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ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS

Ana Maria de Miranda Silveira

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS

EM ENGENHARIA CIVIL.

Aprovada por:

_____________________________________________ Prof. Cláudio Fernando Mahler, D. Sc.

_____________________________________________ Prof. Maria Cláudia Barbosa, D.Sc.

_____________________________________________ Prof. Elisabeth Ritter, D.Sc.

_____________________________________________ Prof. Wanda Maria Risso Gunther, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2004

Page 2: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

ii

SILVEIRA, ANA MARIA DE MIRANDA

Estudo do Peso Específico de Resíduos Sólidos

Urbanos [Rio de Janeiro] 2004

XI, 106p. 29,7cm (COPPE/UFRJ, M. Sc.,

Engenharia Civil, 2004)

Tese – Universidade Federal do Rio de Janeiro,

COPPE

1. Peso Específico

2. Ensaios de Cava

I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

Page 3: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

iii

AGRADECIMENTOS:

A Deus que deu à menina pobre e sem perspectiva na vida a família com quem

pude desenvolver a irmandade incondicional e sólida que me dá o apoio

necessário nesta estrada; que colocou em meu caminho o companheiro com

quem pude estruturar a família com os filhos que só me dão alegria e netos;

que dotou-me da curiosidade necessária para buscar sempre aprender mais,

permitindo que eu pudesse fazer parte da comunidade da UFRJ, onde

consegui minha graduação e minha pós-graduação, onde fui bem recebida por

todos, alunos, professores e administrativos, recebendo a orientação do mestre

que teve a paciência para me ensinar o suficiente necessário para usufruir do

relacionamento com a elite cultural do meu país.

Aos colegas mestrandos e doutorandos da COPPE que me auxiliaram e

incentivaram.

E em especial ao professor Cláudio Fernando Mahler pela dedicação,

orientação e pelo apoio.

Page 4: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

iv

Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.)

ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS

Ana Maria de Miranda Silveira

Março/2004

Orientador: Cláudio Fernando Mahler

Programa: Engenharia Civil

Trata o presente trabalho de um estudo do peso específico de resíduos

sólidos urbanos dispostos em aterros não controlados (lixões), controlados e

sanitários. Para determinar tais pesos específicos foram realizados ensaios in

situ para determinação do peso específico de massa de lixo, nos aterros de

Paracambi/RJ, Santo André/SP, Gramacho/RJ e Nova Iguaçu/RJ. São

descritos os procedimentos usados nos ensaios in situ e as dificuldades

encontradas na realização de tais ensaios. Com o uso do percâmetro (Carvalho

e outros, 2004) foram comparados e, ate certo ponto, aferidos os resultados

tendo se observado uma boa coerência entre ambos. No caso de Paracambi foi

feita uma análise gravimétrica in situ, tendo-se obtido dados gravimétricos do

Aterro de Gramacho e de Santo André a partir de publicações e informações

fornecidas pelos respectivos órgãos municipais.

O conhecimento do peso específico tem grande importância na previsão

da vida útil do aterro e sua estabilidade, tendo se observado nos resultados

obtidos, efeitos da idade de disposição dos resíduos, de procedimentos de

compactação, equipamentos e coleta nas cidades, além da disposição, com a

presença de entulhos, os quais provavelmente elevaram de forma talvez não

representativa alguns resultados dos ensaios in situ.

Page 5: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

v

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

STUDY OF SPECIFIC WEIGHT OF URBAN SOLID WASTE

Ana Maria de Miranda Silveira

March/2004

Advisor: Cláudio Fernando Mahler

Department: Civil Engineering

This work presents a study of specific weight of urban solid waste

disposed in uncontrolled, controlled and sanitary landfills. To obtain the specific

weights field and laboratory tests have been done in the landfills of the cities

Paracambi, Rio de Janeiro, Santo André and Nova Iguaçu.

The adopted procedures are described, as well as the technical and

management difficulties occurred. The field tests were compared with

laboratories tests done using a special new procedure called “percameter”

(Carvalho e outros, 2004). The comparison showed a good agreement between

the two procedures.

The waste compositions of Paracambi, Quatis and São Gonçalo were

determined. The waste compositions of Gramacho Landfill (Rio de Janeiro) and

Sanitary Landfill of Santo André and Nova Iguaçu were obtained from the

literature and direct contact with the municipalities.

The knowledge of the specific weight has great importance for long life

and stability of the landfill. The results obtained in this research confirmed the

affect of the age of waste in its specific weight – it increases on time. The

results showed also that the disposition of debris and industrial waste in non

controlled landfill mixed with household waste, increase greatly the specific

weight of the waste.

Page 6: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

vi

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – Introdução ................................................................................. 1

CAPÍTULO 2 – Revisão da Literatura ................................................................ 4

2.1. Introdução.............................................................................................. 4

2.2. Terminologia .......................................................................................... 6

2.2.1. Lixo ............................................................................................. 6

2.2.2. Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)............................................... 6

2.2.3. Aterro Sanitário ........................................................................... 7

2.2.4. Lixão ou Vazadouro .................................................................... 8

2.2.5. Aterro Controlado........................................................................ 9

2.2.6. Percâmetro.................................................................................. 9

2.2.7. Amostra indeformada................................................................ 11

2.3. Parâmetros Geométricos..................................................................... 11

2.3.1. Classificação do Lixo ............................................................... 11

2.3.2. Salinidade ................................................................................. 12

2.3.3. Teor de Umidade ...................................................................... 12

2.3.4. Granulometria ........................................................................... 13

2.3.5. Permeabilidade ......................................................................... 14

2.3.6. Temperatura.............................................................................. 15

2.3.7. Caracterização Gravimétrica..................................................... 15

2.3.8. Peso Específico ........................................................................ 17

CAPÍTULO 3 – Materiais e Métodos ................................................................ 21

3.1. Introdução............................................................................................ 21

3.2. Ensaios de Caracterização.................................................................. 21

3.2.1. Material necessário para retirada das amostras ....................... 21

3.2.2. Coleta das amostras para a análise da composição química

e determinação dos parâmetros físico-químicos....................... 22

3.2.3. Coleta de amostras para análise da composição

gravimétrica............................................................................... 23

3.2.4. Determinações .......................................................................... 23

3.2.5. Composição gravimétrica da Cidade de São Paulo-SP ............ 26

3.2.6. Composição gravimétrica da Cidade do Rio de Janeiro ........... 27

Page 7: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

vii

CAPÍTULO 4 – Aterros Estudados ................................................................... 30

4.1. Aterro Municipal de Quatis/RJ ............................................................. 31

4.2. Aterro Municipal de Paracambi/RJ ...................................................... 32

4.3. Aterro de Itaoca/São Gonçalo/RJ ........................................................ 37

4.4. Aterro Municipal de Gramacho/RJ....................................................... 38

4.4.1. Dados gerais sobre o aterro metropolitano de Jardim

Gramacho ................................................................................. 40

4.5. Centro de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu/RJ ..................... 42

4.6. Aterro Sanitário de Santo André/SP .................................................... 43

4.6.1. Características .......................................................................... 44

CAPÍTULO 5 – Ensaios Realizados ................................................................. 47

5.1. Peso Específico da Massa de Lixo em Aterro ..................................... 47

5.1.1. Aterro da COMLURB/RJ ........................................................... 47

5.1.2. Aterro de Santo André .............................................................. 49

5.1.3. Aterro de Paracambi/RJ............................................................ 49

5.1.4. Ensaio no Aterro Municipal de Gramacho/RJ ........................... 67

5.1.5. Santo André .............................................................................. 73

5.1.6. Nova Iguaçu.............................................................................. 86

CAPÍTULO 6 – Discussão de Resultados ........................................................ 89

CAPÍTULO 7 – Conclusões e Sugestões......................................................... 92

Referências Bibliográficas ................................................................................ 96

Page 8: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

viii

RELAÇÃO DE TABELAS Tabela 1 – Permeabilidade pela profundidade, em cobertura arenosa .......... 14

Tabela 2 – Valores de peso específico encontrados na literatura .................. 20

Tabela 3 – Composição gravimétrica ............................................................. 24

Tabela 4 – Componentes na amostra ............................................................ 25

Tabela 5 – Resíduos domésticos potencialmente perigosos.......................... 25

Tabela 6 – Composição gravimétrica dos RSU – São Paulo/98 .................... 26

Tabela 7 – Composição por área diferenciada no Rio de Janeiro.................. 29

Tabela 8 – Composição gravimétrica dos RSU – Paracambi......................... 39

Tabela 9 – Lixo vazado entre 1995 e 1999 .................................................... 41

Tabela 10 – Resultados obtidos ....................................................................... 48

Tabela 11 – Resultados obtidos ....................................................................... 49

Tabela 12 – Demonstrativo da pesagem do material da Cava 1...................... 54

Tabela 13 – Demonstrativo da pesagem do material da Cava 2...................... 55

Tabela 14 – Demonstrativo da pesagem do material da Cava 3...................... 56

Tabela 15 – Cubagem das cavas..................................................................... 58

Tabela 16 – Determinação do peso específico ................................................ 58

Tabela 17 – Demonstrativo da pesagem do material escavado....................... 61

Tabela 18 – Resumo dos parâmetros geotécnicos determinados.................... 66

Tabela 19 – Resumo dos parâmetros geotécnicos determinados.................... 66

Tabela 20 – Demonstrativo da pesagem do material escavado....................... 67

Tabela 21 – Demonstrativo do peso do material escavado.............................. 68

Tabela 22 – Demonstrativo de pesagem do material ....................................... 74

Tabela 23 – Demonstrativo de pesagem do material escavado....................... 76

Tabela 24 – Demonstrativo de pesagem do material escavado....................... 78

Tabela 25 – Aterro Sanitário de Santo André- ensaios de cava e com

percâmetro- planilha resumo....................................................... 80

Tabela 26 – Determinação do peso específico in situ e com auxílio do

percâmetro .................................................................................. 85

Tabela 27 – Demonstrativo de pesagem do material ....................................... 87

Tabela 28 – Resultados dos ensaios realizados .............................................. 89

Page 9: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

ix

RELAÇÃO DE FIGURAS

Figura 1 – Vista geral do percâmetro ............................................................... 11

Figura 2 – Vista geral atual do lixão e via de acesso asfaltada ....................... 33

Figura 3 – Forno da metalúrgica Lanari ........................................................... 34

Figura 4 – Vista aérea do lixão com edificações da usina de reciclagem

desativada à esquerda ..................................................................................... 35

Figura 5 – Aspecto atual do lixão ..................................................................... 35

Figura 6 – Vista aérea do aterro municipal de Gramacho ................................ 39

Figura 7 – Taludes impermeabilizados com manta de PEAD .......................... 43

Figura 8 – Vista geral do Aterro Sanitário de Santo André............................... 44

Figura 9 – Abertura da cava............................................................................. 50

Figura 10 – Pesagem do material .................................................................... 51

Figura 11 – Preparação da área....................................................................... 52

Figura 12 – Início da escavação e confinamento do material escavado .......... 53

Figura 13 – Regularização do fundo da cava ................................................... 57

Figura 14 – Preenchimento da cava com água................................................ 57

Figura 15 – Limpeza e regularização da área escolhida .................................. 59

Figura 16 – Escavação..................................................................................... 60

Figura 17 – Material escavado ......................................................................... 60

Figura 18 – Pesagem do material escavado .................................................... 61

Figura 19 – Preenchimento da cava com água................................................ 62

Figura 20 – Detalhes da vista geral da área escolhida..................................... 69

Figura 21 – Detalhe da área com queimador de gases.................................... 70

Figura 22 – Cravação do percâmetro............................................................... 70

Figura 23 – Material escavado ......................................................................... 71

Figura 24 – Cravação do cilindro do percâmetro.............................................. 71

Figura 25 – Posicionamento do amostrador do percâmetro............................. 71

Figura 26 – Pesagem do material escavado .................................................... 72

Figura 27 – Preenchimento da cava com água................................................ 72

Figura 28 – Esvaziamento da cava .................................................................. 72

Figura 29 – Regularização e escavação do terreno ......................................... 80

Figura 30 – Colocação do percâmetro ............................................................. 80

Page 10: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

x

Figura 31 – Percâmetro após a cravação ........................................................ 81

Figura 32 – Detalhe da cava ............................................................................ 81

Figura 33 – Calibragem dos latões................................................................... 82

Figura 34 – Calibragem da balança ................................................................. 82

Figura 35 – Material escavado ......................................................................... 82

Figura 36 – Pesagem do material escavado .................................................... 83

Figura 37 – Enchimento da cava...................................................................... 83

Figura 38 – Esvaziamento da cava .................................................................. 84

Figura 39 – Detalhes do Aterro de Santo André............................................... 84

Figura 40 – Preparação do plástico para receber o material escavado ........... 88

Figura 41 – Material escavado ......................................................................... 89

Figura 42 – Cava preenchida com água .......................................................... 89

Page 11: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

xi

RELAÇÃO DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Evolução da quantidade de Resíduos Sólidos gerados na

Cidade do Rio de Janeiro............................................................ 28

Gráfico 2 – Variação mensal da geração de Resíduos Sólidos no Rio de

Janeiro ........................................................................................ 29

Gráfico 3 – Composição gravimétrica dos Resíduos Sólidos de Quatis ........ 32

Gráfico 4 – Composição gravimétrica dos Resíduos Sólidos de

Paracambi ................................................................................... 36

Gráfico 5 – Composição gravimétrica dos Resíduos Sólidos de São

Gonçalo....................................................................................... 38

Gráfico 6 – Aterro de Santo André- relação idade e peso específico ............ 85

Gráfico 7 – Demonstrativo dos resultados obtidos em ensaios realizados

em cava....................................................................................... 90

Page 12: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Este trabalho faz parte do Programa de Pesquisas do Grupo de Estudos

de Tecnologia de Resíduos Sólidos (GETRES) da Área de Geotecnia do

Programa de Engenharia Civil da Coordenação dos Programas de Pós-

graduação de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), que dentro de suas linhas principais de pesquisa, busca compreender

o comportamento geomecânico dos resíduos sólidos urbanos depositados em

aterros.

O presente projeto contou com o apoio de diversas empresas, públicas e

privadas, que permitiram e apoiaram a realização in situ dos ensaios que

fizeram parte deste trabalho, tendo em vista seu interesse nos resultados,

apoio científico e respeito ao corpo docente da COPPE.

Este trabalho tem como objetivo estudar e determinar o peso específico

in situ da massa de lixo depositada em aterros de resíduos sólidos urbanos

compactados por diferentes equipamentos, e de características diversas.

A fim de proceder à verificação do método utilizado, foi feita a

comparação dos resultados obtidos com o emprego do percâmetro

(CARVALHO, 2002).

Dentre os parâmetros geotécnicos empregados no projeto de um aterro

sanitário, o peso específico é dos mais relevantes, fornecendo importantes

informações para previsão de sua vida útil e sua estabilidade.

O peso específico é função de diversos fatores, dentre os quais a

gravimetria, granulometria e compactação têm papel importante.

No presente trabalho optou-se pela determinação do peso específico in

situ. Embora aparentemente tarefa simples, exige cuidados especiais para

minimizar a interferência de fatores como: a deformação do aterro, fruto do

trânsito de equipamentos; a contração da cava, devido ao alivio de tensão

lateral e de fundo; e as imperfeições na colocação do plástico de proteção; e

Page 13: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

2

garantir que o tamanho da amostra seja representativo do todo. Vale observar

que o peso específico é definido como a relação entre o peso e o volume,

sendo pois dependente de apenas dois fatores, teoricamente simples de

determinar. Sua reprodução em laboratório é praticamente impossível, dada à

enorme variedade dos constituintes e à diversidade do tamanho dos resíduos,

à dimensão das amostras, etc.

Assim, o método adotado compreendeu a abertura de cavas cujas

dimensões foram definidas em função das dimensões dos resíduos (LOBO

CARNEIRO, 1996), das características da área objeto do estudo, e do

equipamento empregado, bem como de uma observação visual dos resíduos –

a fim de evitar a preponderância de algum tipo de material. A pesagem do

material escavado foi feita em balança com precisão de duas casas decimais.

A determinação do volume correspondente, foi feita com o auxilio de uma

manta plástica a qual impermeabilizava a cava e a mesma foi preenchida com

água, sendo o sistema convenientemente controlado e calibrado.

Na maioria dos casos estudados, empregou-se o percâmetro

(CARVALHO, 2002) para a verificação dos resultados obtidos.

A dissertação está apresentada em 6 capítulos, cujo conteúdo, além da

introdução, contém o seguinte:

- Capítulo 2 – Revisão de literatura na qual são descritos aspectos ou

conhecimentos sobre o tema, obtidos em livros, teses e publicações

nacionais e internacionais;

- Capítulo 3 – Materiais e métodos, no qual são apresentados os ensaios

anteriormente publicados, equipamentos utilizados e a metodologia

adotada;

- Capítulo 4 – Aterros estudados, no qual são discriminados os aspectos que

envolvem as áreas onde foram desenvolvidos os ensaios;

- Capítulo 5 – Ensaios realizados neste trabalho, no qual são descritos as

condições e os equipamentos utilizados, com apresentação de resultados;

- Capítulo 6 – Discussão dos resultados

Page 14: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

3

- Capitulo 7 – Conclusões e Sugestões de novas pesquisas.

Page 15: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

4

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1. INTRODUÇÃO

Neste Capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica sobre os

aspectos referentes ao peso especifico dos resíduos sólidos urbanos e uma

breve descrição dos termos técnicos associados ao tema.

A determinação do peso específico da massa de lixo depositada em

aterros é feita através de processo de mensuração, estabelecendo a relação

que exprime o peso na unidade de volume. Sua composição é o fator mais

importante, pois influencia as propriedades físicas, químicas e geomecânicas.

As propriedades mecânicas variam de acordo com a matéria orgânica

existente no lixo. As características físicas do lixo doméstico incluem teor de

umidade, salinidade, granulometria, teor de matéria orgânica e peso específico,

além do odor que não é mensurável. Vale ainda observar as características

específicas dos materiais contidos no lixo, com diferentes tipos de constituintes,

porosos e não completamente saturados.

Mitchell (1993) comprovou que um aumento de 1 a 2% de matéria

orgânica equivale a um aumento de 10 a 20% na fração de argila com respeito

ao índice de plasticidade da massa de lixo. Além da oxidação, a matéria

orgânica existente vai desencadear os processos bioquímicos para a geração

de chorume e de gás na massa de lixo.

No tocante à acomodação final do lixo, esta depende de dois fatores:

um, ao qual podem-se aplicar os conceitos da Mecânica dos Solos: a

compressibilidade, sendo o outro o tempo de degradação da matéria orgânica

existente.

O adensamento dos aterros pode ser dividido em compressão primária e

secundária além dos processos bioquímicos de geração de chorume e gases

que obedecem duas fases: fase ácida e fase de estabilização do metano

(CHRISTENSEN e KJELDSEN, 1989).

Page 16: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

5

O peso específico do lixo varia em função de sua composição, e

aumenta proporcionalmente com a profundidade, como resultado do peso da

pilha de lixo e a compactação diária aplicada ao aterro, sendo aceitos valores

entre 3 a 18 KN/m3.

Konig e Jessberger (1997) deram valiosa contribuição para a

compreensão dos problemas relacionados à mecânica do lixo, destacando:

- estabilidade estática e dinâmica do maciço, isto é, sua capacidade de

contenção;

- deformação e acomodação das estruturas do lixo;

- estrutura interna;

- a estrutura do aterro e o recobrimento para uso futuro da área, após sua

utilização atingir as cotas previstas em projeto.

Landva & Clark (1998) em Barbosa (2002), salientaram que, como os

aterros são constituídos de materiais porosos, é necessário distinguir entre

vazios intrapartículas e interpartículas.

É possível, por exemplo, ter vazios intrapartículas saturados ou

parcialmente saturados e vazios secos interpartículas e vice-versa.

Propriedades como peso específico e permeabilidade, devem ser determinadas

como função da porosidade, que é função do método de deposição e

compactação.

Os aterros sanitários no Brasil eram inicialmente projetados e

construídos com adoção de critérios e parâmetros de projeto baseados em

aterros da América do Norte e da Europa, que não possuem a mesma situação

sócio-econômica além de composições diferentes e submetidos a outras

condições climáticas. Sendo assim, é necessário um conhecimento mais

profundo, do ponto de vista geotécnico, sobre o comportamento desses aterros

(SANTOS, 1997). Neste sentido, com a crescente preocupação com as

questões ambientais, surgiram métodos computacionais com os quais se

procura representar com mais detalhes o comportamento hídrico e geotécnico

dos aterros sanitários (CORREA SOBRINHO, 2000).

Page 17: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

6

2.2. TERMINOLOGIA

2.2.1. Lixo

BUARQUE DE HOLANDA (2000) apresenta as seguintes definições

para lixo: “1 - O que se varre de casa, do jardim, da rua e se joga fora, entulho;

2 - Tudo o que não presta e se joga fora; 3 - Sujidade, sujeira, imundície; 4 -

Coisas inúteis, velhas, sem valor”.

Modernamente esses conceitos vêm sendo revisados ou

complementados tendo em vista a agregação de novos conhecimentos sobre a

utilidade do lixo, o desenvolvimento de práticas utilizadas na reciclagem e

compostagem, dando aproveitamento ao lixo, gerando entre outros benefícios,

proteção à saúde pública e economia de energia e de recursos naturais, e

determinando seu valor, como pode ser visto em (PEREIRA NETO, 1999).

2.2.2. Resíduos Sólidos

Resíduos sólidos são definidos como restos das atividades humanas

consideradas pelos geradores como inúteis ou descartáveis (IPT/CEMPRE,

2000).

Resíduos sólidos, de acordo com a NBR 10004 (1987), são os resíduos

no estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de

origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de

varrição. Ficam incluídos nessa definição os lodos provenientes de sistemas de

tratamento de água e esgoto, aqueles gerados em equipamentos e instalações

de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos

ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente

inviáveis em face da melhor tecnologia possível.

Page 18: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

7

De acordo com a NBR 10004 (1987), os RS podem ser classificados,

também, quanto à periculosidade. Assim:

1 - Classe I (perigosos) são os que apresentam risco à saúde pública ou ao

meio ambiente, caracterizando-se por possuir uma ou mais das seguintes

propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e

patogenicidade.

2 - Classe II (não-inertes) podem ter propriedades como: combustibilidade,

biodegradabilidade ou solubilidade em água, porém, não se enquadram

como resíduos classes I ou III.

3 - Classe III (inertes) não têm constituinte algum solubilizado em

concentração superior ao padrão de potabilidade da água.

2.2.3. Aterro Sanitário

De acordo com a NBR 8419 (1992), Aterro Sanitário de Resíduos

Sólidos (Urbanos) é a técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no

solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os

impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para

confinar os resíduos sólidos à menor área e volume possíveis, cobrindo-os com

uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a

intervalos menores, se necessário.

Segundo LEITE (1995), o aterro sanitário é o método de disposição mais

difundido em todo o mundo sendo a solução mais econômica quando

comparada com os processos de compostagem e de incineração. No Brasil é o

principal sistema de destinação final dos resíduos sólidos domésticos utilizado

atualmente.

Para o confinamento da massa de lixo, os projetos de aterros sanitários

prevêem a proteção do solo com a execução de liners de argila compactada e

aplicação de geotêxteis, controle geotécnico das camadas de recobrimento,

execução de redes de coleta dos líquidos percolados e seu encaminhamento à

estação de tratamento, rede de coleta dos gases resultantes das reações

Page 19: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

8

decorrentes da decomposição da matéria orgânica confinada, e rede de

drenagem pluvial para impedir que as redes de escoamento de precipitações

pluviais ou corpos d’água existentes na área aumentem o volume dos líquidos

percolados.

Os projetos prevêem também a implantação das vias de circulação e a

altura e inclinação máxima dos taludes de forma a garantir a estabilidade do

aterro.

2.2.4. Lixão ou Vazadouro

Neste caso, os resíduos são depositados diretamente no solo sem

nenhuma técnica de engenharia para deposição e operação, ou qualquer

preocupação com os danos que serão causados ao meio ambiente, como

contaminação do solo e corpos d’água superficiais e subterrâneos, a

proliferação de vetores e instalação de comunidades de catadores, geração de

gases, etc.

A crescente concentração urbana que tem como conseqüências a perda

da qualidade de vida e a favelização das grandes áreas metropolitanas levaram

à proliferação dos lixões. Além da contaminação do subsolo e das águas

superficiais, a expansão e falta de controle desses equipamentos urbanos

compromete até mesmo a segurança da aviação quando se localizam nas

proximidades de aeroportos.

2.2.5. Aterro Controlado

O termo identifica os lixões, alvo de medidas para sua recuperação sem

prejuízos para o prosseguimento do seu funcionamento.

Essas medidas vão desde ao isolamento da área, impedindo a operação

dos catadores, erradicação do trabalho infantil, controle da quantidade e

Page 20: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

9

qualidade dos resíduos recebidos no local, operação de recobrimento rotineiro/

diário da massa de lixo, a projetos para a drenagem de líquidos percolados e

gases.

2.2.6. Percâmetro

Trata-se de equipamento de campo descrito por Carvalho (2002) e

Carvalho e Azevedo (2002), através do qual é possível medir o peso

específico, a permeabilidade, a variação da vazão do percolado na unidade do

tempo e a capacidade de campo de uma amostra indeformada de resíduos

sólidos (Figura 1).

O equipamento é formado por um corpo cilíndrico vedado na parte

superior e na inferior por duas tampas (flanges) unidas por hastes rosqueadas

nas extremidades com porcas borboletas para facilitar a montagem e

desmontagem do equipamento. Para se obter amostras pouco deformadas,

neste trabalho consideradas como indeformadas, o cilindro é biselado numa

das extremidades para facilitar a penetração nos resíduos sólidos.

A utilização do percâmetro consiste na cravação do cilindro com o

emprego da pá da retro-escavadeira; retirado o cilindro com o material são

realizados os ensaios para obtenção dos parâmetros geotécnicos

discriminados anteriormente.

Idealmente, as dimensões do percâmetro deveriam ser maiores, mas as

características ergonômicas o impedem, de forma que inicialmente empregou-

se o cilindro do CBR com algumas adaptações para este ensaio, com controle

da dimensão dos resíduos contidos no cilindro cravado no campo.

Page 21: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

10

Figura 1 – Vista geral do percâmetro (apud CARVALHO, 2002)

Page 22: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

11

2.2.7. Amostra Indeformada

Amostra indeformada representativa para solos é aquela que conserva o

máximo possível a composição granulométrica do material que constitui a

camada, bem como o seu teor de umidade, índice de vazios e estrutura original

.

A retirada de amostras indeformadas deve ser feita nos pontos de

sondagens especiais, sendo retirada de cada uma das diferentes camadas do

material investigado uma amostra indeformada representativa para ensaios

especiais de laboratório, pela cravação estática de um amostrador de parede

fina (CETESB, 2001).

2.3. PARÂMETROS GEOTÉCNICOS

Na busca das propriedades da massa de lixo, tornam-se necessários

ensaios geotécnicos para orientar o estudo de seu comportamento. Desta

forma, é necessária a obtenção de amostras que permitam sua classificação

geotécnica e dados de laboratório para a análise de seu comportamento, em

função de sua composição e idade, as técnicas de deposição no aterro, a

observação de suas fases ácida e de estabilização de matéria orgânica e

geração do metano.

Os principais parâmetros geotécnicos do estudo de peso específico do

lixo estão sumarizados adiante.

2.3.1. Classificação do Lixo

A classificação do lixo vai orientar os procedimentos necessários à

obtenção dos parâmetros que governam o comportamento da massa de lixo.

Segundo recomendações da GLR 1993, o lixo pode ser classificado em

dois grupos, a saber:

Page 23: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

12

1- Solo/lixo, como aqueles aos quais as propriedades da Mecânica dos Solos

se aplicam e que correspondem a: solo escavado, entulho de obras,

resíduos de incineração, lodo de ETEs e de ETAs.

2- Não-solo/lixo, como aqueles aos quais as propriedades da Mecânica dos

Solos não se aplicam inteiramente, e que correspondem a: resíduos sólidos

urbanos (RSU), lixo volumoso, lixo verde (resultado de podas de árvores e

varrição de parques), resíduos industriais com característica de RSU e

rejeitos de usinas de compostagem (RUC).

2.3.2. Salinidade

De acordo com BARBOSA (2002) os estudos para a determinação da

salinidade não obedecem aos procedimentos usados nos ensaios tradicionais,

em função de:

- diversidade de granulometria - a geometria dos equipamentos deve

corresponder ao tamanho da maior partícula da massa de lixo testada;

- composição do chorume - equipamentos devem ser adaptados com

proteção à sua ação corrosiva;

- pressões no solo - que são sempre inferiores às pressões da massa de lixo,

os equipamentos devem ser adaptados para registrar grandes valores

2.3.3. Teor de Umidade

O teor de umidade em aterros de resíduos sólidos é dependente de

vários fatores incluindo: composição e condições iniciais do lixo, condições

climáticas do local, procedimento de operação do aterro, presença de

lixiviação, cobrimento e quantidade de umidade gerada pelo processo biológico

de degradação dos resíduos. O teor de umidade do lixo sólido pode ser

expresso de acordo com o peso úmido ou peso seco.

Manassero et al (1997) e Knochennus et al (1997), em Barbosa (2002)

relataram que para a maioria dos aterros sanitários nos EUA o teor de umidade

Page 24: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

13

varia de 15% a 40%, dependendo da composição do lixo, da estação do ano,

da umidade natural e das condições climáticas. Afirmam ainda, que em regiões

onde a evapo-transpiração excede a precipitação o teor de umidade típico é da

ordem de 25%.

Blight (1992) em Barbosa (2002), apresenta resultados do perfil do teor

de água do aterro de Johannesburg (África do Sul). O teor de umidade na

profundidade de 3m a 5m, em 1990, alcançou valores duas vezes maiores do

que no ano de 1988. Isto foi causado segundo o autor por uma precipitação

fora da temporada. Medições realizadas na Pennsylvania (EUA) mostraram

valores variando desde 30% próximo da superfície até 130% na profundidade

maior.

Coumoulos et al (1995) observa que medindo o teor de umidade em um

aterro na Grécia, encontrou para uma profundidade de 15m, valores maiores

que 60%, sendo que abaixo desta profundidade foi verificado um decréscimo

até a profundidade de 30m, sendo medido um valor de 40%.

2.3.4. Granulometria

Analisando os resultados dos diferentes aterros municipais, nota-se a

tendência de aumento da quantidade de material granular fino com a idade do

lixo, fato que pode ser explicado pelos diferentes estágios da decomposição.

TCHOBANOUGLOUS et al (1977) propuseram um método baseado nos

componentes que passam através da peneira, dando informações sobre a

granulometria dos componentes individuais existentes no lixo doméstico.

As diferentes granulometrias devem ser atribuídas ao maior grau de

decomposição de acordo com a profundidade da amostra (COSTA, 2003).

Neste caso, após um pré-tratamento mecânico biológico, em que os resíduos

foram previamente triturados e homogeneizados, certa similaridade com os

solos pode ser observada na distribuição granulométrica dos resíduos.

Page 25: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

14

2.3.5. Permeabilidade

É a característica de um meio poroso, permitir um líquido fluir entre suas

partículas com maior ou menor velocidade. Representa o tempo necessário

para que um líquido percorra os vazios de uma massa de solo, ou de resíduos.

As normas para implantação de aterros de RSU exigem sua deposição

em camadas, sistema de controle e coleta de chorume in situ. Neste caso as

características hidráulicas do lixo são importantes, por causa da migração

incontrolada do chorume e do problema de estabilidade, pois a tensão efetiva

que comanda a resistência depende da pressão neutra, que depende das

tensões provocadas pela percolação de líquidos dentro do meio poroso

(PINTO, 2000), correspondente à massa de lixo.

Outros fatores importantes para o estudo da permeabilidade são: a

compactação e as características do lixo, com destaque para a idade. A

condutividade hidráulica deve ser estudada caso a caso, mas uma primeira

aproximação que pode ser sugerida é de 10-5 cm/s (BRIGGS, 2001).

Na tabela 1 apresentam-se as permeabilidades in situ determinadas com

o uso do permeâmetro Guelph.

Tabela 1 – Permeabilidade pela profundidade, em cobertura arenosa

ESTACAS PROFUNDIDADE (cm) PERMEABILIDADE (cm/seg)

2 15 3,2 x 10-4

2 30 1,0 x 10-4

9 20 6,5 x 10-5

10 20 5,9 x 10-5

10 40 2,5 x 10-4

FONTE: apud AGUIAR, 2001

Page 26: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

15

2.3.6. Temperatura

A temperatura é um dos indicadores das reações bioquímicas que

ocorrem no interior da massa de lixo, em função da degradação da matéria

orgânica, e usualmente, medida por metro de profundidade, através de

termômetro elétrico-digital. A temperatura típica encontrada por COUMOULOS

et al (1995) em Atenas, Grécia, em quatro diferentes datas, varia entre 40oC e

60oC na camada de superfície. Em grandes profundidades a temperatura do

lixo pode decrescer consideravelmente.

2.3.7. Caracterização Gravimétrica

A caracterização da massa de lixo é feita através de processo de

amostragem para seleção e mensuração dos componentes da massa,

determinando a relação entre o peso de cada componente presente na amostra

e o peso da massa considerada.

Neste processo as amostras devem ser representativas para que,

durante a análise, apresentem as mesmas características e propriedades da

sua massa total.

Com base na composição gravimétrica, é determinado o teor de matéria

orgânica, que ao se degradar, influi nos parâmetros geotécnicos da massa do

lixo, pois envolve processos físicos, químicos e biológicos, nos quais a ação de

bactérias e microorganismos é dominante e vai governar a geração de gás,

chorume e composição química, e se processa em cinco fases distintas, que

segundo Christensen e Kjeldsen (1989) são:

Fase I - Aeróbia

Essa fase que exige a presença de oxigênio (O2) é de curta duração, e

uma reação exotérmica, na qual há geração de calor, e o oxigênio é consumido

juntamente com nitratos, gerando CO2, e alguns produtos de decomposição. O

Page 27: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

16

chorume gerado apresenta elevadas concentrações de cloretos e sulfatos, e

Demanda Química de Oxigênio (DQO) da ordem de 10.000 a 100.000 mg/l.

Fase II – Anaeróbia Ácida

Fase que prescinde da presença de oxigênio (O2) e na qual verificam-se

os processos de hidrólise e formação de ácidos, com o surgimento de bactérias

facultativas. O chorume gerado apresenta pH ácido, elevados DQO e teores de

amônia, cálcio, ferro e ácidos orgânicos.

Fase III - Anaeróbia metanogênica instável ou acelerada

Fase de lenta formação de metano, com surgimento de bactérias

metanogênicas, pH elevado e diminuição da DQO.

Fase IV – Anaeróbia metanogênica estável

Quando se verifica alta e estável taxa de produção de metano.

Fase V – Metanogênica em declínio ou desacelerada

Quando se verifica significativa alta do pH e a taxa de metano é

controlada pela hidrólise dos sólidos.

No estudo para implantação de um programa de gerenciamento de RSU,

ao se proceder a análise da composição gravimétrica da massa de lixo, é

fundamental a identificação do seu objetivo, para que se possa determinar o

ponto da etapa do processo em que serão coletadas as amostras para estudo.

No caso em que o objetivo do estudo é o dimensionamento da frota de

coleta, as amostras deverão retratar as condições em que o serviço de coleta é

executado, devendo ser coletadas ao longo do trajeto percorrido pelo

caminhão.

Page 28: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

17

Para o caso em estudo, em que o objetivo é a determinação do peso

específico no aterro, a retirada das amostras pode ser efetuada após a

chegada do caminhão ao aterro, tendo-se como premissa básica à

representatividade da amostra.

2.3.8. Peso Específico

É o peso da unidade de volume de um corpo, que corresponde à relação

entre o peso e o volume da amostra, isto é a relação que exprime o peso na

unidade de volume.

É a seguinte a definição da unidade para sua mensuração:

P = m x g

δ =

Peso = Kg* 9.81 m/s2/ m3 = KN/m3

1KN = 1000kg / m

Propriedades como peso específico e permeabilidade devem ser

determinadas como função da porosidade, que por sua vez é função do

método de deposição, da sobrecarga aplicada e da idade do aterro. Uma

grande parte dessas propriedades sofre mudanças significativas com o tempo.

A decomposição da matéria orgânica e os processos de compressão primária e

secundária alteram, de forma significativa, seus valores.

Peso Volume

P V

m3

x (kg) = 9,81 x =

= 9,81 x kg x m m3seg2

m seg2 = δ = m x g

V

KN = kg x m seg2

Page 29: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

18

O peso específico varia de aterro para aterro, sendo fator fundamental a

composição do lixo, além do método de disposição, envelhecimento induzido,

profundidade e teor de umidade local.

No caso dos resíduos sólidos, em função da heterogeneidade da massa,

o estudo do peso específico requer muita atenção, pois a gravimetria e

granulometria variam de acordo com a composição dos resíduos, que sofre a

influência de fatores que vão desde a sazonalidade de eventos, ao poder

aquisitivo da população atendida pela coleta dos resíduos sólidos, até as crises

econômicas.

O teor de umidade e o peso específico são características importantes

para a classificação dos resíduos sólidos (SANTOS, 1997) e os valores

encontrados na literatura são numerosos.

Fassett et al (1994), em Manassero (1997) apresentou valores de peso

específico variando desde 3 até 9 KN/m3 por camada que tenha recebido uma

pequena compactação, 5 a 8 KN/m3 para compactação moderada, e 9 a 10,5

KN/m3 por camada com compactação boa. Van Impe (1997) obteve valores

variando de 5 a 10 KN/m3 para alguns aterros na Bélgica.

Uma alternativa para determinar o peso específico é proposta por

Landva & Clark (1990) em Barbosa (2002), considerando os vazios

intrapartículas e interpartículas. O peso específico médio da massa de lixo

depende do peso específico da porção sólida de cada constituinte, da

porosidade e do grau de saturação do aterro.

Com uma exposição de água, o peso específico de qualquer constituinte

hidrófilo pode ser aumentado. Assim, há uma composição típica de aterros,

junto com peso específico típico dos constituintes na condição seca e saturada,

que varia de 7 a 14 KN/m3. É geralmente aceito que o peso específico aumente

com a profundidade.

O peso específico da massa de lixo é propriedade bastante difícil de se

determinar devido não só à natureza dos materiais que compõem os resíduos,

mas também porque requer uma amostra de tamanho maior que o

normalmente utilizado em geotecnia.

Page 30: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

19

O principal fator de influência no peso específico é a composição dos

resíduos, porém ele também irá depender da compactação durante a execução

do aterro, da decomposição dos resíduos com o tempo, da dissipação das

poro-pressões dos líquidos e dos gases, e da consolidação dos resíduos

devido à sobreposição de novas camadas.

Segundo Kaimoto e Cepollina (1996), em aterros com teores de matéria

orgânica elevados, os pesos específicos normalmente são baixos, da ordem de

5 a 7 kN/m3, no caso de resíduos pouco compactados, e é da ordem de 9 a 13

kN/m3, quando se utiliza compactação controlada.

Landva e Clark (1990) encontraram pesos específicos in situ entre 7 e

14 kN/m3 em vários aterros de resíduos sólidos do Canadá, apresentando um

elevado conteúdo orgânico, superior a 50%.

O grau de decomposição dos resíduos, fatores ambientais e a

profundidade da amostra influenciam o valor do peso específico. Assim, em

aterros mais antigos, esta propriedade, geralmente, aumenta com a

profundidade como resultado do processo de compressão e consolidação do

RSU (KONIG & JESSBERGER, 1997).

Na literatura encontram-se valores de peso específico de resíduos tão

baixos quanto 1,2 kN/m3, em aterros mal compactados e com muito plástico,

até valores de 17 kN/m3 em aterros muito compactados (VERBRUGGE, 2000;

ALCITURRI, 2000; CARVALHO, 1999; SANTOS, 1997).

Vários autores dedicaram-se ao tema, obtendo valores diferentes,

devido à variação das condições de realização dos ensaios. A tabela a seguir

apresenta alguns desses valores de pesos específicos alcançados, sob as

mais diversas formas de compactação, encontrados na literatura.

Page 31: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

20

Tabela 2 – Valores de peso específico encontrados na literatura

AUTOR/ANO PESO ESPECÍFICO

KN/m3 OBSERVAÇÕES

Sowers (1968) 8-12 Compactados

1,2-3 antes da compactação Sowers (1973)

6 após compactação

1,5-2 sem compactação Rao (1974)

3,5-6 fraca compactação

1,16 sem compactação Bratley et al. (1976)

7,0-13,1 Compactados

11,0-14,5 Compactados Cartier e Baldit (1983)

10,0 após compactação

7,5-8,5 pré-carregado Oliden (1987)

5,5-7,1 antes da decomposição

6,3 origem industrial e doméstica Oweiss e Khera (1990)

4,6-17,3 Misturado

2,8-3,1 municipal sem compactação Oweiss e Khera (1990)

4,7-6,3 municipal moderadamente

compactado

Arroyo et al. (1990) 10,0 Compactado

Landva e Clark (1990) 7- 14

10 resíduos sólidos municipais

densificados Van Impe (1993/1994)

9,3 máxima densidade seca (w=31%)

8 saturação completa (w=70%) Gabr e Valero (1995)

12 com volume de ar nulo (w=31%)

FONTE: adaptado de OLALLA, C. (1993) in CARVALHO (2002)

Page 32: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

21

CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Introdução

Conforme descrito anteriormente, o peso específico é função de diversos

fatores, dentre os quais a compactação, a granulometria e a gravimetria têm

papel importante.

Dada a importância da composição gravimétrica no peso específico dos

resíduos dispostos nos aterros, em todos os casos na medida do possível foi

feita a análise gravimétrica in situ com o material ensaiado nas cavas.

3.2. Ensaios de Caracterização

O Manual de Gerenciamento Integrado do IPT/CEMPRE (2000)

apresenta uma metodologia de simples aplicação, para a realização dos

ensaios de caracterização e determinação dos parâmetros físicos e físico-

químicos da massa de lixo. Relacionam-se a seguir os passos para a

realização de ensaio, levando-se sempre em consideração que no caso em

que a quantidade de lixo é inferior a 1,5 t, é recomendado que a amostra

abranja todo o material coletado:

3.2.1. Material necessário para retirada das amostras

a - lona para confinamento da massa a ensaiar, evitando perdas e

contaminação;

b - ferramentas para romper os sacos, separar, misturar e amontoar os

resíduos;

c - mesa de madeira funcionando como bancada de trabalho;

d - sacos plásticos para acondicionar e transportar as amostras;

e - balanças com capacidade de 20 e 200 Kg;

Page 33: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

22

f - tambores para coleta das amostras.

3.2.2. Coleta de amostras para a análise da composição química e

determinação dos parâmetros físico-químicos:

a - descarga do caminhão em pátio pavimentado ou coberto por lona, ao abrigo

do sol, chuva, vento, e temperatura excessiva, de forma a inibir alterações

do teor de umidade da massa a ensaiar, bem como o início da

decomposição da matéria orgânica.

b - rompimento dos sacos, homogeneização e formação de uma pilha inicial.

c - coleta de amostras com emprego de tambores, retirando 1 amostra no topo,

1 na base e 2 nas laterais.

d - formação de nova pilha com o material amostrado – pilha A.

e - divisão da pilha A em 11 pilhas secundárias.

f - coleta do material de uma das 11 pilhas, e após homogeneização e retirada

dos materiais rígidos, acondicionamento em saco plástico, hermeticamente

fechado e identificado para ser enviado ao laboratório, para análise da

umidade, amostra 1.

g - formação da pilha B, com o material de 4 das 10 pilhas secundárias,

abandonando as restantes. Essas pilhas deverão estar bem

homogeneizadas, e o material retalhado, com partículas de diâmetro

máximo de 2cm.

h - quarteamento da pilha B, que consiste em repartir a amostra em 4 montes

homogêneos, escolhendo-se 2, aleatoriamente, até que se obtenha a

amostra 2, com peso de aproximadamente 5Kg, acondicionada em saco

plástico identificado, para ser encaminhado ao laboratório, para

determinação da composição química e parâmetros físico-químicos

Page 34: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

23

3.2.3. Coleta de amostras para análise da composição gravimétrica

a - descarga do caminhão, rompimento dos sacos, homogeneização da massa

de lixo; com a utilização dos tambores, coletar 4 amostras de 100l cada,

obedecendo à ordem de coletar o material da base, do topo e das laterais

da pilha formada pela descarga do caminhão.

b - pesagem dos latões.

c - formação de uma pilha com este material, que se constitui na amostra 3.

3.2.4. Determinações

a - Teor de umidade e de material seco

Após pesagem da amostra, secá-la em estufa, entre 100 e 103ºC, até que

as pesagens das amostras demonstrem a estabilização do peso.

Tem-se então:

Umidade (%) = a- b /a X 100

Material seco (%) = b/a X 100

Sendo

a= peso da amostra antes da estufa (Kg)

b= peso da amostra após a secagem (Kg)

b - Densidade Aparente

Encher um recipiente de volume conhecido com a amostra 2, e pesar. A

densidade aparente será a relação entre o peso da amostra e o volume do

recipiente.

Densidade aparente (Kg/ m3)= peso da amostra/ volume do recipiente

Page 35: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

24

c - Composição Gravimétrica

Fazer a triagem dos materiais da amostra 3, separando-os em classes,

pesando-os e determinando a porcentagem de cada componente no peso

total da amostra, conforme o modelo indicado na tabela 3.

Tabela 3 – Composição gravimétrica Componente Peso (Kg) Porcentagem (%)

Borracha

Couro

Madeira

Matéria orgânica

Metais ferrosos

Metais não-ferrosos

Papel

Papelão

plástico

Plástico-filme

Trapos

Vidro

Outros materiais

d - Com os dados obtidos na determinação da composição física da massa de

lixo, é possível fazer uma análise qualitativa, determinando as porcentagens

de componentes potencialmente perigosos, putrescíveis, recicláveis, ou

combustíveis, bastando para isto, agrupar os componentes, conforme as

tabelas 4 e 5.

Page 36: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

25

Tabela 4 – Componentes na amostra

Componente Putrescíveis Reciclável Combustível

Borracha X X

Couro X X

Madeira X X X

Matéria orgânica X

Metais ferrosos X

Metais não-ferrosos X

Papel X X X

Papelão X X X

Plástico duro X X

Plástico-filme X X

Trapos X X

Vidro X

Outros materiais

Tabela 5 – Resíduos domésticos potencialmente perigosos

Tipo Produtos

Tintas

Solventes Materiais para pintura

Pigmentos vernizes

Pesticidas

Inseticidas

Repelentes Materiais para jardinagem e animais

herbicidas

Óleos lubrificantes

Fluidos de freio e transmissão Materiais automotivos

baterias

Pilhas

Aerosóis Outros itens

Lâmpadas fluorescentes

Page 37: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

26

Vale a pena ressaltar que, para qualquer tipo de ensaio a ser efetuado

na massa de lixo, é necessário que sejam disponibilizados equipamentos de

proteção individual, pois o lixo além de constituir fonte de transmissão de

doenças através de patógenos e substâncias tóxicas é um atrativo de vetores.

3.2.5. Composição Gravimétrica na Cidade de São Paulo

Adotando a metodologia preconizada pela CETESB, Orth e Motta (1998)

realizaram ensaios para determinação da composição gravimétrica dos

resíduos sólidos da Cidade de São Paulo-SP, dando origem à tabela 6 a

seguir:

Tabela 6 - Composição gravimétrica dos RSU – São Paulo/98 Composição Gravimétrica dos RSD's Classe

Renda Média Distrito

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Alta Alto Pinheiros 43,20 n.d 2,2 1,50 0,40 11,90 15,3 16,30 5,80 n.d 11,00 2,40

Alta Moema 48,00 2,20 2,3 2,90 0,90 10,20 5,90 17,90 7,10 1,00 1,60 n.d

Média/alta Vila Mariana 49,50 1,30 2,2 1,00 1,40 13,30 10,5 12,40 3,40 n.d 2,80 2,20

Média Butantã 49,00 3,60 n.d 3,50 0,30 13,80 7,40 16,70 4,60 n.d n.d 1,10

Média Vila Sônia 36,10 n.d 0,5 1,20 0,20 32,20 4,30 19,90 2,90 n.d 0,20 2,50

Média/baixa Ipiranga 45,20 n.d 2,6 1,90 0,70 15,00 3,80 20,90 3,90 n.d 3,70 2,30

Média/baixa Lapa 61,80 n.d 1,4 0,90 0,60 8,70 3,50 15,20 1,60 2,00 1,90 2,40

Média/baixa Lapa 44,00 n.d 0,9 2,60 1,50 15,90 6,70 20,50 4,50 n.d 1,30 2,10

Baixa Jabaquara 46,30 0,40 1,9 2,60 1,00 13,30 2,70 21,90 6,00 n.d 2,40 1,50

Baixa Campo Limpo 54,30 n.d 2,0 1,90 1,50 8,60 8,90 14,80 4,30 n.d 1,90 1,80

Baixa S.Miguel Pta 50,20 n.d 0,4 2,60 0,70 12,40 6,40 20,40 3,40 n.d 2,60 0,90

Baixa Guaianazes 47,80 n.d 0,8 2,10 0,50 12,40 2,70 14,30 3,20 n.d 4,90 1,30

Baixa Cidade Dutra 49,50 n.d - 2,50 0,30 11,30 10,0 18,20 5,20 n.d 1,50 1,50

Baixa Jd.são Luis 42,40 0,80 0,5 2,50 1,80 13,70 5,30 25,20 3,60 n.d 3,50 0,70

Baixa Marsilack 63,90 0,50 - 1,60 0,60 5,30 5,00 18,00 2,70 n.d 1,70 0,70

Baixa Cap. Socorro 59,80 n.d 1,7 1,10 0,30 3,10 11,2 17,50 3,10 n.d 2,20 n.d

Baixa Cap.Redondo 52,20 1,80 0,9 2,00 0,50 12,20 4,40 19,10 3,60 n.d 1,70 1,60

Amostra total 49,50 0,60 1,3 1,90 0,90 12,00 6,80 18,90 4,00 0,20 2,40 1,50

Page 38: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

27

Em que se tem:

1. Matéria orgânica;

2. Borracha e couros;

3. Madeira;

4. Metal ferroso;

5. Metal não ferroso;

6. Papel;

7. Papelão;

8. Plástico mole;

9. Plástico duro;

10. Terra, cerâmica;

11. Trapos;

12. Vidros.

Com base nos resultados obtidos, os autores concluíram que a média

percentual em peso de matéria orgânica para o município foi de 49,50%,

confirmando tendência de queda verificada em anos anteriores, que a classe

de renda familiar influencia significativamente o percentual em peso de matéria

orgânica, e a baixa média percentual em peso dos metais não ferrosos é

conseqüência da reciclagem nas fontes das latas de alumínio.

3.2.6. Composição Gravimétrica na Cidade do Rio de Janeiro

A composição gravimétrica no Rio de Janeiro, é acompanhada pela

COMLURB. Tal monitoramento dos resíduos produzidos na cidade é realizado

desde o inicio dos anos 80. Graças a isto diversos hábitos da população

carioca têm sido observados, como por exemplo o alto consumo de cerveja no

verão, em especial na época do carnaval, o crescimento do consumo de

plásticos, as diferenças de consumo das classes mais altas com relação às

menos abastadas, em especial no sentido de menor produção de matéria

Page 39: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

28

orgânica. Além disso, o consumo é maior no final de cada mês, decrescendo

até a terceira semana de cada mês, o que pode ser associado ao recebimento

do salário. Outros aspectos interessantes observados por esse monitoramento

continuo são os efeitos das crises econômicas e políticas, que provocam picos

de consumo ou o inverso. No que se refere à matéria orgânica considera-se

que em média atualmente 50% dos resíduos produzidos são deste material,

valor este bastante elevado se comparado com as grandes cidades dos paises

desenvolvidos, as quais tem uma produção máxima de 30% de matéria

orgânica na composição do lixo, fruto de outros cuidados alimentares, maior

poder aquisitivo e programas de taxas e coleta seletiva implementados há mais

tempo e talvez, por isso, mais eficientes (COMLURB, 2003 e LIMA e

SURLUIGA, 2000, MAHLER et al, 2002, MUNNICH et al, 2004).

O Gráfico abaixo apresenta a evolução da produção de resíduos na

Cidade do Rio de Janeiro. Como se pode observar nos anos iniciais do Plano

Real houve uma acentuada evolução na produção de resíduos na cidade.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

1993 1994 1995 1996 1997

Anos

Qua

ntid

ade

de L

ixo

(1.0

00.0

00 t)

Gráfico 1 – Evolução da Quantidade de Resíduos Sólidos gerados na Cidade do Rio de Janeiro (XAVIER DE BRITO, 1999 in MAHLER et al, 2002)

Page 40: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

29

Na tabela abaixo apresenta-se um exemplo de composição de residuos

na Cidade do Rio de Janeiro em diversos bairros da cidade. Interessante

observar a variação da produção de resíduos por bairros o que pode ser

associado a classe social do bairro. Assim por exemplo o Leblon e a Barra,

dois bairros habitados por uma população de maior poder aquisitivo, tem uma

produção de matéria orgânica muito menor do que bairros como a Rocinha,

Pavuna e Penha por, exemplo.

Tabela 7 - Composição por área diferenciada no Rio de Janeiro (Comlurb

– 1999)

Composição Porcentagem Média em Peso Materiais

Centro Rocinha Leblon Tijuca Piedade Penha Pavuna Barra StªCruz

Vidro 3,54 2,27 9,06 2,97 1,93 3,61 3,15 6,85 2,62

Metal 2,59 2,10 2,31 2,18 2,84 2,19 3,01 2,12 1,94

Plástico 23,72 19,29 18,60 19,96 20,38 16,84 16,52 24,40 17,05

Papel 23,56 11,60 28,09 28,91 19,41 18,93 14,60 25,03 18,87

Mat.Org. 42,37 64,66 39,55 42,82 54,79 57,02 58,75 40,19 58,91

Mat.Inerte 1,28 0 1,57 1,87 0 0,35 0,12 0,14 0,12

Outros 2,94 0,08 0,82 1,29 0,65 1,06 3,85 1,27 0,49

Gráfico 2 – Variação Mensal da Geração de Resíduos Sólidos gerados na Cidade do Rio de Janeiro (XAVIER DE BRITO, 1999 in MAHLER et al, 2002)

406080

100120140

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Dias do Mês

Perc

entu

alM

édio

de

Lixo

Page 41: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

30

CAPÍTULO 4 - ATERROS ESTUDADOS

No caso dos aterros de lixo estudados neste trabalho, a compactação,

que é função da operação e dos equipamentos disponíveis, é de difícil

avaliação, tendo em vista a deficiência dos procedimentos gerenciais nos locais

de disposição de resíduos, em especial no que se refere aos lixões.

A cobertura com solo e a compactação é inexistente, conforme

constatado no caso de Quatis, ou deficiente, como no caso de Paracambi,

onde não existe qualquer norma de procedimento, e o serviço de recobrimento

e espalhamento é realizado por 3 operadores de máquinas, 2 motoristas, 1

administrador e 2 vigias, que também são responsáveis pela manutenção do

local. O equipamento utilizado pelos operários consiste em uma retro-

escavadeira, uma pá mecânica, e um trator esteira do tipo DSE com lâmina,

que se movimenta sobre o aterro, sem que haja qualquer controle do número

de passadas, situação observada também em São Gonçalo, onde a empresa

que administra o aterro está realizando obras para a recuperação, a exemplo

do que foi feito no Aterro de Gramacho, onde aparentemente não há controle

efetivo da compactação (número de passadas).

Nos aterros sanitários de Santo André e de Nova Iguaçu, onde a

operação obedece a critérios técnicos e é objeto de monitoramento, as

informações prestadas têm fundamento porque são registros das atividades

efetuadas no desenvolvimento das ações previstas no gerenciamento

operacional.

Para determinação da composição gravimétrica dos aterros foram

realizados três ensaios no Município de Quatis, um em Paracambi e um em

São Gonçalo, todos no Estado do Rio de Janeiro.

Nos aterros de Santo André (SP), Gramacho (RJ) e CTR/Nova Iguaçu

(RJ) foram realizados ensaios para determinação do peso específico

Page 42: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

31

4.1. ATERRO MUNICIPAL DE QUATIS/RJ

Segundo dados do IBGE (2000), a população está distribuída conforme

abaixo:

- Área Urbana – 9.388 habitantes

- Área Rural – 478 habitantes

Sua receita baseia-se na atividade agropecuária, sendo que a única

industria é do setor de laticínios, não tendo representatividade em termos de

recolhimento de impostos e taxas.

Assim como a maioria dos municípios brasileiros, Quatis é desprovida de

Plano Diretor, onde deveriam estar definidos os usos, as políticas, os direitos e

deveres dos usuários e dos gestores dos equipamentos comunitários e bens de

utilidade pública, gerando re-serviços, sem que se obtenha a otimização da

estrutura existente.

Os resíduos sólidos são dispostos em lixão situado na zona rural, a 8

Km da sede do Município, em área cedida em comodato, cujo acesso é feito

através de estrada de terra, com a presença de catadores, sem qualquer

previsão de operação do aterro, com queima do lixo, sem equipamentos para a

realização dos serviços de espalhamento e recobrimento.

Na sede do município funciona um galpão de propriedade particular para

compra de materiais ferrosos e embalagens plásticas descartáveis (PET) e de

alumínio.

No município de Quatis foram feitas duas series de caracterização dos

resíduos sendo a media dos resultados apresentada no gráfico abaixo. Como

toda pequena cidade do interior a porcentagem de matéria orgânica e bastante

elevada.

Page 43: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

32

4.2. ATERRO MUNICIPAL DE PARACAMBI/RJ

Os resíduos sólidos foram dispostos nos últimos 36 anos em área de

propriedade da Brasil Industrial, com 30.000m2, ambientalmente inadequada,

praticamente dentro do núcleo urbano, numa área que seria de natural

expansão da cidade, entre o Distrito de Lages e a sede do município, com

residências no entorno.

Figura 2 – Vista geral atual do lixão e via de acesso asfaltada

De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Paracambi

(01/2001), o início de operação do lixão está relacionado à emancipação do

município em 1960, quando o lixo era descartado em pequenos pontos

dispersos por ruas e terrenos baldios, prática que ainda não foi abandonada

em alguns bairros do município.

01-10-2001

60%3%

7%

6%

12%4%

7%

0,01%

0,47%0,48%

0,09%

0,28%1%

BORRACHACOUROMADEIRAMATÉRIA ORGÂNICAMETAIS FERROSOSMETAIS NÃO FERROSOSPAPELPAPELÃOPLÁSTICO - filmePLÁSTICO - duroTRAPOSVIDROOUTROS

Gráfico 3 – Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos de Quatis

Page 44: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

33

A área que hoje constitui o lixão correspondia a um desses pontos de

despejo de lixo, sem construções no terreno, e com cobertura vegetal; e o

volume e a freqüência do descarte de resíduos bem menor. À medida que o

município foi crescendo, aumentando a produção dos resíduos gerados pela

população, a área passou a concentrar todo o volume de lixo da cidade.

Atualmente, o terreno apresenta uma elevação de 10 metros em relação

ao nível inicial, que naquela época igualava-se ao da linha férrea, vizinha à

área.

Os catadores passaram a atuar mais intensamente no lixão a partir de

1976, quando o volume de resíduos tornou-se significativo. Este grupo era

constituído por pessoas não só moradoras do município, como também

provenientes de municípios vizinhos como Japeri, Queimados e Nova Iguaçu.

Alguns catadores improvisavam barracas feitas com materiais encontrados no

lixo e acampavam no vazadouro durante a semana. Chegaram a atuar no lixão

uma média de 15 a 20 famílias, sendo comum a presença de muitas crianças,

e iniciando-se a construção de dez barracos ao longo da via de acesso ao lixão

sendo removidas para conjunto habitacional em 2001, por ação da

administração pública.

Atualmente, o vazadouro municipal é responsável pelo recebimento de

todo o lixo coletado na área urbana, não ocorrendo separação e tratamento

para os diferentes tipos de resíduos. Assim, o lixão recebe o lixo doméstico,

comercial, entulhos, resíduos de varrição e poda, bem como os resíduos

gerados pelas indústrias locais, que não tem o seu destino assegurado por

estas indústrias.

Os resíduos de saúde por muito tempo foram encaminhados ao lixão; após

a implantação da usina e até 1997, estes resíduos eram conduzidos a um

incinerador com capacidade para 500 Kg/h, que fazia parte do equipamento da

usina. Atualmente são queimados no forno da antiga metalúrgica Lanari (figura 3).

Page 45: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

34

Nos serviços de espalhamento e recobrimento do lixão, que são

realizados aleatoriamente, são empregados um trator-esteira do tipo DSE com

lâmina (6 toneladas de peso), uma retro-escavadeira, uma pá mecânica e um

caminhão basculante de 6m3, resultando em revolvimento da massa de lixo,

dificultando a avaliação da idade do lixo, e propiciando maior heterogeneidade

desta massa. O aceso ao vazadouro é feito por uma via asfaltada.

A área do lixão já contou com uma cerca de proteção de tela e hibiscos

na época em que funcionava a usina de reciclagem, que funcionou por 4 anos,

entre 1992 a 1995, quando foi desativada devido a divergências da

administração pública.

Segundo a Prefeitura Municipal de Paracambi, a usina foi construída na

área do lixão e mantida com recursos da prefeitura. Após a desativação da

mesma, as instalações foram depredadas e a cerca viva arrancada,. Ainda

estão presentes as edificações da usina de reciclagem onde funcionavam o

escritório, o refeitório, vestiários e um pequeno galpão usado atualmente para

estoque e separação de materiais recolhidos pelos catadores. (figura 4).

Figura 3 – Forno da Metalúrgica Lanari

Page 46: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

35

Figura 4 – Vista aérea do lixão com edificações da usina de reciclagem

desativada à esquerda

Há aproximadamente 4 anos, foram instalados 2 contêineres ao lado do

galpão para armazenar o material recolhido por catadores e posterior venda a

terceiros.

Na figura 5 adiante é mostrada outra vista do estado do lixão

2002/2003.

Figura 5 – Aspecto atual do lixão

Apresenta-se a seguir a tabela abaixo com os resultados da

caracterização gravimétrica realizada no aterro de Paracambi.

Page 47: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

36

Tabela 8 - Composição gravimétrica dos RSU de Paracambi

Plástico Tambor Duro filme Vidro Metal Trapo Papel Mat Org Total

1 4.00 7.20 ---------- ---------- 2.00 6.00 29.00 48.20 2 1.00 9.00 0.30 0.30 0.10 8.30 17.00 36.00 3 6.50 7.10 0.40 0.10 ---------- 7.50 24.00 45.60 4 1.00 7.00 0.70 0.20 ---------- 4.50 24.20 37.60 5 2.30 4.20 ---------- 2.30 0.30 4.20 36.20 49.50 6 1.00 1.60 0.20 0.10 ---------- 6.20 35.00 44.10 7 1.00 6.00 ---------- ---------- ---------- 6.20 29.50 42.70 8 2.50 5.90 2.70 0.20 1.40 8.30 31.00 52.00 9 2.40 6.60 ---------- 0.10 ---------- 6.30 25.40 40.80 10 5.20 6.60 ---------- 0.10 0.70 5.20 17.60 35.40 11 2.50 6.00 0.20 0.20 0.10 2.50 32.50 44.00 Total 29.40 67.20 4.50 3.60 4.60 65.20 301.40 475.90

Observações:

1-o item papel, inclui papelão.

2-o item metal refere-se aos ferrosos, pois não encontramos os não

ferrosos.(alumínio).

3- a matéria orgânica inclui pequena quantidade de papel impregnado de

matéria orgânica.

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RSU DE PARACAMBI

Pl.Duro6%

Pl.Filme14%

Vidro1%

Metal1%

Papel14%

Mat Org63%

Trapo1%

Gráfico 4 – Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos de Paracambi

Page 48: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

37

O ensaio foi realizado em 27/FEV/2002, às 10:00h, tendo sido encerrado

às 17:00h, e teve o apoio da equipe da PMP, conforme a seguir:

Os resultados indicam a alta porcentagem de matéria orgânica nos

resíduos de Paracambi, fato bastante comum em cidades de pequeno porte.

4.3. ATERRO DE ITAOCA/SÃO GONÇALO/RJ

Localizado a 6Km da sede do município de São Gonçalo, o aterro ocupa

a área entre a Serra de Itaúna e os manguesais da Ilha de Itaoca.

A Ilha de Itaoca possui 7 Km2 de extensão, sendo a segunda maior ilha

da Baía de Guanabara, e seus manguesais fazem parte da APA de

Guapimirim. Atualmente, os canais de Itaoca e Imboaçu, que separam a ilha do

continente, estão assoreados.

No início da década de 70, a Prefeitura Municipal de São Gonçalo

implantou o vazadouro de Itaoca, dentro de uma área de manguezal

considerada área de preservação ambiental, com base no artigo 2º da lei

nº 4771, de 15 de setembro de 1965 (ALERJ, 2002b).

O funcionamento deste vazadouro foi severamente criticado pelos

ambientalistas, culminando com a interdição da área pela Capitania dos Portos

do 1º Distrito Naval. Hoje a área, abriga um depósito onde é feita centralização

e posterior comercialização de plástico coletado no aterro.

A extinta Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana

(FUNDREN), com a consultoria da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de

Janeiro (COMLURB) projetou e implantou o Aterro Sanitário de Engenho

Pequeno, com a finalidade de receber o lixo do município e o lixo de Niterói.

O aterro projetado foi alvo da reação contrária dos moradores vizinhos,

inviabilizando o projeto e culminando com o envio do lixo de Niterói para o

aterro de Gramacho e adoção de nova área para receber o lixo de São

Gonçalo.

Page 49: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

38

A Prefeitura Municipal de São Gonçalo desapropriou uma área de

500.000m2 para implantação de unidade de reciclagem e compostagem na

cabeceira sul do vazadouro.

No município de São Gonçalo também foi feita uma caracterização dos

resíduos, sendo que o gráfico a seguir representa a composição gravimétrica

da massa de lixo ensaiada. O percentual de matéria orgânica, também neste

caso esta por volta dos 60%.

Trapo8%

Papelão6%

Formulário7%

Isopor0%

Vidro6%

Matéria vegetal2%

Matéria orgânica54%

Alumínio1%

Carina4%

Plástico duro4%

Embalagem PET3%

Plástico filme3%

Metal ferroso2%

4.4. ATERRO MUNICIPAL DE GRAMACHO/RJ

Situado no segundo distrito do Município de Duque de Caxias, Baixada

Fluminense, faz parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Gráfico 5 – Composição Gravimétrica dos Resíduos Sólidos de São Gonçalo

Page 50: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

39

Figura 6 – Vista aérea do aterro municipal de Gramacho

No início do século XIX, as 560 toneladas de lixo que eram vazadas na

Ilha da Sapucaia próxima à Ponta do Caju, tornaram-se motivo de constantes

preocupações face à proximidade com o mar.

Passaram-se alguns anos e, na década de 40, o problema de destino

adequado para o lixo da cidade continuava, e a Prefeitura ainda utilizava as

imediações da Ponta do Caju para destino de lixo, onde havia os aterros do

Camorim e do Retiro Saudoso, e também dos novos aterros da Penha,

Cavalcante e Marechal Hermes. Nessa época a produção de lixo na cidade era

de 1.100 toneladas por dia.

Da década de 40 até os anos 80, o lixo se multiplicara passando de

1.100 toneladas para 5.000 toneladas por dia, correspondendo à quantidade

gerada por uma população de seis milhões de habitantes, encontrando-se em

início de atividades os aterros de Jardim Gramacho (Duque de Caxias), de

Bangu, de Santa Cruz e em Jacarepaguá, o aterro do Camorim seguido

posteriormente pelo aterro da Estrada Benvindo de Novaes.

Enfrentando um desafio, em 1995, a Prefeitura da Cidade do Rio de

Janeiro, através da COMLURB, decidiu assumir a responsabilidade pela

recuperação do Aterro de Gramacho, passando a operá-lo de forma sanitária e

ambientalmente adequada.

Hoje, o aterro possui sistema de captação e tratamento de chorume,

sistema de captação e queima de biogás, novos prédios administrativos, um

Page 51: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

40

centro de educação ambiental e um centro de triagem de materiais recicláveis

operado pela cooperativa de catadores.

Existe também um trabalho de recuperação do manguezal do entorno

com replantio de mudas e propágulos.

O lixo recolhido (cerca de 6.500 toneladas/dia) é disposto, compactado e

coberto com argila, evitando focos de incêndio e proliferação de vetores.

Decorridos 5 anos do início dos serviços de recuperação, o Aterro de

Gramacho transformou-se num modelo de recuperação de áreas degradadas,

sendo operado atualmente dentro das normas de engenharia sanitária

ambiental.

O aterro de Jardim Gramacho foi destinado a receber parte do lixo do

município do Rio de Janeiro (Zona Sul, Centro e parte da Zona Norte), e os

resíduos provenientes dos municípios de Duque de Caxias, Nilópolis e São

João de Meriti, municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, ficando

sob responsabilidade dos outros aterros o recebimento do lixo gerado no

restante da região metropolitana do Rio de Janeiro.

Atualmente, o Aterro Metropolitano de Gramacho é a principal unidade

para destino final de resíduos sólidos urbanos coletados na Cidade do Rio de

Janeiro e nos municípios da Região Metropolitana, em especial Duque de

Caxias, Nilópolis, São João de Meriti e Queimados.

4.4.1. Dados gerais sobre o aterro metropolitano de Jardim Gramacho

a - Área do terreno: 1.300.000 m2

b - Demonstrativo do total de lixo vazado no período entre 1995 e o 1º

semestre de 1999

Page 52: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

41

Tabela 9 – Lixo vazado entre 1995 e 1999

ANO 1995 1996 1997 1998 1999*

Lixo vazado (t) 2.168.327 2.263.060 2.414.508 2.461.958 1.108.458

Média mês (t) 180.694 188.588 201.209 205.163 184.743

Média dia (t) 6.023 6.200 6.615 6.745 6.074

FONTE: COMLURB (2003)

c - Composição do lixo (1999):

- Resíduos orgânicos = 50,50%

- Resíduos inertes = 3,00%

- Vidro = 3,40%

- Metais = 2,16%

- Papéis e papelões = 21,50%

- Plásticos = 19,44%

d - Quantidade de lixo já depositada no aterro: a estimativa é de 34.500.000t de

resíduos no período entre setembro/78 a junho/99.

e - Método de disposição: o método utilizado é de vazamento por áreas, com

célula padrão para vazamento, com as dimensões de 50 m de largura x

60 m de comprimento x altura média de 4 a 6 m. Espalhamento feito de

cima para baixo.

f - Cobertura do lixo: depois de espalhado e compactado, o lixo recebe

camada de cobertura (material heterogêneo proveniente de varreduras,

demolições, etc.).

g - Condições climáticas:

- Clima tropical úmido

- Índices pluviométricos superiores a 860mm ao ano

- Umidade relativa do ar em média superior a 70%

h - Sistema de captação de gás: feita através de poços eqüidistantes de 50m,

em rede de tubos de poliestireno de alta densidade (PEAD) com diâmetro

inicial de 4”, conduzido ao único ponto para queima através de flare.

Page 53: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

42

i - Sistema de tratamento de efluentes: objetiva enquadrar os efluentes

líquidos gerados no aterro aos padrões estabelecidos pela Fundação

Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA).

j - Procedimentos de remediação adotados: é provado que a área de

implantação do aterro era originalmente um manguezal de importância

ambiental no ecossistema marinho da Baia de Guanabara. Como soluções

mitigadoras para esses problemas o processo de recuperação do aterro

contou inicialmente com preparação das áreas de despejo dos resíduos,

cobertura da massa de lixo, construção de via de circulação, para limitação

do aterro, implantação de cortina impermeável de argila mole impedindo o

transbordamento do chorume, instalação de drenos de gás e recirculação

do chorume produzido, como forma de tratamento preliminar antes da

implantação de uma ETE (COMLURB, 2003).

4.5. CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE NOVA

IGUAÇU/RJ

Com a decisão do Ministério Público Estadual de acabar com o Aterro

Municipal de Gramacho em dezembro de 2004, os municípios de Queimados,

São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita e Nova Iguaçu, todos da Baixada

Fluminense, e que despejam mais de 1.800 t de resíduos sólidos naquele

aterro, tentam encontrar a melhor forma de depositar seus resíduos.

Nova Iguaçu inaugurou em fevereiro de 2003 sua Central de Tratamento

de Resíduos, com vida útil de 20 anos, e ocupando área de 1.200.000 m2 no

Bairro de Adrianópolis. O projeto prevê a disposição junto ao maciço terroso,

totalmente impermeabilizada.

Na impermeabilização do terreno para proteção de toda a interface do

terreno com a massa de lixo, foi adotada manta PEAD e camada de argila.

Page 54: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

43

Figura 7 – Taludes Impermeabilizados com Manta de PEAD

O chorume coletado é dirigido para um poço coletor, sendo recolocado

nas camadas superiores, para recirculação, e dirigido para estação de

tratamento cuja implantação é prevista em projeto.

O projeto prevê a instalação de estação de tratamento para os resíduos

de saúde, e o Projeto de Minimização de Gases do Efeito Estufa com a

implantação de usina de geração de energia com o uso do gás metano,

resultante da decomposição do lixo, que é drenado da massa do aterro.

Os dados operacionais do CTR, estão listados a seguir:

- Espessura das camadas 5,00 m

- Número de camadas aterradas 5 a 6

- Número de passadas 6 a 8

- Altura média dos taludes 40,00 m

- Equipamentos utilizados trator de esteira HD11(14,40 t)

trator de esteira D6G (16,80 t)

- Volume depositado 209.600 t (240.700 m3)

FONTE: SA PAULISTA (2003)

4.6. ATERRO SANITÁRIO DE SANTO ANDRÉ/SP

Page 55: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

44

4.6.1. Características

O Complexo do Aterro Municipal de Santo André tem como objetivo o

tratamento e destino final de resíduos sólidos produzidos no município.

Iniciou sua operação, oficialmente, em 1987 e está localizado no bairro

Cidade São Jorge, numa área de 217.000 m2. Atualmente, já finalizou a

camada 18, de sua 2ª fase, e iniciou uma nova etapa. A altura de cada berma

varia em torno de 5,0 m, sendo fechada por uma camada compacta de

espessura não inferior a 0,30m e não superior a 0,60m, dispostas em taludes

com inclinação máxima de 1V:2H. Em cada camada, os resíduos sólidos são

descarregados no pé do talude, empurrados de baixo para cima e

compactados, primeiro, com 3 a 5 passadas de trator de esteiras tipo AT D8 e

após, com 3 a 5 passadas de Rolo Compactador Pé de Carneiro pesando 20t

(somente no platô) e opera com a capacidade de recepção de

aproximadamente 20.000 toneladas/mês de resíduos sólidos.

Figura 8 – Vista geral do Aterro Sanitário de Santo André

Na última avaliação feita pela Cetesb em 2002 foi classificado com

índice IQR=9.3 (a nota máxima é 10.0), estão os seguintes equipamentos:

Aterro Sanitário

Unidade de Tratamento de Resíduos Líquidos Percolados

Usina de Triagem de Recicláveis

Page 56: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

45

Unidade de Tratamento de Resíduos Infectantes

A vida útil deste local foi ampliada em 11 anos porque a administração

municipal decidiu implantar a coleta seletiva e a população colabora na

separação dos resíduos recicláveis.

Santo André é modelo na coleta, tratamento, separação e destinação

final de resíduos sólidos para outras cidades brasileiras. É também um dos

roteiros utilizados na educação ambiental promovida pelo SEMASA e na

visitação de grupos de técnicos e administradores de outros municípios.

O recobrimento dos resíduos é feito diariamente com solo

predominantemente silto-argiloso, sendo compactado com espessura variável

entre 0,10 m a 0,40 m, através dos procedimentos e equipamentos descritos

acima. Tal camada possui a mesma função essencial de promover um selo

sanitário sobre a massa de resíduos na frente de operação, impedindo a

proliferação de vetores, tais como: moscas, ratos, urubus, etc. Essa camada

possui ainda, um caráter provisório, pois será recoberta na sua maior parte

com nova plataforma de resíduos sólidos.

Não existe normalização para os parâmetros de compactação desse

solo. A rotina de controle de operação do aterro abrange, entre outras

atividades, as seguintes:

- controle de características e da origem dos resíduos processados;

- peso dos resíduos recebidos;

- cumprimento do plano de trabalho da frente de operação;

- uniformidade da energia de compactação;

- garantia da espessura da cobertura de solo prevista;

- execução da impermeabilização de fundo de berma;

- manutenção dos acessos de veículos;

- preparação de praças de escoamento para drenagem superficial em dias

chuvosos;

Page 57: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

46

- fiscalização das obras de apoio (dreno de gases e percolados, plantio de

grama, etc.);

- avaliação da qualidade e quantidade dos efluentes líquidos gerados;

- controle das instalações de treinamento de efluentes líquidos;

- verificação da salubridade nas instalações (ruídos, odores, poeira) etc.

A coleta seletiva em Santo André é feita desde 1998. No período de

operação da camada 14, 4 bairros eram atendidos por ela. Na operação da

camada 15, considerando-se a data do levantamento planialtimétrico

(janeiro/2000), a mesma era feita em 60% da cidade. O sistema de coleta

seletiva porta a porta é disponibilizado com caminhão compactador, que coleta

os resíduos secos ou recicláveis, duas vezes por semana, em dias e horários

específicos, em todos os bairros da cidade (a partir de abril/2000).

Esses recicláveis são descarregados em fossos de recepção para

posterior encaminhamento para a triagem através de esteiras mecânicas

(OLIVEIRA, 2001).

Page 58: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

47

CAPÍTULO 5 - ENSAIOS REALIZADOS

A determinação do peso específico dos resíduos depositados em aterros

é feita através de processo mecânico de mensuração, estabelecendo a relação

que exprime a massa na unidade de volume.

Os métodos para a sua determinação, são os mesmos usados para os

ensaios de solo, isto é, a escavação e pesagem de um volume conhecido.

Diversos autores realizaram trabalhos com este objetivo. Nos subitens

5.1.1 e 5.1.2. são detalhados dois ensaios realizados em São Paulo e no Rio

de Janeiro.

Os ensaios de cava no Aterro Sanitário da Secretaria Municipal de

Saneamento Ambiental – SEMASA, no Município de Santo André/SP, no Aterro

de Paracambi, no Aterro Municipal de Gramacho, e no Centro de Tratamento

de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, descritos

nos subitens 5.1.3 a 5.1.6, foram realizados pela autora.

A determinação do peso especifico fazendo uso do percametro foi

realizada pelo Engo. Amarury Rezende Carvalho, doutorando da COPPE.

5.1. PESO ESPECÍFICO DA MASSA DE LIXO EM ATERRO

5.1.1. Aterro da COMLURB/RJ

Adotando esta metodologia, Costa Leite et al (1979) realizaram no

Aterro de Jacarepaguá/RJ o ensaio, cujos principais passos estão descritos a

seguir:

Idade máxima do lixo depositado

Os ensaios foram realizados com o lixo de três idades distintas: recém

coletado, após seis meses, e após seis anos de disposição.

Page 59: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

48

Equipamento utilizado:

- 1 retro-escavadeira; 1 pá mecânica de 1 ¾ jardas cúbicas; 1 trator

sobre esteiras Caterpillar D-6; 1 balança rodoviária; 1 caminhão

basculante de 11m3 e de tara conhecida

Procedimentos:

- Limpeza do terreno – usando o trator de esteira, foi feita a raspagem do

terreno para a retirada da camada de cobertura.

- Escavação - com o emprego de retro-escavadeira, foi executada uma

cava com volume de 50,00 m3 para o lixo de dois anos, e de 32,00 m3

para o lixo de seis meses.

- Pesagem do material escavado - com o auxílio da pá mecânica, o

material foi colocado no caminhão basculante e pesado na balança

rodoviária, situada na entrada do aterro.

No ensaio para o lixo recém coletado, os caminhões coletores foram

pesados na entrada do aterro e o lixo despejado na cava de 50 m3, até seu

total preenchimento, utilizando o mesmo método de espalhamento e

compactação adotado no aterro, com o emprego do trator de esteira modelo D-

6. Os resultados obtidos estão indicados na tabela 10 adiante.

Tabela 10 – Resultados obtidos

Idade do lixo

(anos)

Peso

(Kg)

Volume

(m2)

Peso específico

(Kg/m3)

0 23.075,00 50,00 461,50

½ 25.268,00 32,00 786,60

2 52.125,00 50,00 1.042,50

FONTE: COSTA LEITE et al (1979)

Page 60: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

49

5.1.2. Aterro de Santo André

Adotando a mesma metodologia, e com o objetivo de avaliar a ordem de

grandeza da densidade dos resíduos depositados no corpo do aterro e o

grau de compactação do horizonte da camada de solo de

cobertura/fechamento da célula da cota aproximada de 835, foram

realizados ensaios de campo no Aterro Municipal de Santo André (EPT,

1999), utilizando lixo recentemente depositado.

Para determinação do volume das seis cavas de 1,00X1,00X0,50 m

executadas, foi feito o preenchimento com água após seu revestimento com

lona plástica. Os resultados obtidos estão apresentados na tabela 11, a seguir:

Tabela 11 – Resultados obtidos Cava Peso Específico (kg/m3)

1 1069

2 1166

3 1060

4 1119

5 903

6 803

Média 1020

FONTE: EPT (1999)

5.1.3. Aterro de Paracambi/RJ

Descreve-se a seguir o primeiro ensaio para determinação do peso

específico da massa de lixo, no aterro de Paracambi/RJ, realizado em

05/AGO/2002. Trata-se de um lixão, com a deposição do lixo em área de

propriedade da municipalidade e sem qualquer preocupação com o meio

ambiente, sem drenagem e coleta de gases e chorume, sem recobrimento, e

com a presença de catadores e vetores, e sob constantes reclamações dos

munícipes, pelos transtornos que causa.

Page 61: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

50

Inicialmente foi feita uma caracterização gravimétrica dos resíduos da

cidade que apresentou uma elevada percentagem de matéria orgânica (63 %):

Uma descrição detalhada da determinação da gravimetria dos resíduos de

Paracambi está apresentada no capítulo anterior. No ensaio foi feita a cubagem

do volume ocupado por determinada massa de lixo. Para a determinação deste

valor, foi aberta uma cava, com a pesagem do material escavado e cubagem

do volume escavado, como mostra a figura 9 adiante.

Figura 9 – Abertura da cava

Em função da dificuldade de escavação em aterros de lixo para a

obtenção de um polígono regular, devido à presença de madeiras, plásticos,

vidros e embalagens PET, não foi possível a escavação de uma cava com

dimensões regulares, assim como sua profundidade foi limitada pela altura do

nível de líquido percolado em seu interior com a presença de água no fundo da

cava, o serviço de escavação foi paralisado.

Procedeu-se então à pesagem de todo o material escavado,

acondicionado em tambores devidamente tarados, como mostra a figura 10.

Page 62: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

51

Figura 10 – Pesagem do material

Para fazer a cubagem da cava, procedeu-se à regularização do fundo,

colocação da manta plástica e seu preenchimento com água, medida nos

tambores calibrados.

Obtidos os valores de material escavado e o volume de água

empregados no preenchimento da cava determinou-se o peso específico da

massa de lixo depositada, a partir da fórmula:

γ = peso do material escavado / volume da cava

• Condições de realização do ensaio:

Temperatura: 27˚ C

horário de início: 10:00 h

umidade relativa: em torno de 50%

• Equipamentos

- EPI (Equipamentos de Proteção Individual)

- Retro-escavadeira MF 86 HS

- Trator de esteira CAT-D6E

- Caminhão-pipa com capacidade de 5000 l

- Latões para pesagem: seis latões com capacidade de 200 l

- Balança com capacidade para 200 Kg

Page 63: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

52

• Calibragem dos tambores

Na calibragem dos tambores, procedeu-se à verificação das dimensões

para determinação do volume de cada um. Os latões usados neste ensaio são

aqueles que a PMP emprega na coleta de lixo na cidade, e têm furos no fundo

para impedir o acúmulo de líquidos durante a coleta, sendo que apenas dois

tinham o fundo vedado, tendo então sido destinados para serem utilizados no

preenchimento da cava com água.

• Escolha dos locais para a execução das cavas

Na escolha para as áreas a serem ensaiadas, foram consideradas as

informações dos técnicos da PMP, que identificaram a direção de expansão do

despejo de lixo, permitindo a escolha de amostras com presumíveis idades e

graus de compactação diferenciados.

• Preparação do local

Escolhidas as áreas para locação das cavas, procedeu-se à retirada da

camada de solo superficial, com o emprego do trator de esteira, como mostra a

figura 11.

Figura 11 - Preparação da área

• Escavação

Page 64: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

53

Junto à área determinada para execução da primeira cava, foi estendida

a lona plástica onde foram acomodados os latões usados na pesagem do

material escavado, dando inicio à escavação, colocando todo o material

escavado nos tambores.

A fim de evitar que o material escavado sofresse alterações de volume

por se misturar ao material superficial do aterro, esse material foi colocado

sobre uma lona plástica, conforme figura 12.

Figura 12 – Início da escavação e confinamento do material escavado

• Pesagem do material escavado

Todo o material escavado foi colocado nos tambores selecionados e

pesado. O peso do material é a diferença entre o peso total e a tara dos

tambores.

Após a pesagem, o material foi despejado próximo à cava, de onde seria

removido para recolocação na cava após o término do ensaio.

• Análise preliminar das condições da cava, para orientar a determinação de

suas dimensões.

Essa análise determinou as dimensões da cava. A largura foi fixada em

função do equipamento usado e a profundidade foi determinada pelas

condições de execução da escavação com o afloramento do percolado. A

escavação foi interrompida quando o fundo da cava atingiu o nível do líquido

percolado na massa de lixo, a 1,50 m de profundidade.

Page 65: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

54

Nas cavas 1 e 2, encontrou-se pouca diferença na massa ensaiada,

tendo sido constatada a presença de sacos plásticos, embalagens PET em

razoável estado de conservação, e pedaços de madeira, indicando tratar-se de

lixo ainda em processo de decomposição. Observou-se ainda a presença de

resíduos industriais.

Na cava 3, a massa ensaiada apresentou um nível de percolado

bastante alto, indicando tratar-se de lixo novo, com odor muito forte. As tabelas

12, 13 e 14 adiante contêm os resultados obtidos nos ensaios executados.

Tabela 12 - Demonstrativo da pesagem do material da Cava 1 Pesagem Tara Peso total Peso líquido

1 12,80 104,20 91,40

2 12,90 101,50 88,60

3 13,00 109,70 96,70

4 13,05 117,30 104,25

5 12,80 68,00 55,20

6 12,90 84,30 71,40

7 13,00 68,60 68,60

8 13,05 72,75 72,75

9 12,80 77,40 77,40

10 12,90 88,80 88,80

11 13,00 63,80 63,80

12 13,05 106,95 106,95

13 12,80 59,70 59,70

14 12,90 47,10 47,10

15 13,00 87,40 87,40

16 13,05 87,35 87,35

17 12,80 93,40 93,40

18 12,90 88,10 88,10

19 13,00 71,00 71,00

20 13,05 74,65 74,65

21 12,80 92,50 92,50

22 12,90 64,50 64,50

23 13,00 97,00 97,00

Page 66: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

55

Pesagem Tara Peso total Peso líquido

24 13,05 104,20 91,15

25 12,80 89,20 76,40

26 12,90 52,80 39,90

27 13,00 74,50 61,50

Peso Total 2.117,50 Kg

Tabela 13 - Demonstrativo da pesagem do material da Cava 2 Pesagem Tara Peso total Peso líquido

1 12,80 62,50 49,70

2 12,90 84,30 71,40

3 13,00 52,70 39,70

4 13,05 81,40 68,35

5 12,80 98,40 85,60

6 12,90 75,00 62,10

7 13,00 65,40 52,40

8 13,05 45,00 31,95

9 12,80 64,00 51,20

10 12,90 70,00 57,10

11 13,00 51,00 38,00

12 13,05 81,30 68,25

13 12,80 74,50 61,70

14 12,90 70,00 57,10

15 13,00 93,40 80,40

16 13,05 76,00 62,95

17 12,80 87,10 74,30

18 12,90 71,20 58,30

19 13,00 61,60 48,60

20 13,05 61,00 47,95

21 12,80 33,00 20,20

22 12,90 79,00 66,10

23 13,00 100,00 87,00

Peso Total 1.187,25 Kg

Page 67: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

56

Tabela 14 - Demonstrativo do material da Cava 3 Pesagem Tara Peso total Peso líquido

1 12,80 62,50 49,70

2 12,90 84,60 71,40

3 13,00 52,70 39,70

4 13,05 81,40 68,35

5 12,80 98,40 85,60

6 12,90 75,00 32,10

7 13,00 65,40 52,40

8 13,05 45,00 31,95

9 12,80 64,00 51,20

10 12,90 70,00 57,10

11 13,00 51,00 38,00

12 13,05 81,30 68,25

13 12,80 74,50 61,70

14 12,90 70,00 57,10

15 13,00 93,40 80,40

16 13,05 76,00 92,95

17 12,80 87,10 74,30

Peso Total 1.012,20Kg

• Colocação da lona plástica

Terminada a escavação, procedeu-se à retirada do material que

pudesse danificar a lona plástica e à regularização do fundo. Esta etapa do

trabalho teve que ser realizada muito rapidamente, em função da concentração

do líquido percolado no fundo da cava.

Page 68: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

57

Figura 13 – Regularização do fundo da cava

• Cubagem da cava

Para a cubagem da cava, seu preenchimento foi realizado com a água

fornecida pelo carro-pipa colocado à disposição da PMP pelo Exército para a

realização do ensaio. O volume de água necessário ao preenchimento das

cavas foi medido com o emprego dos latões previamente calibrados

designados para esta etapa do ensaio. A figura 14 adiante mostra a cava

preenchida com água.

Figura 14 – Preenchimento da cava com água

Page 69: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

58

Na figura 14 pode-se ver claramente as dificuldades de colocação e

ocupação de todos os espaços na cava pela manta plástica.

As tabelas apresentadas adiante mostram o volume de água empregada

para determinação do volume das cavas.

Tabela 15 – Cubagem das cavas Cava 1 (dm3) Cava 2 (dm3) Cava 3 (dm3)

Medida Volume Medida Volume Medida Volume

1 176,18 1 180,36 1 175,60

2 183,04 2 164,74 2 176,18

3 183,04 3 180,35 3 182,39

4 160,16 4 179,65 4 176,18

5 169,31 * - * -

6 169,31 * - * -

7 173,89 * - * -

8 151,01 * - * -

9 176,08 * - * -

Totais 1.542,02l 705,10l 710,35l

* Cava preenchida

• Determinação do peso específico da massa de lixo.

Os resultados obtidos estão reunidos na tabela 16, possibilitando a

determinação do peso específico do Aterro de Paracambi/RJ.

Tabela 16 – Determinação do peso específico

Cava Cava 1 Cava 2 Cava 3

Peso do material escavado (Kg) 2.117,50 1.187,30 1.012,20

Volume (m3) 0,154202 0,70510 0,71035

Peso Específico (KN/m3) 13,45 16,50 13,96

Page 70: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

59

• Comentários sobre as condições de compactação

As condições de compactação do aterro são precárias e sazonais,

ocasionando o revolvimento da massa de lixo, impossibilitando uma avaliação

da idade do material depositado. Desta forma, não se deve levar em

consideração as informações sobre o número de passadas do equipamento.

Na pesagem do material escavado foi usado o mesmo tambor, com tara

de 7.00 Kg.

O segundo ensaio no Aterro de Paracambi foi realizado no dia

25/FEV/2003, adotando a mesma metodologia, com a escavação de uma cava

somente. A série fotográfica das figuras 15, 16, 17 e 18 mostra os mesmos

procedimentos descritos para o ensaio no aterro de Paracambi.

Figura 15 – Limpeza e regularização da área escolhida

Page 71: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

60

Figura 16 – Escavação

Figura 17 - Material escavado

Page 72: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

61

Figura 18 – Pesagem do material escavado

O resultado da pesagem do material está discriminado na tabela 17.

Tabela 17 - Demonstrativo da pesagem do material escavado

Pesagem Peso total Peso líquido

1 65,6 58,6

2 77,0 70,0

3 67,0 60,0

4 91,0 84,0

5 82,0 75,0

6 112,0 105,0

7 110,0 103,0

8 119,0 112,0

9 92,5 85,5

10 83,0 76,0

11 70,0 63,0

12 104,0 97,0

13 103,0 96,0

14 99,5 92,5

15 74,0 67,0

Total 1.244,6 Kg

Page 73: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

62

No enchimento da cava, usou-se também apenas um latão, calibrado

em laboratório, com capacidade de 63 l, e o volume de água necessário foi de

793.00 l.

Figura 19 – Preenchimento da cava com água

Determinação do peso específico

Peso do material escavado 1244,6 Kg

Volume da cava 793 l = 793 dm3

Peso específico 1244,6/ 0,793 X 9,8= 15,38 KN/m3

• Aferição dos resultados

Para proceder à aferição dos resultados obtidos, foi utilizado

equipamento de campo e laboratório, denominado percâmetro (CARVALHO,

2002), com o qual é possível medir o peso específico, a permeabilidade, a

Page 74: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

63

variação da vazão do percolado com o tempo e a capacidade de campo de

uma amostra indeformada de resíduos sólidos.

As características dimensionais e de material do percâmetro foram

escolhidas em função de aspectos ergonométricos, tendo em vista que o

ensaio pode ser realizado por uma só pessoa, capaz de manipular o

equipamento sem o auxilio de equipamentos de transporte. Assim, em seu

projeto inicial, fez-se uso do cilindro CBR, o qual foi nas etapas posteriores

melhorado e adaptado a um cilindro biselado, especialmente fabricado para

estes ensaios. Foram produzidas seis unidades destes cilindros em aço

especial para este trabalho.

O procedimento de cada ensaio consistiu em cravar estes cilindros com

o lado biselado para baixo na base de uma vala escavada no plano em estudo,

com o auxílio de uma retro-escavadeira. Tal cilindro funcionou como

amostrador do lixo.

No procedimento empregado escava-se uma cava de aproximadamente

1,5 m a 2,0 m de profundidade. Regularizado o fundo desta cava com uma

enxada foi colocado o cilindro, sendo sobreposta ao mesmo uma placa de aço

e sobre a mesma uma ou duas tábuas. A seguir, cravou-se o cilindro fazendo

uso da pressão hidráulica da pá da retro-escavadeira. Dependendo das

circunstâncias utilizou-se um anel de cilindro CBR para facilitar o trabalho de

cravação do amostrador.

Ao término da amostragem, foi escavado o lixo em volta do cilindro e

retirado o mesmo com o auxílio de uma enxada. Amostras de lixo da vala foram

retiradas e colocadas em cápsulas para, posterior determinação do teor de

umidade dos resíduos. Finalmente, as amostras foram embaladas em sacos

plásticos para preservar as suas umidades e levadas para o laboratório.

No laboratório o cilindro foi preparado para a pesagem sendo excessos

de lixo nas bordas retirados com o auxílio de serra. Mediu-se o peso da

amostra e, tendo o volume e o peso do cilindro, determina-se o peso específico

dos resíduos. Um papel filtro é colocado na parte superior e inferior da amostra

sendo que em ambas as faces fez-se um desbaste da amostra e colocação de

Page 75: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

64

uma pequena camada de areia. O conjunto foi fixado por meio das hastes e

parafusos, sendo o cilindro preso ao conjunto com a amostra em seu interior.

O equipamento foi colocado sobre um tripé de apoio sendo uma

mangueira colocada entre o espigão inferior do aparelho e o bico da bureta,

iniciando-se, então, a saturação da amostra (Figura 1). Posteriormente à

saturação, foram feitas diversas leituras da permeabilidade com carga variável,

até a estabilização do sistema. Neste caso, mediu-se com um cronômetro o

tempo do deslocamento da água na bureta.

Terminado o ensaio de permeabilidade, com a amostra ainda saturada,

fecharam-se as faces inferior e superior. O nível foi ajustado por meio de calços

e colocado um becker sob o tripé, embaixo da face inferior. De posse de uma

planilha para medir as variações dos volumes do percolado em função do

tempo, o tampão superior foi retirado, para dar início às leituras do volume

percolado, após a retirada do obturador inferior. As leituras foram interrompidas

quando a vazão atingia um valor de 0,01 cm3/seg (CARVALHO, 2002).

Terminado o ensaio, o flange superior do equipamento foi retirado e

assim como os filtros e a areia da parte superior da amostra. Em seguida

amostras de resíduos foram recolhidas em cápsulas de alumínio. A seguir, as

cápsulas foram levadas à estufa para determinação da umidade média dos

resíduos. Através desta umidade pode-se se calcular a capacidade de campo dos resíduos.

Ao todo foram realizados 6 ensaios num mesmo platô.

• Equipamento e pessoal de apoio:

- 1 retro-escavadeira

- 1 tratorista

- 2 ajudantes

• Condições de realização dos ensaios:

- Coleta em 05/09/2002 - cilindro “A”

Horário: 11:00 Às 14:00 h

Page 76: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

65

Temperatura : 27° C

Profundidade da vala: 2,30 m, lixo escuro, com cheiro e pouco úmido

sem afloramento de percolado

Idade: de difícil determinação, pois o lixo é remanejado. Supõe-se

que seja entre 5 e 10 anos em função de informações locais

- Coleta em 20/09/2002 - cilindros 1, 2, 3, 4 e 5

Horário: 09:00 às 13:00h

Temperatura: 30° C

Profundidades da vala:

a- cilindros 1, 2 e 3 : 1,00 m - resíduos praticamente inertizados

b- cilindros 4 E 5 : 2,00 m - os resíduos úmidos, escuros e com

odor

Idades :

No caso “a” de difícil determinação, pois o lixo é remanejado. Supõe-

se que seja entre 10 e 15 anos em função de informações locais.

No caso “b” de difícil determinação, pois o lixo é remanejado. Supõe-

se que seja entre 5 e 10 anos em função de informações locais.

A Tabela 18 a seguir apresenta um resumo dos resultados obtidos nos

ensaios realizados com o percâmetro.

Tabela 18 – Resumo dos Parâmetros Geotécnicos Determinados

Com os valores constantes no quadro é possível determinar o valor

médio do peso específico: (γ médio =12,44 kN/m3)

Page 77: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

66

CILINDRO Ø (dm) H (dm) V

(dm3) Pc (kg) Pc + PA PA (kg) γ = PA/V

(kg/dm3)

γ = PA/V

(kN/m3) 1 1,5200 1,7790 3,2281 3,8806 8,5624 4,6818 1,4503 14,2132

2 1,5216 1,7694 3,2175 3,7792 7,9889 4,2097 1,3084 12,8221

3 1,5214 1,7750 3,2268 3,8248 9,2135 5,3887 1,6700 16,3658

4 1,5224 1,7758 3,2325 3,8293 6,9532 3,1239 0,9664 9,4707

5 1,5196 1,7756 3,2203 3,9029 7,5501 3,6472 1,1326 11,0991

6 1,5228 1,7756 3,2339 3,7812 - - - -

A - - 3,1730 5,2060 8,6559 3,4499 1,0873 10,6551

PA =

PC =

A Tabela 19 a seguir apresenta um resumo dos resultados obtidos nos

ensaios realizados no Aterro Sanitário de Santo André com o mesmo

percâmetro.

Tabela 19 – Resumo dos Parâmetros Geotécnicos Determinados

Plataforma Idade

(meses)

�t

(kN/m3) k (cm/s) wnat (%) w� (%)

�t�

(kN/m3) �(%)

1 60 16,18 3,57E-04 22,56 31,78 17,40 42,77

2 58 14,79 1,00E-03 19,89 27,37 15,71 34,42

3 56 11,27 8,76E-04 16,94 34,67 12,98 34,06

4 54 8,67 9,04E-04 33,16 52,89 9,95 35,10

5 52 10,31 9,23E-04 27,56 39,71 11,29 32,72

6 50 11,55 9,25E-04 25,6 34,13 12,33 31,99

9 44 10,29 9,58E-04 35,18 34,13 10,21 26,48

13 24 7,84 9,97E-04 43,35 68,96 9,24 38,45

14 18 8,02 9,24E-04 49,48 56,76 8,41 31,04

16 6 11,79 9,25E-04 53,93 39,7 10,70 31,00

Pela tabela 19 observou-se que os valores médios do peso específico

(gtmédio igual a 11,07 kN/m3).

Page 78: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

67

5.1.4. Ensaio no Aterro Municipal de Gramacho/RJ

Condições de realização do ensaio:

• Data de realização : 03/ABR/2003

• Horário de início : 10:00h,

• Temperatura : 300C.

• Métodos e materiais

Foram adotados os mesmos equipamentos e metodologia usados nos

ensaios anteriores, à exceção da retro-escavadeira, que foi substituída por uma

Caterpillar 390, em função da disponibilidade desta máquina dentro da rotina

de operação do aterro.

O local escolhido para o início da escavação teve que ser abandonado,

pois as condições da massa de lixo sob a camada de cobertura não eram

representativas da massa depositada, por ser área de deposição de material de

dragagem.

Os resultados obtidos estão assinalados na tabela 20 adiante.

Tabela 20 – Demonstrativo da pesagem do material escavado

Pesagem Peso total (kg) Peso líquido (kg) Volume de água (l) 1 54,0 44,0 63 2 54,5 44,5 63 3 52,5 42,5 63 4 58,0 48,0 63 5 64,5 54,5 63 6 68,5 58,5 63 7 69,0 59,0 * 8 71,0 61,0 - 9 69,0 59,0 -

10 76,5 66,5 - 11 74,0 64,0 - 12 54,5 44,5 -

Total 766,0 646,0 378 * Final da cava

Page 79: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

68

• Determinação do peso específico:

Peso específico=peso do lixo/volume de água = 766 Kg/378 dm3x9.8=

16,75 KN/m3 .

• Características do material:

O material escavado caracteriza-se por ser completamente heterogêneo,

com uma elevada presença de matacões e resto de entulho, material orgânico

pouco degradado, nenhuma embalagem de PET, não foi observada também a

presença de alumínio ou outro metal, bem como nenhum saco residencial

fechado.

O segundo ensaio no Aterro Municipal de Gramacho foi realizado no dia

21/MAI/2003, sendo adotada a mesma metodologia de escavação, pesagem,

cobrimento da cava com lona plástica, enchimento da cava com água para

cubagem do volume escavado e determinação do peso específico.

Houve alteração apenas no equipamento usado na escavação, tendo

sido alocado pela Administração do aterro uma retro-escavadeira D-6.

Na pesagem do material escavado foram usados dois latões com tara de

6,50 Kg e no enchimento da cava foi usado o mesmo latão, calibrado em

laboratório, usado nos ensaios anteriores, e o volume de água necessária ao

enchimento da cava foi de 441 l, correspondente a 7 latões.

A tabela 21 a seguir apresenta os valores referentes à pesagem do

material escavado:

Tabela 21 – Demonstrativo do peso do material escavado

Pesagem Peso total (kg) Peso líquido (kg) 1 59,50 53,00 2 56,00 49,50 3 56,00 49,50 4 66,00 59,50 5 53,50 47,00 6 64,50 58,00 7 59,00 52,50 8 58,00 51,50

Page 80: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

69

Pesagem Peso total (kg) Peso líquido (kg) 9 65,00 58,50 10 60,50 54,00 11 59,50 53,00 12 65,50 59,00 13 71,00 64,50 14 79,50 73,00 15 77,50 71,00 16 41,50 35,00

Total 896,00 888,50

• Determinação do peso específico:

888,50 Kg / 441 dm3 x 9,8 = 19,74 KN/ m3.

As figuras 20 a 28, a seguir, contêm uma síntese fotográfica dos ensaios

realizados no aterro de Gramacho.

Figura 20 – Detalhes da vista geral da área escolhida

Page 81: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

70

Figura 21 – Detalhe da área com queimador de gases

Figura 22 – Cravação do percâmetro

Page 82: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

71

Figura 23 – Material escavado

Figura 24 – Cravação do cilindro do percâmetro

Figura 25 – Posicionamento do amostrador do percâmetro

Page 83: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

72

Figura 26 – Pesagem do material escavado

Figura 27 – Preenchimento da cava com água

Figura 28 – Esvaziamento da cava

Page 84: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

73

• Características do material

Tal como no primeiro local, o material era completamente heterogêneo,

com uma presença de matacões e especialmente resto de entulho

aparentemente maior do que no outro local de investigação, material orgânico

pouco degradado, nenhuma embalagem de PET, não foi observada também a

presença de alumínio ou outro metal, bem como nenhum saco residencial

fechado.

5.1.5. Santo André

Adotando a mesma metodologia de realização do ensaio in situ e

aferição do resultado com o uso do percâmetro, foram realizados os ensaios no

Aterro Municipal de Santo André/SP.

O primeiro ensaio foi feito na berma 01, finalizada em 1987 e

remanejada em JUL/1995

• Condições de realização do ensaio:

- Data de realização :13/MAR/2003

- Horário de início: 10:00 h

- Temperatura: 270 C

- Características do material escavado: sem orgânicos, com muita

borracha e plásticos, com cheiro, e um pouco úmido devido,

provavelmente, ao dreno que está próximo e às chuvas ocorridas em

dias anteriores.

- A idade de disposição deste resíduo é de difícil determinação, uma vez

que o mesmo foi remanejado, podendo-se supor que tenha entre dez a

quinze anos de disposição, segundo informações fornecidas pela equipe

de trabalho local.

- Profundidade da vala: 2,20 a 2,50 m, sem afloramento de percolado

Page 85: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

74

• Equipamento e pessoal de apoio:

1 Retro-escavadeira

1 Tratorista

2 Ajudantes

• Cálculo do peso da amostra

Na tabela 22 estão discriminados os dados relativos à pesagem do

material escavado.

Tabela 22 – Demonstrativo de pesagem do material Latões Peso Bruto (kg) Tara (kg) Peso Líquido (kg)

01 55,80 7,50 48,30

02 53,40 7,50 45,90

03 64,00 7,50 56,50

04 50,00 7,50 42,50

05 49,40 7,50 41,90

06 50,70 7,50 43,20

07 58,80 7,50 51,30

08 56,40 7,50 48,90

09 60,90 7,50 53,40

10 51,70 7,50 44,20

11 62,00 7,50 54,50

12 63,30 7,50 55,80

13 60,00 7,50 52,50

Soma 630,90

• Cálculo do volume da amostra

Foram usados 9 latões , perfazendo o total de 567 litros

• Determinação do peso específico:

g= 630.90Kg /0.567 m3 * 9,8 =10.90 KN/m3

Page 86: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

75

• Aferição com o percâmetro:

Foi tirada uma amostra

Peso total 8.736,0g

Peso da tábua 1.252,0g

Peso do cilindro 1 3.880,6g

Peso da amostra 3.604,0g = 3,604kg

Volume do cilindro 3,2281dm3

• Equipamento e pessoal de apoio:

1 Retro-escavadeira

1 Tratorista

2 Ajudantes

Os resultados estão apresentados na tabela 25 que contém sua síntese

para todos os ensaios realizados com o percâmetro no Aterro.

O segundo ensaio foi realizado na berma 18, finalizada em 2002.

• Condições de realização do ensaio:

- Data de realização: 14/MAR/2003

- Horário de início: 10:00 h.

- Temperatura: 270 C.

- Características do material escavado: com orgânicos, com muitos

plásticos, com cheiro, e baixo teor de umidade

- Profundidade da vala: 0,50m, sem afloramento de percolado

A idade de disposição deste resíduo é de difícil determinação, uma vez

que o mesmo foi remanejado, podendo-se supor que tenha entre cinco a dez

anos de disposição.

• Equipamento e pessoal de apoio:

Page 87: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

76

1 Retro-escavadeira

1 Tratorista

2 Ajudantes

• Cálculo do peso da amostra

Na tabela 23 estão discriminados os dados referentes à pesagem do

material escavado.

Tabela 23 – Demonstrativo de pesagem do material escavado Latões Peso Bruto(kg) Tara (kg) Peso Líquido (kg)

01 49,50 7,50 42,00

02 40,50 7,50 33,00

03 56,00 7,50 48,50

04 54,30 7,50 46,80

05 58,00 7,50 50,50

06 53,50 7,50 46,00

07 62,30 7,50 54,80

08 51,70 7,50 44,20

09 68,00 7,50 60,50

10 62,40 7,50 54,90

11 34,70 7,50 27,20

Soma 508,40

• Cálculo do volume da amostra

Foram usados 8 latões perfazendo o total de 504 litros

• Determinação do peso específico:

g= 508.40Kg /0.504 m3 * 0.0098 =9.88 KN/m3

• Aferição com o percâmetro

Foram realizadas duas amostras:cilindros 2 e 5

Cilindro 2

- Peso total 7.626,0 g

Page 88: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

77

- Peso da tábua 1.307,0 g

- Peso do cilindro 3.779,2 g

- Peso da amostra 2.539,8 g = 2,5398 kg

- Volume 2,4901 m3

Obs: neste caso, houve dificuldades na cravação do cilindro. Assim, descontou-

se 4 cm da altura, correspondente ao que não foi cravado.

Cilindro 5

Peso total 8.325,0 g

Peso da tábua 560,0 g

Peso do cilindro 5 3.902,9 g

Peso da amostra 3.862,1 g = 3,862 kg

Volume 3,2203 m3

Os resultados estão apresentados na tabela apresentada mais adiante

que contém sua síntese para todos os ensaios realizados com o percâmetro no

Aterro.

O terceiro ensaio foi realizado na berma 17, sem informações sobre a

data de fechamento.

• Condições de realização do ensaio :

- Data de realização: 19/MAR/2003

- Horário de início: 14:00 h

- Temperatura: 270 C

- Características do material escavado:com orgânicos, com muitos

plásticos, com cheiro e um pouco úmido

- Profundidade da vala: 1,50m, sem afloramento de percolado

Page 89: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

78

- Idade de difícil determinação, por se tratar também de uma camada de

resíduos remanejados, durante o processo de retaludamento do aterro.

• Equipamento e pessoal de apoio:

1 Retro-escavadeira

1 Tratorista

2 Ajudantes

• Cálculo do peso da amostra

Na tabela 24 a seguir, estão discriminados os dados referentes à

pesagem do material escavado.

Tabela 24 – Demonstrativo de pesagem do material escavado Latões Peso bruto (kg) Tara (kg) Peso líquido (kg)

01 71,00 7,50 63,50

02 66,00 7,50 58,50

03 70,50 7,50 63,00

04 75,50 7,50 68,00

05 61,50 7,50 54,00

06 67,40 7,50 59,90

07 53,60 7,50 46,10

08 108,70 7,50 101,20

09 95,10 7,50 87,60

10 75,00 7,50 67,50

11 77,70 7,50 70,20

12 69,50 7,50 62,00

13 68,20 7,50 60,70

14 93,50 7,50 86,00

15 64,40 7,50 56,90

Soma 1.005,10

Page 90: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

79

• Cálculo do volume da amostra

Foram usados 8 latões perfazendo o total de 504 litros

• Determinação do peso específico:

g = 1005.10Kg /0.504 m3 * 0.0098 =19.54 KN/m3

Obs: este ensaio foi prejudicado devido às dificuldades de medição do volume

da amostra, em função da profundidade. Além disso, verificou-se após a

abertura da vala, a presença de camada de cobrimento (10 cm) de rachão,

uma camada de 60cm de solo, uma outra de material orgânico de podas

(70 cm) e uma última de solo. Desse modo, o material ensaiado estava muito

compactado e os resíduos misturados com solo, o que alterou muito a sua

densidade.

• Aferição com o percâmetro

Foi realizada uma amostra: cilindro 3:

- Peso total 7.133,0 g

- Peso da tábua 716,0 g

- Peso do cilindro 3.824,2 g

- Peso da amostra 2.592,2 g = 2,592 kg

- Volume 2,500 dm3

Obs: neste caso, tivemos dificuldades na cravação do cilindro. Assim,

descontou-se 4 cm da altura, correspondente ao que não foi cravado.

Os resultados estão apresentados na tabela mais adiante que contém

sua síntese para todos os ensaios realizados com o percâmetro no Aterro.

Na tabela 25 a seguir, estão discriminados os dados referentes à

pesagem do material escavado.

Page 91: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

80

Tabela 25 – Aterro Sanitário de Santo André – Ensaios de Cava e com o Percâmetro - Planilha resumo

As figuras 29 a 38 a seguir, ilustram as etapas de execução do trabalho

em Santo André/SP.

Figura 29 – Regularização e escavação do terreno

Figura 30 – Colocação do percâmetro

CILINDRO Ø (dm) H (dm) V (dm3) Pc (kg) Pc + PA PA (kg) γ = PA/V

(kg/dm3)

γ = PA/V

(kN/dm3)

1 1,5200 1,7790 3,2281 3,8806 7,484 3,604 1,1164 10,940

CAVA 01 - - 567 - - 630,9 1,1127 10,90

2 1,5216 1,7694 2,4901 3,7792 6,319 2,539 1,0196 9,99

5 1,5196 1,7756 3,2203 3,9029 7,765 3,862 1,1993 11,75

CAVA 18 - - 504 - - 508,4 1,0087 9,88

3 1,5214 1,7750 2,500 3,8248 6,417 2,592 1,0368 10,16

CAVA 17 - - 504 - - 1005,1 1,9942 19,54

Page 92: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

81

Figura 31 – Percâmetro após a cravação

Figura 32 – Detalhe da cava

Figura 33 – Calibragem dos latões

Page 93: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

82

Figura 34 – Calibragem da balança

Figura 35 – Material escavado

Page 94: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

83

Figura 36 – Pesagem do material escavado

Figura 37 – Enchimento da cava

Page 95: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

84

Figura 38 – Esvaziamento da cava

A figura 39 a seguir ilustra aspectos do aterro sanitário de Santo

André/SP, apresentando fases da deposição da massa de lixo.

FIGURA 39 – DETALHES DO ATERRO DE SANTO ANDRÉ

Figura 39 – Detalhes do Aterro de Santo André

Page 96: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

85

A tabela 26 apresenta um resumo dos resultados obtidos nos ensaios

realizados no Aterro Sanitário de Santo André com o percâmetro.

Tabela 26 – Determinação do peso especifico in situ e com o auxílio do

percâmetro – Santo André

γt (kN/m3) γt (kN/m3) CAMADA IDADE

(meses) DATA PERCÂMETRO CAVA (*)

1 60 25/10/00 16,18 ---

13/03/03 11,64 11,13

2 58 04/11/00 14,79 ---

3 56 11/11/00 11,27 ---

4 54 16/12/00 8,67 ---

5 52 06/01/01 10,31 ---

6 50 20/01/01 11,55 ---

9 44 20/01/01 10,29 ---

13 24 24/02/01 7,84 ---

03/1999 --- 7,88 14 18 25/01/01 8,02 --- 16 6 26/02/01 11,79 --- 17 12 19/03/03 10,37 19,94** 18 6 14/03/03 11,09 10,09

* Ensaios realizados adotando-se a metodologia de cava, cujos resultados foram verificados com a utilização do percâmetro

** O valor da camada 17 no ensaio de cava, é completamente atípico, indicando elevada presença de entulho na amostra

De acordo com a tabela 26, o valor médio do peso específico (γtmédio )

determinado com o uso do percâmetro foi de 11,07 kN/m3.

Page 97: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

86

y = 0.0669x + 7.8368R2 = 0.1612

y = 0.0294x + 8.8179R2 = 0.2373

6.00

9.00

12.00

15.00

18.00

0 10 20 30 40 50 60 70IDADE ( MESES )

PESO

ESP

ECÍF

ICO

(kN/

m3 )

PERCÂMETRO CAVA Linear (PERCÂMETRO) Linear (CAVA)

No gráfico 6 estão plotados os valores de peso específico e idade dos

resíduos tanto para o ensaio em cava quanto com o uso do percâmetro. Ambos

indicam uma tendência de crescimento do peso específico com o tempo, sendo

tal tendência bastante aproximada conforme pode ser visto no gráfico.

5.1.6. Nova Iguaçu

O ensaio realizado no Centro de Tratamento de Resíduos, no Município

de Nova Iguaçu/RJ, é descrito a seguir :

• Condições de realização do ensaio:

- Data de realização: 18/JUN/2003

- Horário de início : 10:00 h

- Temperatura : 28º C

- Características do material escavado:com orgânicos, muitos plásticos,

com odor pronunciado e baixa umidade observada visualmente.

- Profundidade da vala: 0,50 m, sem afloramento de percolado

• Equipamento e pessoal de apoio:

1 Retro-escavadeira CASE 580 L

Gráfico 6 – Aterro Sanitário Santo André – Relação Idade e Peso Específico

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87

1 Tratorista

2 Ajudantes

• Cálculo do peso do material escavado :

Na pesagem do material escavado foi usado um único latão, cujo peso é

de 11 Kg, sendo feitas 4 pesagens, conforme discriminado na tabela 27 a

seguir.

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88

Tabela 27 – Demonstrativo de pesagem do material Pesagem Peso líquido (Kg)

1 33,00

2 43,00

3 47,00

4 73,00

Total 183,00

• Volume da água necessária para o preenchimento da cava : 200l

• Cálculo do peso específico da massa de lixo depositada no aterro :

g = 183.00 Kg /200 dm3 * 9.8 =9.15 KN/m3

As figuras 40, 41 e 42 a seguir, ilustram as fases de execução do ensaio

no Centro de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu/RJ.

Figura 40 – Preparação do plástico para receber o material escavado

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89

Figura 41 –Material escavado

Figura 42 – Cava preenchida com água

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90

CAPÍTULO 6 - DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Na tabela 28 a seguir, estão discriminados os resultados dos ensaios

realizados:

Tabela 28- Resultados dos ensaios realizados

Peso Específico ( kN/m3 ) Ensaios Data Classificação

cava percâmetro Observações

13,45 Cava 1

16,50 Cava 2 05/08/02

13,96 Cava 3

15,38 (cilindro 1) 14,21

(cilindro 2) 12,82

(cilindro 3) 16,36

(cilindro 4) 9,47

(cilindro 5) 11,10

Paracambi/RJ

25/02/03

Aterro a céu aberto

(cilindro A) 10,65

Gramacho/RJ 03/04/03 Aterro Controlado 16,75

21/05/03 19,74

Santo André 13/03/03 Aterro Sanitário 10,90 (cilindro 1) 10,94 Berma 01

14/03/03 9,88 (cilindro 2) 9,99 Berma 18

(cilindro 5) 11,75

19,54* (cilindro 3) 10,16 Berma 17

N. Iguaçu/RJ 18/06/03 Aterro Sanitário 9,15

* Nesta amostra verificamos a presença de entulho de obras, com grande incidência de matacões.

Com base nos resultados obtidos é possível o lançamento dos gráficos 6

e 7, relacionando a idade, a umidade e o peso específico da massa de lixo.

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RESULTADO DOS ENSAIOS REALIZADOS

0

5

10

15

20

Paracambi Gramacho Santo André Nova IguaçuCIDADES

PESO

ESP

ECÍF

ICO

( kN/

m3 )

Cava 1

Cava2

Cava 3

Cava 4

Gráfico 7 – Demonstrativo dos resultados obtidos em ensaios realizados em cava

Foram realizados dez ensaios in situ, sendo quatro num aterro a céu

aberto, dois num aterro controlado e quatro em dois aterros sanitários. Com o

percâmetro (Carvalho e outros, 2004) foram realizados seis ensaios em aterro

a céu aberto e quatro em aterro sanitário, conforme apresentados na Tabela

28.

Os resultados obtidos para o peso específico em aterros sanitários foram

em média menores do que os observados em aterros controlados e não

controlados. As razões para esse resultado, são essencialmente a melhor

organização operacional dos aterros sanitarios, uso de equipamentos de

compactação em melhores condições, controle da compactação de forma a

obter um valor ótimo e regularidade da operação. As exceções observadas nos

resultados forma devidas ao uso de entulho como material de cobertura em

alguns casos. Vale ainda ressalvar quanto aos ensaios em cava as dificuldades

de realização dos mesmos com qualidade tendo em vista:

1. Alívio de tensões provocado pela retirada de material que provoca

movimentos laterais e de fundo em direção à abertura;

2. Movimentos de equipamentos pesados e pessoas na borda da cava,

que também contribuem para a diminuição da mesma;

3. Dificuldades na preparação da cava, tendo em vista a heterogeneidade

dos resíduos e às suas dimensões, bem como sua distribuição dentro da

massa;

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92

4. Dificuldades na colocação da manta plástica e sua adaptação à cava de

forma a realmente ocupar as superfícies de todo o volume de resíduo

escavado.

5. Problemas com a calibração dos equipamentos, inclusive os recipientes

usados para a adução da água.

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93

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES

A pesquisa aqui desenvolvida reforça a importância de ensaios de

campo em projetos ambientais, em particular no caso de aterros de resíduos

sólidos, tema este da maior importância para o nosso país, dadas as enormes

despesas que as prefeituras das cidades com população superior a 500.000

habitantes têm com este problema e os danos ambientais causados pelos

locais de disposição de resíduos se não bem controlados, operados e

gerenciados. Dentro destes aspectos, a vida útil de cada aterro é de enorme

importância, pois uma vez escolhida uma determinada área, todo o esforço

deve ser empreendido numa operação ambientalmente adequada e

economicamente vantajosa para a sociedade, de forma que toda extensão de

vida útil de locais já em operação deve ser vista como positiva, se o aterro

funciona adequadamente. Assim, na previsão da vida útil dos aterros e na sua

estabilidade geotécnica o peso específico desempenha papel relevante o que

justifica totalmente a pesquisa aqui desenvolvida.

As dificuldades de desenvolvimento do trabalho foram muitas, em

especial as de caráter logístico, uma vez que o ensaio in situ exige certo

equipamento e pessoal de apoio à disposição, condições que permitam uma

elaboração científica e cuidadosa de todas as operações, o que não é tão

simples de conseguir com as empresas e prefeituras que trabalham nos

aterros. Assim, de forma geral, o trabalho é desenvolvido em local de difícil

permanência, pela temperatura elevada, odores desagradáveis, vetores, etc.

A oportunidade apresentada neste trabalho de, paralelamente aos

ensaios de campo, realizar ensaios de laboratório, tema desenvolvido por

Carvalho outros (2004) com amostras colhidas na mesma oportunidade, nos

quatro locais onde os ensaios in situ foram realizados, serviram também para

comparar e controlar a metodologia empregada e os resultados obtidos.

Não obstante as dificuldades logísticas enfrentadas e já comentadas, os

resultados alcançados nos ensaios procedidos nos aterros de Paracambi,

Page 105: ESTUDO DO PESO ESPECÍFICO DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS.pdf

94

Gramacho e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e Santo André, em São Paulo,

forneceram indicadores relevantes mesmo que em alguns casos, até certo

ponto previsíveis.

Um outro aspecto importante da pesquisa, foi a oportunidade de realizar

ensaios in situ e analise de amostras em aterros dos três tipos definidos na

Norma: aterro a céu aberto, aterro controlado e aterro sanitário.

Os resultados obtidos nos ensaios permitem concluir que os dois

métodos podem ser empregados para controle no acompanhamento da

evolução do adensamento do aterro ou ganho de estabilidade, fruto do

crescimento do peso especifico da massa de residuos.

Ficou comprovado que o tempo de disposição dos resíduos (idade)

aumenta o valor de seu peso específico, favorecendo pois a vida útil dos

aterros.

Cuidados especiais devem ser tomados nos ensaios em cava para que

efeitos prejudiciais como presença de equipamentos na borda da cava,

colocação da manta plástica, etc, não prejudiquem os resultados.

A observação cuidadosa do material retirado é relevante, fazendo-se de

preferência, sempre uma caracterização do material, tendo em vista a

heterogeneidade dos resíduos, podendo a presença de materiais como

entulho, conduzir a valores elevados de peso específico. Tal heterogeneidade e

presença, em certos casos, em maior quantidade, conduziu à obtenção de

valores quase inesperados do peso específico (acima de 19 kN/m3).

No que tange às sugestões, podem ser grupadas em duas vertentes,

técnica e acadêmica:

• Técnica

- Para realização de ensaios de determinação de peso específico em

aterros, deve ser observado o máximo empenho das entidades

envolvidas no gerenciamento de resíduos sólidos: o órgão responsável e

a administração do aterro, no sentido de disponibilizar os

materiais/equipamentos empregados (retro-escavadeira, tambores,

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95

balança, lona plástica), bem como a mão de obra a ser utilizada, além

do ponto d´água necessário.

- Na escolha do local para realização do ensaio deve ser observado que

as idades do lixo estudado sejam semelhantes, descartando os locais

onde a granulometria configure que a massa de lixo tenha sido

revolvida, acarretando por exemplo a possibilidade de que seja

aumentada sua heterogeneidade.

- O tamanho da cava será limitado pelas condições da massa de lixo

durante a escavação, tamanho dos grãos, buscando-se respeitar a

relação tamanho do sgraos e da cava, de forma a ter resultados

representativos. Havendo afloramento do chorume no fundo da cava a

escavação deverá ser interrompida, pois a profundidade limite foi

atingida.

- Antes do preenchimento da cava deve ser feito um trabalho de revisão

das paredes da mesma com o emprego de enxada, para impedir que

objetos cortantes danifiquem a lona plástica.

- Deve ser aperfeiçoada a sistemática de execução de ensaios com

emprego de equipamentos calibrados;

- Fazer sempre após o ensaio em cava uma caracterização gravimétrica

dos resíduos ali contidos, de forma a controlar possíveis alterações de

valores, fruto de restos de entulho dispostos ocasionalmente no aterro,

fragmentos de rocha, etc.;

- Realizar sempre o maior número possível de ensaios, de forma a ter

resultados em média representativos do local em estudo;

- Incentivar outros estudos com ensaios em cava e percâmetro, de forma

a aumentar a quantidade de informações sobre valores de peso

específico de aterros brasileiros, o que será certamente útil em novos

projetos.

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96

• Acadêmica

Estimular a continuidade dos ensaios descritos neste trabalho para

aprimoramento dos ensaios executados.

Aprofundar o uso do percâmetro, comparando os resultados entre o

peso específico, a umidade, a permeabilidade e a capacidade de campo.

Realizar ensaios com equipamentos como permeametro Guelph ou

infiltrometros em diversos locais do aterro onde sejam realizados ensaios de

cava e percametro, de forma a obter informações relevantes quanto ao peso

especifico do aterro e a permeabilidade.

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97

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