estudos e projetos para consecuÇÃo do plano municipal de … · executor dos trabalhos de...
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ESTUDOS E PROJETOS PARA CONSECUÇÃO DO
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE
ARARUAMA - RJ
PRODUTO 7
Prognósticos:
Abastecimento de Água Potável
Esgotamento Sanitário
Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas
JULHO/2.013
(Primeira Revisão)
II
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDEDOR
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Sérgio Cabral Filho Governador Luís Fernando Pezão Vice-Governador SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE (SEA) Carlos Minc Secretário Luiz Firmino Martins Pereira Subsecretário Executivo INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA) Marilene Ramos Presidente Denise Marçal Rambaldi Vice-Presidente DIRETORIA DE GESTÃO DAS ÁGUAS E DO TERRITÓRIO (DIGAT) Rosa Maria Formiga Johnsson Diretora DIRETORIA DE INFORMAÇÃO E MONITORAMENTO AMBIENTAL (DIMAM) Carlos Alberto Fonteles de Souza Diretor DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS (DIBAP) André Ilha Diretor DIRETORIA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL (DILAM) Ana Cristina Henney Diretora DIRETORIA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL (DIRAM) Luiz Manoel de Figueiredo Jordão Diretor
III
DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS (DIAFI) José Marcos Soares Reis Diretor SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL LAGOS - SÃO JOÃO (SUPLAJ) Túlio Vagner dos Santos Vicente Superintendente
GERENCIADOR DO CONTRATO
Rosa Maria Formiga Johnsson Diretora de Gestão das Águas e do Território / INEA Victor Zveibil Superintendente de Políticas de Saneamento / SEA Lorena Costa Procópio Engenheira Sanitarista Cláudia Nakamura Engenheira Ambiental
IV
EQUIPE TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO LOCAL DOS
TRABALHOS
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARUAMA
Av.John Kennedy, n.º 120 - Centro - CEP: 28.970-000 - Araruama (RJ)
Tel.: (22) 2665-2121
Gestão 2.013 / 2.016
Miguel Alves Jeovani Prefeito Municipal
Gestão 2.009 / 2.012
André Luiz Mônica e Silva Prefeito Municipal
Hermes Garcia Rodrigues Secretaria de Ambiente
Rita de Cássia Braga Fernandes Secretaria de Saúde
Sérgio Luiz Ribeiro Secretaria de Obras, Urbanismo e Serviços
Públicos
Izabel Cristina Nunes de Araújo Secretaria de Educação e Cultura
V
EXECUTOR DOS TRABALHOS DE CONSULTORIA
SERENCO SERVIÇOS DE ENGENHARIA CONSULTIVA Ltda CNPJ: 75.091.074/0001-80 - CREA (PR): 5571
Av. Sete de Setembro, n.º 3.566, Centro CEP 80.250-210 - Curitiba (PR)
Tel.: (41) 3233-9519 Website: www.serenco.com.br ● E-mail: [email protected]
Nicolau Leopoldo Obladen Engenheiro Civil e Sanitarista
Jefferson Renato Teixeira Ribeiro Engenheiro Civil
Paulo Roberto Wielewski Engenheiro Civil
Djesser Zechner Sergio Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Caroline Surian Ribeiro Engenheira Civil
Bruno Passos de Abreu Tecnólogo em Construção Civil
Marcos Moisés Weigert Engenheiro Civil
Gustavo José Sartori Passos Engenheiro Civil
Tássio Barbosa da Silva Engenheiro Civil
Kelly Ronsani de Barros Engenheira de Alimentos
Luiz Guilherme Grein Vieira Engenheiro Ambiental
Mariana Schaedler Engenheira Ambiental
Nilva Alves Ribeiro Economista
Tiago José Alexandre Advogado
Mauro Brustolin Iplinski Publicitário
Dante Mohamed Correa Publicitário
Bruno Lissa Tiepolo Publicitário
Cláudio Luiz Geromel Barreto Engenheiro Químico
Quésia Oliveira Geógrafa
VI
SUMÁRIO
GLOSSÁRIO ....................................................................................... XIII
APRESENTAÇÃO ............................................................................... XIV
1. INTRODUÇÃO – CONTEXTO REGIONAL ................................. 15
2. PREVISÕES POPULACIONAIS ADOTADAS ............................. 17
3. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ................................................. 21
3.1 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES .................................................... 26
4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO . 28
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 28
4.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................. 31
4.2.1 Objetivos Gerais.......................................................................................... 31
4.2.2 Metas de atendimento ................................................................................. 32
4.2.2.1 Contrato de concessão da CAJ ........................................................ 32
4.2.2.2 PLANSAB ................................................................................................... 33
4.2.3 Demandas ................................................................................................... 36
4.2.4 Disponibilidade hídrica ................................................................................ 46
4.2.5 Cenários ...................................................................................................... 48
4.2.5.1 Sistematização das informações ...................................................... 48
4.2.5.2 Ações necessárias ........................................................................... 50
4.2.5.2.1. Sistema produtor .......................................................................... 50
4.2.5.2.2. Adução de água tratada ....................................................................... 51
4.2.5.2.3. Reservatórios ....................................................................................... 55
4.2.5.2.4. Rede de distribuição ............................................................................ 57
4.2.6 Cronograma de execução dos investimentos previstos .............................. 59
4.2.7 Propostas adicionais ................................................................................... 65
4.2.7.1 Qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba) ...................................... 65
4.2.7.2 Melhorias na Represa de Juturnaíba .......................................................... 66
4.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................. 67
4.3.1 Objetivos gerais .......................................................................................... 67
VII
4.3.2 Metas de atendimento ................................................................................. 68
4.3.2.1 Contrato de concessão (CAJ) .......................................................... 68
4.3.2.2 Metas de atendimento - PLANSAB ............................................................. 68
4.3.2.3 Atendimento atual ....................................................................................... 71
4.3.3 Cenários ...................................................................................................... 72
4.3.3.1 Sistematização das informações ...................................................... 72
4.3.3.2 Cenário 1 .......................................................................................... 74
4.3.3.3 Cenário 2 .................................................................................................... 75
4.3.3.4 Cenário 3 .................................................................................................... 95
4.3.3.5 Comparativo entre os cenários 2 e 3 ........................................................ 106
4.3.3.6 Propostas adicionais ...................................................................... 108
4.3.3.6.1. Aspectos operacionais ................................................................ 108
4.3.3.6.2. Novos empreendimentos ............................................................ 108
5. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS .....109
5.1 Introdução ..................................................................................................... 109
5.2 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES .................................................. 110
5.2.1 Hidrologia .................................................................................................. 114
5.2.2 Microdrenagem ......................................................................................... 114
5.2.3 Macrodrenagem ........................................................................................ 114
5.2.4 Defesa Civil ............................................................................................... 114
5.2.5 Gestão do Sistema.................................................................................... 115
5.3 CENÁRIOS MILOGRANA, J (2009) ............................................................. 117
5.4 CENÁRIOS PLANSAB ................................................................................. 118
5.5 CENÁRIO PROPOSTO ................................................................................ 121
5.6 METAS, PROGRAMAS E AÇÕES ............................................................... 122
5.6.1 Metas Qualitativas..................................................................................... 122
5.6.2 Metas Quantitativas .................................................................................. 124
5.7 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO ....................................................... 144
5.7.1 Memorial de Cálculo ................................................................................. 149
6. ANÁLISE INSTITUCIONAL ........................................................155
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................211
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema Geral da Metodologia para a Elaboração dos Cenários ....................... 22
Figura 3 – Comparativo atendimento da população (cenários 2 e 3) ................................. 106
Figura 4 – Comparativo de investimentos (Cenários 2 e 3) ................................................ 107
Figura 8 – Pontuação por programas ................................................................................. 115
Figura 9 – Integração das Alternativas ............................................................................... 116
Figura 10 – Cenários – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas .......................... 122
Figura 11 – Mapa de Alerta................................................................................................ 125
Figura 50 - Modelo Institucional do Saneamento Básico de Araruama .............................. 157
Figura 51 - Arranjos Institucionais ...................................................................................... 164
Figura 52 - Diagrama Institucional Municipal ..................................................................... 165
Figura 53 - Diagrama Institucional Intermunicipal .............................................................. 166
Figura 54 - Esquema do tripé de elementos fundamentais do PMSB ................................ 167
Figura 55 - UGPLAN .......................................................................................................... 170
Figura 56 - Estrutura proposta para a UGPLAN ................................................................. 175
Figura 57 - Modelo Institucional para a Gestão do PMSB .................................................. 178
Figura 58 - Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) ............................... 180
Figura 59 - Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) .......................................... 181
Figura 60 - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro (AGENERSA) ........................................................................................................ 182
Figura 61 - Fluxograma - Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência
Reguladora, Consórcio Intermunicipal, Comitê da Bacia e Concessionárias ..................... 183
Figura 62 - Localização do Município ................................................................................. 204
Figura 63 - Modelagem Proposta ....................................................................................... 205
IX
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População Residente Adotada ............................................................................ 18
Tabela 2 - População Flutuante ........................................................................................... 19
Tabela 3 - População de Temporada ................................................................................... 20
Tabela 4 - Metas de Níveis de Atendimento (Contrato de Concessão) ................................ 32
Tabela 5 - Níveis de Atendimento (2012) ............................................................................ 33
Tabela 6 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %) ............ 34
Tabela 7 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da federação
(em %) ................................................................................................................................. 35
Tabela 8 – Metas para gestão dos serviços de saneamento nas macrorregiões e no País
(em %) ................................................................................................................................. 36
Tabela 9 – Projeção de população para cálculo de demandas de Araruama ....................... 37
Tabela 10 – Projeção de população para cálculo de demandas da área de abrangência da
Concessão da CAJ .............................................................................................................. 38
Tabela 11 – Projeção de população de projeto de Araruama ............................................... 39
Tabela 12 – Projeção de população de projeto dos Municípios da área de Concessão da
CAJ ...................................................................................................................................... 40
Tabela 13 – Consumo per capita e índice de perdas ........................................................... 41
Tabela 14 – Consumo per capita – março de 2.013 ............................................................. 42
Tabela 15 – Demandas do sistema de água para Araruama ............................................... 43
Tabela 16 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da CAJ .................. 44
Tabela 17 – Reservação necessária em Araruama ............................................................. 45
Tabela 18 – Reservação necessária na área de concessão da CAJ .................................... 46
Tabela 19 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da Prolagos .......... 47
Tabela 20 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................... 49
Tabela 21 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. .................................... 49
Tabela 22 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças ........................................... 50
Tabela 23 – Cronograma de implantação dos reservatórios ................................................ 56
Tabela 24 – Plano de investimentos – 3º Termo Aditivo ao contrato de concessão (CAJ) ... 59
Tabela 25 – Cronograma de investimentos estimados para a área de concessão (PMSB) . 60
Tabela 26 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo .................................................................................................................................. 61
Tabela 27 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo .................................................................................................................................. 62
X
Tabela 28 – Cronograma de investimentos – sistema produtor ........................................... 63
Tabela 29 – Cronograma de investimentos – adução de água tratada ................................ 63
Tabela 30 – Cronograma de investimentos – reservação de água tratada ........................... 63
Tabela 31 – Cronograma de investimentos – redes de distribuição ..................................... 64
Tabela 32 – Cronograma de investimentos – resumo .......................................................... 64
Tabela 33 - Metas de Níveis de Atendimento (Contrato de Concessão) .............................. 68
Tabela 34 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %) .......... 69
Tabela 35 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %) ................................................................................................................ 70
Tabela 36 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................... 73
Tabela 37 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. .................................... 73
Tabela 38 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças ........................................... 74
Tabela 39 – Cronograma de investimentos (7º Termo Aditivo) ............................................ 74
Tabela 40 – Resumo geral de investimentos – Praia Seca .................................................. 79
Tabela 41 – Resumo geral de investimentos – Sede ........................................................... 79
Tabela 42 – Resumo geral de investimentos – Morro Grande ............................................. 80
Tabela 43 – Resumo geral de investimentos – Iguabinha .................................................... 80
Tabela 44 – Resumo geral de investimentos – São Vicente ................................................ 81
Tabela 45 – Resumo geral de investimentos – Araruama .................................................... 81
Tabela 46 – Porcentagem de atendimento por bacia ........................................................... 83
Tabela 47 – Cenário 2 - Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras) ............ 84
Tabela 48 – Cenário 2 – cronograma (2.014 a 2.020) .......................................................... 87
Tabela 49 - Cenário 2 – cronograma (2.021 a 2.027)........................................................... 88
Tabela 50 - Cenário 2 – cronograma (2.028 a 2.033)........................................................... 89
Tabela 51 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações
elevatórias e linhas de recalque ........................................................................................... 93
Tabela 52 – Investimentos necessários – ETE .................................................................... 93
Tabela 53 – Investimentos necessários – Projetos .............................................................. 94
Tabela 54 – Investimentos necessários – Resumo .............................................................. 94
Tabela 55 – Cenário 3 - Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras) ............ 96
Tabela 56 – Cenário 3 – cronograma (2.014 a 2.020) .......................................................... 98
Tabela 57 - Cenário 3 – cronograma (2.021 a 2.027)........................................................... 99
Tabela 58 - Cenário 3 – cronograma (2.028 a 2.033)......................................................... 100
XI
Tabela 59 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações
elevatórias e linhas de recalque ......................................................................................... 104
Tabela 60 – Investimentos necessários – ETE .................................................................. 104
Tabela 61 – Investimentos necessários – Projetos ............................................................ 105
Tabela 62 – Investimentos necessários – Resumo ............................................................ 105
Tabela 63 – Comparativo de investimentos (Cenários 2 e 3) ............................................. 107
Tabela 64 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades ............................................. 110
Tabela 65 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. ................................. 111
Tabela 66 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças. ....................................... 113
Tabela 67 – Ameaças Programa 1 - Hidrologia.................................................................. 114
Tabela 68 – Ameaças Programa 2 - Microdrenagem ......................................................... 114
Tabela 69 – Ameaças Programa 3 – Macrodrenagem ....................................................... 114
Tabela 70 – Ameaças Programa 4 – Defesa Civil .............................................................. 114
Tabela 71 – Ameaças Programa 5 – Gestão do Sistema ................................................... 115
Tabela 72 - Necessidade de investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas entre o ano base de 2011 e os anos 2015, 2020 e 2030. ..................................... 120
Tabela 73 - Necessidade de investimentos totais em drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas para o País........................................................................................................... 120
Tabela 74 – Metas para gestão dos serviços de saneamento básico na Região Sudeste do
País (em %). ...................................................................................................................... 121
Tabela 75 - Programa 1 - Hidrologia .................................................................................. 143
Tabela 76 - Programa 2 – Microdrenagem ......................................................................... 143
Tabela 77 - Programa 3 – Macrodrenagem ....................................................................... 143
Tabela 78 - Programa 4 – Defesa Civil .............................................................................. 143
Tabela 79 - Programa 5 – Gestão do Sistema ................................................................... 144
Tabela 80 – Cronograma financeiro (Programa 1) ............................................................. 144
Tabela 81 - Cronograma financeiro (Programa 2) .............................................................. 145
Tabela 82 - Cronograma financeiro (Programa 3) .............................................................. 145
Tabela 83 - Cronograma financeiro (Programa 4) .............................................................. 146
Tabela 84 - Cronograma financeiro (Programa 5) .............................................................. 146
Tabela 85 - Resumo do cronograma .................................................................................. 147
Tabela 86 - Investimentos por programa............................................................................ 147
Tabela 87 - Fontes de recurso (Programa 1) ..................................................................... 148
Tabela 88 - Fontes de recurso (Programa 2) ..................................................................... 148
XII
Tabela 89 - Fontes de recurso (Programa 3) ..................................................................... 148
Tabela 90 - Fontes de recurso (Programa 4) ..................................................................... 148
Tabela 91 - Fontes de recurso (Programa 5) ..................................................................... 149
Tabela 92 - Fontes de recursos (valor total) ....................................................................... 149
Tabela 93 - Memorial de cálculo (Programa 1) .................................................................. 150
Tabela 94 - Memorial de cálculo (Programa 2) .................................................................. 150
Tabela 95 - Memorial de cálculo (Programa 3) .................................................................. 152
Tabela 96 - Memorial de cálculo (Programa 4) .................................................................. 152
Tabela 97 - Memorial de cálculo (Programa 5) .................................................................. 153
Tabela 98 - Modelos Institucionais para a Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços
de Saneamento Básico ...................................................................................................... 186
Tabela 99 - Estrutura Financeira ........................................................................................ 207
Tabela 100 - Investimentos previstos pela CAJ ................................................................. 207
Tabela 101 - Repasse de recursos financeiros do Governo do Estado através do ICMS
Verde (2012) ...................................................................................................................... 208
Tabela 102 - Recursos necessários por serviço ................................................................. 209
Tabela 103 - Capacidade de investimento em 20 anos ...................................................... 209
Tabela 104 - Comparativo entre capacidade de investimento e recursos necessários ....... 210
XIII
GLOSSÁRIO
ANA - Agência Nacional de Águas
APA - Áreas de Proteção Ambiental
AGENERSA - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro
CAJ – Concessionária Águas de Juturnaíba
CDP - Condicionantes/Deficiências/Potencialidades
COBRADE - Codificação Brasileira de Desastres
CILSJ - Consórcio Intermunicipal Lagos de São João
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
CBHLSJ - Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos de São João
DNOS - Departamento Nacional de Obras de Saneamento
EEE - Estação Elevatória de Esgoto
ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
FGV - Fundação Getúlio Vargas
GESAN - Grupo Executivo de Saneamento e Drenagem Urbana
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMELS - Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar
INEA - Instituto Estadual do Ambiente
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
MRA - Macrorregião Ambiental
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico
PLANCON - Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil
RH - Região Hidrográfica
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
TTS - Tomada de Tempo Seco
XIV
APRESENTAÇÃO
O presente relatório COMPREENDE o PRODUTO 7 (Prognósticos) dos Estudos e
Projetos para Consecução do Plano de Saneamento Básico do Município de
Araruama, localizado no estado do Rio de Janeiro, ABRANGENDO os Serviços de
Abastecimento de Água Potável, de Esgotamento Sanitário e de Drenagem e
Manejo das Águas Pluviais Urbanas.
Este foi elaborado conforme previsto no Edital e Anexos da Tomada de Preços TP
n.º 11/2011 do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e ao CONTRATO n.º 48/2012
firmado no dia 24 de Julho de 2012 entre o INEA e a empresa SERENCO.
15
1. INTRODUÇÃO – CONTEXTO REGIONAL
A assinatura dos contratos firmados entre o Governo do Estado do Rio de
Janeiro, os Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio,
Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia com a empresa Prolagos, em 1998, e
dos Municípios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim, com a
Concessionária Águas de Juturnaíba – CAJ, constituiu-se em marco referencial
da despoluição da Lagoa de Araruama em continuidade aos trabalhos até
então desenvolvidos. A Região em questão, tem sua economia dependendo
substancialmente do turismo, revelando a necessidade de investimentos
contínuos na preservação de lagoas e praias dos entornos urbanos, em busca
de sua preservação ambiental. Ambos, Prolagos, e CAJ implementaram o
abastecimento de água e passaram a adotar como tecnologia para o
esgotamento sanitário, o sistema de tomada em tempo seco, conhecida por
sistema unitário. A utilização do sistema municipal de drenagem pluvial como
rede coletora de esgotos sanitários, a construção de cordões interceptores,
estações elevatórias e estações de tratamento, ao longo do tempo, reduziram
drasticamente a poluição de lagoas e praias, retomando-se gradativamente o
ciclo econômico de desenvolvimento turístico da Região dos Lagos. A presença
do Comitê de Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos
Rios São João, Una e Ostras, criado pela Lei Estadual Nº3. 239/1999, trouxe
novo reforço à Região, na preservação dos recursos hídricos. Na sequência,
criou-se o Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias
Hidrográficas da Região dos Lagos, Rio São João e Zonas Costeiras,
consolidando-se ainda mais o reforço institucional na Região.
Ampliam-se os serviços de saneamento básico, tais como limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais. Implanta-se
pela iniciativa privada, o Aterro Sanitário DOIS ARCOS, em São Pedro da
Aldeia, passando a receber os resíduos sólidos urbanos de Arraial do Cabo,
Cabo Frio, Armação dos Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e
16
recentemente Silva Jardim e Casimiro de Abreu ou ainda, Araruama e
Saquarema no futuro.
Ampliam-se as áreas inundáveis pelas águas pluviais em todos os municípios,
tendo em vista o aumento da impermeabilização e o crescimento das áreas
urbanas dentro das bacias hidrográficas.
A lei da Política Nacional de Saneamento Básico de 2007, e a que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, determinam para todo o País,
programas e metas a serem cumpridas por todos os municípios brasileiros,
dentro de cenários futuros para um horizonte de 20 (vinte) anos. Novas regras
são detalhadas e indicadores e metas são definidos em busca da
universalização do saneamento básico para toda a população brasileira.
Os tempos são outros, as regras são novas e a gestão do saneamento básico
praticado até o momento carece de uma ampla reflexão em busca de novo
modelo institucional, preparando o caminho por onde os municípios deverão
trilhar nos próximos 20 (vinte) anos. A consolidação de uma nova gestão
integrada deverá ocorrer nos próximos anos mediante um forte apoio técnico e
uma sólida base financeira, supervisionados por equipes bem preparadas para
os novos cenários que se estabelecem.
O Produto ora apresentado descreve os prognósticos dos sistemas de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas, ajustados aos cenários propostos, suas metas, programas e
ações. As propostas para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, são apresentadas em separado, no PRODUTO 8, de acordo com o
Termo de Referência do INEA.
Ao final, descreve-se a análise do atual modelo institucional, as suas
características jurídicas e a Proposta inicial de Criação de um Consórcio
Público para a Gestão do Saneamento Básico na Região dos Lagos/RJ.
17
Espera-se com a realização dos 2.º Seminários obter valiosas contribuições
para a consolidação dos prognósticos do PMSB, momento importante da
construção dos Planos, consolidando-se os elementos da próxima etapa dos
trabalhos, a versão preliminar do Plano.
2. PREVISÕES POPULACIONAIS ADOTADAS
Na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o Produto 6 (Estudo Populacional e
Arranjos Institucionais) apresentou as projeções de crescimento da população
para os próximos 20 anos, tendo em vista os últimos Censos do IBGE, e
informações sobre a população flutuante dos municípios da região.
Análises matemáticas
De acordo com o Censo IBGE, 2010, Araruama possuía naquele ano as
seguintes características:
População total = 112.008 habitantes.
Área da Unidade Territorial = 638,02 km2.
Densidade Demográfica = 175,55/km2.
População Urbana = 106.486 habitantes.
População Rural = 5.522 habitantes.
Para o Estudo Populacional, foram utilizados os seguintes métodos:
Aritmético;
Geométrico;
Planilha Excel da Microsoft:
o Ajustamento Linear;
o Curva de Potência;
o Equação Exponencial;
18
o Equação Logarítmica, e,
o Equação Polinomial.
O método da Equação Polinomial foi o que apresentou taxas de crescimento
mais próximas das observadas na série histórica analisada, todavia, sugerimos
a adoção do Método Aritmético pelos seguintes motivos:
a tendência de crescimento atual é bem menor comparada ao início da
série histórica;
não existem no município significativas áreas correspondentes a vazios
urbanos que possibilitem grandes expansões;
existem inúmeras áreas de preservação que restringem o crescimento
urbano e após a elaboração do Plano Diretor de 2.006 as exigências
para construções são bem maiores.
Tabela 1 - População Residente Adotada
ANO Taxa de
crescimento (%)
População Residente
(habitantes) ANO
Taxa de crescimento
(%)
População Residente
(habitantes)
-1 2.012 2,75% 112.509 10 2.023 2,11% 145.640
0 2.013 2,68% 115.521 11 2.024 2,07% 148.652
1 2.014 2,61% 118.533 12 2.025 2,03% 151.664
2 2.015 2,54% 121.545 13 2.026 1,99% 154.676
3 2.016 2,48% 124.557 14 2.027 1,95% 157.688
4 2.017 2,42% 127.569 15 2.028 1,91% 160.700
5 2.018 2,36% 130.581 16 2.029 1,87% 163.712
6 2.019 2,31% 133.593 17 2.030 1,84% 166.723
7 2.020 2,25% 136.605 18 2.031 1,81% 169.735
8 2.021 2,20% 139.616 19 2.032 1,77% 172.747
9 2.022 2,16% 142.628 20 2.033 1,74% 175.759 Fonte: SERENCO, 2013
19
Tabela 2 - População Flutuante
POP. FLUT. EM DOM.
DE USO OCASIONAL
POP. FLUT. EM
HOTEIS e POUSADAS
POP. FLUT. EM DOM.
PERMANENTESPOP. FLUT. TOTAL
-1 2.012 67.563 6.756 37.827 112.147
0 2.013 69.372 6.937 38.840 115.149
1 2.014 71.180 7.118 39.852 118.151
2 2.015 72.989 7.299 40.865 121.153
3 2.016 74.798 7.480 41.878 124.155
4 2.017 76.606 7.661 42.890 127.157
5 2.018 78.415 7.842 44.051 130.308
6 2.019 80.224 8.022 45.067 133.313
7 2.020 82.033 8.203 46.083 136.319
8 2.021 83.841 8.384 47.099 139.324
9 2.022 85.650 8.565 48.115 142.330
10 2.023 87.458 8.746 49.298 145.502
11 2.024 89.267 8.927 50.317 148.511
12 2.025 91.076 9.108 51.337 151.520
13 2.026 92.884 9.288 52.356 154.529
14 2.027 94.693 9.469 53.376 157.538
15 2.028 96.502 9.650 54.580 160.732
16 2.029 98.311 9.831 55.603 163.745
17 2.030 100.119 10.012 56.626 166.757
18 2.031 101.928 10.193 57.649 169.769
19 2.032 103.736 10.374 58.672 172.782
20 2.033 105.545 10.555 59.695 175.794
ANO
Fonte: SERENCO, 2013
Analisando os dados da Tabela anterior e comparando com a população
residente verificamos que atualmente a população flutuante atinge diferentes
percentuais da população fixa, na alta temporada, representante um aumento
de 100% da população.
A explicação coerente para essas divergências se deve ao fato de que os
valores populacionais de alta temporada equivalem a picos de ocupação em
períodos excepcionais, correspondentes a alguns dias do ano, como no
carnaval e no ano novo.
A seguir apresenta-se a Tabela que resulta na população total de temporada,
ou seja, a soma das populações: fixa (residente) e flutuante total.
20
Tabela 3 - População de Temporada
POPULAÇÃO
RESIDENTE
POPULAÇÃO
FLUTUANTETOTAL
-1 2.012 112.509 112.147 224.656
0 2.013 115.521 115.149 230.670
1 2.014 118.533 118.151 236.684
2 2.015 121.545 121.153 242.698
3 2.016 124.557 124.155 248.712
4 2.017 127.569 127.157 254.726
5 2.018 130.581 130.308 260.888
6 2.019 133.593 133.313 266.906
7 2.020 136.605 136.319 272.924
8 2.021 139.616 139.324 278.941
9 2.022 142.628 142.330 284.958
10 2.023 145.640 145.502 291.142
11 2.024 148.652 148.511 297.163
12 2.025 151.664 151.520 303.185
13 2.026 154.676 154.529 309.205
14 2.027 157.688 157.538 315.226
15 2.028 160.700 160.732 321.432
16 2.029 163.712 163.745 327.456
17 2.030 166.723 166.757 333.480
18 2.031 169.735 169.769 339.504
19 2.032 172.747 172.782 345.529
20 2.033 175.759 175.794 351.553
ANO
Fonte: SERENCO, 2013
21
3. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
A construção de cenários futuros é uma ferramenta importante para o
planejamento e a tomada de decisões futuras apropriadas, ou seja, o
estabelecimento de prognósticos. É importante ressaltar que a construção de
cenários permite a integração das ações que atendam as questões financeiras,
ecológicas, sociais e tecnológicas, estabelecendo a percepção da evolução do
presente para o futuro.
A geração dos cenários permite antever um futuro incerto e como este futuro
pode ser influenciado pelas decisões propostas no presente. Por isso, os
cenários não são previsões, mas sim imagens alternativas do futuro que foram
subsidiadas por um diagnóstico, conhecimento técnico, e demandas da
comunidade expressas no processo construtivo do planejamento.
A técnica de planejamento baseada na construção de cenários é pouco
conhecida no Brasil. Dos diversos planos municipais de Saneamento Básico
consultados, poucos deles abordam, mesmo que superficialmente, o tema.
Entretanto, o documento intitulado “Metodologia e Técnicas de Construção de
Cenários Globais e Regionais” elaborado por Sérgio C. Buarque, em 2003,
para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, órgão vinculado ao
Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, fornece uma base teórica e
fundamentos metodológicos práticos muito importantes, sendo utilizados como
referência na construção de cenários futuros.
De acordo com a metodologia de Buarque (2003), estes cenários são
interpretados da seguinte maneira:
Um cenário previsível, com os diversos atores setoriais agindo
isoladamente e sem a implantação e/ou interferência do PMSB, e,
22
Um cenário normativo, com o PMSB agindo como instrumento
indutor de ações planejadas e integradas entre si.
A técnica de cenários baseia-se na prospecção e na projeção de ocorrências
imprevisíveis e, tem como princípios básicos a intuição e o livre pensamento.
Portanto, não é recomendável estabelecer uma metodologia rígida, com
tabelas, gráficos e fórmulas que limitem a intuição e a divagação por mais
absurda que possa parecer. Não existe uma única forma de delinear cenários
devido às peculiaridades de cada atividade ou região.
Entretanto, é necessário que se estabeleça um roteiro (não obrigatório) que
evite a dispersão de ideias e conduza ao objetivo pretendido. A Figura 1
apresenta, de forma sucinta, a metodologia adotada.
Figura 1 - Esquema Geral da Metodologia para a Elaboração dos Cenários
Fonte: SERENCO, 2013
Neste contexto poderíamos resumir os seguintes cenários: (i) Desejado – O
Município alcançará, no futuro (indefinido e utópico), a plena gestão dos
sistemas; (ii) Previsível – crescimento urbano mais controlado do que hoje, e
(iii) Normativo – crescimento urbano ordenado com a plena gestão dos
sistemas.
23
Propõe-se o seguinte roteiro, num processo de aproximações sucessivas:
a) elaboração do primeiro esboço do cenário desejado (ideias, desejos, e
utopias);
b) listagem exaustiva e aleatória das ameaças, oportunidades e
incertezas;
c) análise da consistência, aglutinando semelhantes, identificando as
mais críticas;
d) formulação de esboço do cenário previsível (tendência) resultado das
ameaças e incertezas;
e) aponte de prioridades e objetivos que conduziram ao cenário normativo
(possível e planejado);
f) seleção de objetivos e ações prioritárias, e,
g) reinício do processo quantas vezes forem necessárias.
A formulação de cenários consiste no exercício do livre pensamento, portanto,
é necessário que não se perca o foco do principal objetivo contratual, que é a
elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. O excesso de
preciosismo ou a abertura de um leque imenso de alternativas e participações
poderá conduzir a um estudo ficcional, sem aplicação prática, que consumirá
um tempo de formulação, discussão, e aprovação, muito maior do que o
requerido para elaborar o próprio PMSB, que é o objeto do presente contrato.
A construção de cenários dentro do Plano Municipal de Saneamento Básico
será a mais objetiva possível, limitada a sua capacidade de intervenção, de
forma a se tornar um instrumento eficaz de prevenção e remoção de
obstáculos e, principalmente, no estabelecimento de prioridades.
O processo inicia (em cada etapa) com uma relação aleatória de ideias,
desejos, ameaças, oportunidades e incertezas, as quais vão sendo
gradativamente organizadas, aglutinadas, excluídas e priorizadas – processo
indutivo. Também poderá seguir o caminho inverso, partindo da síntese do
24
futuro desejado, o qual vai sendo gradativamente detalhado – processo
dedutivo.
Do documento elaborado por Sérgio C. Buarque para o IPEA, em 2003, outro
trecho explica com muita clareza a questão:
“... as metodologias de construção de cenários podem ser
diferenciadas em dois grandes conjuntos distintos segundo o
tratamento analítico:(a) Indutivo - os cenários emergem do particular
para o geral e, se estruturam pelo agrupamento das hipóteses,
formando blocos consistentes que expressam determinados
futuros..., surgindo por si mesmos como resultado da organização
dos eventos, sem uma definição apriorística do desenho do futuro;
(b) Dedutivo -... saindo do geral e indo para o particular, por meio de
uma descrição do estado futuro que traduza a natureza básica da
realidade.”
Após o esboço do cenário desejado tem início a etapa mais importante, que
consiste na identificação das ameaças e incertezas que poderão dificultar ou
até impedir o alcance deste futuro desejado. Ainda segundo BUARQUE, 2003:
“A essência do trabalho de construção de cenários concentra-
se, portanto, em dois grandes momentos fundamentais: a
identificação das incertezas críticas e a formulação das
hipóteses.”
Não basta elaborar uma lista detalhada de ameaças, é preciso compará-la com
a lista de oportunidades (regulação existente, ações e projetos em andamento,
recursos disponíveis ou contratados, alternativas já aprovadas pela população,
etc.). Deste confronto surgirá uma lista depurada de ameaças ou incertezas
aglutinando as semelhantes, eliminando as sem plausibilidade ou sem
relevância. O passo seguinte define as mais críticas e relevantes, o que é feito
através de matrizes ou tabelas, e a adoção de graus de avaliação. Sugerem-se
três graus de relevância: A – alta, M – média e, B – baixa.
25
Isto posto, conforme já mencionado, o momento mais importante na definição
de cenários é a identificação das ameaças críticas de maior relevância e de
maior incerteza extraídas do diagnóstico, PRODUTO 4.
A identificação de oportunidades é importante para que na próxima etapa seja
possível quantificar e qualificar as ameaças. Definem-se as ameaças críticas
mais relevantes e mais incertas e consequentemente as ações prioritárias.
Embora a teoria de elaboração de cenários não recomende a utilização de
tabelas e gráficos pré-definidos para não limitar a criatividade e a intuição, o
modelo matemático será aplicado para a ponderação das ameaças críticas
relativas à Construção dos Cenários do Plano Municipal de Saneamento
Básico do Município. As notas adotadas para a relevância e para a incerteza
são as seguintes: 05 para Alta, 03 para Média e 01 para Baixa. A prioridade (P)
é definida pela multiplicação de relevância (R) e incerteza (I), (P=RxI).
Em vista do exposto, qual o caminho ou tipo de cenário a adotar? Indutivo ou
dedutivo é uma decisão da equipe técnica de especialistas da Consultora
SERENCO, já que isto irá se configurar somente após a realização das
consultas públicas programadas ao longo da construção do PMSB.
A teoria de montagem de cenários tem demonstrado que o caminho adotado
não se identifica a priori sem as consultas públicas. Quando um caminho não
traz os resultados desejados, tenta-se outro. É preciso entender que Cenários
são um exercício livre de pensamento a ser ajustado a cada passo. É
importante salientar que a Consultora propõe uma tecnologia de construção de
cenários para alcançar os resultados desejados, e cabe a ela, portanto, total
responsabilidade no caminho adotado. A função da Contratante INEA será o de
analisar e debater os resultados alcançados com os participantes das consultas
públicas.
26
Desta forma, a identificação do caminho a ser adotado somente se dará
quando da conclusão dos trabalhos relativos a Construção dos Cenários para o
PMSB do Município, os quais serão submetidos à análise por parte do grupo
local de técnicos responsáveis pelo acompanhamento dos trabalhos e pelo
INEA.
3.1 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
A Sistemática CDP aplicada normalmente na elaboração dos Planos
Municipais de Saneamento Básico apresenta basicamente um método de
ordenação criteriosa e operacional dos problemas e fatos, resultantes de
pesquisas e levantamentos, proporcionando apresentação compreensível e
compatível com a situação atual da cidade, ou seja, do Diagnóstico.
A classificação dos elementos segundo Condicionantes/Deficiências/
Potencialidades, (CDP) atribui aos mesmos uma função dentro do processo de
desenvolvimento da cidade. Isto significa que as tendências desse
desenvolvimento podem ser percebidas com maior facilidade.
De acordo com esta classificação é possível estruturar a situação dos
Municípios, conforme segue:
Condicionantes: Elementos existentes no ambiente urbano, planos e decisões
existentes, com consequências futuras no saneamento básico ou no
desenvolvimento do Município, e que pelas suas características e implicações
devem ser levados em conta no planejamento de tomadas de decisões.
Deficiências: São elementos ou situações de caráter negativo que significam
estrangulamentos na qualidade de vida das pessoas e dificultam o
desenvolvimento do Município.
27
Potencialidades: São aspectos positivos existentes no Município que devem
ser explorados e/ou otimizados, resultando em melhoria da qualidade de vida
da população.
As deficiências e as potencialidades podem ter as seguintes características:
técnicas, naturais, culturais, legais, financeiras, sociais, administrativas e
econômicas.
A utilização da sistemática CDP possibilita classificar todos os aspectos
levantados nas leituras técnicas e comunitárias (diagnóstico) nestas três
categorias, visando a montagem dos cenários, identificando as ações
prioritárias e as tomadas de decisões.
A aplicação do CDP abre o caminho para aplicação da metodologia proposta
para construção dos Cenários Futuros para Araruama.
A sequência do trabalho obedece a metodologia descrita e proposta para a
construção dos cenários futuros, de acordo com os parâmetros a seguir
identificados:
I - Ameaças e oportunidades do atual modelo de gestão:
- primeiro são elencadas todas as ameaças e oportunidades do
atual modelo de gestão;
II - A identificação das ameaças críticas através de matriz numérica;
- segunda etapa consiste em identificar as prioridades, através do
produto das Relevâncias e Incertezas de cada Ameaça,
anteriormente elencadas. Sendo os índices de relevância e
incerteza os seguintes:
III - A convergência das ameaças críticas, e,
IV - A hierarquização dos principais temas.
Alta = 05 Média = 03 Baixa = 01
PRIORIDADE = RELEVÂNCIA X INCERTEZA
28
Na última etapa é realizada a hierarquização por ordem decrescente, do grupo
que mais pontuou, para o que menos pontuou.
4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA e ESGOTAMENTO SANITÁRIO
4.1 INTRODUÇÃO
Como forma de nortear as propostas para os sistemas de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, utilizaremos como base a Lei 11.445 de 5 de
janeiro de 2.007, que cita algumas definições e princípios fundamentais, tais
como:
Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e
componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico,
propiciando à população o acesso na conformidade de suas
necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;
Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde
pública e à proteção do meio ambiente;
Eficiência e sustentabilidade econômica;
Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de
pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e
progressivas;
Segurança, qualidade e regularidade;
Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição
final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o
seu lançamento final no meio ambiente;
Universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os
domicílios ocupados ao saneamento básico;
29
Subsídios: instrumento econômico de política social para garantir a
universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para
populações e localidades de baixa renda;
Através destes princípios fundamentais citados, percebemos a necessidade
legal dos sistemas atingirem a totalidade da população, sabendo-se que, para
isso, deve-se prever um espaço de tempo (metas graduais) e que nem todos
receberão os serviços da mesma forma, mas todos devem ser atendidos de
forma adequada.
Quanto ao sistema de abastecimento de água, o PLANSAB (Plano Nacional de
Saneamento Básico) trata como atendimento adequado o fornecimento de
água potável por rede de distribuição, com ou sem canalização interna, ou por
poço, nascente ou cisterna, com canalização interna, em qualquer caso sem
intermitência prolongada ou racionamentos, mostrando as diferentes formas de
atendimento à população. Para o sistema de esgoto a atendimento adequado
se dá por coleta seguida de tratamento ou o uso de fossa séptica, também de
acordo com o PLANSAB.
Um exemplo para estes sistemas de que nem toda a população receberá o
serviço da mesma forma é que, em alguns pontos, ocorrerão sistemas coletivos
(onde há maior adensamento populacional) enquanto que em outros as
soluções deverão ser individuais.
Quanto à forma de coleta dos sistemas coletivos de esgotamento sanitário, a
tendência e a vontade de todos os envolvidos (Poder Concedente, população e
Concessionárias), é que seja através de redes separadoras absolutas.
Mas para que isso se torne realidade, devemos prever, ou ao menos elencar
alternativas de recursos para a sua execução. Quanto a este assunto,
retornamos à Lei 11.445, em seu artigo 29:
30
“Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade
econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante
remuneração pela cobrança dos serviços;
I – de abastecimento de água e esgotamento sanitário:
preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos, que
poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos
conjuntamente”;
Pelo texto da Lei, este sistema tem sua sustentabilidade econômico-financeira
assegurada, preferencialmente pela forma de cobrança dos serviços, isto é,
basicamente o sistema deve ser equilibrado entre o que se arrecada e o que se
gasta com sua operação e os investimentos necessários à ampliação
progressiva para se chegar à universalização, assim como o sistema de
abastecimento de água.
No caso em questão do Município de Araruama, este está inserido em uma
prestação de serviços regionalizada, junto com outros dois Municípios quanto
aos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário (Saquarema
e Silva Jardim).
Portanto, além do que assegura a própria Lei 11.445 quanto ao equilíbrio
econômico financeiro dos sistemas de água e esgoto, existe já um contrato de
concessão vigente em que existem regras e condições para a prestação dos
serviços deste sistema e também condições de equilíbrio econômico financeiro,
tais como, valores de tarifas e de investimentos ao longo do período de
concessão.
O equilíbrio econômico-financeiro do contrato vigente está assegurado, para o
sistema de esgotamento sanitário, considerando as obras constantes no 7º
Termo Aditivo, que são todas as necessárias para o atendimento das metas
contratuais, segundo os próprios Termos Aditivos e a Segunda Revisão
Quinquenal.
31
Para o sistema de água os investimentos estão previstos no 3º Termo Aditivo e
também são todos os necessários para atendimento das metas contratuais.
4.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Os Municípios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim fazem parte de um
sistema integrado de distribuição de água, concedido à iniciativa privada para a
empresa CAJ (Concessionária Águas de Juturnaíba), que abastece estes 3
Municípios a partir do mesmo manancial, a saber, a Represa de Juturnaíba.
Por este motivo, o funcionamento do sistema como um todo é de suma
importância para cada um dos Municípios.
Desta forma, iniciaremos o estudo sobre este sistema através das demandas,
especificamente para Araruama, mas também para a área da concessão como
um todo.
Além disso, a Represa de Juturnaíba também é o manancial de abastecimento
de outros 5 Municípios da região (Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo
Frio, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande), que são abastecidos por outra
concessionária, mas que se utilizam do mesmo manancial. Portanto, as
demandas destes outros 5 Municípios também interessam a todos os outros
quanto à disponibilidade hídrica deste manancial, já que não se vislumbram
outras fontes de abastecimento na região.
4.2.1 Objetivos Gerais
I. Ampliação da produção e transporte de água tratada;
II. Promover a expansão da rede de abastecimento de água em
consonância com o programa de universalização dos serviços;
III. Ampliação da reservação de água tratada;
IV. Qualidade de atendimento ao usuário, com respeito a prazos
estabelecidos;
32
V. Qualidade dos produtos (atendimento ao padrão de potabilidade da
água distribuída definido pela Portaria 2.914 do Ministério da Saúde);
VI. Continuidade e regularidade;
VII. Hidrometração, com manutenção de, no mínimo, 98% do total de
ligações dotadas com hidrômetro em condições de leitura;
VIII. Controle de perdas de forma a atender a meta estabelecida na
Segunda Revisão Quinquenal, conforme descrito no Produto 4;
IX. Metas de cobertura dos serviços, atendendo ao disposto no Contrato
de Concessão;
4.2.2 Metas de atendimento
4.2.2.1 Contrato de concessão da CAJ
Quanto à porcentagem de atendimento da população com o sistema de
abastecimento de água, as metas vigentes da concessão são as constantes no
Contrato de Concessão, conforme a seguir.
Tabela 4 - Metas de Níveis de Atendimento (Contrato de Concessão)
ANO Água
3 (2.001) 80%
8 (2.006) 85%
13 (2.011) 90%
20 (2.018) 95%
25 (2.023) 100%
Fonte: Contrato de concessão - CAJ
As metas existentes dizem respeito à área de concessão como um todo.
Comparando-se a quantidade de economias residenciais existentes no ano de
2.012 informada pela CAJ e o número de domicílios totais estimados também
para o ano de 2.012 (projeção feita pela Serenco no produto 6), pode-se
calcular o nível de atendimento atual com o sistema de abastecimento de água
do Município de Araruama e também da área de concessão.
33
Tabela 5 - Níveis de Atendimento (2012)
Município Economias residenciais
(2013)
Projeção de domicílios totais
(2013)
% atendimento
Araruama 42.184 58.948 71,56%
Saquarema 13.003 36.371 (*) 35,75%
Silva Jardim 2.567 5.714 (*) 44,92%
Total da Concessão 57.754 101.033 57,16%
(*) estimativa de domicílios da área de concessão
Fonte: Serenco, 2013
Desta forma conclui-se que o nível de atendimento atual está abaixo do
estipulado contratualmente, nível este que deverá ser atendido com as ações
propostas no presente PMSB.
Por estas obrigações legais vigentes, o atendimento de 100% da população
urbana dos Municípios participantes da concessão tem obrigação de acontecer
no ano 2.023.
4.2.2.2 PLANSAB
De acordo com a proposta do Plansab (Plano Nacional de Saneamento
Básico), que está no presente momento em consulta pública para posterior
aprovação, o atendimento adequado quanto ao sistema de abastecimento de
água é através de rede de distribuição (com ou sem canalização interna) ou por
poço, nascente ou cisterna (com canalização interna). A opção por poço será
proposta para as regiões menos adensadas (geralmente áreas rurais).
No documento que está em consulta pública foram definidas metas de
atendimento para as diversas regiões do País, conforme a seguir.
34
Tabela 6 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)
Para o Sudeste consta um valor de 98% de atendimento, para o ano de 2.015,
dos domicílios urbanos e rurais abastecidos por rede de distribuição e por poço
ou nascente. Este valor sobe para 99% em 2.020 e 100% em 2.030.
O documento também previu metas para os Estados individualmente.
35
Tabela 7 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %)
Olhando novamente para o indicador A1, os números para o Estado do Rio de
Janeiro são: 97% de atendimento para o ano de 2.015, 100% em 2.020 e 100%
em 2.030.
O atendimento atual por poço é de difícil mensuração, até porque não se
consegue, atualmente, obter números confiáveis de sua existência. Por este
motivo, para as regiões em áreas não concedidas, que são menos adensadas
e deverão ser atendidas com soluções individuais, fica prejudicado o estudo e
confecção de cronograma físico-financeiro das ações para a universalização.
36
Utilizaremos como premissa para atendimento da população da área de
concessão, apenas aquela atendida com rede de distribuição.
Quanto à gestão dos serviços, também existem algumas metas a serem
seguidas.
Tabela 8 – Metas para gestão dos serviços de saneamento nas macrorregiões e no País
(em %)
4.2.3 Demandas
A base para o estudo de demandas é a projeção populacional, que foi tema do
produto 6 deste Plano. A partir da população estimada foram utilizadas
algumas premissas para o cálculo das demandas do sistema de abastecimento
de água:
Simultaneidade de 70% da população flutuante;
Consumo per capita e perdas = conforme estudo da FGV para a 2ª
revisão quinquenal da CAJ;
Coeficiente K1 = 1,2 (valor adotado usualmente para o Brasil) - relativo
aos dias de maior consumo, em geral em função das condições
climáticas (dias quentes do ano);
37
Coeficiente K2 = 1,5 (valor adotado usualmente para o Brasil) - relativo
às horas de maior consumo dentro do dia, dado pela coincidência de
uso intenso da água (banho e cozinha).
Reservação de água tratada necessária = 1/3 do consumo diário (dia de
maior consumo);
A população projetada, conforme as premissas listadas anteriormente, com
horizonte de planejamento de 20 anos, resultaram na tabela a seguir.
Tabela 9 – Projeção de população para cálculo de demandas de Araruama
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL
-1 2.012 112.509 112.146 224.655 70 78.502 191.011
0 2.013 115.521 115.148 230.669 70 80.604 196.125
1 2.014 118.533 118.150 236.683 70 82.705 201.238
2 2.015 121.545 121.153 242.698 70 84.807 206.352
3 2.016 124.556 124.155 248.711 70 86.909 211.465
4 2.017 127.568 127.157 254.725 70 89.010 216.578
5 2.018 130.580 130.307 260.887 70 91.215 221.795
6 2.019 133.592 133.313 266.905 70 93.319 226.911
7 2.020 136.604 136.319 272.923 70 95.423 232.027
8 2.021 139.616 139.324 278.940 70 97.527 237.143
9 2.022 142.628 142.329 284.957 70 99.630 242.258
10 2.023 145.640 145.501 291.141 70 101.851 247.491
11 2.024 148.652 148.511 297.163 70 103.958 252.610
12 2.025 151.664 151.520 303.184 70 106.064 257.728
13 2.026 154.675 154.528 309.203 70 108.170 262.845
14 2.027 157.687 157.538 315.225 70 110.277 267.964
15 2.028 160.699 160.731 321.430 70 112.512 273.211
16 2.029 163.711 163.744 327.455 70 114.621 278.332
17 2.030 166.723 166.756 333.479 70 116.729 283.452
18 2.031 169.735 169.769 339.504 70 118.838 288.573
19 2.032 172.747 172.781 345.528 70 120.947 293.694
20 2.033 175.759 175.794 351.553 70 123.056 298.815
Fonte: SERENCO, 2013
38
Tabela 10 – Projeção de população para cálculo de demandas da área de abrangência da
Concessão da CAJ
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL
-1 2.012 192.340 193.738 386.078 70 135.616 327.956
0 2.013 197.630 199.181 396.811 70 139.427 337.057
1 2.014 202.959 204.675 407.634 70 143.273 346.232
2 2.015 208.330 210.222 418.552 70 147.155 355.486
3 2.016 213.739 215.817 429.556 70 151.072 364.811
4 2.017 219.191 221.463 440.654 70 155.024 374.215
5 2.018 224.682 227.391 452.072 70 159.174 383.855
6 2.019 230.214 233.145 463.359 70 163.202 393.415
7 2.020 235.786 238.950 474.736 70 167.265 403.051
8 2.021 241.399 244.805 486.204 70 171.364 412.763
9 2.022 247.052 250.711 497.763 70 175.498 422.550
10 2.023 252.746 256.929 509.676 70 179.851 432.597
11 2.024 258.481 262.945 521.426 70 184.061 442.543
12 2.025 264.256 269.009 533.265 70 188.306 452.562
13 2.026 270.071 275.124 545.195 70 192.587 462.657
14 2.027 275.927 281.291 557.218 70 196.904 472.831
15 2.028 281.824 287.802 569.625 70 201.461 483.285
16 2.029 287.762 294.077 581.839 70 205.854 493.616
17 2.030 293.739 300.402 594.141 70 210.281 504.021
18 2.031 299.758 306.779 606.537 70 214.745 514.503
19 2.032 305.817 313.205 619.023 70 219.244 525.061
20 2.033 311.917 319.683 631.600 70 223.778 535.695
Fonte: SERENCO, 2013
Antes ainda do cálculo das demandas, utilizou-se o conceito de população
equivalente, isto porque toda a projeção populacional serve de base para o
cálculo do consumo doméstico ou residencial. Para conhecer a parcela de
consumo não residencial consideramos a representatividade do numero de
economias residenciais no total de economias do sistema (aproximadamente
94% para Araruama, conforme dados do produto 4). A partir dessa
constatação, projetou-se a população equivalente a partir das economias totais
resultando na população de projeto.
39
Tabela 11 – Projeção de população de projeto de Araruama
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL EQUIVALENTE
-1 2.012 112.509 112.146 224.655 70 78.502 191.011 202.490
0 2.013 115.521 115.148 230.669 70 80.604 196.125 207.912
1 2.014 118.533 118.150 236.683 70 82.705 201.238 213.332
2 2.015 121.545 121.153 242.698 70 84.807 206.352 218.753
3 2.016 124.556 124.155 248.711 70 86.909 211.465 224.174
4 2.017 127.568 127.157 254.725 70 89.010 216.578 229.594
5 2.018 130.580 130.307 260.887 70 91.215 221.795 235.125
6 2.019 133.592 133.313 266.905 70 93.319 226.911 240.548
7 2.020 136.604 136.319 272.923 70 95.423 232.027 245.972
8 2.021 139.616 139.324 278.940 70 97.527 237.143 251.395
9 2.022 142.628 142.329 284.957 70 99.630 242.258 256.817
10 2.023 145.640 145.501 291.141 70 101.851 247.491 262.365
11 2.024 148.652 148.511 297.163 70 103.958 252.610 267.792
12 2.025 151.664 151.520 303.184 70 106.064 257.728 273.217
13 2.026 154.675 154.528 309.203 70 108.170 262.845 278.642
14 2.027 157.687 157.538 315.225 70 110.277 267.964 284.068
15 2.028 160.699 160.731 321.430 70 112.512 273.211 289.631
16 2.029 163.711 163.744 327.455 70 114.621 278.332 295.060
17 2.030 166.723 166.756 333.479 70 116.729 283.452 300.487
18 2.031 169.735 169.769 339.504 70 118.838 288.573 305.916
19 2.032 172.747 172.781 345.528 70 120.947 293.694 311.345
20 2.033 175.759 175.794 351.553 70 123.056 298.815 316.774
Fonte: SERENCO, 2013
40
Tabela 12 – Projeção de população de projeto dos Municípios da área de Concessão da
CAJ
POPULAÇÃO
ANO RESIDENTE FLUTUANTE TOTAL %
OCUPAÇÃO FLUTUANTE
MÁXIMA TOTAL EQUIVALENTE
-1 2.012 192.340 193.738 386.078 70 135.616 327.956 347.665
0 2.013 197.630 199.181 396.811 70 139.427 337.057 357.313
1 2.014 202.959 204.675 407.634 70 143.273 346.232 367.040
2 2.015 208.330 210.222 418.552 70 147.155 355.486 376.848
3 2.016 213.739 215.817 429.556 70 151.072 364.811 386.736
4 2.017 219.191 221.463 440.654 70 155.024 374.215 396.704
5 2.018 224.682 227.391 452.072 70 159.174 383.855 406.924
6 2.019 230.214 233.145 463.359 70 163.202 393.415 417.058
7 2.020 235.786 238.950 474.736 70 167.265 403.051 427.274
8 2.021 241.399 244.805 486.204 70 171.364 412.763 437.569
9 2.022 247.052 250.711 497.763 70 175.498 422.550 447.945
10 2.023 252.746 256.929 509.676 70 179.851 432.597 458.595
11 2.024 258.481 262.945 521.426 70 184.061 442.543 469.139
12 2.025 264.256 269.009 533.265 70 188.306 452.562 479.759
13 2.026 270.071 275.124 545.195 70 192.587 462.657 490.463
14 2.027 275.927 281.291 557.218 70 196.904 472.831 501.246
15 2.028 281.824 287.802 569.625 70 201.461 483.285 512.329
16 2.029 287.762 294.077 581.839 70 205.854 493.616 523.282
17 2.030 293.739 300.402 594.141 70 210.281 504.021 534.311
18 2.031 299.758 306.779 606.537 70 214.745 514.503 545.424
19 2.032 305.817 313.205 619.023 70 219.244 525.061 556.617
20 2.033 311.917 319.683 631.600 70 223.778 535.695 567.889
Fonte: SERENCO, 2013
A seguir apresentaremos os valores considerados, para o cálculo de
demandas, do consumo per capita e do índice de perdas, extraídas da segunda
revisão quinquenal do Contrato de Concessão.
41
Tabela 13 – Consumo per capita e índice de perdas
PER CAPITA PERDAS PER CAPITA
ANO ÁGUA % COM
PERDAS
-1 2.012 121 45 220
0 2.013 132 40 220
1 2.014 142 35 218
2 2.015 144 34 218
3 2.016 144 33 215
4 2.017 146 32 215
5 2.018 146 31 212
6 2.019 147 30 210
7 2.020 146 29 205
8 2.021 144 28 200
9 2.022 142 27 195
10 2.023 143 25 190
11 2.024 143 25 190
12 2.025 143 25 190
13 2.026 143 25 190
14 2.027 143 25 190
15 2.028 143 25 190
16 2.029 143 25 190
17 2.030 143 25 190
18 2.031 143 25 190
19 2.032 143 25 190
20 2.033 143 25 190
Fonte: 2.ª Revisão Quinquenal - CAJ, 2010
Fazendo referência ao produto 4, o índice de perdas informado pela
Concessionária está em torno de 50%, índice acima do previsto e que deverá
ser adequado o quanto antes.
Quanto ao consumo per capita, não foram disponibilizadas informações de
forma a se realizar um estudo específico para cada Município de evolução
deste indicador ao longo do tempo. A única informação possível de ser utilizada
é referente a março de 2.013. A partir das informações disponibilizadas pela
Concessionária do consumo medido mensal residencial e do número de
economias residenciais, foi possível calcular o consumo per capita deste mês
em questão.
42
Tabela 14 – Consumo per capita – março de 2.013
Município
Consumo medido
residencial (m³)
Economias residenciais
(2013)
Cons. Medido /
economia (m³/eco.mes)
Habitantes / domicílio
Per capta (l.Hab/dia)
Araruama 381.506 42.184 9,04 3,45 84,56
Saquarema 105.386 13.003 8,10 3,45 75,78
Silva Jardim 24.359 2.567 9,49 3,45 88,73
Total da Concessão 511.251 57.754 8,85 3,45 82,77
Os pontos críticos do sistema de abastecimento de água, pela atual situação
levantada e por este ser interligado à todos os Municípios pertencentes à
concessão, são a produção e o transporte de água tratada, sendo gerais a
todos os Municípios.
Por este motivo, o consumo per capita geral da concessão é o número correto
a ser utilizado para os cálculos de demandas. Na tabela 14 nota-se que os
valores calculados mostram-se invariavelmente menores do que os utilizados
no documento da Segunda Revisão Quinquenal.
Este fato pode ser explicado pela demanda reprimida, já que o abastecimento é
feito por manobras.
Por estes motivos, será utilizado o valor contido na Segunda Revisão
Quinquenal, por este ser um número de maior consumo per capita e apresentar
maior margem de segurança.
A partir de todas estas considerações, seguem os valores calculados de
demandas para Araruama e para toda a área de concessão da CAJ.
44
Tabela 16 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da CAJ
Fonte: SERENCO, 2013
Quanto à reservação, utilizando-se da premissa de reservar 1/3 do consumo
diário (dia de maior consumo), chega-se ao seguinte quadro de capacidade de
reservatórios necessária.
45
Tabela 17 – Reservação necessária em Araruama
DEMANDA ÁGUA L/S RESERVAÇÃO (M3)
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO NECESSÁRIA
-1 2.012 464 557 835 16.037
0 2.013 476 572 858 16.467
1 2.014 485 583 874 16.778
2 2.015 497 597 895 17.182
3 2.016 502 602 903 17.345
4 2.017 513 616 924 17.746
5 2.018 547 656 985 18.905
6 2.019 555 667 1.000 19.196
7 2.020 556 667 1.001 19.220
8 2.021 553 663 995 19.106
9 2.022 549 659 989 18.983
10 2.023 579 695 1.042 20.010
11 2.024 591 709 1.064 20.424
12 2.025 603 724 1.085 20.837
13 2.026 615 738 1.107 21.251
14 2.027 627 752 1.128 21.665
15 2.028 639 767 1.150 22.089
16 2.029 651 781 1.172 22.503
17 2.030 663 796 1.194 22.917
18 2.031 675 810 1.215 23.331
19 2.032 687 824 1.237 23.745
20 2.033 699 839 1.258 24.159 Fonte: SERENCO, 2013
46
Tabela 18 – Reservação necessária na área de concessão da CAJ
DEMANDA L/S RESERVAÇÃO (M3)
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO NECESSÁRIA
-1 2.012 797 956 1.434 27.535
0 2.013 819 983 1.474 28.299
1 2.014 835 1.002 1.503 28.866
2 2.015 856 1.028 1.542 29.600
3 2.016 866 1.039 1.558 29.923
4 2.017 887 1.065 1.597 30.663
5 2.018 947 1.136 1.704 32.719
6 2.019 963 1.156 1.733 33.281
7 2.020 966 1.159 1.739 33.388
8 2.021 962 1.155 1.732 33.255
9 2.022 958 1.150 1.725 33.111
10 2.023 1.012 1.214 1.822 34.975
11 2.024 1.035 1.242 1.864 35.780
12 2.025 1.059 1.270 1.906 36.590
13 2.026 1.082 1.299 1.948 37.406
14 2.027 1.106 1.327 1.991 38.228
15 2.028 1.131 1.357 2.035 39.074
16 2.029 1.155 1.386 2.079 39.909
17 2.030 1.179 1.415 2.122 40.750
18 2.031 1.204 1.444 2.167 41.598
19 2.032 1.228 1.474 2.211 42.451
20 2.033 1.253 1.504 2.256 43.311
Fonte: SERENCO, 2013
4.2.4 Disponibilidade hídrica
Para que possamos comparar a necessidade da população que se abastece da
Represa de Juturnaíba e a sua capacidade em fornecer água, devemos ainda
somar às demandas anteriormente calculadas para toda a área de concessão
da CAJ, também os Municípios que fazem parte da concessão da Prolagos, a
saber: Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e
Iguaba Grande.
Como o presente Plano também está sendo feito para estes outros 5
Municípios, foram feitas as projeções populacionais conforme o mesmo padrão
mostrado anteriormente.
47
Além destes, deve-se somar os distritos de Silva Jardim, que somam uma
necessidade de 14 l/s e não estão na área de concessão da CAJ, mas deverão
ser abastecidos pelo mesmo manancial.
Os resultados de demandas para a área de concessão da Prolagos seguem na
tabela a seguir.
Tabela 19 – Demandas do sistema de água para a área de concessão da Prolagos
DEMANDA ÁGUA L/S
ANO MÉDIA DIA >
CONSUMO HORA >
CONSUMO
-1 2.012 1.343 1.612 2.418
0 2.013 1.365 1.638 2.457
1 2.014 1.397 1.677 2.515
2 2.015 1.544 1.853 2.779
3 2.016 1.579 1.895 2.842
4 2.017 1.601 1.922 2.883
5 2.018 1.626 1.951 2.926
6 2.019 1.648 1.977 2.966
7 2.020 1.670 2.004 3.006
8 2.021 1.705 2.046 3.069
9 2.022 1.727 2.072 3.108
10 2.023 1.751 2.101 3.151
11 2.024 1.772 2.127 3.190
12 2.025 1.805 2.165 3.248
13 2.026 1.837 2.204 3.306
14 2.027 1.869 2.243 3.364
15 2.028 1.903 2.284 3.425
16 2.029 1.935 2.322 3.483
17 2.030 1.967 2.360 3.541
18 2.031 1.999 2.399 3.598
19 2.032 2.031 2.437 3.655
20 2.033 2.065 2.478 3.717
Fonte: SERENCO, 2013
Somando-se as duas áreas e os distritos de Silva Jardim, chega-se a uma
necessidade de retirada de 3.996 m³ no ano 2.033.
De acordo com o estudo disponibilizado pelo Consórcio Intermunicipal Lagos
São João, desenvolvido por Hora et al. (2008) e Noronha (2009), e que foi
transcrito no produto 4, existe a disponibilidade de retirada de, levando-se em
conta os outros usos dos mananciais (tais como a atividade agrícola, pecuária
48
e vazão mínima a jusante), 2.000 l/s adicionais considerando as atuais
retiradas autorizadas de 150 l/s (CEDAE – Rio Bacaxá), 1.100 l/s (CAJ) e 1.200
l/s (Prolagos).
Portanto, para as concessionárias CAJ e Prolagos, existe a disponibilidade de
retirada de 4.300 l/s, considerando que não haverá aumento da necessidade
de uso da CEDAE para o Município de Rio Bonito.
Concluímos que, pelo estudo realizado, existe capacidade no manancial
(Represa de Juturnaíba) para atendimento da população das áreas de
concessão da Prolagos e da CAJ, mas que esta está quase no limite.
Desta forma, este manancial não poderá servir de fonte para outras regiões do
Estado, a não ser que novos estudos comprovem o contrário.
4.2.5 Cenários
Como o contrato de concessão em vigor já preconiza o atendimento de 100%
da população da área de concessão com o abastecimento de água, os
cenários desejado, previsível e normativo são os mesmos. A seguir serão
listadas as ações necessárias para se atingir este cenário.
4.2.5.1 Sistematização das informações
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método CDP.
49
Tabela 20 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Abaste
cim
ento
de á
gu
a
Existência de contrato de concessão em vigor
Distância entre o manancial de água bruta e os centros consumidores
Padrão de potabilidade – Portaria 2.914 do MS
Elevada sazonalidade da população
Elevado valor da tarifa cobrada
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Distribuição feita através de manobras
Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda futura
Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
Capacidade de reservação de água tratada insuficiente
Qualidade da água bruta
Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba
Falta de grupos geradores de energia elétrica nas principais unidades
Existência de agência reguladora definida
Investimentos feitos pela concessão no sistema
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Existência do Comitê de Bacia
Tabela 21 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. Item Ameaças Oportunidades
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Possibilidade de aporte de recursos Municipais, Estaduais e Federais
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010
III Distribuição feita através de manobras PMSB prevendo aumento de produção e transporte de água tratada
IV Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda futura
Disponibilidade hídrica
V Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
PMSB prevendo aumento de produção e transporte de água tratada
VI Capacidade de reservação de água tratada insuficiente
Necessidade de reservação de 1/3 do consumo diário
VII Qualidade da água bruta Padrão de potabilidade do MS (Portaria 2.914) e existência do Comitê de Bacia
VIII Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba
Existência do CILSJ e Comitê de Bacia
IX Falta de grupos geradores nas principais unidades
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010 prevendo continuidade e regularidade
50
Tabela 22 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças
Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
5 5 25
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura 3 3 9
III Distribuição feita através de manobras 5 5 25
IV Incapacidade da atual estrutura de produção de água tratada para atendimento da demanda futura
5 3 15
V Incapacidade da atual estrutura de transporte de água tratada para atendimento da demanda atual e futura
5 5 25
VI Capacidade de reservação de água tratada insuficiente 3 5 15
VII Qualidade da água bruta 5 5 25
VIII Necessidade de intervenções na Represa de Juturnaíba 5 5 25
IX Falta de grupos geradores de energia elétrica nas principais unidades
5 5 25
4.2.5.2 Ações necessárias
4.2.5.2.1. Sistema produtor
Considerando que a capacidade atual instalada da ETA Juturnaíba é de 1.100
l/s, sendo esta unidade a responsável pelo atendimento de toda a área de
influência da concessão, chega-se a conclusão que o sistema produtor está
adequado às demandas da população estimada para 2.013, sendo suficiente
para atendimento da população projetada até o ano 2.017.
Se considerarmos que deve haver capacidade instalada para atendimento ao
dia de maior consumo, para final de plano (2.033) o sistema produtor não terá
capacidade e deverá ser expandido em cerca de 450 l/s. Como a previsão é
que o Município de Silva Jardim tenha sua própria ETA, para final de plano a
necessidade de incremento da atual ETA Juturnaíba diminui para 350 l/s.
Esta ampliação deverá ser feita no ano 2.017 e, desta forma, atenderá a
população prevista até o ano 2.033. Quanto aos custos desta ampliação, eles
foram estimados em R$ 40.000,00 (base janeiro/2013) para cada l/s de
51
capacidade instalada, ou seja, será necessário um investimento de R$
14.000.000,00 (quatorze milhões) ano 2.017.
4.2.5.2.2. Adução de água tratada
Com as demandas calculadas, deverão ser feitas adequações na adução da
água tratada desde a ETA até os centros consumidores. Serão consideradas
aqui todas as alterações necessárias aos 3 Municípios da concessão para se
poder fazer uma estimativa geral de investimentos necessários, já que os
sistemas são interligados e a concessão é única.
Para o Município de Araruama, partindo da ETA, existe um primeiro trecho
executado até o Reservatório São Vicente em diâmetro de 800 mm e extensão
de 8,6 km. Este trecho, que deverá suportar toda a demanda da concessão até
o ano 2.017 e, a partir deste ano, somente as demandas de Araruama e
Saquarema, deverá ser ampliado com a execução de uma linha paralela com
diâmetro de 600 mm. Se considerarmos como custo de execução desta rede
R$ 900,00/m (base janeiro/2013), o valor do investimento será de R$
7.740.000,00 no ano 2.014.
52
Após o Reservatório São Vicente existe um segundo trecho com diâmetro de
900 mm e extensão de 3,2 km até o chamado ponto 6, a partir do qual esta
adutora divide-se em duas linhas de 500 mm. Pela vazão esperada para final
de plano este trecho não necessitará de adequações.
A partir deste ponto existem duas linhas de diâmetro de 500 mm. Será
considerado um terceiro trecho compreendido entre o ponto 6 e a ramificação
para Silva Jardim. Este trecho tem uma extensão de 3 km e deve suportar a
demanda de toda a área de concessão até o ano 2.017 e, a partir daí, apenas
as demandas de Araruama e Saquarema. Desta forma, será necessária a
ampliação deste trecho fazendo-se uma linha paralela de 600 mm. Se
considerarmos como custo de execução desta rede R$ 900,00/m (base
janeiro/2013), o valor do investimento será de R$ 2.700.000,00 no ano 2.014.
A ramificação para Silva Jardim possui diâmetro de 300 mm e, até a
ramificação para Morro Grande, possui extensão de 9,1 km. Este trecho deverá
suportar as demandas de Morro Grande e Silva Jardim até o ano 2.017 e, a
partir deste ano, somente a demanda de Morro Grande. Pela vazão esperada
para final de plano este trecho não necessitará de adequações.
Deste ponto em diante existe uma derivação para o distrito de Morro Grande
com diâmetro de 100 mm e extensão de 16,8 km. Pelas vazões esperadas,
este trecho deverá ser adequado com a execução de uma nova rede de 200
mm no ano 2.014. Se considerarmos como custo de execução desta rede R$
200,00/m (base janeiro/2013), o valor do investimento será de R$
3.360.000,00.
Atualmente, o distrito de Morro Grande é abastecido por dois lados, sendo esta
uma alimentação e a outra vinda do distrito Sede. A proposta é que, com a
saída da demanda de Silva Jardim, Morro Grande seja abastecido somente por
esta alimentação.
53
Para o Município de Silva Jardim, existe uma alimentação de 200 mm que
deverá ser mantida sem alterações.
Voltando às adutoras de 500 mm, após a ramificação para Silva Jardim e Morro
Grande, será considerado um trecho (trecho 4) até a ramificação existente para
o Booster Iguaba, onde continuam a existir as duas linhas de 500 mm numa
extensão de 18,5 km. Este trecho deverá suportar as demandas de Araruama
(exceto Morro Grande) e Saquarema. Desta forma, será necessária a
ampliação deste trecho fazendo-se uma linha paralela de 600 mm. Se
considerarmos como custo de execução desta rede R$ 900,00/m (base
janeiro/2013), o valor do investimento será de R$ 16.650.000,00 no ano 2.014.
A partir da ramificação para o Booster Iguaba, as duas linhas de 500 mm
continuam. Uma delas é reduzida para 300 mm, mas a CAJ vem fazendo a
troca para diâmetro de 500 mm. Este trecho, até o Reservatório Araruama,
possui extensão de 6,3 km e deverá suportar a demanda de Saquarema e
parte de Araruama. Com a vazão esperada, este trecho (trecho 5) deverá ser
adequado com a execução de uma nova linha de 300 mm no ano 2.024. Se
considerarmos como custo de execução desta rede R$ 360,00/m (base
janeiro/2013), o valor do investimento será de R$ 2.268.000,00.
A partir do reservatório de Araruama existe uma linha de 300 mm para
abastecimento de sua área de influência. Se forem necessárias adequações
nestes trechos posteriores ao reservatório, estes valores estarão incluídos na
metragem de anéis de distribuição prevista juntamente com a rede de
distribuição a ser executada.
Após o Reservatório de Araruama, existe uma rede de 500 mm que é
responsável pelo abastecimento do Município de Saquarema e também do
distrito de Praia Seca e possui extensão de 1,7 km até o Booster Bacaxá
(trecho 6). Pelas vazões esperadas, este trecho deverá ser adequado a partir
do ano 2.017 com a execução de uma nova linha de 400 mm. Se
54
considerarmos como custo de execução desta rede R$ 450,00/m (base
janeiro/2013), o valor do investimento será de R$ 765.000,00.
Para o atendimento do Distrito de Praia Seca, existe uma rede de 200 mm, que
pelas vazões esperadas não necessitará de adequações.
Após o Booster Bacaxá existem, para o atendimento de Saquarema, duas
redes de 300 mm com extensão de 19,5 km até o Reservatório Bacaxá. Neste
local as redes já não se configuram como adutoras e se tornam distribuidoras,
fazendo com que o estudo de adução termine neste ponto. A partir deste ponto,
as adequações necessárias serão consideradas na metragem de anéis de
distribuição prevista juntamente com a rede de distribuição a ser executada.
Neste trecho, deverá ser executada uma nova linha de 500 mm no ano 2.014
para atendimento do Município de Saquarema. Se considerarmos como custo
de execução desta rede R$ 700,00/m (base janeiro/2013), o valor do
investimento será de R$ 13.650.000,00.
Todos estes investimentos deverão ser acompanhados pelo avanço no
combate às perdas existentes.
Quando se aumentam as vazões, devem ser adequados também os
bombeamento intermediários. Será considerado um valor de R$ 500.000,00
(base janeiro/2013) para aumento da vazão de bombeamento do Booster
Araruama, com a implantação de novos conjuntos moto-bomba.
55
4.2.5.2.3. Reservatórios
Como mostrado no cálculo de demandas, o Município necessitará um volume
de reservação de 24.159 m³ no ano 2.033.
No próprio Município existem atualmente 1.600 m³ de reservação, conforme
mostrado no produto 4 (Reservatório Araruama). Além deste reservatório, que
está em território do Município, existem outros que fazem parte do sistema e
que têm uma abrangência geral a todos os Municípios que fazem parte da
concessão, que são os seguintes: Reservatório apoiado metálico (7.500 m³) e
Reservatório São Vicente, totalizando uma capacidade de 9.000 m³ de
reservação.
Para efeito de cálculo do déficit quanto a este quesito de cada Município,
consideraremos que estes reservatórios “gerais” fazem parte de 2 Municípios
(Araruama e Saquarema), proporcionalmente à população estimada para final
de plano. Não consideraremos o Município de Silva Jardim porque a previsão é
este Município tenha seu próprio sistema produtor, se tornando independente a
partir do ano 2.017.
56
A população de Araruama para o ano 2.033 representa 58% da população total
que fará parte deste sistema produtor (Araruama e Saquarema). Desta forma,
consideraremos que 5.220 m³ fazem parte de Araruama, para efeito de cálculo.
A seguir, a Tabela 23 apresenta o cronograma de implantação proposto dos
reservatórios no Município.
Tabela 23 – Cronograma de implantação dos reservatórios
RESERVAÇÃO (M3)
ANO NECESSÁRIA EXISTENTE A
AMPLIAR BALANÇO
-1 2.012 16.037 6.820 -9.217
0 2.013 16.467 6.820 -9.647
1 2.014 16.778 6.820 12.000 -9.958
2 2.015 17.182 18.820 1.638
3 2.016 17.345 18.820 1.475
4 2.017 17.746 18.820 1.074
5 2.018 18.905 18.820 3.000 -85
6 2.019 19.196 21.820 2.624
7 2.020 19.220 21.820 2.600
8 2.021 19.106 21.820 2.714
9 2.022 18.983 21.820 2.837
10 2.023 20.010 21.820 1.810
11 2.024 20.424 21.820 1.396
12 2.025 20.837 21.820 983
13 2.026 21.251 21.820 569
14 2.027 21.665 21.820 155
15 2.028 22.089 21.820 2.500 -269
16 2.029 22.503 24.320 1.817
17 2.030 22.917 24.320 1.403
18 2.031 23.331 24.320 989
19 2.032 23.745 24.320 575
20 2.033 24.159 24.320 161
Fonte: SERENCO, 2013
No presente trabalho faremos os cálculos das necessidades e, através do
cronograma, os anos que deverão ser feitos os investimentos, mas os números
são gerais para todo o Município. Os locais em que deverão ser executados
estes reservatórios deverão ser escolhidos através de projeto específico.
57
Utilizaremos como premissa o valor, para execução dos reservatórios, de R$
600,00 / m³ (base janeiro/2013). Desta forma, o investimento será de R$
7.200.000,00 no ano 2.014, R$ 1.800.000,00 no ano 2.018 e R$ 1.500.000,00
no ano 2.028.
4.2.5.2.4. Rede de distribuição
De acordo com o mapa elaborado no Produto 4, existem 193 km de ruas sem
rede de distribuição no Município segundo as metragens a seguir:
Praia Seca = 33 km;
Sede e Iguabinha = 102 km;
Morro Grande = 47,5 km;
São Vicente = 10,5 km.
Estas ruas deverão ser contempladas com rede de distribuição até o ano
2.023, quando deve se atingir a meta de atendimento de 100% da população
do Município. Esta meta diz respeito à população urbana, mas como os
distritos de Morro Grande e São Vicente (que são considerados rurais) fazem
parte de pedidos específicos dos documentos da concessão considera-se que
58
estes também fazem parte da área de abrangência da concessão. Será
utilizado como premissa o valor, para execução das redes de distribuição (DN
50 mm), de R$ 80,00 / m (base janeiro/2013). Desta forma o valor previsto é de
R$ 15.440.000,00. No cronograma de implantação, este valor será dividido
para ser executado em 10 anos (2.014 a 2.023).
Consideraremos ainda uma porcentagem de 20% em relação ao total da
metragem de rede a ser executada como forma de prever alguns anéis de
distribuição. Portanto serão 38,6 km de anéis a um custo unitário R$ 180,00/m
(base janeiro/2013), totalizando um investimento de R$ 6.948.000,00, que
também terá sua execução dividida em 10 anos (2.014 a 2.023).
59
4.2.6 Cronograma de execução dos investimentos previstos
Como mostrado anteriormente, o contrato de concessão da CAJ é regido por
um fluxo de caixa e uma taxa interna de retorno (TIR). Este fluxo foi gerado a
partir de um cronograma de investimentos vigente, que é o seguinte.
Tabela 24 – Plano de investimentos – 3º Termo Aditivo ao contrato de concessão (CAJ)
Data limite Obras
jun/13 Implantar 15.000 m de redes de distribuição
jun/14 Implantar 15.000 m de redes de distribuição
jun/15 Implantar 15.000 m de redes de distribuição
jun/16 Implantar 15.000 m de redes de distribuição
fev/17 Implantar 15.000 m de redes de distribuição
Além do ano 2.017 não há previsão de investimentos adicionais no sistema de
abastecimento de água e de acordo com os documentos da concessão, estes
são todos os investimentos necessários para o atendimento das metas
vigentes.
60
Pelos estudos e cálculos de demandas mostrados anteriormente nota-se que
os investimentos previstos não serão suficientes para o atendimento das metas
propostas no Contrato de Concessão.
Para efeito de comparação, a tabela a seguir mostra todos os investimentos no
sistema de abastecimento de água previstos pelo PMSB para atendimento das
demandas calculadas em toda a área de concessão.
Tabela 25 – Cronograma de investimentos estimados para a área de concessão (PMSB)
Ano Sistema produtor Adução Reservatório Rede de distribuição
PMSB PMSB PMSB PMSB
0 2.013
1 2.014 44.600.000,00 11.280.000,00 7.487.800,00
2 2.015 7.487.800,00
3 2.016 7.487.800,00
4 2.017 17.200.000,00 2.781.000,00 7.487.800,00
5 2.018 3.600.000,00 7.487.800,00
6 2.019 7.487.800,00
7 2.020 7.487.800,00
8 2.021 7.487.800,00
9 2.022 7.487.800,00
10 2.023 240.000,00 7.487.800,00
11 2.024 2.268.000,00
12 2.025
13 2.026
14 2.027
15 2.028 3.000.000,00
16 2.029
17 2.030
18 2.031
19 2.032
20 2.033
Total 17.200.000,00 49.649.000,00 18.120.000,00 74.878.000,00
Total inv. PMSB 159.847.000,00
Fonte: SERENCO, 2013
Se forem consideradas as mesmas premissas para calcular o valor equivalente
de investimentos previstos pela CAJ (metragem de rede de distribuição) até o
ano 2.017, como previsto no 3º termo aditivo, e os compararmos com os
investimentos previstos no PMSB, encontram-se as seguintes tabelas.
61
Tabela 26 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo
Ano Sistema produtor Adução
PMSB 3º TA Déficit PMSB 3º TA Déficit
0 2.013
1 2.014 44.600.000,00 -44.600.000,00
2 2.015
3 2.016
4 2.017 17.200.000,00 -17.200.000,00 2.781.000,00 -2.781.000,00
5 2.018
6 2.019
7 2.020
8 2.021
9 2.022
10 2.023
11 2.024 2.268.000,00 -2.268.000,00
12 2.025
13 2.026
14 2.027
15 2.028
16 2.029
17 2.030
18 2.031
19 2.032
20 2.033
Total 17.200.000,00 0,00 -17.200.000,00 49.649.000,00 0,00 -49.649.000,00
Total inv. PMSB 159.847.000,00
Total Inv. CAJ 6.000.000,00
Total Déficit -153.847.000,00 Fonte: SERENCO, 2013
62
Tabela 27 – Comparativo de investimentos da área de concessão – PMSB x 3º Termo
Aditivo
Ano Reservatório Rede de distribuição
PMSB 3º TA Déficit PMSB 3º TA Déficit
0 2.013 1.200.000,00 1.200.000,00
1 2.014 11.280.000,00 -11.280.000,00 7.487.800,00 1.200.000,00 -6.287.800,00
2 2.015 7.487.800,00 1.200.000,00 -6.287.800,00
3 2.016 7.487.800,00 1.200.000,00 -6.287.800,00
4 2.017
7.487.800,00 1.200.000,00 -6.287.800,00
5 2.018 3.600.000,00 -3.600.000,00 7.487.800,00 -7.487.800,00
6 2.019 7.487.800,00 -7.487.800,00
7 2.020 7.487.800,00 -7.487.800,00
8 2.021 7.487.800,00 -7.487.800,00
9 2.022 7.487.800,00 -7.487.800,00
10 2.023 240.000,00 -240.000,00 7.487.800,00 -7.487.800,00
11 2.024
12 2.025
13 2.026
14 2.027
15 2.028 3.000.000,00 -3.000.000,00
16 2.029
17 2.030
18 2.031
19 2.032
20 2.033
Total 18.120.000,00 0,00 -18.120.000,00 74.878.000,00 6.000.000,00 -68.878.000,00
Fonte: SERENCO, 2013
Verificou-se que há um déficit de mais de R$ 150.000.000,00 (cento e
cinquenta milhões) entre os investimentos necessários e os previstos pelo 3º
Termo Aditivo. Este déficit deverá ser coberto pelo aumento da tarifa, pela
extensão do prazo de concessão ou pelo aporte de recursos externos, como
será demonstrado em tópico posterior.
63
Tabela 28 – Cronograma de investimentos – sistema produtor
Tabela 29 – Cronograma de investimentos – adução de água tratada
Tabela 30 – Cronograma de investimentos – reservação de água tratada
64
Tabela 31 – Cronograma de investimentos – redes de distribuição
Tabela 32 – Cronograma de investimentos – resumo
A soma dos investimentos, conforme mostrado nas tabelas 26 e 27,
corresponde a R$ 159.847.000,00. Existe a previsão que a Concessionária
invista R$ 6.000.000,00 em redes de distribuição.
O restante dos investimentos necessários, que totalizam R$ 153.847.000,00,
deverá ser suportado por recursos municipais, estaduais ou federais, levando-
se em consideração que a tarifa consiga suportar apenas o aumento das
despesas operacionais devido ao aumento do atendimento da população.
65
4.2.7 Propostas adicionais
Além das propostas mostradas anteriormente de investimentos na
infraestrutura do sistema de abastecimento de água, algumas propostas
adicionais devem ser consideradas.
4.2.7.1 Qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba)
Quanto à qualidade do manancial (Represa de Juturnaíba), que no produto 4
foram elencados problemas devido à sua deterioração, algumas ações já vem
sendo tomadas para diminuir a poluição que existe à montante da Represa,
entre elas o encerramento dos lixões de Rio Bonito e Silva Jardim (Goiabal).
No entanto, além destes lixões terem sido encerrados, é necessário que seja
feito o seu monitoramento e remediação. No caso de Silva Jardim, que faz
parte dos Municípios constantes do objeto do contrato do presente Plano, esta
remediação será proposta. Quanto à Rio Bonito, que está fora do escopo deste
trabalho, deve-se colocar, através das Prefeituras, Consórcio Intermunicipal
Lagos São João e Comitê de Bacia Lagos São João, que esta proposta esteja
elencada na elaboração do seu respectivo Plano de Saneamento.
Outra medida importantíssima para a diminuição da poluição à montante da
Represa é a execução do sistema de esgotamento sanitário no Município de
Silva Jardim, incluindo aí seus distritos, Araruama (Morro Grande) e também do
Município de Rio Bonito. Assim como dito anteriormente, para o Município de
Silva Jardim e Araruama, estas propostas serão feitas.
Quanto a este assunto, o Comitê de Bacia deve reservar 70% do valor líquido
que recebe para aplicação em ações de coleta e tratamento de efluentes
urbanos, valor que totalizou R$ 924.589,31 no ano de 2.011. Propõe-se que
estes valores sejam gastos com a implantação dos sistemas de esgoto nas
66
localidades à montante da Represa de Juturnaíba (Silva Jardim e seus distritos
e Morro Grande em Araruama).
Outra medida que deve ser tomada é a recomposição da mata ciliar da
Represa e dos rios que a formam.
4.2.7.2 Melhorias na Represa de Juturnaíba
Segundo relatório da empresa Prolagos, devem ser tomadas as seguintes
medidas:
Desassoreamento das proximidades do sangradouro;
Reconstrução de parte do canal de restituição da margem direita;
Reconstrução de parte do canal de restituição da margem esquerda.
4.2.7.3 Aspectos operacionais
Em relação à operação do sistema de abastecimento de água, devido
principalmente às grandes distâncias entre o manancial e os centros
consumidores, toda a água distribuída depende de bombeamentos para o seu
transporte.
Estes bombeamentos, se não estiverem em funcionamento, não há
abastecimento de água para a população. Por causa desta grande importância,
propõe-se que sejam instalados grupos geradores capazes de suportar o
funcionamento dos conjuntos moto-bomba em potência máxima na principais
unidades de bombeamento (ETA, Booster Araruama e Booster Bacaxá), a fim
de que, mesmo que haja problemas no fornecimento de energia elétrica, o
abastecimento para a população não sofra intermitências. Este fato (falta de
fornecimento de energia elétrica) se agrava quando ocorre em épocas de maior
consumo (população sazonal), fazendo com que seja necessário um tempo
ainda maior para o pleno restabelecimento do abastecimento de água.
67
4.2.7.4 Novos empreendimentos
Sugere-se que, para os novos condomínios horizontais e loteamentos, o
proprietário seja o responsável pelo projeto e execução da rede de
abastecimento de água. Deverá haver um procedimento entre o setor
responsável pela aprovação da Prefeitura e a Concessionária para que seja
estudada a possibilidade de atendimento, as obras necessárias a este
atendimento e para que o projeto elaborado pelo empreendedor seja aprovado
pela Concessionária.
4.3 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Este sistema está concedido à iniciativa privada na área urbana do Município,
incluindo algumas regiões como São Vicente e Morro Grande, que são
consideradas áreas rurais. Para o sistema de esgotamento sanitário, a partir do
diagnóstico levantado anteriormente, serão feitas algumas considerações,
estudos e propostas.
4.3.1 Objetivos gerais
I. Promover a expansão da rede de esgoto em consonância com o
programa de universalização dos serviços;
II. Eliminar as ligações de águas pluviais em redes coletoras de esgotos
sanitários, quando houver redes separadoras;
III. Eliminar as ligações de esgotos sanitários nas redes de drenagem de
águas pluviais, quando houver redes separadoras;
IV. Elaborar Decreto que obriga a implantação de sistemas individuais
de tratamento de esgoto em áreas desprovidas de sistema coletivo
de coleta e tratamento;
V. Implantação de programa/serviço de apoio à instalação e
manutenção de sistemas individuais de tratamento de esgoto.
68
VI. Qualidade de atendimento ao usuário, com respeito a prazos
estabelecidos;
VII. Qualidade dos produtos (atendimento aos padrões de lançamento –
Resolução CONAMA 357/05, Resolução CONAMA 430/11 e DZ 215-
R4);
VIII. Continuidade e regularidade;
IX. Metas de cobertura dos serviços, atendendo ao disposto no Contrato
de Concessão;
4.3.2 Metas de atendimento
4.3.2.1 Contrato de concessão (CAJ)
Para efeito de informação e comparação, as metas vigentes da concessão são
as constantes no Contrato de Concessão, conforme a seguir.
Tabela 33 - Metas de Níveis de Atendimento (Contrato de Concessão)
ANO Esgoto
3 (2.001) 0%
8 (2.006) 25%
13 (2.011) 50%
20 (2.018) 65%
25 (2.023) 70%
4.3.2.2 Metas de atendimento - PLANSAB
De acordo com a proposta do Plansab (Plano Nacional de Saneamento
Básico), que está no presente momento em consulta pública para posterior
aprovação, o atendimento adequado quanto ao sistema de esgotamento
sanitário é através de coleta de esgotos seguida de tratamento ou através do
uso de fossa séptica, que será proposta para as regiões menos adensadas
(geralmente áreas rurais).
69
No documento que está em consulta pública foram definidas metas de
atendimento para as diversas regiões do País, conforme a seguir.
Tabela 34 – Metas para o saneamento básico nas macrorregiões e no País (em %)
Encontramos para o Sudeste, um valor de 89% de atendimento, para o ano de
2.015, dos domicílios urbanos e rurais servidos por rede coletora ou fossa
séptica. Este valor sobe para 91% em 2.020 e 95% em 2.030.
O documento também previu metas para os Estados individualmente.
70
Tabela 35 – Metas para principais serviços de saneamento básico nas unidades da
federação (em %)
Olhando novamente para o indicador E1, os números para o Estado do Rio de
Janeiro são um pouco menores do que para a região Sudeste como um todo:
86% de atendimento para o ano de 2.015, 89% em 2.020 e 95% em 2.030.
O atendimento atual com fossa séptica é de difícil mensuração, até porque não
se consegue, atualmente, obter números confiáveis de sua existência, e não
somente isto, mas também informações quanto ao seu correto
dimensionamento e manutenção.
71
Por este motivo, para as regiões em áreas não concedidas, que são menos
adensadas e deverão ser atendidas com soluções individuais, fica prejudicado
o estudo e confecção de cronograma físico-financeiro das ações para a
universalização.
Utilizaremos como premissa para atendimento da população da área de
concessão apenas aquela atendida pelo sistema unitário ou separador.
4.3.2.3 Atendimento atual
Se considerarmos que a NBR 12209/1992 (projeto de estações de tratamento
de esgoto sanitário) preconiza em seu item 5.2: “os valores dos parâmetros b
(DBO ou DQO) e c (sólidos em suspensão) de 5.1 devem ser determinados
através de investigação local de validade reconhecida. Na ausência dessa
determinação, podem ser usados os valores de 54 g de DBO5/hab.dia e 60 g
de SS/hab.dia. Outros valores adotados devem ser justificados”, podemos
calcular a população atendida pelo sistema de esgotamento sanitário em
operação pela carga orgânica recebida pela ETE.
De acordo com as informações recebidas da Concessionária, a média, para o
ano de 2.012, da DBO5 de entrada da ETE foi de 138 mg/l, enquanto que a
média da DBO5 de saída da ETE foi de 26 mg/l, de onde chega-se a uma
eficiência de remoção média de 81%.
Ainda de acordo com os dados recebidos, a carga orgânica total removida
anual foi de 573.820 kg/ano, para o ano de 2.012. Cruzando-se estes valores,
encontramos uma vazão média de 162 l/s.
Se multiplicarmos a vazão média (162 l/s) pela DBO5 média de entrada da ETE
(138 mg/l), encontramos uma carga orgânica anual de 706.950 kg/ano recebida
pela ETE, ou 1.931,56 kg/dia.
72
Agora considerando o valor preconizado pela NBR 12209 de 54 g de
DBO5/hab.dia, chegamos a uma população atendida de 35.770 habitantes para
o ano de 2.012.
A projeção de população realizada no produto 6 deste plano estima a
população residente no ano de 2.012 em 112.509 habitantes e a população
flutuante em 112.146 habitantes, totalizando 224.655 habitantes, sendo esta a
máxima população possível no Município.
Encontramos, portanto, um atendimento (utilizando o cálculo da carga
orgânica) de 32% da população residente e cerca de 16% da população total
com o sistema de esgotamento sanitário.
4.3.3 Cenários
Serão propostos 3 cenários para o sistema de esgotamento sanitário, sendo:
Cenário 1 correspondente ao cenário previsível, ou seja, manutenção
dos investimentos previstos no Sétimo Termo Aditivo ao Contrato de
Concessão;
Cenários 2 e 3 correspondentes ao cenário desejado, onde 99% da
população da área de concessão será atendida com redes separadoras
dentro do período do PMSB (20 anos). O que difere estes dois cenários
é a velocidade da universalização do atendimento.
4.3.3.1 Sistematização das informações
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método CDP.
73
Tabela 36 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Sis
tem
a d
e e
sg
ota
men
to s
anitário
Existência de contrato de concessão em vigor
Existência de sistema de esgoto através de tomada em tempo seco
Padrão de lançamento de efluentes (Conama 357/05, Conama 430/11 e DZ 215-R4)
Corpo receptor Lagoa de Araruama
Elevada sazonalidade da população
Elevado valor da tarifa cobrada
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Inexistência de projetos de rede separadora
Necessidade de adequações internas dos imóveis para ligação na rede separadora
Falta de grupos geradores de energia elétrica nas estações elevatórias e ETE
Existência de agência reguladora definida
Existência de sistema de esgotamento sanitário em operação
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Existência do Comitê de Bacia
Monitoramento da qualidade das águas dos corpos receptores
Investimentos recentes do Governo do Estado
Tabela 37 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão. Item Ameaças Oportunidades
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
Possibilidade de aporte de recursos Municipais, Estaduais e Federais
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura
Lei 11.445/2007 e Decreto 7.217/2010
III Inexistência de projetos de rede separadora PMSB prevendo recursos para a elaboração
IV Necessidade de adequações internas dos Imóveis para ligação na rede separadora
Lei 11.445/2007
V Falta de grupos geradores nas estações elevatórias e ETE
Lei 11.445/2007 e Decreto 7217/2010 prevendo continuidade e regularidade
74
Tabela 38 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças
Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I Defasagem entre os investimentos previstos e os necessários
5 5 25
II Falta de planejamento e fiscalização da Prefeitura 3 3 9
III Inexistência de projetos de rede separadora 5 5 25
IV Necessidade de adequações internas dos imóveis para ligação na rede separadora
5 3 15
V Falta de grupos geradores nas estações elevatórias e ETE
5 5 25
4.3.3.2 Cenário 1
Este cenário pode ser denominado de cenário previsível. É a permanência das
metas e obrigações contratuais vigentes, ou seja, manutenção do sistema
unitário e plano de investimentos constante no 7º Termo Aditivo.
As obras previstas e ainda não realizadas para o Município de Araruama
segundo o 7º Termo Aditivo, que são as obrigações contratuais da
concessionária (e as necessárias, segundo a documentação legal produzida no
contrato de concessão, para atendimento das metas contratuais) são as
seguintes.
Tabela 39 – Cronograma de investimentos (7º Termo Aditivo)
Data limite Local Obras
30/12/2014 Bacia Novo
Horizonte em Araruama
Construção de 9 tomadas de tempo seco
Implantação de 1.500 m de coletores e interceptores
Construção de 7 estações elevatórias
Implantação de 4.050 m de linhas de recalque
Construção de uma estação de tratamento de esgoto
30/12/2016 Praia Seca
em Araruama
Construção de 1 tomada de tempo seco
Implantação de 1.000 m de coletores
Construção de 1 estação elevatória
Implantação de 200 m de linhas de recalque
Construção de uma estação de tratamento de esgoto
Vale ressaltar que as obras previstas para Praia Seca receberam aporte do
Governo do Estado e também do Município de Araruama através da Lei 2.158
da ALERJ, mudando a forma de atendimento para redes separadoras.
75
Através do cronograma de investimentos em vigor mostrado temos a real
dimensão da previsão de investimentos no sistema de esgoto até o ano de
2.038 (final do período de concessão).
Neste cenário, o fluxo de caixa atual da concessão seria mantido e não
haveriam investimentos adicionais no sistema de esgoto até o final do período
de concessão (ano 2.038).
Considerando o número de atendimento atual da população (cálculo relativo à
carga orgânica recebida pela ETE), este se encontra abaixo do que é previsto
para o final do período da Concessão, mesmo com a Concessionária
cumprindo todas as metas estipuladas. Desta forma vemos que este cenário
não será possível de ser mantido, já que, com o aumento populacional que se
observará até o ano de 2.038 o índice de atendimento tenderá a diminuir se
não forem feitos investimentos adicionais, fazendo com que não se consiga
atender as metas do contrato.
4.3.3.3 Cenário 2
Nos cenários 2 e 3 a coleta será através de rede coletora separadora absoluta,
diferindo apenas da velocidade da universalização.
Foram feitas estimativas, que estão nas tabelas a seguir, de valores de
investimentos para o atendimento de 99% da população da área de concessão
com coleta e tratamento através de redes separadoras. Para isso, o Município
foi dividido em bacias de esgotamento conforme a topografia (estas bacias são
grandes divisões, tendo que ser ainda subdivididas em sub-bacias no momento
da elaboração dos projetos específicos).
Cada uma das bacias possui suas peculiaridades e, por este motivo, algumas
delas serão mais custosas para a execução das obras por causa da distância a
locais de bota-fora, existência de mais pavimento, etc.
76
Os valores de investimentos foram estimados de acordo com projetos e
execuções de obras em locais similares (litoral com alto nível do lençol
freático), estão com data base de janeiro de 2013 e com porcentagem de BDI =
25%. Foram utilizadas algumas premissas, que serão descritas a seguir.
Para as redes coletoras, foram medidas todas as ruas existentes através de
fotos por satélite datadas de 2.010. Foras medidas todas as ruas, inclusive as
que ainda não possuem ou que possuem pequena quantidade de imóveis, a
fim de se estimar a necessidade futura.
Para as ligações domiciliares, foi utilizado o valor de domicílios particulares
permanentes obtido pelo Censo 2.010 do IBGE atualizado para o ano de 2.013.
Desta forma obteve-se o valor necessário para o atendimento do número atual
de imóveis, não somente os que hoje são abastecidos com água pela CAJ e,
portanto, contidas em seu sistema comercial, mas sim todos os imóveis. Foi
ainda utilizado valor contido na tabela EMOP (Empresa de Obras Públicas do
Estado do Rio de Janeiro) para esta finalidade.
Para a estimativa dos investimentos necessários para a execução das
estações elevatórias de esgoto foram utilizadas as seguintes premissas:
Utilização de bombas submersíveis e localizadas nos logradouros, sem
necessidade de terreno próprio;
Instalação de grupo gerador;
Divididas em três tipos: pequeno porte, médio porte e grande porte;
As de pequeno porte são compostas por poço de sucção e caixa de
areia, em estruturas independentes;
As de médio médio e grande porte são compostas por poço de sucção,
caixa de areia e gradeamento, em estruturas independentes;
Profundidade média;
Diâmetro externo do poço de sucção;
Diâmetro externo da caixa de areia;
77
Diâmetro externo do gradeamento;
DMT até o bota-fora;
DMT do canteiro central até o local da obra.
Execução de uma estação elevatória a cada 10.000 metros de rede
coletora;
50% do total de estações elevatórias são de pequeno porte, por bacia;
30% do total de estações elevatórias são de médio porte, por bacia;
20% do total de estações elevatórias são de grande porte, por bacia;
Com a utilização de todas estas premissas e dos valores contidos nas tabelas
EMOP e SCO Rio (formada a partir de pesquisa de preços da Fundação
Getúlio Vargas), chegou-se aos seguintes valores por unidade de estação
elevatória:
Pequeno porte = R$ 173.531,28;
Médio porte = R$ 338.424,93;
Grande porte = R$ 589.708,36.
Para a estimativa dos investimentos necessários para a execução das linhas
de recalque foram utilizadas as seguintes premissas:
Execução de 500 m de linhas de recalque para cada estação elevatória
prevista;
Valor por metro igual a 80% do valor por metro da rede coletora.
Quanto às unidades de tratamento, a ETE existente (Ponte dos Leites) tem
capacidade atual de tratamento de 200 l/s e dispõe de tratamento a nível
terciário através de lagoas aeradas e pós-tratamento (wetlands).
Em tópico posterior deste documento, serão propostos cenários para cálculo de
estimativas de investimentos para todos os componentes do sistema de esgoto
e, nesta ocasião, serão feitos os cálculos para os investimentos necessários
em ETEs.
78
O objetivo do presente trabalho é estimar valores de investimentos, valores
estes que serão aferidos na ocasião da execução dos projetos executivos.
79
Tabela 40 – Resumo geral de investimentos – Praia Seca
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
01 - Praia Seca 37.045 17.781.600,00 480,00 1.545 1.385.880,45 897,01 2 1 1 1.275.195,85 2.000 768.000,00 384,00
03 - Praia Seca 30.996 14.878.080,00 480,00 4.275 3.834.717,75 897,01 3 2 1 1.787.152,06 3.000 1.152.000,00 384,00
TOTAL PRAIA SECA 68.041 32.659.680,00
5.820 5.220.598,20
5 3 2 3.062.347,91 5.000 1.920.000,00
Tabela 41 – Resumo geral de investimentos – Sede
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
4.1 - Sede 6.081 3.162.120,00 520,00 400 358.804,00 897,01 1 0 0 173.531,28 500 208.000,00 416,00
4.2 - Sede 1.121 448.400,00 400,00 35 31.395,35 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
05 - Sede 97.698 50.802.960,00 520,00 9.754 8.749.435,54 897,01 1 1 1 1.101.664,57 1.500 624.000,00 416,00
06 SE - Sede 233.253 111.961.440,00 480,00 22.421 20.111.861,21 897,01 5 3 2 3.062.347,91 5.000 1.920.000,00 384,00
10 - Sede 39.057 20.309.640,00 520,00 2.604 2.335.814,04 897,01 1 1 1 1.101.664,57 1.500 624.000,00 416,00
11 SE - Sede 63.679 30.565.920,00 480,00 4.185 3.753.986,85 897,01 3 2 1 1.787.152,06 3.000 1.152.000,00 384,00
12 SE - Sede 15.464 7.422.720,00 480,00 1.010 905.980,10 897,01 1 1 0 511.956,21 1.000 384.000,00 384,00
TOTAL SEDE 456.353 224.673.200,00
40.409 36.247.277,09
13 8 5 7.911.847,88 13.000 5.072.000,00
80
Tabela 42 – Resumo geral de investimentos – Morro Grande
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
4.3 - Morro Grande 54.916 21.966.400,00 400,00 1.093 980.431,93 897,01 3 2 2 2.376.860,42 3.500 1.120.000,00 320,00
06 MG - Morro Grande 34.002 13.600.800,00 400,00 863 774.119,63 897,01 2 1 1 1.275.195,85 2.000 640.000,00 320,00
07 - Morro Grande 54.072 21.628.800,00 400,00 959 860.232,59 897,01 3 2 1 1.787.152,06 3.000 960.000,00 320,00
09 - Morro Grande 7.029 2.811.600,00 400,00 17 15.249,17 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
TOTAL MORRO GRANDE 150.019 60.007.600,00
2.932 2.630.033,32
9 5 4 5.612.739,61 9.000 2.880.000,00
Tabela 43 – Resumo geral de investimentos – Iguabinha
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
06 - Iguabinha 934 373.600,00 400,00 70 62.790,70 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
11 - Iguabinha 5.602 2.240.800,00 400,00 70 62.790,70 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
12 - Iguabinha 124.294 49.717.600,00 400,00 5.688 5.102.192,88 897,01 6 4 2 3.574.304,12 6.000 1.920.000,00 320,00
13 - Iguabinha 47.469 22.785.120,00 480,00 3.456 3.100.066,56 897,01 3 1 1 1.448.727,13 2.500 960.000,00 384,00
TOTAL IGUABINHA 178.299 75.117.120,00
9.284 8.327.840,84
11 5 3 5.370.093,81 9.500 3.200.000,00
81
Tabela 44 – Resumo geral de investimentos – São Vicente
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
QUANT. VALOR
TOTAL COM BDI (R$)
VALOR POR
UNIDADE (R$)
PEQ. PORTE
(un)
MÉDIO PORTE
(un)
GRANDE PORTE
(un)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
EXT. (m)
VALOR TOTAL COM
BDI (R$)
VALOR POR
METRO (R$)
08 - São Vicente 62.234 24.893.600,00 400,00 3.460 3.103.654,60 897,01 3 2 1 1.787.152,06 3.000 960.000,00 320,00
18 - São Vicente 16.326 6.530.400,00 400,00 418 374.950,18 897,01 1 1 0 511.956,21 1.000 320.000,00 320,00
19 - São Vicente 1.746 698.400,00 400,00 27 24.219,27 897,01 1 0 0 173.531,28 500 160.000,00 320,00
TOTAL SÃO VICENTE 80.306 32.122.400,00
3.905 3.502.824,05
5 3 1 2.472.639,55 4.500 1.440.000,00
Tabela 45 – Resumo geral de investimentos – Araruama
BACIA
REDE COLETORA LIGAÇÕES DOMICILIARES ESTAÇÕES
ELEVATÓRIAS LINHAS DE RECALQUE
EXTENSÃO (m)
VALOR TOTAL COM BDI (R$)
QUANTIDADE VALOR TOTAL COM BDI (R$)
VALOR TOTAL COM BDI (R$)
EXTENSÃO (m)
VALOR TOTAL COM BDI (R$)
PRAIA SECA 68.041 32.659.680,00 5.820 5.220.598,20 3.062.347,91 5.000 1.920.000,00
SEDE 456.353 224.673.200,00 40.409 36.247.277,09 7.911.847,88 13.000 5.072.000,00
MORRO GRANDE 150.019 60.007.600,00 2.932 2.630.033,32 5.612.739,61 9.000 2.880.000,00
IGUABINHA 178.299 75.117.120,00 9.284 8.327.840,84 5.370.093,81 9.500 3.200.000,00
SÃO VICENTE 80.306 32.122.400,00 3.905 3.502.824,05 2.472.639,55 4.500 1.440.000,00
TOTAL 957.018 424.580.000,00 62.350 55.928.573,50 24.429.668,76 41.000 14.512.000,00
TOTAL GERAL 519.450.242,26
82
Nas tabelas anteriores, vemos que serão necessários quase R$
520.000.000,00 (quinhentos e vinte milhões) para a execução das ligações
domiciliares, redes coletoras, estações elevatórias e linhas de recalque,
devendo-se ainda somar a estes valores os custos com projetos e para
implantação de novas ETEs.
Ainda devemos levar em conta que o item ligações domiciliares contempla
apenas a parte que compete ao sistema público, isto é, até a divisa do lote do
imóvel. Ainda existirão custos para adequações da parte interna de cada
imóvel, o que consideramos como contra partida dos moradores, que deverão
arcar com estes custos.
Comparando o estudo realizado com o cronograma vigente de obras vemos a
grande diferença que existe entre a obrigação da Concessionária e,
consequentemente, seu equilíbrio econômico-financeiro, e a necessidade de
investimentos para atendimento de 99% da população com rede separadora.
Desta forma, para os cenários 2 e 3, propõe-se que os valores existentes no
atual plano de investimentos sejam usados conforme estão estabelecidos,
buscando-se novas formas de financiamento para esta nova etapa do
saneamento da região, onde se busca a execução do sistema separador.
Para o atendimento através das redes separadoras, serão utilizados os dados
da tabela a seguir para a estimativa da porcentagem da população atendida
por bacia.
83
Tabela 46 – Porcentagem de atendimento por bacia
BACIA ATENDIMENTO
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
TOTAL 94,00%
Para este cenário, utilizaremos uma evolução no atendimento da população de
5% ao ano.
Devemos ressaltar que este índice de atendimento diz respeito somente ao
atendimento com rede separadora, não sendo o atendimento total da
população com o sistema de esgotamento sanitário, pois parte é e continuará
sendo atendida com o sistema unitário, que será gradativamente substituído
pelo sistema separador absoluto.
Com o nível de atendimento proposto, a demanda do sistema de esgoto será a
seguinte.
84
Tabela 47 – Cenário 2 - Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras)
POPULAÇÃO REDE DEMANDA ESGOTO L/S
ANO EQUIVALENTE %
ATEND. ATENDIDA EXT. (m)
VAZÃO DE INFILTRAÇÃO
MÉDIA MÉDIA +
INF.
-1 2.012 202.490
0 2.013 207.912 5% 10.396 50.000
1 2.014 213.332 10% 21.333 85.885 17,18 43,15 60,33
2 2.015 218.753 15% 32.813 121.770 24,35 66,29 90,64
3 2.016 224.174 20% 44.835 157.655 31,53 89,22 120,75
4 2.017 229.594 25% 57.398 193.540 38,71 114,11 152,82
5 2.018 235.125 30% 70.537 229.425 45,89 138,20 184,08
6 2.019 240.548 35% 84.192 265.310 53,06 163,71 216,77
7 2.020 245.972 40% 98.389 302.041 60,41 187,33 247,74
8 2.021 251.395 45% 113.128 339.617 67,92 209,50 277,42
9 2.022 256.817 50% 128.409 377.193 75,44 231,28 306,72
10 2.023 262.365 55% 144.301 443.098 88,62 254,75 343,37
11 2.024 267.792 60% 160.675 505.245 101,05 283,66 384,71
12 2.025 273.217 65% 177.591 554.229 110,85 313,52 424,37
13 2.026 278.642 70% 195.049 592.659 118,53 344,35 462,88
14 2.027 284.068 75% 213.051 643.891 128,78 376,13 504,90
15 2.028 289.631 80% 231.705 689.912 137,98 409,06 547,04
16 2.029 295.060 85% 250.801 749.923 149,98 442,77 592,76
17 2.030 300.487 90% 270.438 808.269 161,65 477,44 639,09
18 2.031 305.916 95% 290.620 884.457 176,89 513,07 689,96
19 2.032 311.345 99% 308.231 1.007.018 201,40 544,16 745,56
20 2.033 316.774 99% 313.606 1.007.018 201,40 553,65 755,05
85
Para o cálculo das demandas foram utilizadas as seguintes premissas:
Simultaneidade de 70% da população flutuante;
Consumo per capta e perdas = conforme estudo da FGV para a 2ª
revisão quinquenal;
Vazão de infiltração = 0,2 l / s.km;
Coeficiente de retorno = 0,8.
Quanto à ETE, a capacidade atual de 200 l/s corresponde ao atendimento, de
acordo com as premissas utilizadas, de uma população de 76.000 habitantes,
se considerarmos que toda esta população possui coleta através de redes
separadoras.
Como o sistema unitário deverá continuar operando, sendo substituído
gradativamente pelo sistema separador e a área da atual ETE está quase que
totalmente ocupada, vamos considerar como investimentos a implantação de
novas ETEs, tanto para atendimento da Sede e Iguabinha quanto para
atendimento dos demais distritos separadamente. Desta forma, o investimento
em ETE será demonstrado apenas geral do Município, tendo que se determinar
os seus locais na ocasião da elaboração dos projetos executivos.
Se considerarmos como base os custos de implantação publicados no livro
intitulado “introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos”, de
autoria de Marcos Von Sperling e publicado pelo Departamento de Engenharia
Sanitária e Ambiental da UFMG, um tratamento composto por lodos ativados
convencional com remoção biológica de Nitrogênio e Fósforo o custo de
implantação máximo é de R$ 190,00/hab (ano base 2009).
Se estes valores forem atualizados para janeiro de 2013 pelo INCC, encontra-
se R$ um valor de R$ 243,72 para novas ETEs com tratamento terciário.
A ordem de prioridade adotada para atendimento da população com redes
separadoras levou em conta a densidade populacional, ou seja, as bacias com
86
maior população serão atendidas prioritariamente. Desta forma, o cronograma
de execução de cada bacia, segundo o Cenário 2, é o seguinte.
87
Tabela 48 – Cenário 2 – cronograma (2.014 a 2.020)
BACIA ATENDIMENTO 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
21.085.484,48 21.085.484,48 21.085.484,48 21.085.484,48 21.085.484,48 21.085.484,48 22.326.984,57
INV. PROJETO (R$) 632.564,53 632.564,53 632.564,53 632.564,53 632.564,53 632.564,53 669.809,54
INV. ETE (R$) 20.959.920,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 42.677.969,01 21.718.049,01 21.718.049,01 21.718.049,01 21.718.049,01 21.718.049,01 22.996.794,11
88
Tabela 49 - Cenário 2 – cronograma (2.021 a 2.027)
BACIA ATENDIMENTO 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
23.568.484,66 23.568.484,66 32.513.896,97 30.157.048,50 28.660.814,55 22.745.201,21 24.972.931,75
INV. PROJETO (R$) 707.054,54 707.054,54 975.416,91 904.711,46 859.824,44 682.356,04 749.187,95
INV. ETE (R$) 0,00 0,00 20.959.920,00 0,00 0,00 0,00 7.311.600,00
INV. TOTAL (R$) 24.275.539,20 24.275.539,20 54.449.233,87 31.061.759,96 29.520.638,98 23.427.557,25 33.033.719,70
89
Tabela 50 - Cenário 2 – cronograma (2.028 a 2.033)
BACIA ATENDIMENTO 2028 2029 2030 2031 2032 2033
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
21.431.313,06 31.101.609,26 31.227.151,80 42.754.887,66 57.908.526,76 0,00
INV. PROJETO (R$) 642.939,39 933.048,28 936.814,55 1.282.646,63 1.737.255,80 0,00
INV. ETE (R$) 0,00 4.874.400,00 0,00 3.655.800,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 22.074.252,45 36.909.057,53 32.163.966,35 47.693.334,29 59.645.782,56 0,00
90
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 1 Rede coletora, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
OBJETIVO 1.1 Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
FUNDAMENTAÇÃO Para aumento do atendimento da população com redes separadoras, estas unidades deverão ser implantadas
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) (população atendida / população da área de concessão) / 100
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Parte da bacia 06-S Parte das Bacias 06-S e 05-S Parte das Bacias 05-S e 1-PS e bacias
12-IG, 11-S, 13-IG e 3-PS
Parte da bacia 1-PS e bacias 4.1-S, 4.2-S, 10-S, 12-S, 4.3-MG, 6-MG, 7-MG, 9-MG, 6-IG, 11-IG, 8-SV, 18-SV e
19-SV
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES
DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1.1.1 Execução de parte da Bacia 06-S 63.256.453,44 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
1.1.2 Execução de parte das Bacias 06-S e 05-S 132.720.407,32 Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
1.1.3 Execução de parte das Bacias 05-S e 1-PS e execução
das bacias 12-IG, 11-S, 13-IG e 3-PS 160.481.206,03
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
1.1.4 Execuçao de parte da bacia 1-PS e execução das bacias 4.1-S, 4.2-S, 10-S, 12-S, 4.3-MG, 6-MG, 7-MG, 9-MG, 6-
IG, 11-IG, 8-SV, 18-SV e 19-SV 162.992.175,47
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
91
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 2 Estação de tratamento de esgoto
OBJETIVO 2.1 Ampliação ou implantação de estações de tratamento de esgotos
FUNDAMENTAÇÃO Com o aumento da população atendida será necessária a ampliação da ETE existente ou a implantação de novas ETEs
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Vazão de tratamento
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Sede e Iguabinha Sede, Iguabinha e Praia Seca São Vicente e Morro Grande
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES
DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
2.1.1 Ampliação ou implantação de ETEs para os distritos Sede e Iguabinha com capacidade de atendimento de 86.000 hab.
20.959.920,00 Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
2.1.2 Ampliação ou implantação de ETEs para os distritos Sede e Iguabinha com capacidade de atendimento de 86.000 hab.
20.959.920,00 Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
2.1.3 Ampliação ou implantação de ETEs para o distrito de Praia
Seca com capacidade de atendimento de 30.000 hab. 7.311.600,00
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
2.1.4 Implantação de ETEs para o distrito de São Vicente com
capacidade de atendimento de 20.000 hab. 4.874.400,00
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
2.1.5 Implantação de ETEs para o distrito de Morro Grande com
capacidade de atendimento de 15.000 hab. 3.655.800,00
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
92
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 3 Projeto do sistema de esgotamento sanitário (redes separadoras)
OBJETIVO 3.1 Elaboração de projetos executivos das unidades do sistrema a serem implantadas
FUNDAMENTAÇÃO Para a execução das obras previstas neste cenário, é necessária a existência de projetos executivos
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Bacias atendidas
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Projeto das unidades dos itens 1.1.1 e 2.1.1
Projeto das unidades do item 1.1.2
Projeto das unidades dos itens 1.1.3, 2.1.2 e 2.1.3
Projeto das unidades dos itens 1.1.4, 2.1.4 e 2.1.5
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES
DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
3.1.1 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.1 e 2.1.1 1.897.693,60
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
3.1.2 Elaboração de projetos para unidades do item
1.1.2 3.981.612,22
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
3.1.3 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.3, 2.1.2 e 2.1.3 4.814.436,18
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
3.1.4 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.4, 2.1.4 e 2.1.5 4.889.765,26
Recursos Municipais,
Estaduais e Federais
93
Tabela 51 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações
domiciliares, EEE e linhas de recalque
Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
1.1.1 63.256.453,44
1.1.2 132.720.407,32
1.1.3 160.481.206,03
1.1.4 162.992.175,47
Total de investimentos necessários 63.256.453,44 132.720.407,32 160.481.206,03 162.992.175,47
Tabela 52 – Investimentos necessários – ETE
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
ETE Ampliação ou implantação de ETEs
2.1.1 20.959.920,00
2.1.2 20.959.920,00
2.1.3 7.311.600,00
2.1.4 4.874.400,00
2.1.5 3.655.800,00
Total de investimentos necessários 20.959.920,00 0,00 28.271.520,00 8.530.200,00
94
Tabela 53 – Investimentos necessários – Projetos
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Projetos Elaboração de projetos executivos
3.1.1 1.897.693,60
3.1.2 3.981.612,22
3.1.3 4.814.436,18
3.1.4 4.889.765,26
Total de investimentos necessários 1.897.693,60 3.981.612,22 4.814.436,18 4.889.765,26
Tabela 54 – Investimentos necessários – Resumo
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações domiciliares, EEE e linhas de recalque 63.256.453,44 132.720.407,32 160.481.206,03 162.992.175,47
ETE 20.959.920,00 0,00 28.271.520,00 8.530.200,00
Projetos 1.897.693,60 3.981.612,22 4.814.436,18 4.889.765,26
Total de investimentos necessários 86.114.067,04 136.702.019,54 193.567.162,21 176.412.140,73
95
Levando-se em consideração que a tarifa consiga suportar apenas o aumento
das despesas operacionais devido ao aumento do atendimento da população,
os valores demonstrados como investimentos totais são os que deverão ser
suportados, anualmente, por recursos municipais, estaduais ou federais, já que
os valores previstos no atual plano de investimentos continuarão a ser usados
conforme pré-estabelecidos. Como estes sistemas serão operados pelas
Concessionárias, os projetos e a execução deverão ser de comum acordo
entre os envolvidos.
4.3.3.4 Cenário 3
Também para o cenário 3 a coleta será através de rede coletora separadora
absoluta.
Para este cenário, será utilizada uma maior velocidade no atendimento à
população nos cinco primeiros anos, atingindo-se, desta forma, a
universalização anteriormente ao que acontece no cenário 2. Os números a
seguir dizem respeito ao índice de atendimento com rede separadora.
Com o nível de atendimento proposto, a demanda do sistema de esgoto será a
seguinte.
96
Tabela 55 – Cenário 3 - Demandas para o sistema de esgoto (redes separadoras)
POPULAÇÃO REDE DEMANDA ESGOTO L/S
ANO EQUIVALENTE %
ATEND. ATENDIDA EXT. (m)
VAZÃO DE INFILTRAÇÃO
MÉDIA MÉDIA +
INF.
-1 2.012 202.490
0 2.013 207.912 5% 10.396 50.000
1 2.014 213.332 15% 32.000 120.683 24,14 64,73 88,87
2 2.015 218.753 25% 54.688 191.365 38,27 110,48 148,75
3 2.016 224.174 35% 78.461 262.048 52,41 156,14 208,55
4 2.017 229.594 45% 103.317 332.102 66,42 205,40 271,82
5 2.018 235.125 55% 129.319 443.098 88,62 253,36 341,98
6 2.019 240.548 60% 144.329 505.245 101,05 280,64 381,69
7 2.020 245.972 65% 159.882 547.698 109,54 304,42 413,96
8 2.021 251.395 70% 175.976 592.659 118,53 325,88 444,41
9 2.022 256.817 75% 192.613 643.891 128,78 346,92 475,70
10 2.023 262.365 80% 209.892 689.912 137,98 370,55 508,53
11 2.024 267.792 85% 227.623 749.923 149,98 401,85 551,84
12 2.025 273.217 90% 245.895 808.269 161,65 434,11 595,77
13 2.026 278.642 95% 264.710 884.457 176,89 467,33 644,22
14 2.027 284.068 99% 281.227 1.007.018 201,40 496,49 697,89
15 2.028 289.631 99% 286.734 1.007.018 201,40 506,21 707,61
16 2.029 295.060 99% 292.109 1.007.018 201,40 515,70 717,10
17 2.030 300.487 99% 297.482 1.007.018 201,40 525,18 726,59
18 2.031 305.916 99% 302.857 1.007.018 201,40 534,67 736,08
19 2.032 311.345 99% 308.231 1.007.018 201,40 544,16 745,56
20 2.033 316.774 99% 313.606 1.007.018 201,40 553,65 755,05
Para o cálculo das demandas foram utilizadas as seguintes premissas:
Simultaneidade de 70% da população flutuante;
Consumo per capta e perdas = conforme estudo da FGV para a 2ª
revisão quinquenal;
Vazão de infiltração = 0,2 l / s.km;
Coeficiente de retorno = 0,8.
Quanto à ETE, a capacidade atual de 200 l/s corresponde ao atendimento, de
acordo com as premissas utilizadas, de uma população de 76.000 habitantes,
se considerarmos que toda esta população possui coleta através de redes
separadoras.
97
Como o sistema unitário deverá continuar operando, sendo substituído
gradativamente pelo sistema separador e a área da atual ETE está quase que
totalmente ocupada, vamos considerar como investimentos a implantação de
novas ETEs, tanto para atendimento da Sede e Iguabinha quanto para
atendimento dos demais distritos separadamente. Desta forma, o investimento
em ETE será demonstrado apenas geral do Município, tendo que se determinar
os seus locais na ocasião da elaboração dos projetos executivos.
A ordem de prioridade adotada para atendimento da população com redes
separadoras levou em conta a densidade populacional, ou seja, as bacias com
maior população serão atendidas prioritariamente, igualmente o Cenário 2.
Desta forma, o cronograma de execução de cada bacia, segundo o Cenário 3,
é o seguinte.
98
Tabela 56 – Cenário 3 – cronograma (2.014 a 2.020)
BACIA ATENDIMENTO 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
41.532.014,88 41.532.014,88 41.532.014,88 43.098.634,52 60.796.078,56 30.157.048,50 24.839.372,61
INV. PROJETO (R$) 1.245.960,45 1.245.960,45 1.245.960,45 1.292.959,04 1.823.882,36 904.711,46 745.181,18
INV. ETE (R$) 20.959.920,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20.959.920,00
INV. TOTAL (R$) 63.737.895,33 42.777.975,33 42.777.975,33 44.391.593,56 62.619.960,91 31.061.759,96 46.544.473,78
99
Tabela 57 - Cenário 3 – cronograma (2.021 a 2.027)
BACIA ATENDIMENTO 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
26.566.643,15 24.972.931,75 21.431.313,06 31.101.609,26 31.227.151,80 42.754.887,66 57.908.526,76
INV. PROJETO (R$) 796.999,29 749.187,95 642.939,39 933.048,28 936.814,55 1.282.646,63 1.737.255,80
INV. ETE (R$) 0,00 7.311.600,00 0,00 4.874.400,00 0,00 3.655.800,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 27.363.642,44 33.033.719,70 22.074.252,45 36.909.057,53 32.163.966,35 47.693.334,29 59.645.782,56
100
Tabela 58 - Cenário 3 – cronograma (2.028 a 2.033)
BACIA ATENDIMENTO 2028 2029 2030 2031 2032 2033
01 - PS 2,46%
03 - PS 6,81%
4.1 - S 0,64%
4.2 - S 0,06%
05 - S 13,53%
06 S 32,40%
10 - S 4,15%
11 S 6,66%
12 S 1,61%
4.3 - MG 1,74%
06 - MG 1,38%
07 - MG 1,53%
09 - MG 0,03%
06 - IG 0,11%
11 - IG 0,11%
12 - IG 9,06%
13 - IG 5,50%
08 - SV 5,51%
18 - SV 0,67%
19 - SV 0,04%
INV. REDE COLETORA, LIGAÇÕES, EEE E LR (R$)
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. PROJETO (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. ETE (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INV. TOTAL (R$) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
101
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 1 Rede coletora, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
OBJETIVO 1.1 Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
FUNDAMENTAÇÃO Para aumento do atendimento da população com redes separadoras, estas unidades deverão ser implantadas
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) (população atendida / população da área de concessão) / 100
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A
20 ANOS
Parte da bacia 06-S Parte das Bacias 06-S, 05-S e 3-PS e bacias 12-IG, 11-
S e 13-IG
Parte da Bacia 3-PS e bacias 1-PS, 8-SV, 18-SV, 19-SV, 10-S, 4.1-S, 4.2-S, 12-S, 4.3-MG, 6-MG, 7-MG, 9-MG, 6-IG
e 11-IG
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1.1.1 Execução de parte da Bacia 06-S 124.596.044,65 Recursos Municipais, Estaduais e
Federais
1.1.2 Execução de parte das Bacias 06-S, 05-S e 3-PS e
execução das bacias 12-IG, 11-S e 13-IG 210.430.709,08
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
1.1.3 Execução de parte da Bacia 3-PS e execução das bacias 1-PS, 8-SV, 18-SV, 19-SV, 10-S, 4.1-S, 4.2-S, 12-S, 4.3-
MG, 6-MG, 7-MG, 9-MG, 6-IG e 11-IG 184.423.488,53
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
102
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 2 Estação de tratamento de esgoto
OBJETIVO 2.1 Ampliação ou implantação de estações de tratamento de esgotos
FUNDAMENTAÇÃO Com o aumento da população atendida será necessária a ampliação da ETE existente ou a implantação de novas ETEs
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Vazão de tratamento
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Sede e Iguabinha Sede, Iguabinha e Praia Seca São Vicente e Morro Grande São Vicente e Morro Grande
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES
DE RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
2.1.1 Ampliação ou implantação de ETEs para os distritos Sede e Iguabinha com capacidade de atendimento de 86.000 hab.
20.959.920,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.2 Ampliação ou implantação de ETEs para os distritos Sede e Iguabinha com capacidade de atendimento de 86.000 hab.
20.959.920,00 Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.3 Ampliação ou implantação de ETEs para o distrito de Praia
Seca com capacidade de atendimento de 30.000 hab. 7.311.600,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.4 Implantação de ETEs para o distrito de São Vicente com
capacidade de atendimento de 20.000 hab. 4.874.400,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
2.1.5 Implantação de ETEs para o distrito de Morro Grande com
capacidade de atendimento de 15.000 hab. 3.655.800,00
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
103
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
PROGRAMA 3 Projeto do sistema de esgotamento sanitário (redes separadoras)
OBJETIVO 3.1 Elaboração de projetos executivos das unidades do sistrema a serem implantadas
FUNDAMENTAÇÃO Para a execução das obras previstas neste cenário, é necessária a existência de projetos executivos
MÉTODO DE MONITORAMENTO
(INDICADOR) Bacias atendidas
METAS
IMEDIATA - ATÉ 3 ANOS CURTO PRAZO - 4 A 9 ANOS MÉDIO PRAZO - 10 A 15 ANOS LONGO PRAZO - 16 A 20 ANOS
Elaboração dos projetos dos itens 1.1.1 e 2.1.1
Elaboração dos projetos dos itens 1.1.2 e 2.1.2
Elaboração dos projetos dos itens 1.1.3 e 2.1.3
PROJETOS E AÇÕES
CÓDIGO DESCRIÇÃO PRAZOS/INVESTIMENTOS (R$) POSSÍVEIS FONTES DE
RECURSOS IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
3.1.1 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.1 e 2.1.1 3.737.881,34
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
3.1.2 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.2 e 2.1.2 6.312.921,27
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
3.1.3 Elaboração de projetos para unidades dos
itens 1.1.3 e 2.1.3 5.532.704,66
Recursos Municipais, Estaduais e Federais
104
Tabela 59 – Investimentos necessários – redes coletoras, ligações domiciliares, estações elevatórias e linhas de recalque
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações domiciliares, EEE e linhas de recalque
Implantação de unidades de coleta e transporte de esgoto
1.1.1 124.596.044,65
1.1.2 210.430.709,08
1.1.3 184.423.488,53
Investimentos necessários 124.596.044,65 210.430.709,08 184.423.488,53 0,00
Tabela 60 – Investimentos necessários – ETE
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
ETE Ampliação ou implantação de ETEs
2.1.1 20.959.920,00
2.1.2 20.959.920,00
2.1.3 7.311.600,00
2.1.4 4.874.400,00 0,00
2.1.5 3.655.800,00 0,00
Investimentos necessários 20.959.920,00 28.271.520,00 8.530.200,00 0,00
105
Tabela 61 – Investimentos necessários – Projetos
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD. PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Projetos Elaboração de projetos executivos
3.1.1 3.737.881,34
3.1.2 6.312.921,27
3.1.3 5.532.704,66
Investimentos necessários 3.737.881,34 6.312.921,27 5.532.704,66 0,00
Tabela 62 – Investimentos necessários – Resumo
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA PRAZOS
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
Rede coletora, ligações domiciliares, EEE e linhas de recalque 124.596.044,65 210.430.709,08 184.423.488,53 0,00
ETE 20.959.920,00 28.271.520,00 8.530.200,00 0,00
Projetos 3.737.881,34 6.312.921,27 5.532.704,66 0,00
Total de investimentos necessários 149.293.845,99 245.015.150,35 198.486.393,19 0,00
106
Levando-se em consideração que a tarifa consiga suportar apenas o aumento das
despesas operacionais devido ao aumento do atendimento da população, os valores
demonstrados como investimentos totais são os que deverão ser suportados,
anualmente, por recursos municipais, estaduais ou federais, já que os valores
previstos no atual plano de investimentos continuarão a ser usados conforme pré-
estabelecidos. Como estes sistemas serão operados pelas Concessionárias, os
projetos e a execução deverão ser de comum acordo entre os envolvidos.
4.3.3.5 Comparativo entre os cenários 2 e 3
A seguir serão feitos alguns comparativos entre os cenários 2 e 3, a fim de embasar
decisões futuras.
Figura 2 – Comparativo atendimento da população (cenários 2 e 3)
107
Tabela 63 – Comparativo de investimentos (Cenários 2 e 3)
Ano Investimentos totais
Cenário 2 Cenário 3
2014 42.677.969,01 63.737.895,33
2015 21.718.049,01 42.777.975,33
2016 21.718.049,01 42.777.975,33
2017 21.718.049,01 44.391.593,56
2018 21.718.049,01 62.619.960,91
2019 21.718.049,01 31.061.759,96
2020 22.996.794,11 46.544.473,78
2021 24.275.539,20 27.363.642,44
2022 24.275.539,20 33.033.719,70
2023 54.449.233,87 22.074.252,45
2024 31.061.759,96 36.909.057,53
2025 29.520.638,98 32.163.966,35
2026 23.427.557,25 47.693.334,29
2027 33.033.719,70 59.645.782,56
2028 22.074.252,45 0,00
2029 36.909.057,53 0,00
2030 32.163.966,35 0,00
2031 47.693.334,29 0,00
2032 59.645.782,56 0,00
2033 0,00 0,00
Total 592.795.389,53 592.795.389,53
Figura 3 – Comparativo de investimentos (Cenários 2 e 3)
108
4.3.3.6 Propostas adicionais
4.3.3.6.1. Aspectos operacionais
Quanto ao aspecto operacional do sistema de esgotamento sanitário, é necessário
que se garanta seu pleno funcionamento mesmo com falta de fornecimento de
energia elétrica, evitando a contaminação do meio ambiente com a sua parada
temporária. Desta forma propõe-se que sejam instalados grupos geradores em todas
as estações elevatórias e também na unidade de tratamento.
4.3.3.6.2. Novos empreendimentos
Sugere-se que, para os novos condomínios horizontais e loteamentos, o proprietário
seja o responsável pelo projeto e execução da rede de esgotamento sanitário.
Deverá haver um procedimento entre o setor responsável pela aprovação da
Prefeitura e a Concessionária para que seja estudada a possibilidade de
atendimento, as obras necessárias a este atendimento e para que o projeto
elaborado pelo empreendedor seja aprovado pela Concessionária.
Caso não haja possibilidade de interligação com o sistema existente, o
empreendimento deverá contar com unidade de tratamento própria, aprovada pelo
órgão ambiental e, caso não haja, corpo receptor próximo, o esgoto tratado poderá
ser lançado na galeria de água pluvial.
109
5. DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
5.1 Introdução
A proposta Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), editada em 2011 pelo
Governo Federal, no capítulo correspondente a avaliação política-institucional,
detalha alguns aspectos particulares da gestão e prestação de serviços de
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas:
“Dos quatro componentes do setor de saneamento, os serviços de
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas são os que apresentam
maior carência de políticas e organização institucional. A urbanização
acelerada e caótica, com a falta de disciplinamento do uso e ocupação do
solo, inclusive das áreas de inundação natural dos rios urbanos, e, ainda, a
falta de investimentos em drenagem das águas pluviais, resultou no
aumento das inundações nos centros urbanos de maneira dramática.
Também o uso do sistema de drenagem para esgotamento sanitário
doméstico e industrial, a não existência de medidas preventivas nas áreas
sujeitas à inundação e a predominância de uma concepção obsoleta nos
projetos de drenagem tem contribuído para a ampliação dessa problemática.
O financiamento das ações é dificultado pela ausência de taxas ou de
formas de arrecadação de recursos específicos para o setor.”
“No conjunto do País, dados da PNSB 2008 indicam que 70,5% dos
municípios possuíam serviços de drenagem urbana, sendo que esse índice
era maior nas Regiões Sul e Sudeste. A existência de um sistema de
drenagem é fortemente associada ao porte da cidade. Todos os 66
municípios brasileiros com mais de 300.000 habitantes, no ano 2000,
independentemente da região em que se encontram, dispunham de um
sistema de drenagem urbana, enquanto que, para municípios com até 20 mil
habitantes, o índice de municípios com sistema de drenagem se encontrava
abaixo da média nacional. Em 2008, 99,6% dos municípios tinham seus
110
sistemas de drenagem administrados diretamente pelas prefeituras, sendo
predominantemente vinculados às secretarias de obras e serviços públicos.
Apenas 22,5% dos municípios do País declararam possuir plano diretor de
drenagem urbana.”
5.2 SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
A tabela a seguir apresenta a aplicação do método.
Tabela 64 - Condicionantes, Deficiências e Potencialidades
Setor C D P Fator
Dre
na
ge
m e
Ma
ne
jo d
e Á
gua
s P
luvia
is U
rban
a
Desmatamentos e ocupação desordenada de algumas encostas e dunas, e aterramento de brejais e lagoas, na zona rural e distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
Instalação de marneis - salinas
Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, construção de calçadas, telhados, pisos e pátios
Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
Falta de arranjo institucional específico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
Inexistência de regulamento com procedimentos para elaboração de projetos, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos com a participação das Associações de Bairros
Baixo índice pluviométrico da Região
Barramentos nos corpos hídricos através de cordão interceptor, estações elevatórias e estações de tratamento de esgoto
Existência de Plano Diretor Participativo, elaborado em 2005
Existência de cadastro de redes pluviais utilizadas como redes coletoras de esgotos sanitários, elaborado pela Concessionária Águas de Juturnaíba
Prefeitura Municipal de Araruama conta com um Corpo Técnico especializado na Secretaria Municipal de Obras
Defesa Civil em fase de estruturação subordinado a Secretaria Municipal do Ambiente
Existência de Grupo de Trabalho – Mudanças Climáticas, junto ao Comitê de Bacias - CBHLSJ
Existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João
111
Existência de diferentes programas de apoio estabelecidos pela SEA/INEA
Não existência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
Existência de Plano da Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São João
Monitoramento da qualidade das águas dos corpos receptores de águas pluviais mais esgotos sanitários tratados
Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela CAJ, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
Existência de barragem para controle de nível de descarga de águas pluviais e esgotos sanitários, operada pela CAJ e Prefeitura Municipal de Araruama, no Rio Mataruna
Precariedade das redes de drenagem nos Distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
Inexistência de áreas de amortecimento de cheias
Limpeza contínua dos rios e canais que cortam o Município, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar e o INEA/DIMFIS, tendo em vista a otimização da gestão de risco de desastres naturais.
Tabela 65 - Ameaças e Oportunidades do atual modelo de gestão.
Item Ameaças Oportunidades
I
Desmatamentos e ocupação desordenada de algumas encostas e dunas, e aterramento de brejais e lagoas, na zona rural e distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
Existência de Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Sustentável, elaborado em 2006
II
Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, construção de calçadas, telhados, pisos e pátios
Baixo índice pluviométrico da Região.
III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
Existência de Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Sustentável, elaborado em 2006
IV
Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
Existência de diferentes programas de apoio estabelecidos pela SEA/INEA. Monitoramento pela CAJ e INEA, da qualidade das águas dos corpos receptores de águas pluviais mais esgotos sanitários tratados pela CAJ.
112
Item Ameaças Oportunidades
V
Falta de arranjo institucional específico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
Prefeitura Municipal de Araruama conta com um Corpo Técnico especializado na Secretaria Municipal de Obras. Existência de Consórcio Intermunicipal Lagos São João. PLANSAB exige definição institucional para gestão da drenagem e manejo de águas pluviais
VI
Inexistência de regulamento com procedimentos para elaboração de projetos, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
Existência de Grupo de Trabalho – Mudanças Climáticas junto ao Comitê de Bacias – CBHLSJ. Existência de Plano de Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São João
VII Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
Apoio da Defesa Civil Estadual e local. Verbas disponíveis no PAC Prevenção
VIII
Não existência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
Defesa Civil em fase de estruturação subordinada à Secretaria Municipal de Obras. Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar e o INEA/DIMFIS, tendo em vista a otimização da gestão de risco de desastres naturais.
IX
Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela CAJ, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
Necessidade de busca de nova solução para drenagem de águas pluviais e coleta de esgotos sanitários através de sistema separativo. Existência de comportas para controle de nível de descarga de águas pluviais e esgotos sanitários, operandos pela Prolagos. Barramentos nos corpos hídricos através de cordão interceptor, estações elevatórias e de tratamento de esgotos.
X
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
Recomposição continua de pavimentos afundados após precipitações pluviométricas significativas.
XI Precariedade de redes de drenagem nos Distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
------------------------------
XII Inexistência de áreas de amortecimento de cheias
Existência de Plano de Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do Rio São João.
XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
------------------------------
113
Tabela 66 - Modelo Numérico para Ponderação das Ameaças. Item Ameaças Relevância
(1) Incerteza
(2) Prioridade
(3)
I
Desmatamentos e ocupação desordenada de algumas encostas e dunas, e aterramento de brejais e lagoas, na zona rural e distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
5 5 25
II
Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, construção de calçadas, telhados, pisos e pátios
5 5 25
III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
5 3 15
IV Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
3 3 09
V Falta de arranjo institucional específico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
5 5 25
VI
Inexistência de regulamento com procedimentos para elaboração de projetos, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
5 3 15
VII Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
5 5 25
VIII Não existência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
5 5 25
IX
Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela CAJ, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
5 3 15
X
Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
3 3 09
XI Precariedade de redes de drenagem nos Distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
5 3 15
XII Inexistência de áreas de amortecimento de cheias
5 5 25
XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
5 5 25
114
5.2.1 Hidrologia
Tabela 67 – Ameaças Programa 1 - Hidrologia
Item Ameaça Prioridade
VI Inexistência de regulamento com procedimentos para elaboração de projetos, construção, operação e manutenção do sistema de drenagem
15
15
5.2.2 Microdrenagem
Tabela 68 – Ameaças Programa 2 - Microdrenagem
Item Ameaça Prioridade
II Impermeabilização elevada dos solos urbanos pela pavimentação de vias, construção de calçadas, telhados, pisos e pátios
25
IX Existência do sistema de tomada em tempo seco, operado pela CAJ, utilizando a rede de drenagem de águas pluviais para coleta dos esgotos sanitários
15
XI Precariedade de redes de drenagem nos Distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
15
X Mau dimensionamento das redes de micro e macrodrenagem, projetadas em épocas passadas, sem considerar a atual expansão da malha urbana e aumento das áreas impermeáveis
09
64
5.2.3 Macrodrenagem
Tabela 69 – Ameaças Programa 3 – Macrodrenagem
Item Ameaça Prioridade
XIII Inexistência de Plano Diretor de Drenagem, definindo áreas de intervenção prioritária e prazos de execução
25
XII Inexistência de áreas de amortecimento de cheias 25
50
5.2.4 Defesa Civil
Tabela 70 – Ameaças Programa 4 – Defesa Civil
Item Ameaça Prioridade
VII Falta de mapeamento atualizado de áreas de risco de alagamentos e deslizamentos
25
VIII Não existência de Plano de Contingências de Proteção e Defesa Civil – PLANCON
25
50
115
5.2.5 Gestão do Sistema
Tabela 71 – Ameaças Programa 5 – Gestão do Sistema
tem Ameaça Prioridade
V Falta de arranjo institucional específico para a gestão de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas
25
I
Desmatamentos e ocupação desordenada de algumas encostas e dunas, e aterramento de brejais e lagoas, na zona rural e distritos de Iguabinha, Praia Seca, São Vicente de Paula e Morro Grande
25
III Crescimento acelerado nas últimas décadas da população residente e sazonal
15
IV Inexistência de indicadores operacionais, econômico-financeiros, administrativos e de qualidade do atual sistema de drenagem
09
74
Pela pontuação das ameaças é possível observar que a Gestão do Sistema
apresenta o maior número de pontos, seguida pela Microdrenagem,
Macrodrenagem, Defesa Civil e por último, pela Hidrologia.
O modelo aplicado poderia conduzir a situações diferenciadas, priorizando as outras
ameaças. Combinando-se entre si as convergências pontuadas nos cinco setores
selecionados é possível estabelecer a seguinte estrutura básica alternativa.
Figura 4 – Pontuação por programas
Fonte: SERENCO, 2013.
116
Sendo possível a seguinte integração.
Figura 5 – Integração das Alternativas
Fonte: SERENCO, 2013
Por esta imagem, é possível verificar que a pontuação da Gestão do Sistema
acrescida de Defesa Civil alcançou 124 pontos e a pontuação de Microdrenagem,
Macrodrengem e Hidrologia alcançou 129 pontos. Esses números sugerem a
montagem dos cenários a partir da Gestão do Sistema e Defesa Civil e então
Hidrologia, Microdrenagem e Macrodrenagem.
Para melhor entendimento metodológico e para o detalhamento dos prognósticos
pesquisados optou-se pela seguinte sequência:
Hidrologia;
Microdrenagem;
Macrodrenagem;
Gestão do Sistema, e,
Defesa Civil.
117
5.3 CENÁRIOS MILOGRANA, J (2009)
A tese de doutorado MILOGRANA.J, Sistemática de Auxílio à Decisão para a
Seleção de Alternativas de Controle de Inundações Urbanas, UNB, 2009,
Brasília/DF, apresenta contribuições bastante interessantes para a construção de
cenários, as quais destacam-se a seguir:
a) Inundações lentas ou fluviais, em regiões planas;
b) Inundações rápidas ou por chuvas torrenciais;
c) Inundações por escoamento urbano, em pequenas bacias até 10km2;
d) Inundações pelas torrentes, em áreas com declividades acima de 6%;
e) Submersões marinhas;
f) Inundações estuarinas;
g) Inundações por remanso da rede de drenagem pluvial, e,
h) Inundações por elevação do nível do Lençol Freático.
Dessas, as mais representativas para a Região dos Lagos, são: a), b), c), d) e g).
Outra contribuição refere-se a elaboração de mapa com curvas de cheias (cota
vermelha) com definição de inundação x prejuízo para diferentes categorias de
propriedades, com publicação de Manuais Blue, Red e Yellow, recomendados pelo
MOFHRC – Middlesex Polytechnic Fload Hazard Research Center, do Reino Unido,
para definição de danos causados pelas inundações.
Ainda, são relacionadas algumas medidas mitigadoras a serem levadas em
consideração, tais como:
a) Poços de infiltração;
b) Valas, valetas e planos de infiltração;
c) Trincheiras de infiltração e detenção;
d) Pavimentos permeáveis com estrutura de detenção e infiltração;
e) Telhados armazenadores;
f) Bacias de retenção ou detenção de cheias:
118
i. A céu aberto (parques urbanos);
ii. Áreas úmidas;
iii. Bacias subterrâneas.
g) Diques, e,
h) Canais de desvio.
Finalmente, sugere que o aumento na eficiência do escoamento poderá se dar
através de:
a) Dragagem (limpeza) de tubulações, galerias, canais e leitos de rios;
b) Substituições dos revestimentos de canais, e,
c) Retificação de canais.
Recomenda também, que os projetos deverão obedecer os critérios hidrológicos
determinados para a Região, bem como a vulnerabilidade (susceptibilidade e valor)
das áreas sujeitas às inundações.
A partir dessas principais considerações propõem a construção de quatro cenários.
A. Sem medidas de controle de inundações, ou seja, desocupação das áreas
alagadas com relocações;
B. Controle de cheias através de barramentos;
C. Construção de diques de contenção, com adequação de pontes e faixas de
domínio com canais paralelos, e,
D. Sistema de Previsão e Alerta pela instalação de sensores de precipitação de
nível, datalogger, transmissor e software de comunicação.
5.4 CENÁRIOS PLANSAB
O Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB, orientou-se pela realização
de cinco Seminários Regionais, um em cada Região do País, apoiado em diversos
eventos, os quais possibilitaram a construção de três cenários plausíveis (hipóteses)
para a Política de Saneamento Básico no Brasil, apoiados em:
119
Política macroeconômica;
Papel do Estado/Marco Regulatório/Relação Interfederativa;
Gestão, Gerenciamento, Estabilidade e Continuidade de Políticas Públicas,
Participação e Controle Social;
Investimentos no setor, e,
Matriz Tecnológica/Disponibilidade de Recursos Hídricos.
Dos três cenários construídos o Cenário 1 foi eleito como o de preferência para a
Política de Saneamento Básico no País.
Para a consolidação do cenário normativo proposto, foram elencados 23 indicadores
(07 para o abastecimento de águas, 06 para o esgotamento sanitário, 05 para os
resíduos sólidos, 04 para a gestão e o planejamento, e, 01 para a drenagem e o
manejo das águas pluviais urbanas), sendo estabelecidas metas para cada indicador
nas diferentes macrorregiões do País, para os anos 2015, 2020 e 2030.
Ainda para drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, quatro componentes
básicos foram considerados:
A implantação de sistemas de drenagem nas áreas de expansão urbana;
A reposição desses ao longo do horizonte de simulação;
A reposição dos sistemas de drenagem clássicos (macrodrenagem)
existentes nos municípios, ao longo do período, tendo por foco a redução do
risco de inundação, e,
Adequação dos sistemas de drenagem em áreas urbanizadas que sofrem
com inundações.
Não se incluem os custos relacionados a desapropriação ou aquisição de terrenos,
nem as obras de microdrenagem. Os custos para a expansão e reposição dos
sistemas de drenagem foram estimados para a Região Sudeste, conforme segue:
120
Tabela 72 - Necessidade de investimentos em drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas entre o ano base de 2011 e os anos 2015, 2020 e 2030.
Natureza dos Investimentos 2011 a 2015
2011 a 2020
2011 a 2030
Expansão 2.832 5.520 8.568
Reposição 1.535 3.023 6.083
Total (x) 4.367 8.543 14.651 (x)
em milhões de reais.
Fonte: PLANSAB, 2011.
Ainda o PLANSAB, 2011, detalha que em média 36% dos investimentos em
expansão correspondem à implantação de sistemas em áreas de expansão urbana
e 64% correspondem aos custos associados aos danos nas áreas já urbanizadas.
Em reposição, em média, no País, 63% correspondem à reposição do patrimônio
atualmente existente e 37% à reposição dos sistemas que serão implantados em
áreas de expansão urbana. Logo, em termos de necessidades de investimentos
totais em medidas estruturais e estruturantes para atendimento das metas
estabelecidas foram estimados os valores detalhados na tabela a seguir em milhões
de reais, para todo o País.
Tabela 73 - Necessidade de investimentos totais em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas para o País.
Medidas 2015 2020 2030
Estruturais 6.480 12.768 21.817
Estruturantes 10.694 21.099 33.317
Totais 17.173 33.867 55.134 Fonte: PLANSAB, 2011.
Como metas estipuladas para a Região Sudeste, em termos de drenagem e manejo
de águas pluviais urbanas, o indicador recomendado foi o D1 - % de municípios com
inundações e/ou alagamentos ocorridos na área urbana, nos últimos cinco anos,
correspondendo a 51% em 2008, e previsto em 15%, para 2030.
Em termos de gestão dos serviços de saneamento básico, na qual se inclui a
drenagem e o manejo das águas pluviais urbanas, o PLANSAB, 2011, define as
seguintes metas para a Região Sudeste:
121
Tabela 74 – Metas para gestão dos serviços de saneamento básico na Região Sudeste
do País (em %).
INDICADOR ANO (%)
G1.(%)de municípios com órgão de planejamento para as ações e serviços de saneamento básico
2015 40
2020 60
2030 80
G2. (%) de municípios com Plano de Saneamento Básico ou Ambiental
2015 60
2020 80
2030 100
G3.(%)de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados
2015 40
2020 60
2030 80
G4.(%) de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (Conselho de Saneamento ou outro)
2015 60
2020 80
2030 100
Fonte: PLANSAB, 2011.
5.5 CENÁRIO PROPOSTO
Em função do exposto e das ameaças críticas detectadas para o Município de
Araruama, sugere-se como Cenário Principal, a redução das inundações e/ou
alagamentos nas áreas urbanas do Município (Sede e Distritos de São Vicente,
Morro Grande, Iguabinha e Praia Seca) através de metas, programas e ações a
seguir detalhadas. Serão levadas em consideração recomendações de desocupação
de áreas alagadas com relocações, execução de barramentos para regularização de
vazões e retenção de cheias, incentivo às ações mitigadoras, instalação de Sistema
de Previsão e Alerta, bem como a instituição de órgão de planejamento e execução
de serviços e obras programadas, a elaboração de Plano Diretor de Drenagem e
finalmente a consolidação do Controle Social pela atuação efetiva do Conselho
Municipal de Meio Ambiente/Saneamento Básico.
A figura a seguir resume o anteriormente exposto.
122
Figura 6 – Cenários – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
Fonte: SERENCO, 2013
5.6 METAS, PROGRAMAS E AÇÕES
Detalham-se a seguir, as principais metas a serem observadas quando da
implementação do PMSB.
5.6.1 Metas Qualitativas
Destacam-se as seguintes:
1. Criar em seus cidadãos uma consciência de preservação dos recursos
hídricos e naturais, através de campanhas, cursos curriculares na Rede
Municipal de Ensino e em eventos específicos;
2. Coibir o lançamento de águas servidas e esgotos sanitários, com ou sem
tratamento, na rede de galerias de águas pluviais, que deverão ter o destino
adequado em rede apropriada;
123
3. Promover a preservação e recuperação de nascentes;
4. Promover a conservação da rede hidrológica, inclusive com a revegetação de
mata ciliar e a renaturalização de canalizações;
5. Promover o controle de erosão em terraplenagens e em terrenos desprovidos
de vegetação;
6. Promover o controle de assoreamento dos corpos d’água;
7. Coibir a deposição de materiais ao longo dos corpos d’água, em especial os
resíduos da construção civil, resíduos orgânicos e o lixo doméstico.
8. Estabelecer plano de uso e ocupação das bacias hidrográficas, em especial
quanto à proteção das áreas de fundos de vale, dos corpos d’água e de áreas
de recarga de aquíferos;
9. Inserir os parâmetros necessários à manutenção da permeabilidade do solo e
ao sistema de retenção de águas das chuvas na política de uso e ocupação
do solo;
10. Promover obras de manutenção de infraestrutura, como a limpeza e o
desassoreamento dos rios, córregos e canais, o redimensionamento de obras
de micro drenagem, a recuperação estrutural de obras de infraestrutura;
11. Executar obras de ampliação de infraestrutura como a construção de galerias,
pontes e travessias e a proteção das margens dos rios, córregos e canais;
12. Promover e incentivar a implantação de vegetação ao longo dos corpos
d’água, nas nascentes, nas cabeceiras e nas áreas de recarga de aquíferos;
13. Promover e incentivar programa para conservação do solo e combate à
erosão, no meio rural e no meio urbano.
Deverá ainda ser desenvolvido um programa de prevenção de alerta contra eventos
críticos de chuvas intensas para proporcionar agilidade na mobilização de ações
emergenciais nos eventos de enchentes, minimizando a possibilidade de maiores
prejuízos materiais e risco a perda de vidas e risco a saúde pública.
Devem também ser definidos parâmetros de impermeabilização de terrenos e as
necessidades de implantação de medidas estruturais com obras de micro e macro
124
drenagem, a recuperação da rede hidrológica de uma maneira mais ampla, indo
desde a recuperação de nascentes, matas ciliares e até a renaturalização de
córregos, bem como as medidas não estruturais para o controle de
impermeabilização do solo e ainda os programas de educação ambiental.
Sempre que houver novos empreendimentos (loteamentos: condomínios e outros)
deverão ser exigidos projetos de drenagem com previsão de escoamento superficial,
rede subterrânea e bacias de controle de vazão.
5.6.2 Metas Quantitativas
Para o alcance das metas estabelecidas no PMSB, está prevista e elaboração de
Estudos, Projetos e Ações que ofereçam subsídios para nortear a implantação das
metas programadas, destacando-se:
Estudo Hidrológico e Hidrodinâmico das Bacias Hidrográficas do Município
com seus hidrogramas de cheias, definição dos escoamentos, estudo de
chuvas intensas, entre outros.
Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana, a partir do cadastro da
rede existente, detalhando-se em planta e perfil a micro e macrodrenagem,
possibilitando propor e projetar as intervenções necessárias, desconectando-
se o esgotamento sanitário da rede de águas pluviais, com identificação e
análise do processo de ocupação e uso do solo urbano. Definição de áreas
sujeitas e restrições de uso e intervenções de prevenção e controle de
inundações.
Elaboração de mapas de risco de inundações/deslizamentos associados a
diferentes tempos de recorrência com definição dos coeficientes de
impermeabilização, com definição do zoneamento das áreas inundáveis.
Implantação de Sistema de Prevenção e Alerta com a finalidade de antecipar
a ocorrência de inundações avisando a população e tomando as medidas
necessárias para redução dos danos resultantes da inundação.
125
Estruturação da Defesa Civil, tendo em vista três fases distintas: prevenção
através de atividades para minimizar as inundações quando as mesmas
ocorrerem; alerta, durante a fase de ocorrência estabelecendo os níveis de
acompanhamento, alerta e emergência e a mitigação, após o evento ter
ocorrido, tendo em vista diminuir os prejuízos, conforme figura a seguir, mapa
de alerta.
Figura 7 – Mapa de Alerta
Fonte: SERENCO, 2013
126
Gestão do Sistema através de estrutura institucional locada na Prefeitura
Municipal para definição de ações de integração das diferentes estruturas
atualmente disponíveis voltadas à drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas, com criação de banco de dados único e arquivo do sistema já
implementado ou projetado.
Estabelecimento de um programa bem definido para erradicação de ligações
clandestinas de esgotos sanitários, de conformidade com a substituição do
sistema de tomada em tempo seco por um sistema separador absoluto.
Estabelecimento de ações para proteção e revitalização dos corpos d’água,
cujo objetivo seja o de melhorar as condições de vida da população através
do envolvimento da comunidade.
Na sequência, apresentam-se as propostas detalhadas, dentro dos 05 (cinco)
Programas sugeridos anteriormente, em formato de fichas com os objetivos,
fundamentação, método de monitoramento, metas, projetos, ações, investimentos e
possíveis fontes de financiamento.
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143
Resumidamente, apresentam-se a seguir os programas, projetos e ações propostas:
Tabela 75 - Programa 1 - Hidrologia
1.1 Elaboração de estudo de chuvas intensas para o município, definindo
indicadores de referência para os projetos de drenagem
1.2 Elaboração de manual para obras de drenagem
Tabela 76 - Programa 2 – Microdrenagem
2.1 Elaboração do cadastro georreferenciado da rede de microdrenagem do
município
2.2 Incentivo ao aproveitamento das águas de chuva
2.3 Criação de dispositivos legais para regulamentar a pavimentação no município
2.4 Obras de reposição da microdrenagem já existente
2.5 Obras de rede de microdrenagem para áreas de expansão urbanas
Tabela 77 - Programa 3 – Macrodrenagem
3.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana
3.2 Obras de recuperação e manutenção dos canais e galerias de macrodrenagem
Tabela 78 - Programa 4 – Defesa Civil
4.1 Atualização do cadastro de áreas de risco de alagamento
4.2 Capacitação de voluntários para a Defesa Civil
4.3 Elaboração do PLANCON
4.4 Instalação do sistema de controle e alerta de cheias
144
Tabela 79 - Programa 5 – Gestão do Sistema
5.1 Criação da Secretaria Municipal de Saneamento Básico
5.2 Criação de mecanismos legais para obras de drenagem em novas ocupações
urbanas
5.3 Criação do Sistema Municipal de Informações de Saneamento Básico
5.7 CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
A partir dos programas, projetos e ações propostos, foi possível estabelecer um
cronograma físico-financeiro para os investimentos na área de drenagem e manejo
de águas pluviais urbanas, divididas em imediato, curto, médio e longo prazos.
A seguir estão apresentados detalhadamente os custos projetados por programas:
Tabela 80 – Cronograma financeiro (Programa 1)
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
1.1.1 120.000,00R$ - - -
1.1.2 - - 40.000,00R$ 40.000,00R$
soma 120.000,00R$ -R$ 40.000,00R$ 40.000,00R$
total
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soma 80.000,00R$ -R$ -R$ -R$
total
soma 200.000,00R$ -R$ 40.000,00R$ 40.000,00R$
total
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
1. H
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280.000,00R$
1.2 Elaboração de manual
para obras de drenagem
200.000,00R$
1.1 Elaboração de estudo de
chuvas intensas para o
município, definindo
indicadores de referência
80.000,00R$
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS
146
Tabela 83 - Cronograma financeiro (Programa 4)
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
4.1.1 60.000,00R$ 60.000,00R$ 60.000,00R$ 60.000,00R$
soma 60.000,00R$ 60.000,00R$ 60.000,00R$ 60.000,00R$
total
4.2.1 20.000,00R$ 30.000,00R$ 30.000,00R$ 30.000,00R$
soma 20.000,00R$ 30.000,00R$ 30.000,00R$ 30.000,00R$
total
4.3.1 60.000,00R$ - - -
4.3.2 - 15.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$
soma 60.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$ 15.000,00R$
total
4.4.1 - - - -
4.4.2 - 50.000,00R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$
soma -R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$ 50.000,00R$
total
soma 140.000,00R$ 155.000,00R$ 155.000,00R$ 155.000,00R$
total
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
240.000,00R$
4.2 Elaboração de um Plano
de Conscientização
Ambiental 110.000,00R$
4.3 Elaboração do PLANCON
105.000,00R$
4. D
efes
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150.000,00R$
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS
4.1 Atualização do cadastro
de áreas de risco de
alagamento
4.4 Instalação do sistema de
controle e alerta de cheias
605.000,00R$
Tabela 84 - Cronograma financeiro (Programa 5)
IMEDIATO CURTO MÉDIO LONGO
5.1.1 5.000,00R$ - - -
5.1.2 - - - -
soma 5.000,00R$ -R$ -R$ -R$
total
5.2.1 10.000,00R$ - - -
5.2.2 20.000,00R$ 40.000,00R$ 60.000,00R$ 80.000,00R$
soma 30.000,00R$ 40.000,00R$ 60.000,00R$ 80.000,00R$
total
5.3.1 48.000,00R$ - - -
5.3.2 - 25.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$
soma 48.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$ 25.000,00R$
total
soma 83.000,00R$ 65.000,00R$ 85.000,00R$ 105.000,00R$
total
TOTAL DE INVESTIMENTOS
NECESSÁRIOS 338.000,00R$
5. G
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5.1 Criação da Secretaria
Municipal de Saneamento
Básico5.000,00R$
5.2 Criação de mecanismos
legais para obras de
drenagem em novas
ocupações urbanas 210.000,00R$
5.3 Criação do Sistema
Municipal de Informações de
Saneamento Básico123.000,00R$
MUNICÍPIO DE ARARUAMA - PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
PROGRAMA OBJETIVO CÓD.PRAZOS
147
Tabela 85 - Resumo do cronograma
Nota-se, pela tabela anterior, que os investimentos para a drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas estão diluídos entre os 20 anos do Plano, considerando
imediato, curto, médio e longo prazos.
Na tabela a seguir, pode-se observar que os investimentos estão concentrados
principalmente nos programas de micro e macrodrenagem, pois envolvem custos de
execução de grandes obras de interferência urbana. O valor médio anual foi feito
pela divisão do custo total pelos 20 anos.
Tabela 86 - Investimentos por programa
INVESTIMENTOS POR PROGRAMA
PROGRAMA TOTAL DE INVESTIMENTOS VALOR MÉDIO ANUAL
1. Hidrologia R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
2. Microdrenagem R$ 158.085.000,00 R$ 7.904.250,00
3. Macrodrenagem R$ 60.740.000,00 R$ 3.037.000,00
4. Defesa Civil R$ 605.000,00 R$ 30.250,00
5. Gestão do Sistema R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
TOTAL R$ 220.048.000,00 R$ 11.002.400,00
Foi possível também, estimar valores de investimentos por fontes de recursos,
sendo elas Prefeitura Municipal, INEA, Consórcio Intermunicipal Lagos São João e
Ministério das Cidades.
148
As tabelas a seguir demonstram, por programas, quais as possíveis fontes de
recursos:
Tabela 87 - Fontes de recurso (Programa 1)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 1. Hidrologia Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal - -
INEA - -
CILSJ R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Tabela 88 - Fontes de recurso (Programa 2)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 2. Microdrenagem Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 1.685.000,00 R$ 84.250,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades R$ 156.400.000,00 R$ 7.820.000,00
TOTAL R$ 158.085.000,00 R$ 7.904.250,00
Tabela 89 - Fontes de recurso (Programa 3)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 3. Macrodrenagem Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 51.140.000,00 R$ 2.557.000,00
INEA R$ 600.000,00 R$ 30.000,00
CILSJ - -
Ministério das Cidades R$ 9.000.000,00 R$ 450.000,00
TOTAL R$ 60.740.000,00 R$ 3.037.000,00
Tabela 90 - Fontes de recurso (Programa 4)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 4. Defesa Civil Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 605.000,00 R$ 30.250,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 605.000,00 R$ 30.250,00
149
Tabela 91 - Fontes de recurso (Programa 5)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Programa 5. Gestão do Sistema
Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
INEA - -
CILSJ - -
Ministério das Cidades - -
TOTAL R$ 338.000,00 R$ 16.900,00
Portanto, pode-se concluir que os investimentos necessários para os próximos 20
anos na área de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas no município de
Araruama, estarão concentrados no orçamento da Prefeitura Municipal, e recursos
provenientes de programas do Ministério das Cidades, tabela a seguir.
Tabela 92 - Fontes de recursos (valor total)
DESPESAS ESTIMADAS POR FONTE DE RECURSOS
Despesa total Valor total (20 anos) Valor médio anual
Prefeitura Municipal R$ 53.768.000,00 R$ 2.668.400,00
INEA R$ 600.000,00 R$ 30.000,00
CILSJ R$ 280.000,00 R$ 14.000,00
Ministério das Cidades R$ 165.400.000,00 R$ 8.270.000,00
TOTAL R$ 220.048.000,00 R$ 11.002.400,00
5.7.1 Memorial de Cálculo
A seguir, são apresentadas as tabelas com o memorial de cálculo para se obter os
valores de investimentos, detalhados.
Apresenta-se ao final, o mapa com os principais pontos de alagamentos, áreas de
risco de deslizamento, pontos de deságue da macrodrenagem da região urbana,
delimitação das bacias de microdrenagem, hidrologia e manchas urbanas da Sede
do Município de Araruama.
150
Tabela 93 - Memorial de cálculo (Programa 1)
PROGRAMA 1 - HIDROLOGIA OBJETIVO 1.1 Elaboração de estudo de chuvas intensas para o município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
1.1.1 Elaboração de estudo de
chuvas intensas
Contratação de consultoria especializada para análise dos dados pluviométricos existentes e elaboração do Estudo de Chuvas Intensas.
800 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$120.000,00
1.1.2 Revisão do Estudo de
Chuvas Intensas
Contratação de consultoria especializada para atualização dos dados existentes e revisão do Estudo de Chuvas Intensas. 265 horas de
trabalho a R$ 150,00 a hora = R$ 40.000,00
OBJETIVO 1.2 Elaboração de manual para obras de drenagem
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
1.2.1 Elaboração de manual
para obras de drenagem
Contratação de consultoria especializada para elaboração do Manual para Obras de Drenagem.
500 horas de trabalho a R$ 160,00/hora = R$ 80.000,00
Tabela 94 - Memorial de cálculo (Programa 2)
PROGRAMA 2 - MICRODRENAGEM OBJETIVO 2.1 Elaboração do cadastro georreferenciado da rede de microdrenagem do município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.1.1 Levantamento em campo
Contratação de empresa para realizar o levantamento em campo, com georrefereciamento da rede, poços de visita, caixas de ligação e
outros componentes. Valor estimado = R$ 8,00/metro linear x 75.000 m = R$ 600.000,00
2.1.2 Criação do cadastro com os
dados levantados em campo
Contratação de empresa especializada para reunir os dados levantados e criar o cadastro georreferenciado.
Valor estimado = 465 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$ 70.000,00
2.1.3 Atualização do cadastro Atualização do cadastro feita por técnicos da Prefeitura. Valores
estimados.
OBJETIVO 2.2 Incentivo ao aproveitamento das águas de chuva
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.2.1
Elaborar projeto de lei incentivando a captação e
aproveitamento de águas de chuva em novas construções
Valor estimado = R$ 25.000,00
151
2.2.2
Implantar sistemas de captação de águas de chuva
nos prédios públicos da administração municipal
Valor estimado = R$ 20.000,00/prédio
OBJETIVO 2.3 Criação de dispositivos legais para regulamentar a pavimentação no município
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.3.1
Elaborar projeto de lei regulamentando a pavimentação do
município, com incentivo às tecnologias de pavimento
permeável
Valor estimado = R$ 40.000,00
OBJETIVO 2.4 Obras de reposição da microdrenagem já existente
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.4.1 Elaborar projetos para
obras de reposição
Contratação de empresa de engenharia para elaboração de projetos para obras de reposição.
Valor estimado = 5000 horas de trabalho a R$ 150,00/hora = R$ 200.000,00
2.4.2 Executar as obras
projetadas Valores estimados em R$ 1.150,00/m, com 8.000m de obras previstas
por ano, ou R$ 9.200.000,00/ano
OBJETIVO 2.5 Obras de rede de microdrenagem para áreas de expansão urbanas
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
2.5.1 Elaborar projetos para obras de drenagem em
áreas de expansão urbana Custos a cargo dos empreendedores que irão projetar os novos loteamentos.
2.5.2 Executar as obras
projetadas
152
Tabela 95 - Memorial de cálculo (Programa 3)
PROGRAMA 3 - MACRODRENAGEM OBJETIVO 3.1 Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
3.1.1 Elaborar o Plano Diretor
de Drenagem Urbana
Contratação de empresa de engenharia especializada. Valor estimado =
R$ 600.000,00
3.1.2 Revisar o Plano Contratação de empresa de engenharia para revisão periódica do plano.
Valor estimado = R$ 70.000,00 por revisão
OBJETIVO 3.2 Obras de recuperação e manutenção dos canais e galerias de macrodrenagem
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
3.2.1
Executar obras de recuperação dos canais e
galerias de macrodrenagem
Valores estimados em R$ 3.000.000,00/ano, a serem confirmados com a elaboração do Plano Diretor de Drenagem
3.2.2 Manutenção dos canais e
galerias de macrodrenagem
Tabela 96 - Memorial de cálculo (Programa 4)
PROGRAMA 4 - DEFESA CIVIL OBJETIVO 4.1 Atualização do cadastro de áreas de risco de alagamento
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.1.1 Atualizar o cadastro de
áreas de risco Valor estimado referente a atualização do cadastro por funcionários da
Prefeitura Municipal.
OBJETIVO 4.2 Capacitação de voluntários para a Defesa Civil
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.2.1 Cadastrar e capacitar 40 voluntários, moradores
das áreas de risco
Valores estimados para capacitação de voluntários por funcionários da Prefeitura
OBJETIVO 4.3 Elaboração do PLANCON
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.3.1 Elaborar o PLANCON Valor referente a gastos de transporte, e outros custos para elaboração
do Plano pela equipe da Defesa Civil Municipal. Valor estimado = R$ 60.000,00
153
4.3.2 Atualização do Plano Valor referente a gastos diversos pela Defesa Civil Municipal para
atualização do Plano. Valor estimado = R$ 15.000,00 por atualização
OBJETIVO 4.4 Instalação do sistema de controle e alerta de cheias
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
4.4.1 Instalar o sistema de controle e alerta de
cheias
Custo de instalação por conta do INEA, através de parceria já firmada com o IMELS
4.4.2 Apoio local à
manutenção do sistema Custo estimado em R$ 10.000,00/ano para manutenção local do sistema
Tabela 97 - Memorial de cálculo (Programa 5)
PROGRAMA 5 - GESTÃO DO SISTEMA OBJETIVO 5.1 Criação da Secretaria Municipal de Saneamento Básico
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.1.1 Encaminhar à Câmara
Municipal minuta de Lei para criação da SMSB
Valor estimado = R$ 5.000,00
5.1.2 Implantar a SMSB e criar
a UGPLAN
Os valores para a SMSB e UGPLAN deverão ser definidos quando da criação das mesmas, após a definição das responsabilidades e
atribuições
OBJETIVO 5.2 Criação de mecanismos legais para obras de drenagem em novas ocupações urbanas
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.2.1 Elaborar projeto de lei Valor estimado = R$ 10.000,00
5.2.2
Incentivar a implantação de medidas de
mitigação/retenção de águas de chuva
Valores estimados
OBJETIVO 5.3 Criação do Sistema Municipal de Informações de Saneamento Básico
CÓD. DESCRIÇÃO Memorial de cálculo detalhado
5.3.1 Criar o Sistema Municipal
de Informações de Saneamento Básico
Contratação de empresa especializada para criação do SMISB. Valor estimado 320 horas a R$ 150,00/hora = R$ 48.000,00
5.3.2 Atualizar o SMISB Valor estimado para atualização = R$ 25.000,00 a cada 5 anos
155
6. ANÁLISE INSTITUCIONAL
Apresenta-se a seguir, um primeiro ensaio sobre os modelos institucionais
existentes e os possíveis arranjos a serem implementados na Região dos Lagos São
João, Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a Gestão dos Sistemas de
Saneamento Básico, referenciados na Lei n.º 11.445/2.007, a qual institui a Política
Nacional de Saneamento Básico no País, e regulamentada pelo Decreto n.º
7.217/2.010.
A referida Lei e seu Decreto Regulamentador detalham o inter-relacionamento
entre o Poder Concedente, no caso os Municípios da Região dos Lagos São João,
os Prestadores de Serviços e o Ente Regulador. As combinações e acordos
possíveis entre as três partes envolvidas formatará os arranjos institucionais a serem
apresentados e debatidos em consultas públicas e implementadas, caso aprovadas,
em audiências públicas quando da conclusão dos Planos Municipais de Saneamento
Básico dos Municípios de Armação dos Búzios, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo
Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.
6.1 Situação Atual
No início deste documento, foram elencadas e descritas as instituições envolvidas
pelo arranjo institucional vigente na Região dos Lagos – São João. Detalham-se a
seguir, o Modelo Atual e a Modelagem Proposta, em forma de Estudo Inicial, uma
vez que a Proposta Final será obtida após os debates que irão acontecer durante a
Consulta Pública e finalmente após a Audiência Pública.
Os serviços de Saneamento Básico prestados no Município referem-se a:
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário: são operados em regime
de concessão pela CAJ, destacando-se que os esgotos sanitários, em sua
grande maioria são coletados pelo sistema de drenagem urbana da Prefeitura
Municipal de Araruama, pelo chamado “tomada em tempo seco”. Os serviços
156
prestados são fiscalizados pelo Consórcio Intermunicipal para Gestão
Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, do Rio São João e Zonas
Costeiras (Consórcio Intermunicipal Lagos – São João/CILSJ) e regulados
pela Agencia Estadual Reguladora de Energia e Saneamento – AGENERSA.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro é solidário ao Município de Araruama
como Poder Concedente.
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos: são administradas pela
Secretaria Municipal de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos, a qual
terceiriza os serviços de coleta, transporte e disposição final dos resíduos
domésticos/comerciais/de serviços de saúde/limpeza pública. Não sofre
fiscalização do Consórcio e a Regulação por parte da AGENERSA, encontra-
se em fase de estruturação.
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas: são administradas pela
Secretaria Municipal de Obras, Urbanismos e Serviços Públicos. A Defesa
Civil atualmente compreende uma subsecretaria, vinculada à Secretaria de
Meio Ambiente.
157
Figura 8 - Modelo Institucional do Saneamento Básico de Araruama
Fonte: SERENCO, 2.013.
6.2 Modelos Institucionais para Prestação dos Serviços de Saneamento Básico
A história do saneamento básico em nosso país registra diferentes momentos
relacionados aos modelos institucionais utilizados na prestação dos serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e manejo de
resíduos sólidos urbanos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Historicamente, de forma resumida, os modelos institucionais utilizados partem dos
158
antigos Departamentos/Serviços de Água e Esgotos e dos Departamentos /Serviços/
Superintendências de Limpeza Urbana e/ou de Lixo.
O Ministério da Saúde, através da Fundação Serviços de Saúde Pública,
inicialmente Serviços de Saúde Pública, (1.942), do Ministério da Saúde, hoje
FUNASA, investiu nos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE’s) e também
nos Serviços Autônomos Municipais de Água e Esgotos (SAMAE’s) implantando os
modelos na década de 1950, difundindo-os pelo país a fora, atualmente em mais de
mil cidades. DAE’s/SAAE’s e SAMAE’s, constituíram-se nos modelos institucionais
municipais escolhidos por vários Munícipios, buscando a implantação/ampliação dos
sistemas de abastecimento de água, cujos índices de atendimento em termos de
quantidade e qualidade eram muito baixos.
A partir daí, segundo NIEBUHR, 2.009, o arcabouço legal brasileiro disponibiliza à
Administração Municipal, enquanto titular dos serviços públicos de saneamento
básico, uma série de modelos para sua gestão. A prestação de serviços passa a ser
gerenciada pelo setor público, pelo setor privado, ou por ambos. Essa prestação é
eminentemente pública quando: (a) o próprio titular da atividade, o município,
executa os serviços através da administração direta, ou de autarquia, ou empresa
municipal, através de empresas públicas estaduais, as Companhias de Saneamento,
por intermédio de contratos e/ou convênios, e ainda através de empresas regionais,
cujo modelo reúne um conjunto de municípios interligados pela figura dos
consórcios.
A terceirização dos serviços com empresas privadas, principalmente na gestão dos
resíduos sólidos urbanos acontece, e ainda, se materializa e se diversifica através
de Concessões Privadas Plenas ou de Parcerias Público-Privadas. Paralelamente a
esse panorama de modelos institucionais, cresce nos dias atuais, a prestação
indireta dos serviços de saneamento básico, por empresas privadas, tendo em vista
que elas realizam o aporte de capital necessário para a expansão das atividades. As
leis n.º 8.987/92, 9.074/95 e 11.445/07 viabilizam juridicamente a prestação
159
exclusiva por empresas privadas através de concessão/subconcessão autorizadas
pelo poder concedente - o município. A concessão outorga ao particular, o exercício
da prestação dos serviços de saneamento básico, retendo, para si, o município, a
titularidade dos mesmos. O concessionário encarrega-se, com recursos próprios ou
captados em seu nome, em ampliar e melhorar a prestação dos serviços
contratados.
O contrato prevê metas e padrões de desempenho, obrigando-se a
concessionária/subconcessionária a manter os serviços públicos delegados de forma
adequada aos termos do contrato, atendendo as metas quantitativas (número de
usuários atendidos-universalização dos serviços), bem como as qualitativas
(padrões e normas vigentes, aferidos por indicadores setoriais do saneamento
básico).
A combinação de fatores melhor técnica e menor taxa/tarifa define a autorga dos
serviços licitados pela Administração Municipal. A Associação Brasileira de
Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto – ABCON,
contabiliza mais de 200 contratos de concessão no território nacional. Ainda
segundo NIEBUHR, 2009, no período 2.000/2.005 os investimentos médios, por
habitante, registraram:
Concessionárias/subconcessionárias----------------------------R$ 39,08
Empresas públicas estaduais--------------------------------------R$ 21,55
Empresas públicas municipais ------------------------------------R$ 10,21
O outro modelo de gestão referenciado anteriormente é o sistema misto, ou público-
privado disciplinado pela Lei N°11.079/2004, ou seja, as parcerias público-privadas,
onde o Estado/Município participa, integral ou parcialmente, da remuneração da
concessionária/ subconcessionária. Ainda, em concessões patrocinadas, a
administração pública paga ao concessionário/ subconcessionário a contraprestação
160
pecuniária ao lado das tarifas/taxas cobradas dos usuários dos serviços públicos, de
modo a complementar a remuneração do particular.
Já nas concessões/subconcessões administrativas, a Administração Pública
remunera integralmente a parceria privada. Este modelo se aplica para atividades
que não comportam cobrança direta de taxas/tarifas dos usuários, seja pela
impossibilidade de se identificar uma relação contratual entre o tomador e o
prestador do serviço, ou pelos interesses sociais envolvidos na questão.
A participação privada nos serviços de água e esgoto teve início em 1.995 com o
primeiro contrato de concessão assinado no município de Limeira, interior de São
Paulo. Desde então tem crescido gradativamente. Em 2.004 com a promulgação da
Lei 11.079/04 que regulamentou as Parcerias Público- Privadas e mais
recentemente em 2.007, com a promulgação da Lei 11.445/2.007 que estabeleceu
as diretrizes nacionais para o saneamento básico, regulamentada pelo Decreto
7.217 de 21.06.2010, a participação privada foi fortalecida, baseada em regras
claras e segurança jurídica para os investidores.
Em 2.010 eram 214 contratos, entre eles concessões plenas, parciais, BOT´s(1) e
PPP´s(2) em 229 municípios, 13 estados brasileiros, atingindo direta ou
indiretamente o atendimento de 16,30 milhões de habitantes, correspondendo a
11,3% da população urbana. Estavam previstos investimentos de R$ 8,04 bilhões
nesses contratos. A projeção para 2017, 10 anos após a promulgação da Lei é
atender 30% do mercado nacional.
Enfim, a consolidação do saneamento básico impulsionada por toda a legislação
vigente possibilita a escolha de modelos de gestão distintos.
(1) Build, Operate and Transfer (2) Parceria Público - Privada.
A opção menos onerosa para os municípios é a concessão comum (privada e
plena), dado que nela todos os investimentos são realizados pela empresa privada,
161
que presta o serviço por conta e risco, sem necessidade de aporte público. Já na
parceria público-privada, quer na modalidade concessão patrocinada, quer na
modalidade concessão administrativa, há, ao menos, a possibilidade de os
municípios remunerarem diretamente a empresa privada, além da tarifa já cobrada
dos munícipes. Para que a retomada do serviço traduza ganho em eficiência é
imperativo que os municípios cotejem as alternativas disponíveis, considerando suas
especificidades locais e regionais.
Resumidamente tem-se:
Modelos Institucionais para a prestação dos Serviços de Saneamento Básico
(i)
- Administração direta pela Municipalidade (Centralizada) por órgãos e servidores públicos – Secretaria, Divisão, Serviço ou Departamento.
(ii)
- Administração direta descentralizada (outorga) por pessoa com personalidade jurídica distinta do Município:
(iia) - Autarquia Municipal
(iib) - Empresa de Economia Mista
(iic) - Empresa Pública
(iid) - Fundação
(iii) Administração indireta (delegação) através de licitação:
(iiia) - Empresas Privadas – Terceirização por Autorização, Permissão ou Concessão.
(iiib) - Por Concessão Privada Plena
(iiic)
- Por Parceria Público – Privada (PPP) em forma de Concessão Patrocinada ou Administrativa.
(iv)
- Gestão Associada através de Consórcio Público Intermunicipal ou Convênio de Cooperação, mediante contrato de programa, e
(iva) - Companhia Estadual de Saneamento.
Fonte: SERENCO, 2.013.
Segundo VARGAS, 2.004, mais importante do que a existência de posições
favoráveis ao aumento da participação privada na prestações dos serviços de
saneamento, é a baixa capacidade de investimento na expansão deste setor
demonstrada pela União, favorecendo o crescimento das concessões ao setor
privado. É possível observar que o Governo Federal, Estadual e Municipal
apresentam baixa capacidade de investimento no setor saneamento básico. Neste
contexto, parece improvável que o setor público possa garantir sozinho, os recursos
necessários para universalizar o atendimento da população urbana com serviços
adequados de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e
162
manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, tendo
em vista os déficits de cobertura acumulados e as estimativas de investimentos para
superá-los.
O que explica a fraca participação de concessionárias privadas, sejam de capital
nacional ou estrangeiro, na prestação de serviços neste setor, não é tanto a
resistência política organizada das corporações envolvidas e seus aliados na
sociedade civil, mas principalmente alguns obstáculos jurídico-legais presentes no
seu ordenamento institucional.
As considerações sobre a organização administrativa e institucional do saneamento
na atual conjuntura política e econômica indicam que o envolvimento privado na
prestação dos serviços de água e esgotos tende a continuar crescendo em nosso
país.
Começando pelas oportunidades, a possibilidade de atrair capital privado para
investir na melhoria e ampliação da infraestrutura, numa época de recursos públicos
escassos e comprometidos com o pagamento de dívidas, é sem dúvida a principal
vantagem potencial da concessão dos serviços para companhias privadas nacionais
ou estrangeiras. Para assegurar que este objetivo seja cumprido satisfatoriamente,
no entanto, é preciso contar com um aparato regulatório consistente, envolvendo
contratos de concessão equilibrados, nos quais os direitos e obrigações do poder
concedente e da concessionária sejam plenamente assegurados, nos moldes do
que prevê a Lei de Concessões, além de entidades reguladoras dotadas de
qualificação técnica e de autonomia decisória e financeira para fiscalizar o seu
cumprimento.
Além do investimento, outra vantagem de uma ampliação da participação privada na
prestação dos serviços de saneamento bastante citada na literatura diz respeito ao
aumento da eficiência global do setor que seria incentivada pelo aumento da
competição entre operadores públicos e privados.
163
Neste caso, uma participação de companhias privadas transnacionais no contexto
brasileiro, ainda que minoritária diante das enormes disparidades sociais e regionais
do país, é vista como vantajosa por incentivar a busca de maior eficiência e
competitividade por parte das CESBs, além de possibilitar transferência de
tecnologia avançada para o setor.
Assim, concluindo, segundo VARGAS, 2004, nada impede a priori que operadores
privados possam atuar de forma articulada com as prefeituras e entidades
comunitárias em intervenções urbanas integradas, visando atender populações
desfavoráveis em áreas de sub-habitação.
Resumidamente, apresentam-se as figuras a seguir, as quais detalham as
alternativas possíveis, ou seja, os cenários para o arranjo institucional proposto para
o Município de Araruama, e consequentemente, para a Região dos Lagos São João.
166
Figura 11 - Diagrama Institucional Intermunicipal
Fonte: SERENCO, 2.013.
6.2.1 Estrutura Organizacional Proposta
A definição das diretrizes de ação, projetos e intervenções prioritárias no horizonte
de planejamento já consiste em grande avanço. Entretanto, tais definições poderão
se tornar inócuas, caso não venham acopladas a um mecanismo institucional e
operativo robusto e eficiente de operacionalização das mesmas. Tal mecanismo tem
167
que ser capaz de garantir o fortalecimento e estruturação do arranjo institucional
específico para viabilização dos Planos Municipais, adequação normativa e
regularização legal dos sistemas, estruturação, desenvolvimento e aplicação de
ferramentas operacionais e de planejamento.
Dentro desta lógica, o PMSB está sendo concebido como um tripé composto de
elementos fundamentais: estruturais, normativo e gestão. Tal configuração é
mostrada na Figura a seguir.
Figura 12 - Esquema do tripé de elementos fundamentais do PMSB
Fonte: SERENCO, 2.013.
Para responder aos desafios e para alcançar o sucesso do PMSB, o presente
documento preliminar propõe, além do conjunto de programas estruturais nas áreas
de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos
urbanos e manejo de drenagem urbana, a implantação de um programa estruturante
na área de gestão. Nessa perspectiva, o programa proposto procura sistematizar as
articulações entre a operação, ampliação e modernização da infraestrutura setorial e
a gestão integrada sob o ponto de vista político-institucional, técnico e financeiro do
Plano. Dentro da lógica atual do planejamento público em qualquer setor, tais
objetivos não deverão estar dissociados da busca, em nível macro, da
sustentabilidade ambiental e da melhoria de qualidade de vida da população.
168
Os desafios de implementar um Plano da magnitude do PMSB mediante uma
perspectiva integrada não são triviais e requerem uma base institucional e legal
consistente e inovadora, em termos de sua instrumentalização e da forma como atua
o poder público. Neste sentido, o setor de saneamento básico no âmbito das
Prefeituras Municipais da Região dos Lagos reúne algumas vantagens relativas, em
decorrência da existência do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), do
Comitê da Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos São João com Quatro
Subcomitês: Rio São João, Lagoa de Araruama, Lagoa de Saquarema e Rio Una e
recentemente o Consórcio Público Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da
Região dos Lagos - com arcabouços técnicos, administrativos, financeiros e jurídicos
próprios. Apesar da existência das estruturas citadas já representarem um grande
avanço em termos institucionais é necessário atentar para o fato de que apesar de
bem estruturadas, contam com grande demanda de serviços, sendo que o acúmulo
das atribuições atuais somadas àquelas que serão decorrentes da implementação
dos Planos, poderá, ao invés de trazer melhorias ao setor, resultar na geração de
ineficiências.
Assim sendo, um dos principais aspectos a serem incorporados no Plano, no bojo do
Programa de Gestão a ser proposto, é a reestruturação e ampliação da capacidade
funcional das Estruturas Regionais existentes, por meio da estruturação de um
arranjo institucional que contemple em cada Município uma Unidade de Gestão do
Plano – UGPLAN. A criação desta Unidade, de forma centralizada (regional) e
descentralizada (nos Municípios) e adequada junto às atuais atribuições distribuídas
em várias Secretarias Municipais, permitirá às Prefeituras criarem condições
estruturais de governabilidade e de governança, ambas essas condições
contemplando um modelo institucional que se vislumbra com potencial elevado
focando-se a modelagem proposta no fortalecimento das Secretarias Municipais de
Meio Ambiente em cada Município.
A unidade UGPLAN/Regional, deverá ser criada em um dos atuais Consórcios
anteriormente citados, desde que adaptados e/ou ajustados para absorverem a
169
gestão do Saneamento Básico como um todo, ou ainda, através de novo modelo a
ser estudado, apresentado, debatido e aprovado em Assembleia de seus membros
constituintes.
Outra opção possível é a constituição e formalização da Microrregião dos Lagos,
instituída pela Lei Complementar n.º 87/1.997, complementada pelas Leis
Complementares n.º 89/1.998, 97/2.001 e 10/2.002. Isto é, estabelecer condições
institucionais com vistas à organização, do planejamento e à execução de funções
públicas e aos serviços de interesse comum que atendam a mais de um município,
assim como os que, restrito ao território de um deles, sejam de algum modo
dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados de funções públicas, bem
como os serviços supra municipais, notadamente:
Planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social da
Microrregião dos Lagos, compreendendo a definição de sua política de
desenvolvimento e fixação das respectivas diretrizes estratégicas e de
programas, atividades, obras e projetos;
Saneamento básico;
Aproveitamento, proteção e utilização racional e integrada dos recursos
hídricos, e,
Cartografia e informações básicas para o planejamento microrregional,
entre outros elementos, detalhados na referida Lei Complementar.
A Figura 13 apresenta o modelo em questão.
170
Figura 13 - UGPLAN
Fonte: SERENCO, 2.013.
Pelo exposto, as principais diretrizes que regem a estruturação do Programa de
Gestão são:
Ênfase no estabelecimento de mecanismos de gestão (aspectos legais,
institucionais, de planejamento e da base de informações), apoiado em
estudos e projetos consistentes sob o ponto de vista técnico;
Proposição de arranjo institucional, a fim de promover o fortalecimento
institucional das Estruturas Municipais e Regionais Existentes;
Organização, monitoramento e avaliação da operação e manutenção
dos sistemas existentes, de modo a evitar a perda de patrimônio público
e o desempenho inadequado das infraestruturas já instaladas;
Ampliação progressiva das infraestruturas, de modo a otimizar os
recursos disponíveis e evitar dispersões, conferindo prioridade às obras
para o atendimento de demandas mais urgentes e para a viabilização
dos benefícios esperados pelos Planos;
Estruturação de um sistema de informações capaz de ordenar o fluxo,
acesso e disponibilização das informações inerentes aos setores e aos
171
Planos, que se configure não apenas como banco de dados, mas como
sistema de apoio à decisão, e,
Atenção com os encargos relativos ao gerenciamento da implementação
do Programa de Gestão, para o qual dever-se-á contar com o apoio de
consultores especializados e estruturar um conjunto de indicadores de
acompanhamento da execução que explicitem avanços nas obras
físicas, nas metas de qualidade dos serviços e ambiental e nos objetivos
de natureza institucional, além de contemplar aspectos relevantes de
comunicação social e de educação sanitária e ambiental, nesta e em
fases de extensão futura do Plano.
O Programa de Gestão do PMSB tem por objetivo principal criar condições
gerenciais para a consecução das metas estabelecidas no conjunto de programas
estruturais, a implementação de um sistema integrado de informações e a constante
avaliação dos resultados com vistas à eficiência e à sustentabilidade dos sistemas e
serviços integrantes do setor de saneamento básico nos Municípios da Região dos
Lagos.
Para a consecução do objetivo geral do Programa, em decorrência das diretrizes
expostas anteriormente, destacam-se os seguintes objetivos específicos:
regularizar os serviços de saneamento;
adequar o arcabouço legal vigente, quando necessário;
criar em cada Município uma estrutura institucional especifica para o
Saneamento Básico, fortalecendo as ações do Poder Concedente – as
Prefeituras locais;
implementar o cadastro dos sistemas.
implantar rede integrada de monitoramento e avaliação;
implantar sistema integrado de informações.
172
A lógica empregada para o estabelecimento e ordenamento das metas deste
Programa de Gestão são o gerenciamento, regularização e operacionalização
voltada à efetivação do PMSB.
A efetividade deste programa de Gestão estará associada aos respectivos
Programas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e
manejo de resíduos sólidos urbanos, e drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas, tendo como substrato fundamental a abordagem dos aspectos normativos
intervenientes. Para tanto, torna-se essencial criar em cada Município uma estrutura
institucional especifica para aumentar a eficiência e eficácia dos Serviços de
Saneamento, conferindo-lhe condições de atuação respaldada pelo devido aparato
em termos de recursos humanos, tecnológicos, operacionais e financeiros.
Assim sendo, este programa deve estar voltado ao Planejamento Institucional
Estratégico e a reestruturação organizacional da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, incluindo o estudo de funções, gestão das pessoas (plano de cargos e
salários e funções gratificadas) e programas de capacitação e treinamento, além de
reforço institucional em termos de instalações e equipamentos básicos.
O desenvolvimento de Regularização tem como substrato fundamental a abordagem
dos aspectos legais intervenientes. Para tanto, torna-se essencial averiguar a
legalidade jurídica dos sistemas implantados, especialmente em termos de
licenciamento ambiental e atendimento à legislação de recursos hídricos, dentre
outras, de modo a garantir o funcionamento dos mesmos em consonância com a lei,
reduzindo a fragilidade existente frente a ações judiciais, multas e embargos.
Em adição, na gestão do PMSB será necessário acrescentar preocupações relativas
à operacionalização e à sistemática de monitoramento e avaliação dos resultados
pretendidos, por meio de indicadores relativos à execução física e financeira, às
metas previstas e aos objetivos de cunho institucional.
173
Para tanto, a Operacionalização demanda o desenvolvimento de ferramentas de
apoio ao planejamento e decisão. Partindo de uma visão abrangente e estratégica
na perspectiva da gestão integrada de todo o mosaico de obras, projetos e sistemas
que compõem os PMSB, este componente contempla:
o desenvolvimento e implantação de um sistema integrado capaz de
congregar informações técnicas, operacionais, financeiras e gerenciais de
todos os sistemas que integram o PMSB;
a elaboração de cadastro dos sistemas de cada setor;
implantação de uma rede de monitoramento e avaliação, e,
elaboração de planos de contingência para o enfrentamento de situações de
calamidades, especialmente inundações e alagamentos.
Além deste conjunto de ações, torna-se relevante, na interlocução junto aos atores e
setores sociais diversos, o desenvolvimento de ações de comunicação social. Tendo
em vista ainda que o saneamento básico não deve ser visto apenas como
infraestrutura, mas como elemento de saúde pública, torna-se fundamental
transcender as proposições e a atuação do PMSB à questão do controle social.
Desta forma é fundamental o desenvolvimento e implementação permanente de
ações de informação ao usuário, por meio de um Sistema de Informações de
Saneamento Básico da Região dos Lagos.
Para a efetiva implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico com a
ampla variedade de ações é necessário que seja montada uma estrutura
organizacional que, ao mesmo tempo: (i) possua legitimidade institucional, no bojo
da organização da administração pública municipal; (ii) tenha condições de agilidade
e eficiência necessárias à implantação de Planos desta natureza.
Neste sentido, este documento tem por objetivo apresentar uma primeira proposta
para a modelagem do arranjo institucional para a execução do PMSB, delineado
174
fundamentalmente a partir da reestruturação da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente em cada Município da Região e as suas respectivas integrações.
A estrutura proposta é composta de dois elementos principais, uma instância
participativa e de controle social, representada por um Conselho Deliberativo e uma
instância executiva e operacional representada por uma Unidade de Gerenciamento
do Plano – UGPLAN, a ser criada ou adaptada no âmbito municipal e regional das
estruturas já existentes.
Sugere-se portanto, a implantação em cada Município de uma Unidade de
Gerenciamento do Plano – UGPLAN/PMSB. Serão as unidades de planejamento e
execução dos PMSB’s, criadas no âmbito das Prefeituras Municipais, subordinadas
às Secretarias de Meio Ambiente existentes. Esta nova concepção integrada,
demandará uma estrutura de pessoal e de equipamentos adicional, a fim de não
sobrecarregar as estruturas hoje existentes, o que poderá tornar toda a proposta
ineficiente, prejudicando, inclusive, as tarefas já hoje desenvolvidas.
Assim sendo, apresenta-se um primeiro esboço da estrutura necessária à UGPLAN,
cabendo, posteriormente, a definição em conjunto com a Secretaria de Meio
Ambiente, da necessidade de adequação em função das atuais estruturas
existentes.
A Unidade de Gerenciamento do PMSB - UGPLAN será responsável pelo
gerenciamento, coordenação e execução dos estudos, planos, e projetos integrantes
do plano, bem como do monitoramento e avaliação dos mesmos.
A estrutura proposta para a UGPLAN, responsável pelo gerenciamento e
operacionalização do PMSB é composta das seguintes Unidades, apresentadas no
organograma a seguir:
175
Figura 14 - Estrutura proposta para a UGPLAN
Fonte: SERENCO, 2.013.
A UGPLAN tem por objetivo geral executar as atividades de gerenciamento e a
coordenação da implementação das ações do PMSB, devendo, no âmbito de suas
competências, desempenhar as seguintes funções:
o realizar, com apoio de auditorias independentes, a supervisão física
das ações em execução;
o preparar, em conjunto, as Diretrizes para Elaboração do Plano
Operativo Anual – POA com vistas a aprovação prévia pelo Conselho
Municipal de Meio Ambiente;
o coordenar e supervisionar a execução dos estudos, projetos e obras
integrantes do PMSB;
o realizar o acompanhamento e gestão administrativa e financeira das
ações integrantes do PMSB aprovadas no respectivo POA;
o realizar o acompanhamento físico-financeiro das atividades integrantes
do PMSB;
o solicitar a mobilização de recursos e preparar propostas orçamentárias
para os exercícios financeiros anuais, e,
176
o manter documentação técnica, jurídica e financeira em sistema de
informação automatizado, com vistas a permitir maior transparência na
atuação pública.
Tendo em vista o complexo arcabouço legal referente aos temas recursos hídricos,
saneamento, resíduos sólidos e meio ambiente, tanto no nível federal, quanto
estadual e municipal, e, tendo em vista que os sistemas integrantes do PMSB
podem ter sido implantados em momentos distintos sem muitas vezes se adequar à
legislação vigente à época ou superveniente, torna-se necessário avaliar o conjunto
dos sistemas à luz da legislação atual, de modo a permitir o planejamento para
regularização dos mesmos.
A regularização dos sistemas poderá passar pela adequação ao arcabouço hoje
existente ou pela proposição da institucionalização de novos instrumentos e
diplomas legais, em nível Municipal, de modo a conferir condições para a efetiva
gestão dos elementos constituintes do Saneamento Básico no âmbito dos
Municípios da Região dos Lagos.
Para tanto, deverá ser elaborado estudo visando a implementação de ato normativo
para a fiscalização do setor de saneamento básico no Município, de forma a
disciplinar ou organizar este serviço público. O estudo deve considerar as
características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações
dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do
valor de taxas e tarifas e outros preços públicos. Em função da natureza e
complexidade, o estudo deve contemplar a elaboração de normas de
regulamentação especifica para cada setor de saneamento, devendo ser editadas
por legislação.
No âmbito da gestão associada, os municípios da Região dos Lagos, titulares dos
serviços de saneamento básico, devem referendar os Contratos de Programa com
as concessionárias de Abastecimento de Água e Esgoto, sendo esses Contratos
177
subordinados aos Planos Municipais de Saneamento Básico, e, finalmente, deverá
ocorrer a revisão periódica dos planos de Abastecimento de Água, Esgotamento
Sanitário, Limpeza Pública e Manejo de Resíduos Sólidos, e Drenagem e Manejo de
Águas Pluviais Urbanas, em prazo não superior a 4(quatro) anos, anteriormente à
elaboração dos Planos Plurianuais. A revisão dos planos de saneamento básico
deverá efetivar-se, de forma a garantir a ampla participação da comunidade, dos
movimentos e das entidades da sociedade civil.
Esta proposta remete à elaboração e implantação de Sistema de Informações de
Saneamento Básico no Município. Este Sistema deverá assegurar aos usuários de
serviços públicos de saneamento básico, no mínimo, o conhecimento dos seus
direitos e deveres e das penalidades a que pode estar sujeito; o acesso as
informações sobre os serviços prestados; ao manual de prestação dos serviços e de
atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e aprovado pela respectiva
entidade de regulação e ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos
serviços. Deverá conter de forma sistematizada os dados relativos às condições da
prestação dos serviços públicos de saneamento básico; disponibilizar estatísticas,
indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da demanda e da
oferta de serviços públicos de saneamento básico; permitir e facilitar o
monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de
saneamento básico e permitir e facilitar a avaliação dos resultados e dos impactos
do PMSB. Estas informações deverão ser públicas e acessíveis a todos,
independentemente da demonstração de interesse, devendo ser publicadas por
meio da internet.
Deverá também, ser implementado o cadastro municipal georeferrenciado integrado
para o setor de saneamento básico. Este cadastro será alimentado pelos
responsáveis de cada serviço, sendo coordenado pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, permitindo a avaliação periódica do PMSB. Logo, na sequência,
apresenta-se o modelo inicial de debate sobre a proposta de modelo (arranjo)
institucional para a gestão dos PMSB’s da Região dos Lagos.
178
Figura 15 - Modelo Institucional para a Gestão do PMSB Fonte: SERENCO, 2.013.
6.2.2 Modificações, Adaptações ou Complementações ao
Arranjo Institucional Proposto
Na sequência da construção do PMSB serão inseridas as complementações ao
Arranjo Institucional Proposto, superadas a consulta e a audiência pública. Porém,
as modificações, adaptações e complementações que vierem a ser propostas após a
condução do mesmo, deverão obedecer os trâmites institucionais, legais e jurídico-
administrativos, correspondentes à cada instância especifica.
179
6.3 Análise Institucional Regional
6.3.1 Arranjo institucional na Região dos Lagos
Tendo como referência o complexo quadro estrutural que hoje caracteriza a
estruturação e operacionalização dos serviços públicos de saneamento básico dos
municípios da Região dos Lagos, compreendendo os serviços de abastecimento de
água, de esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos nos municípios da Região
dos Lagos, por serem serviços públicos que possuem natureza essencial, buscou-se
formular a proposição de ferramentas organizacionais e de planejamento capazes
de aparelhar os Municípios da Região para o efetivo enfrentamento destas questões,
gestão efetiva do PMSB e construção dos alicerces para um cenário futuro de
sustentabilidade ambiental e do Setor Saneamento Básico.
Os Planos Municipais de Saneamento Básico dos Municípios da Região dos Lagos
estão sendo concebidos e construídos no sentido de se tornarem o marco lógico e
executivo do efetivo planejamento para o Setor, estabelecendo as diretrizes,
programas e ações prioritárias no horizonte de 20 anos, envolvendo os quatro eixos
Isto posto, os fluxogramas a seguir, detalham os arranjos institucionais existentes
sobre os quais deverão ser lançados os novos cenários para a gestão do
saneamento básico da Região dos Lagos São João.
Detalham-se a seguir as instituições envolvidas na Região:
180
Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João.
Figura 16 - Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ)
Fonte: SERENCO, 2.013.
181
Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias da Região dos
Lagos, do Rio São João e Zona Costeira (CILSJ)
Figura 17 - Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ)
Fonte: SERENCO, 2.013.
182
Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro (AGENERSA)
Figura 18 - Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro
(AGENERSA) Fonte: SERENCO, 2.013.
183
Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência Reguladora,
Consórcios Intermunicipais, Comitê da Bacia e Concessionárias
Figura 19 - Fluxograma - Governo do Estado do Rio de Janeiro, Municípios, Agência
Reguladora, Consórcio Intermunicipal, Comitê da Bacia e Concessionárias Fonte: SERENCO, 2.013.
184
6.3.2 Fiscalização e Regulação dos Serviços de Saneamento
Básico
Outro aspecto do modelo institucional para gestão dos serviços de saneamento
básico, de fundamental importância, refere-se à regulação, fiscalização e controle
dos serviços prestados. São condições para a regulação:
Existência de plano de saneamento básico;
Existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-
financeira da prestação universal e integral dos serviços;
A existência de normas de regulação que prevejam os meios para o
cumprimento das diretrizes estabelecidas na Lei n.º 11.445/2.007 e seu
Decreto n.º 7.217/2.010, incluindo a designação da entidade de regulação e
fiscalização;
A realização prévia de audiência e de consultas públicas sobre o edital de
licitação, no caso de concessão, e sobre a minuta do contrato;
Indicação dos respectivos prazos e metas a serem atendidas;
Definição de metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de
qualidade, de eficiência de uso dos recursos naturais;
Diferença das condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro
dos serviços incluindo: o sistema de cobrança, a composição de taxas e
tarifas e a sistemática de reajustes e de revisões, e a política de subsídios, e,
Definição dos mecanismos de controle social e as hipóteses de intervenção e
de retomada dos serviços.
Destaca-se ainda que no caso em que mais de um prestador execute atividade
interdependente com outra, a relação entre eles deverá ser regulada por contrato e
haverá entidade única encarregada das funções de regulação, fiscalização e
controle. O conteúdo mínimo desse contrato, similares às do contrato de concessão,
além das garantias de pagamento recíproco, que inclui a obrigação de destacar nas
185
contas dos usuários os valores devidos a cada prestador, e a impossibilidade de
alteração e rescisão administrativa unilateral.
O exercício da função de regulação deverá atender aos seguintes princípios:
Independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e
financeira;
Transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões;
Edição de normas relativas às dimensões técnicas, econômicas e sociais de
prestação dos serviços tais como:
o Padrões e indicadores de qualidade;
o Requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;
o Medição, faturamento, cobrança e monitoramento dos custos, e,
o Aplicação das regras relativas a estrutura, reajuste e revisão de taxas e
tarifas e de auditoria e certificação dos investimentos.
Segundo a publicação Valor Econômico, de 22/08/2.012, a regulação dos serviços
de saneamento alcançou 2.296 municípios em junho de 2.012, crescimento de 19%
em relação ao número daqueles que possuíam regras definidas para o segmento em
2.011. Apesar do avanço, a normatização chegou a apenas 41,3% dos municípios
do país, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Agências de
Regulação (ABAR).
A Lei 11.445/2.007 estabelece que todos os serviços de saneamento básico
(abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e
drenagem de águas pluviais) devem ser regulados, sob pena de terem seus
contratos invalidados, de não serem autorizados a praticar reajustes ou revisões
tarifárias e, até mesmo, de não terem acesso a recursos da União, uma vez que os
planos municipais de saneamento básico devem ter sua execução acompanhada
por agências reguladoras.
186
A mesma fonte revela que, os municípios também têm tido dificuldade de avançar na
implementação de planos de saneamento básico, requisito obrigatório para o acesso
aos recursos da União a partir de janeiro de 2.014. Dos 2.296 municípios com
regulação, somente 26% dispõem de planos de saneamento.
Tabela 98 - Modelos Institucionais para a Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços de Saneamento Básico
(i) Abrangência Estadual------------------------------------------------- 23 (x)
(ii) Abrangência Distrital ------------------------------------------------- 01
(iii) Abrangência Municipal ----------------------------------------------- 19
(iv) Abrangência Intermunicipal------------------------------------------ 01
(v) Consórcios--------------------------------------------------------------- 03
TOTAL 47 (xx) AGENERSA – Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro – Águas de Juturnaíba (Araruama, Silva Jardim e Saquarema) e Prolagos (Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia).
6.3.3 Inter-relação Poder Concedente/Prestadores de
Serviços/Regulador
No estudo comparativo entre Limeira (SP), Niterói (RJ) e a Prolagos (RJ), VARGAS,
2.004, tece algumas considerações sobre o modelo de concessão na escala
microrregional, que julga-se de grande importância para o estabelecimento dos
debates que irão advir quando das consultas e audiências públicas a serem
realizadas na Região dos Lagos, orientando a busca de propostas de arranjos
institucionais para a gestão do saneamento básico na Região.
Segundo VARGAS, 2.004, a concessão envolvendo a companhia Prolagos
apresenta diversos aspectos originais e relevantes para o tema da
privatização/regulação do setor de saneamento, a começar pelas características da
então concessionária: tratava-se de empresa controlada 100% pelo grupo Águas de
Portugal, que se caracterizava como um conglomerado de “empresas privadas de
capital público” controlado pelo Estado português. Por outro lado, era uma das
únicas concessões multi-municipais do país na qual o poder concedente foi
compartilhado entre os cinco municípios envolvidos (Arraial do Cabo, Armação dos
187
Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia) e o Estado do Rio de
Janeiro, revelando que o conflito sobre a titularidade dos serviços de saneamento
em áreas urbanas interdependentes (regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões) pode ser equacionado através de soluções negociadas e
cooperação intergovernamental. Enfim, a concessão é regulada e fiscalizada por
uma agência reguladora estadual multi-setorial, a ASEP, hoje a AGENERSA, dotada
de um elevado grau de autonomia financeira e decisória, além de independência em
relação aos poderes concedentes e às concessionárias.
A concessão da Prolagos e da Águas de Juturnaíba – CAJ, faz parte de um
processo mais amplo de privatização do saneamento na Região dos Lagos, que
envolveu oito municípios previamente atendidos pela concessionária estadual do Rio
de Janeiro, a CEDAE, através de um sistema integrado de abastecimento de água,
tendo a represa de Juturnaíba como manancial único. É uma região turística cuja
população residente totalizava pouco mais de 400 mil habitantes em 2.000, de
acordo com o censo do IBGE, mas cuja demanda de água quase triplicava no verão
dado o elevado afluxo de turistas e de pessoas domiciliadas em outros municípios
que aí possuem residências secundárias.
Diante de vários fatores administrativos operacionais e financeiros da então
operadora CEDAE, os oito municípios, juntamente com o Estado, firmaram em
meados de 1.996 um convênio para preparar a concessão dos serviços de
saneamento à iniciativa privada, com apoio da própria CEDAE. Conforme o
convênio, posteriormente reforçado pela criação da microrregião dos Lagos, coube
ao Estado preparar o edital e conduzir o processo licitatório, com participação
assegurada aos municípios em todas as etapas. A região foi dividida em duas áreas
de concessão: a área 1, que viria a ser atendida pela Prolagos, abrangendo os cinco
municípios mencionados, cuja população atingia quase 250 mil habitantes em 2.000;
e a área 2, envolvendo os municípios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim, com
pouco mais de 150 mil habitantes no mesmo período, cujos serviços foram
concedidos em 1.998, Aguas de Juturnaíba(CAJ).
188
Através de contrato firmado em abril de 1.998 entre a Prolagos, o governo estadual
e os municípios envolvidos, a empresa assumiu a concessão dos serviços de
produção e distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos da área urbana de
Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Arraial do
Cabo (somente água) por um período de 25 anos. Tratando-se de uma concessão
onerosa precedida de obras públicas, o principal critério para selecionar o vencedor
da licitação foi o da maior oferta a ser paga pelo direito de exploração dos serviços
(outorga). O valor da outorga atingiu o montante de 34,3 milhões de reais.
O edital de licitação previu um conjunto abrangente de obras e serviços a serem
realizados pela nova concessionária ao longo da concessão, especialmente nos
primeiros anos. Os detalhes foram detalhados no PRODUTO 4.
No que tange à sustentabilidade ambiental, em que pese a falta de informações
mais detalhadas sobre esta dimensão antes e depois da privatização, é evidente que
a necessidade de investimentos pesados em tratamento de esgotos representou um
dos principais motivos considerados para a concessão. Na Região dos Lagos, cuja
economia depende substancialmente do turismo, a necessidade de investir na
despoluição de lagoas e praias dizia respeito não apenas à recuperação de sua
qualidade ambiental, mas também à maximização das oportunidades de
desenvolvimento socioeconômico local e regional.
Finalmente, no que diz respeito à dimensão político-institucional, que envolve a
regulação pública e o controle social sobre os aspectos mais amplos da prestação
dos serviços, trata-se, sem dúvida, do aspecto mais problemático do conjunto das
concessões analisadas.
No caso da Prolagos e CAJ, como a regulação é exercida por uma agência estatal
multi-setorial, dotada de autonomia financeira e administrativa criada
especificamente para este fim, cujo quadro de pessoal vem sendo ampliado e
qualificado através de atividades de treinamento adequadas, os riscos de captura do
189
regulador pelo regulado parecem afastados. Aliás, a agência vem demonstrando sua
independência em diversas deliberações sobre tarifas ou ajustes contratuais em
todos os setores que regula. Encontra-se em fase de implantação a regulação dos
sistemas de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos, e futuramente da
drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
Observa-se a ausência de qualquer instância formalizada de caráter consultivo ou
fiscalizatório que envolva a participação de usuários ou entidades autônomas da
sociedade civil. Trata-se do reconhecimento da necessidade de se criar instâncias
de controle social mais amplo sobre os serviços, que sejam autônomas em relação
ao Estado e envolvam a participação dos usuários, cuja função não se confunda
com as atividades reguladoras propriamente ditas, sendo exercida igualmente sobre
a prestação dos serviços, o financiamento e a própria regulação do setor.
Sugere-se a necessidade de se manter um quadro institucional e regulatório ao
mesmo tempo abrangente e flexível para a prestação dos serviços de saneamento,
que não feche as portas à iniciativa privada, nem tampouco a coloque como eixo
principal da política nacional de saneamento. Há que se reconhecer, que a
participação da gestão privada no âmbito da política nacional de saneamento,
embora crescente, deverá ser sempre minoritária, dadas as desigualdades
estruturais de distribuição de renda entre os grupos sociais, os Estados e os
Municípios do país. Não se pode deixar de observar que a Prolagos, e a CAJ, onde
a iniciativa privada vem desempenhando um papel globalmente positivo, estão
concentrados na região sudeste, a mais rica do país.
6.3.4 Análise Jurídica
O modelo jurídico a ser adotado deve contemplar todos os municípios que fazem
parte da Região dos Lagos/RJ, em especial, aqueles consagrados no contrato
INEA/SERENCO, assegurando a efetiva execução do plano de saneamento com a
190
precaução em manter ininterrupta, a prestação dos serviços de distribuição de água
potável e coleta, transporte, tratamento e disposição dos efluentes de esgotos
sanitários atualmente prestados pelas concessionárias Águas de Juturnaíba S/A e
Prolagos.
O Estado do Rio de Janeiro participa diretamente dos contratos de concessão de
prestação dos serviços públicos mencionados, seja através da colaboração direta de
suas secretarias, seja através do repasse da outorga de subsídios.
O Estado detém convênio administrativo com os municípios desta região e
compartilha a função de poder concedente dos serviços de saneamento básico
delegados para as concessionárias citadas.
Em dezembro de 1.999, instalou-se na Região, o Consórcio Intermunicipal para
Gestão Ambiental das Bacias da Região dos Lagos, Rio São João e Zona Costeira,
formado pelos municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Araruama, Cabo
Frio, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio Bonito, São
Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim (Consórcio Intermunicipal Lagos São
João - CILSJ).
A área de atuação do Consórcio abrange a parcela do território dos Municípios que o
compõem, situada nas bacias hidrográficas da Região dos Lagos, dos Rios Una,
São João e Zona Costeira adjacente, podendo atuar como entidade delegatória de
Comitês de Bacias em outras Regiões Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro.
O Consórcio representa o conjunto de associados que o integram em assuntos de
interesse comum e de caráter ambiental, perante quaisquer entidades de direito
público e privado, nacionais ou internacionais. Tem por objetivo planejar, adotar e
executar planos, programas e projetos destinados a promover e acelerar o
desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental, além de outras ações
previstas em seu Estatuto.
191
Desde sua instalação, em 1.999, o Consórcio Lagos São João, desempenhou um
importante papel nas ações relacionadas à política pública e ao meio ambiente, com
foco na preservação ambiental das bacias hidrográficas e na recuperação das
lagoas e praias da Região.
O Consórcio conta com uma equipe altamente qualificada, com grande capacidade
de gerenciamento e desde sua fundação participa de atividades como a criação do
Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João, em 2004, e do Consórcio
Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da Região dos Lagos, em 2.011,
entre outros projetos e iniciativas ambientais, que são de suma importância para a
Região.
O Consórcio foi constituído sob a forma jurídica de Associação Civil, sem fins
lucrativos e regido pelas disposições do Código Civil Brasileiro, pela legislação
pertinente e pelo seu Estatuto, desempenhando seu papel como principal ator de
agregação dos municípios membros, na busca por melhores soluções para a gestão
ambiental da Região.
Dentro das diversas conquistas do Consórcio, ressalta-se a opção pelo sistema
conhecido como “Tomada em Tempo Seco” para coleta de esgoto sanitário em
conjunto com as águas pluviais, para os oito municípios objeto deste Plano. Esta
inovação garantiu em um curto prazo, a recuperação da Lagoa de Araruama e de
algumas praias, principais atrativos da região que caracteriza-se como polo turístico
do Estado do Rio de Janeiro e do País.
Isto posto, a partir da Lei Federal 11.107/05 (que regulamenta a criação de
consórcios públicos), iniciaram-se debates a respeito do modelo adotado na Região
dos Lagos, pois o Consórcio Intermunicipal Lagos São João não foi criado
especificamente para a gestão do saneamento básico, mas sim, para um objetivo
maior e que envolve toda a gestão ambiental da Região.
192
Desta forma, resta saber, como reunir todos esses entes da Federação e atingir o
objetivo de assegurar a execução coletiva das diretrizes previstas nos planos de
saneamento, garantindo o desenvolvimento das cidades, a continuidade da
prestação dos serviços públicos de água e esgoto, sem, contudo, ferir os contratos e
compromissos até então assumidos pelos diversos municípios que compõe o
Consórcio, e, ainda, permitir a participação do Estado do Rio de Janeiro, peça
extremamente importante para o desenvolvimento conjunto e ordenado da
Microrregião em questão.
O Estado do Rio de Janeiro já participa dos contratos de concessão dos serviços de
água e esgoto, firmando-os juntamente com municípios e concessionárias,
utilizando-se de sua agência reguladora, AGENERSA, para normatizar e fiscalizar a
prestação destes serviços.
Recentemente, uma nova decisão veio nortear a região metropolitana do Rio de
Janeiro e a Região dos Lagos. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, quando
do julgamento da ADI 1842 ingressada pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT,
que a gestão dos serviços de saneamento deve ser compartilhada entre Estados e
Municípios em regiões metropolitanas e microrregiões. O objetivo da decisão é
impedir a transferência da legitimidade, do âmbito municipal para o âmbito estadual,
das competências administrativas e normativas próprias dos municípios, que dizem
respeito aos serviços de saneamento básico consolidando o Poder Concedente
(Município (s) e Estado) nessas Regiões de interesse comum.
A ideia é assegurar a participação decisória dos municípios proporcionalmente ao
seu peso específico do ponto de vista político, econômico, social e orçamentário,
sem, contudo, excluir a participação estatal, de suma importância para os interesses
regionais como um todo.
Nesta decisão, não se descarta a participação das entidades civis, uma vez que os
Ministros da Suprema Corte entendem correto delegar a execução das funções
193
públicas de interesse comum a uma autarquia territorial intergovernamental e
plurifuncional, desde que a lei complementar instituidora da entidade regional lhe
confira personalidade jurídica própria, bem como, o poder concedente quanto aos
serviços de interesse comum. O STF procurou evitar, com esta decisão, que a má
prestação do serviço em uma cidade não prejudique as demais, havendo, portanto,
decisões conjuntas quando dos interesses comuns.
A decisão do STF é recente e o município que esteja nesta situação irá precisar de
tempo para se adequar a nova realidade. Analisando a situação dos envolvidos,
pode-se concluir que a gestão compartilhada é uma forma compatível e eficaz de
solucionar o problema da Região. Para tanto é preciso estabelecer um arranjo
institucional entre os municípios e o Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a
responsabilidade compartilhada na gestão, na sustentabilidade e na universalização
do saneamento básico da Região dos Lagos.
Com o advento da Lei n. 11.107/05, criou-se uma nova figura, que embora seja
instituída por intermédio de um procedimento que culmina com a celebração de um
instrumento contratual, tem identidade diversa da desse instrumento. Não se trata de
um contrato destinado a regulamentar relação jurídica entre dois sujeitos de direitos
que se mantêm autônomos enquanto partes signatárias do contrato. Trata-se de um
instrumento contratual que objetiva criar nova pessoa jurídica, um sujeito de direitos
e deveres, por intermédio da cooperação entre os contratantes (consorciados).
Entretanto, há duas espécies distintas de consórcios no Direito brasileiro. A primeira
é um tipo de relação jurídica entre entes federativos de mesma espécie objetivando
atender a interesses comuns e a segunda modalidade de pessoa jurídica criada por
intermédio da associação de entes federativos que objetivam prestar serviços
públicos de modo conjunto. Vale lembrar, que anteriormente à edição da Lei n.
11.107/05, os consórcios públicos não tinham personalidade jurídica própria.
Diferenciavam-se dos convênios em virtude dos sujeitos participantes do ajuste.
194
Atualmente é seguro dizer que, após a edição da Lei Nº 11.107/05, os consórcios
não mais se confundem com os convênios.
Pode-se conceituar os consórcios públicos como pessoas jurídicas com
personalidade de Direito Público ou Privado, formadas exclusivamente por entes
federativos, criadas por lei ou por intermédio de autorização legislativa dos entes
federados, que desejam associar-se, para, sem objetivar lucros, atender a serviços
públicos de interesse comum dos consorciados.
Desta forma, repita-se, somente podem participar dos consórcios públicos os entes
federados. É o que se extrai do disposto no art. 241 da Constituição Federal e do
caput do art. 1º da Lei n. 11.107/05. Isso significa dizer que somente podem ser
sujeitos de um consórcio público a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
Não podem participar do consórcio, portanto, entidades privadas ou da
administração indireta. Há também restrições expressas e implícitas na lei quanto à
formação dos consórcios pelos entes federativos.
O objeto dos consórcios é a prestação de serviços públicos de modo associado. Os
objetivos devem ser de interesse comum. O consórcio público deverá ter sempre por
objeto principal a prestação de um serviço público em sentido estrito. Não se podem
realizar por intermédio de consórcio simples aquisições de bens ou a realização de
obras.
Tampouco se pode delegar o poder de polícia, atos políticos ou atividades inerentes
aos poderes Legislativo e Judiciário.
A razão para essas afirmações consiste na redação do art. 241 da Constituição
Federal que admite apenas a gestão associada de serviços públicos.
195
Somente pode o consórcio adquirir bens, realizar obras ou exercer atividades de
polícia administrativa quando estas atividades forem instrumentais à prestação dos
serviços.
São vantagens da cooperação: 1) racionalização do uso dos recursos existentes,
destinados ao planejamento, programação e execução de objetivos de interesses
comuns; 2) a criação de vínculos ou o fortalecimento dos vínculos preexistentes,
com a formação ou consolidação de uma identidade regional; 3) a
instrumentalização da promoção do desenvolvimento local, regional e nacional; 4) a
conjugação de esforços para atender as necessidades da população, as quais não
poderiam ser atendidas de outro modo diante de um quadro de escassez de
recursos, e etc...
Os consórcios públicos possuem competência para a prática de todos os atos que
visem atender a sua finalidade de acordo com os termos do protocolo de intenções e
das leis que os ratificaram.
Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá firmar convênios,
contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e
subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo,
promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de
utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público,
ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação.
Os consórcios públicos, segundo o § 2º do artigo 2º da Lei 11.107/05, poderão emitir
documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens
públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da
Federação consorciado. Já o parágrafo 3º do art. 2º da Lei n.º 11.107/05 confere,
ainda, aos consórcios públicos, competência para outorgar concessão, permissão ou
196
autorização de obras e serviços públicos. Para isso, no entanto, exige-se prévia
autorização no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma precisa o
objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições que estas deverão
atender além do respeito às normas gerais em vigor.
A contratação de pessoal poderá ser realizada de três maneiras: através de cessão
de servidores feita ao consórcio pelos entes consorciados (§ 4º do artigo 4º da Lei
11.107/05); por processo de contratação a ser celebrado pelo próprio consórcio por
intermédio de concurso público e por fim, pela nomeação para cargos em comissão.
É necessário ressaltar que cargos e empregos públicos somente podem ser criados
por lei. Os consórcios não fogem a essa regra. Esse requisito é satisfeito mediante a
previsão no protocolo de intenções dos cargos a serem criados e posterior edição da
lei ratificadora de cada um dos entes federados.
A Lei n.º 11.107/05 não prevê expressamente a existência de cargos em comissão.
É possível, contudo, a criação de tais cargos eis que expressamente previstos na
Constituição Federal. A peculiaridade existente em relação a esses cargos consiste
na forma de provimento dos mesmos. No protocolo de intenção deverá constar a
quem compete indicar as pessoas que deverão exercer os cargos comissionados.
O estatuto poderá dispor sobre o exercício do poder disciplinar e regulamentar, as
atribuições administrativas, hierarquia, avaliação de eficiência, lotação, jornada de
trabalho e denominação dos cargos, em relação aos empregados do consórcio
público. Tudo deve constar previamente no protocolo de intenções, o qual deve ser
subscrito por todos os pretendentes, devendo conter aquelas cláusulas previstas no
artigo 4º da Lei 11.107/05 e no artigo 5º do Decreto n.º 6.017/07, em especial,
previsão de que o consórcio público é associação pública e que a instância máxima
do consórcio público é a assembleia geral.
Lembrando que o protocolo de intenções nada mais é que um contrato preliminar,
que deverá ser ratificado pelos entes da Federação interessados, convertendo-se ao
final em contrato de consórcio público. O protocolo de intenções deverá definir o
197
número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na assembleia
geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.
O protocolo de intenções deverá ser publicado resumidamente, desde que a
publicação indique o local e o sítio da rede mundial de computadores em que se
poderá obter seu texto integral. O consórcio público deverá ser organizado por
estatutos cujas disposições, sob pena de nulidade, deverão atender a todas as
cláusulas do seu contrato constitutivo, devendo ser aprovado pela assembleia geral.
Com a formação do novo consórcio público, será constituída uma nova
personalidade jurídica, que fará a gestão compartilhada dos serviços públicos de
água e esgoto, colocando em prática o plano de saneamento básico ora formulado.
Este novo modelo de gestão, uma vez autorizado por lei, assume a posição de
poder concedente, podendo dar continuidade aos contratos vigentes, com suas
necessárias adaptações ou então optar pela extinção e uma nova concessão, o que
talvez não seria a melhor opção. Desta forma, tanto a concessionária Águas de
Juturnaíba, quanto a Prolagos, poderão manter-se na operação dos sistemas,
também em forma de consórcio de empresas ou isoladamente. O cumprimento do
prazo contratual é de suma importância para todas as partes, em razão da
continuidade da prestação dos serviços, da segurança jurídica e economicidade.
Para tanto, haverá necessidade de algumas adaptações, justamente para que as
concessionárias se mantenham na prestação dos serviços de água e esgoto,
evitando a extinção da concessão e a consequente indenização prevista em lei.
Deve-se levar em conta o prazo elastecido destes contratos de concessão e seus
respectivos termos aditivos, que além de fixarem novo prazo para o término da
concessão, também preveem novas obrigações, investimentos e principalmente
metas a serem cumpridas no transcorrer deste período, as quais são
importantíssimas para o poder concedente, sendo que muitas destas metas já foram
alcançadas ou estão em andamento.
198
Assim, é importante observar, caso seja optado pela formação de um consórcio
público, a melhor forma de dar continuidade a prestação dos serviços e como as
concessionárias irão operar a partir de então. É importante frisar que não há
impedimento que duas prestadoras de serviços operem simultaneamente em regiões
distintas, contudo, o plano de saneamento deverá ser cumprido, independentemente
de quem esteja operando o sistema. É possível a divisão de áreas entre as duas
concessionárias que atualmente estão responsabilizadas pela prestação dos
serviços, desde que, o plano de saneamento seja respeitado e colocado em prática.
A participação do Estado do Rio de Janeiro no consórcio público é de fundamental
importância para o controle do desenvolvimento ordenado e simultâneo dos
municípios que comporão o consórcio, podendo a AGENERSA, continuar como a
agência reguladora responsável pela fiscalização e regulação da prestação do
serviços ou ainda, ser criada nova Agencia Reguladora Intermunicipal.
A estrutura organizacional do consórcio público exige a existência de uma
assembleia geral que será integrada pelos diferentes entes federativos
consorciados. Não há obrigatoriedade de que os consorciados tenham participação
igualitária na assembleia. Admite-se que o número de votos de cada ente seja
diverso em virtude do que dispõe o §2º do art. 4º da Lei n.º 11.107/05.
Compete à assembleia eleger o representante legal do consórcio público que deverá
ser obrigatoriamente o chefe do Poder Executivo de algum dos entes federados.
As condições de administração e atuação do consórcio deverão constar no protocolo
de intenções prévio ou ser objeto de aprovação por lei específica de cada um dos
entes consorciados. Além da assembleia geral, o consórcio normalmente terá outros
órgãos. A criação desses órgãos e a competência de cada um deles devem estar
previstos no protocolo de intenções. A assembleia geral deverá elaborar um estatuto
que discipline a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos integrantes
do consórcio. Vale frisar que é possível a participação de representantes da
199
sociedade civil ou de representantes dos entes consorciados nos órgãos colegiados
do consórcio.
Vale ressaltar que há possibilidade expressa em lei para o ingresso de novos
consorciados. Ela consiste na hipótese prevista no § 1º do art. 5º da Lei 11.107/05,
que permite a constituição do consórcio sem a assinatura de todos os entes
subscritores do protocolo de intenções.
Acrescenta-se ao exposto, um resumo do Parecer n.º 010/2.012/MPMA –
ASJUR/SEA, Processo n.º E-07/000.636/2.012, relativamente ao Projeto de Lei, sem
número, de 2.012, o qual autoriza a outorga de subsidio pelo Estado na concessão
pública dos serviços de água, de coleta e tratamento de esgotos de Armação dos
Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, e distribuição de água
potável para o Município de Arraial do Cabo, visando a transposição dos efluentes
das estações de tratamento de esgotos de Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia da
Lagoa de Araruama para o Rio Uma, firmado em 26/12/2.012, pelo Procurador do
Estado Raul Teixeira, Assessor Chefe da ASJUR/SEA.
Da transferência de Recursos Públicos para a Concessionária dos Serviços
de Saneamento Básico da Região dos Lagos.
Dos serviços de Saneamento da Região dos Lagos: Desafios e Superações
da Gestão – Parecer/RT/ASJUR/SEAN/n.º, Processo n.º E-07/000-009/2.012:
não há como negar que existe certa margem de insegurança na relação
travada entre o Estado do Rio de Janeiro e os Municípios dessa Região, pois,
calçados em um mero convênio administrativo, compartilham a função de
Poder Concedente dos Serviços de Saneamento Básico delegados para as
concessionárias Águas de Juturnaíba S/A e Prolagos S/A.
Isto posto, é o Parecer:
“a) por razões de segurança jurídica é recomendável a constituição
de consórcio público, na forma de associação pública, nos termos
da Lei n.º 11.107, de 6 de abril de 2.005, a ser formado pelo Estado do
200
Rio de Janeiro e pelos Municípios de Araruama, Saquarema e Silva
Jardim, devendo o referido consórcio, por sucessão contratual,
figurar no polo ativo da concessão, como poder concedente, que
tem no polo passivo a concessionária ÁGUAS DE JUTURNAÍBA S/A.
b) mediante contrato de rateio a ser celebrado entre o Estado do Rio de
Janeiro e o Consórcio Público a ser constituído, poderão ser repassados
os recursos do FECAM para contratação das obras de esgotamento
sanitário em Praia Seca.
c) o Protocolo de Intenções, a ser subscrito por todos os entes
consorciados deverá prever expressamente a autorização para a gestão
associada de serviços públicos de saneamento básico, nos termos do
artigo 4º, inciso XI, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei n.º 11.107/05” (g. n.).
Outrossim, é forçoso concluir, no lastro do PARECER/RT/ASJUR/ SEA/n.º
002/2.012, que o Estado do Rio de Janeiro junto com os Municípios de Arraial do
Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia
devem evoluir para a via do consorciamento, a fim de promover a transferência da
função de Poder Concedente para este consórcio público, que, assim, promoverá,
de per si, a gestão associada dos serviços de saneamento básico concedidos para a
concessionária PROLAGOS S.A; o que, certamente, conferirá segurança jurídica e
institucional para o setor.
Afora isso, é recomendável que o Estado do Rio de Janeiro juntamente com os
Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e
São Pedro da Aldeia busquem a contratação de consórcio público, que assuma, de
per si, o papel de Poder Concedente com vista à conferir segurança jurídica e
institucional para a gestão associada dos serviços de saneamento básico
concedidos para a concessionária PRÓLAGOS S.A..
Conclusão:
201
“Aprovo, em seus termos, o Parecer n.º 010/2.012/MPMA-ASJUR/SEA que opinou
pela legalidade do Projeto de Lei, sem número de 2.012, que constitui medida geral
de outorga de subsídio indireto para a concessionária, PROLAGOS S.A., a ser
concedido pelo Poder Concedente, do qual o Estado faz parte, para assegurar a
modicidade de tarifa com a realização do reequilíbrio econômico-financeiro do
contrato de concessão, desde que (i) haja a comprovação que a prestação dos
serviços de saneamento básico da região – que é essencial por excelência – é
economicamente inviável e, ainda, (ii) sejam cumpridos os requisitos legais
constantes nos incs. I até IV, do art. 11, da Lei Estadual n.º 2.831/1.997.
O Parecer n.º 010/2.012/MPMA-ASJUR/SEA opina, ainda, com lastro no
PARECER/RT/ASJUR/SEA/n.º 002/2.012 exarado em sede do Processo n.º E-
07/000.009/2.012 (fls. 45/85), que o Estado do Rio de Janeiro juntamente com os
Municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba Grande e
São Pedro da Aldeia devem buscar a contratação de consórcio público, que assume,
de per si, o papel de Poder Concedente com vista a conferir segurança jurídica e
institucional para a gestão associada dos serviços de saneamento básico
concedidos para a concessionária PRÓLAGOS S.A.” Raul Teixeira, 26/12/2.012.
202
6.3.5 Propostas para Instalação de Arranjo Institucional para a
Gestão do Saneamento Básico na Região dos Lagos/RJ
Assim, os municípios de Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba
Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Araruama e Silva Jardim podem formar
um novo Consórcio, desta vez Público, e posteriormente agregar mais municípios
que tenham interesse de participar, ou reformular os Consórcios existentes.
Como esses municípios, juntamente com o Estado do Rio de Janeiro, tem
concessão de serviço público em andamento, a continuidade da prestação dos
serviços deve ser observada, mantendo-se as duas concessionárias, cujos contratos
ainda estão vigentes.
Para tanto, deverá haver a adequação, através de termo aditivo, de seus contratos,
com previsão destas adequações no protocolo de intenções, como também
eventualmente, a divisão mais conveniente das áreas de atuação de ambas as
concessionárias.
As propostas ora detalhadas buscam orientar as intervenções e a gestão do
saneamento básico instituído para Lei n.º 11.445/2.007, nos municípios da Região
dos Lagos/RJ, estimulando as parte interessadas em buscar uma solução integrada
e consorciada aos problemas e conflitos inerentes ao saneamento básico. Fazem
parte do contexto, a Lei n.º 12.305/2.010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), a
Lei n.º 9.705/1.999 (Educação Ambiental) e a Lei n.º 11.107/2.007 dos Consórcios
Públicos.
Tanto pelas ações nacionais quanto pelas ações do Governo do Estado do Rio de
Janeiro, a gestão regionalizada é vista como uma forma eficiente de se garantir a
viabilidade da gestão do saneamento básico, e, portanto, o Plano Municipal de
203
Saneamento Básico do Município de Araruama, aqui em construção, é uma
ferramenta importante do planejamento constante. Como os laços de união entre os
Municípios da Região dos Lagos, representados pelo atual arranjo institucional, bem
como pelas estruturas operacionais compartilhadas tais como captação,
potabilização, adução e reservação de água, esgotamento sanitário, e aterramento
de resíduos sólidos, sobram poucas proposições institucionais, destacando-se a
necessidade de se estabelecer um arranjo institucional para a gestão do
saneamento básico na Região dos Lagos (RJ), e caracterizando-se como um acordo
entre os municípios de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio,
Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim e o Estado do Rio
de Janeiro com o objetivo de alcançar metas comuns previamente estabelecidas
afim de viabilizar a implantação dos programas, ações e projetos detalhados e
propostos no presente PMSB.
A viabilidade de recursos, sejam técnicos ou financeiros dos municípios integrantes,
serão reunidos sob a forma de um Consórcio Público, a ser gerido pela Lei Federal
n.º 11.107/2.005, Lei dos Consórcios Públicos e seu Decreto Regulamentador n.º
6.017/2.007.
A área abrangida pela Consórcio Público é representada pela Figura 20.
204
Figura 20 - Localização do Município
Fonte: SERENCO, 2.013.
Os Municípios integrantes da região foram detalhados nos PRODUTOS 3 –
Caracterização, 4 e 5 – Diagnósticos, e 6 – Estudo Populacional.
A reunião do Governo do Estado do Rio de Janeiro e as Prefeituras da Região dos
Lagos, cada qual com seu Conselho Municipal de Meio Ambiente e suas respectivas
Secretarias Municipais de Meio Ambiente, devidamente estruturadas, cada qual com
sua Unidade de Gerenciamento do PMSB – UGPLAN serão responsáveis pela
Gestão do Saneamento Básico apoiando-se na estrutura de um Consórcio
Intermunicipal Público, a ser eventualmente instituído na Região, ou ainda, pela
adequação dos Consórcios existentes, mediante o auxílio da implantação do
Conselho Deliberativo da Microrregião dos Lagos, Lei Complementar n.º 87/1.997.
A proposta também se apoia no ponto central discutido na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 1842 do STF para questionar normas que tratam da
205
região metropolitana do Rio de Janeiro e da microrregião dos Lagos e disciplinam a
administração de serviços públicos.
A Figura 21 detalha as propostas possíveis de serem apresentadas e debatidas nas
consultas e audiências públicas a serem efetivadas na sequência dos trabalhos, e
futuramente debatidas em assembleia dos Poderes Concedentes.
(X) UGPLAN – Unidades de Gestão dos PMSB’s
Figura 21 - Modelagem Proposta Fonte: SERENCO, 2.013.
206
7. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
O atual arranjo institucional para a prestação dos serviços de saneamento básico na
Região dos Lagos, obedece aos modelos anteriormente detalhados. Esses modelos
demonstraram as interligações do Poder Concedente (Estado do Rio de Janeiro e
Municípios) aos Prestadores de Serviços (Concessionárias Prolagos e CAJ), aos
Consórcios existentes, ao Comitê de Bacias, às empresas terceirizadas
(LIMPATECH, SELLIX, MEGA ENGENHARIA, DOIS ARCOS, entre muitas outras) e
à Agência Reguladora (AGENERSA).
Essas interligações deverão se fortalecer ainda mais, após a conclusão, a aprovação
e a implementação do PMSB e do PGIRS, concentrando-se na busca e geração de
recursos financeiros para custear a execução dos serviços para a universalização
dos mesmos.
O modelo econômico-financeiro se apoia nos seguintes elementos:
Recursos 1 – Dotações orçamentárias municipais;
Recursos 2 – Cobrança de taxas/tarifas em busca da sustentabilidade da
prestação dos serviços programados;
Recursos 3 – Recursos para investimento em obras, equipamentos, serviços,
provenientes de fontes estaduais (FECAM), federais (Caixa, Econômica
Federal, BNDES, PAC, FUNASA, MINCIDADES, e MMA) e internacionais
(BID, BIRD e bancos de fomento), e,
Recursos 4 – Repasse estadual do ICMS Verde.
Assim, a tabela a seguir, apresenta resumidamente a operacionalidade da Estrutura
Financeira de Araruama:
207
Tabela 99 - Estrutura Financeira
Recursos Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário
Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos
1 Não Sim (todos) Sim (maior parte)
2 CAJ Não Sim
3 FECAM (SEA, INEA) Não FECAM (SEA, INEA)
4 Sim (ao Município) Não Não
Fonte: SERENCO, 2.013.
Na Lei Orçamentária Anual aprovada em Araruama em 2.012 para o exercício de
2.013, não há uma rubrica específica para investimentos. Portanto, como estimativa
inicial, adota-se o valor de 10% da receita total, ou seja, R$ 21.071.252,23 como
investimentos prováveis. É possível observar que este investimento, ou parte dele,
poderá vir a se constituir em forte ingresso financeiro anual no setor saneamento
básico, se assim for a decisão dos poderes públicos municipais constituídos.
Destaca-se ainda, que no caso de implantação da taxa de resíduos sólidos, o
tesouro municipal ficará desonerado anualmente de cerca de R$ 6 milhões, podendo
esse montante ser acrescido na rubrica municipal dos investimentos (R$ 21
milhões), isto é, disponibilizando aproximadamente R$ 27 milhões para o setor
saneamento básico.
Para os recursos provenientes da CAJ (3ºTA), estão previstos investimentos,
conforme Tabela 100.
Tabela 100 - Investimentos previstos pela CAJ
Investimentos previstos
Esgotamento sanitário R$ 0,00¹
Abastecimento de Água R$ 3.348.000,00²
TOTAL R$ 3.348.000,00
¹ Os investimentos previstos pela CAJ serão complementares aos previstos no PMSB
²55,8% do total de investimentos previstos (R$ 6.000.000,00)
Fonte: SERENCO, 2.013.
208
Os valores repassados pelo Governo do Estado (através do ICMS Verde)
incorporados aos recursos orçamentários municipais estão apresentados na Tabela
101.
Tabela 101 - Repasse de recursos financeiros do Governo do Estado através do ICMS Verde (2012)
ICMS Verde (2012)
IRTE R$ 1.852.846,00
IRDC R$ 0,00
IRRV R$ 0,00
IRMA R$ 718.650,00
TOTAL R$ 2.571.496,00
Fonte: INEA, 2.013.
Observa-se ainda que:
O Município não investe recursos orçamentários em abastecimento de água e
esgotamento sanitário;
O Município assume todas as despesas com drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas;
O Município assume a maior parte das despesas com Limpeza Urbana e
Manejo de Resíduos Sólidos;
Há cobrança de taxa de resíduos sólidos porém vinculada ao IPTU, e que não
cobre todas as despesas;
A CAJ arrecada as taxas/tarifas do abastecimento de água e esgotamento
sanitário para sustentabilidade dos sistemas e para remuneração dos serviços
prestados, investindo ainda, os recursos programados pelo Termo Aditivo em
vigor;
O FECAM (SEA, INEA) investe em obras, equipamentos e serviços nos
quatro sistemas, através de repasses de recursos à Prefeitura Municipal, e,
209
O Município recebe recursos, do ICMS Verde (somente de esgotamento
sanitário) e os incorpora ao Orçamento Municipal.
Resume-se na Tabela 102, os investimentos necessários para os próximos 20 (vinte)
anos para atendimento aos programas elencados nas proposições anteriormente
detalhados.
Tabela 102 - Recursos necessários por serviço
SERVIÇOS VALOR TOTAL
Abastecimento de água¹ R$ 85.846.626,00
Esgotamento sanitário R$ 580.063.749,53
Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas R$ 219.988.000,00
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos R$ 54.895.535,89
TOTAL R$ 940.793.911,42
¹ 55,8% de R$ 153.847.000,00
Fonte: SERENCO, 2.013.
Conclui-se portanto, que a capacidade de investimento em saneamento básico por
parte do Município de Araruama (orçamento municipal), Estado do Rio de Janeiro
(ICMS Verde), e da CAJ (investimentos previstos no 3.º TA) poderá estimativamente
atingir o seguinte montante:
Tabela 103 - Capacidade de investimento em 20 anos
CAPACIDADE DE INVESTIMENTO
Dotações orçamentárias (50% do total de
investimentos previstos = R$ 10.500.000,00 x 20 anos) R$ 210.000.000,00
Disponibilização de recursos orçamentários próprios
pelo recebimento da Taxa de Lixo = R$ 6.000.000,00 x
20 anos
R$ 120.000.000,00
Concessionária Águas de Juturnaíba R$ 3.348.000,00
Arrecadação de ICMS Verde x 20 anos R$ 50.000.000,00
TOTAL R$ 383.348.000,00
Fonte: SERENCO, 2.013.
210
Comparativamente, obtém-se a diferença entre a capacidade de investimento
analisada e o total de recursos necessários para as quatro vertentes do saneamento
básico, para os próximos vinte anos (Tabela 104).
Tabela 104 - Comparativo entre capacidade de investimento e recursos necessários
Capacidade de Investimento x Recursos necessários
Receita prevista R$ 383.348.000,00
Recursos necessários R$ 940.793.911,42
Déficit R$ 557.445.911,42
Fonte: SERENCO, 2.013.
O Déficit apurado deverá ser coberto com recursos externos. Como referenciado
anteriormente, cabe aos poderes concedentes, Município e Governo do Estado, à
Concessionária Águas de Juturnaíba, ao Consórcio Lagos São João, ao Comitê de
Bacia Lagos São João e a AGENERSA, elaborarem, em conjunto, a planilha de
investimentos financeiros em Saneamento Básico para o Município de Araruama e
consequentemente para toda a Região dos Lagos.
211
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