Eu quero! Eu consigo!

Acordei num dia como os outros, era Domingo. Até nem tinha de acordar cedo, mas levantei-me e fiz o que tinha a fazer. Mas este dia, não era como os outros, pois por mais que me forçasse a levantar, por mais que quisesse fazer as tarefas do dia, o meu corpo não me obedecia como é normal acontecer.

"Estás a chocar alguma!" Disse eu.

Qualquer movimento me provocava dores nos ossos, sentia-me febril, mas nem por isso tinha temperatura. Parecia tudo normal.

"Se não estou apaixonado, então devo estar doente!"

"Tenho de me levantar e tenho trabalho a fazer!"

Mas estranho é que qualquer acção que fizesse, era processada lentamente, que até parecia que estava a andar para trás.

Tomei o pequeno-almoço, ajudei a minha mãe e com o algumas tarefas. Já desde o falecimento do meu pai que ela não anda lá muito bem. No entanto hoje até me parecia bem disposta.

Ajudei-a a fazer o almoço, entretanto fui passear o cão e voltei para almoçar. O meu corpo continuava a magoar-me, qualquer esforço magoava e mover-me era como se fosse uma preguiça, sentia-me mesmo sonolento.

"Mas que raio, hoje não tenho razão para estar de ressaca! Eu ontem nem sequer saí à noite!"

No entanto já no dia anterior, na Aula Magna da Universidade da Tribo, me tinha sentido mal, e cheguei à noite um bocado mal disposto. Muito esgotado. Concluo que isso se deve a passar algumas diretas a fazer alguns trabalhos no computador. Lá tenho eu de ir ao médico.

"Deve ter sido a energia positiva que recebi... Foi tanta, que até me fui abaixo com o peso!"

Depois de despachar tudo, fui sentar-me ao PC para trabalhar... Estava determinado, mas não foi suficiente. Foi pior!

Sabia que estava a armar-me em coninhas mesmo assim...

Mandei uma mensagem ao meu patrocinador. Ele disse-me algumas coisas que me ficaram a martelar na consciência. Sobretudo quando se sabe que são reais!

O que fiz?

Levantei fui lavar a cara com água fria e fui todo o caminho a dizer, todo o tempo:

"Eu consigo! Eu consigo! Eu consigo!..."

"Tenho de parar com isto!"

"Eu consigo! Eu consigo!..."

"Eu não sou de desistir e ir-me a baixo!"

"Eu consigo! Eu consigo!..."

"Vou fazer isto pelo meu pai! E tudo o que faço vai valer a pena!"

"Eu quero! Eu consigo!"

Cheguei novamente ao computador e com nova força de determinação. Mas com uma força superior. Eu consigo! Voltei a pensar: Se desistir eu não tenho futuro à vista e vou fazer isto em memória do meu pai! E fazê-lo pela minha mãe! E por aqueles que querem que eu consiga também!

Eu quero! Eu consigo!

Jorge Moreira