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DIREITO PENAL LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ESTATUTO DO DESARMAMENTO

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DIREITO PENAL

LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE

ESTATUTO DO DESARMAMENTO

TEMA

TEORIA GERAL DOS CRIMES DE PORTE E

FIGURAS ANÁLOGAS

BEM JURÍDICO TUTELADO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da

ordem pública e da incolumidade das pessoas e do

patrimônio, através dos seguintes órgãos:

“... perigo é a probabilidade de dano que objetivamente se projeta no

mundo exterior. ... se apresenta com potencialidade de criar uma

ameaça de lesionar um número indeterminado de pessoas, pessoas

não previamente individualizadas. ... a lei, por razões de segurança,

resolve incriminar a violação ou destruição de certos bens jurídicos,

em determinados casos não só proibirá ações que significam ...

destruição..., mas ... o perigo que disso possa vir a ocorrer...”

(Pierangelli, Manual de Direito

Penal, Vol.2)

AgRg no REsp 1005300 / RS (STJ – 5ª TURMA - DJe 28/09/2009)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.

EXAME PERICIAL. NULIDADE. IRRELEVÂNCIA. QUESTÃO DE DIREITO. AGRAVO

DESPROVIDO.

1. Não se trata de simples reexame de prova a pretensão voltada à qualificação

jurídica de fatos incontroversos descritos no acórdão recorrido, consistente na

subsunção da conduta do Réu ao crime de porte ilegal de arma de fogo com o sinal

de identificação raspado, independente de perícia para averiguar a materialidade do

delito. 2. Esta Corte Superior de Justiça firmou entendimento no sentido de ser

prescindível a realização de laudo pericial para atestar a potencialidade da arma

apreendida e, por conseguinte, caracterizar o crime previsto no art. 16 da Lei n.º

10.826/03. 3. O legislador, ao criminalizar o porte clandestino de armas,

preocupou-se, essencialmente, com o risco que a posse ou o porte de armas

de fogo, à deriva do controle estatal, representa para bens jurídicos

fundamentais, tais como a vida, o patrimônio, a integridade física, entre

outros. Assim, antecipando a tutela penal, pune essas condutas antes mesmo que

representem qualquer lesão ou perigo concreto. 4. Agravo regimental desprovido.

A tutela de bens jurídicos pelo direito penal

Lesão

Homicídio (vida)

Furto (patrimônio)

Peculato (patrimônio da A.P.)

Calúnia (honra)

Perigo

Estado de Segurança (incolumidade pública)

Armas / Drogas / Trânsito ...

HC 132919 / SP (STJ – 5ª TURMA - DJe 13/10/2009)

HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO (ART. 14 DA LEI

10.826/03). PACIENTE CONDENADO A 2 ANOS DE RECLUSÃO, EM

REGIME SEMIABERTO. PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO. CRIME DE PERIGO

ABSTRATO. CONDUTA TÍPICA. PRECEDENTES DESTA CORTE. PARECER

DO MPF PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM. ORDEM DENEGADA.

1. Na linha de precedentes desta Corte, para configuração do delito

previsto no art. 14 da Lei 10.826/03, basta o porte de munição sem a

devida autorização da autoridade competente. 2. É irrelevante a não-

apreensão de arma de fogo compatível com os projéteis para o

reconhecimento da tipicidade do delito, eis que a conduta de portar

munição coloca em risco a paz social, bem jurídico a ser

protegido pelo artigo art. 14 da Lei 10.826/03. Precedentes. 3.

Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada.

CC 98787 / RJ (STJ - 3ª SEÇÃO - DJe 23/09/2009)

PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE

FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA. ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISOS I E

IV, DA LEI 10.826/03. OFENSA À FÉ PÚBLICA DA UNIÃO. NÃO-OCORRÊNCIA.

AUSÊNCIA DE OFENSA A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

1. A Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) visa melhorar a segurança pública,

através do recolhimento de armas de fogo e munições sem os registros pertinentes, tendo

como bem jurídico tutelado a segurança pública. 2. Em regra, a competência para

processar e julgar os crimes elencados na Lei 10.826/03 é da competência da Justiça

Estadual. 3. O fato de o registro de armas serem efetuados no órgão submetido ao Ministério

da Justiça, por si só, não enseja o deslocamento da competência para a Justiça Federal, o que

revela interesse genérico e reflexo da União, pois não há ofensa a seus bens, serviços ou

interesses. 4. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 2ª Vara

Criminal de Campo Grande/RJ, ora suscitante.

OBJETO MATERIAL DAS CONDUTAS

DECRETO 3665/2000 (R-105)

Art. 3o Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicação, são

adotadas as seguintes definições:

I - acessório: engenho primário ou secundário que suplementa um artigo

principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego;

II - acessório de arma: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a

melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito

secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma;

IX - arma: artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou

não, a seres vivos e coisas;

...

...

XI - arma branca: artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por

peça em lâmina ou oblonga;

...

XIII - arma de fogo: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva

dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara

que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar

continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil;

...

LXIV - munição: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma

arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do

alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais;

“... Segundo ensinamento de Gilberto Thums: "...arma de fogo é um engenho

que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados

pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que,

normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar

continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao

projétil". (Estatuto do Desarmamento, Ed. Lúmen Juris, Rio de Janeiro, 2005, p.

55). ...”

APELAÇÃO CRIMINAL N° 1.0223.05.161927-6/001 – TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DE MINAS GERAIS - COMARCA DE DIVINÓPOLIS - APELANTE(S): ANTONIO

FRANCISCO DE OLIVEIRA - APELADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO

MINAS GERAIS - RELATOR: EXMO. SR. DES. FERNANDO STARLING

SUJEITOS DOS DELITOS

REGRA: CRIMES COMUNS EXCEÇÃO: CRIMES PRÓPRIOS

Art. 13 ED (omissão de cautela)

Art. 17 ED (comércio ilegal)

SUJEITO ATIVO

SUJEITO PASSIVO

COLETIVIDADE

ELEMENTO SUBJETIVO

REGRA EXCEÇÃO

Art. 13 CAPUT ED

CULPADOLO

NATUREZA DOS DELITOS E OFENSIVIDADE

QUAL A NATUREZA DOS DELITOS DE ARMA DE FOGO?

CRIMES DE PERIGO OU DE LESÃO?

DISCUSSÕES

1ª Corrente – F. CAPEZ / G. THUMS / NUCCI –

PERIGO ABSTRATO.

2ª Corrente – L.F. GOMES / DAMÁSIO - LESÃO.

DOUTRINA

AQUELE QUE MANTÉM UMA ARMA DESMUNICIADA

GUARDADA DENTRO DE UM BAÚ FECHADO COMETE O

DELITO DE POSSE DE ARMA DE FOGO?

DISCUSSÕES

OFENSIVIDADE

PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE

CONDUTA

DISPONIBILIDADE MATERIAL

DISPONIBILIDADE JURÍDICA

ARMA DE FOGO+

MUNIÇÃO

CRIAÇÃO DE RISCO

RHC 81057 / SP - (STF - 1ª Turma - DJ 29-04-2005)

1. Para a teoria moderna - que dá realce primacial aos princípios da necessidade da

incriminação e da lesividade do fato criminoso - o cuidar-se de crime de mera conduta -

no sentido de não se exigir à sua configuração um resultado material exterior à ação -

não implica admitir sua existência independentemente de lesão efetiva ou potencial ao

bem jurídico tutelado pela incriminação da hipótese de fato.

2. É raciocínio que se funda em axiomas da moderna teoria geral do Direito Penal; para

o seu acolhimento, convém frisar, não é necessário, de logo, acatar a tese mais radical

que erige a exigência da ofensividade a limitação de raiz constitucional ao legislador, de

forma a proscrever a legitimidade da criação por lei de crimes de perigo abstrato ou

presumido: basta, por ora, aceitá-los como princípios gerais contemporâneos da

interpretação da lei penal, que hão de prevalecer sempre que a regra incriminadora os

comporte. 3. Na figura criminal cogitada, os princípios bastam, de logo, para elidir a

incriminação do porte da arma de fogo inidônea para a produção de disparos: aqui,

falta à incriminação da conduta o objeto material do tipo.

RHC 81057 / SP - (STF - 1ª Turma - DJ 29-04-2005)

EMENTA: Arma de fogo: porte consigo de arma de fogo, no entanto,

desmuniciada e sem que o agente tivesse, nas circunstâncias, a pronta

disponibilidade de munição: inteligência do art. 10 da L. 9437/97:

atipicidade do fato:

...

5. No porte de arma de fogo desmuniciada, é preciso distinguir duas situações, à

luz do princípio de disponibilidade: (1) se o agente traz consigo a arma

desmuniciada, mas tem a munição adequada à mão, de modo a viabilizar sem

demora significativa o municiamento e, em conseqüência, o eventual disparo,

tem-se arma disponível e o fato realiza o tipo; (2) ao contrário, se a munição não

existe ou está em lugar inacessível de imediato, não há a imprescindível

disponibilidade da arma de fogo, como tal - isto é, como artefato idôneo a

produzir disparo - e, por isso, não se realiza a figura típica.

JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO - TRF 1ª REGIÃO – CESPE - 2009

STF: DIVERGÊNCIA

RHC 91553 / DF (STF – 1ª TURMA - Relator(a):  Min. CARLOS BRITTO- DJe-157 DIVULG

20-08-2009 PUBLIC 21-08-2009)

EMENTA: PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARMA DESMUNICIADA. TIPICIDADE.

CARÁTER DE PERIGO ABSTRATO DA CONDUTA. RECURSO IMPROVIDO. 1. O porte

ilegal de arma de fogo é crime de perigo abstrato, consumando-se pela objetividade do

ato em si de alguém levar consigo arma de fogo, desautorizadamente e em desacordo

com determinação legal ou regulamentar. Donde a irrelevância de estar municiada a

arma, ou não, pois o crime de perigo abstrato é assim designado por prescindir da

demonstração de ofensividade real. 2. Recurso improvido.

RHC 90197 / DF (STF – 1ª TURMA - Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI - DJe-167

DIVULG 03-09-2009)

EMENTA: PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA DE

FOGO DESMUNICIADA. INTELIGÊNCIA DO ART. 14 da Lei 10.826/03. TIPICIDADE

RECONHECIDA. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. RECURSO DESPROVIDO. I. A

objetividade jurídica da norma penal transcende a mera proteção da incolumidade

pessoal, para alcançar também a tutela da liberdade individual e do corpo social como

um todo, asseguradas ambas pelo incremento dos níveis de segurança coletiva que a

Lei propicia. II. Mostra-se irrelevante, no caso, cogitar-se da eficácia da arma para a

configuração do tipo penal em comento, isto é, se ela está ou não municiada ou se a

munição está ou não ao alcance das mãos, porque a hipótese é de crime de perigo abstrato,

para cuja caracterização desimporta o resultado concreto da ação. III - Recurso desprovido.

HC 97811 / SP(STF – 2ª TURMA – REL. MIN. EROS GRAU - DJe-157 DIVULG 20-08-2009)

EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA

DE FOGO. ARMA DESMUNICIADA. AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL. ATIPICIDADE.

Inexistindo laudo pericial atestando a potencialidade lesiva da arma de fogo resulta

atípica a conduta consistente em possuir, portar e conduzir espingarda sem munição.

Ordem concedida.

STJ: DIVERGÊNCIA

REsp 1103293 / RJ (STJ – 5ª TURMA - Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES DJe

18/05/2009)

 

PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 14 DA LEI 10.826/03. DELITO

DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARMA DESMUNICIADA. IRRELEVÂNCIA.

RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1. A objetividade jurídica dos crimes tipificados na Lei de Porte de Armas não se

restringe à incolumidade pessoal, alcançando, também, a liberdade pessoal, protegidas

mediatamente pela tutela primária dos níveis da segurança coletiva, o que determina a

irrelevância da eficácia da arma para a configuração do tipo penal. 2. Recurso especial

conhecido e provido para restabelecer a sentença condenatória.

HC 116742 / MG (STJ - Relator(a) Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA

CONVOCADA DO TJ/MG) (8145) Relator(a) p/ Acórdão Ministro NILSON NAVES

DJe 16/02/2009)

Arma de fogo (porte ilegal). Falta de munição (caso). Atipicidade da conduta

(hipótese).

1. A arma, para ser arma, há de ser eficaz; caso contrário, de arma não se

cuida. Tal é o caso de arma de fogo sem munição, que, não possuindo

eficácia, não pode ser considerada arma. 2. Não comete, pois, crime de porte

ilegal de arma de fogo aquele que consigo tem arma de fogo desmuniciada. 3.

Habeas corpus concedido.

PRAZO DE ENTREGA DE ARMAS: ABOLITIO CRIMINIS

OU ATIPICIDADE TEMPORÁRIA DO ART 12?

TEMA

LEI PENAL NO TEMPO: DISCUSSÕES

A FIXAÇÃO DE UM PRAZO PARA ENTREGA DE ARMAS

SE CARACTERIZOU NUMA ABOLITIO CRIMINIS PARA A

POSSE DE ARMA DE FOGO PRATICADA NA LEI

9437/97?

DISCUSSÕES: ABOLITIO OU ATIPICIDADE TEMPORÁRIA

Lei 10826/2003

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou

munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu

local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do

estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Lei 9437/97

Art. 10. Possuir, deter, portar, fabricar, adquirir, vender, alugar, expor à venda ou

fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,

emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar arma de fogo, de uso

permitido, sem a autorização e em desacordo com determinação legal ou

regulamentar.  Pena - detenção de um a dois anos e multa.  (...)

Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas

deverão, sob pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e

oitenta) dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu registro

apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da

posse, pelos meios de prova em direito admitidos. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)

(Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente

poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e

indenização, nos termos do regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas

poderão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei,

entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e, presumindo-se a boa-fé,

poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta Lei. (Vide Lei nº 10.884,

de 2004) (Vide Lei nº 11.118, de 2005) (Vide Lei nº 11.191, de 2005)

LEI 11706/2008 E LEI 11922/2009

NOVOS PRAZO PARA ENTREGA DE ARMAS

(31/12/2008 e 31/12/2009)

LEI Nº 11.706, DE 19 DE JUNHO DE 2008.

 Art. 1o Os arts. 4o, 5o, 6o, 11, 23, 25, 28, 30 e 32 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passam

a vigorar com a seguinte redação:

 

(...)

“Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada

deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento

de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou

comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada

na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do

pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do

art. 4o desta Lei.  (...) 

“Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,

mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta

a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.

 Parágrafo único. (Revogado).” (NR)  (...)

 Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 Brasília, 19 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

 LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Tarso Genro

Conduta

(Lei 9437/97)

Conduta

(Lei 10826/03)

Prazo para

entrega

Não punição

Conduta

(Lei 10826/03)

Prazo para

entrega

Não punição

Punição

Conduta

(Lei 10826/03)

POSSE DE ARMA DE FOGO

LEI TEMPORÁRIA / LEI ANÔMALA (ANISTIA)

LEI TEMPORÁRIA LEI DE ANISTIA (Art. 48 VIII C.R.)

CRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA

TENDO EM VISTA A NÃO PUNIÇÃO DA CONDUTA EM

DETERMINADOS ESPAÇOS TEMPORAIS HOUVE

ABOLITIO PARA FATOS ANTERIORES?

DISCUSSÕES

1ª Corrente – G. THUMS - ABOLITIO

2ª Corrente – CAPEZ – NÃO HOUVE ABOLITIO

DOUTRINA

ENTREGA DE ARMAS ARMAS REGISTRÁVEIS NO SINARM

POSSE ATÍPICA PELO PRAZO DE

ENTREGALEI TEMPORÁRIA É INCRIMINADORA

ABOLITIO CRIMINS

A TESE DE G. THUMS

HC 124454 / PR (STJ – 5ª TURMA - DJe 03/08/2009)

HABEAS CORPUS. PENAL. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. ARTIGO 16, CAPUT E

INCISO III, DA LEI 10.826/03. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. INEXISTÊNCIA.

CRIME COMETIDO NA VIGÊNCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA N.º 417. IMPOSSIBILIDADE DE REGULARIZAR

AS ARMAS APREENDIDAS. TIPICIDADE DA CONDUTA. ORDEM DENEGADA.

1. Esta Corte vem entendendo que, diante da literalidade dos artigos relativos ao prazo legal

para regularização do registro da arma, prorrogado pelas Leis 10.884/04, 11.118/05 e

11.191/05, houve a descriminalização temporária no tocante às condutas delituosas

relacionadas à posse de arma de fogo, tanto de uso permitido

quanto de uso restrito, entre o dia 23 de dezembro de 2003 e o dia 25 de outubro de

2005. 2. A nova redação dada aos dispositivos legais pela Medida Provisória n.º 417, convertida na Lei

n.º 11.706/2008, prorrogou até o dia 31 de dezembro de 2008 apenas o prazo para a

regularização de armas de fogo de uso permitido, não contemplando as

armas de uso restrito ou de numeração raspada, como no caso dos autos. 3. O

Paciente, flagrado no dia o dia 09 de abril de 2008, não tinha qualquer possibilidade de regularizar

as armas que possuía nem as entregou espontaneamente à autoridade competente, o que evidencia a

existência de justa causa para a ação penal, pela demonstração do dolo de manter em seu poder armas

de fogo de origem irregular. 4. Habeas corpus denegado.

STJ / TJ-RS: abolitio

“A nova lei de armas concedeu prazo para regularização/entrega de arma mantida

em casa, visando o desarmamento, pouco importando se com numeração raspada ou não,

descriminalizando, neste período, a conduta. Assim, impositiva é a absolvição em

razão de apreensão havida nesse período...” (Apelação 70014093298, Rel. Marcelo

Bandeira Pereira).

“A Lei 10.826/03, em seu artigo 30, deu prazo de cento e oitenta dias, para que as pessoas

regularizem as armas que possuem. Deste modo, adiou a criminalização da posse ou

guarda de arma, prevista no artigo 12 da mesma legislação. Isto ainda implica na

abolitio criminis, ou seja, não existe delito os fatos praticados anteriormente à lei

e que ainda encontram na vigência do prazo mencionado anteriormente. Destaca-

se que o prazo para a regularização da arma tem sido prorrogado através de decretos e a última

data fatal para os efeitos do artigo 30 foi a do mês de outubro passado...” (Apelação

70013793922, Rel. Sylvio Baptista Neto).

AgRg no HC 136532 / SP (STJ – 6ª TURMA - DJe 28/09/2009)

AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS. POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO. APREENSÃO OCORRIDA EM

2.7.07. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. INTELIGÊNCIA DA LEI Nº 11.706/08. (...)

(...) 2. Segundo o art. 32 da Lei nº 10.826/03 – com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória nº 417, de

31.1.08 (posteriormente convertida na Lei nº 11.706/08) –, o prazo para entrega de armas de fogo à autoridade

policial foi estendido até o dia 31.12.08. Com isso, ocorreu a abolitio criminis temporária para os delitos de

posse de arma ou munições cometidos até essa data. Precedentes. 3. No caso dos autos, tem-se que o

paciente foi denunciado pela suposta prática do crime de posse ilegal de arma ou munições, pois em 2.7.07,

foram apreendidos em sua residência "dois cartuchos íntegros de munição calibre 12, marca CBC". Logo,

tem-se que, à época da apreensão da munição, a conduta atribuída ao paciente não podia ser considerada

crime. Impõe-se, em consequência, a sua absolvição. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.

HC 57275 / SP (STJ – 6ª TURMA - DJe 08/09/2009)

“ (...) Na linha da jurisprudência pacificada nesta Corte, a abolitio criminis temporária, trazida pelos arts. 30 e

32 da Lei nº 10.826/03, alcança também os crimes de posse ilegal de arma cometidos na vigência da Lei nº

9.437/97. 3. No caso, o paciente detinha em sua residência uma arma de fogo sem que possuísse autorização legal.

(...)”

STF / TJ-RJ

2009.059.05876 - HABEAS CORPUS

DES. MOACIR PESSOA DE ARAUJO - Julgamento: 16/09/2009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL

HABEAS CORPUS. Posse ilegal de arma de fogo. Abolitio criminis. Não-ocorrência. Pretensão

puni-tiva. Prescrição. Não-demonstração. Pena restritiva de direitos. Descumprimento.

Justificativa. Neces-sidade. Não há que se cogitar da abolitio criminis, eis que a posse de

arma de fogo, sem o competente registro, continua incriminada pelo Estatuto do

Desarmamento, tal como ocorria no regime da Lei nº 9.437/97. Por outro lado, a inicial da

impetração não veio devidamente instruída, de modo a autorizar, de plano, o reconhecimento da

prescrição. De outro lado, não há nos autos informação acerca da efetiva intimação do paciente

para apresentação de sua justificativa para o descumprimento da prestação de serviços

comunitários, que, pelo que os autos revelam já foi, em parte, satisfeita, devendo o agente

aguardar em liberdade o esclarecimento de sua real situação pelo Juízo da VEP. Ordem

parcialmente concedida.

Lei 10.826/2003: Atipicidade Temporária e Posse de Arma de Fogo

A Turma indeferiu habeas corpus em que se pretendia o reconhecimento da extinção da

punibilidade com fundamento na superveniência de norma penal descriminalizante. No

caso, o paciente fora condenado pela prática do crime de posse ilegal de arma de fogo de

uso restrito (Lei 9.437/97, art. 10, § 2º), em decorrência do fato de a polícia, em

cumprimento a mandado de busca e apreensão, haver encontrado uma pistola em sua

residência. A impetração sustentava que durante a vacatio legis do Estatuto do

Desarmamento, que revogou a citada Lei 9.437/97, fora criada situação peculiar

relativamente à aplicação da norma penal, haja vista que concedido prazo (Lei

10.826/2003, artigos 30 e 32) aos proprietários e possuidores de armas de fogo, de uso

permitido ou restrito, para que regularizassem a situação dessas ou efetivassem a sua

entrega à autoridade competente, de modo a caracterizar o instituto da abolitio

criminis.

(...) HC 90995/SP, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008. (HC-90995)

Entendeu-se que a vacatio legis especial prevista nos artigos 30 e 32 da Lei 10.826/2003

(“Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob

pena de responsabilidade penal, no prazo de 180 dias (cento e oitenta) dias após a

publicação desta Lei, solicitar o seu registro apresentando nota fiscal de compra ou a

comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos. Art.

32. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de

180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à Polícia Federal,

mediante recibo e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do

regulamento desta Lei.”), não obstante tenha tornado atípica a posse ilegal de

arma de fogo havida no curso do prazo que assinalou, não subtraiu a ilicitude

penal da conduta que já era prevista no art. 10, § 2º, da Lei 9.437/97 e

continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16 da Lei 10.826/2003. Ausente,

assim, estaria o pressuposto fundamental para que se tivesse como caracterizada a

abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo estabelecido nos mencionados

dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade por ele indiretamente

criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária que não teria

força retroativa, não podendo configurar, pois, abolitio criminis em relação aos

ilícitos cometidos em data anterior.

HC 90995/SP, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008. (HC-90995)

O FATO DE NÃO TER SIDO REGULAMENTADO O ESTATUTO DO

DESARMAMENTO PARA DEFINIR AS CONDIÇÕES EM QUE UM

PORTE SE DÁ EM DESACORDO COM O REGULAMENTO TORNA

ATÍPICAS AS CONDUTAS DOS ARTIGOS 12, 14 E 16 NESSE

PERÍODO?

DISCUSSÕES: REVOGAÇÃO DA LEI 9437/97 E O DECRETO

QUE A REGULAMENTAVA

SITUAÇÃO ANÁLOGA

(DAMÁSIO)

ART. 19 LCP ART. 10 DA LEI 9437/97(20/02/97)

Decreto 2222/97(08/11/97)

RHC 6726 / SP (STJ – 5ª TURMA - DJ 24/11/1997 p. 61252)

PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINARIO DE "HABEAS-

CORPUS". PORTE ILEGAL DE ARMAS. LEI 9.437/1997. O ART. 19 DA LCP

SO ESTARA REVOGADO APOS A ENTRADA EM VIGOR DO ART. 10 DA LEI

9.437/1997, INEXISTINDO QUALQUER LACUNA TEMPORAL QUE INDIQUE A

ATIPIA DA CONDUTA AJUSTAVEL AO DISPOSITIVO CONTRAVENCIONAL.

RECURSO DESPROVIDO.

RHC 7423 / SP (STJ – 5ª TURMA - DJ 15/06/1998 p. 140)

"RECURSO ORDINARIO EM "HABEAS CORPUS". PORTE

ILEGAL DE ARMAS. ART. 10, DA LEI 9.437/97. PERIODO

DE "VACATIO LEGIS". REGISTRO DE ARMAS

DEPENDENTE DE REGULAMENTAÇÃO, OCORRIDA EM

8/05/1997. VIGENCIA DO ART. 10 A PARTIR DE

8/11/1997. SUBSISTENCIA DA CONTRAVENÇÃO PENAL

ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI ESPECIFICA.

PRECEDENTE DO STJ." - RECURSO PARCIALMENTE

PROVIDO.

ARTs. 21 EDVedação de liberdade provisória e fiança

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade

provisória. (Vide Adin 3.112-1)

ADI 3112 / DF (STF - Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI – PLENO - DJ 26-10-

2007)

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.826/2003.

ESTATUTO DO DESARMAMENTO. (...) IV - A proibição de estabelecimento de fiança

para os delitos de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" e de "disparo de arma

de fogo", mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se

equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.

V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos elencados nos arts. 16,

17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno não autoriza a prisão

ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de

fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade judiciária competente. (...)

TJMG – 1ª FASE - 2009 (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO)

Promotor de Justiça - MPRN – CESPE/UNB - 2009

PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE ENTRE TIPOS PENAIS

DIVERSOS NO ESTATUTO E TEORIA DO CONTEXTO

FÁTICO

HOMICÍDIO

Porte Porte

HC 42153 / SP (STJ – 6ª TURMA - Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO

- DJe 22/09/2008)

HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. HOMICÍDIO E PORTE DE ARMA DE

FOGO. CONSUNÇÃO. RECONHECIMENTO. INVIABILIDADE. ORDEM

DENEGADA. 1. Esta Corte Superior de Justiça é firme na compreensão de

que o crime de homicídio absorve o de porte ilegal de arma de fogo quando

as duas condutas delituosas guardem, entre si, uma relação de meio e fim

estreitamente vinculadas. 2. Em se mostrando ajustada a acusatória inicial ao

estatuto de sua validade, a classificação jurídica atribuída aos fatos pelo Ministério

Público não vincula o magistrado, devendo ser decidida no momento processual

oportuno, sobretudo, se a quaestio é relativa à consunção de delito. 3. Ordem

denegada.

HC 57519 / CE (STJ – 5ª TURMA - Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES

LIMA - DJ 12/03/2007 p. 273)

PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE

HOMICÍDIO E PORTE ILEGAL DE ARMA. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA

CONSUNÇÃO. ... 1. Consoante entendimento consolidado nesta Corte, aferir se

o crime de tentativa de homicídio absorve ou não o delito de porte ilegal de

arma de fogo, depende de uma atenta análise do contexto fático em que

ocorreu o delito, a fim de averiguar se o porte da arma constituiu

efetivamente meio necessário ou normal fase de preparação ou execução

do homicídio, o que se afigura inviável na estreita via do habeas corpus,

marcado por cognição sumária e rito célere.

É POSSÍVEL RECONHECER ALTERNATIVIDADE ENTRE VÁRIAS

CONDUTAS LOCALIZADAS EM TIPOS PENAIS DIVERSOS?

EM SE TRATANDO DE POSSE E POSTERIOR PORTE OU DISPARO,

É CASO DE ALTERNATIVIDADE?

DISCUSSÃO

1ª Corrente – PARA A ALTERNATIVIDADE AS

CONDUTAS DEVEM ESTAR NO MESMO TIPO.

2ª Corrente – SCARANCE/DAMÁSIO – MESMO EM

TIPOS DIVERSOS.

DOUTRINA

2007.050.02033 - APELACAO CRIMINAL

DES. SERGIO DE SOUZA VERANI - Julgamento: 04/10/2007 - QUINTA CAMARA CRIMINAL

PORTE DE ARMA (ART. 14 E 16, CAPUT, LEI 10.826/03). ARTEFA-TO EXPLOSIVO (ART.

16, PARÁ-GRAFO ÚNICO, III, LEI 10.826/03). POSSE COMPARTILHADA. ATIPI-CIDADE.

AUTORIA NÃO DE-MONSTRADA EM RELAÇÃO AOS TERCEIRO E QUINTO APELAN-TES.

REDUÇÃO DAS PENAS QUANTO AOS PRIMEIRO, SE-GUNDO E QUARTO APELANTES,

SENDO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DOS DOIS ÚLTIMOS SUBSTITUÍDA POR

DUAS RES-TRITIVAS DE DIREITOS. (...) A denúncia descreve que os réus

possuíam conjuntamente as armas de fogo de uso permitido e restrito, além

de uma granada. Entretanto, os tipos dos artigos 14, 16, caput, e pa-rágrafo único, inciso

III, Lei 10.826/03 - posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou restrito e de

artefato explosivo - constituem crimes de mera conduta, inadmissível o porte compartilhado.

Trata-se, porém, de crime único, e não de concurso formal, irrelevante, para a

conduta típica, o número de armas que o agente traz consigo. Reduz-se a pena-

base ao mínimo, pois fixada muito acima, sem ade-quada fundamentação.E substitui-se a

pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, aplicadas aos réus não reincidentes.

Recursos providos.

TEMA

CRIMES EM ESPÉCIE

LEI 10826/03

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com

validade em todo o território nacional, autoriza o seu

proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no

interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que

seja ele o titular ou o responsável legal pelo

estabelecimento ou empresa.

LEI 10826/03

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso

permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia

Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com

eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos

regulamentares, e dependerá de o requerente:

DECRETO 5123/2004

Art. 22.  O Porte de Arma de Fogo de uso permitido, vinculado ao

prévio registro da arma e ao cadastro no SINARM, será expedido pela

Polícia Federal, em todo o território nacional, em caráter excepcional,

desde que atendidos os requisitos previstos nos incisos I, II e III do §

1o do art. 10 da Lei no 10.826, de 2003

 

Art. 24.  O Porte de Arma de Fogo é pessoal, intransferível e

revogável a qualquer tempo, sendo válido apenas com relação à

arma nele especificada e com a apresentação do documento de

identificação do portador.

(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008).

MODALIDADES DE PORTES

FUNCIONAL Art. 6º ED

COMUM FEDERAL Art. 46 D. 5123/04

TRÂNSITO DE COLECIONADOR Art. 30 p. 1º D. 5123/04

DE SUBSISTÊNCIA Art. 6º § 5º ED

ART. 12 ED

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,

acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com

determinação legal ou regulamentar, no interior de sua

residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local

de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal

do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

ESTE DELITO É INCONSTITUCIONAL?

DISCUSSÕES

GILBERTO THUMS

1 – SUJEITO QUE POSSUI UMA ARMA DE FOGO SEM AUTORIZAÇÃO RESOLVE

ESTUPRAR A VIZINHA, RESPONDE PELO PORTE NA AMEAÇA? É ABSORVIDO? E A

POSSE?

2 – ESPINGARDA DE CHUMBINHO É ARMA DE FOGO?

3 – QUAL A NATUREZA DESSE DELITO?

4 – HÁ CRIME NO CASO DO SUJEITO QUE COMPRA UMA ARMA E SE DIRIGE À

POLÍCIA FEDERAL PARA PEDIR O REGISTRO COM A MESMA?

5 – CABE TENTATIVA NESSE DELITO?

6 – HÁ NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL?

7 – POLICIAL PODE COMETER ESSE CRIME?

DISCUSSÕES

HC 12280 / RJ (STJ – 5ª TURMA - DJ 04/12/2000 p. 79)

CRIMINAL. HC. PORTE DE ARMA DE FOGO. FLAGRANTE. NULIDADE

NÃO-VERIFICADA. CONSENTIMENTO DO MORADOR. NATUREZA

PERMANENTE DO DELITO. ORDEM DENEGADA. I. Não há ilegalidade na

entrada em domicílio, ainda que sem mandado, se evidenciado efetivo

consentimento do morador do imóvel. II. O crime de porte de arma de fogo

possui natureza permanente, restando caracterizado o estado flagrancial

durante todo o período de guarda do objeto sem a devida autorização. III.

Ordem denegada.

Lei 9437/97 modalidade possuir

HA CRIME NO SUJEITO QUE

MOMENTANEAMENTE GUARDA A ARMA PARA

UM AMIGO?

DISCUSSÕES

1ª Corrente – G. THUMS – MANTER SOB GUARDA = TER EM

DEPÓSITO - PRÓPRIA OU TERCEIROS

2ª Corrente – DAMÁSIO/CAPEZ – MANTER SOB GUARDA ≠ TER

EM DEPÓSITO – TERCEIROS ≠ PRÓPRIA.

3ª Corrente – NUCCI – ATÍPICO - MANTER = POSSE,

HABITUALIDADE.

DOUTRINA

PORTARIA No 36-DMB, DE 09 DE DEZEMBRO DE 1999   

Aprova as normas que regulam o comércio de armas e munições.   O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE MATERIAL BÉLICO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso VII, do Art. 4o, do Regulamento do Departamento de Material Bélico (R-57), aprovado pela Portaria Ministerial no 597, de 18 de setembro de 1998, e de acordo com o previsto no Art. 263 do Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), aprovado pelo Decreto no 2.998, de 23 de março de 1999, e conforme determina a Portaria nº 625, de 16 de novembro de 1999, do Sr Comandante do Exército, resolve:  

Art. 1o Aprovar as normas que regulam o comércio de armas e munições. 

Art. 2º Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.    

Gen Ex MAX HOERTEL Chefe do DMB

PORTARIA No 36-DMB, DE 09 DE DEZEMBRO

DE 1999

Art. 5º Cada cidadão somente pode possuir,

como proprietário, no máximo, 6 (seis) armas

de fogo, de uso permitido, sendo:

I - duas armas de porte;

II - duas armas de caça de alma raiada; e

III - duas armas de caça de alma lisa.

REsp 1106933 / PR (STJ – 5ª TURMA - DJe 17/08/2009)

... II - Não se pode confundir posse de arma de fogo com o porte de arma de fogo. Com o

advento do Estatuto do Desarmamento, tais condutas restaram bem delineadas. A posse

consiste em manter no interior de residência (ou dependência desta) ou no local de trabalho

a arma de fogo. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da

residência ou local de trabalho (Precedentes). III - Os prazos a que se referem os artigos

30, 31 e 32, da Lei nº 10.826/2003, só beneficiam os possuidores de arma de fogo, i.e.,

quem a possui em sua residência ou local de trabalho. Ademais, cumpre asseverar que,

no tocante a tais prazos, deve se atentar para o seguinte: o interstício se iniciou em

23/12/2003 e teve seu termo final prorrogado até 23/10/2005 (cf. medida provisória nº

253/2005 convertida na lei 11.191/2005), no tocante à posse irregular de arma de fogo ou

munição de uso permitido e restrito ou proibido. Esse termo final acabou novamente

estendido até 31 de dezembro de 2008, alcançando, na hipótese, todavia, somente os

possuidores de arma de fogo de uso permitido (nos exatos termos do art. 1º da Medida

Provisória nº 417, de 31 de janeiro de 2008, convertida na Lei 11.706, de 19 de junho de

2008, que conferiu nova redação aos arts. 30 e 32 da Lei 10.826/03).

ART. 13 ED

Omissão de Cautela

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18

(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de

fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor

responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de

registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou

outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob

sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Qualidade especial

1 – O DELITO DO CAPUT É CULPOSO OU DOLOSO?

2 – QUAL O MOMENTO CONSUMATIVO DO CRIME DO CAPUT?

3 - O DELITO DO PARÁGRAFO É CULPOSO OU DOLOSO?

4 – DE QUEM É A COMPETÊNCIA DO DELITO DO PARÁGRAFO?

DISCUSSÃO

O AGENTE QUE ADQUIRE UMA ARMA ILEGAL E PERMITE, POR

FALTA DE CAUTELA QUE MENOR DELA SE APODERE COMETE

QUAL (QUAIS) CRIME (S)?

DISCUSSÃO

1ª Corrente – G. THUMS – SÓ PELO ART. 12, 14 OU

16

2ª Corrente – DAMÁSIO – CONCURSO MATERIAL DO

13 COM OUTRO.

DOUTRINA

O DELITO DO ART. 242 ECA SUBSISTE APÓS O ESTATUTO DO

DESARMAMENTO (23/12/2003)

DISCUSSÃO

LEI 8069/90

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de

qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

(Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

ART. 14 ED

Porte ilegal de arma de fogo

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,

ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob

guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem

autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a

arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

1 - CONFIGURA CRIME PORTAR UMA ARMA INEFICAZ?

2 – SE UM AGENTE TEM UMA ARMA NO CARRO, EM CONDIÇÕES DE

PRONTO ACESSO, MAS NÃO HÁ MUNIÇÃO DISPONÍVEL, É POSSÍVEL AO

PROMOTOR DENUNCIÁ-LO POR TRANSPORTAR?

DISCUSSÕES

HC 56358 / RJ (STJ – 6ª TURMA - DJ 26/11/2007 p. 250)

PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRANSPORTE DE ARMA. 1. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ARMA DESMUNICIADA, DESMONTADA E ARMAZENADA EM SACOLA NA CARROCERIA DE CAMINHONETE. IMPOSSIBILIDADE IMEDIATA DE DISPARO. IRRELEVÂNCA. ATIPICIDADE. INOCORRÊNCIA. 2. ORDEM DENEGADA. 1. Tratando-se de transporte de arma de fogo, desmuniciada e desmontada, armazenada em sacola, na carroceria de caminhonete, comprovadamente apta a efetuar disparos, não há falar em atipicidade tendo em conta a redação abrangente do art. 14 do Estatuto do Desarmamento. 2. Ordem denegada.

A ENTREGA DE ARMA DE FOGO DE USO

PERMITIDO A CRIANÇA CONFIGURA QUAL

DELITO?

DISCUSSÕES

LEI 8069/90

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de

qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

(Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO A CRIANÇA

ENTREGA GRATUITA OU NÃO

VENDA NA ATIVIDADE COMERCIAL

ART. 16 p. único V ART. 17

ARMA DE ARREMESSO OU BRANCA A CRIANÇA

ART. 242 ECA

É POSSÍVEL A EXISTÊNCIA DE PORTE

COMPARTILHADO?

DISCUSSÕES

2009.050.02357 - APELACAO

DES. AGOSTINHO TEIXEIRA DE ALMEIDA FILHO - Julgamento: 24/11/2009 -

TERCEIRA CAMARA CRIMINAL

Apelação Criminal. Arts. 14 da Lei nº 10.826/03 e 333 do CP. Preliminar de

nulidade afastada. Competência da Justiça Federal regulada pelo art. 109 da CF/

88, que não prevê o julgamento dos crimes previstos na Lei nº 10.826/06. Matéria

administrativa inserida na lei que não interfere na competência, que é da Justiça

Estadual. Porte compartilhado. Impossibilidade. Crime de mão própria. A

conduta deve ser atribuída a quem efetivamente detinha a arma em seu

poder no momento do flagrante. Absolvição dos demais acusados.

Atipicidade temporária relacionada tão somente à guarda ou posse da arma de

fogo, e não ao seu porte, cuja tipicidade nunca foi suspensa. Pena-base

desproporcionalmente exasperada. Recurso parcialmente provido.

S.

2009.054.00256 - EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

DES. SUIMEI MEIRA CAVALIERI - Julgamento: 17/11/2009 - TERCEIRA CAMARA

CRIMINAL

Embargos Infringentes e de Nulidade. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

Corrupção de menores. Condenação do embargante pela prática das condutas descritas nos

arts. 14 da Lei 10826/03 e 1º da Lei 2252/54, n/f do art. 70 do CP. Apelação defensiva,

provida parcialmente para alterar a dosimetria da pena, atenuando a resposta penal. (...)

Versão ministerial confirmada pela prova oral colhida em Juízo. Circunstâncias do

flagrante que apontam para a caracterização da figura do porte compartilhado, na

medida em que o embargante e seu comparsa, adolescente infrator, tinham a arma ao

seu alcance para pronto uso. Assim, deve ser mantida a condenação do embargante

quanto ao delito previsto no art. 14 da Lei nº 10.826/03, deferindo-se-lhe, contudo, em razão

do preenchimento dos requisitos do art. 44 do CP, a substituição da pena corporal por duas

restritivas de direitos, nas modalidades de prestação de serviços à comunidade e limitação

de fim de semana. Corrupção de Menores. (...)Parcial provimento dos embargos.

(Majoritária) 200905006223 / 20090006396

PORTE DE ARMA DE FOGO É ABSORVIDO PELO

ROUBO E PELO HOMICÍDIO?

E A LEGÍTIMA DEFESA, DESCARACTERIZA O

PORTE?

DISCUSSÕES

A AMEAÇA ABSORVE O PORTE DE ARMA DE

FOGO? E O CONSTRANGIMENTO ILEGAL? E A

RESISTÊNCIA?

DISCUSSÕES

É POSSÍVEL INGRESSAR EM LOCAIS PÚBLICOS

(ESTÁDIOS DE FUTEBOL, BOATES, ...)

ARMADO?

DISCUSSÕES

DECRETO 5123/2004

Art. 26.  O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos

do art. 10 da Lei no 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou

com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas,

escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais

onde haja aglomeração de pessoas em virtude de eventos de qualquer

natureza. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008).

§ 1o  A inobservância do disposto neste artigo implicará na cassação do Porte de Arma de

Fogo e na apreensão da arma, pela autoridade competente, que adotará as medidas legais

pertinentes.

§ 2o  Aplica-se o disposto no §1o deste artigo, quando o titular do Porte de Arma de Fogo

esteja portando o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou

medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.

QUESTÕES RELATIVAS AO PORTE FUNCIONAL

O PORTE FUNCIONAL SE APLICA FORA DO TRABALHO?

QUEM TEM PORTE FUNCIONAL E POSSUI UMA ARMA

PARTICULAR SEM REGISTRO COMETE CRIME?

DISCUSSÕES

O PORTE FUNCIONAL DE MAGISTRADOS E

MEMBROS DO MP AUTORIZA OS MESMOS A

POSSUÍREM ARMA DE USO RESTRITO?

DISCUSSÕES

HÁ CRIME NO PORTE EMBRIAGADO POR PARTE

DE QUEM TEM PORTE FUNCIONAL?

DISCUSSÕES

HC 2009.02.01.007.626-7 (TRF 2ª REGIÃO – 1ª TURMA ESPECIALIZADA)

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. PORTE DE

ARMA EM ESTADO DE EMBRIAGUEZ. FATO ATÍPICO. TRANCAMENTO PARCIAL DA

AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA. I - Forte no entendimento jurisprudencial

consolidado no sentido de não constituir nulidade ou ofensa ao art. 93, IX, da

CRFB, o Relator do acórdão adotar como razões de decidir os fundamentos do

parecer ministerial (STJ, HC 40.874/DF, ... , HC 32472/RJ, HC 18305/PE; e STF,

HC 941 64/RS, ReI. Ministro Menezes Direito, Primeira Turma Julgado em

17/06/2008, Dje 22/08/2008) – motivação “per relationem” – desde que

comportem a análise de toda a tese defensiva, é possível adotar os fundamentos

postos pelo representante do MPF para trancar parcialmente a Ação Penal,

relativamente à imputação ao Paciente do crime do art. 339 do CP, em razão de

flagrante atipicidade da conduta descrita na exordial acusatória. II - Não

comete o fato típico descrito no art. 339 do CP o Paciente que,

supostamente, imputa a policiais a conduta de estarem portando armas

em estado de embriaguez. III – Concede-se a ordem de Habeas Corpus.

“... Os autos informam ter sido o Paciente denunciado como incurso nas sanções

do art. 3º, alínea “j”, da Lei nº 4.898/65, por 2 (duas) vezes, na forma do art. 70 do

CP, em concurso material com o art. 339, do Código Penal, pelo fato de ter, na

qualidade de Delegado de Polícia Civil, impedido o acesso armado de policiais

federais na Boate 021, localizada na Barra da Tijuca, bem como dado causa à

instauração de procedimentos juntos à Corregedoria Regional da Polícia Federal

e à 16ª Delegacia de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, ao imputar aos

referidos policiais a conduta criminosa de porte de arma em estado de

embriaguez. ... Acrescentam que, mesmo considerando que o Paciente tenha,

dolosa e falsamente, atribuído aos referidos agentes federais a conduta de porte

de arma em estado de embriaguez, ainda assim, não restaria configurado o crime

do art. 339, do CP, pois tal conduta não configura qualquer crime previsto no

ordenamento jurídico pátrio, tratando-se de conduta irrelevante sob o ponto de

vista penal ...”

INTEIRO TEOR – TESE DA IMPETRAÇÃO

“... Ou seja, portar armas embriagado não é, em si, um fato criminoso, e sim terá

uma consequência administrativa.

Mesmo que, ao invés do Estatuto das Armas, consideremos os termos do

decreto 5123/2004, citado pelo MPF na denúncia, continua a ser atípica a

conduta do paciente. Isso porque o decreto (praticamente repetindo os termos do

Estatuto), limita-se a dizer (art. 26, § 1o) que o portador encontrado em

embriaguez terá seu porte de arma cassado e a arma apreendida.

Assim, conclui-se que RÔMULO não afirmou a embriaguez dos agentes;

mas, ainda que o tivesse feito, não cometeu fato típico, porque não existe

no Direito Brasileiro o crime de “portar arma embriagado”. ...”

INTEIRO TEOR – DECISÃO

O PORTE DE MUNIÇÃO

ISOLADAMENTE CONSIDERADA É

CRIME?

DISCUSSÕES

Porte Ilegal de Munição

A Turma iniciou julgamento de habeas corpus em que se pretende, por

ausência de potencialidade lesiva ao bem juridicamente protegido, o

trancamento de ação penal instaurada contra denunciado pela suposta

prática do crime de porte de munição sem autorização legal (Lei

10.826/2003, art. 14), sob o argumento de que o princípio da intervenção

mínima no Direito Penal limita a atuação estatal nessa matéria. O Min. Eros

Grau, relator, não obstante seu voto proferido no RHC 81057/SP

(DJU de 29.4.2005), no sentido da atipicidade do porte de arma

desmuniciada, indeferiu o writ por entender que a interpretação a

ser dada, na espécie, seria diferente, uma vez que se trata de objeto

material diverso: porte de munição, o qual é crime abstrato e não

reclama, para a sua configuração, lesão imediata ao bem jurídico

tutelado. Após, o Min. Joaquim Barbosa pediu vista.

HC 90075/SC, rel. Min. Eros Grau, 27.2.2007. (HC-90075)

AgRg no REsp 917040 / SC (STJ – 6ª TURMA - DJe

03/08/2009)

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. PORTE ILEGAL DE

MUNIÇÃO. CARACTERIZAÇÃO DO DELITO.

IRRELEVÂNCIA DA EFICIÊNCIA DA MUNIÇAO.

DESNECESSIDADE DE LAUDO PERICIAL. 1. Para a

caracterização do delito previsto no artigo 14 da Lei nº

10.826/2003, que revogou a Lei nº 9.437/1997, é irrelevante

se a munição possui ou não potencialidade lesiva,

revelando-se desnecessária a realização de perícia. 2.

Agravo regimental a se nega provimento.

HC 70544 / RJ (STJ – 6ª TURMA - Relator(a) Ministro NILSON NAVES (361) DJe 03/08/2009)

Arma de fogo (porte ilegal). Arma sem munição (caso). Atipicidade da conduta (hipótese). 1. A

arma, para ser arma, há de ser eficaz; caso contrário, de arma não se cuida. Tal é o caso

de arma de fogo sem munição, que, não possuindo eficácia, não pode ser considerada

arma. 2. Assim, não comete o crime de porte ilegal de arma de fogo, previsto na Lei nº

10.826/03, aquele que tem consigo arma de fogo desmuniciada. 3. Ordem de habeas corpus

concedida.

REsp 1113247 / RS (STJ – 6ª TURMA – MIN. N. NAVES - DJe 30/11/2009)

Munição (porte ilegal). Arma (ausência). Potencialidade lesiva (inexistência). Atipicidade da

conduta (caso). 1. A arma, para ser arma, há de ser eficaz; caso contrário,

de arma não se cuida. Do mesmo modo, a munição necessita da

presença da arma. 2. Assim, não comete o crime de porte ilegal de munição, previsto

na Lei nº 10.826/03, aquele que, sem a presença da arma de fogo, carrega munição. Isto é,

não há potencialidade lesiva. 3. Recurso especial improvido.

ART. 15 ED

Disparo de arma de fogo

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em

suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa

conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

1 – O CRIME ADMITE TENTATIVA?

2 – O DISPARO ACIDENTAL É PUNIDO? E O ACIONAMENTO DE

MUNIÇÕES SEM QUE SEJA ENCONTRADA UMA ARMA?

3 – HÁ DIFERENÇA ENTRE O DISPARO SER DE ARMA PERMITIDA OU

RESTRITA?

DISCUSSÕES

LEI 10826/03

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas

adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não

tenha como finalidade a prática de outro crime:

LEI 9437/97

Art. 10. ...

§ 1° Nas mesmas penas incorre quem:

...

III - disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas

adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que o fato não

constitua crime mais grave.

PORTE E DISPARO DE ARMA DE FOGO

HC 94673 / MS (stj – 5ª turma - DJe 18/08/2008)

I - Esta Corte vem entendendo que a absorção do delito de porte de arma pelo de

disparo não é automática, dependendo, assim, do contexto fático do caso concreto.

Por conseguinte, em se tratando de contextos fáticos distintos, há a possibilidade de

configuração de delitos autônomos. II – In casu, não há imputação de eventual fato

delituoso pré-existente ao contexto fático narrado na prefacial acusatória (contexto do

disparo de arma de fogo). Vale dizer, a denúncia não descreve fato anterior que esteja

inserido em outro contexto fático, de modo a possibilitar a configuração de delitos

autônomos. Assim sendo, considerando a narração contida na denúncia, que descreve um

único contexto fático, deve o delito tipificado no art. 14 da Lei nº 10.826/03 (porte ilegal

de arma de fogo) ser absorvido pelo disparo de arma de fogo (art. 15 do mesmo

diploma legal). III - De outro lado, a conduta de quem se dirige até delegacia de polícia para

entregar arma de fogo de uso permitido não pode ser equiparada ao delito de porte ilegal de

arma de fogo e ser, por conseguinte, tida como típica e ilícita, uma vez que este

comportamento é autorizado pelo Estado (artigos 30, 31 e 32, da Lei nº 10.826/2003). Falta,

portanto, a esta ação, antinormatividade. Ordem concedida.

A DISPARA SUA ARMA DE FOGO EM DIREÇÃO A RUA

PARA COMEMORAR A VITÓRIA DO FLAMENGO E

ACABA MATANDO UMA CRIANÇA (DOLO EVENTUAL OU

CULPA)?

NÃO TENDO O AGENTE INTENÇÃO COMO FICA SUA

RESPONSABILIDADE PENAL?

DISCUSSÕES (G. THUMS)

1ª Corrente – G. THUMS – PREVALECE O FIM.

2ª Corrente – CAPEZ - INCONSTITUCIONALIDADE.

DOUTRINA

PORTE DE ARMA E DISPARO

2009.050.04117 - APELACAO DES. NILZA BITAR - Julgamento: 08/09/2009 - QUARTA CAMARA CRIMINAL

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DISPARO DE ARMA DE FOGO DELITOS AUTONOMOS CONCURSO MATERIALEMENTA - CRIMES DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E DISPARO. Apelante que, em discussão numa festa, efetua disparo de arma de fogo, atingindo a mão de sua companheira. O exame pericial não é necessário em relação ao crime de porte de arma de fogo, eis que é delito que não deixa vestígios. Quanto aos disparos, estes podem ser comprovados por outras provas que não a técnica. Testemunhas que presenciaram os fatos e prestaram depoimentos esclarecedores, não conseguindo a defesa infirmar seus depoimentos. Acusado que se contradiz ao negar que houve disparos na festa. Versão defensiva que restou isolada nos autos. A Lei 10.826/03 criminalizou duas condutas distintas: o porte ilegal de arma de fogo e o disparo de arma de fogo, não sendo aquele crime meio deste. São condutas e desígnios absolutamente autônomos, caracterizando o concurso material. Desprovimento do recurso.

DISPARO E LESÃO LEVE

EMENTA:  APELAÇÃO CRIMINAL. RÉU DENUNCIADO E PRONUNCIADO POR

TENTATIVA DE HOMICÍDIO SIMPLES. DESCLASSIFICAÇÃO PELO TRIBUNAL DO

JÚRI, QUE ADMITIU QUE O RÉU EFETUOU DISPARO DE ARMA DE FOGO CONTRA A

VÍTIMA, CAUSANDO-LHE LESÃO LEVE. O ART. 15 DA LEI Nº 10.826/03 IMPUTA O

DELITO ÀQUELE QUE ¿DISPARAR ARMA DE FOGO OU ACIONAR MUNIÇÃO EM

LUGAR HABITADO OU EM SUAS ADJACÊNCIAS, EM VIA PÚBLICA OU EM DIREÇÃO A

ELA, DESDE QUE ESSA CONDUTA NÃO TENHA COMO FINALIDADE A PRÁTICA DE

OUTRO CRIME¿. COMO JÁ FOI DECIDIDO PELO JÚRI QUE O RÉU NÃO AGIU COM

ANIMUS NECANDI, DECISÃO QUE TRANSITOU EM JULGADO PARA A ACUSAÇÃO,

FICOU DEMONSTRADO QUE O DISPARO REALIZADO TINHA A FINALIDADE DE

LESIONAR A VÍTIMA, IMPONDO-SE A CONDENAÇÃO TÃO-SOMENTE PELO ART. 129,

CAPUT, DO CÓDIGO PENAL, NOS TERMOS DA LEI ESPECÍFICA. Apelo defensivo

provido, por maioria. (Apelação Crime Nº 70020487039, Primeira Câmara Criminal,

Tribunal de Justiça do RS, Relator: Manuel José Martinez Lucas, Julgado em 21/11/2007)

2008.050.02250 - APELACAO

DES. FATIMA CLEMENTE - Julgamento: 12/06/2008 - QUARTA CAMARA CRIMINAL

EMENTA - CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE E DE DISPARO DE ARMA DE FOGO

EM VIA PÚBLICA - CONCURSO MATERIAL - CONDENAÇÃO - ... PROVA FIRME E

SEGURA DA ACUSAÇÃO - AUTORIA COMPROVADA PELA PROVA ORAL E

CONFISSÃO PARCIAL -ALEGAÇÃO DE DISPARO ACIDENTAL AGENTE QUE É

POLICIAL CIVIL - TESE ISOLADA NO CONJUNTO PROBATÓRIO - CRIME FORMAL -

DISPARO DE ARMA DE FOGO EM VIA PÚBLICA NÃO É CRIME-MEIO PARA A

CONSECUÇÃO DO CRIME DE LESÃO CORPORAL - DELITO MAIS GRAVE NÃO PODE

SER ABSORVIDO POR OUTRO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO -

DESPROVIMENTO DO RECURSO.

DISPARO E RESISTÊNCIA

2009.050.03492 - APELACAO

DES. FRANCISCO JOSE DE ASEVEDO - Julgamento: 22/09/2009 - QUARTA CAMARA

CRIMINAL

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM NUMERAÇÃO

SUPRIMIDA E RESISTÊNCIA, EM CONCURSO MATERIAL (ART. 16, PARÁGRAFO

ÚNICO, IV, DA LEI N.º 10.826/03 E ART. 329, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL, NA

FORMA DO ART. 69, TAMBÉM DO CÓDIGO PENAL). APELANTE PRESO EM

FLAGRANTE NA POSSE DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM

NUMERAÇÃO SUPRIMIDA, SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL, APÓS EFETUAR DISPAROS

EM DIREÇÃO AOS POLICIAIS MILITARES. PRETENSÃO À ABSOLVIÇÃO OU À

REDUÇÃO DA PENA IMPOSTA. IMPOSSIBILIDADE. PROVA SEGURA E

INQUESTIONÁVEL QUANTO À AUTORIA E AOS CRIMES, ESPECIALMENTE PELO

AUTO DE APREENSÃO DE FLS. 11/12 E LAUDO DE FLS. 47/49, ALÉM DOS

DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS QUE EFETUARAM A PRISÃO. MAUS

ANTECEDENTES E REINCIDÊNCIA A JUSTIFICAR O INCREMENTO NA PENA DO

RÉU. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

ART. 16 EDPosse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,

transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter

sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido

ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

D. 3665/2000 - Art. 3º

XVIII - arma de uso restrito: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por

algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente

autorizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica;

1 – O COMERCIANTE QUE ADQUIRE NESSA ATIVIDADE

UMA ARMA DE USO RESTRITO RESPONDE POR ESSE

DELITO OU PELO ART. 17?

DISCUSSÕES

DECRETO 3665/2000

Art. 16. São de uso restrito:

I - armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam alguma característica no que diz

respeito aos empregos tático, estratégico e técnico do material bélico usado pelas Forças Armadas

nacionais;

II - armas, munições, acessórios e equipamentos que, não sendo iguais ou similares ao material bélico

usado pelas Forças Armadas nacionais, possuam características que só as tornem aptas para emprego

militar ou policial;

III - armas de fogo curtas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a (trezentas

libras-pé ou quatrocentos e sete Joules e suas munições, como por exemplo, os calibres .357 Magnum, 9

Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45 Colt e .45 Auto;

IV - armas de fogo longas raiadas, cuja munição comum tenha, na saída do cano, energia superior a mil

libras-pé ou mil trezentos e cinqüenta e cinco Joules e suas munições, como por exemplo, .22-250, .223

Remington, .243 Winchester, .270 Winchester, 7 Mauser, .30-06, .308 Winchester, 7,62 x 39, .357

Magnum, .375 Winchester e .44 Magnum;

V - armas de fogo automáticas de qualquer calibre;

VI - armas de fogo de alma lisa de calibre doze ou maior com comprimento de cano menor que vinte e

quatro polegadas ou seiscentos e dez milímetros;

DECRETO 3665/2000

(...)

VII - armas de fogo de alma lisa de calibre superior ao doze e suas munições;

VIII - armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis

milímetros, que disparem projéteis de qualquer natureza;

IX - armas de fogo dissimuladas, conceituadas como tais os dispositivos com aparência de objetos

inofensivos, mas que escondem uma arma, tais como bengalas-pistola, canetas-revólver e semelhantes;

X - arma a ar comprimido, simulacro do Fz 7,62mm, M964, FAL;

XI - armas e dispositivos que lancem agentes de guerra química ou gás agressivo e suas munições;

XII - dispositivos que constituam acessórios de armas e que tenham por objetivo dificultar a localização

da arma, como os silenciadores de tiro, os quebra-chamas e outros, que servem para amortecer o

estampido ou a chama do tiro e também os que modificam as condições de emprego, tais como os

bocais lança-granadas e outros;

XIII - munições ou dispositivos com efeitos pirotécnicos, ou dispositivos similares capazes de provocar

incêndios ou explosões;

HC 96532 / RS (STF – 1ª TURMA - Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI -

DJe-223 DIVULG 26-11-2009 PUBLIC 27-11-2009)

EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. ART. 16 DO ESTATUTO DO

DESARMAMENTO (LEI 10.826/03). PORTE ILEGAL DE MUNIÇÃO DE USO

RESTRITO. AUSÊNCIA DE OFENSIVIDADE DA CONDUTA AO BEM

JURÍDICO TUTELADO. ATIPICIDADE DOS FATOS. ORDEM CONCEDIDA. I -

Paciente que guardava no interior de sua residência 7 (sete) cartuchos munição de

uso restrito, como recordação do período em que foi sargento do Exército. II -

Conduta formalmente típica, nos termos do art. 16 da Lei 10.826/03. III -

Inexistência de potencialidade lesiva da munição apreendida, desacompanhada de arma

de fogo. Atipicidade material dos fatos. IV - Ordem concedida.

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal

de identificação de arma de fogo ou artefato;

...

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma

de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal

de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

Remissão: Art 144 CF + Art. 297 CP

1 – O CRIME DO INCISO I ADMITE TENTATIVA?

2 – O CRIME É FORMAL OU MATERIAL?

3 – A POSSE E O PORTE ANTERIOR SÃO

ABSORVIDOS?

DISCUSSÕES

Porte Ilegal de Arma de Fogo sem Munição com Sinal de Identificação Suprimido - 3

Em conclusão de julgamento, o Tribunal desproveu recurso ordinário em habeas

corpus interposto em favor de condenado pela prática do crime de porte ilegal de

arma de fogo com numeração de identificação suprimida (Lei 10.826/2003, art. 16,

parágrafo único, IV), no qual se pretendia a nulidade da condenação, por

atipicidade da conduta, em face da ausência de lesividade da arma desmuniciada

apreendida ... — v. Informativos 447 e 486. Entendeu-se que os fatos descritos

na denúncia amoldar-se-iam ao tipo previsto no art. 16, parágrafo único,

IV, da Lei 10.826/2003. Inicialmente, enfatizou-se que, nas condutas

descritas no referido inciso, não se exigiria como elementar do tipo a arma

ser de uso permitido ou restrito, e que, no caso, a arma seria de uso

permitido, tendo sido comprovada a supressão do seu número de série por

abrasão. Diante disso, concluiu-se ser impertinente a discussão acerca da

inadequação da conduta descrita na denúncia e tipificação pela qual fora o

recorrente condenado.

RHC 89889/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 14.2.2008. (RHC-89889)

Porte Ilegal de Arma de Fogo sem Munição com Sinal de Identificação

Suprimido – 4

Quanto ao argumento de atipicidade da conduta em face da ausência de

lesividade da arma de fogo apreendida por estar ela desmuniciada e não

haver, nos autos, comprovação de munição portada pelo recorrente,

esclareceu-se que se teria, na espécie, hipótese diversa da analisada

quando do julgamento do RHC 81057/SP (DJU de 29.4.2005), já que se

tratara, naquela ocasião, do art. 10 da Lei 9.437/97, substituído, no

sistema jurídico, pela norma do art. 14 da Lei 10.826/2003. Afirmou-se

que o tipo do inciso IV do parágrafo único do art. 16 da Lei

10.826/2003 é um tipo novo, já que, na Lei 9.437/97, punia-se

aquele que suprimisse ou alterasse marca, numeração ou qualquer

sinal de identificação de arma de fogo ou artefato. ...

(...)

Assim, a nova figura teria introduzido cuidado penal inédito do tema,

tipificando o portar, possuir ou transportar a arma com a supressão ou

alteração do número de série ou de outro sinal de sua identificação,

independentemente de a arma de fogo ser de uso restrito, proibido ou

permitido, tendo por objeto jurídico, além da incolumidade, a segurança

pública, ênfase especial dada ao controle pelo Estado das armas de fogo

existentes no país, pelo que o relevo ao municiamento ou não da munição

da arma que se põe nos tipos previstos no caput dos artigos 14 e 16 da Lei

10.826/2003 não encontraria paralelo no inciso IV do parágrafo único

deste último dispositivo. RHC 89889/DF, rel. Min. Cármen Lúcia,

14.2.2008. (RHC-89889)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la

equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de

dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou

juiz;

1 – O CRIME ADMITE TENTATIVA?

2 – O CRIME É FORMAL OU MATERIAL?

3 – A POSSE E O PORTE ANTERIOR SÃO

ABSORVIDOS?

DISCUSSÕES

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou

incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal

ou regulamentar;

REMISSÃO: ART. 253 CP

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,

acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de

qualquer forma, munição ou explosivo.

A ENTREGA DE ARMA DE FOGO DE USO

RESTRITO A CRIANÇA CONFIGURA QUAL

DELITO?

DISCUSSÕES

LEI 8069/90

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de

qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

(Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO A CRIANÇA

ENTREGA GRATUITA OU NÃO

VENDA NA ATIVIDADE COMERCIAL

ART. 16 p. único V ART. 17

ARMA DE ARREMESSO OU BRANCA A CRIANÇA

ART. 242 ECA

ART. 17 EDComércio ilegal de arma de fogo

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,

desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer

forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade

comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste

artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular

ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Qualidade especial

ART. 18 EDTráfico internacional de arma de fogo

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a

qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da

autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

= Art. 334 CP (1ª parte)

ARTs. 19 e 20 EDCausas de Aumento de Pena

 

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade

se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada

da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas

nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.