estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

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ESTUDOS TECNOLÓGICO, QUÍMICO, FÍSICO-QUÍMICO E SENSORIAL DE BARRAS ALIMENTÍCIAS ELABORADAS COM SUBPRODUTOS E RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS ANDRÉA PAOLUCCI DE PAIVA 2008

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ESTUDOS TECNOLÓGICO, QUÍMICO, FÍSICO-QUÍMICO E SENSORIAL DE

BARRAS ALIMENTÍCIAS ELABORADAS COM SUBPRODUTOS E RESÍDUOS

AGROINDUSTRIAIS

ANDRÉA PAOLUCCI DE PAIVA

2008

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ANDRÉA PAOLUCCI DE PAIVA

ESTUDOS TECNOLÓGICO, QUÍMICO, FÍSICO-QUÍMICO E SENSORIAL DE BARRAS ALIMENTÍCIAS ELABORADAS COM

SUBPRODUTOS E RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Curso de Mestrado em Ciência dos Alimentos, para a obtenção do título de “Mestre”.

Orientadora

Profa. Dra. Maria de Fátima Píccolo Barcelos

LAVRAS MINAS GERAIS – BRASIL

2008

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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA

Paiva, Andréa Paolucci de.

Estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais. – Lavras : UFLA, 2008.

131 p. : il. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008. Orientador: Maria de Fátima Píccolo Barcelos Bibliografia.

1. Fibra alimentar. 2. Quirera de arroz. 3. Resíduo de extrato de soja. 4. Castanha de pequi. 5. Resíduo de abacaxi. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.

CDD – 664.08

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ANDRÉA PAOLUCCI DE PAIVA

ESTUDOS TECNOLÓGICO, QUÍMICO, FÍSICO-QUÍMICO E SENSORIAL DE BARRAS ALIMENTÍCIAS ELABORADAS COM

SUBPRODUTOS E RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte das exigências do Curso de Mestrado em Ciência dos Alimentos, para a obtenção do título de “Mestre”.

APROVADA em 18 de março de 2008

Profa. Dra. Joelma Pereira UFLA

Profa. Dra. Adelir Aparecida Saczk UFLA

Prof. Dr. Carlos José Pimenta UFLA

Profa. Dra. Maria de Fátima Píccolo Barcelos UFLA

(Orientadora)

LAVRAS MINAS GERAIS – BRASIL

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Ao Marco Aurélio, pelo carinho, paciência, companheirismo, apoio e estímulo. Ao meu pai, Elcy; irmãos, cunhados e sobrinhos, pelo carinho, apoio e incentivo.

OFEREÇO

À memória de minha mãe, Beatriz e a Deus, pelos exemplos de busca do

crescimento e do amor ao próximo,

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, pela oportunidade de

realizar a pós-graduação.

À Universidade Federal de Lavras e ao Departamento de Ciência dos

Alimentos, pela contribuição à minha formação acadêmica.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(Capes), pela concessão da bolsa de estudos.

Ao centro Federal de Educação Tecnológica de Uberaba, pela concessão

dos resíduos de processamentos agroindustriais.

À minha orientadora, Maria de Fátima Píccolo Barcelos, pelo carinho,

apoio técnico e aconselhamentos.

Aos professores da UFLA Ana Carla Marques Pinheiro, Joelma Pereira

e Angelita Duarte Corrêa, pelo apoio técnico.

Às laboratoristas Creusa Rezende, Constantina Braga Torres, Sandra

Lacerda Silva e Maria Aparecida Correa Lima, pelo apoio.

Aos meus colegas de trabalho Márcia, Gilma, Giovana, Dorinha e

Hemerson, por todo o apoio pessoal e de trabalho, no transcorrer do mestrado.

A Ana Carla e ao Eric Batista Ferreira, pelo grande apoio na análise

sensorial e estatística e a Josane Maria Resende, pelo apoio nas análises de

atividade de água.

Aos colegas Juciane, Sueli, Abel, Anderson e Heloisa, pelo grande apoio

técnico e emocional.

A todos os servidores e alunos do DCA/UFLA que participaram das

análises sensoriais.

Enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO...............................................................................................................i

ABSTRACT ........................................................................................................iii

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................1

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................4

2.1 Abordagens tecnológicas e nutricionais de barras de cereais .........................4

2.2 Fibra alimentar na alimentação humana .......................................................13

2.3 Soja na alimentação humana: uso de seus resíduos na elaboração de produtos

alimentícios.........................................................................................................16

2.4 Aproveitamento dos subprodutos do arroz ...................................................23

2.4.1 Importância do arroz na alimentação humana ...........................................23

2.4.2 Subproduto quirera de arroz ......................................................................25

2.5 Combinação de fabaceae e cereal para o consumo humano .........................27

2.6 Castanha de pequi .........................................................................................31

2.7 Resíduos do abacaxi obtidos da extração do suco e de conserveiras............35

3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................39

3.1 Processamento das barras alimentícias .........................................................39

3.2 Composição centesimal ................................................................................47

3.3 Valor calórico das barras alimentícias ..........................................................47

3.4 Determinação de minerais das barras alimentícias .......................................47

3.5 Análise do perfil de aminoácidos (aminograma) ..........................................48

3.5.1 Escore químico ..........................................................................................49

3.6 Análises físico-químicas ...............................................................................49

3.6.1 pH ..............................................................................................................49

3.6.2 Sólidos solúveis das barras alimentícias ....................................................49

3.6.3 Atividade da água ......................................................................................50

Page 8: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

3.7 Determinação da cor das barras alimentícias................................................50

3.8 Análise de perfil de textura (TPA) instrumental...........................................50

3.9 Análises bioquímicas ....................................................................................51

3.9.1 Fibra alimentar...........................................................................................51

3.9.2 Digestibilidade protéica in vitro.................................................................51

3.9.3 Determinação de atividade de inibidores de tripsina na castanha de pequi52

3.10 Análise sensorial .........................................................................................52

3.11 Análise estatística .......................................................................................54

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................55

4.1 Análises químicas dos componentes secos e das barras alimentícias ...........55

4.2 Minerais das barras alimentícias...................................................................64

4.3 Perfil de aminoácidos e escores químicos das barras alimentícias ...............67

4.4 Características físico-químicas das barras alimentícias ................................73

4.5 Cor das barras alimentícias ...........................................................................76

4.6 Textura instrumental das barras alimentícias................................................80

4.7 Digestibilidade protéica in vitro ...................................................................84

4.8 Atividade do inibidor de tripsina na castanha de pequi ................................86

4.9 Análise sensorial das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e

resíduos agroindustriais ......................................................................................86

5 CONCLUSÕES ...............................................................................................94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................96

ANEXOS ..........................................................................................................120

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i

RESUMO

PAIVA, Andréa Paolucci de. Estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais. 2008. 131 p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) – Universidade Federal de Lavras – MG ∗. Barras alimentícias ou barras de cereais, são produtos multicomponentes, constituídos de cereais, fabaceaes (leguminosas) nozes, frutas secas e xarope ligante, destacando-se na categoria dos snacks devido ao apelo portabilidade com foco em conveniência e saúde. Na diversificação dos componentes secos de barras, a utilização de subprodutos e resíduos agroindustriais tem grande importância, pois, além do aproveitamento de remanescentes de alto valor nutricional, principalmente protéico, utilizando combinação de cereal e fabaceae e alto teor de fibras, pode diminuir o custo de produção, proporcionar agregação de valor econômico aos subprodutos e minimizar o material residual de agroindústrias. Este trabalho teve por objetivo de avaliar, sob aspectos tecnológicos, químicos, bioquímicos e sensorial, barras alimentícias elaboradas com subproduto quirera de arroz e castanha de pequi, resíduo de extrato de soja (okara) e resíduo de abacaxi, nas quais se utilizaram proporções distintas de quirera de arroz:resíduo do extrato de soja, constituindo os tratamentos: A (24:0), B (18:6), C (12:12), D (6:18) e E (0:24), com quantidades fixas de castanha de pequi, resíduo de abacaxi e xarope ligante. Os resultados referentes a umidade, proteínas, lipídeos, cinzas, minerais e fibra alimentar demonstraram valores esperados estritamente crescentes à medida que aumentou a quantidade de resíduo de extrato de soja e diminuiu a quirera de arroz. Em relação aos valores de carboidratos e calorias, estes foram totalmente inversos. Sob aspectos tecnológicos de cor e textura instrumentais, sólidos solúveis, pH e atividade da água, apresentaram-se crescentes com o aumento da proporção de resíduo do extrato de soja, dos quais a cor e a textura instrumentais apresentaram súbito decréscimo no tratamento E. Todos os tratamentos apresentaram pH pouco ácido e atividade da água abaixo de 0,6, podendo favorecer a segurança microbiológica. No escore químico de aminoácidos essenciais, somente os tratamentos D e E não apresentaram aminoácidos limitantes em relação à referência da FAO/WHO (1990), com digestibilidade entre 34,31% e 35,75%, o que desfavorece a biodisponibilidade protéica das barras. Por meio de mapa de

∗Comitê de Orientação: Maria de Fátima Píccolo Barcerlos – UFLA (orientadora), Joelma Pereira – UFLA, Ana Carla Marques Pinheiro – UFLA, Eric Batista Ferreira – UFLA e Sueli Ciabotti – CEFET – Uberaba.

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preferência externo (MPE) vetorial foram correlacionadas as variáveis sensoriais, químicas, tecnológicas e de fibra alimentar. O tratamento C, seguido dos tratamentos B e D, foi o preferido, em relação ao aspecto global e à intenção de compra, devido, principalmente, ao sabor e à textura, com valores significativos e intermediários para aparência, variáveis tecnológicas, químicas e de fibra alimentar. Considerando os aspectos analisados, as barras alimentícias destacam-se como excelente fonte de fibra alimentar, com razoável aporte nutricional. O tratamento D apresentou melhor conjunto das variáveis analisadas para o consumo humano.

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iii

ABSTRACT

PAIVA, Andréa Paolucci de. Technological, chemical, physicochemical and sensorial studies of food bars manufactured with agro-industry by-products and residues. 2008. 131p. Dissertation (Master in Food Science) – Universidade Federal de Lavras – MG.∗ Food bar or cereal bars are multicomponents product, made of different cereals, fabaceaes (leguminosaes), nuts, dry fruits and binding syrup, standing out in the category of snacks due to the portability appeal with a focus on both convenience and health. In the diversification of the dry components bars, the use of by-products and residues agro-industry has a great importance, for, in addition, to the use of leftover of high nutritional value, mainly of protein using combination of cereal and fabaceae and high drift of fibers, may decrease the production cost, provide aggregation of economic value to by-products and minimize the agro-industry residual material. The objective of this work was to evaluate under technological, chemical, biochemical and sensory of food bar manufactured with broken rice by-product and pequi nut, soybean extract residue (okara) and pineapple residue, in which distinct proportions of rice broken rice:soybean extract residue were utilized constituting the following treatments: A (24:0), B (18:6), C (12:12), D (6:18) and E (0:24), with fixed amounts of pequi nut, pineapple residue and binding syrup. The results concerning of moisture, proteins, lipids, ashes, minerals and dietary fiber demonstrated strictly growing expected values as the amount of soybean extract residue was increased and broken rice decreased. In relation of the values with carbohydrates and calories, they were totally opposite. In the technological aspects (instrumental color and textures, soluble solids, pH and water activity), the values presented themselves growing with the increase of the proportion of soybean extract residue, in which the instrumental color and texture presented a sudden decrease in treatment E. All the treatments presented a little acidic pH and water activity bellow 0.6, favoring the microbiological safety. At the chemical score of essential aminoacids, only treatments D and E presented no limiting aminoacids in relation to FAO/WHO (1990) reference, with digestibility rate between 34.31 and 35.75%, which is not favorable to the protein bioavailability of the bars. Through the usage of the vector External Preference Map (EPM) the sensorial, chemical, technological and dietary fiber variables

∗Guidance Committee: Maria de Fátima Píccolo Barcerlos – UFLA (adviser), Joelma Pereira – UFLA, Ana Carla Marques Pinheiro – UFLA, Eric Batista Ferreira – UFLA e Sueli Ciabotti – CEFET – Uberaba.

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were correlated, in which treatment C, followed by treatments B and D, were the most preferred in relation to global aspect and purchase intention, characterized, mainly, by flavor and texture, with significant and intermediary values for appearance, technological, chemical and dietary fiber analyses. Considering the studied aspects, the food bars stood out as an excellent source of dietary fiber with a reasonable nutrient intake, among which treatment D presented the best set of variables studied for human consumption.

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1

1 INTRODUÇÃO

Rotineiramente são lançados novos produtos alimentícios, no mercado

mundial, com características de lanches rápidos, enquadrados na categoria de

snacks, pequenas refeições leves e substanciais, tais como biscoitos extrudados,

cereais matinais, granolas e barras de cereais. Estes produtos, além da

praticidade de consumo, atendem a considerável parte das necessidades

nutricionais diárias dos indivíduos (Mitchell & Boustain, 1990; Tettweiler,

1991; Penna & Tudesca, 2001; Freitas & Moretti, 2006). Nesta linha, a obtenção

de produtos alimentícios de considerado valor nutritivo, com características de

alimento funcional e de baixo custo, tem sido foco de estudos nos últimos

tempos.

Barra de cereais é um produto obtido da mistura ou da combinação de

três ou mais alimentos higienicamente preparados, com específicos valores

nutritivos e sabores característicos, acrescentado de agente ligante que lhe

confere textura adequada. Essas barras são embaladas e comercializadas,

geralmente, em porções individuais de 25 a 30 gramas (Gomes & Montenegro,

2006).

As agroindústrias de alimentos vegetais, paralelamente à linha

convencional de seus produtos, geram subprodutos e resíduos que ainda trazem

considerável potencial nutritivo e de fibras. Muitos resíduos in natura não

podem ser consumidos como tal, o que torna necessário efetuar processamento

adequado e de natureza mecânica, térmica, biológica e outras, para favorecer seu

consumo (Giuntini et al., 2003; Evangelista, 2005).

No caso do subproduto, têm-se buscado várias formas de agregar-lhe

valores, tornando a sua comercialização economicamente mais viável. Pode-se

citar como exemplos a quirera, obtida do beneficiamento do arroz e a castanha

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2

do pequi. Por sua vez, os resíduos têm sido motivo de maiores preocupações

para a indústria, pois, quando não são conduzidos para a alimentação animal ou

utilizados como adubos, são lançados a céu aberto ou em rios, poluindo o

ambiente (Cheremisinoff, 1995; Souza & Santos, 2002; Giuntini et al., 2003;

Evangelista, 2005). Exemplo de resíduo é a porção resultante da fabricação do

extrato de soja, ou leite de soja (okara) e, ainda, os resultantes do processamento

de frutas, a exemplo do resíduo de abacaxi que, além dos nutrientes

remanescentes, possui sabor bastante agradável.

A combinação de cereais e fabaceaes (leguminosas) é reconhecida como

ideal para a melhoria da qualidade de proteínas em alimentos vegetais, pois

deficiências existentes no perfil dos aminoácidos das proteínas podem

desmerecer o valor nutritivo de um produto. A mistura, em proporção adequada,

de soja e arroz apresenta efeito complementar mútuo de aminoácidos (Elias et

al., 1968; Bakar & Hin, 1984; Fernandes et al., 2000; Maia et al., 2000).

A verificação da viabilidade de utilização dos subprodutos e resíduos de

agroindústrias com agregação de valores para serem consumidos na alimentação

humana tem sido constantemente investigada por vários autores (Botelho et al.,

2002; Giuntini et al., 2003; Borges et al., 2004; Matsuura, 2005, Ribeiro, 2006).

A elaboração de barras alimentícias utilizando-se proporções de subprodutos e

resíduos agroindustriais vegetais viabiliza o estabelecimento de uma prática de

promoção de alimentação saudável.

Objetivo geral

Avaliar barras alimentícias elaboradas com diferentes proporções de

subproduto e resíduo agroindustriais, sob os aspectos tecnológico, nutricional e

sensorial para o consumo humano.

Page 15: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

3

Objetivos específicos

a) Elaborar barras alimentícias com diferentes combinações de quirera de

arroz (QA) e resíduo do extrato de soja (RES), contendo, ainda, castanha

de pequi (CP), resíduo de abacaxi (RA) e xarope ligante.

b) Analisar os parâmetros químicos das matérias-primas.

c) Analisar os parâmetros químicos, físico-químicos e bioquímicos das

barras alimentícias.

d) Avaliar as características sensoriais de sabor, textura, aparência,

impressão global e intenção de compra do produto, por meio de análises

univariadas e multivariadas.

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4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Abordagens tecnológicas e nutricionais de barras de cereais

Em 1992, uma empresa brasileira lançou a primeira barra de cereais no

país, considerado primeiro projeto brasileiro de desenvolvimento sustentável

utilizando produtos da Amazônia. No período de 1999 a 2004, o mercado

brasileiro de barras de cereais teve um crescimento médio de 36% e, nos Estados

Unidos, de 13,4% ao ano, entre os consumidores mais sofisticados,

reverenciando o apelo portabilidade, sabor e valor nutritivo (Barbosa, 2001;

Gomes & Montenegro, 2006).

No Brasil, acredita-se que as barras de cereais movimentam,

anualmente, dezenas de milhões de dólares, entre um público seleto de

consumidores, mas significativo diante do mercado brasileiro. Isto se deve ao

preço final da unidade do produto, que gira em torno de U$ 0,40 (Barbosa, 2001;

Rego, 2004). Nos Estados Unidos, consomem-se alguns bilhões de dólares em

barras de cereais ao ano, e o consumo americano vem crescendo cerca de 40%

nos últimos anos. É um mercado em franca expansão e a justificativa deste

crescimento foi o foco em conveniência e saúde (Estévez et al., 1995; Palazzolo,

2003;).

Gomes & Montenegro (2006) citam que o atributo sabor é o item mais

importante na decisão de compra e a tendência atual do mercado de barra de

cereais é a produção para atender ao público infantil, utilizando ingredientes

ricos em fibras e com menor valor calórico. O grande desafio é comercializar

este produto nas classes com menor poder aquisitivo (Sobrinho et al., 2005).

Barras de cereais são produtos multicomponentes que se completam

mutuamente nas características de sabor, textura e propriedades físicas, em

especial no que se refere à umidade relativa de equilíbrio, representando uma

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5

categoria específica na classe de produtos do segmento de “confectionery”, com

formato, geralmente, retangular e embalado individualmente, conhecida como

countlines, da natureza dos snacks. A Resolução RDC nº 263, de 22/09/05

(ANVISA), trata do regulamento técnico para produtos de cereais, amidos,

farinhas e farelos, o que configura o enquadramento das barras de cereais nesta

legislação (Gomes & Montenegro, 2006).

No Brasil, as barras são caracterizadas pelo termo barra de cereais,

devido à principal matéria-prima utilizada no produto. Mas, a necessidade de

diversificação estimula pesquisas científicas e de mercado para inovações e

alternativas, aprimorando este segmento com diversificação das barras. O maior

marketing deste produto, que é a riqueza em fibra alimentar, é preservado,

variando as denominações das barras conforme sua composição, podendo ser

protéicas, dietéticas, light, diet e baked bar, este último semelhante ao biscoito

co-extrudado com recheio (Gomes & Montenegro, 2006).

É interessante ressaltar que o produto barra, geralmente, recebe

comercialmente o nome de barras de cereais, mas a denominação “barras

alimentícias” também é verificada, conforme Línea (2006) e Campos (2008),

pois existe uma diversificação de componentes utilizados na sua composição.

Nos últimos anos, especial atenção vem sendo dada no sentido de

minimizar ou reaproveitar resíduos sólidos gerados nos diferentes processos

industriais, evitando perda de substâncias remanescentes, perda financeira e

poluição ambiental. Subprodutos e resíduos são gerados nas agroindústrias de

alimentos vegetais, paralelamente à linha convencional de seus produtos, os

quais envolvem quantidades apreciáveis de cascas, bagaços, sementes, caroços e

outros elementos. Esses materiais servem como fonte de proteínas, carboidratos,

lipídeos, vitaminas, minerais e fibras, passíveis de recuperação e aproveitamento

na indústria de rações, cosméticos e, principalmente, na alimentação humana

(Senhoras, 2004; Evangelista, 2005).

Page 18: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

6

A palavra “resíduo” surgiu no século XIV, derivada do latim residum,

que se refere à diminuição do valor de uma matéria até que se torne inutilizável.

Resíduo é definido como toda a substância que o produtor abandona, destinada

ao abandono ou que se encontra forçado a abandonar (Pichat, 1995). Resíduo é

entendido como o sobrante da matéria-prima não aproveitada na elaboração do

produto alimentício e esse mesmo sobrante, caso seja transformado

industrialmente para fins determinados, é conhecido como subproduto

(Evangelista, 2005).

Várias pesquisas científicas vêm avançando na utilização de subprodutos

e resíduos das agroindústrias em substituição total ou parcial de matéria-prima

ou em novos produtos, caracterizando-os e analisando-os tecnológica, química,

físico-química e sensorialmente, entre outras. Os produtos inovados e as barras

têm grande potencial para outras inovações (Larrauri, 1999; Wang et al., 1999;

Estevez et al., 2000; Penna & Tudesca, 2001; Murphy et al., 2002; Senhoras,

2004; Matsuura, 2005; Barbosa et al., 2006).

O processamento das barras ocorre em duas fases, a “fase sólida” obtida

da compactação de grãos (cereais e fabaceaes), nozes (castanhas e amêndoas) e

frutas secas em uma variedade de combinações, e a “fase contínua”, adicionada

de substâncias ligantes, tais como mel, melado de cana, açúcar mascavo,

sacarose, xarope de glicose, açúcar invertido, lecitina, glicerina, pectina, óleos,

gordura vegetal e outros. Podem, ainda, ser enriquecidas com vitaminas,

minerais, antioxidantes e proteínas de soja e do leite (Paiva, 2006; Gomes &

Montenegro, 2006). Os ingredientes do xarope ligante que estão na elaboração

da fase contínua das barras alimentícias serão discutidos a seguir.

Xarope de milho ou glicose líquida → é uma composição líquida

purificada e concentrada de sacarídeos (glicose), obtida da hidrólise do amido de

milho por meio da adição de ácidos e enzimas. As propriedades funcionais do

xarope de glicose se estabelecem em anticristalizantes, por aumentar a

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7

solubilidade da sacarose e apresentar polissacarídeos complexos que elevam a

viscosidade da solução de açúcares. Além disso, por possuir menor peso

molecular do que a sacarose, exerce maior pressão osmótica, penetrando mais

facilmente nos tecidos (Andreoti & Mataloni, 1990; citados por Galli et al.,

1996; Gomes & Montenegro, 2006).

Melado de cana-de-açúcar → pode ser definido como um xarope de

caldo de cana-de-açúcar concentrado, purificado e livre de partículas grosseiras

em suspensão. Contribui para o desenvolvimento da cor, da doçura, da

solubilidade e da higroscopicidade (Chaves, 1998; Delgado & Delgado, 1999),

auxilia na aglomeração dos componentes secos das barras e modifica a textura,

favorecendo a crocância e a mastigabilidade (Gomes & Montenergro, 2006). O

valor nutritivo do melado de cana apresenta 13,00% de umidade, 0,20% de

proteína, 0,02% de lipídeos, 0,05% de cinzas, 86,70% de carboidratos, além de

ser rico em vitaminas do complexo B e em minerais, como cálcio (591mg),

fósforo (123mg) e ferro (22,3mg) em 100g (Delgado & Delgado, 1999).

Açúcar invertido → é um composto líquido que contém,

aproximadamente, 1/3 de glicose, 1/3 de frutose e 1/3 de sacarose, em que a

sacarose é hidrolisada em glicose e em frutose, na presença de ácidos ou pelo

uso de enzimas (invertase). A inversão pode variar de 10% a 90%. Dentre os

benefícios da utilização do açúcar invertido, destaca-se ser ideal para aplicação

em produtos nos quais a baixa atividade de água é relevante, como em confeitos

e biscoitos; evita o ressecamento de produtos com baixo teor de gordura; possui

poder adoçante maior; elimina etapa de diluição e simplifica processos,

reduzindo custos; minimiza a possibilidade de cristalização do açúcar e do

crescimento de bolores e leveduras. Nos confeitos, contribui para a

caramelização e a maciez do produto (Griswold, 1972; Baker, 1993; Gomes &

Montenegro, 2006; União-Pro, 2006).

Page 20: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

8

Em estudo reológico sobre a influência do açúcar invertido, determinou-

se que não há alteração da sua estrutura nas temperaturas entre 16° a 65°C

(Gratão et al., 2004).

Pectina → substância coloidal constituída de cadeias de ácidos D-

galacturônicos unidos por ligações glicosídicas (α-1,4) (Figura1) parcialmente

esterificados com grupos metoxila. Pode ser utilizada como ingrediente ou no

enriquecimento de produtos. Importante na geleificação, formando géis sólidos

viscoelásticos, como também melhora a absorção da água, exerce efeito

espessante, a fixação de partículas e estabiliza emulsões e espumas. Existem

vários geleificantes além das pectinas, como gomas, carragenos, amido e outros.

De maneira geral, estas propriedades permitem inúmeras aplicações na indústria

de alimentos, substituindo gordura ou atuando como agente estabilizante,

espessante. Pode ser aproveitada na produção de diferentes produtos, como

geléias, doces, bebidas, sopas, molhos, sobremesas em pó, derivados de leite,

biscoitos, massas e pães (Cho & Dreher, 2001).

FIGURA 1 Estrutura química da pectina (ácidos D-galacturônicos).

Page 21: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

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Óleo de girassol → base gordurosa do xarope ligante, possui

excelentes características nutricionais. O girassol (Helianthus annuus L.) é uma

dicotiledônia anual da família compositae, originária do continente norte-

americano. Cultivado em todo o mundo, destaca-se como a 4ª oleaginosa em

produção de grãos (Castro et al., 1997). No Brasil, seu cultivo é como cultura

complementar, mas sua produção pode crescer com o aumento do consumo do

biodiesel. Seu óleo possui alta relação de ácidos graxos

poliinsaturados/saturados (65,3%/11,6%). O teor de poliinsaturados é

constituído, em grande parte, pelo ácido linoléico, com teor de 65%, ácido graxo

ômega-6 (Andrade, 1994; Fernandes et al., 1998). O ácido graxo linoléico é

classificado como essencial por não ser sintetizado pelo organismo, participando

de funções fisiológicas do organismo como estruturas de membranas celulares,

propicia menor viscosidade sanguínea na ação anti-agregadora de gorduras e faz

parte das reações antiinflamatórias (Souza, 2003).

Glicerina → outra base gordurosa do xarope ligante (forma comercial

do glicerol), C3H5(OH)3, é um líquido incolor, com grau de pureza acima de

95%. Está presente em todos os óleos e gorduras de origem animal e vegetal,

combinado com ácidos graxos. A aplicação da glicerina (glicerol) em alimentos

e bebidas é freqüente, como umectante, agente suavizante em doces, bolos e

sorvetes, retardando a cristalização do açúcar. Tem poder adoçante equivalente a

60% da sacarose, tendo mesmo valor energético (4,32 kcal. g-1). Não eleva os

teores de açúcar no sangue e também não alimenta as bactérias que causam a

cárie. Como aditivo alimentar, pertence à classe dos espessantes, estabilizantes,

geleificantes e emulsificantes (E422). Quando presente em alimentos, é

facilmente digerida, como se fosse um carboidrato (Kirk-Othmer, 2007).

As principais características das barras de cereais são o equilíbrio da

maciez e da crocância, o equilíbrio da umectância e “mela” (recristalização do

açúcar), como também a estabilidade física, sensorial e microbiológica. Esta é

Page 22: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

10

garantida com atividade de água (Aw) menor do que 0,6. A Aw das barras de

cereais está classificada em alimentos de baixa umidade (Aw<0,60) e elas

podem ser estocadas em temperatura ambiente (Gomes & Montenegro, 2006).

As barras de cereais são produtos à base de cereais processados que

podem conter outros ingredientes, desde que não descaracterize o produto, e

apresentar cobertura, formato e textura diferentes (Gomes & Montenegro, 2006).

Isso possibilita a introdução de uma diversidade de matérias-primas constituídas

de substâncias que podem favorecer o funcionamento do organismo humano

conforme seus efeitos fisiológicos, traduzindo numa alternativa de confeito com

qualidade alimentícia, melhorando seu teor de proteína, minerais e fibras

alimentares.

Busca-se, cada vez mais, a inserção de cereais, frutas e fabaceaes na

alimentação, por meio produtos versáteis que possam ser utilizados pelo

consumidor de forma agradável e nutritiva e com presença de fibras. Nesse

sentido, vários alimentos ricos em proteínas, minerais e vitaminas, bem como

constituídos de fibras vêm sendo elaborados em todo o mundo. A atual mudança

na dieta alimentar do consumidor reverte-se para uma alimentação mais

saudável. Ao mesmo tempo, o consumo de alimentos snacks apresenta um

crescimento constante, devido ao ritmo de vida atribulado, que torna necessário

aliar qualidade nutricional à praticidade (Tettweiler, 1991; Vieira et al., 2001;

Pimentel et al., 2005).

Os ingredientes comumente utilizados nas formulações de quatro barras

de cereais (BC) comerciais de três empresas (1, 2 e 3), codificadas neste trabalho

como BC1, BC2 e BC3, são apresentados na Tabela 1.

Page 23: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

11

TABELA 1 Ingredientes utilizados nas formulações de quatro barras de cereais (BC) comerciais (a, b c e d) de três empresas (1, 2 e 3), obtidos dos respectivos rótulos.

Ingredientes utilizados em barras de cereais comerciais de 3 empresas (1, 2 e 3) Empresas

Barras de

cereais 1 (BC a) 1 (BC b) 2 (BC c) 3 (BC d)

Fase sólida

- grãos de soja

- flocos de arroz - aveia em flocos - banana desidratada

- aveia em flocos - flocos de cevada - flocos de arroz - flocos de trigo

- grãos inteiros de aveia - farinha de avelã, amêndoas, nozes e amendoim

Fase contínua

- açúcar mascavo - xarope de glicose - açúcar invertido - gordura de palma - glicerina - sal

- xarope de glicose - açúcar invertido - gordura vegetal - sal - lecitina soja

- xarope de glicose - açúcar - oleína de palma - mel - gordura vegetal - sal - monoestearato de glicerina - lecitina soja

- açúcar - xarope de açúcar mascavo - mel - óleo de girassol - sal - lecitina soja - bicarbonato de sódio

Outros - cobertura de chocolate

- estabilizante: polidextrose - umectante: sorbitol - aromatizante - acidulante: ácido cítrico - antioxidante: tocoferol - corantes naturais - cobertura de gioaba

Peso da barra (g)

30 25 25 42

Page 24: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

12

Na Tabela 2 são apresentados a composição química e o valor calórico

encontradas nos rótulos de barras de cereais de três empresas comerciais que

correspondem às barras de cereais da Tabela 1.

TABELA 2 Composição química e valor calórico de quatro barras de cereais (BC) comerciais (BC a, BC b, BC c, BC d) de três empresas 1, 2 e 3, apresentados nos respectivos rótulos.

Barras de cereais (BC) comerciais *

Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3

Composição

química

(30 gramas) BC a BC b BC c BC d

Calorias (kcal) 130 108 98,4 63,57

Carboidratos (g) 9,7 23 18 10,07

Proteína (g) 7,0 1,2 1,32 1,21

Gorduras totais (g) 7,0 1,2 2,52 2,29

Gorduras saturadas (g) 0,5 - 1,2 0,29

Gorduras trans (g) 0 - 0 0

Fibra alimentar (g) 4,5 1,2 5,88 0,86

Sódio (mg) 15 42 34,8 48,57

valores apresentados nos rótulos das barras de cereais.

Entre os alimentos prontos, as barras de cereais auxiliam no aporte

energético, protéico, lipídico, vitamínico, de minerais e de fibras, conforme

ingredientes constituintes do produto e que atendem aos consumidores de acordo

com as necessidades dietéticas de cada um. Sua popularidade está entre os mais

sofisticados consumidores por meio de apelos, como possuir ingredientes

saudáveis e naturais, e o grande desafio nas tendências atuais é a inserção de

consumidores de baixo poder aquisitivo na obtenção para consumo deste

produto (Brito et al., 2004; Gomes & Montenegro, 2006).

Page 25: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

13

2.2 Fibra alimentar na alimentação humana

A fração fibra foi considerada de pouca importância no período que

marca a era da industrialização, ocorrendo progressiva redução no consumo de

alimentos frescos. Diante de uma série de correlações positivas entre ingestão de

fibras e diminuição na ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT), houve aumento de estudos das funções das fibras no organismo

humano. A concepção com significado científico da fibra (fibra dietética ou

alimentar) surgiu na década de 1970, tornando obsoleta a concepção de fibra

bruta e de fibra detergente, vigente até então (Marquez, 2001; Saura-Calixto,

2001; Rodrigues et al., 2003; Anjo, 2004; Pimentel et al., 2005).

A fibra dietética ou fibra alimentar (FA) recebeu várias definições, mas

a maioria delas é condizente com a seguinte:

“A fibra da dieta é a parte comestível das plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. A fibra da dieta inclui polissacarídeos, oligossacarídeos, lignina e substâncias associadas às plantas. A FA promove efeitos fisiológicos benéficos, incluindo laxação, e/ou atenuação do colesterol do sangue e/ou atenuação da glicose do sangue” (AACC, 2001).

Os principais componentes da FA derivam das paredes celulares dos

vegetais presentes na dieta e compreendem celulose, hemicelulose, pectina e

lignina. Este último é um componente da parede celular que não é carboidrato

como os outros, mas também está incluído neste grupo. Tradicionalmente, as

fibras alimentares podem classificar-se em solúveis e insolúveis, de acordo com

seu comportamento em meio aquoso. Ambas exibem efeitos fisiológicos

distintos, ambas têm capacidade de ligar moléculas de água e cátions que podem

ser utilizados na microbiota do cólon intestinal como substratos. A classificação

também se baseia na solubilidade das substâncias que compõem a FA em uma

Page 26: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

14

solução tampão a pH determinado (FAO, 1998; Prosky, 2000; Manrique &

Lajolo, 2001; Buckeridge & Tine, 2001; Pimentel et al., 2005).

As fibras solúveis retardam o esvaziamento gástrico, a absorção da

glicose e reduzem o colesterol no soro sanguíneo. Não são hidrolisadas no

intestino delgado, somente ao alcançar o intestino grosso são extensamente

fermentadas pela microbiota natural, promovendo efeito laxante. As fibras

insolúveis, por sua vez, aceleram o trânsito intestinal, aumentam o peso das

fezes, contribuindo para a redução do risco de doenças do trato digestório

(James & Theander, 1977; Márquez, 2001; Paula, 2005).

A presença de FA nos alimentos é de grande interesse na área da saúde,

em que a ingestão dietética de referência (DRI) para fibra alimentar total é de 19

a 38 g por dia, havendo variações entre os estágios de vida e estado fisiológico.

Para homens adultos, com idade entre 19 e 50 anos, a ingestão adequada é da

ordem de 38g de fibra alimentar total, diariamente (IOM, 2005).

Adicionalmente, é recomendado pela Food and Drug Administration

(FDA) que, do total de fibras a ser consumido diariamente, a proporção

adequada seja de 70%-75% de fibras insolúveis e de 25%-30% de fibras solúveis

(Márquez, 2001; Guerra et al., 2004). Numerosos estudos têm sido relatados

sobre o papel da FA no organismo humano com a prevenção de certas

enfermidades como diverticulite, câncer de cólon, obesidade, problemas

cardiovasculares e diabetes (Herrera & Tovar, 2000; Hu & Willett, 2002;

Bazzano et al., 2003; Moraes & Colla, 2006).

Nos últimos anos, muitos pesquisadores de países ibero-americanos vêm

caracterizando adequadamente a FA em alimentos e em resíduos industriais,

buscando tecnologia para produzir concentrados, desenvolvendo e testando

produtos enriquecidos, a partir de alimentos regionais. Isso porque fibras de

cereais e frutas são fibras completas, porque possuem estrutura que inclui parede

celular e seus constituintes, como celulose, hemicelulose, pectinas e ligninas. A

Page 27: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

15

este grupo pertencem também as algas, a fibra de soja e de outras leguminosas

(Lajolo et al., 2001; Giuntini et al., 2003; Lajolo & Menezes, 2006).

A Portaria nº 27, de janeiro de 1998, da ANVISA, “regulamenta a

informação nutricional complementar nos rótulos de alimentos pronto para

consumo”. Alimento sólido que possui 3,00% de FA é considerado como fonte

e, quando possuir o dobro (6,00%), ou mais, pode receber o atributo de alto teor.

O conhecimento das propriedades físico-químicas é importante na

obtenção de novas formulações alimentícias com textura adequada e sabor

agradável, porque a simples adição de elevadas quantidades de fibras nem

sempre resulta em produtos com características sensoriais desejáveis. A FA ideal

deve ser bem concentrada, não ter componentes antinutricionais na constituição

do alimento onde estiver presente, não comprometer a vida de prateleira do

produto a ser adicionado ou que faça parte da constituição do alimento e

apresentar características sensoriais suaves. Além disso, deve ser aceita pelo

consumidor como um produto saudável, apresentar positivos efeitos fisiológicos

e ter custo razoável (Dreher, 1995; Larrauri, 1999; Penna & Tudesca, 2001).

Conteúdo de 5,17% de fibras totais, 4,30% de fibras insolúveis e 0,87%

de fibras solúveis foi observado na barra de cereal formulada com proteína

texturizada de soja, germe de trigo e aveia laminada (Freitas, 2005). Na

formulação de barra de cereais caseira, empregando biscoito de amido de milho,

leite em pó desnatado, flocos de arroz, aveia em flocos, uva passa e damasco

seco, o valor encontrado para fibra foi de 3,44 g/100g. Esse valor permite

classificar a barra como produto com teores moderados deste componente, por

enquadrar-se na faixa entre 2,40 e 4,40 g/100g de fibras (Brito et al., 2004).

Há grande disponibilidade de alimentos regionais e tradicionais, como

os grãos de cereais e de fabaceaes, particularmente aveia, feijões e soja, e seus

derivados, como farinha e farelos integrais que, juntamente com as frutas e as

hortaliças, são as principais fontes de FA. Fontes concentradas de FA podem ser

Page 28: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

16

obtidas a partir de diferentes resíduos agroindustriais. A FA, considerada o

principal componente de vegetais, frutas e cereais integrais, permitiu que estes

alimentos pudessem ser incluídos na categoria dos alimentos funcionais, pois a

sua utilização, dentro de uma dieta equilibrada, pode reduzir o risco de algumas

DCNT, como as coronarianas, o diabetes e certos tipos de câncer, além de

agregar uma série de benefícios (FAO, 1998; FDA, 1998; Sgarbieri & Pacheco,

1999; Giuntini et al., 2003; Callegaro et al., 2005).

2.3 Soja na alimentação humana: uso de seus resíduos na elaboração de

produtos alimentícios

a) Importância da soja como alimento humano

A soja [Glicine max (L.) Merril] é uma fabaceae muito utilizada pelos

orientais, com grande extensão de consumo pelos ocidentais e cuja proteína se

destaca não só pela quantidade, mas também pela qualidade. O óleo extraído dos

grãos tem potencial de comercialização mundial (Nielsen, 1991; Liu, 1999;

Bowles & Demiate, 2006).

A soja é, hoje, o principal produto do agronegócio brasileiro, tendo, em

2004, respondido por 24,50% do total exportado por este setor e 12,00% do total

das exportações do país. A colheita de 2004 foi de 49,79 milhões de toneladas,

correspondendo 26,00% da produção mundial de soja naquele período, tendo

sido exportadas 36 milhões de toneladas (72,80%) (Schlesinger, 2005). Entre

2005/2006, a média da produção de soja, no Brasil, foi de 2.600 kg/ha de

produção em 14 estados, somando 43 milhões de toneladas. Dentre os estados

produtores destacam-se Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais (Harger,

2006).

A quantidade de proteína no grão da soja apresenta-se em torno de

30,00% a 45,00%. A umidade representa entre 9,28% a 13,00% dos grãos que,

Page 29: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

17

em base úmida, contêm, aproximadamente, 32,77% a 35,00% de proteínas,

15,30% a 17,00% de lipídios, 30,09% a 31,00% de carboidratos e 3,60% a

4,40% de cinzas. Cerca de 8,00% do grão da soja correspondem à película

externa, 90% aos cotilédones e 2,00% ao eixo do hipocótilo. O cotilédone da

soja contém a maior proporção de proteínas e lipídios (Nielsen, 1991; Liu, 1999;

Ciabotti, 2004; Bowles & Demiate, 2006).

A soja apresenta elevado teor de lisina, o que a distingue das proteínas

dos outros vegetais, embora seja limitante em aminoácidos sulfurados

(metionina e cistina). Tem grande favorecimento no seu valor biológico, quando

conjugado com proteínas dos cereais, em proporções adequadas, resultando em

combinações com adequado balanceamento de aminoácidos e maior conteúdo

protéico, na condição de que os cereais têm na lisina o seu aminoácido limitante.

(Bookwalter et al., 1971; Steinke & Hopkins, 1983; Bakar & Hin, 1984;

Sgarbieri, 1987, Pires et al., 2006).

A maior parte das proteínas da soja é classificada como globulinas

(glicininas e β-conglicininas), que são insolúveis em água em seu ponto

isoelétrico (pI) que é de 4,64. Mas, elas se dissolvem em água com valores de

pH acima ou abaixo de seu pI, valor de pH no qual uma molécula apresenta

carga elétrica líquida igual a zero (Lehninger et al., 1995; Sgarbieri, 1996).

A solubilidade é uma das propriedades funcionais da proteína, que é

influenciada pelo pH conforme a carga elétrica de seus aminoácidos e de outros

compostos, como lipídeos e carboidratos. Também sofre influência do calor, que

pode interferir na estrutura do alimento (Sgarbieri, 1996). Em meio aquoso, 85%

de nitrogênio é solúvel a pH 2 ou 7 (a 11, pode ser solubilizada até 95%). As

globulinas são insolúveis em seu pI, com pH 4,2-4,6 (Cheftel et al., 1989).

A qualidade de óleo de soja, composto por uma série de ácidos graxos,

dentre os quais os ácidos graxos essenciais poliinsaturados, como ácido linoléico

18:2 (∆ 9-12) (ω-6) e ácido α-linolênico 18:3 (∆9-12-15) (ω-3), se sobressai com

Page 30: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

18

importantes papéis fisiológicos na redução de riscos de doenças

cardiovasculares, inflamatórias e auto-imunes (Morais, 2001, Salgado et al.,

2007).

Os grãos de soja são fontes ricas em fitoquímicos, a exemplo das

isoflavonas, como fonte dietética preventiva das DCNT (Jackson et al., 2002;

Murphy et al., 2002) e os flavonóides, com propriedades estrogênicas, têm ação

anticancerígena. Essas substâncias incluem a soja na relação dos alimentos

funcionais (Dintzis et al., 1979; Garcia et al., 1998; Salgado et al., 2007).

Define-se como alimento funcional “o alimento ou ingrediente que além

de exercer funções nutricionais básicas, quando se trata de nutriente, produz

efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser

seguro para o consumo sem supervisão médica” (ANVISA, 1999).

Estudos epidemiológicos com mulheres que consomem soja e seus

produtos evidenciaram que estas apresentaram baixas incidências de

osteoporose. As isoflavonas contribuem na inibição de perda óssea e estas,

quando ingeridas a partir da soja e seus derivados, são, provavelmente, uma

alternativa de fitoestrógeno pós-menopausa (Park et al., 2001; Souza, 2003).

Fatores antinutricionais estão presentes na soja, principalmente na soja

crua ou inadequadamente processada, os quais podem provocar efeitos

fisiológicos adversos ao homem ou reduzir a biodisponibilidade de determinados

nutrientes. São termolábeis, sensíveis ao calor, inibidores de proteases (inibidor

de tripsina, de Kunitz e de Bowman-Birk), lectinas ou hemaglutininas,

goitrogênicos e antivitamínicos e são termoestáveis a saponinas, taninos,

fitoestrógenos, fatores de flatulência, lisoalanina, alergênicos e fitato. A

qualidade nutricional das fabáceas é melhorada mediante tratamento térmico

para inativação dos fatores antinutricionais (Liener, 1997; Genovese & Lajolo,

2000).

Page 31: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

19

Cultivares de soja com ausência ou baixa atividade de inibidores de

proteases foram desenvolvidas, bem como cultivares com ausência da enzima

lipoxigenase, visando tornar o sabor de soja mais agradável (Davies & Nielsen,

1986; Miura et al., 2001).

No processamento da soja, utiliza-se a maceração (colocação dos grãos

de molho na água por um determinado tempo) visando ao amaciamento.

Também se lança mão de tratamento térmico adequado, com a finalidade de

aumentar a digestibilidade da proteína, bem como inativar ou, mesmo, reduzir

fatores antinutricionais, além de tornar a textura do grão totalmente adequada

para o consumo e eliminar considerada carga microbiana (Wang & Murphy,

1996; Bayram et al., 2004; Rehman & Shah., 2005).

Ainda sobre a versatilidade da soja, no campo da indústria de alimentos,

são conhecidos e comercializados, além da soja em grãos, farinha de soja (para

vários fins como panificação, massas alimentícias, uso caseiro e outros),

concentrados e isolados protéicos de soja, soja texturizada, alimentos

fermentados (miso, shoyo, tempeh), tofu, doces e o extrato de soja ou leite de

soja.

Dentre os produtos alimentícios derivados da soja, o extrato de soja é

um dos alimentos mais consumidos pelo homem, comercializado ao natural ou

adicionado de sabores, como o de frutas, de achocolatados e outros. Do extrato

de soja pode ser fabricado o tofu (Genta et al., 2002; Alves Filho, 2003; Behrens

& Silva, 2004; Ciabotti, 2004).

Da fabricação do extrato de soja obtém-se o resíduo okara que,

geralmente, é destinado à alimentação animal ou descartado, contribuindo para a

poluição ambiental. Mas, se processado imediatamente para conservação, pode

ser utilizado na formulação de alimentos para consumo humano, devido à sua

riqueza em proteínas, lipídeos, vitaminas, sais minerais, fibras e, ainda, possuir

Page 32: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

20

compostos fitoquímicos, remanescentes da soja (Diaz & Sarantópoulos, 1987;

Ma et al., 1997; Larosa et al., 2003; Bowles, 2005; Quitain et al., 2006).

b) Resíduo do extrato de soja

Do processo de obtenção do extrato de soja (leite de soja) para a

produção da bebida e ou a fabricação de tofu resulta um resíduo, denominado

okara Este resíduo é rico em proteína vegetal de boa qualidade e demais

nutrientes. O resíduo do extrato de soja, quando não conduzido para o uso na

alimentação animal, é descartado, muitas vezes a céu aberto, contribuindo com

aumento da poluição ambiental.

O resíduo do extrato de soja apresenta, em suas proteínas, um perfil de

todos os aminoácidos essenciais, com escore químico limitante em metionina e

cisteína (aminoácidos sulfurados) (Bowles & Demiate, 2006; Ribeiro, 2006).

Outra importância é sua riqueza em fibra alimentar, especialmente em

polissacarídeos pécticos, como também em lipídios, num material de baixo custo

para o consumo humano. Em base seca, para o okara, o teor dos componentes

encontrado é de 25,40% a 37,00% de proteínas, 9,30% a 15,37% de lipídios,

42,50% a 58,10% de fibras alimentares, 2,80% de cinzas e 4,70% a 5,30% de

carboidratos solúveis (Travaglini et al., 1980; Riet et al., 1989; Wang et al.,

1999; Ma et al., 1997; Bowles & Demiate, 2006; Ribeiro, 2006).

Pesquisas mostram que resíduos de soja contêm, na sua composição

química, além de nutrientes, outros metabólitos secundários benéficos ao

organismo humano, tais como isoflavonas, antioxidantes e fibras alimentares. O

“protein efficience ratio” (PER) do resíduo do extrato de soja é pouco superior

ao do próprio extrato de soja, apresentando sabor suave, sem necessidade de

aplicar qualquer tratamento térmico adicional, uma vez que, para a elaboração

do leite de soja (extrato de soja), submete-se o material triturado ao tratamento

térmico adequado (Travaglini et al., 1980; Bowles & Demiate, 2006).

Page 33: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

21

Em trabalho realizado por Jackson et al. (2002), no subproduto okara,

foi encontrada concentração de 35,70mg/100mg de isoflavonas totais; a

isoflavona genistina atingiu a maior concentração dentre todas as isoflavonas

determinadas, 9,30 mg, seguida de 6”-O-acetil-genistina, com 8,19 mg, 6”-0-

malonil-daidzina, com 7,20 mg e daidzina com 5,40 mg.

Na fabricação do extrato de soja, para cada 100 kg de soja, resultam

cerca de 80,10kg de resíduo, contendo por volta de 23,00% de sólidos totais,

dentre os quais 34,20% são representados pela proteína. A composição química

média do extrato aquoso de soja apresenta, aproximadamente, de 8,00% a

10,00% de sólidos totais, dependendo da extração e do equipamento utilizado

(Travaglini et al., 1980).

Destes sólidos, de 3,60% a 4,20% correspondem às proteínas; de 2,00%

a 2,32% à fração lipídica; de 0,51% a 2,90% aos carboidratos e de 0,36% a

0,50% às cinzas (Costa & Mori, 1976; Bowles & Demiate, 2006; Ciabotti,

2007). Pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade

Federal de Campinas (Unicamp) obtiveram, numa produção de 200 litros de

extrato de soja, o total de 60,00kg de resíduo úmido deste extrato, com o

equipamento “vaca mecânica”, utilizando 25,00kg de soja (Alves Filho, 2003).

Este resíduo pode ser utilizado na alimentação humana, devido às suas

qualidades nutritivas. Ele apresenta-se como uma massa de alta coesão, elevado

teor de água (70,00% a 80,00%) e com alta capacidade de deterioração, gerando

odores intensos e desagradáveis, quando não armazenados adequadamente ou

quando não utilizados imediatamente após a sua obtenção (Aguirre et al., 1981;

Lescano & Tobinaga, 2004).

O processamento imediato para a conservação do resíduo do extrato de

soja é necessário, tornando possível o seu aproveitamento. O óleo componente

do okara pode ser extraído para aplicação na indústria alimentícia, como

também na indústria cosmética e farmacêutica e o resíduo obtido da extração do

Page 34: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

22

óleo de grãos de soja apresenta, em sua composição, 8,40% de umidade, 46,70%

de proteína, 1,67% de lipídios, 4,97% de fibra bruta e 33,10% de carboidratos

(Travaglini et al., 1980; Quitain et al., 2006, Silva et al., 2006).

O resíduo do extrato de soja, para ser conservado por período de tempo

mais prolongado, deve ser, além de outros, submetido ao processo de secagem e

o produto resultante pode ser considerado uma farinha intermediária entre a

farinha desengordurada de soja e o isolado protéico de soja ou entre a farinha

integral (Aguirre, 1981). A desidratação e a moagem deste resíduo

proporcionam uma farinha de boa qualidade nutricional e de baixo custo, para

fazer parte de produtos a serem enriquecidos (Costa, 1981; Bowles & Demiate,

2006).

O resíduo do extrato de soja, quando não descartado, é direcionado para

utilização em ração animal e, usualmente, utilizado para produtos panificáveis,

confeitaria, sopas e produtos cárneos ou como ingredientes para produtos de

desjejuns contendo cereais (Costa et al., 1976; Costa, 1981). As formas de

utilização do okara podem ser em pratos típicos orientais, em farinhas mistas

para massas e em produtos tipo paçocas, barras alimentícias, granolas, cookies,

pães, bombons e outros. Em todos os produtos estudados que utilizaram o

extrato de soja houve aumento significante do teor protéico (Aguirre et al., 1978;

Aguirre et al., 1981; Diaz & Sarantópoulos; 1987; Genta et al., 2002; Larosa et

al., 2003; Bowles, 2005; Soares Júnior et al., 2006; Ribeiro, 2006).

Pesquisas científicas vêm sendo desenvolvidas no intuito de utilizar o

alto conteúdo de fibra alimentar do resíduo do extrato de soja (okara) em

produtos para a alimentação humana. Estudos apresentaram valores de 52,80% a

56,60% de fibra alimentar total; 40,20% a 43,60% de insolúvel e 12,60% a

14,60% de solúvel (Riet et al., 1989; Jakson et al., 2002; Larosa et al., 2003;

Bowles & Demiate, 2006), podendo reportar a riqueza do teor de fibra alimentar

Page 35: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

23

deste resíduo ao conteúdo de produtos pobres em fibra, quando incluídos na sua

formulação (O’Toole, 1999).

2.4 Aproveitamento dos subprodutos do arroz

2.4.1 Importância do arroz na alimentação humana

Os cereais são alimentos básicos da dieta humana da maioria dos países

do mundo. O arroz (Orysa sativa, L.) é cultivado em praticamente todos os

países, sendo um dos principais produtos na alimentação humana, considerado

uma das principais fontes energética da dieta. Existem evidências de que as

dietas saudáveis devem fornecer a maioria das calorias por meio de carboidratos

complexos, tais como amido dos cereais (Dendy & Dobraszczyk, 2004; Dors,

2006; Naves, 2007). A produção desse cereal no Brasil é significativa. Segundo

o IBGE (2008), a maior produção, até agora, foi na safra de 2004-2005, com,

aproximadamente, 13,3 milhões de toneladas e, na safra de 2007, a produção foi

de 12 milhões de toneladas. O estado do Rio Grande do Sul é responsável por

59,00% da produção nacional.

O trigo (Triticum spp) e o arroz são os cereais mais empregados na

alimentação humana, embora cevada (Hordeum vulgare), centeio (Secale

cereale L.), aveia (Avena sativa) e milho (Zes mays) sejam também importantes.

No entanto, o fato de o trigo não ser consumido por pessoas portadoras de

doença celíaca, além do centeio, da cevada, da aveia e do triticale (Triticosecale

wittmack), motivou o desenvolvimento de produtos alimentícios sem glúten,

baseado em outros cereais que também não o possuem, como, por exemplo, o

arroz e o milho (Juliano, 1993; Dhingra & Jood, 2002; Dendy & Dobraszczyk,

2004).

Os grãos maduros dos cereais comuns têm como constituintes

carboidratos, compostos nitrogenados (principalmente proteínas), lipídios,

material mineral e água, com quantidades reduzidas de vitaminas e outras

Page 36: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

24

substâncias importantes à dieta humana. Os carboidratos dos cereais perfazem

de 77,00% a 87,00% do total da matéria seca, incluindo amido,

predominantemente, celulose, hemicelulose, pentosanas, dextrina e açúcar. O

arroz é constituído de 79,70 a 89,31g de carboidratos; de 9,14 a 9,80g de

proteínas; de 0,38 a 0,60g de lipídios; de 0,30 a 1,66g de fibra bruta e de 0,50 a

0,75g de cinzas, em 100g (Kent, 1983; Wang et al., 1999b; Metri et al., 2003).

O arroz é uma importante fonte de calorias e de complementação

protéica na alimentação humana, além de contribuir significativamente para o

suprimento das necessidades de alguns minerais da dieta, como fósforo,

magnésio e potássio. O arroz polido, ou arroz branco, contém 7,60% de

proteínas, 0,50% de lipídeos, 0,30% de fibra bruta, 0,60% de cinzas, 91,00% de

carboidratos e 410 calorias em 100g. Já o arroz integral possui 8,50% de

proteínas, 2,20% de lipídeos, 1,00% de fibra bruta, 1,40% de cinzas, 88,00% de

carboidratos e 405 calorias, em 100g (Dendy & Dobraszczyk, 2004).

O arroz polido é o produto resultante do beneficiamento do arroz

integral, durante o qual perde o gérmen e as camadas externas e, com elas, parte

do seu valor nutritivo, gerando subprodutos, como o farelo de arroz com maior

teor de nutrientes, muito utilizado na alimentação animal. Na etapa do polimento

do arroz ocorrem quebras de, aproximadamente, 15,00% no beneficiamento,

com a obtenção do subproduto denominado “quirera de arroz”. Ao arroz em

casca é atribuída uma renda-base de 68,00%, constituída de um rendimento dos

grãos de 40,00% de inteiros, apurados depois do produto descascado e polido,

mais 28,00% de quebrados e quirera, que obtém valor comercial menor pelo seu

baixo emprego (Jucá, 1981; Farfan, 1998; Castro et al., 1999; Dors, 2006).

A glutelina é o tipo de proteína em maior porcentagem no grão de arroz

(85,00% a 90,00%) e, entre os aminoácidos essenciais, tem 8,00g de leucina,

5,70g de valina, 5,20g de fenilalanina e 4,10g de treonina, em 16,00g de

proteína. Apesar da deficiência em lisina, o arroz apresenta, entre os cereais, o

Page 37: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

25

teor mais elevado deste aminoácido, 3,70g em 16,00g de proteína. O

aminoácido que mais limita o aproveitamento biológico dos cereais é a lisina

(Kent, 1983; Juliano, 1993; Borges et al., 2003; Naves, 2007), tendo o arroz

polido um escore de aminoácidos essenciais de 66,00% (Naves, 2007).

Tentativas de aproveitamento dos subprodutos do arroz fazem parte do

escopo de diversas entidades de pesquisa, sobretudo nesses tempos em que

“biocombustível” é a palavra da moda. O aquecimento do mercado de

agroenergia pode levar a uma corrida por grãos e cereais, que se verão diante do

aumento da demanda e, conseqüentemente, dos preços. Por isso, é importante

transformar subprodutos de baixo valor de mercado em alimentos que possam

ser consumidos por toda a população (Marques, 2007).

2.4.2 Subproduto quirera de arroz

Do processo de beneficiamento do arroz resultam o arroz branco

(produto estável), o farelo (subproduto instável devido ao alto poder oxidativo

de seu óleo), e a palha ou casca. Como conseqüência, ocorre a quebra de grãos

devido ao manejo dos equipamentos ou a fatores inerentes ao grão (gessados,

mal formados ou danificados), resultando na denominada quirera, que tem valor

comercial de aproximadamente 50% do produto, sendo, por este motivo,

utilizado para a obtenção de farinha e ou na alimentação animal. Este produto

pode constituir excelente fonte de nutrientes (Silva, 1984; Farfan, 1998; Castro

et al., 1999; Lima et al., 2000).

As partículas pequenas produzidas pela quebra do grão de arroz,

subproduto quirera de arroz, também são conhecidas como arroz de cervejaria,

adjunto amiláceo para a fermentação da cerveja (Silva, 1984). Em ensaio de

granulometria, os teores de proteína bruta das quireras finas, médias e grossas,

variaram de 7,71% a 8,72%, indicando que ocorre segregação de partículas

durante o processamento de arroz. Embora os teores de óleo (0,74% a 1,13%),

Page 38: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

26

fibra bruta (0,42% a 0,61%) e cinzas (0,453% a 0,53%) apresentassem pouca

variação entre as quireras, o valor energético da quirera moída finamente foi

0,68% maior do que a quirera média e grosseira (Lima et al., 2000; Barbosa,

2006).

A quirera, embora vendida a preços baixos com relação ao arroz polido,

possuiu alto potencial de utilização para a produção de farinhas com diversas

características e que podem sofrer modificações, possibilitando uma alternativa

nobre para o aproveitamento desse subproduto (Nabeshima & El-Dash, 2004;

Limberger, 2006).

Aproveitamento interessante da quirera de arroz é a produção de

farinhas pré-gelatinizadas, processo hidrotérmico que consiste num aquecimento

com água, provocando gelatinização parcial do amido, complementado com

altíssima temperatura de secagem para aumentar o máximo possível a

gelatinização (Oliveira, 1979; Nabeshima & El-Dash, 2004; Silva, 1984).

Também podem ser citados os extrudados de amido como pellets, snacks de

terceira geração denominados produtos intermediários (Carvalho et al., 2002).

A farinha de arroz é utilizada como matéria-prima de massas

alimentícias, tipo macarrão, mortadelas, pães e confeitaria, sobremesas (Borges

et al., 2003; Barbosa et al., 2006; Dors, 2006), cereais matinais, produtos

hipoalergênicos, fórmulas infantis e uma diversidade de produtos que despontam

no mercado (Wang, 1999a et al.; Maia, 2000 et al.; Borges et al., 2003).

Os produtos à base de cereais apresentam grande variação quanto ao

teor de fibra alimentar, devido ao fato de a maior parte desta se encontrar nas

camadas externas do grão, as quais estão presentes nos produtos integrais, mas

ausentes ou reduzidas nos refinados. Esta variação se repete quanto à proporção

de fibra solúvel e insolúvel entre os diferentes cereais e variedades destes

(Sangronis & Rebolledo, 1993; Menezes et al., 2001).

Page 39: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

27

Em estudos de modificação física e química do amido de quirera de

arroz, para aproveitamento na indústria, na caracterização de quirera de arroz

nativa detectou-se conteúdo de fibra alimentar de 2,13% a 2,50%, em fibra total;

com 1,78% de fibra insolúvel e 0,34% de fibra solúvel e, quando processada,

4,37% com 3,21% e 1,16%, respectivamente. Isso indica interferência dos

mecanismos sofridos no processamento com possível modificação do amido em

amido resistente, o que sugere um aumento da fibra alimentar quando pré-

gelatinizada (Storck, 2004; Limberger, 2006).

2.5 Combinação de fabaceae e cereal para o consumo humano

Alguns estudos demonstram os efeitos benéficos da combinação de

fabaceae (leguminosa) e cereal desde longo tempo. A mistura em proporção

adequada de fabaceae e cereal, a exemplo do feijão com arroz, que é uma

mistura comum entre os brasileiros e apresenta efeito complementar mútuo de

aminoácidos e conforme a proporção empregada na mistura destes dois

alimentos, pode suprir ou complementar a recomendação diária de nutrientes

devido à qualidade protéica e à excelente fonte de minerais (Torun, 1988;

Sgarbieri, 1987 e 1996; Mahan & Escott- Stump, 2005).

Neste contexto, de mistura de fabaceae e cereal, têm-se a soja e o arroz,

os quais, ao serem consumidos de forma combinada, apresentam efeito

complementar de aminoácidos essenciais e de outros nutrientes benéficos à

saúde do homem, semelhante ao arroz com feijão, mas com a vantagem de

possuir sabor suave, o que viabiliza sua utilização em preparações adocicadas

(Elias et al., 1968; Steinke & Hopkins, 1983; Bakar & Hin, 1984; Fernandes et

al., 2000; Maia et al., 2000).

O consumo dos brasileiros, em relação à fonte de proteínas, é abundante

em alimentos de origem vegetal, como milho, feijão, trigo, arroz, soja e

amendoim e o conceito de complementariedade de proteínas é primariamente

Page 40: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

28

importante para populações em risco de consumir alimentos diversos,

misturados de modo insuficiente e que contenham vários aminoácidos. A

complementação das proteínas é misturada de forma que as deficiências de uma

sejam compensadas pelos excessos dos mesmos aminoácidos de outras, dando à

mistura valor nutritivo superior ao de cada componente individualmente (Dutra

de Oliveira et al., 1989, Sgarbieri, 1996; Mahan & Escott-Stump, 2005).

A concentração de aminoácidos em relação aos padrões de proteína

referência da FAO/WHO são mostrados na Tabela 3 (1990).

TABELA 3 Concentração de aminoácidos essenciais do resíduo do extrato de soja e do arroz polido e as proteínas referência para crianças de 2 a 5 anos (FAO/WO 1973 E 1990).

Produtos

(mg aminoácidos/ g proteína)

Padrão FAO/WHO-2 a 5 anos

(mg aminoácidos/ g proteína)

Aminoácidos

essenciais RES* Arroz Polido 1990

Isoleucina 32,5 41,3 28

Leucina 62,1 82,4 66

Lisina 56,6 38 58

Met+ Cys 18,2 49,7 25

Fenilalanina 43 60,2 -

Treonina 40,6 43,4 34

Triptofano 23,7 12,1 11

Valina 34,7 72,1 35

* Resíduo do extrato de soja Met+ Cys = Metionina + Cisteína Fontes: Sgarbieri, 1996 e Ribeiro, 2006.

Page 41: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

29

A lisina do arroz polido e do resíduo do extrato de soja, como também a

metionina+cisteína (aminoácidos sulfurados) do resíduo do extrato de soja

(RES), não atinge os valores dos padrões, na comparação à referência de

proteína FAO/WHO (1990).

Embora produtos protéicos com propriedades funcionais desejáveis

sejam de particular interesse para a indústria alimentícia, o valor nutricional é

também considerado de suma importância. Apesar dos benefícios dos cereais,

tais como o trigo e o arroz, estes apresentam um déficit no aminoácido essencial

lisina. A fim de melhorar a qualidade dos produtos derivados de cereais, a

conjugação com alimentos que sejam ricos em lisina é necessária para se obter

proteína vegetal de alto valor biológico. Isso se consegue unindo as proteínas da

soja (ricas em lisina) aos cereais, constituindo um alimento com todos os

aminoácidos essenciais e de baixo custo (Erdman et al., 1977; Maia et al., 1999;

Dhingra & Jood, 2002). As proporções ótimas para misturas de proteínas de

arroz mais feijão são de 8:2; para milho mais soja, é de 4:6 e milho mais feijão,

é de 5:5 (Dutra de Oliveira et al., 1989).

Misturas como milho:soja e arroz:soja, na proporção de

aproximadamente 30,00% da proteína obtida do cereal e 70,00% da proteína da

fabácea (Sgarbieri, 1987) e uma mistura de arroz:isolado protéico de soja com

46%:54% (Bakar & Hin, 1984) resultaram em alimento com proteína de alta

qualidade, na qual os aminoácidos se completam entre si. A lisina da fabaceae

restitui a deficiência do cereal, este contribuindo com a metionina e a cistina em

apreciáveis quantidades, fator limitante das fabaceaes para atingir uma proteína

de alto valor (Tejerina et al., 1977).

Além da qualidade protéica, a mesma mistura apresenta excelente fonte

de minerais, podendo, em determinada proporção, suprir ou complementar a

recomendação diária de nutrientes, evitando patologias ocasionadas pela

deficiência nutricional. Estudos de suplementação alimentar nas dietas infantis

Page 42: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

30

demonstraram melhoramento na qualidade da proteína resultante da mistura

cereal-soja, com verificação no aumento do balanço de nitrogênio, tanto

absorvido, como retido; também, retenção média de nitrogênio semelhante à

caseína, adequada ao crescimento de crianças e auxílio na convalescença das

mal nutridas (Bookwalter et al., 1971; Graham & Baertel, 1974; Steike &

Hopkins, 1983; Mahan & Escott-stump, 2005).

O resultado da caracterização química de extratos hidrossolúveis

desidratados de soja e arroz em diferentes proporções de soja (0% a 50,00%)

apresentou aumento significativo no percentual de proteína (7,23% a 35,81%),

de extrato etéreo (0,62% a 5,86%), de cinzas (1,37% a 4,55%) e de fibra crua

(1,03% a 1,95%), ao se incrementar a proporção soja. Porém, o percentual de

carboidratos (89,75% a 51,83%) diminuiu com o aumento da proporção soja.

Verificou-se, ainda, um aumento linear à medida que se aumentou a proporção

de soja nos teores de fósforo, cálcio, ferro e cobre (Fernandes et al., 2000).

Na elaboração de mingaus obtidos dos extratos hidrossolúveis de soja e

arroz, os teores de proteína, extrato etéreo, cinzas e fibra bruta elevaram-se com

o aumento das proporções de soja (0% a 50,00%). O aumento foi mais evidente

nos teores de proteína, porém, o percentual de carboidrato diminui com o

aumento das proporções de soja (Wang et al., 2000).

Steinke & Hopkins (1983) apresentaram, em seu trabalho de

complementação e suplementação de proteínas entre vegetais, a lisina como

limitante do arroz, com atendimento de aminoácidos essenciais em 70,00%

(escore baseado nas referências de Food and Nutrition Board, 1980) e a melhor

mistura junto ao isolado protéico de soja (IPS) com 46,00% de arroz e 54,00%

de IPS (isolado protéico de soja), em 100% da mistura.

O aminograma estabelece o perfil de aminoácidos de uma amostra e o

escore químico compara os aminoácidos da amostra a uma proteína de

referência, que indica a composição em aminoácidos essenciais que uma

Page 43: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

31

proteína deve apresentar para ser considerada de bom valor nutritivo. Se o perfil

de aminoácidos de um alimento não for compatível com os padrões de alto valor

protéico, os aminoácidos que estiverem em suprimento reduzido são

considerados limitantes. Dentre alguns itens para completar a avaliação de uma

proteína, toma-se por base a digestibilidade in vitro, que se entende como porção

protéica que pode ser hidrolisada pelas enzimas digestivas até aminoácidos

(Sgarbieri, 1996; Mahan & Escott-Stump, 2005).

2.6 Castanha de pequi

O pequi (Caryocar brasiliense Camb.) é uma planta arbórea nativa do

cerrado, pertencente à família Caryocaraceae e abrange cerca de vinte espécies.

No Brasil, ocorrem, pelo menos, oito dessas espécies e os principais produtores

nativos são os cerrados da Amazônia, do Mato Grosso, de Minas Gerais e de

Goiás. Seu fruto apresenta-se com um a dois caroços ou mais, duros, volumosos,

formados por uma grande quantidade de espinhos delgados e agudos e com uma

amêndoa interna grande e carnosa (Fonseca & Muniz, 1992; EMBRAPA, 1994;

Ribeiro, 2000; Aguiar & Camargo, 2004).

A importância econômica das espécies do gênero Caryocar não se limita

apenas à qualidade de sua madeira, mas também ao valor intrínseco dos frutos,

que são excepcional reserva alimentícia natural, à disposição das populações

carentes do cerrado brasileiro com consumo ainda modesto em algumas regiões

como também o trabalho extrativista do pequi (Almeida & Silva, 1994). De

valor energético alto, o fruto é rico em lipídeos, proteínas, carotenóides e

vitamina C, além de minerais. O peso médio do fruto é de, aproximadamente,

120g (119,26-126,19g), dos quais a casca (exocarpo e mesocarpo externo)

representa 82%, o endocarpo 4,6%, o mesocarpo interno (polpa) 7% e a

amêndoa 1% (Ferreira et al., 1987; Almeida & Silva, 1994; Rodrigues, 2005).

Page 44: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

32

O pequi é característico de solos bastante pobres quanto à fertilidade e

os teores de minerais nas suas partes chegam a surpreender. A amêndoa

caracteriza-se por ser a parte do fruto mais concentrada nestes elementos, ainda

que a polpa e a casca também se destaquem (Ferreira et al., 1987).

A castanha do pequi tem coloração branca e um sabor exótico que, para

alguns, assemelha-se ao sabor de queijo. O desperdício desta castanha é

resultado da desinformação, pois está sendo descartado um alimento de alto

valor nutricional e que tem grande potencial de comercialização (Pinto, 2006;

Carvalho, 2007). O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade

Estadual de Montes Claros (2003), por meio da Resolução nº 129 aprovou o

projeto “Processamento agroindustrial da castanha de pequi”, com a

preocupação de estabelecer normas técnicas de aproveitamento deste produto.

A utilização da polpa amarela do pequi, com sabor e aroma marcantes,

tem, a cada dia, se diversificado na alimentação humana. O que a maioria das

pessoas não sabe é que a castanha (amêndoa), que fica escondida dentro do

caroço do fruto, também é saborosa e muito nutritiva, podendo ser consumida in

natura ou como ingrediente para a elaboração de pratos salgados, doces e pães.

O processo de retirada da amêndoa do pequi é bastante trabalhoso, por ser ainda

artesanal e dificilmente abre-se o caroço sem danificá-las. O rendimento é baixo,

sendo necessários cerca de 250 frutos para se obter um quilo da castanha. A

amêndoa ou a castanha pode ser retirada intacta aos 56 dias (8ª semana) do fruto,

momento de maior rigidez do caroço, mas, normalmente, é retirada depois do

aproveitamento da polpa (Rodrigues, 2005; Braga, 2006).

Ela é utilizada na elaboração de paçocas, farofas, doces ou simplesmente

torrada como aperitivo. Aponte (2006) desenvolveu uma barra de cereais

enriquecida com castanha de pequi e que contém, ainda, na sua composição,

abacaxi-passa, flocos de aveia, flocos de arroz, óleo de girassol, açúcar mascavo

e mel. A idéia de utilizar a castanha de pequi para fazer as barras é uma

Page 45: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

33

alternativa que está possibilitando aos moradores da região Norte de Minas obter

um aumento na renda familiar. Além disso, é um incentivo ao consumo de frutos

do cerrado, promovendo, ainda, o desenvolvimento sustentável e a fixação dos

pequenos produtores no campo.

Na Figura 2 observam-se ilustrações da castanha, ou amêndoa, do pequi,

sendo possível perceber que elas estão seccionadas ao meio por ser a única

forma de retirá-la da parte espinhosa do fruto do pequi (endocarpo).

FIGURA 2 O fruto pequi (A); polpa do pequi com endocarpo e castanha (B); castanha ou amêndoa de pequi (C e D).

A B

C D

Page 46: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

34

As amêndoas (castanhas) são consideradas boas fontes de nutrientes e

seu consumo tem aumentado, nos últimos anos, devido a pesquisas que

estabelecem uma associação positiva entre a sua ingestão regular e a redução de

problemas cardiovasculares. A castanha de pequi é rica em ácidos graxos

insaturados, principalmente palmítico e oléico, e em zinco, além de conter

cálcio, ferro e manganês (Handro & Barradas, 1971; Sabaté & Fraser, 1993;

Braga, 2006).

Os resultados obtidos por Ferreira et al. (1987), em relação à

caracterização química das diferentes partes do fruto de pequi, encontram-se na

Tabela 4.

TABELA 4 Composição de proteína, óleo e cinzas das diferentes partes do pequi, expressos em g/100g de matéria seca.

Fonte: Ferreira et al. (1987).

Os resultados obtidos por Ferreira et al. (1987), para minerais das

diferentes partes do fruto de pequi, encontram-se na Tabela 5.

Composição (mg/100g) Partes do pequi Proteína Óleo Cinzas Polpa 6,7 61,8 2,0 Amêndoa 24,6 42,2 5,0 Casca 3,6 1,31 4,0 Espinhos 3,9 28,4 1,5

Page 47: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

35

TABELA 5 Composição de minerais P, K, Ca, Mg, S (mg/100g), Cu, Fe, Mn e Zn (ppm), das diferentes partes do pequi, expressos em g/100g de matéria seca.

Fonte: Ferreira et al. (1987).

Souza et al. (2004) identificaram os ácidos graxos nos óleos das

amêndoas de pequi e o teor de ácido graxo oléico (56,11%) encontrado indica a

possibilidade de seu uso como óleo comestível. Os outros ácidos graxos

identificados foram o linolênico (5,03%), e os ácidos graxos saturados láurico

(0,11%), mirístico (0,25%), palmítico (36,74%) e esteárico (1,75%).

2.7 Resíduos do abacaxi obtidos da extração do suco e de conserveiras

O abacaxi, ou ananás (Ananas comosus, L. Merr.), pertencente à família

Bromeliaceae, é uma planta apreciada em todos os países tropicais. Sua polpa é

suculenta, saborosa e ligeiramente ácida e muito refrescante. Segundo IBGE

(2008), o Brasil é o quarto produtor mundial de abacaxi, sendo superado pela

Tailândia, Filipinas e China, com produção de 32 milhões de toneladas, em 2,20

milhões de hectares para o mercado interno, com perspectivas para exportação.

Na produção nacional, destacam-se os estados da Paraíba, Pará e Minas Gerais,

este útlimo responsável por 13,00% da área plantada no Brasil, principalmente

no Triângulo Mineiro (Cunha, 2003; Rivelles, 2007).

P K Ca Mg S Cu Fe Mn Zn Partes do

pequi mg/100g mg/kg

Polpa 100 820 70 120 60 7 29 8 14

Amêndoa 1080 1340 140 380 340 20 66 9 71

Casca 60 1660 80 100 70 3 23 17 18

Page 48: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

36

O sabor e o aroma do abacaxi são atribuídos à presença e aos teores de

vários constituintes químicos, como os açúcares responsáveis pelo aroma

característico do fruto maduro. A razão para a coloração amarela da polpa é

conferida aos pigmentos carotenóides, enquanto substâncias pécticas conferem

ao fruto sua textura e as vitaminas e minerais lhe atribuem alto valor nutricional,

sobressaindo-se o ácido ascórbico (vitamina C) e o potássio (Thé et al., 2003).

Estas características exercem papel importante no controle da qualidade, sendo

responsável pela preferência dos frutos, seja pela indústria e ou para o consumo

“in natura” (Carvalho & Clemente, 1981; Gonçalves & Carvalho, 2000; Sarzi &

Durigan, 2002).

Ao lado das qualidades sensoriais que a distinguem universalmente, há o

seu valor dietético, comparável ao das melhores frutas tropicais (Medina et al.,

1987, Granada et al., 2004). O fruto apresenta alto teor de açúcares, em que

predomina a sacarose (5,90% a 12,00%), apresentando também glicose (1,00% a

3,20%) e frutose (0,60% a 2,30%), sendo rico em sais minerais e vitaminas A, C,

B1 e B2 (Thé et al., 2003). Seu consumo é recomendado para crianças, dada a

importância desses minerais na formação do sangue e dos ossos (Leite, 2003). O

abacaxi recém-colhido apresenta, em média, 80,00% de umidade, de 12,00% a

15,00% de açúcares, 0,60% de ácidos, 0,40% de proteína, 0,50% de cinzas e

0,10% de gordura, além de fibras e vitaminas (Salunke & Desai, 1984; Franco,

2000; Sarzi & Durigan, 2002).

O processamento de frutas para a obtenção de polpas para a elaboração

de néctares (sucos com adição de água) e o comércio de polpas congeladas tem

aumentado no mercado brasileiro (Salgado et al., 1999). Segundo dados da FAO

(1998), calcula-se que, do total de frutas processadas na produção de sucos e

polpas, sejam gerados, aproximadamente, 30,00% de resíduos agroindustriais,

pois o aproveitamento da matéria-prima no processamento não ultrapassa o

limite de 80,00% a 85,00% (Schaub & Leonard, 1996; Larrauri, 1999).

Page 49: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

37

O processamento utilizado para a obtenção de polpa congelada implica

no descarte de partes não comestíveis e na redução do teor de fibra alimentar

original dos frutos. Dentre os vários processos de industrialização do abacaxi,

grandes quantidades de rejeitos, constituídos por talos, coroas, cilindro central e

cascas, sobram nas fábricas, e correspondem de 30,00% a 40,00% do peso da

matéria-prima processada. O resíduo da extração de polpa mostra uma média

(matéria seca) do material processado com variação entre 12,00% e 16,50%

(Medina et al., 1987; Salgado et al., 1999; Granada et al., 2004).

Os resíduos industriais do abacaxi (casca e cilindro central) têm sido

estudados, pois sua utilização está direcionada para produção de caldas,

processamento de vinagre, de geléias, de combustível e para a obtenção de

celulose. Também, tanto a casca quanto o cilindro central do abacaxi podem ser

considerados boa fonte de fibra alimentar. O cilindro central do abacaxi é

aproveitado pela indústria alimentícia na prensagem e na extração do suco, junto

com outros resíduos, como casca e extremidades do fruto, passando pela etapa

de refinamento. Estes resíduos sofrem trituração, tratamento térmico, a

aproximadamente, 63°C, prensagem e filtragem. Os resíduos da prensagem

(também chamados de torta) são transformados em farelos para ração animal ou

para adubação (Medina et al., 1987; Bobbio & Bobbio, 1992; Botelho, 1998).

Suco de abacaxi obtido a partir dos resíduos da indústria conserveira

apresentou composição centesimal com 0,25% de proteína, 0,90% de lipídios,

8,40% de carboidratos, 0,05% de fibra bruta, 0,01% de cinzas e 90,40% de

umidade (Botelho, 1998 e 2002, Borges et al., 2004).

Dentre a composição químico-bromatológica de vários resíduos da

agroindústria processadora de frutas, o resíduo de abacaxi apresentou 15,30% de

umidade, 8,40% de proteína bruta, 1,20% de extrato etéreo, 6,8% de cinzas,

30,70% de fibra detergente ácido (FDA) e 71,4% de fibra detergente neutro

(FDN). Componentes da fração hemicelulósica extraída da parede celular do

Page 50: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

38

abacaxi apresentam 60,00% de polissacarídeo composto de xilose, arabinose,

glicose, galactose e manose, em que o resíduo final da parede celular (42,00%)

corresponde à fração celulósica. O processo de desidratação destes resíduos e

sua utilização na alimentação humana merecem estudos mais aprofundados,

devido à sua facilidade de deterioração enquanto úmido e sua remanescente

riqueza como resíduo (Bartolomé & Rupérez, 1995; Lousada Junior et al.,

2006).

O conteúdo e a composição de fibra alimentar ou dietética de frutas

foram estudados, em Taiwan, por Chang et al. (1998). Dentre várias espécies

estudadas, o abacaxi apresentou, na matéria úmida, 1,60% de fibra alimentar

total e, na matéria seca, 14,00% de fibra alimentar total e 3,00% de solúvel,

constituída de arabinose (7,80%), xilose (9,50%), manose (22,60%), galactose

(18,00%), glucose (10,80%) e ácido urônico (31,30%).

Page 51: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

39

3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido no Departamento de Ciência dos

Alimentos da Universidade Federal de Lavras (DCA/UFLA), em Lavras, MG.

Foi utilizada a terminologia “barra alimentícia”, conforme Línea (2006)

e Campos (2008) e não barra de cereais, pelo fato de conter uma diversidade de

ingredientes alimentícios e não se compor apenas por cereais, sendo o arroz o

único cereal existente nelas. As barras alimentícias foram elaboradas utilizando-

se os seguintes componentes: quirera de arroz pré-gelatinizada, resíduo de

extrato de soja desidratado, castanha de pequi processada e resíduo de abacaxi

desidratado.

A matéria-prima utilizada para o estudo foi a quirera de variedades

mistas de arroz de beneficiadora local da cidade de Lavras, MG e a soja [Glycine

max (L.) Merrill] BRS Garantia, proveniente da EPAMIG/Uberaba, safra 2005.

A produção do extrato de soja e a desidratação de seu resíduo foram realizadas

no CEFET–Uberaba. A quirera de arroz foi cozida e desidratada (pré-

gelatinizada). A castanha do pequi foi adquirida da produção familiar da cidade

de Taiobeiras, norte de Minas Gerais e o resíduo do suco e de conservas do

abacaxi desidratado no CEFET–Uberaba.

3.1 Processamento das barras alimentícias

Os ingredientes da fase sólida (quirera de arroz - QA, resíduo do extrato

de soja - RES, castanha de pequi - CP e resíduo de abacaxi - RA) foram

preparados conforme descrito a seguir:

a) quirera de arroz → após a obtenção da beneficiadora de arroz, foi preparada

com cozimento em água 2:1, com 10 ml de óleo de girassol para cada 100g,

Page 52: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

40

por 5 minutos. Em seguida, desidratada, a 65°C, em estufa de ar forçado por

24 horas;

b) resíduo do extrato de soja → fabricou-se o leite de soja com proporção de

1:10, em que a soja foi lavada, macerada em água por 12 horas, da qual a

água da maceração foi descartada. Os grãos foram triturados e submetidos

ao tratamento térmico, ebulição por 10 minutos, para inativação e ou

redução dos fatores antinutricionais da soja e redução de carga microbiana

indesejáveis do material. Ao filtrar, obtiveram-se, por um lado, o leite e, por

outro, o resíduo do extrato de soja (okara), o qual foi submetido

imediatamente à secagem em forno convencional, a 150°C, por 6 horas,

atingindo em torno de 8% de umidade;

c) castanha de pequi → obtida após a retirada da polpa, com fervura por 2

horas. Logo em seguida, a parte espinhosa foi desidratada por secagem

natural e foi cortada no sentido horizontal, com faca de aço inoxidável para

a extração da castanha. Esta também foi desidratada por secagem natural e,

depois, torrada, a cada 100g, a 90°C, por 2 minutos, sobre calor direto em

recipiente de aço inoxidável;

d) resíduo de abacaxi → o resíduo recolhido do despolpamento do abacaxi para

a produção de polpa, junto com o cilindro central retirado do abacaxi para

compotas, foi colocado no desidratador solar por 2 dias, que atinge, no

máximo, 45°C.

Os subprodutos e os resíduos processados que compuseram a fase sólida

das barras alimentícias (BA) foram levemente triturados, sem uniformidade,

como demonstram as ilustrações da Figura 3 e armazenados em recipientes

herméticos, em temperatura ambiente, protegido do sol e da umidade. Em

seguida, foram pesados conforme cada tratamento e homogeneizados para serem

inseridos no xarope ligante, preparado nas proporções determinadas (Figura 4).

Page 53: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

41

FIGURA 3 Ilustração dos componentes secos das barras alimentícias: (a) quirera de arroz pré-gelatinizada, (b) resíduo de extrato de soja desidratado, (c) castanha de pequi e (d) resíduo de suco de abacaxi desidratado.

As barras alimentícias foram elaboradas contendo uma fase líquida

(50%) e uma fase sólida (50%). Na fase líquida, as proporções dos ingredientes

do xarope ligante foram determinadas por meio de uma seqüência de testes,

conforme Gomes & Montenegro (2006), obtendo-se formulação final para

utilização nos cinco tratamentos das barras alimentícias em quantidades fixas.

A fase sólida das barras alimentícias foi constituída por ingredientes em

quantidades fixas de castanha de pequi (CP) com 14%, resíduo de abacaxi (RA)

com 12% e por ingredientes em diferentes proporções em cereal [quirera de

arroz(QA)] e fabaceae [resíduo de extrato de soja (RES)] com 24%.

As proporções dos subprodutos e dos resíduos agroindustriais referentes

aos tratamentos foram, portanto, definidas a partir da caracterização química de

quirera de arroz, de resíduo do extrato de soja, de castanha de pequi e de resíduo

a b

c d

Page 54: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

42

de abacaxi (matéria seca), dos quais foram observados os teores de proteínas,

fibra alimentar e demais componentes químicos, para atender, com o consumo

de uma barra alimentícia (25g) em relação à proteína, aproximadamente 3,00%

dos valores de ingestão dietética de referência (DRI) para adulto com 70 kg

(0,8g/kg de peso) (IOM, 2005) e, em relação à fibra alimentar, o teor de 3,00%

de fibra, com a finalidade de serem consideradas “fontes de fibra alimentar”,

conforme Portaria nº. 27 (Anvisa, 1998), para atender a 12% em relação à DRI

de 25g/dia (IOM, 2005).

Foram estabelecidos cinco tratamentos (barras alimentícias, BA), os

quais se distinguiram pelos ingredientes de diferentes proporções. As

quantidades (%) dos ingredientes que fizeram parte das barras alimentícias

foram definidas com base nos conteúdos protéicos do cereal e da fabaceae, em

diferentes proporções de proteína de fabaceae:proteína de cereal, na seguinte

ordem 0:1 (BA A); 1:1 (BA B); 3:1 (BA C); 9:1 (BA D) e 1:0 (BA E).

As etapas do trabalho e das análises na matéria-prima e nas barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais estão

ilustradas na Figura 4.

Page 55: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

43

FIGURA 4 Etapas de confecção e das análises realizadas na matéria-prima e nas barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais.

Componentes secos das barras alimentícias

BA (A) BA (B) BA (C) BA (E)

24% QA 0% RES 14% CP 12% RA

18% QA 6% RES 14% CP 12% RA

12% QA 12% RES 14% CP 12% RA

6% QA 18% RES 14% CP 12% RA

0% QA 24% RES 14% CP 12% RA

BA (D)

Xarope ligante: 23,0 % xarope de glicose (XG); 22,0 % melado de cana (MC); 2,0 % açúcar invertido (AI); 0,75 % glicerina (G);

1,5 % óleo de girassol (OG); 0,5% pectina (P) e 0,25 % sal

Resíduo de extrato de

soja desidratado

(RES)

Quirera de arroz pré-

gelatinizada (QA)

Castanha de pequi

processada e triturada

(CP)

Resíduo de suco de abacaxi

desidratado (RA)

Análises: composição centesimal, determinação de fibra alimentar, minerais, aminograma, pH, acidez total titulável, grau BRIX, atividade de água, digestibilidade protéica in vitro, análise perfil de textura, cor e teste de aceitação.

Análises: composição centesimal, fibra alimentar, atividade de água.

Formulações das barras alimentícias (BA)= componentes secos + xarope ligante

Page 56: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

44

Em seguida à obtenção de cada ingrediente seco da composição das BA,

estes foram pesados conforme cada tratamento, homogeneizados e reservados.

Preparou-se o xarope ligante, composto de xarope de glicose (60° Brix), melado

de cana (76°Brix), açúcar invertido (77,8°Brix), glicerina bidestilada, óleo de

girassol, pectina cítrica e sal, aquecidos à temperatura de 95ºC (85º-86ºBrix).

Após completa homogeneização do xarope ligante, adicionaram-se os

ingredientes secos, compostos de quirera de arroz pré-gelatinizada, resíduo de

extrato de soja desidratado, castanha de pequi torrada e resíduo de abacaxi

desidratado, conforme cada tratamento. Estes foram misturados ao xarope

ligante para aglutinação e homogeneização, sob aquecimento, por 30 segundos,

resultando em uniformidade dos ingredientes. A massa obtida foi laminada por

meio de pressão com rolo compressor, moldada manualmente num retângulo

com 9,00cm x 12,00cm com espessura próxima a 0,60cm, resfriada em

temperatura ambiente, cortada com faca de aço inoxidável no formato de barra

retangular (9,00cm x 3,00cm x 0,60cm) com, aproximadamente, 25 g cada e

embalada com folha de alumínio e em sacolas plásticas de alimento.

As etapas principais do processamento das barras alimentícias estão

apresentadas na Figura 5.

Page 57: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

45

FIGURA 5 Etapas principais de obtenção das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais e análises realizadas.

Adição dos ingredientes secos ao xarope ligante

Laminação

(prensagem da massa)

Pesagem e homogeneização dos

ingredientes secos

Preparação do xarope ligante (mistura e aquecimento a

95°C, atingindo 85º-86°Brix)

Pesagem dos ingredientes do xarope ligante (xarope de glicose, melado de cana, açúcar invertido, glicerina, óleo

de girassol, pectina e sal)

Homogeneização da massa

Secagem (temperatura ambiente)

Corte das barras com 25g

Embalagem das barras

Análises químicas, físico-químicas, bioquímicas e sensoriais

Page 58: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

46

A tecnologia de preparação das barras alimentícias foi adaptada

conforme descrição de Gomes & Montenegro (2006). As etapas de confecção

das barras estão ilustradas na Figura 6.

FIGURA 6 Ilustração das etapas de confecção das barras alimentícias

elaboradas à base de subprodutos e resíduos agroindustriais, nas diferentes proporções de quirera de arroz (QA) e resíduo do extrato de soja (RES) com castanha de pequi (CP), resíduo de abacaxi (RA) e xarope ligante, em quantidades fixas.

2. Componentes xarope 3.Xarope ligante

9. Barras alimentícias 8. Barras cortadas 7. Secagem da massa

4. Aglutinação secos 6. Massa modelada

1. Componentes secos

5. Massa homogênea

Page 59: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

47

Os produtos permaneceram acondicionados em embalagens de alumínio,

com o objetivo de conservar suas características nutricionais e sensoriais para a

concretização das análises, em temperatura ambiente, protegidos do sol e da

umidade.

3.2 Composição centesimal

As análises da composição centesimal foram efetuadas conforme AOAC

(1990). A umidade foi determinada pelo método gravimétrico, com emprego de

calor, baseando-se na perda de peso do material submetido ao aquecimento de

105ºC, até peso constante. Para o extrato etéreo, utilizou-se o método de

“Soxhlet” (gravimétrico), baseado na perda de peso do material submetido à

extração com éter ou na quantidade do material solubilizada pelo solvente. A

fração proteína foi determinada pelo método de “Kjeldahl” por meio da

determinação da porcentagem total de nitrogênio e multiplicado pelo fator médio

de 6,25. Determinou-se o resíduo mineral fixo (cinzas) pela calcinação da

amostra em mufla, a 550ºC, até a obtenção de cinzas claras ou ligeiramente

acinzentadas. Calcularam-se os carboidratos por diferença, considerando fibra

alimentar total determinada por método enzimático-gravimétrico.

3.3 Valor calórico das barras alimentícias

Com base na composição das barras alimentícias, utilizaram-se fatores

de conversão de Atawater: 4kcal/g (proteína), 4kcal/g (carboidratos) e 9kcal/g

(lipídeos), conforme Osborne & Voogt (1978).

3.4 Determinação de minerais das barras alimentícias

Análises de minerais (P, K, Mg, S, Cu, Mn, Zn e Fe) foram realizadas no

Laboratório de Análise Foliar do Departamento de Química da UFLA, obtidos

dos extratos das amostras, por digestão nitroperclórica e determinados segundo

Page 60: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

48

Malavolta et al. (1989). O fósforo foi determinado por colorimetria, segundo

método da AOAC (1990); o enxofre, por turbodimetria; o potássio e o sódio, por

fotometria de chama; magnésio, manganês, zinco, cobre e ferro, por

espectrofotômetro de absorção atômica.

3.5 Análise do perfil de aminoácidos (aminograma)

Os aminogramas foram realizados por cromatografia líquida de alta

eficiência (HPLC), no Centro de Química de Proteína da Universidade de São

Paulo, em Ribeirão Preto, SP. Aplicou-se hidrólise ácida nas amostras com HCl

6N, por 22 horas, a 110±1ºC, para quantificar os aminoácidos (lisina, histidina,

arginina, ácido aspártico, treonina, serina, ácido glutâmico, prolina, glicina,

alanina, cisteína, valina, metionina, isoleucina, leucina, tirosina e fenilalanina),

de acordo com Spackman et al. (1958). Para a determinação do triptofano,

aplicou-se LiOH 4N, por 24 horas, a 110+1°C, conforme técnica descrita por

Lucas & Sotelo (1980), por meio de cromatografia líquida – HPLC em colunas

de resina de troca catiônica em analisador de aminoácidos Nicolas V.

O analisador de aminoácidos Nicolas V consiste de duas colunas de

troca iônica, sendo uma longa, que separa aminoácidos ácidos e neutros, e uma

curta, que separa aminoácidos básicos e triptofano. Alíquotas entre 0,010 e

0,900 mL foram aplicadas nas colunas de troca catiônica (resina: PC 6ª amino

acid analysis resin pierce) e eluídas por diferenças de pH e força iônica (coluna

curta pH 5,28; coluna longa pH 3,25 e, posteriormente, pH 4,25) (Spackman et

al., 1958). Após a separação cromatográfica, os aminoácidos eluídos da coluna

reagiram com ninidrina, à temperatura de, aproximadamente, 100°C e os

produtos desta reação foram detectados, colorimetricamente, em dois

comprimentos de onda: 440nm para a prolina (cubeta de 6mm de caminho

óptico) e 570nm para os demais aminoácidos (cubeta de caminho óptico de

Page 61: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

49

12mm). A identificação dos picos foi realizada com base nos tempos de retenção

de cada resíduo.

3.5.1 Escore químico

Para a verificação dos aminoácidos limitantes existentes na proteína em

estudo de cada produto, foi realizado o escore químico de aminoácidos (EQ),

conforme Pellet & Young (1980), tomando como referência o padrão teórico da

FAO/WHO (1990). Calculou-se o quociente de cada um dos aminoácidos

essenciais (mg) contido na proteína (g) teste pelo mesmo aminoácido contido na

proteína de referência, multiplicando-se o resultado por 100. O valor que

atendeu a 100% ou mais demonstra que os aminoácidos não são limitantes em

relação ao padrão utilizado como referência.

EQ = mg aminoácido essencial/g proteína teste x 100

mg aminoácido essencial/g proteína referência

3.6 Análises físico-químicas

3.6.1 pH

Para a determinação do pH das amostras das barras alimentícias, foi

utilizado pHmetro Schott Handylab (digital), em solução homogeneizada do

produto com água destilada, de acordo com AOAC (1997).

3.6.2 Sólidos solúveis das barras alimentícias

Os teores de sólidos solúveis foram determinados por leitura em

refratômetro manual, marca Atago, modelo N-1E, com ºBRIX entre 0~32%,

segundo AOAC (1990).

Page 62: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

50

3.6.3 Atividade da água

A atividade da água (Aw) foi medida pelo aparelho Aqua Lab, modelo

3TE série 3B v 3.0 (Decagon Devices Inc. Washington, EUA), com padrão de

Aw de 0,492, em temperatura de 25°C. Utilizou-se equipamento AquaLab, com

determinação do ponto de orvalho em espelho encapsulado. Esta técnica é

originária da medida de umidade relativa aprovada pelo AOAC (1990).

3.7 Determinação da cor das barras alimentícias

A cor das barras alimentícias foi determinada em lados opostos pelo

colorímetro marca Minolta, modelo Chroma Meter CR-3000, sistema L*a*b*

cielab. A coordenada L* representa quão clara ou escura é a amostra; a

coordenada a* corresponde do verde ao vermelho e a coordenada b*, com a

intensidade de azul ao amarelo. Os parâmetros de cor, medidos em relação à

placa de cor branca, foram:

L* = luminosidade (0 = cor preta a 100 = cor branca);

a* = variando da cor verde ao vermelho (-60,0 a +60,0, respectivamente);

b* = variando da cor azul ao amarelo (-60,0 a +60,0, respectivamente).

3.8 Análise de perfil de textura (TPA) instrumental

Foi realizado o teste de análise do perfil de textura, texture perfil

analysis (TPA), das barras alimentícias. Para dureza e corte, utilizou-se o

analisador de textura Stable Micro System, modelo TAXT2i (software Texture

Expert, version 1,22), com uma probe cilíndrica de alumínio com 6 mm de

diâmetro (dia cylinder stainless), com extremidade plana para dureza e probe

hdp/bsw blade set with warner bra) para corte. As barras foram analisadas em

porções de 25g, com espessura variável de 0,50cm a 0,70cm, distância de

2,00cm das probes de corte e dureza.

Page 63: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

51

Foram analisados o corte e a dureza das amostras, sendo expresso em

Newton (N). Configurou-se uma compressão de 5,0 mm, correspondente a uma

deformação de 100% da amostra, tendo os parâmetros de configuração do

aparelho em:

- velocidade do pré-teste = 2,0 mm/s;

- velocidade do pós-teste = 5,0 mm/s;

- força = 0,981 N;

- tempo = 5,00 s;

- distância de compressão = 5,0 mm;

- velocidade do teste = 0,20 mm/s.

3.9 Análises bioquímicas

3.9.1 Fibra alimentar

Realizou-se a determinação de fibra alimentar total, fibra insolúvel e

solúvel, segundo AOAC (1997) e Prosky et al. (1998), com modificações.

Utilizou-se uma combinação de métodos enzimáticos e gravimétricos, em que as

amostras liofolizadas e desengorduradas foram gelatinizadas com alfa-amilase

termo-estável, enzimaticamente digeridas com protease e amiloglicosidase,

filtragem para obter fibra insolúvel e o sobrenadante precipitado com etanol e

filtragem para a obtenção de fibra solúvel. A soma direta das fibras resultou em

fibra alimentar total (AOAC, 1997).

3.9.2 Digestibilidade protéica in vitro

A digestibilidade da proteína in vitro das barras alimentícias foi

realizada conforme Akesson & Stahmann (1964) e Mauron (1973), com

modificações. As amostras foram hidrolisadas por digestão enzimática com

pepsina, por 1 hora e pancreatina, por 3 horas, ambas em pH ótimos, a 37°C.

Seguiu-se com precipitação da proteína não hidrolisada com ácido

Page 64: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

52

tricloroacético (TCA) e filtragem da fração solubilizada, para a determinação,

por digestão, destilação e titulação (Kjeldahl), do nitrogênio contido nos

aminoácidos e peptídeos de baixo peso molecular liberados durante a proteólise,

obtida por meio da relação entre o teor de nitrogênio total da amostra, nitrogênio

digerido e nitrogênio produzido pela autodigestão das enzimas (branco enzima).

A caseína foi utilizada como controle e sua digestibilidade tomada como padrão,

considerando seu valor em 100%. As barras alimentícias foram corrigidas em

relação à caseína e os resultados expressos em porcentagem da matéria seca.

3.9.3 Determinação de atividade de inibidores de tripsina na castanha de

pequi

O método de determinação da atividade de inibidor de tripsina baseia-se

na quantificação por espectrofotometria (410nm) das unidades de tripsina (UT)

“livres” e das unidades de tripsina inibidas (UTI). Esta é obtida quando a

amostra (possível inibidor) é adicionada ao sistema enzima-substrato (tripsina-

BAPA) e quantifica a atividade do inibidor, por diferença dos valores

resultantes, conforme metodologia de Kunitz (1974) e Kakade et al. (1969 e

1974), cuja técnica está descrita em AACC (1976).

3.10 Análise sensorial

A avaliação sensorial das barras alimentícias foi realizada no

Laboratório de Análise Sensorial do DCA/UFLA, com 70 consumidores de

barra de cereais de ambos os sexos, na maioria com idade entre 20 a 45 anos,

que consomem barras de cereais até quatro vezes por mês. As amostras foram

apresentadas ao consumidor à temperatura ambiente, com código aleatório de

três dígitos, de forma balanceada. O procedimento ocorreu em cabines

individuais, sob luz branca equivalente à do dia. A sessão foi composta por

cinco amostras de barras alimentícias, correspondentes aos cinco tratamentos

Page 65: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

53

(A= 24% de QA e 0% de RES; B= 18% de QA e 6% de RES; C= 12% de QA e

12% de RES; D= 6% de QA e 18% de RES e E= 0% de QA e 24% de RES),

com dez gramas cada porção, apresentadas monadicamente. O teste de aceitação

foi realizado utilizando-se escala hedônica estruturada de nove pontos, variando

de “1 - desgostei extremamente” a “9 - gostei extremamente”. A intenção de

compra foi avaliada por meio de escala estruturada mista, variando de “1 -

certamente eu não compraria” a “5 - certamente eu compraria”, conforme

Meilgaard et al. (1987). A ficha de avaliação está representada na Figura 7

FIGURA 7 Ficha utilizada no teste de aceitação e intenção de compra de barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais.

Ficha de teste de aceitação e intenção de compra Nome: ________________________________________ Data: ______________ Faixa etária:( )abaixo de 20 anos ( )20 a 35 anos ( )35 a 45 anos ( ) mais de 45 anos Consumo de barras:( )1 vez/semana ( )2 vezes/semana ( )1vez/mês ( )2 vezes/mês Você está recebendo 5 amostras codificadas de um novo tipo de produto. Por favor, avalie cuidadosamente cada um dos atributos sensoriais na ordem (aparência, sabor, textura e aspecto global). Avalie utilizando a escala abaixo, o quanto você GOSTOU OU DESGOSTOU de cada atributo do produto. 9- gostei extremamente

8- gostei muito 7- gostei moderadamente Amostra nº: _____ _____ _____ _____ _____ 6- gostei ligeiramente Nota Aparência _____ _____ _____ _____ _____ 5- não gostei e nem desgostei Nota Sabor _____ _____ _____ _____ _____ 4- desgostei ligeiramente Nota Textura _____ _____ _____ _____ _____ 3- desgostei moderadamente Nota Aspecto Global _____ _____ _____ _____ _____ 2- desgostei muito 1- desgostei extremamente

Indique a INTENÇÃO DE COMPRA do produto, utilizando-se a escala abaixo: 5- certamente eu compraria 4- provavelmente eu compraria Amostra nº: _____ _____ _____ _____ _____ 3- talvez eu compraria Intenção de 2- provavelmente eu não compraria Compra _____ _____ _____ _____ _____ 1- certamente eu não compraria

Page 66: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

54

3.11 Análise estatística

O delineamento experimental das análises tecnológicas, químicas e

bioquímicas foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e quatro

repetições e o delineamento da análise sensorial foi delineamento experimental

de blocos casualizados completos, em que cada provador constitui um bloco.

Os efeitos de tratamentos foram avaliados por análise de variância

(ANAVA), seguida de teste de Tukey, a 5% de significância, para identificar as

diferenças em casos significativos. As análises de variância e o teste de médias

foram realizadas no software Sisvar (Ferreira, 2000) e boxplots (Chambers et al.,

1983) foram feitos no software R (R Development Core Team, 2007). Para a

construção dos boxplots, utilizou-se a seguinte interpretação: as marcas, de

baixo para cima, em valor mínimo, representam, respectivamente, o primeiro

quartil, a mediana (segundo quartil), o terceiro quartil e o valor máximo.

Foram realizadas também análises de correlação entre as características

tecnológicas (cor e textura instrumental, sólidos solúveis, pH e atividade da

água), químicas (umidade, proteína, lipídeos, cinzas, extrato não nitrogenado e

minerais), de fibra alimentar, dos aspectos sensoriais de aparência, textura,

sabor, aspecto global e intenção de compra, por meio de um mapa de preferência

externo (MPE) vetorial (Schlich, 1995), utilizando-se também o software R (R

Development Core Team , 2007).

Page 67: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

55

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Análises químicas dos componentes secos e das barras alimentícias

a) Componentes secos das barras alimentícias

A composição centesimal dos componentes secos (subprodutos e

resíduos agroindustriais) das barras alimentícias está representada na Tabela 6.

TABELA 6 Valores médios da composição centesimal (base integral) e atividade da água dos componentes secos (subprodutos e resíduos agroindustriais) das barras alimentícias.

Subprodutos agroindustriais Resíduos agroindustriais

Variáveis

analisadas

Quirera de

arroz pré-

gelatinizada

Castanha de

pequi

processada

Resíduo extrato

de soja

desidratado

Resíduo de

abacaxi

desidratado

Umidade 3,27 2,59 8,64 16,75

Proteínas* 8,87 26,89 22,95 3,57

Lipídeos 4,62 43,30 10,30 0,75

F A T ** 16,02 22,48 49,21 37,52

F A insolúveis 15,38 21,48 46,65 35,06

F A solúveis 0,65 1,00 2,56 2,46

Cinzas 0,14 3,51 2,05 0,79

ENN*** 67,08 1,23 6,86 40,62

Atividade da

água

0,127 0,543 0,564 0,513

Dados representam médias de quadriplicatas de cada componente * Proteínas % (N x 6,25) ** Fibra alimentar total *** Extrato não nitrogenado (calculados por diferença)

Page 68: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

56

Verifica-se, pelos dados da Tabela 6, elevado teor de umidade no RA

desidratado, provavelmente devido ao processamento utilizado de secagem ao

natural (secador solar), em que a temperatura, que permaneceu na faixa entre 36°

a 40°C, e o tempo sofrem oscilações, dependendo do ambiente e do alimento.

Com esse processo, obtêm-se produtos com menores perdas das qualidades de

sabor e de nutrientes. A utilização de temperatura maior que 70°C e ou tempo de

secagem prolongado poderia provocar queima e perdas do material (Rodrigues,

2006).

Os teores de proteína da CP e do RES podem influenciar na textura das

barras alimentícias, principalmente pelas propriedades funcionais de

solubilidade, emulsificação e geleificação, como também as quantidades de

lipídeos apresentadas pelos mesmos componentes que podem contribuir para a

maciez de um produto (Sgarbieri, 1996; Gomes & Montenegro, 2006). Os teores

de fibras alimentares totais e insolúveis demonstraram valores altos, podendo

considerar todos os componentes secos das barras alimentícias analisados como

ricos em fibras, situação esperada por serem amostras de subprodutos e,

principalmente resíduos (ANVISA, 1998).

O subproduto QA pré-gelatinizada apresentou (Tabela 6) teor protéico

de 8,87%. Este valor está próximo ao da farinha de quirera de arroz pré-

gelatinizada relatado por Barbosa (2006), de 9,11% e por Dors (2006), de

8,35%. Também se aproxima dos valores apresentados por Limberger (2006),

para quirera de arroz crua, com 8,13%; por Augusto-Ruiz et al. (2003), no

estudo da farinha de quirera de arroz integral pré-gelatinizada, com 8,21%; aos

teores apresentados por Lima et al. (2000), de 7,71% a 8,72% em quirera de

arroz e ao teor protéico do arroz polido dos trabalhos de Naves (2007) e de Maia

et al. (1999), respectivamente, com valores de 6,70% a 7,20% e de 9,74%, e da

farinha de arroz polido, encontrado por Borges et al. (2003), de 7,5% de

proteína.

Page 69: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

57

O teor de lipídeos de 4,62% (Tabela 6) da QA foi superior aos valores

apresentados por Augusto-Ruiz et al. (2003), de 1,52%; por Barbosa et al.

(2006), de 0,73%; por Dors (2006), de 0,34% e por Limberger (2006), com

1,15% de extrato etéreo. Também foi maior que o teor de lipídeos de Maia

(1999), de 0,38; de Borges et al. (2003), de 0,30 e de Naves (2007), de 0,40% a

0,60%, teores inferiores da QA deste trabalho. O alto valor de lipídeos

encontrado na QA da Tabela 6 se deve também ao óleo de girassol utilizado no

processamento de pré-gelatinização, na etapa de cozimento da matéria-prima.

As fibras alimentares totais (16,02%), insolúveis (15,38%) e solúveis

(0,65%) da QA pré-gelatinizada deste trabalho foram superiores aos teores da

quirera de arroz nativa crua apresentados por Limberger (2006), nas totais e

insolúveis (2,13% e 0,34%); inferior nas solúveis (1,78%) e superior à fibra

alimentar total apresentada por Augusto-Ruiz et al. (2003), de 9,63%, em farinha

de arroz integral extrudada.

O processamento térmico de pré-gelatinização da QA empregado neste

trabalho dividiu-se em duas etapas. Após cozimento úmido, efetuou-se

desidratação o que, provavelmente, favoreceu a retrogradação do amido,

podendo tornar-se amido resistente (Eggum et al., 1993). Vários mecanismos

podem explicar as mudanças no perfil da fibra alimentar de grãos processados

termicamente. A ocorrência de amido resistente do tipo 3 (RS3) em farinha de

cevada foi relatada nos estudos de Vasanthan et al. (2002). Esta situação também

foi apresentada por Limberger (2006), com aumento da quantidade de fibra

alimentar da quirera de arroz após extrusão.

Os valores para proteína (22,95%) do RES (Tabela 6) situaram-se

próximos aos estudos de Riet et al. (1989), com 25,4% a 28,40%; de Khare &

Gandhi (1995), com teores de 28,00% e de Ma et al. (1997), com 26,80%. Em

comparação com os trabalhos de Aguirre et al. (1981), que relataram valores de

proteínas de 37,20% a 38,80%; de Diaz & Sarantópoulos (1987), de 36,52%; de

Page 70: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

58

Wang et al. (1999b), 31,69% e de Bowles & Demiate (2006), de 37,00% de

proteína, estes foram superiores aos valores analisado.

Os teores de lipídeos do RES deste trabalho (Tabela 6) foram de

10,30%. Riet et al. (1989) apresentaram teores próximos, de 9,30% a 10,90% e

Khare & Gandhi (1995), de 9,00%. Aguirre et al. (1981) relataram valores

superiores de lipídeo aos deste trabalho, de 18,40% a 19,50%, como também Ma

et al. (1997), com 12,30%; Wang et al. (1999b), com 15,37% e Bowles &

Demiate (2006), com 13,00%. O valor encontrado por Diaz & Sarantópoulos

(1987), 8,73%, foi inferior.

Em relação à fibra alimentar total, o RES apresentou teores de 49,21%

(Tabela 6), que ficou entre os valores relatados por Riet et al. (1989), de 52,80%

a 58,10% e o de 42,50%, dos trabalhos de Bowles & Demiate (2006)

A CP apresentou teores próximos aos de Ferreira et al. (1987), 24,60%

de proteína; 42,20% de lipídeos e 5,00% de cinzas e aos de Rodrigues (2005),

26,24% a 30,63% de proteína; 31,15% a 35,35% de lipídeos e 3,65% a 4,12% de

cinzas. Também foram superiores aos de Rodrigues et al. (2004), de 9,70% a

20,30% de proteínas; de 23,80% a 28,70% de lipídeos e de 2,30% a 2,60% de

cinzas. Souza et al. (2004) apresentaram teor de lipídeos para CP de 24,60%,

valor próximo ao apresentado na Tabela 6 deste trabalho. Provavelmente, devido

às variações possíveis na composição do fruto, conforme a região de cultivo e ao

período em que o fruto foi colhido (Rodrigues, 2005).

Numa comparação com a castanha-de-caju e com castanha-do-pará

(castanha-do-brasil), a primeira apresentou, no trabalho de Melo et al. (1998),

teor de proteína de 21,76% e 48,35% de lipídeo, valores próximos à CP. A

castanha-do-pará, no trabalho de Souza & Menezes (2004), apresentou teores de

14,29% para proteína e de 8,00%, 4,83% e 3,12%, para fibra alimentar total,

insolúvel e solúvel, inferiores à CP e o teor de 67,30% para lipídeo, valor

superiores à CP.

Page 71: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

59

O RA apresentou teor de proteína de 3,57% (Tabela 6), inferior ao valor

apresentado por Lousada Júnior et al. (2006), com 7,07% de proteína, oriundo

do resíduo desidratado do processamento do abacaxi. Borges et al. (2004)

apresentaram, em seus estudos sobre o suco de abacaxi obtido a partir de

resíduos da indústria conserveira (cascas, centros e aparas), 0,90% de lipídeos,

teor próximo aos encontrado neste trabalho, indicando provavelmente a presença

uniforme e com baixos teor de lipídeos na constituição de todo o fruto.

Em estudo de fibra alimentar de frutas de Chang et al. (1998), o abacaxi

apresentou, na matéria seca do fruto, 14% de fibra alimentar total, teor inferior

ao da Tabela 6. A desidratação de um alimento proporciona concentração dos

constituintes sólidos, tornando sua composição centesimal diferenciada do

alimento “in natura” (Evangelista, 2005; Rodrigues, 2006).

Todos os componentes secos apresentaram atividade de água (Aw) <0,6.

A Aw é um dos parâmetros mais importantes para a indústria de alimentos em

termos da conservação. Os alimentos com Aw inferior a 0,60 estão assegurados

quanto à contaminação microbiana. A partir de Aw 0,65, começa a ocorrer a

proliferação de microrganismos (Ditchfield, 2000; Evangelista, 2005).

Os resultados da Tabela 6 definiram a distribuição das quantidades dos

componentes secos das barras alimentícias, das quais a quantidade fixa de 14%

da CP apresentou 0,97g de proteína e os 12% de RA 0,13g de proteína, para

todos os tratamentos.

As diferentes proporções de QA:RES apresentaram 2,2g de proteína

originária da QA no tratamento A; 1,65g de proteína proveniente da QA e 1,58

de proteína do RES no tratamento B; 1,1g de proteína oriunda da QA e 3,15 de

proteína do RES no tratamento C; 0,55g de proteína proveniente da QA e 4,73g

de proteína do RES no tratamento D, e 6,3g de proteína oriunda do RES no

tratamento E.

Page 72: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

60

As barras alimentícias com 25g apresentaram de 3,7% a 5,5% de

atendimento a DRI (0,8g/kg de peso) em proteína para adulto de 70kg (IOM,

2005).

Em relação ao teor de fibra alimentar, foram incluídos 0,5g de pectina da

composição do xarope ligante além dos componentes secos (QA, RES, CP e

RA), apresentando 14,60% a 23,56% de atendimento à DRI de fibra alimentar

(IOM, 2005) com 25g/dia de ingestão. Assim, as cinco barras alimentícias (25g

cada) foram consideradas “fonte de fibra alimentar”, segundo a ANVISA

(1998), por apresentarem de 3,65% a 5,89% de fibra alimentar nas composições

químicas.

b) Barras alimentícias elaboradas à base de subprodutos e resíduos

agroindustriais

A composição centesimal das barras alimentícias elaboradas com

subprodutos quirera de arroz (QA), resíduos de extrato de soja (RES), castanha

de pequi (CP) e resíduo de abacaxi (RA), com diferentes proporções de QA e

RES, estão representadas na Tabela 7.

Page 73: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

TABELA 7 Valores médios da composição centesimal (base integral), fibra alimentar e calorias das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos agroindustriais (de extrato de soja e de suco de abacaxi), com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), nos componentes secos e respectivos coeficientes de variação.

Barras

alimentícias Fibra alimentar

QA:RES

(Trata-

mento)

Umidade

(%)

Proteína*

(%)

Lipídeo

(%)

Fibra total

(%)

Insolúvel

(%)

solúvel

(%)

Cinzas

(%)

ENN**

(%)

Calorias

totais

(kcal)

24:0 (A ) 9,44 b 8,12 e 6,72 e 11,61 d 10,21 e 1,40 d 1,11 c 62,99 a 344,96 a

18:6 (B) 11,59 a 9,89 d 7,38 d 12,72 d 11,10 d 1,62 c 1,41 b 57,00 b 333,98 b

12:12 (C) 11,70 a 10,84 c 8,58 c 15,17 c 14,14 c 1,69 bc 1,35 b 51,70 c 327,42 c

6:18 (D) 11,58 a 11,63 b 9,04 b 17,92 b 16,16 b 1,77 ab 1,51ab 48,32 d 321,14 d

0:24 (E) 11,54 a 12,43 a 9,98 a 21,19 a 19,34 a 1,85 a 1,63 a 43,24 e 312,48 e

CV (%) 2,29 2,30 2,41 4,58 2,74 3,22 6,57 0,86 0,59

Médias nas colunas, seguidas por letras iguais, não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de variação). QA = quirera de arroz; RES = resíduo do extrato de soja Fibra total = fibra alimentar total * Proteínas % (N x 6,25) ** Extrato não nitrogenado (calculado por diferença)

61

Page 74: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

62

Os cinco tratamentos estudados de barras alimentícias apresentaram

diferença significativa (p<0,05) na composição centesimal, demonstrando

comportamento estritamente crescente do tratamento A ao tratamento E, para

proteína, lipídeos, fibra alimentar (total, insolúvel e solúvel) e cinzas e

decrescente, também do tratamento A ao tratamento E, para carboidratos e

calorias (Tabela 7). Isso porque a diferença entre os tratamentos são as

proporções de QA e RES, à medida que aumentava a proporção de RES e

diminuía a proporção de QA nas barras alimentícias, aumentando as substâncias

em que o RES apresentou maiores teores. Enquanto diminui a QA, o teor de

extrato não nitrogenado diminui nas barras alimentícias, devido ao fato de QA

apresentar maior teor nestes nutrientes.

Os teores de umidade dos tratamentos B, C, D e E (proporção QA:RES,

18:6, 12:12, 6:18 e 0:24, respectivamente) não diferiram entre si, mas foram

superiores ao tratamento A(24%QA e 0%RES), pois, neste tratamento, a barra

alimentícia é constituída de QA e demais ingredientes fixos (CP, RA e xarope

ligante). Nos demais tratamentos, a presença do RES conferiu, a todas as outras

barras alimentícias, teor mais elevado de umidade.

Em relação aos teores de proteína, lipídios e fibra alimentar (total,

insolúvel e solúvel), o tratamento E foi superior em relação aos demais,

conforme esperado, pois, dentre os componentes secos utilizados na elaboração

das barras alimentícias, o RES se destacou nestes teores. Embora a CP possuísse

teor mais elevado de proteínas e lipídeos, esta foi adicionado em quantidades

iguais (fixas) em todas as barras e o RES foi acrescido do tratamento A ao E de

6% em 6%, enquanto diminuiu-se a quantidade de QA na mesma proporção.

Os tratamentos A e B apresentaram teores de fibra alimentar total iguais

e inferiores ao tratamento C e este inferior ao tratamento D. O tratamento A

apresentou maior teor de carboidratos e de calorias, resultado também

presumido devido ao maior teor de extrato não nitrogenado na QA, que compõe

Page 75: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

63

maior percentagem entre os componentes da fase sólida (componentes secos) e

os tratamentos D e E apresentaram valores maiores de cinzas.

A composição centesimal das barras alimentícias revelou valores de

9,44% a 11,54% de umidade, de 8,12% a 12,43% de proteínas, de 11,61% a

21,19% de fibra alimentar, de 1,11% a 1,63% de cinzas e de 43,24% a 62,99%

de extrato não nitrogenado (Tabela 7). Estes valores estão próximos aos das

barras de cereais elaboradas com dicotilédones de algarobo (Prosopis chilensis-

Mol Stuntz), por Estévez et al. (2000), que apresentaram em sua composição

centesimal valores de 10,40% a 12,30% de umidade; de 8,95% a 15,10% de

proteína; de 1,16% a 2,06% de cinzas e de 45,98% a 57,80% de extrato não

nitrogenado. O teor de lipídeos das barras (6,72% a 9,98%) foi inferior ao dos

estudos de Estevez et al. (2000), com 17,90% a 26,20%.

A barra alimentícia de tratamento A (Tabela 7) tem, em sua composição

seca, QA, CP e RA, excetuando o RES e revelou valores próximos, de umidade,

proteína e cinzas, aos estudos sobre barra de cereais caseira à base de biscoito de

amido de milho, flocos de arroz e de aveia, uva passas e damasco (Brito et al.,

2004), que apresentou valores de 7,63% de umidade, 6,27% de proteína e 1,13%

de cinzas, teores de lipídeos e fibras alimentares mais altos que os da barra de

cereais (respectivamente 0,68% e 3,44%), e extrato não nitrogenado e calorias

mais baixos (80,85% e 354,60 kcal). Os outros tratamentos das barras

alimentícias que incluem o RES excedem os valores supracitados com exceção

da fração glicídica e das calorias.

Os valores da composição centesimal das barras alimentícias

demonstraram teores próximos, comparados com valores do estudo de Freitas

(2005), que caracterizaram barras de cereais à base de proteína texturizada de

soja, aveia e gérmen de trigo, com conteúdo médio de 10,71% de umidade;

15,31% de proteína; 2,20% de cinzas e 60,97% de fração glicídica. Em relação à

gordura, fibra alimentar, os valores dos tratamentos em questão foram mais altos

Page 76: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

64

do que os estudos de Freitas (2005), com 5,64% e 5,17%, respectivamente. As

fibras alimentares insolúveis e solúveis dos tratamentos analisados também

apresentaram valores mais altos (de 10,21% a 19,34% para insolúveis e de

1,40% a 1,85% para solúveis) que os valores médios da barra de cereais, que

foram de 4,30% e 0,87%, respectivamente .

A composição centesimal de barras de cereais à base de albedo do

maracujá (Matsuura, 2005) demonstrou teores médios de 6,00% de proteínas,

4,00% de lípideos e 1,00% de cinzas, todos inferiores aos tratamentos das barras

alimentícias da Tabela 7. O mesmo também ocorreu com os teores de barras de

cereais desenvolvidas em produtos à base de amaranto (Coelho, 2006) com arroz

crispies e frutas desidratadas (3,70% de lipídeos, 0,82% de fibra alimentar

solúvel, 5,86% de fibra insolúvel) com exceção da proteína (10,33%) e das

cinzas (1,43%), que apresentaram teores próximos aos das barras alimentícias.

Os valores médios de lipídeos das barras alimentícias analisadas

variaram de 6,72% a 9,98% (Tabela 7), os quais são importantes no

fornecimento de ácidos graxos poliinsaturados. Embora não tenham sido

analisados os teores de ácidos graxos das barras em estudo, sabe-se que a soja é

rica em ácidos graxos essenciais, ácido linoléico e ácido α-linolênico e,

provavelmente, estes ácidos podem estar presentes nas barras alimentícias. No

trabalho de Souza et al. (2004) ficou evidenciada a presença do ácido graxo

oléico na castanha de pequi e no Fernandes et al. (1998), o ácido graxo linoléico

como constituinte do óleo de girassol, ingredientes que compõem as barras

alimentícias em estudo.

4.2 Minerais das barras alimentícias

Os valores médios dos macro e microminerais das barras alimentícias

estão demonstrados na Tabela 8.

Page 77: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

TABELA 8 Valores médios do conteúdo de macro e microminerais das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos (de extrato de soja e de suco de abacaxi) agroindustriais, com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), nos componentes secos.

Minerais (mg/100g) das barras alimentícias Barras alimentícias

QA:RES

(Tratamento) P K Mg S Cu Mn Zn Fe

24:0 (A) 175 c 242,5 c 97,5 d 127,5 c 0,53 d 1,45 a 1,69 b 3,57 c

18:6 (B) 200 bc 300 c 117,5 c 137,5 bc 0,65 c 1,40 a 1,89 b 3,33 c

12:12 (C) 227,5 b 330 bc 137,5 b 152,5 abc 0,76 b 1,45 a 1,83 b 3,98 bc

6:18 (D) 222,5 b 392,5 b 137,5 b 165 ab 0,86 a 1,56 a 2,38 a 4,62 b

0:24 (E) 275 a 495 a 170 a 182,5 a 0,91 a 1,55 a 2,11 ab 5,58 a

CV (%) 8,58 11,52 6,49 9,24 4,58 5,28 10,58 10,23

DRI* 700 4.700 400 - 0,90 2,30 11 8

Médias nas colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de variação). QA = quirera de arroz; RES = resíduo do extrato de soja * Ingestão dietética de referência, dietary reference intake (DRI) para adultos, segundo Food and Nutrition Information Center – FNIC (2007).

65

Page 78: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

66

Os teores de minerais (P, K, Mg, S, Cu, Mn, Zn e Fe) das barras

alimentícias apresentaram diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos.

O tratamento E apresentou valores superiores de P, K, Mg e Fé, em relação aos

demais tratamentos. Os tratamentos D e o E foram superiores quanto aos

minerais Cu e Zn; os tratamentos C, D e E apresentaram valores iguais de S e

todos os tratamentos não apresentaram diferença entre os valor de Mn.

As referências de ingestão diária, (DIR) dos minerais descritos na

Tabela 8 para adultos, segundo Food and Nutrition Information Center – FNIC

(2007), podem ser atendidas pelas barras alimentícias do tratamento A ao

tratamento E, com 25,00% a 39,29% de P; 5,16% a 10,53% de K; 24,38% a

42,50% de Mg; 58,89% a 101,11% de Cu; 60,87% a 67,83% de Mn; 15,36% a

21,64% de Zn e 41,63% a 68,88% de Fe. Os resultados apresentaram-se

conforme o esperado, pois, dentre os componentes, em proporções distintas (QA

e RES) das barras alimentícias, o RES possui maior teor de minerais que a QA

(Van Der Riet et al., 1989; Lima et al., 2000) os quais, provavelmente,

remanesceram da soja depois de processada.

A soja apresenta, entre os produtos de origem vegetal, elevada

quantidade de ferro (9-13mg/100g) e boa biodisponibilidade, boa absorção pelo

trato gastrintestinal, armazenamento e incorporação ao grupo heme da

hemoglobina (Bianchini et al., 1992).

É importante salientar, quanto ao teor de ferro, nutriente carencial no

mundo inteiro (Gillespie et al. 1991), que a barra alimentícia do tratamento E

(que se destacou estatisticamente entre as demais), constituída de 0% de QA e

24% de RES, bem como demais constituintes, pesando 25g, oferece ao indivíduo

adulto o percentual de 17,22% de Fe por dia em relação às DRIs, além de

10,63% de Mg, 16,96% de Mn e 25,28% de Cu, por barra.

O Fe é importante no transporte de oxigênio e de gás carbônico do

sangue, no processo de respiração celular e na síntese da hemoglobina, na qual a

Page 79: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

67

presença do cobre (Cu) é essencial, atuando também no funcionamento

adequado dos mecanismos de defesa imunológica, na maturação de leucócitos e

de hemácias, no transporte de ferro e em outros mecanismos orgânicos

(Willians, 1997; Mahan & Escott-Stump, 2005).

O Cu também foi um dos minerais apresentados no tratamento E

(Tabela 8) das barras alimentícias com teores representativos, com percentual de

atendimento às DRIs de 101,11%, formulação com inexistência de QA e com

24% de RES.

O zinco, também presente nas barras alimentícias, é tido como

componente funcional de mais de 100 enzimas que participam de diversos

processos metabólicos, como crescimento e multiplicação celular, cicatrização e

funcionamento dos macrófagos e linfócitos (Waitzberg, 2000).

Os valores médios de minerais das diferentes proporções de QA e RES

entre os componentes secos das barras alimentícias situaram-se próximos aos

teores apresentados por Maia et al. (2000), em trabalho com mingaus

desidratados de arroz e soja e aos valores de minerais apresentados por

Fernandes et al. (2000), em estudos de caracterização química de extratos

hidrossolúveis desidratados de arroz e soja, que também evidenciaram o

aumento dos valores, à medida que aumentava-se soja e diminuía-se arroz.

4.3 Perfil de aminoácidos e escores químicos das barras alimentícias

A composição de aminoácidos essenciais e não essenciais das barras

alimentícias e os padrões da FAO/WHO (1990) encontram-se na Tabela 9.

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TABELA 9 Análise do perfil de aminoácidos (aminograma) das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos de agroindustriais (de extrato de soja e de suco de abacaxi), com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), entre os componentes secos.

* Metionina+Cisteína. ** Fenilalanina+Tirosina

Nos resultados da Tabela 9, dos aminoácidos presentes nas barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais, verificou-se

que o aumento das proporções do RES (0% a 24%) e a diminuição da QA (24%

a 0%) resultaram numa tendência aumentada nos teores dos aminoácidos

mg aminoácidos/g proteínas

Amino-ácidos

Barras alimentícias (Quirera de arroz:resíduo do extrato de soja)

(Tratamento)

Padrão FAO/WHO (mg aminoácidos/ g proteína)

24:0 18:6 12:12 6:18 0:24 2 – 5 anos (A) (B) (c) (D) (E) 1973 1990 Essenciais Valina 46,93 53,03 51,93 48,99 51,89 50 35 Isoleucina 36,10 41,67 41,28 40,20 41,08 40 28 Leucina 75,81 79,55 75,90 77,89 77,84 70 66 Lisina 36,10 41,67 55,92 59,05 59,46 55 58 Met+Cys* 37,91 32,19 25,30 27,64 32,40 35 25 Phe+Tyr** 72,21 71,97 74,56 72,87 80,00 60 63 Treonina 30,68 32,20 34,62 38,94 37,84 40 34 Triptofano 21,66 24,62 18,64 17,59 20,54 10 11 Histidina 27,07 26,52 39,95 31,96 29,19 - 19 Não essenciais Arginina 117,33 107,95 105,19 94,22 105,95 - - Alanina 50,54 51,14 49,27 48,99 47,57 - - Ác. aspártico 102,88 111,74 110,52 120,60 117,84 - - Ac. glutâmico 203,97 178,03 173,10 172,11 154,59 - - Glicina 45,13 47,35 49,27 51,51 48,65 - - Prolina 45,13 51,14 49,27 48,99 51,89 - - Serina 50,54 47,35 47,94 51,51 47,57 - -

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essenciais, principalmente lisina, que é um aminoácido essencial limitante no

arroz e presente na soja em grande quantidade, exceto para os aminoácidos

sulfurados (metionina e cisteína) e triptofano. Entre os aminoácidos não

essenciais, aumentaram o ácido aspártico, a glicina e a prolina e diminuíram os

valores de arginina, alanina, ácido glutâmico e serina.

Embora as barras alimentícias tenham demonstrado diminuição nos

teores de aminoácidos sulfurados (metionina e cisteína) e triptofano, à medida

que aumentou o RES (0 a 24%) e diminuiu a QA (24 a 0%), esses aminoácidos

se manifestaram representativos em relação ao padrão da FAO/WHO (1990).

Isso não era esperado pelo fato de a soja ser pobre em aminoácidos sulfurados,

os quais, provavelmente, podem ter sido supridos pelo componente seco CP, por

apresentar alto teor de proteína (26,89%).

O tratamento D detacou-se como o único com perfil de aminoácidos

essenciais das proteínas que excede às referências da FAO/WHO (1990), entre

as barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais em

que estão presentes proporções de cereais e leguminosas.

Resultados semelhantes aos deste trabalho, com relação aos

aminoácidos, foram apresentados por Maia et al. (2000) na caracterização

química dos mingaus desidratados de arroz e soja e nos estudos de Bakar & Hin

(1984), que apresentaram a composição, em aminoácidos essenciais de proteína

de farinha de soja, superior à de farinha de arroz, exceto para metionina.

Os tratamentos D e E (respectivamente 6% de QA e 18% de RES e 0%

de QA e 24% de RES) apresentaram teores que excederam a todos os

aminoácidos do padrão da FAO/WHO (1990). Esse resultado concorda com os

estudos de Bakar & Hin (1984) que concluíram, no desenvolvimento de cereal

matinal de alto teor protéico, com mistura de arroz e soja, que deve haver, no

mínimo, 20% de incorporação da proporção de soja.

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70

Os valores médios do escore químico de aminoácidos essenciais das

barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais estão

apresentados na Tabela 10.

TABELA 10 Escore químico das proteínas das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos (de extrato de soja e de suco de abacaxi) agroindustriais, com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), nos componentes secos.

Padrão Escore químico de aminoácidos (%)

Amino-

ácidos FAO/WHO

(1990)

Barras alimentícias com diferentes proporções de quirera de arroz

(QA):resíduo do extrato de soja (RES) (Tratamento)

Essenciais (mg aminoácidos/

g proteína)

24:0

(A)

18:6

(B)

12:12

(C)

6:18

(D)

0:24

(E)

Valina 35,00 134,09 151,51 148,37 139,97 135,91

Isoleucina 28,00 128,93 148,82 147,43 143,57 146,71

Leucina 66,00 114,86 120,53 115,00 118,02 117,94

Lisina 58,00 62,24 71,84 96,41 101,78 102,52

Met+Cys* 25,00 127,64 128,76 101,20 110,56 109,76

Phe+Tyr** 63,00 114,62 114,24 118,35 115,67 126,98

Treonina 34,00 90,24 94,71 101,82 114,53 111,29

Triptofano 11,00 196,91 223,82 169,45 159,91 156,73

Histidina 19,00 142,47 139,58 210,26 168,21 153,63

* Metionina+Cisteína ** Fenilalanina+Tirosina

Observando-se o escore químico das barras alimentícias elaboradas com

subprodutos e resíduos agroindustriais (Tabela 10), verifica-se que as

formulações das barras contêm todos os aminoácidos essenciais. Os teores dos

Page 83: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

71

aminoácidos essenciais situaram-se além dos valores da proteína padrão

(FAO/WHO, 1990), com exceção da lisina e da treonina, mas os tratamentos D e

E (relação QA:RES com 6:18 e 0:24) apresentaram valores de todos os

aminoácidos acima da referência de proteína padrão (FAO/WHO, 1990). O RES

apresenta somente os aminoácidos sulfurados (metionina e cisteína) como

limitantes, e poderia ser suprido, nas barras alimentícias, pelo arroz que é rico

nestes aminoácidos. Mas, o tratamento E não tem porcentagem de quirera de

arroz, o que pode ter sido suprido pela castanha de pequi.

O aminoácido limitante é o aminoácido essencial que mostra a menor

porcentagem de escore químico de aminoácido abaixo de 100% (Sgarbieri,

1996; Mahan & Escott-Stump, 2005). Verificando-se os escores químicos na

Tabela 10, é possível determinar os aminoácidos limitantes na fração protéica

das barras alimentícias. Estes foram a lisina, aminoácido limitante primário e

treonina, secundário, nos tratamentos A e B (24% de QA com 0% de RES e 18%

de QA com 6% de RES); a lisina foi o aminoácido limitante no tratamento C

(12% de QA com 12% de RES).

Um aminoácido essencial que apresenta escore químico maior que

100% não é considerado limitante. Isso ocorreu com os tratamentos D e E, os

quais apresentaram valores de todos os aminoácidos essenciais acima de 100%,

enquanto os tratamentos A, B e C apresentaram escore químico limitante em

lisina e os tratamentos A e B com escore químico limitante em treonina.

Comparando-se os resultados de escore químico das barras alimentícias

com os escores químicos de paçocas elaboradas à base de farinha de trigo,

amendoim e resíduo do extrato de soja de Wang et al. (1999), notou-se

semelhante resultado na tendência de elevação da quantidade dos de

aminoácidos essenciais à medida que a proporção de RES acrescentada nos

tratamentos estava sendo elevada. Mas, o escore químico de aminoácidos

apresentou-se limitante até a proporção de 25% de RES. Em relação aos

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72

produtos tipo paçoca, formuladas com fubá, amendoim e resíduo do extrato de

soja (Ribeiro, 2006), os resultados também foram semelhantes ao deste trabalho

com aminoácidos limitantes, como metionina, treonina e triptofano, com até

40% de resíduo do extrato de soja na formulação.

Em barras alimentícias, a partir de 18% do RES, não se observaram

aminoácidos limitantes. Já trabalhos de mistura de arroz e soja, como mingau

com farinha de arroz substituída em até 50% por farinha de soja, apresentaram

aminoácidos limitantes (Maia et al., 2000) e o cereal matinal de Bakar & Hin

(1984) no qual, além de arroz e farinha de soja, também continha açúcar, sal e

lecitina, não apresentou aminoácidos limitantes a partir de 20% de farinha de

soja. Isso leva a crer que o potencial protéico da castanha de pequi,

possivelmente, interferiu positivamente.

As barras alimentícias não apresentaram aminoácidos limitantes nos

tratamentos D e E (18%:6% e 24%:0% de resíduo do extrato de soja:quirera de

arroz), nos quais a proporção de castanha de pequi (14%), que apresentou em

sua composição centesimal 26,89% de proteína, possivelmente viabilizou o

atendimento em aminoácidos essenciais.

É importante ressaltar que a barra alimentícia do tratamento C (12% de

QA e 12% de RES) apresentou escore de aminoácidos essenciais acima de 100%

com exceção da lisina, sendo esta atendida em 96,41% em relação ao padrão da

FAO/WHO (1990). Este atendimento é de considerável relevância, pois as

proteínas vegetais contribuem consideravelmente para a ingestão protéica total

da população, principalmente a carente, por representar fonte protéica de menor

custo e mais acessível.

Portanto, esforços para otimizar o balanço aminoacídico com fontes de

proteína vegetal devem merecer considerável atenção (Tirapegui et al., 2007), o

que ressalta a consideração das barras dos tratamentos A (24% de QA e 0% de

Page 85: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

73

RES) e B (18% de QA e 6% de RES) como produtos interessantes para o aporte

protéico do ser humano.

4.4 Características físico-químicas das barras alimentícias

Os valores de pH, sólidos solúveis e atividade de água das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais analisadas

estão descritos na Tabela 11, que apresentou diferença significativa (p<0,05)

entre os tratamentos.

TABELA 11 Valores médios de características físico-químicas das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), nos componentes secos.

Barras alimentícias

(QA:RES)

Tratamento

pH

Sólidos solúveis

(°Brix)

Atividade

de água

(Aa)

24:0 (A) 4,58 c 55 c 0,590 a

18:6 (B) 4,80 b 55 c 0,580 ab

12:12 (C) 4,87 b 60 b 0,578 bc

6:18 (D) 4,88 b 60 b 0,572 c

0:24 (E) 4,98 a 65 a 0,550 d

CV (%) 0,86 0,00 0,84

Médias nas colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de varaição)

As características físico-químicas das barras alimentícias apresentaram

diferença significativa (p<0,05) nas análises de pH, sólidos solúveis e atividade

Page 86: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

74

da água. Os valores de pH das barras alimentícias apresentaram-se relativamente

baixos, indicando produto levemente ácido e pH mínimo para o

desenvolvimento da maioria dos microorganismos patogênicos. O tratamento E

indicou valor mais alto de pH em relação aos demais, o tratamento A apresentou

valor mais baixo, consequentemente meio mais ácido que os demais e não houve

diferença de pH entre os tratamentos B, C e D. O pH das barras alimentícias

sofreu interferência com diminuição da acidez à medida que aumentou a

proporção de RES e diminuiu a de QA, mas prevaleceu o meio ácido em todos

os tratamentos.

Os valores de grau Brix, por sua vez, apresentaram-se mais altos em

relação aos demais no tratamento E, não havendo diferença entre os tratamentos

C e D, estes com valores maiores que os tratamentos A e B, que foram iguais.

Ocorreu, então, o aumento do grau Brix à medida que a proporção do RES

aumentou e a quantidade de QA foi reduzida, pois os outros componentes das

barras alimentícias mantiveram-se em quantidades fixas.

O RES contém maior teor de proteínas que a QA, provavelmente com o

aumento da proporção do RES e diminuição da proporção de QA nos

tratamentos A ao E, o teor de proteína possivelmente aumentou, o qual

consequentemente pode ter influenciado o pH de cada tratamento, devido às

cargas dos aminoácidos. O pH da proteína dependerá de seus resíduos

(aminoácidos) carregados positivamente ou negativamente (pH< ou >que o

ponto isoelétrico – pI) (Cheftel et al.,1989).

A diferença no pH, que aumentou do tratamento A ao E, provavelmente

influenciou no resultado dos sólidos solúveis das barras alimentícias, que ao sair

do pI, melhorou a solubilidade das proteínas. Os sólidos solúveis incluem os

aminoácidos, além dos outros compostos constituintes, como açúcares, ácidos,

vitaminas e algumas pectinas (Silva, 1997).

Page 87: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

75

As proteínas são, em geral, mais solúveis em pHs baixos ou elevados.

Com o excesso de cargas, há repulsão das moléculas, o que contribui para maior

solubilidade (Sgarbieri, 1987). A maior parte das proteínas da soja (70%) é

classificada como globulinas (glicinina ou legumina e β-conglicinina ou

vicilina), que são insolúveis em água em seu pI. A farinha de soja

desengordurada dispersa em água destilada (pH 6,5) obtém solubilidade quase

máxima das proteínas. Com o aumento do pH (com álcali), a solubilidade

aumenta e, com a adição de ácido, a solubilidade decresce abruptamente,

atingindo o mínimo em pH 4-5 (pI). Em pHs mais baixos, as proteínas se tornam

eletricamente positivas e se dissolvem. As globulinas são insolúveis em pH de

3,7 a 5,2, situado em torno do seu ponto isoelétrico, que é de 4,2 a 4,6, mas que

pode solubilizar-se progressivamente neste mesmo pH, com o aumento da força

iônica, com cloreto de sódio, por exemplo (Cheftel et al., 1989; Sgarbieri, 1996).

As barras alimentícias demonstraram valores de °Brix próximos e pH

mais baixo às barras de cereais com albedo de maracujá de Matsuura (2005),

estas com 54,6° a 56,1°Brix e pH de 6,25 a 6,32. Os valores de pH foram

próximos aos relatados por Freitas (2005), em barras de elevado teor protéico e

vitamínico (4,84 a 4,91), na determinação pós-processamento (período 0 de

armazenagem).

Todos os tratamentos apresentaram Aw com valores abaixo de 0,60,

indicando segurança alimentar. Para qualquer tipo de bactéria, o valor mínimo

de Aw requerido para crescimento é de 0,75, enquanto que as leveduras

osmófilas (que resistem ao meio com alta concentração de açúcar) e os fungos

xerófilos (que sobrevivem em meio com pouca água) são capazes de se

desenvolver em Aw de 0,61 e 0,65, respectivamente, usando como substrato

açúcares e glicose (Silva, 2000; Evangelista, 2005).

Os produtos de confeitaria com altos teores de açúcares apresentam

baixa atividade de água e, devido a este fator, geralmente, são

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76

microbiologicamente estáveis (Ditchfield, 2000; Braseq, 2006). Freitas (2005)

apresentou teores próximos ao deste trabalho (0,613% a 0,649%), em barras de

cereais de elevado teor protéico e vitamínico, no período 0 de armazenamento.

Gomes e Montenegro (2006) atribuem a maciez e a mastigabilidade das barras

de cereais à baixa Aa.

4.5 Cor das barras alimentícias

As amostras das barras alimentícias foram submetidas à determinação de

cor por análise instrumental, sendo estes valores apresentados na Tabela 12.

TABELA 12 Valores médios de parâmetros de cor, luminosidade (L*), verde ao vermelho (a*) e azul ao amarelo (b*), medidos pelo sistema “CIELAB”, das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais com diferentes proporções de quirera de arroz (QA):resíduo de extrato de soja (RES), nos componentes secos.

Barras alimentícias Parâmetros de luminosidade e cor

(QA:RES)

Tratamento

L* (luminosidade)

a* (verde ao vermelho)

b* (azul ao amarelo)

24:0 (A) 43,93 d 5,53 b 12,27 d

18:6 (B) 45,59 dc 5,73 ba 19,27 c

12:12 (C) 47,22 c 6,11 ba 22,28 b

6:18 (D) 52,66 b 6,94 a 22,92 b

0:24 (E) 56,35 a 6,12 ba 24,78 a

CV (%) 2,86 9,54 3,26

Médias nas colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de variação).

Page 89: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

77

Observando-se a Tabela 12, pode-se verificar que os valores de L*

apresentaram-se entre 43,93 a 56,35. Estes valores são basicamente centrais

numa escala, na qual L* define a claridade da cor entre 0 (zero), que indica cor

totalmente preta (ausência de cor) e 100 (cem), totalmente branca (cor alva).

A cor a*, que varia do verde ao vermelho (-60 a +60), indica, em valores

positivos, a existência de pigmentos vermelhos. Os tratamentos das barras

alimentícias apresentaram valores que indicam pequena quantidade de

pigmentação vermelha.

A cor b* refere-se à tonalidade de azul ao amarelo (-60 a +60). A

tonalidade amarela encontra-se presente nas amostras das barras alimentícias,

com valores positivos razoáveis, indicando pigmentação amarela.

Os tratamentos apresentaram diferença significativa (p<0,05) quanto à

luminosidade e à cor. A luminosidade (L*) apresentou-se em acréscimo à

medida que aumentou a proporção de RES e diminuiu a proporção de QA. O

tratamento E apresentou maior luminosidade, seguido do tratamento D e,

subseqüentemente, dos tratamentos B e C. Os tratamentos A e B apresentaram

menor luminosidade.

Em relação à variação do verde ao vermelho (cor a*), os valores

tenderam à coloração vermelha. O tratamento D apresentou valor maior em

relação ao tratamento A, enquanto que os valores dos tratamentos B, C, D e E

não diferiram entre si, como também não diferiram entre si os valores dos

tratamentos A, B, C e E. Na variação do azul ao amarelo (cor b*), os valores se

encontram na graduação do amarelo, apresentando, o tratamento E, maior valor

e o tratamento A, o menor entre todos. Os tratamentos C e D foram iguais e

maiores que o tratamento B.

A diferença da cor analisada das barras alimentícias está ilustrada na

Figura 8. Observa-se, nos box-plots A e B, o pronunciamento do valor do

tratamento D para a cor a* e do tratamento E, para a cor b*.

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78

FIGURA 8 Ilustrações de box plots sobre cor das barras alimentícias quanto às cores a* (A), do verde ao vermelho e cor b* (B), do azul ao amarelo, medida pelo sistema CIELAB, com tratamentos A (24% QA e 0% RES), B (18% QA e 6% RES), C (12%QA e 12% RES), D (6% QA e 18% RES) e E (0% QA e 24% RES). QA= quirera de arroz e RES= resíduo do extrato de soja.

Na Figura 9 observa-se a diferença das tonalidades entre as barras

alimentícias. Pode-se constatar a modificação ocorrida na coloração e na

luminosidade, à medida que se acrescentaram maiores quantidades de resíduo de

extrato de soja (RES) desidratado e reduziram-se as quantidades de quirera de

arroz (QA) pré-gelatinizada. A cor tendeu a clarear, enquanto que o brilho ficou

com menor intensidade.

A B

Tratamentos Tratamentos

Cor

a*

Cor

b*

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79

FIGURA 9 Ilustrações das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais. A (24% QA e 0% RES), B (18% QA e 6% RES), C (12% QA e 12% RES), D (6% QA e 18% RES) e E (0% QA e 24% RES). QA = quirera de arroz e RES = resíduo do extrato de soja.

A coloração amarronzada já era esperada, devido ao melado de cana-de-

açúcar e à castanha de pequi (CP), que possuem esta tonalidade e constituem

50% e 14% das barras alimentícias, respectivamente. Então, a mudança gradual

ocorrida na cor se deve às diferentes proporções de QA:RES. Este último

absorveu mais o xarope ligante, clareando as barras alimentícias à medida que

aumentou a proporção do RES .

A cor amarelada do resíduo do extrato de soja (RES) e do resíduo de

abacaxi (RA) também pode ter influenciado na tonalidade, mas somente o RES

variou nas formulações das barras alimentícias. A existência da cor parda no

RES, depois de desidratado, pode ser devido à severidade do processo térmico

empregado na desidratação, quando melanoidinas, compostos insolúveis de

Page 92: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

80

coloração marrom, podem ter sido formadas, oriundas da reação de Maillard

(Tirapegui et al., 2007), influenciando as pigmentações vermelha e amarela.

4.6 Textura instrumental das barras alimentícias

Os resultados para as medidas de textura de dureza e corte (resistência)

das barras alimentícias estão expressas na Tabela 13.

TABELA 13 Valores médios de textura instrumental, corte e dureza, de barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos agroindustriais (de extrato de soja e de suco de abacaxi), com substituição de quirera de arroz:resíduo de extrato de soja, nos componentes secos.

Barras alimentícias Textura instrumental das barras alimentícias

QA: RES (Tratamento) Corte (N) Dureza (N)

24:0 (A) 4,11 c 12,10 b

18:6 (B) 3,67 c 11,42 b

12:12 (C) 7,36 b 27,23 a

6:18 (D) 9,57 a 28,53 a

0:24 (E) 4,03 c 12,65 b

CV (%) 13,76 5,95

Médias nas colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de variação). QA = quirera de arroz; RES = resíduo do extrato de soja

A substituição de quirera de arroz (QA) por resíduo de extrato de soja

(RES) nas barras alimentícias apresentou alterações significativas (p<0,05) nas

características de textura instrumental em dureza (firmeza) e em corte

(cisalhamento), como demonstrado na Tabela 13. Isto se deve às propriedades da

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81

proteína da soja (solubilidade e capacidade de absorção de água) e da lecitina,

lipoproteína da soja (propriedade emulsificante), que podem ter remanescido no

resíduo do extrato de soja (RES), promovendo ligações que estabilizam a

estrutura das barras alimentícias (Sgarbieri, 1996). No tratamento E, que contém

maior porcentagem do RES (24%), houve ressecamento do produto, tornando-o

quebradiço.

No caso do RES, provavelmente, havia grupos sulfidrilas livres que,

com o aumento da concentração protéica, poderiam modificar a estrutura

conformacional das proteínas, sendo capaz de imobilizar fisicamente grande

parte do solvente (no caso, o xarope ligante) por meio de ligações dissulfídicas

intermoleculares, interações hidrofóbicas e iônicas, resultando em modificação

da textura, com aumento da firmeza e intensificando a retenção de água

(Mangino, 1984 e 1992; Rattray & Jelen, 1997).

Pelo fato de os ingredientes castanha de pequi (CP) e resíduo de abacaxi

(RA) estarem em quantidades fixas nas barras alimentícias e QA e RES terem

sido inseridos em variadas quantidades, observou-se que, ao aumentar o RES

nas barras alimentícias (tratamentos B, C, D e E), o mesmo absorvia quantidades

crescentes do xarope ligante, aumentando a força de cisalhamento (corte) e

evidenciava maior dureza. No tratamento E (0% de QA e 24% de RES), houve,

provavelmente, uma perda da liga do xarope com os demais ingredientes,

tornando evidente a importância da QA, mesmo em pequenas quantidades, para

auxiliar na manutenção da estrutura das barras alimentícias.

As barras alimentícias apresentaram estrutura heterogênea, como as

barras de cereais com elevado teor protéico e vitamínico (Freitas, 2005), levando

em consideração os componentes sólidos (secos), observando-se inconstância da

estrutura no comprimento das barras. Produtos de panificação apresentam

variabilidade de amostra para amostra e de lote para lote, influenciando nas

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82

variações dos resultados de textura juntamente com o método, os instrumentos e

as condições utilizadas no teste (Gaines, 1991).

Os valores baixos de resistência ao corte e dureza dos tratamentos A e E

das barras alimentícias também foram evidenciados no trabalho de Matsuura

(2005), com barras de cereais elaboradas com flocos de arroz, albedo de

maracujá e flocos de aveia. Nesse caso, elevados valores de resistência ao corte

e de dureza foram correlacionados ao aumento de fibra, o que também ocorreu

nas barras alimentícias, quando se aumentou a proporção de RES e reduziu-se a

proporção de QA.

Em relação ao corte, o tratamento D apresentou valor maior, requerido

na análise de compressão, em força Newton, e os tratamentos A, B e E, menor

força de cisão, abaixo do tratamento C. A força de cisalhamento requerida

aumentou à medida que aumentou a porção do RES, mas, ao prevalecer 0% de

QA e 24% RES, a força exigida para corte diminuiu acentuadamente. Na dureza,

o comportamento em relação à força requerida foi similar ao de corte. Os valores

aumentaram à medida que aumentou a substituição de QA por RES. Mas,

quando a proporção atingiu 0% de QA e 24% de RES, o valor diminuiu de

forma acentuada (Figura 10).

Page 95: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

83

Tratamentos Tratamentos FIGURA 10 Box plots para os valores de textura instrumental, corte (A) e

dureza (B), expressos em Newtons (N), das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos agroindustriais (de extrato de soja e de suco de abacaxi), com diferentes proporções de quirera de arroz:resíduo de extrato de soja, nos componentes secos.

A geleificação protéica ocorre quando as moléculas que sofreram

desnaturação se agregam para formar uma rede protéica, Isso não ocorre

somente na formação de géis visco-elásticos, mas também para melhorar a

absorção de água, o espessamento, a união de partículas e para estabilizar

emulsões. Entre os alimentos que formam a geleificação protéica está a soja, que

tem um comportamento intermediário e sua consistência diminui quando a

temperatura de aquecimento sobrepassa 80°C. Esta temperatura foi alcançada

na confecção das barras. O tratamento E apresentou teor protéico mais elevado

que os demais, o que pode ter afetado a consistência. Por outro lado, os

tratamentos A, B, C e D, que possuíam QA na sua constituição, apresentaram

teor de carboidratos maior que o tratamento E, que necessita temperatura maior

para gelatinização do amido e pode formar géis por interação com a proteína

(Cheftel et al., 1989), favorecendo a liga das barras.

B

T

extu

ra C

orte

T

extu

ra D

urez

a

A

Page 96: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

84

4.7 Digestibilidade protéica in vitro

Os valores de digestibilidade das proteínas in vitro das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais encontram-

se na Tabela 14.

TABELA 14 Valores médios e desvio padrão de digestibilidade protéica in vitro (%) das barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos (de extrato de soja e de suco de abacaxi) agroindustriais, com substituição de quirera de arroz:resíduo de extrato de soja, nos componentes secos.

Barras alimentícias

QA:RES (tratamento)

Digestibilidade da proteína (%)

24:0 (A) 33,81 + 4,15

18:6 (B) 30,63 + 0,35

12:12 (C) 35,44 + 1,33

6:18 (D) 34,31 + 2,39

0:24 (E) 35,75 + 0,01

As barras alimentícias apresentaram valores baixos de digestibilidade

protéica in vitro com valores baixos. A limitação da digestibilidade das proteínas

de fabáceas foi discutida por Nielsen (1991), especialmente a do Phaseolus

vulgaris, como estrutura compacta intrínseca de algumas proteínas. A

complexação do amido, hemicelulose e outras fibras, minerais e substâncias

polifenólicas que se complexam às proteínas induz a perda da capacidade de

hidrólise.

As barras alimentícias apresentaram alto teor de fibra alimentar (11,61%

a 21,19%), o que pode ter ocasionado o baixo resultado em digestibilidade

Page 97: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

85

protéica. A fibra dietética provoca efeitos deletérios sobre os coeficientes de

digestibilidade dos componentes nutritivos, podendo causar mudanças na taxa de

absorção de proteínas, aminoácidos e minerais (King & Taverner, 1975; Schulze

et al.,1994).

As fibras alimentares atuam de modo diferenciado sobre a

digestibilidade e a utilização das proteínas, por indisponibilizarem a proteína da

própria fonte fibrosa ou por complexarem-se com proteína que foram fornecidas

por meio da dieta. Um dos efeitos deletérios das fibras solúveis e insolúveis no

organismo é a diminuição da digestibilidade aparente da proteína (Schweizer &

Edwards, 1992).

Lajolo et al. (1996) consideram os taninos em fabáceas como polifenóis

de maior importância nutricional, pelos possíveis efeitos sobre a

biodisponibilidade de minerais e sua influência sobre a digestibilidade das

proteínas e interferência na ação das enzimas hidrolíticas. Mendonça et al.

(2003), ao estudarem cem famílias de feijões, apresentaram porcentagem de

digestibilidade dentro da faixa de feijões, que é de 40% a 70%.

Banerjee et al. (1996) sugerem que pequenas diferenças na estrutura

terciária da proteína resultam numa estrutura quaternária durante o cozimento e,

talvez, interfira na atividade da enzima de degradação protéica. Fabáceas cozidas

em fervura comum apresentaram de 63% a 76% de digestibilidade; com o

cozimento feito em autoclave (121°C/10 min), a digestibilidade aumentou para

68% a 76%, diminuindo ao aumentar o tempo de cozimento até 90 minutos. A

disponibilidade de alguns aminoácidos, especialmente a lisina, decresce com o

aumento de temperatura e o tempo de cozimento de fabáceas, como feijões,

lentilha e vagem (Wu et al., 1994; Rehman & Shah, 2004).

Reações com açúcares redutores e grupamentos �-amino também

provocam o decréscimo da digestibilidade dos resíduos de lisina. A reação de

Maillard, ou “reação de escurecimento não enzimático”, é uma alteração

Page 98: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

86

química induzida pelo processamento térmico, num complexo conjunto de

reações iniciadas pela interação entre aminas e resíduos carbonila, as quais, sob

elevada temperatura, decompõem-se, condensando-se em compostos insolúveis

de coloração marrom, conhecidos por “melanoidinas”, de grande impacto

sensorial e nutricional. Esta reação pode ter ocorrido na etapa de desidratação do

resíduo do extrato de soja “okara” (RES), por este apresentar coloração

amarronzada depois de sofrer o processamento (Tirapegui et al., 2007).

4.8 Atividade do inibidor de tripsina na castanha de pequi

A atividade do inibidor de tripsina da castanha do pequi torrada

(100g/90°C por 2 min) apresentou-se extremamente baixa. Provavelmente, o

tratamento térmico a que a castanha foi submetida foi suficiente para inativar a

ação dos inibidores de proteases, porventura presentes na castanha de pequi.

4.9 Análise sensorial das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e

resíduos agroindustriais

As médias dos atributos sensoriais de aspecto global e da intenção de

compra das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais estão representadas na Tabela 15.

Page 99: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

87

TABELA 15 Valores médios dos atributos sensoriais e intenção de compra, avaliados por consumidores não treinados de barras alimentícias elaboradas com subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e resíduos agroindustriais (de extrato de soja e de suco de abacaxi), com diferentes proporções de quirera de arroz:resíduo de extrato de soja, nos componentes secos.

Valores médios das barras alimentícias Barras

alimentícias

QA:RES Atributos sensoriais Intenção de

(Tratamento) Aparência Sabor Textura Aspecto global

Compra

24:0 (A) 2,90 c 5,50 b 4,31 c 4,56 b 2,48 b

18:6 (B) 4,87 b 6,27 a 6,26 a 6,69 a 3,34 a

12:12 (C) 6,27 a 6,64 a 6,90 a 6,73 a 3,71 a

6:18 (D) 6,66 a 6,17 a 5,80 b 6,06 a 3,24 a

0:24 (E) 6,60 a 4,70 c 4,67 c 4,94 b 2,23 b

CV (%) 29,10 24,56 29,98 26,05 26,05

Médias nas colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, a 0,05 de significância, pelo teste Tukey (CV%= coeficiente de variação) Atributos sensoriais = 1- desgostei extremamente a 9 – gostei extremamente Intenção de compra = 1- certamente eu não compraria a 5 - certamente eu compraria

Os atributos sensoriais e a intenção de compra apresentaram diferença

significativa entre si (p<0,05). Com relação à aparência, os tratamentos C, D e E

não diferiram significativamente entre si, apresentando melhor desempenho que

os demais, mantendo-se entre as notas 6-7 (gostei ligeiramente - gostei

moderadamente, respectivamente). Por sua vez, o tratamento B obteve valor

maior de aceitabilidade, notas 4-5 (desgostei ligeiramente - não gostei e nem

desgostei) que o tratamento A.

O atributo sabor elegeu os tratamentos B, C e D como superiores,

apresentando notas entre 6-7, seguidos do tratamento A, com notas entre 5-6

Page 100: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

88

(não gostei e nem desgostei - gostei ligeiramente). Quanto à textura, os

tratamentos B e C obtiveram maior pontuação, não diferindo entre si, com notas

entre 6-7, seguidos pelo tratamento D (notas entre 5-6).

Os valores médios do aspecto global e da intenção de compra

apresentaram comportamento semelhante ao sabor, elegendo os tratamentos B,

C e D como superiores, com notas entre 6-7, para aspecto global e 3-4, para

intenção de compra, situando-se entre os conceitos gostei ligeiramente - gostei

moderadamente e talvez compraria - provavelmente compraria, respectivamente.

Observa-se que o tratamento C (12% de QA e 12% de RES) destacou-

se em todos os atributos sensoriais de aparência, sabor, textura e aspecto global e

na intenção de compra, seguido dos tratamentos B (18% de QA e 6% de RES),

que também se destacou nos atributos sabor, textura e aspecto global e na

intenção de compra e D (6% de QA e 18% de RES) que se sobressaiu em

aparência, sabor e aspecto global e na intenção de compra.

As barras alimentícias apresentaram boa aceitação, similar ao relatado

em trabalhos com barras de cereais, como as de Freitas (2006), que avaliou três

formulações de alto teor protéico e vitamínico, com valores de 5/6 de aceitação.

Matsuura (2005) obteve os valores de 6/7 de aceitação, nas dez formulações de

barras com albedo de maracujá; Coelho (2006) apresentou valores de 6-7 de

aceitação em barras desenvolvidas à base de amaranto e Estévez et al. (2000)

obtiveram valor 6 para aceitabilidade de barras de cereais elaboradas com

cotilédones de algarobo.

Foi ajustado um mapa de preferência externo (MPE) vetorial (Schlich,

1995) aos dados de aceitação em relação ao aspecto global e à intenção de

compra. Relacionando-os às variáveis sensoriais (aparência, sabor e textura),

tecnológicas (cor e textura instrumentais, sólidos solúveis, pH e atividade da

água), químicas (umidade, proteína, lipídeos, cinzas, extrato não nitrogenado e

minerais) e de fibra alimentar.

Page 101: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

89

Esta análise gerou MPE com base nos dados de aspecto global (Figura

11) e de intenção de compra (Figura 12) e, ainda, o círculo de correlação (Figura

13), que mostra a correlação entre os resultados sensoriais (aparência, sabor e

textura), tecnológicos (cor e textura instrumentais, sólidos solúveis, pH atividade

da água), químicos (umidade, proteína, lipídeos, cinzas, extratos não

nitrogenados e minerais) e de fibra alimentar.

FIGURA 11 Mapa de preferência de aspecto geral, com explicação da

variabilidade de 73,22% e 16,15%, nas dimensões 1 e 2, respectivamente.

Page 102: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

90

Os mapas gerados neste estudo (Figuras 11 e 12) explicam 89,37% da

variabilidade em seus dois primeiros componentes (ou dimensões) que, neste

caso, são combinações lineares dos consumidores.

Com base no mapa de preferência (MP), em relação à aceitação

(Figura 11), observou-se maior densidade de consumidores envolvendo a

amostra C, seguida de D e B, indicando preferência dos consumidores em

relação a estas.

FIGURA 12 Mapa de preferência de intenção de compra com explicações da

variabilidade de 73,22% e 16,15%, nas dimensões 1 e 2, respectivamente.

Page 103: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

91

Estes resultados concordam com os resultados do MP de intenção de

compra (Figura 12), que também demonstra preferência dos consumidores para

a amostra C, seguida da D e B.

FIGURA 13 Círculo da correlação das variáveis analisadas das barras alimentícias com os atributos sensoriais avaliados pelos consumidores.

Page 104: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

92

Analisando-se a Figura 13, juntamente com as Figuras 11 e 12, pode-

se verificar que os tratamentos C e D das barras alimentícias (mais preferidos)

caracterizaram-se pela alta aceitabilidade em relação a sabor e a textura, altos

valores de resistência e força de cisalhamento, bem como valores intermediários

de constituintes químicos (umidade, proteína, lipídeos, cinzas, extrato não

nitrogenado e minerais), tecnológicos (cor e textura instrumentais, pH, sólidos

solúveis), fibra alimentar e aparência. O tratamento B caracterizou-se,

principalmente, pela aceitabilidade em relação ao sabor, maior atividade de água

em relação aos tratamentos C, D e E, entretanto, todos os tratamentos

apresentaram atividade da água (Aw) abaixo de 0,6, o que, geralmente, os torna

microbiologicamente estáveis.

O sabor e a textura, entre as características sensoriais das barras

alimentícias, foram os fatores determinantes para a maior aceitação e intenção de

compra das amostras C e D, seguidas de B. A amostra E destacou-se em relação

às demais em quase todas as variáveis tecnológicas, químicas e de fibra

alimentar analisadas, mas com baixa aceitabilidade e intenção de compra. Em

relação à amostra A, os resultados das análises tecnológica, químicas e de fibra

alimentar, como também a aceitabilidade e a intenção de compra, foram baixos,

com atividade de água e teor de carboidratos maior que as dos demais

tratamentos.

Estes resultados do MPE (análise multivariada) concordam com

aqueles obtidos pela análise de variância (análise univariada) e pelo teste de

média Tukey, nos quais as amostras B, C e D apresentaram, em conjunto,

maiores valores médios para sabor, aspecto global e intenção de compra, e as

amostras C, D e E, maiores valores médios para aparência. Já para textura,

foram as amostras B e C e, no MPE, as amostras C e D foram as que

apresentaram maior correlação com as variáveis de textura sensorial e

instrumental, e B, C e D, com a variável sabor.

Page 105: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

93

O mapa de preferência (Schlich, 1995) utiliza alguns procedimentos

estatísticos multivariados, como análise de componentes principais e de

agrupamento, é multidimensional e considera a individualidade dos

consumidores. A técnica MPE pode permitir, ainda, comparar preferências e

relacioná-las com as características de qualidade do produto, medida por análise

descritiva quantitativa, físico-química, bioquímica e/ou instrumental (Behrens et

al., 1999; Elmore et al., 1999; Cardello & Faria, 2000; Oliveira et al., 2004; Reis

et al., 2006).

Page 106: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

94

5 CONCLUSÕES

Os subprodutos (quirera de arroz e castanha de pequi) e os resíduos

agroindustriais (resíduo do extrato de soja e resíduo de abacaxi) apresentaram,

em suas constituições, não só conteúdo fibroso, mas também nutrientes, o que

favoreceu a utilização dos mesmos na obtenção das barras alimentícias.

Barras alimentícias elaboradas com ambos os componentes de quirera

de arroz (QA) e com resíduo de extrato de soja (RES) no produto, nas

proporções QA:RES = 12:12 (tratamento C) e 6:18 (tratamento D), foram as que

apresentaram maiores conteúdos de fibra solúvel.

O tratamento E (proporção QA:RES = 0:24) destacou-se nos

conteúdos de proteína, fibra alimentar total, insolúvel e solúvel, minerais P, K,

Mg E Fé, frente aos demais.

O aminoácido essencial lisina mostrou-se limitante nas barras

alimentícias com ausência de RES, ainda quando a porcentagem de RES

encontrava-se inferior ou igual à porcentagem de QA (tratamentos A,B e C).

O aminoácido essencial treonina mostrou-se limitante nas barras

alimentícias com proporção QA:RES = 24:0 (tratamento A) e 18:6 (tratamento

B) e não houve aminoácido limitante nas formulações cujo RES encontrava-se

em igual proporção de QA, 12:12 (tratamernto C) e quando o RES encontrava-se

em quantidade maior em detrimento da redução do teor de QA (tratamentos D e

E).

As barras alimentícias de maior resistência foram as dos tratamentos C

e D (QA:RES = 12:12 e 6:18).

Os valores de digestibilidade in vitro de proteína das barras

alimentícias foram extremamente baixos.

Page 107: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

95

As barras alimentícias preferidas pelos consumidores, em ordem

decrescente, contendo proporções de RES e QA, foram as do tratamento C

(QA:RES = 12:12), do tratamento D (6:18) e do tratamento B (18:6). Dentre

estas, a do tratamento D foi a que se destacou, por não apresentar aminoácido

limitante, com proporção 6:18 (QA:RES).

Entre os cinco tratamentos estudados, a formulação da barra

alimentícia do tratamento A seria a menos indicada para produção, por

apresentar variáveis com valores menores, além de baixa aceitação e pouca

preferência.

Page 108: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

96

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Page 132: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

120

ANEXOS

ANEXO A Página FIGURA 1A Figuras boxplots da composição centesimal das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais (umidade, proteína, gordura e fibra

alimentar total, insolúveis e solúveis)..............................

121

FIGURA 2A Figuras boxplots da composição centesimal das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais (cinzas, carboidratos e calorias).............

122

FIGURA 3A Figuras boxplots do conteúdo de minerais das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais (P e K)......................................................

123

FIGURA 4A Figuras boxplots do conteúdo de minerais das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais (Mg, S, Cu, Mn, Zn e Fe)........................

124

FIGURA 5A Figuras boxplots do pH, sólidos solúveis (°Brix) e

atividade da água (Aa) das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais...

125

FIGURA 6A Figuras boxplots da luminosidade (L*) das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais..................................................................

126

Page 133: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

121

Tratamentos Tratamentos

Tratamentos

Tratamentos

Tratamentos

Tratamentos

FIGURA 1A Figuras boxplots da composição centesimal das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais (umidade, proteína, gordura e fibra alimentar total, insolúveis e solúveis).

Uni

dade

(%)

Gor

dura

(%)

Fibr

as so

lúve

is (%

)

P

rote

ína

(%)

Fibr

a A

limen

tar

Tot

al (%

) Fi

bras

Inso

lúve

is (%

)

Page 134: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

122

Tratamentos

Tratamentos

Tratamentos

FIGURA 2A Figuras boxplots da composição centesimal das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais (cinzas, carboidratos e calorias).

Cin

zas (

%)

Car

boid

rato

s (%

)

Cal

oria

s

Page 135: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

123

Tratamentos

Tratamentos FIGURA 3A Figuras boxplots do conteúdo de minerais das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais (P e K).

P K

Page 136: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

124

Tratamentos Tratamentos

Tratamentos Tratamentos

Tratamentos Tratamentos FIGURA 4A Figuras boxplots do conteúdo de minerais das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais (Mg, S, Cu, Mn, Zn e Fe).

Mg

S

Cu

Mn

Zn Fe

Page 137: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

125

Tratamentos

Tratamentos

Tratamentos FIGURA 5A Figuras boxplots do pH; sólidos solúveis (°Brix) e atividade da

água (Aa) das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais.

pH

Sólid

os so

lúve

is (º

Bri

x)

Ativ

idad

e de

águ

a

Page 138: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

126

Tratamentos FIGURA 6A Figuras boxplots da luminosidade (L*) das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais.

Cor

L*

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127

ANEXO B Página TABELA 1B Resumo das análises de variância para os dados de

umidade, proteína, lipídeo, fibra alimentar total (FAT)

insolúvel (FAI) e solúvel (FAZ), cinzas, extratos não

nitrogenados (ENN) e calorias (CAL) das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais...................................................................

128

TABELA 2B Resumo das análises de variância dos minerais P, K,

Mg, S, Cu, Mn, Zn e Fe das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais...

129

TABELA 3B Resumo das análises de variância de pH, sólidos

solúveis (ºBrix) e atividade da água (Aa) das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais...................................................................

130

TABELA 4B Resumo das análises de variância de cor L*, a* e b* das

barras alimentícias elaboradas com subprodutos e

resíduos agroindustriais....................................................

130

TABELA 5B Resumo das análises de variância de textura

instrumental, corte e dureza das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais...

131

TABELA 6B Resumo das análises de variância dos atributos

sensoriais (aparência, sabor, textura, aspecto global) e

intenção de compra das barras alimentícias elaboradas

com subprodutos e resíduos agroindustriais.....................

131

Page 140: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

TABELA 1B Resumo das análises de variância para os dados de umidade, proteína, lipídeo, fibra alimentar total (FAT)

insolúvel (FAI) e solúvel (FAZ), cinzas, extratos não nitrogenados (ENN) e calorias (CAL) das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais

CV GL Umidade Proteína Lipídeo FAT FAI FAS Cinzas ENN CAL

Tratamentos 4 ** ** ** ** ** ** ** ** **

Resíduo 15 - - - - - - - - -

Total 19 - - - - - - - -

CV - 2,29 2,30 2,41 4,58 2,74 3,22 6,57 0,86 0,59

Média - 11,17 10,58 8,34 15,72 14,19 1,67 1,40 52,65 328,00

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo, a 1% de probabilidade.

128

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TABELA 2B Resumo das análises de variância dos minerais P, K, Mg, S, Cu, Mn, Zn E Fe das barras alimentícias

elaboradas com subprodutos e resíduos agroindustriais.

CV GL P K Mg S Cu Mn Zn Fe

Tratamentos 4 ** ** ** ** ** * ** **

Resíduo 15 - - - - - - - -

Total 19 - - - - - - -

CV - 8,58 11,52 6,49 9,24 4,58 5,28 10,58 10,23

Média - 220,00 352,00 132,00 153,00 0,74 1,48 1,98 4,22

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo, a 1% de probabilidade.

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TABELA 3B Resumo das análises de variância de pH, sólidos solúveis (ºBrix) e

atividade da água (Aa) das barras alimentícias elaboradas com

subprodutos e resíduos agroindustriais.

CV GL pH ºBrix Aa

Tratamentos 4 ** ** **

Resíduo 15 - - -

Total 19 - - -

CV - 0,86 0,00 0,84

Média - 4,82 59,00 0,57

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo a 1% de probabilidade.

TABELA 4B Resumo das análises de variância de cor L*, a* e b* das barras

alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais.

CV GL L* a* b*

Tratamentos 4 ** * **

Resíduo 15 - - -

Total 19 - - -

CV - 2,86 9,54 3,26

Média - 49,15 6,08 20,30

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo a 1% de probabilidade.

Page 143: estudos tecnológico, químico, físico-químico e sensorial de barras

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TABELA 5B Resumo das análises de variância de textura instrumental, corte e

dureza das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e

resíduos agroindustriais.

CV GL CORTE DUREZA

Tratamentos 4 ** **

Resíduo 15 - -

Total 19 - -

CV - 13,76 5,95

Média - 5,75 18,39

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo a 1% de probabilidade. TABELA 6B Resumo das análises de variância dos atributos sensoriais

(aparência, sabor, textura, aspecto global) e intenção de compra

das barras alimentícias elaboradas com subprodutos e resíduos

agroindustriais.

CV GL Aparência Sabor Textura Aspecto

Global

Intenção

de

compra

Tratamentos 4 ** ** ** ** **

Resíduo 15 - - - - -

Total 19 - - - -

CV - 29,10 24,56 29,98 26,05 35,25

Média - 5,46 5,85 5,59 5,67 3,00

*significativo, a 5% de probabilidade (p<0,05); **significativo a 1% de probabilidade.