estampa de agosto de 2012
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Jornal Estampa do mês de agosto de 2012TRANSCRIPT
Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina | Filiado à CUT e à Condsef Ano 13 | Edição 142Agosto - 2012
Sintrafesc e servidores da Funasa entregam pauta de reivindicações
Maioria das categorias da base da Condsef encerra greve
Leia nesta edição
Em 6 meses, governo gasta R$ 196 bilhões com os bancos
Artigo: Resposta às críticas da IstoÉ aos servidores
Categorias já podem conferir termos de acordos e tabelas salariais
Projeto tenta limitar direito de greve do servidor
Usamos papel
reciclado.
Respeitamos
a natureza
p.4
p.6
p.7
p.8
p.9
p.10
Para a maioria dos servidores da base da Condsef e do Sintrafesc que estavam em greve, a paralisação chegou ao limite. A truculência do governo Dilma que
estabeleceu cortes de salários e baixou decreto autorizando a substituição de servidores, somada aos ataques que a mídia desferia contra o movimento grevista,
chegou a um ponto muito difícil de sustentar. O governo jogou pesado e vai arcar com as consequências, que certamente terão reflexos políticos no futuro.
de um Lado a trucuLência, do outro a mobiLização
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Em Plenária nacional da Confederação em Brasília, a
maioria das delegações estaduais votou pelo acordo com o governo. Mesmo assim, a greve que reuniu servidores de
diferentes sindicatos, federações e confederações mostrou-se coesa e forte – a maior já feita no âmbito
do serviço público federal no país. Estima-se que 350 mil servidores cruzaram os braços em busca de melhores salários
e condições de trabalho. Da base do Sintrafesc já retornaram ao trabalho a Funasa, Funai, Dsei, AGU e DNPM. O Incra, em plenária nacional,
decidiu suspender a greve a partir de 17 de setembro.
Greve chegou ao limite e maioria aceitou acordo com o governo
2 Estampa |Agosto| 2012
Mesmo com todas as desonerações tributárias que estão programa-das para o próximo ano, o governo prevê recorde histórico da arreca-dação em 2013. A receita bruta total da União estimada na proposta orçamentária, encaminhada na semana passada ao Congresso nacio-nal, equivale a 24,7% do Produto Interno Bruto (PIB), pata-mar nunca antes atingido. Em 2011, a receita bruta ficou em 23,92% do PIB, e em 22,45% do PIB em 2010. Ou seja, cresce a arrecadação, o governo di-minui os impostos pagos pelas empresas, mas quando chega a vez de negociar com o servidor afirma que não tem dinheiro.
o jornal Estampa é uma publicação mensal do Sintrafesc.
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Jornalista: Celso vicenzi (MTE/SC 274 jP) Editoração: Cristiane Cardoso (MTE/SC 634 jP) Tiragem: 4.200 exemplaresImpressão: Gráfica AgnusFechamento da Edição: 6/9/2012
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Sede Florianópolis
Presidente: Maria das Graças Gomes Albert vice-presidente: Hercílio da Silva Secretário Geral: Sebastião Ferreira nunes 1º Secretário: lírio josé Téo Secretário de Finanças: Francisco Carlos nolasco Pereira Secretário de Finanças Adjunto: vitoriano de Souza Secretária de organização Sindical: Marlete Conceição Pinto de oliveira Secretário de organização Sindical Adjunto: valdecir dal Puppo Secretária de Políticas de Comunicação: Elizabeth Adorno Araújo Coimbra Secretário de Políticas de Comunicação Adjunto: Walterdes Bento da Silva Secretário de Assuntos jurídicos: valdocir noé ZanardiSecretário de Assuntos jurídicos Adjunto: júlio Werner Peres Secretária de Formação Sindical: Ester Bertoncini Secretário de Formação Sindical Adjunto: nereu Gomes da Silva Secretário de Assuntos de Aposentadorias e Pensões: dérmio Antônio FilippiSecretário de Assuntos de Aposentadorias e Pensões Adjunto: Clair Bez Secretário de Saúde do Trabalhador: Mário Sérgio dos Santos Secretária de Saúde do Trabalhador Adjunta: nádia Maria Elias Secretário de Raça, Gênero e Etnia: Flávio Roberto Pilar Secretária de Raça, Gênero e Etnia Adjunta: vera Maiorka Sassi
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Núcleo Regional de Base do Oeste
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Conselho Fiscal
osni Francisco Tavares, Tânia lindner, vlander luiz Pacheco, Edson Gonçalves e Plácido Simas
Diretoria - Gestão 2010-2013
Umas e Outras |
Fontes: Valor Econômico ; O Estado de S. Paulo; Sintrafesc; Agência Brasil.
Governo prevê recorde histórico da arrecadação em 2013
o Brasil é o quarto país mais desigual da América latina, atrás apenas de Guatemala, Honduras e Colômbia. É o que indica o relatório “Estado das Cidades da América latina e do Caribe 2012 - Rumo a uma nova transição urbana”, divulgado pelo Programa das nações Unidas pa-ra os Assentamentos Humanos (onU-Habitat). A região ainda tem 111 milhões de pessoas vivendo em moradias precárias (um quarto da população). o órgão admite, no entanto, que houve melhora na distribuição de renda nos últimos anos. Em 1990, o Brasil encabeçava a lista dos piores. o país da região com menor índice de desigual-dade atualmente é a venezuela.
mais desiGuaL da américa Latina
o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de coca-ína, conforme resultado de pesquisa do Instituto nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e outras drogas (Inpad) da Universidade Fe-deral de São Paulo (Unifesp). A pesquisa ouviu 4,6 mil pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios do país. os resultados do estudo, que tem o nome de levantamento nacional de Álcool e drogas (lenad), apontam que o Brasil representa 20% do consumo mundial do crack. A cocaína fumada (crack e oxi) já foi usada pelo menos uma vez por 2,6 milhões de brasileiros, representando 1,4% dos adultos. os adolescentes que já experimentaram esse tipo da droga foram 150 mil, o equivalente a 1%.
centrais sindicais criticam autoritarismo do Governo com funcionaLismonuma declaração de repúdio ao que classificam de “autoritarismo” do governo, as centrais sindicais oficializaram, dia 12 de agosto, apoio à greve dos funcionários públicos federais. Em nota, CTB, CUT, Força Sin-dical, nova Central e UGT afirmam que a decisão do governo de cortar o ponto dos grevistas e de substituí-los por outros trabalhadores serve “apenas para acirrar os ânimos”.
4º
brasiL é o maior mercado consumidor de crack do mundo
3 2012 | Agosto | Estampa
demonstrativo do pagamento de ações judiciais em aGosto
o valor da maior ação paga individualmente foi de R$ 33.585,41.Total de 103 servidores que, juntos, receberam R$ 1.045.601,51 Média de R$ 10.151,47 por servidor.
servidores ação órGão vaLores - r$
4 Gratificações; 3,17% Min. Comunicações 48.365,39
2 Gratificações Funai 37.968,14
1 Gratificações Base Aérea 13.888,00
5 Gratificações; Gdata 14º BIM 24.853,94
2 Gdata 10º BEC 9.547,13
21 Gratificações; 3,17% SRTE/SC 292.819,17
23 Revisão Aposent.; Gratificações FUnASA 226.390,02
13 3,17% SAMF 178.740,51
1 3,17% SFA/SC 9.374,77
7 Gratificações; Pensão atraso; Gdata Escola Aprendizes Marinheiros 32.786,62
3 Gratificações; Gdata núcleo Estadual do MS 3.764,01
1 Gratificações SFA 5.115,97
1 Gratificações AGU 3.983,78
1 Gratificações Min. orçamento, Planejamento, Gestão 387,49
1 Gratificações Incra 18.433,16
3 Gratificações Ibama 55.669,91
10 3,17% Min. Transportes 39.277,83
1 Gdata Min. Minas e Energia 7.196,13
1 Gdata Procuradoria Fazenda nacional 7.175,12
1 3,17% Hospital Guarnição 9.201,05
1 28,86% dnPM 20.663,37
103 totaL 1.045.601,51
Greve |
s servidores públicos federais da base do Sin-trafesc, reunidos em Assembleia Geral Extra-
ordinária no dia 22 de agosto, decidiram votar pela manuten-ção da greve e rejeição da pro-
o
Sindicato queria a aplicação do índice sobre o vB, beneficiando aposentados e pensionistas
posta do governo, na plenária da Condsef, em Brasília, dia 28 de agosto. Segundo a presiden-ta Maria das Graças Gomes Al-bert, “os 15,8% anunciados pelo governo para os próximos três anos, além de não cobrirem a
inflação projetada, não resol-vem as perdas salariais acumu-ladas nos últimos anos para a maioria dos servidores”.
Vários servidores que mani-festaram-se na assembleia cri-ticaram a posição do governo Dilma, da mídia e do Judiciário. Segundo o secretário de Assun-tos de Aposentadoria e Pensões, Dérmio Filippi, “o Judiciário es-tá passando por cima da Cons-tituição e da própria lei de gre-ve da iniciativa privada, que foi estendida para o serviço público na ausência de uma legislação específica”.
O secretário Geral adjunto, Lírio José Téo, disse que parti-cipa de movimentos grevistas desde 1983 e nunca viu tanta repressão aos grevistas.
base do sintrafesc votou por um acordo meLhor
Fonte: Sintrafesc
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Assembleia queria a continuidade da greve e um acordo mais vantajoso
A assembleia atribuiu aos comandos de greve de cada ór-gão a indicação dos servidores que participaram da plenária da Condsef, dia 28 de agosto, em Brasília, que decidiu os rumos da greve. Embora a delegação catarinense tenha votado pe-la continuidade da greve, para exigir que a proposta de 15,8% fosse aplicada sobre o Venci-mento Básico, pois isso incluiria os aposentados e pensionistas, a maioria dos estados votou pelo fim da greve e a assinatura de um acordo com o governo com a aplicação do índice, dividido em três parcelas, apenas sobre as gratificações. Com isso, apo-sentados e pensionistas recebe-rão apenas metade do valor.
4 Estampa |Agosto| 2012
Mobilização |
presidenta do Sintra-
fesc, Maria das Graças
Gomes Albert esteve
na manhã do dia 3 de
setembro na Funasa, em Flo-
rianópolis, para apresentar
um balanço da greve, das ne-
gociações com o governo e as
ações desenvolvidas pelo Sin-
dicato. Da direção do Sintra-
fesc, também presente o con-
selheiro fiscal Osni Francisco
Tavares, que exerce atividades
no órgão. O superintendente
da Funasa, Adenor Piovazza-
ni, participou da reunião, que
terminou com a apresentação
de uma pauta para ser deba-
tida internamente, buscando
a solução de problemas que
possam melhorar as condi-
ções de trabalho da categoria.
Maria das Graças explicou
que o governo ofereceu 15,8%
para todos os servidores, valor
para incidir sobre a gratifica-
ção. A aplicação do índice será
em três parcelas, começando
em janeiro de 2013 e termi-
nando em janeiro de 2015. A
Condsef tentou incluir o rea-
juste no Vencimento Básico,
mas o governo recusou.
O reajuste total para os três
anos será de R$ 1 mil para o
nível superior, R$ 930 para o
nível intermediário e R$ 630
a
Mesmo com o fim da paralisação, servidores querem negociar melhorias no órgão
para o nível auxiliar. Os apo-
sentados receberão metade
desses valores.
O reajuste do governo alcan-
ça os servidores do PGPE, das
CPST, do Hospital das Forças
Armadas (HFA), do Arquivo
Nacional, da Funai, do Minis-
tério da Fazenda, do Ministé-
rio da Cultura e da Advocacia-
Geral da União (AGU).
A delegação catarinense
presente à Plenária da Cond-
sef votou contra o acordo, por
sintrafesc promove reunião na funasa e entreGa pauta de reivindicações dos servidores ao superintendente
Fonte: Sintrafesc
considerá-lo insuficiente para
as necessidades dos servidores,
principalmente porque não foi
incluído no VB e, consequen-
temente, os aposentados só te-
rão direito a 50%. “Queríamos
mais do que foi negociado, mas
a maioria dos servidores pre-
sentes à Plenária da Condsef
optou por aceitar o acordo”,
disse Maria das Graças.
Apesar do resultado não ter
sido o esperado, a presidenta
do Sintrafesc disse que a greve
conseguiu mobilizar um gran-
de número de servidores em
todo o país e em diferentes ór-
gãos, além de conseguir fazer
com que o governo se compro-
metesse com algum reajuste
para os próximos anos, o que
vinha sendo negado até então.
A pauta entregue ao supe-
rintendente da Funasa/SC, foi
elaborada durante o período
de paralisação, num debate
com os grevistas.
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R/SI
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SC
Porta de entrada da Funasa, no Estreito, foi ocupada pelos servidores durante todos os dias da greve
5 2012 | Agosto | Estampa
Mobilização |
Servidores ocuparam espaços urbanos para divulgar o movimento e a pauta de reivindicações
Fórum dos Servido-
res Públicos Fede-
rais em Santa Cata-
rina realizou no dia
15 de agosto um ato público
e uma plenária na escadaria
da Catedral Metropolitana,
no Centro de Florianópolis.
Dezenas de sindicatos e enti-
dades deram informes sobre
a mobilização do funcionalis-
mo público federal em greve,
além de categorias que mani-
festaram apoio ao movimento.
O Sintrafesc esteve presente
o
fórum dos spf reaLiza ato púbLico nas escadarias da catedraL, em fLorianópoLis
com vários dirigentes e servi-
dores de sua base.
O secretário Geral adjunto
do Sintrafesc, Lírio José Téo,
criticou a “enrolação” do go-
verno, que marca e desmarca
reuniões, adia decisões e não
apresenta uma proposta con-
creta para os servidores.
Para o secretário de As-
suntos de Aposentadoria de
Pensões do Sindicato, Dérmio
Filippi, a luta é justa. “Não é
somente por reposição sala-
rial, mas também por uma da-
ta-base para negociação, por
mais qualidade no serviço pú-
blico, por mais investimentos
em educação, saúde, ciência e
tecnologia, cultura, segurança
e qualidade de vida, que tam-
bém se expressa no cuidado
com o meio ambiente”. Acres-
centou que se faz necessário
uma reestruturação dos ór-
gãos, que estão sucateados e
uma maior valorização do ser-
vidor público.
Fonte: Sintrafesc
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Grevistas levaram a luta para as ruas e praças da Capital
Sintrafesc e os servi-
dores do Incra e da
Funai, promoveram
na tarde do dia 14 de
agosto um ato público na Pra-
ça Fernando Machado (antigo
Miramar), em Florianópolis,
com debate sobre a questão
fundiária do país. Represen-
tantes do Sintrafesc, MST,
Movimento Negro Unificado,
Incra, Funai e indígenas fala-
ram sobre o tema “Terra para
todos? Todos pela terra!”. O
Sintrafesc instalou no local
uma tenda, cadeiras e equipa-
mento de som para garantir a
infraestrutura para o ato.
O secretário de Assuntos de
ato púbLico na capitaL debate a questão fundiária do país
o Aposentadoria e Pensões do
Sintrafesc, Dérmio Filippi deu
informes sobre a greve dos
servidores públicos federais
nos órgãos da base do Sindica-
to. Marcelo Barbosa, do Incra,
fez uma síntese da história do
órgão, as políticas de assenta-
mento e as dificuldades para
atender as demandas por falta
de pessoal e estrutura.
O país possui atualmente
8.865 assentamentos que en-
volvem 931.730 famílias. Em
Santa Catarina são 158 assen-
tamentos, com 5.387 famílias.
Há 1.667 processos de regula-
rização dos assentamentos no
país. Desse total, foram con-
cedidos títulos definitivos de
posse para apenas 123 assen-
tamentos. Em Santa Catarina
são 15 processos - o mais an-
tigo de 2004 - e até o momen-
to não foi concedido nenhum
título definitivo de posse aos
sem-terra.
O líder do MST, Vilson San-
tin, falou da importância de
uma luta unificada, entre vá-
rios sindicatos e movimentos
sociais para alcançar os obje-
tivos de uma reforma agrária
e um país mais justo.
Maria de Lurdes, do Mo-
vimento Negro Unificado
(MMU), mostrou que, para
além das divisões de classe, a
cor é mais um componente de
discriminação de uma ampla
parcela da sociedade. Disse
também que as 5 mil comu-
nidades quilombolas no país
(200 em SC) são cobiçadas
pelos empresários do agrone-
gócio e das mineradoras.
O antropólogo Kaio Hol-
ffmann, servidor público fe-
deral da Funai falou sobre o
direito dos povos originários
à terra e as dificuldades para
a demarcação das reservas e
sua proteção. Também criti-
cou a falta de recursos para
que o órgão possa dar suporte
às etnias indígenas em todo o
território nacional.
6 Estampa |Agosto| 2012
Plenária |
servidores de 18 cateGorias da base da condsef aprovam proposta do Governo e encerram a Greve
Condsef promoveu no dia 28 de agosto uma plenária na-cional com repre-
sentantes de pelo menos 18 categorias de sua base de to-do o Brasil. Por ampla maio-ria, os servidores aprovaram proposta apresentada pelo governo que concede reajuste de R$ 1.000 para o nível su-perior, R$ 930 para o nível intermediário e R$ 630 para o nível auxiliar, inseridos na gratificação de desempenho. Esses valores serão divididos em três parcelas, a serem pa-gas em janeiro de 2013, 2014 e 2015. Os aposentados e pen-sionistas receberão a metade desses valores. A proposta atinge pelo menos 510 mil servidores, entre ativos, apo-sentados e pensionistas.
Nesse cenário estão com-preendidas categorias que re-presentam a maioria dos ser-vidores do Executivo e fazem parte do PGPE (Plano Geral de Cargos do Poder Executivo) – que possuem servidores lo-
aSintrafesc queria mais, mas a maioria optou pelo fim da paralisação
tados em todos os ministérios e autarquias, CPST (Carreira da Previdência, Saúde e Tra-balho) – que engloba também servidores da Funasa – além das carreiras correlatas.
Carreiras correlatas compre-endem categorias que possuem tabelas similares ou bem pró-ximas à realidade salarial do PGPE e CPST – que possuem as menores tabelas do Execu-tivo. Entre elas podemos citar Cultura, Fazenda (PecFaz), Im-prensa Nacional, SPU, HFA, Embratur, AGU/DPU, admi-nistrativos da PRF, Integração Nacional, Funai (categorias não citadas devem observar se estão inseridas no PGPE ou CPST e, portanto, estão contempladas pelo acordo).
A Condsef negocia agora com o governo a devolução in-tegral e imediata dos pontos cortados pelo governo. Está neste grupo a maioria dos ser-vidores atingidos pela determi-nação da presidenta Dilma, que chegou a cortar 100% do salário de alguns trabalhadores.
Paralelo a este debate no Planejamento, a assessoria jurídica da Condsef teve tam-bém uma audiência com o mi-nistro Marco Aurélio, relator no STF (Supremo Tribunal Federal) de ação protocolada pela Confederação e outras entidades sindicais, que pede a suspensão imediata do corte de ponto que prejudica milha-res de servidores, impedindo seu sustento familiar.
Além dos setores que aceita-ram a proposta e representam a maioria dos servidores que mantém uma greve geral em todo o Brasil, outros setores da base da Condsef já autorizaram a assinatura de acordo com o governo. Entre eles estão servi-dores da área ambiental (Iba-ma, Instituto Chico Mendes e Ministério do Meio Ambiente) e servidores do Inpi.
GarantiasOs servidores que aprova-ram as propostas do governo aceitaram a formalização de acordos que garantam a con-
tinuidade das negociações que buscam a equiparação salarial com a tabela criada pela Lei 12.277/10. A lei abrange cin-co cargos de nível superior do Executivo (Engenheiro, Esta-tístico, Arquiteto, Economista e Geólogo).
A Confederação também busca a consolidação de um reajuste nos benefícios pagos aos servidores do Executivo, como auxílio-alimentação e plano de saúde. Apenas no caso específico dos benefícios não se aplica a obrigatorieda-de legal de envio de projetos de lei ao Congresso Nacional até 31 de agosto (previsão or-çamentária para 2013).
Por isso, a concessão de reajustes em benefícios pode ser dada a qualquer tempo. A Condsef espera que ainda este ano haja aplicação de al-gum percentual na melhoria desses valores, bastante de-fasados para os servidores do Executivo.
Fonte: Condsef.d
IvU
lGA
ção
Co
nd
SEF
A maioria dos delegados e delegadas de todos os estados em greve decidiu pelo fim da paralisação e assinatura de acordo com o governo federal
7 2012 | Agosto | Estampa
cateGorias que aprovaram proposta já podem conferir termos de acordo e tabeLas saLariais
Acordos e tabelas salariais |
vale-alimentação e auxílio aos planos de saúde também deverão receber reajustes entre 15% e 30%
s termos de acordo
e tabelas salariais de
categorias da base da
Condsef que apro-
varam proposta apresentada
pelo governo e que já foram
assinados estão sendo dispo-
nibilizados no site da Confe-
deração (o Sintrafesc também
colocou num banner na capa
do site o link que dá acesso
às tabelas salariais: www.sin-
trafesc.org.br). Aquelas cate-
gorias que aprovaram acordo
e ainda não encontraram sua
tabela devem aguardar, pois o
quadro ainda será atualizado
conforme forem sendo dis-
ponibilizados os acordos e as
respectivas tabelas. Os reajus-
tes propostos pelo governo es-
tão escalonados em três anos
e a inserção no contracheque
será feita a partir de janeiro
de cada ano. Os filiados e filia-
das que estiverem em dúvida,
também poderão entrar em
contato com o Sintrafesc, por
carta, telefone, email ou pes-
soalmente na sede na Capital.
A Condsef já firmou acor-
do que garante reajuste em
benefícios dos servidores do
Executivo. Os anexos com os
novos valores ainda serão dis-
ponibilizados, mas é possível
adiantar que o auxílio-ali-
mentação deve passar de R$
304 para R$ 373 e os planos
de saúde sofrerão reajuste en-
tre 15% a 30% na contrapar-
tida do governo. Assim como
os reajustes, os novos valores
dos benefícios passam a valer
a partir de janeiro de 2013.
A Condsef ainda cobra do
Ministério do Planejamento
a devolução imediata dos dias
descontados de servidores que
chegaram a ter até 100% dos
salários retidos pelo governo.
Uma vez que acordos foram
firmados e esses servidores
retornaram ao trabalho no dia
3 de setembro, não há motivos
para que o governo mantenha
a determinação do corte.
Até agora a Condsef já for-
malizou termos que garantem
reajustes para os seguintes se-
tores de sua base: Inpi, Inme-
tro, Ciência e Tecnologia, além
dos servidores inseridos nas
tabelas do PGPE, CPST e pla-
nos correlatos. Estão contem-
plados servidores administra-
tivos da AGU, anistiados do
Decreto 6.657/08, servidores
da Cultura, DPRF, Embratur,
Fazenda (PecFaz), emprega-
dos públicos agentes de Ende-
mias, Funai, HFA (celetistas
e estatutários), Imprensa Na-
cional, médicos regidos pela
Lei 8.878/94, PCC, PGPE, ad-
ministrativos da Polícia Fede-
ral, CPST, Seguridade (INSS),
Denasus, SPU, Suframa, além
dos servidores dos cinco car-
gos de nível superior (Enge-
nheiro, Arquiteto, Estatístico,
Economista e Geólogo) que já
estão inseridos na tabela cria-
da pela Lei 12.277/10.
A busca pela equiparação
salarial com essa tabela para
os demais servidores de nível
superior do Executivo, com
extensão de mesmo percen-
tual para servidores de nível
intermediário e auxiliar, vai
continuar sendo objeto das
negociações com governo.
Demandas específicas de cada
categoria da base da Condsef
que ainda não foram atendi-
das também continuarão sen-
do buscadas.
Apesar da volta ao trabalho
da maioria dos servidores da
base da Condsef, a mobiliza-
ção da categoria vai continu-
ar. Já no dia 5 de setembro a
Condsef e suas filiadas parti-
ciparam de um Dia Nacional
de Lutas em defesa dos traba-
lhadores convocado pela Cen-
tral Única dos Trabalhadores
(CUT). A luta pelo atendimen-
to das reivindicações que o go-
verno não conseguiu atender
vai permanecer firme.
Fonte: Condsef – com acréscimo
do Sintrafesc.
o
“Não era o que a gente queria. Lutamos para
incluir o reajuste no VB, para beneficiar também
os aposentados e pensionistas, mas a maioria
das delegações estaduais aceitou os 15,8% nas
gratificações e o fim da paralisação.”
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Maria das Graças Albert, presidenta do Sintrafesc
8 Estampa |Agosto| 2012
Quem perde |
projeto que Limita direito de Greve é ameaça à quaLidade do serviço púbLicoGoverno quer restringir direito do servidor à organização e à negociação, na contramão da Convenção 151 da oIT
m uma onda de pa-
ralisações nos último
meses, servidores pú-
blicos federais podem
ter seu direito de greve limi-
tado. O governo federal sina-
lizou que, passadas as nego-
ciações, um projeto de lei será
elaborado para regulamentar
as greves no setor público.
Entre as propostas estão
a de proibir paralisações de
categorias armadas, corte de
ponto dos grevistas e substi-
tuição dos servidores parali-
sados. Além de definir a por-
centagem da paralisação nos
serviços essenciais.
O doutorando em Direito
do Trabalho na USP e advo-
gado trabalhista, Thiago Ba-
rison, considera autoritária a
restrição ao direito de greve.
Para ele, isso pode levar à ma-
nutenção de baixos salários e
uma piora nos serviços públi-
cos.
“O fato de uma greve de
servidores públicos trazer in-
cômodos não pode ser visto
jamais como um impedimen-
to do direito de greve. Porque
ao se retirar o direito de gre-
ve dessas pessoas, se está re-
e tirando daqueles que podem
defender a qualidade do ser-
viço público, um instrumento
para tanto.”
Segundo Barison, o direito
de greve é uma garantia dos
trabalhadores de buscar me-
lhorias no trabalho e nos ser-
viços públicos.
“Esse raciocínio de punir
a greve é, com todo respeito,
um raciocínio mesquinho,
é um raciocínio neoliberal.
E nós sabemos quais são as
consequências disso: diminui
o serviço público, que fica su-
cateado, o capital humano fica
desvalorizado, isso quando a
gente pensa, sobretudo, em
educação, saúde e segurança
pública. Quem perde, afinal, é
o serviço público e quem ga-
nha é a iniciativa privada.”
As centrais sindicais que-
rem que o governo regula-
mente a Convenção 151 da
Organização Internacional do
Trabalho, que defende direi-
tos de organização sindical,
de negociação coletiva e de
greve.
Fonte: Radioagência NP
Vivian Fernandes.
As centrais sindicais querem
que o governo regulamente
a Convenção 151 da
Organização Internacional
do Trabalho, que defende
direitos de organização
sindical e de negociação
coletiva e de greve.
O governo federal
sinalizou que um projeto
de lei será elaborado para
regulamentar as greves no
setor público, o que incluiria
proibir paralisações de
categorias armadas, corte
de ponto dos grevistas e
substituição dos servidores
paralisados.
Com que cara a
gente fica?
HEn
Ry S
9 2012 | Agosto | Estampa
Política econômica |
á tanta confusão no ar
(e até nos aeroportos)
que é difícil prestar
atenção em todas, is-
to é, em todas que têm algu-
ma importância. Nos últimos
dias, deixamos de lado a grita
em torno do “superávit pri-
mário”.
Talvez porque essa grita
seja algo esquisita: o governo
superou a meta do primei-
ro semestre, para essa re-
serva destinada a juros, em
mais de R$ 1,2 bilhão (R$
48.085.318.000 para uma pre-
visão de R$ 46.813.025.000;
NOTA: trata-se, aqui, do su-
perávit primário do governo
central – soma dos resultados
do Tesouro Nacional, Previ-
dência e Banco Central – e não
do conjunto do setor público,
que inclui governos estaduais,
municipais e as estatais).
Por que, então, os bancos
– e sua mídia – estão recla-
mando e prevendo, se não
houver “correção”, terríveis
consequências econômicas
para o país?
Os bancos não conseguiram
extrair, via “superávit primário”,
o mesmo que no ano passado
(R$ 55.993.750.000) – e isso foi
o suficiente para desencadear o
terrorismo midiático-financei-
ro. Como se sabe, o mundo vai
acabar no dia em que o governo
não drenar os recursos da popu-
lação para os bancos...
Trata-se de uma questão de
princípio da agiotagem: sem-
Governo Gasta r$ 196 biLhões com bancos e apenas r$ 4,7 biLhões de investimento até junho
h pre achacar o má-
ximo possível – e
sempre mais.
Os bancos rece-
beram, em dinhei-
ro, no primeiro se-
mestre, R$ 61,961
bilhões em juros e
R$ 134,465 bi-
lhões em amor-
tizações (sem
contar o refi-
nanciamento ou
rolagem da dívi-
da, que não é em
dinheiro, mas
em títulos).
Portanto ,
somadas essas duas parcelas,
os bancos receberam, em di-
nheiro, R$ 196,426 bilhões
– nada menos que 23,89%
do total que foi pago pelo go-
verno no primeiro semestre.
Se contarmos também os R$
186,902 bilhões de rolagem
(refinanciamento), a parte dos
bancos chegaria a R$ 383,328
bilhões, ou seja, 46,62% dos
gastos do governo no primei-
ro semestre deste ano.
Observemos que isto acon-
teceu apesar de, em valores
correntes, o governo ter gasto
-7,93% em juros que no mes-
mo período do ano passado.
Mas, se o pagamento de
juros diminuiu quase 8%, a
amortização em dinheiro su-
biu +208,78%.
Na prática, isso fez com
que o gasto do governo com
os bancos, em dinheiro, au-
mentasse R$ 85,578 bilhões
(de R$ 110,848 bilhões em ja-
neiro-junho de 2011 para R$
196,426 bilhões em janeiro-
junho de 2012).
Apesar da queda no supe-
rávit primário, da queda na
rolagem (-26,51%) e da queda
no gasto com juros...
Investir
Existe algo inestimável em
não ignorar as confusões a
que aludimos acima: desco-
brir coisas que antes não sa-
bíamos.
É verdade que, nesse caso,
já tocamos no assunto algu-
mas vezes, mas sempre é bom
(ainda que triste) constatar
sua verdade.
A verba para investimen-
tos efetivamente liberada no
primeiro semestre foi 0,58%
do total pago – e apenas 5,3%
da verba anual aprovada pe-
lo Congresso. Em dinheiro, o
Congresso autorizou investi-
mentos orçamentários de R$
90,073 bilhões, mas foram
liberados apenas R$ 4,774 bi-
lhões.
E foi melhor que o ano pas-
sado: no primeiro semestre de
2011, os investimentos foram
apenas 0,38% do total pago –
e 4,47% do que foi aprovado
pelo Congresso.
Enquanto isso, o cresci-
mento do país caía de 7,5%
(2010) para (talvez) 1,5% este
ano – mas ouvimos um bo-
cado sobre a importância do
investimento, sobre como não
é possível aumentar os fun-
cionários por causa do inves-
timento, etc., etc., etc. & mais
etc., etc.
Fonte: Hora do Povo.
Governo arrecada cada vez mais e quem lucra são os bancos
10 Estampa |Agosto| 2012
Artigo |
Por CElSO VICENzI
Assessor de Imprensa do Sintrafesc
os “cães de Guarda” estão soLtos
reportagem de capa
da revista IstoÉ, edi-
ção 2.233, de 29 de
agosto (“Quem são
os grevistas que desafiam o
Brasil”) é reveladora do mo-
delo de jornalismo praticado
em solo nacional, aquele que
já sai das redações com a tese
pronta, só faltando encaixar
os personagens. O “gancho”
que sustenta praticamente
toda a reportagem são os al-
tos salários das lideranças
sindicais do serviço público
federal. Agora virou crime ser
profissional qualificado e ga-
nhar bem. E com um detalhe:
concursado, ou seja, por mé-
rito! A tese é lapidar: quem
ganha bons salários não pode
fazer greve!
Primeiro, é preciso corrigir
a distorção. A maior parte dos
servidores recentemente em
greve é formada pelos que me-
nos ganham no funcionalismo
público federal, mas a revista
preferiu buscar exemplos de
categorias que ganham mais,
para caracterizar o serviço pú-
blico federal como uma cas-
ta de privilegiados. Desde o
governo Fernando Henrique
Cardoso, a maior parte dos
servidores acumula perdas
substanciais para a inflação (e
o arrocho vai continuar, pois
o governo pressionou – com
o apoio da mídia – e pôs fim
à greve). Ofereceu 15,8% a ser
pago em três anos. Menos do
que a inflação prevista para o
período.
Há outras categorias pro-
fissionais, com menor poder
aquisitivo e que mereceriam
reajustes? Certamente! Cabe
a cada categoria de trabalha-
dores saber como
se organizar e
reivindicar. E ao
governo compete
a tarefa política
de ter uma polí-
tica econômica e
social muito mais
transformadora
do que a atual –
que tem por mé-
rito ser melhor do
que as anteriores,
mas longe ainda
de superar os de-
safios abissais da
concentração de
renda no país.
A reportagem de IstoÉ acu-
sa o “novo sindicalismo” de
“ausência de conteúdo políti-
co nas manifestações” porque
busca resultados financeiros.
Ora, ora, para que servem os
sindicatos? E pensar que no
a passado acusavam os sindica-
listas justamente pelo conteú-
do político! E não vamos nos
esquecer dos sindicatos patro-
nais, que atuam muito bem,
obrigado! E não é pouco o que
conseguem do caixa do gover-
no, embora suas demandas
nem sempre são divulgadas
e, muito menos, criticadas. Só
a hipocrisia da mídia parece
não mudar nunca.
O final da re-
portagem é cli-
chê: “Reivindicar
melhores salá-
rios é legítimo, o
que não é certo
é deixar um pa-
ís inteiro refém
do movimento”.
Ou seja, repetem
sempre que a
greve é um direi-
to constitucional,
mas não pode
causar problemas
a ninguém, nem
ao governo, nem
aos empresários,
nem à população. Sobre a
responsabilidade do gover-
no, nenhuma palavra. Neste
país dos absurdos, é garanti-
do o direito à greve, só não se
pode exercê-lo (sem ser du-
ramente atacado pela mídia).
O governo sinaliza com um
projeto de lei no Congresso
para regulamentar as greves
no serviço público. Não era
sem tempo. Mas alguém aí
duvida que sobrará para os
trabalhadores apenas ônus
e nenhum bônus? As conse-
quências, para a qualidade
do serviço público, com os
servidores, na prática, impe-
didos de fazer greve, não tar-
dará por se fazer sentir, em
prejuízo da população. E da
democracia!
Enquanto isso, ninguém
debate os lucros em benefí-
cios de poucos que fazem do
Brasil um dos países com a
pior distribuição de renda.
Como se entre uma coisa e
outra não houvesse relação
de causa e efeito. Para se
chegar a tanta exploração,
o que se faz, basicamente, é
transferir a renda (de todos
os níveis de trabalhadores)
para uma pequena parcela
da população. É por isso que,
cada vez que os trabalhado-
res – públicos ou privados
– tentam reivindicar uma
maior participação na distri-
buição da riqueza nacional,
são duramente atacados, sob
pretextos que não se susten-
tam numa análise mais apu-
o jornalista Celso vicenzi publicou em vários sites do país (também no site do Sindicato), o artigo abaixo, em que critica o comportamento da mídia – especialmente uma reportagem recente da revista IstoÉ com o título “Quem são os grevistas que desafiam o Brasil”. no artigo, o jornalista mostra como a mídia costuma atacar os movimentos grevistas com argumentos que não se sustentam, e no caso específico dos servidores, como tenta disseminar a ideia de uma categoria de privilegiados e que não teria o direito de fazer greve, apesar de ser um direito constitucional. Confira.
11 2012 | Agosto | Estampa
rada dos fatos. Análise que a
mídia nunca faz com a isen-
ção necessária, ou teríamos
um outro país.
Se os serviços públicos – no
todo ou em parte – são essen-
ciais, precisam de uma legis-
lação que igualmente os trate
assim. No entanto, até hoje, o
governo não reconhece uma
data-base para negociar e não
tem por hábito repor a infla-
ção anual aos salários, como
se o funcionalismo público fe-
deral não tivesse contas a pa-
gar (que obviamente acompa-
nham a inflação, ou, mesmo,
aumentam acima dela). Al-
guns “patrões”, tanto da esfe-
ra privada quanto pública, só
negociam de fato com greve.
Antes disso, as negociações
costumam ser apenas um jogo
de aparências. Desde março,
houve mais de 200 reuniões
de várias categorias de servi-
dores com o governo federal;
no linguajar dos grevistas,
praticamente só “enrolação”.
E para quem ainda não en-
tendeu esse jogo, é bom es-
clarecer que o governo é par-
te atuante nesse modelo de
país excludente. Transfere a
maior parte do que arrecada
para alimentar uns poucos
tubarões: somente em 2011
foram gastos R$ 708 bilhões
com a “dívida pública” (leia-
se ganhos dos bancos e ou-
tros aplicadores, principal-
mente em papéis). Isso sem
falar em isenções, subsídios,
perdão de dívidas, doações
de terrenos e imóveis, finan-
ciamentos a juros “especiais”
etc. etc.
E antes que alguém se
desinforme ainda mais: em
1995 o governo federal gas-
tava, com a folha de salá-
rios do funcionalismo, 56%
do que arrecadava; em 2011
gastou 32%. Esse “escânda-
lo” a mídia não vê, porque
distorce os fatos. E continua
a falar em gastos excessivos
do governo com os trabalha-
dores. É fácil enganar a opi-
nião pública com exemplos
isolados e descontextuali-
zados. Ainda mais para uma
população que se informa
basicamente pela TV e pelos
grandes jornais e revistas –
que demonstram cada vez
menos independência polí-
tica e apreço por uma infor-
mação mais abrangente dos
fatos, mais verdadeira. São
os “cães de guarda” do gran-
de capital, a serviço da ex-
ploração máxima do planeta
e dos trabalhadores.
“O governo transfere a maior parte
do que arrecada para alimentar uns
poucos tubarões: somente em 2011
foram gastos R$ 708 bilhões com
a ‘dívida pública’ (leia-se ganhos
dos bancos e outros aplicadores,
principalmente em papéis). Isso sem
falar em isenções, subsídios, perdão
de dívidas, doações de terrenos e
imóveis, financiamentos a juros
‘especiais’ etc. etc.”
“Em 1995 o governo federal
gastava, com a folha de salários do
funcionalismo, 56% do que arrecadava;
em 2011 gastou 32%. Esse ‘escândalo’ a
mídia não vê, porque distorce os fatos.
E continua a falar em gastos excessivos
do governo com os trabalhadores. É fácil
enganar a opinião pública com exemplos
isolados e descontextualizados.”
“Primeiro, é preciso corrigir a
distorção. A maior parte dos
servidores recentemente em greve é
formada pelos que menos ganham no
funcionalismo público federal, mas a
revista preferiu buscar exemplos de
categorias que ganham mais, para
caracterizar o serviço público federal
como uma casta de privilegiados.”
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Em Brasília e em Florianópolis, dirigentes do Sintrafesc e servidores da base foram às ruas para pressionar o governo, que teve na mídia o principal aliado
Imagens da luta |
Greve tomou conta de ruas e praçasSintrafesc e servidores em greve realizaram várias manifestações e atividades para dar visibilidade às reivindicações
Funasa - julho de 2012
Ato público - 9 de julho de 2012
Incra - julho de 2012
Ato público - 15 de agosto de 2012
Iphan - julho de 2012
Ato público - 9 de julho de 2012
Funai - 27 de julho de 2012
Ato público - 31 de julho de 2012Passeata - 31 de julho de 2012