eurobarÓmetro especial eb especial mulheres · têm constantemente colocado o princípio da...

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EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES - 1 - Índice INTRODUÇÃO................................................................................................ 3 1. AS MULHERES EM CARGOS DE DECISÃO......................................... 7 1.1 Obstáculos que as mulheres enfrentam no acesso a posições de responsabilidade ............................................................................... 7 1.1.1: Os obstáculos no seio das grandes empresas [QA9.3] ........................... 8 1.1.2: Obstáculos ao nível dos escalões mais elevados da administração pública [QA9.2] .................................................................................................. 12 1.1.3: Obstáculos no seio dos partidos políticos [QA9.1] ............................... 15 1.1.4: Obstáculos no seio das PME [QA9.4] ................................................. 18 1.1.5: Obstáculos no seio das organizações comunitárias nos meios associativos [QA9.5] .................................................................................................. 21 1.2 Medidas para assegurar o acesso das mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões mais elevados da administração pública [QA10] ........................................................... 25 1.3 Razões subjacentes à sub-representação das mulheres na vida política [QA11] .......................................................................................... 30 1.4 Soluções para assegurar uma melhor representação das mulheres na política [QA12] ............................................................................... 37 1.5 Razões subjacentes à não participação nos actos eleitorais [QA13] ....... 43 2. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES ...................... 53 2.1 Razões subjacentes à situação de precariedade em que se encontram as mulheres na União Europeia [QA8] .................................................... 53 2.2 Soluções para reduzir as disparidades salariais [QA1] .......................... 60 2.3 Soluções para garantir uma melhor conciliação entre as vidas privada e profissional [QA7] ........................................................................... 66 3. AS LICENÇAS DE MATERNIDADE E PATERNIDADE ........................ 71 3.1 O impacto negativo da licença de maternidade na carreira das mulheres [QA2] ............................................................................................ 71 3.2 A proposta de instituir uma licença de maternidade de 20 semanas integralmente remunerada na totalidade dos Estados-Membros [QA3]... 76 3.3 A solução preferida pelos Europeus em matéria de licença de maternidade [QA4] ............................................................................................ 80 3.4 A solução preferida pelos Europeus relativamente à licença de paternidade [QA5 e QA6]................................................................................... 86 4. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES .............................................. 94 4.1 Ordens judiciais de afastamento alargadas a todos os 27 Estados-Membros [QA14] .......................................................................................... 94

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EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 1 -

Índice

INTRODUÇÃO................................................................................................3

1. AS MULHERES EM CARGOS DE DECISÃO.........................................7

1.1 Obstáculos que as mulheres enfrentam no acesso a posições de responsabilidade ............................................................................... 7

1.1.1: Os obstáculos no seio das grandes empresas [QA9.3] ........................... 8 1.1.2: Obstáculos ao nível dos escalões mais elevados da administração pública [QA9.2] .................................................................................................. 12 1.1.3: Obstáculos no seio dos partidos políticos [QA9.1] ............................... 15 1.1.4: Obstáculos no seio das PME [QA9.4] ................................................. 18 1.1.5: Obstáculos no seio das organizações comunitárias nos meios associativos [QA9.5] .................................................................................................. 21

1.2 Medidas para assegurar o acesso das mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões mais elevados da administração pública [QA10]........................................................... 25

1.3 Razões subjacentes à sub-representação das mulheres na vida política [QA11] .......................................................................................... 30

1.4 Soluções para assegurar uma melhor representação das mulheres na política [QA12] ............................................................................... 37

1.5 Razões subjacentes à não participação nos actos eleitorais [QA13] ....... 43

2. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES ......................53

2.1 Razões subjacentes à situação de precariedade em que se encontram as mulheres na União Europeia [QA8].................................................... 53

2.2 Soluções para reduzir as disparidades salariais [QA1].......................... 60

2.3 Soluções para garantir uma melhor conciliação entre as vidas privada e profissional [QA7] ........................................................................... 66

3. AS LICENÇAS DE MATERNIDADE E PATERNIDADE........................71

3.1 O impacto negativo da licença de maternidade na carreira das mulheres [QA2] ............................................................................................ 71

3.2 A proposta de instituir uma licença de maternidade de 20 semanas integralmente remunerada na totalidade dos Estados-Membros [QA3]... 76

3.3 A solução preferida pelos Europeus em matéria de licença de maternidade [QA4] ............................................................................................ 80

3.4 A solução preferida pelos Europeus relativamente à licença de paternidade [QA5 e QA6]................................................................................... 86

4. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES..............................................94

4.1 Ordens judiciais de afastamento alargadas a todos os 27 Estados-Membros [QA14] .......................................................................................... 94

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 2 -

4.2 Soluções para erradicar a violência contra as mulheres [QA15]............. 96

CONCLUSÃO..............................................................................................101

ANEXOS

Nota técnica

Questionário

Quadros

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 3 -

INTRODUÇÃO

Desde a criação da Comunidade Económica Europeia que os vários Tratados europeus

têm constantemente colocado o princípio da igualdade entre mulheres e homens no

centro dos objectivos e prioridades da União Europeia.1 Assim, já em 1957, o Tratado

de Roma garantia às mulheres o princípio do salário igual para trabalho igual.

Posteriormente, em 1997, o Tratado de Amesterdão, fazendo do princípio da igualdade

entre homens e mulheres um objectivo e um princípio comunitário fundamental,

consagrou o combate contra todas as formas de discriminação, bem como a promoção

da igualdade de oportunidades e de tratamento em matéria de emprego e trabalho.

Finalmente, a partir de 2009, o Tratado de Lisboa reforça o princípio da igualdade de

género, incluindo-o entre os valores e objectivos da União Europeia.

No entanto, apesar de, em 2008, praticamente 60% dos diplomas universitários na UE

terem sido obtidos por mulheres, estas representam, actualmente, apenas 45% das

pessoas no mercado de trabalho e auferem, em média, 17% menos do que os

homens. As mulheres que vivem em condições de precariedade representam

igualmente 17%. Além disso, entre 12% e 15% das mulheres são diariamente vítimas

de violência doméstica.

Foi neste contexto, e por ocasião do Centenário do Dia Internacional da Mulher

(celebrado em 8 de Março de 2011), que o Parlamento Europeu encomendou à TNS

Opinion & Social um inquérito Eurobarómetro nos 27 Estados-Membros da União

Europeia com o objectivo de perceber os pontos de vista do conjunto dos Europeus

sobre as diversas formas de combater a discriminação de género na União Europeia.

O presente relatório divide-se em quatro partes principais, com a seguinte estrutura:

- Em primeiro lugar, analisa os obstáculos enfrentados pelas mulheres quando

aspiram a cargos de responsabilidade, quer no local de trabalho, quer na vida

política, quer ainda nas organizações comunitárias dos meios associativos. Para

esse fim, estuda o papel que as mulheres desempenham nos cargos de decisão.

- Detém-se, em seguida, nas razões que podem explicar a situação de

precariedade que as mulheres enfrentam e os tipos de desigualdade a que, por

vezes, estão sujeitas no local de trabalho.

- Tenta, então, compreender as vivências e expectativas das mulheres e homens

europeus no que respeita às licenças de maternidade e paternidade.

1 http://www.europarl.europa.eu/parliament/expert/displayFtu.do?language=EN&ftuId=FTU_4.9.7.html&id=73

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 4 -

- Analisa, por último, as possíveis formas de combater a violência contra as

mulheres.

A presente sondagem Eurobarómetro foi encomendada pela Direcção-Geral da

Comunicação do Parlamento Europeu. Foi realizada pela TNS Opinion & Social entre 9

de Fevereiro e 6 de Março de 2011 – ou seja, poucos dias antes do Dia Internacional

da Mulher, de 8 de Março. Foram inquiridos frente-a-frente 26.724 europeus com

idade igual ou superior a 15 anos pelos entrevistadores da TNS Opinion & Social

Network (as perguntas foram feitas pelos entrevistadores no domicílio do

entrevistado). A metodologia utilizada é a das sondagens normalizadas do

Eurobarómetro da Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu (Unidade de

Acompanhamento da Opinião Pública). Encontra-se anexada ao presente relatório uma

nota técnica relativa às entrevistas conduzidas pelos institutos da rede da TNS Opinion

& Social. A referida nota especifica a metodologia utilizada nestas entrevistas, bem

como os intervalos de confiança.

A sondagem abrange os 27 Estados-Membros e faz parte da vaga EB 75.1. É composta

por perguntas novas.

A análise geral e a análise sociodemográfica são baseadas nos resultados da UE27, isto

é, na média dos resultados dos 27 Estados-Membros. Esta média é ponderada de

molde a reflectir a população real de cada Estado-Membro. Acrescentamos igualmente

um breve comentário sobre a variação das respostas de acordo com determinadas

características sociodemográficas dos inquiridos (género, idade, etc.), bem como com

outros indicadores, tais como a sua atitude para com a União Europeia e as suas

orientações políticas.

O Website das sondagens Eurobarómetro do Parlamento Europeu pode ser consultado

em:

http://www.europarl.europa.eu/parliament/expert/staticDisplay.do?language=EN&id=40

Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer aos inquiridos de toda a

União que se disponibilizaram para participar na presente sondagem.

Sem a sua participação activa, a sondagem não teria sido possível.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 5 -

SÍNTESE

Os resultados da presente sondagem permitem perceber melhor a opinião dos

Europeus quanto aos tipos de discriminação de que as mulheres podem ser alvo na

União Europeia:

- A maioria dos Europeus considera que as mulheres enfrentam

obstáculos significativos no acesso a posições de responsabilidade, em

grandes empresas (76%), nos escalões mais elevados da administração pública

(70%), nos partidos políticos (69%), nas PME (59%) ou nas organizações

comunitárias dos meios associativos (49%).

- No entanto, os Europeus tendem a favorecer mais as medidas de

incentivo do que as medidas coercivas para garantir o acesso das

mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões

mais elevados da administração pública.

o Assim, quatro em cada dez inquiridos (44%) preferem que as empresas

e a administração pública sejam encorajadas a tomar medidas para

promover a igualdade entre mulheres e homens.

- Os Europeus atribuem a sub-representação das mulheres na vida

política a diversas causas:

o Em primeiro lugar (35%), ao facto de a vida política ser dominada por

homens que não valorizam suficientemente as competências das

mulheres.

o Em segundo lugar (21%), à existência de estereótipos persistentes.

- Para os Europeus, poderia ser alcançada uma melhor representação das

mulheres na vida política através da formação, mas igualmente de

medidas mais proactivas, como a imposição de quotas:

o A introdução de medidas de formação e de apoio com vista a encorajar

as mulheres a participarem na vida política é a solução mais citada

(30%).

o Um quarto dos inquiridos (25%) opta pela paridade nas listas eleitorais

elaboradas pelos partidos políticos para cada eleição.

o Menos de um em cada cinco inquiridos (19%) preconiza a imposição de

quotas por via legislativa aquando das eleições.

- Os três principais motivos mencionados para explicar a falta de

participação nas eleições europeias são: a falta de confiança dos Europeus

nos seus representantes políticos, o facto de se sentirem mal informados sobre

as questões europeias e o sentimento de que o seu voto nada mudaria.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 6 -

- Segundo os Europeus, a situação de precariedade que afecta as

mulheres pode ser explicada por vários factores, principalmente: pela

precariedade do próprio trabalho; pelo aumento do número de famílias

monoparentais; e pelas interrupções de carreira ou o trabalho a tempo parcial

devido a obrigações familiares.

- A forma mais eficaz de reduzir as disparidades salariais seria a promoção

de um maior equilíbrio de género em todo o tipo de carreiras profissionais

(29%).

- A forma mais eficaz de conciliar as vidas privada e profissional seria

facilitar o acolhimento de crianças fora do lar (37%).

- Praticamente seis em cada dez Europeus (58%) concordam que a

licença de maternidade tem um efeito negativo na carreira das

mulheres. No entanto, 78% acreditam que seria positivo estender a licença de

maternidade a 20 semanas, integralmente remunerada, a toda a UE.

- Mais de dois terços (71%) dos inquiridos nos países onde não existe

licença de paternidade requereriam o gozo dessa licença caso

pretendessem ter filhos e esse direito estivesse previsto no seu país.

- Em matéria de violência contra as mulheres, quase nove em cada dez

inquiridos (89%) afirmam que as ordens judiciais de afastamento emitidas num

Estado-Membro devem ser válidas em todos os 27 Estados-Membros.

- A fim de erradicar a violência contra as mulheres, os Europeus

defendem as seguintes medidas:

o Um melhor intercâmbio de boas práticas entre as autoridades

policiais dos diferentes Estados-Membros no apoio às vítimas (39%).

o Um número de telefone gratuito a nível europeu para as mulheres

que procuram ajuda e aconselhamento (26%).

o Campanhas de informação europeias com vista a sensibilizar a

opinião pública para esta questão (19%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 7 -

1. AS MULHERES EM CARGOS DE DECISÃO

1.1 Obstáculos que as mulheres enfrentam no acesso a posições de responsabilidade

- A maioria dos europeus considera que as mulheres enfrentam

obstáculos ao longo da sua carreira -

Embora, em 2008, quase 60% dos diplomas universitários na União Europeia tenham

sido obtidos por mulheres, estas continuam a ser uma minoria em posições de

responsabilidade, na maioria dos domínios do mundo do trabalho.

Nos cinco sectores analisados, a maioria dos Europeus considera que, em situação de

igualdade de qualificações e competências, as mulheres enfrentam obstáculos

significativos no acesso a posições de responsabilidade. Os obstáculos parecem ser

maiores nas grandes empresas (76%), nos escalões superiores da administração

pública (70%) e nos partidos políticos (69%). Um número consideravelmente inferior

de inquiridos considera que as mulheres se deparam com obstáculos significativos no

acesso a posições de responsabilidade nas PME (59%) e nas organizações comunitárias

(49%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 8 -

1.1.1: Os obstáculos no seio das grandes empresas [QA9.3]

Os Europeus acreditam que é nas grandes empresas que as mulheres mais tendem a

enfrentar obstáculos significativos no que respeita à sua progressão na carreira. Mais

de três em cada quatro inquiridos (76%) partilham desta opinião e pouco

mais de três em cada dez afirmam que esses obstáculos são "muito

significativos" (31%). A maioria absoluta dos inquiridos comunga dessa opinião em

26 dos 27 Estados-Membros.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 9 -

Variações entre Estados-Membros

Uma primeira análise por grupos de países revela diferenças entre os

Estados-Membros pré-20042 e os Estados-Membros pós-2004/073: verifica-se

uma diferença significativa de 12 pontos percentuais entre os inquiridos do primeiro

grupo (78%) e os do segundo grupo (66%) de países. Os inquiridos nos países pré-

2004 parecem muito mais convictos de que as mulheres enfrentam obstáculos

significativos no acesso a posições de responsabilidade em grandes empresas.

Além disso, regista-se uma diferença de nove pontos percentuais entre os inquiridos

da área do euro e de fora da área do euro: 79% dos primeiros consideram

"significativos" os obstáculos contra 70% dos últimos. As diferenças por país são

bastante substanciais, com um diferencial de 40 pontos percentuais entre os Estados-

Membros no que respeita ao sub-total "significativos".

- Os inquiridos na Suécia (87%), Alemanha (83%), França (81%) e Áustria

(80%) são os que mais tendem a descrever os obstáculos como

"significativos”.

- A Letónia, o único país onde as opiniões se dividem de forma uniforme, é o

país onde o menor número de inquiridos descreve esses obstáculos como

"significativos": 47% consideram que as mulheres enfrentam obstáculos

"significativos", enquanto 47% têm opinião contrária. Os inquiridos na

Roménia e Lituânia (53% cada) e na Estónia (54%) também se contam

entre os que menos tendem a considerar estes obstáculos significativos.

Análise sociodemográfica

- As mulheres são mais propensas que os homens a considerar que

enfrentam obstáculos significativos nas suas carreiras em grandes empresas

(78% em comparação com 72% dos homens).

- Os inquiridos com idades entre os 40 e os 54 anos estão também mais

inclinados a concordar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos

(78% em comparação com 72% dos indivíduos com idades entre os 15 e os

24 anos).

- Em geral, as categorias profissionais mais favorecidas parecem ser

as que mais tendem a partilhar desta opinião:

2 Os seguintes países eram membros da UE antes de Maio de 2004: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido. No presente estudo serão referidos como países pré-2004. 3 Os países que aderiram à UE em Maio de 2004 ou Janeiro de 2007 são a Bulgária, República Checa, a Estónia, a República de Chipre, a Lituânia, a Letónia, a Hungria, Malta, a Polónia, a Roménia, a Eslovénia e a Eslováquia. No presente estudo serão referidos como países pós-2004/2007.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 10 -

o A idade de conclusão dos estudos dos inquiridos é

determinante: 79% daqueles que estudaram para além dos 19 anos

de idade são daquela opinião, em comparação com 72% dos que

deixaram a escola com idade igual ou inferior aos 15 anos.

o Os gestores (81%) e as pessoas domésticas (78%) tendem

igualmente, mais do que os desempregados (72%) e os operários

(75%), a partilhar desta opinião.

- Esta visão é também mais difundida entre os inquiridos que se

posicionam à esquerda do espectro político (80%, em comparação com

76% das pessoas que se dizem de centro ou de direita).

- Por fim, 79% dos inquiridos que consideram que a licença de

maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres

afirmam ser difícil para as mulheres o acesso a cargos de responsabilidade

em grandes empresas (em comparação com 71% dos que pensam que a

licença de maternidade não tem negativo impacto).

Apesar destas diferenças, o sentimento de que as mulheres enfrentam

obstáculos significativos no acesso a posições de responsabilidade em grandes

empresas é amplamente maioritário entre todas as categorias de inquiridos.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 11 -

Total 'Significant'Total 'Not

significant'DK

EU27 76% 19% 5%

Male 72% 23% 5%

Female 78% 16% 6%

15-24 72% 21% 7%

25-39 75% 21% 4%

40-54 78% 18% 4%

55 + 75% 18% 7%

15- 72% 20% 8%

16-19 76% 19% 5%

20+ 79% 18% 3%

Still studying 72% 22% 6%

Self-employed 76% 20% 4%

Managers 81% 17% 2%

Other white collars 76% 21% 3%

Manual workers 75% 20% 5%

House persons 78% 15% 7%

Unemployed 72% 22% 6%

Retired 74% 18% 8%

Students 72% 22% 6%

(1-4) Left 80% 17% 3%

(5-6) Centre 76% 19% 5%

(7-10) Right 76% 20% 4%

Agree 79% 17% 4%

Disagree 71% 23% 6%

Maternity leave has a negative impact

Respondent occupation scale

Left-Right scale

QA9.3 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained by women.However, they are still in the minority in responsible posit ions in most areas of the worldof work. Given equal qualifications and skills, do you think that the obstacles facingwomen in reaching positions of responsibility are very sign ificant, fairly significant, notvery significant or not at all significant in each of the following areas?

Big companies

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 12 -

1.1.2: Obstáculos ao nível dos escalões mais elevados da administração pública

[QA9.2]

Sete em cada dez inquiridos consideram que as mulheres também enfrentam

obstáculos significativos no acesso aos escalões mais elevados da administração

pública. Uma minoria de inquiridos chega mesmo a considerar que estes obstáculos

são "muito significativos" (23%). Menos de um quarto dos inquiridos (24%) têm

opinião contrária e 6% não se pronunciam.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 13 -

Variações entre Estados-Membros

A maioria absoluta dos inquiridos na maioria dos Estados-Membros (25 dos 27)

consideram que as mulheres enfrentam obstáculos significativos nas respectivas

carreiras quando aspiram a posições de responsabilidade. Registam-se algumas

diferenças na veemência desta opinião, com um diferencial de 35 pontos percentuais

entre os países no que se refere ao sub-total “significativos”.

- Os inquiridos na Grécia (81%), Áustria (78%), Chipre (76%), Bélgica e

Itália (75% cada) são os mais enfáticos.

- Os inquiridos na Estónia (50% contra 41% que têm opinião contrária) e na

Lituânia mostram-se muito mais divididos (48% contra 42%).

- Só na Letónia é que uma minoria relativa de inquiridos comunga desta

opinião (46% em comparação com 48% que não consideram aqueles

obstáculos significativos).

Análise sociodemográfica

A análise sociodemográfica dos resultados revela algumas diferenças entre as

categorias de inquiridos:

- As mulheres tendem, mais do que os homens (73% contra 66%), a

acreditar que enfrentam obstáculos significativos no acesso a cargos de

responsabilidade nos escalões mais elevados da administração pública.

- Esta é também a opinião de 75% das pessoas domésticas (em

comparação com 68% dos gestores e dos reformados).

- Por fim, 73% dos inquiridos que consideram que a licença de

maternidade tem um impacto negativo nas carreiras das mulheres

afirma igualmente que estas enfrentam obstáculos significativos nos

escalões mais elevados da administração pública (em comparação com 66%

dos que pensam que a licença de maternidade não tem impacto negativo).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 14 -

Total 'Significant'Total 'Not

significant'DK

EU27 70% 24% 6%

Male 66% 28% 6%

Female 73% 20% 7%

Self-employed 73% 23% 4%

Managers 68% 29% 3%

Other white collars 70% 26% 4%

Manual workers 71% 24% 5%

House persons 75% 18% 7%

Unemployed 69% 24% 7%

Retired 68% 24% 8%

Students 66% 24% 10%

(1-4) Left 72% 24% 4%

(5-6) Centre 71% 24% 5%

(7-10) Right 68% 27% 5%

Agree 73% 22% 5%

Disagree 66% 28% 6%

Maternity leave has a negative impact

Respondent occupation scale

Left-Right scale

QA9.2 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?

Senior levels of public administration

Sex

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 15 -

1.1.3: Obstáculos no seio dos partidos políticos [QA9.1]

Mais de dois terços dos inquiridos (69%) refere que esses obstáculos são

significativos no seio dos partidos políticos. Entre eles, 23% descrevem esses

obstáculos como "muito significativos", enquanto um quarto (25%) é da opinião

contrária e 6% não manifestam opinião.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 16 -

Variações entre Estados-Membros

Existe um consenso generalizado quanto a esta questão. A maioria absoluta

dos inquiridos em 24 dos 27 Estados-Membros concorda que, em geral, as

mulheres enfrentam obstáculos significativos no acesso a cargos de

responsabilidade. No entanto, regista-se uma diferença de 38 pontos percentuais

entre os países onde a convicção da existência dessas dificuldades é maior e aqueles

onde é menor.

- Este sentimento é partilhado por, pelo menos, três quartos dos inquiridos

em Chipre (82%), na Bélgica e na Suécia (76% cada), bem como em França

e na Grécia (75% em ambos os casos).

- Em contrapartida, na Letónia e na Lituânia existe uma minoria relativa que

afirma que esses obstáculos não são significativos (50% e 47%

respectivamente são dessa opinião). As opiniões dividem-se no terceiro

Estado Báltico, a Estónia, onde 41% dos inquiridos consideram que os

obstáculos não são significativos, contra 48% que, ao contrário, os

consideram significativos.

Análise sociodemográfica

- Algo logicamente, mais do que os homens, as mulheres tendem a

considerar que os obstáculos que enfrentam no seio dos partidos políticos

são significativos (72% das mulheres contra 65% dos homens).

- Essa é também a opinião de 73% das pessoas domésticas (a maioria das

quais são mulheres) e 71% dos trabalhadores por conta de outrem e dos

trabalhadores por conta própria, mas de 65% dos gestores.

- Por último, regista-se uma diferença de seis pontos percentuais nas

respostas "obstáculos significativos" entre os inquiridos que consideram

que a licença de maternidade tem um efeito negativo na carreira das

mulheres (72%) e os que consideram não ser esse o caso (66%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 17 -

Total 'Significant'Total 'Not

significant'Don't know

EU27 69% 25% 6%

Male 65% 29% 6%

Female 72% 22% 6%

Self- employed 71% 25% 4%

Managers 65% 32% 3%

Other white collars 71% 25% 4%

Manual workers 70% 25% 5%

House persons 73% 18% 9%

Unemployed 69% 24% 7%

Retired 68% 24% 8%

Students 65% 26% 9%

(1-4) Left 71% 25% 4%

(5-6) Centre 70% 25% 5%

(7-10) Right 67% 28% 5%

Low (1-4) 68% 24% 8%

Medium (5-6) 71% 24% 5%

High (7-10) 68% 28% 4%

Agree 72% 24% 4%

Disagree 66% 28% 6%

Self-positioning on the social scale

Maternity leave has a negative impact

QA9.1 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained by women.However, they are still in the minority in responsible posit ions in most areas of the world ofwork. Given equal qualifications and skills, do you think th at the obstacles facing women inreaching positions of responsibility are very significant , fairly significant, not very significantor not at all significant in each of the following areas?

Political parties

Gender

Respondent occupation scale

Left-Right scale

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 18 -

1.1.4: Obstáculos no seio das PME [QA9.4]

Para os Europeus, o sector das PME parece ser um pouco mais propício para as

mulheres que desejam fazer carreira. No entanto, a maioria absoluta dos

inquiridos (59%) continua a acreditar ser difícil para uma mulher aceder a

uma posição de responsabilidade, sendo 17% os que afirmam que os

obstáculos são "muito significativos". Em contrapartida, 33% têm opinião

contrária e 8% não se pronunciam. A maioria dos inquiridos em 22 dos 27 Estados-

Membros considera que as mulheres enfrentam obstáculos significativos.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 19 -

Variações entre Estados-Membros

À semelhança do que acontece relativamente às grandes empresas, as

opiniões sobre a carreira das mulheres nas PME também diferem entre os

países pré-2004 e pós-2004/07. Assim, 60% dos inquiridos nos países pré-2004

consideram que as mulheres enfrentam dificuldades significativas nestas empresas,

contra apenas 51% nos países pós-2004/07.

De igual modo, existe uma diferença de nove pontos percentuais entre os inquiridos da

área do euro (62%) e os inquiridos de fora da área euro (53%). As diferenças entre

países são bastante marcadas, com um diferencial de 37 pontos percentuais no que

respeita ao sub-total "significativo".

- Os inquiridos na Eslováquia (69%), Itália e República Checa (68% cada),

bem como na Bélgica e na Áustria (67% cada), são os que mais tendem a

considerar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos na sua

carreira no seio das PME.

- Os inquiridos nos Países Bálticos, na Lituânia (32%), na Letónia e na Estónia

(33% cada) são os que menos tendem a concordar que as mulheres

enfrentam obstáculos significativos. Esse sentimento é igualmente

minoritário na Eslovénia (39%) e na Bulgária (43%), enquanto na Hungria

os inquiridos se mostram divididos: 47% afirmam que existem obstáculos

significativos, enquanto 46% têm opinião contrária.

Análise sociodemográfica

- Tal como no caso dos partidos políticos, e no que respeita aos escalões mais

elevados da administração pública e das grandes empresas, as mulheres

tendem, mais do que os homens, a considerar que enfrentam

obstáculos nas respectivas carreiras no seio das PME. Regista-se, a

este respeito, uma diferença de cinco pontos percentuais entre ambos os

sexos: 61% das mulheres referem obstáculos "significativos", contra 56%

dos homens.

- A visão de que as mulheres enfrentam obstáculos significativos está mais

difundida entre os inquiridos da faixa etária dos 40 aos 54 anos (62%,

contra 53% dos que têm idades entre os 15 e os 24 anos).

- Essa opinião é também mais amplamente sustentada por pessoas

domésticas (64%) e pelos gestores (63%) do que por desempregados

(56%), trabalhadores manuais e reformados (58% cada).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 20 -

- A este respeito, regista-se uma diferença de nove pontos percentuais entre

os inquiridos que consideram que a licença de maternidade tem um impacto

negativo nas carreiras das mulheres (63%) e os que defendem opinião

contrária (54%).

Total 'Significant'Total 'Not

significant'DK

EU27 59% 33% 8%

Male 56% 36% 8%

Female 61% 30% 9%

15-24 53% 36% 11%

25-39 58% 35% 7%

40-54 62% 31% 7%

55 + 60% 30% 10%

Self-employed 60% 35% 5%

Managers 63% 33% 4%

Other white collars 60% 34% 6%

Manual workers 58% 34% 8%

House persons 64% 25% 11%

Unemployed 56% 35% 9%

Retired 58% 31% 11%

Students 51% 39% 10%

Agree 63% 30% 7%

Disagree 54% 37% 9%

Maternity leave has a negative impact

Respondent occupation scale

QA9.4 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?

SMEs

Sex

Age

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 21 -

1.1.5: Obstáculos no seio das organizações comunitárias nos meios associativos

[QA9.5]

É nas organizações comunitárias que os Europeus consideram que as mulheres

enfrentam "menos" obstáculos nas respectivas carreiras.

Assim, pouco menos de metade dos inquiridos (49%) consideram que as

mulheres enfrentam dificuldades na carreira (dos quais 14% referiram

obstáculos muito significativos), contra 42% que têm opinião contrária.

Praticamente um em cada dez inquiridos (9%) não manifesta opinião.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 22 -

Variações entre Estados-Membros

Existem variações consideráveis na União Europeia. Em 13 dos Estados-Membros, a

maioria dos inquiridos considera que as mulheres enfrentam obstáculos significativos

nas respectivas carreiras no seio das organizações comunitárias, sendo o ponto de

vista oposto predominante nos 14 outros Estados-Membros. Foi a este respeito que

surgiram as maiores diferenças entre Estados-Membros, com um diferencial de 46

pontos percentuais entre os países mais e menos convictos da importância daqueles

obstáculos.

- Os inquiridos em Chipre (69%), Espanha, Itália e Reino Unido (61% nos

três casos) são os que mais tendem a pensar que as mulheres enfrentam

tais obstáculos nas suas carreiras.

- No entanto, os inquiridos na Estónia (23%), na Lituânia (25%) e na Letónia

(28%) são os que menos consideram que essas dificuldades existem no seio

de organizações comunitárias.

Análise sociodemográfica

- Mais uma vez, as mulheres são ligeiramente mais propensas que os

homens a considerar que enfrentam obstáculos significativos nas

suas carreiras no seio das organizações comunitárias (51% contra 47% dos

homens).

- Esse é também o sentimento de 51% dos inquiridos com idades entre os

40 e os 54 anos (contra 47% daqueles entre os 25 e os 39 anos).

- As categorias menos favorecidas são as que mais tendem a

considerar que as mulheres enfrentam obstáculos significativos:

o Existe um diferencial significativo de 10 pontos percentuais entre os

que deixaram os estudos até aos 15 anos e os inquiridos com

maiores qualificações: 53% dos primeiros consideram que as

mulheres enfrentam obstáculos no acesso a cargos de

responsabilidade no seio das organizações comunitárias, em

comparação com 43% dos últimos.

o De igual modo, as pessoas domésticas (56%) e os

desempregados (52%) entendem que as mulheres enfrentam

obstáculos nas suas carreiras no seio das organizações comunitárias,

em comparação com 44% dos gestores.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 23 -

o Essa é também a opinião de 50% dos inquiridos que se posicionam

no topo da escala social, em comparação com 46% daqueles que se

posicionam na base dessa escala.

- Por fim, observa-se que 52% dos inquiridos que consideram que a

licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das

mulheres entendem que, em geral, as mulheres enfrentam dificuldades

significativas no seio das organizações comunitárias, em comparação com

45% das pessoas que não consideram que licença de maternidade tem um

impacto negativo.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 24 -

Total 'Significant'Total 'Not

significant'DK

EU27 49% 42% 9%

Male 47% 45% 8%

Female 51% 39% 10%

15-24 49% 42% 9%

25-39 47% 46% 7%

40-54 51% 42% 7%

55 + 49% 40% 11%

15- 53% 34% 13%

16-19 52% 40% 8%

20+ 43% 51% 6%

Still studying 47% 44% 9%

Self-employed 50% 43% 7%

Managers 44% 52% 4%

Other white collars 49% 44% 7%

Manual workers 50% 42% 8%

House persons 56% 31% 13%

Unemployed 52% 39% 9%

Retired 47% 41% 12%

Students 47% 44% 9%

Low (1-4) 46% 42% 12%

Medium (5-6) 50% 42% 8%

High (7-10) 50% 43% 7%

Agree 52% 41% 7%

Disagree 45% 45% 10%

Self-positioning on the social staircase

Maternity leave has a negative impact

Respondent occupation scale

QA9.5 In 2008, almost 60% of the university degrees in the EU w ere obtained bywomen. However, they are still in the minority in responsibl e positions in mostareas of the world of work. Given equal qualifications and sk ills, do you think thatthe obstacles facing women in reaching positions of respons ibility are verysignificant, fairly significant, not very significant or n ot at all significant in each ofthe following areas?

Community organisations

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 25 -

1.2 Medidas para assegurar o acesso das mulheres a posições de responsabilidade nas empresas e nos escalões mais elevados da administração pública [QA10]

- Os Europeus são mais favoráveis a medidas de incentivo do que de coerção -

Como vimos, a maioria dos Europeus considera que as empresas e os escalões mais

elevados da administração pública não oferecem, actualmente, condições que

permitam às mulheres o acesso a posições de responsabilidade. Por conseguinte, o que

está em causa, hoje, é promover medidas eficazes que permitam às mulheres

progredir nas respectivas carreiras. Para isso, foram apresentadas aos inquiridos três

propostas de medidas, pedindo-se que identificassem aquela que, no seu entender,

seria mais eficaz para a consecução daquele objectivo: duas das medidas assentavam

em incentivos, sendo a terceira de pendor coercivo.

Uma maioria relativa de quatro em cada dez inquiridos (44%) prefere

"incentivar as empresas e as administrações públicas a tomar medidas para promover

a igualdade entre mulheres e homens ("código de boas práticas") e lutar contra os

estereótipos".

A segunda medida mais popular, referida por 30% dos inquiridos, seria

"incentivar a formação e apoiar medidas destinadas a encorajar as mulheres a

assumirem mais responsabilidades nas empresas e nos escalões mais elevados da

administração pública".

A terceira medida, "a imposição legal de quotas nos conselhos de administração de

empresas e outros órgãos de decisão", é referida por um pouco menos de um em

cada cinco inquiridos (19%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 26 -

Variações entre Estados-Membros

Os resultados relativamente a esta pergunta são bastante homogéneos nos

27 Estados-Membros. No entanto, verifica-se uma diferença de sete pontos

percentuais entre os inquiridos da zona do euro e os restantes quanto à medida mais

coerciva: 21% dos primeiros apoiam a imposição de quotas nos conselhos de

administração e outros órgãos de decisão, contra 14% dos inquiridos de fora da área

do euro.

- A medida mais popular, o incentivo às empresas e administrações

públicas para que tomem medidas com vista a promover a igualdade

entre mulheres e homens (44%), é referida essencialmente em Espanha

(52%), Portugal (50%), Eslovénia (49%), e Hungria, Roménia, Reino Unido

e Itália (48%). No total, esta é a medida citada em primeiro lugar em 21

países. Os inquiridos que menos escolheram esta opção residem na

Alemanha, Estónia, Letónia e Lituânia (35% em todos os casos).

- A segunda medida, o incentivo à formação e o apoio a medidas

destinadas a encorajar as mulheres a assumirem mais

responsabilidades (30%), obtém apoio sobretudo na Letónia (46%),

Estónia (45%) e Finlândia (44%). É a medida mais frequentemente

mencionada em oito países, partilhando a primeira posição a par da questão

do incentivo às empresas e administrações públicas para que tomem

medidas que favoreçam a igualdade de género no Luxemburgo (40% para

ambas as medidas) e na Suécia (41%). Em contrapartida, a medida é citada

com menor frequência em Itália e Portugal (23% cada), na Roménia (26%),

na Polónia e em Espanha (28% cada).

- A terceira opção, a imposição de quotas por lei (19%), é referida

sobretudo pelos inquiridos na Alemanha (28%), Áustria (25%), Itália (23%)

e França (22%), sendo citada com muito menos frequência na Letónia

(9%), no Reino Unido e na Estónia (11% cada), bem como em Malta e na

Lituânia (12% cada).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 27 -

Encourage enterprises and public administrations to take measures to foster equality between women and men (“code of

good practice”) and to fight against stereotypes

Encourage training and support measures to encourage women to take more responsibilities in enterprises and

at high levels of public administration

Impose quotas by law for boards of directors in enterprise and other

decision-making bodies

EU27 44% 30% 19%

BE 45% 34% 17%

BG 41% 33% 19%

CZ 43% 36% 17%

DK 43% 40% 13%

DE 35% 30% 28%

EE 35% 45% 11%

IE 37% 39% 13%

EL 46% 31% 20%

ES 52% 28% 14%

FR 43% 30% 22%

IT 48% 23% 23%

CY 43% 36% 18%

LV 35% 46% 9%

LT 35% 39% 12%

LU 40% 40% 17%

HU 48% 31% 15%

MT 39% 40% 12%

NL 41% 34% 13%

AT 40% 29% 25%

PL 44% 28% 16%

PT 50% 23% 20%

RO 48% 26% 16%

SI 49% 29% 14%

SK 44% 35% 16%

FI 36% 44% 16%

SE 41% 41% 16%

UK 48% 34% 11%

QA10 Which of the following measures do you think w ould be most effective in ensuring women’s access t o positions of responsibility in enterprises and high levels of public administratio n?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 28 -

Análise sociodemográfica

- É interessante registar que, a este respeito, as opiniões de homens e

mulheres coincidem em grande medida.

- A variável da idade tem escassa influência nas respostas. A única

excepção regista-se entre os inquiridos com idade igual ou superior a 55

anos, que são menos numerosos do que os demais (41% em comparação

com 44% das pessoas com idades compreendidas entre os 15 e 24 anos e

46% das pessoas nas faixas etárias dos 25-39 e dos 40-54 anos) a

manifestar preferência pelo incentivo às empresas e administrações públicas

para que tomem medidas destinadas a promover a igualdade de género.

- A idade em que os inquiridos concluíram os estudos influencia as suas

opiniões no que respeita à opção de "incentivar as empresas e

administrações públicas a tomarem medidas com vista a promover a

igualdade entre mulheres e homens". Dos inquiridos com maiores

qualificações, 46% elege esta opção, em comparação com 41% dos que

abandonaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15 anos.

- A categoria profissional dos inquiridos é mais uma vez um factor pouco

determinante, embora seja interessante notar que os gestores são os que

mais tendem a referir o "incentivo às empresas e administrações para que

tomem medidas" (48% em comparação com 41% dos reformados e 44%

das pessoas domésticas), enquanto as pessoas domésticas tendem,

ligeiramente mais, a favorecer a imposição de quotas nos conselhos de

administração (20%, em comparação com 17% dos desempregados).

De um modo geral, as diferenças entre países são claramente mais

pronunciadas do que as diferentes entre categorias sociodemográficas.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 29 -

Encourage enterprises and public administrations to take measures to foster equality between women and men (“code of good practice”) and to fight against stereotypes

Encourage training and support measures to

encourage women to take more responsibilities in enterprises and at high

levels of public administration

Impose quotas by law for boards of directors in enterprise and other

decision-making bodies

EU27 44% 30% 19%

Male 44% 31% 18%

Female 44% 29% 20%

15-24 44% 31% 18%

25-39 46% 30% 18%

40-54 46% 29% 19%

55 + 41% 31% 19%

15- 41% 28% 20%

16-19 45% 30% 18%

20+ 46% 31% 18%

Still studying 44% 31% 19%

Self-employed 46% 29% 18%

Managers 48% 30% 18%

Other white collars 47% 29% 19%

Manual workers 45% 29% 20%

House persons 44% 29% 19%

Unemployed 45% 31% 17%

Retired 41% 32% 18%

Students 44% 31% 19%

(1-4) Left 46% 28% 21%

(5-6) Centre 44% 33% 18%

(7-10) Right 43% 34% 17%

Respondent occupation scale

Left-Right scale

QA10 Which of the following measures do you think would be mos t effective in ensuring women’s access topositions of responsibility in enterprises and high levels of public administration?

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 30 -

1.3 Razões subjacentes à sub-representação das mulheres na vida política [QA11]

- A não valorização das competências e a persistência de estereótipos

explicam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na participação política -

Os Europeus foram convidados a manifestar a sua opinião sobre as razões que levam à

uma sub-representação das mulheres na vida política. Antes de mais, foram

convidados a escolher, de entre uma lista de sete razões, aquela que lhes pareceria

mais importante. Em seguida, foram convidados a sugerir outras razões (várias, se

assim o entendessem), que no seu entender podem contribuir igualmente para esta

sub-representação.

A razão mais citada é o facto de o mundo político ser dominado por homens

que não valorizam suficientemente as competências das mulheres. Esta é

opinião de mais de um terço dos inquiridos (35%).

A segunda razão, citada por um em cada cinco inquiridos (21%), é a

existência de estereótipos persistentes.

A terceira razão mais citada (13%) é o facto de as mulheres nutrirem pouco interesse

por este tipo de carreira/não atribuírem prioridade a este tipo de carreira.

Seguem-se as outras quatro razões, que recolheram apenas 10% ou menos das

respostas:

- O facto de as medidas destinadas a promover a paridade entre mulheres e

homens na vida política serem ineficazes (10%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 31 -

- O facto de as mulheres estarem mais interessadas na vida pública ao nível

local do que nacional e europeu (6%).

- O facto de as mulheres serem com demasiada frequência colocadas em

lugares desfavoráveis nas listas eleitorais (6%).

- E, por último, o facto de os meios de comunicação social dedicarem menos

atenção às mulheres do que aos homens durante as campanhas eleitorais

(4%).

Ao ter em conta a totalidade das respostas (Pergunta QA11T), ou seja, as

respostas agregadas, a classificação muda ligeiramente relativamente aos

resultados da primeira resposta dada.

As primeira e segunda razões citadas permanecem as mesmas: O facto de "o

mundo político ser dominado por homens que não valorizam suficientemente as

competências das mulheres" é referido por 59% dos inquiridos e a "existência de

estereótipos persistentes" é escolhida por 40% dos inquiridos.

Contudo, desta feita a terceira razão mais citada é o facto de "as medidas destinadas a

promover a paridade entre mulheres e homens na vida política serem ineficazes"

(28%), enquanto o facto de "as mulheres nutrirem pouco interesse neste tipo de

carreira" (26%) passa agora para quarto lugar.

As respostas seguintes são referidas por menos de 25% dos inquiridos: "As mulheres

são com demasiada frequência colocadas em posições desfavoráveis nas listas

eleitorais" (22%); "as mulheres estão mais interessadas na vida pública a nível local

do que nacional e europeu" (20%); e "os meios de comunicação social dedicam menos

atenção às mulheres do que aos homens durante as campanhas eleitorais"(15%).

Variações entre Estados-Membros

Uma análise dos resultados por Estado-Membro revela algumas diferenças na

veemência das opiniões, mas confirma que, para a grande maioria dos inquiridos,

a principal razão subjacente à sub-representação das mulheres na vida

política é o facto de se tratar de "um mundo dominado por homens que não

valorizam suficientemente as competências das mulheres". Analisando as

razões mais citadas:

- Os inquiridos em Chipre (68%) são os que mais tendem a considerar que o

mundo político é dominado por homens que não valorizam

suficientemente as competências das mulheres (59%), seguidos

pelos inquiridos na Alemanha (67%), Áustria (66%), Itália (65%) e Grécia

(64%). Os inquiridos na Dinamarca (42%), Estónia e Malta (47% cada) são

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 32 -

os que menos tendem a referir esta razão. Esta resposta aparece em

primeiro lugar em 26 Estados-Membros (Espanha é a única excepção). No

que se refere à resposta dada em primeiro lugar, foi a primeira razão citada

nos 27 Estados Membros da União Europeia.

- A existência de estereótipos persistentes (40%) é referida com maior

frequência em Espanha (57%), onde é aliás também a primeira razão

citada, na Grécia (52%) e na Suécia (50%), mas muito menos citada em

Malta (21%) e na Estónia (26%).

- A ineficácia das medidas destinadas a promover a paridade entre

mulheres e homens na vida política (28%) é referida sobretudo na

Áustria (53%), Grécia (45%) e Irlanda (44%), e menos na Letónia (13%),

Luxemburgo (16%), Polónia e Lituânia (18% cada).

- A quarta razão, "as mulheres nutrem pouco interesse por este tipo de

carreira" (26%) é mais frequentemente mencionada na Letónia (41%),

Eslováquia (38%) e República Checa (37%). Os países onde é menos citada

são a Suécia (17%) e Espanha (18%).

- A análise das respostas mencionadas por menos de um quarto dos Europeus

mostra que os inquiridos em Chipre tendem mais do que a média europeia a

citar as seguintes razões: A opção “As mulheres são com demasiada

frequência colocadas em posições desfavoráveis nas listas

eleitorais" é escolhida por 37% dos inquiridos em Chipre, em comparação

com uma média europeia de 22%, e a opção "os meios de comunicação

social dedicam menos atenção às mulheres do que aos homens

durante as campanhas eleitorais" é referida por 30% em Chipre, em

comparação com 15% do total dos Europeus.

- Um em cada cinco Europeus afirma que a sub-representação pode ser

atribuída ao facto de "as mulheres nutrirem pouco interesse neste tipo

de carreira/não atribuírem prioridade a este tipo de carreira", sendo

esta razão dada com maior frequência na Letónia (41 %).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 33 -

The political world is dominated by men who do not

value the skills of women enough

The existence of persistent

stereotypes

The measures to encourage parity between women and

men in politics are ineffective

Women have little interest in this type of career/ do not give

priority to this type of career

Women are too often placed in disadvantageous positions on electoral lis ts

Women get more interested in local public

life than national and European public life

The media pay less attention to women than to

men during election campaigns

EU27 59% 40% 28% 26% 22% 20% 15%

BE 58% 27% 27% 33% 27% 28% 13%

BG 55% 39% 29% 29% 25% 18% 15%

CZ 54% 41% 26% 37% 25% 27% 18%

DK 42% 39% 24% 36% 13% 32% 10%

DE 67% 37% 28% 30% 19% 29% 17%

EE 47% 26% 18% 35% 22% 26% 15%

IE 59% 36% 44% 36% 12% 25% 19%

EL 64% 52% 45% 31% 24% 16% 16%

ES 55% 57% 28% 18% 24% 11% 19%

FR 59% 41% 23% 19% 34% 27% 15%

IT 65% 39% 41% 23% 23% 13% 14%

CY 68% 49% 29% 35% 37% 28% 30%

LV 50% 44% 13% 41% 19% 18% 12%

LT 57% 39% 18% 35% 17% 14% 13%

LU 54% 27% 16% 36% 23% 24% 11%

HU 62% 27% 34% 34% 23% 19% 12%

MT 47% 21% 34% 34% 13% 26% 21%

NL 50% 36% 20% 36% 17% 18% 10%

AT 66% 38% 53% 34% 22% 27% 29%

PL 59% 43% 18% 30% 21% 19% 13%

PT 59% 28% 30% 34% 17% 17% 13%

RO 62% 31% 37% 36% 28% 21% 21%

SI 56% 49% 33% 33% 26% 21% 21%

SK 52% 38% 28% 38% 18% 27% 16%

FI 53% 42% 29% 31% 11% 26% 9%

SE 62% 50% 37% 17% 18% 21% 14%

UK 51% 38% 22% 22% 15% 16% 13%

QA11T Reasons why women are under-represented in po litics

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 34 -

Análise sociodemográfica

A análise sociodemográfica dos resultados pode esclarecer com maior precisão as

razões pelas quais as mulheres se encontram sub-representadas na vida política. Para

este efeito, analisamos os resultados agregados das razões citadas pelos

inquiridos.

- Em primeiro lugar, as mulheres são ligeiramente mais numerosas do que

os homens (respectivamente 61% e 57%) a sugerir que o mundo político é

dominado por homens que não valorizam suficientemente as suas

competências. Em contrapartida, são ligeiramente menos numerosas (25%

contra 28%) a considerar que nutrem pouco interesse por este tipo de

carreira ou que não lhe atribuem prioridade. Para cada uma das outras

razões sugeridas, não se distinguem verdadeiras diferenças entre as

respostas dadas por homens e mulheres.

- A idade tem pouca influência nas respostas, com uma excepção: os

inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos são os que menos tendem

a mencionar a existência de estereótipos persistentes (35%, contra 44%

dos que têm idades compreendidas entre 15 e 24 anos e 25 e 39 anos).

- O grau de instrução determina também algumas variações, que só são

significativas relativamente à questão da "existência de estereótipos

persistentes". Esta razão é citada por 46% dos que possuem mais

qualificações (contra 35% dos que deixaram os estudos com idade igual ou

inferior a 15 anos). De forma menos pronunciada, as pessoas que

prosseguiram os estudos para além dos 20 anos de idade consideram que

as medidas destinadas a promover a paridade de género na vida política são

ineficazes (29% contra 26%), e que as mulheres nutrem pouco interesse

por este tipo de carreira/não atribuem prioridade a este tipo de carreira

(28% contra 24% dos que deixaram os estudos mais cedo).

- As respostas a esta questão parecem também estar correlacionadas com a

categoria profissional. Os trabalhadores por contra própria (47%) e os

gestores (46%) são os que mais referem a existência de estereótipos

persistentes na vida política (em comparação com 39% das pessoas

domésticas dos desempregados e apenas 33% dos reformados). Em

contrapartida, os trabalhadores por conta própria são muito menos

numerosos do que os gestores a considerar que as mulheres estão mais

interessadas na vida pública a nível local do que nacional e europeu (16%

contra 24% dos gestores). O sentimento de que os meios de comunicação

social dedicam menos atenção às mulheres do que aos homens durante as

campanhas eleitorais é expresso sobretudo pelas pessoas domésticas (19%,

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 35 -

contra 12% dos gestores, 13% dos trabalhadores por conta de outrem e

15% dos trabalhadores por conta própria).

- Por último, quanto mais tendem a considerar que as mulheres

enfrentam obstáculos "significativos" na vida política, mais os

inquiridos sugerem que o mundo político é dominado por homens que não

valorizam suficientemente as competências das mulheres (63% contra

51%) ou que existem estereótipos persistentes (44% contra 34% daqueles

que consideram que esses obstáculos não são "significativos"). Em

contrapartida, são menos numerosos (23% contra 35%) a pensar que a

sub-representação das mulheres na vida política está ligada ao facto de

estas nutrirem pouco interesse por este tipo de carreira, ou de preferirem

dedicar-se à vida pública a nível local (19% contra 25%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 36 -

The political world is dominated by men

who do not value the skills of women

enough

The existence of persistent stereotypes

The measures to encourage parity between women

and men in politics are ineffective

Women have little interest in this type of

career/ do not give priority to this type of

career

Women are too often placed in

disadvantageous positions on

electoral lists

Women get more interested in local

public life than national and European public life

The media pay less attention to women than to

men during election campaigns

EU27 59% 40% 28% 26% 22% 20% 15%

Male 57% 40% 28% 28% 21% 21% 14%

Female 61% 41% 28% 25% 23% 20% 16%

15-24 59% 44% 25% 24% 22% 17% 18%

25-39 59% 44% 29% 28% 20% 19% 14%

40-54 60% 42% 30% 26% 21% 20% 14%

55 + 58% 35% 28% 27% 25% 22% 16%

15- 59% 35% 26% 24% 23% 19% 16%

16-19 60% 38% 30% 27% 23% 21% 16%

20+ 58% 46% 29% 28% 22% 21% 12%

Still studying 60% 47% 24% 25% 19% 17% 18%

Self-employed 60% 47% 32% 26% 22% 16% 15%

Managers 59% 46% 30% 27% 19% 24% 12%

Other white collars 60% 42% 33% 28% 20% 21% 13%

Manual workers 60% 40% 28% 27% 21% 21% 15%

House persons 61% 39% 27% 24% 24% 18% 19%

Unemployed 58% 39% 29% 26% 23% 16% 16%

Retired 57% 33% 26% 27% 24% 22% 15%

Students 60% 47% 24% 25% 19% 17% 18%

(1-4) Left 61% 45% 31% 25% 24% 19% 15%

(5-6) Centre 61% 39% 28% 27% 22% 22% 16%

(7-10) Right 55% 38% 30% 29% 21% 23% 15%

Signi-ficant 63% 44% 30% 23% 24% 19% 16%

Not signi-ficant 51% 34% 26% 35% 19% 25% 14%

Obstacles facing women in political parties

Respondent occupation scale

Left-Right scale

QA11T - Reasons why women are under-represented in politics

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 37 -

1.4 Soluções para assegurar uma melhor representação das mulheres na política [QA12]

- Uma preferência pela formação e por medidas de apoio destinadas a

encorajar as mulheres a participarem na vida política -

Quando interrogados sobre as possíveis soluções para a sub-representação das

mulheres na vida política, os Europeus voltam a manifestar preferência por medidas de

incentivo em vez de medidas de coerção, à semelhança do observado nas respostas à

pergunta sobre o acesso das mulheres a cargos de responsabilidade nas grandes

empresas e nos escalões mais elevados da administração pública.

Assim, solução escolhida com maior frequência pelos inquiridos passa pela formação

e por medidas de apoio destinadas a encorajar as mulheres a participarem na

vida política (30%).

Um quarto dos inquiridos (25%) refere, em seguida, a paridade nas listas eleitorais

elaboradas pelos partidos políticos para todas as eleições.

Menos de um em cada cinco inquiridos (19%) opta pela imposição de quotas por lei

aquando das eleições.

Por fim, 17% dos inquiridos é favorável à introdução de um sistema de

incentivos/sanções financeiros que force os partidos políticos a respeitar um

equilíbrio entre homens e mulheres.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 38 -

Variações entre Estados-Membros

Embora os Europeus concordem, em geral, que as mulheres enfrentam obstáculos

significativos na vida política, uma análise das respostas por país revela diferenças

bastante acentuadas entre os 27 Estados-Membros no que respeita às possíveis

soluções. Uma análise por grupos de países evidencia igualmente algumas diferenças.

Em primeiro lugar, a medida mais frequentemente mencionada a nível europeu (30%),

a "formação e medidas de apoio destinadas a encorajar as mulheres a

participarem na vida política", goza de maior apoio nos países de fora da área do

euro (36% contra 27 % nos países da área do euro), bem como entre os inquiridos dos

países pré-2004 (31% contra 26% nos países pós-2004/07). No entanto, os inquiridos

revelam uma tendência ligeiramente maior para mencionar as medidas mais coercivas.

Assim, a paridade nas listas eleitorais foi referida por 27% dos inquiridos na área do

euro (contra 22% fora da área do euro); além disso, a imposição de quotas é citada

por 20% dos inquiridos da área do euro (e 16% de fora da área do euro). As

diferenças entre os Estados-Membros são, por vezes, bastante acentuadas:

- A resposta mais citada, a "formação e medidas de apoio destinadas a

encorajar as mulheres a participarem na vida política" (30%), que é

também a medida que mais assenta em incentivos, é vista como a solução

mais eficaz em 16 dos 27 Estados-Membros, liderados pela Dinamarca

(53%), Suécia (52%), Países Baixos e Malta (50% cada), Reino Unido

(48%) e Luxemburgo (47%), porém, é muito menos popular em Portugal

(15%), Itália (17% ), Áustria e Bulgária (19% cada). A diferença máxima

registada entre os Estados-Membros é, por conseguinte, de 38 pontos

percentuais, entre a Dinamarca e Portugal.

- "A paridade nas listas eleitorais elaboradas pelos partidos políticos

para todas as eleições" (25%) é considerada como a solução mais eficaz

em nove países. Existe um apoio muito considerável a esta medida na

Bulgária (37%), Grécia (35%), Roménia (34%), República Checa, Chipre e

Lituânia (33% cada). Os inquiridos na Irlanda (10%), Malta (13%) e Reino

Unido (14%) são os que menos citam esta medida. Regista-se uma

diferença de 27 pontos percentuais entre os países mais e menos convictos

da eficácia desta medida.

- "A imposição de quotas por lei aquando das eleições" (19%) - uma

medida mais coerciva – merece, em particular, o apoio dos inquiridos em

Portugal (34%) e na Áustria (30%), onde também é aliás considerada a

medida mais eficaz, bem como na Grécia (27%). Em contrapartida, é

mencionada por menos de um em cada dez inquiridos nos países do Norte

da UE: Países Baixos (5%), Suécia (7%) e Dinamarca (9%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 39 -

- A quarta medida, igualmente coerciva, "a introdução de um sistema de

incentivos/sanções financeiros que force os partidos políticos a

respeitar um equilíbrio entre homens e mulheres" (17%), é apoiada

principalmente pelos inquiridos em Itália (25%), Portugal (24%), Áustria e

República Checa (22% cada). No entanto, é referida por apenas 6% dos

inquiridos nos Países Baixos e 7% na Dinamarca, Chipre, Lituânia e Suécia.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 40 -

Putting in place training and support measures to

encourage women to take part in political life

Parity on the electoral lists drawn up by

political parties at every election

Impose quotas by law during elections

Introducing a system of financial incentives/ penalties

for political parties to make them respect a balance

between women and men

EU27 30% 25% 19% 17%

ZONE EURO 27% 20% 18% 27%

NON EURO 22% 16% 16% 36%

PRE-2004 25% 19% 17% 31%

POST-2004/07 27% 20% 18% 26%

BE 32% 27% 23% 14%

BG 19% 37% 22% 16%

CZ 23% 33% 18% 22%

DK 53% 25% 9% 7%

DE 25% 27% 24% 15%

EE 41% 31% 10% 9%

IE 43% 10% 15% 21%

EL 25% 35% 27% 10%

ES 31% 25% 16% 18%

FR 29% 28% 17% 19%

IT 17% 29% 24% 25%

CY 40% 33% 19% 7%

LV 40% 28% 13% 8%

LT 34% 33% 14% 7%

LU 47% 22% 14% 9%

HU 25% 27% 23% 19%

MT 50% 13% 11% 17%

NL 50% 29% 5% 6%

AT 19% 24% 30% 22%

PL 28% 19% 21% 19%

PT 15% 17% 34% 24%

RO 23% 34% 16% 18%

SI 29% 31% 21% 12%

SK 25% 28% 20% 21%

FI 44% 20% 13% 18%

SE 52% 31% 7% 7%

UK 48% 14% 12% 14%

QA12 According to you, which of the following would be the most effective measure to encourage better political representation of women?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 41 -

Análise sociodemográfica

As variações sociodemográficas a este respeito são ligeiras; contudo, observa-se que:

- As mulheres são ligeiramente mais numerosas do que os homens

(19% contra 15%) a manifestar-se favoráveis à introdução de um sistema

de incentivos/sanções financeiros. Em contrapartida, os homens são

ligeiramente mais favoráveis (27% contra 24%) à paridade nas listas

eleitorais elaboradas pelos partidos políticos para todas as eleições.

- O grau de instrução parece não ser determinante para as respostas,

excepto no caso da solução mais citada ("a formação e medidas de apoio

destinadas a encorajar as mulheres a participar na vida política", 30%), que

é escolhida com mais frequência pelos inquiridos com mais qualificações

(34% contra 25% dos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior

aos 15 anos).

- De igual modo, são poucas as diferenças determinadas pela categoria

profissional, com excepção da opção "formação e medidas de apoio", que

tende a ser defendida sobretudo pelos gestores (36% contra 27% dos

trabalhadores por conta própria e 29% do trabalhadores manuais, por

exemplo).

- Por último, os inquiridos que consideram que as mulheres enfrentam

obstáculos significativos nos partidos políticos são os que menos tendem a

favorecer a formação e as medidas de apoio para encorajar as mulheres a

participarem da política (29% contra 35% daqueles que consideram que os

obstáculos não são "significativos"). Ao invés, são mais propensos a apoiar

medidas mais coercivas: 20% mencionaram a imposição de quotas (medida

citada por apenas 16% dos que não consideram os obstáculos

"significativos") e 27% (contra 23%) a paridade nas listas eleitorais.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 42 -

Putting in place training and support measures to

encourage women to take part in political life

Parity on the electoral lists drawn up by political parties at

every election

Impose quotas by law during elections

Introducing a system of financial incentives/ penalties for political parties to make them respect a balance between women and

men

EU27 30% 25% 19% 17%

Male 30% 27% 18% 15%

Female 30% 24% 19% 19%

15- 25% 26% 20% 17%

16-19 29% 25% 19% 19%

20+ 34% 28% 17% 15%

Still studying 34% 24% 17% 18%

Self-employed 27% 29% 20% 17%

Managers 36% 25% 18% 14%

Other white collars 29% 28% 19% 19%

Manual workers 29% 26% 19% 18%

House persons 30% 23% 20% 17%

Unemployed 30% 23% 19% 18%

Retired 29% 26% 19% 16%

Students 34% 24% 17% 18%

Significant 29% 27% 20% 18%

Not significant 35% 23% 16% 16%

Obstacles facing women in political parties

QA12 According to you, which of the following would be the mos t effective measure to encourage better political represen tation ofwomen?

Education (End of)

Respondent occupation scale

Sex

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 43 -

1.5 Razões subjacentes à não participação nos actos eleitorais [QA13]

- A falta de confiança nos representantes políticos é a principal razão que

dissuade os Europeus de participarem nos actos eleitorais -

A sub-representação das mulheres na vida política levou-nos a interrogar os inquiridos

sobre os principais motivos que poderiam desencorajá-los de votarem nas próximas

eleições locais, nacionais ou europeias.

10%

9%

22%

14%

17%

16%

34%

11%

9%

20%

12%

18%

12%

40%

9%

8%

17%

19%

19%

22%

29%

DK

Other (SPONTANEOUS)

Your main concerns are not enough taken into account at local /

national / european elections

You are not interested in local / national / european politics

Your vote has no impact/ voting changes nothing

You feel ill-informed about the local / national / european issues

You have no confidence in local / national / european political

representatives

QA13 What are the main reasons which would discourage you from voting at next local / national / European elections?

(MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE)

European National Local

Independentemente das eleições em causa, quer se trate de eleições a nível local,

nacional ou ainda europeu, a principal razão dada pelos Europeus para não

votarem é a falta de confiança nos representantes políticos. Assim, 29% dos

inquiridos afirma não ter confiança nos seus representantes políticos europeus; 40%

diz ter falta de confiança nos representantes nacionais; e 34% nos representantes

regionais.

Verifica-se, deste modo, que a falta de confiança dos inquiridos relativamente aos seus

representantes políticos europeus é francamente menor do que relativamente aos seus

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 44 -

representantes políticos nacionais e locais. A segunda razão mais citada para não

votarem nas eleições europeias é a falta de informação sobre questões

europeias (22%). Os inquiridos afirmam igualmente que as suas preocupações não

são suficientemente tidas em conta nas eleições locais (22%) e nacionais (20%).

A terceira razão mais citada é o sentimento de que o seu voto não tem

consequências/o seu voto nada mudará: 19% no caso das eleições europeias (ex-

æquo com a falta de interesse pela política europeia), 18% no caso das eleições

nacionais e 17% no das eleições locais.

As outras razões, cada uma mencionada por menos de 18% dos Europeus, são a sua

falta de interesse na política e o facto de se sentirem mal informados sobre as

questões locais e nacionais.

A questão relativa ao "voto é obrigatório" só é relevante na Grécia, Bélgica e

Luxemburgo, os três países em que o voto é efectivamente obrigatório.

Variações entre Estados-Membros

Analisando, em primeiro lugar, as eleições europeias, observam-se muito poucas

diferenças entre Estados-Membros.

O primeiro aspecto digno de nota é a diferença significativa de 10 pontos

percentuais que se observa entre a área do euro (33%) e os países de fora da área do

euro (23%) no que respeita à questão da confiança nos representantes políticos

europeus, existindo igualmente uma diferença de cinco pontos percentuais quanto à

mesma questão entre os países pós-2004/07 (25%) e pré-2004 (30%).

Em segundo lugar, existe uma diferença de cinco pontos percentuais entre os países

pré-2004 (18%) e os pós-2004/07 (23%) relativamente a duas questões: a falta de

interesse na política europeia e a sensação de que voto não tem consequências.

Regista-se ainda uma diferença de quatro pontos percentuais entre esses dois

grupos de países no que respeita ao facto de que "as suas principais preocupações não

são suficientemente tidas em conta aquando das eleições europeias" (16% nos países

pré-2004 e 20% nos países pós-2004/07 países). Uma análise criteriosa dos resultados

nacionais revela um certo número de variações.

- A falta de confiança nos representantes políticos europeus (29%) é

referida principalmente em Espanha (47%), Áustria (45%), Grécia (41%),

Portugal (38%) e Alemanha (36%), sendo muito menos citada em Malta

(10%), na Estónia (13%) e no Luxemburgo (14%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 45 -

- A sensação de se estar mal informado sobre as questões europeias

(22%) é referida com maior frequência pelos inquiridos na Suécia (34%),

Áustria (33%) e Dinamarca (32%). É menos citada na Estónia (15%) e

Letónia (16%).

- O sentimento de que o voto nada muda (19%) está particularmente

generalizado na Bulgária e na Eslovénia (33% cada) e Áustria e Roménia

(29%), mas é significativamente menos comum na Suécia (11%),

Dinamarca (12%), Malta e Portugal (13% cada).

- Os inquiridos na República Checa (29%), na Roménia e na Eslovénia (26%

cada) são os mais susceptíveis de mencionar a falta de interesse na

política europeia (19%). Os inquiridos na Grécia (7%) e na Suécia (9%)

são os que menos tendem a citar esta razão.

- Os inquiridos na Áustria (33%) e na Roménia (25%) são os que mais

tendem a sentir que suas preocupações não são suficientemente tidas

em conta nas eleições europeias (17%), sendo os inquiridos no

Luxemburgo (7%), Malta e Reino Unido (8%) os que menos referem essa

razão.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 46 -

You have no confidence in European political

representatives

You feel ill-informed about the European issues

You are not interested in European politics

Your vote has no impact/ voting changes

nothing

Your main concerns are not enough taken into account at

European elections

EU27 29% 22% 19% 19% 17%

ZONE EURO 33% 23% 17% 19% 18%

NON EURO 23% 22% 22% 19% 15%

PRE-2004 30% 23% 18% 18% 16%

POST-2004/07 25% 21% 23% 23% 20%

BE 22% 25% 24% 27% 19%

BG 19% 21% 16% 33% 16%

CZ 25% 18% 29% 27% 23%

DK 17% 32% 16% 12% 10%

DE 36% 22% 16% 25% 21%

EE 13% 15% 14% 22% 14%

IE 16% 20% 18% 17% 15%

EL 41% 17% 7% 26% 15%

ES 47% 26% 20% 16% 15%

FR 23% 26% 17% 16% 15%

IT 35% 18% 17% 15% 20%

CY 24% 24% 16% 21% 14%

LV 20% 16% 13% 24% 12%

LT 22% 22% 20% 28% 14%

LU 14% 17% 12% 16% 7%

HU 21% 27% 14% 24% 21%

MT 10% 18% 12% 13% 8%

NL 16% 25% 15% 19% 12%

AT 45% 33% 23% 29% 33%

PL 25% 21% 24% 15% 18%

PT 38% 24% 22% 13% 20%

RO 32% 18% 26% 29% 25%

SI 25% 30% 26% 33% 13%

SK 23% 28% 18% 23% 19%

FI 32% 12% 11% 20% 21%

SE 17% 34% 9% 11% 16%

UK 20% 21% 22% 16% 8%

QA13c What are the main reasons which would discour age you from voting at next European elections?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 47 -

Passando às eleições nacionais, começamos por notar que existem certas

diferenças entre grupos de países.

Existe uma diferença de sete pontos percentuais entre os inquiridos nos países da área

do euro (43%) e os demais (36%) no que se refere à opção "não tem confiança nos

representantes políticos nacionais".

Regista-se igualmente uma diferença de cinco pontos percentuais entre os inquiridos

nos países pré-2004 (11%) e pós-2004/07 (16%) no que respeita à opção "não está

interessado na política nacional".

Existem ainda diferenças significativas entre os Estados-Membros:

- A falta de confiança nos representantes políticos nacionais (40%) é

citada por mais de metade dos inquiridos em Espanha (59%), Roménia

(54%) e Portugal (51%), mas é referida com uma frequência muito menor

no Luxemburgo (16 %) e em Malta (18%).

- O facto de que as principais preocupações que sentem não serem

suficientemente tidas em conta aquando das eleições nacionais

(20%) é visto, pelos inquiridos na Áustria (34%), Hungria (29%) e Suécia

(26%), como uma razão importante para não votar. No entanto, essa razão

é considerada muito menos relevantes na Letónia e Luxemburgo (10%) e no

Reino Unido (12).

- A sensação de que o voto nada muda (18%) é particularmente

relevante para os inquiridos na Bélgica (31%) (país que, desde as últimas

eleições em Junho de 2010, conta com um Governo de gestão para os

assuntos correntes enquanto se aguarda a formação de um novo Governo),

na Eslovénia (29%) e na Lituânia (27%), bem como na Bulgária, Alemanha

e Letónia (25% nos três casos). Este sentimento é partilhado por apenas

6% dos inquiridos na Suécia e por 10% em Malta e na Dinamarca.

- A falta de interesse na política nacional (12%) é referida com maior

frequência na Roménia e na República Checa (20% cada), mas não parece

ter muito peso na Suécia (4%), nos Países Baixos, na Dinamarca e na

Grécia (6% cada).

- Os inquiridos na Áustria (24%), Hungria e Eslováquia (17% cada) são os

que mais tendem a pensar estar mal informados sobre as questões

nacionais, enquanto os inquiridos na Bulgária, Estónia, Grécia e Letónia

(7% em todos os casos) são os que menos tendem a partilhar esta opinião.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 48 -

You have no confidence in national

political representatives

Your main concerns are not enough taken into

account at national elections

Your vote has no impact/ voting

changes nothing

You are not interested in

national politics

You feel ill-informed about the national

issues

EU27 40% 20% 18% 12% 12%

ZONE EURO 43% 20% 18% 12% 12%

NON EURO 36% 19% 17% 13% 11%

PRE-2004 40% 19% 17% 11% 11%

POST-2004/07 42% 23% 19% 16% 12%

BE 32% 21% 31% 18% 13%

BG 44% 19% 25% 10% 7%

CZ 46% 19% 23% 20% 12%

DK 26% 16% 10% 6% 15%

DE 40% 23% 25% 9% 13%

EE 26% 17% 22% 9% 7%

IE 25% 17% 18% 11% 10%

EL 50% 13% 24% 6% 7%

ES 59% 17% 14% 16% 15%

FR 38% 18% 16% 10% 10%

IT 46% 24% 13% 12% 10%

CY 43% 17% 21% 9% 11%

LV 31% 10% 25% 8% 7%

LT 38% 17% 27% 14% 14%

LU 16% 10% 13% 10% 12%

HU 30% 29% 21% 11% 17%

MT 18% 13% 10% 10% 8%

NL 23% 18% 17% 6% 11%

AT 46% 34% 24% 18% 24%

PL 37% 25% 13% 16% 11%

PT 51% 24% 14% 16% 15%

RO 54% 23% 24% 20% 14%

SI 46% 15% 29% 16% 11%

SK 41% 17% 16% 15% 17%

FI 32% 21% 20% 11% 12%

SE 25% 26% 6% 4% 16%

UK 31% 12% 16% 10% 9%

QA13b What are the main reasons which would discour age you from voting at next national elections?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 49 -

Variações entre Estados-Membros

No que se refere às eleições locais, regista-se uma série de variações por grupos

de países, para além das já observadas relativamente às eleições europeias e

nacionais: os inquiridos na área do euro são mais numerosos a manifestar confiança

nos seus representantes políticos locais (36% contra 31% fora da área do euro). Além

disso, o desinteresse pela política local é um pouco mais forte entre os habitantes dos

países pós-2004/07 (18% contra 14% nos países pré-2004). Mais uma vez, as

diferenças nacionais são bastante pronunciadas:

- A razão mais citada, "não tem confiança em representantes políticos

locais" (34%) é apontada sobretudo pelos inquiridos nos países do Sul da

UE: Espanha (53%), Portugal (47%) e Grécia (46%), bem como Itália e

Roménia (42% cada), mas é menos referida no Luxemburgo (16%), na

Dinamarca e em Malta (19% cada).

- O facto de as preocupações dos inquiridos não serem suficientemente

tidas em conta nas eleições locais (22%) é uma razão importante para

não votar na Áustria (37%), Hungria (31%), Polónia (30%) e Roménia

(27%). No entanto, é muito menos referida no caso do Luxemburgo (9%),

Letónia (11%) e Reino Unido (12%).

- “O voto não tem consequências, o voto nada muda" (17%) é uma

razão frequentemente avançada na Bélgica (28%), Lituânia e Eslovénia

(27% cada); contudo, é citada com muito menor frequência na Suécia (5%)

e na Polónia (10%).

- Os inquiridos tendem mais a declarar-se "mal informados sobre as

questões locais" (16%) na Áustria (26%), Dinamarca (25%), Países

Baixos (24%) e Suécia (22%) e menos na Grécia (7%), Estónia e Letónia

(8%) e Bulgária (9%).

- A última razão apontada, a falta de interesse na política local (14%), é

mencionada com mais frequência pelos inquiridos na Roménia (23%),

República Checa (21%) e Áustria (19%), mas muito menos frequentemente

pelos residentes na Grécia (7%), Suécia (8%) e Chipre (9%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 50 -

You have no confidence in local political

representatives

Your main concerns are not enough taken into account

at local elections

Your vote has no impact/ voting

changes nothing

You feel ill-informed about the local issues

You are not interested in local

politics

EU27 34% 22% 17% 16% 14%

ZONE EURO 36% 22% 17% 16% 14%

NON EURO 31% 21% 16% 15% 15%

PRE-2004 34% 20% 17% 16% 14%

POST-2004/07 34% 26% 17% 15% 18%

BE 26% 22% 28% 16% 18%

BG 39% 21% 21% 9% 12%

CZ 31% 23% 20% 17% 21%

DK 19% 17% 10% 25% 13%

DE 32% 25% 24% 17% 14%

EE 23% 17% 22% 8% 10%

IE 24% 16% 15% 14% 14%

EL 46% 20% 18% 7% 7%

ES 53% 18% 14% 17% 14%

FR 25% 19% 17% 19% 12%

IT 42% 25% 12% 11% 15%

CY 38% 18% 23% 10% 9%

LV 29% 11% 23% 8% 10%

LT 41% 19% 27% 16% 14%

LU 16% 9% 11% 17% 12%

HU 26% 31% 22% 15% 13%

MT 19% 14% 12% 10% 18%

NL 20% 15% 13% 24% 12%

AT 36% 37% 21% 26% 19%

PL 31% 30% 10% 17% 17%

PT 47% 23% 13% 18% 17%

RO 42% 27% 23% 13% 23%

SI 31% 18% 27% 15% 17%

SK 34% 19% 16% 18% 15%

FI 26% 24% 18% 14% 15%

SE 29% 23% 5% 22% 8%

UK 27% 12% 16% 14% 13%

QA13a What are the main reasons which would discour age you from voting at next local elections?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 51 -

Análise sociodemográfica

- As respostas de homens e mulheres a este respeito são bastante

semelhantes. A única diferença, que é ligeira, é que os homens

manifestam menor confiança nos seus representantes políticos. Isso aplica-

se a representantes políticos locais (36% e 33%, respectivamente),

representantes políticos nacionais (42% e 39%) e representantes políticos

europeus (31% e 28%).

- A idade, em contrapartida, determina mais diferenças, especialmente no

caso dos inquiridos mais jovens (entre 15 e 24), que admitem não estar

interessados na vida política, quer a nível local (24% contra 10% daqueles

com 55 anos ou mais), quer nacional (22% contra 9% daqueles com 55

anos ou mais), quer ainda europeu (26% contra 16% do grupo mais idoso).

São também mais numerosos (19%, à semelhança dos que possuem 25 a

39 anos) a considerar estar mal informados sobre as questões locais (contra

13% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos), questões

nacionais (15% contra 10% dos que têm 40 anos ou mais) e as questões

europeias (24% contra 20% dos mais idosos).

Os inquiridos com idades compreendidas entre os 40-54 anos são os que

revelam ter menos confiança nos seus representantes políticos locais (36%

contra 31% dos inquiridos entre os 15 e os 24 anos) e nos seus

representantes políticos europeus (32% contra 24% dos que têm entre 15 e

24 anos), enquanto os que têm idades entre os 25 e os 39 anos são os que

menos tendem a ter confiança nos seus representantes nacionais (44%

contra 37% dos indivíduos dos 15 aos 24 anos). Os inquiridos entre os 40 e

os 54 anos são também os mais propensos a considerar que suas

preocupações não são suficientemente tidas em conta nas eleições locais

(23% contra 20% daqueles com idades entre os 15 e os 24 anos).

- As respostas estão correlacionadas igualmente com o grau de instrução.

Os inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15

anos são os que menos tendem a ter confiança nos seus representantes

políticos locais (38% contra 32% dos inquiridos mais qualificados), nos seus

representantes políticos nacionais (42% versus 40%) e nos seus

representantes políticos europeus (32% versus 28% dos inquiridos com

mais qualificações).

- A categoria profissional dos inquiridos também é determinante. Os

desempregados são os que mais afirmam não estar interessados na política

local (20% contra 9% dos trabalhadores por conta própria), na política

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 52 -

nacional (18% contra 7% dos gestores) e na política europeia (26% contra

12% dos gestores).

- De igual modo, os inquiridos que, a maior parte das vezes, têm

dificuldade em pagar as suas contas são os que mais tendem a não ter

confiança nos seus representantes políticos locais (39% contra 32% dos que

quase nunca têm dificuldade). São igualmente os mais numerosos a pensar

que o voto nada muda, quer a nível local (21% contra 16% daqueles que

quase nunca têm dificuldades para pagar as suas contas), quer nacional

(22% contra 17%), quer europeu (23 % contra 18%).

O quadro seguinte ilustra essas variações no que se refere às razões que

podem incitar os inquiridos a não votar nas eleições europeias.

You are not interested in

European politics

You have no confidence in

European political representatives

Your main concerns are not enough taken

into account at European elections

You feel ill-informed about the European

issues

Your vote has no impact/ voting

changes nothing

EU27 19% 29% 17% 22% 19%

Male 18% 31% 18% 22% 18%

Female 19% 28% 16% 23% 20%

15-24 26% 24% 16% 24% 18%

25-39 21% 30% 18% 25% 19%

40-54 16% 32% 17% 22% 19%

55 + 16% 28% 16% 20% 20%

15- 20% 32% 15% 21% 20%

16-19 21% 30% 17% 23% 21%

20+ 12% 28% 18% 23% 16%

Still studying 23% 22% 16% 23% 15%

Self-employed 13% 33% 17% 23% 19%

Managers 12% 29% 18% 24% 15%

Other white collars 17% 31% 19% 22% 20%

Manual workers 22% 32% 17% 23% 20%

House persons 23% 30% 14% 23% 21%

Unemployed 26% 30% 19% 23% 22%

Retired 16% 27% 16% 20% 19%

Students 23% 22% 16% 23% 15%

Respondent occupation scale

QA13c What are the main reasons which would discour age you from voting at next European elections? (MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE)

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 53 -

2. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES

2.1 Razões subjacentes à situação de precariedade em que se encontram as

mulheres na União Europeia [QA8]

- Uma multiplicidade de razões explica a situação de precariedade em que se

encontram as mulheres -

Numa altura em que 17% das mulheres enfrentam situações de precariedade, é

interessante perguntar aos Europeus quais são, no seu entender, as razões para esse

facto. Para esse fim, convidaram-se os inquiridos a escolher um máximo de duas entre

cinco razões sugeridas.

Para os Europeus, existem duas razões principais - registando cada uma 34%

- para a situação de precariedade em que as mulheres se encontram na UE:

trata-se, por um lado, do aumento das famílias monoparentais, em especial de mães

que criam os seus filhos sozinhas e, por outro lado, da própria natureza precária do

trabalho (sazonal ou temporário).

Estas razões são seguidas de perto pelas "interrupções na carreira e/ou o trabalho a

tempo parcial devido a obrigações familiares, e as repercussões no montante da

pensão", que registam quase um terço de respostas (31%). Seguem-se as

"disparidades salariais entre mulheres e homens", mencionadas por pouco mais de um

quarto dos inquiridos (26%), e a "imposição do trabalho a tempo parcial", citada por

um em cada cinco inquiridos (20%). Por conseguinte, nenhuma das razões avançadas

se destaca claramente das outras.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 54 -

Variações entre Estados-Membros

Registam-se diferenças significativas entre os inquiridos nos países pré-2004

e pós-2004/2007. Os primeiros tendem mais a referir a "interrupção da carreira e/ou

o trabalho a tempo parcial devido obrigações familiares, e as repercussões no

montante da pensão" (33% contra 23% dos inquiridos nos países pós-2004/07).

Verifica-se também uma diferença de 11 pontos percentuais entre os dois grupos de

países no que se refere ao "aumento das famílias monoparentais" (37% e 26%). No

entanto, os inquiridos neste primeiro grupo de países tendem muito menos (31%

contra 42%) a referir o trabalho precário (trabalho sazonal ou temporário, etc.).

Em segundo lugar, verifica-se uma diferença de cinco pontos percentuais entre os

inquiridos nos países da área do euro (36%) e nos países fora da área do euro (31%)

para a resposta "o aumento das famílias monoparentais" e uma diferença de quatro

pontos para a resposta "o fosso salarial entre mulheres e homens" (27% e 23%,

respectivamente).

Também há diferenças bastante acentuadas entre os países:

- O trabalho precário (34%) é apontado como uma das duas principais

razões para a situação de precariedade das mulheres pelos inquiridos na

Eslovénia (65%), Finlândia (56%), a Letónia e a Lituânia (54% cada). Esta

razão é defendida com muito menos frequência nos Países Baixos (20%),

Chipre (22%) e Reino Unido (23%). Aparece em primeiro lugar em 12

Estados-Membros.

- O aumento das famílias monoparentais, em especial das mães que

criam os seus filhos sozinhas (34%) é apontada como uma razão para a

precariedade das mulheres nos países do Norte da UE: Bélgica e Dinamarca

(56% cada), Alemanha (54%) e Estónia (53%). É menos frequentemente

referida nos países do Sul da UE: Itália (16%), Grécia (17%) e Portugal

(18%). Aparece em primeiro lugar em 12 Estados-Membros.

- As interrupções da carreira e/ou trabalho a tempo parcial devido a

obrigações familiares e correspondente impacto no montante da

pensão (31%) são citados com maior frequência como causas da

insegurança das mulheres pelos inquiridos em Chipre (45%), Malta (41%),

bem como nos Países Baixos, Dinamarca e Luxemburgo (40% cada). No

entanto, menos de um em cada cinco inquiridos são dessa opinião na

Roménia (18%) e em Portugal (19%). Aparece em primeiro lugar em

apenas dois países: Chipre (45%) e Irlanda (36%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 55 -

- A situação de precariedade das mulheres também pode ser explicada pela

disparidade de salários entre homens e mulheres (26%), motivo

frequentemente referido na Áustria (42%), onde é também a resposta mais

citada, em Chipre (36%) e em Espanha (34%).

- A imposição do trabalho a tempo parcial (20%) é vista como uma das

causas da precariedade vivida pelas mulheres, em especial na Grécia

(40%), Finlândia (32%), na Bulgária e na Áustria (28% cada). Muito poucos

inquiridos a referem na Dinamarca (8%) e na Lituânia (10%). Não é a

primeira resposta em nenhum Estado-Membro.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 56 -

The rise in one-parent families, in particular mothers raising their

children alone

Insecure work (seasonal or

temporary work, etc.)

Career breaks and/ or part-time working due to family

obligations and the impact on the amount of pension

The pay gap between women

and men

Forced part-time working

EU27 34% 31% 34% 26% 20%

ZONE EURO 36% 32% 33% 27% 21%

NON EURO 31% 35% 29% 23% 18%

PRE-2004 37% 31% 33% 25% 20%

POST-2004/07 26% 42% 23% 27% 19%

BE 56% 25% 26% 29% 19%

BG 20% 50% 31% 31% 28%

CZ 41% 29% 30% 33% 17%

DK 56% 34% 40% 28% 8%

DE 54% 31% 35% 27% 15%

EE 53% 38% 21% 28% 13%

IE 34% 28% 36% 27% 22%

EL 17% 43% 39% 23% 40%

ES 20% 39% 31% 34% 17%

FR 48% 26% 36% 28% 25%

IT 16% 33% 29% 26% 24%

CY 42% 22% 45% 36% 20%

LV 42% 54% 23% 16% 14%

LT 43% 54% 21% 19% 10%

LU 49% 26% 40% 15% 11%

HU 25% 49% 27% 31% 13%

MT 43% 27% 41% 16% 21%

NL 45% 20% 40% 15% 18%

AT 35% 27% 36% 42% 28%

PL 21% 46% 21% 21% 24%

PT 18% 45% 19% 30% 26%

RO 20% 34% 18% 31% 15%

SI 32% 65% 23% 20% 13%

SK 41% 33% 32% 31% 15%

FI 33% 56% 31% 19% 32%

SE 48% 45% 36% 23% 21%

UK 36% 23% 35% 16% 17%

QA8 Nowadays in the EU, 17% of women are in an inse cure situation. According to you, which of the foll owing are the main reasons for the insecurity which women experience in the EU?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 57 -

Análise sociodemográfica

A análise sociodemográfica revela uma série de diferenças por categoria:

- Cada uma das razões é mencionada por um número mais ou menos

idêntico de mulheres e homens, com uma excepção: as mulheres

tendem ligeiramente mais (33% contra 30%) a atribuir a sua situação de

precariedade às interrupções de carreira e/ou trabalho a tempo parcial

devido a obrigações familiares. Mas, em geral, homens e mulheres apontam

as mesmas razões para explicar as situações de precariedade enfrentadas

pelas mulheres na UE.

- Em contrapartida, a idade parece desempenhar um papel importante. O

inquiridos mais jovens são os mais susceptíveis de mencionar as

disparidades salariais entre mulheres e homens como uma causa da

precariedade feminina (29% contra 24% dos que têm entre 40 e 54 anos).

Ao invés, são os menos propensos a citar a imposição do trabalho a tempo

parcial (18% em comparação com 23% dos inquiridos com idades entre os

40 e 54 anos) ou o trabalho precário (31% em comparação com 35% da

população activa jovem, isto é, da faixa etária dos 25-39 anos).

A interrupção da carreira e/ou trabalho a tempo parcial devido a obrigações

familiares são referidos sobretudo pelos inquiridos das categorias activas da

população, ou seja, daqueles com idades entre os 25 e os 54 anos (33%

contra 28% daqueles que têm idades entre os 15 e os 24 anos). O aumento

das famílias monoparentais é mencionado sobretudo pelos jovens com idade

entre os 15 e os 24 anos e pelos inquiridos na faixa etária dos 40 aos 54

anos (36% em ambos os casos).

- O grau de instrução é igualmente determinante. Os inquiridos mais

qualificados são os que mais tendem a considerar que as interrupções de

carreira e/ou o trabalho a tempo parcial devido a obrigações familiares são

uma causa da situação de precariedade que as mulheres enfrentam (38%

contra 27% dos inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou

inferior aos 15 anos). São igualmente mais propensos a citar "o aumento

das famílias monoparentais" (39% contra 27% dos inquiridos com menos

qualificações). No entanto, mostram-se menos inclinados a mencionar as

disparidades salariais entre mulheres e homens (21% contra 28% dos

inquiridos com menos qualificações).

- Existe por vezes uma correlação entre as respostas e a categoria

profissional. Os gestores são os que mais referem as interrupções de

carreira e/ou o trabalho a tempo parcial devido a obrigações familiares

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 58 -

como uma das razões subjacentes à situação de precariedade das mulheres

(40% contra 27% dos desempregados). São também os que mais citam "o

aumento das famílias monoparentais" (39% conta 31% das pessoas

domésticas). Por sua vez, as pessoas domésticas são as que mais tendem a

mencionar as disparidades salariais entre mulheres e homens (30%, contra

22% dos gestores).

- As pessoas que, a maior parte das vezes, têm dificuldade em pagar

as suas contas são, algo logicamente, as que mais tendem a mencionar o

trabalho precário (37% contra 33% dos que quase nunca têm tais

dificuldades). Os inquiridos que quase nunca têm dificuldades financeiras

referem sobretudo a interrupção da carreira devido a obrigações familiares

(33% contra 28% daqueles que têm dificuldades) e o aumento das famílias

monoparentais (37%, contra 30% daqueles que muitas vezes têm

dificuldades).

- Finalmente, e bastante logicamente, a situação familiar também pode ser

determinante, como acontece no caso do aumento das famílias

monoparentais, que é mencionado, principalmente, sem surpresa, por

pessoas separadas ou divorciadas (42% contra 32% dos inquiridos casados

ou que voltaram a casar).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 59 -

The rise in one-parent families, in particular mothers raising their

children alone

Insecure work (seasonal or

temporary work, etc.)

Career breaks and/ or part-time working due to family obligations

and the impact on the amount of pension

The pay gap between women

and men

Forced part-time working

EU27 34% 34% 31% 26% 20%

Male 34% 33% 30% 25% 20%

Female 34% 34% 33% 26% 20%

15-24 36% 31% 28% 29% 18%

25-39 34% 35% 33% 25% 20%

40-54 36% 34% 33% 24% 23%

55 + 33% 33% 31% 26% 19%

15- 27% 34% 27% 28% 20%

16-19 35% 34% 30% 27% 21%

20+ 39% 34% 38% 21% 19%

Still studying 36% 31% 29% 29% 16%

Self-employed 32% 34% 33% 23% 21%

Managers 39% 33% 40% 22% 21%

Other white collars 32% 33% 34% 24% 22%

Manual workers 37% 34% 31% 27% 21%

House persons 31% 31% 31% 30% 20%

Unemployed 32% 39% 27% 24% 20%

Retired 34% 33% 29% 25% 18%

Students 36% 31% 29% 29% 16%

Most of the time 30% 37% 28% 26% 20%

From time to time 30% 34% 29% 28% 21%

Almost never 37% 33% 33% 24% 20%

(Re)Married 32% 34% 32% 26% 21%

Single living with a partner 38% 33% 35% 26% 20%

Single 37% 33% 31% 26% 17%

Divorced or separated 42% 33% 34% 23% 20%

Widowed 32% 34% 24% 26% 19%

Marital status

Respondent occupation scale

Difficulties paying bills

QA8 Nowadays in the EU, 17% of women are in an insecure situati on. According to you, which of the following are the main reas ons for theinsecurity which women experience in the EU? (MAX. 2 ANSWERS)

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 60 -

2.2 Soluções para reduzir as disparidades salariais [QA1]

- Uma combinação de medidas de incentivo e de coerção -

Actualmente, as mulheres ganham em média 17% menos do que os homens. A fim de

fazer face a estas desigualdades, perguntou-se aos inquiridos qual, na sua opinião,

seria a medida que mais contribuiria para reduzir as disparidades salariais entre

mulheres e homens. Foram convidados a indicar qual das quatro soluções propostas

seria mais eficaz.

Destaca-se uma das soluções: "promover uma melhor repartição entre homens e

mulheres em todos os tipos de postos de trabalho (enfermeiras, secretárias,

pilotos de avião, etc.)", solução que é mencionada por 29% dos inquiridos. Em

seguida, " Promover as tabelas salariais verdadeiramente transparentes nas

empresas (por exemplo, a publicação anual da tabela de vencimentos da

empresa)", é citada por 24% dos inquiridos. No total, as soluções assentes em

medidas de incentivo são mencionadas por 53% dos inquiridos.

"A aplicação de sanções financeiras às empresas que não respeitem a

igualdade salarial entre mulheres e homens" aparece em segundo lugar ex-

aequo, a par da existência de tabelas salariais transparentes (24% cada), enquanto "a

imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a igualdade

de oportunidades entre homens e mulheres no acesso às promoções" aparece

em quarto lugar, sendo referida por apenas 16% dos inquiridos. Assim, no total, as

medidas coercivas são apoiadas por um número não desprezível de inquiridos (40%).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 61 -

Variações entre Estados-Membros

Existe uma série de diferenças entre os Estados-Membros:

- Existe um forte apoio, em particular, na Suécia (54%) e, em menor medida,

em Chipre (44%), na Bélgica e na Finlândia (38% cada) a que se incentive

uma melhor distribuição entre homens e mulheres em todos os tipos

de postos de trabalho (29%). No entanto, só pouco mais de um em cada

cinco inquiridos apoiam esta medida na Bulgária, Malta (22% cada) e

Polónia (23%). A medida aparece em primeiro lugar em 16 dos Estados-

Membros (incluindo a Irlanda, onde reparte o primeiro lugar com a

imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a

igualdade salarial).

- Promover tabelas salariais verdadeiramente transparentes nas

empresas (24%) é uma medida popular entre, sobretudo, os inquiridos

que residem no Norte da UE: Dinamarca (39%), Países Baixos (35%)

Estónia (34%) e Finlândia (32%). Esta opção parece ser menos relevante

para os inquiridos em Chipre (14%), Eslovénia (16%), Irlanda e Portugal

(17% cada). Aparece em primeiro lugar em cinco Estados-Membros.

- A abordagem mais coerciva, que consiste na imposição de sanções

financeiras às empresas que não respeitem a igualdade salarial

entre mulheres e homens (24%), é referida sobretudo pelos inquiridos

no Sul da UE: Portugal (37%), Espanha (31%), Itália e França (30% cada).

Os inquiridos na Estónia (12%) e na Suécia (13%) são muito menos

propensos a citar esta medida, que aparece em primeiro lugar em sete

Estados-Membros.

- A imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem

a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens no acesso

às promoções é vista principalmente como uma medida eficaz por parte

dos inquiridos em Malta (25%), Luxemburgo (23%) e República Checa

(22%); contudo, é apoiada apenas por uma minoria muito pequena nos

países que se situam mais a Norte da UE: Suécia (6%), Estónia (8%), e

Dinamarca (9%). Aparece em primeiro lugar em 12 Estados-Membros.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 62 -

Encourage better distribution between women and men in all

kinds of jobs (nurses, secretaries, airline pilots etc.)

Financial penalties for companies which do not

respect equal pay between women and men

Genuinely transparent pay scales within companies

(e.g. the annual publication of company pay scales)

Financial penalties for companies which do not respect equal

opportunities between women and men in access to promotion

EU27 29% 24% 24% 16%

ZONE EURO 30% 26% 24% 15%

NON EURO 28% 22% 23% 17%

PRE-2004 30% 25% 24% 15%

POST-2004/07 27% 23% 23% 18%

BE 38% 23% 23% 13%

BG 22% 26% 23% 20%

CZ 24% 22% 28% 22%

DK 33% 14% 39% 9%

DE 36% 19% 29% 10%

EE 28% 12% 34% 8%

IE 29% 29% 17% 15%

EL 35% 24% 24% 15%

ES 29% 31% 18% 18%

FR 26% 30% 23% 17%

IT 25% 30% 23% 18%

CY 44% 25% 14% 15%

LV 35% 14% 19% 15%

LT 32% 20% 21% 14%

LU 26% 22% 24% 23%

HU 35% 24% 23% 12%

MT 22% 20% 27% 25%

NL 33% 15% 35% 10%

AT 32% 27% 27% 10%

PL 23% 25% 24% 18%

PT 26% 37% 17% 13%

RO 29% 21% 20% 18%

SI 35% 25% 16% 17%

SK 31% 23% 25% 17%

FI 38% 15% 32% 10%

SE 54% 13% 23% 6%

UK 26% 21% 22% 18%

QA1 On average, in the EU, women earn 17% less than men (this is known as the gender pay gap between w omen and men). According to you, which of the following measures would contribute mo st to reducing the pay gap between women and men in (OUR COUNTRY)?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 63 -

Análise sociodemográfica

- As respostas de homens e mulheres diferem essencialmente quanto a

duas questões: as mulheres tendem, mais do que os homens, a favorecer a

imposição de sanções financeiras às empresas que não respeitem a

igualdade salarial entre homens e mulheres (27% contra 22% dos homens),

enquanto os homens tendem a optar por medidas mais assentes em

incentivos, tais como tabelas salariais genuinamente transparente nas

empresas (26% contra 22% das mulheres).

- A idade dos inquiridos também parece ser determinante. Os inquiridos mais

jovens (entre os 15 e os 24 anos) são mais favoráveis do que os mais

idosos a medidas coercivas para empresas: 26% (contra 23% dos inquiridos

com idades entre os 40 e os 54 anos) apoiam a imposição de sanções

financeiras às empresas que não respeitem a igualdade salarial entre

mulheres e homens, e 18% (contra 13% dos entre 25 e 39) apoiam sanções

quando as empresas não respeitem a igualdade de oportunidades entre

mulheres e homens no acesso às promoções.

Os inquiridos com idades compreendidas entre os 40 e os 54 anos tendem a

preferir medidas de incentivo: 26% são favoráveis à promoção de tabelas

salariais verdadeiramente transparentes, contra 19% dos que têm idades

entre os 15 e os 24 anos.

- Os inquiridos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior aos 15

anos tendem a preferir medidas mais coercivas: 28% (contra 21% dos

inquiridos com maiores qualificações) são favoráveis à imposição de sanções

financeiras às empresas que não respeitem o princípio da igualdade de

remuneração e 17% (contra 13% dos inquiridos com qualificações mais

elevadas) à imposição de sanções às empresas que não respeitem o

princípio da igualdade de oportunidades no acesso às promoções. Contudo,

os inquiridos com maiores qualificações são os que mais tendem a favorecer

tabelas salariais verdadeiramente transparentes (32% em comparação com

19% dos que deixaram os estudos com idade igual ou inferior a 15 anos).

- As categorias profissionais mais favorecidas socialmente mostram-se

mais favoráveis a tabelas salariais verdadeiramente transparentes (33% dos

gestores, contra 20% dos desempregados e 18% das pessoas domésticas).

Em contrapartida, tendem menos a optar por sanções financeiras para as

empresas que não respeitem a igualdade salarial entre mulheres e homens

(20% contra 27% dos desempregados e 29% das pessoas domésticas).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 64 -

- A promoção de uma melhor distribuição entre homens e mulheres em todos

os tipos de postos de trabalho é referida por 34% dos trabalhadores por

conta própria (contra 27% dos reformados).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 65 -

Genuinely transparent pay scales within companies (e.g. the annual

publication of company pay scales)

Financial penalties for companies which do not

respect equal pay between women and men

Encourage better distribution between women and men in all

kinds of jobs (nurses, secretaries, airline pilots etc.)

Financial penalties for companies which do not respect equal

opportunities between women and men in access to promotion

EU27 24% 24% 29% 16%

Male 26% 22% 29% 15%

Female 22% 27% 30% 16%

15-24 19% 26% 30% 18%

25-39 25% 25% 31% 13%

40-54 26% 23% 30% 16%

55 + 24% 24% 28% 16%

15- 19% 28% 27% 17%

16-19 23% 24% 31% 16%

20+ 32% 21% 29% 13%

Still studying 20% 25% 30% 18%

Self-employed 25% 21% 34% 14%

Managers 33% 20% 29% 14%

Other white collars 28% 25% 30% 13%

Manual workers 24% 25% 30% 16%

House persons 18% 29% 30% 16%

Unemployed 20% 27% 28% 17%

Retired 23% 24% 27% 16%

Students 20% 25% 30% 18%

(1-4) Left 25% 27% 28% 15%

(5-6) Centre 24% 24% 32% 15%

(7-10) Right 27% 21% 30% 16%

Left-Right scale

QA1 On average, in the EU, women earn 17% less than men (this is known as the gender pay gap between women and men). According to you, which of thefollowing measures would contribute most to reducin g the pay gap between women and men in (OUR COUNTRY )?

Age

Education (End of)

Respondent occupation scale

Sex

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 66 -

2.3 Soluções para garantir uma melhor conciliação entre as vidas privada e profissional [QA7]

- Medidas a níveis nacional, empresarial e pessoal -

Dado que 45% das pessoas no mercado de trabalho na União Europeia são mulheres,

é interessante determinar as medidas que seriam mais eficazes para permitir aos

Europeus conciliarem as suas vidas privada e profissional. Para o efeito, convidaram-se

os inquiridos deste Eurobarómetro a identificar a medida mais eficaz de entre uma lista

de três.

A medida mais frequentemente referida, que recolhe mais de um terço das

respostas (37%), é facilitar o acolhimento de crianças fora do lar

(desenvolvimento de creches e infantários, e redução de custos). Isso implicaria a

realização de reformas a nível nacional.

A segunda medida mais citada, o aumento da flexibilidade nas empresas e nos

serviços públicos (teletrabalho, horários flexíveis, etc.), é referida por 30% dos

inquiridos. Isso implicaria a realização de reformas a nível empresarial.

A terceira medida mais citada (29%) implicaria um esforço pessoal, promovendo

um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas e

no cuidado dos filhos e dependentes.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 67 -

Variações entre Estados-Membros

Existem verdadeiras diferenças nos resultados, quer entre os países da área do euro e

os de fora da área do euro, quer entre os países pré-2004 e os países pós-2004/07.

Facilitar o acolhimento de crianças fora do lar é a medida referida com maior

frequência pelos inquiridos na área do euro (39% contra 33% nos países fora da área

do euro), assim como pelos inquiridos dos países pré-2004 (38% em comparação com

34% nos países pós-2004/07).

No entanto, o aumento da flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos foi

citado com mais frequência nos países fora da área do euro (34% contra 28% em

países da área do euro) e nos países pré-2004 (31% contra 26% nos países pós-

2004/07).

Os inquiridos nos países pós-2004/07 referem com maior frequência a promoção de

“um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas"

(35% contra 27% nos países pré-2004).

Para além destas diferenças, registam-se variações significativas entre os Estados-

Membros.

- Facilitar o acolhimento de crianças fora do lar (37%) é uma medida

citada por metade dos inquiridos na Alemanha (51%) e em França (50%), um

dos países da UE com as maiores taxas de natalidade. Os países onde esta

medida é menos referida são a República Checa e Espanha (25% cada), onde,

ainda assim, é mencionada por um quarto dos inquiridos.Esta resposta aparece

em primeiro lugar em 14 Estados-Membros (Luxemburgo, Malta e Estónia ex-

aequo com o "aumento da flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos”).

- O aumento da flexibilidade nas empresas (30%) suscita particular apoio

na Finlândia e no Reino Unido (44% cada), bem como na Dinamarca (43%). No

entanto, é uma medida mencionada com menor frequência na Roménia (16%),

Portugal (21%) e França (22%). Aparece em primeiro lugar em 10 Estados-

Membros.

- Favorecer um equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das

tarefas domésticas e no cuidado dos filhos e dependentes (29%) é uma

medida privilegiada por pelo menos quatro em cada dez inquiridos na Roménia

e em Portugal (47% cada) e na Eslováquia (40 %), contra apenas 19% dos

inquiridos no Reino Unido e na Dinamarca. Esta medida aparece em primeiro

lugar em 12 Estados-Membros.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 68 -

Make childcare outside the home easier (develop crèches and nurseries

and reduce the costs)

Develop flexibility within companies and public services (teleworking, flexible

hours, etc.)

Encourage a balance between women and men in the sharing of domestic tasks and in the care of

children and dependents

EU27 37% 30% 29%

ZONE EURO 39% 28% 30%

NON EURO 33% 34% 28%

PRE-2004 38% 31% 27%

POST-2004/07 34% 26% 35%

BE 38% 31% 30%

BG 42% 24% 30%

CZ 25% 36% 38%

DK 35% 43% 19%

DE 51% 25% 21%

EE 36% 36% 22%

IE 38% 24% 32%

EL 45% 23% 31%

ES 25% 39% 33%

FR 50% 22% 25%

IT 32% 26% 39%

CY 41% 32% 26%

LV 38% 26% 32%

LT 38% 28% 29%

LU 36% 36% 26%

HU 33% 36% 28%

MT 37% 37% 24%

NL 27% 39% 30%

AT 33% 27% 38%

PL 37% 27% 30%

PT 28% 21% 47%

RO 29% 16% 47%

SI 40% 24% 32%

SK 31% 27% 40%

FI 28% 44% 27%

SE 32% 36% 29%

UK 32% 44% 19%

Lowest percentage by itemHighest percentage per country

Highest percentage by item

QA7 In the EU, 45% of people in the labour market a re women. According to you, which of the following measures would be the most effective for enabling Europeans to reconcile their private and working lives better?

Lowest percentage per country

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 69 -

Análise sociodemográfica

- Não existe praticamente qualquer diferença entre as respostas de

mulheres e homens sobre as soluções destinadas a permitir que os

Europeus conciliem melhor as suas vidas privada e profissional.

- A idade parece influenciar as respostas dos inquiridos. Os inquiridos mais

jovens (entre os 15 e os 24 anos) são os que mais tendem a optar por um

equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das tarefas domésticas (33%

contra 28% daqueles com idades entre os 40 e os 54 anos). Os inquiridos

na faixa etária dos 40-54 anos são os que mais mencionam a flexibilidade

nas empresas (33% em comparação com 27% daqueles com idades entre

os 15 e os 24 anos e com idade igual ou superior a 55 anos).

- O grau de instrução dos inquiridos é especialmente determinante. Os

inquiridos que estudaram mais tempo são os que mais referem a

flexibilidade nas empresas e nos serviços públicos (34% contra 24% dos

que deixaram os estudos com idade igual ou inferior a 15 anos).No entanto,

32% dos inquiridos menos qualificados (contra 26% dos inquiridos mais

qualificados) refere o equilíbrio entre mulheres e homens na partilha das

tarefas domésticas.

- A análise por categoria profissional revela que os inquiridos reformados

são os que mais tendem a defender que se facilite o acolhimento de

crianças fora do lar (39% contra 34% dos trabalhadores por conta de

outrem). Os gestores são os que mais referem a flexibilidade nas empresas

(38% contra 26% dos reformados). Entre as pessoas domésticas, 32%

(contra 23% dos gestores) defendem um equilíbrio entre mulheres e

homens na partilha das tarefas domésticas.

- Uma análise da situação familiar dos inquiridos revela que os solteiros

são os que mais tendem (31%, contra 26% das pessoas em união de facto)

a acreditar que o incentivo a um equilíbrio entre mulheres e homens na

partilha das tarefas domésticas seria a forma mais eficaz de permitir aos

Europeus conciliar suas vidas privada e profissional. Facilitar o acolhimento

de crianças fora do lar é visto como a opção mais relevante por 42% das

pessoas em união de facto (e 35% dos solteiros).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 70 -

Develop flexibility within companies and public services (teleworking,

flexible hours, etc.)

Encourage a balance between women and men in the sharing of domestic tasks and in the care of

children and dependents

Make childcare outside the home easier (develop

crèches and nurseries and reduce the costs)

EU27 30% 29% 37%

Male 30% 29% 36%

Female 30% 30% 37%

15-24 27% 33% 36%

25-39 32% 29% 37%

40-54 33% 28% 36%

55 + 27% 29% 38%

15- 24% 32% 37%

16-19 30% 29% 37%

20+ 34% 26% 38%

Still studying 28% 33% 35%

Self- employed 31% 30% 35%

Managers 38% 23% 37%

Other white collars 33% 31% 34%

Manual workers 30% 28% 39%

House persons 30% 32% 36%

Unemployed 28% 30% 38%

Retired 26% 29% 39%

Students 28% 33% 35%

(Re)Married 31% 29% 36%

Single living with a partner 30% 26% 42%

Single 30% 31% 35%

Divorced or separated 30% 27% 41%

Widowed 24% 30% 39%

QA7 In the EU, 45% of people in the labour market are women. Acc ording to you, which of the following measures would be the mo steffective for enabling Europeans to reconcile their private and working lives better?

Gender

Age

Education (End of)

Marital status

Respondent occupation scale

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 71 -

3. AS LICENÇAS DE MATERNIDADE E PATERNIDADE

3.1 O impacto negativo da licença de maternidade na carreira das mulheres [QA2]

- Uma maioria de inquiridos considera que a licença de maternidade tem um

impacto negativo na carreira das mulheres -

Perguntou-se, então, aos Europeus qual a sua opinião sobre o impacto da licença de

maternidade na carreira das mulheres. Praticamente seis em cada dez Europeus (58%)

afirmam que a licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das

mulheres (20% dos inquiridos "concorda totalmente" com esta afirmação), mas 38%

têm opinião contrária e 4% não expressa qualquer opinião.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 72 -

Variações entre Estados-Membros

Os inquiridos nos países pré-2004 são mais propensos a concordar com esta afirmação

do que os dos países pós-2004/07: respectivamente 61% e 48%; De igual modo,

regista-se uma diferença de 10 pontos percentuais entre os inquiridos da área do euro

e os dos países de fora da área do euro: 62% dos primeiros afirmam que a licença de

maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres, em comparação com

52% dos últimos.

Os inquiridos em Itália, na Finlândia e na Suécia (72% nos três casos) e na Áustria

(71%) são os que mais tendem a concordar com esta afirmação, enquanto os

inquiridos na Bulgária (37%) e na Roménia (38%), os dois países a aderir à UE mais

recentemente, em 2007, são os que se mostram menos convictos disso. Uma maioria

dos inquiridos concorda com aquela afirmação (total de respostas "concordo") em 20

Estados Membros da UE.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 73 -

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 74 -

Análise sociodemográfica

- A este respeito, as respostas de homens e mulheres são bastante

semelhantes. São 59% as mulheres que referem que licença de

maternidade tem um impacto negativo na carreira das mulheres, em

comparação com 58% dos homens.

- A idade influencia as avaliações do impacto negativo da maternidade na

carreira das mulheres. Com efeito, 11 pontos percentuais separam os

inquiridos mais idosos dos mais jovens a este respeito (61% e 50%,

respectivamente).

- A categoria profissional dos inquiridos também é determinante, uma

vez que 64% dos gestores concordam com esta afirmação, contra 54% dos

desempregados.

- A situação familiar tem igualmente influência. Assim, 61% dos

inquiridos casados ou que voltaram a casar-se (contra 55% dos solteiros)

considera que a licença de maternidade tem um impacto negativo na

carreira das mulheres.

Apesar destas diferenças, a maioria dos inquiridos de todas as categorias

acredita que a licença de maternidade tem um impacto negativo na carreira das

mulheres.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 75 -

Total 'Agree' Total 'Disagree' DK

EU27 58% 38% 4%

Male 58% 37% 5%

Female 59% 38% 3%

15-24 50% 44% 6%

25-39 58% 39% 3%

40-54 60% 37% 3%

55 + 61% 34% 5%

15- 59% 35% 6%

16-19 58% 39% 3%

20+ 60% 38% 2%

Still studying 53% 41% 6%

Self-employed 61% 36% 3%

Managers 64% 35% 1%

Other white collars 63% 35% 2%

Manual workers 55% 41% 4%

House persons 59% 37% 4%

Unemployed 54% 42% 4%

Retired 60% 35% 5%

Students 53% 41% 6%

(Re)Married 61% 36% 3%

Single living with a partner 57% 40% 3%

Single 55% 40% 5%

Divorced or separated 60% 38% 2%

Widowed 59% 35% 6%

Marital status

Respondent occupation scale

QA2 Please tell me to what extent you agree or disagree with th e following statement aboutmaternity leave: Maternity leave has a negative imp act on women’s careers.

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 76 -

3.2 A proposta de instituir uma licença de maternidade de 20 semanas integralmente remunerada na totalidade dos Estados-Membros [QA3]

- Mais de três quartos dos Europeus são favoráveis a uma licença de

maternidade de 20 semanas integralmente remunerada -

Actualmente, a duração e a remuneração da licença de maternidade variam de um

Estado-Membro para outro. O Parlamento Europeu propôs a instituição de uma licença

de 20 semanas com 100% do salário. Depois de apresentar os argumentos a favor

(um progresso social indispensável) e contra (custo extremamente elevado para as

finanças dos países em causa), pediu-se aos Europeus que se pronunciassem sobre

esta questão.

Praticamente oito em cada dez inquiridos (78%) acreditam que se trataria de

uma medida positiva: 34% afirmam que seria "uma medida muito positiva" e 44%

que seria "uma medida bastante positiva”. Só 12% dos inquiridos são da opinião

contrária, enquanto 6% afirmam espontaneamente que a medida não seria nem

positiva nem negativa e 4% não se pronunciam.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 77 -

Variações entre Estados-Membros

Resista-se uma diferença de sete pontos percentuais entre os inquiridos que acreditam

tratar-se de uma medida positiva na área do euro (80%) e fora dela (73%).

- Os inquiridos em Chipre (92%), Finlândia (89%) e Grécia, Espanha, Letónia

e Polónia (86% nos quatro casos) são os que mais tendem a acreditar que

uma licença de maternidade de 20 semanas seria positiva, enquanto os

inquiridos na Roménia (56%), Países Baixos (58%) e Eslovénia (60%) são

os que se mostram menos convictos.

- Não se verifica qualquer relação concreta entre a situação actual de cada

país e as respostas a favor ou contra a instituição de um sistema de licença

de maternidade de 20 semanas integralmente paga. Assim, nalguns países

onde se verifica um apoio muito forte a esse sistema, as mulheres já têm

direito a uma licença de maternidade de, pelo menos, 20 semanas (21

semanas na Finlândia, 20 semanas na Polónia), mas não é o caso de Chipre

(18 semanas), Grécia (17 semanas), ou da Letónia ou de Espanha (16

semanas).

- Em contrapartida, nos Países Baixos, onde são mais numerosos os

inquiridos que tendem a pensar que a extensão da licença de maternidade

para 20 semanas seria uma medida negativa (28%), as mulheres gozam

actualmente de uma licença de maternidade de apenas 16 semanas.

- Para além disso, verifica-se que os três países onde os inquiridos se

mostram menos decididos, isto é onde se regista o maior número de

respostas "não seria uma medida nem positiva nem negativa", são: Áustria

(15%), Países Baixos e Bulgária (12 % cada). Nos dois primeiros países, as

mulheres têm direito a uma licença de maternidade de 16 semanas com

remuneração integral, enquanto no terceiro a licença de maternidade tem a

duração de 32 semanas, com 90% do salário.

Análise sociodemográfica

A análise sociodemográfica dos resultados revela algumas diferenças entre as

categorias de inquiridos. No entanto, em cada uma das categorias, a grande

maioria concorda com a proposta de prolongar a licença maternidade para 20

semanas em todos os países onde actualmente tem uma duração inferior.

- As mulheres tendem, ligeiramente mais do que os homens (79% e 76%,

respectivamente), a considerar que a introdução de uma licença de

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 78 -

maternidade de 20 semanas integralmente paga na União Europeia seria

uma medida boa. A percentagem das que afirmam tratar-se de "uma

medida muito positiva" chega a atingir os 37% (em comparação com 30%

dos homens).

- Quanto à variável idade, observa-se que os inquiridos mais propensos a

apoiar esta proposta são, em princípio, aqueles mais directamente

afectados, ou seja, aqueles que se situam na faixa etária 25-39 (82%

contra 74% dos que têm idade igual ou superior a 55 anos).

- Os inquiridos que estudaram pelo menos até aos 20 anos de idade

são igualmente os que mais tendem a apoiar a proposta (81%, em

comparação com 74% dos que deixaram os estudos com idade igual ou

inferior a 15 anos).

- Dos inquiridos que vivem num agregado familiar com vários elementos e

com filhos, 81% concordam com a proposta (em comparação com 76%

das pessoas sem filhos, independentemente de viverem sozinhas ou não).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 79 -

Total 'Good thing' Total 'Bad thing'Neither a good nor a

bad thing (SPONTANEOUS)

DK

EU27 78% 12% 6% 4%

Male 76% 13% 7% 4%

Female 79% 12% 6% 3%

15-24 78% 10% 7% 5%

25-39 82% 9% 6% 3%

40-54 79% 12% 6% 3%

55 + 74% 15% 7% 4%

15- 74% 14% 7% 5%

16-19 77% 12% 7% 4%

20+ 81% 12% 5% 2%

Still studying 79% 9% 7% 5%

(1-4) Left 81% 10% 6% 3%

(5-6) Centre 79% 12% 6% 3%

(7-10) Right 74% 17% 6% 3%

Single Househ. without children 76% 12% 7% 5%

Single Househ.with children 80% 9% 6% 5%

Multiple Househ. without children 76% 13% 7% 4%

Househ. with children 81% 11% 6% 2%

Household situation

Left-Right scale

QA3 Do you personally think that it is…?

Sex

Age

Education (End of)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 80 -

3.3 A solução preferida pelos Europeus em matéria de licença de maternidade [QA4]

- Mais de quatro em cada dez Europeus preferem uma licença de maternidade

mais longa, ainda que menos bem remunerada -

Tendo em conta que cada país possui a sua legislação em matéria de licença de

maternidade, parecia interessante perguntar aos inquiridos nos 27 Estados-Membros

que opção preferem: uma licença de maternidade mais longa, ainda que com uma

remuneração inferior à actual, ou uma licença de maternidade mais curta, mas

remunerada a 100% do salário.

A maioria relativa dos Europeus (43%) prefere uma licença de maternidade

mais prolongada do que a actual, ainda que a remuneração seja inferior à

auferida hoje, enquanto 30% preferem uma licença de maternidade mais curta, mas

remunerada a 100% do salário. Por último, um em cada cinco Europeus (20%)

responde espontaneamente não desejar qualquer mudança e 7% não se pronunciam.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 81 -

Variações entre Estados-Membros

Os inquiridos na área do euro tendem, menos do que os inquiridos que

residem fora da área do euro, a desejar uma mudança, independentemente da

forma que esta assume: 41% (contra 47%) desejam uma licença de maternidade mais

longa (ainda que menos bem remunerada) e 28% (contra 33%) preferem uma licença

mais curta, mas remunerada a 100% do salário. De igual modo, os inquiridos nos

países pré-2004 são menos numerosos do que os dos países pós-2004/07 a

favorecer uma mudança: 42% (contra 46%) desejam uma licença de maternidade

mais longa (ainda que menos bem remunerada e 29% (contra 35%) prefere uma

licença mais curta, mas remunerada a 100% do salário.

Em contrapartida, regista-se uma maior tendência para rejeitar a mudança

entre os inquiridos na área do euro (24% contra 12% fora da área do euro), o

mesmo se verificando entre os inquiridos dos países pré-2004 (22% contra

10% nos países pós-2004/07).

- Os inquiridos em Chipre (62%), Polónia (57%), Grécia (55%), Bélgica

(53%) e Finlândia (51%) são os que mais tendem a apoiar uma licença

de maternidade mais longa, ainda que menos bem remunerada

(43%). Não existe uma verdadeira correlação entre as respostas e a

situação que actualmente vigora em cada Estado-Membro, uma vez que as

mulheres nesses países têm actualmente direito a uma licença de

maternidade igual ou inferior a 20 semanas, remunerada a uma

percentagem igual ou inferior a 100% do salário. É na Dinamarca (16%) e

na Eslovénia (30%) que os inquiridos se mostram menos inclinados a apoiar

esta proposta.

- Os inquiridos na Eslováquia (49%), República Checa (47%), Lituânia (46%)

e Portugal (45%) são que se mostram mais favoráveis a uma licença de

maternidade mais curta, mas remunerada a 100% do salário (30%).

Cumpre notar que, na Eslováquia e na República Checa, a licença de

maternidade é especialmente longa (28 semanas em ambos os casos), mas

com uma taxa de remuneração baixa (55% do salário na Eslováquia e 69%

na República Checa). Os inquiridos nos Países Baixos (12%), Chipre e

Dinamarca (18% cada), bem como na Eslovénia e no Luxemburgo (19% em

ambos os casos) são os que menos defendem esta opção.

- Os inquiridos na Dinamarca (62%), Eslovénia (48%) e Países Baixos (41%)

referem mais espontaneamente não querer qualquer alteração da

legislação relativa à licença de maternidade no seu país.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 82 -

- Mais uma vez não existe aqui uma verdadeira correlação entre as

respostas e a situação actual: nestes três países, a licença de

maternidade é remunerada a 100% do salário, mas, embora tenha uma

duração de 20 semanas na Dinamarca, dura apenas 15 semanas na

Eslovénia e 16 semanas nos Países Baixos. Os inquiridos na Polónia (3%),

Lituânia (8%) e Letónia (9%) são os que menos tendem a querer uma

mudança; nestes três países, a licença de maternidade, embora sendo

remunerada a 100% do salário, dura 20 semanas na Polónia, mas apenas

16 semanas na Letónia e 18 semanas na Lituânia.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 83 -

Análise sociodemográfica

- Regista-se uma diferença significativa de cinco pontos percentuais entre

homens e mulheres no que se refere à proposta de uma licença de

maternidade mais longa. As mulheres tendem, mais do que homens, a

apoiar esta proposta (46% contra 41%), sendo os homens ligeiramente

mais propensos a não querer qualquer mudança (21% contra 18%). No

entanto, uma licença de maternidade mais curta mas remunerada a 100%

do salário reúne apoio idêntico entre homens e mulheres (30% dos homens

e 29% das mulheres).

- Uma análise da variável idade revela que as categorias mais susceptíveis

de serem afectadas por uma extensão da licença de maternidade são as que

mais tendem a apoiar esta proposta: 46% dos inquiridos na faixa etária dos

25-39 anos defendem uma extensão. É igualmente esse o caso de 46% dos

inquiridos na faixa etária dos 40-54 anos, embora sejam menos afectados,

contra 40% dos inquiridos mais jovens e mais idosos.

- No entanto, os inquiridos com idades entre 15 e 24 anos mostram-se mais

favoráveis a uma licença de maternidade mais curta, mas remunerada a

100% do salário (35%, em comparação com 27% daqueles com idades

entre os 40 e os 54 anos). Os inquiridos com idades mais avançadas são os

que mais defendem que a situação permaneça inalterada (22% contra 17%

daqueles com idades entre os 15 e os 39 anos).

- O facto de se pertencer a uma categoria social mais favorecida também

parece condicionar a resposta. Por exemplo, a tendência para favorecer uma

licença de maternidade mais longa é muito mais acentuada entre os

inquiridos que estudaram mais tempo (48% contra 38% dos inquiridos com

menos qualificações), sendo que 49% dos gestores optam por esta solução,

em comparação com 39% dos desempregados.

- Os inquiridos que terminaram os seus estudos com idade igual ou inferior a

19 anos, ao invés, preferem uma licença de maternidade com remuneração

integral, embora mais curta: 31% (em comparação com 25% dos inquiridos

com maior qualificação), o mesmo acontecendo com 35% dos

desempregados (contra 28% dos gestores). Por conseguinte, os inquiridos

financeiramente mais vulneráveis parecem mais preocupados com o

montante da remuneração do que com a duração da licença de

maternidade.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 84 -

- Por fim, as respostas têm igualmente uma íntima correlação com a

situação da família e do agregado familiar. Os inquiridos casados ou

que voltaram a casar são os que mais tendem a preferir uma licença

maternidade mais longa (45%, em comparação com 41% dos solteiros,

independentemente de coabitarem ou não). O mesmo se aplica aos

inquiridos que fazem parte de um agregado familiar com filhos (47% contra

40% dos agregados familiares singulares sem filhos).

Em contrapartida, 33% dos solteiros (independentemente de coabitarem ou

não) preferem uma licença de maternidade mais curta, mas integralmente

remunerada (contra 28% dos inquiridos casados ou que tenham voltado a

casar). Esse é igualmente o caso de 32% dos agregados familiares

unipessoais sem filhos (em comparação com 28% das pessoas que

pertencem a um agregado familiar composto por várias pessoas e com

filhos). Esta situação fica, talvez, a dever-se à maior vulnerabilidade

financeira das famílias monoparentais.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 85 -

Longer maternity leave than at present,

even if the pay was lower than today

Shorter maternity leave than today, but

paid at 100% of salary

No change (SPONTANEOUS)

DK

EU27 43% 30% 20% 7%

Male 41% 30% 21% 8%

Female 46% 29% 18% 7%

15-24 40% 35% 17% 8%

25-39 46% 32% 17% 5%

40-54 46% 27% 20% 7%

55 + 40% 28% 22% 10%

15- 38% 31% 21% 10%

16-19 44% 31% 18% 7%

20+ 48% 25% 21% 6%

Still studying 39% 36% 17% 8%

Self-employed 45% 29% 19% 7%

Managers 49% 28% 20% 3%

Other white collars 44% 30% 20% 6%

Manual workers 45% 29% 19% 7%

House persons 47% 28% 19% 6%

Unemployed 39% 35% 18% 8%

Retired 40% 28% 21% 11%

Students 39% 36% 17% 8%

(1-4) Left 47% 27% 20% 6%

(5-6) Centre 43% 30% 20% 7%

(7-10) Right 42% 32% 20% 6%

(Re)Married 45% 28% 20% 7%

Single living with a partner 41% 33% 20% 6%

Single 41% 33% 18% 8%

Divorced or separated 43% 31% 18% 8%

Widow 40% 30% 19% 11%

Single Househ. without children 40% 32% 19% 9%

Single Househ.with children 44% 31% 18% 7%

Multiple Househ. without children 42% 30% 20% 8%

Househ. with children 47% 28% 20% 5%

Marital status

Household situation

Respondent occupation scale

Left-Right scale

QA4 And generally speaking, which of the following solutions would you prefer for maternity leave in ( OUR COUNTRY)?

Sex

Age

Education (End of)

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- 86 -

3.4 A solução preferida pelos Europeus relativamente à licença de paternidade [QA5 e QA6]

Actualmente, em certos Estados-Membros da UE, existe licença de paternidade. Em

média, dura duas semanas e é totalmente ou quase totalmente remunerada. Nos

países onde a licença de paternidade não existe, considerámos que seria interessante

perguntar aos homens se tirariam licença de paternidade e às mulheres se

encorajariam os seus parceiros a fazê-lo. Para além disso, pedimos aos homens que

responderam de forma negativa que referissem as condições em que estariam

dispostos a gozar uma licença de paternidade.

A primeira pergunta (QA5a) foi colocada apenas aos homens nos 11 países

onde ainda não existe licença de paternidade, a saber, a República Checa,

Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, Chipre, Luxemburgo, Malta, Áustria,

Eslováquia e Suécia.

*Base: apenas os homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia

(países onde não existe licença de paternidade)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 87 -

Mais de dois terços dos inquiridos nesses países (71%) afirma que gozaria a

licença de paternidade, se fossem pais e se a opção existisse no seu país.

Praticamente um em cada cinco (19%) afirma que não a utilizaria. Além disso, 7%

respondem "não aplicável" e 3% não se pronuncia.

Pediu-se então aos homens que responderam negativamente que referissem

o que os levaria a mudar de opinião (QA6).

*Base: apenas os homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países onde não existe licença de paternidade)

É interessante notar que as respostas podem praticamente ser divididas em três

grupos:

- Pouco menos de um terço (32%) mudaria de opinião se tivessem uma

garantia de que isso não teria impacto negativo na sua carreira.

- 31% declaram que fariam uso da licença de paternidade se a mesma fosse

integralmente paga.

- Por último, exactamente um terço (33%) confirma espontaneamente que

não tiraria licença de paternidade, independentemente das condições

financeiras.

- Pouco mais de um em cada dez homens (12%) responde que a questão não

se aplica ou que não se sente envolvido.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 88 -

Por fim, perguntou-se às mulheres se, caso tivessem filhos, encorajariam o

seu parceiro/marido a fazer uso de uma licença de paternidade, se a opção

existisse no seu país.

À semelhança da primeira questão, mais de sete em cada dez mulheres

(73%) respondem de forma positiva. Homens e mulheres têm, portanto, visões

praticamente idênticas a este respeito.

*Base: apenas as mulheres de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália,

República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia

(países onde não existe licença de paternidade)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 89 -

Variações entre Estados-Membros

Os homens mais propensos a responder que gozariam de uma licença de

paternidade caso a possibilidade existisse no seu país residem na Suécia (92%),

Grécia (84%) e Malta (83%), enquanto os inquiridos na Áustria (44%), Eslováquia

(67%) e Itália (68%) seriam os menos propensos a fazê-lo. Excepto no caso dos

inquiridos na Áustria, que se mostram divididos a este respeito, a clara maioria dos

homens em todos os outros países gozaria a licença de paternidade se tivesse essa

oportunidade.

*Base: apenas homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países que não têm licença de paternidade)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 90 -

Os que responderam negativamente [QA6]

Devido ao pequeno número de inquiridos em questão, não é possível

apresentar resultados quantificados por país: Por conseguinte, optámos por

descrever as principais tendências.

Os homens na Alemanha e na Áustria são os que mais afirmam que fariam uso

da licença de paternidade se tivessem a garantia de que esta não afectaria a

suas carreiras. Esta opinião está muito menos difundida em Chipre e na Irlanda.

- Os Suecos e os Eslovacos seriam os mais disponíveis para mudar de opinião

quanto a gozar da licença de paternidade se esta fosse integralmente paga,

enquanto os Gregos, Cipriotas e Malteses são os que menos se deixariam

influenciar por este factor.

- Os Italianos e Cipriotas são os que mais espontaneamente afirmam que não

mudariam de opinião, independentemente do pagamento. Em Malta e na

Alemanha, os homens são menos enfáticos.

As mulheres nos países onde não existe licença de paternidade [QA5b]

- As mulheres que mais tendem a afirmar que encorajariam os

respectivos parceiros/maridos a gozar da licença de paternidade

caso quisessem ter filhos e essa opção existisse no seu país residem

principalmente (tal como os homens, no que se refere à primeira questão,

QA5a) na Suécia (96%) e na Grécia (86%). As Austríacas são as menos

convictas (59%). Em todos os países onde ainda não existe licença de

paternidade, a maioria das mulheres encorajaria o seu parceiro/marido a

fazer uso de uma licença de paternidade, caso viessem a ter filhos.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 91 -

Análise sociodemográfica

Devido ao pequeno número de inquiridos a quem se pediu que respondessem à

pergunta QA6 (homens que poderiam mudar de opinião e decidir, posteriormente,

fazer uso de uma licença de paternidade), não é possível realizar uma análise

sociodemográfica. No entanto, é possível analisar as diferenças no que se refere às

questões QA5a (para os homens) e QA5b (para as mulheres).

Homens [QA5a]

- A idade é determinante para a opinião dos homens relativamente ao gozo

de uma licença de paternidade, caso essa possibilidade existisse no seu

país. Os inquiridos na faixa etária dos 40 aos 54 anos são os mais decididos

(80% contra 60% dos inquiridos mais idosos, que, com efeito, talvez não

sintam que a questão lhes diga respeito). No entanto, os homens entre os

15 e os 24 anos são os mais propensos a mudar de opinião e a usufruir da

licença de paternidade, caso esta fosse integralmente paga. Os homens com

idade inferior a 40 anos estão igualmente entre os que mais tenderiam a

fazer uso dessa licença se tivessem a garantia de que ela não teria qualquer

impacto nas suas carreiras.

- O grau de instrução também é determinante. Assim, os inquiridos com

menos qualificações são também os que menos tendem (66% contra 77%

dos inquiridos com mais qualificações) a dizer que fariam uso de uma

licença de paternidade. Os homens que estudaram pelo menos até os 20

anos de idade são os mais numerosos a referir que tirariam uma licença de

paternidade se estivessem certos de que não teria qualquer impacto

negativo nas suas carreiras.

- De igual modo, a categoria profissional dos inquiridos influencia também

as suas respostas. Os gestores são os mais inclinados (82% contra 61% dos

reformados) a dizer que fariam uso de uma licença de paternidade, caso ela

existisse no seu país. Porém, esse é igualmente o caso de 80% dos

desempregados.

- Por último, os homens de agregados familiares plurais com crianças

são os que mais tenderiam a gozar da licença de paternidade (74% em

comparação com 68% dos homens de agregados familiares plurais sem

filhos).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 92 -

Total 'Yes' Total 'No'Not applicable

(SPONTANEOUS)DK

TOTAL 71% 19% 7% 3%

15-24 76% 15% 4% 5%

25-39 75% 19% 2% 4%

40-54 80% 14% 4% 2%

55 + 60% 24% 14% 2%

15- 66% 21% 10% 3%

16-19 70% 22% 5% 3%

20+ 77% 14% 7% 2%

Still studying 77% 11% 5% 7%

Self-employed 69% 21% 5% 5%

Managers 82% 14% 3% 1%

Other white collars 74% 20% 3% 3%

Manual workers 73% 21% 4% 2%

House persons 64% 25% 1% 10%

Unemployed 80% 12% 5% 3%

Retired 61% 21% 15% 3%

Students 77% 11% 5% 7%

Single Househ. without children 73% 16% 7% 4%

Single Househ.with children 69% 17% 4% 10%

Multiple Househ. without children 68% 20% 10% 2%

Househ. with children 74% 19% 4% 3%

Household situation

Respondent occupation scale

QA5a In some EU countries there is paternity leave lasting tw o weeks on average, wholly or almost wholly paid.If you were to have a child, would you take paterni ty leave if it existed in (OUR COUNTRY)?

Age

Education (End of)

*Base: apenas homens de Chipre, Alemanha, Irlanda, Grécia, Itália, República Checa, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia e Suécia (países onde não existe licença de paternidade)

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 93 -

Mulheres [QA5b]

- As mulheres mais jovens são as que mais tendem a afirmar que

encorajariam os seus parceiros a gozarem da licença de paternidade caso

esta existisse no seu país. É o caso de 80% das mulheres jovens com

idades entre os 15 e os 24 anos (em comparação com 64% das mais

idosas).

- O grau de instrução também parece influenciar as respostas. Entre as

mulheres mais qualificadas, 82% encorajaria os seus parceiros, em

comparação com 65% das que deixaram os estudos com idade igual ou

inferior aos 15 anos.

- Também as gestoras se contam entre as que mais tenderiam (82% contra

60% dos reformados e 72% das mulheres domésticas) a encorajar os

respectivos parceiros a tirar uma licença de paternidade. O mesmo se aplica

às mulheres que se posicionam topo da escala social (75% em comparação

com 71% das que se posicionam na base dessa escala).

- As mulheres à esquerda do espectro político são as que mais se

mostram dispostas a incentivar os seus parceiros a tirarem licença de

paternidade: 79% contra 68% das que se posicionam à direita do espectro

político.

- Por último, as mulheres de agregados familiares plurais com filhos

também seriam mais propensas a incentivar os seus parceiros a tirar uma

licença de paternidade: 77%, em comparação com 68% das mulheres

pertencentes a agregados familiares plurais sem filhos.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 94 -

4. VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

4.1 Ordens judiciais de afastamento alargadas a todos os 27 Estados-Membros [QA14]

- Uma vasta maioria de Europeus é favorável a que as ordens judiciais que

proíbem os autores de violência contra mulheres de se aproximarem das

vítimas sejam alargadas a todos os Estados-Membros -

O combate à violência contra as mulheres leva, por vezes, a que um tribunal emita

uma ordem judicial de afastamento num Estado-Membro a fim de impedir que um

agressor se aproxime da vítima. No entanto, estas ordens judiciais são válidas apenas

no Estado-Membro em que são emitidas. Assim, perguntou-se aos inquiridos se seriam

favoráveis a que essas ordens judiciais de afastamento fossem válidas em todos os

Estados Membros da UE.

Praticamente nove em cada dez pessoas (89%) mostram-se favoráveis à

extensão das referidas ordens judiciais aos 27 Estados Membros da EU, chegando

63% dos inquiridos a responder serem "totalmente favoráveis" a esta medida. Apenas

7% são contra a proposta e 4% não expressam qualquer opinião.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 95 -

Variações entre Estados-Membros

As diferenças entre países são bastante desprezíveis, uma vez que existe um consenso

generalizado sobre esta questão. Os inquiridos no Luxemburgo (96%), Espanha

(95%), Chipre e Suécia (94% cada) são os que mais se manifestam a favor do

alargamento das ordens judiciais de afastamento a todos os países da UE, ao contrário

dos inquiridos na Roménia (78%) e Letónia (80 %), que são os que se mostram

"menos" favoráveis.

Os inquiridos na Suécia (83%) e em Chipre (81%) são também os mais propensos a

declarar-se "totalmente favoráveis" à proposta. No entanto, apenas quatro ou

ligeiramente mais do que quatro em cada dez inquiridos em Portugal (40%), na

Lituânia (43 %) e na Roménia (46%) afirmam ser "totalmente favoráveis”.

Análise sociodemográfica

Logicamente, dado o consenso gerado em torno desta proposta, não existem

verdadeiras diferenças entre as categorias da população. As opiniões sobre esta

matéria não são influenciadas nem pelo sexo, nem pela idade, nem pelo grau de

instrução.

Contudo, existem diferenças muito ligeiras, correlacionadas com as categorias

profissionais, no que respeita à veemência das opiniões, sendo os gestores mais

propensos a apoiar a extensão das ordens judiciais a toda a UE (93% contra 87% dos

reformados). Entre os inquiridos que quase nunca têm dificuldades em pagar as

suas contas também se registam elevados níveis de apoio a esta medida (90% contra

85% daqueles que, a maioria das vezes têm dificuldades dessa natureza).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 96 -

4.2 Soluções para erradicar a violência contra as mulheres [QA15]

- Praticamente quatro em cada dez Europeus são favoráveis à coordenação

entre as forças policiais europeias -

São várias as medidas que poderiam ser introduzidas a nível europeu com vista a

combater a violência contra as mulheres. Para determinar a medida que os Europeus

consideram ser mais relevante, foram convidados a escolher uma medida com base

numa lista de quatro que consideram dever ser prioritárias a nível europeu.

A medida mais relevante, que se destaca claramente das restantes, é mencionada por

praticamente quatro em cada dez inquiridos (39%): a partilha de boas práticas

entre as autoridades policiais dos diferentes Estados-Membros no apoio às

vítimas.

A segunda medida, referida por pouco mais de um quarto dos inquiridos (26%),

passaria pela criação de número de telefone gratuito a nível europeu para as

mulheres que procuram ajuda e aconselhamento.

O lançamento de campanhas europeias de informação para sensibilizar a

opinião pública para esta questão é citado por pouco menos de um em cada cinco

inquiridos (19%).

Por último, apenas 10% dos inquiridos considera prioritária a criação, na estratégia

europeia, de um observatório europeu sobre a violência contra as mulheres,

responsável pela recolha de estatísticas e dados.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 97 -

Variações entre Estados-Membros

Os resultados relativos às primeiras duas medidas escolhidas a nível europeu variam

ligeiramente, consoante os inquiridos reside num país pré-2004 ou num país pós-

2004/07. Assim, o primeiro grupo manifesta-se mais favorável do que o segundo (40%

e 33%, respectivamente) ao intercâmbio acrescido de boas práticas entre as

autoridades policiais dos diferentes Estados-Membros. Em contrapartida, 25% deste

grupo apoia a criação de um número de telefone gratuito em toda a Europa (em

comparação com 30% dos inquiridos em países pós-2004/07).

Uma análise circunstanciada revela algumas diferenças entre países:

- A partilha de boas práticas entre as autoridades policiais dos vários

Estados-Membros no apoio às vítimas (39%) é essencialmente vista

como uma prioridade pelos inquiridos na Dinamarca (46%), Alemanha

(45%), Itália e Suécia (44% cada). Apenas 14% dos inquiridos em Chipre e

23% dos inquiridos na Lituânia concordam. Esta medida aparece em

primeiro lugar em 21 Estados-Membros.

- A criação de um número de telefone gratuito a nível europeu para as

mulheres que procuram ajuda e aconselhamento (26%) merece

maior apoio na Bulgária (43%), embora seja também defendida por mais de

três em cada dez inquiridos em Chipre (36%), na Estónia e na Roménia

(35% cada) e em França (31%). No entanto, apenas 17% dos inquiridos na

Hungria, Portugal e Suécia apoiam esta medida. Esta medida aparece em

primeiro lugar em 12 Estados-Membros.

- Os inquiridos em Chipre (34%), Malta (30%) e Grécia (29%) são os

principais defensores de campanhas de informação europeias

destinadas a sensibilizar a opinião pública para esta questão (19%).

Contudo, apenas 14% dos inquiridos na Alemanha, Lituânia e Reino Unido

optam por esta medida. Esta aparece em primeiro lugar em 12 Estados-

Membros.

- A última medida (a criação de um observatório europeu sobre a

violência contra as mulheres), escolhida por apenas 10% do total dos

Europeus, é mais citada pelos inquiridos na Lituânia (22%) e nos Países

Baixos (18%). Porém, apenas 4% dos inquiridos na Bulgária e 6% dos

inquiridos na República Checa referem esta medida. Esta medida não

aparece no topo da lista em nenhum dos Estados-Membros.

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 98 -

Best-practice sharing among police authorities from the different Member States on

support to victims

A European-wide free phone number for women seeking help and advice

European information campaigns to raise public

awareness about that issue

A European observatory on violence against women charged

with collecting statistics and data

EU27 39% 26% 19% 10%

BE 38% 22% 25% 12%

BG 27% 43% 21% 4%

CZ 43% 26% 21% 6%

DK 46% 24% 19% 8%

DE 45% 26% 14% 10%

EE 31% 35% 15% 10%

IE 36% 24% 23% 8%

EL 34% 24% 29% 8%

ES 33% 28% 23% 9%

FR 40% 31% 16% 9%

IT 44% 20% 21% 9%

CY 14% 36% 34% 15%

LV 32% 30% 18% 13%

LT 23% 30% 14% 22%

LU 40% 28% 21% 7%

HU 43% 17% 26% 8%

MT 25% 28% 30% 13%

NL 37% 18% 20% 18%

AT 42% 27% 20% 8%

PL 33% 30% 20% 7%

PT 41% 17% 25% 9%

RO 28% 35% 19% 9%

SI 35% 28% 24% 8%

SK 32% 29% 27% 7%

FI 34% 25% 23% 15%

SE 44% 17% 27% 9%

UK 38% 26% 14% 13%

QA15 Which of the following measures do you think n eeds to be a priority in a European strategy to eli minate violence against women?

Highest percentage per countryHighest percentage by item

Lowest percentage per countryLowest percentage by item

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 99 -

Análise sociodemográfica

- A “criação de um número de telefone gratuito a nível europeu" é a única

medida referida com uma frequência ligeiramente maior por mulheres do

que por homens (28% versus 24%). As respostas dadas por homens e

mulheres quanto às outras três propostas foram praticamente idênticas.

- A idade é determinante sobretudo para duas das propostas. A "partilha de

boas práticas entre as autoridades policiais dos vários Estados-Membros" é

referida sobretudo por pessoas com idades entre os 40 e os 54 anos (43%

em comparação com 34% dos indivíduos entre os 15 e os 24 anos). No

entanto, os inquiridos mais jovens são os mais propensos a optar por um

número de telefone gratuito em toda a Europa (29% dos que se situam na

faixa dos 15 aos 24 anos, contra 24% daqueles com idades entre os 25-39

anos).

- O nível de instrução parece influenciar também as respostas, em especial

no que se refere à proposta da "partilha de boas práticas entre as

autoridades policiais", que é mencionada por 44% dos inquiridos com

qualificações mais elevadas (e 34% dos inquiridos com menos

qualificações). Por outro lado, 30% dos inquiridos que deixaram os estudos

com idade igual ou inferior a 15 anos são favoráveis à proposta de criação

de um número de telefone gratuito em toda a Europa (em comparação com

21% dos que estudaram para além dos 19 anos de idade).

- De igual modo, os gestores são os mais propensos a apoiar a partilha de

boas práticas entre as autoridades policiais (47% em comparação com 35%

de desempregados), enquanto as pessoas domésticas e os

desempregados são os que mais tendem a preferir um número de telefone

gratuito a nível europeu para as mulheres que procuram ajuda e

aconselhamento (ambos 31% em comparação com 20% dos gestores).

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 100 -

Best-practice sharing among police authorities from the different Member States on

support to victims

A European-wide free phone number for women seeking

help and advice

European information campaigns to raise public

awareness about that issue

A European observatory on violence against women charged

with collecting statistics and data

EU27 39% 26% 19% 10%

Male 39% 24% 20% 10%

Female 38% 28% 18% 10%

15-24 34% 29% 20% 11%

25-39 40% 24% 20% 10%

40-54 43% 25% 18% 9%

55 + 37% 27% 18% 10%

15- 34% 30% 17% 10%

16-19 38% 27% 19% 10%

20+ 44% 21% 20% 10%

Still studying 35% 25% 23% 11%

Self-employed 41% 22% 21% 9%

Managers 47% 20% 20% 10%

Other white collars 44% 23% 21% 8%

Manual workers 39% 27% 19% 9%

House persons 37% 31% 16% 11%

Unemployed 35% 31% 17% 10%

Retired 36% 28% 17% 10%

Students 35% 25% 23% 11%

QA15 Which of the following measures do you think n eeds to be a priority in a European strategy to eli minate violence against women?

Age

Education (End of)

Respondent occupation scale

Sex

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 101 -

CONCLUSÃO

Várias observações e conclusões podem ser extraídas desta sondagem:

- Em primeiro lugar, a maioria dos Europeus concorda que as

mulheres enfrentam obstáculos significativos quando aspiram a

cargos de responsabilidade. Isso é verdade não apenas em grandes

empresas e nos escalões mais elevados da administração pública, mas

também nas PME, nas organizações comunitárias e nos partidos políticos. A

opinião pública está igualmente ciente de que algumas mulheres enfrentam

situações de precariedade, que podem ser explicadas por diversos factores,

alguns ligados ao próprio trabalho; porém, outros também relacionados com

as circunstâncias familiares (interrupções de carreira, aumento do número

de famílias monoparentais, etc.).

Para combater as dificuldades e as desigualdades encontradas pelas

mulheres na União Europeia, os Europeus como um todo tendem a

preferir os incentivos às medidas coercivas, especialmente com vista a

melhorar a representação das mulheres na vida política e a ajudá-las no

acesso a posições de responsabilidade na vida profissional (mediante a

redução das disparidades salariais, permitindo-lhes conciliar melhor as vidas

privada e profissional, etc.).

As opiniões de homens e mulheres são muito semelhantes, tanto no

que se refere às causas como às soluções destinadas a contrariar a

discriminação de género no trabalho e no mundo da política. No

entanto, embora não existam divisões ditadas pelo género, registam-se

diferenças entre classes sociais.

- Em segundo lugar, a maioria dos Europeus concorda que a licença

de maternidade tem um efeito negativo na carreira das mulheres.

Contudo, quase oito em cada dez concordam que seria positivo alargar a

licença maternidade a 20 semanas com remuneração integral em todos os

Estados-Membros da UE. A licença de paternidade também granjeia o

apoio de mais de dois terços dos homens nos países onde ainda não existe.

Uma percentagem semelhante de mulheres nesses países também

encorajaria os respectivos parceiros a fazerem uso de uma licença de

paternidade, caso essa oportunidade existisse.

Os resultados relativos à questão da licença parental variam

consideravelmente entre os vários países. É possível que essa situação se

fique a dever às diferentes legislações existentes nos vários Estados-

EUROBARÓMETRO Especial EB ESPECIAL MULHERES

- 102 -

Membros, mas pode também ser justificada pelo facto de os inquiridos não

estarem seguros da situação jurídica no respectivo país.

- Por último, regista-se um consenso a nível da UE no que respeita ao

combate à violência contra as mulheres: praticamente nove em cada

dez inquiridos são favoráveis à extensão das ordens judiciais de

afastamento emitidas num Estado-Membro aos restantes 26 Estados-

Membros.

A fim de combater este tipo de violência, os inquiridos defendem a partilha

de boas práticas por parte das autoridades policiais dos vários Estados-

Membros, existindo igualmente um forte apoio à criação de um número de

telefone gratuito a nível europeu para as mulheres em risco.