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EMPREENDEDORISMO E MICRO/PEQUENAS EMPRESAS: SINERGIAS E CONVERGÊNCIAS SOB A ÓTICA DO RELATÓRIO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL - 2009 Sérgio Luiz do Amaral Moretti (UNINOVE) [email protected] Luciana Helena Crnkovic (UNINOVE) [email protected] Maria dos Remédios Antunes Magalhães (UNINOVE) [email protected] Fabricia Durieux Zucco (uninove) [email protected] O trabalho visa contribuir para o aprofundamento e sistematização do conhecimento sobre as Micro/Pequenas Empresas (MPEs) sob a perspectiva dos novos dados fornecidos por pesquisas recentes. Busca- se uma relação com o crescimento do empreeendedorismo no Brasil, campo no qual se observam tanto progressos quanto a permanência de antigas dificuldades. São dois os objetivos: apresentar elementos que permitam ampliar o debate sobre o conceito de MPE, ou pequeno negócio e analisar como as políticas de incentivo a este tipo de empresa se adéquam à realidade do empreendedor. A metodologia consistiu em uma pesquisa bibliográfica nos relatórios do SEBRAE-SP, “Empreendedorismo no Brasil - 2009”, do Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2010) e do Doing Business (2010). Os resultados mostraram que ocorreu uma mudança significativa na demografia das MPEs e no perfil do empreendedor brasileiro. Surge paralelamente ao típico empreendedor tradicional, uma nova configuração formada principalmente por jovens e mulheres. O crescimento da participação da Internet, do Micro computador e do celular, em menor proporção mostra que, apesar das dificuldades da formação especializada e do baixo nível de escolaridade, os empreendedores acompanham as tendências mais avançadas disponíveis para se manterem competitivos. Palavras-chaves: Empreendedorismo, Micro/Pequena Empresa - MPEs, Global Entrepreneurship Monitor- GEM. Doing Business XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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Page 1: EMPREENDEDORISMO E MICRO/PEQUENAS EMPRESAS: … · MICRO/PEQUENAS EMPRESAS: ... ou pequeno negócio e ... típico empreendedor tradicional, uma nova configuração formada

EMPREENDEDORISMO E

MICRO/PEQUENAS EMPRESAS:

SINERGIAS E CONVERGÊNCIAS SOB A

ÓTICA DO RELATÓRIO

EMPREENDEDORISMO NO BRASIL -

2009

Sérgio Luiz do Amaral Moretti (UNINOVE)

[email protected]

Luciana Helena Crnkovic (UNINOVE)

[email protected]

Maria dos Remédios Antunes Magalhães (UNINOVE)

[email protected]

Fabricia Durieux Zucco (uninove)

[email protected]

O trabalho visa contribuir para o aprofundamento e sistematização do

conhecimento sobre as Micro/Pequenas Empresas (MPEs) sob a

perspectiva dos novos dados fornecidos por pesquisas recentes. Busca-

se uma relação com o crescimento do empreeendedorismo no Brasil,

campo no qual se observam tanto progressos quanto a permanência

de antigas dificuldades. São dois os objetivos: apresentar elementos

que permitam ampliar o debate sobre o conceito de MPE, ou pequeno

negócio e analisar como as políticas de incentivo a este tipo de

empresa se adéquam à realidade do empreendedor. A metodologia

consistiu em uma pesquisa bibliográfica nos relatórios do SEBRAE-SP,

“Empreendedorismo no Brasil - 2009”, do Global Entrepreneurship

Monitor - GEM (2010) e do Doing Business (2010). Os resultados

mostraram que ocorreu uma mudança significativa na demografia das

MPEs e no perfil do empreendedor brasileiro. Surge paralelamente ao

típico empreendedor tradicional, uma nova configuração formada

principalmente por jovens e mulheres. O crescimento da participação

da Internet, do Micro computador e do celular, em menor proporção

mostra que, apesar das dificuldades da formação especializada e do

baixo nível de escolaridade, os empreendedores acompanham as

tendências mais avançadas disponíveis para se manterem competitivos.

Palavras-chaves: Empreendedorismo, Micro/Pequena Empresa -

MPEs, Global Entrepreneurship Monitor- GEM. Doing Business

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

Micros e Pequenas Empresas (MPEs) ganharam destaque nacional e internacional nos estudos

acadêmicos devido a seu alto impacto em questões econômicas e sociais. Muitos autores

consideram as MPEs um instigante campo de estudos reforçado pelo fato de que sua

permanência e seu crescimento, apesar das desvantagens estruturais, constituem um fenômeno

que merece ser mais bem compreendido. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), de 2009, sua importância pode ser medida pela

evolução nos últimos anos. Em 2000 as MPEs representavam 4,1 milhões de empresas, ou

1para cada 42 habitantes; em 2004, 5,0 milhões e 36 por habitante; em 2010 espera-se que

atinja 6,8 milhões e 29 habitantes por empresa.

Não é necessário muito esforço para se perceber o impacto social destes números, que toma

proporções ainda maiores quando comparadas com padrões internacionais segundo os quais o

Brasil é um líder. O SEBRAE, ainda projetou, para 2015, uma relação de 8,8 milhões de

empresas para cada 24 habitantes, ou seja, o dobro do verificado em 2000 no início da série.

Importante para o argumento é que elas correspondem a 99% das empresas brasileiras.

O relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do Global Entrepreneurship Monitor –

GEM (2010) converge para este cenário ao tratar da vocação empreendedora do povo

brasileiro representada por uma Taxa de Empreendedorismo (TEA) que mostra,

aproximadamente 15 em cada 100 brasileiros adultos envolvidos em atividades

empreendedoras. Este dado coloca o Brasil entre os dez mais empreendedores do planeta, mas

revela outro lado da questão já que destes 7,5 milhões de brasileiros, 41 ( 6%) se lançam em

atividades independentes por pura necessidade, ou seja, pela falta de oportunidades no

mercado formal de empregos. O problema é potencializado pelo enorme peso dos impostos e

da burocracia nacional, empurrando muitos para o mercado informal.

Ao encontro deste fato, uma projeção do Doing Business para 2010 mostra o Brasil em 129º

lugar entre 183 países - Singapura detém o 1º lugar –, em um ranking total de facilidade para

os negócios. Em itens específicos como pagamentos de impostos o Brasil ocupa o posto 150º;

quanto a funcionários empregados, o 138º; para abrir um negócio, o posto 126º e, para fechá-

lo, o 131º. Evidente está que não são números abonadores e que não facilitam a vida dos

empreendedores nacionais, apesar do marco legal que será exposto a seguir. Este custo Brasil,

formado por altas taxas de impostos e de dificuldades burocráticas, precisa acompanhar o

ritmo e o esforço que o sistema legal e de financiamento procurou imprimir a este setor nos

últimos anos (DOING BUSINESS, 2010).

O trabalho visa contribuir para o aprofundamento e sistematização do conhecimento sobre as

Micro/Pequenas Empresas (MPEs) sob a perspectiva dos novos dados fornecidos por

pesquisas recentes. Busca-se uma relação com o crescimento do empreendedorismo no Brasil,

campo no qual se observam tanto progressos quanto a permanência de antigas dificuldades.

São dois os objetivos: apresentar elementos que permitam ampliar o debate sobre o conceito

de pequena empresa (ou pequeno negócio) e analisar como essas políticas de incentivo à

micro e pequenas empresas se adéquam à realidade do empreendedor.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: será feita uma revisão da literatura sobre MPEs

e Empreendedorismo apoiada por uma pesquisa exploratória sobre os relatórios “Cenários das

MPEs entre 2009-2015”, do SEBRAE-SP, “Empreendedorismo no Brasil - 2009”, do Global

Entrepreneurship Monitor – GEM (2010) e no Doing Business (2010). Finalmente, na última

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seção serão feitas as considerações finais do estudo e apresentadas possibilidades para futuras

pesquisas.

2. Empreendedorismo

As definições sobre empreendedorismo são variadas e obedecem aos parâmetros dos

paradigmas e epistemologias das quais se originam. O termo empreendedor tem origem no

entrepreneur francês, que se refere aos que empreendem. Para Marshall (1920) é aquele que

por meio de suas atividades, combina os fatores de produção - trabalho, capital (e

informação) - de tal forma a produzir uma saída crescente de bens e serviços, aumentando,

portanto a riqueza total ou o bem-estar material da sociedade. Schumpeter (1961) o associou

a questão da inovação, aquele capaz de uma destruição criadora, de perceber novas

oportunidades para os negócios. Para Drucker (1987) há que se buscar nas profundas

mudanças de paradigmas atuais uma explicação para o que ele considerava um fenômeno

cujas causas estariam em uma combinação de fatores culturais, sociais, econômicos e

tecnológicos.

No Brasil, o termo ganhou projeção a partir da abertura da economia, na década de 1990. O

processo de abertura mostrou a falta de competitividade do país em muitas áreas e tanto o

governos como os empresários tiveram que mudar a forma de atuar e reformar leis que

travavam o desenvolvimento. Alguns números podem explicar melhor a situação do

empreendedorismo no Brasil e para isso será utilizado o relatório “Empreendedorismo no

Brasil - 2009” do Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2010). O valor médio do TEA

dos últimos anos é de 12,83%, colocando o país em 9º lugar entre os participantes da pesquisa

e mantendo-se acima da média mundial.

Contudo, antes de se entrar em características do empreendedorismo brasileiro é necessário

atualizar as condições que o relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do Global

Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2010 considera ideais para que, este importante driver

de desenvolvimento e de autonomia para os cidadãos possa verdadeiramente se consolidar.

Desnecessário ressaltar a importância do relatório já que se encontra na sua 10ª edição e, se

firmou devido a seu grande banco de dados sobre atitudes e ambiente empreendedor. Sua

amostra é coletada em centenas de países permitindo comparações entre os resultados de suas

pesquisas.

Um esquema proposto por Bosma e Levie (2010, apud GEM, 2010, p. 28-30) como sendo a

base de análise do modelo GEM mostra que as condições ambientais podem afetar três

elementos constituintes do empreendedorismo: atitudes, atividades e aspirações.

Dependendo da dinâmica do ambiente, país ou região, pode ser levado a acelerar ou a reduzir

sua taxa de empreendedorismo.

Atitudes empreendedoras são aquelas manifestadas na forma de opiniões e de percepções

que a sociedade desenvolve face a este fenômeno; revela o status que o empreendedor ocupa

na comunidade. Torna-se muito forte quando existe a percepção de oportunidade para se

desenvolver uma nova atividade. Quanto à atividade empreendedora revela a quantidade de

indivíduos envolvidos na criação de novos negócios, os tipos de setores envolvidos, a

inovação aplicada nas novas ofertas. Trata-se mais de um processo do que um evento e é

muito influenciada pelas políticas de incentivo. Já a aspiração empreendedora mostra a

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natureza qualitativa dos empreendimentos refletindo o grau de envolvimento de cada um com

a atividade e com o grau de ambição e de ousadia nela empregados.

Por meio do modelo do GEM (2010, p. 32), pode-se ainda analisar as condições ambientais

que afetam os três elementos abordados anteriormente procurando buscar índices de eficácia

para a estrutura que se oferece aos empreendedores potenciais e estabelecidos. São elas: apoio

financeiro, políticas e programas governamentais, educação e capacitação, pesquisa e

desenvolvimento (transferência de tecnologia), infra-estrutura comercial e profissional, acesso

ao mercado e a barreiras à entrada, acesso à infra-estrutura física e, finalmente a normas

culturais e sociais. O Quadro1 mostra que a população reconhece as boas condições

ambientais em que o país se encontra. Contudo, sendo um país ainda com forte desigualdade

social, a atividade empreendedora apresenta a evidência de que a escolha se dá por

necessidade.

Quadro 1 – Percepção das condições ambientais pelos empreendedores e a população no

Brasil

Fonte: Relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do GEM (2010).

A estabilidade macro-econômica perseguida pelo país desde 1994 mostrou seus resultados

permitindo que mais empreendimentos vencessem a barreira inicial e que se sustentassem por

mais tempo. O Gráfico 1 mostra o peso do consumo nas novas atividades empreendedoras.

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Gráfico 1 – O peso do consumo nas novas atividades empreendedoras

Fonte: Relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do GEM (2010).

O mais importante, entretanto, é o crescimento dos empreendimentos por oportunidade em

detrimento daqueles que a ele se lançam por necessidade. Este último revelaria não uma

cultura empreendedora, mas uma falta de oportunidade. O Gráfico 2 mostra a situação hoje.

Gráfico 2 – Comparativo entre Empreendimentos por Oportunidade e por Necessidade.

Fonte: Relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do GEM (2010).

Estabelecidos os parâmetros sobre o empreendedorismo, passa-se a analisar o outro elemento

do estudo que são as MPEs procurando estabelecer a relação entre o momento do

empreendedorismo brasileiro e as condições para o seu desenvolvimento a partir do modelo

proposto pelo GEM (2010).

3.MPEs

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A busca de definições de Micro e Pequenas Empresas (MPE), com o objetivo de categorizar

o campo, têm sido objeto de estudo de vários pesquisadores revelando importantes diferenças

de abordagem que vão desde o porte, o número de funcionários e a forma de gestão, entre

outras (FILION, 1990, 1997; JULIEN, 1997; LIMA, 2001; TORRÉS, 2005, TERENCE,

ESCRIVÃO Fo. 2009).

Isto não ocorre com o conceito de Empreendedorismo para o qual convergem muitas das

definições (BOAVA e MACEDO, 2009; MURPHY, LIAO WELSCH, 2006; BOAVA, 2006;

EHRSTÉN E KJELLMAN, 2006) sempre voltadas para a questão da inovação e do

rompimento com o usual.

Convém, contudo, diferenciar o Empreendedor de Empreendedorismo; aquele entendido

como representação do indivíduo capaz de proporcionar a ruptura (SCHUMPETER, 1961;

TIMMONS, 1989; DRUKER, 1970, 1987); este, considerado como conjunto de ações que

conduz o empreendimento ao sucesso desejado (BOAVA e MACEDO, 2009, p. 8). Com isso,

pode-se diferenciar o indivíduo, dotado de certas características, do processo, que lhe permite

alcançar seus objetivos

Percebendo a relação entre o processo empreendedor e o seu desencadeamento a partir de

uma vontade individual, a pesquisa sobre MPEs tem buscado esta aproximação

(KRISTIANSEN e INDARTI, 2004; LENZI, VENTURA e DUTRA, 2005; GONÇALVES,

OLIVEIRA e GONÇALVES, 2008; NASCIMENTO, DANTAS e MILITO, 2008; VEIT e

GONÇALVES, 2007). Nesta investigação, o termo Orientação Empreendedora nas

organizações surge com a proposta de identificar comportamentos organizacionais que

possam melhorar a capacidade de empreender (LUMPKIN E DESS, 1996, 2001;

HASHIMOTO, 2005, SANTOS e ALVES, 2009) sendo naturalmente, dependentes de

modelos e de padrões identificados em empreendimentos de sucesso.

Da mesma forma, o termo Perfil do Potencial Empreendedor, conforme empregado por Veit e

Gonçalves (2007), que validaram, em pesquisa preliminar, um perfil composto de oito itens:

competência, risco, inovação, planejamento, dedicação, relacionamento, pensamento analítico

e desafio (p.9) que puderam confrontar com a teoria existente para este tipo de estudo

(MCCLELLAND, 1961; CARLAND e CARLAND, 1996, FILION, 1999). Ele demonstra o

quanto este campo pode contribuir para a compreensão do papel empreendedor na sociedade,

principalmente em um país emergente com o Brasil.

Diversos indicadores podem ser utilizados para a classificação das empresas nas categorias

micro, pequena, média ou grande; entretanto não podem ser considerados completamente

apropriados e definitivos para todos os tipos de contexto (D´AMBOISE e MULDOWNEY,

1988; FILION, 1990; JULIEN, 1997; LIMA, 2001). As tentativas de definição, na maioria

das vezes, têm razões fiscais ou buscam critérios de identificação com fins de benefícios

oficiais e financiamento. Podem-se utilizar critérios qualitativos ou quantitativos ou uma

combinação dos dois, embora estes sejam os mais utilizados, em algumas situações eles se

mostram imprecisos ou insuficientes. Ainda que eles apresentem como vantagens a facilidade

na coleta dos dados, agilidade na classificação de portes e possibilidade de comparação entre

setores é recomendado que sejam utilizados com cuidado (JULIEN, 1997). Já os critérios

qualitativos se referem a aspectos tangíveis e intangíveis estáveis que caracterizam as

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empresas; por exemplo, grau de centralização das decisões, formalização de procedimentos e

níveis hierárquicos (LIMA, 2001).

Drucker (1987) escreveu que uma pequena empresa, pelo critério de número de funcionário,

pode não ser pequena pelo critério de faturamento. Torrès e Julien (2005) reafirmaram essa

proposição e ampliaram a idéia de especificidade da pequena empresa. Eles consideraram que

uma proposta de classificação universal é limitada. Às vezes, em um exame empírico, a

possibilidade de que uma pequena empresa não satisfaça os critérios de classificação e de que

seja descartada do estudo é enorme. Os autores identificam, na literatura anglo-saxônica, uma

espécie de “paradigma orientador da pesquisa em pequenas empresas”, ou “a tese da

especificidade gerencial” que considera o pequeno negócio uma entidade específica, com

problemas administrativos substancialmente distintos dos da grande empresa, com destaque

para: estrutura administrativa centralizada; estratégias intuitivas e de curto prazo; baixa

especialização; simplicidade e informalidade do sistema de informação e atuação em

mercados locais. Isoladamente o tamanho não é uma variável suficiente para definir se uma

empresa necessariamente forma parte de uma população de pequenos negócios. (TORRÈS;

JULIEN, 2005, p. 359).

Além deles, há também critérios qualitativos que devem ser considerados em uma definição

de micro e pequena empresa, Filion (1990) apresenta três critérios mais mencionados: 1)

independência da propriedade e da administração; 2) administração personalizada, e 3)

pequena parcela de mercado.

Lima (2001) postula que o primeiro critério reflete a relação estreita entre o capital e a

administração, ou seja, quando a pessoa encarregada da administração da empresa é também

seu proprietário, caracterizando a nomenclatura proprietário-dirigente. Esta pessoa toma

decisões que põem em risco seu próprio dinheiro. Este aspecto constitui uma diferença

fundamental entre a relação de um proprietário-dirigente com sua empresa quando comparada

à relação de um administrador com a empresa na qual ele trabalha e da qual ele não detém a

maioria das ações. O critério de independência de propriedade e de operação é, sem dúvida,

um dos mais importantes que captam as características que fazem da MPE o que ela é

(FILION, 1990, 1999). O segundo critério deve ser visto como complementar ao primeiro; é

aquele que detém a propriedade faz a administração à sua própria maneira, imprimindo assim

sua personalidade sobre a empresa. Este tipo de administração pode também ser chamado de

administração idiossincrática. O terceiro critério é ambíguo e difícil de ser aplicado porque é

necessário que se recorra a uma definição precisa do que é o mercado, quais suas fronteiras e

o que significa uma pequena parcela de mercado. Este critério foi utilizado pela primeira vez

nos Estados Unidos da América porque a legislação permite considerar até mesmo uma

empresa de 1.500 empregados como “pequena” (FILION, 1990).

Além disso, de acordo com TERENCE (2008), para compreender o processo de criação de

estratégias dos dirigentes dessas pequenas empresas, deve-se considerar sua característica

marcante: a intuição. Brouthers, Andriessen e Nicolaes (1998) concluem que, nelas, as

decisões, em várias instâncias do processo de criação de estratégias, não são racionais, isto é,

não são tomadas a partir de informações coletadas e de resultados obtidos. Ao contrário, os

empresários, confiando em sua intuição, tendem a elaborar estratégias com base nas próprias

aspirações e experiências e não em análises racionais. Os autores apresentam uma proposta de

melhoria relacionada com a análise do ambiente. Ressaltam a necessidade de compreender as

mudanças ambientais registradas no contexto das pequenas empresas. Entende-se que os

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dirigentes devem atualizar as informações sobre o seu ambiente, considerando as variáveis

que têm impacto nos negócios. Desta forma, compreender as sinergias e as convergências do

setor pode ajudá-las a sobreviver, a prosperar e a competir nas novas condições ambientais. É

preciso fortalecer a coleta de informações, realizando-se atividades de análise de forma

contínua.

4. O contexto legal brasileiro para as MPEs

O marco legal brasileiro para as MPEs tem se consolidado nas últimas duas décadas, fato que

se pode demonstrar pela sequência de leis promulgadas a partir de 1984:

Lei 7.256 de 27 de novembro de 1984: cria o estatuto da Micro Empresa dando-lhes

tratamento diferenciado;

Artigos 170 e 179 da Constituição Federal de 1988: o primeiro assegura prioridade de

fornecimento a empresas brasileiras e de pequeno porte; o segundo determina

tratamento jurídico diferenciado às MPEs com o intuito de promover seu

desenvolvimento;

Lei 8.864 de 28 de março de 1994: atribui pisos de receita para classificar as MPEs e

busca definir o que é empresa de pequeno porte, mas carece de complementação;

Lei 9.317 de 05 de dezembro de 1996: cria o Sistema Integrado de Pagamento de

Impostos e de Contribuição das Micro e Pequenas Empresas (SIMPLES) e também

permite que estados e municípios possam criar benefícios fiscais para as MPEs. Define

a micro empresa como aquela que possui faturamento anual de até R$ 120 mil;

Lei 9.841 de 05 de outubro de 1999 – cria o Estatuto das Micro e Pequenas Empresas

e revoga as leis 7.256 e 8.864 (a primeira e a terceira, já mencionadas);

Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006: cria o Estatuto Nacional de

Empresa de Pequeno Porte e revoga a lei 9.841 (anterior da lista). Foi complementada

pelas Leis 127 (2007) e 128 (2008).

A evolução do marco legal, como exposta, levou à consolidação de uma abordagem

quantitativa de classificação sobre o que se conhece como Lei Geral para Micro e Pequenas

Empresas a partir da lei Complementar 128. As Micro Empresas são aquelas que possuem

faturamento anual de, no máximo, R$ 240 mil por ano, enquanto as Pequenas devem faturar

entre R$ 240.000,01 e R$ 2,4 milhões anualmente. Esta evolução ocorreu em várias frentes

permitindo definir o entorno e o escopo de atuação das MPEs em questões de padronização,

diferenciação de tributação, redução da burocracia, acesso a novos mercados, crédito,

tecnologia e justiça, e exportação.

Entre as mudanças previstas na Lei Complementar 128, estão a simplificação do registro do

Micro empreendedor Individual (MEI) e sua inclusão no Supersimples; a inserção de outras

classes no programa do Simples Nacional, visando facilitar o acesso do micro empresário-

individual e das micro e pequenas empresas nesse cenário. Seu principal benefício será

favorecer pessoas que trabalham no mercado informal e que não entram na formalidade

devido à alta carga tributária. O governo estima que mais de 10 milhões de empreendedores

se beneficiarão do MEI e da isenção de quase todos os tributos do Supersimples. Com as

alterações, os trabalhadores brasileiros que se tornarem formais terão o direito de se aposentar

por idade ou invalidez, de seguro por acidente de trabalho e reclusão, de licença-maternidade

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para a mulher, entre outros benefícios. Os escritórios de contabilidade também serão

favorecidos, pois a regulamentação da lei permite a desburocratização de processos.

De acordo com Lima (2001), contrariamente ao caso de países que estudaram mais

profundamente a questão (como Estados Unidos e Inglaterra), as bases de definição das MPE

na legislação federal brasileira não apresentam critérios qualitativos. No nível internacional, a

Resolução 59/1998 do MERCOSUL apresenta um desses critérios, mas ele não foi integrado

à Lei Complementar n. 128 de 2008, nem ao Estatuto da Microempresa e da Empresa de

Pequeno Porte pelo Decreto 3.474 de 2000 que o regulamenta. Para ser considerada micro ou

pequena, uma empresa não pode ser controlada por outra, nem pertencer a um grupo

econômico formando um todo que excede os limites da classificação. Entre os três critérios

qualitativos apresentados por Fillion (1990), já citados anteriormente, o mais próximo daquele

utilizado na Resolução 59/1998 do MERCOSUL é o de independência da propriedade e da

administração, mas que não está presente em nenhuma das definições apresentadas nos órgãos

regulamentadores e representantes das MPE no Brasil.

Outra definição muito utilizada, tanto para estudos acadêmicos quanto para critérios de

mercado, baseia-se no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)

e também se vale de dados quantitativos, neste caso referente ao número de funcionários.

Micro são as empresas que empregam até 9 pessoas, no caso de comércio e de serviços, ou

até 19, nos setores industriais ou de construção. Já as pequenas são definidas como as que

empregam de 10 a 49 pessoas, no caso de comércio e de serviços, e de 20 a 99 pessoas, em

indústrias e em empresas de construção.

Além dessas, há a definição dos órgãos federais como Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) que têm outro parâmetro para a concessão de créditos. Nessa

instituição de fomento, uma microempresa deve ter receita bruta anual de até R$ 1,2 milhão; as

pequenas empresas, superior a R$ 1,2 milhão e inferior a R$ 10,5 milhões. Os parâmetros do

BNDES foram estabelecidos em cima dos parâmetros de criação do Mercosul.

Mesmo com tantas definições, o financiamento e o apoio às microempresas e às MPEs é uma

questão complicada e difícil que, ainda hoje, interessa aos governos (LIMA, 2001). Um dos

grandes problemas voltados aos financiamentos reside no fato de que essas empresas por

possuírem estruturas mais simples e menos burocratizadas, dificilmente se enquadram nas

exigências dos programas de financiamento do governo. Para o SEBRAE, o porte das empresas

segue uma orientação semelhante como se pode ver no Quadro 2:

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 1,2 milhão

Pequena empresa Maior que R$ 1,2 milhão e menor ou igual a R$ 10,5 mm

Média empresa Maior que R$ 10,5 milhões e menor ou igual a R$ 60 mm

Grande empresa Maior que R$ 60 milhões

Quadro 2 – Porte das Empresas para fins de financiamento

Fonte: SEBRAE (2009)

Em 2008, o relatório do SEBRAE-SP “Cenário das MPEs de 2009-1015” forneceu uma

projeção da situação das MPEs bastante interessante:

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A Internet já é a 3ª fonte de informação mais utilizada para os negócios, como 62%

das preferências, estando somente atrás da figura do contador com 87% (em 1º lugar)

e de pessoas e empresários do mesmo ramo com 72%;

O acesso à Internet teve uma evolução impressionante, seguindo a preferência o item

anterior, indo de meros 12% de MPEs com acesso em 2000 para 71% em 2009, com

uma projeção de 80% para 2015. Esta participação é equivalente a que o Canadá tinha

em 2007;

A participação de MPEs com microcomputador mais que triplicou de 2000 para 2009,

indo de 23% para 75%. A projeção para 2015 é de 83% de empresas de posse deste

equipamento. Trata-se de um crescimento vigoroso, mas em 2015 o Brasil atingirá a

posição, por exemplo, que o Reino Unido tinha em 2006;

A proporção de MPEs com celular cresceu de 53% em 2000 para 91% e projeta-se

pouco crescimento para 2015, ou seja, 92%;

O crescimento do número de estabelecimentos MPEs será de 35%, ou 1.516 mm, em

2015, contra 1.124 mm, em 2009;

Os estabelecimentos no setor de serviço serão os que apresentarão maior crescimento,

participando com 47% do total em 2015 contra 39% em 2000;

Foi projetado um crescimento acentuado dos empreendimentos voltados aos serviços o

que revela certo grau de amadurecimento da economia brasileira que agora tem de dar

conta do crescimento do consumo principalmente das classes de menor renda.

Acrescentando à lista do SEBRAE-SP mais um dado do GEM (2010), pode-se perceber uma

mudança significativa no peso da participação das mulheres em novos empreendimentos

revelando a sua transformação em grande força de trabalho e de desenvolvimento para o país.

No Quadro 3, seguinte, evidencia-se de que se trata daqueles que se lançam a um

empreendimento por nele verem uma real oportunidade e não por necessidade que seria uma

alternativa à falta de emprego.

Quadro 3: Empreendedores por oportunidade no Brasil

Fonte Relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do GEM (2010)

Para reforçar devidamente o argumento das novas oportunidades que as condições ambientais

oferecem, observa-se no Quadro 4, a seguir, com base na Taxa de Empreendedorismo (TEA),

a maior participação das faixas etárias mais jovens no esforço empreendedor, reforçando o

argumento de que estes conseguem perceber chances de sucesso no futuro.

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Quadro 4 – Participação no TEA por faixa etária, no Brasil

Fonte Relatório “Empreendedorismo no Brasil - 2009” do GEM (2010)

Assim, o crescimento vigoroso das MPEs revela uma simetria, como será visto, com a

expansão do empreendedorismo, ou, talvez, se pudesse chamar de uma cultura

empreendedora, estimulada por uma vocação inerente ao brasileiro. Os dois movimentos

devem ser entendidos conjuntamente.

5. Considerações Finais

O trabalho visou contribuir para o aprofundamento e sistematização do conhecimento sobre as

especificidades das MPEs, e sua relação com o empreendedorismo em um cenário em

mutação, no qual se observam progressos em diversos campos e permanência de dificuldades

em outros sob a perspectiva dos novos dados fornecidos por pesquisas recentes. Foram dois os

objetivos: apresentar elementos que permitam ampliar o debate sobre o conceito de pequena

empresa (ou pequeno negócio) e analisar como essas políticas de incentivo à micro e

pequenas empresas se adéquam à realidade do empreendedor. O ponto de partida foi que há

uma convergência entre a proliferação das Micro e Pequenas Empresas – MPEs e a crescente

taxa de empreendedorismo, ambas encontradas na última década no Brasil.

Os resultados das pesquisas mostraram que ocorreu uma mudança significativa na demografia

das MPEs e do perfil do empreendedor brasileiro. Surge, paralelamente ao típico

empreendedor tradicional, uma nova configuração formada principalmente por jovens e

mulheres. Convém lembrar que uma dimensão valorizada das mulheres é sua capacidade em

desempenhar mais de um papel e pensar vários assuntos ao mesmo tempo. Por outro lado, em

que pese o crescimento do jovem e da mulher, o perfil tradicional ainda é o do homem na

faixa etária entre 25 e 44 anos.

O crescimento da participação da Internet, do Micro computador e do celular (em menor

proporção) mostra que, apesar das dificuldades da formação especializada e do baixo nível de

escolaridade, os empreendedores acompanham as tendências mais avançadas possíveis para se

manterem competitivos. É esperançoso que a internet tenha crescido tanto entre as MPEs

alcançando um 3º lugar alcançando uma participação bastante alta de 62% entre as principais

fontes de informação. O crescimento acentuado das MPEs voltadas para serviços revela o

grau de amadurecimento da economia brasileira que agora tem de dar conta do crescimento

do consumo principalmente das classes de menor renda.

As limitações do estudo são relativas à sua metodologia exploratória, ou seja, pela utilização

de dados secundários, mas se considerou que, pelo menos no caso do SEBRAE, os números

têm um forte poder de mostrar as evidências do cenário em que as MPEs se encontram. Deve-

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se lembrar que o SEBRAE é referência nacional como base de dados sobre o tema. O relatório

do GEM é igualmente importante, pois tem uma sólida metodologia, abarca uma grande

quantidade de países e é um estudo periódico desde 2001. Os dados mostram que a linha de

estudo das MPEs deveria estar mais ligada à do Empreendedorismo e mais relações deveriam

ser feitas neste sentido.

Como sugestão para próximas pesquisas, mais estudos relacionando tipo de empreendimentos

com tipos de tecnologias utilizadas e se são dirigidos por homens, mulheres e jovens

poderiam ser desenvolvidos. Estilos de gestão podem ser analisados a partir destas

segmentações para que se possa dimensionar melhor o portfólio de especialidades que deve

ser desenvolvido como apoio aos empreendedores.

Outra linha possível de análise incentivada pelos resultados pode ser verificar o grau de

evolução tanto de gestão quanto tecnológico, alcançado pelos empreendimentos que venceram

os difíceis estágios iniciais e novos (GEM, 2007). Com isso poderia ser desenhado um mapa

evolutivo da gestão, dos processos e do perfil dos empreendedores visando passar esta

experiência para as próximas gerações. Outras linhas que podem ser desenvolvidas são

investigar a difusão da cultura empreendedora nas Instituições de Ensino, assunto sobre o qual

não foi verificada nenhuma evidência na pesquisa, e, também, as relações entre ascensão das

classes de renda mais baixa ao mercado de consumo e de crescimento do seu espírito

empreendedor.

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