Ética um olhar sobre a formação e a prática arquivística

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS ARQUIVÍSTICOS Mônica Guimarães Silva ÉTICA: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO E A PRÁTICA ARQUIVÍSTICA Rio de Janeiro 2011

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O trabalho tentou levantar a questão da Ética na formação e Prática dos Arquivistas. Buscou-se aproximar a Ética da Arquivologia, com o objetivo de inserir a questão da Ética Profissional no pensamento reflexivo dos arquivistas. Para tentar perceber a questão da Ética na formação dos arquivistas, realizou-se uma pesquisa com estudantes e profissionais formados pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS ARQUIVÍSTICOS

Mônica Guimarães Silva

ÉTICA: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO E A PRÁTICA ARQUIVÍSTICA

Rio de Janeiro

2011

Mônica Guimarães Silva

ÉTICA: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO E A PRÁTICA ARQUIVÍSTICA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como pré-requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Arquivologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Orientador: Flávio Leal da Silva

Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMAMAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ESTUDOS E PROCESSOS ARQUIVÍSTICOS ESCOLA DE ARQUIVOLOGIA Reitor Prof. Dr. Luiz Pedro San Gil Jutuca Decano Prof. Dr. Luiz Cleber Gak Chefe de Departamento Prof. LD João Eurípedes Franklin Leal Diretora Profª. Drª Anna Carla Almeida Mariz Orientador Prof. MS. Flávio Leal da Silva

SILVA,Mônica Guimarães

Ética: Um olha sobre a formação e prática arquivística /

Mônica Guimarães Silva. – 2011.

47 f.

Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em

Arquivologia) – Departamento de Estudos e Processos

Arquivísticos, Universidade Federal do Estado do Rio de

Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, 2011.

Bibliografia: f. 33-34

1.Ética e Ética Profissional. 2. Arquivistas. 3. Formação

Acadêmica. I Título

CDU

Mônica Guimarães Silva

ÉTICA: UM OLHAR SOBRE A FORMAÇÃO E A PRÁTICA ARQUIVÍSTICA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como pré-requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Arquivologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

APROVADA em : ____ de ___________de ______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________ Prof. Orientador: Flávio Leal da Silva

_______________________________

Prof.

_______________________________ Prof.

Rio de Janeiro 2011

Dedico esse trabalho á Deus, pois é a ele que eu dedico todas as realizações da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para a minha formação.

Aos meus pais, por respeitarem a profissão que escolhi. Aos meus colegas de classe, por compartilharem os momentos difíceis.

Aos demais colegas de faculdade, por também me apoiarem na longa trajetória. Aos mestres, que muito me ensinaram.

Aos profissionais que trabalhei, pela referência profissional que me deram.

“Perturbo-me, ao contrário, muito profundamente, diante da atitude de um homem maduro – seja velho ou jovem – que se sente, de fato e com toda alma, responsável pelas conseqüências de seus atos e, praticando a ética da responsabilidade, chega, em certo momento, a declarar:” Não posso agir de outro modo; detenho-me aqui “Tal atitude é autenticamente humana e comovedora.”

Max Weber - A política como vocação.

RESUMO

O trabalho tentou levantar a questão da Ética na formação e Prática dos Arquivistas. Buscou-se aproximar a Ética da Arquivologia, com o objetivo de inserir a questão da Ética Profissional no pensamento reflexivo dos arquivistas. Para tentar perceber a questão da Ética na formação dos arquivistas, realizou-se uma pesquisa com estudantes e profissionais formados pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

PALAVRAS-CHAVE

Ética e Ética Profissional. Arquivistas. Formação Acadêmica

ABSTRACT This paper work tried to bring the ethics issue in the archivists practices. Approach the Archivology and Ethics with the main goal to insert the Professional Ethics in the reflexive thoughts of archivists. To try to percept the ethics issue in the archivist`s academic education, we realized a search with students and professionals coming from Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

KEYWORDS

Ethics and Professional Ethics.Archivists.Academic Education

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................9

2 ÉTICA , MORAL E OUTROS CONCEITOS...........................................................12

2.1 Problemas Morais e Problemas Éticos...............................................................12

2.2 Ética Profissional..................................................................................................14

2.3 Ética Deontológica...............................................................................................15

3 ARQUIVOLOGIA – ASPECTOS SOCIAS E POLÍTICOS.....................................16

3.1 A função social e política dos Arquivos............................................................17

4 ÉTICA E ARQUIVOLOGIA....................................................................................20

4.1 Código de Ética do Arquivista e Princípios Éticos do Arquivista...................24

5 FORMAÇÃO DO ARQUIVISTA NA UNIRIO.........................................................25

5.1 Características das disciplinas ofertadas na UNIRIO – Grade Curricular Antiga e Grade Nova............................................................................................27

5.1.1 Currículo Antigo.................................................................................................27

5.1.2 Currículo Novo....................................................................................................28

5.2 Pesquisa sobre Estudo de Ética no Curso de Arquivologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.................................................28

5.2.1 Os resultados da pesquisa................................................................................29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................33

APÊNDICE.............................................................................................................35

ANEXOS................................................................................................................39

9

1 INTRODUÇÃO

O assunto escolhido para ser tratado neste trabalho foi a questão da Ética na

formação dos Arquivistas.

De acordo com Sánchez (2000), “A Ética é a teoria ou ciência do comportamento

moral dos homens em sociedade”. Dessa forma, analisar o comportamento moral de

um arquivista ajuda a contribuir para o entendimento de sua formação e seu trabalho,

cujo é de extrema importância social, ainda que não haja o seu devido reconhecimento.

O trabalho objetivou buscar o quanto a formação oferece aos estudantes de

Arquivologia disciplinas que possibilitem uma reflexão sobre o comportamento moral e,

principalmente reflexão sobre a Ética Profissional, não apenas na condição de aluno de

uma universidade pública, mas também enquanto profissional já graduado.

Como iremos procurar demonstrar a questão também perpassa pela valorização

que a sociedade e o próprio profissional dá ao trabalho arquivístico, pois somente

quando o arquivista tem a consciência da função social que exerce, ele irá se preocupar

com os problemas morais e éticos que envolvem a sua profissão.

Não tendo essa consciência, o arquivista postar-se-á apenas como um operador

de técnicas, não contribuindo para a sua evolução pessoal e nem da profissão. Nesse

sentido Gonçalves Neto (2008) afirma sobre a Arquivologia que:

Para ser mais que uma técnica, para ser uma ciência, e portanto, merecer o epíteto de “estudo superior”, pensamos que ela deve ter em seu objeto de estudo não apenas formas e métodos de organização de dados e documentos, bem como o desenvolvimento de meios para melhor realizar sua empresa, mas investigar a própria estrutura conceitual sob a qual opera e estabelece seus fins enquanto técnica. Nesse sentido, o seu trabalho não é um trabalho passivo, dependente apenas do desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da administração, e nem tampouco dos interesses imediatos de quem a requisita. É mais, portanto. E esse mais poderia ser exemplificado por uma ordem de problemas. (Gonçalves Neto, 2008: p.3)

Diante de tantas notícias que vemos relacionadas à preservação, acesso (ou a

negação a eles), eliminação indiscriminada e o descaso com documentos e

informações arquivísticas, sejam elas públicas ou privadas, pareceu importante

analisar a importância do profissional arquivista para a sociedade. Por conseguinte,

10

analisar a sua formação, principalmente no que tange a entendimentos sobre Ética e

Moral, pois muitas das vezes, o arquivista toma decisões (ou então as deixa de

tomar), que podem ser irreversíveis, e que podem representar perdas irreparáveis,

não apenas á indivíduos, mais também a toda sociedade.

A título de exemplo da complexidade que o tema pode adquirir, temos a notícia

publicada no site do Jornal O Globo, em 3 de novembro de 2010, onde o historiador

integrante do Projeto Memórias Reveladas, Carlos Fico, afirmou em sua carta de

demissão que:

Não obstante o Brasil possua um grande acervo documental sobre a ditadura militar já transferido para o Arquivo Nacional e arquivos estaduais- em tese disponível à consulta pública – sua pesquisa, muitas vezes, tem sido bastante dificultada. Nas últimas semanas, pesquisadores foram impedidos de consultar os documentos do Conselho de Segurança Nacional e da Divisão de Segurança e Informações do Ministério das Relações Exteriores sob alegação de que jornalistas estariam fazendo uso indevido da documentação buscando dados sobre candidatos envolvidos na campanha eleitoral. Decidi, naquele momento, afastar-me do Memórias Reveladas porque, evidentemente, não concordo com esse procedimento ilegítimo. (Fico, 2010, O Globo online)

A carta de demissão, do historiador Carlos Fico, direcionada ao Diretor do

Arquivo Nacional e Coordenador-Geral do Centro de Referências das Lutas Políticas no

Brasil (1964-1985) – Memórias Reveladas, Jaime Antunes, denuncia um fato que está

diretamente ligado a um dos principais direitos dos cidadãos, o direito de acesso à

informação.

A Lei 1859 de 1991 prevê em seu art. 4 que:

Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. (D.O, 1991, p. 457)

11

Dessa maneira, o acesso á esses documentos que já haviam sido

desclassificados (haviam deixado de serem secretos), jamais poderia ter sido negado

pela Instituição e nem pelos funcionários da mesma. Esse dilema, não envolve

isoladamente os arquivistas ou as instituições de arquivos. Este é um dilema que,

tenhamos consciência ou não, envolve a nossa sociedade como todo.

Questões como essas, embora tão recorrentes no cotidiano dos profissionais de

arquivos, são muitas das vezes ignoradas em suas dimensões. Não conseguimos

perceber igualmente os seus desdobramentos éticos, relacionados às práticas

profissionais.

Lidamos com esses problemas atribuindo uma suposta neutralidade, onde a

dimensão técnica profissional não é percebida como um instrumento que alimenta as

disputas políticas inerentes aos acontecimentos.

Dessa maneira, perceberemos qual a importância das universidades ao

oferecerem aos alunos disciplinas que irão subsidiar a sua formação em aspectos que

discutam valores, direitos e deveres perante a sociedade, desenvolvendo suas funções

de forma ética, pois isso ajudará no trato com os problemas morais e éticos que os

profissionais da informação estão expostos.

Tendo em vista o exposto, a pergunta que orientou essa pesquisa foi: O curso de

Arquivologia da Unirio prepara seus alunos quanto às questões éticas que envolvem a

sua profissão? Decorrente desta pergunta, outras foram feitas: O arquivista tem

consciência do que representa o seu fazer? Quais são as conseqüências disso para a

sociedade? Por que essas são preocupações de alguns e não de todos?

Buscando efetivar esse trabalho foi feita uma análise geral das disciplinas

oferecidas pelo curso de Ensino Superior de Arquivologia da Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), para identificar até que ponto elas possibilitam uma

reflexão sobre a ética. Foi realizada também uma pesquisa, por meio de questionário

enviado por e-mail, com profissionais e estudantes que passaram pela mesma

Instituição.

12

2 ÉTICA , MORAL E OUTROS CONCEITOS

A palavra Ética vem do grego ethos, que significa modo de ser ou caráter. Já

moral, vem da palavra em latim mores, que significa costumes. Dessa maneira, fez-se

ao longo do tempo a associação dessas duas palavras, modo de ser (ética) aos

costumes (moral), ambos com sentido de comportamento adquirido pelo homem por

hábito.

O conceito que entendemos hoje de Ética e moral são conceitos que às vezes

podem ser confundidos. Estes, apesar de serem coisas distintas, são conceitos que se

completam. De acordo com Sánchez (2000), “A Ética é a teoria ou ciência do

comportamento moral dos homens em sociedade”. Com essa simples definição,

entendemos que a Ética e a moral estão intrinsecamente ligadas. O mesmo autor

define a moral como sendo o objeto da Ética.

Para Motta (1984), Ética é o conjunto de valores que orientam o comportamento

do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo,

outrossim, o bem-estar social.

Mesmo sendo definidos de forma diferente, os dois conceitos relacionam o

comportamento individual de cada homem, com a sociedade em que está inserido.

2.1 Problemas Morais e Problemas Éticos

Todos os profissionais, inclusive os profissionais da informação, estão sempre

tendo que respeitar diversas regras, as regras de convívio em sociedade, as regras de

conduta profissional, os seus valores, e até mesmo as regras da instituição a que presta

serviços. Um arquivista tendo que tomar uma decisão em face de um problema prático

do dia-a-dia, tendo que conciliar todos esses conjuntos de regras e valores, para então

ser julgado como um indivíduo que age moralmente, tem em suas mãos uma grande

responsabilidade.

Imagine um arquivista, tendo que resolver a seguinte situação: Devo obedecer à

ordem de eliminar certos documentos, que provam as ações incorretas que a empresa

que eu trabalho toma, ou devo perder meu emprego e não participar de tal esquema?

13

Ou então, devo dificultar o acesso á tais documentos, para que eles não possam

oferecer provas sobre tais ações?

Esses problemas cotidianos práticos que surgem nas relações reais e efetivas, e

que não afetam somente ao indivíduo que o propõe, mas pode estende-se a outro

indivíduo ou a uma comunidade que irá sofrer com as conseqüências dessa decisão,

são denominados problemas morais.

Para tomar decisões como essas, os indivíduos têm a necessidade de se guiar

por um conjunto de normas e de valores que são aceitos e reconhecidos como

obrigatórios, e que se julgam mais apropriados de serem cumpridos.

Sanchez (2000), após enumerar alguns exemplos de problemas morais, e de

falar dessa necessidade do indivíduo de se pautar por normas reconhecidas,

complementa assim:

Estas normas são aceitas intimamente e reconhecidas como obrigatórias: de acordo com elas, os indivíduos compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Nestes casos, dizemos que o homem age moralmente e que neste seu comportamento se evidenciam vários traços característicos que o diferenciam de outras formas de conduta humana. Sobre este comportamento, que é resultado de uma decisão refletida e, por isto, não puramente espontânea ou natural, os outros julgam, de acordo também com normas estabelecidas, e formulam juízos... (Sanchez, 2000, p.6)

Para lhe dar com tais problemas práticos, do qual não podemos fugir, recorremos

a normas, cumprimos determinados atos e formulamos juízos, e nos servimos de

determinados argumentos e razões para justificar as decisões tomadas.

Como no exemplo dado, se o arquivista resolve eliminar os documentos e

conseqüentemente provas de ações incorretas que a empresa para qual ele trabalha

toma, para manter seu emprego porque precisa sustentar sua família, ele poderia

justificar-se através do fato de precisar aceitar participar de tal esquema, porque sua

família dependia disso também. Por outro lado, se ele resolve pedir demissão e não

participar de tal esquema pressupõe a norma “as regras de conduta profissional e

minhas regras pessoais estão acima das regras impostas pela empresa onde trabalho”.

14

Todo esse comportamento prático-moral faz parte de um comportamento efetivo

dos indivíduos e grupos sociais, de muito tempo, porém com variações de uma época

para outra e de um grupo para outro. Tais comportamentos prático-morais deram

origem posteriormente a reflexões sobre eles, tomando o comportamento prático como

objeto da sua reflexão e pensamento, passando então para o campo teórico-moral.

A diferença entre um problema moral e ético, pode ser melhor compreendido

através da colocação de Motta (1984) :

Guardar “o segredo profissional” é um dever de toda pessoa que exerce uma profissão, pois ocorre em qualquer esfera do “relacionamento profissional-cliente”-é algo real, evidente e intrínseco a toda profissão. Se, porém, o profissional é levado a formular juízos sobre a necessidade ou não da guarda de um segredo, ás vezes, em razão do próprio cliente, a buscar outros argumentos para melhor agir em determinada situação, a refletir e ponderar sobre o assunto - então este profissional passa a ter diante de si um problema ético ou teórico-moral. (Motta, 1984, p. 17)

Assim, os problemas morais e éticos se diferenciam, porém não estão

completamente distantes, os problemas práticos-morais buscam na teoria (ética)

normas para pautar o comportamento humano, e os problemas teóricos-morais buscam

na prática da moral, situações concretas que irão servir de objeto de investigação da

ética.

2.2 Ética Profissional

A ética profissional pode ser entendida, a partir de Motta (1984), como conjunto

de normas que devem ser postas em práticas no exercício de qualquer profissão. A

ética profissional busca estabelecer regras de conduta na relação do profissional com

seu cliente, bem como elucidar a responsabilidade de cada profissional no desempenho

de suas funções, refletindo sobre tais responsabilidades e estimulando seu exercício.

15

Além disso, como lembra Augusto Hortal Alonso (2006):

A ética, ao mesmo tempo em que supõe uma garantia na execução dos serviços profissionais, contribui decisivamente para a consolidação de uma profissão. Os profissionais não são profissionais apenas por serem especialistas capacitados, mas também por estar comprometido em prestar determinados serviços específicos. A ética do profissional individual e do grupo profissional é a maior e mais confiável fonte de reconhecimento e valorização social das pessoas em geral e dos profissionais em particular. O processo de profissionalização culmina com o monopólio de um determinado serviço profissional e a auto-regulação ética do grupo que o detém. (Hortal, 2006, p.19)

Dessa maneira, essas normas e responsabilidades que representam um coletivo

profissional, quando estabelecidas e seguidas contribuem para um bom desempenho

profissional como também para a consolidação, regulamentação e reconhecimento de

tal grupo profissional.

2.3 Ética Deontológica

A Deontologia é um ramo da Ética Profissional que adquiriu um caráter

específico, limitando-se atualmente ao comportamento do homem como profissional.

(Motta, 1984).

A Ética Deontológica se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta, e

deveres inerentes a determinada profissão, cada profissional está iserido em uma

deontologia própria, que regula o exercício de sua profissão. O Código de Ética é um

conjunto codificado das obrigações impostas aos profissionais de uma determinada

área no exercício de sua profissão1.

De uma maneira bastante ampla, podemos dizer que estas preocupações em

torno desse agir moralmente partem de um pressuposto de Ética que nos obriga a ter

uma consciência sobre o fato de que nossas ações trazem conseqüências para a vida

dos outros. Essas conseqüências, embora possam ser independentes da nossa

vontade, é o que nos obriga a uma reflexão constante sobre nossas ações, incluindo as

profissionais.

1 http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_profissional

16

3 ARQUIVOLOGIA – ASPECTOS SOCIAS E POLÍTICOS

Diversos autores, nacionais e internacionais, escreveram sobre a importância

dos arquivos e dos arquivistas para a sociedade. Os trabalhos geralmente abordavam a

falta de conhecimento ou de interesse em conhecer o que é a Arquivologia e o

profissional Arquivista.

T.R. Schellenberg, em seu livro “Arquivos Modernos” (2006), inicia o

primeiro capítulo com a seguinte colocação:

Se perguntássemos a um homem comum da rua por que razão os governos criam os arquivos, ele por certo nos interrogaria: - Que vem a ser arquivo? Se lhe explicássemos, então, os objetivos de uma instituição dessa natureza, provavelmente ele responderia, de pronto, tratar-se de mais um exemplo das extravagâncias dos governos. Quanto ao material do arquivo, faria esta pergunta final: - Por que não queimar essa papelada? ( Schellenberg, 2006, p. 25)

Essa colocação de Schellenberg representava a perspectiva em geral da

população em relação aos arquivos na década de 70.

Já na década de 90, Heloísa Belloto, em “A imagem do arquivista na sociedade e

o ensino da Arquivologia” diz:

Se temos uma idéia razoável do que seja o arquivo e qual o seu papel na administração, no direito, na historiografia, na vida do cidadão enfim, o mesmo não ocorre relativamente ao profissional encarregado de recolher, organizar, processar tecnicamente os documentos e ocupar-se da transferência e da disseminação de informação neles contida. A imagem do arquivista na sociedade é equivocada, distorcida, irreal, apequenada, quando não é totalmente inexistente. (Belloto, 1996)

Apesar de em seu texto, Schellenberg estar falando de Arquivo (instituição) e seu

objeto (material de arquivo), e Belloto aborda a questão do arquivo (instituição) e

arquivista (profissional), os dois trabalhos elucidam o conhecimento da população em

geral sobre a instituição arquivo. Com isso, se fizermos uma comparação com a visão

de arquivo de 1973, como apontou Schellenberg e com a visão de Belloto de 1996,

podemos perceber significativas mudanças. Mesmo que de forma razoável, como

expõe Belloto, a população passou a reconhecer a importância dos arquivos para a

17

administração, direito e história. Esse reconhecimento, portanto, não inclui o profissional

arquivista, que ainda tem sua imagem, quando existe uma imagem desse profissional,

de guardião de papéis.

Nesse capítulo, iremos nos ater aos aspectos políticos e sociais da Arquivologia

e a importância social dos profissionais arquivistas. A importância de entender a

Arquivologia sobre esses aspectos, muito tem a ver com entender o surgimento dessa

ciência, a sua importância social e até mesmo a sua importância econômica. Pois,

conseqüentemente, através desse entendimento conseguimos chegar a uma idéia do

que representa o profissional da informação, arquivista, para a sociedade.

3.1 A função social e política dos Arquivos

Para iniciar esse tópico, começaremos com um histórico sobre a formação dos

Arquivos (instituições) e o surgimento da Arquivologia. Partiremos da diferença

conceitual existente entre o termo Arquivo, enquanto instituição e Arquivo, enquanto

conjunto de documentos.

Segundo o dicionário de terminologia arquivística, arquivo pode ser o “conjunto

de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, publica ou

privada, pessoa ou família, independente da natureza do suporte". Mas, para

contextualização deste capítulo, levaremos em conta o seguinte conceito do mesmo

dicionário: “Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento

técnico, a conservação e o acesso a documentos”. Partindo deste conceito de arquivo,

temos o provável surgimento dessas instituições na antiga civilização grega dos séculos

V e VI a.C. Os gregos da cidade de Atenas guardavam seus documentos de valor em

um templo, junto à corte de justiça. Nesse templo guardavam documentos oficiais como

tratados, leis, minutas da assembléia popular, bem como discursos de Sócrates,

manuscritos de peças, etc2.

Esse modelo antigo de arquivos influenciou no caráter dos arquivos que surgiram

no início da Idade Moderna.

2 Ver Theodore Schelleberg, Arquivos Modernos

18

A França mostrou-se pioneira na formação dos chamados Arquivos Nacionais.

Com a Revolução Francesa ocorrida em 1789, muitas instituições do Estado foram

destruídas, tentando apagar vestígios do antigo regime. A Assembléia Nacional, com

isso criou um arquivo onde deveriam ser guardados seus atos. Esse arquivo depois, se

tornou o Archives Nationales, lá seriam guardados documentos da nova França. Um

decreto de 1794 estabeleceu uma administração dos arquivos públicos para todo

território francês, isso permitiu que toda a história da então nova França que estava

sendo construída fosse conservada. Esse decreto, também tornou os documentos

desse arquivo propriedade pública, com isso o povo teria acesso a documentos oficiais

do antigo regime, e assim, provar seus direitos e títulos.

A importância disso para a sociedade como um todo, se deu pelo

reconhecimento da responsabilidade do Estado pela conservação dos documentos

públicos e os demais sob sua custódia, pelo acesso do povo as informações de

negociações do Estado e pela criação de uma administração pública dos arquivos, que

reunia toda uma memória de um povo.

Esse modelo de arquivo público foi seguido por outros países posteriormente.

Nos EUA, por exemplo, a influência dos historiadores, que reconheciam a importância

dos documentos públicos em refletir o funcionamento do governo e o desenvolvimento

de um país, ajudou na criação do Arquivo Nacional americano. E o pensamento de

Charles M. Andrews traduz bem isso:

Quanto mais se compreender que a verdadeira história de uma nação e de um povo baseia-se não em episódios e acontecimentos superficiais, mas nas características substanciais de sua organização constitucional e social, mais valorizados e preservados serão os arquivos. Nenhum povo pode ser considerado conhecedor de sua própria história antes que seus documentos oficiais, uma vez reunidos, cuidados e tornados acessíveis aos pesquisadores, tenham sido objeto de estudos sistemáticos e antes que se determine a importância das informações neles contidas... (Schelleberg apud Andrews, 2006, p. 15)

O trabalho de Eliézer Pires “A trajetória da Arquivologia: três visões sobre os

arquivos” destaca o que o autor reconhece como as três visões sobre os arquivos que

19

poderiam sistematizar a sua trajetória, seriam: visão histórica , visão gerencial e a visão

informacional.

A visão história seria o modelo de instituições arquivísticas do século XIX, que

seguiram o modelo francês pós revolução, como foi explicitado anteriormente.

Porém, a partir da primeira metade do século XX, surge a visão gerencial dos

arquivos, influenciada pela necessidade de eficiência nas empresas estatais dos países

desenvolvidos após o período da 1ª Guerra Mundial, que sofriam com a chamada

“explosão documental”. Isso contribuiu para o surgimento do conceito de gestão de

documentos, que foi influenciado pela difusão das idéias da administração científica.

Nesse texto, Eliezer faz uma interessante observação sobre a relação do Arquivo

com a idéia de eficiência e transparência nas ações dos Estados:

Na primeira metade do século XX delineia-se uma realidade na qual as necessidades da administração pública encampam uma possível agenda da Arquivologia, num movimento de aproximação da função social dos arquivos às demandas de eficiência e transparência administrativas do Estado. (Silva, 2008)

Sem a possibilidade de guardar todos os documentos gerados pela

administração pública. Adota-se o conceito de gestão de documentos, que segundo

Ana Celeste Indolfo, pode ser assim definido:

A gestão de documentos é o conjunto das operações técnicas e processos que governam todas as atividades de um arquivo e que são capazes de controlar e racionalizar as atividades de produção, manutenção, uso, guarda, seleção e eliminação de documentos, fazendo uso do planejamento, da organização, da coordenação e do controle dos recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos, com o objetivo de aperfeiçoar e simplificar todo o ciclo documental. (Indolfo, 2010, apontamentos em sala de aula).

Nessa perspectiva, como indica o autor, os arquivos passam a ser vistos como

instrumento auxiliar da administração.

20

No final do século XX, inicia-se a visão informacional dos arquivos. Nesse

período emerge o estabelecimento da associação da finalidade dos arquivos à de

informação como uma responsabilidade assumida pela área. (Silva, 2008)

Toda essa trajetória mostra como surgiu a relação das instituições arquivísticas

com a questão da preservação da memória e representação dos direitos de um povo.

Isso representa, sem dúvida, o papel social e político dessas instituições para a

sociedade.

A função política está diretamente ligada à função social, visto a importância de

se conservar a história de um povo, resguardar esses registros, também lhes conferem

provas de direitos.

4 ÉTICA E ARQUIVOLOGIA

A ética, como vimos, é a ciência que estuda o comportamento humano em

sociedade.

A Arquivologia, uma ciência que tem através do seu coletivo profissional a

responsabilidade de servir a sociedade, através de seus conhecimentos e técnicas,

garantindo seus direitos de acesso a uma informação organizada, contextualizada,

completa, verídica e disponível, que irão servir como prova e constituir a memória de

uma instituição, nação ou povo.

Aproximar essas duas ciências, buscando compreender o comportamento de um

coletivo profissional (neste caso os arquivistas), dentro do contexto ético é de extrema

importância para evolução do grupo, sejam nas práticas ou no próprio desenvolvimento

teórico.

Os arquivistas possuem uma grande responsabilidade, no desempenho das suas

atividades e na prática das principais funções arquivísticas, como classificação,

avaliação e conservação da informação. Vejamos o que representa essa

responsabilidade em cada um dos exemplos.

21

Classificar, segundo Ana Celeste é:

[...] o ato de ordenar os documentos segundo um plano

destinado a facilitar o seu uso corrente; ela envolve tanto a organização física dos documentos (ordenação) quanto à atribuição de símbolos para identificar as unidades documentárias e mostrar a relação entre uma e outra unidade. Determina o agrupamento destas em unidades maiores formando, afinal, o todo orgânico. O instrumento que possibilita a estruturação do arquivo objetivando a reunião dos documentos em conjuntos que permitam a visualização da imagem do órgão constitui o plano de classificação. (Indolfo, 2010, apontamentos em sala de aula)

O arquivista, quando vai estabelecer um método de classificação, deve visar dar

o acesso imediato das informações à instituição que as produzem, isto está no próprio

conceito do que é classificar.

Um arquivo, onde o método adotado pelo arquivista para classificar as

informações não é eficiente, e não permite o acesso completo e contextualizado das

informações, não desempenha seu papel de arquivo.

Portanto, desempenhar com responsabilidade a tarefa de classificar um acervo,

possibilitando o acesso às informações, faz parte do bem fazer profissional que é um

elemento fundamental da ética profissional.

Outra função arquivística de extrema importância e de tamanha complexidade é

a avaliação. A avaliação consiste na atividade de racionalização do ciclo de vida dos

documentos, a partir da análise e seleção dos mesmos visando estabelecer prazos de

guarda e a destinação dos documentos. Apesar, de teóricos da área defenderem que

esse processo deve ser feito por um grupo de pessoas, que inclui administradores,

arquivistas, entre outros profissionais conhecedores dos negócios, que devem formar

uma comissão de avaliação, é o arquivista que deve estar à frente desse processo. E

isso constituiu outra grande responsabilidade que recai a suas atribuições, pois, a

avaliação é feita justamente para que nenhum documento seja conservado por tempo

maior que o necessário, e nem que ele seja eliminado antes de cumprir o papel para

qual foi criado, salvo os casos onde não é identificado um valor secundário3.

3 Apostila elaborada para a disciplina de Gestão de Documentos Arquivísticos, na UNIRIO, em 2010, por Ana

Celeste Indolfo.

22

Com isso, se os resultados desses estudos dos prazos de guarda dos

documentos forem feitos de forma errada, sem considerar todas as possibilidades de

uso do acervo, e se materializar em uma Tabela de Temporalidade aprovada, corre-se

o risco de eliminar documentos antes do prazo que deveriam ser eliminados, ou até

eliminar documentos que possuem um valor histórico. Isso representaria uma perda de

uma parte da memória da instituição ou de um grupo.

A função conservação está ligada à avaliação, à medida que os documentos são

avaliados e identificados como de valor permanente, eles devem ser conservados por

maior tempo possível. Isso representa o esforço do arquivista em manter o acervo

conservado, protegendo-o de agentes físicos e químicos que possam o deteriorar. E

isso constitui a elaboração de políticas de conservação. Ter essa consciência é outra

responsabilidade do arquivista.

Além da prática das funções arquivísticas, outras atividades exigem dos

arquivistas posicionamentos éticos, como a questão do sigilo. O arquivista, dentro de

uma instituição, pode ter acesso a informações privilegiadas, que nem sempre podem

ser divulgadas a terceiros, como as informações classificadas como sigilosas, secretas,

e ultra-secretas, por exemplo. Respeitar isso também faz parte de sua atuação como

profissional.

Imaginem o arquivista de um hospital comentando pelos corredores informações

confidenciais de pacientes, ou um arquivista de uma empresa privada comentando

sobre as estratégias de negócio da empresa onde trabalha. Isso implicaria em práticas

não éticas por parte desses profissionais, e a ética deve estar presente em cada

momento da prática dos arquivistas, pois eles trabalham com informações que não os

pertencem.

Os arquivistas estão sempre diante de problemas morais e éticos, no

desenvolvimento de suas atividades, por isso ter a consciência do que seus atos podem

representar a terceiros, deve ser de sua preocupação constante.

É clara a responsabilidade do profissional arquivista dentro de uma organização.

Porém, todo profissional, dentro de um contexto organizacional, sofre influências em

suas decisões. Não basta somente os profissionais terem comportamentos éticos, se a

organização onde ele está inserido, não tem esse mesmo posicionamento. Portando,

23

esse contexto organizacional delimita o campo de responsabilidade dos profissionais,

pois ele não possui autonomia para atuar por vontade própria, estando amarrado a um

jogo de interesses e poderes.

Em 13 de junho de 2011, a versão online do Jornal Estadão (Jornal Estado de

São Paulo) publicou a seguinte manchete: “Dilma quer manter sigilo eterno para

documentos oficiais”. Essa notícia tornou-se polêmica por todo país. O jornal afirmou

que Dilma Roussef, presidenta do Brasil, tinha a intenção de patrocinar a mudança do

projeto de acesso ás informações públicas de documentos oficiais. O projeto, que havia

sido enviado ao Congresso pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, teve seu texto

aprovado, limitando a renovação do prazo de sigilo em uma única vez. Com isso, as

informações de documentos classificados como ultra-secretos deveriam ser

disponibilizadas em 50 anos. Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucionais, afirmou,

no entanto, que a idéia era voltar com o projeto original, para não haver ruídos. Mas

segundo o Jornal, essa medida seria para atender reivindicações dos ex-presidentes

Fernando Collor e José Sarney.

Essa notícia mostra, em grande medida, o que pode ser o jogo de interesse e

poderes que independe da vontade e pensamento dos profissionais que estão

relacionados aos arquivos.

Se por um lado, um pesquisador tenta mostrar as dificuldades que estavam

sendo impostas ao acesso de documentos do Projeto Memórias Reveladas, do outro,

não temos no site do Arquivo Nacional, nenhuma notícia postada sobre a possibilidade

de se manter o sigilo eterno dos documentos oficiais. Por mais que não seja de sua

competência informar tais fatos, a maior Instituição Arquivística do país não teria

interesse em comentar o caso, ou não viria ao caso comentar?

Essa história talvez esteja longe do fim, mas é importante a participação de

historiadores, jornalista e profissionais da informação e da sociedade como um todo,

para pressionar o governo, para que ele respeite o direito de acesso a tais informações.

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Text Box

24

4.1 Código de Ética do Arquivista e Princípios Éticos do Arquivista

O Código de Ética dos Arquivistas foi aprovado em 1996, no XIII Congresso

Internacional de Arquivos, pelo comitê executivo do Conselho Internacional de

Arquivos.

Os Princípios Éticos do Arquivista foram elaborados pelo grupo de trabalho

instituído em 1997, com o patrocínio da AAB (Associação dos Arquivistas Brasileiros).

Segundo Gonçalves Neto (2008) os dois textos basicamente afirmam que os

arquivistas têm os seguintes compromissos éticos:

1 – manter a integridade do meio informacional 2 – manter a integridades do conteúdo

informacional 3 – garantir a proposta da instituição que detém os documentos 4 –

preservar o sigilo dos documentos 5 – incentivar políticas de gestão na instituição onde

atua, assegurar a transparências administrativa, facilitar o acesso aos documentos e

respeitar os limites impostos pelas políticas da instituição, leis e normas gerais 6 –

buscar o desenvolvimento técnico-profissional 7 – preservar o patrimônio documental.

Além disso, nas proibições feitas nos Princípios Éticos são enumeradas algumas

condutas que não são aceitas por parte dos profissionais.

Tanto o Código de Ética, quanto os Princípios Éticos tem o objetivo de fornecer

regras de conduta, que iram orientar a prática arquivística. Porém, esses não devem ser

os únicos instrumentos a orientar a prática dos profissionais, pois, ter um código de

Ética, não implica em uma responsabilidade ética por parte de todos os profissionais.

Essa responsabilidade e consciência são construídas por uma série de fatos e

fatores do desenvolvimento de cada indivíduo, e também do seu desenvolvimento

coletivo, dentro ou não de uma classe profissional.

As pessoas conseguem ser sujeitos responsáveis depois de passarem por um

rico e complexo processo no qual internalizam usos e formas de valorar que fazem

parte da cultura moral na qual foram socializadas. (Hortal, 2006).

25

5 FORMAÇÃO DO ARQUIVISTA NA UNIRIO

A arquivística era vista no seu passado como ciência auxiliar da história, e por

isso levou durante um tempo para seus profissionais a mesma idéia. O arquivista, por

tempos então, foi visto como profissional que auxiliava o historiador, seu trabalho era

então organizar e disponibilizar as informações para uso, principalmente, das pesquisas

históricas. Isso refletiu na formação que se pensou para os profissionais. Como elucida

Fernanda Ribeiro (2004):

O desenvolvimento da Ciência Histórica e do Positivismo, na segunda metade de Oitocentos, e, por inerência, a importância dada ao “documento” como base fundamental para a interpretação e crítica historiográficas, veio colocar os arquivos numa posição instrumental face aos interesses dos historiadores, empenhados em escrever a História das nações. Desta forma, a Arquivística, de par com outras disciplinas, como a Diplomática, a Paleografia, a Numismática ou a Sigilografia converte-se numa “ ciência auxiliar”, passando a ter sentido apenas no quadro da Ciência Histórica, a “verdadeira ciência”. E o arquivista ganha também um estatuto de “auxiliar” do historiador, lendo, transcrevendo, catalogando e indexando os documentos que este precisa para a sua nobre missão. Começa, pois, a consolidar-se o paradigma custodial e historicista de que, ainda hoje, a Arquivística não se libertou totalmente. (Ribeiro, 2004, p. 3)

O curso de Arquivologia da UNIRIO tem a sua grade curricular voltada para

aspectos como gestão de documentos, documentos eletrônicos e digitais, avaliação,

classificação, arranjo e descrição e preservação. Além dessas, dentre as outras

disciplinas que são oferecidas, poucas abordam as questões morais e éticas da

profissão do Arquivista.

Defender a idéia do Estudo de Ética nas Universidades tem a ver com a idéia de

formar profissionais que serão capazes de refletir sobre a sua prática profissional, e

conseqüentemente tornando-se capazes de criticar seu próprio fazer. Para os que

ainda são alunos, representa a possibilidade de ter contato com o horizonte prático

(profissional), mas também e, sobretudo, com as dimensões sociais desse fazer.

26

Sobre isso, Hortal (2006) afirma:

Ensinar Ética profissional na universidade não consiste, e ninguém pretende que consista, em dar lição de moral sobre as práticas e os usos profissionais. O desafio de ensinar uma ética profissional na universidade é oferecer uma verdadeira ética reflexiva e crítica sobre o saber e prática profissional, uma ética que objetive orientar as condutas profissionais relacionando-se, porém, com o pensamento ético atual e procurando estabelecer um diálogo interdisciplinar com os conhecimentos especializados nos quais se baseia o exercício de cada profissão. (Hortal, 2006, p. 9)

O discurso que se prega dentro da Universidade é de se ter um curso com uma

grade curricular ampla, voltada para além do ensino de técnicas como destaca Luiz C.

Gak e Julia Bellesse (2007):

Com isso, é que se começou a pensar e a construir um projeto pedagógico para o curso de Arquivologia que atendesse não apenas à formação de um profissional voltado para a competência técnica para este mercado de trabalho, mas além disso, um profissional que alie técnica à reflexão crítica, um profissional que reflita sobre o processo de construção dessa nova sociedade brasileira inserida neste mundo em transformação e que reflita sobre este novo mercado de trabalho que se delineia, como também, sobre o seu papel profissional no contexto sócio-econômico-cultural, conseguindo lidar com a realidade e sendo capaz de perceber as questões contemporâneas, frutos de um processo histórico-social. (Bellesse e Gak, 2007)

Porém, mesmo depois da reforma curricular, as disciplinas do curso dão ênfase

em apresentar as técnicas e metodologias para se organizar as informações

arquivísticas, porém, pouco se discute sobre a importância do fazer arquivístico e

conseqüentemente do profissional arquivista para a sociedade.

Apesar de disciplinas como Ética Profissional Arquivística e Construção do

Pensamento Arquivístico, onde questões sobre moral, ética, burocracia são debatidas

serem de grande valia para se entender como a sociedade se organiza e se comporta,

(o que remete também à formação das instituições de memória, como os arquivos), o

assunto não é tratado de forma explicita, abordando e refletindo em si a ética

27

profissional arquivística, e isso pode dificultar o entendimento efetivo dos alunos em

formação, da sua responsabilidade social enquanto profissional.

5.1 Características das disciplinas ofertadas na UNIRIO – Grade Curricular Antiga

e Grade Nova 4

A análise feita sobre as disciplinas ofertadas na UNIRIO foi de forma superficial,

visto que este é um trabalho de Conclusão de Curso, não haveria tempo hábil para se

explorar todas as ementas das disciplinas ofertadas. Por isso, utilizou-se o Quadro de

Disciplinas do Currículo antigo e do Currículo novo e as informações nele contidas para

uma análise comparativa.

5.1.1 Currículo Antigo

O currículo antigo possuía muitas disciplinas relacionadas à história, das 42

disciplinas no currículo, 6 tinham em seu título a História, aproximadamente 20 eram

relacionadas diretamente a arquivo, nas 16 disciplinas restantes estavam as demais

matérias interdisciplinares (comunicação, contabilidade, línguas, administração,

economia e direito) e estágios supervisionados e trabalhos de conclusão de curso.

O quadro antigo nem possuía o resumo da ementa das disciplinas, isso dificultou

ainda mais a análise das características das disciplinas, porém nenhuma matéria

possuía em seu título a palavra Ética.

A falta de menção da palavra ética na grade curricular, não determina que o

tema não tenha sido abordado no curso, mas pode representar uma não consciência da

instituição sobre a importância do estudo da ética no curso de Arquivologia.

4 Ver anexos A e B.

28

5.1.2 Currículo Novo

Após a reforma curricular, o quadro passou por significativas mudanças, inclusive

com a retirada de muitas disciplinas de conteúdo histórico, a introdução da disciplina

Ética Profissional e outras de cunho filosófico.

O Currículo novo contêm 58 disciplinas, 2 tem em seu título a História, há

aproximadamente 10 disciplinas interdisciplinares ( Ciência da Informação, Pedagogia,

Comunicação, Informática, Línguas, Administração, Contabilidade, Antropologia,

Filosofia e Lógica).

De acordo com o ementário, poderíamos ter a abordagem da temática Ética em

4 disciplinas, seriam elas: Construção do Pensamento Arquivístico, Introdução a

Sociologia, Ética Profissional Arquivística e Filosofia da Cultura.

Apesar do ementário nos fazer supor que há possibilidades de se abordar a

questão da ética nessas disciplinas, nada nos garante que o tema seja explorado de

forma adequada e nem com freqüência, pois se deve levar em consideração também,

com exceção da disciplina Construção do Pensamento Arquivístico, que é uma matéria

obrigatória, a freqüência em que essas disciplinas eletivas são ofertadas.

5.2 Pesquisa sobre Estudo de Ética no Curso de Arquivologia da Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

Para explorar mais a questão do estudo da ética no curso de Arquivologia, na

UNIRIO, realizou-se uma pesquisa, através de questionários, tendo como público

alunos que estão matriculados no 5° período em diante e profissionais já formados pela

UNIRIO, com o objetivo de inserir tanto pessoas que pegaram a grade antiga e a nova.

A pesquisa foi realizada através de um questionário, que contêm 8 perguntas. As

perguntas 1 e 2 pode nos permitir analisar a diferença de percepção sobre o tema,

existente entre os alunos e os já formados, como também a diferença da formação de

acordo com a grade antiga ou nova. Da questão 3 a questão 7, poderíamos verificar

qual o entendimento por parte deles em relação ao que se constitui a ética profissional,

29

e a importância que se dá a ela e seus desdobramentos na área pelos profissionais e

estudantes. A questão 8 , enfim, busca revelar a relação do estudo de ética na

formação acadêmica com as questões práticas profissionais.

O questionário foi distribuído em meio eletrônico através de e-mails de turmas, e

grupos de e-mail de profissionais, e também de forma impressa. E por isso, não

podemos dimensionar exatamente a quantidade de alunos e profissionais que tiveram

acesso á pesquisa. Porém, faz-se uma estimativa de que pelo menos 1000 pessoas

tiveram acesso a esse questionário. Chegou-se a essa estimativa com a soma do

número de membros associados aos quatro principais grupos que o questionário foi

enviado. Três desses grupos, foram criados para reunir alunos que ingressaram no

curso de Arquivologia ,em 2007, 2008 e 2009 na Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro, e estes representariam aproximadamente 15 % dos 1000, que poderiam

estar inseridos no universo da pesquisa.

5.2.1 Os resultados da pesquisa

Como resultado da pesquisa realizada, obteve-se 18 questionários respondidos,

dos quais 5 foram por profissionais ( formados entre 1998 e 2011) e 13 por alunos ( do

5º ao 8º período).

Analisando de forma quantitativa as respostas dadas nos questionário, temos os

seguintes resultados:

Questão 1

Estudantes 13

Profissionais 5

Questão 2

Sim 18

Não 0

Questão 3

Responsabilidade 11

Comp. Técnica 0

Verdade 5

Imparcialidade 2

Questão 4

Muita 3

Pouca 13

Nenhuma 2

30

Questão 5

Sim 18

Não 0

Questão 6

Sim 17

Não 1

Questão 7

Sim 10

Não 8

Questão 7.1

Universidade 7

Congressos 1

Outros 3

Não tive contato 1

Questão 8

Sim 9

Não 9

Questão 8.1

Sim - Com Refer. 2

Sim - Sem Refer. 7

Não 0

Através desse quadro, podemos perceber de uma forma geral que os estudantes

representam a maioria dos que responderam ao questionário. De todos que

responderam 100% julgam como importante o estudo da Ética no Curso de

Arquivologia. Dos pesquisados, 61 % associam a ética profissional á responsabilidade,

27 % associam a verdade, aproximadamente 12 % associam á imparcialidade e

nenhum associa á competência técnica. Outro dado relevante, é que de acordo com

aproximadamente 73 % dos pesquisados, a ética profissional foi pouco trabalhada na

formação acadêmica. Contudo, todos consideraram a construção de um pensamento

reflexivo sobre ética válido para a atuação profissional, e somente um dos que

responderam, admiti não ter consciência dos problemas éticos que envolvem ou podem

envolver o exercício profissional do arquivista.

Observamos também que aproximadamente 55% das pessoas têm

conhecimento do Código de Ética do Arquivista, aprovado pelo Conselho Internacional

de Arquivos, em 1996. E dos que conhecem o código, 39% tiveram contato com ele

através da Universidade.

31

Em relação aos problemas éticos relacionados à prática arquivística, dividiu-se

igualmente o número de pesquisados que reconheceram ter tido problemas éticos e os

que dizem não ter tido, dos quais que tiveram aproximadamente 39% não se utilizou de

referências acadêmicas para resolvê-lo.

No campo observações, algumas opiniões interessantes foram dadas sobre a

pesquisa. De forma geral, consideraram esta, uma pesquisa relevante para área, e que

serviu para alertar sobre a pouca discussão de temas como este (ética) no curso de

Arquivologia.

Assim, mesmo que o número de questionários que obtivemos respondidos tenha

sido pequeno, considerando o número total de pessoas que já se formaram pela

UNIRIO e dos que ainda estão para se formar e estariam dentro do universo da

pesquisa, podemos concluir através dos resultados, que na visão dos pesquisados, a

ética profissional representa uma questão importante para o profissional arquivista,

contudo, ela é pouco trabalhada na formação acadêmica. E que estes, na sua maioria,

entendem que a ética profissional está diretamente ligada à responsabilidade, e Isso já

representa uma importante percepção por parte dos estudantes e profissionais.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou mostrar como a questão da Ética Profissional é abordada

no curso de Arquivologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e como

essa abordagem permite a construção de uma reflexão ética profissional, que auxiliam

os arquivistas a lidar com o cotidiano profissional.

Para tal, tentamos inserir os conceitos da Ética e seus desdobramentos na

Arquivologia, observando no fazer arquivístico, o que representaria a ética, a moral, os

problemas éticos, os problemas morais, a Ética Profissional e a Deontologia.

Para contextualizar o trabalho, abordamos a formação das Instituições

arquivísticas e a trajetória da Arquivologia, para mostrar a importância social dessa

ciência hoje.

32

O quinto capítulo, porém, serviu para tratar da formação do arquivista na

UNIRIO, comparou-se a grande curricular antiga e a nova, ressaltando-se as principais

mudanças ocorridas.

A pesquisa realizada serviu como instrumento para identificar através de

profissionais formados e estudantes da UNIRIO, o entendimento deles sobre a ética

profissional e a freqüência da abordagem desse tema na sua formação. Porém, a

participação na pesquisa não foi tão efetiva, e isso demonstra um indicador importante.

A não consciência por uma grande quantidade de pessoas que possivelmente tiveram

acesso ao questionário, e optaram por não responder, representa uma questão ética,

no que refere a contribuição para o desenvolvimento de novas pesquisas na área.

Como vimos nos resultados, para as pessoas que foram pesquisadas, a questão

da Ética é pouco discutida no curso, porém, é um indicativo de que essa discussão

existe em algum momento, o que é um ponto positivo.

Este trabalho é fruto de uma observação feita durante um processo de formação

deste curso, e isto indica que há a preocupação, por parte de alguns que se formam,

com a questão da ética profissional. Porém, a forma e a freqüência com que o tema

está sendo abordado, pode ser a causa da pouca percepção por parte de muitos alunos

sobre essa questão durante a formação.

Por isso, talvez, seja interessante reforçar a abordagem desse tema no curso de

Arquivologia da UNIRIO, tratando explicitamente da questão da Ética Profissional, e

considerar a reflexão ética um elemento essencial para a formação do profissional. Para

iniciar uma mudança, poderiam tornar as matérias que possam discutir questões como

essas levantadas nesse trabalho, em matérias obrigatórias. Isso garantiria que todos,

ao menos em algum momento durante a formação acadêmica, teriam contato com essa

discussão, o que seria um primeiro incentivo para refletir a ética na prática arquivística.

33

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34

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VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 20. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

35

APÊNDICE A – Questionário sobre Estudo de Ética no Curso de Arquivologia da

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Centro de Ciências Humanas – CCH

Escola de Arquivologia

Questionário sobre Estudo de Ética no Curso de Arquivologia da Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

Junho de 2011

Este questionário faz parte de um levantamento para TCC II, que tem como tema

a Ética Profissional Arquivística, e destina-se a alunos do 5ª período em diante e a

profissionais já formados, que estudam ou tenham se formado na UNIRIO.

1- Escolaridade: Estudante ( ) Período que está cursando ( )

Profissional ( ) Ano de conclusão do curso: ( )

2 - Você julga como importante o estudo de Ética no Curso de Arquivologia?

Sim ( ) Não ( )

3 – Se você tivesse que definir Ética Profissional em uma palavra/expressão, qual delas

abaixo melhor a representaria?

Responsabilidade ( ) Verdade ( )

36

Competência Técnica ( ) Imparcialidade ( )

4 – Com que freqüência a questão da Ética Profissional é/foi trabalhada na sua

formação?

Muita ( ) Pouca ( ) Nenhuma ( )

5 - Você acha que a construção de um pensamento reflexivo sobre Ética seria/ é válido

para a sua atuação profissional?

Sim ( ) Não ( )

6 – Tem consciência dos problemas éticos que envolvem/podem envolver o exercício

profissional do arquivista?

Sim ( ) Não ( )

7 – Tem conhecimento do Código de Ética do Arquivista, aprovado pelo Conselho

Internacional de Arquivos, em 1996?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, responda:

Teve contato com ele em qual circunstância?

Universidade ( ) Congresso ( ) Outros ( ) Não tive contato ( )

8 - Já esteve diante de um problema ético relacionado à prática arquivística?

Sim ( ) Não ( )

Se sim: Soube resolvê-lo?

Sim – Tive como referência questões discutidas na Unirio (Eventos, disciplinas,

professores) ( )

Sim - sem utilizar referências acadêmicas para isso. ( )

Não ( )

37

Observações: Deixe aqui sua opinião sobre a pesquisa

1

CÓDIGO SIE

DISCIPLINAPER REC

CH TEÓR

CH PRÁT

CH TOTAL

CRÉD TEÓR

CRÉD PRAT

CRÉD TOTAL

PRÉ-REQUISITO (S)

TIPO*

HEA0001 ARQUIVO I 1º 60 60 4 4 1

HFC0021 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA I 1º 30 30 60 2 1 3 1

HTD0049 FUNDAMENTOS DE INGLÊS INSTRUMENTAL 1º 30 30 60 2 1 3 1

HHI0014 HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS 1º 30 30 60 2 1 3 1

HHI0015 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS I 1º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0002 ARQUIVO II 2º 30 60 90 2 2 4 HEA0001 1

HFC0022 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA II 2º 30 30 60 2 1 3 HFC0021 1

HTD0050LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA LÍNGUA INGLÊSA

2º 30 30 60 2 1 3 1

HHI0016 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS II 2º 30 30 60 2 1 3 HHI0015 1

HFC0016 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO 2º 30 30 60 2 1 3 1

HEB0046 TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO 2º 30 30 60 2 1 3 2

HEA0003 ARQUIVO III 3º 30 30 60 2 1 3 HEA0002 1

HFC0001 ADMINISTRAÇÃO 3º 15 30 45 1 1 2 HFC0016 1

HTD0003ESTATÍSTICA APLIC.À PROC. TÉCNICOS DOCUMENTAIS

3º 30 30 60 2 1 3 1

HHI0013 HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA 3º 30 30 60 2 1 3 1

QUADRO 1 - QUADRO (em vigor) DAS DISCIPLINAS DO CURSOCURSO DE GRADUAÇÃO: ARQUIVOLOGIA

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Text Box
38
mszg
Text Box
ANEXO A -

2

HHI0004 HISTÓRIA ECONÔMICA E ADM. DO BRASIL I 3º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0004 ARQUIVO IV 4º 30 30 60 2 1 3 HEA0003 1

HTD0021 REPROGRAFIA I 4º 30 30 60 2 1 3 1

HHI0006 HISTÓRIA ECONÔMICA E ADM. DO BRASIL II 4º 30 30 60 2 1 3 HHI0004 1

HTD0014 NOÇÕES DE CONTABILIDADE 4º 15 30 45 1 1 2 1

HEA0008 DIPLOMÁTICA 4º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0014 NOTARIADO 4º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0012INTRODUÇÃO À DOCUMENTAÇÃO ARQUIVÍSTICA

4º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0009 ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 4º 60 60 2 2 1

HTD0023 REPROGRAFIA II 5º 30 30 60 2 1 3 HTD0021 1

HEA0025 PALEOGRAFIA 5º 30 30 60 2 1 3 HEA0002 1

HFC0017 INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO 5º 15 30 45 1 1 2 1

HEA0020 ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS EMPRESARIAIS 5º 30 30 60 2 1 3 HEA0003 2

HEA0019ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS ADMINISTRATIVOS

5º 30 30 60 2 1 3 HEA0003 2

HEA0007CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS

5º 30 60 90 2 2 4 1

HEA0010 ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 5º 90 3 3 HEA0009 1

HEA0006 ARQUIVOS ESPECIAIS 6º 30 30 60 2 1 3 HEA0003 1

HTD0007 GESTÃO DE DOCUMENTOS 6º 30 30 60 2 1 3 1

HTD0008 HERÁLDICA E GENEALOGIA 6º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0005 ARQUIVOS CONTÁBEIS 6º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0013MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA ARQUIVÍSTICA

6º 60 120 180 4 4 8 HEA0004 1

HTD0041ELEMENTOS DE ANÁLISE E SISTEMAS COMPUTACIONAIS

6º 30 30 60 2 1 3 1

HEA0011 ESTÁGIO SUPERVISIONADO III 6º 90 3 3 HEA0010 1

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39

3

HEA0021 ORGANIZAÇÃO PRÁTICA DE ARQUIVOS I 7º 60 120 180 4 4 8 HEA0003 1

HEA0023 MONOGRAFIA I 7º 60 60 120 4 2 6 HEA0004/5/6 1

HEA0022 ORGANIZAÇÃO PRÁTICA DE ARQUIVOS II 8º 30 90 120 2 3 5 HEA0021 1

HEA0024 MONOGRAFIA II 8º 30 150 180 2 5 7 HEA0023 1

* TIPO - Refere-se ao caráter da disciplina na versão curricular: 1. Obrigatória, 2. Optativa, 3. Eletiva

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Código Nome T P TT T P TT

1º HEA0028 Introdução à Arquivologia

Origem e conceito. Estudo e evolução da Arquivologia. Ciclo Vital dos documentos.Princípios da Arquivística. A atuação profissional do arquivista em instituiçõespúblicas e privadas. A informação, a documentação e o conhecimento. Ainterdisciplinaridade em Arquivologia.

60 0 60 4 0 4 OBR

1º HEA0039Construção do Pensamento

Arquivístico

Bases filosóficas para o pensamento arquivístico. A evolução do pensamentoarquivístico na cultura ocidental. Reflexões filosóficas no mundo moderno econtemporâneo. Filosofia das políticas arquivísticas.

60 0 60 4 0 4 OBR

1º HFC0082 Metodologia Científica

O saber científico e o saber do senso comum. A pesquisa científica: a questão, ahipótese, a argumentação. Tipos de pesquisa: quanto à sua natureza e quanto ao tipode dados. Instrumentos utilizados. Tipos de análise. A elaboração e a apresentação deum trabalho científico.

60 0 60 4 0 4 OBR

1º HFC0066 Introdução à SociologiaA natureza da sociedade. O surgimento da sociologia. O pensamento sociológicoclássico. Conceitos sociológicos fundamentais de Comte, Marx, Weber eDurkheim.Abordagens contemporâneas de sociedade e cultura.

60 0 60 4 0 4 OPT

1º HHI0053Cultura Histórica e

Documento

A histórica científica oitocentista e as estratégias de memória social; as coleçõesdocumentais como espaços emblemáticos; a questão da cultura histórica e documentono Brasil dos séculos XIX e XX.

60 0 60 4 0 4 OPT

1º HTD0051 Expressão Oral e EscritaNoções gerais de gênero discursivo. Esquema da comunicação. Língua oral e línguaescrita. Normas gramaticais. Exposição oral.

30 30 60 2 1 3 OPT

2º HEA0055Metodologia da Pesquisa

Arquivística

Abordagem científica da realidade e do conhecimento humano. O método científico.Metodologias de estudo, elaboração e apresentação de trabalhos científicos. 60 0 60 4 0 4 OBR

2º HEA0029Gestão da Informação

Arquivística

Arquivo Corrente: conceito, função, rotinas, serviço de protocolo, tramitação,gerenciamento de processos. Arquivo Intermediário: conceito, função, administraçãoda eliminação e do recolhimento. Arquivo Permanente: conceito, função, recolhimento,custódia, acesso. A sociedade, a pesquisa e os Arquivos Permanentes.

60 0 60 4 0 4 OBR HEA0028

2º HEA0030Ética Profissional

Arquivística

Profissão com responsabilidade social. Ética e profissão. A profissão de bacharel emArquivologia. Direitos e deveres do profissional. Associações, órgãos de classe e seusobjetivos.

30 0 30 2 0 2 OPT

2º HTD0046Introdução à Ciência da

Informação

Pressupostos teóricos e históricos da ciência da informação. Teoria geral dossistemas. Teoria da comunicação. Outras teorias. Informação: conceitos e contextos.Fundamentos teóricos sobre aspectos que interferem na produção, comunicação eabsorção da ciência, tecnologia, cultura e arte, no seu conceito mais amplo em áreasespecíficas de atuação (centros de informação e cultura). A sociedade de informaçãoe o processo de automação em museus, bibliotecas e arquivos: impactos e novasestruturas.

60 0 60 4 0 4 OPT

2º HHI0039Memória, Cultura e

SociedadeUniverso simbólico e representações sociais. Memória coletiva e memória social.Relações entre memória e história.

60 0 60 4 0 4 OPT

CréditoTipo

QUADRO DAS DISCIPLINAS PROPOSTAS PELA REFORMA CURRICULAR -

Pré-requisitos

ARQUIVOLOGIA (QUADRO II) E EMENTÁRIO COMPLETO DO CURSO (QUADRO V)Período recomen

DisciplinaEmenta

Carga Horária

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ANEXO B -
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41

2º HEB0039 Teoria da Classificação

A classificação como um processo intelectual. A organização do conhecimento noquadro da recuperação da informação. As linguagens da indexação e a recuperaçãoda informação. A classificação de uma área de assunto.

60 0 60 2 1 3 OPT

2º HTD0052Leitura e Produção de

Texto

Disciplina fundamental visando a apresentação e o treinamento em técnicas de leiturae interpretação de textos, elaboração de fichamentos, resumos e resenhas. 30 30 60 2 1 3 OPT

2º HFC0067 Antropologia Cultural

A Antropologia Cultural no quadro das Ciências Humanas. Diferenças entreAntropologia Física ou Biológica e Antropologia Cultural / Etnologia. Raça versusCultura. A noção de diversidade cultural. O método de etnografia. Identidade,subjetividade e alteridade. Teorias e pesquisa antropológicas contemporâneas.

60 0 60 4 0 4 OPT

2º HFC0023 Lógica

História da Lógica. Lógica clássica e lógicas não clássicas. O conceito, o termo, aproposição, o juízo. Princípios lógicos. Principais conceitos da lógica proposicional de1º ordem, da teoria elementar dos conjuntos e da Álgebra de Boole.

60 0 60 4 0 4 OPT

3º HEA0031Classificação de

Documentos Arquivísticos

Noções de lógica. Teoria da Classificação. A classificação como processo intelectual.Estrutura de sistemas de classificação arquivística. Métodos de classificação. 30 30 60 2 1 3 OBR HEA0029

3º HEA0032Avaliação de Documentos

Arquivísticos

Aspectos políticos e ideológicos da avaliação. Avaliação, temporalidade e destinação.Os valores arquivísticos dos documentos. Registro esquemático da avaliação: Tabelade Temporalidade.

60 0 60 4 0 4 OBR HEA0029

3º HFC0048 Administração IApresentação dos movimentos e teorias da Administração. Análise e comparação dosconceitos. Elaboração de novos conceitos sob o enfoque moderno da Administração.Aplicação dos conhecimentos nas tarefas administrativas empresariais.

30 30 60 2 1 3 OPT

3º HEA0033Redes e Sistemas de

Informação ArquivísticaTeoria Geral dos Sistemas. Conceito de redes e sistemas de arquivos. SINAR -Origem, estrutura e desenvolvimento.

30 0 30 2 0 2 OPT HEA0029

3º HEA0034 Seminário de Arquivística IDisciplina onde o estudante através de atividade orientada é iniciado no trabalho dapesquisa na área em questão.

30 0 30 2 0 2 OPT

3º HEA0035 Tópicos EspeciaisDisciplina com ementas abertas, visando o aprofundamento de tema selecionado peloprofessor ministrante.

30 0 30 2 0 2 OPT

3º HTD0054Informação, Memória e

Documento

Diferentes visões e relações entre os conceitos de Informação e Memória. Processosde Comunicação e Fluxo da Informação: da geração à recuperação. EspaçosInformacionais Documento/Monumento e as Instituições de Memória: Arquivo,Biblioteca e Museus.

60 0 60 4 0 4 OPT

3º HFC0076 Epistemologia

O problema do conhecimento. As questões fundamentais do conhecimento científico:diferentes abordagens de seus problemas teóricos e metodológicos. Odesenvolvimento histórico-filosófico do conhecimento científico.

60 0 60 4 0 4 OPT

4º HEA0008 Diplomática

A gênese documental e as partes constitutivas dos documentos. A tipologiadocumental com sua nomenclatura. A tradição de documentos: originais e cópias.Documentos eletrônicos e sua interligação com a Diplomática. A onomástica e acronologia. Análise diplomática e a identificação de documentos autênticos, falsos efalsificados.

30 30 60 2 1 3 OBR HEA0029

4º HEA0036Arranjo e Descrição de

Documentos

Arranjo de documentos, operação de arranjo, princípio e regras de arranjo. Programade descrição, objetivos, principais elementos. Instrumentos de pesquisa. Padronizaçãointernacional de descrição: ISAD (G) e ISAAR (CPF).

30 30 60 2 1 3 OBR HEA0032

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42

4º HEA0037Conservação Preventiva de

Documentos

Conceitos de preservação e conservação. Origem e evolução do papel. Agentesagressores dos documentos. Preservação e políticas públicas de conservação.Tecnologias de preservação. Aplicação na preservação dos acervos.

60 0 60 4 0 4 OBR HEA0029

4º HEA0038 Estágio Supervisionado IAplicação prática de conteúdos teóricos em instituições públicas e/ou privadas, comorientação acadêmica.

0 120 120 0 4 4 OBR HEA0029

4º HTD0055Tecnologia de Reprodução

e Armazenamento de Documentos

Estudos dos processos reprográficos: conceituação, usos e aplicações.Microfilmagem: histórico, usos, vantagens, etapas da produção do microfilme elegislação em vigor. Implantação de sistemas e integração dos serviços nos centros dedocumentação. Estudos dos processos de digitalização. Estudos do gerenciamento

30 30 60 2 1 3 OPT

4º HFC0040/1 Filosofia da CulturaA reflexão filosófica sobre a cultura: definições e abordagens. A cultura como objeto de reflexão interdisciplinar.

60 0 60 4 0 4 OPT

4º HTD0003Estatística aplicada a processos técnicos

documentais

Conhecimentos básicos de estatística para aplicação nos arquivos, para elaboração de relatórios, análises de pesquisas estatísticas no acompanhamento e planejamento dotrabalho arquivístico em suas unidades de trabalho

30 30 60 2 1 3 OPT

4º HEA0058 Arquivos MédicosEstudo das técnicas e procedimentos específicos utilizados na organização do arquivomédico.

60 0 60 4 0 4 OPT HEA0029

4º HFC0049 Administração II Administração em perspectiva. O papel do administrador. O comportamento humanonas organizações. Mudanças na sociedade. Administração contemporânea.

30 30 60 2 1 3 OPT HFC0048

5º HEA0025 Paleografia

A origem e a evolução da técnica de escrever, com seus sistemas e seus processosevolutivos, desde a antiguidade até o presente, com estudo dos materiais einstrumentos usados na escrita, além das formas mecânicas típicas de cada época.Estudo da acentuação, pontuação e numeração, além dos sistemas abreviativosvisando o aperfeiçoamento de sua transcrição. A prática da análise paleográfica e datranscrição documental visando atender as áreas específicas que demandam oassunto paleografia.

30 30 60 2 1 3 OPT HEA0029

5º HEA0040Restauração de

Documentos

História e evolução da restauração. Conceituação preliminar: preservação,conservação e restauração de documentos. Laboratório de restauração dedocumentos. As técnicas de restauração: diagnóstico, banhos químicos,velatura/laminação, enxerto, remendo e obturação.

30 30 60 2 1 3 OPT HEA0037

5º HHI0135História do Brasil Contemporâneo

Desenvolvimento social, econômico e político do Brasil. Formação da sociedadebrasileira. Questões atuais: o Brasil no processo de globalização.

60 0 60 4 0 4 OPT

5º HEA0042 Pesquisa em ArquivísticaA importância da pesquisa em ciências sociais. Pesquisa qualitativa e quantitativa.Estudos de métodos e técnicas, no âmbito da pesquisa arquivística, para a elaboraçãode trabalhos científicos.

30 30 60 2 1 3 OBR HEA0055

5º HEA0041 Estágio Supervisionado IIAplicação prática de conteúdos teóricos em instituições públicas e/ou privadas, comorientação acadêmica.

0 120 120 0 4 4 OBR HEA0038

5º HEA0044Informática Aplicada à

ArquivísticaRelações entre Arquivologia, Informática e as novas tecnologias de informação ecomunicação.

60 0 60 4 0 4 OPT

5º HEA0043 Seminário de Arquivística IIDisciplina onde o estudante através de atividade orientada é iniciado no trabalho dapesquisa na área em questão. 30 0 30 2 0 2 OPT HEA0034

5º HEA005 Arquivos ContábeisEstudo dos arquivos contábeis, dos métodos utilizados na organização e recuperaçãoda Informação. A importância da conservação dos documentos contábeis. 30 30 60 2 1 3 OPT HEA0029

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43

5º HTD0049Fundamentos de Inglês

Instrumental

Desenvolvimento de habilidades linguísticas e outros recursos necessários parainteração, com textos escritos em língua inglesa: identificação de cognatos.Identificação e abordagem de aspectos morfossintáticos mais complexos. Aspectos daorganização textual. Estratégias de leitura. Estratégias de uso de gramáticas edicionários.

30 30 60 2 1 3 OPT

5º HTD0058Teoria e Prática Discursiva

na Esfera Acadêmica

As ciências da linguagem e a(s) teoria(s) do discurso: princípios e conceitosconstitutivos. O conhecimento prévio e os gêneros do discurso. Plurilingüismo.Gêneros do discurso literário e não literário. A esfera do discurso acadêmico. A esferado discurso jornalístico. Informar e opinar. Coerência e tessitura do discurso. Coesão.Como o autor aparece nos textos acadêmicos. Como os outros aparecem nestes tiposde textos. Tópicos de língua padrão. Tópicos de normas técnicas.

30 30 60 2 1 3 OPT

6º HEA0045 TCC IPlanejamento e desenvolvimento de projetos de pesquisas na área de Arquivologia.

30 60 90 2 2 4 OBR HEA0031/0036

6º HEA0056Gestão de Documentos

Arquivísticos

Princípios da teoria da gestão de documentos: conceituação, objetivos e campo deaplicação. O ciclo vital dos documentos: produção, utilização e destinação.Planejamento e estruturação de sistema de arquivos.

30 30 60 2 1 3 OBR HEA0031/0036

6º HEA0057Gestão Arquivística de

Documentos EletrônicosReflexões e aplicações da gestão arquivística em sistemas e ambientes de produçãoeletrônica de documentos.

30 30 60 2 1 3 OPT HEA0044

6º HEA0046 Estágio Supervisionado IIIAplicação prática de conteúdos teóricos em instituições públicas e/ou privadas, comorientação acadêmica.

0 120 120 0 4 4 OBR HEA0041

6º HEA0047Documentação Audiovisual

e Digital

Estudo dos vários arquivos audiovisuais. Os métodos utilizados na organização erecuperação da informação em suporte não convencional. A importância e ametodologia de preservação destes documentos.

30 30 60 2 1 3 OPT HEA0031/0036

6º HFE0066 Educação Especial

A questão dos desvios da “normalidade”. A sociedade e a natureza variável de critériosna definição das diferenças. O portador de necessidades educativas especiais,problemas e desafios na inclusão social-escolar.

30 0 30 2 0 2 OPT

6º HFC0008 ComunicaçãoComunicação, Informação e Tecnologias de Comunicação e Informação. Modernidadee Meios de Comunicação. Modelos Teóricos da Comunicação. Contemporaneidade eComunicação: impasses.

30 30 60 2 1 3 OPT

7º HDI0084 Educação à DistânciaAnálise das tendências atuais em educação contextualizando-as. Aspectos históricosda Educação a Distância (EAD) no Brasil. A operacionalização da EAD. Recursoshumanos, tecnológicos e didáticos.

60 0 60 4 0 4 OPT

7º HEA0048 TCC II Elaboração orientada de monografia de final de curso. 30 60 90 2 2 4 OBR HEA0045

7º HEA0049Organização Prática de

Arquivos

O processo de organização dos arquivos, observando as fases de levantamento,avaliação, classificação, arranjo e descrição. Desenvolvimento prático na organizaçãode arquivos, estabelecendo critérios metodológicos para as situações encontradas.Estudo do processo de descrição de acervos elaborando instrumentos de pesquisas, apartir da organização de documentos da Universidade. Elaboração de manual deprocedimentos que estabeleça os critérios adotados na organização.

0 120 120 0 4 4 OBR HEA0031/0036

7º HEA0050 Legislação ArquivísticaConstituição Federal, Leis de Arquivos, Lei de Habeas Data, decretos, resoluções doCONARQ e demais instrumentos normativos.

30 0 30 2 0 2 OPT HEA0032

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7º HFC0009Comunicação Técnica e

Científica

Ciência, informação científica e comunicação científica. Tipos de comunicaçãocientífica. Os canais de comunicação: tipos e características. A aquisição etransmissão de informação na área científica e tecnológica: características. Sistemasde comunicação e a função da biblioteca. Outros canais de informação e seupotencial.

30 30 60 2 1 3 OPT

8º HEA0051 Projetos ArquivísticosElaboração de propostas de organização de arquivos. Elaboração e acompanhamentode projetos de implantação de sistemas arquivísticos. Consultoria arquivística. 0 30 30 0 1 1 OPT HEA0032

8º HEA0052Gestão de Instituições

Arquivísticas

Conceitos de instituições arquivísticas. Funcionamento, marketing, programasculturais e educativos nos arquivos. Localização, estrutura física e organizacional.Instituições arquivísticas públicas. Órgãos de arquivo em instituições privadas. Gestãode recursos humanos, materiais e financeiros.

60 0 60 4 0 4 OPT HEA0036

8º HEA0053Políticas de Acesso à

Informação ArquivísticaConceito de política de acesso. Legislação de acesso. Acesso nas três idades. Políticade acesso nos arquivos públicos e privados.

60 0 60 4 0 4 OPT HEA0036

8º HEA0054 Seminário de Arquivística IIIDisciplina onde o estudante através de atividade orientada é iniciado no trabalho dapesquisa na área em questão.

30 0 30 2 0 2 OPT HEA0043

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