estabilidade global -...

14
ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz Pinheiro Melges Maio de 2012 (Este material foi desenvolvido a partir de notas de aula elaboradas pelos Professores Doutores José Samuel Giongo e Libânio Miranda Pinheiro, da EESC – USP, e pelo Eng. Alio Kimura, da TQS Informática, a quem presto meus agradecimentos). 1 1. INTRODUÇÃO Relembrando RM: “Flecha = deslocamento de um ponto da viga em relação à sua posição inicial“. Flecha é calculada em função da equação do momento fletor (Resist. dos Mat.) I E M dx v d ) x ( 2 ) x ( 2 Realizando as integrações, temos que: 2 1 ) x ( ) x ( C x C dx dx I E M v Observação: C1 e C2 são constantes obtidas a partir das condições de contorno da viga, ou seja, de que modo a viga está vinculada à “chapa terra”. x v (x) Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Upload: vothu

Post on 11-Dec-2018

234 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

ESTABILIDADE GLOBAL

NOTAS DE AULA

Prof. Dr. José Luiz Pinheiro Melges

Maio de 2012

(Este material foi desenvolvido a partir de notas de aula elaboradas pelos Professores Doutores

José Samuel Giongo e Libânio Miranda Pinheiro, da EESC – USP, e pelo Eng. Alio Kimura, da TQS

Informática, a quem presto meus agradecimentos).

1

1. INTRODUÇÃO

Relembrando RM:

“Flecha = deslocamento de um ponto da viga em relação à sua

posição inicial“.

Flecha é calculada em função da equação do momento fletor

(Resist. dos Mat.)

IE

M

dx

vd )x(

2

)x(2

Realizando as integrações, temos que:

21)x(

)x( CxCdxdxIE

Mv

Observação: C1 e C2 são constantes obtidas a partir das condições de

contorno da viga, ou seja, de que modo a viga está vinculada à “chapa

terra”.

x

v(x)

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 2: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

2

2. EFEITOS DE 2ª ORDEM GLOBAL

Exemplo retirado do material didático do Eng. Alio Kimura:

3

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 3: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

4

Mas se diagrama de momento fletor “mudou”, então o valor da

“flecha” no topo também vai “mudar” ...

E se a flecha no topo “mudar”, então diagrama de momento fletor vai

“mudar” novamente ...

OU SEJA: teremos um processo iterativo!

5

3. DESLOCABILIDADE HORIZONTAL

Nos edifícios, os pilares associados às vigas formam os pórticos

que resistem, não só às ações verticais, mas também às ações

horizontais

Pórtico formado por vigas e pilares (GIONGO, 2002)

As ações horizontais (vento, desaprumo) geram deslocamentos

horizontais. Esses deslocamentos, quando associados às ações

verticais vão gerar os efeitos de 2a ordem global.

Quando o aumento nos esforços decorrentes dos efeitos de 2a

ordem global for inferior a 10%, esses efeitos podem ser

desprezados. Para melhorar o comportamento da estrutura com

relação às ações horizontais (ex.: vento), outros elementos

estruturais podem ser associados aos pórticos, para dar maior rigidez

à estrutura.

Os principais são os pórticos entreliçados, as paredes estruturais

e os núcleos rígidos, estes, em geral, situados no contorno da

abertura para os elevadores.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 4: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

6

Elementos de contraventamento(FUSCO, 1986)

OBSERVAÇÃO:

Podemos considerar que as lajes possuem “rigidez praticamente infinita no plano

horizontal”, ou seja, são “incompressíveis” (“encurtam muito pouco”) quando

comprimidas. Portanto, as lajes “travam” o conjunto, e distribuem os esforços de

modo proporcional à rigidez de cada elemento do conjunto.

FTool: considerar lajes como elementos bi-articulados e rígidos. O comprimento

das lajes pode ser arbitrado pelo usuário.

Parede estrutural

Núcleo

Pórtico entreliçado

7

Exemplo 01) Lousa

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 5: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

8

4. CLASSIFICAÇÃO

9

4.1. Efeito de 2ª ordem GLOBAL

4.2. Efeito de 2ª ordem LOCAL

4.3. Efeito de 2ª ordem LOCALIZADO

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 6: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

10

5. GRAU DE DESLOCABILIDADE

As estruturas dos edifícios podem ser classificadas, segundo sua rigidez, em

contraventadas e não-contraventadas.

As estruturas contraventadas são as que os nós apresentam pequenos

deslocamentos horizontais. Nesse caso, podemos dispensar a consideração dos

efeitos globais de segunda ordem e a estrutura é dita indeslocável ou de nós fixos.

Nesse caso, apenas o efeito de 2ª ordem local é que deve ser considerado.

Já as estruturas não-contraventadas, também conhecidas como estruturas

deslocáveis ou de nós móveis, possuem pouca rigidez com relação às ações

horizontais e os efeitos de 2a ordem global devem ser obrigatoriamente

considerados. Nesse caso, tanto os efeitos de 2ª ordem local e global precisam ser

considerados.

As estruturas não contraventadas são estruturas flexíveis, que necessitam

que se leve em conta a não-linearidade física e a não-linearidade geométrica no

cálculo de seus deslocamentos e esforços.

A não-linearidade física representa o fato do concreto comprimido

“plastificar” (devido ao módulo E não ser constante) e o fato do concreto

tracionado “fissurar” (devido à sua baixa resistência à tração).

A não-linearidade geométrica implica em dizer que, não sendo os

deslocamentos horizontais desprezíveis, o equilíbrio da estrutura deve ser

calculado para a sua posição final e não mais para a sua posição inicial.

Destaca-se que a consideração dessas não-linearidades torna o problema

consideravelmente mais complexo.

Como critérios que podem ser usados para separar as estruturas de nós fixos

das estruturas de nós móveis têm-se os parâmetros e z.

11

6. PARÂMETRO ALFA ()

1eqccs

k

)IE(

N.H

H = altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um

nível pouco deslocável do subsolo;

Nk = é a somatória de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir

do nível considerado para o cálculo de H), com seu valor

característico.

(EcsIc)eq = rigidez de um pilar “hipotético” (ou “equivalente”), engastado na base

e livre no topo, que é igual à rigidez do sistema de contraventamento

da estrutura. Ou seja, aplicando-se uma força unitária no topo da

estrutura e no topo do pilar “hipotético” (ou “equivalente”), os dois

devem ter o mesmo deslocamento nesse ponto.

Observação:

Para calcular o deslocamento no topo da estrutura, a norma recomenda que:

o momento de inércia dos pilares e vigas deve ser calculado considerando-se a

seção bruta dos mesmos;

o valor do módulo de elasticidade a ser usado é o do módulo de deformação

tangencial inicial, é dado pela NBR 6118:2003 como sendo igual a:

ckci f5600E ( com Eci e fck dados em MPa)

Observação:

Quando a estrutura de contraventamento for composta por um (1) pilar-parede,

por exemplo, então a rigidez equivalente (EcsIc)eq será igual ao produto (Eci . Ic)

desse pilar-parede.

; onde :

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 7: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

12

(pilar-parede é quando a maior dimensão da seção transversal é maior que 5

vezes a menor dimensão da seção transversal).

Exemplo 02) Lousa

13

Exemplo 03) Lousa

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 8: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

14

Observação:

Quando temos pilares-parede de mesma rigidez, podemos associá-los em um

único pilar-parede.

Portanto:

para “dobrar a rigidez” dobrar a “base” do momento de inércia;

para “triplicar a rigidez” triplicar a “base” do momento de inércia;

Etc...

Exemplo 04) Lousa

15

Observação:

Quando temos o sistema de contraventamento sendo realizado por pórticos

(pilares associados com vigas), devemos seguir o procedimento mostrado no

Exemplo 05).

Exemplo 05)

Exemplo do cálculo do valor de (EcsIc)eq, relativo à estabilidade global da estrutura

de 3 andares (3 pisos + 1 cobertura = 4 pavimentos), com relação ao eixo x.

Portanto:

Se eqccs

3

)IE(3

H.1a ,

então: a.3

H.1)IE(

3

eqccs

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 9: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

16

Observação:

Para que os efeitos de 2a ordem global possam ser desprezados,

têm-se a seguinte condição : 1

O valor de 1 depende do número de níveis de barras horizontais

(andares) acima da fundação ou de um nível pouco deslocável do

subsolo (n):

Exemplo:

para n 3 1 = 0,2 + 0,1 n

para n 4:

1 = 0,7 para contraventamento constituído exclusivamente

por pilares-parede

1 = 0,5 quando só houver pórticos

1 = 0,6 para associações de pilares-parede e pórticos

É importante destacar que, o edifício pode ter um

comportamento de nós fixos em uma direção e ter o comportamento

de nós móveis na outra.

n = 4 H

17

Exemplo 06)

Para o edifício de 3 andares, verifique a sua estabilidade global através do

parâmetro .

Dados:

fck: 20 MPa;

Ação em cada pavimento: 10 kN/m2

Distância entre os pavimentos: 3 m

Pilares de canto: 20 cm x 20 cm

Pilares de extremidade: 20 cm x 40 cm

Vigas: 12 cm x 40 cm

Planta de edifício de 3 andares

a) Segundo a direção x

Na figura, tem-se a associação dos pórticos na direção x por meio das

barras rígidas bi-rotuladas.

4 x 3m = 12 m

4m 4m 4m 4m

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 10: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

18

a) Esquema da associação

b) Pórticos planos

c) Vista superior

Para simplificar a análise, quando os pórticos possuem a mesma rigidez, ao invés

de associá-los por meio das barras bi-rotuladas, pode-se dobrar a rigidez de um

deles conforme mostrado na figura.

a) Esquema

a) Vista superior

Para obter o descolamento no topo da estrutura, foi usado um programa

para cálculo de esforços em pórticos planos (FTOOL).

1

19

Foram fornecidas ao programa as seguintes informações:

Módulo de deformação longitudinal do concreto: 25 044 MPa = 2 504,4 kN/cm2;

Características geométricas dos pilares (P1 + P4) e (P3 + P6):

Mom. de Inércia = 40 . 20 3 / 12 = 26 667 cm4;

Área = 40 . 20 = 800 cm2;

Características geométricas dos pilares (P2 + P5):

Mom. de Inércia = 80 . 20 3 / 12 = 53 333 cm4;

Área = 80 . 20 = 1 600 cm2;

Características geométricas das vigas:

Mom. de Inércia = 24 . 40 3 / 12 = 128 000 cm4;

Área = 24 . 40 = 960 cm2;

Portanto:

a = 0,04945 cm (valor calculado pelo FTool)

H = 1200 cm

(EcsIc)eq.= 11 648 129 424 kN.cm2

Cálculo do parâmetro x: eqccs

k

)IE(

N.H

H = 1200 cm

Nk = (10 kN / m2 / pavimento) . (6 m . 8 m) . 4 pavimentos = 1 920 kN

(considerar cobertura)

n (número de níveis de barras horizontais - andares - acima da fundação) = 4

(EcsIc)eq.= 11 648 129 424 kN.cm2

x = 0,49

Limite: Para n 4 1 = 0,5 (contraventamento por pórticos)

Portanto x < 1 Estrutura de nós fixos na direção do eixo x.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 11: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

20

b) Segundo a direção y

Na figura a seguir, tem-se a associação dos pórticos na direção y.

Esquema da associação

Pórticos planos

Vista superior

Para simplificar a análise, como os pórticos formados pelos pilares P1-P4 e

P3-P6 possuem a mesma rigidez, ao invés de associá-los por meio das barras bi-

rotuladas, pode-se dobrar a rigidez de um deles.

1

4 x 3m = 12 m

6m 6m 6m

21

b) Esquema

c) Vista superior

Para obter o descolamento no topo da estrutura, foi usado o FTOOL.

Foram fornecidas ao programa as seguintes informações:

Módulo de deformação longitudinal do concreto: 25 044 MPa = 2 504,4 kN/cm2;

Características geométricas dos pilares (P1 + P4) e (P3 + P6):

Mom. de Inércia = 40 . 20 3 / 12 = 26 667 cm4;

Área = 40 . 20 = 800 cm2;

Características geométricas dos pilares P2 e P5:

Mom. de Inércia = 20 . 40 3 / 12 = 106 667 cm4;

Área = 40 . 20 = 800 cm2;

Características geométricas das vigas relacionadas ao pórtico formado pelos

pilares (P1+P4) e (P3+P6):

Mom. de Inércia = 24 . 40 3 / 12 = 128 000 cm4;

Área = 24 . 40 = 960 cm2;

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 12: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

22

Características geométricas das vigas relacionadas ao pórtico formado pelos

pilares P2 e P5:

Mom. de Inércia = 12 . 40 3 / 12 = 64 000 cm4;

Área = 12 . 40 = 480 cm2;

Características geométricas das vigas relacionadas às barras rígidas: os valores

que podem ser arbitrados pelo usuário. Optou-se por se adotar uma barra com

comprimento igual a 1 metro, de modo que os pórticos não ficassem nem muito

próximos um do outro, nem muito afastados.

Comprimento das barras: 1 m (valor arbitrado pelo usuário)

Área : 1 cm2 (valor arbitrado, pois barra é rígida)

Momento de Inércia: 1 cm4 (valor arbitrado, pois barra é rígida)

Portanto:

a = 0,05154 cm (valor calculado pelo FTool)

H = 1200 cm

(EcsIc)eq.= 11 175 785 797 kN.cm2

Cálculo do parâmetro y: eqccs

k

)IE(

N.H

H = 1200 cm

Nk = (10 kN / m2 / pavimento) . (6 m . 8 m) . 4 pavimentos = 1 920 kN

(considerar cobertura)

n (número de níveis de barras horizontais - andares - acima da fundação) = 4

(EcsIc)eq.= 11 175 785 797 kN.cm2

y = 0,497

23

Limite: Para n 4 1 = 0,5 (contraventamento constituído somente por

pórticos)

Portanto y < 1 Estrutura de nós fixos na direção do eixo y.

7. AÇÃO DO VENTO (RESUMO)

No local da obra, tem-se a velocidade básica do vento vo (mapa das isopletas)

Em seguida, calcula-se a velocidade característica vk em função dos parâmetros:

fator topográfico (S1)

fator estatístico (S3)

fator rugosidade (S2) rugosidade do terreno,

dimensões da edificação

vk = S1 . S2 . S3 . vo

Segundo SÁLES et al. (1994), para o caso de edifícios de grande altura é possível

dividi-los em várias partes e, a partir daí, calcular a velocidade característica (vk)

para essas partes, tomando como altura de referência a cota superior para cada

trecho.

Conhecendo-se o valor de vk, calcula-se o valor da pressão de obstrução q*

(pressão perpendicular à superfície da estrutura).

q* = 0,613 vk2 ( com q em N/m2 , vk em m/s ) ou

q* = 0,0613 vk2 ( com q em kgf/m2 , vk em m/s )

q*

q'

q''

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 13: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

24

Para transformar essa pressão de obstrução (q*) em uma pressão estática (q), a

ser aplicada à estrutura, faz-se necessário conhecer o coeficiente de arrasto. Esse

coeficiente é usado para se obter a pressão global (ou mesmo a força global) que

o vento exerce na estrutura.

q = ca q*

Para complementar este assunto, ver apostila “Ação do Vento nas Edificações”,

dos professores José Jairo de Sales, Maximiliano Malite e Roberto Gonçalves.

Para obter os esforços em cada pórtico, pode-se associá-los de modo análogo

ao que é feito na verificação da estabilidade global.

Ressalta-se que esta associação é possível porque, como as lajes possuem rigidez

“infinita” no plano horizontal, elas permitem que os pórticos e paredes trabalhem

de modo conjunto para resistir às ações horizontais. Para representar as lajes

fazendo a associação entre os pórticos, utilizam-se barras bi-articuladas, com

área “infinita”. Exemplo:

q

q

25

BIBLIOGRAFIA

FUSCO, P.B. (1986). Estruturas de Concreto: Solicitações Normais. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois.

GIONGO, J.S. (2002). Concreto Armado: Projeto Estrutural de Edifícios. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. (apostila)

KIMURA, A. Material didático – TQS informática ltda. SÁLES, J.J.; MALITE, M.; GONÇALVES, R.M. (1994). Ação do Vento nas Edificações. São Carlos, Escola de

Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. (apostila) Coeficiente de arrasto (ca) para edificações com planta retangular–Vento de BAIXA turbulência.

q ep = q . 6m

4 x 3m = 12 m

4m 4m 4m 4m

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

Page 14: ESTABILIDADE GLOBAL - files.joaoluisfeis.webnode.com.brfiles.joaoluisfeis.webnode.com.br/200000057-3f613405b0/impressao7.pdf · ESTABILIDADE GLOBAL NOTAS DE AULA Prof. Dr. José Luiz

26

Coeficiente de arrasto (ca) para edificações com planta retangular – Vento de ALTA turbulência. No caso de vento turbulento, geralmente observado em grandes cidades (categoria IV e V),

observa-se uma redução no valor do coeficiente de arrasto ca .

Uma edificação pode ser considerada em zona de alta turbulência quando sua altura for menor que

duas vezes a altura média das edificações nas vizinhanças, estendendo-se estas, na direção e sentido do

vento incidente, a distância mínima de:

500 m para uma edificação de até 40 m de altura;

1.000 m para uma edificação de até 55 m de altura;

2.000 m para uma edificação de até 70 m de altura;

3.000 m para uma edificação de até 80 m de altura.

Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Softwarehttp://www.foxitsoftware.com For evaluation only.