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Relatório de Pesquisa Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

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Page 1: relatorio residuos solidos urbanos

Relatório de Pesquisa

Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

2012

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Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Relatório de Pesquisa

Page 3: relatorio residuos solidos urbanos

Governo Federal

Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Ministro Wellington Moreira Franco

Fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro – e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.

PresidenteMarcelo Côrtes Neri

Diretor de Desenvolvimento InstitucionalLuiz Cezar Loureiro de Azeredo

Diretora de Estudos e Relações Econômicas e Políticas InternacionaisLuciana Acioly da Silva

Diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da DemocraciaAlexandre de Ávila Gomide

Diretor de Estudos e PolíticasMacroeconômicas, SubstitutoClaudio Roberto Amitrano

Diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e AmbientaisFrancisco de Assis Costa

Diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e InfraestruturaFernanda De Negri

Diretor de Estudos e Políticas SociaisJorge Abrahão de Castro

Chefe de GabineteFabio de Sá e Silva

Assessor-chefe de Imprensa e Comunicação, SubstitutoJoão Cláudio Garcia Rodrigues Lima

Ouvidoria: http://www.ipea.gov.br/ouvidoriaURL: http://www.ipea.gov.br

Page 4: relatorio residuos solidos urbanos

Brasília, 2012

Relatório de Pesquisa

Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Page 5: relatorio residuos solidos urbanos

Este relatório de pesquisa foi produzido no âmbito dos estudos que subsidiaram a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, coordenados no Ipea por José Aroudo Mota e Albino Rodrigues Alvarez.

Coordenação Técnica da PesquisaBruno MilanezLuciana Miyoko Massukado

SupervisoresGustavo LuedemannJorge Hargrave

AssistenteTássia Nunes Dias Pereira

Este material foi elaborado pelo Ipea como subsídio ao processo de discussão e elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, conduzido pelo Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente. Dado seu caráter preliminar, o conteúdo dos textos e demais dados contidos nesta publicação poderão sofrer alterações em edições posteriores.

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Economica Aplicada ou da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.

© Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea 2012

FICHA TÉCNICA

Page 6: relatorio residuos solidos urbanos

SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................................................................... 7

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................................................... 7

LISTA DE QUADROS ................................................................................................................................................... 8

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 9

2 ASPECTOS METODOLÓGICOS ................................................................................................................................... 9

3 A GERAÇÃO ........................................................................................................................................................... 12

4 A COLETA .............................................................................................................................................................. 15

5 DESTINAÇÃO FINAL ................................................................................................................................................ 20

6 UMA OUTRA ABORDAGEM: A VISÃO POR MATERIAL .............................................................................................. 47

7 ASPECTOS ECONÔMICOS DA GESTÃO DE RSU ........................................................................................................ 51

8 CONSÓRCIOS PÚBLICOS ......................................................................................................................................... 58

9 APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DO GÁS DE ATERRO ............................................................................................. 60

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................ 66

ANEXOS .................................................................................................................................................................... 74

Page 7: relatorio residuos solidos urbanos
Page 8: relatorio residuos solidos urbanos

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Consumo aparente de embalagens

Gráfico 2 – Destinação dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos, por quantidade

Gráfico 3 – Destinação dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos, por número de ocorrência

Gráfico 4 – Taxa de reciclagem de diferentes materiais

Gráfico 5 – Taxa de reciclagem de embalagens

Gráfico 6 – Quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo (2000 e 2008)

Gráfico 7 – Distribuição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo (2000 e 2008)

Gráfico 8 – Distribuição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo, nas macrorregiões do

Brasil (2008)

Gráfico 9 – Distribuição das unidades de disposição no solo (2000 e 2008)

Gráfico 10 – Comparação da quantidade de unidades de disposição no solo de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos (2000 e 2008)

Gráfico 11 – Fluxo do alumínio (2008)

Gráfico 12 – Fluxo do aço (2008)

Gráfico 13 – Fluxo de papel e papelão (2008)

Gráfico 14 – Fluxo do plástico (2007-2008)

Gráfico 15 – Fluxo do vidro (2008)

Gráfico 16 – Custo médio da disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários considerando municípios de pequeno, médio

e grande portes e Brasil

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 − Distribuição da população residente e da população coberta pelo serviço de coleta de resíduos sólidos por região

Tabela 2 − Divisão de municípios por tamanho da população

Tabela 3 − Distribuição da população residente e população urbana por tamanho de municípios

Tabela 4 − Consumo aparente de alumínio

Tabela 5 − Consumo aparente de aço

Tabela 6 − Consumo aparente de papel e papelão

Tabela 7 − Consumo aparente do plástico

Tabela 8 − Consumo aparente de vidro

Tabela 9 − Cobertura da coleta direta e indireta de resíduos sólidos

Tabela 10 − Estimativa da quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos coletados

Tabela 11 − Distribuição da coleta seletiva por região

Tabela 12 − Municípios com coleta seletiva por grupo de municípios

Tabela 13 − Caracterização dos sistemas de coleta seletiva (2008)

Tabela 14 − Estimativa dos custos de coleta seletiva (2008)

Tabela 15 − Quantidade de material recuperado por programas de coleta seletiva, municípios selecionados (2008)

Tabela 16 − Estimativa da quantidade de material recuperado por programas de coleta seletiva (2008)

Tabela 17 − Estações de triagem de resíduos recicláveis

Tabela 18 − Municípios que apresentam o total de resíduos destinados “a este município” somados aos destinados “a outros municípios”

superior a 1 mil t/d

Tabela 19 − Quantidade total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos destinados no próprio município e encaminhados para

outro município (2000)

Tabela 20 − Quantidade total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos coletados e destinados

Tabela 21 − Quantidade diária de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para destinação final (2000 e 2008)

Tabela 22 − Municípios que recebiam, nos destinos finais, mais que 1 mil t/d de resíduos (2000)

Tabela 23 − Municípios que recebiam nos destinos finais mais que 1 mil t/d de resíduos (2008)

Tabela 24 − Quantidade diária de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para diferentes formas de destinação final

Tabela 25 − Destinação final de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos por número de municípios

Tabela 26 − Reciclagem de alumínio

Page 9: relatorio residuos solidos urbanos

Tabela 27 − Reciclagem de aço

Tabela 28 − Reciclagem de papel e papelão

Tabela 29 − Reciclagem de plástico

Tabela 30 − Reciclagem de vidro

Tabela 31 − Número de municípios com unidades de compostagem e quantidade total de resíduos encaminhados para esses locais

(2000 e 2008)

Tabela 32 − Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil

Tabela 33 − Porcentagem de matéria orgânica tratada em relação ao total estimado coletado (2008)

Tabela 34 − Número de municípios com unidade de compostagem por estado e no Distrito Federal (2008)

Tabela 35 − Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil

Tabela 36 − Quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição em solo, considerando apenas

lixão, aterro controlado e aterro sanitário

Tabela 37 − Número de unidades de destino de resíduos considerando apenas disposição no solo em lixão, aterro controlado e aterro sanitário

Tabela 38 − Metas progressivas para manejo de resíduos sólidos nas macrorregiões e no Brasil

Tabela 39 − Número de municípios que têm lixões e quantidade total de lixões existentes no Brasil e nas macrorregiões (2008)

Tabela 40 − Despesas com serviços de manejo de RSU (2008)

Tabela 41 − Despesas com serviços de coleta de RSU (2008)

Tabela 42 − Sistemas de cobrança por serviços de RSU

Tabela 43 − Evolução temporal do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em

lixões (2004-2008)

Tabela 44 − Evolução temporal do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro controlado

(2003-2008)

Tabela 45 − Valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro sanitário (2003-2008)

Tabela 46 − Evolução do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro sanitário

(2004 e 2008)

Tabela 47 − Número de projetos de MDL envolvendo aterros no Brasil, por região (até julho de 2011)

Tabela 48 − Projetos de MDL envolvendo geração de energia em aterros no Brasil

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 − Área, mão de obra, custo de instalação e operação, composto produzido e preço de venda para diferentes capacidades

de plantas de compostagem

Quadro 2 − Listagem de consórcios públicos em resíduos sólidos no Brasil

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9Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

1 INTRODUÇÃO

Este relatório faz parte do Projeto Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos Sólidos no Brasil – Apoio Técnico para Elaboração da Proposta Preliminar do Plano Nacional de Resí-duos Sólidos. Este trabalho tem como objetivo descrever a situação da gestão dos resíduos sólidos urbanos1 (RSUs) no Brasil, de forma a gerar subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

De forma geral, o texto foi estruturado seguindo o ciclo dos resíduos sólidos: geração, coleta, tratamento e disposição final. Na seção sobre geração, discute-se principalmente os materiais recicláveis, com foco nas embalagens. Na descrição da coleta, primeiramente aborda-se a coleta regular dos RSUs e, em seguida, discute-se a coleta seletiva e as estações de triagem de material reciclável. Com relação ao tratamento, primeiramente é abordada a questão da reciclagem, sendo feita, na medida do possível, a distinção entre reciclagem pré-consumo e reciclagem pós-consumo. A análise da reciclagem é complementada por uma outra, em que se adota um outro recorte da questão e se discute o fluxo de cada um dos materiais recicláveis individualmente. Posteriormente, é feita uma breve análise dos as-pectos econômicos da gestão de RSUs. Em seguida é discutida a questão da compostagem de resíduos orgânicos e é feita uma análise sobre as formas e unidades de disposição final no solo. Em seguida faz-se uma breve análise da geração de energia em aterros sanitários. Finalmente, são apresentadas algumas conclusões e recomendações.

2 ASPECTOS METODOLÓGICOS

2.1 Escopo da pesquisa

As análises apresentadas neste trabalho utilizaram como unidade fundamental o Brasil. Sempre que possível, as avaliações foram estendidas para as regiões geográficas e para os municípios agrupados por tamanho. O trabalho foi elaborado, principalmente, a partir de informações contidas na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PSNB (IBGE, 2010a) e no Sistema Nacional de Informação em Saneamento – SNIS (Brasil, 2010c). Todavia, para viabilizar o estudo dos grupos de municípios, foi necessário utilizar os dados desagre-gados da PNSB. Nestes casos, utilizou-se o Banco Multidimensional Estatístico (BME), sistema disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para consulta aos dados desagregados de suas pesquisas. Para manter a consistência entre as fon-tes de informação, 2008 foi escolhido como referência do estudo, sendo dados de outros anos utilizados quando possível.

Esta pesquisa foi desenvolvida no período de abril a julho de 2011. No caso dos materiais recicláveis, foram escolhidos o alumínio, aço, papel/papelão,2 plásticos e vidro. Dependendo da disponibilidade dos dados, os plásticos, em alguns momentos, foram de-sagregados como plástico-filme e plástico rígido; em outros momentos, de acordo com o tipo de polímero.3

1. Conforme definido na Política Nacional de Resíduos Sólidos, o termo “resíduos sólidos urbanos” será utilizado como referência conjunta aos resíduos sólidos domiciliares e aos resíduos de limpeza urbana.2. No caso dos estudos gravimétricos, as embalagens tetrapak foram contabilizadas juntamente com papel/papelão.3. Polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD); tereftalado de polietileno (PET); polipropileno (PP), polies-tireno (PS) e cloreto de polivinila (PVC).

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10 Relatório de Pesquisa

2.2 Aspectos relacionados às estimativas da população

Para a construção de alguns indicadores e extrapolação de alguns dados, foi necessário estimar a geração de resíduos per capita e, para isso, o número de habitantes atendidos pelo serviço de coleta de RSU. Devido à dificuldade de se estimar a população atendida por município, optou-se por utilizar a população urbana como aproximação.

No caso das regiões, a tabela 1 apresenta os dados de população residente e população urbana disponibilizados pelo banco de dados do departamento de informática do Sistema Único de Saúde – Datasus. Como o Datasus não fornece informações referentes à população urbana para 2008, esta foi estimada considerando a taxa de urbanização de 2010.

TABELA 1Distribuição da população residente e da população coberta pelo serviço de coleta de resíduos sólidos por região

RegiãoNúmero de municípios

População residente População urbana Taxa de urbanização (%)

2000 2008 2000 2008 2000 20101

Norte 449 12.900.704 15.142.684 9.014.365 11.133.820 70 74

Nordeste 1.794 47.741.711 53.088.499 32.975.425 38.826.036 69 73

Sudeste 1.668 72.412.411 80.187.717 65.549.194 74.531.947 91 93

Sul 1.188 25.107.616 27.497.970 20.321.999 23.355.240 81 85

Centro-Oeste 466 11.636.728 13.695.944 10.092.976 12.161.390 87 89

Total 5.565 169.799.170 189.612.814 137.953.959 159.961.545 81 84

Fonte: Datasus.Elaboração dos autores.Nota: 1 O Datasus não disponibiliza dados para a população urbana para 2008, por isso se adotou, por aproximação, a taxa de urbanização de 2010.

Além da divisão regional, outra escala relevante de análise para a gestão dos RSU baseia-se no tamanho dos municípios. Municípios de tamanho semelhante tendem a enfrentar desafios de complexidade parecida no que se refere à quantidade de resíduos gerados, aos custos de coleta e à disposição final. Neste trabalho, os municípios brasileiros foram divididos em três grupos, conforme a tabela 2.

TABELA 2Divisão de municípios por tamanho da população

Unidade de análise Faixa populacionalNúmero de municípios

2000 2008

Municípios pequenos Menos de 100 mil habitantes 5.341 5.299

Municípios médios Entre 100 mil e 1 milhão de habitantes 211 252

Municípios grandes Mais de 1 milhão de habitantes 13 14

Brasil 5.565 5.565

Fonte: Datasus.Elaboração dos autores.

De forma semelhante ao caso da distribuição regional, por inexistência de dados mais precisos para o âmbito municipal sobre a cobertura dos serviços de resíduos sólidos, optou-se por utilizar a estimativa da população urbana de cada município como equivalente à população atendida pelo serviço de coleta, conforme apresentado na tabela 3.

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11Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

TABELA 3Distribuição da população residente e população urbana por tamanho de municípios

Unidade de análisePopulação total residente População urbana Taxa de urbanização (%)

2000 2008 2000 2008 2000 20101

Municípios pequenos 83.198.132 87.293.484 54.501.231 64.842.897 65,5 74,3

Municípios médios 52.211.718 63.211.221 49.862.553 57.268.225 95,5 90,6

Municípios grandes 34.389.320 39.108.109 33.590.175 37.838.724 97,7 96,8

Total 169.799.170 189.612.814 137.953.959 159.949.846 81,2 84,4

Fonte: Datasus.Elaboração dos autores.Nota: 1 O Datasus não disponibiliza dados para a população urbana em 2008, por isso se adotou, por aproximação, a taxa de urbanização de 2010.

2.3 Limitações do estudo

Como este trabalho foi elaborado a partir de fontes secundárias de informação, ele apresenta as mesmas limitações de tais fontes.

Um dos principais desafios para a realização desta pesquisa foi a compatibilização de informações disponíveis em diversas fontes diferentes. Além da PNSB e do SNIS, foram consultados relatórios da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), publicações de diferentes órgãos setoriais, como da Associação Brasi-leira da Indústria Química (Abriquim) e da Associação Brasileira do Alumínio(Abral), bem como do Ministério de Minas e Energia (MME). Uma das dificuldades encontradas neste processo foi lidar com informações descontínuas; por exemplo, havia informações dispo-níveis em um ano, que não necessariamente existiam para todo o período estudado, o que dificultou a realização de análises temporais mais profundas.

Outra série de dificuldades encontradas deveu-se a inconsistências internas da PNSB. Nesta pesquisa, as informações são obtidas por meio da autodeclaração das entidades pres-tadoras do serviço de manejo de resíduos sólidos, não sendo incomum que as respostas das entidades responsáveis por coleta sejam diferentes daquelas fornecidas pelas entidades responsáveis pela disposição final, por exemplo. Desta forma, recomenda-se uma avaliação cuidadosa do questionário e do sistema de coleta de informações da PNSB. Além disso, foram identificadas pequenas diferenças nas amostras das edições de 2000 e de 2008 da PNSB, uma vez que a versão mais antiga da pesquisa exclui cerca de noventa municípios, enquanto a mais recente não contabiliza três municípios.

O levantamento de custos associados à gestão dos RSU exigiu uma metodologia à parte. A PNSB não apresenta dados sobre os custos de gerenciamento de resíduos, o que levou a adotar outras pesquisas de menor abrangência. Dessa forma, as informações sobre o custos e as despesas foram retiradas do SNIS (Brasil, 2010c), que, apesar de não abranger todos os municípios brasi-leiros, fornece alguma indicação da evolução dos custos de disposição.

Outra limitação identificada deveu-se às diferenças nas abordagens adotadas pelos órgãos do governo no levantamento de dados. Assim, nem sempre as informações pro-duzidas pelo MME, focadas na etapa da produção, eram facilmente comparáveis com aquelas geradas pelo Ministério das Cidades ou do IBGE, que se restringiam à visão do saneamento. Esta incompatibilidade é discutida com mais profundidade na seção 7. Dessa forma, recomenda-se fortemente que um futuro sistema de informações em resí-duos adote a visão de análise do ciclo de vida e compatibilize os dados disponíveis sobre os materiais em cada etapa.

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12 Relatório de Pesquisa

Diante dessas limitações, o diagnóstico apresentado deve ser considerado como uma primeira abordagem dos problemas, e estes dados devem ser utilizados com cautela na elaboração de políticas públicas. Sendo assim, recomenda-se que, além da utilização deste diagnóstico, um amplo debate seja realizado com as diferentes partes interessadas, de forma a completar o cenário aqui descrito, bem como aumentar a chance de sucesso das políticas públicas decorrentes.

3 A GERAÇÃO

A primeira etapa da gestão de resíduos sólidos diz respeito à sua geração. Por diversos motivos − tais como disposição irregular, coleta informal ou insuficiência do sistema de coleta pública − não necessariamente todo o resíduo sólido gerado é coletado. Por este motivo, a questão da geração é tratada neste trabalho separadamente da coleta.

Devido a dificuldades metodológicas, esta seção não trata de resíduos orgânicos. A análise adotada parte de dois parâmetros: o consumo aparente de materiais potencial-mente recicláveis e a participação de cada um destes na produção de embalagens. O des-taque dado às embalagens se deve à proposta da Política Nacional de Resíduos Sólidos de avaliar a possibilidade da criação de um sistema de logística reversa e de responsabilidade compartilhada para elas.

Existem limitações para se fazer qualquer inferência precisa a partir dos dados aqui apresentados, pois o consumo aparente registra apenas o comércio internacional dos mate-riais enquanto produtos. Desta forma, nestas estatísticas não estão incluídas a exportação e a importação de papelão, plástico, metais e alumínio na forma de embalagem de produtos, bebidas, alimentos etc.

Uma segunda limitação diz respeito ao uso das embalagens como principal indicador da participação dos materiais nos resíduos sólidos. Existem bens duráveis, como eletrodo-mésticos, partes de automóveis e utensílios que também são descartados e, posteriormente, reciclados. Entretanto, como a vida útil de tais bens é mais longa, torna-se mais difícil es-timar sua presença nos RSUs. Foram identificadas estimativas para alguns materiais, como o aço, mas o levantamento destes dados para todos os materiais necessita de uma pesquisa mais aprofundada nos diferentes setores.

Espera-se, a partir desta seção, contribuir para o debate sobre as tendências de geração de resíduos recicláveis no país. Porém, pelos motivos anteriormente expostos, a análise aqui apresentada é apenas indicativa e tem um perfil mais qualitativo e de ordens de grandeza.

A tabela 4 apresenta as estimativas do tamanho do mercado de alumínio no Brasil. O consumo aparente deste produto tem crescido de forma contínua nos últimos anos, sendo as embalagens responsáveis por aproximadamente 30% do consumo deste ma-terial. Entre as embalagens, as latas de alumínio são aquelas com mais destaque, prin-cipalmente no campo da reciclagem, e respondem por cerca de 55% de todas as em-balagens de alumínio vendidas. Os dados também indicam o crescimento do consumo de embalagens de alumínio por habitante, embora sem uma alteração significativa da participação das latas no setor.

Page 14: relatorio residuos solidos urbanos

13Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

TABELA 4Consumo aparente de alumínio

Unidade 2005 2006 2007 2008

Consumo aparente 1 mil t 832,6 892,8 984,6 1.126,7

Embalagens 1 mil t 256,4 275,0 303,3 347,0

Latas 1 mil t 132,6 147,4 166,5 180,9

Embalagens por habitante kg/hab. 1,4 1,5 1,6 1,8

Fonte: Abal (2011), Abrelpe (2010), Datasus e Brasil (2010d).Elaboração dos autores.

A tabela 5, por sua vez, apresenta a evolução do consumo aparente de aço no Brasil, que também vem crescendo de forma significativa. Todavia, para este material o setor de embalagens tem uma relevância menor, uma vez que responde por apenas 4% do consumo aparente do material. Desta forma, a quantidade de aço e sucata ferrosa encontrada nos resíduos deve-se menos à presença de embalagens e mais a outros bens, como eletrodomés-ticos. Neste sentido, possíveis programas de eficiência energética que venham a estimular a substituição de eletrodomésticos pouco eficientes deveria ser acompanhada de uma política de coleta seletiva para remanufatura ou reciclagem destes bens.

Apesar da pequena participação do setor de embalagens para o setor siderúrgico, as embalagens de aço, em termos de quantidade por habitante, ainda correspondem a mais que o dobro das embalagens de alumínio. Isto provavelmente se deve à maior densidade do ferro e à maior gama de produtos que ainda utilizam latas de aço. Todavia, diferentemente do alumínio, a quantidade consumida de embalagens de aço por habitante mostrou uma leve redução no consumo durante o período analisado, talvez pela própria substituição desse material por outros mais leves, como o alumínio e o plástico.

TABELA 5Consumo aparente de aço

Unidade 2005 2006 2007 2008

Consumo aparente 1 mil t 19.851,6 20.249,7 24.989,5 27.192,3

Embalagens 1 mil t 936 873 891 886

Embalagens por habitante kg/hab. 5,1 4,7 4,7 4,7

Fonte: Datasus e Brasil (2010d).Elaboração dos autores.

Os dados sobre consumo aparente de papel/papelão são apresentados na tabela 6. O papel/papelão se diferencia dos demais materiais descritos anteriormente pelo fato de grande parte de seus produtos terem um ciclo de vida curto e acabarem sendo descartados como RSUs, caso de jornais, revistas e uma grande parte do papel de imprimir e escrever. Todavia, para manter a consistência com os demais setores e devido à dificuldade de se estimar o quanto dos outros segmentos da indústria de papel seria descartado, manteve-se o destaque apenas para as embalagens. Os dados apresentados mostram a importância das embalagens para o setor de papel/papelão, uma vez que elas representam quase 50% do consumo aparente destes. Ao mesmo tempo, o papel e, principalmente, o papelão, têm um uso bastante elevado entre as embalagens, uma vez que o consumo deste material por habitante é significativamente superior ao consumo de embalagens fabricadas com os outros materiais.

Page 15: relatorio residuos solidos urbanos

14 Relatório de Pesquisa

TABELA 6Consumo aparente de papel e papelão

Unidade 2005 2006 2007 2008

Consumo aparente 1 mil t 7.328 7.702 8.099 8.755

Embalagens 1 mil t 3.535 3.595 3.808 4.154

Embalagens por habitante kg/hab. 19,2 19,2 20,1 21,9

Fonte: Datasus e Bracelpa (2010).Elaboração dos autores.

Os dados de geração de resíduos de plástico consistem em informações bastante com-plexas, devido à diversidade de polímeros existentes, cada um com usos específicos e im-portância diferenciada nos resíduos sólidos. Esta complexidade se torna um dos principais desafios para a recuperação do plástico, uma vez que a reciclagem de resíduos plásticos misturados somente é usada para a fabricação de produtos de menor valor. Conforme a tabela 7, embora o consumo per capita de embalagens de plástico seja da mesma ordem de grandeza do aço, considerando sua baixa densidade, pode-se inferir que o volume de resíduos de embalagens plásticas seja bastante superior ao volume das embalagens de aço.

TABELA 7Consumo aparente do plástico

Unidade 2005 2006 2007 2008

Consumo aparente 1 mil t 4.174 4.483 4.987 5.391

PEAD 1 mil t 691,8 776,1 662,0 ...

PEBD 1 mil t 545,3 542,0 573,5 ...

PET 1 mil t 495,3 449,2 544,1 ...

PP 1 mil t 1.070,0 1.116,8 1.214,5 ...

OS 1 mil t 289,4 321,5 352,5 ...

PVC 1 mil t 682,3 625,5 804,4 ...

Embalagens 1 mil t 605 650 723 782

Embalagens por habitante kg/hab. 3,3 3,5 3,8 4,1

Fonte: Abiplast (2010), Abiquim (2008), Abrelpe (2010) e Datasus.Elaboração dos autores.Obs.: eventuais diferenças no consumo aparente total e no somatório das resinas se devem a variações nas diferentes fontes de informação.

Na tabela 8 são apresentados os dados relativos ao consumo de vidro. As embalagens têm um papel importante para os fabricantes de vidro, sendo responsáveis por cerca de 40% do consumo deste material. A participação do vidro nos RSUs possui algumas particularidades: em primeiro lugar, existem dificuldades técnicas para se reciclar vidros diferentes, como vidros de embalagem juntamente com vidros planos. Além disso, há a possibilidade da reutilização das embalagens, seja pela própria indústria, como no caso do setor de bebidas, seja pelo mercado informal. Estas possibilidades precisam ser levadas em consideração em uma política de logística reversa e responsabilidade compartilhada para estas embalagens.

TABELA 8Consumo aparente de vidro

Unidade 2005 2006 2007 2008

Consumo aparente 1 mil t 2.482 2.533 2.372 2.411

Embalagens 1 mil t 939 961 1.063 1.041

Embalagens por habitante kg/hab. 5,1 5,1 5,6 5,5

Fonte: Datasus e Brasil (2010e).Elaboração dos autores.

Page 16: relatorio residuos solidos urbanos

15Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

O gráfico 1 resume a evolução do consumo aparente, em peso, das embalagens dos diferentes materiais. Neste gráfico é possível visualizar a importância do papel e papelão, que se destacam dos demais; aço, plástico e vidro apresentam a mesma ordem de grandeza, enquanto o alumínio tem uma participação menor. A análise deste gráfico, porém, deve considerar que os materiais possuem densidades diferentes e que uma análise por volume, que não foi realizada neste estudo, pode apresentar situações diversas.

GRÁFICO 1Consumo aparente de embalagens(Em 1 mil t)

Alumínio Aço Papel/papelão Plástico Vidro

2005 2006 2007 2008

0

500

1.000

1.500

2.500

2.000

3.000

3.500

4.000

4.500

Fonte: tabelas 4, 5, 6, 7 e 8.

4 A COLETA

4.1 A coleta tradicional

A coleta e o transporte dos resíduos sólidos têm sido o principal foco da gestão de resíduos sólidos, especialmente em áreas urbanas. A tabela 9 apresenta esta evolução desde 2001. A taxa de cobertura vem crescendo continuamente, já alcançando, em 2009, quase 90% do total de domicílios e se aproximando da totalidade dos domicílios urbanos. Apesar do ele-vado índice, esta cobertura é distribuída de forma desigual no território. Existem diferenças entre as taxas de cobertura nas várias regiões do país, sendo as regiões Norte e Nordeste aquelas com menor taxa.

As discrepâncias mais alarmantes, porém, ocorrem quando se comparam os domicílios urbanos com os domicílios rurais, uma vez que a coleta em domicílios rurais alcança apenas metade da taxa de cobertura das áreas urbanas nas regiões Sudeste e Sul, estando ainda abaixo dos 30% nas demais regiões.

Devido à dispersão dos domicílios rurais, não se defende, aqui, que se reproduza nesses locais o modelo de coleta urbana, entretanto, avanços são necessários. Tradicionalmente, os resíduos sólidos produzidos nas propriedades rurais são “tratados” e dispostos nos próprios domicílios: a fração orgânica é utilizada para alimentar animais ou disposta diretamente no solo, onde se degrada naturalmente. Ao mesmo tempo, a parte não orgânica, que era gerada

Page 17: relatorio residuos solidos urbanos

16 Relatório de Pesquisa

em pequena quantidade, era reaproveitada e transformada em utensílios domésticos. O acesso aos bens industrializados, entretanto, vem aumentando e, consequentemente, tam-bém vem crescendo a presença de resíduos não orgânicos nos resíduos rurais. Nesse sentido, a participação de produtos que geram resíduos perigosos – como baterias, lâmpadas fluores-centes, embalagens de produtos químicos etc. – também se vem ampliando. Por este motivo, é importante que os governos locais desenvolvam estratégias de coleta e tratamento, mesmo com uma frequência inferior àquela adotada em áreas urbanas, para atender os domicílios localizados em áreas rurais.

TABELA 9Cobertura da coleta direta e indireta de resíduos sólidos(Em %)

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Brasil 83,2 84,8 85,6 84,7 85,7 86,5 87,3 87,9 88,6

Urbano 94,9 95,9 96,5 96,3 97,0 97,4 97,9 98,1 98,5

Rural 15,7 18,6 20,5 21,6 23,9 26,0 28,4 30,2 32,7

Norte 82,2 85,1 85,7 71,3 74,1 76,6 79,0 80,1 82,2

Urbano 85,3 88,1 88,6 88,9 91,6 93,5 95,2 95,7 97,1

Rural ... ... ... 17,0 19,2 20,6 23,3 24,9 29,4

Nordeste 66,3 68,5 70,1 69,8 71,9 72,8 73,9 75,4 76,2

Urbano 88,4 90,3 91,8 90,8 92,8 93,3 94,3 95,3 95,8

Rural 8,7 10,2 11,6 11,4 15,0 15,4 16,9 18,4 19,8

Sudeste 92,3 93,6 93,9 94,2 94,4 94,8 95,3 95,3 95,9

Urbano 97,8 98,5 98,6 98,7 98,9 99,1 99,3 99,2 99,5

Rural 27,9 34,1 35,0 38,0 39,0 42,1 44,7 47,0 50,5

Sul 84,4 85,4 86,7 87,3 87,9 89,3 90,5 90,7 91,5

Urbano 98,1 98,4 98,7 98,8 98,8 99,2 99,4 99,4 99,6

Rural 20,6 23,6 28,2 30,7 32,5 38,8 44,2 46,2 49,0

Centro-Oeste 84,4 85,8 86,1 86,7 87,1 87,8 88,2 89,2 89,9

Urbano 95,7 96,7 97,5 97,4 98,1 98,7 98,6 98,9 98,8

Rural 11,4 13,5 15,4 20,4 19,6 19,5 21,7 21,8 26,4

Fonte: IBGE (2010b).Elaboração dos autores.

Além da cobertura, outra questão importante é a quantidade de resíduos coletados. Esta quantidade é apresentada na tabela 10, considerando os resultados por região e por tamanho de município.

TABELA 10Estimativa da quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos coletados

Unidade de análise

Quantidade de resíduos coletados Quantidade de resíduos por habitante urbano

2000 2008 2000 2008

(t/dia) (t/dia) (kg/hab. dia) (kg/hab. dia)

Brasil 149.094,30 183.481,50 1,1 1,1

Municípios pequenos 53.301,40 79.372,20 1,0 1,2

Municípios médios 47.884,10 62.743,40 1,0 1,1

Municípios grandes 47.908,80 41.365,90 1,4 1,1

Norte 10.991,40 14.637,30 1,2 1,3

Nordeste 37.507,40 47.203,80 1,1 1,2

Sudeste 74.094,00 68.179,10 1,1 0,9

Sul 18.006,20 37.342,10 0,9 1,6

Centro-Oeste 8.495,30 16.119,20 0,8 1,3

Fonte: Datasus e IBGE (2002, 2010a).Elaboração dos autores.Obs.: a edição da PNSB 2000 apresenta dados relativos à coleta total no município e à quantidade recebida de outros municípios, enquanto na edição

de 2008 as informações apenas fazem referência à quantidade coletada no próprio município. Para evitar dupla contagem e para manter a consistência entre as pesquisas, os dados apresentados referem-se apenas à quantidade de resíduos coletada dentro do município.

Page 18: relatorio residuos solidos urbanos

17Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

A evolução temporal da quantidade de resíduos coletados apresenta algumas incon-sistências, as quais dificultam sua análise. Os dados indicam um aumento da quantidade, em termos absolutos e relativos, nos municípios pequenos e médios, porém redução nos municípios grandes.4 A mesma inconsistência aparece nos dados regionais, nos quais houve aumento em todas as regiões, menos no Sudeste. Devido à importância dos municípios grandes e do Sudeste na média nacional, em vez de se verificar um aumento na quantidade coletada no país, como seria esperado, percebe-se que ela se mantém constante. As causas desta inconsistência não são claras e devem ser verificadas com o IBGE.

4.2 A coleta seletiva e as estações de triagem

Uma das principais estratégias para a redução da quantidade de resíduos dispostos nos ater-ros sanitários é a criação de sistemas de coleta seletiva. A avaliação do desempenho da coleta seletiva no Brasil, porém, também apresenta importantes desafios. Uma parte considerável da coleta de materiais recicláveis é feita por catadores de maneira informal, e assim não é contabilizada nas estatísticas oficiais. Por este motivo, os dados apresentados aqui devem ser considerados com cautela, uma vez que representam o valor mínimo da quantidade de RSUs encaminhada para a reciclagem.

A tabela 11 apresenta a implantação de programas de coleta seletiva no Brasil e nas regiões. Em termos nacionais, o número de municípios com algum sistema de coleta sele-tiva aumentou em 120%, mas a fração dos municípios que já possuem algum sistema de coleta não ultrapassa os 18% do total. A maioria dos programas em vigência se localiza nas regiões Sul e Sudeste.

Com relação à área de abrangência dos programas de coleta seletiva, os dados sugerem que os novos programas criados nas regiões Sul e Nordeste têm buscado atender a todo o municí-pio, enquanto aqueles criados na região Sudeste têm concentrado-se apenas na sede municipal.

TABELA 11Distribuição da coleta seletiva por região

Unidade de análiseMunicípios com coleta seletiva Todo município (%) Somente sede municipal (%) Outras áreas (%)

2000 2008 2000 2008 2000 2008 2000 2008

Brasil 451 994 39 38 29 41 32 21

Norte 1 21 0 5 0 48 100 48

Nordeste 27 80 19 38 33 30 48 33

Sudeste 140 408 38 32 18 42 44 26

Sul 274 454 42 46 34 20 23 34

Centro-Oeste 9 31 44 16 22 48 33 35

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

A tabela 12 caracteriza a coleta seletiva por tamanho de municípios. Estes dados mos-12 caracteriza a coleta seletiva por tamanho de municípios. Estes dados mos- caracteriza a coleta seletiva por tamanho de municípios. Estes dados mos-tram que a prática já vem sendo adotada por quase todos os municípios de grande porte e por mais da metade dos municípios de médio porte. Dada a importância destes municípios em termos populacionais e na geração de resíduos, uma possível estratégia para aumentar a quantidade de resíduos encaminhados para a reciclagem seria o desenvolvimento de po-líticas voltadas para a implantação de programas de coleta seletiva nos municípios médios.

4. No caso do município de São Paulo, por exemplo, a quantidade total de resíduos coletados em 2000 e 2008 passou de 20,8 mil t/dia para 11,4 mil t/dia, respectivamente; da mesma forma, no município do Rio de Janeiro, a quantidade declarada foi reduzida de 7,1 mil t/dia para 4,3 mil t/dia. Em ambos os casos não foi registrada, na base BME, a quantidade de resíduos coletados em vias públicas.

Page 19: relatorio residuos solidos urbanos

18 Relatório de Pesquisa

TABELA 12Municípios com coleta seletiva por grupo de municípios

Unidade de análiseNúmero de municípios Participação no total de municípios (%)

2000 2008 2000 2008

Brasil 451 994 8,2 17,9

Municípios pequenos 374 851 7,1 16,0

Municípios médios 69 130 32,7 54,4

Municípios grandes 8 13 61,5 92,9

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

A PNSB não apresenta dados sobre os métodos ou custos dos sistemas de coleta seletiva, portanto, para a análise destas informações, foi necessário consultar outras fontes. A pesquisa de 2008 do SNIS foi aplicada a 372 municípios, dos quais 111 afirmaram possuir algum tipo de sistema de coleta seletiva. A caracterização destes sistemas é apresentada na tabela 13. A leitura desta tabela, entretanto, deve ser feita com atenção, uma vez que as opções não são mutuamente exclusivas. Por exemplo, nesta amostra todos os sistemas de coleta porta à porta eram realizados ao mesmo tempo por agentes públicos e por organizações de catadores. Da mesma forma, muitas das prefeituras que realizavam coleta porta à porta também possuí-am a infraestrutura para coleta por meio de postos de entrega voluntária (PEVs).

TABELA 13Caracterização dos sistemas de coleta seletiva (2008)

Modalidade Agente público ou empresa contratada Empresa do ramo Organizações de catadores Outros agentes

Porta a porta 82 - 82 3

PEVs 39 - - 4

Outros 19 - 7 ...

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2010c).Elaboração dos autores.

Todavia, a confrontação desses dados com as informações fornecidas pela pesquisa Ciclosoft, organizada pelo Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre), indica a necessidade de um aprofundamento das pesquisas sobre o tema. Em 2008, esta pesquisa coletou informações sobre programas de coleta seletiva em 405 municípios. Segundo os resultados divulgados, menos da metade dos municípios (201) desenvolviam a coleta pelo sistema porta a porta. Além disso, somente 174 destes programas (43%) teriam relação com cooperativas de catadores de materiais recicláveis (Cempre, 2008). Esta diferença pode ser decorrente do fato de as duas pesquisas adotarem amostras diferentes. Portanto, seria im-portante que o Cempre tornasse os microdados de sua pesquisa públicos, para que se tivesse um entendimento mais apurado da realidade da coleta seletiva no Brasil.

Além das modalidades de coleta, outra informação fundamental para o planejamento de políticas de estímulo à coleta seletiva refere-se ao custo de tais programas. Todavia, esta informação não foi coletada nem pela PNSB nem pelo SNIS. Desta forma, a única fonte identificada foi a pesquisa Ciclosoft, cujas informações disponíveis são muito limitadas e se restringem a um grupo de apenas doze municípios, conforme apresentado na tabela 14. Neste caso, assim como no anterior, seria muito útil que os dados da pesquisa do Cempre fossem tornados públicos.

Page 20: relatorio residuos solidos urbanos

19Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

TABELA 14Estimativa dos custos de coleta seletiva (2008)

Número de municípios 12

Despesas com coleta (R$/ano) 22.988.418,91

Material coletado (t/ano) 106.632,00

Custo médio da coleta seletiva (R$/t) 215,59

Fonte: Cempre (2008).Elaboração dos autores.

Outro ponto importante também não incluído na pesquisa do IBGE diz respeito à quantidade de material recuperado pelos programas de coleta seletiva. Estes dados vêm sen-do levantados pelo Ministério das Cidades de forma amostral por meio do SNIS, conforme apresentado na tabela 15.

TABELA 15Quantidade de material recuperado por programas de coleta seletiva, municípios selecionados (2008)

Unidade de análise MunicípiosQuantidade de material recuperado (kg/hab. urbano)

Papel Plástico Metais2 Vidro

Amostra total1 131 3,4 2,0 0,8 0,6

Municípios pequenos1 36 4,8 2,9 1,5 0,9

Municípios médios 87 5,3 3,0 1,2 0,8

Municípios grandes 8 1,5 1,1 0,4 0,4

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2010c).Elaboração dos autores.Notas: 1 O município de Barão de Cocais-MG foi excluído da amostra, por ter sido considerado um outlier, com uma coleta declarada de 2,3 mil kg

de papel por habitante de área urbana e 472 kg de plástico por habitante de área urbana.2 Como o SNIS não diferencia os diferentes tipos de metais, não foi possível fazer a separação entre aço e alumínio.

A partir desses dados, em conjunto com as informações disponíveis na PNSB sobre municípios que realizam coleta seletiva, estimou-se a quantidade total de material coletado por tais programas no Brasil. Esta informação, entretanto, é apenas indicativa e deve ser utilizada com cautela, uma vez que muitos municípios não oferecem programas de coleta seletiva a toda sua população. Esta estimativa é apresentada na tabela 16.

TABELA 16Estimativa da quantidade de material recuperado por programas de coleta seletiva (2008)

Unidade de análise Municípios que realizam coleta seletivaPopulação urbana Papel Plástico Metais Vidro

Número de habitantes 1 mil t/ano 1 mil t/ano 1 mil t/ano 1 mil t/ano

Brasil 994 77.708.739 285,7 170,3 72,3 50,9

Municípios pequenos 862 14.951.052 71,6 43,6 22,2 13,8

Municípios médios 120 31.308.914 166,6 92,4 36,9 23,7

Municípios grandes 12 31.448.773 47,6 34,3 13,2 13,3

Fonte: Ministério das Cidades (2010c) e IBGE (2010a).Elaboração dos autores.

Além da coleta seletiva, outra estratégia de redução da quantidade de resíduos sólidos encaminhados para os aterros é a utilização direta de usinas ou estações de triagem sem coleta seletiva anterior. Nestas unidades, o RSU coletado de forma tradicional é separado e, em momento posterior, encaminhado para reciclagem. Esta solução, apesar de ter uma implementação mais simples que a dos programas de coleta seletiva, apresenta uma eficácia mais baixa que tais programas, pois o material recolhido possui alto grau de contaminantes. Conforme pode ser observado na tabela 17, apesar de o número de municípios que pos-suem estações de triagem ter aumentado de maneira considerável, a quantidade de resíduos encaminhados para tais instalações não cresceu de forma significativa.

Page 21: relatorio residuos solidos urbanos

20 Relatório de Pesquisa

Para 2008, os dados ainda indicam uma presença relativa mais significativa nos mu-nicípios de grande porte (50%), seguidos dos de médio porte (19%) e, por fim, dos de pequeno porte (7%). Além disso, tais instalações têm sido adotadas com mais frequência nas regiões Sul e Sudeste, onde estão presentes, respectivamente, em 20% e 15% dos mu-nicípios, enquanto não ultrapassam 2% dos municípios nas demais regiões.

TABELA 17Estações de triagem de resíduos recicláveis

Unidade de análise

Municípios com estações de triagem Quantidade de resíduos encaminhados para estações de triagem no próprio município

Número Número t/dia t/dia

2000 2008 2000 2008

Brasil 189 445 2.148,3 2.592,0

Municípios pequenos 173 389 1.787,3 1.223,3

Municípios médios 16 49 361,0 1.032,1

Municípios grandes - 7 - 336,6

Norte - 7 - 62,5

Nordeste 13 17 107,6 72,3

Sudeste 70 243 1.154,9 1.426,5

Sul 98 167 806,1 1.009,4

Centro-Oeste 8 11 79,7 21,3

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

5 DESTINAÇÃO FINAL

A Lei no 12.305/2010 define, em seu Artigo 3o,

destinação final ambientalmente adequada, a destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reci-clagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (Brasil, 2010a).

A PNSB considerou como unidades de destinação final aterros controlados, aterros sanitários, unidades de compostagem, unidades de tratamento por incineração, unidades de triagem para reciclagem, vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagáveis, lo-cais não fixos (na edição de 2000) e outras unidades de destinação. Além disso, a PNSB dividiu a destinação final em duas categorias: “destinados a este município” e “destinados a outro município”.

Esse fato gerou dúvidas no momento de análise dos dados, pois para a PNSB 2008 a quantidade total de resíduos encaminhados para destinos finais no próprio município somados aos encaminhados para outro município era igual a 259.538,80 t/d. A quantidade total coletada, porém, era de 183.481,50 t/d, havendo uma diferença entre a quantidade destinada e a coletada equivalente a 76.067,30 t/d.

Para tentar identificar a causa dessa diferença elaborou-se a tabela 18 contendo a relação dos municípios cujas entidades prestadoras de serviço declararam a quantidade de resíduos, recebidos em solo próprio e/ou destinados a outros, acima de 1 mil t/d. O anexo A apresenta as partes do questio-nário referentes às informações das quantidades de resíduos coletadas e destinadas.

Page 22: relatorio residuos solidos urbanos

21Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

A análise do questionário da PNSB sugere uma provável duplicação de informação referente à quantidade de material encaminhado para os destinos finais.5 Como exemplo, cita-se o município de Caieiras-SP, que, apesar de coletar 76 t/d de RSUs, recebe no ater-ro do próprio município 7.076 t/d. Pode-se supor que, além das 76 t/d coletadas em seu próprio município, ele receba mais 7 mil 0 t/d de outros municípios. A duplicação ocorre devido ao fato de esses outros municípios, provavelmente, declararem em seu questionário que destinavam uma determinada quantidade para outro município, sendo os resíduos contabilizados duas vezes.

A soma da quantidade excedente, ou seja, a diferença entre o total destinado e o total coletado, equivale a 79.727,70 t/d para os municípios que destinam e/ou recebem resíduos acima de 1 mil t/d e se aproxima do valor de 76.067,30 t/d, que corresponde à diferença entre o total coletado e o encaminhado para destino final. Sendo assim, optou-se por tra-balhar apenas com os valores de quantidade de resíduos destinados ao próprio município, ou seja, 188.815 t/d. Este valor torna-se mais consistente se comparado com a quantidade total coletada: 183.481,50 t/d.

5. Em consulta ao IBGE, obteve-se a seguinte resposta sobre a incompatibilidade entre a quantidade coletada e a destinada. “Ao acompanharmos o fluxo do questionário de manejo de resíduos sólidos, tem-se que no bloco 7 são informados volumes coletados no município; no bloco 8, volumes coletados e/ou recebidos para disposição no solo no município; e no bloco 9 são registradas as quantidades destinadas (para disposição no solo e/ou em unidades de processamento) ao próprio e/ou a outro município. No entanto, foi possível fazer a crítica de consistência do preenchimento dos questionários, mas não ‘amarrar’ a informação entre municípios, dado que não se identifica o ‘outro município’ a que se destina parte do lixo. Disto, erroneamente pode ocorrer a duplicidade identificada na nota do Ipea, no caso de uma mesma quantidade estar registrada no questionário de quem faz destinação no próprio município (do volume recebido) e no questionário de quem destina a outro município aquilo que coleta”.

Page 23: relatorio residuos solidos urbanos

22 Relatório de Pesquisa

TABE

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Page 24: relatorio residuos solidos urbanos

23Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

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Page 25: relatorio residuos solidos urbanos

24 Relatório de Pesquisa

Para a PNSB 2000, identificou-se outra dificuldade, pois a quantidade total de resídu-os encaminhados para destinos finais no próprio município somados aos encaminhados para outro município é igual a 228.413 t/d (IBGE, 2002, tabela 110); porém, quando se utiliza a base de dados da BME, conforme apresentado na tabela 19, não se encontra esse valor, e sim 157.708 t/d para a quantidade total de resíduos encaminhados para destinos finais no próprio município somados aos encaminhados para outro município. Utilizando a mesma metodologia que na PNSB 2008, fez-se o somatório da quantidade total de resíduos encaminhada somente para destino final no município, que resulta em 140.080 t/d. Esse valor se aproxima da quanti-dade total de resíduo coletado na época, que foi de 149.094 t/d (IBGE, 2002).

TABELA 19Quantidade total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos destinados no próprio município e encaminhados para outro município (2000)

Destinação final Este município Outro município Total

Aterro controlado 33.854 869 34.724

Aterro sanitário 49.615 14.550 64.164

Estação de compostagem 6.365 170 6.535

Estação de triagem 2.158 92 2.250

Incineração 483 27 511

Locais não fixos 877 1 878

Outra unidade 1.015 3 1.018

Vazadouro 45.485 1.908 47.392

Áreas alagadas 228 9 237

Total 140.080 17.628 157.708

Fonte: IBGE (2002).Elaboração dos autores.

Portanto, para este relatório, adotou-se a quantidade de 140.080 t/d de resíduos sóli-dos domiciliares e/ou públicos encaminhados para um destino final, para a PNSB 2000, e 188.814,90 t/d, para a PNSB 2008. A tabela 20 apresenta a quantidade coletada e a desti-20 apresenta a quantidade coletada e a desti- apresenta a quantidade coletada e a desti-nada, além da respectiva diferença entre elas, para os anos 2000 e 2008.

TABELA 20Quantidade total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos coletados e destinados

Unidade de análiseQuantidade de resíduos coletados (t/d)

Quantidade de resíduos encaminhados para destinação final (t/d)

Diferença entre a quantidade de resíduos coletada e destinada após a correção proposta (%)

2000 2008 2000 2008 2000 2008

Brasil 149.094,30 183.481,50 140.080 188.815 -6,1 2,9

Municípios pequenos 53.301,40 79.372,20 53.034,7 81.209,3 -0,5 2,31

Municípios médios 47.884,10 62.743,40 46.249,2 79.305,8 -3,4 26,4

Municípios grandes 47.908,80 41.365,90 40.796,1 28.299,8 -14,8 -31,6

Norte 10.991,40 14.637,30 10.929,0 14.229,20 -0,6 -2,8

Nordeste 37.507,40 47.203,80 33.876,7 55.723,20 -9,7 18,0

Sudeste 74.094,00 68.179,10 67.656,1 84.227,00 -8,7 23,5

Sul 18.006,20 37.342,10 16.893,2 21.929,30 -6,2 -41,3

Centro-Oeste 8.495,30 16.119,20 10.725,00 12.706,20 26,2 -21,2

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

Considerando apenas a destinação no próprio município, observa-se, pela tabela 20, que, em 2000, 6% dos resíduos coletados deixaram de ser encaminhados para um destino final e, em 2008, 3% a mais da quantidade de resíduos coletados foram para algum outro

Page 26: relatorio residuos solidos urbanos

25Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

destino final, não contabilizado na pesquisa. Neste segundo caso, pode ter ocorrido de uma unidade de destinação (unidade de compostagem ou unidade de triagem, por exemplo) que recebeu resíduos coletados ter encaminhado os rejeitos do processo para outra unidade de destino final (aterro sanitário, aterro controlado ou lixão, por exemplo). Assim, parte dos re-síduos coletados pode estar sendo contabilizada em duas unidades distintas de destino final. 6

Quando se analisa essa tabela por regiões, porém, observa-se que o erro torna-se muito superior. Por exemplo, a região Sul, em 2008, não destinou 41% dos resíduos que foram coletados; ao mesmo tempo, a região Sudeste destinou 24% a mais que a quantidade dos resíduos coletados.

Com relação ao porte dos municípios é mais plausível concordar que haja uma redução no percentual do resíduo destinado em relação ao coletado para os grandes municípios, uma vez que se tem verificado o encaminhamento dos resíduos coletados para destinação em outro município, em geral, de menor porte. A tabela 21 apresenta a quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para destinação final.

TABELA 21Quantidade diária de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para destinação final (2000 e 2008)

Unidade de análise

Quantidade de resíduos encaminhados para destinação final (t/d)

Quantidade de resíduos destinados por habitante urbano (kg/hab. dia)

2000 2008 2000 2008

Brasil 140.080 188.815 1,0 1,2

Municípios pequenos 53.034,7 81.209,3 1,0 1,3

Municípios médios 46.249,2 79.305,8 0,9 1,4

Municípios grandes 40.796,1 28.299,8 1,2 0,7

Norte 10.929,0 14.229,20 1,2 1,3

Nordeste 33.876,7 55.723,20 1,0 1,4

Sudeste 67.656,1 84.227,00 1,0 1,1

Sul 16.893,2 21.929,30 0,8 0,9

Centro-Oeste 10.725,00 12.706,20 1,1 1,0

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

Em uma análise geral, a quantidade de resíduos encaminhados para destinação final aumentou, em média, 35% em um intervalo de oito anos. Quanto à distribuição por estra-to populacional, apenas os municípios de grande porte apresentaram redução significativa do total de resíduos encaminhados para um destino final.

Comparando os valores da tabela 22 (2000) e da tabela 23 (2008) vê-se a diferença entre a quantidade coletada e a encaminhada para destino final para os municípios que destinavam mais de 1 mil t/d entre 2000 e 2008. Com os dados da tabela 22, pode-se ob-22, pode-se ob-, pode-se ob-servar que os municípios de médio e grande portes destinavam seus resíduos coletados, em parte ou totalmente, para áreas localizadas em solo próprio. Nota-se que a quantidade de resíduos destinados em local do próprio município está próxima da quantidade coletada.

6. Problema semelhante foi identificado no Panorama do saneamento básico no Brasil, volume 2, do Ministério das Cidades, o qual relata que houve uma diferença, no SNIS 2007, entre as massas de resíduos coletadas e recebidas nas unidades de processamento. De acordo com este documento, o erro pode ter como causa omissão quanto à existência de outra unidade de processamento ou então a massa rejeitada em uma unidade de beneficiamento de materiais recicláveis pode ter sido considerada nas unidades de disposição final, ou ainda, as unidades de processamento de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos podem ter recebido outros tipos de resíduos que não estes.

Page 27: relatorio residuos solidos urbanos

26 Relatório de Pesquisa

TABELA 22Municípios que recebiam, nos destinos finais, mais que 1 mil t/d de resíduos (2000)

Município População urbanaQuantidade coletada de resíduos sólidos

domiciliares e/ou públicos (t/d)Total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos destinados em solo próprio (t/d)

São Paulo 10.434.252 20.855,70 20.815,70

Belo Horizonte 2.238.526 3.201,80 3.848,40

Salvador 2.443.107 2.636,50 2.636,50

Brasília 2.051.146 1.556,70 2.567,20

Manaus 1.405.835 2.180,00 2.400,00

Rio de Janeiro 5.857.904 7.058,70 2.219,00

Belém 1.280.614 2.012,00 2.012,00

Campinas 969.396 1.641,00 1.708,80

Goiânia 1.093.007 1.279,70 1.279,70

Natal 712.317 1.223,00 1.223,50

Porto Alegre 1.360.590 1.340,00 1.110,00

Teresina 715.360 1.058,90 1.059,50

Curitiba 1.587.315 1.186,70 1.057,60

Maceió 797.759 1.050,00 1.050,00

João Pessoa 597.934 1.027,90 1.027,90

Fonte: IBGE (2002).Elaboração dos autores.

Em 2008, não se pode fazer a mesma análise que em 2000, pois se supõe que alguns municípios, principalmente os de grande porte, destinaram seus resíduos para outro mu-nicípio, geralmente de pequeno porte. Esta informação pode estar refletindo o fato de os municípios de grande porte estarem encaminhando seus resíduos para disposição naqueles de pequeno e médio portes, sendo uma das justificativas o término da vida útil de seus ater-ros e a não implantação de novos. Este fato explicaria a baixa significativa na quantidade de resíduos encaminhados a destino final em solo próprio para os municípios de grande porte.

TABELA 23Municípios que recebiam nos destinos finais mais que 1 mil t/d de resíduos (2008)

Município PopulaçãoQuantidade coletada de resíduos sólidos domiciliares

e/ou públicos (t/d)Total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos

destinados em solo próprio (t/d)

Caieiras 84.551 76,00 7.076,00

Salvador 2.947.925 2.541,90 6.523,00

São Paulo 10.891.456 11.474,90 6.245,30

Sumaré 234.343 162,30 5.000,00

Hortolândia 201.049 150,00 5.000,00

Sabará 122.125 48,00 3.500,00

Caucaia 291.442 219,00 3.277,00

João Pessoa 690.467 1.130,00 3.175,70

Manaus 1.700.348 3.015,00 3.015,00

Mauá 412.753 250,00 2.650,00

Rio de Janeiro 6.161.047 4.262,20 2.522,50

Lauro de Freitas 153.016 378,00 2.487,00

Simões Filho 102.765 66,10 2.486,00

Curitiba 1.828.092 1.299,60 2.456,70

São Luís 932.065 1.585,00 2.285,00

Brasília 2.469.653 5.800,00 2.236,00 (Continua)

Page 28: relatorio residuos solidos urbanos

27Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Município PopulaçãoQuantidade coletada de resíduos sólidos domiciliares

e/ou públicos (t/d)Total de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos

destinados em solo próprio (t/d)

Itaquaquecetuba 351.493 225,00 2.225,00

Paulínia 81.469 62,00 2.062,00

Timbaúba 45.046 2.000,00 2.000,00

Artur Nogueira 38.540 28,00 2.000,00

Butiá 19.173 6,20 2.000,00Engenheiro Coelho

10.176 7,00 2.000,00

Almeirim 18.695 1.821,00 1.821,00

Maceió 923.530 1.780,00 1.780,00

Belém 1.411.937 971,10 1.551,10Campos dos Goytacazes

389.928 1.300,00 1.317,90

Itapevi 201.995 107,80 1.307,80

São Gonçalo 982.115 1.200,00 1.233,00

Campo Grande 737.165 1.223,10 1.223,10

Goiânia 1.260.607 1.197,50 1.198,60

Santos 417.205 1.170,00 1.178,00

Camaçari 217.638 474,30 1.164,30

Cariacica 350.751 1.042,40 1.042,40

Guatapará 4.690 2,00 1.002,00

Fonte: IBGE (2010a).Elaboração dos autores.

A tabela 24 apresenta o percentual, em peso, dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para cada uma das formas de destinação final presentes na PNSB e o gráfico 2 mostra como foi essa distribuição percentual para os anos 2000 e 2008. Estes dados mostram que a disposição em solo (aterro sanitário, aterro controlado e vazadouro a céu aberto) foi responsável por receber mais de 90% do total de resíduos em ambos os anos.

TABELA 24Quantidade diária de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para diferentes formas de destinação final

Destino final2000 2008

Quantidade (t/d) % Quantidade (t/d) %

Aterro sanitário 49.614,50 35,4 110.044,40 58,3

Aterro controlado 33.854,30 24,2 36.673,20 19,4

Vazadouros a céu aberto (lixão) 45.484,70 32,5 37.360,80 19,8

Unidade de compostagem 6.364,50 4,5 1.519,50 0,8

Unidade de triagem para reciclagem 2.158,10 1,5 2.592,00 1,4

Unidade de tratamento para incineração 483,10 0,3 64,80 <0,1

Vazadouro em áreas alagáveis 228,10 0,2 35,00 <0,1

Locais não fixos 877,30 0,6 - -

Outra unidade 1.015,10 0,7 525,20 0,3

Total 140.080,70 - 188.814,90 -

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

(Continuação)

Page 29: relatorio residuos solidos urbanos

28 Relatório de Pesquisa

GRÁFICO 2Destinação dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos, por quantidade

(Em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2000 2008

Unidade de triagem para reciclagem

Outra unidade

Vazadouros a céu aberto (lixão)

Unidade de tratamento para incineração

Locais não fixos

Aterro controlado

Unidade de compostagem

Vazadouro em áreas alagáveis

Aterro sanitário

Qu

anti

dad

e d

esti

nad

a

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

Page 30: relatorio residuos solidos urbanos

29Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Para avaliar o número de municípios que apresentava determinado tipo de destinação final para os resíduos foi necessário construir a tabela utilizando-se o critério de ocorrência espacial por município, uma vez que um mesmo município poderia apresentar mais de um tipo de solução para a destinação final. A tabela 25 apresenta o número de municípios com presença de diferentes formas de destinação final para resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos e a gráfico 3 mostra a distribuição percentual referente a esta tabela.

TABELA 25Destinação final de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos por número de municípios

Destino finalNúmero de municípios Porcentagem de municípios1

2000 2008 2000 2008

Aterro sanitário 810 1.540 14,5 27,7

Aterro controlado 1.074 1.254 19,3 22,5

Vazadouros a céu aberto (lixão) 3.763 2.810 54,61 50,5

Unidade de compostagem 157 211 2,8 3,8

Unidade de triagem para reciclagem 248 643 4,5 11,6

Unidade de tratamento para incineração 176 134 3,2 0,6

Vazadouro em áreas alagáveis 33 14 0,6 0,3

Locais não fixos 109 - 2 -

Outra unidade 43 134 0,8 2,4

Total de municípios 5.565 5.565 - -

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.Nota: 1 A soma das porcentagens é superior a 100%, pois um mesmo município pode ter mais de uma forma de destinação final para seus resíduos.

Page 31: relatorio residuos solidos urbanos

30 Relatório de Pesquisa

GRÁFICO 3Destinação dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos, por número de ocorrência

(Em %)

Outra unidade

Locais não fixos

Vazadouro em áreas alagáveis

Unidade de tratamento para incineração

Unidade de triagem para reciclagem

Unidade de compostagem

Vazadouros a céu aberto (lixão)

Aterro controlado

Aterro sanitário

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2000 2008

Mu

nic

ípio

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

Page 32: relatorio residuos solidos urbanos

31Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

A tabela 25 mostra que, em oito anos, praticamente dobrou o número de municípios que destinavam seus resíduos em aterro sanitário, apesar da disposição final em lixões ainda ser realidade em 50% dos municípios brasileiros. De acordo com o documento da proposta do Plano de Saneamento Básico (Brasil, 2011),

[e]m relação à destinação final, observa-se que, segundo os microdados da PNSB de 2008, os vaza-douros estão presentes em 48% dos municípios brasileiros, representando integral ou parcialmente as unidades de destino dos resíduos sólidos no país, o que corresponde a 17,9% do volume de resíduos sólidos coletados no país, segundo a mesma fonte.

A partir da tabela 24 e da tabela 25, observa-se que os valores encontrados nesta pesquisa aproximam-se dos citados no referido documento, ou seja, a pesquisa na BME mostrou que os vazadouros a céu aberto estão presentes em 50,5% dos municípios brasi-leiros, correspondendo a 19,8% da quantidade total, em massa, dos resíduos sólidos enca-minhados para um destino final. Se a comparação for feita com relação à quantidade total coletada, este valor aumentará para 20,4%.

Nas próximas seções serão analisadas de maneira mais detalhada as diferentes formas de destinação final para os RSUs, incluindo a reciclagem, a compostagem e a disposição final no solo (vazadouro a céu aberto, aterro controlado e aterro sanitário).

5.1 A reciclagemDe forma semelhante à seção 3, aqui é feita uma análise, a partir dos dados disponíveis, da reciclagem dos diferentes materiais. Estes dados foram obtidos a partir de relatórios divulgados pelas associações setoriais. Uma das principais limitações dessas fontes é o fato de os setores, com poucas exceções, não computarem separadamente a reciclagem do resíduo pré-consumo, aquele gerado nos processos produtivos, e os resíduos pós-consumo, decorrentes da utilização de um bem. O primeiro resíduo seria uma importante ferramenta de análise de eficiência industrial e poderia ser utilizado pelo governo como indicador de eficiência material das empresas. O segundo tipo de resíduo, por sua vez, é aquele que tem mais relevância para estudos na área de saneamento. Em geral, neste trabalho, salvo quando explicitado, os dados de reciclagem são referentes aos dois tipos de reciclagem de forma conjunta.

No caso do alumínio, conforme apresentado na tabela 26, a taxa geral de reciclagem se tem mantido estável nos últimos anos, oscilando na faixa dos 37%. A taxa de reciclagem das latas de alumínio também se tem mantido estável, porém em um patamar bastante superior, já acima dos 90%.

TABELA 26Reciclagem de alumínio

Unidade 2005 2006 2007 2008

Resíduo reciclado 1 mil t 301,0 370,0 340,0 412,0

Latas recicladas 1 mil t 127,7 139,1 160,6 165,8

Taxa de reciclagem % 36,2 41,4 35,5 36,6

Taxa de reciclagem (latas) % 96,2 94,4 96,5 91,5

Fonte: Abal (2011), Datasus e Brasil (2010d).Elaboração dos autores.

Conforme apresentado na tabela 27, as estimativas para a reciclagem do aço são mais detalhadas graças ao esforço do MME, que vem buscando aumentar a sistematização das informações na área (Vasques, 2009). Neste caso, o resíduo interno às usinas é aquele ge-rado pelo próprio setor siderúrgico na confecção de produto de aço; o resíduo industrial

Page 33: relatorio residuos solidos urbanos

32 Relatório de Pesquisa

refere-se àquele gerado durante a produção de bens, como a indústria automobilística e de eletrodomésticos; por fim, a sucata de obsolescência seria o “ferro velho” propriamente dito. Com relação a este último grupo, uma importante fração se relaciona com resíduos volu-mosos, como aqueles da indústria automotiva e dos bens de capital que, segundo as estima-tivas de Vasques (2009), corresponderiam a quase 60% dos resíduos pós-consumo recicla-dos no país. Da mesma forma, o resíduo gerado pela construção civil tem uma importância bastante significativa na quantidade total de resíduos pós-consumo. Dessa forma, uma possível estratégia para estimular a reciclagem de aço seria a elaboração de políticas voltadas para resíduos de automóveis e para resíduos industriais; tais políticas poderiam ser desen-volvidas a partir de parcerias entre o MMA e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Uma política de estímulo à reciclagem de aço teria ainda um impacto positivo nas emissões de gases de efeito estufa pelo país, uma vez que a reciclagem é feita, em geral, em fornos elétricos, ao contrário do aço produzido a partir de minério de ferro, que requer carvão mineral.

TABELA 27Reciclagem de aço

Unidade 2005 2006 2007 2008

Resíduo reciclado 1 mil t 8.125 8.544 8.853 9.405

Resíduo interno às usinas 1 mil t 2.470 2.597 2.691 2.859

Resíduo industrial 1 mil t 2.486 2.614 2.709 2.878

Resíduos de obsolescência 1 mil t 3.169 3.332 3.453 3.668

Automobilístico 1 mil t 1.014 1.066 1.104 1.390

Bens de capital 1 mil t 866 910 943 991

Construção civil 1 mil t 447 470 487 629

Utilidades domésticas 1 mil t 275 290 300 347

Embalagens 1 mil t 224 235 244 97

Outros 1 mil t 138 145 150 214

Taxa de reciclagem % 40,9 42,2 35,4 34,6

Taxa de reciclagem embalagens % 23,9 27,0 27,4 ...

Fonte: Datasus, Brasil (2010d) e Vasques (2009).Elaboração dos autores.

A reciclagem de aparas de papel e papelão no Brasil também é uma atividade bastante consolidada, seja pelo próprio sistema de retorno de resíduos de gráficas e empresas de em-balagem, seja pela atuação dos catadores de material reciclável. Considerando os setores es-tudados neste relatório, este seria aquele com taxa de recuperação de resíduos mais elevada, conforme a tabela 28, embora isto se deva, conforme discutido anteriormente, à natureza dos produtos de papel, que, em sua maioria, têm um ciclo de vida curto.

TABELA 28Reciclagem de papel e papelão

Unidade 2005 2006 2007 2008

Resíduo reciclado 1 mil t 3.437,80 3.496,50 3.642,50 3.827,90

Embalagens recicladas 1 mil t 2.410,90 2.436,50 2.595,00 2.761,80

Taxa de reciclagem % 46,9 45,4 45,0 43,7

Taxa de reciclagem embalagens1 % 68,2 67,8 68,1 66,5

Fonte: Bracelpa (2009).Elaboração dos autores.Nota: 1Estimada a partir das aparas recicladas de papel Kraft e de papelão ondulado.

A avaliação da reciclagem de plásticos, conforme apresentado na tabela 29, requer uma análise mais cuidadosa, devido à diversidade de polímeros envolvidos. Como não há uma única organização por trás da indústria do plástico, a tabela precisou ser criada a partir de fontes diversas. Outra dificuldade da coleta de dados sobre a reciclagem de plástico é a grande quantidade de pequenas empresas envolvidas, o que dificulta pesquisas com todo o universo, sendo os dados elaborados a partir de pesquisas amostrais.

Page 34: relatorio residuos solidos urbanos

33Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Dos materiais analisados nesta pesquisa, o plástico, como um todo, é aquele com menor taxa de reciclagem. Os vários polímeros, entretanto, têm comportamentos bastante distintos. O PET talvez seja o segmento que vem obtendo melhor resultado, com taxas de reciclagem pós-consumo da ordem de 60%. O PEBD aparece em segundo lugar, com uma reciclagem pós-consumo de cerca de 20%; todos os outros polímeros, porém, apresentam taxas inferiores a 10%. Dessa forma, comparando os diferentes materiais, os plásticos são aqueles que apresentam menor taxa de recuperação, sendo potenciais alvos para políticas específicas de estímulo à reciclagem.

TABELA 29Reciclagem de plástico

Unidade 2005 2006 2007

Resíduo reciclado 1 mil t 860,0 914,0 962,0

Industrial 1 mil t 335,4 402,2 375,2

Pós-consumo 1 mil t 455,1 511,8 592,0

PEAD 1 mil t 51,9 ... 72,0

PEBD 1 mil t 89,9 ... 112,0

PET 1 mil t 244,4 ... 289,0

PP 1 mil t 32,6 ... 53,0

PS 1 mil t 18,4 ... 31,0

PVC 1 mil t 9,7 ... 22,0

Outros 1 mil t 77,6 ... 7,8

Taxa de reciclagem % 20,6 20,4 19,3

Taxa de reciclagem industrial % 8,0 9,0 7,5

Taxa de reciclagem pós-consumo % 12,9 11,4 11,8

PEAD % 7,5 ... 10,9

PEBD % 16,5 ... 19,5

PET % 49,3 ... 53,1

PP % 3,1 ... 4,4

PS % 6,4 ... 8,8

PVC % 1,4 ... 2,7

Fonte: Abiplast (2010), Abiquim (2008), Datasus e Plastivida (2005; 2008).Elaboração dos autores.

A tabela 30 resume as principais características da reciclagem de vidro. Os dados disponíveis referem-se apenas ao segmento de embalagens, sendo este o principal componente reciclado.

TABELA 30Reciclagem de vidro

Unidade 2005 2006 2007 2008

Embalagens reutilizadas 1 mil t 187,8 192,1 212,5 208,1

Resíduo reciclado (embalagens) 1 mil t 422,6 441,9 499,4 489,0

Taxa de reciclagem (embalagens) % 45 46 47 47

Fonte: MME (Brasil, 2010e) e Abrelpe (2010).Elaboração dos autores.

Conforme mencionado anteriormente, o vidro é caracterizado pela possibilidade de reutilização, sendo estimado que cerca de 20% das embalagens sejam reutilizadas pela in-dústria. Além do reuso industrial, estimativas indicam que o reuso caseiro e informal seria responsável por 33% dos destinos destas embalagens (Abrelpe, 2010).

O gráfico 4 compara as taxas de reciclagem dos diferentes materiais. Estas estimativas foram feitas a partir da quantidade de sucata ou aparas recicladas por cada setor e do consumo aparente de cada um dos materiais. Neste gráfico são consideradas de maneira conjunta tan-to a reciclagem pré-consumo quanto a reciclagem pós-consumo. A partir deste gráfico, são identificados dois grandes grupos de materiais: alumínio, aço e papel/papelão, que possuem taxas de reciclagem de mesma ordem de grandeza, acima de 35%; por sua vez, plástico e vidro alcançam valores próximos a 20%. Todavia, caso este indicador seja adotado, não se devem

Page 35: relatorio residuos solidos urbanos

34 Relatório de Pesquisa

fixar metas de 100%, uma vez que uma parte dos materiais é transformada em bens duráveis, como automóveis, eletrodomésticos, livros etc. Além disso, alguns produtos fabricados com estes materiais são de difícil reciclagem, como é o caso do vidro automotivo.

GRÁFICO 4Taxa de reciclagem de diferentes materiais

(Em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Co

nsu

mo

ap

aren

te

Alumínio Aço Papel/papelão Plástico Vidro

2005 2006 2007 2008

Fonte: tabelas 26, 27, 28, 29 e 30.

No gráfico 5, todavia, são apresentadas as taxas de reciclagem estimadas para diferentes embalagens. Neste gráfico não foram apresentados dados para plástico devido à dificuldade de se identificarem fontes consistentes que apresentassem a quantidade de embalagens recicladas. Este gráfico mostra um melhor desempenho do papel/papelão, seguido por alumínio e vidro. Na comparação entre os gráficos 4 e 5, o aço é o único material que apresenta certa redução das taxas de reciclagem, o que sugere que as reciclagens pré-consumo e pós-consumo de resí-duos sem ser de embalagens têm uma importância mais expressiva que as de embalagens.

GRÁFICO 5Taxa de reciclagem de embalagens

(Em %)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Co

nsu

mo

ap

aren

te d

e em

bal

agen

s

Alumínio1 Aço Papel /papelão Vidro

2005 2006 2007 2008

Fonte: tabelas 26, 27, 28 e 30.Nota: 1 A taxa de reciclagem do alumínio foi calculada como a razão entre a quantidade de latas de alumínio recicladas e o consumo aparente de embalagens.

Page 36: relatorio residuos solidos urbanos

35Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

5.2 Compostagem

5.2.1 Situação no Brasil

Apesar de os resíduos sólidos domiciliares no Brasil apresentarem alto percentual de resíduos orgânicos, as experiências de compostagem da fração orgânica são ainda in-cipientes. O resíduo orgânico, por não ser coletado em separado, acaba sendo enca-minhado para disposição final junto com os resíduos perigosos e com aqueles que deixaram de ser coletados de maneira seletiva. Esta forma de destinação gera, para a maioria dos municípios, despesas que poderiam ser evitadas caso a matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento específico, por exemplo, via compostagem (Massukado, 2008).

A Lei no 12.305/2010, em seu Artigo 3o, inciso VII, considera a compostagem como uma forma de destinação final ambientalmente adequada de resíduos. Cabe destacar que esta mesma lei estabelece como prioridade para a gestão e o gerenciamento dos resíduos só-lidos (Artigo 9o) “a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.

Dessa forma, apesar de a lei não explicitar a compostagem como um tipo de tratamento, ela assim será considerada neste trabalho. A tabela 31 apresenta a situação das unidades de compostagem nos anos 2000 e 2008, tanto em relação à quantidade tratada como em relação ao número de municípios que dispõem de unidades de compostagem como forma de destinação dos resíduos. TABELA 31

Número de municípios com unidades de compostagem e quantidade total de resíduos encaminhados para esses locais (2000 e 2008)

Unidade de análise

Número de municípios com unidades de compostagem no próprio município

Quantidade total de resíduos encaminhados para unidades de compostagem no próprio município (t/dia)

2000 2008 2000 2008

Brasil 157 211 6.364,5 1.519,5

Estrato populacional

Municípios pequenos 139 190 529,8 497,2

Municípios médios 15 12 751,0 495,0

Municípios grandes 3 6 5.083,3 527,7

Macrorregião

Norte 1 3 5,0 18,4

Nordeste 17 3 112,5 13,0

Sudeste 70 110 5.368,9 684,6

Sul 68 92 192,5 475,3

Centro-Oeste 1 3 685,6 328,2

Observa-se que, apesar do aumento do número de municípios com unidades de compostagem, a quantidade tratada foi reduzida. Esta redução foi mais expressiva na re-gião Sudeste, que em 2000 tratava 5.368,9 t/d (tabela 31) de resíduos e em 2008 passou a tratar 684,6 t/d (tabela 31).

É provável que essa redução seja atribuída especificamente ao município de São Paulo, que, em 2000, contribuía com 4.290 t/d e em 2008 não encaminhava mais resíduos para unidades de compostagem.7

7. O fechamento da usina de compostagem de Vila Leopoldina, em 2004, e a não instalação de uma nova refletiu na redução da quantidade de resíduos encaminhada para a unidade de compostagem. Este fato não significa exatamente um cenário ruim para a gestão de resíduos, uma vez que a usina produzia um composto de baixa qualidade do ponto de vista agronômico, pois os resíduos eram provenientes da coleta misturada, cuja separação nas esteiras não era eficiente a ponto de conseguir separar os resíduos orgânicos dos recicláveis e dos resíduos contaminantes; além disso, a localização da própria usina gerava muitas reclamações por parte da população.

Page 37: relatorio residuos solidos urbanos

36 Relatório de Pesquisa

A avaliação do potencial existente para tratamento da fração orgânica dos resíduos sólidos produzidos foi feita a partir da composição gravimétrica dos resíduos coletados no Brasil. Para tanto, foi construída a tabela 32, a partir da média simples da composição gravimétrica de 93 municípios brasileiros, pesquisados entre 1995 e 2008.8 De forma geral, a grande parte desses estudos apresentava a classificação em metal, papel/papelão, plásticos, vidro, orgânicos e outros.

TABELA 32Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil

MateriaisParticipação

Quantidade

2000 2008

% t/dia t/dia

Material reciclável 31,9 47.558,5 58.527,4

Metais 2,9 4.301,5 5.293,5

Papel, papelão e tetrapak 13,1 19.499,9 23.997,4

Plástico 13,5 20.191,1 24.847,9

Vidro 2,4 3.566,1 4.388,6

Matéria orgânica 51,4 76.634,5 94.309,5

Outros 16,7 24.880,5 30.618,9

Total coletado 100,0 149.094,3 183.481,5

Fonte: IBGE (2010b) e trabalhos diversos cujas referências estão no anexo B. Elaboração dos autores.

A tabela 33 apresenta, para 2008, a porcentagem de matéria orgânica tratada em relação ao total estimado coletado, utilizando como referência a composição gravimétrica média (tabela 32) encontrada para o Brasil.

TABELA 33Porcentagem de matéria orgânica tratada em relação ao total estimado coletado (2008)

Unidade de análiseQuantidade encaminhada para unidade

de compostagem (t/d)

Estimativa da quantidade de matéria orgânica coletada1

(t/d)

Taxa de tratamento em função da quantidade coletada

(%)

Brasil 1.519,5 94.309,1 1,6

Estrato populacional

Municípios pequenos 497,2 40.797,3 1,2

Municípios médios 495,0 32.250,1 1,5

Municípios grandes 527,7 21.262,1 2,5

Macrorregião

Norte 18,4 7.523,5 0,2

Nordeste 13,0 24.262,6 <0,1

Sudeste 684,6 35.044,1 1,9

Sul 475,3 19.193,7 2,5

Centro-Oeste 328,2 8.285,2 3,9

Elaboração dos autores.Nota: 1 Quantidade estimada equivale à quantidade total coletada multiplicando-se pela porcentagem da composição gravimétrica.

No geral, tem-se que de um total estimado de matéria orgânica coletada, ou seja, 94.309,5 t/dia (tabela 23), apenas 1,6% dos resíduos orgânicos são destinados para uni-23), apenas 1,6% dos resíduos orgânicos são destinados para uni-), apenas 1,6% dos resíduos orgânicos são destinados para uni-dades de compostagem, sendo o restante encaminhado para outros destinos finais, desta-cando-se lixões, aterros controlados e aterros sanitários. A tabela 34 apresenta o número de municípios com unidades de compostagem por estado e no Distrito Federal.

8. Para este estudo, procurou-se utilizar estudos de todas as regiões do Brasil, sendo assim distribuídos: doze da região Norte, dezenove da região Nordeste, 21 da região Sudeste, 34 da região Sul e sete da região Centro-Oeste. Como estratégia de garantir tão ampla amostra, optou-se por não fazer uma separação temporal dos estudos gravimétricos. Para tanto, foi considerado que o padrão de geração de resíduos não variou de forma significativa entre 1995 e 2008. Desta forma, a mesma composição gravimétrica foi aplicada para os anos 2000 e 2008.

Page 38: relatorio residuos solidos urbanos

37Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

TABELA 34Número de municípios com unidade de compostagem por estado e no Distrito Federal (2008)

UF Número de municípios com unidade de compostagem Proporção em relação ao número total de municípios (%)

AL 1 1,0

AM 1 1,6

CE 1 <1,0

DF 1 100

ES 2 2,6

MT 2 1,4

MG 78 9,1

PA 2 1,4

PR 10 2,5

PE 1 <1,0

RJ 12 13,0

RS 66 13,3

SC 16 5,5

SP 18 2,8

Total 211 3,8

Observa-se que, das 27 Unidades Federativas, apenas catorze possuem unidades de compostagem, sendo os estados com maior número, em relação ao total de municípios, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A partir desses levantamentos, verifica-se que o processo de tratamento da fração orgânica via compostagem é ainda pouco utilizado em programas municipais de gerencia-mento dos resíduos sólidos urbanos. Os motivos são a dificuldade de se obterem os resí-duos orgânicos já separados na fonte geradora; a insuficiência de manutenção do proces-so; o preconceito com o produto; e a carência de investimentos e de tecnologia adequada para a coleta deste tipo de material (Massukado, 2008).

É esperado que o atual cenário de compostagem no Brasil possa ser melhorado em virtude dos conteúdos estabelecidos nas Leis no 11.445/2007 (Saneamento Básico) e no 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos). A primeira estabelece, em seu Artigo 7o, entre as atividades dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, o tra-tamento dos resíduos domésticos e daqueles oriundos da limpeza de logradouros e vias públicas, “inclusive por compostagem”. A segunda lei considera, em suas definições, a compostagem como uma forma de destinação final ambientalmente adequada para os resíduos sólidos e atribui ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos a compostagem dos resíduos sólidos orgânicos (Brasil, 2010a).

Importante destacar comentário com relação aos objetivos estratégicos para a implanta-ção de unidades de compostagem (Brasil, 2010a). Este documento atenta para o fato de que os

objetivos a serem alcançados precisam ser definidos antes de se iniciar o planejamento operacional, pois podem indicar escolhas diferentes quanto aos métodos a serem empregados. Por exemplo: se o objetivo da compostagem for produzir adubo para a agricultura, a qualidade exigida do composto deve seguir padrões definidos pelo Ministério da Agricultura. Neste caso, a segregação rigorosa dos orgânicos é muito importante. Se, entretanto, o composto não for destinado à agricultura – usado, por exemplo, na contenção de erosão ou para diminuir o volume de resíduos a serem aterrados simplesmente –, a coleta diferenciada perde o sentido.

Page 39: relatorio residuos solidos urbanos

38 Relatório de Pesquisa

Complementando o relato, é importante também analisar os interesses distintos dos atores envolvidos na compostagem, que, segundo Ali (2004), podem ser resumidos conforme destacados a seguir.

1) O governo e a administração local buscam alternativas que desviem a maior quantidade possível de resíduos dos aterros sanitários.

2) As universidades e os centros de pesquisa preocupam-se com a proposição de novos modelos de gestão, o desenvolvimento ou melhoramento de tecnologias e também a avaliação da qualidade do composto produzido.

3) As organizações não governamentais (ONGs) buscam divulgar boas práticas de gestão de resíduos sólidos e criar oportunidades de emprego.

4) As empresas privadas ficam atentas às oportunidades de mercados e ao lançamento de novas tecnologias e produtos no intuito de aumentar seus ganhos.

5) As agências reguladoras ficam responsáveis por estabelecer normas, leis etc., visando sempre à conservação do meio ambiente.

O mesmo autor aponta a perda de foco como um dos problemas dos projetos de com-postagem nos países em desenvolvimento. Isto significa dizer que a maioria dos projetos tem muitas metas (solucionar o problema da quantidade crescente de resíduos encami-nhados ao aterro, geração de emprego e renda, transformar o adubo em fertilizante para o solo), dificultando a sua continuidade.

Nesse contexto, é recomendável que ao traçar objetivos e metas para a compostagem sejam também levados em consideração os interesses que estão envolvidos, não apenas os destacados por Ali, mas também aqueles da comunidade do entorno e dos possíveis compradores do composto.

5.2.2 Experiências bem-sucedidas de compostagem no âmbito internacionalHogg et al. (2002) realizaram estudo sobre normas para compostagem na Europa, América do Norte e Austrália. Esta pesquisa mostrou que um país cujo sistema de compostagem leva em consideração a proteção da saúde humana e animal tende a apresentar as seguintes características:

• estabelecimento de padrões e normas de precaução que definem os resíduos e produtos que podem ou não ser utilizados de acordo com o seu potencial de contaminação. Estas normas, em geral, são estatutárias, ou seja, estão sob forma de lei;

• estabelecimento de normas complementares (impactos ambientais na aplicação do composto no solo, limites para metais pesados, dosagem de nutrientes), que também são de natureza estatutária; e

• estabelecimento de sistemas de controle de qualidade para assegurar aos consumidores a qualidade do composto, determinando exigências específicas para cada tipo de mercado. Estes sistemas são, geralmente, de natureza voluntária e só funcionam quando já existem, no país, normas e padrões mínimos de qualidade do composto estabelecidos por lei.

Apesar das semelhanças aqui descritas, os mesmos autores afirmam que as diferenças do desenvolvimento industrial e político nos diversos países do mundo acarretam uma evolução diferenciada nos padrões de qualidade do composto.

Na sequência são destacados pontos importantes de algumas experiências de compostagem no mundo, seja sob o ponto de vista do processo, da qualidade do composto ou da legislação.

Page 40: relatorio residuos solidos urbanos

39Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Na Europa, desde que a Diretiva Europeia – EU 1999/31 – exigiu a redução significativa do aterramento de resíduos orgânicos, a compostagem se tornou uma alternativa aos aterros sanitários (Altinbas et al., 2007). A aplicação de estratégias nacionais para reduzir de modo progressivo a quantidade de resíduos orgânicos dispostos nos aterros sanitários também é uma meta estabelecida por esta diretiva.

Slater e Frederickson (2001) afirmam que, na Europa, cerca de 15% da fração orgânica é reaproveitada via compostagem.

De acordo com Massukado (2008), a coleta seletiva dos resíduos orgânicos existe em muitos países europeus, por exemplo Áustria, Alemanha, Grécia, Luxemburgo e Holanda. Este fato se deve, principalmente, à política europeia de separação de resíduos na origem. Mas ainda existem diferenças na quantidade de resíduos orgânicos coletados de maneira seletiva. Enquanto na Áustria e na Alemanha este tipo de coleta atinge mais de 75% dos resíduos orgânicos, os quais são encaminhados para a compostagem, na Grécia, Irlanda e Inglaterra este percentual é inferior a 10%. Em alguns países europeus, como Finlândia, Holanda e Itália, a coleta separada da fração orgânica dos resíduos é realizada em sacolas biodegradáveis, compostadas com os resíduos orgânicos.

Na Itália, o rápido desenvolvimento da compostagem ocorreu a partir de 1993 e decorreu de três fatos principais: aumento dos custos de disposição final; exaustão dos aterros sanitários aliada à dificuldade em se obter a aceitação da população para a criação de novos aterros e plantas de incineração; e introdução, em 1997, da legislação nacional que determina políticas e promove taxas para reciclagem. Em 1993, o número de plan-tas de compostagem era inferior a cinquenta, e dados de 2004 reportam para um total de 258 plantas (Newman, 2005). O composto é utilizado como condicionador de solo, cumprindo as diretrizes estabelecidas pela Lei Federal Italiana no 748/1984. Quanto ao mercado, o composto é doado quando o poder público é o responsável pela planta de compostagem, pois o interesse é evitar custos de aterramento.

A situação da Catalunha, Espanha, é semelhante à da Itália. Até 1997, havia so-mente uma usina de compostagem, e, após este período, seguindo as Diretrizes Euro-peias, houve um aumento na quantidade de usinas, passando-se para 25 (Barrios et al., 2004). Esta mudança foi também consequência da legislação da Catalunha, que obriga a coletar separadamente a fração compostável dos RSUs em cidades com mais de 5 mil habitantes. De acordo com dados apresentados, a coleta separada é ainda muito limita-da e não há material suficiente para as usinas processarem.

Quanto à qualidade do composto, na atualidade, vários países europeus – Ale-manha, Áustria, Itália, Dinamarca entre outros – já possuem normas para certificar a qualidade de composto de lixo. Para possuir este certificado, o composto deve cumprir algumas exigências com relação à concentração de metais pesados, ao tipo de matéria prima utilizada, ao grau de maturidade e às aplicações autorizadas para o produto final (ACR, 2005).

Alguns países da Ásia vêm adotando um novo modelo de compostagem em subs-tituição às grandes usinas. A proposta é tratar os resíduos em uma escala menor e que a planta esteja localizada próxima ao local no qual o resíduo foi gerado. O objetivo é melhorar não só a gestão dos resíduos sólidos nesses países, a partir de iniciativas locais da comunidade, mas também a qualidade da população.

Ali (2004), pesquisando a gestão de resíduos em Etiópia, Índia, Bangladesh e Sri Lanka, identificou alguns problemas que provocaram a não continuidade dos projetos de compostagem nestes países, dos quais destacam-se:

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40 Relatório de Pesquisa

• escassez de parceria com governos: parcerias se têm mostrado bastante necessárias para o sucesso dos projetos de compostagem. Em geral, existe pouca parceria entre governo e ONGs ou com o setor privado. Mecanismos devem ser criados para subsidiar os programas de compostagem em troca do benefício que eles trazem para a municipalidade (redução dos custos de transporte e disposição). Subsídios por parte do governo, sob a forma de terra ou pagamento por tonelada processada, são partes importantes do negócio; e

• deficiência de recursos humanos qualificados: as atividades em compostagem são realizadas por diferentes organizações, as quais, dependendo da natureza, podem ser excelentes no processo, ou em marketing do composto, ou em campanhas am-bientais. As experiências de compostagem, porém, ressentem-se de um programa que contemple as várias competências.

De acordo com Enayetullah e Maqsood (2001), em Khulna (Bangladesh), a compos-tagem é favorecida, pois 78% dos resíduos gerados são compostáveis. A estratégia adotada foi a compostagem descentralizada, devido aos seguintes fatores:

• grande potencial de consumidores de composto, em especial fazendeiros cujas propriedades se localizam circundando as periferias;

• baixo custo de transporte tanto para levar os resíduos até a planta de compostagem como para as propriedades dos consumidores; e

• baixo custo de produção devido ao método manual de compostagem.

O quadro 1 apresenta o resumo da área e dos investimentos necessários para implantar plantas de compostagem com diferentes capacidades de tratamento, considerando que a cidade de Khulna produz diariamente 150 t de resíduos orgânicos.

QUADRO 1Área, mão de obra, custo de instalação e operação, composto produzido e preço de venda para diferentes capacidades de plantas de compostagem

ItensCapacidade da planta de compostagem

3 t/d 10 t/d 20 t/d

Área requerida/planta (m2) 335 1.070 2.210

Custo fixo/planta1 (US$) 7.440,00 24.800,00 49.600,00

Custo operacional/planta2 (US$) 4.960,00 16.540,00 33.080,00

Mão de obra/planta 6 20 40

Produção composto/dia (kg) 750 2.500 5.000

Receita anual venda composto3 (US$) 8.640,00 28.800,00 57.600,00

Número de plantas necessárias 50 15 7

Fonte: adaptado de Enayetullah e Maqsood (2001).Notas: 1 Não inclui o custo da terra ou do aluguel da área.

2 Custo de operação por ano incluindo salário do gerente da planta.3 Para 1 t de material compostável são produzidos 250 kg de composto.

Para a cidade de Khulna, portanto, seria possível produzir 37,5 t/d de composto se acaso todo o resíduo orgânico fosse tratado. As plantas descentralizadas de compostagem poderiam gerar também mais postos de trabalho, além de proporcionarem oportunidade de empreendimento para que pequenos empresários possam participar do mercado de reciclagem e compostagem de resíduos (Enayetullah e Maqsood, 2001).

O caso da planta de compostagem desenvolvido pela ONG Waste Concern no dis-trito de Mirpur, em Dhaka, capital de Bangladesh, mostrou que a compostagem pode ser uma alternativa de gestão e gerenciamento de RSUs, reduzindo a quantidade de resíduos a ser transportada e disposta.

Page 42: relatorio residuos solidos urbanos

41Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

O sucesso financeiro deste projeto se deve ao fato de existir uma grande quantidade de compradores do composto. O fator essencial para a aceitação dos consumidores foi a aprovação dada pelo Conselho de Pesquisa em Agricultura de Bangladesh e do Ministério da Agricultura para utilizar o composto para fins agrícolas.

5.3 A disposição finalPara realizar uma caracterização dos resíduos coletados no Brasil, não foram identificados dados consolidados para a sua composição gravimétrica. De maneira alternativa, a tabela 35 foi construída a partir da média simples da composição gravimétrica de vários municípios brasileiros, pesquisados entre 1995 e 2008, conforme o anexo A. De forma geral, a maior parte desses estudos apresentava a classificação em metal, papel/papelão, plásticos, vidro, orgânicos e outros. Para a desagregação dos tipos de plástico e dos tipos de metais, foi reali-zado um rateio com base na proporção em que as subclasses (aço/alumínio e plástico-filme/plástico rígido) apareciam em alguns estudos específicos. Apesar desse esforço, as análises da participação dos resíduos recicláveis por região e por tamanho de município se mostra-ram muito inconsistentes; por este motivo, optou-se por adotar apenas uma composição gravimétrica média para o país como um todo. Ainda como estratégia de garantir esta ampla amostra, optou-se por não fazer uma separação temporal dos estudos gravimétricos. Para tanto, foi considerado que o padrão de geração de resíduos não variou de forma sig-nificativa entre 1995 e 2008. Dessa forma, a mesma composição gravimétrica foi aplicada para os anos 2000 e 2008.

Para a construção da tabela 35, optou-se por ignorar o valor apresentado na edição de 2008 da PNSB e adotou-se a mesma quantidade apresentada na seção 3. Esta decisão se deve à inconsistência encontrada na pesquisa do IBGE. Segundo a versão eletrônica deste relatório, no Brasil seriam coletados, por ano, 183.488 t/d de RSUs e seriam dispostos nas diversas modalidades (aterros sanitários, aterros controlados, lixões etc.) 259.547 t/d. Uma análise do relatório, dos microdados e dos questionários sugeriu uma possível dupla con-tagem no caso dos RSUs encaminhados para unidades de disposição ou tratamento. Além disso, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2009 (Abrelpe, 2009) indicara que seriam coletados no país 149,2 mil t/d de resíduos em 2008, e uma extrapolação dos dados do SNIS para este mesmo ano indica uma quantidade próxima de 165 mil t/d (Brasil, 2010c). Sendo assim, o valor apresentado pela coleta de material pareceu aquele mais consistente com outras fontes.

TABELA 35Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos coletados no Brasil

MateriaisParticipação

Quantidade

2000 2008

% t/d t/d

Material reciclável 31,9 47.558,5 58.527,4

Metais 2,9 4.301,5 5.293,5

Aço 2,3 3.424,0 4.213,7

Alumínio 0,6 877,5 1.079,9

Papel, papelão e tetrapak 13,1 19.499,9 23.997,4

Plástico total 13,5 20.191,1 24.847,9

Plástico-filme 8,9 13.326,1 16.399,6

Plástico rígido 4,6 6.865,0 8.448,3

Vidro 2,4 3.566,1 4.388,6

Matéria orgânica 51,4 76.655,3 94.335,1

Outros 16,7 24.880,5 30.618,9

Total 100,0 149.094,3 183.481,5

Fonte: IBGE (2010a) e trabalhos diversos apresentados no anexo A.Elaboração dos autores.

Page 43: relatorio residuos solidos urbanos

42 Relatório de Pesquisa

A Lei no 12.305/2010 considera, em seu Artigo 3o, a disposição final ambientalmente adequada como a distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacio-nais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública, à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

No Brasil, entretanto, não se pode dizer que os aterros sanitários – locais de disposição ambientalmente adequada – recebam apenas rejeitos. Na realidade, o que ocorre ainda é a disposição final de quaisquer resíduos em solo, sendo as principais formas os lixões, aterros controlados e aterros sanitários. Este capítulo analisou as três principais formas de disposição de resíduos no solo – lixão, aterro controlado e aterro sanitário –, as quais correspondem a 90% da quantidade total dos resíduos encaminhados para destino final no próprio município em 2000 e 2008, conforme tabela 24.

A tabela 36 apresenta a quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encami-nhados para disposição em solo, considerando apenas lixão, aterro controlado e aterro sanitário.

TABELA 36Quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição em solo, considerando apenas lixão, aterro controlado e aterro sanitário

Lixão Aterro controlado Aterro sanitário

2000 2008 2000 2008 2000 2008

Brasil 45.484,70 37.360,80 33.854,3 36.673,20 49.614,5 110.044,40

Estrato populacional

Municípios pequenos 34.533,10 32.504,30 10.405,90 14.067,90 6.878,40 32.420,50

Municípios médios 10.119,60 4.844,50 15.525,50 17.278,30 17.105,80 45.203,40

Municípios grandes 832,00 12,00 7.922,90 5.327,00 25.630,30 32.420,50

Macrorregião

Norte 6.148,50 4.892,50 3.221,8 4.688,20 1.350,2 4.540,60

Nordeste 20.579,60 23.461,50 6.113,1 6.819,00 6.714,9 25.246,60

Sudeste 11.521,00 3.636,20 15.685,6 16.767,00 32.568,4 61.576,80

Sul 4.645,80 1.432,80 4.698,8 3.485,00 5.882,1 15.293,10

Centro-Oeste 2.589,80 3.937,80 4.135,0 4.914,00 3.098,9 3.387,30

Elaboração dos autores.

A partir dos dados da tabela 36, observa-se que, em termos quantitativos, houve um aumento de 120% na quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos dispostos em aterros sanitários e uma redução de 18% na quantidade de resíduos encaminhada para lixões. Os municípios de pequeno e médio portes tiveram acréscimos significativos, 370% e 165%, respectivamente, na quantidade de resíduos encaminhada para disposição em aterros sanitários. Este fato pode ter ocorrido em função da escassez de locais adequados para disposição dos resíduos nos municípios de grande porte.

As regiões Sul e Sudeste apresentaram redução de cerca de 70% na quantidade de resíduos enviados para os lixões. Todas as regiões tiveram acréscimo na quantidade de re-síduos encaminhada para aterros sanitários, com destaque especial para as regiões Norte e Nordeste, que quase quadruplicaram a quantidade em relação a 2000.

Os gráficos 6 e 7 representam graficamente os dados da tabela 36.

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43Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

GRÁFICO 6Quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo

(Em t/d)

Lixão Aterro controlado Aterro sanitário Total

45.484,7037.360,80 33.854,30 36.673,20

49.614,50

110.044,40

130.953,50

186.086,40

2000 2008

GRÁFICO 7Distribuição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo (2000 e 2008)

(Em %)

Aterro sanitário39

Aterro controlado26

Lixão35

2000

Lixão 20

Aterro controlado20

Aterro sanitário60

2008

Apesar de a quantidade de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos destinados para aterros sanitários ter aumentado de maneira significativa (120%) entre 2000 e 2008, ainda se tem 74.034 t/d de resíduos com disposição inadequada, seja em lixões ou em aterros controlados. Em relação às macrorregiões, o gráfico 8 apresenta a distribuição percentual em cada região da disposição final dos resíduos coletados.

Page 45: relatorio residuos solidos urbanos

44 Relatório de Pesquisa

GRÁFICO 8Distribuição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos encaminhados para disposição no solo nas macrorregiões do Brasil (2008)

(Em %)

Aterro controlado

40

Lixão 32

Aterro sanitário

28

Centro-Oeste

Aterro controlado

12

Lixão 42

Aterro sanitário

46

Nordeste

Aterro controlado

17

Lixão 7

Aterro sanitário 76

Sul

Aterro controlado

33

Lixão35

Aterro sanitário

32

Norte

Aterro sanitário 75

Aterro controlado 21

Lixão

Sudeste

4

Observa-se que as regiões Sul e Sudeste têm melhores desempenhos com relação à quantidade de resíduos dispostas de maneira adequada. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda dispõem mais da metade dos resíduos de forma inadequada.

A tabela 37 resume o número de unidades de destino de resíduos considerando apenas disposição no solo em lixão, aterro controlado e aterro sanitário.

TABELA 37Número de unidades de destino de resíduos considerando apenas disposição no solo em lixão, aterro controlado e aterro sanitário

Unidade de análiseLixão Aterro controlado Aterro sanitário

2000 2008 2000 2008 2000 2008

Brasil 4.642 2.906 1.231 1.310 931 1.723

Estrato populacional

Municípios pequenos 4.507 2.863 1.096 1.226 773 1.483

Municípios médios 133 42 130 78 125 207

Municípios grandes 2 1 5 6 33 33

Macrorregião

Norte 430 388 44 45 19 45

Nordeste 2.273 1.655 142 116 77 157

Sudeste 1.040 317 475 807 463 645

Macrorregião

Sul 584 197 466 256 280 805

Centro-Oeste 315 349 104 86 92 71

Fonte: IBGE (2000, tabela 109; 2008, tabela 92).Obs.: um mesmo município pode apresentar mais de um tipo de destinação de resíduos.

Observa-se um aumento no número de unidades de disposição no solo em aterros sanitá-rios e aterros controlados, ao mesmo tempo em que se reduz o número de lixões. Tanto os muni-cípios de pequeno porte quanto aqueles de médio e grande portes reduziram o número de lixões, com a quantidade de novos aterros sanitários quase dobrando nos municípios de pequeno porte.

Page 46: relatorio residuos solidos urbanos

45Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Em 2000, 68% das unidades de disposição no solo correspondiam aos lixões, 18% aos aterros controlados e 14% aos aterros sanitários. Em 2008, 49% das unidades de disposi-ção no solo eram lixões, 22% aterro controlados e 29% aterros sanitários. Os gráficos 9 e 10 apresentam estes dados em forma de gráfico.

GRÁFICO 9Distribuição das unidades de disposição no solo (2000 e 2008)

(Em %)

4.642

1.231

931

2.906

1.310

1.723

Lixão Aterro controlado Aterro sanitário

2000 2008

GRÁFICO 10Comparação da quantidade de unidades de disposição no solo de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos (2000 e 2008)

2000

Aterro controlado

18

Lixão 68

Aterro sanitário

14

2008

Aterro controlado

22

Lixão 49

Aterro sanitário 29

Elaboração dos autores

Além das informações obtidas na base do BME do IBGE para analisar os dados de dis-posição final dos resíduos no Brasil, foi consultado o documento Proposta de Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), publicado pelo Ministério das Cidades (Brasil, 2011), no qual constam as metas de curto, médio e longo prazos para os sistemas de saneamento – abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais.

Page 47: relatorio residuos solidos urbanos

46 Relatório de Pesquisa

Especificamente para o manejo dos resíduos sólidos, destaca-se a meta R3 – número de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos/total de município. Este documento propõe como indicador para esta meta a “% de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos”, no qual foram estabelecidas metas progressivas de expansão e qualidade dos serviços, para as cinco macrorregiões e para o país, conforme apresentado na tabela 38.

TABELA 38Metas progressivas para manejo de resíduos sólidos nas macrorregiões e no Brasil

(Em %)

Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

2008 51 86 89 19 16 73

2015 0 0 0 0 0 0

2020 0 0 0 0 0 0

2030 0 0 0 0 0 0

Elaboração dos autores.

A tabela 39 apresenta um resumo do número de municípios que têm lixões, assim como a quantidade total de lixões existentes no Brasil e nas macrorregiões.

TABELA 39Número de municípios que têm lixões e quantidade total de lixões existentes no Brasil e nas macrorregiões (2008)

Unidade de análise Número de municípios População urbana

Lixões como unidade de disposição no solo

Municípios com presença de lixões

Quantidade % Quantidade %

Brasil 5.565 160.008.433 2.906 52,2 2.810 50,5

Norte 449 11.133.820 388 86,4 380 84,6

Nordeste 1.794 38.826.036 1.655 92,3 1.598 89,1

Sudeste 1.668 74.531.947 317 19,0 311 18,4

Sul 1.188 23.355.240 197 16,6 182 15,3

Centro-Oeste 466 12.161.390 349 74,9 339 72,7

Elaboração dos autores.

Tendo por base a tabela 39, verifica-se que, no Brasil, o número de lixões é superior à quantidade de municípios com este tipo de disposição. Isto significa que em um mesmo município pode haver mais de um lixão, por exemplo, distribuídos pelos distritos.

Cabe destacar a observação apresentada no documento da Proposta de Plano Nacional de Saneamento Básico, o qual afirma que

as metas de curto, médio e longo prazos apresentadas para o indicador R3 – “% de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos” – visam dar cumprimento à determinação da Lei no 12.305/2010, que estabelece a erradicação de lixões ou vazadouros até 2014.9 Contudo, é essencial ficar claramente registrado que os resultados da consulta a especialistas, realizada por meio do Método Delphi, apontam para metas muito menos otimistas que aquelas aqui adotadas. A partir da consideração de que a publicação da Lei no 12.305/2010 exercerá forte efeito indutor na antecipação da erradicação dos vazadouros, ajustaram-se os valores das metas indicadas pela consulta e se obtiveram, para o Brasil, os valores de 35%, 23% e 0%, respectivamente para 2015, 2020 e 2030, quanto à proporção de municípios com presença de lixões e vazadouros.

9. Lei no 12.305/2010, Artigo 54: “A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, observado o disposto no § 1o do Artigo 9o , deverá ser implantada em até quatro anos após a data de publicação desta lei”. 

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47Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Seguindo as novas metas, tem-se que, entre 2008 e 2015, o Brasil deveria erradicar 862 lixões; entre 2015 e 2020 seriam 668; e entre 2020 e 2030, os 1.280 lixões restantes. Desta for-ma, a partir de 2030, o Brasil não teria mais lixões como forma de disposição final dos resíduos.

De acordo com levantamento da Abrelpe (2010), em 2010, o Brasil possuía 1.641 municípios com lixões. Isto significa que em dois anos teria havido uma redução de 40% na quantidade de municípios com lixões, e em números absolutos foram extintos 1.169 lixões. Analisando sob a ótica das macrorregiões, tem-se que a região Centro-Oeste obteve 50% da redução no número de lixões, a região Nordeste 46%, a região Norte 32%, a região Sul 30% e a região Sudeste 26%.

Cabe dar destaque a que, para 2008, a publicação Panorama dos resíduos sólidos no Brasil (Abrelpe, 2008) identificou 1.647 municípios com a presença de lixões,10 diferindo em 1.163 municípios em relação ao dado da PNSB 2008. Isto pode ter ocorrido em função de a me-todologia utilizada pela Abrelpe não contemplar todos os municípios, sendo realizada uma projeção/extrapolação dos dados para o Brasil e regiões.

De toda forma, a informação da Abrelpe pode indicar uma tendência favorável à eliminação dos lixões.

6 UMA OUTRA ABORDAGEM: A VISÃO POR MATERIALA proposta deste relatório foi apresentar um diagnóstico da situação da gestão dos RSUs no Brasil. Para isto, ele foi estruturado a partir da visão das etapas desta gestão, sendo os indicadores separados para cada uma delas. Apesar de didática, esta estrutura dificulta a avaliação do desempenho dos diferentes materiais recicláveis.

Como forma de contribuir para uma visão de acordo com os diferentes materiais, outra organização é adotada nesta seção. Embora se tenha tentado manter a mais elevada consistência possível, esses dados devem ser usados com cautela, pois resultam da combi-nação de indicadores de diferentes fontes, natureza e graus de precisão. A não ser quando explicitado, todos os dados se referem a 2008.

Os gráficos apresentados nesta seção têm como ponto de partida, novamente, o consumo aparente dos materiais, apesar das limitações já explicitadas na seção 2. As informações apre-sentadas resumem, a partir de outra organização, dados apresentados ao longo do relatório. Estas informações são separadas em: coletadas em fontes secundárias e outras estimadas neste trabalho. Como os dados foram obtidos a partir de diferentes fontes, os gráficos tendem a variar de acordo com a qualidade e a disponibilidade de tais informações.

No gráfico 11, sobre alumínio, a quantidade de “material não descartado” foi estimada como a diferença entre o consumo aparente e o somatório das demais frações. Este material corresponderia, em teoria, àquela quantidade que possui um ciclo de vida mais longo, por exemplo, esquadrias de alumínio usadas na construção civil ou peças de alumínio incluídas nos automóveis. Os dados sobre material descartado foram estimados a partir da gravimetria apresentada nas tabelas 32 e 35.11

10. No documento Panorama de resíduos sólidos no Brasil (2007), a quantidade de municípios com presença de lixão iguala-se à de 2008. Isto significa que no intervalo de um ano não houve erradicação de lixão.11. A PNSB apresenta os dados estimados em toneladas diárias. Esta informação precisou ser convertida para 1 mil anuais para que fosse comparável aos demais indicadores. Para isto, considerou-se que os serviços de coleta ocorreriam nos municípios seis dias por semana (excluindo os domingos). Desta forma, em vez de se multiplicar a quantidade diária por 365 dias para se calcular a quantidade anual, adotou-se o valor de 312,9 como multiplicador.

Page 49: relatorio residuos solidos urbanos

48 Relatório de Pesquisa

GRÁFICO 11Fluxo do alumínio (2008)

(Em 1 mil t)

0

200

400

600

800

1.000

1.200

Consumoaparente

Material nãodescartado

Reciclagem pré-consumo e pós-consumo

excluindo latas

Reciclagem de latas

Material aterrado

Estatísticas disponíveis Dados estimados

Fonte: Abal (2008), Abrelpe (2010), IBGE (2010a) e Brasil (2010d).Elaboração dos autores.

Esse gráfico aponta para a importância da reciclagem das latas de alumínio, que chega a responder por cerca de 40% de todo o alumínio reciclado no país. Esta participação está re-lacionada à grande participação das embalagens no uso do alumínio. Apesar do cuidado com que o setor divulga as taxas de reciclagem de latas de alumínio, não foram identificados valo-res precisos para outros materiais, nem para a distinção entre reciclagem pré e pós-consumo.

A análise do aço, apresentada no gráfico 12, mostra uma quantidade mais elevada do material sendo incorporada pela sociedade, o que se deve principalmente ao papel que ele possui para as indústrias da construção civil e automobilística. Além disto, os dados mos-tram outra escala de indústria, com um consumo aparente cerca de vinte vezes superior ao do alumínio. As estatísticas são mais bem organizadas e permitem identificar a importância da reciclagem pré-consumo. A participação do material aterrado é bastante baixa, talvez re-flexo do volume dos artefatos de aço (por exemplo, geladeiras, máquinas de lavar etc.) que são descartados pela população e de fácil coleta pela rede de ferros-velhos existente no país.

GRÁFICO 12Fluxo do aço (2008)

(Em 1 mil t)

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Consumoaparente

Material nãodescartado

Reciclagem pré-consumo

e pós-consumo

Reciclagem Material aterrado

Estatísticas disponíveis Dados estimados

Fonte: IBGE (2010a), Brasil (2010d) e Vasques (2009).Elaboração dos autores.

Page 50: relatorio residuos solidos urbanos

49Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Os dados coletados para papel/papelão apresentados no gráfico 13 precisam ser considerados com cautela. As diferentes fontes de informação mostram uma elevada in-consistência na quantidade estimada de papel descartado e reciclado, sendo superior ao consumo aparente do país. Devido a esta inconsistência, não se estimou a quantidade de material não descartado, tal como livros, papéis de imprimir etc.

As causas dessa inconsistência, que também foi identificada nos dados de plástico e de vidro, não são claras e deveriam ser aprofundadas em estudos mais detalhados com os representantes setoriais. Elas podem ser associadas a possíveis erros na estimativa da quantidade de resíduos gerados no país (IBGE, 2010a), à variação na taxa de descarte de materiais de um ano para outro, ou à não inclusão do comércio internacional de produtos e embalagens de papel nas estatísticas de consumo aparente.

Para a construção da tabela 14, foram utilizadas as informações apresentadas nas tabelas 6, 16 e 20. Segundo estas informações, a participação dos programas oficiais (com participação ou não de catadores) para a reciclagem seria muito baixa, sendo a grande parte do material secundá-rio resultante da reciclagem de aparas pré-consumo ou material obtido com a coleta informal.12

GRÁFICO 13Fluxo de papel e papelão (2008)

(Em 1 mil t)

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

Consumo aparente Reciclagem aexluindo coleta

seletiva

Reciclagem apartir de coleta

seletiva

Material aterrado

Estatísticas disponíveis Dados estimadosMaterial de origem não identificada

Fonte: Bracelpa (2010), IBGE (2010a) e Brasil (2010c).Elaboração dos autores.

A análise do plástico, apresentada no gráfico 14, também apresentou uma significativa inconsistência entre os dados referentes ao consumo aparente e ao material descartado. Neste caso, apenas a quantidade de plástico-filme descartado supera todo o consumo apa-rente de plástico do país. Independente desta inconsistência, o gráfico demonstra a pe-quena taxa de reciclagem deste material, tanto pré-consumo quanto pós-consumo. Ele também aponta para a importância da coleta informal dele, a qual teria uma contribuição equivalente àquela dos programas de coleta seletiva desenvolvidos pelos governos locais.13

12. Não foi possível estimar a contribuição dos programas de coleta seletiva para a reciclagem de alumínio e de aço, pois o Sistema Nacional de Informação em Saneamento (SNIS) não apresenta os dados sobre metais de forma desagregada.13. Devido à indisponibilidade dos dados, as informações de consumo aparente e reciclagem são relativas a 2007 e os dados de disposição final dizem respeito a 2008. Apesar desta imprecisão, considerando-se as informações apresentadas na tabela 10, parte-se do pressuposto de que a quantidade de resíduos coletados nos dois anos não tenha variado de forma a prejudicar a análise apresentada.

Page 51: relatorio residuos solidos urbanos

50 Relatório de Pesquisa

GRÁFICO 14Fluxo do plástico (2007-2008)

(Em 1 mil t)

0

1.000

3.000

2.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

Consumo aparente

Reciclagempré-consumo

Reciclagempós-consumo

coleta informal

Reciclagempós-consumocoleta seletiva

Descarteplástico filme

Descarteplástico rígido

Estatísticas disponíveis Dados estimadosMaterial de origem não identificada

Fonte: IBGE (2010a), ABIPLAST (2010), Plastivida (2008) e Brasil (2010c).Elaboração dos autores.

Por fim, o gráfico 15 apresenta os dados levantados para o vidro. Semelhante ao que ocorre com o plástico e o papel, existem inconsistências entre a quantidade estimada de vidro descartado e o seu consumo aparente. Os dados disponíveis, mais uma vez, apontam para a pequena contribuição dos programas de coleta seletiva e a importância de outras formas de reci-clagem. Ao mesmo tempo, indicam a relevância da reutilização de embalagens no Brasil, práti-ca que poderia ainda ser estimulada em um eventual acordo setorial com o setor de embalagens.

GRÁFICO 15Fluxo do vidro (2008)

(Em 1 mil t)

0

1.000

500

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Estatísticas disponíveis Dados estimadosMaterial de origem não identificada

Consumo aparente

Não embalagem

Embalagem não descartada

Embalagem reutilizada

Vidro reciclado (embalagem)

excluindo coleta seletiva

Vidro reciclado a partir de

coleta seletiva

Vidro descartado

Fonte: IBGE (2010a) e Brasil (2010e).Elaboração dos autores.

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51Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

7 ASPECTOS ECONÔMICOS DA GESTÃO DE RSU

7.1 Algumas questões gerais

Nesta seção, busca-se apresentar alguns itens relacionados à economia da gestão dos RSUs. Devido a esta questão não ser abordada de forma detalhada pela PNSB, os dados apresenta-dos foram todos retirados dos estudos realizados pelo Ministério das Cidades (Brasil, 2010c).

Devido à sua complexidade, a gestão dos RSUs pode representar despesas significativas para os governos locais. Esta despesa tende a variar de acordo com as características do mu-nicípio (tamanho, relevo, distância até o local de disposição final) e a qualidade do serviço prestado (coleta seletiva de materiais recicláveis, coleta de resíduos volumosos, frequência da coleta e da varrição etc.). O tamanho da amostra e a qualidade dos dados apresentados pelo SNIS, todavia, não permitem uma avaliação qualitativa muito aprofundada, devendo algu-mas destas análises ser desenvolvidas em estudos específicos.

Considerando uma amostra de 256 municípios, a despesa com manejo de RSU corresponde em média a 5,3% das despesas correntes das prefeituras. Este valor também é verificado para a amostra dos municípios médios e grandes, sendo, porém, um pouco inferior nos municípios pequenos – 4,2% (Brasil, 2010c).

A tabela 40 apresenta os valores médios das despesas com os serviços de manejo de RSU para 2008. Na pesquisa, há uma série de municípios cuja gestão dos RSUs é compar-tilhada por agentes públicos e agentes privados. Porque os dados não permitiam distinguir a população atendida por cada um desses agentes, na análise por agente foi necessário con-siderar apenas os municípios que tinham a gestão exclusivamente desempenhada por um grupo ou por outro. Por este motivo, a soma do tamanho da amostra de agentes públicos e de agentes privados é diferente da amostra total.

TABELA 40Despesas com serviços de manejo de RSU (2008)

Unidade de análise

Amostra total(agentes públicos, privados e gestão compartilhada)

Exclusivamente agentes públicos Exclusivamente agentes privados

n R$/hab. n R$/hab. n R$/hab.

Municípios pequenos 153 44,18 61 40,74 21 53,03

Municípios médios 151 54,74 10 41,81 52 46,35

Municípios grandes 14 84,32 1 56,65 - -

Total 318 67,09 72 45,39 73 46,79

Fonte: Brasil (2010c).Elaboração dos autores.Obs.: os índices foram calculados utilizando a população urbana do município.

As informações obtidas mostram um aumento das despesas de acordo com o tamanho dos municípios. Esta tendência, em princípio, poderia ser associada a um aumento dos custos logísticos ou à melhoria da qualidade dos serviços prestados nas cidades maiores. Por exemplo, normalmente a varrição e capina em cidades grandes é realizada com mais frequência que em cidades pequenas. Por sua vez, um valor menor nas cidades pequenas também poderia ser explicado por um controle menos rigoroso dos custos, devendo tal informação ser avaliada em estudos futuros.

Com relação à natureza dos agentes, os dados indicam que nos três grupos de municípios existe uma predominância da divisão de atividades entre agentes públicos

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52 Relatório de Pesquisa

e agentes privados. Considerando a atuação exclusiva de um grupo, existe uma pre-dominância de agentes públicos em municípios pequenos e de agentes privados em municípios médios. Comparando a atuação exclusiva de cada grupo nos dois tipos de município, as despesas são mais elevadas quando desempenhadas por agentes privados. Possíveis explicações para este comportamento poderiam ser um maior grau de exigên-cia por parte dos governos locais após a concessão do serviço ou talvez um controle menos rigoroso dos custos de gestão por parte dos agentes públicos. Para confirmar esta tendência, assim como no caso anterior, recomenda-se realizar estudos específicos.

Para complementar as informações sobre despesas com manejo de RSU, a tabela 41 apresenta dados relativos apenas às despesas com coleta de materiais. Para a construção desta tabela, seguiu-se o mesmo raciocínio da tabela anterior, apresentando-se, a princí-pio, as informações de todos os municípios e, depois, separando-se aqueles cuja coleta é exclusivamente pública daqueles cuja coleta é exclusivamente privada.

TABELA 41Despesas com serviços de coleta de RSUs (2008)

Unidade de análiseAmostra total (agentes públicos, privados e gestão compartilhada) Exclusivamente agentes públicos Exclusivamente agentes privados

n R$/hab. R$/t n R$/hab. R$/t n R$/hab. R$/t

Municípios pequenos 110 21,28 39,06 53 15,73 32,77 28 22,50 62,75

Municípios médios 117 24,15 67,37 16 21,69 49,89 56 23,20 74,99

Municípios grandes 13 40,70 90,82 1 10,10 31,01 2 60,25 167,50

Total 240 32,24 78,07 70 18,29 43,29 86 39,71 118,88

Fonte: Brasil (2010c).Elaboração dos autores.Obs.: os índices foram calculados utilizando-se por base a população atendida pela coleta.

Os dados da amostra obtida do SNIS sugerem uma predominância de agentes públicos na coleta em municípios pequenos e de agentes privados em municípios médios. Quanto aos municípios grandes, a coleta tende a ser desenvolvida por ambos os agentes. Com relação aos valores, do ponto de vista da amostra total, também se percebe um aumento do preço de acordo com o tamanho dos municípios, ou seja, a coleta em municípios grandes seria mais onerosa que em municípios médios e pequenos. Na comparação entre serviços prestados por agentes públicos e agentes privados, os dados sugerem, novamente, que as despesas com agen-tes privados seriam mais elevadas que as despesas com agentes públicos. Da mesma forma que no caso da gestão dos RSUs, estas tendências deveriam ser avaliadas a partir de pesquisas mais aprofundadas.

7.2 A cobrança pela coleta de resíduos

Conforme já mencionado, a gestão dos RSUs, devido à sua complexidade e estrutura, apresenta grande necessidade de recursos financeiros, seja para investimentos – compra de caminhões, instalação dos aterros sanitários etc. –, seja para custeio das operações – paga-mento de pessoal, aquisição de material de consumo etc.

Apesar dessa necessidade, em muitos locais é comum a oferta do serviço à população, sem cobrança direta. Em geral, “taxas de limpeza pública” são embutidas nos impostos prediais e territoriais e acumuladas no tesouro municipal, embora nem sempre sejam coe-rentes com os gastos reais. Seu uso, portanto, é decidido durante a votação do orçamento pelas câmaras municipais, o que nem sempre garante que estes recursos tenham a utilização prevista originalmente.

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53Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Além de gerar receita, a cobrança por esses serviços poderia servir de meio para trans-mitir mensagens à sociedade e educar a população quanto à necessidade de se reduzir a quantidade de resíduos gerados. Entretanto, quando a cobrança está embutida nos impos-tos territoriais, por exemplo, perde-se esse fator educativo. O sentimento de que gerenciar o lixo não custa nada permite o aumento inconsequente da geração dos RSUs. Além disso, o custo marginal é inexistente; gerando ou não resíduos, as pessoas pagam o mesmo valor. Existem importantes críticas a tal posicionamento, uma vez que informar aos cidadãos os custos da coleta e disposição dos resíduos, pelos quais já pagam, poderia incentivar a redu-ção da geração de resíduos (Denison e Ruston, 1990).

Nesse sentido, há muitos que defendem não apenas a cobrança por serviços de coleta de resíduos, mas que esta seja efetuada sob a forma de tarifa. Uma vez que tornaria não apenas mais transparente o uso do dinheiro, mas também porque teria a capacidade de induzir a diminuição da quantidade de resíduos gerada, no caso de se aplicar a cobrança progressiva pela geração de resíduos (Magalhães, 2009).

Com esse objetivo, diversos países – por exemplo, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo e Nova Zelândia – cobram pela coleta de resíduos. Tais cobranças visam não apenas financiar o sistema, mas também incen-tivar a população a produzir menos resíduos (Fenton e Hanley, 1995). Esta cobrança, usual-mente, recai apenas sobre os resíduos que são encaminhados para aterros ou incineradores, enquanto os resíduos coletados para posterior reciclagem não são cobrados. Esta arrecadação diferenciada também procura incentivar as pessoas a participarem dos programas de coleta seletiva. Todavia, embora a cobrança pelo serviço de coleta de resíduos gere benefícios finan-ceiros e educativos, ela também apresenta alguns riscos e problemas.

A princípio, dado o cenário de baixa capacidade institucional e limitada estrutura de monitoramento, a cobrança por coleta de resíduos aumentaria a disposição ilegal, uma vez que isto reduziria os valores pagos na forma de tarifa (Fullerton, 1998; Miranda e Aldy, 1998). Embora experiências internacionais demonstrem que uma fiscalização inicial efetiva diminua a chance de disposição ilegal (Dewees e Hare, 1998), o histórico da gestão de RSU no Brasil demonstra que o controle é muito frágil no país para se esperarem resultados semelhantes.

Em segundo lugar, a cobrança de tarifas tende a tornar o gerenciamento mais complexo e a aumentar o custo administrativo do sistema. Além disso, pode haver aumento da irregula-ridade no fluxo de caixa. Na projeção deste, deve-se levar em consideração que o objetivo dos programas é reduzir a quantidade de resíduos, o que significa redução da receita.

Por fim, outra dificuldade encontrada diz respeito aos domicílios multifamiliares. A solução mais prática e utilizada em outros países é o uso de contêineres coletivos, cujo custo é rateado entre as pessoas (Wiedemann, 1999). Entretanto, a possibilidade de pessoas socializarem os custos da gestão de seus resíduos é grande, análogo à cobrança de água em edifícios, cuja conta é paga pelo condomínio.

Independente das experiências internacionais, a implantação de sistemas de cobrança pela gestão de resíduos sólidos no Brasil vinha, historicamente, sendo dificultada por ques-tões legais. Principalmente devido à dificuldade de criar novos impostos ou de caracterizar a coleta de resíduos como serviço passível de cobrança por taxas ou tarifas.

Segundo a legislação, existem critérios bem definidos com relação à instituição de impostos, taxas e tarifas. Os impostos se distinguem dos demais tributos pela inexistência de uma atividade

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54 Relatório de Pesquisa

específica da administração ligada à exigência da prestação pecuniária; o imposto é arrecadado em benefício de toda a coletividade (Meirelles, 2001). Neste sentido, o imposto deve ser adotado para financiar atividades que não possam ser divididas ou atribuídas a um grupo específico.

Para a definição de taxas ou tarifas, por sua vez, é necessário que o serviço seja específico e divisível. O Código Nacional Tributário (CNT) define como serviço específico aquele que pode ser destacado em unidade autônoma de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública. Desta forma, ele deve ser vinculado ao público ao qual se destina: “Deve-se entender por específicos os serviços destinados a determinada categoria de usuários, diversamente dos genéricos, que são prestados, ou postos à disposição, em caráter geral para toda a coletividade” (op. cit, p. 147). Ainda segundo o CNT, divisível seria o serviço suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários.

A diferenciação entre taxa e tarifa, por sua vez, daria-se pela obrigatoriedade da utilização. Uma vez que “a taxa é impositiva para todos quantos possam usufruir tais serviços, ainda que não o desejem” (Meirelles, p. 146), “a tarifa é o preço público que a administração fixa, prévia e unilateralmente, por ato do Executivo, para as utilidades. (…) sempre em caráter facultativo para os usuários” (op. cit., p. 151). Santos (1998) di-ferenciou, de forma resumida, taxa e tarifa pelo fato de a primeira ser decorrente de um serviço público necessário, tipicamente estatal, posto à disposição da população, sendo de pagamento compulsório, enquanto a segunda consiste na contrapartida de uma pres-tação contratual voluntária, sendo paga apenas por quem a utiliza.

Com relação às experiências brasileiras, uma das estratégias de estimular a criação de sistemas de cobrança foi a Lei no 11.445/2007, que definiu a possibilidade de remuneração mediante cobrança dos serviços de saneamento básico, incluindo limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na forma de taxas, tarifas e outros preços públicos. Para garantir que dife-rentes formas de tributação fossem experimentadas, o texto da lei define que as taxas e tarifas poderão considerar nível de renda, características dos lotes urbanos e peso ou volume médio coletado por habitante ou domicílio (Brasil, 2007).

Conforme apresentado na tabela 42, a edição de 2000 da PNSB indicava que 2.484 municípios cobravam pelo serviço de limpeza pública ou coleta de resíduos; desses, 2.310 (93%) faziam a cobrança por meio do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), 129 (5%) por taxa específica, treze (0,5%) por tarifa. Na edição de 2008, a PNSB não ofereceu a opção de resposta de pagamento junto com o IPTU, o que explica a redução significativa no número de municípios que realizam outra forma de cobrança. Independente disto, ao longo do período 2000-2008 houve um aumento significativo dos municípios que passaram a cobrar tarifas de limpeza pública, prática que deverá ser ainda mais estimulada pelas políticas federais (IBGE, 2002; 2010a).

TABELA 42Sistemas de cobrança por serviços de RSU

Unidade de análise

2000 2008

Municípios que cobram tarifas

Municípios com outras formas de cobrança

Municípios que cobram tarifas

Municípios com outras formas de cobrança

Brasil 13 2.464 441 166Norte 0 102 28 10Nordeste 1 288 71 21Sudeste 10 1.100 181 63Sul 1 851 121 55Centro-Oeste 1 123 40 17

Fonte: IBGE (2002; 2010a).Elaboração dos autores.

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55Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Os dados da PNSB, dessa forma, indicam que, em 2008, 10,9% dos municípios bra-sileiros possuíam algum tipo de cobrança pelo serviço de gestão de RSU, dos quais 7,9% utilizavam a modalidade de tarifa. O Panorama do saneamento básico no Brasil estabelecia para aquele ano a meta de 11% dos municípios cobrando “taxa de lixo” (Heller, 2011); como o documento não especifica a modalidade de cobrança, pode-se considerar que a meta proposta foi atingida.

Embora a instalação de sistemas de cobrança seja importante, por si só ela não é suficiente para garantir a viabilidade econômica dos sistemas de gestão de RSU. Além de ser implantada, ela precisa ser eficaz e eficiente, sendo necessária a profissionalização destes sistemas e o correto controle financeiro e operacional. Em 2008, dos 152 municípios que responderam ao SNIS que realizavam algum tipo de cobrança pelo serviço de gestão de RSU, apenas dezenove (12,5%) apresentaram resultado positivo, sendo todos os demais deficitários (Brasil, 2010c). Esta realidade indica a necessidade de melhorar os sistemas de custeio e cobrança pelos serviços de gestão de RSUs.

Portanto, apesar de a cobrança pela gestão de resíduos sólidos parecer equacionada do ponto de vista legal, existe uma série de desafios práticos a serem superados. A princípio, seria necessário desenvolver formas de motivar os municípios a criarem sistemas de financiamento específicos para a gestão de resíduos sólidos. Em segundo lugar, existe a necessidade de se criarem e se divulgarem modelos de cobrança que possam ser adotados por municípios que vivam realidades diversas. Por fim, ainda existe o desafio de capacitar os gestores municipais para o gerenciamento dos custos de tais serviços, para garantir que as atividades relacionadas aos resíduos sólidos não sejam deficitárias.

7.3 Custos da disposição final

As informações referentes aos custos de disposição final são escassas nas pesquisas existentes no Brasil. Exemplo é a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, que não faz esta avaliação; enquanto a pesquisa da Abrelpe trabalha apenas com o indicador “despesas municipais anuais com coleta e demais serviços de limpeza urbana”, embora os demais serviços de limpeza urba-na compreendam, além das despesas com a destinação final dos RSUs, os gastos com serviços de varrição, capina, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpezas de córregos etc.

Assim, para o levantamento dos custos despendidos com a disposição final dos resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos foi utilizada a base de dados do SNIS. Diferentemente da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, o SNIS não trabalha com a totalidade dos muni-cípios brasileiros e sim com amostras populacionais. A cada ano da série tenta-se aumentar o número de municípios participantes, mantendo-se os anteriores.

É importante destacar que no SNIS nem todos os municípios respondem a todas as per-guntas, sobretudo no que diz respeito aos gastos. Sendo assim, o levantamento de custos com a disposição final de resíduos foi levantado a partir da média dos dados existentes referentes às publicações da série histórica do SNIS – resíduos sólidos entre 2003 e 2008.

As tabelas 43, 44 e 45 apresentam a série histórica do valor contratual médio para disposição de resíduos em lixão, aterro controlado e aterro sanitário, respectivamente. Para a elaboração destas tabelas foram excluídos os dados que extrapolavam a ordem de grandeza dos custos de disposição. Supõe-se que os municípios declararam o valor contra-tual global para a disposição final. Como exemplo, cita-se o município de Londrina-PR,

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56 Relatório de Pesquisa

que atribuiu o valor de R$ 15.205.220 por tonelada para disposição final de resíduos em aterro controlado – o que claramente não está correto.

Como esperado, tem-se que o custo de disposição em aterros sanitários é mais elevado que o custo em aterros controlados, por sua vez mais oneroso que a operação de lixões.

Cabe ressaltar que é insuficiente utilizar apenas o custo de disposição para avaliar o melhor modelo para gerenciar a disposição final dos resíduos. É preciso conhecer também em quais condições os resíduos estão sendo aterrados.

TABELA 43Evolução temporal do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em lixões (2004-2008)

Valor contratual médio para disposição em lixões

2004 2005 2006 2007 2008

R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número

Todas as operadoras 17,96 4 5,50 1 11,40 2 19,50 1 13,09 4

Empresa privada 27,04 2 - - 17,30 1 19,50 1 12,68 2

Prefeitura ou SLU 8,88 2 5,50 1 5,50 1 - - 13,50 2

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010a).

TABELA 44 Evolução temporal do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro controlado (2003-2008)

Valor contratual médio para disposição em aterro controlado

2003 2004 2005 2006 2007 2008

R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número

Todas as operadoras 18,19 3 21,79 6 13,92 11 21,82 12 27,08 14 22,26 10

Empresa privada 15,35 2 18,52 4 14,87 10 26,44 9 24,96 10 21,76 9

Prefeitura ou SLU 23,88 1 28,35 2 4,36 1 7,98 3 32,38 4 26,80 1

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010a).

TABELA 45Valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro sanitário (2003-2008)

Valor contratual médio para disposição em aterro sanitário

2003 2004 2005 2006 2007 2008

R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número R$/t Número

Todas as operadoras 19,79 7 21,83 24 25,40 30 30,71 30 30,63 34 41,37 32

Empresa privada 21,06 5 21,83 24 26,34 28 32,11 26 29,59 30 43,60 25

Prefeitura ou SLU 16,63 2 - - 8,47 1 23,04 3 42,27 1 20,02 3

Consórcio - - - - 15,85 1 17,25 1 37,27 2 46,16 2

Outro -  -  -  -  -  -  -  -  37,01 1 39,60 2

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010a).

Observa-se a partir da tabela 45 que, apesar do aumento no número de informações obtidas sobre o custo de disposição em aterros sanitários, a amostra ainda é pouco repre-sentativa considerando o número total de municípios no Brasil.

Com exceção da amostra de municípios declarantes de 2007, nos demais anos o custo de disposição era sempre mais elevado quando operado por empresa privada, se comparado ao da Prefeitura ou do SLU. Por um lado, isto suscita a dúvida com relação à

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57Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

privatização do serviço: por que privatizar se o custo fica mais elevado? Por outro lado, há de se considerar que a operação do aterro por uma empresa privada pode ser mais rigorosa e atenta às exigências ambientais que a operação por uma prefeitura. Outra hipótese a se considerar seria a dificuldade das prefeituras ou do SLU para quantificar claramente o custo de determinado serviço.

Interessante notar o aparecimento, na amostra dos municípios, da adoção de consórcios públicos, a partir de 2005, na disposição final.

A tabela 46 resume o custo médio por tonelada para disposição de resíduos em aterros sanitários considerando o porte do município, entre 2004 e 2008. O ano 2003 foi excluído devido ao número de municípios respondentes ser muito inferior aos demais anos. O gráfico 16 ilustra graficamente as informações presentes na tabela 46.

TABELA 46 Evolução do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro sanitário (2004-2008)

(Em R$/t)

Unidade de análiseEvolução do valor contratual médio para disposição de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos em aterro sanitário

2004 2005 2006 2007 2008

Brasil 21,83 25,40 30,71 30,63 40,37

Municípios pequenos 38,63 36,08 61,22 54,08 54,25

Municípios médios 19,24 23,7 29,48 28,12 35,46

Municípios grandes 17,05 21,09 25,67 20,70 33,06

Fonte: Ministério das Cidades (Brasil, 2005; 2006; 2007; 2008; 2009; 2010a).

GRÁFICO 16Custo médio da disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários considerando municí-pios de pequeno, médio e grande portes e Brasil (2004-2008)

(Em R$/t)

0,002004 2005 2006 2007 2008

20,00

10,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

Muncípio pequeno Brasil Muncípio médio Muncípio grande

Elaboração dos autores.

A partir da análise da tabela 46 e do gráfico 17, observa-se que há uma redução no custo por tonelada de resíduos aterrados quanto maior a quantidade a ser aterrada, apontando o ganho de escala conforme o porte do município.

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58 Relatório de Pesquisa

8 CONSÓRCIOS PÚBLICOS

De acordo com o Decreto no 6.017/2007, que regulamenta a Lei no 11.107/2005, o consórcio público é a pessoa jurídica formada somente por entes federativos “para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”.

Assim, os consórcios públicos são instrumentos formais de cooperação entre entes federativos para a solução de problemas de interesse coletivo, mediante ações conjuntas entre os entes consorciados.

Tornar-se membro de um consórcio público permite aos entes federativos, em especial aos municípios, buscar soluções conjuntas para problemas que ultrapassam as fronteiras geográficas, visando racionalizar o modelo de gestão e otimizar os recursos necessários, mediante um planejamento integrado.

Segundo Peixoto (2008):

(...) os consórcios públicos poderão ter um ou mais objetivos e os entes consorciados poderão se consorciar em relação a todos ou apenas a parcela deles. Com isto, o consórcio pode executar uma gama de atividades e ações que racionaliza e maximiza a aplicação dos recursos públicos (...) e também permite aos municípios contar com uma estrutura de pessoal tecnicamente mais qualificada, em razão da escala obtida na gestão associada.

Os consórcios permitem a redução de custos e o ganho em escala de produção, a ampliação da oferta de serviços públicos, a otimização de equipamentos, de recursos hu-manos e financeiros, bem como a flexibilização dos mecanismos de compra de produtos, serviços e de contratação de pessoal.

Exemplos da atuação de um consórcio público para a gestão de resíduos são: desenvolvimento do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, coleta regular de re-síduos, implantação de unidades de compostagem, disposição final em aterros sanitá-rios, projetos de unidades de processamento e análises para monitoramento de aterros sanitários, entre outros. De acordo com Batista (2011), a implantação de aterros sani-tários, unidades de compostagem e centrais de triagem na forma de consórcios requer, antes, realizar um estudo sobre as distâncias entre as cidades a serem consorciadas.

A Lei de Consórcios Públicos (Lei no 11.107/2005) prevê quatro possíveis formas de financiamento conforme destacado a seguir.

6) Receber recursos pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços ao ser contrata-do exclusivamente por um ente consorciado.

7) Arrecadar receitas mediante tarifas e preços públicos pela prestação de serviços ou, em casos específicos, por uso ou outorga de uso de bens públicos.

8) Receber receitas de contratos de rateio entre os entes consorciados, pelos quais os entes se comprometeriam financeiramente com as despesas do consórcio público.

9) Receber recursos de entes não consorciados, por meio de celebração de convênios.

Batista (2011) identificou, para o Brasil, vinte consórcios públicos na área de resíduos sólidos, como mostra o quadro 2.

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59Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

QUADRO 2Listagem de consórcios públicos em resíduos sólidos no Brasil

Nome do consórcio Estado Número municípios consorciados População urbana atendida1

Consórcio Público de Saneamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos RS 32 1.990.820

Consórcio Intermunicipal para o Aterro Sanitário SP 6 665.323

Consórcio Intermunicipal para Tratamento e Disposição Final do Lixo (Codralix) SP 5 272.923

Consórcio Regional de Saneamento Básico Vale do Itapocu SC 7 201.655

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Pedra Branca CE 11 193.971

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Limoeiro do Norte CE 9 138.555

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Baturité CE 14 134.823

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Sobral CE 15 130.057

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Camocim CE 6 107.641

Consórcio Regional de Saneamento do Sul do Piauí PI 23 103.546

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Pacatuba CE 3 95.616

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos São Benedito CE 6 85.725

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Jaguariba CE 4 74.868

Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos SP 4 71.159

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Tauá CE 5 61.355

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos Sólidos Paracuru CE 3 52.648

Consórcio Municipal para Aterro de Resíduos CE 2 46.741

Consórcio Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (Citresu) RS 10 42.853

Consórcio Intermunicipal do Aterro Sanitário de Biritiba Mirim (Cipas) SP 2 35.189

Consórcio Intermunicipal de Reciclagem e Compostagem de Lixo (Conilixo) RS 9 32.642

Fonte: adaptado de Batista (2011).Nota: 1 Considerou-se a população de 2008.

A partir desse quadro pode-se verificar que, dos consórcios identificados, doze estão na região Nordeste, quatro na região Sul e quatro na região Sudeste. O estado que concentra a maioria dos consórcios públicos para resíduos é o Ceará, com onze experiências cadastradas. Esses consórcios contemplam 176 municípios e atendem, considerando a população urbana, cerca de 4,5 milhões de habitantes.

Do total dos municípios participantes, 166 correspondem a municípios de pequeno porte, sendo os dez municípios restantes de médio porte. A população média atendida por consórcio é de 134.068 habitantes,14 e foi identificada a média de nove municípios por consórcio, porém este valor variou de dois a 32.

Apesar desse trabalho não identificar qual é o objetivo do consórcio, tem-se que dos 176 municípios participantes, 99 faziam a disposição dos resíduos em lixões; dezesseis em aterros controlados; 45 em aterros sanitários e dezesseis declararam outras formas de des-tinação (unidades de compostagem e unidades de triagem e reciclagem), considerando a PNSB 2008. Estas proporções não se diferenciam muito da média nacional. Em relação aos dados apresentados na tabela 24 para 2008, nos consórcios há uma proporção um pouco maior de aterros sanitários e lixões e menor de aterros controlados.

Peixoto (2008) alerta para algumas dificuldades enfrentadas para a constituição e implantação de consórcios públicos, tais como deficiência na qualificação dos gestores públicos nessa área, poucos profissionais capacitados e habilitados para trabalhar com con-sórcios públicos e dificuldade de convencer os gestores públicos a aderirem ao consórcio.

14. Para o cálculo desse valor foi excluído o consórcio cuja população atendida é de 1.990.820 de habitantes, considerado outlier.

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60 Relatório de Pesquisa

9 APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DO GÁS DE ATERRO

O aproveitamento energético do gás de aterro, além de seu valor como fonte descentralizada de energia elétrica, reduz o potencial de efeito estufa dos gases emitidos na conversão do metano (CH4) – gás que tem alto potencial de aquecimento global (GWP, da sigla em inglês para global warming potencial) em gás carbônico (CO2) – com GWP mais de vinte vezes mais baixo que o CH4, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC.Além disso, este aproveitamento pode substituir fontes fósseis de geração de energia da matriz por uma fonte renovável.

Como no Brasil o aproveitamento de gás de aterro sanitário era quase inexistente até as discussões no âmbito do Protocolo de Quioto, ele não entra no que se chama de “linha de base”. Ou seja, por não ter existido antes, entende-se que ocorre devido ao incentivo dos créditos de carbono. Desta maneira, considera-se que a atividade é adicional ao que ocorreria na ausência do protocolo, sendo elegível para receber esses créditos, denominados Reduções Certificadas de Emissões ou RCEs.15 Isto pode ocorrer mesmo em casos hipoté-ticos em que o fluxo de caixa dos projetos seja atrativo.

Ainda assim, no Brasil, o aproveitamento de biogás responde por apenas pouco mais de 2% da capacidade instalada de geração de energia (3.517 MW) entre os projetos no âmbito do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) – mecanismo de flexibilização previsto no Protocolo de Quioto que permite projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento possam ser utilizados para países desenvolvidos atingirem suas metas de redução de emissões (Brasil, 2010b). Neste trecho do diagnóstico de resíduos sólidos, considerando que outras iniciativas sejam negligenciáveis, deixa-se o pressuposto de que todos os projetos de aproveitamento de gás de aterro para produção de energia elétrica submeteram projetos de MDL para validação.

O Projeto de Aproveitamento do Biogás de Aterro Sanitário (NovaGerar) foi pioneiro em aproveitar recursos advindos das negociações no âmbito da Convenção-Quadro sobre Mu-dança do Clima e seu Protocolo de Quioto para viabilizar o uso de biogás de aterro como fonte energética. Seu projeto previa reduzir 14.073 mil t de gás carbônico equivalentes (CO2eq) em 21 anos ao gerar, de forma líquida, 654 mil MWh de energia elétrica neste período.16 Segui-ram projetos maiores, como o Projeto Bandeirantes de Gás de Aterro e Geração de Energia (capacidade instalada de 22 MW), com previsão de receber 7.500 mil RCEs em sete anos, e o Projeto Gramacho de Gás de Aterro, previsto para gerar 5.966.573 RCEs, também nos sete primeiros anos do projeto.

Projetos de recuperação de gás de aterro e de geração de energia por combustão do gás devem estar atrelados a uma política de destinação otimizada de resíduos sólidos. Se considerado o balanço energético de uma gestão de resíduos que englobe coleta seletiva, reuso e reciclagem de materiais e captação de gás de aterro para fins energéticos, ela é fortemen-te positiva, pois soma a economia de energia advinda da produção de bens a partir de matéria-prima reciclada – em vez da extração de novo – com a geração de energia propriamente dita.

15. Uma Redução Certificada de Emissões (RCE) equivale a uma tonelada de CO2 deixada de emitir ou ao equivalente da somatória dos gases causadores do efeito estufa (GEEs) convertidos para CO2eq, seguindo a tabela fornecida pelo Painel Intergovernamental sobre Mu-danças Climáticas (IPCC) – disponível em: <http://www.ipcc.ch> – e pode ser comercializada no mercado de carbono, sendo, em última análise, de interesse dos países que devem cumprir cotas de redução de emissão destes gases.16. Os documentos de concepção do projeto – DCPs (do inglês PDD – Project Design Document) no âmbito do Mecanismo de Desenvol-vimento Limpo (MDL ou CDM, do inglês Clean Development Mechanism), previsto no Protocolo de Quioto, estão disponíveis em: <http://cdm.unfccc.int>. Os projetos brasileiros têm suas versões em português disponíveis em: <http://www.mct.gov.br/clima>.

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61Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Pode-se gerar energia a partir de resíduos sólidos tanto do gás de aterro, a partir da decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos, do papel e papelão, como a partir da combustão direta dos resíduos. No entanto, na combustão, para se ter níveis aceitáveis de emissões de furanos, dioxinas e cinzas, além de tratamento do resíduo sólido da combustão – conforme tecnologia descrita em Bilitewski, Härdtle e Marek (2000) –, é necessário um investimento financeiro que, via de regra, não compensa a diferença de geração de energia, mesmo contabilizando as emissões evitadas de gases causadores do efeito estufa – GEEs (Dijkgraaf e Vollebergh, 2004; 2008). Na Alemanha, por exemplo, o alto investimento em instalações adequadas para a combustão de lixo com geração de energia forçou o país a importar resíduos sólidos da Itália para compensar o custo afundado e fornecer a energia planejada quando a geração de resíduos não atendeu as previsões (Observ’er, 2008).

O biogás para aproveitamento energético, que pode ser proveniente não apenas de captura de biogás de aterros sanitários – resíduos sólidos –, mas também de vários tipos de rejeitos, como efluentes urbanos (esgoto), dejetos de animais e/ou vegetais em biodi-gestores, vinhoto ou ainda da indústria de celulose, pode ser utilizado na sua forma bruta, gerando energia por “queimadores” (flairs) ou em substituição ao gás de cozinha, ou pode ainda ser melhorado mediante tecnologia específica (enriquecendo o gás resultante de cerca de 55% CH4, para 92% CH4) para substituir o gás natural em veículos ou na indústria.

A participação da geração de energia por uso de resíduos sólidos no Brasil ainda é muito tímida, não chegando a ser explicitada no Balanço Energético Nacional – BEN (EPE, 2009). Na Comunidade Europeia, os governos garantem preços premium semelhan-tes aos pagos por energia eólica à energia gerada por biogás (Ewea, 2009). A capacidade instalada de produção de eletricidade desta modalidade – 19,9 MWh – corresponde a 24% da eletricidade produzida entre as diversas fontes de biomassa (Observ’er, 2008). O biogás proveniente de aterros, na Europa, corresponde a 49% do biogás total, seguido por biodi-gestores na agricultura – 36% – e efluentes – 15%. O potencial de biogás neste continente pode chegar ao suprimento de um terço da demanda por gás.

No Brasil, no âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), apesar de estar prevista a compra da eletricidade a partir do biogás de aterro sanitário, rico em CH4, nenhum projeto foi apresentado. Comentários de alguns stakeholders indicam que o índice de nacionalização exigido pelo Proinfa é muito alto, sendo proibitivo para o setor. Outras fontes citam o “preço premium”, oferecido na primeira fase do Proinfa para a energia gerada por gás de aterro como não sendo suficientemente atrativo – Costa (2006) e os documentos de concepção de projeto (DCPs), Projeto Gramacho de Gás de Aterro. A exigência de que os créditos de carbono gerados em projetos com o financiamento do Proinfa sejam atribuídos à Centrais Elétricas Brasileiras – Eletrobras (Decretos no 5.025/2004 e no 5.886/2006) certamente pesou na decisão dos empreendedores do setor.

Em um contexto internacional, é preciso que se tenha em mente que as RCEs, os chamados créditos de carbono, são um incentivo importante que deve ser aproveitado neste momento em que as negociações sobre clima possibilitam que haja recursos advindos dos países desenvolvidos para que países em desenvolvimento adotem métodos e tecnologias que reduzam emissões nas atividades econômicas, em especial na geração de energia. Políticas de incentivo, como houve na primeira fase do Proinfa, devem ser melhoradas para contemplar de maneira mais eficaz o aproveitamento energético de resíduos, de forma a viabilizá-la.

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62 Relatório de Pesquisa

Em um futuro próximo, o aproveitamento energético de fontes como resíduo podem vir a se tornar uma obrigação, sem qualquer subvenção externa. Entretanto, é preciso men-cionar que o Brasil defende nas convenções internacionais que o GWP calculado em horizontes de cem anos, como publicado pelo IPCC, infla a diferença entre o GWP do CH4 em relação ao CO2. Neste sentido, é preciso ter em mente que uma possível queda nesta diferença deve entrar no estudo de viabilidade dos empreendedores, baixando o potencial de ganho com créditos de carbono, porém em uma escala muito pequena se comparada à flutuação dos preços de mercado em relação ao tamanho das metas que es-tão sendo discutidas para serem estabelecidas em um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto.

É necessário, também, que projetos de lei e planos que visem ao incentivo dessa gera-ção de energia considerem que a obrigação do aproveitamento energético de resíduos pode impedir que se obtenha receita advinda de créditos de carbono, dado que para ser elegível a receber RCEs, a atividade que mitigue emissões de GEEs deve ser de caráter voluntário.

Na tabela 47 pode-se observar o número de projetos de MDL no Brasil envolvendo aterros. Nesta tabela estão contabilizados não somente aqueles que aproveitam o gás de aterro para produção de energia, mas também aqueles que queimam o gás em flairs além do mínimo necessário. Como esperado, devido ao volume de resíduos gerados, na região Sudeste há mais incidência de projetos.

TABELA 47Número de projetos de MDL envolvendo aterros no Brasil, por região (até julho de 2011)17

Região Projetos

Brasil 39

Norte 2

Nordeste 6

Sudeste 25

Sul 3

Cento-Oeste 3

Fonte: Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima (UNFCCC).

Enquanto isso, na tabela 48 pode-se observar todos os projetos de MDL no Brasil envolvendo aproveitamento energético de gás de aterro. Nesta tabela verifica-se também, nos casos em que há dados disponíveis, a existência de grande variação entre projetos no tocante ao custo do investimento por unidade de potência instalada. Em termos de custo médio de geração, uma estimativa elaborada pela Arcadis Tetraplan sob encomenda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do MMA gerou um va-lor de custo médio de geração de R$ 323 por MW produzido (ONU et al., 2010). A título de ilustração, foi expresso na tabela o país que mais compra ou aquele que mais se beneficia diretamente dos créditos gerados de cada projeto.

17. Os valores levam em conta não somente os projetos de aproveitamento energético (geração de energia elétrica ou aproveitamento como combustível), mas também os projetos que simplesmente queimam o gás para converter o carbono emitido como CH4 para CO2.

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63Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

TABELA 48Projetos de MDL envolvendo geração de energia em aterros no Brasil

Nome do projeto EstadoCapacidade instalada de geração em MW

Custo de investimento US$/kW

RCEs geradas x 1 mil/ano

RCEs sendo vendidas para

Gramacho Landfill Gas Project RJ Venda do gás 852

Brazil NovaGerar Landfill Gas to Energy Project RJ 12 341 Países Baixos

Landfill Gas to Energy Project at Lara Landfill, Mauá, Brazil

SP 10 1.400 751 Países Baixos, Suíça

Brazil Marca Landfill Gas to Energy Project ES 11 231 Reino Unido, Japão

Bandeirantes Landfill Gas to Energy Project (BLFGE)

SP 22 1.071Alemanha, Países Baixos, Suíça

São João Landfill Gas to Energy Project (SJ) SP 20 817 Alemanha e Suíça

Estre Itapevi Landfill Gas Project (EILGP) SP 3 91 Reino Unido, Suíça

Feira de Santana Landfill Gas Project BH 900 43

Manaus Landfill Gas Project AM 18 1.049 Reino Unido e Canadá

Projeto de Gás de Aterro Tecipar – PROGAT SP 6,5 87

Corpus/Araúna – Landfill Biogas Project. SP 6.021 45

CTR Candeias Landfill Gas Project PE 5,25 4.068 218 Espanha

Uberlândia Landfills I and II MG 2,8 4.625 111

Total de capacidade instalada para geração de energia em MW

108,55

Fonte: UNFCCC apud UNEP (2011) e documentos de concepção de projeto, disponíveis nos sites <www.mct.gov.br/clima> e <www.unfccc.int>.

O estudo encomendado pelo PNUD e pelo MMA à Arcadis Tetraplan estimou, para 56 localidades brasileiras,18 a produção de energia potencial, considerando a vazão de bio-gás no decênio 2010-2020. O resultado demonstrou que há a possibilidade de se ter uma capacidade instalada de geração de 311 MW, o que, segundo o estudo, “poderia abastecer uma população de 5,6 milhões de habitantes e equivale a praticamente a cidade do Rio de Janeiro” e “tal potência representa a abundância do combustível biogás, renovável e sub-produto do modo de vida atual”.

Apesar de a viabilidade técnica e econômica da implantação de aterros dotados de um sistema de geração de energia proveniente do gás de aterro depender de uma quantidade mínima de resíduos aterrados, o incentivo à criação de gestões compartilhadas dos resíduos de vários municípios, conforme a PNRS, deverá causar um ganho de escala que viabilize não só o aproveitamento de resíduos recicláveis de pequenos municípios, mas também a emissão do gás de aterro como fonte de energia.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho objetivou principalmente descrever a situação da gestão dos RSUs no Brasil, com intuito de gerar subsídios para a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. A partir das análises apresentadas neste trabalho, serão propostas nesta seção iniciativas de duas naturezas distintas.

18. O estudo concentrou seus esforços nos municípios com maior probabilidade de viabilidade técnica e econômica de implantação de projeto de energia de gás de lixo. Os municípios participantes entraram em um rol listado a partir da PNSB, do qual foram cortados os municípios nos quais a disposição de resíduos era inadequada ou cuja geração mostrou-se insuficiente. Também foram aplicados outros critérios técnicos de eliminação, por exemplo, quanto à localização desses municípios, se pertenciam ou não a regiões metropolitanas ou aglomerados urbanos. Entre os restantes optou-se por enviar questionários, sendo eliminados aqueles que não os responderam.

Page 65: relatorio residuos solidos urbanos

64 Relatório de Pesquisa

Um primeiro aspecto que precisa ser considerado da gestão dos RSUs geral é sua viabilidade econômica. Conforme mencionado anteriormente, apesar de ter havido um aumento dos municípios que cobram pelo serviço de gestão dos RSUs, ainda é necessário que esta gestão seja aprimorada, bem como os sistemas de custeio e gestão financeira, de forma que tais serviços deixem de ser deficitários.

Em segundo lugar, considerando questões associadas à coleta de resíduos, parecem ser necessárias duas iniciativas principais. A princípio, o desenvolvimento de programas especí-ficos para estimular a coleta regular em áreas rurais, de forma a minimizar a diferença per-cebida entre coleta em domicílios urbanos e rurais. Uma vez que tais domicílios possuem uma natureza distinta daqueles localizados na cidade, esta atividade precisa ser precedida do desenvolvimento de modelos de gestão de resíduos sólidos para áreas rurais, uma vez que os pressupostos adotados nas áreas urbanas dificilmente serão válidos em tais condições.

Do ponto de vista da coleta seletiva, os dados disponíveis sobre a participação dos programas oficiais indicaram uma contribuição consideravelmente inferior àquela esti-mada para a coleta informal e para a reciclagem pré-consumo, sendo necessária a amplia-ção de tais programas. Neste sentido, seria necessária a consolidação destes programas nas cidades de grande porte e sua expansão nas cidades de médio porte. Políticas federais nestes municípios seriam, possivelmente, mais eficazes que iniciativas voltadas para mu-nicípios pequenos.

O debate sobre fortalecimento da reciclagem no país merece uma análise um pouco mais aprofundada. Ao longo deste estudo, um dos grandes problemas identificados foi a incompatibilidade entre os dados disponibilizados pelos representantes setoriais e as infor-mações coletadas nos órgãos de saneamento. Esta incompatibilidade parece refletir uma possível separação na análise do ciclo de vida dos materiais, havendo uma aparente cisão entre o uso das matérias-primas e a reciclagem dos resíduos.

Diante dessa separação, recomenda-se que políticas, programas e estatísticas sobre reciclagem passem a considerar todo o ciclo de vida dos produtos, em vez de tratá-los de forma separada. Sendo assim, iniciativas voltadas para a reciclagem de materiais não devem ser consideradas como apenas políticas de saneamento, mas também políticas de conservação de energia e de eficiência industrial. Neste sentido, tais iniciativas deveriam extrapolar uma “política de resíduos sólidos” e ser entendidas como políticas integradas de produtos (Berkhout e Smith, 1999; Commission of the European Communities, 2001; Rubik e Scholl, 1999). Desta forma, tais iniciativas não devem ser originadas de forma isolada no setor ambiental, como ocorreu no caso das pilhas e baterias e no caso dos pneus (Milanez e Bührs, 2009a; 2009b), mas ser tratadas de maneira conjunta por diferentes setores do governo e da sociedade.

Essa questão está fortemente ligada ao segundo grupo de proposições para o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Conforme mencionado anteriormente, muitos dos dados utilizados neste relatório apresentaram uma série de inconsistências e precisam de mais aprofundamento. Neste sentido, a elaboração de um Plano Nacional de Resíduos Sólidos, bem como a definição de objetivos e metas, deveria ser precedida de um amplo debate com os atores responsáveis pela produção das estatísticas relacionadas ao ciclo de vida dos pro-dutos (produção, consumo aparente, descarte, reciclagem etc.), de forma a buscar-se uma base única de informação, a qual permita não apenas a formulação de políticas adequadas, mas também o monitoramento dos resultados de tais políticas.

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65Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

Nesse sentido, parece ser fundamental que um futuro sistema nacional de informações sobre a gestão dos resíduos sólidos (talvez expandido para um sistema de gestão integrada de produtos e materiais) não apenas confronte as informações fornecidas por entidades respon-sáveis pela gestão dos RSUs, mas também os dados referentes à reciclagem disponibilizados por setores empresariais. Se tal sistema for efetivamente construído, ele deverá superar algu-mas limitações dos sistemas existentes, para permitir estimativas mais precisas sobre a impor-tância da reciclagem pré-consumo e da coleta informal de materiais recicláveis, bem como melhorar a qualidade da informação relativa às despesas com coleta regular e, principalmente, coleta seletiva.

Em relação à compostagem no Brasil, recomendam-se alguns pontos.

1) Incentivar e promover pesquisas com novos levantamento de dados primários sobre a situação atual das unidades de compostagem existentes no Brasil, sejam elas pro-venientes de iniciativas municipais isoladas ou consorciadas. Concomitantemente, propõe-se estudo compreendendo as diferentes formas de compostagem (natural, estático, reatores biológicos), os tipos de arranjos institucionais (centralizado ou des-centralizado, consórcio público), os recursos envolvidos (materiais, equipamentos, mão de obra etc.) e a demanda de mercado existente. A partir destas informações poder-se-á traçar metas progressivas mais reais para a compostagem.

2) Se as metas tiverem de ser traçadas antes da conclusão do estudo sugerido no item anterior – e considerando o histórico de insucessos nas experiências anteriores (usinas de compostagem e reciclagem) e que a separação da fração orgânica na origem, por parte da população, requer uma mudança nos hábitos e costumes –, recomenda-se que as metas de compostagem sejam estabelecidas, a princípio, focando os resíduos orgânicos produzidos em grandes estabelecimentos (feiras livres, sacolões, supermer-cados, restaurantes etc.).

3) Complementar e aprofundar o estudo sobre as experiências bem-sucedidas em com-postagem em âmbito internacional, não apenas no que diz respeito aos aspectos técnico-gerenciais, mas, principalmente, no que diz respeito às políticas públicas im-plantadas para incentivar o desenvolvimento da compostagem.

4) Trabalhar na elaboração de norma técnica ou processo simplificado de licenciamento ambiental para pequenas unidades de compostagem, de forma semelhante ao que foi proposto para os aterros sanitários de pequeno porte, devido a alguns municípios apresentarem dificuldade de implantar uma unidade de compostagem, por exem-plo, de pequena capacidade para tratamento, em função das exigências dos órgãos ambientais, pois estes, muitas vezes, consideram os critérios estabelecidos para os grandes empreendimentos.

Quanto à meta de erradicação dos lixões, seguem também algumas recomendações.

1) Fortalecer, com aporte financeiro e apoio operacional, a formação de novos consórcios públicos para disposição dos resíduos.

2) Priorizar os esforços na erradicação de lixões em municípios de pequeno porte que, em 2008, eram responsáveis por 96% dos lixões existentes, e nos municípios da região Nordeste que, em 2008, eram responsáveis por 57% dos lixões existentes.

3) Concomitantemente, trabalhar para que os municípios com aterros controlados façam o seu encerramento e iniciem a implantação de aterros sanitários.

4) Incentivar a implantação de aterros sanitários de pequeno porte (ASPPs) para os municípios que produzam até 20 t/d.

Page 67: relatorio residuos solidos urbanos

66 Relatório de Pesquisa

5) Reavaliar a restrição da legislação, Resolução no 404 (Conama, 2008), em limitar o licenciamento ambiental de aterros sanitários de pequeno porte para apenas uma unidade municipal ou distrital; poder-se-ia adotar este tipo de solução em municí-pios de maior porte que geram mais resíduos e que poderiam, por exemplo, dispor seus resíduos em ASPPs descentralizados em seu território.

Quanto aos custos de disposição, recomendam-se três pontos.

1) Aprofundar a coleta de dados primários referentes à implantação e operação de ater-ros sanitários e de aterros sanitários de pequeno porte.

2) Incentivar os municípios pequenos a realizar a disposição final dos resíduos por meio de consórcios, de forma a reduzir seus custos em função do ganho em escala.

3) Como recomendação geral, sugere-se adequar as próximas edições da PNSB para a questão da coleta e disposição de resíduos, de forma a evitar a duplicidade das informações. Com a ampliação dos consórcios públicos é provável que aumente a quantidade de resíduos coletados em um município e dispostos em outro.

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72 Relatório de Pesquisa

ANEXOS

ANEXO A

FIGURA A.1

Trecho do questionário da PNSB 2008

Obs.: imagem reproduzida em baixa resolução em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

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73Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

FIGURA A.2

Trecho do questionário da PNSB 2008

Obs.: imagem reproduzida em baixa resolução em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Page 75: relatorio residuos solidos urbanos

74 Relatório de Pesquisa

FIGURA A.3

Trecho do questionário da PNSB 2008

Obs.: imagem reproduzida em baixa resolução em virtude das condições técnicas dos originais disponibilizados pelos autores para publicação (nota do Editorial).

Page 76: relatorio residuos solidos urbanos

75Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

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Page 77: relatorio residuos solidos urbanos

76 Relatório de Pesquisa

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Page 78: relatorio residuos solidos urbanos

77Diagnóstico dos Resíduos Sólidos Urbanos

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Page 79: relatorio residuos solidos urbanos

Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

EDITORIAL

CoordenaçãoCláudio Passos de Oliveira

SupervisãoEverson da Silva MouraMarco Aurélio Dias Pires

RevisãoAndressa Vieira BuenoClícia Silveira RodriguesHebert Rocha de JesusIdalina Barbara de CastroLaeticia Jensen EbleLeonardo Moreira de SouzaLuciana DiasOlavo Mesquita de CarvalhoReginaldo da Silva DomingosCelma Tavares de Oliveira (estagiária)Patrícia Firmina de Oliveira Figueiredo (estagiária)

Editoração eletrônicaAline Rodrigues LimaAndrey TomimatsuBernar José VieiraDanilo Leite de Macedo TavaresJeovah Herculano Szervinsk JuniorLeonardo Hideki HigaDaniella Silva Nogueira (estagiária)

CapaAndrey Tomimatsu

Livraria do IpeaSBS - Quadra 1 - Bloco J - Ed. BNDES - Térreo 70076-900 - Brasília - DF Tel.: (61) 3315-5336 Correio eletrônico: [email protected]

Page 80: relatorio residuos solidos urbanos
Page 81: relatorio residuos solidos urbanos

Composto em Adobe Garamond Pro 11,5/13,8 (texto)Frutiger 67 Bold Condensed (títulos, gráficos e tabelas)

Impresso em Offset 90g/m2

Cartão Supremo 250g/m2 (capa)Brasília-DF

Page 82: relatorio residuos solidos urbanos

Relatório de Pesquisa

Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de Logística Reversa Obrigatória

PrMissão do Ipea

oduzir, articular e disseminar conhecimento paraaperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro.