estação de tratamento de esgoto

33
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO – COLUN CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE DISCIPLINA: GESTÃO DE AFLUENTES PROFa. ROSÁRIO DUARTE ROOSEVELT FERREIRA ABRANTES RUAN ALMEIDA ELINAJARA PEREIRA CASTRO

Upload: rusgat

Post on 05-Jun-2015

15.307 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estação de tratamento de esgoto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO – COLUN

CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

DISCIPLINA: GESTÃO DE AFLUENTESPROFa. ROSÁRIO DUARTE

ROOSEVELT FERREIRA ABRANTESRUAN ALMEIDA

ELINAJARA PEREIRA CASTRO

SÃO LUÍS

Page 2: Estação de tratamento de esgoto

2013 ROOSEVELT FERREIRA ABRANTES

RUAN ALMEIDAELINAJARA PEREIRA CASTRO

Estação de Tratamento de Esgoto

Trabalho apresentado à disciplina de Gestão de Resíduos Sólidos do segundo modulo, ministrada pelo Profa. Rosário Duarte para obtenção de nota.

SÃO LUÍS2013

Page 3: Estação de tratamento de esgoto

SUMARIO

Introdução............................................................................................................................04Sistema de Tratamento de Esgoto......................................................................................05Como funciona uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto..........................................06UM EXEMPLO DA ULTIMA GERAÇÃO EM ESTAÇÃO DE TRATEMENTO DE ESGOSTO UTILIZADA PRINCIPALMENTE EM PAISES DESENVOLVIDOS (EUA, Alemanha, Canadá, Países Árabes, Países Europeus, dentre muitos outros; o Brasil também possui uma em Guarulhos – São Paulo) – AS UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo) + BFDESN (Biofiltro Desnitrificante) + BFN (Biofiltro Nitrificante) + DS (Decantador Secundário).....................................................................................................13Uma Abordagem Analítica sobre a Estação de Tratamento de Esgoto da Cidade de São Luis do Maranhão................................................................................................................19As Consequências Enfrentadas pelo Município de São Luís do Maranhão por não Possuir um Numero Suficiente de Estações de Tratamento de Esgoto...........................................20Aspectos Afetados e Impactos Ambientais..........................................................................22Considerações Finais ..........................................................................................................23Referencias Bibliográficas ...................................................................................................24

3

Page 4: Estação de tratamento de esgoto

INTRODUÇÃO

A importância do tratamento de esgoto nos municípios vai além do cumprimento de um plano diretor; é questão de consciência e proteção da saúde humana e do meio ambiente. A falta de tratamento dos esgotos e condições adequadas de saneamento pode contribuir para a proliferação de inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação do corpo da água. A disposição adequada dos esgotos é essencial para a proteção da saúde pública. Aproximadamente, cinquenta tipos de infecções podem ser transmitidos de uma pessoa doente para uma sadia por diferentes caminhos, envolvendo os excretos humanos. Os esgotos, ou excretas, podem contaminar a água, o alimento, os utensílios domésticos, as mãos, o solo ou ser transportados por moscas, baratas, roedores, provocando novas infecções. Em países subdesenvolvidos, e até mesmo em países em desenvolvimento, os elevados índices de mortalidade são decorrentes de doenças que podem ser transmitidas pela disposição inadequada dos esgotos, como epidemias de febre tifoide, cólera, disenterias, hepatite infecciosa e inúmeros casos de verminoses. A elevação da expectativa de vida e a redução da prevalência das verminoses que, via de regra não são letais, mas desgastam o ser humano, somente podem ser conseguidas através da correta disposição dos esgotos. Além da proteção à saúde humana com a prevenção de inúmeras doenças, outra razão tão importante quanto, de se tratar os esgotos é a preservação do meio ambiente. As substâncias presentes nos esgotos exercem ação deletéria nos corpos de água: a matéria orgânica pode causar a diminuição da concentração de oxigênio dissolvido provocando a morte de peixes e outros organismos aquáticos, escurecimento da água e exalação de odores desagradáveis. É possível que os detergentes presentes nos esgotos provoquem a formação de espumas em locais de maior turbulência da massa líquida; defensivos agrícolas determinam a morte de peixes e outros animais. Há ainda a possibilidade de eutrofização pela presença de nutrientes, provocando o crescimento acelerado de algas que conferem odor, gosto e biotoxinas à água. Sem contar os efeitos causados pela emissão de gases prejudiciais ao meio ambiente. O tratamento de esgoto tem por principal objetivo a recuperação da qualidade da água, para que o retorno desta água nos corpos hídricos, não cause desequilíbrio ao meio ambiente. Este estudo visa demonstrar como é realizado o tratamento de esgotos nas E.T.E´s. – Estação de Tratamento de Esgoto, desde sua captação até sua devolução ao afluente.

4

Page 5: Estação de tratamento de esgoto

SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Esgoto, efluente ou águas servidas são todos os resíduos líquidos provenientes de indústrias e domicílios e que necessitam de tratamento adequado para que sejam removidas as impurezas e assim possam ser devolvidos à natureza sem causar danos ambientais e à saúde humana. Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa matéria é em grande quantidade exigindo um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida.

Fonte: www.google.com / Imagem: Estação de Tratamento de Esgotos nos EUA

É importante destacar que o tratamento dos efluentes pode variar muito dependendo do tipo de efluente tratado e da classificação do corpo de água que irá receber esse efluente, de acordo com a Resolução CONAMA 20/86. Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser mais difícil e caro de tratar devido à grande quantidade de produtos químicos presentes. Quanto à classificação, o efluente deve ser devolvido ao rio tão limpo ou mais limpo do ele próprio, de forma que não altere suas características físicas, químicas e biológicas. Em alguns casos, como por exemplo, quando a bacia hidrográfica está classificada como sendo de classe especial, nenhum tipo de efluente pode ser jogado ali, mesmo que tratado. Isso porque esse tipo de classe se refere aos corpos de água usados para abastecimento. Pode-se então, separar o tratamento de esgoto domiciliar em 4 níveis básicos: nível preliminar, tratamento primário e tratamento secundário que tem quase a mesma função, e tratamento terciário ou pós-tratamento. Cada um deles têm, respectivamente, o objetivo de remover os sólidos suspensos (lixo, areia), remover os sólidos dissolvidos, a matéria orgânica, e os nutrientes e organismos patogênicos (causadores de doenças).

5

Page 6: Estação de tratamento de esgoto

No nível preliminar são utilizadas grades, peneiras ou caixas de areia para reter os resíduos maiores e impedir que haja danos as próximas unidades de tratamento, ou até mesmo, para facilitar o transporte do efluente. No tratamento primário são sedimentados (decantação) os sólidos em suspensão que vão se acumulando no fundo do decantador formando o lodo primário que depois é retirado para dar continuidade ao processo. Em seguida, no tratamento secundário, os micro-organismos irão se alimentar da matéria orgânica convertendo-a em gás carbônico e água. E no terceiro e último processo, também chamado de fase de pós-tratamento, são removidos os poluentes específicos como os micronutrientes (nitrogênio, fósforo e outros…) e patogênicos (bactérias, fungos). Isso quando se deseja que o efluente tenha qualidade superior, ou quando o tratamento não atingiu a qualidade desejada.

Fonte: COPASA, CETESB - http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2008/09/11-audincia-de-sustentabilidade.html / Imagem: E.T.E São Miguel - SP

Quando se trata de efluentes industriais a própria empresa que faz o tratamento de esgoto exige que a indústria monitore a qualidade dos efluentes mandados para e estação. No caso de haver substâncias muito tóxicas ou que não podem ser removidas pelo tratamento oferecido pela ETE, a indústria é obrigada a construir a sua própria ETE para tratar seu próprio efluente.

COMO FUNCIONA UMA ETE – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

A princípio, uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE deve estar situada nas proximidades de um corpo receptor, que pode ser um lago, uma represa, ou um curso d'água qualquer. Em geral, o corpo receptor é um rio. O esgoto que chega à estação é chamado "esgoto bruto" e escoa por um tubo de grandes dimensões chamado "interceptor".

6

Page 7: Estação de tratamento de esgoto

A SEQUENCIA DE TUBULAÇÕES DESDE A SAÍDA DO ESGOTO DAS RESIDÊNCIAS ATÉ A ENTRADA NA ETE (ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO) É:

1 – Tubulação primária = Recebe as águas residuárias das residências;

2 – Tubulação secundária = Recebe contribuições das tubulações primárias e outras de águas residuárias das residências;

3 – Coletor tronco = Além de receber as águas dos coletores secundários, pode receber eventualmente alguma contribuição isolada residencial, sendo esta medida não aconselhável;

4 – Interceptor = Este conduz o esgoto até a ETE e não pode receber nenhuma contribuição individual no caminho.

Na entrada da ETE, geralmente existe uma Estação Elevatória que bombeia o esgoto para cima até o nível superficial onde começa o tratamento.

O Tratamento de efluentes em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) consiste em processos sistemáticos, que possuem certas etapas, onde todos os componentes poluidores são separados da água antes de retornarem ao meio ambiente.

Fonte: www.brasilescola.com / Imagem: Estação de Tratamento de Esgoto

O Esgoto Bruto que chega às Estações de tratamento de efluentes, passa por diversas etapas de tratamento, são elas:

Primeira Etapa: O GRADEAMENTO

Ocorre a remoção de sólidos grosseiros, onde o material de dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido. Há grades grosseiras (espaços de 5,0 a 10,0

7

Page 8: Estação de tratamento de esgoto

cm), grades médias (espaços entre 2,0 a 4,0 cm) e grades finas (1,0 a 2,0 cm). As principais finalidades da remoção dos sólidos grosseiros são:

1. Proteção dos dispositivos de transporte dos esgotos (bombas e tubulações);2. Proteção das unidades de tratamento subsequentes;3. Proteção dos corpos receptores

Este primeiro procedimento consiste em deter os materiais maiores tais como galhos de árvores, objetos conduzidos e arrastados pelo caminho, etc., os quais ficam presos nestes sistemas de gradeamento que possui malhas com espaçamentos diferentes em vários níveis.

Segunda Etapa: DESARENADORES

O mecanismo de remoção da areia é o de sedimentação: os grãos de areia, devido às suas maiores dimensões e densidade, vão para o fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, de sedimentação bem mais lenta, permanece em suspensão, seguindo para as unidades seguintes. As finalidades básicas da remoção de areia são:

1. Evitar abrasão nos equipamentos e tubulações;2. Eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, tanques, orifícios,

sifões etc;3. Facilitar o transporte líquido, principalmente a transferência de lodo, em suas

diversas fases. 4. Retirada dos materiais sólidos granulares.

Terceira Etapa: DECANTADOR PRIMÁRIO

Os tanques de decantação podem ser circulares ou retangulares. Os esgotos fluem vagarosamente através dos decantadores, permitindo que os sólidos em suspensão, que apresentam densidade maior do que a do líquido circundante, sedimentem gradualmente no fundo. Essa massa de sólidos, denominada lodo primário bruto, pode ser adensada no poço de lodo do decantador e ser enviada diretamente para a digestão ou ser enviada para os adensadores. Uma parte significativa destes sólidos em suspensão é compreendida pela matéria orgânica em suspensão. Esta etapa que ocorre nos decantadores primários onde as partículas sólidas sedimentam no fundo do tanque. Passam entretanto por alguns procedimentos, algumas partículas são muito pequenas e não possuem peso suficiente para precipitarem. Por isso, geralmente na entrada da ETE, é adicionada uma substância coagulante a fim de unir essas partículas formando outras maiores e mais densas que consigam sedimentar com seu peso próprio no decantador. O tempo necessário para que haja a precipitação é chamado tempo de detenção e é pré-determinado. No decantador o movimento da água não deve ter quase que nenhuma turbulência para facilitar a sedimentação.

Quarta Etapa: PENEIRA ROTATIVA

Dependendo da natureza e da granulometria do sólido, as peneiras podem substituir o sistema de gradeamento ou serem colocadas em substituição aos decantadores primários. A finalidade é separar sólidos com granulometria superior à dimensão dos furos da tela. O fluxo atravessa o cilindro de gradeamento em movimento, de dentro para fora. Os sólidos são retidos pela resultante de perda de carga na tela, são removidos continuamente e recolhidos em caçambas.

8

Page 9: Estação de tratamento de esgoto

Quinta Etapa: TANQUE DE AERAÇÃO

A remoção da matéria orgânica é efetuada por reações bioquímicas, realizadas por microrganismos aeróbios (bactérias, protozoários, fungos etc) no tanque de aeração. A base de todo o processo biológico é o contato efetivo entre esses organismos e o material orgânico contido nos esgotos, de tal forma que esse possa ser utilizado como alimento pelos microrganismos. Os microrganismos convertem a matéria orgânica em gás carbônico, água e material celular (crescimento e reprodução dos microrganismos). Ainda reforçando este processo, os sedimentos acumulados no fundo do decantador são denominados "lodos" e são retirados pelo fundo do tanque, encaminhados para adensadores de gravidade e digestores anaeróbios. Nestes digestores as bactérias e microorganismos aeróbios consomem a matéria orgânica constituinte do lodo. O material excretado é consumido no fundo do tanque pelos microorganismos anaeróbios. Assim ocorre uma diminuição do volume do lodo que pode ser encaminhado para filtros prensa e câmara de desidratação onde ocorre uma diminuição ainda maior de seu volume e daí é encaminhado para aterros sanitários ou como esterco para agricultura.

Sexta Etapa: DIGESTÃO ANAERÓBIA

A digestão é realizada com as seguintes finalidades:

Destruir ou reduzir os microrganismos patogênicos; Estabilizar total ou parcialmente as substâncias instáveis e matéria orgânica

presentes no lodo fresco; Reduzir o volume do lodo através dos fenômenos de liquefação, gaseificação e

adensamento; Dotar o lodo de características favoráveis à redução de umidade; Permitir a sua utilização, quando estabilizado convenientemente, como fonte de

húmus ou condicionador de solo para fins agrícolas.

Na ausência de oxigênio têm-se somente bactérias anaeróbias, que podem aproveitar o oxigênio combinado. As bactérias acidogênicas degradam os carboidratos, proteínas e lipídios transformando-os em ácidos voláteis, e as bactérias metanogênicas convertem grande parte desses ácidos em gases, predominando a formação de gás metano. A estabilização de substâncias instáveis e da matéria orgânica presente no lodo fresco também pode ser realizada através da adição de produtos químicos. Esse processo é denominado estabilização química do lodo.

Sétima Etapa: DECANTADOR SECUNDÁRIO E RETORNO DO LODO

Os decantadores secundários exercem um papel fundamental no processo de lodos ativados, sendo responsável pela separação dos sólidos em suspensão presentes no tanque de aeração, permitindo a saída de um efluente clarificado, e pela sedimentação dos sólidos em suspensão no fundo do decantador, permitindo o retorno do lodo em concentração mais elevada. O efluente do tanque de aeração é submetido à decantação, onde o lodo ativado é separado, voltando para o tanque de aeração. O retorno do lodo é necessário para suprir o tanque de aeração com uma quantidade suficiente de microrganismos e manter uma relação alimento/ microrganismo capaz de decompor com maior eficiência o material orgânico. O efluente líquido oriundo do decantador secundário é descartado diretamente para o corpo receptor ou passa por tratamento para que possa ser reutilizado internamente

9

Page 10: Estação de tratamento de esgoto

ou oferecida ao mercado para usos menos nobres, como lavagem de ruas e rega de jardins.

Oitava Etapa: ADENSAMENTO DO LODO

Esta etapa ocorre nos Adensadores de Densidade e nos Flotadores. Como o lodo contém uma quantidade muito grande de água, deve-se realizar a redução do seu volume. O adensamento é o processo para aumentar o teor de sólidos do lodo e, consequentemente, reduzir o volume. Este processo pode aumentar, por exemplo, o teor de sólidos no lodo descartado de 1% para 5%. Desta forma, as unidades subsequentes, tais como a digestão, desidratação e secagem, beneficiam-se desta redução. Dentre os métodos mais comuns, temos o adensamento por gravidade e por flotação. O adensamento por gravidade do lodo tem por princípio de funcionamento a sedimentação por zona, o sistema é similar aos decantadores convencionais. O lodo adensado é retirado do fundo do tanque. No adensamento por flotação, o ar é introduzido na solução através de uma câmara de alta pressão. Quando a solução é despressurizada, o ar dissolvido forma micro-bolhas que se dirigem para cima, arrastando consigo os flocos de lodo que são removidos na superfície.

Nona Etapa: CONDICIONAMENTO QUÍMICO DO LODO

O condicionamento químico resulta na coagulação de sólidos e liberação da água adsorvida. O condicionamento é usado antes dos sistemas de desidratação mecânica, tais como filtração, centrifugação, etc. Os produtos químicos usados incluem cloreto férrico, cal, sulfato de alumínio e polímeros orgânicos.

Décima Etapa: FILTRO PRENSA DE PLACAS

Em um filtro prensa de placas, a desidratação é feita ao forçar a água do lodo sob alta pressão. As vantagens do filtro prensa incluem: alta concentração de sólidos da torta, baixa turbidez do filtrado e alta captura de sólidos. O teor de sólidos da torta resultante varia de 30 a 40%, para um tempo de ciclo de filtração de 2 a 5 horas, tempo necessário para encher a prensa, mantê-la sob pressão, abrir, descartar a torta e fechar a prensa.

Décima Primeira Etapa: SECADOR TÉRMICO

Nos digestores, durante o processo de oxidação da matéria orgânica ocorre uma liberação de gás que geralmente é reaproveitado como combustível, muitas vezes para abastecer equipamentos da própria estação de tratamento como, por exemplo, os secadores térmicos. A secagem térmica do Lodo é um processo de redução de umidade através de evaporação de água para a atmosfera com a aplicação de energia térmica, podendo-se obter teores de sólidos da ordem de 90 a 95%. Com isso, o volume final do lodo é reduzido significativamente. Décima Segunda Etapa: PRODUÇÃO E APROVEITAMENTO DO LÔDO

Em todos os processos de tratamento de esgoto existem subprodutos que devem ser tratados para que seja lançado no meio ambiente, o principal subproduto de tratamento do esgoto é o lôdo. O lôdo é uma mistura complexa de sólidos de origem biológica e mineral que são removidos do esgoto. Os lôdos resultantes do processo de tratamento de esgoto são

10

Page 11: Estação de tratamento de esgoto

constituídos basicamente de materiais orgânicos (sólidos voláteis) e minerais (sólidos fixos), além de água. Suas características como composição e propriedades podem variar bastante, dependendo da origem do esgoto e do processo de tratamento empregado. O lôdo pode ser submetido a diferentes tipos de tratamento, o que resulta em diferentes características físicas e químicas do lôdo final, o qual pode ser aproveitado por meio dos processos de pirólise, compostagem e/ou secagem. Dentre os processos que constituem a fase sólida do tratamento, os usualmente empregados nas ETE`s são:

a) Processos físicos para concentração do teor de sólidos, através do adensamento por gravidade e por flotação;

b) Processos biológicos de estabilização, através de digestão aeróbia e anaeróbia, ou processos químicos, através da adição de cal;

c) Processos químicos de condicionamento para a desidratação, através de adição de cal, cloreto férrico ou polímeros;

d) Processo de desidratação natural, em leitos de secagem ou lagoas de lôdo, ou desidratação mecanizada, com filtros prensa placas, centrífugas e filtros prensam de esteira;

e) Processos de secagem ou condicionamento por meio térmico ou através de incineração.

Décima Terceira Etapa: PRINCIPAIS FORMAS DE TRATAMENTO DO LODO Processo de Pirolise:

A Pirólise, apesar de ser uma técnica em fase experimental, deixou de ser analisada apenas do ponto de vista teórico e tem despertado grande interesse. Trata-se de um processo de decomposição térmica, sob uma atmosfera livre de O2, que transforma substâncias complexas em simples pela utilização de calor. Através da Pirólise, a matéria orgânica pode ser convertida em diversos subprodutos e ocorre em temperaturas inferiores à da incineração, com produção de líquidos (compostos ácidos orgânicos de elevada densidade e baixo teor de enxofre) e gases (compostos por hidrogênio, metano e monóxido de carbono) de alto conteúdo energético. Logo, esses gases podem ser utilizados como combustível em convencionais de combustão destinados a geração de calor e trabalho e também podem ser estocados para uso posterior.

Processo de Compostagem:

A compostagem, produção de composto ou “adubo” orgânico consiste na transformação de material orgânico através de atividades biológicas dos microrganismos (como bactérias aeróbicas e anaeróbicas) que produzem, por processos metabólicos, um composto rico em nutrientes indispensáveis aos vegetais.

Processo de Secagem:

Existem estações de tratamento de esgoto nas quais é feita a secagem do lôdo utilizando calor de processo (cogeração) ou através de procedimentos mecânicos, usando filtro prensa de esteira ou de placas. Pode-se usar também um secador térmico alimentado

11

Page 12: Estação de tratamento de esgoto

pelo próprio biogás gerado na ETE. Mais uma forma de secar o lôdo é através de centrífugas que são utilizadas para separar duas ou mais fases de densidades diferentes, em particular, para separar sólidos em suspensão de um meio líquido. Para que se obtenha uma água razoavelmente limpa no processo de centrifugação, é necessário conservar no lôdo uma porcentagem relativamente elevada de água, obrigando uma posterior secagem por outro processo.

Processo de Centrifugação:

A centrifugação envolve a aplicação de uma força centrífuga à mistura, é um processo similar à decantação por gravidade, com a diferença de se usar, neste caso, uma força centrífuga muitas vezes superior à força da gravidade, que é promovida pela rotação em alta velocidade do conjunto rotativo da máquina. A separação entre os sólidos e líquidos é feita dentro de um tambor rotativo cilíndrico, em cujas paredes internas a fase sólida é concentrada e removida continuamente por um raspador na forma de rosca. A parte líquida é recolhida em uma caixa e depois é transferida para uma esteira transportadora que faz a recirculação no processo de tratamento. A operação de secagem térmica é uma alternativa para a diminuição do peso e volume de lodo, com consequente diminuição dos custos de transporte e disposição final. É considerado, também, um processo de melhoria da qualidade do lôdo, pois elimina os microrganismos patogênicos e, ao mesmo tempo, preserva a matéria orgânica presente no lodo, aspectos de importância fundamental quando o lôdo seco vai ser utilizado na agricultura. O calor transferido para o lôdo eleva sua temperatura e promove a evaporação da água localizada em sua superfície. Durante o processo, obtém-se uma gradiente de temperatura da superfície para o interior do sólido, que causa a migração da umidade do interior da superfície por mecanismos de escoamento capilar, difusão e diferenças de pressão interna provocadas pelo encolhimento do material. A transferência de calor para o lôdo é afetada por condições externas como: temperatura, umidade, velocidade e direção do gás de secagem, área da superfície de exposição, forma física do lôdo, agitação e tempo de detenção. O entendimento dessas condições externas e seus efeitos são importantes para a investigação das características de secagem do lôdo, para a escolha do secador apropriado e para a determinação das melhores condições de operação.

Décima Quarta Etapa: DESTINAÇÃO FINAL DO SUBPRODUTO DO LODO

A destinação final do lôdo é um problema que precisa ser abordado sob o ponto de vista técnico, econômico, sanitário, agrícola e energético, por se tratar de um resíduo urbano rico em matérias primas e nutrientes. A gestão do lôdo produzido por uma estação de tratamento de esgotos, em qualquer caso, é um dos maiores desafios para o sucesso técnico e operacional. É também um desafio econômico, já que alguns estudos mostram que o processamento da fase sólida pode representar até 60 % dos custos operacionais da estação.

Décima Quinta Etapa: DEVOLUÇÃO DE AFLUENTE TRATADO PARA UM CORPO D´ÁGUA PRÓXIMO A ETE.

Antes do processo de devolução destes afluentes, devidamente tratado pela ETE, são verificados no laboratório a qualidade em que esta água se encontra nos taques de devolução, são considerados por exemplos o nível de phmetragem da água, inexistência mínima de agente bactericidas, o teor de salubridade, dentre outros, outro fator importante

que deve ser verificado pelas ETE´s, é que aquele afluente tratado na ETE, não deve por

12

Page 13: Estação de tratamento de esgoto

exemplo ser despejado na rede coletora de abastecimento de água potável da cidade, que é recolhida pelas ETA´s (Estações de Tratamento de Água) que é redistribuída para a cidade, o corpo de água escolhido deve correr diretamente para um rio, lago ou laguna e este para o mar, este sim realizará o reciclamento natural, adequado e seguro deste efluente. Observa-se que o processo de devolução só recebe o aval de liberação a partir de mais 95% de eficácia no tratamento do esgoto. O leito receptor escolhido ganha agora a água limpa e tratada decorrente de todo o processo de tratamento. Essa água é destinada ao rio, ou a qualquer outra fonte receptora, através de um sistema de tubos e a população tem a tranquilidade de saber que está livre de doenças causadas por infecções decorrentes da poluição, da sujeira e dos gases provenientes de esgotos que correm a céu aberto e que não recebem nenhum tipo de tratamento. Um dado impressionante desta pesquisa revela: cerca de dois quilos de objetos são retirados manualmente na etapa do gradeamento todos os dias, e jogados na vala de rejeito. São coisas que chegam junto com o esgoto mostrando o descaso e a falta de responsabilidade de muitas pessoas. São muitas coisas jogadas no vaso sanitário ou em ralos nas residências; como fraldas descartáveis, absorventes, roupas, pequenos objetos, etc. Na ETE, isso tudo é enterrado com terra e cal na vala de rejeito, onde também é lançada a massa que sobra do reator. (Fonte: COPASA, CETESB - http://sosriosdobrasil.blogspot.com/2008/09/11-audincia-de-sustentabilidade.html / Imagem: E.T.E São Miguel – SP)

UM EXEMPLO DA ULTIMA GERAÇÃO EM ESTAÇÃO DE TRATEMENTO DE ESGOSTO UTILIZADA PRINCIPALMENTE EM PAISES DESENVOLVIDOS (EUA, Alemanha, Canadá, Países Árabes, Países Europeus, dentre muitos outros; o Brasil também possui uma em Guarulhos – São Paulo) – AS UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo) + BFDESN (Biofiltro Desnitrificante) + BFN (Biofiltro Nitrificante) + DS (Decantador Secundário).

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO - UASB

O tratamento do esgoto é feito com objetivo de reduzir o máximo a carga poluidora para ser jogada ao meio ambiente sem prejudicá-lo, separando a parte líquida da parte sólida do esgoto, tratando elas separadamente. As ETE´s tem a capacidade de decompor a matéria orgânica em menor tempo e espaço que os cursos d’água. Para isso são usadas bactérias aeróbicas e anaeróbicas, que se reproduzem em grande quantidade, degradando a matéria orgânica do esgoto. As condições para o tratamento do esgoto são: quantidade da carga orgânica, a classificação das águas dos rios que receberam o material tratado, da capacidade de autodepuração do rio e se há disponível na área energia elétrica. Estudaremos neste trabalho As Estações de Tratamento de Esgoto UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo) + BFDESN (Biofiltro Desnitrificante) + BFN (Biofiltro Nitrificante) + DS (Decantador Secundário), constitui-se em um processo biológico, de última geração, utilizadas pelos grandes países desenvolvidos do globo e que são referencia em tratamento de afluentes para outros países em desenvolvimento, removendo sólidos em suspensão, matéria orgânica, nutrientes e organismos patogênicos.

Quais são Principais vantagens destas ETE´s:

1. Mais compacto dentre os processos biológicos;2. Simplicidade operacional;

13

Page 14: Estação de tratamento de esgoto

3. Baixo custo de implantação e operação;4. Baixo impacto em ambientes urbanos (ruído, odor, visual);5. Gera 60% menos lodo que os processos convencionais;

FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO

Fluxograma de tratamento da ETE UASB + BFDESN + BFN + DS

O Fluxograma da ETE UASB + BFDESN + BFN + DS é composto pelas seguintes unidades:

ITEM Unidade Componentes

01 Pré-tratamento Caixa de areia e caixa de gordura com limpeza manual02 Estação elevatória Poço e conjunto moto-bomba03 Tratamento secundário Reator UASB (anaerobio) + BF (aeróbio)04 Polimento Decantador Secundário (DS)05 Tratamento do lodo BAG06 Tratamento do Gás Queimador de Biogás

ETAPAS DO TRATAMENTO DE UMA UASB

O processo de funcionamento da UASB + BFDESN + BFN + DS compreende as seguintes etapas:

NÍVEL 1 - PRÉ-TRATAMENTO

O esgoto sanitário será conduzido à estação elevatória onde passará por três unidades de tratamento: cesto de fibra, caixa de areia e caixa de gordura. Esse complemento tem como objetivo fazer um tratamento preliminar, retendo os sólidos mais grosseiros como folhas, galhos, areia e gordura, a fim de proteger os equipamentos e tubulações e evitando o acúmulo de material inerte nos reatores biológicos. Após este tratamento primário o esgoto será recalcado para o reator UASB.

NÍVEL 2 - TRATAMENTO SECUNDÁRIO

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo (UASB)

O esgoto é encaminhado para o reator UASB, o qual promove uma remoção média de matéria orgânica (DBO5) da ordem de 70%. Em alguns casos pode ser inviável o lançamento direto do efluente anaeróbio no corpo receptor. Neste caso, é necessário que seja inclusa uma etapa de pós-tratamento para a remoção dos compostos orgânicos remanescentes no efluente anaeróbio. O funcionamento do reator é descrito a seguir, com base em estudo realizado por Marelli & Libório (1998) e consiste em:

a) A água residuária entra na caixa receptora de esgoto bruto de afluente para em seguida entrar na caixa de distribuição do afluente, onde tubulações encaminham essa água residuária até o fundo do reator;

14

Page 15: Estação de tratamento de esgoto

b) Em contato com o leito de lodo (zona de digestão), onde estão os microrganismos, a água residuária passa a sofrer degradação dos seus componentes biodegradáveis que são convertidos em biogás;

c) Flocos de lodo são levados pelas bolhas de gás em fluxo ascendente através do digestor, para as placas defletoras de decantação, as quais retornam à região de digestão dentro do reator. O fluxo em movimento descendente do lodo de gaseificado opera em contra corrente ao fluxo hidráulico dentro do digestor e serve para promover o processo de mistura para um contato entre as bactérias e a água residuária afluente;

d) A fração líquida do substrato continua em fluxo ascendente através do decantador e deixa o reator através de tulipas;

e) O gás é liberado quando a mistura líquido/lodo é forçada através das placas, indo até as câmaras de gás e são retiradas uma vez que o aumento de pressão é suficiente para sobrepor a pressão contrária, intencionalmente induzida para formar e manter o espaço para o gás.

O reator UASB é composto por um leito de lodo biológico (biomassa) denso e de elevada atividade metabólica, no qual ocorre a digestão anaeróbia da matéria orgânica do esgoto em fluxo ascendente. A biomassa pode apresentar-se em flocos ou em grânulos de 1 a 5 mm de tamanho.

NÍVEL 3 - TRATAMENTO TERCIÁRIO

a) Biofiltro Desnitrificante:

O processo de desnitrificação consiste na redução de nitrato (N - NO3-) a nitrogênio molecular (N2), essa redução acontece associada ao ganho de elétrons. As bactérias heterotróficas utilizam carbono orgânico como fonte doadora de elétrons. As bactérias consideradas facultativas desnitrificantes são heterotróficas em ambiente anaeróbio e oxidam matéria orgânica utilizando nitrato – obtido no processo de nitrificação – como receptor terminal de elétrons. No caso de esgoto sanitário já tratado no reator anaeróbio, não há disponibilidade de matéria orgânica como fonte de carbono suficiente para que ocorra a desnitrificação, portanto, exige uma fonte externa de carbono orgânico, tal como o carbono orgânico presente no próprio efluente na forma de DBO. Neste processo, o oxigênio molecular (O2), estando presente no meio, funciona como inibidor. As bactérias desnitrificantes são anaeróbias facultativas e utilizam preferencialmente o oxigênio molecular que compete com o nitrato na função de receptor de elétrons. Dessa forma, a desnitrificação só pode ocorrer em ambiente anóxico. A desnitrificação pode ser representada pela seguinte reação: 5C6H12O6 + 24NO-3 + 24H+ → 30CO2 + 42H2O + 12N2 + energia. As bactérias desnitrificantes seguem, assim como no processo de nitrificação, a teoria de crescimento da biomassa em um meio suporte.

b) Biofiltro Nitrificante:

O filtro biológico aerado submerso nitrificante é constituído por um tanque preenchido com material filtrante e aerado artificialmente. O leito filtrante tem a função de

15

Page 16: Estação de tratamento de esgoto

servir de meio suporte para as colônias de bactérias, através deste leito esgoto e ar fluem permanentemente, ambos com fluxo ascendente. O filtro biológico recebe o efluente anaeróbio (do reator UASB). Nesta etapa, grande parte da matéria orgânica remanescente é metabolizada aerobiamente, ou seja, com a presença de oxigênio. A principal função dos filtros biológicos aerado nitrificante é a remoção de compostos orgânicos, nitrogênio e amônia, contribuindo para uma eficiência global de remoção de DBO5 superior a 90%. O meio filtrante é mantido sob total imersão pelo fluxo hidráulico, caracterizando os BF’s como reatores trifásicos compostos por:

Fase Sólida – constituída pelo meio suporte e pelas colônias de microorganismos que nele se desenvolvem sob a forma de um filme biológico (biofilme). Fase Líquida – composta pelo líquido em escoamento através do meio poroso. Fase Gasosa – formada, principalmente, pela aeração artificial.

O lodo de excesso produzido nos filtros biológicos é removido rotineiramente através de lavagens contra-correntes ao sentido do fluxo, sendo enviado para a elevatória de esgoto bruto, que o encaminhará por recalque ao reator UASB para digestão e adensamento pela via anaeróbia.

c) Polimento: Decantador Secundário (DS)

O Decantador Secundário é a unidade que produz o polimento final no efluente tratado, propiciando a remoção de DQO, DBO5,20, sólidos em suspensão (SS) e nutrientes, especialmente fosfatos e nitratos, a teores muito baixos, superiores a 90%. O Decantador Secundário é a unidade em que o efluente tratado é introduzido sob as lâminas paralelas inclinadas que ao escoar entre elas ocorrerá à sedimentação do lodo. O esgoto decantado sai pela parte de cima do decantador, após ser escoado pelas lâminas e é coletado por calhas coletoras. Essa inclinação assegura a auto limpeza dos módulos, ou seja, à medida que os lodos vão se sedimentando em seu interior, e aglutinando-se uns aos outros, as maiores massas de lodo que vão se formando, adquirem peso suficiente para se soltarem dos módulos e se arrastarem em direção ao fundo. Pela abertura da descarga de fundo o lodo é encaminhado para a elevatória de esgoto bruto e recalcado para o UASB para digestão e adensamento.

NÍVEL 4 – ESGOTO BRUTO E EFLUENTE FINAL

Em pesquisa realizada no SAAE, foi informado que não são feitas analises do efluente (água tradada), pois a empresa não possui laboratório equipado para realizar tais análises. Porem foi justificado que a FUNASA, faz analise da água bruta coletada jusante da ETE e não notifica o SAAE se a água tradada causa algum dano a água do rio, portanto se o SAAE não esta sendo notificado a água descartada esta dentro dos padrões permitidos pela Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, conforme a tabelas a seguir:

Tabela 1 – Características do afluente e efluente final.

Parâmetros Unidade Resultados analíticos Resolução nº 357 VMP(1)Entrada Saída

Sólidos totais ml/L 300 < 30 *DBO mg/L 300 < 30 ---

16

Page 17: Estação de tratamento de esgoto

DQO mg/L 600 < 60 ---Nitrogênio Amoniacal mg/L N 60 < 20 20Notas: (1) VMP (Valores Máximos Permitidos) pela Resolução CONAMA Nº 357, de 17 de março de 2005, padrão de lançamento de efluentes do Ministério do Meio Ambiente.

NIVEL 5 – SUBPRODUTOS

Tratamento do Lodo

A única fonte de emissão de lodo é o reator UASB. Como neste reator o tratamento do esgoto se dá através da manta de lodo, que se desenvolve continuamente, de tempos em tempos parte da manta (excesso) deve ser descartada, e ate a presente data não é reaproveitado. Geralmente, o lodo de excesso produzido no UASB é retirado a uma frequência média de 01 descarte mensal e, o lodo descartado deverá ser disposto em dispositivos para desidratação. A concentração de sólidos totais neste lodo situa-se na faixa de 4 a 6%, devendo atingir valores da ordem de 30% após a desidratação.

Fonte: Folha de São Paulo / Imagem: Em 2011, Guarulhos colocou em operação sua segunda Estação de Tratamento de Esgoto: a ETE de Bonsucesso.

Primeira Etapa: Aproveitamento do Lodo de Esgoto

O lodo contém matéria orgânica, macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, etc.) e micronutrientes (ferro, cobre, zinco, etc) que exercem um papel fundamental na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo. O lodo de esgoto se destaca como fonte de matéria orgânica que exerce importante papel na agregação das partículas do solo, aumento da aeração, da capacidade de retenção de água, capacidade de troca catiônica e de forma indireta na densidade do solo (BARRETO, 1995). Na dose de 30 toneladas por hectare de lodo, base úmida, há viabilidade econômica para dois cultivos de soja, com retorno de R$ 0,15 para cada R$ 1,00 investido

17

Page 18: Estação de tratamento de esgoto

no lodo como fertilizante. Na cultura do milho o retorno pode chegar a R$ 0,90. O lodo de esgoto também não interfere a inoculação de nitrogênio na soja. O lodo é rico em nutrientes e pela reciclagem, pode-se aproveitar, anualmente, o nitrogênio, o fósforo e o potássio, em quantidades equivalentes a 1790 t de uréia, 2778 t de superfosfato triplo e 102 t de cloreto de potássio, respectivamente. Em valor fertilizante, isso corresponde a R$ 3,8 milhões”, destaca José Eurípedes da Silva, pesquisador da Embrapa. Em Brasília, as 17 estações de tratamento de esgotos da CAESB produzem 400 toneladas de lodo por dia. José Eurípedes salienta ainda que a quantidade de lodo produzida anualmente pela CAESB permite fertilizar 5 mil hectares com a aplicação da dose de 30t/ha, base úmida.O chefe-geral da Embrapa Cerrados, Roberto Teixeira Alves, destacou na abertura do Dia de Campo que a utilização do lodo de esgoto como fertilizante para a agricultura é “uma alternativa criativa” e “contribui para aumentar a produção de alimentos transformando um mal em um bem”.

Segunda Etapa: Redução de patógenos

O presidente da CAESB, Fernando Leite, salientou que quase a totalidade do esgoto do DF é tratado e o objetivo é aumentar a produção de lodo nas estações de tratamento. “Ações como esta, voltadas para o aspecto ambiental, são de extrema importância, e a agricultura local necessita deste insumo”. Carlos Eduardo Pereira, superintendente de esgotos da CAESB, explicou que antes de ser disponibilizado para a agricultura o lodo passa por redução significativa de patógenos. Ainda sobre questões sanitárias, os cuidados iniciais com uso de equipamentos de proteção individual previnem a contaminação dos operadores; durante o desenvolvimento da cultura, os principais indicadores, ovos de helmintos e coliformes fecais, adicionados ao solo pelo lodo, nas doses recomendadas, não apresentam viabilidade 30 dias após a aplicação do material, apresentando risco desprezível de contaminação humana e animal. Quanto à questão ambiental, os pesquisadores da Embrapa José Eurípedes da Silva e Jorge Lemainski apontam uma série de vantagens da reciclagem: substituição dos fertilizantes minerais de origem fóssil; prestação de serviço ambiental em relação aos demais processos de destinação do material, como por exemplo, a utilização de aterros sanitários e incineração; no contexto do Distrito Federal, nas doses recomendadas (30 a 45 t/ha), a acumulação de metais pesados é insignificante e não apresenta riscos de contaminação ambiental, mesmo com aplicações sucessivas e, finalmente, nas condições do trabalho realizado, a lixiviação de nitrogênio para o lençol freático é desprezível e não compromete a qualidade da água. As pesquisas sobre utilização de lodo na agricultura tiveram início em 1994 na Embrapa Cerrados. Para os pesquisadores Jorge Lemainski e José Eurípedes, a continuidade dos trabalhos permitirá otimizar os coeficientes técnicos de manejo a médio e longo prazo, inclusive para uso em outras culturas como pastagens, reflorestamento, fruteiras e outras culturas permanentes; refinar os resultados sobre os critérios de avaliação ambiental da reciclagem párea aperfeiçoamento da norma em vigor (Resolução 375/06 do CONAMA); ajustar a operacionalidade de máquinas para a aplicação do lodo e buscar o convencimento da sociedade quanto à oportunidade que a tecnologia apresenta de transformar um problema em solução.

NIVEL 6 – DEVOLUÇÃO DE AFLUENTE

Geralmente, a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa

18

Page 19: Estação de tratamento de esgoto

matéria é em grande quantidade exigindo um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida, no entanto as UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo) + BFDESN (Biofiltro Desnitrificante) + BFN (Biofiltro Nitrificante) + DS (Decantador Secundário), fazem este trabalho com mais eficácia, coesão e milimetricamente computadorizada, possui menos riscos de erros em contaminação, e com 98% de tratamento livre de agentes bactericidas, controle de phmetragem equilibrado e o nível da qualidade das águas melhores que os tratamento convencionais. Depois de tratada, a água que sai da estação está pronta para ser devolvida ao rio, ou a algum corpo hídrico. A eficiência do processo é muito grande: no total, a eficiência do projeto gira algo em torno de 90 a 99% da carga orgânica chega a ser removida, liberado apenas o afluente recém tratado.

UMA ABORDAGEM ANALITICA SOBRE A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA CIDADE DE SÃO LUIS DO MARANHÃO

Segundo a CAEMA, só 15% do esgoto produzido na capital recebe tratamento, São Luís tem apenas duas Estações de Tratamento de Esgoto funcionando atualmente, insuficientes para atender à demanda. Destes 15% do esgoto produzido em São Luís que recebem tratamento antes de ser jogado no meio ambiente, não iram degrada os afluentes, segundo dados da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), que discutiu o problema, no seminário Olhares e Saberes: uma contribuição para o destino adequado dos resíduos dos serviços de saneamento no Maranhão. Para melhorar o saneamento básico na capital, a Companhia está investindo cerca de R$ 107 milhões na construção de duas novas estações de tratamento de esgoto (ETE). Ainda segundo a CAEMA, estas duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) em funcionamento: a ETE Jaracati, inaugurada em dezembro de 2003, que recebe os esgotos dos domicílios e estabelecimentos comerciais instalados na Avenida Litorânea, Calhau, Lagoa da Jansen, partes do São Francisco e do Renascença; e a ETE do Bacanga, inaugurada em julho daquele mesmo ano para atender as 115 mil pessoas em diversos bairros da capital que fazem parte da Bacia do Rio Bacanga ainda encontra-se parcialmente desativada. As duas estações juntas tratam apenas 15% de todo o esgoto produzido pela população de São Luís. Todo o restante é lançado in natura no meio ambiente. Isso acontece porque as duas estações trabalham abaixo da capacidade máxima, pois a rede coletora de esgoto de São Luís é insuficiente para conduzir uma parte maior dos resíduos produzidos na cidade, que são lançados direto nos mananciais, rios e praias da cidade, afirmou o gerente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da CAEMA, Raimundo Medeiros. A deficiência no tratamento do esgoto em São Luís é causada também pela desativação das outras quatro ETEs existentes na cidade. Em 2009, a ETE Lima Verde foi desativada por vazamento no tanque de armazenamento. No ano seguinte, os serviços da ETE Gaivota foram interrompidos por causa da ação de vândalos que danificaram os equipamentos utilizados no tratamento do esgoto. Também estão em desuso as ETEs da Cidade Operária e de Mocajituba, estações que tratavam o esgoto por meio do processo de decantação. Nesse tipo de tratamento, o esgoto é armazenado em grandes lagoas e a água evapora por meio da ação do sol, restando apenas lodo, areia e outros resíduos sólidos presentes no esgoto. Por causa de deficiências no sistema de coleta, o esgoto deixou de chegar às lagoas, que secaram. Na Cidade Operária, a área onde ficava a estação foi ocupada por residências e estabelecimentos comerciais. No Mocajituba, por uma empresa de escavação e extração de areia, cascalho, barro e outros minerais , informou Raimundo Medeiros.

19

Page 20: Estação de tratamento de esgoto

Para discutir esses problemas, a CAEMA realizou seminários com seus técnicos, engenheiros e outros colaboradores para avaliar a atual situação dos resíduos de saneamento no Maranhão, assim como propor soluções para o problema. Carlos Frederico Burnett, secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), que proferiu a palestra de abertura, afirmou que não é apenas a insuficiência da rede de coleta de esgotos que causa problemas de saneamento em São Luís. São Luís possui muitos problemas urbanos. A cidade cresceu sem planejamento, por isso, mesmo que saneássemos toda a Bacia do Rio Anil, por exemplo, ainda assim não acabaríamos com o derramamento de esgoto na área, pois muitas casas não teriam como se ligar à rede esgotamento sanitário, explicou. Para ampliar a rede de coleta e tratamento de esgoto na cidade, a CAEMA está finalizando o processo de contratação das empresas que vão construir duas novas ETEs. O Sistema Anil irá atender mais de 50 mil moradores dos bairros Alemanha, Camboa, Liberdade, Fé em Deus e Ivar Saldanha; e o Sistema Vinhais beneficiará mais de 246 mil moradores dos bairros Cruzeiro do Anil, Ipase (Japão), Rio Anil, João de Deus, Pirapora, Vila Lobão, Recanto Santos Dumont, Aurora, Vila dos Vinhais e Vila Vitória. Com o funcionamento dessas duas novas estações, teremos 30% do esgoto de São Luís tratado, informou José Ribamar Rodrigues Fernandes, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da CAEMA. A CAEMA planeja fazer também duas licitações ainda este ano para contratar a execução de projetos de dois novos sistemas de esgotamento sanitário: Olho d Água/Turu e Geniparanã. O plano é investir R$ 252 milhões a mais na rede de esgoto da cidade. Com isso, teremos 60% do esgoto de São Luís tratado, afirmou José Ribamar Rodrigues Fernandes. (O Estado do Maranhão/MA 27/06/2012)

AS CONSEQUENCIAS ENFRENTADAS PELO MUNICIPIO DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO POR NÃO POSSUIR UM NUMERO SUFICIENTE DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO

O Município de São Luis do Maranhão além de despejar diariamente toneladas de esgoto nos rios, lagos e laguna contaminando os afluentes destas biodiversidades, acaba por contaminar também as praias. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informa que as condições de balneabilidade na orla de São Luís e São José de Ribamar não estão boas para banho. O laudo refere-se à ação de monitoramento realizada nos dias 8/10 a 5/11 de 2012, integrando a série de acompanhamento semanal das condições de balneabilidade das praias da Ilha do Maranhão. De acordo com o laudo, as praias de Foz Do Rio Calhau, Foz do Rio Pimenta, Foz do Rio Claro, Foz do Rio Jaguarema e Foz do Rio Olho de Porco estão interditadas. Já uma parte da praia do Araçagy está imprópria para banho. Para o laudo, foram coletadas amostras nas praias da Ponta d’Areia, São Marcos, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagy, abrangendo 12 pontos de coleta, empreendida por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde e do Laboratório Central de Saúde Pública. Para a avaliação da qualidade da água utilizou-se indicador microbiológico (Escherichia Coli), para fins de quantificar bactérias/100 mililitros de água do mar, sendo as amostras de água colhidas em situação de maré baixa e na isóbata de 1m. Para isso, utilizou-se o método de substrato cromogênico definido. O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução Conama nº 274/00, segundo a qual, as águas das praias serão consideradas próprias, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, e colhidas no mesmo local, houver no máximo 800 E.coli/100 mL (NMP - Número Mais

20

Page 21: Estação de tratamento de esgoto

Provável). As águas das praias serão consideradas impróprias, quando não atenderem aos critérios anteriores, ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 2000 E.coli/100 mL (NMP). Neste caso todas as amostras tiveram saldo positivo, ou seja, as coletas indicaram que as praias estão com a sua balneabilidade impróprias para o banho.

Fonte: Jornal O Estado do Maranhão / Imagem: Praias na cidade de São Luís do Maranhão encontram-se impróprias para o banho.

Segundo uma outra fonte, neste caso noticiou o jornal o Estado do Maranhão, as praias da cidade de São Luís, impróprias para banho devido ao lançamento de esgoto sem tratamento, passarão por um trabalho de despoluição inédito, que deve começar ainda este ano. Apenas 10% do esgoto da capital maranhense recebe tratamento adequado, nas demais regiões da cidade de São Luís este serviço não recebe tratamento adequado o que acaba poluindo as praias da região. Placas nas praias da capital alertando os banhistas sobre as más condições da água do mar, foram instaladas depois de uma obrigação legal em abril deste ano. O Ministério do Turismo empenhou R$ 10 milhões que poderão ser contratados pelo governo estadual para realizar obras de contenção do esgoto despejado nas praias. A ideia é construir uma rede que direcione o esgoto das praias para as duas estações de tratamento da cidade, que operam abaixo da capacidade devido à falta de um sistema coletor. Segundo a Companhia Ambiental Estadual, Caema, responsável pelo esgoto em São Luís, as obras deverão ser concluídas até o final de 2013, conforme divulgado em nota.(O Jornal o Estado do Maranhão)

ASPECTOS AFETADOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

Os principais pontos afetados estão ligados ao mau cheiro produzido pelo tratamento realizado na ETE. Esse odor desagradável é provocado pela proliferação do gás sulfídrico – com odor semelhante ao do enxofre. Os moradores que residem ao redor da estação convivem diariamente com esse problema. Além disso, a uma desvalorização crescente do preço de imóveis e lotes no local causando um impacto econômico naquela região.

21

Page 22: Estação de tratamento de esgoto

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento de esgoto revelar-se extremamente importante, exatamente pela grande quantidade de resíduos produzidos nas cidades e que não podem ser jogados em qualquer lugar, pois a sua forma residual resultante impossibilitaria a natureza de fazer uma rápida decomposição causando várias doenças, por isso mesmo a necessário das estações de tratamento que aceleram este processo devolvendo a água ao ambiente com menores quantidades de poluentes. A seriedade no tratamento biológico e físico- químico dos esgotos, sejam eles de origem doméstica, comercial ou industrial, mostra-se de suma importância para o crescimento sustentável de qualquer cidade. A existência de um investimento como este no saneamento de um município, melhora a qualidade de vida da população, protege os afluentes, bem como garante a proteção ao meio ambiente urbano. Combinado com política de saúde, o saneamento ambiental diminui a incidência de doenças e internações hospitalares, por evitar comprometer os recursos hídricos na região. Além disso, melhorar a qualidade ambiental do município tornando-se atrativo para investimentos na região, podendo inclusive desenvolver ainda mais sua vocação turística.

22

Page 23: Estação de tratamento de esgoto

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Biblioteca Didática de Tecnologias Ambientais. Módulo Saneamento Ambiental. Campinas. Unicamp, 2012 – acessado em 17/01/2013 as 10:54.VON SPERLING, Marcos. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias – Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, v.01. Minas Gerais: ABES, 1995– acessado em 18/01/2013 as 23:54.BRASIL, Resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005. http://www.mma.gov.br/port/conama/res05/res35705.pdf – acessado em 19/01/2013 as 01:54____________________________Enciclopedia Libre – acessado em 14/01/2013 as 13:54_________________________www.brasilescola.com – acessado em 11/01/2013 as 16:05_____________________www.mundoeducacao.com – acessado em 11/01/2013 as 22:16

23