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Mulheres e Homens em Moçambique INDICADORES SELECIONADOS DE GÉNERO 2008

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Page 1: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Mulheres e Homens em Moçambique

INDICADORES SELECIONADOS DE GÉNERO

2008

Page 2: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 2

MULHERES E HOMENS EM MOÇAMBIQUE © 2008 Instituto Nacional de Estatística

Reprodução autorizada, excepto para fins comerciais, com indicação da fonte bibliográfica.

PRESIDÊNCIA

João Dias Loureiro Presidente

Manuel da Costa Gaspar

Vice-Presidente

Valeriano da Conceição Levene Vice-Presidente

Ficha Técnica

Título: Mulheres e Homens em Moçambique Indicadores Selecionados de Género - Moçambique - Moçambique

Editor: Instituto Nacional de Estatística Direcção de Estatísticas Demográficas, Vitais e Sociais Av. Ahmed Sekou Touré, nº 21, 9º andar, Cx. Postal 493 Maputo, Tel. 258 1 492114 E-Mail: [email protected] Internet: www.ine.gov.mz

Direcção: Fátima Zacarias

Produção: Laura Duarte, Dionísia Khossa, Teixeira Mandlate e Zuraida Khan

Colaboração: FDC, UNICEF, MMAS, MISAU, MITRAB, MEC

Revisão Manuel da Costa Gaspar, Fátima Zacarias.

Análise de Qualidade: João Dias Loureiro

Manuel da Costa Gaspar

Design e Grafismo: António F. Guimarães e Luís Rachid

Difusão: Instituto Nacional de Estatística, 1º Andar Flat 14, Maputo- Moçambique

Assistência Financeira: UNICEF

Tiragem : 1000 Exemplares

Page 3: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

ÍNDICE

PREFÁCIO .......................................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 9

PARTE 1 INDICADORES DEMOGRÁFICOS E AGREGADOS FAMILIARES.......... 11

1.1 Evolução da População Moçambicana........................................................................ 13 1.2 Distribuição da população por sexo e Província .......................................................... 14 1.3 Índice de masculinidade............................................................................................. 15 1.4 Distribuição da população por idade........................................................................... 17 1.5 Esperança de vida ao nascer ....................................................................................... 19 1.6 Taxa global de fecundidade........................................................................................ 20 1.7 Taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil ........................................................... 22 1.8 Agregados familiares chefiados por mulheres ............................................................. 23 1.9 Tamanho dos agregados familiares chefiados por mulheres ......................................... 24

PARTE 2 ACTIVIDADES ECONÓMICAS..................................................................... 27

2.1 Taxa específica de actividade por sexo ....................................................................... 29 2.2 População economicamente inactiva........................................................................... 29 2.2 Nível de alfabetização da força de trabalho feminina................................................... 30 2.3 Taxa de emprego ....................................................................................................... 33 2.4 População empregada por posição no processo laboral ................................................ 35 2.5 População empregada por ramos de actividades .......................................................... 36 2.6 Actividades económicas secundárias .......................................................................... 37 2.7 População Economicamente Activa (PEA) por tipo de remuneração............................ 38 2.8 Despesas Mensais per Capita por Sexo do Chefe do Agregado Familiar...................... 39 2.9 Taxa de Desemprego ................................................................................................. 39

PARTE 3 EDUCAÇÃO..................................................................................................... 41

3.1 Taxa de analfabetismo ............................................................................................... 43 3.2. Taxas de Analfabetismo por Província, 2005 ............................................................. 44 3.3 Taxa de frequência escolar ......................................................................................... 47 3.4 Taxa de conclusão ..................................................................................................... 49 3.5 Proporção de Repetentes ............................................................................................ 51 3.6 Matriculados nos Ensino superior............................................................................... 52 3.7 Novos Ingressos no Ensino Superior........................................................................... 54

Page 4: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 4

3.8 Área de formação no ensino superior.......................................................................... 54 3.9 Professoras por nível de ensino .................................................................................. 55

PARTE 4 SAÚDE E HIV/SIDA ........................................................................................ 57

4.1 Maternidade e gravidez em Adolescentes ................................................................... 59 4.2. Assistência durante o parto........................................................................................ 59 4.3. Mortalidade materna................................................................................................. 60 4.5 Técnicos de saúde, segundo o nível de formação......................................................... 62 4.6 HIV e SIDA .............................................................................................................. 63

4.6.1 Prevalência em adultos ...................................................................................... 63 4.6.2 Novas Infecções de SIDA.................................................................................... 63 4.6.3 Órfãos devido ao SIDA ...................................................................................... 64 4.6.4 Órfãos de SIDA por Região................................................................................ 65 4.6.5. Conhecimento sobre a prevenção do HIV e SIDA............................................... 66 4.6.6. Estigma e atitude de aceitação em relação ao HIV/SIDA.................................... 67 4.6.7 Mulheres com conhecimento e uso de diferentes métodos contraceptivos ............. 67

PARTE 5. LUGARES DE DECISAO ............................................................................... 69

5.1. Mulheres nos órgãos de tomada de decisão e no Parlamento....................................... 71

Page 5: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 5

LISTA DE QUADROS, GRÁFICOS E MAPAS QUADROS

Quadro 1.1 Evolução da População, 1980-2007 (em ‘000) ................................................ 13 Quadro 1.2 População por Província, 1980-2007 .............................................................. 14 Quadro 1.3 Evolução índice de Masculinidade, 1980-2007 ............................................... 15 Quadro 1.4 Índice de Masculinidade por Província, 2007.................................................. 15 Quadro 1.5 População Projectada por Sexo e Grupos Etários, 2007................................... 18 Quadro 1.6 Esperança de Vida ao Nascer, 1999-2008....................................................... 20 Quadro 1.7 Evolução da Taxa Global de Fecundidade, 1980-2007 .................................... 23 Quadro 1.8 Taxas de Mortalidade Infantil e Infanto-Juvenil, para o periodo 1994-2003 ..... 22 Quadro 1.9 Distribuição Percentual do Tamanho dos Agregados Familiares,

por sexo do chefe do agregado, 2005............................................................................ 25 Quadro 2.1 Distribuição Percentual da População Economicamente Inactiva, 2005............ 30 Quadro 2.2 Percentagem da População Economicamente Activa por Condição de

Alfabetização, 2005..................................................................................................... 31 Quadro 2.3 Taxas de Emprego Segundo Características Seleccionadas, 2005 .................... 33 Quadro 2.4 Distribuição Percentual da População Empregada por

Ramos de Actividades, 2005 (%) ................................................................................ 36 Quadro 2.5 Distribuição Percentual da Despesas Mensais per Capita

por Sexo do Chefe do Agregado Familiar, 2003............................................................ 39 Quadro 2.6 Taxas de Desemprego da População de 15 e mais anos

por área de Residência e sexo, segundo grupos de idade, 2005 (%)............................... 40 Quadro 3.1 Taxas de Frequência Escolar, 6-12 anos, 2005 (%)......................................... 48 Quadro 3.2 Taxas de Frequência Escolar, 13-17 anos, 2005 .............................................. 48 Quadro 3.3 Estudantes por Área de Formação no Ensino Superior Público

e Privado, 2006 .......................................................................................................... 55 Quadro 3.4 Professores(as) com Formação por Nível de Ensino, 2005-2007...................... 56 Quadro 4.1 Percentagem de Jovens dos 15-19 que são mães ou estão grávidas, 2003......... 59 Quadro 4.2 Percentagem de Crianças Subnutridas, 2003................................................... 62 Quadro 4.3 Percentagem de Médicos e Enfermeiros, 2006-07........................................... 62 Quadro 4.4 Tipos de Métodos Contraceptivos, 2003......................................................... 68 Quadro 5.1 Presença das Mulheres nos órgãos de Tomada de Decisão.............................. 71 Quadro 5.2 Mulheres nos lugares de decisão a nível local ................................................. 72

GRÁFICOS

Gráfico 1.1 Evolução da População, 1980-2007 (em ‘000)................................................ 13 Gráfico 1.2 Pirâmide da População, 2007......................................................................... 17

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Perfil de Género, Moçambique 6

Gráfico 1.3 Esperança de Vida ao Nascer, 1999-2008....................................................... 19 Gráfico 1.4 Evolução da Taxa Global de Fecundidade, 1980-2007.................................... 21 Gráfico 1.5 Taxas de Mortalidade Infantil e Infanto-Juvenil, para o período 1994-2003 ..... 22 Gráfico 1.6 Percentagem de Agregados Familiares Chefiados por Mulheres, 2005............. 24 Gráfico 2.1 Taxas Específicas de Actividade, 2005........................................................... 29 Gráfico 2.2 Percentagem de Pessoas Empregadas por Posição no Processo Laboral, 2005.. 35 Gráfico 2.3 PEA Envolvida em Actividades Económicas Secundárias, 2005 ..................... 37 Gráfico 2.4 Distribuição Percentual da PEA por Tipo de Remuneração, 2005.................... 38 Gráfico 3.1 Taxa de Analfabetismo por Grupo Etários, 2005............................................. 43 Gráfico 3.2 Taxas de Analfabetismo por Província, 2005.................................................. 44 Gráfico 3.3 Taxas Líquidas de Escolarização do Ensino Primário do 1º Grau, 1998-2008 .. 46 Gráfico 3.4 Taxas Líquidas de Escolarização do Ensino Primário do 2º Grau, 1998-2008 .. 47 Gráfico 3.5 Taxas de Conclusão na Escola Primária, 1998-2007 ....................................... 49 Gráfico 3.6 Taxas de Conclusão na Escola Secundária, 1998-2007.................................... 50 Gráfico 3.7 Proporção de Repetentes, Primeiro Ciclo da Escola Primária, 1998-2008 ........ 51 Gráfico 3.8 Proporção de Repetentes, Segundo Ciclo da Escola Primária, 1998-2008 ........ 52 Gráfico 3.9 Matriculados e Graduados no Ensino Superior Público, 2006.......................... 53 Gráfico 3.10 Matriculados e Graduados no Ensino Superior Privado, 2006........................ 53 Gráfico 3.11 Novos Ingressos no Ensino Superior, 2006................................................... 54 Gráfico 3.12 Percentagem de Professoras por Nível de Ensino, 2000-2007........................ 56 Gráfico 4.1 Tipo de Assistência Durante o Parto, 1997/2003............................................. 60 Gráfico 4.2 Mortalidade Materna Intra-hospitalar, 2001-2007 ........................................... 61 Gráfico 4.3 Prevalência do HIV em Indivíduos entre 15 e 49 anos, 2000-2008 .................. 63 Gráfico 4.4 Novas Infecções de SIDA, 2000 - 2008.......................................................... 64 Gráfico 4.5 Órfãos (0-17 anos) Devido ao SIDA, 2000-2008 ............................................ 65 Grafico 4.6 Órfãos (0-17 anos) devido ao SIDA por Região, 2008 .................................... 66 Gráfico 4.7 Percentagem de Homens e Mulheres de 15-49 anos que conhecem meios

para a Prevenção do HIV e SIDA, 2003 ....................................................................... 67

MAPAS

Mapa 1.1 Índice de Masculinidade por Província 2007 ..................................................... 16 Mapa 2.1 Percentagem de Mulheres Analfabetas Economicamente Activas

por Província, 2005 ..................................................................................................... 32 Mapa 2.2 Taxa de Emprego de Mulheres por Província, 2005 ........................................... 34 Mapa 3.1 Taxas de Analfabetismo Feminino por Província, 2005 ..................................... 45

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Perfil de Género, Moçambique 7

PREFÁCIO

A mulher ocupa um lugar preponderante na promoção do bem-estar da família e no desenvolvimento da comunidade e do país. Durante a era colonial, a mulher juntou-se ao homem na luta pela conquista da independência política. Hoje, a mulher encontra-se em diversas frentes de acção com o objectivo de dar o seu contributo na luta pela erradicação da pobreza e na promoção do seu estatuto rumo à sua auto-afirmação e empoderamento. É neste contexto que vemos cada vez mais mulheres a ocuparem cargos de liderança nas áreas política, económica e social a diversos níveis. Contudo, o seu envolvimento nos processos de tomada de decisão, principalmente ao nível local, ainda é muito reduzido. Por outro lado, a mulher ainda não beneficia da mesma forma que o homem do resultado do processo de desenvolvimento no que se refere ao acesso aos serviços básicos tais como educação, saúde, justiça, recursos e oportunidades. Reconhecendo que a mulher constitui a maioria da população moçambicana e tendo em conta o papel que ela desempenha na sociedade, urge desencadear acções que promovam a equidade do género para garantir o desenvolvimento harmonioso e sustentável do nosso país. Ademais, num ano em que se comemora o 60º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é pertinente avaliar os sucessos alcançados e identificar o que ainda há por fazer rumo ao alcance da justiça social. O Governo de Moçambique, as organizações não governamentais e os parceiros de cooperação têm envidado esforços para promover a equidade de género nos seus programas de desenvolvimento. É consensual o facto de que o entendimento das questões de género e o seu devido tratamento resultará num melhor envolvimento dos homens e mulheres nos processos de desenvolvimento e na promoção e observância dos direitos humanos. O governo, através de diversos instrumentos de planificação, tais como o PARPA II, o Plano Quinquenal e o Plano Económico e Social, introduziu o género como uma questão transversal que deve ser observada em todas as áreas de acção. Contudo, a falta de uma informação consistente e actualizada sobre o perfil do género em Moçambique dificulta a formulação de planos mais concretos e direccionados para a promoção da equidade de género. Neste contexto o Instituto Nacional de Estatística (INE), lança esta terceira edição da publicação intitulada “Mulheres e Homens em Moçambique, a qual foi produzida em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e contou com a contribuição da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e de vários produtores de informação estatística, com o objectivo de fornecer informação que permitirá ao governo, sociedade civil e outros actores de desenvolvimento a tomarem decisões informadas sobre as acções a desenvolver na promoção da justiça social em Moçambique.

Este documento servirá também de referência para que as próprias mulheres produzam a sua agenda de desenvolvimento que deverá ser incorporada nas agendas nacionais de desenvolvimento.

Presidente do INE João Dias Loureiro

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Perfil de Género, Moçambique 9

INTRODUÇÃO Esta publicação apresenta estatísticas de género, recolhidas por diferentes ministérios e agências nacionais. As estatísticas são desagregadas por sexo e área geográfica e dão uma visão da tendência dos dados na última década e, quando há dados disponíveis, nos últimos 20 e 30 anos. Uma breve análise acompanha os dados estatísticos apresentados de modo a esboçar os últimos desenvolvimentos e a situação actual, no que concerne a equidade de género em Moçambique. Muitos sectores registaram progressos consideráveis ao longo dos últimos anos, especialmente o de educação, onde as Metas do Desenvolvimento do Milénio como a universalização do ensino primário, poderá ser alcançado. Foram também identificados progressos na situação económica e da saúde da mulher. No entanto, continuam a existir disparidades, notavelmente discrepâncias geográficas entre os meios urbanos e os rurais e entre as províncias do Norte e do Sul de Moçambique. O presente livro é dirigido aos fazedores de políticas, parlamentares, funcionários, académicos, Organizações da Sociedade Civil e ao público em geral e fornece a todos os interessados, uma ferramenta que lhes possibilita planificar e tomar decisões informadas e promover a realização dos direitos da mulher e justiça social. O documento está dividido em 5 capítulos. O primeiro capítulo centra-se na situação demográfica de Moçambique, enquanto os restantes capítulos se concentram nos assuntos chave sobre a participação económica, educação, saúde e HIV/SIDA e empowerment.

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Perfil de Género, Moçambique 10

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Perfil de Género, Moçambique 11

PARTE 1 INDICADORES DEMOGRÁFICOS E AGREGADOS FAMILIARES

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Perfil de Género, Moçambique 12

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Perfil de Género, Moçambique 13

1.1 Evolução da População Moçambicana Em Moçambique, como em muitos outros países subsaharianos, a população é caracterizada por um crescimento continuo, como resultado das elevadas taxas de fecundidade e das taxas decrescentes de mortalidade. Os dados preliminares do censo populacional de 2007 revelaram que o país tinha 20.5 milhões de habitantes. Do total, 52% são mulheres, o que corresponde a 10.7 milhões de habitantes.

Gráfico 1.1 Evolução da População, 1980-2007 em (000)

Fonte: INE – Censos 1980, 1997 e 2007 (resultados preliminares)

Quadro 1.1 Evolução da População, 1980-2007 em (000)

População (000) Ano Mulher Homem Total

1980 6,222 5,909 12,130 1997 8,373 7,703 16,076 2007 10,744 9,787 20,531

Fonte: INE – Censos 1980, 1997 e 2007 (resultados preliminares)

6,222 8,373

10,744

5,909 7,703

9,787

16,076

20,531

12,130

0 3,000

6,000 9,000

12,000 15,000

18,000 21,000

1980 1997 2007

Mulher Homen Total

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Perfil de Género, Moçambique 14

1.2 Distribuição da população por sexo e Província Tomando como base as projecções de população por área de residência, poder-se-ia afirmar que 14 milhões, dos 20.5 milhões de habitantes que constituem a população moçambicana, residem na área rural, pois estima-se em 68% a percentagem de pessoas vivendo na área rural. De acordo com a mesma fonte, a composição da população urbana, por sexo denota ser equilibrada, enquanto na área rural, o número de mulheres (52%) é um pouco mais elevado que o dos homens (48%). O padrão nacional repete-se a nível de província, isto é, o número de mulheres é superior ao dos homens em todas províncias do país. As províncias de Inhambane e de Gaza são as que mais se destacam, com 56% de mulheres. Uma das causas desta tendência pode dever-se a uma maior participação dos homens na emigração, principalmente para a África do Sul.

Quadro 1.2 População por Província, 1980-2007

1980 1997 2007 Províncias Total

(000) Mulher

(%) Total (000)

Mulher (%)

Total (000)

Mulher (%)

Niassa 514 52.1 809 51.1 1,178 51 Cabo Delgado 940 52.6 1,380 51.6 1,633 52 Nampula 2,403 50.5 3,063 50.3 4,077 51 Zambézia 2,500 51 3,096 51.5 3,893 52 Tete 831 52.6 1,226 52 1,832 52 Manica 641 52.1 1,039 52.2 1,419 52 Sofala 1,065 49.8 1,369 51.3 1,654 52 Inhambane 997 54.1 1,157 56.3 1,267 56 Gaza 991 52.6 1,117 57 1,219 56 Maputo 755 46.5 831 52.9 1,260 54 Maputo Cidade 492 52.1 988 51 1,099 52 Total 12,130 51 16,076 52.1 20,531 52

Fonte: INE – Censos 1980, 1997 e 2007 (resultados preliminares)

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Perfil de Género, Moçambique 15

1.3 Índice de masculinidade O índice de Masculinidade representa o número de homens por cada 100 mulheres. Nos últimos 30 anos, o número de homens em cada 100 mulheres reduziu. Por exemplo, de 1980 a 2007, baixou de 95 para 91, como demonstra o Quadro 1.3.

Quadro 1.3 Evolução Índice de Masculinidade, 1980-2007

Ano Índice de masculinidade

1980 95 1997 92 2007 91

Fonte: INE – Censos 1980, 1997 e 2007 (resultados preliminares) As províncias de Inhambane (79,2%), Gaza (80,0%) e Maputo (83,6%) são as que apresentam os índices de masculinidade mais baixos do país. Este facto deve-se a uma alta taxa de emigração masculina para África do Sul à procura de melhores condições de trabalho e de qualidade de vida no geral.

Quadro 1.4 Índice de Masculinidade por Província, 2007

Províncias Índice de Masculinidade

Total 91,1 Niassa 94,9 Cabo Delgado 92,2 Nampula 96,3 Zambézia 91,7 Tete 93,5 Manica 90,5 Sofala 94,0 Inhambane 79,2 Gaza 80,0 Maputo Província 83,6 Maputo Cidade 93,7

Fonte: INE, Censo 2007 (resultados preliminares)

Page 16: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 16

Mapa 1.1 Índice de Masculinidade por Província 2007

Fonte: Quadro 1.4

Niassa 94.9Cabo Delgado 92.2

Nampula 96.3

Zambezia 91.7

Tete 93.5

Manica 90.5

Sofala 94

Inhambane 79.2Gaza 80

Maputo 83.6

Cidade de Maputo 93.7

Legenda 79.1- 91 91.1 – 93.9 94 - 97

Page 17: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 17

1.4 Distribuição da população por idade Os dados do último censo de população (Censo 2007) ainda não estão disponíveis por idade. Contudo, tendo em consideração que os dados dos resultados preliminares são muito aproximados aos das projecções de população (20.5 e 20.3 milhões, respectivamente) foi possível, com base na informação das projecções da população, construir-se a pirâmide etária a seguir apresentada. Como se pode depreender a partir da pirâmide, Moçambique, como a maioria dos países em vias de desenvolvimento, tem uma população com uma estrutura etária muito jovem, devido, entre outros, a elevadas taxas de fecundidade e a redução gradual da mortalidade infantil. A maior parte da população, cerca de 43%, encontra-se na faixa etária entre os 0 aos 14 anos de idade.

Gráfico 1.2 Pirâmide da População, 2007

Fonte: INE - Projecções Actualizadas 1997-2015

Homens Mulheres

Page 18: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 18

Quadro 1.5 População Projectada por Sexo e Grupos Etários, 2007

População Distribuição percentual Idade

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Total 20,366,795 9,842,760 10,524,035 100 100 100

0-4 3,373,461 1,711,152 1,662,309 16.6 17.4 15.8

5-9 2,873,371 1,452,945 1,420,426 14.1 14.8 13.5

10-14 2,531,507 1,267,139 1,264,368 12.4 12.9 12

15-19 2,327,155 1,158,684 1,168,471 11.4 11.8 11.1

20-24 1,841,670 918,312 923,358 9 9.3 8.8

25-29 1,532,980 730,708 802,272 7.5 7.4 7.6

30-34 1,367,223 590,102 777,121 6.7 6 7.4

35-39 1,148,799 493,217 655,582 5.6 5 6.2

40-44 871,760 395,241 476,519 4.3 4 4.5

45-49 689,092 314,944 374,148 3.4 3.2 3.6

50-54 538,806 245,949 292,857 2.6 2.5 2.8

55-59 419,405 190,331 229,074 2.1 1.9 2.2

60-64 315,197 140,003 175,194 1.5 1.4 1.7

65-69 228,339 100,172 128,167 1.1 1 1.2

70-74 155,361 67,966 87,395 0.8 0.7 0.8

75-79 91,019 39,592 51,427 0.4 0.4 0.5

80+ 61,650 26,303 35,347 0.3 0.3 0.3

Fonte: INE - Projecções Actualizadas 1997-2015

Page 19: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 19

1.5 Esperança de vida ao nascer A esperança de vida ao nascer indica o número médio de anos que se espera que uma pessoa nascida num determinado ano viva, se as condições de mortalidade existentes forem constantes. Segundo as projecções da população, prevê-se uma redução contínua da mortalidade e um aumento progressivo da esperança de vida. A esperança de vida passou de 44 anos, em 1997, para 48, em 2007, para ambos sexos. Para 2008, estimou-se uma esperança de vida de 50 anos para as mulheres e 46 para os homens. A diferença na longevidade entre mulheres e homens é universal, as mulheres têm mais tempo de vida que os homens por razões biológicas e socioeconómicas. Do ponto de vista biológico, o homem desde a vida embrionária é mais propenso a certo tipo de doenças que a mulher. Entre as causas sociais e económicas, o homem está sujeito a maiores riscos de vida, por exercer profissões que o expõem a perigos, a doenças, à fadiga física e mental.

Gráfico 1.3 Esperança de Vida ao Nascer, 1999-2008

36

38

40

42

44

46

48

50

52

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

An

os

Homem Mulher

Fonte: INE – Projecções Actualizadas 1997-2015

Page 20: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 20

Quadro 1.6 Esperança de Vida ao Nascer, 1999-2008

Esperança de vida ao nascer (anos)

Anos Total Homens Mulheres

1999 43.6 41.9 45.4

2000 44.3 42.5 46.1

2001 45.0 43.2 46.8

2002 45.6 43.8 47.5

2003 46.3 44.4 48.2

2004 46.7 44.8 48.6

2005 47.1 45.2 49.0

2006 47.4 45.5 49.3

2007 47.6 45.8 49.6

2008 47.9 46.1 49.9

Fonte: INE – Projecções Actualizadas 1997-2015

1.6 Taxa global de fecundidade A taxa global de fecundidade (TGF) representa o número médio de filhos por cada mulher, até ao fim do seu período reprodutivo, se as condições de fecundidade se mantivessem constantes. Nota-se que há, em geral, uma tendência decrescente da TGF, sendo a maior redução na área urbana de 1997 a 2007. No que se refere à área de residência, nota-se que a zona rural apresenta taxas mais elevadas que a urbana.

Page 21: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 21

Gráfico 1.4 Evolução da Taxa Global de Fecundidade, 1980-2007

Quadro 1.7 Evolução da Taxa Global de Fecundidade, 1980-2007

Área de residência 1980 1997 2007

Urbana 5.7 5.2 4.2

Rural 6.9 6.2 5.7

Total 6.4 5.9 5.3

Fonte: INE – Censo 1980, 1997 e 2007 (resultados preliminares)

6,45,9

5,35,2

4,2

5,7

5,76,2

6,9

0

2

4

6

8

10

1980 1997 2007

de fi

lhos

Total Urbana Rural

Page 22: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 22

1.7 Taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil A taxa de mortalidade infantil expressa o número de óbitos entre crianças com menos de um ano em cada 1.000 nados vivos. As taxas de mortalidade infantil, assim como as taxas de mortalidade noutras fases da vida da criança com menos de 5 anos são, em geral, mais altas para o sexo masculino, como mostram o Gráfico 1.5 e o Quadro 1.8.

Gráfico 1.5 Taxas de Mortalidade Infantil e Infanto-Juvenil, para o período 1994-2003

61

181

127

7850 64

176

46

120

74

0

50

100

150

200

Neonatal Pós-neonatal

Infantil Pós-infantil Infanto-juvenil

po

r m

il n

ado

s vi

vos

Homem Mulher

Fonte: INE - IDS 2003

Quadro 1.8 Taxas de Mortalidade Infantil e Infanto-Juvenil, para o período 1994-2003

Neonatal Pós-neonatal Infantil Pós-infantil Infanto-juvenil

Homem 50 78 127 61 181

Mulher 46 74 120 64 176

Total 48 76 124 62 178

Fonte: INE - IDS 2003 Apesar da redução da taxa de mortalidade infantil, os níveis continuam elevados, com valores acima de 100 por cada 1.000 nascidos vivos. Esta tendência é comum em muitos outros países da região.

Page 23: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 23

O quadro 1.8 mostra que a mortalidade infantil e infanto-juvenil é mais alta quando a idade das parturientes é inferior a 20 anos. A mortalidade diminui com o aumento da idade da mãe. Quadro 1.8 Taxas de Mortalidade Infantil e Infanto-Juvenil em relação à Idade da Mãe, para o período 1994-2003

Idade da mãe na época do nascimento Neonatal

Pós-neonatal Infantil Pós-infantil

Infanto-juvenil

< 20 62 101 163 73 224 20-29 42 74 116 63 172 30-39 48 58 106 52 152 40-49 39 41 80 53 129

Fonte: INE - IDS 2003

1.8 Agregados familiares chefiados por mulheres

Considera-se agregado familiar, a pessoa singular ou grupo de pessoas, ligadas ou não por laços de parentesco, que vivam na mesma casa, partilhem a alimentação e a maior parte das despesas da casa.

Segundo o Inquérito Integrado à Força de Trabalho (IFTRAB) realizado em 2005, a estimativa do número de Agregados Familiares em Moçambique é de 4,4 milhões, dos quais 30% se localizam nas áreas urbanas e 70% nas áreas rurais. A nível nacional, a percentagem de agregados familiares chefiados por mulheres é elevada mas, em média, não atinge os 30%. Contudo, a região sul e, particularmente, as províncias de Gaza (54%) e Inhambane (46%) apresentam percentagens mais elevadas de agregados familiares chefiados por mulheres.

Page 24: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 24

Gráfico 1.6 Percentagem de Agregados Familiares Chefiados por Mulheres, 2005

Fonte: INE - IFTRAB 2005 1.9 Tamanho dos agregados familiares chefiados por mulheres

A distribuição dos agregados familiares de acordo com o número médio de membros neles existentes mostra que, em geral, os agregados familiares chefiados por mulheres têm um tamanho menor do que os chefiados por homens. A maioria dos agregados familiares chefiados por mulheres tem entre 1 a 2 membros, seguidos dos com 3 a 4 membros. A maioria dos agregados chefiados por homens, apresentam 3 a 4 pessoas, seguidos dos com 5 a 6 pessoas.

26% 26%

27% 21%

22% 21%

22% 23% 23% 23%

28% 34%

46% 54%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Total Rural

Urbano

Nampula Niassa

Zambézia Cabo D. Manica

Tete Sofala

Maputo Cidade Maputo Prov.

Inhambane Gaza

Page 25: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 25

Quadro 1.9 Distribuição Percentual do Tamanho dos Agregados Familiares, por sexo do chefe do agregado, 2005

Número de membros Chefiados por Mulher

(%) Chefiados por Homem (%)

Total 100 100

1 – 2 35.8 18.7

3 – 4 34.9 33.4

5 – 6 19.8 29.0

7+ 9.4 18.9

Número médio de membros 3.6 4.7

Fonte: INE - IFTRAB 2005

Page 26: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 26

Page 27: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 27

PARTE 2 ACTIVIDADES ECONÓMICAS

Page 28: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 28

Page 29: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 29

0

20

40

60

80

100

120

15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 -64 65+

Tax

a d

e A

ctiv

idad

e (%

)

Homens Mulheres

2.1 Taxa específica de actividade por sexo Entende-se por força de trabalho ou população economicamente activa (PEA), toda a população de 15 e mais anos de idade ocupada (que trabalhou ou tinha emprego no período de referência) e também aquela que no período de referência esteve desocupada, mas estava disponível para realizar qualquer actividade económica. Segundo o IFTRAB 2005, a população economicamente activa corresponde a 99.3% de homens e a 87.0% de mulheres. Nos primeiros grupos etários, há um número maior de mulheres que homens, que participam em actividades económicas. De qualquer forma, em idades mais avançadas as mulheres retiram-se mais cedo que os homens.

Gráfico 2.1 Taxas Específicas de Actividade, 2005

Fonte: INE - IFTRAB 2005

2.2 População economicamente inactiva A população economicamente inactiva (PNEA) compreende todas as pessoas de 15 e mais anos que não realizaram qualquer actividade económica na semana de referência (não trabalharam e

Page 30: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 30

nem tinham emprego) e não procuraram fazê-lo nos dois meses anteriores à semana de referência, isto é, não estavam disponíveis para trabalhar. A principal razão de inactividade da população não economicamente activa, segundo o Quadro 2.1, é o facto de se estar a estudar, particularmente para os homens. A doença foi a segunda maior razão para ambos sexos, com destaque para as mulheres. Uma parte considerável de mulheres está inactiva pelo facto de ter idade avançada, enquanto a reforma constitui uma razão importante para os homens. É também importante notar que 4,3% das mulheres indicou que não trabalhava porque era proibida pelo marido.

Quadro 2.1 Distribuição Percentual da População Economicamente Inactiva, 2005

Razões de inactividade Mulher (%) Homem (%) Por estar a estudar 40.2 65.4 Por não poder pagar empregado 6.4 0.2 Por estar a cuidar de pessoas (com necessidade de ajuda) 6.4 1.5 Por proibição do marido 4.3 0.0 Por ser muito novo 1.1 1.9 Por ser muito velho 13.6 4.4 Por estar doente 16.8 10.9 Por estar Incapacitado 5.9 5.9 Por estar reformado 1.2 5.6 Outras 4.1 4.3 Total 100,0 100,0

Fonte: INE - IFTRAB 2005 2.2 Nível de alfabetização da força de trabalho feminina A proporção de População Economicamente Activa que não sabe ler e escrever é alta de um modo geral (54,8%), Quadro 2.2. Entretanto há grandes diferenças entre os homens e as mulheres (36,1% e 69,4% respectivamente).

Page 31: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 31

Quadro 2.2 Percentagem da População Economicamente Activa por Condição de Alfabetização, 2005

Nao sabe ler e escrever Total Homens Mulheres Urbana 28.2 15 39.9

Rural 67.3 47.2 82.1

Norte 67.6 48.9 83.8

Centro 57.6 35.5 75.1

Sul 35 19 45.5

Total 54.8 36.1 69.4

Fonte: INE - IDS 2003

A percentagem de mulheres analfabetas economicamente activas difere muito ao longo do país. As províncias do Norte têm as taxas mais elevadas de mulheres iletradas entre a força de trabalho. A percentagem diminui à medida que se passa das províncias setentrionais para as meridionais. A Província de Cabo Delgado (89,2%) tem a taxa mais elevada de mulheres analfabetas que participam na força de trabalho. A Cidade de Maputo apresenta a taxa mais baixa de mulheres analfabetas, com 18.6%.

Page 32: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 32

Mapa 2.1 Percentagem de Mulheres Analfabetas Economicamente Activas por Província, 2005

Fonte: INE - IFTRAB 2005

Niassa 82.7Cabo Delgado 89.2

Nampula 81.3

Zambezia 83.5

Tete 72.4

Manica 62.8

Sofala 68.2

Inhambane 60.4Gaza 59.9

Maputo 30.4

Cidade de Maputo 18.6

Legenda 18 – 40 40.1- 80 80.1- 90

Page 33: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 33

2.3 Taxa de emprego A taxa de emprego define a relação entre a população empregada e a população em idade activa (com 15 ou mais anos de idade). O conceito de emprego está ligado ao de ocupação, que se define como conjunto de funções e tarefas que um indivíduo desempenha no seu emprego ou no local onde exerce a sua actividade económica, independentemente do seu ramo de actividade. As mulheres têm uma taxa de emprego mais elevada que a dos homens, em todos domínios geográficos. Entre as mulheres, a taxa de emprego é mais elevada nas Províncias de Cabo Delgado (85,6%), Zambézia (85,1%) e Tete (85%) e mais baixa em Maputo Cidade (53,8%) e Maputo Província (58,8%), vide Mapa 2.2.

Quadro 2.3 Taxas de Emprego Segundo Características Seleccionadas, 2005

Taxa de ocupação Indicadores seleccionados Total Mulher Homem

Área de residência Urbana 58.2 62.8 54.1 Rural 83.4 86.2 81.3

Região Norte 78.0 82.7 73.9 Centro 77.6 80.9 75.0 Sul 66.3 65.2 67.1

Nível de educação Nenhum 81.0 85.8 79.5 Primário 1º grau 79.3 84.0 74.9 Primário 2º grau 62.7 69.3 52.3 Secundário e mais 52.1 58.2 41.6

Estado civil Solteiro(a) 47.4 48.4 45.7 Casado(a) 83.5 91.1 76.7 União marital 82.4 90.8 75.5 Divorciado(a) / separado(a) 81.8 85.1 83.2 Viúvo 78.6 72.4 79.3

Total 74.6 77.6 72.3

Fonte: INE - IFTRAB 2005

Page 34: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 34

Mapa 2.2 Taxa de Emprego de Mulheres por Província, 2005

Niassa 71.2Cabo Delgado 85.6

Nampula 83.9

Zambezia 85.1

Tete 85

Manica 71

Sofala 76

Inhambane 79.1Gaza 71.7

Maputo 58.8

Cidade de Maputo 53.8

Fonte INE – IFTRAB 2005

Percentagem 53 - 71.5

71.6 - 84

84.1 - 86

Page 35: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 35

2.4 População empregada por posição no processo laboral O gráfico sobre população empregada por posição no processo laboral deixa patente que existem poucas mulheres no governo e no sector privado, revelando falta de equidade de género. A percentagem de homens é mais elevada em todos os sectores, excepto nos empregos integrados na categoria ‘outros’, onde a mulheres estão em maior percentagem. A categoria ‘Outros’ inclui: trabalho familiar sem remuneração, trabalho no sector cooperativo, ONG e outras Associações. Gráfico 2.2 Percentagem de Pessoas Empregadas por Posição no Processo Laboral, 2005

Fonte: INE - IFTRAB 2005

2 2

57

40

7 12

69

12

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

100

Governo/sector público

Sector privado Conta própria Outros

%

Mulher Homem

Page 36: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 36

2.5 População empregada por ramos de actividades Segundo o Quadro 2.4, em Moçambique, a maior parte da população trabalha na agricultura, pecuária, caça, pesca e silvicultura, destacando-se as mulheres com 87%. Um número reduzido de mulheres está engajado no ramo da indústria no geral, mas, no caso da indústria extractiva, não há qualquer envolvimento das mulheres. Quadro 2.4 Distribuição Percentual da População Empregada por Ramos de Actividades,

2005 (%)

Ramos de actividades Total Mulher Homem Agricultura, pecuária, caça, pesca e silvicultura 78.5 87.3 68.0 Indústria extractiva 0.3 0.0 0.6 Indústria transformadora 3.1 1.2 5.4 Energia, água e construção 1.2 0.1 2.6 Comércio e reparação de veículos 9.2 7.0 11.7 Transporte e comunicações 0.8 0.1 1.6 Serviços 2.9 2.0 3.9 Administração 1.7 0.7 2.9 Educação 1.6 1.0 2.3 Saúde e acção social 0.7 0.5 0.8

Fonte: INE - IFTRAB 2005

Page 37: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 37

2.6 Actividades económicas secundárias1 Os dados do IFTRAB 2005 mostram que quase 9% da população empregada exerceu actividades económicas secundárias nos últimos 7 dias antes do inquérito. A População Economicamente Activa (PEA) empregada e envolvida em actividades económicas secundárias é composta maioritariamente por homens, sem distinção da área de residência.

Gráfico 2.3 PEA Envolvida em Actividades Económicas Secundárias, 2005

6.5

8.1

5.1

14.5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Mulher Homem

%

Urbana Rural

Fonte: INE - IFTRAB 2005

1 Actividade Económica Secundária: Para a pessoa com mais de um trabalho na semana de referência, ou seja, ocupada em mais de um empreendimento, define-se como secundária aquele em que a pessoa trabalhou, efectivamente, maior número de horas, a seguir à actividade principal, na semana de referência.

Page 38: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 38

2.7 População Economicamente Activa (PEA) por tipo de remuneração Os assalariados constituem a minoria da população empregada, pois a maior parte da população moçambicana trabalha por conta própria ou em trabalhos familiares sem remuneração, segundo o Gráfico 2.4. Para os assalariados ou os que recebem em espécie, as mulheres encontram-se em menor percentagem, enquanto para trabalhadores familiares sem remuneração, a mulher está em maior percentagem.

Gráfico 2.4 Distribuição Percentual da PEA por Tipo de Remuneração, 2005

Fonte: INE - IFTRAB 2005

13.3 5.8

22.2 24.6

37.8

9.1

62.1 56.5

68.7

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Total Mulher Homem

%

Dinheiro ou em espécie Trab . Familiar sem remuneração Conta Própria

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Perfil de Género, Moçambique 39

2.8 Despesas Mensais per Capita por Sexo do Chefe do Agregado Familiar Não existem grandes diferenças nas despesas dos agregados familiares chefiados tanto por mulheres como por homens, como se vê no Quadro 2.5. No geral, uma porção significativa das despesas mensais é destinada para os produtos alimentares, a habitação e os combustíveis. A categoria que conta com uma menor percentagem de despesa dos agregados familiares é a educação. São de destacar os gastos mais elevados em transporte para os agregados chefiados por homens, em comparação com os agregados chefiados por mulheres. Quadro 2.5 Distribuição Percentual das Despesas Mensais per Capita por Sexo do Chefe

do Agregado Familiar, 2003

Tipo de despesa AF Chefiado por

Mulher (%) AF Chefiado por

Homem (%) Alimentares 51.8 47.0 Bebidas alcoólicas 1.2 1.4 Vestuário e calçado 4.9 6.8 Habitação e combustível 26.0 21.6 Mobiliário 5.1 6.6 Saúde 1.1 1.2 Transporte 3.4 8.0 Comunicação 1.4 1.5 Recreação e lazer 1.4 2.1 Educação 0.7 0.7 Restaurantes, hotéis e cafés 1.2 1.1 Total (preços correntes em Mt) 294,515 333,102

Fonte: INE - IAF 2002/03 2.9 Taxa de Desemprego As taxas de desemprego2 são elevadas em Moçambique, rondando os 19%. Tanto nas zonas urbanas como nas zonas rurais, a taxa de desemprego é mais elevada entre as mulheres do que

2 O conceito de desemprego também considera aquelas pessoas que se tinham declarado como empregadas nas seguintes condições: i) trabalhadores ocasionais, isto é, sem trabalho regular, ii) trabalhadores por conta própria fora de agricultura com trabalho regular, mas que não exerceram a sua actividade no período de referência por

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Perfil de Género, Moçambique 40

entre os homens. A taxa de desemprego masculina mantém-se acima dos 20% até aos 24 anos de idade e depois começa a baixar. Já entre as mulheres, a taxa de desemprego mantém-se acima dos 20% até aos 34 anos depois baixa um pouco nas restantes idades. Os dados sugerem que os jovens e a mulher não encontram com facilidade espaço no mercado de trabalho. Quadro 2.6 Taxas de Desemprego da População de 15 e mais anos por área de Residência

e sexo, segundo grupos de idade, 2005 (%)

Idade Total Total Urbana Rural Hom. Mulh. Total Hom. Mulh. Total Hom. Mulh. 15-19 36.8 36.9 36.7 56.8 53.4 60.1 26.4 26.8 26.1 20-24 27.2 22.8 30.2 45.1 38.4 50.8 16.6 11.6 19.7 25-29 19.6 12.6 24.8 30.9 23.4 37.3 14.0 6.6 19.1 30-34 15.1 8.0 20.6 22.3 12.1 30.5 11.9 6.3 16.3 35-39 11.1 7.1 13.8 18.9 12.2 24.0 7.7 4.6 9.6 40-44 10.3 5.6 14.6 14.5 10.3 18.7 8.1 3.0 12.5 45-49 9.6 6.3 12.3 13.9 10.9 16.9 7.7 3.7 10.5 50-54 8.2 6.1 9.9 15.0 11.4 18.5 5.3 3.7 6.6 55-59 7.4 6.3 8.3 13.3 11.5 15.0 5.5 4.3 6.3 60-64 9.2 7.0 11.1 15.9 13.8 17.6 7.2 5.0 9.0 65+ 8.2 5.9 10.4 15.3 13.1 17 6.5 4.2 8.5 Total 18.7 14.7 21.7 31.0 25.6 35.7 12.9 9.1 15.7

Fonte: INE - IFTRAB 2005 No geral, em todas as províncias, as taxas de desemprego tendem a ser mais elevadas entre as mulheres do que entre os homens. Existe também uma variação das taxas de desemprego a nível de províncias do País tanto para os homens como para as mulheres. Entre as mulheres por exemplo, as taxas mais altas registam-se nas Províncias de Maputo, Maputo Cidade e Niassa.

razões económicas (falta de material, capital, avaria de equipamento, época de pousio, etc.); iii) trabalhadores agrícolas com trabalho regular que não exerceram a sua actividade no período de referência por razões económicas e iv) trabalhadores familiares sem remuneração que não trabalharam durante o período de referência.

Page 41: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 41

PARTE 3 EDUCAÇÃO

Page 42: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 42

Page 43: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 43

3.1 Taxa de analfabetismo A taxa de analfabetismo no país tende a reduzir. De 60.5%, em 1997 passou a 51.9%, em 2005, segundo dados do INE3. Fazendo uma análise por sexo, conclui-se que as mulheres apresentam uma taxa de analfabetismo maior que a dos homens. O Gráfico 3.1 mostra a situação actual das taxas de analfabetismo nos vários grupos etários e por sexo. Os dados revelam que quanto maior é a idade, mais elevada é a taxa de analfabetismo para ambos sexos. Entretanto, a taxa das mulheres é maior que a dos homens em todas as faixas etárias. As mulheres, dos 15-19 anos, apresentam uma taxa acima dos 40% que vai aumentando até mais de 80%, no intervalo de 45-49 anos. Para os homens, a maior taxa de analfabetismo encontra-se no grupo de 25-29 anos, decresce nos restantes grupos e volta a subir no grupo de 45-49 anos. A diferença da taxa de analfabetismo por idade, entre os sexos, aumenta nas idades mais avançadas. A diminuição da diferença entre sexos nos grupos etários mais jovens, é uma indicação de que a disparidade entre géneros em termos de alfabetização tem vindo a diminuir nas últimas décadas, tendo em conta que ler e escrever são habilidades adquiridas nos primeiros anos escolares.

Gráfico 3.1 Taxa de Analfabetismo por Grupo Etários, 2005

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

%

Homem Mulher

Fonte: INE - IFTRAB 2005

3 1997- II Recenseamento Geral da População e Habitação; 2005 - IFTRAB.

Page 44: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 44

3.2. Taxas de Analfabetismo por Província, 2005 O gráfico 3.2 mostra que as mulheres apresentam taxas de analfabetismo superiores as dos homens em todas as províncias. Cabo Delgado, Zambézia, Nampula, Niassa e Tete são as que mais se destacam com taxas de analfabetismo feminino acima de 70%. A Cidade e a Província de Maputo apresentam as taxas mais baixas de analfabetismo para ambos sexos, principalmente para os homens.

Gráfico 3.2 Taxas de Analfabetismo por Província, 2005

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

País

Niassa

Cabo D

.

Nampu

la

Zambé

zia Tete

Manica

Sofala

Inham

bane

.Gaz

a

Maputo

Maputo

Cida

de

%

Mulher Homem

Fonte: INE – IFTRAB 2004/05

Page 45: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 45

Mapa 3.1 Taxas de Analfabetismo Feminino por Província, 2005

Niassa 79.2

Cabo Delgado 86.7

Nampula 79.7

Zambezia 81.9

Tete 70.5

Manica 59.9

Sofala 65.6

Inhambane 58.5Gaza 57.6

Maputo 30.5

Cidade de Maputo 19

Fonte: INE – IFTRAB 2005

Legenda 19 - 59

59.1 – 80

80.1 - 86.7

Page 46: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 46

3.2 Taxa líquida de escolarização – EP1 e EP2 A taxa líquida de escolarização é a proporção entre os alunos que frequentam um determinado nível de ensino com idade oficial para o frequentar e a população no mesmo grupo etário. O Gráfico 3.3 apresenta a evolução da taxa liquida de escolarização no ensino do primeiro grau e mostra um aumento continuo a longo termo. O gráfico também mostra que o diferencial do nível de escolarização entre os sexos foi diminuindo em todo o período de referência e em particular nos último quinquénio. Gráfico 3.3 Taxas Líquidas de Escolarização do Ensino Primário do 1º Grau, 1998-2008

50.154.6

59.165.3 67.6

72.478

85.690.3

97.1102

40.845.5

50.456.9 60.7

66.473.2

81.286.3

93.198.4

0

20

40

60

80

100

120

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Rapazes Raparigas

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos A taxa líquida de escolarização do EP24, como mostra o gráfico 3.1, também vem aumentando ao longo do tempo, entretanto com valores muito mais baixos e sem diferenças significativas entre rapazes e raparigas. 4 A idade uficial para a frequencia do EP2 e’ 11-12 anos.

Page 47: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 47

Gráfico 3.4 Taxas Líquidas de Escolarização do Ensino Primário do 2º Grau, 1998-2008

2.9 2.8 3.1 3.6 44.9

5.97

9.1

13.1

15.8

2.9 3.24.1

5.26.3

8.6

12.8

16

2.42.4 2.20

5

10

15

20

25

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Rapazes Raparigas

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos 3.3 Taxa de frequência escolar A taxa de frequência escolar5 é a relação entre os alunos de uma determinada idade que frequentam o sistema de educação, e o resto da população com a mesma idade. Em todos os grupos etários as mulheres têm taxas de frequência escolar mais baixas que as dos homens; as diferenças aumentam significativamente nas crianças mais velhas (entre os 11 e 12 anos) Apesar de as taxas de frequência escolar do país serem, em geral, mais elevadas para os homens, notam-se excepções a nível de província. No grupo etário 6-10 nas Províncias de Zambézia e Sofala e no grupo etário 11-12 nas Províncias de Niassa, Tete, Manica e Maputo Cidade as taxas de frequência escolar para mulheres são superiores ás dos homens.

5 A diferença entre a taxa de escolarização apresentada em 3.2 e a taxa de frequência apresentada em 3.3 é que a primeira toma apenas em consideração os alunos matriculados no início do ano com idade oficial para esse nível em relação à população dessa mesma idade, enquanto a segunda considera alunos que estão a frequentar a escola.

Page 48: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 48

Quadro 3.1 Taxas de Frequência Escolar, 6-12 anos, 2005 (%)

6-10 Anos 11-12 Anos Província Mulher Homem Mulher Homem

País 67 68 81 86 Niassa 58 66 78 66 Cabo Delgado 61 62 84 86 Nampula 50 55 68 68 Zambézia 71 69 85 85 Tete 57 61 70 65 Manica 68 75 88 79 Sofala 66 64 72 96 Inhambane 81 77 90 93 Gaza 83 83 95 99 Maputo 88 91 95 98 Maputo Cidade 92 92 95 93

Fonte: INE – IFTRAB 2005

Quadro 3.2 Taxas de Frequência Escolar, 13-17 anos, 2005

13-15 Anos 16-17 Anos Província Mulher Homem Mulher Homem

País 76 82 53 69 Niassa 63 77 50 65 Cabo Delgado 72 83 47 72 Nampula 62 68 48 62 Zambézia 79 90 48 79 Tete 67 75 44 52 Manica 75 87 53 83 Sofala 79 84 39 64 Inhambane 90 89 57 75 Gaza 85 82 55 69 Maputo 88 94 71 68 Maputo Cidade 90 93 76 78

Fonte: INE – IFTRAB 2005

Page 49: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 49

3.4 Taxa de conclusão As taxas de conclusão representam a proporção de alunos matriculados que terminam um determinado nível escolar. Embora as taxas de conclusão tenham aumentado em todos os níveis de ensino nas últimas décadas, a diferença entre os sexos aumentou. Como ilustram os Gráficos 3.5 e 3.6, os alunos do sexo feminino apresentam taxas mais baixas de conclusão, em todos os níveis de escolarização.

Gráfico 3.5 Taxas de Conclusão na Escola Primária, 1998-2007

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

EP1 M EP1 H EP2 M EP2 H

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

Page 50: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 50

Gráfico 3.6 Taxas de Conclusão na Escola Secundária, 1998-2007

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

ESG1 M ESG1 H ESG2 M ESG2 H

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

Page 51: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 51

3.5 Proporção de Repetentes Nos Gráficos 3.7 e 3.8 apresenta-se a informação sobre a repetência no ensino primário e secundário. Nota-se uma tendência de redução na proporção de repetentes de ambos sexos, sem diferenças significativas entre estes.

Gráfico 3.7 Proporção de Repetentes, Primeiro Ciclo da Escola Primária, 1998-2008

0

5

10

15

20

25

30

35

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Homems Mulheres

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

Page 52: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 52

Gráfico 3.8 Proporção de Repetentes, Segundo Ciclo da Escola Primária, 1998-2008

0

5

10

15

20

25

30

35

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Homems Mulheres

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos 3.6 Matriculados no Ensino superior Segundo os Gráficos 3.9 e 3.10, do total dos estudantes matriculados em 2006 no ensino superior público e privado, constatou-se que no ensino superior público somente 30% são mulheres, enquanto no ensino superior privado não existem grandes diferenças entre os sexos. Em relação aos estudantes graduados, em termos absolutos, há mais homens graduados, do que mulheres tanto no ensino superior público e privado. Contudo, em termos percentuais, mais mulheres, depois de matriculadas, concluem o curso, comparativamente a homens.

Page 53: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 53

Gráfico 3.9 Matriculados e Graduados no Ensino Superior Público, 2006

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

Gráfico 3.10 Matriculados e Graduados no Ensino Superior Privado, 2006

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

9608

850

22482

1849

0

5000

10000

15000

20000

25000

Matriculados Graduados

Mulher Homem

5164

894

5979

987

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Matriculados Graduados

Mulher Homem

Page 54: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 54

3.7 Novos Ingressos no Ensino Superior De acordo com o Gráfico 3.11, os novos ingressos no ensino superior em 2006 são compostos, na sua maioria, por homens. A Saúde e bem estar, é o ramo de formação que apresenta mais mulheres do que homens. Os ramos de formação mais concorridos no ensino superior são o da Educação com 9604 ingressos e das Ciências Sociais, de Gestão e de Direito com 4123 ingressos. Dos novos ingressos nestes ramos, 37% e 44%, respectivamente, são mulheres.

Gráfico 3.11 Novos Ingressos no Ensino Superior, 2006

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos 3.8 Área de formação no ensino superior O Quadro 3.4 apresenta estudantes matriculados e graduados nas diferentes áreas de formação do ensino superior. No geral as áreas de formação mais concorridas são a Educação e Ciências Sociais, Gestão e Direito. Na área de Saúde e Bem-estar, as mulheres apresentam maior percentagem de matriculados. Em seguida vêm os cursos de Ciências Sociais, de Gestão, de

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Educ

ação

Ciên

cias

soc.

,ge

stão

, dire

ito

Ciên

cias

natu

rais

Enge

nh.,

Indú

stria

s e

Cons

tr.

Agric

ultu

ra

Serv

iços

Saúd

e e

bem

esta

r

Letra

s e

Hum

anid

ades

Mulher Homens

Page 55: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 55

Direito e de Letras e Humanidades com mais de 40% de mulheres entre os matriculados. Os cursos menos frequentados pelas mulheres são os das Engenharias, Indústrias e Construção.

Quadro 3.3 Estudantes por Área de Formação no Ensino Superior Público e Privado, 2006

Matriculados Graduados Área de formação

Total % Mulher Total % Mulher

Educação 17390 33.3 1367 36.5

Letras e Humanidades 1144 40.6 116 42.2

Ciências Sociais, Gestão, Direito 11744 42.3 1756 44

Ciências Naturais 3645 22 307 35.2

Engenharias, Indústrias e Construção 4198 14.4 369 14.9

Agricultura 1677 26.2 239 33.5

Saúde e Bem-estar 1692 52.9 68 54.4

Serviços 946 26.3 109 33

Não classificada 797 40.2 249 15.7

Total 43233 33.6 4580 36.6

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, 2006 3.9 Professoras por nível de ensino Comparando a percentagem de professoras e professores existentes por nível de ensino segundo mostra o Gráfico 3.12, constatou-se que apesar da tendência de aumento no período em análise, a percentagem de professoras é muito baixa em todos níveis, sendo a mais alta no EP1, com cerca de 35%. No ESG as professoras não atingem os 20% o que significa que mais de 80% dos professores são do sexo masculino.

Page 56: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 56

Gráfico 3.12 Percentagem de Professoras por Nível de Ensino, 2000-2007

05

101520253035404550

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

EP1 EP2 ESG 1 ESG 2

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos Apesar de a percentagem de professoras ser muito baixa como ilustra o Gráfico 3.12, no grupo de professores com formação a maior percentagem é das professoras principalmente no ESG2, onde mais de 90% tem formação. Segundo o Quadro 3.5, de 2005 para 2007, no geral, nota-se um ligeiro aumento de professores com formação.

Quadro 3.4 Professores(as) com Formação por Nível de Ensino, 2005-2007

EP1 EP2 ESG1 ESG2 Anos M H M H M H M H

2005 65.4 54.6 79.3 65.1 64.3 52.6 92.9 75.0

2006 69.8 58.5 82.9 71.2 65.5 55.7 95.0 79.7

2007 67.7 55.5 83.0 71.0 64.3 51.3 92.5 82.3

Fonte: MEC – Levantamento Escolar, vários anos

Page 57: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 57

PARTE 4 SAÚDE E HIV/SIDA

Page 58: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 58

Page 59: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 59

4.1 Maternidade e gravidez em Adolescentes O Quadro 4.1 mostra a percentagem das jovens dos 15-19 anos de idade que são mães, que estão grávidas do primeiro filho e as que já engravidaram uma ou mais vezes. No três grupos observa-se que a percentagem vai aumentando com a idade. Os dados mostram que as mulheres iniciam a vida sexual e reprodutiva relativamente cedo e fora do casamento, sendo esta uma das principais causas do elevado número de abortos e de mães solteiras.

Quadro 4.1 Percentagem de Jovens dos 15-19 que são mães ou estão grávidas, 2003

Grávidas Alguma vez

Mães Do 1º filho grávidas

Total 34 7 41 Urbana 26.8 5.2 32 Rural 40.5 8.5 49 Idades

15 6 6.2 12.2 16 14.2 6.9 21.1 17 28.5 7.6 36.2 18 50.6 8.3 58.9 19 65.2 5.7 70.9

Fonte: INE – IDS 2003 4.2. Assistência durante o parto O Gráfico 4.1 apresenta a percentagem dos partos realizados por tipo de prestador de serviço. Os dados de IDS de 2003 mostram que os partos, na sua maioria, (48%) são realizados por técnicos de saúde. Cerca de 41% dos partos é realizado por ‘outro’ tipo de provedor ou sozinho e 11% por parteiras tradicionais.

Page 60: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 60

Gráfico 4.1 Tipo de Assistência Durante o Parto, 1997/2003

Fonte: INE - IDS 1997; IDS 2003 4.3. Mortalidade materna A mortalidade materna intra-hospitalar é o número de mulheres que morrem nos hospitais em cada 100.000 nascidos vivos. De acordo com o Gráfico 4.2, as mortes maternas tendem a aumentar de 2001-2006, tendo passado de 162 para 190, respectivamente. Em 2007 já se verifica uma ligeira tendência de redução deste índice.

71,4

27,6

1,0

47,741,3

11,0

010

20

30

4050

60

7080

90

100

Técnico de saúde Outros/Sozinha Parteira tradicional

%

1997 2003

Page 61: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 61

Gráfico 4.2 Mortalidade Materna Intra-hospitalar, 2001-2007

163

190180181

162

184 177

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: MISAU – Informação Sumária, vários anos 4.4. Crianças subnutridas O Quadro 4.2 mostra a percentagem de crianças com menos de cinco anos, por estado de nutrição (crónica, aguda e insuficiência do peso), relacionando com os níveis de escolarização da mãe. O sexo masculino apresenta maior percentagem de subnutrição crónica e de peso abaixo da média, enquanto para a subnutrição aguda trata-se da mesma percentagem para ambos sexos. Segundo o quadro apresentado, nota-se uma correlação negativa entre a subnutrição crónica e o nível de escolaridade da mãe (a subnutrição crónica decresce com o aumento de nível de escolaridade da mãe), sendo de 15% nas crianças cujas mães têm o nível secundário e 46.9 % para as sem qualquer nível de escolaridade. Esta situação reflecte-se da mesma maneira em relação ao baixo peso, apontando-se para 12.1%, para as mães com nível secundário e 31.1% para as sem qualquer nível de escolaridade. Em relação à subnutrição aguda, a percentagem é relativamente menor nas crianças de mães sem qualquer nível de escolaridade e maior naquelas cujas mães têm o nível secundário, 3.9% e 4.4%, respectivamente.

Page 62: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 62

Quadro 4.2 Percentagem de Crianças Subnutridas, 2003

Subnutrição

Crónica Subnutrição

Aguda Baixo peso

Total 41 4 23.7 Rapariga 39.4 4.0 22.6 Rapaz 42.6 4.0 24.7 Nível de escolaridade da mãe Nenhum 46.9 3.9 31.1 Primário 41.8 4.0 24.4 Secundário 15.0 4.4 12.1

Fonte: INE – IDS 2003 4.5 Técnicos de saúde, segundo o nível de formação O Quadro 4.3 apresenta a distribuição dos técnicos de saúde, segundo o nível de formação. Nota-se um maior número de enfermeiros do que médicos. Analisando por sexo, constata-se que em 2006 os homens estão em maior percentagem na categoria de médicos e as mulheres na de enfermeiras, enquanto em 2007 verifica-se uma redução na percentagem das enfermeiras. Em 2007, os homens estavam em maior numero que as mulheres para as duas categorias.

Quadro 4.3 Percentagem de Médicos e Enfermeiros, 2006-07

2006 2007 Nível de formação

Total %

Mulher %

Homem Total %

Mulher %

Homem

Médicos 606 47.7 53.3 692 49.4 50.6 Enfermeiros 4282 58.1 41.9 4636 41.0 59.0

Fonte: MISAU – Informação Sumária, vários anos

Page 63: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 63

4.6 HIV e SIDA A prevalência do HIV e SIDA em Moçambique é elevada. A prevalência nas mulheres é superior a dos homens. A diferença na prevalência entre homens e mulheres está associada a diversos factores. Segundo alguns estudos, factores biológicos tanto como sócio-culturais, colocam a mulher em situaçäo de maior vulnerabilidade à infecçäo que o homem. 4.6.1 Prevalência em adultos

O Gráfico 4.3 realça uma tendência crescente na prevalência do HIV em adultos ao longo do período 2000/2008, tanto para o sexo masculino como para o feminino. As mulheres têm uma prevalência mais elevada que a dos homens.

Gráfico 4.3 Prevalência do HIV em Indivíduos entre 15 e 49 anos, 2000-2008

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

%

Homens Mulheres

Fonte: INE - Impacto demográfico do HIV/SIDA em Moçambique 2008 4.6.2 Novas Infecções de SIDA

O Gráfico 4.4 mostra a diferença na infecção do SIDA por idades. O número de novas infecções decresceu significativamente no grupo com mais de 15 anos de idade, entre 2001 e 2006, tendo passado de 156.175 a 129.161 novas infecções por ano. Nos últimos anos esta tendência mostra

Page 64: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 64

uma reversão. Considerando as crianças até 14 anos, a curva mostra uma tendência ligeira de redução das novas infecções a partir de 2006. As projecções anuais para 2008 indicam 32.193 novos casos de HIV.

Gráfico 4.4 Novas Infecções de SIDA, 2000 - 2008

Fonte: INE - Impacto demográfico do HIV/SIDA em Moçambique, 2008 4.6.3 Órfãos devido ao SIDA

O Gráfico 4.5 apresenta a evolução dos órfãos devido ao SIDA, dos 0 aos 17 anos de idade (de 2000 a 2008). O número de órfãos de pai e mãe aumenta ao longo do tempo. Os órfãos de ambos, são menos em relação aos restantes. No entanto, o elevado número de órfãos maternos pode ser consequência da elevada taxa de prevalência do HIV/SIDA em mulheres.

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

0-14 anos 15 anos e +

Page 65: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 65

Gráfico 4.5 Órfãos (0-17 anos) Devido ao SIDA, 2000-2008

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

400000

450000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Maternos Paternos Ambos

Fonte: INE - Impacto demográfico do HIV/SIDA em Moçambique, 2008 4.6.4 Órfãos de SIDA por Região

O Gráfico 4.6 mostra o número de órfãos de SIDA, por região. De um modo geral, ocorrem mais órfãos maternos que paternos, sendo o Centro a região do país onde se concentra a maior taxa de prevalência, apresentando também o número mais elevado de órfãos comparativamente às outras regiões. O Norte apresenta o menor número de órfãos.

Page 66: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 66

Grafico 4.6 Órfãos (0-17 anos) devido ao SIDA por Região, 2008

Fonte: INE- Impacto demográfico do HIV/SIDA em Moçambique, 2008

4.6.5. Conhecimento sobre a prevenção do HIV e SIDA

O Gráfico 4.7 mostra a percentagem de pessoas com idades entre 15 e 49 anos, face ao conhecimento das formas de prevenção do HIV. Segundo os dados, nota-se que, em geral, o nível de conhecimento das diferentes formas de prevenção é maior nos homens. A forma de prevenção mais conhecida é o uso do preservativo, seguindo-se a limitação do número de parceiros e por último, a abstinência sexual.

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

Sul Centro Norte

Maternos Paternos Ambos

Page 67: Mulheres e Homens em Moçambique - INE Destaques

Perfil de Género, Moçambique 67

Gráfico 4.7 Percentagem de Homens e Mulheres de 15-49 anos que conhecem meios para a Prevenção do HIV e SIDA, 2003

Fonte: INE – IDS 2003 4.6.6. Estigma e atitude de aceitação em relação ao HIV/SIDA

A estigmatização à volta do HIV/SIDA é ainda o maior obstáculo para os programas de sensibilização, que têm como objectivo prevenir a expansão rápida do HIV e reduzir as consequências e impacto do SIDA. O gráfico 4.6 reflecte sobre alguns aspectos sociais relacionados com o assunto em causa. De um modo geral, há relativamente mais homens que mulheres com atitudes positivas face a pessoas com HIV/SIDA. Com 80.8% mulheres e 81.8% homens, pode-se chegar a conclusão de que para ambos, quatro em cada cinco pessoas declaram que estariam dispostas a cuidar de um membro da família com HIV/SIDA. É também de referir que as pessoas têm uma atitude de maior aceitação da situação em que um(a) professor(a) seropositivo(a) continue a dar aulas em relação à situação de comprar hortícolas de um vendedor seropositivo. 4.6.7 Mulheres com conhecimento e uso de diferentes métodos contraceptivos

O Quadro 4.4 mostra a percentagem de mulheres, segundo conhecimento e uso de diferentes métodos contraceptivos. Os dados revelam um elevado conhecimento dos métodos contraceptivos modernos, porém o nível de utilização é bastante reduzido. Em geral, os métodos mais conhecidos pelas mulheres são a pílula, seguida de injecção e do preservativo. O menos conhecido é o método de espermicidas e gel. A pílula e a injecção constituem os métodos modernos mais usados, sendo o DIU o método menos usado.

53.3

52.7

46.2

70.3

66.5

63.3

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Usar camisinha

Limitar nº de pareceirossexuais

Abstinência sexual

Percentagem

Mulheres Homens

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Perfil de Género, Moçambique 68

Quadro 4.4 Tipos de Métodos Contraceptivos, 2003

Mulheres Tipo de método Conhecimento (%) Uso* (%)

Métodos modernos 90.8 14.2 Esterilização feminina 40.0 0.7 Esterilização masculina 8.0 - Pílula 79.9 5.4 DIU 51.2 0.1 Injecções 78.4 4.2 Preservativo 78.4 3.7 Diafragma 5.5 - Espermicidas, gel 3.6 - Amenorreia por amamentação 45.2 - Tradicionais 48.8 4.0 Abstinência periódica 33.7 2.7 Coito interrompido 20.7 0.2

Fonte: INE – IDS 2003 * Mulheres actualmente usando contraceptivo

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Perfil de Género, Moçambique 69

PARTE 5.

LUGARES DE DECISÃO

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Perfil de Género, Moçambique 71

5.1. Mulheres nos órgãos de tomada de decisão e no Parlamento O direito à participação da mulher moçambicana na vida política do país está garantido na Constituição da República. O Quadro 5.1 mostra a distribuição de mulheres nos órgãos de decisão. O quadro mostra que embora a sua participação seja fraca, há um incremento do número de mulheres nos órgãos de decisão entre 2004 e 2008.

Quadro 5.1 Presença das Mulheres nos órgãos de Tomada de Decisão

2004 2005 2006 2007 2008 Orgão

Tot % M Tot

% M Tot

% M Tot

% M Tot

% M

Governo

Ministras (os) 26 15.3 32 18.7 32 18.7 32 18.7 27 25.9

Vice-Ministras(os) 18 16.3 17 23.5 17 23.5 17 23.5 20 30

Governadoras (es) 11 0 11 18.1 11 18.1 11 18.1 11 18.1

Secretárias (os) Permanentes Ministeriais

17 11.7 19 31.5 19 31.5 19 31.5 19 31.5

Secretárias (os) Permanentes Provinciais

0 0 11 36.3 11 36.3 11 36.3 11 36.3

Directoras (es) Provinciais 142 8.4 163 20.2 163 20.2 163 20.2 164 20.7

Parlamento

Deputadas (os) 250 28.0 250 35.6 250 36.0 250 37.2 250 37.2

Fonte: Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social, Direcção Nacional da Mulher No Quadro 5.1 também se nota uma evolução na percentagem de mulheres no parlamento, em Moçambique. Dos 250 assentos para deputados na Assembleia da República, em 2004, 28% eram ocupados por mulheres, em 2005, 36% e em 2007 e 2008, 37.2%. No Quadro 5.2, nota-se uma grande evolução de 2002 a 2007 no número de mulheres presidentes das Assembleias Municipais, o que mostra haver progressos alcançados em relação à presença de mulheres nos lugares de decisão ao nível local.

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Perfil de Género, Moçambique 72

Quadro 5.2 Mulheres nos lugares de decisão a nível local

2002 2005 2007* Lugar de decisão

M H M H M H

Presidentes da Assembleia Municipal 3.0 97.0 3.0 97.0 15.0 85.0

Vereadores 29.7 70.3 29.7 70.3 33 168

Fonte: Ministério da Mulher e Coordenação da Acção Social, Direcção Nacional da Mulher * MAE, 2007