representaÇÕes sociais de homens e mulheres … · 2016. 7. 19. · representaÇÕes sociais de...

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES TRANSEXUAIS PARA ESTUDANTES DE PSICOLOGIA Gustavo Tassis Baptista 1 Odacyr Roberth Moura da Silva 2 Maria Cristina Smith Menandro 3 Mariana Bonomo 4 O objetivo deste estudo é conhecer representações sociais de pessoas trans para estudantes de psicologia. O questionário foi aplicado em 62 alunos de um curso psicologia. Os termos indutores utilizados na primeira parte do questionário de evocação por associação livre foram: “mulher trans” e “homem trans”. Na segunda parte, os participantes responderam o que eles pensavam que as pessoas em geral imaginam ou sentem em relação aos mesmos termos. Os dados foram tratados com o auxílio do software OpenEVOC e analisados à luz da abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais. As evocações realizadas sobre homem trans e mulher trans se entrelaçam, não sendo possível afirmar que haja uma representação social sobre homem trans pelo grupo estudado. Os resultados da tentativa de acesso à zona muda das representações apontaram expressões de cunho negativo, em todos os quadrantes. Preconceito foi o único termo presente no quadrante do núcleo central de todas as evocações, o que indica a possibilidade de que ele componha o núcleo central da representação de pessoas trans, sendo o elemento mais rígido e mais difícil de ser modificado. Os resultados levam à constatação da necessidade de que a discussão de gênero seja abordada na formação do profissional de psicologia, nos cursos de graduação e pós-graduação. Palavras-chave: Mulher trans. Homem trans. Psicologia. Preconceito. Representações Sociais. 1 Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Bolsista do Capes. [email protected] 2 Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Bolsista do CNPq. [email protected] 3 Professora Adjunta do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected] 4 Professora do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected]

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Page 1: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES … · 2016. 7. 19. · REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES TRANSEXUAIS PARA ESTUDANTES DE PSICOLOGIA Gustavo Tassis Baptista1

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS E MULHERES TRANSEXUAIS PARA

ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Gustavo Tassis Baptista1

Odacyr Roberth Moura da Silva2

Maria Cristina Smith Menandro3

Mariana Bonomo4

O objetivo deste estudo é conhecer representações sociais de pessoas trans para estudantes de

psicologia. O questionário foi aplicado em 62 alunos de um curso psicologia. Os termos

indutores utilizados na primeira parte do questionário de evocação por associação livre foram:

“mulher trans” e “homem trans”. Na segunda parte, os participantes responderam o que eles

pensavam que as pessoas em geral imaginam ou sentem em relação aos mesmos termos. Os

dados foram tratados com o auxílio do software OpenEVOC e analisados à luz da abordagem

estrutural da Teoria das Representações Sociais. As evocações realizadas sobre homem trans e

mulher trans se entrelaçam, não sendo possível afirmar que haja uma representação social

sobre homem trans pelo grupo estudado. Os resultados da tentativa de acesso à zona muda das

representações apontaram expressões de cunho negativo, em todos os quadrantes. Preconceito

foi o único termo presente no quadrante do núcleo central de todas as evocações, o que indica

a possibilidade de que ele componha o núcleo central da representação de pessoas trans, sendo

o elemento mais rígido e mais difícil de ser modificado. Os resultados levam à constatação da

necessidade de que a discussão de gênero seja abordada na formação do profissional de

psicologia, nos cursos de graduação e pós-graduação.

Palavras-chave: Mulher trans. Homem trans. Psicologia. Preconceito. Representações

Sociais.

1 Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Bolsista do Capes.

[email protected] 2 Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Bolsista do CNPq.

[email protected] 3 Professora Adjunta do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da

Universidade Federal do Espírito Santo. [email protected] 4 Professora do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento da Universidade

Federal do Espírito Santo. [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

A discussão sobre identidades trans é um fenômeno relativamente novo no campo da

psicologia. Temas relativos a gênero e sexualidade estão cada vez mais em voga dentro da

atual conjuntura, permeada por polêmicas acerca da patologização das identidades trans.

Neste cenário, a psicologia é chamada a ocupar uma posição privilegiada dentro deste debate,

contribuindo para a despatologização das transexualidades e travestilidades, tendo como

objetivo a luta pela garantia de acesso aos direitos e a promoção da cidadania e autonomia

destes indivíduos.

De acordo com Jesus (2012), no Brasil ainda não existe consenso sobre definição de

apenas um conceito para pessoas trans. A autora, então, baseando-se na diversidade das

formas de viver o gênero, propõe analisar esta vivência através de dois enfoques: (1) pela

ótica da identidade – se encaixariam aqui os travestis e os transexuais; e (2) pela ótica da

funcionalidade – crossdressers, drag queens, drag kings e transformistas.

As pessoas transsexuais são aquelas que ao nascimento foram designados a assumir

uma determinada identidade de gênero, feminino ou masculino, baseado em marcadores

biológicos, ou seja, o sexo (JESUS, 2012). Essa relação entre identidade de gênero e sexo

advém de uma lógica binária do gênero (SILVA, 2015). Neste caso, estas pessoas se

identificam com a identidade de gênero que seria oposta àquela designada ao seu sexo

biológico, podendo se submeter ou não a processos cirúrgicos ou hormonais. Estas pessoas

demandam seu reconhecimento pleno como homens e mulheres judicialmente e socialmente.

Neste trabalho o termo “trans” significará apenas o conceito de transexual.

Debater assuntos relacionados a pessoas trans na psicologia faz-se imprescindível para

o avanço da compreensão holística destes sujeitos e situá-los dentro de um processo histórico

de reflexão sobre o que é sexualidade. Concepções universalistas jamais darão conta de

explicar a complexidade do fenômeno. Desta forma, urge a construção de um conhecimento

crítico que possibilite um tipo de intervenção psicológica diferenciada.

Diante deste panorama, identificar que tipo de conhecimento estudantes de psicologia

– futuros profissionais da área – constroem e compartilham sobre pessoas trans é de

fundamental importância para levantar questões acerca da formação, além de servir para

analisar que rumos o conhecimento sobre do tema está tomando na academia.

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2 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

A Teoria das Representações Sociais nasceu na Europa em 1961 com a publicação de

um trabalho sobre a apropriação da teoria psicanalítica por diferentes grupos sociais. Seu

criador, Serge Moscovici, buscava compreender como o homem constrói a realidade, ou seja,

de que mecanismos as pessoas se utilizam para produzir conhecimento para dar sentido à sua

vida cotidiana (VALA, 2013). Representação social é definida por Jodelet (1989) como “uma

modalidade de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático e

contribuindo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (p. 36).

Dois conceitos-chave da teoria, a ancoragem e a objetivação, explicitam como se dá a

gênese de uma representação ao transformar um saber científico em um saber do senso-

comum. A ancoragem torna familiar um objeto estranho. Trata-se da incorporação de algo

novo a um sistema de categorias previamente existente que são familiares aos sujeitos,

permitindo a assimilação de novos conceitos, a denominação e a classificação em função da

inserção social dos mesmos. A objetivação, por sua vez, retira um conceito de seu marco

conceitual científico, privilegiando certas informações em detrimento de outras,

descontextualizando-as e simplificando-as, e, enfim, tornando concreta e significativa uma

imagem que outrora fora complexa, abstrata ou nova (ALMEIDA; SANTOS, 2011). Neste

processo, segundo Bonardi e Roussiau, (1999), o que se perde em riqueza informativa

proveniente da simplificação, se ganha em compreensão.

Abric (1998) evidenciou quatro funções essenciais das representações: (1) função de

saber; (2) função identitária; (3) função de orientação de práticas e os comportamentos; (4)

função justificadora.

Este estudo optou pela abordagem estrutural das representações, corporificada na

Teoria do Núcleo Central proposta por Abric em 1976, em sua tese de doutorado. Abric

(2001) acredita que a representação social é constituída por um sistema central, composto

pelo núcleo central da representação e pelo sistema periférico, composto pelos demais

elementos da representação. De acordo com Machado e Aniceto (2010), enquanto o sistema

periférico é encarregado de atualizar, contextualizar e proteger o núcleo da representação, o

núcleo central relaciona-se

à memória coletiva dando significação, consistência e permanência à representação

sendo, portanto, estável e resistente a mudanças. Esse núcleo é composto pelos

elementos estáveis ou mais permanentes da representação social, sendo estes de

natureza normativa e funcional. Os aspectos funcionais estão ligados à natureza do

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objeto representado e os normativos dizem respeito aos valores e normas sociais

pertencentes ao meio social do grupo (p. 352).

Neste sentido, o objetivo deste trabalho é conhecer as representações sociais de

pessoas trans construída por estudantes do curso de psicologia. Propõe-se discutir os modos

como a psicologia tem se colocado enquanto ciência e profissão diante destas demandas e

como os cursos de graduação estão realizando estes debates nos espaços que ocupam. A partir

dessa avaliação é possível questionar e propor novas formas para que as discussões de gênero

e de orientação sexual se façam presentes, uma vez que será demandado do profissional um

conhecimento e uma prática nestes assuntos.

3 MÉTODO

Foi adotada nesta investigação uma abordagem qualitativa. Trata-se de um estudo

exploratório, descritivo, de corte transversal. Os dados foram coletados em turmas de

disciplina e extensão oferecidas ao curso de psicologia na Universidade Federal do Espírito

Santo (UFES) durante o segundo semestre de 2015.

A amostra deste estudo foi composta por 62 sujeitos. Foi critério de inclusão estar

matriculado em curso de psicologia, possuir mais de 18 anos, estar cursando disciplina ou

extensão nas dependências da UFES e aceitar a participar voluntariamente do estudo. Foi

aplicado um questionário contendo exercícios de evocação coletadas através da técnica de

associação livre. Os termos indutores utilizados no questionário de evocação por associação

livre foram “mulher trans” e “homem trans”.

Para Abric (2003), em certos contextos, certos objetos possuem elementos de

representação que não são verbalizados pelos indivíduos ao se utilizar métodos tradicionais de

coleta. Esse conteúdo não é verbalizado porque são considerados inadequados dentro de uma

normatividade social vigente. Isso significa que, mesmo conteúdos centrais podem

permanecer “adormecidos” durante a coleta de dados por se chocar com as normas ou os

valores morais de determinado grupo.

Objetivando acessar a chamada “zona muda das representações”, na segunda parte do

questionário utilizou-se a técnica de substituição, que visa diminuir o grau de

comprometimento pessoal do sujeito com relação à representação do objeto. Desta forma, foi

solicitado que o participante informasse 5 palavras ou expressões que as pessoas em geral

pensam ou sentem em relação aos termos “mulher trans” e “homem trans”. Os dados

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referentes às evocações coletadas através da técnica de associação livre foram tratados com o

auxílio do software OpenEVOC, na sua versão 0.81.

4 RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra total deste estudo foi composta por 62 sujeitos, distribuídos entre o 1º e o

10º período do curso de psicologia. Mais da metade dos respondentes se concentraram nos

períodos iniciais (alunos do 1º, 2º e 3º períodos), totalizando de 37 participantes. Os

estudantes dos períodos intermediários (4º, 5º, 6º e 7º períodos) somaram 17 respondentes da

pesquisa. Apenas 7 participantes estavam nos períodos finais entre o 8º e o 10º período e um

participante não indicou a qual período pertencia.

Em relação à distribuição de respondentes por gênero, a amostra foi

predominantemente feminina, sendo 42 participantes pertencem ao gênero feminino, 19 ao

masculino e 1 não-binário. Um participante deixou a resposta em branco.

A maior parte dos entrevistados (80,64%) foram jovens, o equivalente a um total de 50

participantes na faixa de 18 a 24 anos de idade. Na faixa etária de 25 a 31 anos foram

contabilizados 6 participantes. O grupo com 32 anos ou mais somou apenas 4 participantes do

número total, e dois respondentes não informaram a idade. Esta discrepância já era esperada,

visto que a faixa etária onde houve maior concentração é a mais comum entre estudantes

universitários.

4.2 RESULTADOS DAS EVOCAÇÕES

A seguir serão apresentadas e descritas quatro tabelas com a apresentação das

evocações para os termos indutores “Mulher Trans” e “Homem Trans” para os próprios

estudantes de psicologia e para a população em geral segundo os mesmos estudantes.

A Tabela 1 traz o resultado da análise das evocações dos estudantes de psicologia para

o termo indutor “mulher trans”. A Ordem Média de Evocações (OME) foi igual a 3,0 (em

uma escala de 1 a 5). Não foram incluídas as evocações com frequência inferior ou igual a 1.

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Tabela 1 – Evocações de “MULHER TRANS” de estudantes de psicologia

f >= 3 OME < 3 f >= 3 OME < 3

4.89% mulher 1.8 3.26% coragem 3

4.89% preconceito 2.87 3.26% dificuldade 3.6

f >= 3 OME < 3 f >= 3 OME < 3

2.93% transformação 2.78 2.28% dúvida 3

2.61% identidade 2 1.95% homem 4.17

2.61% liberdade 2.63 1.63% cirurgia 3.2

1.95% sofrimento 2.67 1.63% aceitação 3.2

1.63% força 1.8 1.63% mudança 3.4

1.63% respeito 2.6 1.63% diferente 3.6

1.3% pessoa 1.5 1.3% prostituição 3.75

1.3% travesti 2.25

1.3% incompreensão 2.5

O número total de evocações para este termo indutor foi 307, sendo 151 termos

diferentes, 49,18% deste total. Os termos com maior repetição foram mulher (15), preconceito

(15), coragem (10) e dificuldade (10).

A tabela 2 apresenta o resultado da análise das evocações dos estudantes de psicologia

para o termo indutor “homem trans”. A Ordem Média das Evocações (OME) foi igual a 3,0

(em uma escala de 1 a 5). Foram menosprezadas as evocações cuja frequência foi igual ou

menor que 2.

Tabela 2 – Evocações de “HOMEM TRANS” de estudantes de psicologia

f >= 2 OME < 3 f >= 2 OME < 3

5.88% preconceito 2.5 2.94% hormônio 3.44

3.59% homem 2.18 2.61% coragem 3.25

2.29% mudança 2.57 2.61% dúvida 3.5

2.29% liberdade 3.14

2.29% dificuldade 3.57

f >= 2 OME < 3 f >= 2 OME < 3

1.96% identidade 2 1.96% mulher 3.83

1.63% incompreensão 2.2 1.63% transformação 3

1.31% pessoa 1.5 1.63% aceitação 3.2

1.31% curiosidade 2.25 1.63% respeito 3.6

1.31% cirurgia 3.5

1.31% autenticidade 4.5

De 306 evocações realizadas por todos os participantes, chegou-se a 155 termos

diferentes (50,65%) no total. Os termos mais repetidos foram preconceito (18), homem (11),

hormônio (9) e dúvida (8).

A tabela 3 mostra o resultado da análise das evocações dos estudantes de psicologia

sobre o que a população em geral pensa, imagina ou sente em relação ao termo “mulher

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trans”. A Ordem Média das Evocações (OME) foi igual a 3,0 (em uma escala de 1 a 5). Foram

menosprezadas as evocações cuja frequência foi igual ou menor que 1.

Tabela 3 – Evocações de “MULHER TRANS” de estudantes de psicologia para população em geral

f >= 2 OME < 2.7 f >= 2 OME < 2.7

6.89% preconceito 2 3.95% prostituição 2.75

2.96% travesti 2.22 2.63% nojo 3.5

2.3% gay 2.57 2.3% homem 2.71

2.3% estranhamento 3

2.3% patologia 3.29

f >= 2 OME < 2.7 f >= 2 OME < 2.7

1.64% confusão 2.4 1.64% traveco 2.8

1.64% ódio 3.4

1.32% erro 2.75

1.32% desrespeito 2.75

1.32% promiscuidade 3.25

1.32% aversão 3.25

1.32% desconhecido 3.25

1.32% pecado 4

O número total de evocações resultantes do termo indutor foi 304. Deste número,

52,3% (159) foram de palavras diferentes. Os termos preconceito, prostituição e travesti

foram os termos mais evocados com 21, 12 e 9 repetições respectivamente.

A tabela 4 apresenta o resultado da análise das evocações dos estudantes de psicologia

sobre o que a população em geral pensa, imagina ou sente em relação ao termo “homem

trans”. A Ordem Média das Evocações (OME) foi igual a 3,0 (em uma escala de 1 a 5). Foram

menosprezadas as evocações cuja frequência foi igual ou menor que 2.

Tabela 4 – Evocações de “HOMEM TRANS” de estudantes de psicologia para população em geral

f >= 2 OME< 3 f >= 2 OME >= 3

8.08% preconceito 2.38 2.69% nojo 3.63

3.03% sapatão 2.11 2.36% estranhamento 3

2.36% mulher 2 2.02% ódio 3

2.02% lésbica 2.33 2.02% patologia 3

f < 2 OME < 3 f < 2 OME >= 3

1.68% aversão 1.8 1.35% gay 3

1.35% falta de homem 2 1.35% desrespeito 3

1.35% confusão 2.25 1.35% promiscuidade 3.5

1.35% raiva 2.75 1.35% pena 4

1.35% mulher macho 2.75 1.35% desconhecimento 4.25

1.35% diferente 2.75

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O resultado da associação livre foi uma lista com 297 evocações, sendo que destas

156 (52,5%) eram diferentes. Observou-se que os termos preconceito, sapatão e nojo

apareceram com o maior número de evocações (24, 9 e 8 respectivamente).

5 DISCUSSÃO

A primeira evocação da tabela 1 apresentou como palavras possíveis de compor o

núcleo central da representação social de mulher trans para estudantes de psicologia os termos

mulher e preconceito, sendo estes os termos os mais frequentes e que ao mesmo tempo

apareceram com menor ordem de evocação. Destes, o termo preconceito é o que apresenta

maior correlação com termos da primeira periferia (coragem e dificuldade) e alguns da

segunda periferia (dúvida, diferente e prostituição).

As palavras encontradas na zona de contraste dão suporte àquelas que foram

encontradas nos outros três quadrantes sendo relacionadas tanto com o núcleo central quanto

as duas periferias. A diversidade das palavras vai desde conotações positivas como

identidade e liberdade bem como aquelas que avaliam a experiência da mulher trans como

uma dura jornada, como observado nas expressões sofrimento e transformação.

No primeiro quadrante da tabela 2, observa-se as palavras que poderiam compor o

núcleo central da representação. Preconceito, homem e mudança foram as palavras

mencionada mais vezes nos primeiros lugares e são as mais expressivas referentes à expressão

Homem trans. Mudança é o termo que mais se associa com os de outros quadrantes,

apresentando forte relação com hormônio (primeira periferia), transformação e cirurgia (2ª

periferia).

Expressões que aparentemente denotam contradição são encontradas nas periferias e

na zona de contraste, onde por um lado se encontra coragem, liberdade, aceitação e

autenticidade e, por outro, dificuldade e incompreensão. Percebe-se que ao mesmo tempo

em que teorias socialmente compartilhadas sobre a transexualidade imprimem uma imagem

de rejeição e opressão chegando a provocar sentimentos de piedade pelas pessoas trans, por

outro lado, elas apontam a luta destes indivíduos para superar este estado.

Esta aparente contradição no sistema periférico não é incomum, visto que ele, ao

contrário do sistema central, é flexível, suporta a heterogeneidade do grupo e contradições

(SÁ, 2002).

A tabela 3 apresenta o conteúdo das evocações de como os alunos de psicologia

acreditam que a população em geral percebe, compreende e constrói sentido em relação ao

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termo “mulher trans”. A diferença esperada como resultado nessa mudança de perspectiva foi

a de reduzir a possibilidade de um discurso enviesado do participante enquanto um

profissional da saúde.

Isso significa que representando sua categoria profissional, espera-se que os discursos

apresentados pelos estudantes de psicologia sejam “politicamente corretos”, enquanto que,

respondendo a partir da perspectiva da população em geral, é afastada do sujeito a

responsabilidade daquela produção, permitindo que ele expresse livremente o discurso que,

enquanto ativado o sentimento de pertença ao grupo “psicologia”, não poderia ser expresso

sem algum tipo de punição social. Desta forma, torna-se possível observar discrepâncias entre

a percepção do profissional e daquilo que é compartilhado socialmente em outros espaços.

No quadrante onde possivelmente se encontra o núcleo central temos os termos

preconceito, travesti e gay. Enquanto a primeira evocação pode ser compreendida como uma

forma de reconhecimento do preconceito vivenciado cotidianamente pelas mulheres trans, as

outras duas, embora sejam respectivamente uma identidade de gênero e uma orientação

sexual, neste contexto podem significar a expressão de sentimentos com conotação pejorativa,

pois reduz e invisibiliza ainda mais a mulher trans.

Nos quadrantes seguintes as palavras são em quase sua totalidade (excetuando-se

apenas desconhecimento), de conteúdo ou conotação ofensiva como nojo e patologia (na

primeira periferia), erro e pecado (na segunda periferia) e confusão (na zona de contraste). A

ausência de palavras com conotação positiva ou que caracterizam empatia, podem ser

indicativos de que, retirada a responsabilidade do discurso do sujeito podem emergir

conteúdos que não seriam detectados quando contextualizados com aspectos que sejam

ligados à identificação daquele sujeito como sua profissão, ou seja, conteúdos só expressos

quando descontextualizado o processo de identificação com o grupo que ele sente estar

representando no momento da resposta.

Considerando que a produção verbal da evocação nem sempre é livre, e que pode ser

influenciada fortemente pela desejabilidade social, ou seja, ser conveniente com diversos

sistemas de referência normativa (GUIMELLI; DESCHAMP, 2000), o primeiro quadrante da

tabela 4 estaria mais próximo do que poderíamos chamar de núcleo central da representação

social de homem trans por estudantes de psicologia do que o apontado pela tabela 2. Nele

estão contidos os elementos preconceito, sapatão, mulher e lésbica.

A presença destas palavras como componentes do provável núcleo central da

representação reforça os termos que aparecem nos outros quadrantes. O preconceito anda

lado a lado com a aversão e a raiva (presentes na zona de contraste), com o nojo, ódio e o

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desrespeito (presentes nas periferias). As evocações de sapatão, lésbica e mulher-macho

indicam um desconhecimento que existe (ou que os estudantes de psicologia imaginam que

existe) entre a questão orientação sexual e identidade de gênero por parte das pessoas em

geral. A ignorância a respeito do termo pelas pessoas em geral, segundo os entrevistados, leva

a pensar que falta de homem, termo encontrado na zona de contraste, seja uma das causas de

uma mulher querer “virar” um homem trans, evidenciando mais uma vez os valores de uma

sociedade falocêntrica e heterossexista,

De todas as palavras que aparecem nos 4 quadrantes nenhuma possui conotação

positiva. Em diversos estudos também ocorreu fenômeno semelhante, onde em situação de

“substituição”, termos com conotação negativa apareceram mais vezes que em situação

“normal” (GUIMELLI; DESCHAMPS, 2000; DESCHAMPS; GUIMELLI, 2004;

MOSCOVICI, 1998; OLIVEIRA; COSTA, 2007).

Entretanto, isso não significa necessariamente que os resultados desta tabela (assim

como da tabela 3) dizem respeito aos aspectos mascarados, escondidos e/ou socialmente

reprováveis da representação, que os participantes “projetaram” por estar normativamente

menos pressionados. Para Menin (2006), além desta hipótese, o fenômeno conhecido como

“transparência das representações” também pode acontecer quando se utiliza a técnica de

substituição. Segundo a autora, este fenômeno baseia-se no conhecimento que determinado

grupo possui das representações de um mesmo objeto por um grupo diferente do seu. Ou seja,

partindo do pressuposto que os estudantes de psicologia conhecem as representações que as

pessoas em geral possuem dos objetos mulher trans e homem trans, deve-se levar em

consideração a possibilidade de ocorrência da transparência das representações.

Em pesquisa realizada por Matão, Miranda, Campos, Teles e Mesquita (2010) com

acadêmicos de medicina e enfermagem sobre a transexualidade apresentou alguns resultados

similares aos encontrados neste estudo. Termos como mudança-sexo, preconceito, anormal,

cirurgia, opção faziam parte das evocações realizadas pelos entrevistados em ambos estudos.

Apesar de algumas semelhanças com as associações realizadas pelos estudantes de psicologia,

os graduandos de medicina e enfermagem tenderam mais a associar a transexualidade a

estrutura patológica que a uma construção sócio-identitária de gênero.

Tendo por base a literatura existente sobre as pessoas trans, era um fato esperado o

termo preconceito estar presente no quadrante do possível núcleo central de todas as

evocações realizadas. De acordo com Menin (2006), os termos que aparecem tanto na

situação “normal” quanto na situação de “substituição” são os mais prováveis de fazerem

parte do núcleo central da representação, por causa da estabilidade apresentada.

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A negatividade exacerbada encontrada tanto na tabela 2 quanto na tabela 4 (as tabelas

de “substituição”, que mostram o que as pessoas em geral pensam sobre os termos

disparadores) explicita as associações realizadas pelos entrevistados que seriam mal aceitas

socialmente ou que entrariam em choque com o sistema de valores morais dos “estudantes de

psicologia”, grupo de referência dos sujeitos respondentes no contexto da coleta.

Um exemplo bem ilustrativo que evidencia a externalização daquilo que seria bem

visto ou mal visto pelo grupo de referência aparece no termo respeito, inserido na 2ª periferia

da tabela 2 e desrespeito, na 2ª periferia da tabela 4, elementos estes que, embora periféricos,

estão bem relacionados com os termos presentes nos outros quadrantes.

Semelhantemente à presença do termo preconceito em todas os primeiros quadrantes,

encontrar expressões negativas nas tabelas supracitadas, só confirma o que traz a literatura

sobre pessoas trans. Ao analisar os processos de violência exercidas às não-

heterossexualidades em vários países do mundo, Costa et al (2010) afirmam que, qualquer

indivíduo que se saia das veredas traçadas e impostas pela hegemonia heterossexual é passível

de sofrer violência, seja ela simbólica ou declarada, implícita ou explícita, e, dentre estes

indivíduos, de modo geral, as pessoas trans são as mais desprotegidas e estigmatizadas.

Contudo, apesar de trazer as evocações coletadas e analisá-las à luz da Teoria das

Representações Sociais e da Teoria do Núcleo Central, os dados não nos permitem afirmar

que existe uma representação social sobre o homem trans no grupo estudado. As análises

realizadas indicam que o termo está intrinsecamente ancorado às representações construídas e

compartilhadas sobre a mulher trans, conforme mencionado anteriormente. A própria

produção acadêmica indica uma quantidade de publicações em relação a mulher trans e

travestis (AMARAL et al, 2011) e uma invisibilidade na produção acadêmica a respeito da

transmasculinidade (ÁVILA; GROSSI, 2010).

Tanto durante a análise dos questionários, quanto durante a aplicação foi possível

perceber que os termos, muitas vezes foram confundidos e/ou mesclados. Algumas respostas

muito interessantes, que não apareceram nos quadrantes por terem sido pouco ou

dispersamente evocadas refletem esta hipótese. Houve, por exemplo, quem achasse que o

homem trans era uma mulher trans que optou pela realização da cirurgia de

transgenitalização, ou que homem trans fosse o indivíduo a quem foi atribuído o gênero

masculino, mas que identificava-se com o feminino.

Estes elementos que denotam a ausência de clareza entre as expressões homem trans e

mulher trans aparecem na segunda periferia da tabela 1 na palavra dúvida, na primeira

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periferia e na zona de contraste da tabela 2 nos termos dúvida e incompreensão e na zona de

contraste e segunda periferia da tabela 4 nos termos confusão e desconhecimento.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados foram compatíveis com o que a literatura nos apresentava

sobre a população trans e o desafio enfrentado por grande parte das pessoas que se identificam

a partir de uma identidade de gênero não estabelecida dentro dos limites do binarismo do

gênero que conecta o sexo biológico ao gênero logo ao nascimento. A confusão dos termos

indutores expressos seja oralmente durante a aplicação dos questionários ou explicitados nas

evocações foi um ponto de grande importância deste trabalho. Em um momento que os

homens trans buscam visibilidade, foi possível perceber que as teorias sociais criadas e

compartilhadas a respeito desta população estão atreladas àquelas acerca da mulher trans.

Outro resultado que chamou atenção foi o grande número de palavras de teor

pejorativo quando foram respondidas as evocações de acordo como a população em geral

pensaria aqueles termos indutores apresentados. Bem como o destaque da palavra

preconceito como termo com maior frequência em todos os quadrantes de núcleo central

exceto na tabela 1 que ficou atrás apenas d o termo mulher.

Sendo preconceito o elemento central do nosso estudo, seria ele, desta forma, o

elemento mais resistente à mudança. E, sendo preconceito pouco sensível ao contexto

imediato e historicamente determinado, pode-se inferir que muito trabalho em um bom espaço

de tempo precisa ser realizado, principalmente pela psicologia, ao se buscar alterar as

representações sociais (ou participar mais ativamente na gênese das representações sociais,

caso ela ainda não exista) sobre homem trans e mulher trans visando a promoção da garantia

do exercício da cidadania desta população.

Os resultados demonstram uma necessidade crescente que a discussão de gênero seja

abordada na formação do profissional de psicologia, nos cursos de graduação e pós

graduação. A crescente demanda por estes profissionais em serviços que prestam atendimento

a esta população deve ser encarada como um desafio que a psicologia deve assumir com

responsabilidade.

Seguindo aquilo que é construído em discussão com a classe, o Conselho Federal de

Psicologia apoia a despatologização das identidades trans e travestis, porém, na prática é

possível observar que o desconhecimento sobre a temática da diversidade sexual e de gênero

tem sido o maior obstáculo no fortalecimento desta luta pela psicologia. Como profissionais –

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ou, no caso deste estudo, futuros profissionais – é preciso pensar nestas questões para além da

atuação do psicólogo no âmbito do processo de transição transgenital.

Apesar de algumas limitações metodológicas, este estudo permite que sejam discutidas

muitas questões, como por exemplo, de que modo o não-familiar homem trans está passando

por um processo de ancoragem e objetivação, onde os entrevistados buscam nomear este novo

objeto com classificações preestabelecidas em outras representações consolidadas, que antes

se referiam a homens ou mulheres ou mulheres trans. Buscar referências para o estranho

naquilo que lhe é familiar é um processo natural na gênese das representações sociais. Resta,

desta forma, possibilitar discussões e propor ações que viabilizem maiores esclarecimentos

sobre pessoas trans aos futuros profissionais da psicologia e instigar a realização de futuras

investigações sobre o tema, que se apresentam, ainda, em fase embrionária.

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