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ESTUDO DE REVESTIMENTOS ANTIADERENTES À RESINA EPÓXI
André M. Kehrwald1, Guilherme M.O. Barra1*, Fabiano G. Wolf1, Celso P. Fernandes1
1 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC –Departamento de Engenharia Mecânica
A capacidade adesiva da resina epóxi confere a este polímero extensa aplicação como matriz de materiais compósitos.
Entretanto, esta característica dificulta o processamento dos itens fabricados a base deste polímero, visto que os mesmos
aderem nos moldes e ferramentais durante seu processo de manufatura. Em razão a isto, revestimentos antiaderentes
vêm sendo desenvolvidos e aplicados nos componentes que entram em contato com a resina epóxi. Neste estudo foi
avaliado e comparado o desempenho antiaderente à resina epóxi dos revestimentos auto-catalíticos níquel químico (Ni-
P) e níquel químico modificado com partículas de poli(tetrafluoretileno) (Ni-P-PTFE) em relação ao aço inoxidável
AISI 430. Foram realizadas as caracterizações da energia livre superficial e morfologia dos revestimentos, assim como
a adesão revestimento/epóxi por ensaio pull-off. A menor energia livre superficial do Ni-P-PTFE, fato atribuído à
incorporação de partículas de PTFE na matriz do Ni-P, proporcionou a este revestimento a menor adesão à resina epóxi.
Palavras-chave: Resina Epóxi, Ni-P, Ni-P-PTFE, Adesão, Energia Livre Superficial.
STUDY OF NON-STICK COATINGS TO EPOXY RESIN
Epoxy has been applied successfully as composite matrix materials due to its adhesive capacity. However, mold
sticking is a serious practical problem when epoxy is processed. A solution to this problem is to apply non-stick
coatings on mold and tools. This paper investigates the effectiveness of autocatalytic nickel-phosphorous (Ni-P) and
autocatalytic nickel-phosphorus with polytetrafluoroethylene particles (Ni-P-PTFE) coatings on reducing the adhesion
between epoxy and stainless steel. The indication of the non-stickiness was evaluated through pull-off test. The surface
free energy and morphology of the coatings were made and related with pull-off results. The lowest Ni-P-PTFE surface
free energy provides the best non-stick behavior to this coating due to PTFE particles incorporation in Ni-P matrix.
Keywords: Epoxy Resin, Ni-P, Ni-P-PTFE, Adhesion, Surface Free Energy
Introdução
A crescente aplicação dos materiais compósitos nos diversos setores da engenharia deve-se
principalmente ao sinergismo obtido entre a matriz e as fibras de reforço. Desta forma, a escolha do
material que irá desempenhar a função de matriz é de suma importância para o desempenho
satisfatório desta classe de materiais. A resina epóxi vem sendo extensamente utilizada para
constituir a matriz de compósitos, em virtude de propriedades como estabilidade térmica, resistência
mecânica, resistência química e excelente adesão com as fibras de reforço [1]. Esta adesão deve-se
a alta polaridade dos grupos epóxi e hidroxilas que estão presentes na sua cadeia, as quais por
adesão química criam uma resistente interface com as fibras [2]. Entretanto, a capacidade adesiva
da resina epóxi acarreta na sua adesão nos moldes e ferramentais durante o processo produtivo, o
que dificulta a extração, atraso na etapa de desmoldagem e prejuízo na qualidade superficial dos
itens manufaturados.
A adesão entre duas superfícies é conseqüência de dois principais fatores: termodinâmico,
governado pela energia livre superficial; e mecânico, função das irregularidades da superfície [3].
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Uma solução para minimizar a adesão das resinas poliméricas nos moldes e ferramentais é a
aplicação de revestimentos antiaderentes, os quais possuem baixa energia livre de superfície e
mínima rugosidade superficial [4,5]. Entre os revestimentos que atendem estes requisitos estão os
auto-catalíticos Ni-P e Ni-P-PTFE.
O níquel químico (Ni-P) é definido como uma redução de íons de níquel, originais do
sulfeto de níquel, que na presença de um agente redutor como hipofosfito de sódio formam uma liga
de Ni-P, com teores em massa de níquel e fósforo na faixa de 97-88% e 12-3% respectivamente.
Dentre os estudos relacionados ao Ni-P destacam-se suas aplicações anticorrosivas [6], resistentes
ao desgaste [7], antiaderentes [8] e do aumento da dureza superficial [9]. A incorporação de
micropartículas de PTFE (≈ 20% em massa) na matriz do Ni-P agrega vantagens tais como,
baixíssima energia livre superficial e lubricidade. Estas características expandem o campo de
aplicação dos revestimentos auto-cataliticos para funções hidrofóbicas [10], lubrificantes [11] e
antiaderentes a microorganismos [12], alimentos [13] e resina epóxi [5].
Em razão a estas características do Ni-P e Ni-P-PTFE, torna-se interessante estudar o
comportamento adesivo da resina epóxi com estes revestimentos, a fim de aplicá-los nos moldes e
ferramentais das indústrias que manufaturam compósitos com este polímero. Neste trabalho, através
de ensaio mecânico de adesão (pull-off), avaliou-se a capacidade antiaderente destes revestimentos
à resina epóxi. Em conjunto, foram realizadas as caracterizações da morfologia e energia livre
superficial, análises que serviram de base para a interpretação dos resultados do ensaio de adesão.
Para verificar a eficiência do comportamento antiaderente à resina epóxi, os resultados de adesão
dos revestimentos foram comparados com os do aço inoxidável AISI 430, material muito aplicado
para esta finalidade.
Experimental
Materiais
O Ni-P e o Ni-P-PTFE foram depositados pela Superfinishing do Brasil, em substratos de
aço inoxidável AISI 430 polidos. A resina epóxi utilizada foi do tipo éter diglicidílico do bisfenol
A, DGEBA, (TCR 550) com o endurecedor do tipo trietileno tetramina, TETA.
Métodos
Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)
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Esta técnica foi empregada para caracterizar os grupos polares da resina epóxi. O
equipamento de FTIR utilizado foi um Perkin Elmer, modelo 16CP, com resolução de 4 cm-1
, na
região entre 4000 – 400 cm-1
com célula de KBr.
Composição Química
A determinação dos elementos químicos presentes nos revestimentos foi realizada através de
um detector de energia dispersiva de raios-x (EDX), acoplado no microscópio eletrônico de
varredura.
Energia Livre Superficial
Esta propriedade foi mensurada através do modelo de Owens-Wendt (OW), o qual divide a
energia livre superficial em uma soma de componentes dispersivas e polares (eq. 1) [14].
p
i
d
i
T
i γγγ += (1)
A técnica utilizada para o cálculo das componentes foi a do ângulo de contato, a partir do
uso de um goniômetro Dataphysics. Em função da presença de duas incógnitas na equação ( p
iγ e
d
iγ ) é necessário o emprego de dois líquidos padrões, com tensões dispersivas e polares conhecidas.
Neste estudo foram usados água deionizada e diiodometano (Sigma), com volumes de gotas de 5 µl
e 0,8 µl respectivamente. Foram realizadas 10 medições de cada líquido em cada superfície, 30
segundos após a gota ser depositada. As amostras foram previamente limpas através de enxágüe em
detergente neutro e posterior banho ultrassônico em água destilada e acetona.
Morfologia
Os parâmetros de rugosidade foram caracterizados em um interferômetro ótico (Modelo
Wyko NT1100) e o aspecto da superfície, visualizados por microscopia eletrônica de varredura
(JEOL – JSM-6390LV).
Ensaio de Adesão
O comportamento adesivo da resina epóxi como os revestimentos foi caracterizado pelo
ensaio de pull-off (fig. 1). Este método mensura a tensão de ruptura da interface formada entre as
superfícies revestimento/resina epóxi. O experimento foi realizado com um equipamento pull-off
Patti-110, respeitando a norma ASTM D 4541. Cinco amostras de cada material foram utilizadas
para este ensaio. A figura 2 ilustra o fluxograma do procedimento experimental adotado no ensaio
pull-off.
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Figura 2 – Fluxograma experimental do ensaio pull-off.
Resultados e Discussão
Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)
O espectro da resina epóxi está demonstrado na figura 3. Observam-se bandas em 3520 cm-1
e 1245 cm-1
que podem ser atribuídas aos grupos hidroxila (O-H) e epóxi, respectivamente. A
presença destes grupos polares são os principais responsáveis pelo efeito adesivo da resina epóxi
nos moldes e ferramentais.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
Tra
nsm
itâ
ncia
Comprimento de Onda (cm-1)
3520
3054
2968
2929
2874
1607
1509
1386
1245
833
Figura 3 – Espectro FTIR da resina epóxi. Os grupos hidroxila e epóxi estão identificados em 3520 cm-1 e 1245 cm-1, respectivamente.
Composição Química
Limpeza das
Superfícies
Mistura resina/endurecedor
(2:1)
Vazamento da mistura em
moldes de 5cm x 5cm
Cura da resina, 24 horas a
temperatura ambiente
Fixação dos provetes nas
superfícies de epóxi
Ensaio pull-off 24 horas após
a fixação dos provetes
Provete
Adesivo Epóxi
Revestimento Substrato
Força
Figura 1 – Ensaio pull-off.
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O percentual dos elementos químicos presentes nos revestimentos estão apresentados na
tabela 1. Os revestimentos auto-catalíticos de Ni-P podem ser classificados através do teor de
fósforo presente na sua matriz, respeitando as seguintes distribuições de fósforo: 1-5% (baixo P), 5-
8% (médio P) e acima de 9% (alto P) [8]. De acordo com os resultados de EDX, tanto o Ni-P como
Ni-P-PTFE foram classificados como médio fósforo. O ensaio também revelou a presença de
carbono e flúor no Ni-P-PTFE, átomos oriundos das partículas de PTFE.
Tabela 1 – Percentual em massa dos elementos químicos nos revestimentos. Análise realizada por EDX.
Revestimento Ni (%) P (%) C (%) F (%)
Ni-P 94,9 5,1 - -
Ni-P-PTFE 75,4 6,5 15,2 2,9
Energia Livre Superficial
Os resultados da energia livre superficial podem ser visualizados na figura 4. Percebe-se que
os revestimentos apresentaram energia livre menor do que o aço inoxidável. Este fato é importante,
pois a redução desta propriedade restringe a adesão por efeito termodinâmico. A deposição das
partículas de PTFE na matriz de Ni-P diminui de forma significativa a energia livre superficial do
níquel químico. Esta redução é atribuída à baixa energia livre superficial do PTFE. O
poli(tetrafluoretileno) é um polímero fluorado -(CF2-CF2)n- e em conseqüência da forte energia de
ligação entre os átomos de flúor e carbono, apresenta baixo caráter polar e dispersivo [15].
O baixo caráter polar dos revestimentos também foi evidenciado. Esta característica é
fundamental para reduzir a adesão com a resina epóxi, já que a formação da interface
revestimento/epóxi ocorre basicamente por ligações polares. Portanto, em razão a baixíssima
energia livre superficial, o Ni-P-PTFE apresenta, em termos do fator termodinâmico, maior
potencial antiaderente à resina epóxi.
Morfologia
A morfologia superficial dos revestimentos e do aço inoxidável está apresentada na figura 5.
No aço inoxidável, percebe-se o acabamento unidirecional provocado pelo processo de laminação,
enquanto que para o Ni-P, a presença de poros e a estrutura conhecida como “cauliflower-like”[6].
A imagem do Ni-P-PTFE revela a presença de partículas de poli(tetrafluoretileno) uniformemente
distribuídas na superfície, assim como na seção transversal da matriz de Ni-P. Os parâmetros de
rugosidade estão expostos na tabela 2. O aço inoxidável e Ni-P exibiram rugosidade na escala
nanométrica, conseqüência do excelente acabamento superficial destes. A presença das partículas
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de PTFE no Ni-P-PTFE aumentou os parâmetros de rugosidade e devido à formação de
irregularidades na superfície, poderia potencializar a adesão por efeito mecânico.
0
10
20
30
40
50
15,1
0,2
14,9
34,6
3,8
30,8
42,1
32,4
En
erg
ia L
ivre
Sup
erfi
cial
(m
N/m
)
Dispersivo
Polar
Total
9,7
Aço Inoxidável AISI 430 Ni-P Ni-P-PTFE
Figura 4 – Energia livre superficial dos materiais caracterizados.
Figura 5 – Micrografias dos materiais caracterizados. Acabamento unidirecional produzido pela laminação do aço inoxidável (a);
poros e estrutura “cauliflower-like” do Ni-P (b); partículas de PTFE (preto) na superfície (c) e secção transversal (d) do Ni-P-PTFE.
Aço Inoxidável
Ni-P-PTFE
(c)
(a) (b)
(d)
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Tabela 2 – Valores de rugosidade em nm.
Parâmetros de
Rugosidade
Aço Inoxidável
AISI 430 Ni-P Ni-P-PTFE
Sa 52,0 52,8 442,0
Sq 65,6 68,0 873,8
Ensaio de Adesão
Os valores da tensão de ruptura (pull-off) entre a resina epóxi e os revestimentos estão
expostos na figura 6. Os resultados revelaram que o Ni-P-PTFE obteve a menor adesão com a
resina epóxi e conseqüentemente o melhor comportamento antiaderente. A análise estatística
ANOVA com comparativo de Tukey (p=0,05) confirmou que existe equivalência estatística entre
Ni-P e aço inoxidável e o Ni-P-PTFE é responsável pela rejeição da hipótese de igualdade entre
todos os materiais (p=0,008).
0
1
2
3
Ten
são
de
Ru
ptu
ra (
MP
a)
Ni-PAço Inoxidável AISI 430 Ni-P-PTFE
1,3 ± 0,1
2,0 ± 0,5
1,9 ± 0,4
Figura 6 – Tensão de ruptura (pull-off) dos revestimentos com a resina epóxi.
Comparando os resultados de adesão do Ni-P-PTFE e Ni-P percebe-se que houve a redução
do comportamento adesivo em função da diminuição da energia livre superficial, apesar do aumento
dos parâmetros de rugosidade. Este fato revela que a componente termodinâmica foi majoritária ao
efeito mecânico para reduzir a adesividade da resina epóxi. Esta afirmação pode ser explicada pela
equação da energia de fratura de interface G (eq. 2) [3].
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G = Wa + ψ (2)
Neste modelo estão relacionados o trabalho de adesão termodinâmico (Wa), que é função da
energia livre superficial (eq. 3) e um termo ψ, referente a outras formas de energia, geralmente
influenciadas pela morfologia da superfície.
( )p
j
p
i
d
j
d
iaW γγγγ += 2 (3)
Apesar da magnitude de ψ ser muito superior ao trabalho de adesão termodinâmico, uma
modesta redução de Wa resulta em uma grande diminuição na adesão (G) [3]. Portanto, a baixa
energia livre superficial do Ni-P-PTFE, devido a presença das partículas de poli(tetrafluoretileno)
superou o efeito do aumento da rugosidade após a incorporação destas partículas, diminuindo assim
a adesão termodinâmica (Wa) e a energia de fratura de interface (G).
Da mesma forma que a redução de Wa diminui a tensão de ruptura, o seu pequeno
incremento produz uma interface mais resistente. Por esta razão, o Ni-P apresenta o maior valor de
adesão com a resina epóxi, visto que o efeito adesivo da energia livre superficial superou o efeito
antiaderente do excelente acabamento da superfície.
Em virtude da capacidade antiadesiva do Ni-P-PTFE ser superior ao aço inoxidável, este
material apresenta-se como um potencial revestimento antiaderente a resina epóxi. O Ni-P
apresentou um comportamento antiaderente comparado ao aço inoxidável, entretanto características
como resistência ao desgaste, dureza e propriedade anticorrosiva podem aumentar a vida útil dos
moldes e ferramentais, justificando o uso do Ni-P no lugar do aço inoxidável.
Conclusões
Neste trabalho foi avaliado o comportamento adesivo da resina epóxi com revestimentos auto-
cataliticos Ni-P e Ni-P-PTFE. Através do ensaio pull-off observou-se que o Ni-P-PTFE apresentou a
menor adesão com a resina epóxi, diferentemente do Ni-P que revelou valor superior e similar ao
aço inoxidável. O comportamento antiaderente do Ni-P-PTFE deve-se a sua baixíssima energia
livre superficial, principalmente polar, o que reduz a interação com os grupos polares da resina
epóxi. Apesar de apresentar capacidade antiaderente inferior ao Ni-P-PTFE, características
específicas do Ni-P tornam este revestimento atraente. Portanto, através deste estudo, comprovou-se
que o efeito adesivo da resina epóxi pode ser reduzido por meio da utilização de revestimentos auto-
catalíticos Ni-P e Ni-P-PTFE; tornando estes revestimentos capazes de recobrirem os moldes e
ferramentais das indústrias que manufaturam compósitos a base desta resina.
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Agradecimentos
Os autores agradecem ao Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas
(LMPT – UFSC) pelo uso do goniômetro, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro e a Superfinishing do Brasil pela deposição dos
revestimentos auto-catalíticos.
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