especial showrural 2015

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FEVEREIRO DE 2015 ESPECIAL SHOW RURAL 2015: pressão sobre grãos e impulso na pecuária Show Rural cresce e seleciona expositores CAMPO DESAFIA a tecnologia Em uma década, produtividade das lavouras de soja tem potencial para alcançar 4 mil quilos por hectare

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Primeira edição da revista especial do Agronegócio Gazeta do Povo em 2015.

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FEVEREIRO DE 2015EspEcial sHoW rural

2015: pressão sobre grãos e impulso na pecuáriaShow Rural cresce e seleciona expositores

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das lavouras de soja tem potencial para alcançar 4 mil quilos por hectare

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4 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

depois de uma década de ouro, período em que a produção ganhou área, renovou seu parque de máquinas e conquistou mercados, surgem novos desafios à agricultura globalizada. Com uma

oferta pra lá de confortável e uma demanda que está cada vez mais longe de estabelecer um equilíbrio entre esses dois fundamentos, o impacto nos preços das principais commo-dities agrícolas ganha intensidade.

Por questões bastante particulares do setor, ou então pela condição macroeconômica mundial, o fato é que 2015 esta-belece um novo ciclo ao agronegócio. Um ciclo que não é de todo ruim, porque, apesar do cenário não muito otimista ao mercado de grãos, a pecuária chega com tudo e segue o cami-nho inverso da agricultura. Com tendências de alta na pro-dução e no consumo, a proteína animal anuncia o ano da carne no Brasil.

De qualquer forma, na agricultura ou na pecuária, a palavra de ordem é superação, em busca de eficiência e com-petitividade. O diferencial, agora como condição, será defi-nido no manejo, na tecnologia e na gestão.  A criação de um ambiente cada vez mais sustentável é que vai definir o futuro do negócio.

E na revista de hoje, a primeira de seis publicações que serão editadas neste ano, o Agronegócio Gazeta do Povo mostra um pouco do que o setor tem feito e como tem se pre-parado para esse novo ciclo.

Uma estratégia que passa pela meta de elevar a produti-vidade da soja e do milho, ampliar o mercado das carnes e, é claro, pelo Show Rural, a motivação primeira desta revista e também a maior vitrine de tecnologia agrícola a céu aber-to do país.

Boa Leitura!

um ciclo de superação11

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COOPAVEL EM 2015 Cooperativa busca elevar lucro em proporção maior que a da renda bruta e mantém ritmo de investimentos

EXPEDIÇÃO SAFRA Técnicos e jornalistas percorrem nas próximas duas semanas os estados do PR, SP, MS, MT e RO

DEMANDA NO COMANDO Agricultura global acumula safras recordes de milho, soja e trigo e o consumo passa a ditar novo patamar de lucratividade

LENTIDÃO NO MERCADO As vendas da safra de soja ainda não acompanham o ritmo das colheitadeiras, nem o compasso do plantio de milho

BRAÇOS DE FERRO Entram em operação dois novos shiploaders em Paranaguá, que prometem acelerar o carregamento dos navios

SOBE-DESCE NA RENDA Valor Bruto da Produção da agricultura sobe, mas arrecadação do produtor por tonelada de soja está em queda

[índice

Giovani FerreiraNúcleo de Agronegócio

da Gazeta do [email protected]

[editorial

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5GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

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PECUÁRIA REVIGORADA O suíno, o frango e principalmente o boi registram altas que fazem de 2015 um ano de investimento na produção de carne.

SHOW RURAL SELETIVO Feira da Coopavel amplia número de estandes e faz seleção de expositores para garantir perfil técnico do evento

ESCALADA DA SOJA Dentro de dez anos, produtividade média de estados como o Paraná pode atingir pico de 4 mil quilos por hectare e inaugurar uma nova era no cultivo da oleaginosa

[destaques

ExpEdiEntE

A revista Agronegócio Gazeta do Povo é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de Redação: Maria Sandra Gonçalves. Edito r Execu tivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocker.

Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Acir Nadolny e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole. Diagra ma ção: Rodrigo Montanari Bento. Tratamento de

Imagem: Edilson de Freitas e Mauro Cichon. Capa: Jonathan Campos. Re da ção: (41) 3321-5050. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: agro@gazetado-

povo.com.br Site: www.agrogp.com.br Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão e acabamento: Gráfica Editora Posigraf.

CONFIRA O MAPAsHoW rural

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6 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

[notasParanaguá quer movimentar 5 milhões de toneladas extras:: A tendência de retomada na expor-tação de soja no Paraná – após que-bra de 2 milhões de toneladas regis-trada um ano atrás – sustenta previ-são de que haverá um salto na movi-mentação de granéis no Porto de Paranaguá em 2015. No último ano o embarque da oleaginosa se limitou a 6,8 milhões de toneladas e agora pode se aproximar de 9 milhões. Considerando embarques e desem-barques, a administração do porto planeja movimentar 26 milhões de toneladas de granéis, 5 milhões a mais do que em 2014. Não se trata apenas de crescimento na demanda, mas de reflexo de medidas como tro-ca de shiploaders, dragagem do canal de acesso e redução da fila de navios.

Em tempo de Helicoverpa, a ordem é vigiar a lavoura :: Os ataques severos da Helicoverpa armigera, registrados duas safras atrás, levaram o agronegócio a revalidar o con-trole biológico de pragas e o monitoramento constante das lavouras em 2014/15, mecanis-mos reforçados nesta tempora-da. Os sistemas que vêm sendo desenvolvidos e discutidos pelos pesquisadores e produtores tor-nam-se atração nas feiras agríco-las e estarão em estandes de ins-tituições públicas e privadas no Show Rural, em Cascavel, nesta semana. Mesmo com perdas relativamente controladas, a preocupação permanece e, em estados como o Piauí, o quadro ainda é considero emergencial. Produtores vigiam os campos semanalmente.

Começa discussão sobre o próximo Plano Agrícola e Pecuário :: Os cortes de gastos anunciados pelo governo federal deram início às dis-cussões sobre o orçamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) de 2015/16. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento perdeu R$ 47,5 milhões para despesas mensais, mas promete evitar cortes na oferta de cré-dito para custeio e investimento. A nova titular da pasta, Kátia Abreu, bus-ca argumentos para manter o volume de recursos – que somam R$ 156 bilhões em 2014/15. Somente em janeiro, com os gastos da safra de verão consolidados e a apenas cinco meses do fim do ciclo, é que a distribuição de recursos chegou à metade do valor dis-ponibilizado. A demanda por crédito será medida após a “safra” dos finan-ciamentos de máquinas e armazéns – que segue até junho – e o custeio da safra de inverno.

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Volume de granéis embarcado e desembarcado tende a passar para 26 milhões de t.

Ataques preocupam setor há duas safras.

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7GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

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8 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

Feira da Coopavel – de 2 a 6 de fevereiro – faz seleção de

expositores para manter perfil de evento tecnológico

Em nome da produtividade

show rural 2015

Visitante precisa de dois a três dias para

conferir novidades da 27ª edição do evento.

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9GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

síLvIo oRICoLLI, espeCIaL paRa a Gazeta Do povo

:: Quando um frequentador assíduo do Show Rural – feira agrícola e tec-nológica da cooperativa Coopavel que deve atrair 220 mil visitações nesta semana (do dia 2 ao dia 6) em Cascavel – explica por que sempre volta ao evento, invariavelmente relata seu interesse por uma vitrine tecnológica. Os produtores dizem não estar a passeio, mas à procura de informações que possam elevar pro-dutividade, limitar custos, facilitar serviços. Para não perder pontos nes-se sentido, os organizadores exercem controle sobre a expansão da feira, que passa pela seleção de exposito-res.

Neste ano, o evento conta com 480 expositores, 40 a mais que o total de 2014. Mesmo assim, outras 100 empresas ficam de fora, conforme a Coopavel.

O presidente da cooperativa e do Show Rural, Dilvo Grolli, afirma que não se trata de impor barreira a novos expositores – e dar privilégio às empresas tradicionais. “É até obriga-ção abrir espaços para as empresas que trazem novidades”, aponta. Por outro lado, diz ser “preciso fazer uma triagem”.

A saída tem sido ponderar a situa-ção. “O número de interessados é sempre maior que o espaço ofertado. Mas, não se pode ter quantidade excessiva de empresas [multiplican-do os estandes] até para não prejudi-car os visitantes”, acrescenta. A intenção é permitir que, em dois ou três dias, cada frequentador possa percorrer todo o espaço do evento.

Se depender desse critério, a expansão será gradual. O Show Rural só deve abrir espaço para exposição de tecnologias diretamente relacio-nadas aos avanços na produção.

Agricultores como Erwin Soliva esperam uma feira objetiva, de resul-tados. “Quem planta mal, fica fora do mercado”, sentencia.

Ele cultiva soja e milho em 300 hectares da Fazenda Jangada, em Cascavel. Frequentador do Show Rural há 15 anos, diz ter aprendido que “tecnologia eleva custo, mas pro-porciona rentabilidade sobre o que é investido”. E contabiliza avanços: 30% de ganho em produtividade e 40% de avanço na renda das princi-

6 sacasde soja a mais por hectare são colhidos na região de abrangência do Show Rural, na comparação com os índices de uma década atrás. Apesar de ter enfrentado duas quebras no período, Oeste é líder em produtividade no estado e tem contato com novas tecnologias por meio da feira.

220 milvisitações são esperadas no 27º Show Rural Coopavel, público 5% maior que o do ano passado. O número de expositores foi elevado em 9%, para 480, com redistribuição de espaços. Os principais fabricantes e empresas de pesquisa que atuam no país estão confirmados (veja mapa na página 12).

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Milho atinge 10 mil kg no verão e 5,6 mil kg por hectare no inverno na região.

pais culturas no período.Soliva relata que, no início dessa

escalada, não era fácil chegar perto de 3 mil quilos de soja por hectare. “Hoje a expectativa já é de 200 sacas por alqueire [83 sacas ou 4,96 mil kg/ha]. E esta é a minha meta.” Na últi-ma safra, colheu 3,84 kg/ha de soja. A produtividade média do milho safri-nha ficou em 8 mil kg/ha e a do trigo em 3,1 mil kg/ha.

“O ‘Show’ ajuda muito, porque expõe resultados de pesquisas, como variedades de sementes mais produ-tivas, resistentes a doenças e de dife-rentes ciclos, e agroquímicos mais eficientes contra pragas”, opina.

O Show Rural chega aos 27 anos, incluindo seis anos de Dia de Campo. Soliva relata que, todo ano, encontra novidades. Ele atribui essa vantagem à “seleção das empresas”. Em sua avaliação, os expositores seleciona-dos entendem a praticidade necessá-ria à agricultura. “Ninguém está ali para fazer gracinha, mas para expor tecnologia e know-how”, avalia.

O público esperado no 27.º Show Rural Coopavel é 5% maior que o de 210 mil visitações registrado em 2014. Além dos 480 expositores, estão incluídas na área de 72 hecta-res, às margens da BR 277, 5 mil par-celas experimentais.

Para amenizar o calor do sol, a fei-ra tem 5,53 mil metros quadrados de ruas cobertas. Trabalham no evento 4.120 pessoas, além dos 1.080 funcio-nários e contratados da cooperativa. A entrada e o estacionamento (com 12 mil vagas) seguem gratuitos.

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10 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

lançamentos

PlantadEira dE PrEcisão Líder no segmento de colheitadeiras – vendeu 2.549 unidades em 2014 –, a John Deere lança no Show Rural a plantadeira DB40, da Série 2100, com inovações – Sistema de Transmissão Variável e RowCommand – que prometem aumento de produtividade operacional. A precisão na distribuição das sementes evita, por exemplo, desperdício do insumo.

lEvE E fortE A New Holland aumenta o seu portfólio de implementos com o lançamento, no Show Rural, da carregadeira agrícola montada no trator TL plataformado, com capacidade para até 1.900 kg e que pode atingir até 3,85 metros de altura. Por ser de estrutura leve, o produto exige menos esforço do trator. Em 2014, a empresa vendeu 10.031 tratores.

aumEnto da família A Massey Ferguson lança nova série de tratores MF 6700R Dyna-4 (MF 6711R, MF 6712R e MF 6713R), equipados com motores AGCO POWER Turbo de quatro cilindros com 112 cv, 122 cv e 132 cv, dependendo do modelo, assegurando desempenho, eficiência, produtividade e economia de combustível. A marca lidera o setor de tratores.

com PEdigrEE Projetada para ser a melhor máquina axial da classe 7 já fabricada no Brasil e inspirada na colheitadeira BC8800, a BC7800, da Valtra, chega ao mercado, a partir do Show Rural, com capacidade média de até 550 sacas (33.000 kg) de soja por hora. Itens inovadores e exclusivos a destacam entre as máquinas desta categoria.

A revista Agronegócio Especial Show Rural pediu a marcas líderes que apontassem o que estão trazendo de novidade ao evento. Confira apostas das indústrias para 2015.

Embrapa dEbatE contribuição do solo para o trigo

Dois temas serão discutidos por iniciativa da Embrapa Trigo no Show Rural:

qualidade do cereal e conservação do solo. Os especialistas vão analisar o clima

e a quebra de mais de 1 milhão de toneladas registrada no último ano no

Rio Grande do Sul e descrever a importância de práticas como rotação de culturas,

plantio direto, terraceamento. A “intolerância” do consumidor à presença

de glúten nos alimentos também será abordada no estande.

iapar tEm três novas variEdadEs dE fEijão

Três cultivares de feijão carioca do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) – batiza-

das de Curió, Bem-te-vi e Quero-quero – chegam o mercado no Show Rural. Elas têm

indicação para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso

do Sul e prometem mais resistência ante estiagens. Outra vantagem é que as plantas

se desenvolvem bem em solos ácidos e com baixa disponibilidade de fósforo, confor-

me a pesquisadora Vania Moda-Cirino.

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11GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

Entrevista

Investimento sem pausa

O presidente da Coopavel e do Show Rural, Dilvo Grolli, conta que, apesar da pressão sobre as cotações da soja, a cooperativa prevê faturamento crescente e deve elevar investimento em proporção ainda maior

chegar a R$ 54 milhões, crescendo mais de 13% na comparação com os R$ 47,5 milhões esperados para o exercício anterior.

vale a pena destinar r$ 6 milhões à realização do show rural? Um dos princípios do cooperativismo é a valorização das pessoas. A cooperativa é uma empresa baseada em valores que visam à eficiência e competitividade, ao mesmo tempo em que tem de preparar e orientar o associado para o futuro. Por isso, tem um papel diferente de uma cerealista ou de uma distribuidora de insumos, por exemplo, que busca elevar as vendas e obter lucros maiores. Uma cooperativa pensa também no cooperado. E o Show Rural se encaixa nesse esforço de preparação para o futuro dos nossos associados.

a expectativa é de queda no valor dos negócios que surgem a partir do evento? A expectativa é movimentar R$ 1,8 bilhão [em negócios envolvendo os expositores] no Show Rural deste ano, ou seja, uma queda de 10% na comparação com os R$ 2 bilhões comercializados em 2014. Contribuirão para isso a situação econômica do país e também a renovação expressiva do parque de máquinas nos últimos dois anos.

como será o ano para o setor de grãos? Vejo um quadro de preço menor para a soja, ante um patamar bom de comparação firmando nos últimos anos. Os estoques estão sendo elevados. No caso do milho, a produção cai um pouco num momento em que os estoques estão em nível confortável. E no trigo a produção mundial deve ser equilibrada. A pressão sobre os preços é maior na soja, tem força diferente para cada produto.

como as tecnologias podem ajudar nas contas? Nos próximos 15 anos, 80% das necessidades de alimentos do mundo serão atendidas pelo incremento da produtividade nas áreas existentes. Por trás disso está o avanço da tecnologia em busca do aumento do volume produzido por área e do surgimento de mais alternativas econômicas, que contribuirão para viabilizar a propriedade e, consequentemente, elevar a renda do produtor.

por SÍLVIO ORICOLLI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

:: Às vésperas de receber milhares de visitantes no Show Rural, a Coopavel difunde avaliação de que, mesmo com as limitações da cotação da soja, o ano será de negócios. O presidente da cooperativa e responsável pelo evento, Dilvo Grolli, relata que essa prospecção vai além da ten-tativa de empolgar os participantes da feira. Imersa num cenário de crescimento na oferta global de grãos, a empresa pretende elevar investimentos em 10% e busca ampliar os lucros em 2015. Leia os principais trechos da entrevista:

a coopavel vai conseguir elevar investimentos neste ano? Em 2014, investimos R$ 90 milhões em projetos de ampliação e recepção, secagem e armazenamento de grãos, na construção de unidades, na área de produção de ovos férteis e na ampliação e melhoria nas agroindústrias. Para este ano, estão previstos R$ 100 milhões nesses mesmos setores. O faturamento da Coopavel deve chegar a R$ 1,8 bilhão, perto de 10% sobre a receita de R$ 1,64 bilhão de 2014. E o resultado líquido deste ano deve

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12 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

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14 Fevereiro de 2015GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

produtividade

4 mil quilos por hectare Jona

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Colheita estimada em 96 milhões de toneladas em 2014/15 pode ser 30% maior com avanço de 1 mil quilos por

hectare na produtividade, sem ampliação da área.

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15AGRONegócio – especial Show RuralGAZETA DO POVO

com respaldo em tecnologia

refinada, soja promete atingir

novo patamar de produtividade

dentro de uma década

4 mil quilos por hectare

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16 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

CaRLos GuImaRães FILho

:: Mesmo que reduza o ritmo de expansão das lavouras, o Brasil tende a colher consecutivas safras recordes de soja. A tendência surge das estatís-ticas que apontam que, dentro de uma década, estados como o Paraná e Mato Grosso, devem atingir pico de 4 mil quilos por hectare. Se todo o país atingisse essa média, com a área atual, a safra passaria de 96 milhões para 124 milhões de toneladas.

O agronegócio tem apostado em pacotes tecnológicos que levam a um crescimento contínuo da colheita – sementes adaptadas, manejo rigoro-so, solo recomposto, máquinas modernas. Mesmo com custo maior, essa estratégia promete resultados melhores aos produtores e configura o que vem sendo chamado de “esca-lada da produtividade”.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abaste-cimento (Conab), a produtividade nacional na soja cresceu 25% nos últimos dez anos. A média Brasil de 2.419 quilos por hectare registrada na safra 2005/06 deve saltar para 3.033 quilos/ha na atual temporada (previsão). Considerando a taxa média anual de crescimento do país neste período (2,3%), mesmo com as quebras do período, a produtividade média de 4 mil quilos por hectare pode ser atingida em 13 safras.

No Paraná, o processo deve ser mais acelerado. Aplicando a taxa anual de crescimento da produtivi-dade registrada nos últimos dez anos (3,2%, de 2005/06 até 2014/15, incluindo anos de quebra), os 4 mil quilos por hectare podem ser atin-gidos em apenas seis temporadas. Isso não significa que o estado não voltará a marcas de 2 mil ou 3 mil quilos por hectare em anos de que-bra, mas estabelece uma nova meta para o setor.

O prazo sobe para nove tempora-das quando o cálculo compara a safra atual com a média das três temporadas entre 2002 e 2005. Com esta fórmula, os técnicos evitam tomar como base de comparação somente 2004/05, que foi de que-bra. Ainda assim, o crescimento é de mais de uma saca por hectare ao

ano (69 kg). No caso de Mato Grosso, maior

produtor nacional, os 4 mil quilos por hectare devem ser atingidos antes de o número se tornar média nacional. Nesta safra, MT espera mais de 3,1 mil kg/ha, enquanto o país tenta ultrapassar os 3 mil kg/ha – e retomar a linha de crescimento interrompida há três temporadas, em 2010/11.

69 quilosde soja (1,1 saca) a mais por hectare ao ano são colhidos no Paraná, que tem atingido picos de produtividade e busca ultrapassar a marca de 3,3 mil kg/ha em 2014/15 – como aconteceu em 2010/11 e 2012/13.

produtividade

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Tecnologia contida nas sementes , que amplia o interesse do produtor, evolui no controle de pragas e na reação ao estresse hídrico.

:: As tecnologias disponíveis têm potencial para 4 mil quilos por hecta-re de soja, mostram picos de mais de 5 mil quilos alcançados em fazendas que são modelos de produção. No entanto, as inovações se difundem somente quando os produtores cons-tatam chance de elevar renda e garantir sustentabilidade financeira à agricultura.

“Com os novos avanços em gené-tica e no sistema de produção, é pos-sível manter crescimento de uma saca e meia por hectare a cada tempo-rada”, aponta o assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) Robson Mafioletti.

“Mas o incremento na produtivi-dade tem que vir com sustentabilida-de. De nada adianta aumentar a quantidade de grãos por hectare se isso significar custos de produção cada vez maiores. O resultado final tem que trazer ganho financeiro para o produtor”, detalha.

Setor persegue aumento na rentabilidade

Para o pesquisador da Embrapa Soja Amélio Dall’Agnol, esse avanço na produtividade está relacionado à evolução de diversos fatores. “O refi-namento no uso de pacotes tecnoló-gicos mudou a forma de se fazer agri-cultura”, observa.

Ele destaca tratar-se de uma série de mudanças, que funcionam em conjunto. “Se pegarmos a [semente de] soja de trinta anos atrás e adotar-mos o manejo de hoje, é capaz de render como há três décadas”, supõe.

Dentre as novidades disponíveis no mercado, as variedades de semen-tes mais resistentes a estresses hídri-cos estão no topo do ranking de inte-resse dos produtores, conforme os especialistas. Isso por que o clima tem se mostrado indefinido nas últi-mas temporadas, com quebras em importantes regiões produtoras do país, como Paraná e Mato Grosso.

“As condições climáticas adversas dificultam cada vez mais as previsões do clima. Como isso influencia mui-to a safra, sementes resistentes à seca dão segurança aos produtores”, aponta Orley Jair Lopes, engenheiro agrônomo e integrante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR). (CGF)

“O refinamento no uso de pacotes tecnológicos mudou a forma de se fazer agricultura. A semente, sozinha, não garante safra maior. A soja de trinta anos atrás [com o] manejo de hoje, é capaz de render como há três décadas.”

amélio dall’agnol, pesquisador da Embrapa.

“O incremento na produtividade tem que vir com sustentabilidade. De nada adianta aumentar a quantidade de grãos por hectare se isso significar custos de produção cada vez maiores.”

robson mafioletti, assessor técnico-econômico da Ocepar.

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novo padrão

milho abandona a baixa tecnologia

produtividade

O milho avança mais que asoja em produtividade no Brasil. A explicação para os saltos anuais vem da eliminação gradual da baixa tecnologia.

Até poucos anos atrás, mesmo áreas rudimentares serviam para rotação de cultura com a soja e redução de problemas como ervas daninhas e doenças.

“Antes era produção de Jeca Tatu, com plantio fora de época e sem uso de semente [selecionada]. Quando se usava, não era híbrida”, pontua o pesquisador da Embrapa Soja Amélio Dall’Agnol. Os produtores começaram a usar mecanismos já adotados na oleaginosa como agricultura de precisão, sementes registradas, máquinas modernas.

E os centros de produção mais tecnificados continuaram avançando. A região de Guarapuava, no centro

do Paraná, ultrapassa 12 mil quilos por hectare, equiparando-se ao Corn Belt dos Estados Unidos, referência mundial em produtividade.

“As tecnologias no milho avançaram muito rápido nos últimos dez anos. Isso gerou um crescimento exponencial. Hoje o produtor quer um ganho semelhante ao de outras culturas”, destaca Orley Jair Lopes, agrônomo e integrante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR).

A meta do Brasil é alcançar o resultado das lavouras norte-americanas, de 10 mil quilos por hectare. Para tanto, precisa dobrar seu desempenho. Isso já aconteceu na soja e não é impossível, mesmo que exija tempo e mais profissionalização, diz o gerente econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar),

Linha de frente

“grupo de elite” já passou meta da soja

Uma parcela do agronegócio nacional já tem produtividade média acima dos 4 mil quilos por hectare de soja. Esse “grupo de elite” é composto por produtores que investem regularmente em novas tecnologias e pode ultrapassar 5 mil quilos por hectare nas próximas temporadas.Como o interesse por novas máquinas agrícolas, sementes e fertilizantes deve continuar intenso a cada safra, a produtividade tende a crescer continuamente. O Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), por exemplo, propõe como meta para o setor fazer com que 10% da área plantada no país (o equivalente a 3 milhões de hectares) produzam entre 4 mil e 5,5 mil quilos por hectare até 2020.Há produtores muito perto desses resultados. Em Corbélia, região Oeste do Paraná, Marcos Roberto Forte conta nunca ter deixado de investir em insumos, mesmo em temporadas com quebra. Essa regra teria colocado sua propriedade em destaque, entre as cinco mais produtivas do estado, conforme o Cesb.Na safra 2014/15, ele plantou apenas soja nos 1,2 mil hectares de sua propriedade. Com o bom andamento do clima, a expectativa é colher, em média, 4,2 mil quilos por hectare. Há cinco anos, a produtividade era de 3 mil quilos – atual média estadual –, relata. “Invisto no conjunto completo, desde máquinas, variedades e fertilização. Para a próxima temporada já estou programando corrigir o solo e buscar novas sementes”, acrescenta. (cgf)

Marcos Roberto Forte, de Corbélia, atingiu média estadual do Paraná com cinco anos antes.

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19GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

Da ReDação

:: O emaranhado de projeções sobre a renda do agronegócio em 2015 indica alta na arrecadação bruta do setor, mesmo no caso da soja, cujas cotações estão sob pressão no mercado inter-nacional. A contradição deve-se ao fato de que o valor por tonelada cai, mas o crescimento na produção com-pensa esse recuo com folga, aponta o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O Paraná se tornou o caso mais expressivo dessa tendência de dupla face. Como a colheita está avançando de 14 milhões para 17 milhões de toneladas, as primeiras projeções do Valor Bruto da Produção (VBP) dizem que o setor produtivo vai arrecadar 12,3% mais com o grão, algo próximo dos R$ 16,2 bilhões. Porém, segundo o Mapa, a queda no valor por tonela-da deve ser de 3,65%, de R$ 980 para R$ 945, em todo o país.

Como não há alta expressiva nas cotações de outros grãos, a oleagi-nosa deve continuar representando

Com previsão de colheita recorde, o estado e o país devem faturar mais com a oleaginosa.

No entanto, receita bruta por tonelada será 3,65% menor, assume o Ministério da Agricultura

vBP encobre desvalorização da soja

renda em 2015

36,9 milhõesde toneladas de grãos estão sendo produzidas no Paraná em 2014/15, volume 1 milhão acima do registrado na temporada passada. A projeção considera estabilidade na área do milho de inverno, além de recuperação com incremento na produção de soja, que deve passar de 17 milhões de toneladas depois de um ano de quebra climática. A oleaginosa deve responder por 45% do volume e 43% da renda da agricultura estadual em 2015.

r$ 35 reaisa menos por tonelada devem ser arrecadados pelos produtores brasileiros de soja em 2015 na comparação com o ano passado. Essa conta é uma projeção do Ministério da Agricultura que considera o valor médio a ser praticado no ano (três quartos da produção ainda não foram vendidos). Trata-se de renda bruta, sem considerar variação nos custos de produção, que tendem a limitar a renda líquida da agricultura.

Produtor precisa reduzir custos para manter renda

líquida, apontam as contas de 2015.

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30% da renda da agricultura no país e cerca de 43% no estado.

O VBP da agricultura do Paraná caiu 8,8% no Paraná e 1,8% no

Brasil, de acordo com os números oficiais. E a reação na renda da soja dão esperança de índice positivo em 2015.

Page 20: Especial ShowRural 2015

20 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

Luana Gomes

:: Após uma década de pujança para o agronegócio, em especial para o mer-cado de grãos, o setor entra em um período de transição no ciclo 2014/15. Num ano em que o mundo colhe, pela primeira vez, safras recordes de soja milho e trigo em uma mesma tempo-rada, os preços dos três grãos mais negociados no globo derretem e lan-çam no mercado questões cruciais. Teria o superciclo de produção final-mente chegado ao fim? Seria o “mila-gre chinês”, que sustentou boa parte da escalada da soja, uma bolha prestes a estourar? Teria o mercado do etanol, que impulsionou os preços do milho e deflagrou o início do ciclo de alta dos grãos, atingido um platô?

Analistas de Brasil e Estados Unidos consultados pela reportagem são unâ-nimes ao afirmar: sim, os tempos são outros e a safra 2014/15 marca o ponto de inflexão. Mas o que se convencio-nou chamar de “o novo patamar de preços” não ficou para trás.

“Acredito que no longo prazo o mer-cado vai continuar oscilando na mes-ma banda de variação em que vinha trabalhando nos últimos anos. Mas a história mostra que, dentro de um grande ciclo, as cotações podem passar períodos prolongados tanto na extre-midade superior quanto no intervalo inferior dessa banda. E atualmente vivemos esta última situação”, explica

Descompasso entre oferta e demanda, que colocou os preços dos grãos

em trajetória quase vertical na última década, está sendo vencido com

sequência de safras recordes ao redor do globo em 2014/15

grãos buscam novo equilíbrio

mercado global

us$ 11por bushel de soja e US$ 4,60 por bushel de milho é o preço médio projetado pela Universidade de Illinois para a “nova era dos grãos”. Valores são inferiores aos que o mercado trabalha atualmente na Bolsa de Chicago, mas bem acima da média histórica.

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Com a melhora do clima no Brasil no final de janeiro, a ideia de uma pro-dução recorde na América do Sul é latente – fato que, somado à colheita de uma supersafra nos EUA, tende a manter os preços sob pressão. Mas, num mercado em que a demanda é firme, safras recordes não resultam, necessariamente, em estoques recor-des, considera Aedson Pereira, da Informa Economics FNP em São Paulo.

Em seu estudo anual sobre as pers-pectivas para o agronegócio global, divulgado no final do ano passado, o banco holandês Rabobank observa que as reservas mundiais estão sendo recompostas, mas alerta que o momen-to ainda é de transição. O ano de 2015 será “interessante”, disse Stefan Vogel, chefe mundial da área de estudos de

Darrel Good, economista da Universidade de Illinois (EUA) especia-lizado no mercado de grãos.

Nos últimos anos, o desequilíbrio entre oferta e demanda colocou os pre-ços dos grãos em uma trajetória quase vertical (veja matéria na página ao lado). Mas a conjuntura fundamental altista começou a ruir em meados do ano pas-sado, fazendo com que soja e milho perdessem perto de 40% de seu valor em dólar em um intervalo de poucos meses. Na comparação com os picos de 2012, a queda é de 38% na oleaginosa e de 60% no cereal.

Para Good, trata-se do início de uma longa trajetória de queda nos preços, como a observada ao longo dos anos 80 e 90, mas ainda dentro de um superci-clo de alta.

Page 21: Especial ShowRural 2015

21GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

:: Colheitas recordes de soja, milho e trigo ao redor do globo em 2014 com-primiram os preços internacionais dos grãos a patamares que o mercado acreditava já ter vencido anos atrás. Em 2008, quando a soja rompeu a barreira dos US$ 16 e o bushel de milho alcançou US$ 7,50 na Bolsa de Chicago, muita gente ficou se per-guntando se o mercado teria fôlego para superar os picos pré-crise econô-mica mundial. Mas o pouco provável aconteceu e, quatro anos depois, o cereal batia US$ 8,30 e a oleaginosa chegava perto de US$ 18 por bushel.

O feito disseminou no mercado um sentimento de que as cotações haviam atingido um novo patamar e que as médias históricas (soja a US$ 6 e milho a US$ 2,50) haviam ficado definitivamente para trás. Os funda-mentos pareciam sólidos. Programas de biocombustíveis que desviavam quase metade da safra de milho dos Estados Unidos para a produção de etanol e a crescente demanda de eco-nomias emergentes como China e Índia, combinados a uma série de frustações climáticas que reduziu a produção nas principais regiões pro-dutoras de cereais do mundo, alçaram os preços a uma banda mais elevada.

Em meados do ano passado, contu-do, os fundamentos do mercado come-çaram a ser alterados– e a soja, até então oscilando de US$ 12,5 a US$ 16,30 por bushel, caiu rapidamente, chegando a romper os US$ 10 pela pri-meira vez em mais de quatro anos.

O crescimento econômico das nações emergentes, que avançava em ritmo galopante até 2012, a uma média de 8% ao ano, desacelerou para cerca de 5%. No mundo desen-volvido, o Japão, maior importador de milho, entrou oficialmente em recessão em 2014. A zona do euro, perto de um quarto da economia glo-bal, escapou à recessão, mas cresce a taxas cada vez menores. A China, destino de 65% da soja comercializa-da no mundo, cresce a 7,5%, bem abaixo de taxas de dois dígitos. (LG)

Fundamentos macroeconômicos ampliam oscilações

Estoques reduzem cotações mas não derrubam novo

patamar de preços.

116 dias de consumo é o tempo que os estoques mundiais de soja poderão atender ao final da safra 2014/15– quase um mês a mais do que na temporada passada e o maior nível da história. No milho, reservas ao final do ciclo atual serão suficientes para suprir a demanda global por 71 dias – 5 dias a mais do que na safra anterior e o maior nível desde 2002/03, segundo o Usda.

mercado agro da instituição.“Fatores macroeconômicos perma-

necem em jogo e os preços continua-rão respondendo a oscilações no balan-ço de oferta e demanda, uma vez que os estoques da maioria das commodi-ties ainda não estão nos níveis necessá-rios para proporcionar uma margem de segurança suficiente”, detalhou às agências de notícias.

Pereira explica que, numa conjun-tura em que a produção mundial supe-ra o consumo, o mercado fica bastante sensível a qualquer perturbação na demanda, respondendo com quedas ao menor sinal de desaceleração. Por outro lado, eventuais choques de ofer-ta, como problemas climáticos ou reduções de plantio, teriam efeito con-trário, elevando as cotações.

Page 22: Especial ShowRural 2015

22 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

IGoR Castanho

:: Se a queda nas cotações interna-cionais põe fim à lua-de-mel entre os agricultores e o mercado de soja e milho, a pecuária vive um ciclo inverso. Após enfrentar anos de retração – que resultaram no fecha-mento de empresas e na redução de planteis – o setor supera a instabili-dade com custos controlados e equi-líbrio de oferta e demanda. Com alta de dois dígitos em um ano nos pre-ços, atividades como a suinocultura e a bovinocultura voltam a atrair investimentos e buscam uma reto-mada em 2015.

O boi encara a situação mais pri-vilegiada, após um longo período de perda de área para a soja. Desde a década passada, a pecuária reduz as

pastagens e, no caso do Paraná, tam-bém os planteis, com abate de fême-as. O ajuste gerou escassez e o valor da arroba atingiu cotação recorde, próxima de R$ 140 no estado.

“Além do aperto na oferta, a exportação subiu muito no ano pas-sado ampliando a pressão da deman-da interna sobre os preços”, indica o zootecnista Paulo Rossi, coordena-dor do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura (LapBov) , na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Considerando apenas os embarques da proteína não proces-sada (in natura), 2014 gerou receita recorde de US$ 5,73 bilhões (7% a mais que no ano anterior).

Como o apetite externo deve continuar intenso, as cotações vão se manter em um patamar elevado

neste ano, aponta Aedson Pereira, analista de mercado da Informa Economics FNP. “O ciclo da pecuá-ria é mais longo. Então, até rees-truturar a oferta os preços deve continuar em alta”, explica. Os custos de reposição também aumentaram, então o ajuste vai levar tempo, salienta.

Os preços da carne bovina chega-ram a patamares históricos em 2014 e continuam em alta. O boi gordo subiu 13,5% ante a média do ano passado, conforme monitora-mento do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral). A reação do setor produtivo, em busca de animais para engorda, aparece na elevação da cotação da arroba boi magro, que foi de 14,1% no mesmo período.

reviravolta na pecuária

carnes

Produção de proteína animal atrai investimentos e promete boas margens ao

produtor em 2015. Cenário rebate ano de pressão nas cotações agrícolas

Page 23: Especial ShowRural 2015

23GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Cotação da arroba bovina cresce 13,5% sobre

médias recordes registradas em 2014.

:: O quadro favorável à pecuária deixa os produtores otimistas. Em Candói (Centro-Sul do Paraná), o agropecua-rista Gibran Araújo ainda tem na agri-cultura a principal fonte de renda, mas sente-se mais estimulado pelo resultado da pecuária. E interpreta a elevação das cotações como um indí-cio de que o mercado quer não só volume, mas também qualidade.

“A expectativa é de que o ano seja bom, pois a demanda está aquecida”, avalia. Ele aposta no início das opera-

Cotações indicam que mercado quer volume e qualidade

ções do frigorífico da Cooperaliança, que pretende iniciar neste ano a pro-dução de cortes nobres em Guarapuava, na mesma região, para alcançar o mercado de Curitiba. “Estamos ampliando o rebanho anu-almente”, revela.

A atuação em grupo busca estabi-lidade. “A cooperativa não nos deixa refém dos frigoríficos e garante uma boa remuneração”, acrescenta.

O setor deve buscar ganho de pro-dutividade, aponta o analista da

Informa Economics Aedson Pereira. A integração lavoura-pecuária vem crescendo, o que favorece uma reto-mada nas pastagens, considera.

No Paraná, regiões como o Arenito Caiuá (Noroeste) vêm apostando nes-se modelo para ampliar a rentabili-dade no campo. A aposta é de longo prazo, mas tem potencial, destaca Paulo Rossi, especialista do LapBov. “A demanda global por carne é cres-cente, e o Brasil é o país que pode ampliar a produção”, frisa. (IC)

Page 24: Especial ShowRural 2015

24 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

IGoR Castanho

:: Mesmo acumulando valorização inferior à da bovinocultura, as cadeias de suínos e aves também registram crescimento. E reforçam investimentos mirando nova expansão em 2015. Representante dos dois setores, o presi-dente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, aponta que, “mesmo que repita as marcas de 2014, o ano de 2015 será positivo”. “Mas é possível ir além”, acrescenta.

Ele avalia que a valorização do dólar e a abertura de novos mercados são fato-res benéficos para as exportações, num momento em que o custo dos insumos permanece estável. Em real, o preço da soja caiu 5% e do milho subiu 10% no último ano no Paraná, equilibrando o valor da ração. Já o quilo do suíno vivo pago ao produtor subiu 3,5% e o do fran-go cresceu 2% no período, numa ten-dência que promete perdurar.

A retomada tem atraído investimen-tos de cooperativas como o trio ABC, dos Campos Gerais (Castrolanda, Batavo e Capal). O grupo está injetando mais de R$ 200 milhões em uma Unidade Industrial de Carnes instalada em Castro (Campos Gerais), com capacida-de para abate de 2,3 mil suínos por dia.

“A meta é dobrar essa produção até 2019. Então, depois da inauguração vamos continuar investindo”, revela o superintendente da unidade, Ivonei Durigon. Batizada de Alegra Foods, a unidade lança nova marca das coope-rativas holandesas, com foco no merca-

Com custos controlados, altas pouco expressivas no valor

das carnes passam a dar respaldo a investimentos de peso.

Só duas novas plantas somam R$ 650 milhões

aves e suínos para o mundonovos mercados

do interno e no exterior. “Percebemos que ou agregávamos valor à produção ou a suinocultura deixaria de ser rentá-vel na região”, relata o executivo.

No Oeste do Paraná, quem faz inves-timento semelhante é o grupo da Frimesa, comandado pelas cooperati-vas C.Vale (Palotina), Copacol (Cafelândia), Copagril (Marechal

Cândido Rondon), Lar (Medianeira) e Primato (Toledo). Aplica R$ 450 milhões na construção de um frigorífi-co de suínos em Assis Chateaubriand (Oeste), com capacidade de abate de 7 mil animais por dia até 2022. A meta é realizar um aporte complementar de R$300 milhões e chegar a 14 mil ani-mais abatidos por dia em 2030.

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Suínos rendem mais na exportação e no preço interno, perdendo apenas para os bovinos.

Frango acumula valorização de 2% no Paraná em um ano.

Page 25: Especial ShowRural 2015

25GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

:: As vendas antecipadas de soja no Paraná não estão acompanhando a velocidade das máquinas agrícolas que percorrem as lavouras. Cotações abai-xo da expectativa de R$ 60 por saca fazem com que parte dos produtores segure o produto apostando na melho-ra dos preços ao longo da colheita que se estende até abril.

Conforme a França Junior Consul-toria, o Paraná comercializou ape-nas 16% da soja antes da colheita, que deve chegar a 17,2 milhões de toneladas de soja, de acordo com projeção da Expedição Safra Gazeta do Povo. O índice é sete pontos menor que o do ano anterior (23%) e seis pontos inferior à média das últi-mas cinco temporadas (22%). Tradicionalmente é a região Oeste (Cascavel e Toledo) que puxa as ven-das, junto com Guarapuava.

“As vendas deslancharam um pou-co no final do ano passado por conta da melhora do câmbio. Isso trouxe a soja para níveis remuneradores e reani-mou os produtores”, contextualiza o consultor Flávio de França Junior. Porém, nem mesmo uma nova alta no dólar deve ser suficiente para destravar as vendas de soja no estado em feverei-ro. A safra recorde aliada aos estoques altos não devem permitir que o preço da oleaginosa melhore significativa-mente.

Paralelamente, a colheita avança para um terço da área plantada. E abre espaço para o plantio de milho de inverno, que, apesar dos contratempos ligados à falta de chuva que se acumu-

lam desde setembro, tende a ocupar área próxima da registrada em 2014, que foi de 1,88 milhão de hectares, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral).

Caso os negócios continuem fracos, o Paraná pode enfrentar problemas pontuais com a armazenagem da safra. Atualmente o estado tem capaci-dade para abrigar 23 milhões de tone-ladas de grãos, para uma produção anual de grãos que passa de 35 milhões de toneladas. O setor considera que o ideal seria dobrar essa estrutura.

“Além da soja, é preciso considerar que está entrando a safra e milho e existe o saldo de trigo e milho do inverno de 2014. Pode dar alguma embolada, mas nada generalizado”, diz França.

milhoAs vendas antecipadas do milho de inverno ainda não têm índices pre-cisos. Mas, diante de preços próxi-mos de R$ 20 por saca, muitos pro-dutores paranaenses estão prefe-rindo comprometer o cereal do que a soja, em contratos de troca por insumos.

De acordo com a técnica da Secretaria Estadual de Agricultura e Abaste-cimento (Seab) Juliana Yagushi, as cooperativas estimulam negócios, até como forma de incen-tivar o cultivo, reduzido no verão. “O que está ocorrendo bastante é venda antecipada em troca de insu-mo, principalmente no Oeste e Norte, grandes polos produtores do cereal”, ressalta Juliana.

Colheita de verão e plantio de

inverno ganham ritmo, mas

comercialização ainda segue

compasso lento diante de

cotações abaixo das expectativas

CaRLos GuImaRães FILho

lavouras aceleradas, vendas retraídasplanejamento

Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Milho de inverno tende a ocupar mais de 1,8 milhão de hectares, como em 2014.

Page 26: Especial ShowRural 2015

26 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

Lança gigante

peso: 52 toneladascomprimento (a partir do trilho): 36,5 metrosaltura do suporte da lança: 18 metrosalcance sobre o navio: 30 metroscomparação: A lança dos carregadores antigos, a partir do trilho, tem comprimento entre 22,5 metros e 26,5 m, ou seja, 10 m de alcance a menos que os novos equipamentos. O suporte fica 2 m mais baixo (14,5 m a 16 m) e permite projeção de 20 metros sobre os navios (que têm 32 metros de largura).

CaRLos GuImaRães FILho

:: Às vésperas do escoamento da safra de grãos, o Porto de Paranaguá inau-gura nesta semana dois dos quatro novos shiploaders (carregadores de navios) em instalação. Características técnicas dos novos equipamentos prometem acelerar as atividades do Corredor de Exportação, onde atra-cam os graneleiros.

Os shiploaders prometem funcionar como “braços de ferro” sobre os navios. Eles são maiores (veja comparativo na próxima página) e podem despejar grãos em diferentes pontos sobre as embarcações. Os carreadores antigos exigem pausas para que máquinas espalhem os grãos de forma homogê-nea no convés. A velocidade das correias também é apontada como vantagem. Os resultados são medidos em volume.

Serão mil toneladas a mais por hora – 500 t extras por shiploader, prevê o Porto. Quatro dos seis carregadores em uso, que enchem os porões de três navios simultaneamente, serão substi-tuídos. O trabalho deve ser concluído em agosto.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) investiu R$ 59,4 milhões na compra dos equipa-mentos, fornecidos por uma indústria do Rio Grande do Sul.

Os próximos dois shiploaders a serem substituídos estão em uso há cer-ca de 40 anos, desde a década de 1970. Permanecerão instalados dois equipa-mentos com uma década de uso.

Além do Paraná, os estados de Mato Grosso, Mato Grosso dos Sul, São Paulo, Goiás e Santa Catarina devem ser bene-ficiados pelo investimento.

Dois dos quatro novos shiploaders que o Porto de Paranaguá vem instalando começam a operar nesta

semana. Cada um deles é capaz de carregar 2 mil toneladas de grãos por hora, 500 a mais que os antigos

novos braços para o portoInvestimento

“Vamos continuar montando o terceiro [shiploader] sem interromper o escoamento da safra para não prejudicar nossos clientes. Assim que baixar a movimentação, em agosto, o trabalho será concluído.”luiz Henrique dividino, superintendente da Appa.

Pausasque somavam 900 horas ao ano, no três berços de atracação de graneleiros do Corredor de Exportação, eram necessárias pelo uso dos carregadores antigos, instalados há pelo menos uma década. Os próximos dois a serem substituídos são usados desde a década de 1970.

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27GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

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30 metrosde lança representam alcance 33% maior, para o carregamento de navios mais largos. A distância onde os grãos são despejados pode ser ajustada ao ponto conveniente.

35 naviosa mais por ano (1,5 milhão a 2 milhões de toneladas) poderão ser carregados com a troca de quatro dos seis carregadores de Paranaguá, prevê o superintendente do porto, Luiz Henrique Dividino.

95 caminhõesde grãos a mais por dia

podem descarregar em Paranaguá, caso haja

demanda, com o novo ritmo de embarque

proporcionado pela troca de carregadores e correias.

Page 28: Especial ShowRural 2015

28 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

síLvIo oRICoLLI, espeCIaL paRa a Gazeta Do povo

:: Diante da retração de 17,4% nas vendas de máquinas agrícolas em 2014 em relação ao exercício ante-rior – foram 14.476 unidades a menos que em 2013, ou 68.516 no total –, as montadoras esperam ao menos sustentar os últimos índices neste ano. A estimativa vale também para as vendas durante o Show Rural, o primeiro termômetro de 2015 sobre esse mercado.

Os organizadores assumem esti-mativa de queda de 10% nos negó-cios a serem gerados na feira. Se for confirmado, o índice reduz o fatura-mento bruto de R$ 2 bilhões para R$ 1,8 bilhão (considerando contratos assinados e prospecções).

Para Dilvo Grolli, presidente da Coopavel e do Show Rural, a retração “é consequência da situação econô-mica do país”. Ele observa que, nos últimos dois anos, “houve uma acen-tuada renovação no parque de máquinas pelos produtores rurais”. As 82.922 unidades vendidas em 2013 representam recorde histórico.

Os produtores estão reduzindo compras, principalmente de máqui-nas maiores. No balanço de 2014, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontou que foram vendidos 55.623 tratores, 14,5% a menos que os 65.089 do ano anterior, e 6.330

colheitadeiras, queda de 25,9% ante o saldo de 8.539 mil de 2013. A base alta de comparação torna esses recu-os mais expressivos.

rebateA disponibilidade de crédito tende a amortecer o impacto dessa tendên-cia, avalia a indústria. Outro fator que deve ter influência sobre a deci-são do produtor em investir em maquinário é o lançamento de modelos que agregam mais tecnolo-gia às máquinas agrícolas.

Segundo Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland para a América Latina, este ano deve se aproximar de 2012 (quando foram vendidas 70,1 mil unidades) e 2014, que são considerados bons para o setor. A expectiva é confirmar esse quadro já no Show Rural. “Devemos manter, em 2015, a posição que temos no mercado nos últimos dez anos, com participação de 31% no setor de colheitadeiras e de 20% em tratores”, acrescenta.

Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, não descarta a possibilidade de o mercado ficar “um pouco abaixo” de 2014, dependendo de alguns fatores, como o preço das commodities. “Melhoria geral vai haver no setor sucroenergético, com renovação de frotas e crescimento de mercado para tratores de baixa e média potência”, aponta.

Indústria de tratores, colheitadeiras e implementos vai testar

previsão de recuo na comercialização durante o Show Rural Coopavel.

Setor deve determinar o faturamento da feira

ano de vendas apertadasmáquinas agrícolas

68,5 milmáquinas agrícolas foram vendidas no Brasil em 2014, com recuo de 17,4% ante o recorde histórico de 2013. Previsões são de que, em 2015, essa retração seja menor, apesar de um incremento nos negócios estar condicionado à improvável valorização das commodities no mercado global.

Para o comércio de colheitadeiras, 2015 será sombrio. Isso após recuo de 25,9% em 2014.

Page 29: Especial ShowRural 2015

29GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

10% de quedano faturamento bruto do Show Rural (incluindo negócios fechados e prospecções) são previstos pelos organizadores do evento. Indústria prefere falar em ano parecido com 2014 ou 2012. Para o setor industrial, o alto desempenho de dois anos atrás foi um ponto fora da curva.

Meio terMo

para baixoA desvalorização das commodities agrícolas no mercado internacional deixa o agronegócio com um pé atrás. Apesar de a alta do dólar amortecer o impacto nos preços em real, os produtores devem registrar margens mais apertadas. Além disso, houve intensa renovação no parque de máquinas nos últimos anos, o que reduz a urgência de novas aquisições.

para cimaA oferta de crédito – as instituições financeiras informam ter orçamento de sobra para financiar máquinas agrícolas – e as novidades tecnológicas prometem estimular as vendas. A indústria avalia que a expansão da produção exige contínua renovação do maquinário e que ainda há milhares de máquinas com mais de 10 anos no campo.

André Rodrigues/ Gazeta do Povo

conforme as previsões das indústrias, o brasil deve vender entre 68 mil e 70 mil máquinas agrícolas em 2015, marcas atingidas em 2014 e 2012, respectivamente.

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30 GAZETA DO POVO Fevereiro de 2015AGRONegócio – especial Show Rural

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Da ReDação

:: O agronegócio busca suporte no aumento da produção de 2014/15 para elevar sua renda bruta e a recei-ta das exportações deste ano, confere a Expedição Safra Gazeta do Povo, numa nova série de roteiros para monitoramento da colheita de verão em 16 estados do país. Técnicos e jor-nalistas do projeto percorrem, nesta semana, o Oeste do Paraná – com passagem pelo Show Rural, em Cascavel –, região onde essa aposta vem se confirmando.

Expansão em área e produtivida-de configuram estratégia de duplo suporte no caso da soja. É a primeira vez que o Oeste bate a marca de 1 milhão de hectares, com 3% de cres-cimento ante a temporada 2013/14 – área que corresponde a 20% das lavouras da oleaginosa no estado.

Líder em volume por talhão, a região tenta avançar 3% também em produ-tividade, alcançando média de 3,55 mil quilos por hectare (59 sc/ha) – 6% ou três sacas além da média esta-dual.

A equipe da Expedição vai confe-rir com líderes do setor, técnicos e produtores se as escolhas tecnológi-cas e o trabalho de campo vêm surtin-do os resultados previstos, bem como qual o impacto das variações climáti-cas nas lavouras. As entrevistas serão realizadas durante visitas a lavouras, empresas do setor e durante o Show Rural.

suporte no invernoA expansão da soja exige que o Oeste, pela escassez de áreas, reduza cada vez mais o milho no verão. Desta vez, o corte foi de 40% e limitou o cereal a 30 mil hectares. Isso não significa

que a região vai produzir menos milho em 2014/15. A área do verão corresponde a apenas 4% da exten-são prevista para o ciclo de inverno: 700 mil hectares. Enquanto outros centros agrícolas recuam, a região busca condições climáticas para sus-tentar ou até ampliar o cultivo da próxima estação.

Agronegócio de regiões como o Oeste do Paraná reforçam aposta no

cultivo de grãos como forma de ampliar receita bruta e exportações

Produção e mercado pautam discussãoexpedição safra

Nas próximas duas semanas, equipes

de técnicos e jornalistas

percorrem regiões agrícolas do PR, SP,

MS, MT e RO.

3 sacasde soja por hectare além da média estadual. Essa é a vantagem que o Oeste do Paraná, com 20% das lavouras do estado, pretende abrir nesta temporada.

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31GAZETA DO POVO AGRONegócio – especial Show Rural

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