estratégias de manejo da fertilidade do solo na citricultura · dirceu de mattos jr. 1928 - 2006...

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Dirceu de Mattos Jr. 1928 - 2006 Centro Citros “Sylvio Moreira” Pesquisa para o agronegócio Estratégias de manejo da fertilidade do solo na citricultura III Workshop GTACC - Tecnologias de manejo para aumento de produtividade

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Dirceu de Mattos Jr.

1928 - 2006

Centro Citros “Sylvio Moreira”

Pesquisa para o agronegócio

Estratégias de manejo da fertilidade do solo na citricultura

III Workshop GTACC - Tecnologias de manejo para aumento de

produtividade

Classes N folhas, g/kg P res., mg/dm3 K troc., mmolc/dm3

prod. <23 23-27 >27 <6 6-12 13-30 >30 <0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0

t/ha N, P2O5 ou K2O, kg/ha

<16 100 70 60 60 40 20 0 60 40 20 0

17-20 120 80 70 80 60 40 0 80 60 40 0

21-30 140 120 90 100 80 60 0 120 100 60 0

31-40 200 160 130 140 100 80 0 140 120 80 40

41-50 220 200 160 160 120 100 0 180 140 100 50

>50 240 220 180 180 140 120 0 200 160 120 60

Recomendações da adubação

para laranjas indústria

Classes N folhas, g/kg P res., mg/dm3 K troc., mmolc/dm3

prod. <23 23-27 >27 <6 6-12 13-30 >30 <0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 >3,0

t/ha N, P2O5 ou K2O, kg/ha

<15 80 60 40 60 40 20 0 100 80 60 0

16-20 100 80 60 80 60 40 0 140 120 100 40

21-30 120 100 80 120 100 60 0 160 140 120 80

31-40 160 140 100 140 120 80 0 200 180 160 100

>40 180 160 120 160 140 100 0 220 220 180 120

Recomendações da adubação

para laranjas in natura

Obrigado pela atenção

monitoramento da

fertilidade do solo

tomada de decisão

análise de pontos

críticos

definição de fontes,

épocas e modo de

aplicação

Manejo da adubação para aumento da produtividade

estratégias

avaliações dos resultados das análises de

solo e de folhas e do diagnóstico de campo

definição de doses de corretivos e

fertilizantes, observando-se a demanda e a

produtividade esperada dos talhões

adubo sólido ou fertirrigado, precisão etc.

avaliação da qualidade do trabalho,

manutenção de históricos e evolução da

produtividade e qualidade dos frutos

Manejo da adubação para aumento da produtividade

monitoramento da

fertilidade do solo

avaliações dos resultados das análises de

solo e de folhas e do diagnóstico de campo

O solo é o meio de onde as planta extraem água e nutrientes

A análise do solo e a otimização do diagnóstico da fertilidade

são essenciais para o manejo nutricional do pomar

Para um bom diagnóstico é preciso...

Amostrar corretamente

Usar laboratório capacitado

Interpretar corretamente os dados analíticos

Manter um histórico de resultados

A amostragem do solo é um dos pontos críticos para o sucesso da análise de solo

é a maior fonte de erros

Diagnóstico da fertilidade do solo para plantas perenes

Amostragem

definir glebas homogêneas para a

implantação de talhões

separar talhões homogêneos, por idade,

e produtividade

coletar amostras de solo e folhas por

grupo

criar histórico para cada conjunto

A amostragem deve ser feita na região adubada

0,5 m

0,5 m

15 a 20 pontos por gleba homogênea

Amostragem do solo em profundidade

Identificar limitações ao crescimento

radicular

acidez: baixo Ca, alto Al

baixa fertilidade

Checar manejo da adubação

altos teores de nutrientes = lixiviação

Acidificação do solo após 5 anos: pH na faixa adubada do pomar

0

10

20

30

40

50

60

70

4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

pH CaCl2

Pro

fun

did

ad

e,

cm

UR-20

NA-260

Escolher laboratório de confiança

Controle de qualidade

Programa interlaboratorial

sistema IAC de análise

de solo

Análise para fim de fertilidade

Não mede teores “totais” no solo

Determinação do teor disponível para as plantas

depende de métodos adequados

complexos

requer calibrações específicas

Avaliação da disponibilidade

Apenas parte do conteúdo de nutrientes do solo pode ser

aproveitado pelas plantas

Análise de solo

análise básica

micronutrientes

P-resina

P-Mehlich...

DTPA

M.O. pH P K Ca Mg H+Al SB V

g dm-3 mg dm-3 ------------------ mmolc dm-3 ------------------ %

12 5,6 12 2,0 22 16 14 54,0 74

Extração de P do solo por resina

simula absorção pelas

raízes

Calibração da análise de solo

Requer extensa experimentação de campo

Essencial para o bom uso da análise de solo

Interpretação de resultados de

análise de solo para P e K

Classe

de teores

K trocável P-resina

floresta perenes anuais hortaliças

mmolc dm-3 mg dm-3

Muito baixo <0,7 <2 <5 <6 <10

Baixo 0,8-1,6 3-5 6-12 7-15 11-25

Médio 1,6-3,0 6-10 13-30 16-40 26-60

Alto 3,1-6,0 11-20 31-60 40-80 61-120

Muito alto >6,0 >20 >60 >80 >120

Manejo da fertilidade resultado da análise de solo & adubação

É importante manter a fertilidade em níveis

MÉDIO A ALTO

Níveis baixos = baixo potencial de produtividade

Níveis muito altos = custo elevado da adubação e

riscos de perdas de nutrientes

Teores médios e altos: reposição das exportações

Teores baixos: adubar pela necessidade da planta +

enriquecer o solo

Teores muito altos: pode ser menor que exportação

A aplicação superficial de adubos ou corretivos de baixa solubilidade cria gradiente de fertilidade dificuldade na interpretação dos resultados

A análise de solo não fornece bom diagnóstico para a adubação nitrogenada

Nutriente baixo adequado excessivo

g/kg

N <22 23 - 27 >30

P <1,1 1,2 - 1,6 >2,0

K <9 10 - 15 >20

Ca <35 35 - 45 >50

Mg <2,4 2,5 - 4,0 >5,0

S <1,9 2,0 - 3,0 >5,0

mg/kg

B <35 36 - 100 >150

Cu <4,0 4,1 - 10,0 >15,0

Fe <49 50 - 120 >200

Mn <34 35 - 50 >100

Zn <34 35 - 50 >100

Mo <0,09 0,10 - 1,00 >2,00

Faixas de interpretação de resultado de análise de folhas de citros

<17 18 - 22 >22 limões e

lima ácida

Manejo da fertilidade resultado da análise de folha & adubação

O programa de adubação do pomar deve ser ajustado de

modo que os teores foliares estejam na faixa adequada

Diagnose visual de desordens nutricionais em citros

sintomas definidos e característicos

tomada de decisão

Manejo da adubação para aumento da produtividade

definição de doses de corretivos e

fertilizantes, observando-se a demanda e a

produtividade esperada dos talhões

g N per tree

6.9

9.5

10.2

19.7

31.6

40.2

53.5

63.2

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

Total = 234.7 g N

LSD0.05 = 2.7

4.8

6.5

6.8

8.6

17.6

22.0

33.8

81.4

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

g K per tree

Total = 181.5 g K

LSD0.05 = 3.1

1.1

1.8

1.1

1.3

5.6

3.7

5.7

9.6

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

g P per tree

Total = 29.8 g P

LSD0.05 = 0.5

8.6

19.1

13.7

39.2

71.2

57.1

34.7

30.3

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

g Ca per tree

Total = 273.8 g Ca

LSD0.05 = 4.0

0.7

1.3

0.7

1.6

5.8

4.7

9.1

6.3

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

g Mg per tree

Total = 30.2 g Mg

LSD0.05 = 0.9

0.6

0.9

0.9

2.7

3.5

3.6

7.3

4.9

0 20 40 60 80 100

T

S1

TR

L2

S2

L1

R

F

Tre

e c

om

po

ne

nt

g S per tree

Total = 24.1 g S

LSD0.05 = 0.5

Mattos Jr. et al. (2002)

Conteúdo de nutrientes em laranjeira

Nutriente estimativa

kg/t

N 1,9 - 2,4

P 0,15 - 0,21

K 1,3 - 2,1

Ca 0,45 - 0,64

Mg 0,11 - 0,15

S 0,10 - 0,18

Remoção de nutrientes pela colheita de frutos (laranjas)

Bataglia et al. (1977)

kg/40 t

85,0 - 96,0

6,0 - 8,4

52,0 - 84,0

18,0 - 25,6

4,4 - 6,0

4,0 - 7,2

Dose Prod. Tamanho SST Suco cx/t suco SST/área

kg ha-1 t ha-1 g Brix % # kg ha-1

Nitrogênio

30 43,0 230 10,8 51,4 293 2411

240 47,8 219 11,0 52,0 283 2724

Potássio

25 33,0 159 11,5 56,2 254 2106

223 38,8 176 11,0 55,7 272 2382

Qualidade da fruta

- -

- -

+ +

+ +

Exemplos para variedades Valência e Pêra

Quaggio et al. (2006)

Qualidade da fruta: modelo de resposta N e K

Produção

frutos N ou K

SS/ha

cx/t suco

tamanho

SST

%suco

maior/menor maior/menor

Tendência de variação

definição de fontes,

épocas e modo de

aplicação

Manejo da adubação para aumento da produtividade

adubo sólido ou fertirrigado, precisão etc.

Recomendações da adubação na citricultura

plantio calcário e fertilizante fosfatado

formação (árvores <5 anos) e

produção N, P, K e micronutrientes (g/planta e kg/ha, respectivamente)

Critérios estabelecidos idade

teores de P e K no solo

estado nutricional da planta

produção de frutos

40

60

80

100

120

0 500 1000 1500 2000 2500

N, g tree-1

Re

lati

ve f

ruit

yie

ld, %

RL

Cleo

Sw

A

40

60

80

100

120

0 200 400 600 800 1000

P, g tree-1

Re

lati

ve f

ruit

yie

ld, %

RL

Cleo

Sw

B

40

60

80

100

120

0 200 400 600 800 1000

P, g tree-1

Re

lati

ve f

ruit

yie

ld, %

RL

Cleo

Sw

B

40

60

80

100

120

0 320 640 960 1280 1600

K, g tree-1

Re

lati

ve f

ruit

yie

ld, %

RL

Cleo

Sw

C

Mattos Jr. et al (2006)

Demanda de nutrientes: porta-enxertos

0

20

40

60

80

100

0 90 180 270 360

Season

Re

lati

ve

N u

pta

ke

, %

Boaretto 99 Legaz 81 Legaz 84

Spring Summer Fall Winter

Demanda sazonal de N

Bottcher & Rhue (2000)

-1

0

1

2

3

4

5

6

0 3 6 9 12

N, v

alo

res r

ela

tivo

s

N disp. solo

Demanda N

120 kg N/ha

= chuva

-1

-0.5

0

0 2 4 6 8 10 12

N-l

ixiv

. Primav. Verão Outono Inverno

120 kg/ha: 7 aplicações

-1

0

1

2

3

4

5

6

0 3 6 9 12

N, v

alo

res r

ela

tivo

s

N disp. solo

Demanda N

200 kg N/ha

= chuva

-1.5

-1

-0.5

00 2 4 6 8

N-l

ixiv

.

Primav. Verão Outono Inverno

200 kg/ha: 1 aplicação

aplicação do fertilizante

Scholberg et al. (1999)

0

2

4

6

8

10

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Dias de absorção

N-s

olu

çã

o, m

g/L

Volk-7

Swg-7

Volk-7-210

Swg-7-210

Demanda sazonal de N

J J A S O N D J F M A

N

P

K

Micros

Clima frio/seco quente/úmido

Fenologia florescimento...

x

xx xx xx (xxx)

xxx xx xx (xx)

x x x

Programa de fertilização

0

5

10

15

20

25

30

35

40

J Fev M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D

Tem

pera

tura

méd

ia

( o

C)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Ch

uva (

mm

/mês)

Chuva

Tmed

F PC

IF RV DVC EC M

Ano 1

F

Ano 2

DFC

0

5

10

15

20

25

30

35

40

J Fev M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D

Tem

pera

tura

méd

ia

( o

C)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Ch

uva (

mm

/mês)

Chuva

Tmed

F PC

IF RV DVC EC M

Ano 1

F

Ano 2

DFC

Sentelhas (2005)

54Mn

65Zn

via foliar

Micronutrientes

Boaretto et al. (2003)

Dose do fertilizante

pH (CaCl2) Ca2+ + Mg2+ + K+ Saturação por bases

Uréia NA Uréia NA Uréia NA

N, kg ha-1 mmolc dm-3 %

Profundidade amostragem: 0 a 20 cm

20 5,6 5,8 47 64 67 77

100 5,5 4,9 40 40 65 51

180 4,9 4,4 45 28 58 38

260 4,7 4,1 33 19 47 24

Profundidade amostragem: 20 a 40 cm

20 5,3 5,6 27 36 55 68

100 5,8 5,3 35 37 69 64

180 5,5 5,1 40 32 67 59

260 5,3 4,8 33 27 62 48

Cantarella et al. (2003)

Acidificação do solo e perda de bases

Fertilizante Teor de N Forma de N Equivalente

em CaCO3

% kg

Uréia 45 Amida -1,8

Nitrato de amônio 33 NO3- e NH4

+ -1,8

Sulfato de amônio 20 NH4+ -5,4

DAP 16 NH4+ -5,0

Nitrato de cálcio 14 NO3- 1,4

MAP 9 NH4+ -5,0

Acidificação do solo e perda de bases

Perda de N por volatilização de amônia

Perda de N por volatilização de amônia

nitrato de amônio uréia

0

10

20

30

40

50

0 3 6 9 12 15 18

NH

3 l

os

se

s,

% o

f a

pp

lie

d N

AN 6.7

AN 86.7

UR 6.7

AN 33.3

AN 86.7

N fertilization, kg ha-1

A: 1996

0

10

20

30

40

50

0 3 6 9 12 15 18 21

NH

3 l

os

s,

% o

f a

pp

lie

d N B: 1997

0

10

20

30

40

50

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

Days after fertilizer application

NH

3 l

os

s,

% o

f a

pp

lie

d N C: 1999

Cantarella et al. (2003)

Fonte de N Ventilação Dia Noite Prob.<F

NH3-N, mg m-2 h-1

Nitrato de

amônio

desligada 5,2 2,7 0,1208

ligada 12,0 6,0 0,0062

Uréia desligada 9,4 5,3 0,0044

ligada 22,9 12,7 0,0407

Perda de N

por volatilização de amônia

Mattos Jr. et al. (2003)

efeito das condições ambientais

y = -0,0004x2 + 0,164x + 27,3

R2 = 0,99**

y = -0.0001x2 + 0,086x + 26,4

R2 = 0,99**

20

25

30

35

40

45

50

0 50 100 150 200 250 300

Dose N (kg ha-1

)

Pro

du

çã

o (

t h

a-1

)

nitrato de amônio uréia

Resposta dos citros à

adubação nitrogenada

Cantarella et al. (2003)

Análise de custo

Para aplicação de 100 kg/ha de N como uréia

O custo de outras fontes ou da incorporação da uréia deve

compatível com o risco de perdas

Perda por volatilização potencial (%)

0 20 30 40

N a aplicar, kg/ha 100 125 143 167

Custo, R$ 100 125 143 167

Custo N adicional, R$ 0 25 43 67

R$/kg N

Uréia 0,90 - 1,30

Nitrato de amônio 1,10 - 1,30

Sulfado de amônio 1,40 - 1,50

Nitrato Ca, K 1,90 - 2,20

Cantarella (2005)

análise de pontos

críticos

Manejo da adubação para aumento da produtividade

avaliação da qualidade do trabalho,

manutenção de históricos e evolução da

produtividade e qualidade dos frutos

Diagnóstico

Ajustes de doses

séries de dados

fontes/parcelamento

manejo da (fert)irrigação

Comentários finais

estratégias

[email protected]

Obrigado pela atenção