estudo de possíveis soluções urbanísticas para readequar o ... · precariedade da moradia...

10
VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a 9 de setembro de 2011 Estudo de possíveis soluções urbanísticas para readequar o uso das áreas de preservação permanente do córrego Três Barras, Cuiabá /MT Mariana Garcia de Abreu (1) João Mário de Arruda Adrião (2), Juliana Demartini (3) José Manuel Henriques de Jesus (4) (1) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT. E-mail: [email protected] (2) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT, Brasil. E-mail: [email protected] (3) Universidade de Cuiabá, Unic. E-mail: [email protected] (4) Departamento de Engenharia Civil – FAET, UFMT, Brasil. E-mail: [email protected] Resumo: A cidade de Cuiabá é privilegiada por possuir uma extensa rede hidrográfica, isso favoreceu a ocupação do sitio urbano, que a partir da década de 60 tornou-se mais veloz, impulsionado pelo planejamento do governo militar central. O incentivo à urbanização motivou o êxodo rural, e também a imigração interestadual. Esses imigrantes muitas vezes procuraram se instalar em locais de fácil acesso, como às margens dos rios, que ao longo dos anos tornou-se cenário de inúmeras favelas, comodatos ou ainda de áreas de plantio de hortigranjeiros para abastecer a cidade. O trabalho procura enfatizar os assentamentos informais nas áreas de preservação permanete (APP’s), definindo-as, apresentando suas restrições legais de uso e ocupação do solo, destacando suas possíveis intervenções e as propostas de readequação do uso das áreas desocupadas. Objetivo: Estudar possíveis soluções urbanísticas para readequar o uso das áreas de preservação permanente do córrego Três Barras, localizada na cidade de Cuiabá/MT. Método/Abordagens: Têm-se como proposta metodológica as seguintes estratégias gerais previstas: 1-Revisão bibliográfica pertinente ao tema; 2-Levantar a situação atual da região proposta junto aos órgãos Municipais responsáveis; 3-Entrevistar os usuários, 4- Identificar os problemas existentes; 5- Definir as áreas que necessitam intervenção; 6- Determinar os artifícios urbanísticos adequados a área. Resultados: Mostar que é possivel adequar as áreas de preservação permante através de um proposta urbanística que enquadre parâmetros do planejamento sustentável. Contribuições/Originalidade: Através do panorama da cidade de Cuiabá, onde há uma extensa rede hidrográfica e por consequencia altos indices de assentamentos subnormais, é explicita a necessidade de se pensar em soluções que dêem vida e um uso adequado ao solo em questão, evitando que novas invasões aconteçam. Palavras-chave: Área de preservação permanete; Assentamento informal; Áreas degradadas. Abstract: The city of Cuiabá has the privilege of having an extended hydrographic network, that has favored the occupation of urban farms, and faster from 1960’s, driven by the military central govern planning. The incentive to the urbanization has caused the a rural exodus, and as well interstate immigration. These immigrants usually prefer to live in easy access places, close to a river, which during years have become a place with a considerable number of slums, lending and plantation areas of horticulture to supply the city. This paper emphasizes the squatter settlements on preservation areas (APP’s), defining them, showing their legal restrictions of usage and soil occupation, highlighting eventual interventions and proposals for re-planning the usage for the unoccupied areas. Objective: To study possible solutions the urbanism for to re- use the preservation areas of the “Três Barras” stream, located in the city of Cuiabá/MT. Method/approaches: The methodological proposal has the following global strategies: 1- Relevant reviewing of the subject’s literature; 2-Studied area survey gathering information at the local council; 3-Interviewing users; 4- Defining the existent problems; 5- Determining area need intervention; 6- Determining the artifices urbanism. Results: To show that possible re-usage of the preservation areas with develop the sustainability planning. Contributions/Originality: Through the panorama of the city of Cuiabá, where there’s an extended hydrographic network and therefore the high index of illegal occupation, it’s clear the need for solutions for a suitable usage of this areas, avoiding new illegal occupations.

Upload: dangbao

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

Estudo de possíveis soluções urbanísticas para readequar o uso das áreas de preservação permanente do córrego Três Barras, Cuiabá /MT

Mariana Garcia de Abreu (1) João Mário de Arruda Adrião (2), Juliana Demartini (3) José Manuel Henriques de Jesus (4)

(1) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT. E-mail: [email protected]

(2) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, UFMT, Brasil. E-mail: [email protected]

(3) Universidade de Cuiabá, Unic. E-mail: [email protected] (4) Departamento de Engenharia Civil – FAET, UFMT, Brasil. E-mail: [email protected]

Resumo: A cidade de Cuiabá é privilegiada por possuir uma extensa rede hidrográfica, isso favoreceu a ocupação do sitio urbano, que a partir da década de 60 tornou-se mais veloz, impulsionado pelo planejamento do governo militar central. O incentivo à urbanização motivou o êxodo rural, e também a imigração interestadual. Esses imigrantes muitas vezes procuraram se instalar em locais de fácil acesso, como às margens dos rios, que ao longo dos anos tornou-se cenário de inúmeras favelas, comodatos ou ainda de áreas de plantio de hortigranjeiros para abastecer a cidade. O trabalho procura enfatizar os assentamentos informais nas áreas de preservação permanete (APP’s), definindo-as, apresentando suas restrições legais de uso e ocupação do solo, destacando suas possíveis intervenções e as propostas de readequação do uso das áreas desocupadas. Objetivo: Estudar possíveis soluções urbanísticas para readequar o uso das áreas de preservação permanente do córrego Três Barras, localizada na cidade de Cuiabá/MT. Método/Abordagens: Têm-se como proposta metodológica as seguintes estratégias gerais previstas: 1-Revisão bibliográfica pertinente ao tema; 2-Levantar a situação atual da região proposta junto aos órgãos Municipais responsáveis; 3-Entrevistar os usuários, 4- Identificar os problemas existentes; 5- Definir as áreas que necessitam intervenção; 6- Determinar os artifícios urbanísticos adequados a área. Resultados: Mostar que é possivel adequar as áreas de preservação permante através de um proposta urbanística que enquadre parâmetros do planejamento sustentável. Contribuições/Originalidade: Através do panorama da cidade de Cuiabá, onde há uma extensa rede hidrográfica e por consequencia altos indices de assentamentos subnormais, é explicita a necessidade de se pensar em soluções que dêem vida e um uso adequado ao solo em questão, evitando que novas invasões aconteçam.

Palavras-chave: Área de preservação permanete; Assentamento informal; Áreas degradadas.

Abstract: The city of Cuiabá has the privilege of having an extended hydrographic network, that has favored the occupation of urban farms, and faster from 1960’s, driven by the military central govern planning. The incentive to the urbanization has caused the a rural exodus, and as well interstate immigration. These immigrants usually prefer to live in easy access places, close to a river, which during years have become a place with a considerable number of slums, lending and plantation areas of horticulture to supply the city. This paper emphasizes the squatter settlements on preservation areas (APP’s), defining them, showing their legal restrictions of usage and soil occupation, highlighting eventual interventions and proposals for re-planning the usage for the unoccupied areas. Objective: To study possible solutions the urbanism for to re- use the preservation areas of the “Três Barras” stream, located in the city of Cuiabá/MT. Method/approaches: The methodological proposal has the following global strategies: 1- Relevant reviewing of the subject’s literature; 2-Studied area survey gathering information at the local council; 3-Interviewing users; 4- Defining the existent problems; 5- Determining area need intervention; 6- Determining the artifices urbanism. Results: To show that possible re-usage of the preservation areas with develop the sustainability planning. Contributions/Originality: Through the panorama of the city of Cuiabá, where there’s an extended hydrographic network and therefore the high index of illegal occupation, it’s clear the need for solutions for a suitable usage of this areas, avoiding new illegal occupations.

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

Key-words: Permanent preservation area; squatter settlements; degraded areas.

1. INTRODUÇÃO

As cidades brasileiras, atualmente, são resultado da estrutura social, caracterizada por diferentes condições de vida e de acesso a serviços e equipamentos urbanos. Historicamente, segundo Bueno (2003), o ambiente construído apresenta uma urbanização incompleta, como bairros sem pavimentação e com erosão, causando assoreamentos dos cursos d’água e dificuldades de acesso aos sistemas de transporte e outros serviços, lançamento de esgotos nos cursos d’água pelos próprios sistemas oficiais de afastamento de esgotos domésticos, coleta de lixo parcial e com disposição final inadequada, escassez de moradia digna e economicamente acessível, com a formação de assentamentos precários e irregulares.

A falta de integração dos assentamentos populares, segundo Paiva (2003), resulta em desintegração social e urbana crônicas. Como elemento determinante das relações sociais, a falta de integração urbana pode ser considerada um fenômeno mundial. Já em relação aos programas de intervenções urbanas, a informalidade continua sendo uma opção de vida para grande parcela da população, e determinando o crescimento e a sustentabilidade das cidades. De acordo com Hardoy et. al. apud Barros (2005) uma grande parcela dos assentamentos informais urbanos está localizada em áreas de perigo, tanto devido aos riscos naturais quanto aos riscos conseqüentes das atividades humanas, ou a combinação dos dois. Os assentamentos em áreas de riscos naturais podem estar localizados em encostas, áreas de fundo de vale, áreas alagadiças (como é o caso das palafitas), áreas desérticas, entre outros. Áreas como, margens de leitos fluviais, são preferencialmente escolhidas para assentamentos informais por terem uma boa localização na malha urbana, conseqüentemente são privilegiadas com os equipamentos urbanos, como transporte e serviços.

Cuiabá possui uma extensa rede hidrográfica e os recursos hídricos estão presentes em todo o perímetro urbano. Essa característica hidrográfica favoreceu a ocupação do sitio urbano, que a partir da década de 60 tornou-se mais veloz, impulsionado pelo planejamento do governo militar central. O incentivo à urbanização motivou o êxodo rural, e também a imigração interestadual, esses imigrantes muitas vezes procuraram se instalar em locais de fácil acesso, como às margens dos rios, que ao longo dos anos tornou-se cenário de inúmeras favelas, comodatos ou ainda de áreas de plantio de hortigranjeiros para abastecer a cidade.

Ao longo dos anos, o Poder Público mostrou-se cada vez mais preocupado com as áreas ambientais da cidade, e atualmente o que rege essas áreas é a Lei complementar Nº 007 DE 27/08/93 - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Plano Diretor, que segue as referencias do Estatuto da Cidade, define as ZEIA’s. (Zonas Especial de Interesse Ambiental). Atualmente outro fator que está impulsionando os projetos nas ZEIA’s é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), promovido pelo Governo Federal, que prevê milhões de reais para o Estado do Mato Grosso. Com isso, é visível a necessidade de estudos especiais para projetos futuros nas ZEIA’s, A partir da análise das de preservação permanente na cidade viu-se que a maioria delas é de domínio público e pelo fato de serem áreas non aedificandi acarretam a banalização do uso ocasionando o baixo valor imobiliário. Essas áreas são as que compõem, muitas vezes, os vazios urbanos da cidade, por isso são os primeiros lugares que a habitação informal recorre ou mesmo o Poder Público as utilizam como vias de acesso.

Assim, com o investimento do Poder Público e com a problemática da habitação informal, que envolve as áreas de risco é explicito a necessidade de ações mitigatórias, como o desenvolvimento de políticas públicas que visam projetos de requalificação ambiental, que preserve a flora, fauna e corpos d’água e ainda ofereça à comunidade um espaço de lazer e contato direto com a natureza. Pois segundo Paiva (2003), onde o estado mostra sua incapacidade de prover as necessidades básicas da população - a informalidade atua.

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

2. OBJETIVO

Estudar possíveis soluções urbanísticas para readequar o uso das áreas de preservação permanente do córrego Três Barras, localizada na cidade de Cuiabá/MT.

3. METODOLOGIA

Para a presente pesquisa têm-se como proposta metodológica as seguintes estratégias gerais previstas: 1- Revisão bibliográfica pertinente ao tema; 2-Levantar a situação atual da região proposta junto aos órgãos Municipais responsáveis; 3-Entrevistar os usuários, 4- Identificar os problemas existentes; 5- Definir as áreas que necessitam intervenção; 6- Determinar os artifícios urbanísticos adequados a área

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. Problemas da informalidade

A informalidade representa, atualmente, segundo Arantes (2008), de 40% a 70% do território das grandes cidades dos países subdesenvolvidos, os quais, muitas vezes, não são sequer representados nos mapas. Neles mora mais de um bilhão de pessoas, sobre áreas geologicamente frágeis, encostas, alagados, mananciais urbanos, áreas de preservação ambiental, florestas, desertos ou mesmo em barcos e palafitas nos rios e mares. Já no Brasil, segundo dados de Bueno (2007), os números giram em torno de 10 milhões de assentamentos precários de interesse social. O conceito de assentamentos informais é definido por Barros (2005) como assentamentos humanos caracterizados por ocuparem áreas que não são compradas legalmente, tanto domínio público como privado, com edificações precárias, ilegais, do ponto de vista da legislação urbanística e do código de edificações.

A exclusão social decorrente do não reconhecimento do direito de posse da terra e a permanência da precariedade da moradia conseguida, geralmente, com muito trabalho são uns dos muitos problemas gerados pelas ocupações irregulares. Nessas ocupações, as taxas de saneamento e drenagem tendem a zero, o abastecimento de água e luz, quando existe, é precário e irregular. Este cenário propicia o crescimento da violência, o tráfico, a desnutrição, além de doenças. É fácil sintetizar que todos os problemas que os assentamentos informais geram são diretamente ligados aos fatores socioeconômicos, pois qualquer que seja fator o responsável, ele sempre cairá sobre o habitante deste local, que com certeza é o mais prejudicado com todo este cenário.

Para Bueno (2008), nas áreas urbanas consolidadas os assentamentos precários, especialmente junto aos cursos d’água, têm como conseqüências para os moradores destas comunidades, e também para toda a sociedade moradora do meio urbano:

TABELA 1 – Conseqüências dos assentamentos precários junto aos cursos d’água. 1- Os moradores destas áreas ficam expostos ao contato direto com esgotos e outros vetores de doenças;

5- Em muitos casos, a disposição do lixo criou áreas de risco por deslizamento, além de contaminação

2- Há maior ocorrência de inundações, colocando a população do entorno em contato com água contaminada;

6- Há dificuldades e mesmo impossibilidade de limpeza e manutenção periódica de córrego e outros dispositivos de drenagem, sem remoção de moradores;

3-; Há disposição de lixo das encostas e córregos, inclusive com contaminantes químicos de produtos como pilhas, restos de produtos de limpeza e higiene;

7- Há dificuldade e mesmo impossibilidade de instalação de coletores - tronco de esgotos para complementar o sistema e conduzir os esgotos urbanos até a ETEs, sem remoção de moradores

4- Há lançamento de esgotos na rede de drenagem Fonte: BUENO, 2008.

Outra questão relacionada a essa complexidade de conseqüências, é a questão geotécnica, a qual agrava as condições de risco de vida, quando há solos muito suscetíveis à erosão, através da deposição de lixo e aterros simplesmente lançados, já que todo ano, após as chuvas, as margens, e de seus afluentes e nascentes, erodem e solapam. Portanto, a necessidade de obras de estabilização das margens do córrego,

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

drenagem e pavimentação são indispensáveis, tendo ou não a presença de habitação.

Assentamentos precários geram, também, conflitos com a legislação urbanística, como o caso da posse do terreno, em relação ao parcelamento e edificação em terrenos de uso proibidos e em relação à própria edificação. Já no que diz respeito às edificações geradas nesses assentamentos, a habitabilidade é conceito inexistente, já que existem condições precárias de estrutura e de qualquer outro tipo de conforto. O abrigo familiar torna-se um dos maiores riscos no cotidiano dessas famílias que buscam alternativas de sobrevivência na informalidade.

Portanto, para resolver os diversos problemas da informalidade, deve-se primeiro tentar solucioná-la, através da sua integração ao sistema urbano e sua regularização, a qual deve ser entendida tanto pelo o interesse social quanto o interesse público.

4.1.1. Habitação precária

O Estado foi, desde o pós- guerra, o pressuposto da circulação do moderno setor construtivo habitacional até 1964, de forma errante e não sistemática, mas, com a criação do Sistema Financeiro da Habitação, o Brasil se assemelha aos países desenvolvidos. A dinâmica construtiva passa a contar com um sistema de crédito regulado pelo Estado que amortece amplamente a demanda. Do conjunto das unidades construídas entre 1964 a 1986, conforme Ribeiro (1996), cerca de 26% contaram com o financiamento do BNH.Ao longo dos anos, foi intensa a construção sustentada pelo Estado, e, contudo, a crise habitacional persiste como uma das principais características das nossas grandes cidades. O déficit de moradias é elevado, reaparecem no cenário urbano brasileiro cortiços, favelas centrais se adensam e surgem novas nas periferias. Esta situação mostra a incapacidade do moderno mercado capitalista de moradia em resposta à demanda da maior parte da população urbana.

As criticas envolvem outros âmbitos, além da falta de moradia no país, como também a qualidade delas. Vê-se um sistema, na maioria das vezes, segundo Arantes (2008), regrado por políticas públicas, com programas de urbanização de favelas, de regularização fundiária e de produção de lotes urbanizados. Onde há participação (em geral cosmética) dos usuários, atuam freqüentemente como trabalhadores gratuitos, construindo habitações evolutivas (para serem ampliadas futuramente), conceituada como habitação “padrão econômico” e chegam a ter menor área por habitante do que celas prisionais.Já na visão de Maricato (1979), além da problemática do sistema geminado, a ameaça é maior quando se trata da ocupação ilegal do solo, onde a autoconstrução se sobressai como forma de produção de moradia. A autoconstrução atende aos anseios pela apropriação de um pedaço de terra, mesmo que situado distante das áreas urbanizadas, em área de topografia bastante acidentada.

Á crítica sobre, o que atualmente se denominou habitação de interesse social (HIS) é, segundo Tramontano (1995), o desenho dos espaços continuarem imutáveis, após décadas, sob a alegação de que se chegou a um resultado projetual economicamente viável, que atende às necessidades básicas de seus moradores, resumindo uma a habitação, que está inerte, enquanto o perfil dessas famílias se difere a cada vez mais.Por fim, segundo Guerra (2008) construir habitações econômicas é fazer, ao mesmo tempo e necessariamente, urbanismo. Portanto, unificar o desenho das habitações com seu entorno e tentar obter melhores resultados de projeto é o caminho para integrar o cidadão no meio urbano, sem deixar explícita a classe social a que ele pertence.

4.2. A questão ambiental

A questão ambiental tem seus princípios estabelecidos no Brasil a partir da Constituição de 1988. Já internacionalmente, tem-se como referência a este tema, a Agenda 21, aprovada na Eco 92, desdobrada em Agenda 21 Local. Embora o documento tenha estabelecido inúmeros conceitos, desafios e metas, poucas ações foram concretizadas em duas décadas. A resolução que estabelece parâmetros mais específicos sobre as APP´s é a CONAMA n. 369 de 28 de março de 2006, que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

intervenção ou supressão de vegetação em área de preservação permanente – APP, bem como as resoluções 301, 302 e 303 do CONAMA.

Segundo Mota (2003), para compreender a relação entre a urbanização e o meio ambiente é necessário estabelecer que o meio urbano é formado por dois sistemas intimamente interelacionados, o “sistema natural”, composto do meio físico e biológico e o “sistema antrópico” representando o homem e de suas atividades. Enfatiza que a cidade é um sistema aberto, pois o homem, muitas vezes, não encontra tudo que precisa, e funciona dependente de outras partes do meio em geral. Assim alterações introduzidas pelo homem são procedidas de forma rápida e variada, não permitindo, na maioria das vezes, que haja a recuperação da Natureza. Um dos exemplos explícitos desta situação é o caso do assentamento humano em áreas de mananciais, degradando e interferindo no ecossistema urbano.

No entanto, o que freqüentemente acontece nas cidades é a falta de articulação entre os projetos urbanos e ambientais, isso inviabiliza soluções qualificadas. A não integração dos temas impede ações mitigadoras, como a instalação de infra-estrutura básica de saneamento, para evitar assim, que áreas juntamente com suas respectivas populações, fiquem ao acaso do abandono e agravamento progressivo da degradação ambiental.

4.2.1. Legislações Vigentes

As legislações vigentes sobre a proteção do meio ambiente e que englobam as áreas de preservação permanente, são Lei Federal n. 4.771 de 1965, que defini quais áreas são de preservação permanente. A Lei Federal n. 9.985 de 2000, (Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC), especifica melhor o que considera Área de Proteção Ambiental. Já a resolução CONAMA n. 369 de 2006, dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em área de preservação permanente – APP, bem como as resoluções 301, 302 e 303 do CONAMA.

E vale ressaltar que, embora a lei Federal n. 4.771 seja a de maior abrangência, as leis estaduais, municipais e mesmo as resoluções estabelecem parâmetros mais específicos. Outra aprovação que interfere neste conjunto de leis é o Estatuto da Cidade, através do qual a política urbana assumiu a diretriz da urbanização e regularização fundiária de favelas e assentamentos espontâneos pré- existentes.

4.2.2. O porquê das ocupações em APP

Bueno (2008) relata que no Brasil, a partir dos anos 40, para tentar solucionar grande crescimento populacional e urbano, surgiram loteamentos populares, onde vendiam somente a terra nua e a promessa de um serviço de transporte público. Esses loteadores deixaram como áreas públicas (para uso institucional, de lazer ou como área verde) as faixas à beira de córregos, as várzeas e encostas íngremes, que antes serviram de bota-fora para as obras de abertura das ruas. Além do fato histórico, tem também a questão da ocupação irregular em áreas públicas ou privadas de preservação permanente em muitas cidades brasileiras, principalmente de médio e grande porte, pelo fato dessas áreas estarem, muitas vezes abandonadas, pois são áreas non aedificandi. O Poder Público planeja obras institucionais, já as áreas de domínio privado não têm investimentos por não serem áreas com valores imobiliários.

Para Barros (2005), diferente do que acontece nos grandes conjuntos habitacionais, construídos pelo Poder Público, para realocação de assentamentos informais, é que as áreas preservação permanente apresentam-se como sendo áreas preferenciais para ocupação por parcela significativa da população pelo fato de estarem situadas próximas aos serviços e aos pontos de transporte coletivo, o que normalmente não acontece nos conjuntos habitacionais. É certo também, para Bueno (2008), que nas áreas de preservação permanente urbanas, quando se consegue impedir o lançamento de esgotos domésticos e mantê-los livres, os mesmos tornam-se valorizados para o uso humano.

Desta forma, áreas de preservação permanente, serão sempre uma das opções mais viáveis para aqueles que não dispõem de um teto para morar, já que essas áreas, quase sempre, estão sem uso definido e estão

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

em regiões estratégicas do meio urbano, pois as maiorias das cidades se desenvolveram ao longo dos rios e córregos, fato desde as civilizações pré – históricas.

5. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

A proposta de intervenção urbanística foi desenvolvida nas áreas de preservação permanente do córrego Três Barras na cidade de Cuiabá – MT. A área está localizada na Região Administrativa Norte, localizada no extremo norte da cidade. A delimitação do local compreende a grande extensão do Córrego Três Barras, que por sua vez possui vários efluentes. Pela sua territoriedade o Córrego é parte de diversos bairros da cidade. Para caracterizar a população local analisou-se o perfil sobre a classe de renda. Contatou-se que a maior parte dos bairros que compreendem o entorno do Córrego Três Barras são de renda baixa.

FIGURA 1: (a) Extensão do Córrego Três Barras.Fonte: Defesa Civil; (b) Esquema da intervenção urbanistica geral

com ênfase no parque linear proposto. Fonte: AUTORES, 2010.

5.1. Programa Habitar Brasil / BID

O Programa Habitar Brasil / BID nasceu de uma saudável mudança em relação às antigas políticas habitacionais promovidas pelo governo, que se restringiam unicamente à produção de conjuntos habitacionais. O Programa promove o resgate da cidadania a partir da integração de todo um grupo coeso de intervenções que interagem entre si em favor da comunidade beneficiada.

No ano de 2001, segundo dados Perfil Sócio Econômico de Cuiabá (2009), construíram oitocentas casa com recursos federais, no valor de R$ 5,6.milhões, para o atendimento aos desabrigados do temporal ocorrido neste ano. Foram previstos para o ano de 2002 o recebimento de R$ 9,8 milhoes do Programa Habitar Brasil/BID para melhoria das condições de habitabilidade das populações que moravam em áreas de risco. Contratou-se, por esse programa, a construção de 755 unidades habitacionais, com a respectiva infra-estrutura, visando a remoção das famílias residentes em áreas de rico, priorizando-se os ocupantes de áreas às margens do córrego Três Barras. Das unidades habitacionais contratadas, construiu-se 186 unidades no Jardim Umuarama II, 405 no Jardim das Aroeiras e 163 no Jardim Paraná, entregues no ano de 2007. No âmbito do Programa Habitar Brasil/BID foram desenvolvidos diversos projetos, tais como o Projeto de Remanejamento de Assentamentos Subnormais; o Projeto de regularização fundiária e o Plano de recuperação de área degradada.

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

5.2. Análise da situação atual

5.2.1. Córrego Três Barras

Para compreender toda a esfera que circunda as áreas de preservação permanente do Córrego Três Barras foram feitas visitas in loco. Constatou-se que algumas informações repassadas pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, como a existência de intervenções urbanísticas ao longo do córrego, supostamente feita por construtoras para quitar dívidas com o órgão público, são inexistentes. Vale à pena ressaltar que por toda extensão da área, a maior parte dos bairros, pertence à classe de renda baixa. Essa característica reflete diretamente nos altos índices de invasão das APP’s no local.

A realidade do local é alarmante. Existem diversos cenários ao longo do córrego, já que ele é parte de muitos bairros da cidade. No entanto, a degradação ambiental está explicita por toda região. Há lixo por toda extensão do leito, a falta de intervenção pública transfere ao local o menosprezo da população. Outro fato preocupante são as condições de habitabilidade das edificações locais. As casas que estão em APP’s são as mais deteriorizadas dos bairros e as ligações de esgoto são visivelmente precárias e inadequadas.

FIGURA 2: Registros de habitações precárias no limite entre os bairros Novo Horizonte e Dr. Fábio Leite.

Fonte: AUTORES, 2010.

5.2.2. Jardim das Aroeiras e Jardim Umuarama II

Para compreender quais foram os resultados do Projeto Habitar Brasil BID realizado na bacia do Córrego Três Barras, foram caracterizadas as realidades locais, na atualidade. Os loteamentos Jardim das Aroeiras e Jardim Umuarama II foram produtos do Projeto, que em sua minuta eram oferecidos toda a infra-estrutura urbana. No entanto, ainda hoje, não foram implantados os equipamentos institucionais, as áreas de lazer são apenas imensos campos verdes. Verificou-se que muitas ruas não possuem pavimentação, ou mesmo as que possuem estão em péssimas condições. Em conversa com moradores locais foi possível constatar que muitos que receberam a habitação para retirar-se das APP’s voltaram ao local de origem, fato que se deve a inúmeros fatores. A preferência pelas APP´s foi relatada de diferentes formas pela população. A localização do córrego perante a cidade, ou mesmo a proximidade ao locais de costumes de quem morava na anos na região, a ambição pelo valor de troca que a HIS gerou, a inexistência de ações públicas nas APP’s caracteriza a terra como “terra de ninguém” , entre outros.

FIGURA 3: Habitação como foi entregue ao beficiário, sem interveçõesno Bairro Jardim Aroeira. Residência típica

encontrada no Bairro Umuarama II.Fonte: AUTORES, 2010.

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

Enfim, as habitações foram entregues, os moradores iniciais foram retirados de uma parte do Córrego, pois o projeto não seria capaz de atingir a todos, já que a população, segundo a Prefeitura Municipal de Cuiabá, girava em torno de duas mil famílias. A parecela que aceitou a mudança não garantiu o sucesso do Projeto Habitar Brasil BID, já que as diretrizes de intervenção urbanística ao longo do Três Barras não foi concretizada.

6. A PROPOSTA URBANÍSTICA

A proposta de intervenção urbanística tem como principal objetivo criar um novo conceito de vida aos moradores que estão no entorno do Córrego Três Barras e seus afluentes. Uma abordagem diferente entre o conceito de morar e conviver intensamente com a presença de um leito natural. Criar novos costumes é meta do projeto e é também sinônimo de melhor a qualidade de vida de cada cidadão lá residente e aos novos que serão atraídos para o mesmo.

A partir da análise da área proposta é possível identificar a viabilidade e a necessidade que os bairros têm de uma intervenção urbanística, devido à precariedade da infra estrutura, a falta de equipamentos públicos, a irregularidade fundiária e a ocupação existe em Áreas de Preservação Permanente, que tendem a aumentar com o crescimento que é visível em seu entorno.

6.1. Artifícios de Urbanismo

Com o intuito de recuperar as margens do Córrego Três Barras a proposta urbanística faz uso dos conceitos do desenvolvimento sustentável, onde o principal agente é envolvimento da população local em todo o processo. Como instrumento urbanístico foram traçadas diretrizes projetuais, tais como:

TABELA 2 - Diretrizes projetuais 1- Promover a manutenção das encostas, da mata ciliar e da qualidade da água;

10- Recuperar áreas degradadas, transformando - as em Parque Linear;

2- Fazer o replantio de mudas de árvores nativas diversas para garantir vitalidade da mata ciliar, já que a mata tem papel fundamental no ecossistema. Ações que garantam não somente a recuperação das áreas de nascentes e faixas ciliares, mas também a sua preservação futura;

11- Promover a requalificação urbanística e a regularização fundiária dos assentamentos habitacionais precários, irregulares, e aos que não forem removidas em sua plena inserção nos serviços de manutenção urbanos comum e melhorias habitacionais das famílias;

3- Corrigir o solo e adubar, pois a área encontra-se muito degradada e empobrecida em algumas regiões;

12- Promover no Parque eventos culturais, esportivos e de lazer;

4- Garantir a manutenção para limpeza das áreas, catação de lixo e entulhos para combate a focos de incêndios;

13- Remover as famílias das áreas de risco;

5- Gerar medidas preventivas, controle na ocupação das várzeas e sistemas de alerta da defesa civil;

14- Realizar de obras de caráter estrutural, como hidráulicas, com diques, barragens e canalizações;

6- Promover Programa de Educação Ambiental com a população e crianças residentes nos bairros;

15- Promover o planejamento da reestruturação habitacional nessas áreas;

7- Oportunizar a população hábitos de preservação ambiental; 16- Coibir, novas ocupações por assentamentos habitacionais irregulares em áreas inadequadas;

8- Recuperar as áreas de preservação permanete na sua área de influência, respeitando e protegendo planícies de inundação naturais;

17- Garantir, em casos de necessidade de remoção de famílias em áreas de riso, ou por necessidade de urbanização, o atendimento habitacional das famílias a serem removidas, com a participação dessas no processo de decisão;

9- Controlar inundações em áreas habitadas; 18-Garantir a participação efetiva da população na preservação;

Fonte: AUTORES, 2010.

6.2. Soluções projetuais

O desenvolvimento da proposta caracterizou-se em tentar melhorar a qualidade de vida dos moradores locais com o mínimo de intervenção possível. Por conseqüência da vasta extensão do Córrego Três Barras o estudo aponta diretrizes projetuais e localiza quais os principais pontos a serem desenvolvidas intervenções urbanísticas prioritárias, conforme a FIGURA 1(b).

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

Os pontos denominados para intervenção foram definidos segundo as principais vias de acesso dos bairros envolventes. E por serem pontos de intersecção com alguns afluentes do Córrego Três Barras. Esses locais foram criados para que em estudo futuros desenvolvam-se parques lineares, com o intuito de revitalizar as áreas degradas e seja o instrumento para impedir novas ocupações em APP”s. Já no presente estudo foi projetado apenas um dos três parques propostos para a intervenção local.

No traçado urbano, conforme FIGURA 5(a), foram abertas algumas ruas coletoras para facilitar o fluxo entre os bairros. Isso se deve ao fato de criar-se um grande parque linear que será ponto de referencia local. Para suprir as necessidades do público freqüentador do parque era indispensável desenhar ruas que favorecessem o fácil acesso ao mesmo e permitisse a travessia entre os bairros.

FIGURA 4: (a)Traçado urbano existente/proposto; (b) Esquema da setorização do parque linear proposto. Fonte:

AUTORES, 2010.

Um grandioso parque traduz muitas diretrizes propostas. O Parque Linear tem como finalidade principal aguçar todos os sentidos dos usuários, através de cada ambiente destinado a um uso diferente. Nele há também a geração de trabalho e renda através do pomar e horta, a educação ambiental ensinada no centro comunitário, que será também um centro para oficinas profissionalizantes e ainda é contemplado por uma grandiosa praça de esculturas, onde haverá o incentivo a arte local e o contato direto com a cultura, FIGURA 4 (b). Todo projeto foi desenvolvido seguindo as legislações ambientais e favorecendo a reconciliação da mata ciliar.

O desenvolvimento da proposta caracterizou-se em tentar melhorar a qualidade de vida dos moradores locais com o mínimo de intervenção possível. Seguindo os conceitos do “desenvolvimento sustentável”, que visa à evolução da cidade sem esgotamento e degradação dos recursos naturais e sem exclusão social, já que o espaço urbano é formado, alem da natureza e do espaço construído, por vários grupos sociais. (FOSCHINI, 2005). No entanto foi preciso abrir algumas ruas para a melhor implantação do parque e o acesso a ele, com isso algumas famílias foram realocadas em lotes próximos aos residentes atualmente. Famílias que estavam irregulares tiveram acesso à habitação social, próxima ao lote residente, as que já estavam regulares tiveram acesso aos devidos acabamentos e um projeto de pintura das casas.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo visa fornecer algumas alternativas urbanísticas quanto ao reuso das áreas de preservação permanente, mostrando que é foi possível à valorização dessas áreas. O mesmo contribuirá para a concretização do tema e a eterna discussão sobre como está sendo implantado o conceito “desenvolvimento sustentável” no país.

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis - Vitória – ES - BRASIL - 7 a

9 de setembro de 2011

É possível também evidenciar que para analisar um tema tão abrangente como este, deve-se fazer uso de uma multidisciplinaridade de áreas, não apenas arquitetônica mais também sociológica, econômica e outras, pois a questão não é apenas de como aquele ser humano está vivendo naquele determinado habitat, mas sim como ele se relaciona com o mesmo, quais as condições o levaram até este meio de ocupação irregular. Com isso há inúmeras decisões que podem ser continuadas através desta pesquisa e completar o assunto que no país e principalmente no estado não é muito difundido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENDA 21. Diponivel em: <http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18> Acesso 29 abril de 2008.

ARANTES, Pedro Fiori. Lugar da arquitectura num (planeta de favelas). Porto: Dafne Editora; 2008, Opúsculo II - Pequenas Construções Literárias sobre Arquitectura.

BARROS, Fernanda Paes de. Readequação de áreas de fundo de vale desocupadas por intervenções em assentamentos informais. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. São Paulo: EPUSP, 2005.

BRASIL. Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965. Disponível: <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/fraWeb?OpenFrame&Frame=frmWeb2&Src=%2Flegisla%2Flegislacao.nsf%2FViw_Identificacao%2Flei%25204.7711965%3FOpenDocument%26AutoFramed>. Acesso 09 junho de 2008.

BRASIL. Lei n° 9.985, de 18 de setembro de 2000. Diponivel:<http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/fraWeb?OpenFrameSet&Frame=frmWeb2&Src=%2Flegisla%2Flegislacao.nsf%2FViw_Identificacao%2Flei%25209.9852000%3FOpenDocument%26AutoFramed>. Acesso 09 junho de 2008.

BRASIL. Resolução Conama n° 369, de 28 de março de 2006. Disponível:<http://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=3&numero=369&ano=&texto>. Acesso em 18 de abril de 2008.

BUENO, Laura Machado Mello. O tratamento especial de fundos de vale em projetos de urbanização de assentamentos precários como estratégia de recuperação das águas urbanas. Disponível em: < http://www.cidades.gov.br/secretariasnacionais/programasurbanos/biblioteca/regularizacao-fundiaria/textosdiversos/laurabueno_fundo_de_vale.pdf/view >. Acessado em: 03 maio de 2008.

CUIABÁ (Cidade). Lei Municipal de Defesa do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais – Lei 004 / 92

CUIABÁ. Prefeitura Municipal de Cuiabá. Perfil Sócio - econômico de Cuiabá, volume IV. IPDU – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano. - Cuiabá: Entrelinhas, 2008.

CUIABÁ.. Prefeitura Municipal de Cuiabá. Plano Diretor de desenvolvimento Estratégico de Cuiabá. IPDU – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano. - Cuiabá: Central de Texto, 2009.

FOSCHINI, Regina Célia. A sustentabilidade ambiental no planejamento urbano do município de São Paulo: 1971-2004. Tese Doutorado. São Paulo: Usp, 2005.

GUERRA, Abílio. Política habitacional e arquitetura Resenha de Origens da habitação social no Brasil. Nabil Bonduki, Estação Liberdade / FAPESP, São Paulo, 1998. Diponivel em: < http://www.vitruvius.com.br/resenhas/textos/resenha012.asp> Acesso 03 fevereiro de 2008.

MARICATO, Ermínia. A produção capitalista da casa e da cidade no Brasil industrial. São Paulo: Alfa – Omega, 1979.

MOTA, Suetônio. Urbanização e o meio ambiente. 3 ed. Rio de Janeiro: ABES, 2003.

PAIVA, Valéria Teixeira de. Assentamentos espontâneos e produção do espaço urbano - Avaliação do programa favela-bairro. Brasil - São Carlos, SC. 2003. 15 p. Encontro nacional sobre edificações e comunidades sustentáveis, 3. São Carlos, 2003.

TRAMONTANO, Marcelo. O espaço da habitação social no Brasil: possíveis critérios de um necessário redesenho. São Carlos: Editora Usp, 1995.