estudo especial o empreendedorismo e o mercado de trabalho · o empreendedorismo é um fenômeno...
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1
Estudo especial
Julho 2017
O Empreendedorismo e o Mercado de Trabalho
2
Características do estudo
Fontes de informações:
1. GEM
2. GEI
3. IBGE
4. RAIS
5. Sebrae
6. Endeavor
7. OECD
Principais resultados:1. Participação das MPE nos empregos com carteira
2. Participação das MPE no total de postos de trabalho
3. Participação das MPE em 5 RM (postos de trabalho)
4. O papel das MPE como “colchão social” na crise
5. A proporção de empreendedores na economia
6. A qualidade dos empreendedores no país
7. Os empreendedores nas universidades
8. Fatores que podem ampliar a criação de emprego
Objetivos:1. Identificar o papel dos Pequenos Negócios na geração
de postos de trabalho.
2. Identificar caminhos para a ampliação da geração de postos de trabalho, pelos PN.
3
A participação das MPE
no mercado de trabalho
4
O Empreendedorismo é um fenômeno típico de Pequenos Negócios
Fonte: OECD (último dado disponível para cada país).
97% 97% 97% 96% 96% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 94% 92% 92% 92% 92% 92% 91% 91% 91% 90% 89% 89% 88% 87% 87% 87% 85% 84%79%
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1-9 empregados 1-49 empregados
Em 34 países
98% das empresas com empregados têm até 49 empregados
91% das empresas com empregados têm até 9 empregados
5
Fonte: RAIS (2010 e 2015)
Nota:
Micro e Pequenas Empresas (MPE): até 49 empregados no comércio e serviços e até 99 empregados na indústria e construção.
Médias empresas: de 50 a 99 empregados no comércio e serviços e de 100 a 499 empregados na indústria e construção.
Grandes Empresas: 100 ou mais empregados no comércio e serviços e 500 ou mais empregados na indústria e construção.
Empregos com carteira Empregados (2010) Empregados (2015)
MPE 14.688.502 51% 16.899.289 54%
Médias Empresas 4.543.425 16% 4.572.097 15%
Grandes Empresas 9.327.856 33% 9.903.362 32%
TOTAL 28.559.783 100% 31.374.748 100%
No Brasil, a proporção das MPE no emprego com carteira assinada passou de 51% para 54%, entre 2010 e 2015
Empresas (2010) Empresas (2015)
MPE 6.041.062 99% 6.634.119 99%
Médias Empresas 39.906 1% 42.767 1%
Grandes Empresas 21.612 0% 23.942 0%
TOTAL 6.102.580 100% 6.700.828 100%
6Fonte: PNADC (IBGE).
Força de Trabalho
(em milhões de pessoas)
1º Trim 2017
Participação (em %)
1º Trim 2017
Pessoas Ocupadas 88,9 86%
Empregado com carteira 33,4 32%
Empregado sem carteira 10,2 10%
Doméstico 6,1 6%
Servidor público 10,9 11%
Empregador 4,1 4%
Conta Própria 22,1 21%
Trabalhador familiar 2,2 2%
Pessoas Desocupadas 14,2 14%
TOTAL (*) 103,1 100%
O mercado de trabalho é mais amplo do que o segmento de empregados com carteira assinada
Apenas 32% da Força de Trabalho possui carteira assinada
Apenas 37,6% das Pessoas Ocupadas possui carteira assinada
37,6% das
Pessoas
Ocupadas
7Fonte: Elaboração própria a partir da PNADC (IBGE).
Nota: Micro e Pequena Empresa (MPE)
Média e Grande Empresa (MGE)
Força de
Trabalho
(em milhões de
pessoas)
Pessoas Ocupadas
no Setor privado da economia
(em milhões de pessoas)
Hipótese assumida
para cada categoria
TOTAL MPE MGE
Pessoas Ocupadas 88,9 - - - -
Empregado com carteira 33,4 33,4 18,0 15,4 54% estão nas MPE (RAIS)
Empregado sem carteira 10,2 10,2 5,5 4,7 54% estão nas MPE (RAIS)
Doméstico 6,1 - - - categoria excluída
Servidor público 10,9 - - - categoria excluída
Empregador 4,1 4,1 4,1 0,0 99% estão nas MPE (RAIS)
Conta Própria 22,1 22,1 21,9 0,2 99% estão nas MPE (RAIS)
Trabalhador familiar 2,2 2,2 1,2 1,0 54% estão nas MPE (RAIS)
Pessoas Desocupadas 14,2 - - - categoria excluída
TOTAL 103,1 72,0 50,6 21,4
Dos 72 milhões de pessoas ocupadas no setor privado
TOTAL 100% 70% 30%
70% estão nas MPE (50,6 milhões de pessoas)
30% estão nas MGE (21,4 milhões de pessoas)
Estão ocupados nas
MPE:• 4,1 milhões de Empregadores
• 21,9 milhões de Conta Própria
• 24,7 milhões de empregados
com carteira, sem carteira e
trabalhadores familiares
TOTAL NAS MPE:
50,6 milhões
8Fonte: DIEESE (2017), “Anuário do Trabalho nas MPE 2015”
(com base na Pesquisa Emprego Desemprego – PED)
Na média de 5 R.M., 65% das pessoas ocupadas no setor privado trabalham nas MPE
MPE MGE Total
Fortaleza 68% 32% 100%
Porto Alegre 67% 33% 100%
Salvador 62% 38% 100%
São Paulo 58% 42% 100%
Distrito Federal 72% 28% 100%
Total Metropolitano 65% 35% 100%
9
O papel das MPE como
“colchão social”
na retração da economia
10Fonte: Elaboração Sebrae, com base nos dados do CAGED (valores ajustados).
Notas: MPE: Micro e Pequena Empresa; MGE: Média e Grande Empresa. Saldo líquido positivo no mês indica que houve mais contratações que demissões. Saldo líquido negativo no mês indica que houve
mais demissões que contratações.
As MPE são as que mais contratam quando a economia cresce, demoram mais tempo a demitir na desaceleração da economia e são as que menos demitem na retração da economia (“colchão social”)
Saldo líquido mensal de emprego com carteira assinada por porte
11Fonte: Elaboração Sebrae, com base nos dados do CAGED (valores ajustados).
Notas: MPE: Micro e Pequena Empresa; MGE: Média e Grande Empresa. Saldo líquido positivo no mês indica que houve mais contratações que demissões. Saldo líquido negativo no mês indica que houve
mais demissões que contratações.
Saldo líquido de emprego com carteira assinada (as MPE dão sinais de recuperação antes das MGE)
Saldo líquido de criação de emprego (ajustado) – MPE e MGE
(2011-2016)
Saldo líquido de criação de emprego (ajustado) – MPE e MGE
(jan-mai/16 e jan-mai/17)
12Fonte: Elaboração Sebrae, com base nos dados do CAGED (valores ajustados).
Notas: MPE: Micro e Pequena Empresa; MGE: Média e Grande Empresa. Saldo líquido positivo no mês indica que houve mais contratações que demissões. Saldo líquido negativo no mês indica que houve
mais demissões que contratações.
Observações
1. Existe uma nítida sazonalidade negativa nos meses de dezembro. Em todos os meses de dezembro,
tanto MPE quanto MGE dispensam mais empregados do que contratam, gerando saldo líquido negativo
no mês;
2. Em todos os meses da série, em que há saldo líquido positivo (ou seja, as empresas contratam mais do
que demitem), as MPE criam um número de empregos com carteira maior do que as MGE;
3. Em todos os meses da série, em que há saldo líquido negativo (ou seja, as empresas demitem mais do
contratam), as MPE destroem um número menor do que as MGE (exceto em um único mês, em
dez/2015, em que as MPE tiveram saldo líquido de -298 mil e as MGE – 296 mil);
4. Existem diversos meses em que as MGE apresentam saldos líquidos negativos, enquanto as MPE
mantêm saldos líquidos positivos. Por exemplo, entre janeiro de 2016 e março de 2017, as MGE
apresentaram saldo líquidos negativos em todos os meses (15 meses consecutivos de queda). No
mesmo período, as MPE apresentaram saldo positivo em 7 meses;
13
Fonte: IBGE
A retração da economia brasileira tem início no 2º trimestre de 2014
2,6% 3,2%
-0,3% -0,5% -0,3%-1,9%
-2,9%-4,4%
-5,8% -5,4%
-3,6% -2,9% -2,5%
-0,4%
91,9
91,3
92,192,3
92,9
92,0 92,2 92,1 92,2
90,6 90,8
89,890,3
88,9
-10,0%
-5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
85,0
86,0
87,0
88,0
89,0
90,0
91,0
92,0
93,0
94,0
4º trim2013
1º trim2014
2º trim2014
3º trim2014
4º trim2014
1º trim2015
2º trim2015
3º trim2015
4º trim2015
1º trim2016
2º trim2016
3º trim2016
4º trim2016
1º trim2017
Taxa
de
cres
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PIB
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PIB (trimestre/mesmo trimestre do ano anterior) Pessoas ocupadas (milhões)
14
Efeitos 1
6,2%
7,2% 6,8% 6,8% 6,5%
7,9% 8,3%8,9% 9,0%
10,9%11,3%
11,8% 12,0%
13,7%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
16,0%
4º trim2013
1º trim2014
2º trim2014
3º trim2014
4º trim2014
1º trim2015
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3º trim2015
4º trim2015
1º trim2016
2º trim2016
3º trim2016
4º trim2016
1º trim2017
Taxa
de
des
emp
rego
39,2%
39,9%40,1%
39,7%
39,3% 39,2%38,9%
38,5% 38,4%38,2%
37,9% 38,0%37,7% 37,6%
35,0%
36,0%
37,0%
38,0%
39,0%
40,0%
41,0%
4º trim2013
1º trim2014
2º trim2014
3º trim2014
4º trim2014
1º trim2015
2º trim2015
3º trim2015
4º trim2015
1º trim2016
2º trim2016
3º trim2016
4º trim2016
1º trim2017
Nív
el d
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rab
alh
o
Aumento na taxa de desemprego Queda na parcela do Pessoal Ocupado com
carteira assinada (formalização do trabalho)
Fonte: Elaboração própria a partir da PNAC (IBGE)
15
Fonte: Elaboração própria a partir da PNAC (IBGE)
Efeitos 2
Aumento no número de Donos de Negócio Aumento da proporção de Empreendedores
no total de Pessoas Ocupadas
25,1
24,6 24,8
25,2
25,7 25,8
26,1 26,3
26,9 26,9 26,6
25,9
26,3 26,2
23,0
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
4ºtrim2013
1ºtrim2014
2ºtrim2014
3ºtrim2014
4ºtrim2014
1ºtrim2015
2ºtrim2015
3ºtrim2015
4ºtrim2015
1ºtrim2016
2ºtrim2016
3ºtrim2016
4ºtrim2016
1ºtrim2017
Do
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(em
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27,3%
27,0% 26,9%
27,3%
27,7%
28,1%28,3%
28,5%
29,1%
29,7%
29,3%
28,9%29,1%
29,5%
25,5%
26,0%
26,5%
27,0%
27,5%
28,0%
28,5%
29,0%
29,5%
30,0%
4ºtrim2013
1ºtrim2014
2ºtrim2014
3ºtrim2014
4ºtrim2014
1ºtrim2015
2ºtrim2015
3ºtrim2015
4ºtrim2015
1ºtrim2016
2ºtrim2016
3ºtrim2016
4ºtrim2016
1ºtrim2017
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16
Fonte: PNADC (IBGE)
1º Trim 2014
(A)
1º Trim. 2017
(B)Variação
(C)=(B)-(A)
Taxa de expansão
(em %)
Pessoas Ocupadas 92,1 88,9 -2,3 milhões -2,5%
Empregado com carteira 36,4 33,4 -3,0 milhões -8,2%
Empregado sem carteira 10,5 10,2 -0,3 milhões -2,6%
Doméstico 5,9 6,1 +0,2 milhões +2,2%
Servidor público 11,2 10,9 -0,3 milhões -2,9%
Empregador 3,7 4,1 +0,4 milhões +11,1%
Conta Própria 20,9 22,1 +1,2 milhões +5,8%
Trabalhador familiar 2,7 2,2 -0,5 milhões -17,4%
Pessoas Desocupadas 7,0 14,2 +7,2 milhões +101%
Efeitos 3
Aumentou em 7,2 milhões o número de pessoas desocupadas
Caiu em 3 milhões o número de empregados com carteira assinada
Aumentou em 1,6 milhão o número de empreendedores (Empregadores+ Conta Própria)
17
“Colchão social” (resumo)
1. Entre o 1º trimestre de 2014 e o 1º trimestre de 2017, dobrou a taxa de desemprego, o número de
desempregados passou de 7 para 14,2 milhões de pessoas. No mesmo período, o número de
Empregadores e Conta Própria cresceu 1,6 milhão, mitigando a situação do desemprego (PNADC);
2. Apesar da retração do PIB ter sido iniciada no 2º trimestre de 2014, as MPE continuaram contratando
mais que demitindo, até junho de 2015 (CAGED);
3. Em 2015 e 2016, as MPE demitiram bem menos que as MGE. As MPE demitiram em média 242 mil
empregados/ano. As médias e grandes empresas demitiram em média 1,2 milhão de empregados/ano
(CAGED);
4. Nos 5 primeiros meses de 2017, as MPE criaram 136 mil novas empregos com carteira assinada
(variação líquida no período), enquanto as médias e grandes empresas demitiram 127 empregados com
carteira (CAGED).
5. Resumo: quando a economia está em expansão, as MPE contratam
mais que as médias e grandes empresas. Quando a economia está
em retração, demoram mais tempo a demitir e, quando demitem,
demitem menos que as MGE.
18
Características dos
empreendedores brasileiros
19
Características dos Empreendedores no Brasil
É ALTA A PROPORÇÃO DE EMPREENDEDORES NO BRASIL
• A TEA chega a 19,6% da população adulta (Empreendedores Iniciais)
- 8ª do grupo de países “impulsionados por eficiência”;
- 10ª entre os 65 países pesquisados pelo GEM
• A TTE chega a 36% (tem um Pequeno Negócio e/ou realizou alguma ação para ter)
- 3ª do grupo de países “impulsionados por eficiência”; e
- 4ª entre os 65 países pesquisados pelo GEM;
É BAIXA A QUALIDADE MÉDIA DOS EMPREENDEDORES NO BRASIL
• Só 1,7% dos Empreendedores Iniciais têm pelo menos 1 cliente no exterior (65ª em 65);
• Só 0,6% dos Empreendedores Iniciais tem tecnologia/processo com menos de 1 ano (64ª em 65);
• O Brasil está na 98ª posição no ranking do “Global Entrepreneurship Index 2017” (qualidade do
empreendedorismo).
Fonte: GEM 2016 e GEI 2017
20
Características dos Empreendedores no Brasil (países selecionados)
PaísesTEA TEE
Características da TEA
% da TEA
Oportunidade
Valor médio investido
(em US$ dólares)
Novidade do produto (%
de "Novo para todos")
Tem clientes
no exterior
Tecnologia com
menos de 1 ano
Am
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a La
tin
a
Brasil 19,6 16,9 57% 1.401 8,1% 1,7% 0,6%
Argentina 14,5 7,9 67% 11.783 17,1% 11,4% 7,0%
México 9,6 7,5 79% 789 10,7% 23,9% 5,1%
BR
ICS
Índia 10,6 4,6 61% 496 43,4% 53,0% 32,9%
China 10,3 7,5 71% 13.145 14,5% 34,7% 11,4%
África do Sul 6,9 2,5 74% 2.709 23,8% 53,1% 26,0%
Rússia 6,3 5,3 66% 2.777 9,3% 2,7% 5,4%
Paí
ses
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s
Estados Unidos 9,2 12,6 88% 16.260 15,4% 85,1% 9,8%
França 5,3 4,3 86% 27.716 18,0% 62,8% 18,0%
Espanha 5,2 6,2 70% 22.347 12,5% 37,8% 11,9%
Alemanha 4,6 7,0 76% 43.377 11,6% 68,1% 9,6%
Itália 4,4 5,3 86% 32.970 30,6% 53,7% 23,1%
Fonte: GEM 2016
Nota: países
selecionados em
65 pesquisados
21
Características dos Empreendedores no Brasil
• Mesmo as empresas de alto crescimento (*) no Brasil estão em setores/atividades tradicionais
• Empreendedorismo nas universidades (baixo dinamismo):
- Apenas 10% querem ter mais de 25 funcionários, em 5 anos;
- Só 4% consideram ter produto novo
- Só 1,4% deseja criar algo inovador no mundo
Fonte: IBGE 2015, “Estatísticas de empreendedorismo” e Endeavor (2016), “Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras 2016”.
Nota: (*) Alto crescimento: crescimento médio do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano por um período de três anos e tem 10 pessoas ou mais ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.
UNIVERSIDADES EMPREENDEDORES UNIVERSITÁRIOS
65% dos professores estão satisfeitos com iniciativas de
empreendedorismo na universidade.
36% estão satisfeitos com estas iniciativas
39% das universidades oferecem iniciativas como
disciplinas, incubadoras e eventos.
56% acreditam que disciplinas, incubadoras e eventos são
essenciais para prepará-los
23% das universidades oferecem iniciativas como
programas de acesso a investidores
52% consideram essencial a existência de programas de
acesso a investidores, mediado pela universidade
Descompasso entre universidades e empreendedores universitários
22
Fatores que contribuem para a sobrevivência de empresas
• Conjuntura econômica favorável;
• Políticas públicas que criem um ambiente favorável à atividade empreendedora
• Características pessoais dos indivíduos:
- Maior experiência anterior do empreendedor na atividade;
- Maior preparo do empreendedor em termos de gestão
- Na gestão do fluxo de caixa, gestão dos custos),
- No planejamento de negócios
- Perfil inovador
- Maior presença de itens do “Comportamento empreendedor”
- conhecimentos, habilidades e atitudes empreendedoras;
- Maior nível de escolaridade do empreendedor;
- Motivação do empreendedor/negócio “por oportunidade” e não “por necessidade”
23
Dificuldades para contratação de mão de obra nas MPE
24
Dificuldades (de acordo com a literatura)
1. Os encargos trabalhistas dobram o custo da mão de obra (Pastore, 1996);
2. As despesas para contratar/manter/treinar/dispensar + burocracia (administração de
pessoal/atender prestação de contas) triplicam o custo da mão de obra(Souza, 2012);
3. Risco de ações trabalhistas (Conselho Nacional de Justiça, 2016)
- 4,1 milhões de novas ações/ano
- 5,1 milhões de ações trabalhistas ainda não julgadas
- R$ 17,5 bilhões de indenizações pagas/ano aos reclamantes
4. Insegurança jurídica nos processos de terceirização (FIESP/Sebrae)
- 53% das empresas industrias já deixaram de utilizar devido à insegurança (FIESP);
- 91% das empresas industriais desejariam a regulamentação (FIESP);
- 41% das MPE viam oportunidades de mercado com a terceirização das atividades
nas médias e grandes (SEBRAE)
- Em 31/03/17 foi sancionada lei que permite terceirização de todas as atividades
5. Complexidade da Legislação trabalhista no Brasil (PL nº 6.787)
- Tramita atualmente no Congresso o projeto de lei que prevê uma reforma
trabalhista ampla: flexibilização da CLT.
25
Dificuldades para contratação de mão de obra
Custo do trabalho segundo Pastore (1996)
Fonte: Pastore (1996)
Tipos de encargos % sobre o salário
Obrigações sociais 35,8%
Previdência Social 20,0%
FGTS 8,0%
Salário-educação 2,5%
Acidentes do trabalho 2,0%
Sesi 1,5%
Senai 1,0%
Sebrae 0,6%
Incra 0,2%
Tempo não trabalhado I 38,23%
Repouso semanal 18,91%
Férias 9,45%
Feriados 4,36%
Abono de férias 3,64%
Aviso prévio 1,32%
Auxílio-enfermidade 0,55%
Tempo não trabalhado II 13,48%
13º salário 10,91%
Despesas de rescisão contratual 2,57%
Reflexos dos itens anteriores 14,55%
Incidência cumulativa (do grupo A sobre o B) 13,68%
Incidência do FGTS sobre o 13º salário 0,87%
TOTAL GERAL 102,06%
Os encargos dobram
o valor gasto com a
mão de obra
26
Dificuldades para contratação de mão de obra
Custo do trabalho ampliado (2012)
Fonte: SOUZA, et all (2012), “Custo do Trabalho no Brasil”. FGV
Contrato de 12 meses Contrato de 60 meses
Salário mensal bruto R$ 730 R$ 730
Salário mensal líquido R$ 672 32% R$ 672 36%
Recebimentos diretos em R$ R$ 227 11% R$ 174 9%
13o salário, adicional (1/3), férias, vale transporte R$ 55 R$ 55
"Compensação do empregado" R$ 371 18% R$ 329 18%
FGTS, INSS trabalhador, 40% multa FGTS, aviso prévio
e benefícios R$ 64 R$ 64
DEMAIS CUSTOS R$ 798 39% R$ 682 37%
Impostos/Encargos trabalhistas R$ 242 12% R$ 228 12%
INSS empregador, Multa FGTS (10% sobre saldo),
salário educação, SAT, INCRA Sistema S
R$ 170 R$ 160
Obrigações acessórias R$ 89 4% R$ 89 5%
Licença maternidade/paternidade, quota de
deficientes, aprendizes, obrigações de segurança R$ 17 R$ 17
Treinamentos R$ 142 7% R$ 57 3%
Treinamento das reposições, ginástica laboral,
treinamentos diversos R$ 100 R$ 18
Custos Gerenciais R$ 326 16% R$ 308 17%
Administração de pessoal (RH), refeitório, eventos
motivacionais, tempo não trabalhado (mês de férias,
licenças médicas, outras licenças, afastamentos por
motivos diversos etc.) R$ 154 R$ 154
CUSTO TOTAL AMPLIADO R$ 2.067 100% R$ 1.859 100%
Os encargos +
despesas para
contratar + manter +
treinar+ dispensar +
administração de
pessoal
triplicam o valor gasto
com a mão de obra
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Dificuldades para contratação de mão de obra
Números da Justiça do Trabalho (2015)
Fonte: TST (2016) e CNJ (2016). Nota: (*) Valor das indenizações pagas aos reclamantes / Número de sentenças no ano.
Valor das indenizações pagas aos reclamantes R$ 17,5 bilhões
Despesa da Justiça do Trabalho R$ 16,5 bilhões
Despesa da Justiça do Trabalho por habitante R$ 84
Número de ações ainda não julgadas 5,0 milhões
Número de sentenças no ano 4,2 milhões
Número de novas ações no ano 4,1 milhões
Número de magistrados 3.600
Número de servidores 41.747
Valor médio das indenizações por sentença* R$4.166
28
Dificuldades para contratação de mão de obra
1,9
2,1
2,2
2,4
2,5
2,5
2,6
2,6
2,8
2,9
3,1
3,5
3,5
0 1 2 3 4 5
Adicionais de insalubridade
Risco de afastamento do trabalhador
Alta rotatividade do empregado
Obrigações acessórias
Gastos com treinamento do empregado
Custo com benefícios
Custos para administrar pessoal (RH)
Baixa produtividade do novo empregado
Receio de ações trabalhistas
Burocracia para contratação/desligamento
Custo do salário mensal/13º/férias
Complexidade da legislação trabalhista
Encargos trabalhistas
Nota (0 a 5)
Nota de 0 a 5 atribuída pelos empresários para o grau de dificuldade
(sendo 0 para nenhuma dificuldade e 5 para muita dificuldade)
Fonte: Sebrae (2017), “Sondagem Conjuntural dos Pequenos Negócios”
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Proposta de reforma trabalhista no Brasil (2016/2017)
ITENS selecionados DETALHAMENTO
Acordos e convenções coletivas
de trabalho
Acordos coletivos (sindicato/empresa) prevalecem sobre as convenções coletivas (sindicatos
patronais/laborais). E ambos prevalecem sobre a lei, em itens como: jornada de trabalho; banco de
horas, plano de cargos, salários e funções; representante dos trabalhadores no local de trabalho;
troca do dia de feriado; etc.
Contribuição sindical deixa de ser obrigatória
Representação dos
trabalhadores nas empresas
Nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de uma comissão a fim de
resolver conflitos, encaminhar reivindicações específicas aos empregadores e acompanhar as
negociações coletivas
Justiça do Trabalho Não poderá restringir direitos nem criar obrigações que não estejam previstos em lei.
Jornada de trabalho Convenções/acordos poderão negociar carga horária de até 12 horas por dia e de até 48 horas por
semana.
Férias Poderão ser divididas em até três períodos.
Recisão contratual A homologação da rescisão contratual pode ser feita na própria empresa, na presença dos
advogados do empregador e do funcionário – que pode ter assistência do sindicato.
Terceirização e garantias aos
trabalhadores terceirizados
Permite a terceirização de qualquer atividade (inclusive as principais). Assegura aos empregados
terceirizados direitos iguais aos trabalhadores dos empregados da contratante, no que diz respeito à
alimentação em refeitórios, serviços de transporte, atendimento médico ou ambulatorial e
treinamento adequado quando a atividade exigir.
Outros itens Regulamentação do tele trabalho ou home office (trabalho em casa), o trabalho intermitente,
jornada parcial (26 ou 36 horas semanais), limita em até 2 horas as horas extras etc.
Fonte: Fonte: Projeto de Lei Nº 6787/2016.
Nota: o projeto de lei da reforma trabalhista não altera (e não permite que os acordos coletivos alterem), diversos direitos básicos previstos na CLT, tais como, o salário-mínimo,
FGTS, repouso semanal remunerado, horas-extras, remuneração de férias, medidas de proteção legal de crianças e adolescentes, aposentadoria, igualdade de direitos entre
trabalhadores com vínculo empregatício permanente e trabalhadores avulsos, salário-família, aviso prévio, direito de greve e licenças maternidade e paternidade.
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Fatores que podem contribuir para ampliar o potencial de emprego nas MPE
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Fatores que podem levar à ampliação do “Emprego “nas MPE
1. O retorno do crescimento da economia, visto que nos períodos de expansão econômica as MPE
são as que mais criam empregos;
2. O Brasil possui muitos empreendedores, mas a qualidade média destes fica bem abaixo da maioria
dos países (tanto segundo o GEM quanto segundo o GEI). Isto pode comprometer o potencial de
crescimento do emprego nas MPE. Portanto, podem contribuir para aumentar o potencial de
expansão do emprego nas MPE:
• O aumento do grau médio de escolaridade dos empreendedores;
• O aumento do nível de preparo dos empreendedores, em especial, em gestão (p.ex.
gestão do fluxo de caixa, gestão dos custos), planejamento de negócios e inovação;
• O aumento da proporção de empreendedores “por oportunidade” (e a concomitante
redução da proporção “por necessidade”);
• O aumento do grau de inovação/ineditismo dos processos/produtos/serviços dos novos
negócios (e dos já estabelecidos);
• Maior inserção de disciplinas de empreendedorismo em todos os níveis de escolaridade,
com ênfase em gestão, planejamento e inovação.
3. Nas universidades brasileiras ainda há poucos programas de empreendedorismo dinâmicos e
integrados. A criação de programas desta natureza, com ênfase no desenvolvimento de um perfil
mais inovador dos novos empreendedores e conectados com o mercado, poderia estimular a
criação de novos negócios com maior potencial de expansão (e do emprego);
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4. Até 2017, não era permitida a terceirização de atividades-fim. Em 31/03/2017, foi sancionada lei que
permite a terceirização de todos os tipos de atividade. Pesquisa do Sebrae mostra que 41% das MPE
vê um potencial de ampliação do seu mercado, com a possibilidade de terceirização das atividades nas
médias e grandes empresas. A aprovação da lei que permite a terceirização em qualquer tipo de
atividade pode ampliar o potencial de crescimento do emprego nas MPE (quando a economia voltar a
crescer);
5. A legislação trabalhista é considerada complexa pelos empreendedores. A redução dessa
complexidade poderia colaborar para ampliar o potencial de geração de emprego nas MPE;
6. O custo do trabalho no Brasil dobra quando considerados os encargos e pode triplicar quando
considerados todos os custos que as empresas incorrem para colocar a mão de obra em condições de
operação (contratação/manutenção/treinamento/demissão). A redução desses custos pode ampliar o
potencial de geração de emprego nas MPE;
7. O receio de ações trabalhistas se constitui em um freio à contratação de novos empregos com
carteira, a aprovação da reforma trabalhista (em tramitação no Congresso Nacional - Projeto de Lei Nº
6787/2016), que simplifica e flexibiliza a atual legislação do trabalho, pode atuar no sentido de ampliar
o potencial de crescimento do emprego nas MPE (quando a economia voltar a crescer);
8. Um “Simples Trabalhista”, que reduza a burocracia e o custo de
contratação/manutenção/treinamento/demissão da mão de obra pode estimular o crescimento do
emprego nas MPE.
33
Obrigado!