha (59%), Roménia
(54%) e Portugal (51%), mas é referida com uma frequência muito menor
no Luxemburgo (16 %) e em Malta (18%).
- O facto de que as principais preocupações que sentem não serem
suficientemente tidas em conta aquando das eleições nacionais
(20%) é visto, pelos inquiridos na Áustria (34%), Hungria (29%) e Suécia
(26%), como uma razão importante para não votar. No entanto, essa razão
é considerada muito menos relevantes na Letónia e Luxemburgo (10%) e no
Reino Unido (12).
- A sensação de que o voto nada muda (18%) é particularmente
relevante para os inquiridos na Bélgica (31%) (país que, desde as últimas
eleições em Junho de 2010, conta com um Governo de gestão para os
assuntos correntes enquanto se aguarda a formação de um novo Governo),
na Eslovénia (29%) e na Lituânia (27%), bem como na Bulgária, Alemanha
e Letónia (25% nos três casos). Este sentimento é partilhado por apenas
6% dos inquiridos na Suécia e por 10% em Malta e na Dinamarca.
- A falta de interesse na política nacional (12%) é referida com maior
frequência na Roménia e na República Checa (20% cada), mas não parece
ter muito peso na Suécia (4%), nos Países Baixos, na Dinamarca e na
Grécia (6% cada).
- Os inquiridos na Áustria (24%), Hungria e Eslováquia (17% cada) são os
que mais tendem a pensar estar mal informados sobre as questões
nacionais, enquanto os inquiridos na Bulgária, Estónia, Grécia e Letónia
(7% em todos os casos) são os que menos tendem a partilhar esta opinião.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 48 -
You have no confidence in national
political representatives
Your main concerns are not enough taken into
account at national elections
Your vote has no impact/ voting
changes nothing
You are not interested in
national politics
You feel ill-informed about the national
issues
EU27 40% 20% 18% 12% 12%
ZONE EURO 43% 20% 18% 12% 12%
NON EURO 36% 19% 17% 13% 11%
PRE-2004 40% 19% 17% 11% 11%
POST-2004/07 42% 23% 19% 16% 12%
BE 32% 21% 31% 18% 13%
BG 44% 19% 25% 10% 7%
CZ 46% 19% 23% 20% 12%
DK 26% 16% 10% 6% 15%
DE 40% 23% 25% 9% 13%
EE 26% 17% 22% 9% 7%
IE 25% 17% 18% 11% 10%
EL 50% 13% 24% 6% 7%
ES 59% 17% 14% 16% 15%
FR 38% 18% 16% 10% 10%
IT 46% 24% 13% 12% 10%
CY 43% 17% 21% 9% 11%
LV 31% 10% 25% 8% 7%
LT 38% 17% 27% 14% 14%
LU 16% 10% 13% 10% 12%
HU 30% 29% 21% 11% 17%
MT 18% 13% 10% 10% 8%
NL 23% 18% 17% 6% 11%
AT 46% 34% 24% 18% 24%
PL 37% 25% 13% 16% 11%
PT 51% 24% 14% 16% 15%
RO 54% 23% 24% 20% 14%
SI 46% 15% 29% 16% 11%
SK 41% 17% 16% 15% 17%
FI 32% 21% 20% 11% 12%
SE 25% 26% 6% 4% 16%
UK 31% 12% 16% 10% 9%
QA13b What are the main reasons which would discour age you from voting at next national elections?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 49 -
Variações entre Estados-Membros
No que se refere às eleições locais, regista-se uma série de variações por grupos
de países, para além das já observadas relativamente às eleições europeias e
nacionais: os inquiridos na área do euro são mais numerosos a manifestar confiança
nos seus representantes políticos locais (36% contra 31% fora da área do euro). Além
disso, o desinteresse pela política local é um pouco mais forte entre os habitantes dos
países pós-2004/07 (18% contra 14% nos países pré-2004). Mais uma vez, as
diferenças nacionais são bastante pronunciadas:
- A razão mais citada, "não tem confiança em representantes políticos
locais" (34%) é apontada sobretudo pelos inquiridos nos países do Sul da
UE: Espanha (53%), Portugal (47%) e Grécia (46%), bem como Itália e
Roménia (42% cada), mas é menos referida no Luxemburgo (16%), na
Dinamarca e em Malta (19% cada).
- O facto de as preocupações dos inquiridos não serem suficientemente
tidas em conta nas eleições locais (22%) é uma razão importante para
não votar na Áustria (37%), Hungria (31%), Polónia (30%) e Roménia
(27%). No entanto, é muito menos referida no caso do Luxemburgo (9%),
Letónia (11%) e Reino Unido (12%).
- “O voto não tem consequências, o voto nada muda" (17%) é uma
razão frequentemente avançada na Bélgica (28%), Lituânia e Eslovénia
(27% cada); contudo, é citada com muito menor frequência na Suécia (5%)
e na Polónia (10%).
- Os inquiridos tendem mais a declarar-se "mal informados sobre as
questões locais" (16%) na Áustria (26%), Dinamarca (25%), Países
Baixos (24%) e Suécia (22%) e menos na Grécia (7%), Estónia e Letónia
(8%) e Bulgária (9%).
- A última razão apontada, a falta de interesse na política local (14%), é
mencionada com mais frequência pelos inquiridos na Roménia (23%),
República Checa (21%) e Áustria (19%), mas muito menos frequentemente
pelos residentes na Grécia (7%), Suécia (8%) e Chipre (9%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 50 -
You have no confidence in local political
representatives
Your main concerns are not enough taken into account
at local elections
Your vote has no impact/ voting
changes nothing
You feel ill-informed about the local issues
You are not interested in local
politics
EU27 34% 22% 17% 16% 14%
ZONE EURO 36% 22% 17% 16% 14%
NON EURO 31% 21% 16% 15% 15%
PRE-2004 34% 20% 17% 16% 14%
POST-2004/07 34% 26% 17% 15% 18%
BE 26% 22% 28% 16% 18%
BG 39% 21% 21% 9% 12%
CZ 31% 23% 20% 17% 21%
DK 19% 17% 10% 25% 13%
DE 32% 25% 24% 17% 14%
EE 23% 17% 22% 8% 10%
IE 24% 16% 15% 14% 14%
EL 46% 20% 18% 7% 7%
ES 53% 18% 14% 17% 14%
FR 25% 19% 17% 19% 12%
IT 42% 25% 12% 11% 15%
CY 38% 18% 23% 10% 9%
LV 29% 11% 23% 8% 10%
LT 41% 19% 27% 16% 14%
LU 16% 9% 11% 17% 12%
HU 26% 31% 22% 15% 13%
MT 19% 14% 12% 10% 18%
NL 20% 15% 13% 24% 12%
AT 36% 37% 21% 26% 19%
PL 31% 30% 10% 17% 17%
PT 47% 23% 13% 18% 17%
RO 42% 27% 23% 13% 23%
SI 31% 18% 27% 15% 17%
SK 34% 19% 16% 18% 15%
FI 26% 24% 18% 14% 15%
SE 29% 23% 5% 22% 8%
UK 27% 12% 16% 14% 13%
QA13a What are the main reasons which would discour age you from voting at next local elections?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 51 -
Análise sociodemográfica
- As respostas de homens e mulheres a este respeito são bastante
semelhantes. A única diferença, que é ligeira, é que os homens
manifestam menor confiança nos seus representantes políticos. Isso aplica-
se a representantes políticos locais (36% e 33%, respectivamente),
representantes políticos nacionais (42% e 39%) e representantes políticos
europeus (31% e 28%).
- A idade, em contrapartida, determina mais diferenças, especialmente no
caso dos inquiridos mais jovens (entre 15 e 24), que admitem não estar
interessados na vida política, quer a nível local (24% contra 10% daqueles
com 55 anos ou mais), quer nacional (22% contra 9% daqueles com 55
anos ou mais), quer ainda europeu (26% contra 16% do grupo mais idoso).
São também mais numerosos (19%, à semelhança dos que possuem 25 a
39 anos) a considerar estar mal informados sobre as questões locais (contra
13% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos), questões
nacionais (15% contra 10% dos que têm 40 anos ou mais) e as questões
europeias (24% contra 20% dos mais idosos).
Os inquiridos com idades compreendidas entre os 40-54 anos são os que
revelam ter menos confiança nos seus representantes políticos locais (36%
contra 31% dos inquiridos entre os 15 e os 24 anos) e nos seus
representantes políticos europeus (32% contra 24% dos que têm entre 15 e
24 anos), enquanto os que têm idades entre os 25 e os 39 anos são os que
menos tendem a ter confiança nos seus representantes nacionais (44%
contra 37% dos indivíduos dos 15 aos 24 anos). Os inquiridos entre os 40 e
os 54 anos são também os mais propensos a considerar que suas
preocupações não são suficientemente tidas em conta nas eleições locais
(23% contra 20% daqueles com idades entre os 15 e os 24 anos).
- As respostas estão correlacionadas igualmente com o grau de instrução.
Os inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15
anos são os que menos tendem a ter confiança nos seus representantes
políticos locais (38% contra 32% dos inquiridos mais qualificados), nos seus
representantes políticos nacionais (42% versus 40%) e nos seus
representantes políticos europeus (32% versus 28% dos inquiridos com
mais qualificações).
- A categoria profissional dos inquiridos também é determinante. Os
desempregados são os que mais afirmam não estar interessados na política
local (20% contra 9% dos trabalhadores por conta própria), na política
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 52 -
nacional (18% contra 7% dos gestores) e na política europeia (26% contra
12% dos gestores).
- De igual modo, os inquiridos que, a maior parte das vezes, têm
dificuldade em pagar as suas contas são os que mais tendem a não ter
confiança nos seus representantes políticos locais (39% contra 32% dos que
quase nunca têm dificuldade). São igualmente os mais numerosos a pensar
que o voto nada muda, quer a nível local (21% contra 16% daqueles que
quase nunca têm dificuldades para pagar as suas contas), quer nacional
(22% contra 17%), quer europeu (23 % contra 18%).
O quadro seguinte ilustra essas variações no que se refere às razões que
podem incitar os inquiridos a não votar nas eleições europeias.
You are not interested in
European politics
You have no confidence in
European political representatives
Your main concerns are not enough taken
into account at European elections
You feel ill-informed about the European
issues
Your vote has no impact/ voting
changes nothing
EU27 19% 29% 17% 22% 19%
Male 18% 31% 18% 22% 18%
Female 19% 28% 16% 23% 20%
15-24 26% 24% 16% 24% 18%
25-39 21% 30% 18% 25% 19%
40-54 16% 32% 17% 22% 19%
55 + 16% 28% 16% 20% 20%
15- 20% 32% 15% 21% 20%
16-19 21% 30% 17% 23% 21%
20+ 12% 28% 18% 23% 16%
Still studying 23% 22% 16% 23% 15%
Self-employed 13% 33% 17% 23% 19%
Managers 12% 29% 18% 24% 15%
Other white collars 17% 31% 19% 22% 20%
Manual workers 22% 32% 17% 23% 20%
House persons 23% 30% 14% 23% 21%
Unemployed 26% 30% 19% 23% 22%
Retired 16% 27% 16% 20% 19%
Students 23% 22% 16% 23% 15%
Respondent occupation scale
QA13c What are the main reasons which would discour age you from voting at next European elections? (MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE)
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 53 -
2. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES
2.1 Razões subjacentes à situação de precariedade em que se encontram as
mulheres na União Europeia [QA8]
- Uma multiplicidade de razões explica a situação de precariedade em que se
encontram as mulheres -
Numa altura em que 17% das mulheres enfrentam situações de precariedade, é
interessante perguntar aos Europeus quais são, no seu entender, as razões para esse
facto. Para esse fim, convidaram-se os inquiridos a escolher um máximo de duas entre
cinco razões sugeridas.
Para os Europeus, existem duas razões principais - registando cada uma 34%
- para a situação de precariedade em que as mulheres se encontram na UE:
trata-se, por um lado, do aumento das famílias monoparentais, em especial de mães
que criam os seus filhos sozinhas e, por outro lado, da própria natureza precária do
trabalho (sazonal ou temporário).
Estas razões são seguidas de perto pelas "interrupções na carreira e/ou o trabalho a
tempo parcial devido a obrigações familiares, e as repercussões no montante da
pensão", que registam quase um terço de respostas (31%). Seguem-se as
"disparidades salariais entre mulheres e homens", mencionadas por pouco mais de um
quarto dos inquiridos (26%), e a "imposição do trabalho a tempo parcial", citada por
um em cada cinco inquiridos (20%). Por conseguinte, nenhuma das razões avançadas
se destaca claramente das outras.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 54 -
Variações entre Estados-Membros
Registam-se diferenças significativas entre os inquiridos nos países pré-2004
e pós-2004/2007. Os primeiros tendem mais a referir a "interrupção da carreira e/ou
o trabalho a tempo parcial devido obrigações familiares, e as repercussões no
montante da pensão" (33% contra 23% dos inquiridos nos países pós-2004/07).
Verifica-se também uma diferença de 11 pontos percentuais entre os dois grupos de
países no que se refere ao "aumento das famílias monoparentais" (37% e 26%). No
entanto, os inquiridos neste primeiro grupo de países tendem muito menos (31%
contra 42%) a referir o trabalho precário (trabalho sazonal ou temporário, etc.).
Em segundo lugar, verifica-se uma diferença de cinco pontos percentuais entre os
inquiridos nos países da área do euro (36%) e nos países fora da área do euro (31%)
para a resposta "o aumento das famílias monoparentais" e uma diferença de quatro
pontos para a resposta "o fosso salarial entre mulheres e homens" (27% e 23%,
respectivamente).
Também há diferenças bastante acentuadas entre os países:
- O trabalho precário (34%) é apontado como uma das duas principais
razões para a situação de precariedade das mulheres pelos inquiridos na
Eslovénia (65%), Finlândia (56%), a Letónia e a Lituânia (54% cada). Esta
razão é defendida com muito menos frequência nos Países Baixos (20%),
Chipre (22%) e Reino Unido (23%). Aparece em primeiro lugar em 12
Estados-Membros.
- O aumento das famílias monoparentais, em especial das mães que
criam os seus filhos sozinhas (34%) é apontada como uma razão para a
precariedade das mulheres nos países do Norte da UE: Bélgica e Dinamarca
(56% cada), Alemanha (54%) e Estónia (53%). É menos frequentemente
referida nos países do Sul da UE: Itália (16%), Grécia (17%) e Portugal
(18%). Aparece em primeiro lugar em 12 Estados-Membros.
- As interrupções da carreira e/ou trabalho a tempo parcial devido a
obrigações familiares e correspondente impacto no montante da
pensão (31%) são citados com maior frequência como causas da
insegurança das mulheres pelos inquiridos em Chipre (45%), Malta (41%),
bem como nos Países Baixos, Dinamarca e Luxemburgo (40% cada). No
entanto, menos de um em cada cinco inquiridos são dessa opinião na
Roménia (18%) e em Portugal (19%). Aparece em primeiro lugar em
apenas dois países: Chipre (45%) e Irlanda (36%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 55 -
- A situação de precariedade das mulheres também pode ser explicada pela
disparidade de salários entre homens e mulheres (26%), motivo
frequentemente referido na Áustria (42%), onde é também a resposta mais
citada, em Chipre (36%) e em Espanha (34%).
- A imposição do trabalho a tempo parcial (20%) é vista como uma das
causas da precariedade vivida pelas mulheres, em especial na Grécia
(40%), Finlândia (32%), na Bulgária e na Áustria (28% cada). Muito poucos
inquiridos a referem na Dinamarca (8%) e na Lituânia (10%). Não é a
primeira resposta em nenhum Estado-Membro.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 56 -
The rise in one-parent families, in particular mothers raising their
children alone
Insecure work (seasonal or
temporary work, etc.)
Career breaks and/ or part-time working due to family
obligations and the impact on the amount of pension
The pay gap between women
and men
Forced part-time working
EU27 34% 31% 34% 26% 20%
ZONE EURO 36% 32% 33% 27% 21%
NON EURO 31% 35% 29% 23% 18%
PRE-2004 37% 31% 33% 25% 20%
POST-2004/07 26% 42% 23% 27% 19%
BE 56% 25% 26% 29% 19%
BG 20% 50% 31% 31% 28%
CZ 41% 29% 30% 33% 17%
DK 56% 34% 40% 28% 8%
DE 54% 31% 35% 27% 15%
EE 53% 38% 21% 28% 13%
IE 34% 28% 36% 27% 22%
EL 17% 43% 39% 23% 40%
ES 20% 39% 31% 34% 17%
FR 48% 26% 36% 28% 25%
IT 16% 33% 29% 26% 24%
CY 42% 22% 45% 36% 20%
LV 42% 54% 23% 16% 14%
LT 43% 54% 21% 19% 10%
LU 49% 26% 40% 15% 11%
HU 25% 49% 27% 31% 13%
MT 43% 27% 41% 16% 21%
NL 45% 20% 40% 15% 18%
AT 35% 27% 36% 42% 28%
PL 21% 46% 21% 21% 24%
PT 18% 45% 19% 30% 26%
RO 20% 34% 18% 31% 15%
SI 32% 65% 23% 20% 13%
SK 41% 33% 32% 31% 15%
FI 33% 56% 31% 19% 32%
SE 48% 45% 36% 23% 21%
UK 36% 23% 35% 16% 17%
QA8 Nowadays in the EU, 17% of women are in an inse cure situation. According to you, which of the foll owing are the main reasons for the insecurity which women experience in the EU?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 57 -
Análise sociodemográfica
A análise sociodemográfica revela uma série de diferenças por categoria:
- Cada uma das razões é mencionada por um número mais ou menos
idêntico de mulheres e homens, com uma excepção: as mulheres
tendem ligeiramente mais (33% contra 30%) a atribuir a sua situação de
precariedade às interrupções de carreira e/ou trabalho a tempo parcial
devido a obrigações familiares. Mas, em geral, homens e mulheres apontam
as mesmas razões para explicar as situações de precariedade enfrentadas
pelas mulheres na UE.
- Em contrapartida, a idade parece desempenhar um papel importante. O
inquiridos mais jovens são os mais susceptíveis de mencionar as
disparidades salariais entre mulheres e homens como uma causa da
precariedade feminina (29% contra 24% dos que têm entre 40 e 54 anos).
Ao invés, são os menos propensos a citar a imposição do trabalho a tempo
parcial (18% em comparação com 23% dos inquiridos com idades entre os
40 e 54 anos) ou o trabalho precário (31% em comparação com 35% da
população activa jovem, isto é, da faixa etária dos 25-39 anos).
A interrupção da carreira e/ou trabalho a tempo parcial devido a obrigações
familiares são referidos sobretudo pelos inquiridos das categorias activas da
população, ou seja, daqueles com idades entre os 25 e os 54 anos (33%
contra 28% daqueles que têm idades entre os 15 e os 24 anos). O aumento
das famílias monoparentais é mencionado sobretudo pelos jovens com idade
entre os 15 e os 24 anos e pelos inquiridos na faixa etária dos 40 aos 54
anos (36% em ambos os casos).
- O grau de instrução é igualmente determinante. Os inquiridos mais
qualificados são os que mais tendem a considerar que as interrupções de
carreira e/ou o trabalho a tempo parcial devido a obrigações familiares são
uma causa da situação de precariedade que as mulheres enfrentam (38%
contra 27% dos inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou
inferior aos 15 anos). São igualmente mais propensos a citar "o aumento
das famílias monoparentais" (39% contra 27% dos inquiridos com menos
qualificações). No entanto, mostram-se menos inclinados a mencionar as
disparidades salariais entre mulheres e homens (21% contra 28% dos
inquiridos com menos qualificações).
- Existe por vezes uma correlação entre as respostas e a categoria
profissional. Os gestores são os que mais referem as interrupções de
carreira e/ou o trabalho a tempo parcial devido a obrigações familiares
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 58 -
como uma das razões subjacentes à situação de precariedade das mulheres
(40% contra 27% dos desempregados). São também os que mais citam "o
aumento das famílias monoparentais" (39% conta 31% das pessoas
domésticas). Por sua vez, as pessoas domésticas são as que mais tendem a
mencionar as disparidades salariais entre mulheres e homens (30%, contra
22% dos gestores).
- As pessoas que, a maior parte das vezes, têm dificuldade em pagar
as suas contas são, algo logicamente, as que mais tendem a mencionar o
trabalho precário (37% contra 33% dos que quase nunca têm tais
dificuldades). Os inquiridos que quase nunca têm dificuldades financeiras
referem sobretudo a interrupção da carreira devido a obrigações familiares
(33% contra 28% daqueles que têm dificuldades) e o aumento das famílias
monoparentais (37%, contra 30% daqueles que muitas vezes têm
dificuldades).
- Finalmente, e bastante logicamente, a situação familiar também pode ser
determinante, como acontece no caso do aumento das famílias
monoparentais, que é mencionado, principalmente, sem surpresa, por
pessoas separadas ou divorciadas (42% contra 32% dos inquiridos casados
ou que voltaram a casar).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 59 -
The rise in one-parent families, in particular mothers raising their
children alone
Insecure work (seasonal or
temporary work, etc.)
Career breaks and/ or part-time working due to family obligations
and the impact on the amount of pension
The pay gap between women
and men
Forced part-time working
EU27 34% 34% 31% 26% 20%
Male 34% 33% 30% 25% 20%
Female 34% 34% 33% 26% 20%
15-24 36% 31% 28% 29% 18%
25-39 34% 35% 33% 25% 20%
40-54 36% 34% 33% 24% 23%
55 + 33% 33% 31% 26% 19%
15- 27% 34% 27% 28% 20%
16-19 35% 34% 30% 27% 21%
20+ 39% 34% 38% 21% 19%
Still studying 36% 31% 29% 29% 16%
Self-employed 32% 34% 33% 23% 21%
Managers 39% 33% 40% 22% 21%
Other white collars 32% 33% 34% 24% 22%
Manual workers 37% 34% 31% 27% 21%
House persons 31% 31% 31% 30% 20%
Unemployed 32% 39% 27% 24% 20%
Retired 34% 33% 29% 25% 18%
Students 36% 31% 29% 29% 16%
Most of the time 30% 37% 28% 26% 20%
From time to time 30% 34% 29% 28% 21%
Almost never 37% 33% 33% 24% 20%
(Re)Married 32% 34% 32% 26% 21%
Single living with a partner 38% 33% 35% 26% 20%
Single 37% 33% 31% 26% 17%
Divorced or separated 42% 33% 34% 23% 20%
Widowed 32% 34% 24% 26% 19%
Marital status
Respondent occupation scale
Difficulties paying bills
QA8 Nowadays in the EU, 17% of women are in an insecure situati on. According to you, which of the following are the main reas ons for theinsecurity which women experience in the EU? (MAX. 2 ANSWERS)
Sex
Age
Education (End of)
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- 60 -
2.2 Soluções para reduzir as disparidades salariais [QA1]
- Uma combinação de medidas de incentivo e de coerção -
Actualmente, as mulheres ganham em média 17% menos do que os homens. A fim de
fazer face a estas desigualdades, perguntou-se aos inquiridos qual, na sua opinião,
seria a medida que mais contribuiria para reduzir as disparidades salariais entre
mulheres e homens. Foram convidados a indicar qual das quatro soluções propostas
seria mais eficaz.
Destaca-se uma das soluções: "promover uma melhor repartição entre homens e
mulheres em todos os tipos de postos de trabalho (enfermeiras, secretárias,
pilotos de avião, etc.)", solução que é mencionada por 29% dos inquiridos. Em
seguida, " Promover as tabelas salariais verdadeiramente transparentes nas
empresas (por exemplo, a publicação anual da tabela de vencimentos da
empresa)", é citada por 24% dos inquiridos. No total, as soluções assentes em
medidas de incentivo são mencionadas por 53% dos inquiridos.
"A aplicação de sanções financeiras às empresas que não respeitem a
igualdade salarial entre mulheres e homens" aparece em segundo lugar ex-
aequo, a par da existência de tabelas salariais transparentes (24% cada), enquanto "a
imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a igualdade
de oportunidades entre homens e mulheres no acesso às promoções" aparece
em quarto lugar, sendo referida por apenas 16% dos inquiridos. Assim, no total, as
medidas coercivas são apoiadas por um número não desprezível de inquiridos (40%).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 61 -
Variações entre Estados-Membros
Existe uma série de diferenças entre os Estados-Membros:
- Existe um forte apoio, em particular, na Suécia (54%) e, em menor medida,
em Chipre (44%), na Bélgica e na Finlândia (38% cada) a que se incentive
uma melhor distribuição entre homens e mulheres em todos os tipos
de postos de trabalho (29%). No entanto, só pouco mais de um em cada
cinco inquiridos apoiam esta medida na Bulgária, Malta (22% cada) e
Polónia (23%). A medida aparece em primeiro lugar em 16 dos Estados-
Membros (incluindo a Irlanda, onde reparte o primeiro lugar com a
imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a
igualdade salarial).
- Promover tabelas salariais verdadeiramente transparentes nas
empresas (24%) é uma medida popular entre, sobretudo, os inquiridos
que residem no Norte da UE: Dinamarca (39%), Países Baixos (35%)
Estónia (34%) e Finlândia (32%). Esta opção parece ser menos relevante
para os inquiridos em Chipre (14%), Eslovénia (16%), Irlanda e Portugal
(17% cada). Aparece em primeiro lugar em cinco Estados-Membros.
- A abordagem mais coerciva, que consiste na imposição de sanções
financeiras às empresas que não respeitem a igualdade salarial
entre mulheres e homens (24%), é referida sobretudo pelos inquiridos
no Sul da UE: Portugal (37%), Espanha (31%), Itália e França (30% cada).
Os inquiridos na Estónia (12%) e na Suécia (13%) são muito menos
propensos a citar esta medida, que aparece em primeiro lugar em sete
Estados-Membros.
- A imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem
a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens no acesso
às promoções é vista principalmente como uma medida eficaz por parte
dos inquiridos em Malta (25%), Luxemburgo (23%) e República Checa
(22%); contudo, é apoiada apenas por uma minoria muito pequena nos
países que se situam mais a Norte da UE: Suécia (6%), Estónia (8%), e
Dinamarca (9%). Aparece em primeiro lugar em 12 Estados-Membros.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 62 -
Encourage better distribution between women and men in all
kinds of jobs (nurses, secretaries, airline pilots etc.)
Financial penalties for companies which do not
respect equal pay between women and men
Genuinely transparent pay scales within companies
(e.g. the annual publication of company pay scales)
Financial penalties for companies which do not respect equal
opportunities between women and men in access to promotion
EU27 29% 24% 24% 16%
ZONE EURO 30% 26% 24% 15%
NON EURO 28% 22% 23% 17%
PRE-2004 30% 25% 24% 15%
POST-2004/07 27% 23% 23% 18%
BE 38% 23% 23% 13%
BG 22% 26% 23% 20%
CZ 24% 22% 28% 22%
DK 33% 14% 39% 9%
DE 36% 19% 29% 10%
EE 28% 12% 34% 8%
IE 29% 29% 17% 15%
EL 35% 24% 24% 15%
ES 29% 31% 18% 18%
FR 26% 30% 23% 17%
IT 25% 30% 23% 18%
CY 44% 25% 14% 15%
LV 35% 14% 19% 15%
LT 32% 20% 21% 14%
LU 26% 22% 24% 23%
HU 35% 24% 23% 12%
MT 22% 20% 27% 25%
NL 33% 15% 35% 10%
AT 32% 27% 27% 10%
PL 23% 25% 24% 18%
PT 26% 37% 17% 13%
RO 29% 21% 20% 18%
SI 35% 25% 16% 17%
SK 31% 23% 25% 17%
FI 38% 15% 32% 10%
SE 54% 13% 23% 6%
UK 26% 21% 22% 18%
QA1 On average, in the EU, women earn 17% less than men (this is known as the gender pay gap between w omen and men). According to you, which of the following measures would contribute mo st to reducing the pay gap between women and men in (OUR COUNTRY)?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 63 -
Análise sociodemográfica
- As respostas de homens e mulheres diferem essencialmente quanto a
duas questões: as mulheres tendem, mais do que os homens, a favorecer a
imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a
igualdade salarial entre homens e mulheres (27% contra 22% dos homens),
enquanto os homens tendem a optar por medidas mais assentes em
incentivos, tais como tabelas salariais genuinamente transparente nas
empresas (26% contra 22% das mulheres).
- A idade dos inquiridos também parece ser determinante. Os inquiridos mais
jovens (entre os 15 e os 24 anos) são mais favoráveis do que os mais
idosos a medidas coercivas para empresas: 26% (contra 23% dos inquiridos
com idades entre os 40 e os 54 anos) apoiam a imposição de sanções
financeiras às empresas que não respeitem a igualdade salarial entre
mulheres e homens, e 18% (contra 13% dos entre 25 e 39) apoiam sanções
quando as empresas não respeitem a igualdade de oportunidades entre
mulheres e homens no acesso às promoções.
Os inquiridos com idades compreendidas entre os 40 e os 54 anos tendem a
preferir medidas de incentivo: 26% são favoráveis à promoção de tabelas
salariais verdadeiramente transparentes, contra 19% dos que têm idades
entre os 15 e os 24 anos.
- Os inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15
anos tendem a preferir medidas mais coercivas: 28% (contra 21% dos
inquiridos com maiores qualificações) são favoráveis à imposição de sanções
financeiras às empresas que não respeitem o princípio da igualdade de
remuneração e 17% (contra 13% dos inquiridos com qualificações mais
elevadas) à imposição de sanções às empresas que não respeitem o
princípio da igualdade de oportunidades no acesso às promoções. Contudo,
os inquiridos com maiores qualificações são os que mais tendem a favorecer
tabelas salariais verdadeiramente transparentes (32% em comparação com
19% dos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior a 15 anos).
- As categorias profissionais mais favorecidas socialmente mostram-se
mais favoráveis a tabelas salariais verdadeiramente transparentes (33% dos
gestores, contra 20% dos desempregados e 18% das pessoas domésticas).
Em contrapartida, tendem menos a optar por sanções financeiras para as
empresas que não respeitem a igualdade salarial entre mulheres e homens
(20% contra 27% dos desempregados e 29% das pessoas domésticas).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 64 -
- A promoção de uma melhor distribuição entre homens e mulheres em todos
os tipos de postos de trabalho é referida por 34% dos trabalhadores por
conta própria (contra 27% dos reformados).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 65 -
Genuinely transparent pay scales within companies (e.g. the annual
publication of company pay scales)
Financial penalties for companies which do not
respect equal pay between women and men
Encourage better distribution between women and men in all
kinds of jobs (nurses, secretaries, airline pilots etc.)
Financial penalties for companies which do not respect equal
opportunities between women and men in access to promotion
EU27 24% 24% 29% 16%
Male 26% 22% 29% 15%
Female 22% 27% 30% 16%
15-24 19% 26% 30% 18%
25-39 25% 25% 31% 13%
40-54 26% 23% 30% 16%
55 + 24% 24% 28% 16%
15- 19% 28% 27% 17%
16-19 23% 24% 31% 16%
20+ 32% 21% 29% 13%
Still studying 20% 25% 30% 18%
Self-employed 25% 21% 34% 14%
Managers 33% 20% 29% 14%
Other white collars 28% 25% 30% 13%
Manual workers 24% 25% 30% 16%
House persons 18% 29% 30% 16%
Unemployed 20% 27% 28% 17%
Retired 23% 24% 27% 16%
Students 20% 25% 30% 18%
(1-4) Left 25% 27% 28% 15%
(5-6) Centre 24% 24% 32% 15%
(7-10) Right 27% 21% 30% 16%
Left-Right scale
QA1 On average, in the EU, women earn 17% less than men (this is known as the gender pay gap between women and men). According to you, which of thefollowing measures would contribute most to reducin g the pay gap between women and men in (OUR COUNTRY )?
Age
Education (End of)
Respondent occupation scale
Sex
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 66 -
2.3 Soluções para garantir uma melhor conciliação entre as vidas privada e profissional [QA7]
- Medidas a níveis nacional, empresarial e pessoal -
Dado que 45% das pessoas no mercado de trabalho na União Europeia são mulheres,
é interessante determinar as medidas que seriam mais eficazes para permitir aos
Europeus conciliarem as suas vidas privada e profissional. Para o efeito, convidaram-se
os inquiridos deste Eurobarómetro a identificar a medida mais eficaz de entre uma lista
de três.
A medida mais frequentemente referida, que recolhe mais de um terço das
respostas (37%), é facilitar o acolhimento de crianças fora do lar
(desenvolvimento de creches e infantários, e redução de custos). Isso implicaria a
realização de reformas a nível nacional.
A segunda medida mais citada, o aumento da flexibilidade nas empresas e nos
serviços públicos (teletrabalho, horários flexíveis, etc.), é referida por 30% dos
inquiridos. Isso implicaria a realização de reformas a nível empresarial.
A terceira medida mais citada (29%) implicaria um esforço pessoal, promovendo
um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas e
no cuidado dos filhos e dependentes.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 67 -
Variações entre Estados-Membros
Existem verdadeiras diferenças nos resultados, quer entre os países da área do euro e
os de fora da área do euro, quer entre os países pré-2004 e os países pós-2004/07.
Facilitar o acolhimento de crianças fora do lar é a medida referida com maior
frequência pelos inquiridos na área do euro (39% contra 33% nos países fora da área
do euro), assim como pelos inquiridos dos países pré-2004 (38% em comparação com
34% nos países pós-2004/07).
No entanto, o aumento da flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos foi
citado com mais frequência nos países fora da área do euro (34% contra 28% em
países da área do euro) e nos países pré-2004 (31% contra 26% nos países pós-
2004/07).
Os inquiridos nos países pós-2004/07 referem com maior frequência a promoção de
“um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas"
(35% contra 27% nos países pré-2004).
Para além destas diferenças, registam-se variações significativas entre os Estados-
Membros.
- Facilitar o acolhimento de crianças fora do lar (37%) é uma medida
citada por metade dos inquiridos na Alemanha (51%) e em França (50%), um
dos países da UE com as maiores taxas de natalidade. Os países onde esta
medida é menos referida são a República Checa e Espanha (25% cada), onde,
ainda assim, é mencionada por um quarto dos inquiridos.Esta resposta aparece
em primeiro lugar em 14 Estados-Membros (Luxemburgo, Malta e Estónia ex-
aequo com o "aumento da flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos”).
- O aumento da flexibilidade nas empresas (30%) suscita particular apoio
na Finlândia e no Reino Unido (44% cada), bem como na Dinamarca (43%). No
entanto, é uma medida mencionada com menor frequência na Roménia (16%),
Portugal (21%) e França (22%). Aparece em primeiro lugar em 10 Estados-
Membros.
- Favorecer um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das
tarefas domésticas e no cuidado dos filhos e dependentes (29%) é uma
medida privilegiada por pelo menos quatro em cada dez inquiridos na Roménia
e em Portugal (47% cada) e na Eslováquia (40 %), contra apenas 19% dos
inquiridos no Reino Unido e na Dinamarca. Esta medida aparece em primeiro
lugar em 12 Estados-Membros.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 68 -
Make childcare outside the home easier (develop crèches and nurseries
and reduce the costs)
Develop flexibility within companies and public services (teleworking, flexible
hours, etc.)
Encourage a balance between women and men in the sharing of domestic tasks and in the care of
children and dependents
EU27 37% 30% 29%
ZONE EURO 39% 28% 30%
NON EURO 33% 34% 28%
PRE-2004 38% 31% 27%
POST-2004/07 34% 26% 35%
BE 38% 31% 30%
BG 42% 24% 30%
CZ 25% 36% 38%
DK 35% 43% 19%
DE 51% 25% 21%
EE 36% 36% 22%
IE 38% 24% 32%
EL 45% 23% 31%
ES 25% 39% 33%
FR 50% 22% 25%
IT 32% 26% 39%
CY 41% 32% 26%
LV 38% 26% 32%
LT 38% 28% 29%
LU 36% 36% 26%
HU 33% 36% 28%
MT 37% 37% 24%
NL 27% 39% 30%
AT 33% 27% 38%
PL 37% 27% 30%
PT 28% 21% 47%
RO 29% 16% 47%
SI 40% 24% 32%
SK 31% 27% 40%
FI 28% 44% 27%
SE 32% 36% 29%
UK 32% 44% 19%
Lowest percentage by itemHighest percentage per country
Highest percentage by item
QA7 In the EU, 45% of people in the labour market a re women. According to you, which of the following measures would be the most effective for enabling Europeans to reconcile their private and working lives better?
Lowest percentage per country
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 69 -
Análise sociodemográfica
- Não existe praticamente qualquer diferença entre as respostas de
mulheres e homens sobre as soluções destinadas a permitir que os
Europeus conciliem melhor as suas vidas privada e profissional.
- A idade parece influenciar as respostas dos inquiridos. Os inquiridos mais
jovens (entre os 15 e os 24 anos) são os que mais tendem a optar por um
equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas (33%
contra 28% daqueles com idades entre os 40 e os 54 anos). Os inquiridos
na faixa etária dos 40-54 anos são os que mais mencionam a flexibilidade
nas empresas (33% em comparação com 27% daqueles com idades entre
os 15 e os 24 anos e com idade igual ou superior a 55 anos).
- O grau de instrução dos inquiridos é especialmente determinante. Os
inquiridos que estudaram mais tempo são os que mais referem a
flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos (34% contra 24% dos
que deixaram os estudos com idade igual ou inferior a 15 anos).No entanto,
32% dos inquiridos menos qualificados (contra 26% dos inquiridos mais
qualificados) refere o equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das
tarefas domésticas.
- A análise por categoria profissional revela que os inquiridos reformados
são os que mais tendem a defender que se facilite o acolhimento de
crianças fora do lar (39% contra 34% dos trabalhadores por conta de
outrem). Os gestores são os que mais referem a flexibilidade nas empresas
(38% contra 26% dos reformados). Entre as pessoas domésticas, 32%
(contra 23% dos gestores) defendem um equilíbrio entre mulheres e
homens na partilha das tarefas domésticas.
- Uma análise da situação familiar dos inquiridos revela que os solteiros
são os que mais tendem (31%, contra 26% das pessoas em união de facto)
a acreditar que o incentivo a um equilíbrio entre mulheres e homens na
partilha das tarefas domésticas seria a forma mais eficaz de permitir aos
Europeus conciliar suas vidas privada e profissional. Facilitar o acolhimento
de crianças fora do lar é visto como a opção mais relevante por 42% das
pessoas em união de facto (e 35% dos solteiros).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 70 -
Develop flexibility within companies and public services (teleworking,
flexible hours, etc.)
Encourage a balance between women and men in the sharing of domestic tasks and in the care of
children and dependents
Make childcare outside the home easier (develop
crèches and nurseries and reduce the costs)
EU27 30% 29% 37%
Male 30% 29% 36%
Female 30% 30% 37%
15-24 27% 33% 36%
25-39 32% 29% 37%
40-54 33% 28% 36%
55 + 27% 29% 38%
15- 24% 32% 37%
16-19 30% 29% 37%
20+ 34% 26% 38%
Still studying 28% 33% 35%
Self- employed 31% 30% 35%
Managers 38% 23% 37%
Other white collars 33% 31% 34%
Manual workers 30% 28% 39%
House persons 30% 32% 36%
Unemployed 28% 30% 38%
Retired 26% 29% 39%
Students 28% 33% 35%
(Re)Married 31% 29% 36%
Single living with a partner 30% 26% 42%
Single 30% 31% 35%
Divorced or separated 30% 27% 41%
Widowed 24% 30% 39%
QA7 In the EU, 45% of people in the labour market are women. Acc ording to you, which of the following measures would be the mo steffective for enabling Europeans to reconcile their private and working lives better?
Gender
Age
Education (End of)
Marital status
Respondent occupation scale
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 71 -
3. AS LICENÇAS DE MATERNIDADE E PATERNIDADE
3.1 O impacto negativo da licença de maternidade na carreira das mulheres [QA2]
- Uma maioria de inquiridos considera que a licença de maternidade tem um
impacto negativo na carreira das mulheres -
Perguntou-se, então, aos Europeus qual a sua opinião sobre o impacto da licença de
maternidade na carreira das mulheres. Praticamente seis em cada dez Europeus (58%)
afirmam que a licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das
mulheres (20% dos inquiridos "concorda totalmente" com esta afirmação), mas 38%
têm opinião contrária e 4% não expressa qualquer opinião.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 72 -
Variações entre Estados-Membros
Os inquiridos nos países pré-2004 são mais propensos a concordar com esta afirmação
do que os dos países pós-2004/07: respectivamente 61% e 48%; De igual modo,
regista-se uma diferença de 10 pontos percentuais entre os inquiridos da área do euro
e os dos países de fora da área do euro: 62% dos primeiros afirmam que a licença de
maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres, em comparação com
52% dos últimos.
Os inquiridos em Itália, na Finlândia e na Suécia (72% nos três casos) e na Áustria
(71%) são os que mais tendem a concordar com esta afirmação, enquanto os
inquiridos na Bulgária (37%) e na Roménia (38%), os dois países a aderir à UE mais
recentemente, em 2007, são os que se mostram menos convictos disso. Uma maioria
dos inquiridos concorda com aquela afirmação (total de respostas "concordo") em 20
Estados Membros da UE.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 74 -
Análise sociodemográfica
- A este respeito, as respostas de homens e mulheres são bastante
semelhantes. São 59% as mulheres que referem que licença de
maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres, em
comparação com 58% dos homens.
- A idade influencia as avaliações do impacto negativo da maternidade na
carreira das mulheres. Com efeito, 11 pontos percentuais separam os
inquiridos mais idosos dos mais jovens a este respeito (61% e 50%,
respectivamente).
- A categoria profissional dos inquiridos também é determinante, uma
vez que 64% dos gestores concordam com esta afirmação, contra 54% dos
desempregados.
- A situação familiar tem igualmente influência. Assim, 61% dos
inquiridos casados ou que voltaram a casar-se (contra 55% dos solteiros)
considera que a licença de maternidade tem um impacto negativo na
carreira das mulheres.
Apesar destas diferenças, a maioria dos inquiridos de todas as categorias
acredita que a licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das
mulheres.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 75 -
Total 'Agree' Total 'Disagree' DK
EU27 58% 38% 4%
Male 58% 37% 5%
Female 59% 38% 3%
15-24 50% 44% 6%
25-39 58% 39% 3%
40-54 60% 37% 3%
55 + 61% 34% 5%
15- 59% 35% 6%
16-19 58% 39% 3%
20+ 60% 38% 2%
Still studying 53% 41% 6%
Self-employed 61% 36% 3%
Managers 64% 35% 1%
Other white collars 63% 35% 2%
Manual workers 55% 41% 4%
House persons 59% 37% 4%
Unemployed 54% 42% 4%
Retired 60% 35% 5%
Students 53% 41% 6%
(Re)Married 61% 36% 3%
Single living with a partner 57% 40% 3%
Single 55% 40% 5%
Divorced or separated 60% 38% 2%
Widowed 59% 35% 6%
Marital status
Respondent occupation scale
QA2 Please tell me to what extent you agree or disagree with th e following statement aboutmaternity leave: Maternity leave has a negative imp act on women’s careers.
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 76 -
3.2 A proposta de instituir uma licença de maternidade de 20 semanas integralmente remunerada na totalidade dos Estados-Membros [QA3]
- Mais de três quartos dos Europeus são favoráveis a uma licença de
maternidade de 20 semanas integralmente remunerada -
Actualmente, a duração e a remuneração da licença de maternidade variam de um
Estado-Membro para outro. O Parlamento Europeu propôs a instituição de uma licença
de 20 semanas com 100% do salário. Depois de apresentar os argumentos a favor
(um progresso social indispensável) e contra (custo extremamente elevado para as
finanças dos países em causa), pediu-se aos Europeus que se pronunciassem sobre
esta questão.
Praticamente oito em cada dez inquiridos (78%) acreditam que se trataria de
uma medida positiva: 34% afirmam que seria "uma medida muito positiva" e 44%
que seria "uma medida bastante positiva”. Só 12% dos inquiridos são da opinião
contrária, enquanto 6% afirmam espontaneamente que a medida não seria nem
positiva nem negativa e 4% não se pronunciam.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 77 -
Variações entre Estados-Membros
Resista-se uma diferença de sete pontos percentuais entre os inquiridos que acreditam
tratar-se de uma medida positiva na área do euro (80%) e fora dela (73%).
- Os inquiridos em Chipre (92%), Finlândia (89%) e Grécia, Espanha, Letónia
e Polónia (86% nos quatro casos) são os que mais tendem a acreditar que
uma licença de maternidade de 20 semanas seria positiva, enquanto os
inquiridos na Roménia (56%), Países Baixos (58%) e Eslovénia (60%) são
os que se mostram menos convictos.
- Não se verifica qualquer relação concreta entre a situação actual de cada
país e as respostas a favor ou contra a instituição de um sistema de licença
de maternidade de 20 semanas integralmente paga. Assim, nalguns países
onde se verifica um apoio muito forte a esse sistema, as mulheres já têm
direito a uma licença de maternidade de, pelo menos, 20 semanas (21
semanas na Finlândia, 20 semanas na Polónia), mas não é o caso de Chipre
(18 semanas), Grécia (17 semanas), ou da Letónia ou de Espanha (16
semanas).
- Em contrapartida, nos Países Baixos, onde são mais numerosos os
inquiridos que tendem a pensar que a extensão da licença de maternidade
para 20 semanas seria uma medida negativa (28%), as mulheres gozam
actualmente de uma licença de maternidade de apenas 16 semanas.
- Para além disso, verifica-se que os três países onde os inquiridos se
mostram menos decididos, isto é onde se regista o maior número de
respostas "não seria uma medida nem positiva nem negativa", são: Áustria
(15%), Países Baixos e Bulgária (12 % cada). Nos dois primeiros países, as
mulheres têm direito a uma licença de maternidade de 16 semanas com
remuneração integral, enquanto no terceiro a licença de maternidade tem a
duração de 32 semanas, com 90% do salário.
Análise sociodemográfica
A análise sociodemográfica dos resultados revela algumas diferenças entre as
categorias de inquiridos. No entanto, em cada uma das categorias, a grande
maioria concorda com a proposta de prolongar a licença maternidade para 20
semanas em todos os países onde actualmente tem uma duração inferior.
- As mulheres tendem, ligeiramente mais do que os homens (79% e 76%,
respectivamente), a considerar que a introdução de uma licença de
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 78 -
maternidade de 20 semanas integralmente paga na União Europeia seria
uma medida boa. A percentagem das que afirmam tratar-se de "uma
medida muito positiva" chega a atingir os 37% (em comparação com 30%
dos homens).
- Quanto à variável idade, observa-se que os inquiridos mais propensos a
apoiar esta proposta são, em princípio, aqueles mais directamente
afectados, ou seja, aqueles que se situam na faixa etária 25-39 (82%
contra 74% dos que têm idade igual ou superior a 55 anos).
- Os inquiridos que estudaram pelo menos até aos 20 anos de idade
são igualmente os que mais tendem a apoiar a proposta (81%, em
comparação com 74% dos que deixaram os estudos com idade igual ou
inferior a 15 anos).
- Dos inquiridos que vivem num agregado familiar com vários elementos e
com filhos, 81% concordam com a proposta (em comparação com 76%
das pessoas sem filhos, independentemente de viverem sozinhas ou não).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 79 -
Total 'Good thing' Total 'Bad thing'Neither a good nor a
bad thing (SPONTANEOUS)
DK
EU27 78% 12% 6% 4%
Male 76% 13% 7% 4%
Female 79% 12% 6% 3%
15-24 78% 10% 7% 5%
25-39 82% 9% 6% 3%
40-54 79% 12% 6% 3%
55 + 74% 15% 7% 4%
15- 74% 14% 7% 5%
16-19 77% 12% 7% 4%
20+ 81% 12% 5% 2%
Still studying 79% 9% 7% 5%
(1-4) Left 81% 10% 6% 3%
(5-6) Centre 79% 12% 6% 3%
(7-10) Right 74% 17% 6% 3%
Single Househ. without children 76% 12% 7% 5%
Single Househ.with children 80% 9% 6% 5%
Multiple Househ. without children 76% 13% 7% 4%
Househ. with children 81% 11% 6% 2%
Household situation
Left-Right scale
QA3 Do you personally think that it is…?
Sex
Age
Education (End of)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 80 -
3.3 A solução preferida pelos Europeus em matéria de licença de maternidade [QA4]
- Mais de quatro em cada dez Europeus preferem uma licença de maternidade
mais longa, ainda que menos bem remunerada -
Tendo em conta que cada país possui a sua legislação em matéria de licença de
maternidade, parecia interessante perguntar aos inquiridos nos 27 Estados-Membros
que opção preferem: uma licença de maternidade mais longa, ainda que com uma
remuneração inferior à actual, ou uma licença de maternidade mais curta, mas
remunerada a 100% do salário.
A maioria relativa dos Europeus (43%) prefere uma licença de maternidade
mais prolongada do que a actual, ainda que a remuneração seja inferior à
auferida hoje, enquanto 30% preferem uma licença de maternidade mais curta, mas
remunerada a 100% do salário. Por último, um em cada cinco Europeus (20%)
responde espontaneamente não desejar qualquer mudança e 7% não se pronunciam.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 81 -
Variações entre Estados-Membros
Os inquiridos na área do euro tendem, menos do que os inquiridos que
residem fora da área do euro, a desejar uma mudança, independentemente da
forma que esta assume: 41% (contra 47%) desejam uma licença de maternidade mais
longa (ainda que menos bem remunerada) e 28% (contra 33%) preferem uma licença
mais curta, mas remunerada a 100% do salário. De igual modo, os inquiridos nos
países pré-2004 são menos numerosos do que os dos países pós-2004/07 a
favorecer uma mudança: 42% (contra 46%) desejam uma licença de maternidade
mais longa (ainda que menos bem remunerada e 29% (contra 35%) prefere uma
licença mais curta, mas remunerada a 100% do salário.
Em contrapartida, regista-se uma maior tendência para rejeitar a mudança
entre os inquiridos na área do euro (24% contra 12% fora da área do euro), o
mesmo se verificando entre os inquiridos dos países pré-2004 (22% contra
10% nos países pós-2004/07).
- Os inquiridos em Chipre (62%), Polónia (57%), Grécia (55%), Bélgica
(53%) e Finlândia (51%) são os que mais tendem a apoiar uma licença
de maternidade mais longa, ainda que menos bem remunerada
(43%). Não existe uma verdadeira correlação entre as respostas e a
situação que actualmente vigora em cada Estado-Membro, uma vez que as
mulheres nesses países têm actualmente direito a uma licença de
maternidade igual ou inferior a 20 semanas, remunerada a uma
percentagem igual ou inferior a 100% do salário. É na Dinamarca (16%) e
na Eslovénia (30%) que os inquiridos se mostram menos inclinados a apoiar
esta proposta.
- Os inquiridos na Eslováquia (49%), República Checa (47%), Lituânia (46%)
e Portugal (45%) são que se mostram mais favoráveis a uma licença de
maternidade mais curta, mas remunerada a 100% do salário (30%).
Cumpre notar que, na Eslováquia e na República Checa, a licença de
maternidade é especialmente longa (28 semanas em ambos os casos), mas
com uma taxa de remuneração baixa (55% do salário na Eslováquia e 69%
na República Checa). Os inquiridos nos Países Baixos (12%), Chipre e
Dinamarca (18% cada), bem como na Eslovénia e no Luxemburgo (19% em
ambos os casos) são os que menos defendem esta opção.
- Os inquiridos na Dinamarca (62%), Eslovénia (48%) e Países Baixos (41%)
referem mais espontaneamente não querer qualquer alteração da
legislação relativa à licença de maternidade no seu país.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 82 -
- Mais uma vez não existe aqui uma verdadeira correlação entre as
respostas e a situação actual: nestes três países, a licença de
maternidade é remunerada a 100% do salário, mas, embora tenha uma
duração de 20 semanas na Dinamarca, dura apenas 15 semanas na
Eslovénia e 16 semanas nos Países Baixos. Os inquiridos na Polónia (3%),
Lituânia (8%) e Letónia (9%) são os que menos tendem a querer uma
mudança; nestes três países, a licença de maternidade, embora sendo
remunerada a 100% do salário, dura 20 semanas na Polónia, mas apenas
16 semanas na Letónia e 18 semanas na Lituânia.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 83 -
Análise sociodemográfica
- Regista-se uma diferença significativa de cinco pontos percentuais entre
homens e mulheres no que se refere à proposta de uma licença de
maternidade mais longa. As mulheres tendem, mais do que homens, a
apoiar esta proposta (46% contra 41%), sendo os homens ligeiramente
mais propensos a não querer qualquer mudança (21% contra 18%). No
entanto, uma licença de maternidade mais curta mas remunerada a 100%
do salário reúne apoio idêntico entre homens e mulheres (30% dos homens
e 29% das mulheres).
- Uma análise da variável idade revela que as categorias mais susceptíveis
de serem afectadas por uma extensão da licença de maternidade são as que
mais tendem a apoiar esta proposta: 46% dos inquiridos na faixa etária dos
25-39 anos defendem uma extensão. É igualmente esse o caso de 46% dos
inquiridos na faixa etária dos 40-54 anos, embora sejam menos afectados,
contra 40% dos inquiridos mais jovens e mais idosos.
- No entanto, os inquiridos com idades entre 15 e 24 anos mostram-se mais
favoráveis a uma licença de maternidade mais curta, mas remunerada a
100% do salário (35%, em comparação com 27% daqueles com idades
entre os 40 e os 54 anos). Os inquiridos com idades mais avançadas são os
que mais defendem que a situação permaneça inalterada (22% contra 17%
daqueles com idades entre os 15 e os 39 anos).
- O facto de se pertencer a uma categoria social mais favorecida também
parece condicionar a resposta. Por exemplo, a tendência para favorecer uma
licença de maternidade mais longa é muito mais acentuada entre os
inquiridos que estudaram mais tempo (48% contra 38% dos inquiridos com
menos qualificações), sendo que 49% dos gestores optam por esta solução,
em comparação com 39% dos desempregados.
- Os inquiridos que terminaram os seus estudos com idade igual ou inferior a
19 anos, ao invés, preferem uma licença de maternidade com remuneração
integral, embora mais curta: 31% (em comparação com 25% dos inquiridos
com maior qualificação), o mesmo acontecendo com 35% dos
desempregados (contra 28% dos gestores). Por conseguinte, os inquiridos
financeiramente mais vulneráveis parecem mais preocupados com o
montante da remuneração do que com a duração da licença de
maternidade.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 84 -
- Por fim, as respostas têm igualmente uma íntima correlação com a
situação da família e do agregado familiar. Os inquiridos casados ou
que voltaram a casar são os que mais tendem a preferir uma licença
maternidade mais longa (45%, em comparação com 41% dos solteiros,
independentemente de coabitarem ou não). O mesmo se aplica aos
inquiridos que fazem parte de um agregado familiar com filhos (47% contra
40% dos agregados familiares singulares sem filhos).
Em contrapartida, 33% dos solteiros (independentemente de coabitarem ou
não) preferem uma licença de maternidade mais curta, mas integralmente
remunerada (contra 28% dos inquiridos casados ou que tenham voltado a
casar). Esse é igualmente o caso de 32% dos agregados familiares
unipessoais sem filhos (em comparação com 28% das pessoas que
pertencem a um agregado familiar composto por várias pessoas e com
filhos). Esta situação fica, talvez, a dever-se à maior vulnerabilidade
financeira das famílias monoparentais.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 85 -
Longer maternity leave than at present,
even if the pay was lower than today
Shorter maternity leave than today, but
paid at 100% of salary
No change (SPONTANEOUS)
DK
EU27 43% 30% 20% 7%
Male 41% 30% 21% 8%
Female 46% 29% 18% 7%
15-24 40% 35% 17% 8%
25-39 46% 32% 17% 5%
40-54 46% 27% 20% 7%
55 + 40% 28% 22% 10%
15- 38% 31% 21% 10%
16-19 44% 31% 18% 7%
20+ 48% 25% 21% 6%
Still studying 39% 36% 17% 8%
Self-employed 45% 29% 19% 7%
Managers 49% 28% 20% 3%
Other white collars 44% 30% 20% 6%
Manual workers 45% 29% 19% 7%
House persons 47% 28% 19% 6%
Unemployed 39% 35% 18% 8%
Retired 40% 28% 21% 11%
Students 39% 36% 17% 8%
(1-4) Left 47% 27% 20% 6%
(5-6) Centre 43% 30% 20% 7%
(7-10) Right 42% 32% 20% 6%
(Re)Married 45% 28% 20% 7%
Single living with a partner 41% 33% 20% 6%
Single 41% 33% 18% 8%
Divorced or separated 43% 31% 18% 8%
Widow 40% 30% 19% 11%
Single Househ. without children 40% 32% 19% 9%
Single Househ.with children 44% 31% 18% 7%
Multiple Househ. without children 42% 30% 20% 8%
Househ. with children 47% 28% 20% 5%
Marital status
Household situation
Respondent occupation scale
Left-Right scale
QA4 And generally speaking, which of the following solutions would you prefer for maternity leave in ( OUR COUNTRY)?
Sex
Age
Education (End of)
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- 86 -
3.4 A solução preferida pelos Europeus relativamente à licença de paternidade [QA5 e QA6]
Actualmente, em certos Estados-Membros da UE, existe licença de paternidade. Em
média, dura duas semanas e é totalmente ou quase totalmente remunerada. Nos
países onde a licença de paternidade não existe, considerámos que seria interessante
perguntar aos homens se tirariam licença de paternidade e às mulheres se
encorajariam os seus parceiros a fazê-lo. Para além disso, pedimos aos homens que
responderam de forma negativa que referissem as condições em que estariam
dispostos a gozar uma licença de paternidade.
A primeira pergunta (QA5a) foi colocada apenas aos homens nos 11 países
onde ainda não existe licença de paternidade, a saber, a República Checa,
Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, Chipre, Luxemburgo, Malta, Áustria,
Eslováquia e Suécia.
*Base: apenas os homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia
(países onde não existe licença de paternidade)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 87 -
Mais de dois terços dos inquiridos nesses países (71%) afirma que gozaria a
licença de paternidade, se fossem pais e se a opção existisse no seu país.
Praticamente um em cada cinco (19%) afirma que não a utilizaria. Além disso, 7%
respondem "não aplicável" e 3% não se pronuncia.
Pediu-se então aos homens que responderam negativamente que referissem
o que os levaria a mudar de opinião (QA6).
*Base: apenas os homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países onde não existe licença de paternidade)
É interessante notar que as respostas podem praticamente ser divididas em três
grupos:
- Pouco menos de um terço (32%) mudaria de opinião se tivessem uma
garantia de que isso não teria impacto negativo na sua carreira.
- 31% declaram que fariam uso da licença de paternidade se a mesma fosse
integralmente paga.
- Por último, exactamente um terço (33%) confirma espontaneamente que
não tiraria licença de paternidade, independentemente das condições
financeiras.
- Pouco mais de um em cada dez homens (12%) responde que a questão não
se aplica ou que não se sente envolvido.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 88 -
Por fim, perguntou-se às mulheres se, caso tivessem filhos, encorajariam o
seu parceiro/marido a fazer uso de uma licença de paternidade, se a opção
existisse no seu país.
À semelhança da primeira questão, mais de sete em cada dez mulheres
(73%) respondem de forma positiva. Homens e mulheres têm, portanto, visões
praticamente idênticas a este respeito.
*Base: apenas as mulheres de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália,
República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia
(países onde não existe licença de paternidade)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 89 -
Variações entre Estados-Membros
Os homens mais propensos a responder que gozariam de uma licença de
paternidade caso a possibilidade existisse no seu país residem na Suécia (92%),
Grécia (84%) e Malta (83%), enquanto os inquiridos na Áustria (44%), Eslováquia
(67%) e Itália (68%) seriam os menos propensos a fazê-lo. Excepto no caso dos
inquiridos na Áustria, que se mostram divididos a este respeito, a clara maioria dos
homens em todos os outros países gozaria a licença de paternidade se tivesse essa
oportunidade.
*Base: apenas homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países que não têm licença de paternidade)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 90 -
Os que responderam negativamente [QA6]
Devido ao pequeno número de inquiridos em questão, não é possível
apresentar resultados quantificados por país: Por conseguinte, optámos por
descrever as principais tendências.
Os homens na Alemanha e na Áustria são os que mais afirmam que fariam uso
da licença de paternidade se tivessem a garantia de que esta não afectaria a
suas carreiras. Esta opinião está muito menos difundida em Chipre e na Irlanda.
- Os Suecos e os Eslovacos seriam os mais disponíveis para mudar de opinião
quanto a gozar da licença de paternidade se esta fosse integralmente paga,
enquanto os Gregos, Cipriotas e Malteses são os que menos se deixariam
influenciar por este factor.
- Os Italianos e Cipriotas são os que mais espontaneamente afirmam que não
mudariam de opinião, independentemente do pagamento. Em Malta e na
Alemanha, os homens são menos enfáticos.
As mulheres nos países onde não existe licença de paternidade [QA5b]
- As mulheres que mais tendem a afirmar que encorajariam os
respectivos parceiros/maridos a gozar da licença de paternidade
caso quisessem ter filhos e essa opção existisse no seu país residem
principalmente (tal como os homens, no que se refere à primeira questão,
QA5a) na Suécia (96%) e na Grécia (86%). As Austríacas são as menos
convictas (59%). Em todos os países onde ainda não existe licença de
paternidade, a maioria das mulheres encorajaria o seu parceiro/marido a
fazer uso de uma licença de paternidade, caso viessem a ter filhos.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 91 -
Análise sociodemográfica
Devido ao pequeno número de inquiridos a quem se pediu que respondessem à
pergunta QA6 (homens que poderiam mudar de opinião e decidir, posteriormente,
fazer uso de uma licença de paternidade), não é possível realizar uma análise
sociodemográfica. No entanto, é possível analisar as diferenças no que se refere às
questões QA5a (para os homens) e QA5b (para as mulheres).
Homens [QA5a]
- A idade é determinante para a opinião dos homens relativamente ao gozo
de uma licença de paternidade, caso essa possibilidade existisse no seu
país. Os inquiridos na faixa etária dos 40 aos 54 anos são os mais decididos
(80% contra 60% dos inquiridos mais idosos, que, com efeito, talvez não
sintam que a questão lhes diga respeito). No entanto, os homens entre os
15 e os 24 anos são os mais propensos a mudar de opinião e a usufruir da
licença de paternidade, caso esta fosse integralmente paga. Os homens com
idade inferior a 40 anos estão igualmente entre os que mais tenderiam a
fazer uso dessa licença se tivessem a garantia de que ela não teria qualquer
impacto nas suas carreiras.
- O grau de instrução também é determinante. Assim, os inquiridos com
menos qualificações são também os que menos tendem (66% contra 77%
dos inquiridos com mais qualificações) a dizer que fariam uso de uma
licença de paternidade. Os homens que estudaram pelo menos até os 20
anos de idade são os mais numerosos a referir que tirariam uma licença de
paternidade se estivessem certos de que não teria qualquer impacto
negativo nas suas carreiras.
- De igual modo, a categoria profissional dos inquiridos influencia também
as suas respostas. Os gestores são os mais inclinados (82% contra 61% dos
reformados) a dizer que fariam uso de uma licença de paternidade, caso ela
existisse no seu país. Porém, esse é igualmente o caso de 80% dos
desempregados.
- Por último, os homens de agregados familiares plurais com crianças
são os que mais tenderiam a gozar da licença de paternidade (74% em
comparação com 68% dos homens de agregados familiares plurais sem
filhos).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 92 -
Total 'Yes' Total 'No'Not applicable
(SPONTANEOUS)DK
TOTAL 71% 19% 7% 3%
15-24 76% 15% 4% 5%
25-39 75% 19% 2% 4%
40-54 80% 14% 4% 2%
55 + 60% 24% 14% 2%
15- 66% 21% 10% 3%
16-19 70% 22% 5% 3%
20+ 77% 14% 7% 2%
Still studying 77% 11% 5% 7%
Self-employed 69% 21% 5% 5%
Managers 82% 14% 3% 1%
Other white collars 74% 20% 3% 3%
Manual workers 73% 21% 4% 2%
House persons 64% 25% 1% 10%
Unemployed 80% 12% 5% 3%
Retired 61% 21% 15% 3%
Students 77% 11% 5% 7%
Single Househ. without children 73% 16% 7% 4%
Single Househ.with children 69% 17% 4% 10%
Multiple Househ. without children 68% 20% 10% 2%
Househ. with children 74% 19% 4% 3%
Household situation
Respondent occupation scale
QA5a In some EU countries there is paternity leave lasting tw o weeks on average, wholly or almost wholly paid.If you were to have a child, would you take paterni ty leave if it existed in (OUR COUNTRY)?
Age
Education (End of)
*Base: apenas homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países onde não existe licença de paternidade)
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 93 -
Mulheres [QA5b]
- As mulheres mais jovens são as que mais tendem a afirmar que
encorajariam os seus parceiros a gozarem da licença de paternidade caso
esta existisse no seu país. É o caso de 80% das mulheres jovens com
idades entre os 15 e os 24 anos (em comparação com 64% das mais
idosas).
- O grau de instrução também parece influenciar as respostas. Entre as
mulheres mais qualificadas, 82% encorajaria os seus parceiros, em
comparação com 65% das que deixaram os estudos com idade igual ou
inferior aos 15 anos.
- Também as gestoras se contam entre as que mais tenderiam (82% contra
60% dos reformados e 72% das mulheres domésticas) a encorajar os
respectivos parceiros a tirar uma licença de paternidade. O mesmo se aplica
às mulheres que se posicionam topo da escala social (75% em comparação
com 71% das que se posicionam na base dessa escala).
- As mulheres à esquerda do espectro político são as que mais se
mostram dispostas a incentivar os seus parceiros a tirarem licença de
paternidade: 79% contra 68% das que se posicionam à direita do espectro
político.
- Por último, as mulheres de agregados familiares plurais com filhos
também seriam mais propensas a incentivar os seus parceiros a tirar uma
licença de paternidade: 77%, em comparação com 68% das mulheres
pertencentes a agregados familiares plurais sem filhos.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 94 -
4. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
4.1 Ordens judiciais de afastamento alargadas a todos os 27 Estados-Membros [QA14]
- Uma vasta maioria de Europeus é favorável a que as ordens judiciais que
proíbem os autores de violência contra mulheres de se aproximarem das
vítimas sejam alargadas a todos os Estados-Membros -
O combate à violência contra as mulheres leva, por vezes, a que um tribunal emita
uma ordem judicial de afastamento num Estado-Membro a fim de impedir que um
agressor se aproxime da vítima. No entanto, estas ordens judiciais são válidas apenas
no Estado-Membro em que são emitidas. Assim, perguntou-se aos inquiridos se seriam
favoráveis a que essas ordens judiciais de afastamento fossem válidas em todos os
Estados Membros da UE.
Praticamente nove em cada dez pessoas (89%) mostram-se favoráveis à
extensão das referidas ordens judiciais aos 27 Estados Membros da EU, chegando
63% dos inquiridos a responder serem "totalmente favoráveis" a esta medida. Apenas
7% são contra a proposta e 4% não expressam qualquer opinião.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 95 -
Variações entre Estados-Membros
As diferenças entre países são bastante desprezíveis, uma vez que existe um consenso
generalizado sobre esta questão. Os inquiridos no Luxemburgo (96%), Espanha
(95%), Chipre e Suécia (94% cada) são os que mais se manifestam a favor do
alargamento das ordens judiciais de afastamento a todos os países da UE, ao contrário
dos inquiridos na Roménia (78%) e Letónia (80 %), que são os que se mostram
"menos" favoráveis.
Os inquiridos na Suécia (83%) e em Chipre (81%) são também os mais propensos a
declarar-se "totalmente favoráveis" à proposta. No entanto, apenas quatro ou
ligeiramente mais do que quatro em cada dez inquiridos em Portugal (40%), na
Lituânia (43 %) e na Roménia (46%) afirmam ser "totalmente favoráveis”.
Análise sociodemográfica
Logicamente, dado o consenso gerado em torno desta proposta, não existem
verdadeiras diferenças entre as categorias da população. As opiniões sobre esta
matéria não são influenciadas nem pelo sexo, nem pela idade, nem pelo grau de
instrução.
Contudo, existem diferenças muito ligeiras, correlacionadas com as categorias
profissionais, no que respeita à veemência das opiniões, sendo os gestores mais
propensos a apoiar a extensão das ordens judiciais a toda a UE (93% contra 87% dos
reformados). Entre os inquiridos que quase nunca têm dificuldades em pagar as
suas contas também se registam elevados níveis de apoio a esta medida (90% contra
85% daqueles que, a maioria das vezes têm dificuldades dessa natureza).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 96 -
4.2 Soluções para erradicar a violência contra as mulheres [QA15]
- Praticamente quatro em cada dez Europeus são favoráveis à coordenação
entre as forças policiais europeias -
São várias as medidas que poderiam ser introduzidas a nível europeu com vista a
combater a violência contra as mulheres. Para determinar a medida que os Europeus
consideram ser mais relevante, foram convidados a escolher uma medida com base
numa lista de quatro que consideram dever ser prioritárias a nível europeu.
A medida mais relevante, que se destaca claramente das restantes, é mencionada por
praticamente quatro em cada dez inquiridos (39%): a partilha de boas práticas
entre as autoridades policiais dos diferentes Estados-Membros no apoio às
vítimas.
A segunda medida, referida por pouco mais de um quarto dos inquiridos (26%),
passaria pela criação de número de telefone gratuito a nível europeu para as
mulheres que procuram ajuda e aconselhamento.
O lançamento de campanhas europeias de informação para sensibilizar a
opinião pública para esta questão é citado por pouco menos de um em cada cinco
inquiridos (19%).
Por último, apenas 10% dos inquiridos considera prioritária a criação, na estratégia
europeia, de um observatório europeu sobre a violência contra as mulheres,
responsável pela recolha de estatísticas e dados.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 97 -
Variações entre Estados-Membros
Os resultados relativos às primeiras duas medidas escolhidas a nível europeu variam
ligeiramente, consoante os inquiridos reside num país pré-2004 ou num país pós-
2004/07. Assim, o primeiro grupo manifesta-se mais favorável do que o segundo (40%
e 33%, respectivamente) ao intercâmbio acrescido de boas práticas entre as
autoridades policiais dos diferentes Estados-Membros. Em contrapartida, 25% deste
grupo apoia a criação de um número de telefone gratuito em toda a Europa (em
comparação com 30% dos inquiridos em países pós-2004/07).
Uma análise circunstanciada revela algumas diferenças entre países:
- A partilha de boas práticas entre as autoridades policiais dos vários
Estados-Membros no apoio às vítimas (39%) é essencialmente vista
como uma prioridade pelos inquiridos na Dinamarca (46%), Alemanha
(45%), Itália e Suécia (44% cada). Apenas 14% dos inquiridos em Chipre e
23% dos inquiridos na Lituânia concordam. Esta medida aparece em
primeiro lugar em 21 Estados-Membros.
- A criação de um número de telefone gratuito a nível europeu para as
mulheres que procuram ajuda e aconselhamento (26%) merece
maior apoio na Bulgária (43%), embora seja também defendida por mais de
três em cada dez inquiridos em Chipre (36%), na Estónia e na Roménia
(35% cada) e em França (31%). No entanto, apenas 17% dos inquiridos na
Hungria, Portugal e Suécia apoiam esta medida. Esta medida aparece em
primeiro lugar em 12 Estados-Membros.
- Os inquiridos em Chipre (34%), Malta (30%) e Grécia (29%) são os
principais defensores de campanhas de informação europeias
destinadas a sensibilizar a opinião pública para esta questão (19%).
Contudo, apenas 14% dos inquiridos na Alemanha, Lituânia e Reino Unido
optam por esta medida. Esta aparece em primeiro lugar em 12 Estados-
Membros.
- A última medida (a criação de um observatório europeu sobre a
violência contra as mulheres), escolhida por apenas 10% do total dos
Europeus, é mais citada pelos inquiridos na Lituânia (22%) e nos Países
Baixos (18%). Porém, apenas 4% dos inquiridos na Bulgária e 6% dos
inquiridos na República Checa referem esta medida. Esta medida não
aparece no topo da lista em nenhum dos Estados-Membros.
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 98 -
Best-practice sharing among police authorities from the different Member States on
support to victims
A European-wide free phone number for women seeking help and advice
European information campaigns to raise public
awareness about that issue
A European observatory on violence against women charged
with collecting statistics and data
EU27 39% 26% 19% 10%
BE 38% 22% 25% 12%
BG 27% 43% 21% 4%
CZ 43% 26% 21% 6%
DK 46% 24% 19% 8%
DE 45% 26% 14% 10%
EE 31% 35% 15% 10%
IE 36% 24% 23% 8%
EL 34% 24% 29% 8%
ES 33% 28% 23% 9%
FR 40% 31% 16% 9%
IT 44% 20% 21% 9%
CY 14% 36% 34% 15%
LV 32% 30% 18% 13%
LT 23% 30% 14% 22%
LU 40% 28% 21% 7%
HU 43% 17% 26% 8%
MT 25% 28% 30% 13%
NL 37% 18% 20% 18%
AT 42% 27% 20% 8%
PL 33% 30% 20% 7%
PT 41% 17% 25% 9%
RO 28% 35% 19% 9%
SI 35% 28% 24% 8%
SK 32% 29% 27% 7%
FI 34% 25% 23% 15%
SE 44% 17% 27% 9%
UK 38% 26% 14% 13%
QA15 Which of the following measures do you think n eeds to be a priority in a European strategy to eli minate violence against women?
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per countryLowest percentage by item
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 99 -
Análise sociodemográfica
- A “criação de um número de telefone gratuito a nível europeu" é a única
medida referida com uma frequência ligeiramente maior por mulheres do
que por homens (28% versus 24%). As respostas dadas por homens e
mulheres quanto às outras três propostas foram praticamente idênticas.
- A idade é determinante sobretudo para duas das propostas. A "partilha de
boas práticas entre as autoridades policiais dos vários Estados-Membros" é
referida sobretudo por pessoas com idades entre os 40 e os 54 anos (43%
em comparação com 34% dos indivíduos entre os 15 e os 24 anos). No
entanto, os inquiridos mais jovens são os mais propensos a optar por um
número de telefone gratuito em toda a Europa (29% dos que se situam na
faixa dos 15 aos 24 anos, contra 24% daqueles com idades entre os 25-39
anos).
- O nível de instrução parece influenciar também as respostas, em especial
no que se refere à proposta da "partilha de boas práticas entre as
autoridades policiais", que é mencionada por 44% dos inquiridos com
qualificações mais elevadas (e 34% dos inquiridos com menos
qualificações). Por outro lado, 30% dos inquiridos que deixaram os estudos
com idade igual ou inferior a 15 anos são favoráveis à proposta de criação
de um número de telefone gratuito em toda a Europa (em comparação com
21% dos que estudaram para além dos 19 anos de idade).
- De igual modo, os gestores são os mais propensos a apoiar a partilha de
boas práticas entre as autoridades policiais (47% em comparação com 35%
de desempregados), enquanto as pessoas domésticas e os
desempregados são os que mais tendem a preferir um número de telefone
gratuito a nível europeu para as mulheres que procuram ajuda e
aconselhamento (ambos 31% em comparação com 20% dos gestores).
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
- 100 -
Best-practice sharing among police authorities from the different Member States on
support to victims
A European-wide free phone number for women seeking
help and advice
European information campaigns to raise public
awareness about that issue
A European observatory on violence against women charged
with collecting statistics and data
EU27 39% 26% 19% 10%
Male 39% 24% 20% 10%
Female 38% 28% 18% 10%
15-24 34% 29% 20% 11%
25-39 40% 24% 20% 10%
40-54 43% 25% 18% 9%
55 + 37% 27% 18% 10%
15- 34% 30% 17% 10%
16-19 38% 27% 19% 10%
20+ 44% 21% 20% 10%
Still studying 35% 25% 23% 11%
Self-employed 41% 22% 21% 9%
Managers 47% 20% 20% 10%
Other white collars 44% 23% 21% 8%
Manual workers 39% 27% 19% 9%
House persons 37% 31% 16% 11%
Unemployed 35% 31% 17% 10%
Retired 36% 28% 17% 10%
Students 35% 25% 23% 11%
QA15 Which of the following measures do you think n eeds to be a priority in a European strategy to eli minate violence against women?
Age
Education (End of)
Respondent occupation scale
Sex
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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CONCLUSÃO
Várias observações e conclusões podem ser extraídas desta sondagem:
- Em primeiro lugar, a maioria dos Europeus concorda que as
mulheres enfrentam obstáculos significativos quando aspiram a
cargos de responsabilidade. Isso é verdade não apenas em grandes
empresas e nos escalões mais elevados da administração pública, mas
também nas PME, nas organizações comunitárias e nos partidos políticos. A
opinião pública está igualmente ciente de que algumas mulheres enfrentam
situações de precariedade, que podem ser explicadas por diversos factores,
alguns ligados ao próprio trabalho; porém, outros também relacionados com
as circunstâncias familiares (interrupções de carreira, aumento do número
de famílias monoparentais, etc.).
Para combater as dificuldades e as desigualdades encontradas pelas
mulheres na União Europeia, os Europeus como um todo tendem a
preferir os incentivos às medidas coercivas, especialmente com vista a
melhorar a representação das mulheres na vida política e a ajudá-las no
acesso a posições de responsabilidade na vida profissional (mediante a
redução das disparidades salariais, permitindo-lhes conciliar melhor as vidas
privada e profissional, etc.).
As opiniões de homens e mulheres são muito semelhantes, tanto no
que se refere às causas como às soluções destinadas a contrariar a
discriminação de género no trabalho e no mundo da política. No
entanto, embora não existam divisões ditadas pelo género, registam-se
diferenças entre classes sociais.
- Em segundo lugar, a maioria dos Europeus concorda que a licença
de maternidade tem um efeito negativo na carreira das mulheres.
Contudo, quase oito em cada dez concordam que seria positivo alargar a
licença maternidade a 20 semanas com remuneração integral em todos os
Estados-Membros da UE. A licença de paternidade também granjeia o
apoio de mais de dois terços dos homens nos países onde ainda não existe.
Uma percentagem semelhante de mulheres nesses países também
encorajaria os respectivos parceiros a fazerem uso de uma licença de
paternidade, caso essa oportunidade existisse.
Os resultados relativos à questão da licença parental variam
consideravelmente entre os vários países. É possível que essa situação se
fique a dever às diferentes legislações existentes nos vários Estados-
EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES
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Membros, mas pode também ser justificada pelo facto de os inquiridos não
estarem seguros da situação jurídica no respectivo país.
- Por último, regista-se um consenso a nível da UE no que respeita ao
combate à violência contra as mulheres: praticamente nove em cada
dez inquiridos são favoráveis à extensão das ordens judiciais de
afastamento emitidas num Estado-Membro aos restantes 26 Estados-
Membros.
A fim de combater este tipo de violência, os inquiridos defendem a partilha
de boas práticas por parte das autoridades policiais dos vários Estados-
Membros, existindo igualmente um forte apoio à criação de um número de
telefone gratuito a nível europeu para as mulheres em risco.