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Este projeto tem o apoio financeiro da Comissão Europeia. Esta publicação expressa apenas o ponto de vista dos seus autores, não sendo a Comissão responsável pelo seu conteúdo.

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Este projeto tem o apoio financeiro da Comissão Europeia. Esta publicação

expressa apenas o ponto de vista dos seus autores, não sendo a Comissão

responsável pelo seu conteúdo.

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Lisboa, Portugal

[email protected]

O presente documento foi elaborado pelo grupo de parceiros no âmbito do projeto SMILE -

Network for Social and Market Inclusion through Language Education / Rede para a Inclusão social e

integração no mercado de trabalho através da formação em línguas .

Este documento é o resultado de uma reflexão feita pelos parceiros do projeto. De acordo com os

critérios definidos pela parceria e após uma pesquisa feita , foram selecionados um conjunto de

quinze projetos nos quais o português era uma das línguas-alvo . Em regra, esses projetos tiveram

como promotor uma entidade portuguesa . Este documento não representa um documento político

a nível europeu nem a nível nacional. O SMILE é uma rede que funciona a nível provisional, focando-

se diretamente nas boas práticas que têm sido desenvolvidas no âmbito da aprendizagem de

línguas, um dos fatores decisivos no processo da inclusão social e integração no mercado de trabalho

por parte dos cidadãos no contexto da União Europeia .

Publicado em 2015.

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4

Um dos objetivos deste documento é apresentar os resultados da pesquisa e da reflexão feitas até à data

pelos parceiros da rede SMILE sobre oportunidades de aprendizagem e promoção das línguas menos utilizadas

e ensinadas (LWUTLs) em Portugal.

A Rede para a Inclusão social e integração no mercado de trabalho através da formação em línguas

(SMILE) tem como objetivo reunir as organizações dos setores educativo , laboral e social e explorar em

conjunto as oportunidades para o acolhimento das línguas menos promovidas na Europa com vista a

aumentar as competências linguísticas, a fim de impulsionar a competitividade, aumentar a empregabilidade e

reforçar a inclusão social.

A rede SMILE tem como objetivo apoiar as políticas linguísticas europeias e nacionais através da pesquisa, da

identificação e da divulgação dos resultados positivos das boas práticas que têm sido desenvolvidas para a

promoção da diversidade linguística, com particular ênfase na aprendizagem das línguas menos promovidas.

Assim, o presente documento assenta numa seleção de boas práticas e metodologias para a promoção da

diversidade linguística e das línguas menos promovidas com foco na sua aplicação prática nos diferentes

setores. O principal objetivo, por um lado, é a criação de oportunidades de cooperação entre os setores do

ensino de línguas, formação e trabalho e, assim, aumentar a competitividade e a empregabilidade, e, por

outro, o reforço da inserção social de diversos grupos desfavorecidos (migrantes, pessoas com deficiência,

idosos, etc.).

O documento disponibiliza uma visão geral das principais políticas europeias no domínio da aprendizagem de

línguas e da promoção da diversidade linguística, bem como aborda , de alguma forma, as políticas e práticas

para a promoção de línguas , tanto através da educação formal como não-formal. Mais adiante, o documento

esclarece o que se entende pelo termo "menos utilizadas e ensinadas", conforme definido pela rede SMILE, e

identica os idiomas abrangidos pelas boas práticas assim como os respetivos objetivos .

As secções seguintes incidem sobre a recolha de boas práticas, a sua aplicação prática em setores identificados

como ambientes user friendly em Portugal, bem como as metodologias e abordagens bem sucedidas para a

aprendizagem e promoção das línguas menos promovidas.. O conjunto de boas práticas tem por base

projetos e iniciativas de aprendizagem de línguas que desenvolveram métodos e recursos inovadores

adequados, funcionando como impulsionadores em termos de motivação, tanto para o mercado de trabalho,

como para a inclusão social.

O último capítulo do documento tece conclusões sobre as oportunidades e desafios para a promoção da

LWUTLs e a sua importância nas esferas económica, social e cultural da vida na Europa.

Em Portugal , este documento foi desenvolvido pela FLEP – Formação, Língua e Estudos Portugueses, Lda.,

que é uma das entidades parceiras da rede SMILE.

5

A parceria SMILE efetuou uma análise de vários documentos de relevo publicados pelas instituições e órgãos

legislativos da UE sobre as áreas prioritárias e metas para a aprendizagem de línguas e promoção a nível

europeu, com especial atenção dada à importância das línguas para o mercado de trabalho e a inclusão social.

A Estratégia Europa 2020 estabelece metas de crescimento para a UE por forma a transformar a União numa

"economia inteligente, sustentável e inclusiva" no ano de 2020 e ajudar os Estados-Membros a assegurar

elevados níveis de emprego, produtividade e coesão social. Para alcançar tais metas, a UE estabeleceu cinco

objetivos focados em ações concretas a serem realizadas a nível europeu e nacional nas áreas de emprego,

investigação e desenvolvimento, educação, alterações climáticas e sustentabilidade energética e combate à

pobreza e à exclusão social.

Informações detalhadas sobre a Estratégia Europa 2020 podem ser encontradas em

http://ec.europa.eu/europe2020/index_en.htm

Um quadro estratégico para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação (‘ET 2020’),

publicado pelo Conselho da União Europeia em 2009, foca-se em quatro objetivos comuns para enfrentar os

desafios em matéria de educação e formação no horizonte 2020, nomeadamente:

Tornar a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade uma realidade;

Melhorar a qualidade e eficiência da educação e formação;

Promover a igualdade, a coesão social e a cidadania ativa;

Incentivar a criatividade e a inovação, incluindo o empreendedorismo, em todos os níveis de

educação e formação.

O texto integral do documento está disponível nas línguas oficiais da UE em http://eur-lex.europa.eu/legal-

content/EN/ALL/?uri=CELEX:52009XG0528(01)

Em termos de aprendizagem de línguas, o novo programa Erasmus+ (2014-2020) atualiza o objetivo de

Barcelona de "língua materna mais duas línguas estrangeiras" e coloca um enfoque explícito na importância

das competências e aptidões essenciais para as necessidades do mercado de trabalho. Os objetivos do

Erasmus + relacionados com as línguas incluem:

melhorar o nível de competências e aptidões essenciais, no que respeita à sua relevância para o

mercado de trabalho, nomeadamente através do aumento das oportunidades de mobilidade para fins de

aprendizagem;

melhorar o ensino e a aprendizagem de línguas e promover a diversidade linguística e a consciência

intercultural;

desenvolver competências básicas e transversais, incluindo o multilinguismo, utilizando abordagens

pedagógicas inovadoras e centradas no aluno e desenvolvendo métodos de avaliação e de certificação

adequados.

Poderá aceder à informação sobre o programa Erasmus+ no seguinte endereço:

https://eacea.ec.europa.eu/erasmus-plus_en .

A importância das línguas para o mercado de trabalho é colocada em destaque num documento de trabalho

da Comissão Europeia, publicado em 2012 , relacionado com as competências linguísticas para a

empregabilidade, mobilidade e crescimento. De acordo com as conclusões do documento, as competências

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linguísticas deverão fomentar a mobilidade dos trabalhadores e estudantes, melhorar a empregabilidade da

população ativa europeia, ter aplicabilidade na vida real e corresponder às necessidades do mercado de

trabalho. Deste modo, a aprendizagem de línguas é vista como uma mais-valia para a empregabilidade, a

mobilidade e o crescimento, bem como para atender às necessidades específicas.

Estão disponíveis mais informações sobre este documento da Comissão Europeia em http://eur-

lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:52012SC0372&from=EN .

Num documento publicado em 2011, o Conselho da União Europeia tira conclusões sobre as competências

linguísticas necessárias para reforçar a mobilidade e dirige, entre outras, as seguintes recomendações à

Comissão Europeia e aos Estados-Membros:

Apoiar a mobilidade para aprendizagem de línguas

Trocar experiências e melhores práticas de promoção da língua para a aquisição de novas

competências

Promover conteúdos específicos numa determinada língua para fins profissionais (particularmente no

EFP e no ensino superior)

Intensificar o reconhecimento e a validação de competências linguísticas adquiridas através da

educação não-formal e informal

Estabelecer uma ligação entre as qualificações do EFP, que incluem as competências linguísticas e o

Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas do Conselho da Europa (CEFRL)

Providenciar apoio via programas da UE

Apoiar o desenvolvimento de material didático para as línguas europeias menos providas e ensinadas.

O Conselho reconhece as seguintes áreas prioritárias para a promoção e aprendizagem das línguas:

A mobilidade na aprendizagem para reforçar a empregabilidade, a consciência intercultural, a

criatividade e o desenvolvimento pessoal

Bom domínio de línguas estrangeiras enquanto competência essencial para o mercado de trabalho e a

coesão social

Metodologias inovadoras para a melhoria da empregabilidade e da mobilidade dos trabalhadores

Formação de professores (em particular em matéria de EFP)

Escolha mais ampla das línguas, incluindo as línguas menos promovidas e as línguas dos países

vizinhos

Aumento de competências comunicativas por parte dos grupos desfavorecidos , tendo como

objetivo uma melhor inclusão social e o desenvolvimento profissional (especialmente das crianças ou

jovens)

Ensino e aprendizagem de línguas para fins específicos

Aprendizagem de línguas ao longo da vida, para um público alargado , incluindo os idosos.

O texto integral deste documento do Conselho está disponível em

http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/educ/126373.pdf .

As conclusões gerais dos documentos analisados podem atestar que a importância atribuída às competências

linguísticas para a inserção no mercado de trabalho é cada vez maior e que mais esforços deverão ser

envidados para atender às exigências deste mercado, tornando a aprendizagem de línguas mais focada no

aprendente , com uma maior orientação prática e uma maior aplicabilidade em contextos profissionais. A

procura e a oferta de competências linguísticas deverão, portanto, concentrar-se na aprendizagem de línguas

relacionadas com o emprego, tendo em consideração o facto de que os empregadores necessitam de

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competências linguísticas, não apenas em idiomas mais tradicionais (como Inglês, Alemão, Espanhol, etc.),

mas também nas menos ensinadas, necessárias para nichos de mercado.

Com base nos documentos analisados, a rede SMILE identifica as seguintes prioridades para a promoção das

línguas menos faladas e ensinadas :

Diversidade linguística e cultural

Línguas de regiões vizinhas/transfronteiriças

Línguas específicas para o emprego

Línguas para faciliar a comunicação entre parceiros comerciais

Mobilidade (para o estudo ou para o trabalho)

Nesta linha, as línguas menos promovidas representam não só um desafio como também uma

oportunidade para reforçarem o seu papel enquanto agentes importantes na vida cultural e socioeconómica

europeia e deverão ser contextualizadas ao nível da competitividade, da procura do mercado e da importância

sociocultural.

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Para efeitos da implementação do projeto, os parceiros da rede SMILE chegaram a um acordo sobre o

significado a ser atribuído à expressão "línguas menos usadas e ensinadas" e sobre as línguas que podem ser

incluídas nesta definição relativamente à identificação de oportunidades e de boas práticas para a sua

promoção. Não foi encontrada nenhuma definição oficial e concreta nos documentos oficiais da UE

analisados. A definição adotada tem em consideração apenas os objetivos da rede SMILE e a sua aplicação

prática tendo em conta os grupos-alvo.

Após discussão entre parceiros sobre as oportunidades e áreas problemáticas para a promoção das Línguas

menos usadas e ensinadas na Europa , entendeu-se a seguinte definição : " línguas nacionais, estratégicas,

regionais ou minoritárias", que podem ser abordadas nas seguintes condições:

A prioridade é dada às línguas oficiais da UE, i.e., a maior parte das boas práticas selecionadas são

focadas nas mesmas.

o A União Europeia tem 24 línguas oficiais: Búlgaro, Francês, Maltês, Croata, Alemão, Polaco, Checo,

Grego, Português, Dinamarquês, Húngaro, Romeno, Holandês, Irlandês, Eslovaco, Inglês, Italiano,

Esloveno, Estónio, Letão, Espanhol, Finlandês, Lituano, Sueco.

As principais línguas (Inglês, Alemão, Francês, Italiano e Espanhol) são excluídas a não ser que

proporcionem valor acrescentado e potencial transferência de boas práticas e métodos aplicáveis às Línguas

menos usadas e ensinadas na Europa. Todas as outras línguas oficiais são consideradas línguas menos usadas e

ensinadas na Europa.

Línguas regionais e minoritárias (incluindo idiomas transfronteiriços), como por exemplo o Catalão em

Espanha e, em casos muito específicos, o Italiano na Suíça, podem ser incluídas quando relevantes para os

objetivos do projeto (mercado de trabalho e inclusão social) e necessidades dos grupos-alvo.

Línguas dos parceiros estratégicos da UE ou com importância estratégica para o desenvolvimento

económico e social da União, como, por exemplo, Chinês, Russo, Árabe, etc.

Com base nesta definição, os parceiros SMILE realizaram uma pesquisa sobre as boas práticas de promoção e

aprendizagem das línguas menos usadas e ensinadas na Europa e o seu acolhimento em vários setores

identificados como um ambiente favorável à aprendizagem de línguas em cada um dos países parceiros.

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“A minha pátria é a língua portuguesa.”

Fernando Pessoa

Introdução

A língua nacional e oficial da República Portuguesa é o Português (n.º 3 do artigo 11.º da Constituição da República Portuguesa).i

Portugal tem o mais alto nível de uniformidade linguística na Europa Ocidental, dado que o Português é falado em todo o país, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, assim como a região nordeste do país, onde, no distrito de Miranda do Douro, o Português coexiste com uma língua minoritária apenas falada a nível local – o Mirandês.ii

O reconhecimento do Mirandês enquanto língua oficial em Portugal é relativamente recente, por intermédio da Lei nº. 7/99, de 29 de janeiro, e do Despacho Normativo nº. 35/99, de 5 de Julho, que regula o direito à aprendizagem do Mirandês.iii

O Novo Acordo Ortográfico

Em Portugal, o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990, entrou em vigor em janeiro de 2009.

Este acordo foi alcançado entre os países de língua Portuguesa, com a intenção de criar uma única ortografia comum para esta língua e para assim garantir uma maior harmonização no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Os seus principais objetivos são, tanto a simplificação e sistematização de vários aspetos relacionados com a ortografia, como a eliminação de algumas exceções ortográficas.

Em novembro de 2008, o Governo Português aprovou uma estratégia de reconhecimento e promoção da língua Portuguesa (Resolução do Conselho de Ministros n.º 188/2008, de 27 de novembro), reconhecendo uma vez mais a importância crucial do valor cultural, geoestratégico e económico da língua Portuguesa. Este acordo considera também a importância do papel da língua na educação e formação na área do desenvolvimento e cooperação.

A fim de facilitar o processo de adaptação às regras estabelecidas no Novo Acordo Ortográfico, foi definido um período de transição de seis anos , ou seja, até o final de 2015 , durante a qual ambas as ortografias podem coexistir.

No entanto, tem sido desenvolvido um esforço conjunto com o objetivo de assegurar a implementação progressiva e adaptação do Acordo Ortográfico em Portugal.iv

O Portal da Língua Portuguesa (www.portaldalinguaportuguesa.org) contém os dois recursos oficiais para a aplicação do Novo Acordo Ortográfico em Portugal, tal como determinado pelo Conselho de Ministros Resolução n.º 8/2011, de 25 de janeiro - o Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince.v

A universalização crescente deste acordo é uma oportunidade para colocar a língua Portuguesa nas agendas políticas e económicas, tanto interna como externamente.

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A língua Portuguesa e o sistema educativo

Algumas das tarefas fundamentais do Estado Português é garantir que o Português é ensinado e constantemente avaliado, defender o seu uso e promover a sua disseminação a nível internacional (alínea f) do artigo 9.º).

O Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor no sistema educativo nacional durante o ano letivo de 2011/2012, de acordo com o estabelecido pelo Conselho de Ministros Resolução n.º 8/2011, de 25 de janeiro.

Além disso, no que respeita à implementação da Política de Ensino (n.º 2 do artigo 74), incumbe ao Estado Português:

proteger e valorizar a Língua Gestual Portuguesa, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades (alínea h));

assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa (alínea i)). vi

O Português como segunda língua

De acordo com as orientações gerais das políticas educacionais direcionadas para a promoção da igualdade de acesso ao currículo, quer do ensino básico (dos 6 aos 15 anos) e ensino secundário (dos 16 aos 18 anos), atribuídos no Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, são de destacar as medidas definidas para os alunos migrantes recém-chegados ao sistema de ensino.vii

A fim de reduzir o insucesso escolar dos alunos cuja língua materna não seja o Português, o Ministério da Educação e Ciência está a implementar políticas educativas de apoio à aprendizagem da língua portuguesa enquanto objeto de estudo e enquanto língua de instrução, mediante a oferta de Português Língua Não Materna (PLNM) no ensino básico e secundário.

O objetivo é garantir que todos os alunos, cuja língua materna não seja o Português, tenham igual acesso ao currículo educativo e sejam bem-sucedidos, independentemente da sua língua, cultura, condição social, origem e idade.

Esta medida de apoio à educação de alunos de grupos minoritários incorporada na oferta do PLNM, a partir do primeiro ciclo do ensino básico até à conclusão do ensino secundário, visa proporcionar uma resposta rápida e um sistema eficaz para as necessidades prementes destes alunos, os quais se encontram em desvantagem quando comparados com os falantes nativos do Português que seguiram o currículo nacional.viii

O Plano Nacional de Leitura

É uma iniciativa do Governo, sob a responsabilidade conjunta do Ministro da Educação, o Ministro da Cultura e o Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, à qual foi conferida prioridade política.

O Plano Nacional de Leitura - uma peça-chave na relação entre língua falada e escrita - tem como principal objetivo elevar o nível de literacia dos portugueses e colocar o país em pé de igualdade com os seus parceiros europeus.

Destina-se a criar as condições para o povo Português alcançar níveis de leitura com os quais se sintam totalmente capazes de lidar com as palavras escritas, em qualquer circunstância da vida, e possam interpretar a informação disponibilizada pelos meios de comunicação, aceder ao conhecimento científico e desfrutar dos grandes romances da literatura.

O impacto do Plano Nacional de Leitura deverá ser ainda mais significativo, uma vez que foi assumido como um desígnio nacional. À semelhança do que sucedeu em países que lançaram projetos similares, o sucesso deverá depender da participação de todos e de cada indivíduo.

11

Introdução

Na União Europeia (UE), cerca de 3% da população fala Português. No continente Europeu, o Português é falado em Portugal, Luxemburgo e Andorra (onde é uma importante língua minoritária), bem como em comunidades na Bélgica, França, Suíça e Alemanha. Na Galiza, alguns grupos políticos e intelectuais consideram a unidade linguística do Galego-Português.ix

A língua Portuguesa nas relações externas da União Europeia

“Considerando que algumas línguas europeias são também faladas em muitos outros países terceiros

e constituem um importante elo entre os povos e nações de diferentes regiões do mundo”

“Considerando que todas as línguas, como meio primordial de acesso a uma cultura, são a expressão

de uma forma distinta de perceção e descrição da realidade e devem poder usufruir das condições

necessárias ao seu desenvolvimento”

Parlamento Europeux

Apesar de ser uma das línguas menos usadas e ensinadas por toda a União Europeia, o Português pode constituir uma ferramenta estratégica para as relações externas da UE. Com efeito, esta é a terceira língua oficial Europeia mais falada no Mundo. xi

A União Europeia estabelece relações com os países das regiões África, Caraíbas e Pacífico (ACP) e Ásia, América Latina e Caribe (LAC), do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), da União Africana (UA) e do Fórum Regional da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), entre outros. Em particular, a UE relaciona-se com cada um dos países de língua Portuguesa.

Em 2007, a Comissão Europeia assinou um Memorando de Entendimento com a CPLP, reconhecendo-a como uma importante parceira para a criação de sinergias em vários domínios da política externa e de desenvolvimento, ou seja, no que diz respeito à luta contra a pobreza, à promoção da democracia e salvaguarda dos direitos humanos, bem como à promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento socioeconómico.

O papel de intermediário, por parte de Portugal, entre a UE e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Timor Leste e, mais recentemente, o Brasil, tem sido bastante valorizado e incentivado ao longo do seu processo de Integração Europeia.

Em 2006, o relatório do Parlamento Europeu (PE) sobre um Novo Quadro Estratégico para o Multilinguismo acredita que algumas línguas europeias são particularmente apropriadas para estabelecer a comunicação direta imediata com outras partes do mundo.xii

Posteriormente, na sua Comunicação datada de 2008, também sobre um novo Quadro Estratégico para o Multilinguismo, a Comissão Europeia (CE) reconhece o contributo do multilinguismo para o diálogo intercultural ao nível das relações externas da UE, destacando o potencial das línguas da UE faladas em países terceiros. xiii

Como tal, o Português, enquanto língua Europeia de «dimensão global», surge como uma oportunidade para

fortalecer o quadro estratégico europeu para o multilinguismo.

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“É esta universalidade da língua portuguesa que une portugueses, brasileiros, muitos africanos e

alguns asiáticos, reconhecendo nela um património cultural comum. Apesar de não dispor de um

território contínuo, mas de vastas regiões separadas e espalhadas por vários continentes, e o facto de

não ser privativa de uma comunidade, mas ser sentida como sua, por igual, em comunidades

distanciadas, manifesta uma grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a

usam.

Uma língua de cultura como o Português, portadora de longa história, que serve de matéria-prima e é

produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial de diversas sociedades, não se

esgota na descrição do seu sistema linguístico: uma língua como esta vive na história, na sociedade e

no mundo.

Tem uma existência que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e,

imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.

Significa isto que o português falado em todo o mundo, entretanto harmonizado por um importante

Acordo Ortográfico, continua a ser sentido como uma só língua, veículo de comunicação por

excelência e, porventura, o mais poderoso dos laços que unem os povos que o utilizam.”

Presidência Portuguesa da União Europeia 2007xiv

Introdução

A língua Portuguesa tem sido um idioma mundial importante ao longo dos últimos 500 anos, desde que foi difundida no Mundo durante os séculos XV e XVI, por altura da Época dos Descobrimentos.

O Português é a quarta língua mais falada no Mundo e a terceira língua ocidental mais falada, a seguir ao Inglês e ao Espanhol. Além disso, tem uma das maiores taxas de crescimento enquanto segunda língua na Internet, nas redes sociais e na aprendizagem como língua estrangeira.xv

Cerca de 250 milhões de falantes Portugueses representam cerca de 3,7% da população mundial e detêm cerca de 4% da riqueza total. Estima-se que em 2050, o número de falantes de português deverá ascender a 350 milhões.

O português é a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. É também uma das línguas oficiais de Timor Leste, Guiné Equatorial e Macau.

Além disso, também é falado por pequenas comunidades que faziam parte do Império Português na Ásia e na África Oriental e onde o Português tem uma presença cultural significativa.

13

A língua Portuguesa e as organizações internacionais

A língua Portuguesa é oficialmente reconhecida na União Europeia (EU), o Mercado Comum do Sul (MERCOSUR), a União Africana (UA), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outras organizações internacionais.

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Criada em julho de 1996, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma organização intergovernamental de amizade e de cooperação entre os países de língua portuguesa, isto é, um fórum multilateral para o reforço da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros, onde o Português é uma língua oficial. xvi

A CPLP define-se como «uma comunidade de Estados soberanos, um espaço de pertença em que os cidadãos de oito países membros se reconhecem e descobrem e constroem quadros de identidade. É o espaço para a utilização comum da língua, para a adoção de práticas comuns, para a identificação dos valores adotados por todos e para a geração de afetividades » (CPLP 2008, 11).xvii

Um dos principais objetivos desta Comunidade é unir esforços para expandir ainda mais o uso do Português no Mundo, nomeadamente para a criação de um Instituto Internacional da Língua Portuguesa, bem como a materialização de projetos de promoção e divulgação do idioma Português.

É a terceira comunidade linguística intergovernamental e distingue-se da primeira e da segunda – a Commonwealth (criada em 1949) e a Comunidade Francófona (organizada enquanto comunidade em 1970) - por ter sido criada no contexto pós-Guerra Fria pela vontade soberana e igualitária do seus países membros.

Através de sucessivos alargamentos, a CPLP cresceu de sete estados fundadores - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe - para os atuais nove, com a autodeterminação de Timor Leste em 2002 e a adesão da Guiné Equatorial em 2014.

CPLP está a crescer a partir de um enquadramento cultural e linguístico para uma comunidade geopolítica e económica, dado ser o quarto maior produtor de petróleo do Mundo e atendendo ao número crescente de nações de maior escala que tentam aderir à organização, tais como a Turquia e a Indonésia. Na verdade, desde 2006, muitos Estados têm manifestado interesse em se tornar parte da CPLP, estando os respetivos processos atualmente sob avaliação.

Este crescente interesse dos Países pela CPLP, embora não diretamente relacionado, com os objetivos linguísticos e culturais desta comunidade, pode ser uma oportunidade para aumentar o potencial do idioma Português à escala internacional. Em simultâneo, a CPLP tem procurado implementar uma das suas políticas mais importantes - a ortografia comum da língua Portuguesa - como um meio para afirmá-la enquanto uma linguagem coesa.

O Instituto Camões

O Instituto Camões é um instituto público criado em 1992 para a promoção mundial da cultura e língua Portuguesa. O Instituto Camões tem autonomia administrativa e patrimonial, assegurando, sob a tutela do Ministro dos Negócios Estrangeiros, a coordenação e a execução das políticas culturais de Portugal no exterior.xviii

Ao longo dos anos, o Instituto Camões tem acompanhado e apoiado o desenvolvimento de cátedras oficiais, centros culturais e linguísticos em mais de 60 países em quatro continentes, possibilitando a difusão da literatura, história e língua Portuguesa. Importa também considerar que existem oito centros culturais, 11 centros para a língua Portuguesa e 15 cátedras em curso noutros países membros da CPLP.

14

A rede SMILE levou a cabo uma pesquisa sobre projetos bem-sucedidos ao nível da aprendizagem de línguas,

bem como sobre iniciativas com métodos inovadores para a promoção e aprendizagem das línguas menos

usadas e ensinadas em contextos situacionais, tendo criado uma base de dados de boas práticas que abrange

34 países. A seleção de boas práticas teve por base um conjunto de critérios relacionados com a forma de

implementação das mesmas e com os conteúdos direcionados para as necessidades dos setores

identificados nas atuais políticas nacionais e europeias no domínio da aprendizagem de línguas,

nomeadamente:

Inclusão social através da aprendizagem da língua do País de acolhimento

Inclusão no mercado de trabalho por via da educação linguística

Multilinguismo

Línguas menos usadas e ensinadas

Metodologias não tradicionais para o ensino e aprendizagem de línguas

Metodologias para a aprendizagem de línguas em contexto situacional

Aprendizagem de línguas para fins específicos

Novas abordagens no processo de ensino/aprendizagem de línguas para alunos não tradicionais

Produtos e recursos para fins de autoaprendizagem de línguas

Recursos pedagógicos baseados nas TIC

Adaptabilidade e transferência de metodologias para diferentes grupos-alvo

Metodologias inovadoras de formação de professores

Aprendizagem de línguas para a mobilidade

Reconhecimento das competências linguísticas adquiridas através da educação não-formal e informal

Aplicação do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (CECR)

Diversidade linguística e diálogo intercultural

Boas práticas para o uso de línguas em contexto laboral

A pesquisa realizada tem por objetivo criar vínculos entre os mundos da educação, formação e trabalho e

identificar oportunidades para promover as línguas menos usadas e ensinadas em ambientes favoráveis à sua

aprendizagem. O conjunto de boas práticas abrange uma ampla variedade de setores económicos, áreas

educacionais e sociais e fornece modelos de trabalho para a aplicação de metodologias e de produtos em

contextos práticos. As boas práticas podem ter impacto direto sobre os diversos intervenientes:

Organizações ativas no domínio do mercado de trabalho - sindicatos, associações patronais, entidades

promotoras da formação profissional, escolas, instituições prestadoras da pré-qualificação, etc. Estas

entidades podem familiarizar-se com métodos alternativos de aprendizagem de línguas e com produtos

multilingues que poderão servir de suporte às suas aprendizagens . Irão também ter mais consciência de que

aprendendo línguas irão alargar as suas competências, ganhar mais competitividade e poderão ter acesso

a mais oportunidades de emprego nos diversos setores.

Entidades de setores económicos específicos (construção civil, turismo, energias renováveis, meio ambiente,

etc.) - podem beneficiar de métodos e produtos não tradicionais para a aprendizagem de línguas no contexto

específico da sua área de conhecimento e de trabalho. Tal irá melhorar a qualidade dos serviços oferecidos e a

qualificação dos prestadores de serviços.

15

Centros de formação para cidadãos em risco de exclusão social (migrantes, pessoas com deficiência,

idosos, etc.) – As pessoas desfavorecidas deverão ser apoiadas com vista a uma melhor integração na

sociedade e motivadas para o desenvolvimento de qualidades que correspondam aos requisitos do

mercado de trabalho.

Escolas de línguas e outros organismos que disponibilizam oportunidades de aprendizagem de

idiomas em contexto formal e não formal - universidades, centros de línguas, profissionais de

educação de adultos , escolas de formação profissional, etc., que são incentivados a aplicar as

metodologias . As boas práticas que evidenciam metodologias inovadoras estão disponíveis para os

quatro setores educativos - educação escolar, ensino superior, educação de adultos, educação e

formação profissional.

Atualmente, a base de dados inclui mais de 300 boas práticas de 34 países e está acessível no site do projeto

www.smile-network.eu, através de um simples motor de busca . Os utilizadores podem definir as suas

preferências de pesquisa e pesquisar boas práticas por critérios, línguas-alvo, setor, país, palavras-chave, etc.

Cada prática fornece informações sobre a iniciativa selecionada, grupos-alvo e setores em causa, objetivos,

metodologia utilizada, resultados, benefícios para os grupos-alvo, prémios recebidos, bem como potencial de

transferência.

O conjunto de boas práticas abrange 46 línguas que podem ser agrupadas nas seguintes categorias:

Segue-se uma representação gráfica, em separado, das línguas abrangidas pelo conjunto de boas práticas por

categorias e o número de práticas disponíveis para cada idioma:

24

5

11

5 1

Línguas abrangidas pelas boas práticas selecionadas pela rede SMILE

Official LWUTLs

Popular languages

Regional/Minority languages

Strategic languages

Other (Latin)

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Línguas menos usadas e ensinadas:

O conjunto dos dados reunidos no âmbito deste projeto apenas abrange as línguas menos usadas e ensinadas

na Europa, reconhecidas oficialmente como as línguas oficiais da União Europeia excluindo, assim, as cinco

principais línguas – Inglês, Alemão, Francês, Espanhol e Italiano.

Línguas populares:

As línguas “populares” são incluídas como parte de boas práticas que promovem as línguas menos usadas e

ensinadas ou providenciam um potencial de transferência específico que poderá ser benéfico para os setores

e grupos-alvo identificados.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Alb

ania

n

Bo

snia

n

Bu

lgar

ian

Cro

atia

n

Cze

ch

Dan

ish

Du

tch

Esto

nia

n

Fin

nis

h

Gre

ek

Hu

nga

rian

Iris

h

Latv

ian

Lith

uan

ian

Mal

tese

No

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ian

Po

lish

Po

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gues

e

Ro

man

ian

Serb

ian

Slo

vak

Slo

ven

e

Swed

ish

Turk

ish

As Línguas oficiais menos usadas e ensinadas abrangidas pelas boas práticas selecionadas pela rede

SMILE

17

Línguas regionais e minoritárias:

As línguas regionais e minoritárias (incluindo as línguas transfronteiriças), como por exemplo o Catalão em

Espanha, são incluídas quando relevantes para os objetivos do projeto (mercado de trabalho e inclusão social)

e para as necessidades dos grupos-alvo.

0

20

40

60

80

100

120

English French German Italian Spanish

Línguas populares abrangidas pelos exemplos de boas práticas selecionadas pela rede SMILE

0

5

10

15

20

25

Basque Catalan Galician Saami Lower Sorbian

Scottish Gaelic

Welsh

Línguas Regionais/Minoritárias abrangidas pelos exemplos de boas práticas selecionadas pela rede SMILE

18

Línguas estratégicas:

As línguas estratégicas cobrem as línguas dos parceiros estratégicos da União Europeia ou com grande

importância estratégica para o desenvolvimento económico e social da União, como, por exemplo, Chinês,

Russo, Árabe, etc.

0

5

10

15

20

25

30

35

Arabic Chinese Hindi Japanese Russian

Línguas Estratégicas

19

No que diz respeito a Portugal, a rede SMILE identificou alguns setores que foram abrangidos pelo desenvolvimento de projetos de línguas e que beneficiam da aplicação de abordagens e metodologias inovadoras para a aprendizagem de línguas, focadas na promoção das línguas menos utilizadas e ensinada .

De facto, os setores selecionados tipificam apenas alguns dos ambientes mais relevantes que requerem a aprendizagem de línguas. Muitos outros setores que atualmente são considerados estratégicos para o desenvolvimento económico do país, tais como a hotelaria e o turismo, o setor do vinho, a indústria têxtil, a indústria do calçado e a cerâmica, deverão ser abrangidos num futuro próximo por projetos linguísticos e abordagens inovadoras para o aprendizagem de idiomas com fins específicos.

Todos estes setores estão a expandir os seus negócios e deverão ter oportunidades e metodologias inovadoras para poderem preparar os seu recursos humanos para uma comunicação bem-sucedida.

Os setores identificados em Portugal são os seguintes:

Educação escolar (pré-primária, primária, secundária); Comércio, indústria e negócios; Educação e formação profissional; Ensino não-formal de línguas; educação de adultos; ensino superior, etc.; Construção civil; Setor marítimo; Integração de migrantes; Turismo/Catering.

Estes setores poderão tirar partido da existência de recursos inovadores que poderão facilitar a aprendizagem de línguas por parte dos seus profissionais.

A crescente globalização da economia e a mobilidade das pessoas requerem, por outro lado, um conhecimento profundo em termos de competências linguísticas para uma melhor integração num ambiente novo , seja em termos sociais ou profissionais.

A aquisição de competências linguísticas pode ser tanto mais eficiente quanto mais cedo os indivíduos tiverem a possibilidade de abordar as mesmas, levando-os a ganhar uma maior consciência da sua identidade numa sociedade globalizada.

Por essa razão, a abordagem de outras línguas e realidades de outros países é de especial importância ao longo de todo o sistema de ensino, desde o básico ao secundário.

O objetivo do projeto foi promover a aprendizagem de línguas estrangeiras no ensino básico , a

educação multicultural e a aceitação das diferenças pessoais e sociais. O aspeto lúdico esteve

sempre presente na experiência dos alunos das escolas primárias envolvidas. A curiosidade natural

desta faixa etária e o bom relacionamento emocional e afetivo entre os professores resultaram

numa compreensão oral progressiva e rápida da língua estrangeira.

An Approach to Intercultural Awareness - Portuguese and French in the Primary School

20

De uma forma geral, as empresas estão cada vez mais a operar numa economia global caracterizada por uma maior e mais intensa concorrência e, ao mesmo tempo, uma maior interdependência e colaboração do ponto de vista económico. Mais do que nunca, estão a ser consumidos produtos e serviços fora do seu país de origem, uma vez que a globalização acarreta uma maior convergência em termos de gostos e preferências dos consumidores.

Num mundo globalizado, as competências linguísticas são cada vez mais importantes. Falar uma língua não-nativa não constitui apenas uma vantagem acrescida para um candidato a emprego ou um gestor. Na verdade, gerentes, empresários e estudantes universitários vêem-se obrigados a terem de comunicar de uma forma bem-sucedida nas línguas dos seus clientes, parceiros de projeto, universidades, recorrendo à comunicação adequada e a alguma terminologia específica.

A Educação e a Formação Profissional (EFP) é um sistema educacional que treina pessoas em setores específicos, pelo que o seu objetivo principal é criar oportunidades para que os seus aprendentes adquiram experiência prática e técnica num determinado setor.

Ajudar as pessoas a viverem e a trabalharem em diferentes países - mobilidade internacional - é um objetivo essencial, sustentando a versatilidade e a empregabilidade por parte dos cidadãos europeus.

Há uma tendência geral, atualmente, para se organizar os programas dos cursos de idiomas de acordo com os objetivos específicos dos aprendentes. Este modelo tem como objetivo incentivar os alunos a relacionarem a aprendizagem de línguas com as suas carreiras profissionais e, deste modo, indo ao encontro das suas necessidades.

A abordagem dos idiomas no contexto do trabalho coloca em evidência com uma maior relevância, a aplicabilidade imediata das línguas no local de trabalho, bem como ao longo das futuras carreiras dos aprendentes . As competências linguísticas são utilizadas num contexto real de trabalho.

À medida que o mercado de trabalho se torna mais especializado e exige níveis mais elevados de competências, as políticas educacionais têm investido cada vez mais no futuro da formação profissional por meio de iniciativas de aprendizagem ou de estágio para as empresas.

O Dicionário de Negócios em CD-ROM em 5 idiomas (Português, Francês, Inglês, Alemão e Checo) consiste num dicionário multimédia, totalmente interativo enquanto ferramenta de trabalho e é um recurso de grande utilidade para uma melhor comunicação entre os investidores e comerciantes em ambiente de negócio internacional.

21

To be added by ZNANIE and SEK

A educação não- formal corresponde a um conjunto de ferramentas de ensino e de sistemas de aprendizagem que são vistas como alternativas inovadoras em relação aos sistemas de ensino tradicional e clássico. Via interação pessoal e flexibilidade na resolução de problemas, as pessoas podem discutir assuntos de relevância para as suas vidas enquanto cidadãos na sociedade e podem aprofundar o seu conhecimento.xix

A educação de adultos é essencial para a competitividade e a empregabilidade, a inclusão social, a cidadania ativa e o desenvolvimento pessoal em toda a Europa. O desafio que se coloca é oferecer oportunidades de aprendizagem para todos, especialmente para os grupos desfavorecidos que delas mais precisam. Tal compreende a aprendizagem formal, não-formal e informal, visando melhorar as competências básicas, a obtenção de novas qualificações, de aperfeiçoamento profissional ou de requalificação para o emprego. xx

EG4VET - EUROPEAN GLOSSARY FOR VOCATIONAL EDUCATION AND TRAINING visa melhorar a qualidade da política de EFP em cada país envolvido no projeto (Polónia, Itália, Roménia, França, Lituânia, Reino Unido e Portugal), desenvolver uma ferramenta como um recurso para promover a cooperação internacional no setor da formação profissional e contribuir para a integração dos alunos com necessidades educativas especiais.

www.eticincoming.com/etic-group-projects.php?id=4

Ciberdúvidas é uma plataforma online, com o objetivo de defender

e promover a língua e a cultura portuguesa, contribuindo para a

promoção dos valores culturais dos países de língua Portuguesa. Os

utilizadores podem elaborar perguntas diárias sobre o Português ao

recorrer, de forma simples e rápida, a um aplicativo gratuito para

smartphones. O conteúdo é fornecido pelo site

www.ciberduvidas.com - a principal fonte sobre o uso correto do

idioma Português que tem vindo a dar resposta a questões sobre o

idioma dos últimos 16 anos.

www.ciberduvidas.pt

22

A indústria da construção civil tem uma importância significativa no conjunto da economia nacional , sendo que quase todos os grandes projetos de construção e obras públicas têm sido realizados por consórcios transnacionais ao longo dos últimos anos. Por outro lado, a internacionalização das atividades de construção é especialmente importante para as grandes empresas. A construção civil emprega um grande número de trabalhadores migrantes provenientes de vários países. Em termos gerais, os trabalhadores migrantes não têm competências linguísticas adequadas ao país de acolhimento e ao posto de trabalho, constituindo esse facto uma barreira significativa para o desenvolvimento da carreira bem como para o aumento da segurança no local de trabalho e para uma bem sucedida integração social.

Hoje em dia, a aquisição de competências linguísticas é vista como um dos fatores-chave para o emprego em empresas que operam num mercado internacional cada vez mais competitivo. Todavia, na indústria da construção, onde a tendência aponta para projetos transnacionais de construção , muitos trabalhadores não possuem as competências linguísticas apropriadas para trabalharem num ambiente multilingue.

O setor marítimo sempre representou um papel importante para Portugal, quer em termos históricos, políticos ou económicos. Portugal necessita de enfrentar os desafios para a promoção, crescimento e competitividade da economia marítima, em particular, as importantes mudanças no quadro político e estratégico, tanto a nível europeu como mundial.

Considerando apenas as suas características geográficas, Portugal é um país de dimensão relativamente pequena, com recursos naturais escassos e longe do centro da Europa. No entanto, se for tida em conta a sua dimensão marítima, Portugal é um país imenso e um dos grandes países marítimos do mundo, com um enorme potencial geoestratégico, geopolítico e económico. A esta dimensão marítima estão associados grandes desafios, mas acima de tudo, oportunidades sem precedentes para Portugal.xxi

Constructor 2000 - Building communication

Este projeto teve como público-alvo os trabalhadores da construção civil e teve como objetivo

criar recursos linguísticos inovadores , tais como um manual acompanhado de um vídeo, um

guia do professor e glossários nas línguas abrangidas pela parceria. Estes materiais irão apoiar

os aprendentes no processo de aquisição de competências em línguas estrangeiras para que

possam enfrentar melhor os desafios do seu setor; a melhoria da formação por parte dos

trabalhadores resultaria numa maior eficiência e estabilidade no local de trabalho .

23

A imigração para Portugal tem crescido desde a década de 1990. Algumas comunidades de imigrantes, como aquelas que chegam da África, América do Sul e do Leste da Europa, cresceram como resultado da emigração económica - estrangeiros à procura de melhores condições económicas no exterior. Os novos fluxos migratórios têm permitido tomar consciência de que a imigração em Portugal não se limita apenas às regiões de destino tradicionais, mas que, cada vez mais, se estava a distribuir por todo o país.

Várias medidas foram tomadas ao longo dos anos para eliminar a desigualdade e a discriminação enfrentadas por comunidades de imigrantes . Iniciativas como o Programa de Educação Intercultural, são exemplos que têm contribuído para o desenvolvimento de novas abordagens dos problemas que afetam as minorias e imigrantes. A procura de soluções eficazes para uma integração bem-sucedida de um número crescente de pessoas com diferentes origens culturais, linguísticas e sócioeconómicas, que vivem e trabalham no país, representa um verdadeiro desafio.

INTERMAR

O Inglês é a língua franca no mar. No entanto, como um meio para reforçar a eficácia da comunicação , devem ser consideradas como mais-valias, estratégias e competências plurilingues . O objetivo deste projeto foi a criação de uma comunidade europeia de instituições marítimas e navais que compartilham uma abordagem de intercompreensão (IC) de línguas estrangeiras, através da oferta de práticas inovadoras no âmbito de um contexto marítimo. Este projeto pretende disponibilizar aos profissionais do setor marítimo na Europa as estratégias de IC que auxiliam a aprendizagem de línguas durante a formação inicial ou em serviço nas atividades marítimas ou na Marinha Mercante.

www.intermar.ax

24

O Turismo é de grande importância estratégica para a economia portuguesa devido à sua capacidade, tanto para a geração de riqueza, como para a criação de emprego. É um dos poucos setores onde Portugal manifesta claras vantagens competitivas.

Portugal tem recursos excecionais em termos de localização geográfica, segurança, património histórico e cultural, clima, qualidade das praias, gastronomia bem como o potencial para desenvolver algumas atividades desportivas.

Leiria Language Exchange LLE / SPEAK

LLE/SPEAK é um projeto destinado a promover a integração

cultural e linguística e encontros culturais. A Associação

que implementou o projeto desempenha um papel ativo na

luta contra a exclusão social dos imigrantes. Os cursos para

adultos e para crianças foram tutelados por falantes

nativos e as línguas envolvidas são : Português, Inglês,

Espanhol, Alemão, Francês, Polaco, Russo e Chinês

Mandarim.

www.speak.social/pt

Taste the Language

A gastronomia tem um papel importante na cultura Portuguesa. O

projeto " Taste the Language" tirou partido deste fator, associando a

promoção de línguas a um setor estratégico como é o turismo no

país. O seu principal objetivo foi o de promover várias línguas através

da organização de sessões de degustação gratuitas, recorrendo a

produtos típicos regionais. Estes produtos estavam relacionados com

a gastronomia.A comida e as bebidas foram utilizadas como

catalisadores para a aprendizagem de línguas. A principal ênfase foi

colocada sobre a comunicação oral. As sessões de degustação

ocorreram no contexto de festivais gastronómicos existentes, feiras

culinárias e feiras de turismo nos vários países parceiros. Através

dos eventos, os promotores atraíram um grande leque de pessoas

interessadas em conhecer os diferentes produtos e culturas.

culturas.

25

A diversidade de metodologias utilizadas em projetos de aprendizagem de línguas representa um grande incentivo para o envolvimento dos beneficiários, dos grupos-alvo e das pessoas em geral.

Hoje em dia, a utilização das TIC permite uma interface de interação constante, bem como a disponibilização de informação e de conteúdos em qualquer altura e/ou local e sem custos significativos.

No entanto, embora este efeito da globalização tenha tornado a vida mais fácil em termos de interações pessoais, educacionais e profissionais a tantos níveis, ainda é importante continuar a salvaguardar as idiossincrasias sociais e culturais, ao interagir com pessoas de outros países e ao aprender uns com os outros.

Por essa razão, a rede SMILE identificou algumas metodologias que, por um lado, beneficiam do efeito de larga escala proporcionado pela utilização das TIC e que, por outro, ressuscitam dimensões mais humanizadas/artísticas, tais como a música e a narrativa de histórias.

Seguem-se alguns exemplos de projetos que adotam metodologias específicas através da disseminação em grande escala e de abordagens sociais e culturais para a aprendizagem de línguas, seja em contextos de educação formal ou não-formal.

Ciberdúvidas

www.ciberduvidas.com é uma plataforma online de promoção da língua

Portuguesa numa perspetiva da valorização das culturas dos países que fazem

parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Esta plataforma tem um centro de aconselhamento permanente, com o papel

de responder às perguntas de qualquer pessoa em questões relacionadas com

a linguagem, tais como ortografia, precisão gramatical, etimologia, sintaxe,

transcrição fonética, assim como informações sobre aspetos de história da

língua e da literatura. Este projeto tem uma aplicação gratuita para

smartphones, permitindo que os utilizadores esclareçam dúvidas e resolvam

problemas relacionados com o uso da língua portuguesa de uma forma rápida

e fácil.

www.ciberduvidas.pt

26

Chain stories

Neste projeto, as crianças escreveram parte de uma história, na língua da sua escola, e depois passaram para a escola seguinte, numa cadeia de cinco escolas em cinco países. Ao estarem envolvidos no processo da história encadeada, os jovens estudantes adquiriam uma visão sobre as linguagens utilizadas na criação de outras partes de sua história, e utilizaram estratégias para apreender e compreender os eventos.

A visão do Chain Stories era a de encorajar as crianças, e até mesmo as suas famílias, a apreciar os aspetos em comum das famílias de línguas europeias (românicas, germânicas, eslavas). Este projeto proporcionou um ambiente amigável para a aprendizagem da linguagem, em que os jovens alunos de línguas foram motivados a compreender e a escrever histórias em línguas aparentadas. Os seus objetivos eram o de melhorar a motivação de aprendizagem da língua e a expressão escrita, como também o de incutir uma consciência acerca de outros países europeus.

www.chainstories.eu

The VOCAL project (Vocationally Oriented Culture And Language)

Este projeto consiste em materiais na web, para a aprendizagem de linguagem, desenhados de forma a ajudar os educandos, antes e durante o seu programa de mobilidade, num contexto profissional. Os materiais são baseados em nove tópicos de relevância para a mobilidade no estrangeiro. Há cinco tópicos gerais de línguas: Trabalho, Alojamento, Emergências, Viagem, Sociabilização e quatro tópicos de línguas para fins específicos (LSP - Language for Specific Purposes): Bancos, Empresas, Engenharia, Turismo.

É de fácil utilização, sendo que os menus e controlos de navegação permitem que os usuários se concentrem em praticar e aprender as competências necessárias para a mobilidade. O controlo de qualidade ongoing assegurou a continuidade dos materiais e dos níveis de linguagem. Antes de divulgar o produto final, todos os materiais foram exaustivamente testados por coortes de mobilidade e o seu feedback implementado.

www.vocalproject.eu

27

"Find A Delightful Opportunity to learn Portuguese through Internet and songs” (FADO)

A abordagem musical no ensino de línguas estrangeiras nas escolas secundárias, universidades e cursos

para adultos foi testada e demonstrou a sua eficácia na rápida aquisição de habilidades comunicativas

também em caso de aprendizagem autónoma. Esta abordagem reforça também o conhecimento

intercultural dos alunos, tendo em conta que as letras das músicas contêm referências histórico-sócio-

culturais, e promove a integração dos imigrantes nas escolas e nos centros de educação para adultos. No

entanto, este método não é muito difundido. O impacto e a originalidade do projeto FADO assentou na

combinação de uma abordagem musical baseada em canções com a utilização das TIC na Internet, no

YouTube, no karaoke e no quadro interativo. Este conjunto integrado contribuiu não só para a melhoria da

auscultação e da fala, mas também para um melhor conhecimento dos aspetos interculturais através de

vídeo, tendo em conta a ampla difusão da Internet e do YouTube. Os materiais foram baseados em letras

com um texto poético ou literário, que se torna a melhor forma de comunicar emoções e de desenvolver as

referências socioculturais presentes nos textos. Eles podem ser usados em qualquer lugar, mesmo em caso

de aprendizagem autónoma, e o projeto pode ser considerado um modelo a aplicar também a outros

idiomas. Os produtos foram melhorados e tornados acessíveis através do portal web.

www.languagesbysongs.eu

PEK, the traveller flea 3

Os alunos foram agrupados em equipas transnacionais e, numa abordagem colaborativa, escreveram sete histórias, em que o mesmo personagem, PEK, viaja por vários países europeus experienciando situações reais e engraçadas. Os alunos produziram também sete histórias em banda desenhada, uma para cada história. Embora o Inglês fosse a língua de trabalho, as histórias foram escritas em nove idiomas europeus diferentes (dos países envolvidos) e publicadas como um livro em formato PDF e na web.

Através das TIC, foram estabelecidos contactos regulares entre os alunos, o que foi altamente motivador, não só para os mesmos, mas também para os professores. A sensibilização e a curiosidade por outros idiomas (LWULTs) envolvidos no projeto foram também uma mais-valia. Integrar um projeto como este no currículo escolar não é uma tarefa difícil. Ele pode ser facilmente levado a cabo em cooperação com outras disciplinas como História, Geografia, TIC e Artes. Como projeto eTwinning, os resultados foram difundidos principalmente através das TIC.

28

LOA – Learning from/ with One Another

O projeto implementou estratégias inovadoras com impacto na aprendizagem da língua inglesa numa abordagem intercultural. Este projeto desenvolveu um modelo de ensino de línguas baseado na implementação da comunicação intercultural, apoiada pelas TIC, e num ambiente colaborativo e cooperativo dentro de um quadro transcultural. O projeto contribuiu também para a promoção de uma cidadania crítica e interventiva. A característica inovadora consiste na sua integração curricular como uma estratégia para o ensino de línguas estrangeiras e na implementação do trabalho transcultural colaborativo.

No âmbito do projeto, foi desenvolvido um manual pedagógico para cursos profissionalizantes. O projeto apresentou também uma outra perspetiva, consistindo em mostrar a muitos professores o potencial pedagógico das TIC e a sua eficiência na melhoria do processo de aprendizagem, procurando uma resposta para o problema da aprendizagem de línguas estrangeiras sem sucesso. Este projeto serviu também para testar o impacto da implementação de um projeto eTwinning, com base no trabalho colaborativo e na comunicação intercultural.

29

Apesar de serem línguas menos usadas e ensinadas na União Europeia, cada uma destas línguas deve não apenas ser preservada, como também disseminada por toda a UE, e até mesmo numa escala mais ampla, a fim de favorecer o multilinguismo e o multiculturalismo num contexto de globalização.

A língua portuguesa é um exemplo de uma língua menos falada e ensinada no espaço europeu que tem uma grande projeção fora do continente, devido a aspetos históricos, geográficos, sociais, políticos e económicos. Com efeito, esta é a terceira língua oficial europeia mais falada no mundo, o que, juntamente com a crescente importância económica e política das economias em desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e Angola (a que Portugal está intimamente ligado), confere à língua portuguesa uma ferramenta estratégica com um impacto cada vez maior nas relações externas da UE, dada a sua interação, tanto com as economias emergentes de grande escala, como com as organizações internacionais (como seja a CPLP).

Neste contexto, a importância de projetos para a aprendizagem de línguas e de abordagens inovadoras com propósitos específicos requer uma abordagem holística.

Por um lado, um investimento incisivo deve ser constantemente garantido na dimensão educacional, começando desde logo nos primeiros anos de vida dos líderes e cidadãos de amanhã, e continuando ao longo da idade adulta. Tal inclui não apenas o sistema formal de ensino e as universidades, como também a EFP, a aprendizagem ao longo da vida, bem como outras formas de educação não- formal importantes, inclusive, para fazer face a tendências societais específicas, tais como os fluxos de emigração e de imigração.

Por outro lado, deve-se atender às potencialidades económicas do país, sendo da maior importância o desenvolvimento de projetos de línguas e os benefícios da aplicação de abordagens e de metodologias inovadoras para a aprendizagem de línguas focadas na promoção das línguas europeias menos usadas e ensinada .

Com efeito, existem vários setores portugueses que requerem melhores competências comunicativas por parte dos seus profissionais para fazerem face a um mercado globalizado, especialmente na dimensão dos serviços, onde a comunicação desempenha um papel fulcral. Como tal, além dos setores económicos primário e secundário (como o vinho, a indústria têxtil, o fabrico de calçado e cerâmica), o setor terciário, o mais representativo em Portugal, carece de um especial foco em termos de projetos para a aprendizagem de línguas.

Tal é tanto mais válido quando se trata de Turismo e Hotelaria, onde Portugal tem vindo a registar cada vez melhores resultados ao longo dos últimos anos (com projeções ainda mais otimistas num futuro próximo). De facto, para além do crescimento sustentado do setor de Turismo e Hotelaria em geral, alguns subsetores específicos têm vindo a emergir em Portugal, os quais estão intimamente relacionados com o enquadramento geográfico, socioeconómico e histórico do país, tais como Enoturismo, Turismo de Negócios, Cultural e de Natureza, que deverão beneficiar de intervenções à medida no que concerne à aprendizagem de línguas.

Deste modo, se os programas de cooperação entre Estados-Membros e as Regiões continuarem a se concentrar no que une os cidadãos, atendendo aos seus desafios e potencialidades específicas, então o multilinguismo, o multiculturalismo, bem como a prosperidade socioeconómica à escala global, deverão certamente vingar no seio da União Europeia.

30

i PARLAMENTO DE PORTUGAL

http://www.en.parlamento.pt/Legislation/CRP/Constitution7th.pdf

ii UNESCO

http://www.ibe.unesco.org/International/ICE/natrap/Portugal_1.pdf

iii CÂMARA MUNICIPAL DE MIRANDA DO DOURO

http://www.cm-mdouro.pt/cultura/lingua-mirandesa/

iv ASSOCIAÇÃO DNS.PT

https://www.dns.pt/en/acordo-ortografico-no-registo-de-nomes-de-dominio

v PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

http://www.portaldalinguaportuguesa.org

vi PARLAMENTO DE PORTUGAL

http://www.en.parlamento.pt/Legislation/CRP/Constitution7th.pdf

vii DIREÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

http://www.dgidc.min-edu.pt/outrosprojetos/index.php?s=directorio&pid=64

viii UNESCO

http://unesdoc.unesco.org/images/0023/002313/231332e.pdf

ix CENTRO DE INFORMAÇÃO EUROPEIA JACQUES DELORS

http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=775

x PARLAMENTO EUROPEU

http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+TA+P6-TA-2006-0488+0+DOC+XML+V0//EN

xi CENTRO DE INFORMAÇÃO EUROPEIA JACQUES DELORS

http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=775

xii PARLAMENTO EUROPEU

http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+TA+P6-TA-2006-0488+0+DOC+XML+V0//EN

xiii

UNIÃO EUROPEIA http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/lifelong_learning/c11084_en.htm

xiv

EMBAIXADA DE PORTUGAL

http://www.embassyportugal.se/index.php?option=com_content&view=article&id=64&Itemid=95&lang=en

31

xv

EURONEWS

http://pt.euronews.com/2014/02/19/portugues-a-quarta-lingua-mais-falada-no-mundo/

xvi

CPLP

http://www.cplp.org/

xvii

ATLANTIC FUTURE

http://www.atlanticfuture.eu/files/332-ATLANTIC%20FUTURE_14_The%20community%20of%20Portuguese%20Language%20Speaking%20Countries.pdf

xviii

INSTITUTO CAMÕES

http://www.instituto-camoes.pt

xix CONSELHO DA EUROPA

http://assembly.coe.int/ASP/Doc/XrefViewHTML.asp?FileID=8807&Language=en

xx UNIÃO EUROPEIA

http://ec.europa.eu/education/policy/adult-learning/index_en.htm

xxi

DIREÇÃO-GERAL DE POLÍTICA DO MAR

http://www.dgpm.mam.gov.pt/Documents/ENM_Final_EN_V2.pdf