especial expoingá 2014

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MAIO DE 2014 ESPECIAL EXPOINGÁ Uva e seringueira reforçam polo produtivo do Noroeste Expoingá busca conexão direta com a agropecuária LIDERANÇA ABSOLUTA Com alta liquidez, soja registra participação cada vez maior nas receitas do agronegócio. O grão já responde por 20% do Valor Bruto da Produção (VBP) nacional e 30% no Paraná.

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Terceira edição da revista especial do Agronegócio Gazeta do Povo mostra a participação da soja no Valor Bruto da Produção Agropecuária no Brasil e no Paraná. Publicação também destaca conjuntura e tendências para milho, trigo, fruticultura, pecuária e obras logística no estado.

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MAIO DE 2014ESPECIAL EXPOINGÁ

Uva e seringueira reforçam polo produtivo do NoroesteExpoingá busca conexão direta com a agropecuária

LIDERANÇAABSOLUTACom alta liquidez, soja registra participação

cada vez maior nas receitas do agronegócio. O grão já responde por 20% do Valor Bruto da

Produção (VBP) nacional e 30% no Paraná.

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Page 4: Especial Expoingá 2014

4 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

Seja um parceiro GTFoods

Sobre o GrupoGTFoods

Para os avicultores integrados, a empresa fornece ração, pintainhos,assistência técnica e veterinária e segue padrões de biossegurança.

Produtores de grãos também podem comercializar a sua produção com a empresa.Informações: (44) 3218-3500 - www.gtfoods.com.br

Anova linha de produtos Canção Alimentosvempara agradar aindamais o paladar de todos.

Nossos cortes de carne suína, linguiça de frango, polenta,batata emandioca são uma nova opção saborosa, tanto para

os pratos do dia-a-dia quanto para as refeiçõesmais so�sticadas.

Experimente!

OGrupoGTFoods teveorigemnacidadedeMaringáhámaisde20anos, comacriaçãoda indústria avícolaFrangosCanção pelos empresários Rogério Gonçalves e Ciliomar Tortola. Hoje o grupo está em franca ascensão tanto emtermosdeproduçãoquantode faturamento, superioresagrandesconcorrentesdosetor.Emseusquase22anosde trajetória, aFrangosCanção foi amarcaquedeunomeàempresaGonçalves&TortolaS/A,agoraGrupoGTFoods. Desenvolvendoprodutos de alta qualidade e competitividade, a empresa alcançou todooBrasil eoexterior.O grupo é composto pelas marcas Canção Alimentos, Frangos Canção, Gold Frango, Mister Frango e Bellaves(exclusiva para exportação). Atualmente a empresa abate cerca de 480mil aves/dia em cinco plantas e administrareceitas totais superiores a R$1bilhão. A forçade vendasdogrupoabrange, nomercado interno, o atendimentodeclientes em todo o Brasil, e, no mercado externo, mais de 70 países, para onde é exportada cerca de 30% daproduçãodogrupo.Entre os diferenciais da empresa está a verticalização da cadeia produtiva desde as matrizes de recria e produção,até a distribuição do produto acabado. São cinco núcleos de recria de matrizes com capacidade para receber 352mil fêmeas e 51 mil machos e 10 núcleos de produção de ovos, que �cam Marilena, Mirador e Rondon e sãopreparados para receber 680 mil fêmeas e 71,5 mil machos, incubatório com capacidade de produção de 10milhõespintainhos/mêsequatro fábricasde raçãoqueabastecemtodoocicloprodutivodogrupo.

Japão, Hong Kong, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes eVenezuela estão entre os principais importadores dos produtosdoGrupoGTFoods. A empresa está avançando ainda para liberaras exportações para União Europeia, Singapura e África do Sul.No Brasil as principais regiões de venda são Sul, Sudeste eNordeste.

Principais Mercados

Além de manter granjas próprias, o grupo atua principalmentecom produtores integrados, são mais de 900 aviáriosespalhados pormais de 35municípios do PR e SC, os quais temcapacidade de alojamento de 22 milhões de aves. Paraindustrialização e comercialização, o grupo conta com cincoplantas de abate, 13 �liais de vendas distribuídas pelo Brasil ecercade6,5mil colaboradores.Além da carne de frango, carro chefe da companhia, o grupocomercializa alimentos congelados como: batata, polenta,mandioca, vegetais, legumes, frutas, carnebovina, carne suínaepescados, alémdosembutidos.

Page 5: Especial Expoingá 2014

5GAZETA DO POVO AGRONegócio

Seja um parceiro GTFoods

Sobre o GrupoGTFoods

Para os avicultores integrados, a empresa fornece ração, pintainhos,assistência técnica e veterinária e segue padrões de biossegurança.

Produtores de grãos também podem comercializar a sua produção com a empresa.Informações: (44) 3218-3500 - www.gtfoods.com.br

Anova linha de produtos Canção Alimentosvempara agradar aindamais o paladar de todos.

Nossos cortes de carne suína, linguiça de frango, polenta,batata emandioca são uma nova opção saborosa, tanto para

os pratos do dia-a-dia quanto para as refeiçõesmais so�sticadas.

Experimente!

OGrupoGTFoods teveorigemnacidadedeMaringáhámaisde20anos, comacriaçãoda indústria avícolaFrangosCanção pelos empresários Rogério Gonçalves e Ciliomar Tortola. Hoje o grupo está em franca ascensão tanto emtermosdeproduçãoquantode faturamento, superioresagrandesconcorrentesdosetor.Emseusquase22anosde trajetória, aFrangosCanção foi amarcaquedeunomeàempresaGonçalves&TortolaS/A,agoraGrupoGTFoods. Desenvolvendoprodutos de alta qualidade e competitividade, a empresa alcançou todooBrasil eoexterior.O grupo é composto pelas marcas Canção Alimentos, Frangos Canção, Gold Frango, Mister Frango e Bellaves(exclusiva para exportação). Atualmente a empresa abate cerca de 480mil aves/dia em cinco plantas e administrareceitas totais superiores a R$1bilhão. A forçade vendasdogrupoabrange, nomercado interno, o atendimentodeclientes em todo o Brasil, e, no mercado externo, mais de 70 países, para onde é exportada cerca de 30% daproduçãodogrupo.Entre os diferenciais da empresa está a verticalização da cadeia produtiva desde as matrizes de recria e produção,até a distribuição do produto acabado. São cinco núcleos de recria de matrizes com capacidade para receber 352mil fêmeas e 51 mil machos e 10 núcleos de produção de ovos, que �cam Marilena, Mirador e Rondon e sãopreparados para receber 680 mil fêmeas e 71,5 mil machos, incubatório com capacidade de produção de 10milhõespintainhos/mêsequatro fábricasde raçãoqueabastecemtodoocicloprodutivodogrupo.

Japão, Hong Kong, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes eVenezuela estão entre os principais importadores dos produtosdoGrupoGTFoods. A empresa está avançando ainda para liberaras exportações para União Europeia, Singapura e África do Sul.No Brasil as principais regiões de venda são Sul, Sudeste eNordeste.

Principais Mercados

Além de manter granjas próprias, o grupo atua principalmentecom produtores integrados, são mais de 900 aviáriosespalhados pormais de 35municípios do PR e SC, os quais temcapacidade de alojamento de 22 milhões de aves. Paraindustrialização e comercialização, o grupo conta com cincoplantas de abate, 13 �liais de vendas distribuídas pelo Brasil ecercade6,5mil colaboradores.Além da carne de frango, carro chefe da companhia, o grupocomercializa alimentos congelados como: batata, polenta,mandioca, vegetais, legumes, frutas, carnebovina, carne suínaepescados, alémdosembutidos.

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6 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

[editorial

Em 10 anos, a produção brasileira de soja cresceu qua-se 70%, de pouco mais de 50 milhões para quase 90 milhões de toneladas. A área, no entanto, teve um incremento inferior a 30%. No Paraná não foi dife-

rente. O cultivo aumentou 20% e o volume quase 60%. Um período em que Mato Grosso assumiu a liderança na produção e o Brasil alcançou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador da oleaginosa. Ficou definida, portanto, a aposta, a vocação e a opção pela soja.

Isso porque não se trata de cultura natural do Brasil. Ela teve que ser adaptada, do Rio Grande do Sul ao Cerrado. Um resultado de quatro décadas de pesquisa e também de pionei-rismo do produtor. Em especial de gaúchos e paranaenses, que conquistaram as grandes fronteiras agrícolas do Centro-Oeste e do Centro-Norte e fizeram da soja o principal ativo do agro-negócio brasileiro, que gera divisas, promove o desenvolvi-mento econômico e social, no campo e na cidade.

Literalmente, vivemos tempos em que a soja vale o quanto pesa. Um pouco mais, um pouco menos, a depender da região de produção e consumo/escoamento, bem como da oferta e demanda, a saca de 60 quilos gira em torno de R$ 60. Uma relação que torna o negócio rentável, com expressiva partici-pação no Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária. São mais de R$ 90 bilhões em âmbito nacional e de R$ 16 bilhões no estadual.

Foi um pouco dessa história que motivou a reportagem de capa de mais uma publicação especial do Agronegócio Gazeta do Povo. Entre outros assuntos da cadeia produti-via, a revista também destaca a Expoingá, feira que de soja tem quase nada, mas que oferece muito de agropecuária e entretenimento. Uma publicação que enfoca a diversificação de Maringá e região, reconhecidamente um importante polo agrícola e pecuário do Paraná e do Brasil.

Giovani Ferreira, Coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do [email protected]

Vale quanto pesa [índice

EXPEDIENTEA revista Agronegócio é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de

Redação: Maria Sandra Gonçalves. Edito r Execu tivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocher.

Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Alexandre L. De Mari,

Carlos Bovo e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos

Tavares. Diagra ma ção: Kako Frare. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas. Marcos

Luis Navarro e Mauro Chichon de Jesus. Foto Capa: Andre Rodrigues. Re da ção: (41) 3321-

5050. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41) 3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: agro@

gazetadopovo.com.br Site: www.agrogp.com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR.

CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente. Impressão e acabamento:

Gráfica Serzegraf

AGRO LIGADO NA EXPOINGÁ

DUPLICAÇÃO À VISTA

FARTURA DE MILHO

SERINGUEIRA LUCRATIVA

DE TREM OU CAMINHÃO?

SAFRINHA DE UVA Após

8 a 10

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O agronegócio tem até sete eventos simultâneos na Exposição Agropecuária de Maringá, que registra conexão direta com o setor

Os caminhões vão gastar mais percorrer os 207 quilômetros da PR-323 prestes a serem duplicados, mas haverá economia de tempo

Mesmo com recuo na safrinha, o Brasil colhe 25% mais milho do que nos últimos dez anos e pode enfrentar reviravolta no mercado

O Paraná estrutura a cadeia do látex com crescimento lento, mas tem planos ambiciosos no longo prazo

Sob pressão, ALL e Rumo negam intenção de reduzir espaço na soja no transporte ferroviário

quebra no verão, Marialva registra boa colheita de inverno e dilui custos da viticultura

Page 7: Especial Expoingá 2014

7GAZETA DO POVO AGRONegócioBSBIOS - Estrada da Fruteira, s/nº | Lote 212 A/B | Cep. 86990-000 | Marialva | Paraná | Brasil | Tel. +55 44 3112-1000

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Aposta acertada na sojaO Brasil registra aumento da participação da oleaginosa no Valor Bruto da Produção

Agropecuária, uma prova de que a expansão do cultivo foi uma estratégia

correta

12 a 15

UNIDOS E MAIS FORTES

Com fusão de entidades, suinocultura e avicultura encontram maior facilidade para abrir novos mercados de exportação

RETOMADA NA TRITICULTURA

Num ano em que o Rio Grande do Sul tenta repetir recorde e o Paraná retoma o plantio, o Brasil deve colher mais trigo do que nunca

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[destaques

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Henry Milleo/Gazeta do Povo

Page 8: Especial Expoingá 2014

8 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

Em ano de Copa, Exposição

Agropecuária de Maringá

exalta desempenho brasileiro no

“campo” e a importância do

agronegócio para a economia

MARLY AIRES,ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

::A Expoingá entrou no clima da Copa do Mundo e declarou que o Brasil é campeão “no campo e na cidade”. De 8 a 18 de maio, no Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro, vai mostrar o desempenho de setores como o da soja e o da pecuária bovi-na, em que o país é líder em exporta-ção.

O ano é para testar os limites da própria Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá,

realizada pela Sociedade Rural do município (SRM). Há três edições o evento recebe mais de 500 mil visitas e movimenta acima de R$ 200 milhões. Os recordes são de 2012: 562 mil visitações e R$ 273 milhões em negócios. Os organizadores afir-mam que a 42.ª edição vai sustentar o novo patamar de público, apesar de os produtores de grãos da região terem sido os mais prejudicados do Paraná pelas estiagens do último verão.

Oito noites de shows musicais, três noites de rodeios, área de exposi-ção lotada. A feira concentra estan-des de 924 expositores e 12 mil ani-mais. Os cursos e conferências liga-dos ao agronegócio e às atividades culturais dão ritmo à feira. Concessionárias de máquinas agríco-las e de veículos são as empresas que mais faturam. O impacto na econo-mia local atinge diretamente 10 mil pessoas que trabalham na realização do evento.

Feira de campeões[expoingá

550 milvisitas por edição vêm sendo registradas pela Expoingá nesta década, um novo patamar de público que reestrutura a feira, realizada com participação de 10 mil pessoas.

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Page 9: Especial Expoingá 2014

9GAZETA DO POVO AGRONegócio

Agronegócio mais participativoA Expoingá mantém público acima de 500 mil pessoas e movimenta mais de R$ 200 milhões há três edições. Mais que uma vitrine, a feira assume função prática na renovação das tecnologias de produção e na definição das estratégias comerciais do agronegócio, avalia o presidente da Sociedade Rural de Mariná (SRM), Wilson de Matos Silva Filho.

❚ MARINGÁ ❚ Marly Aires, ❚ especial para a Gazeta do Povo

Como a feira interfere na atividade agropecuária da região? Temos valor estratégico para o produtor na comercialização de produtos e na divulgação de tecnologias e equipamentos que ampliam a produtividade do agronegócio.

ENTREVISTA Ivan Amorin/SRM

A quebra climática na produção de grãos vai influir nos resultados da feira? A expectativa é das melhores. A alta no preço da arroba do boi, o desempenho das exportações de carne bovina, a

rentabilidade e os preços das commodities (...) só aumentam o interesse e a participação dos agropecuaristas. O número de expositores (924) nunca foi tão expressivo.

Como estão as negociações com a prefeitura sobre a administração do parque onde é realizada a feira? Participaremos da licitação [a ser aberta neste ano] com confiança. Constantemente levantamos bandeiras em prol de inúmeras causas. Representamos uma classe, a do agronegócio, que é a locomotiva da economia brasileira. A sociedade e os governantes sabem de nosso trabalho, reconhecem o quanto a Sociedade Rural e o Parque estão intimamente ligados ao desenvolvimento de Maringá. Investimos cerca de R$ 36 milhões, de forma voluntária, na estruturação de um espaço de chão batido [ao longo de três décadas].

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10 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

AGENDA TÉCNICA

Os cursos, seminários e conferências vão do começo ao fim da feira, com até sete atividades simultâneas.

TREINAMENTO E ANÁLISEEspecialistas e trabalhadores do agronegócio têm compromissos marcados na Expoingá. O mercado internacional é tema de um fórum dia 8, às 18h45, no Restaurante Central. Governo e instituições privadas apresentam os palestrantes Michel Alaby, Hamilton Belizario e Wagner Enis Weber. Quem põe a mão na massa terá curso de agricultura de precisão e de pecuária bovina de corte nos dias 8, 9 e 10, a partir da 8 horas. Os operadores e mecânicos de colheitadeiras e tratores e os trabalhadores da bovinocultura de leite participam de seminário nos dias 12, 13 e 14, das 8 às 17 horas.

DEBATES POR SETORO panorama mundial da avicultura será debatido dia 16, das 7h30 ao meio dia, no mesmo local. A ovinocultura (foto) se reúne dia 14, a partir das 8 horas, no espaço da Ovinomar, e a floricultura, dia 13, na unidade didática (sala 2). Eventos técnicos sobre genética envolvem diariamente a pecuária bovina.

ASSUNTO DE MULHERO 3.º Encontro Regional de Mulheres Rurais está previsto para dia 15, das 7 às 13 horas. A crescente participação feminina no setor é tradicionalmente discutida na Expoingá. As inscrições para boa parte dos eventos são gratuitas e podem ser feitas na hora.

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Criadores de ovinos têm encontro quarta-feira.

MÚSICA E AGITAÇÃO

Os shows programados para a Expoingá somam 85 horas, o equivalente a três dias e meio de diversão.

DO SERTANEJO À MÚSICA RELIGIOSAA arena do Parque Francisco Feio Ribeiro vai receber 10 atrações nacionais e o palco cultural outras 50 apresentações regionais. A primeira noite de show, quinta-feira (8), é da música religiosa: Ministério a Ti, Livres (com Juliano Son) e Thalles Roberto. O sertanejo embala a sexta (9), com João Bosco & Vinícius. O sábado (10) está reservado para Paula Fernandes (foto) e o domingo (11) fica para Fernando & Sorocaba. Os Paralamas do Sucesso vão tocar segunda (12). A música católica de Padre Reginaldo é a atração de terça (13). O show de quarta (14) é com

Claudia Leite e o de quinta-feira (15) com Cristiano Araújo. As noites de sexta a domingo têm rodeio. Mais informações sobre a programação podem ser encontradas no site www.expoinga.com.br.

AXÉ VALORIZADOO acesso ao Parque de Exposições custa R$ 8,00. Crianças até 8 anos e idosos acima de 65 anos e portadores de necessidades especiais não pagam. Para assistir aos shows, o ingresso é de R$ 50. Com exceção do show de Claudia Leite, que sai R$ 80. Nas apresentações do Padre Reginaldo e de Os Paralamas do Sucesso, basta levar produtos não perecíveis, de higiene ou agasalhos. As noites de rodeio custam R$ 30 por pessoa.

MEIA ENTRADAEstudantes têm direito a pagar metade do preço do primeiro ao último dia da feira.

Paula Fernandes ganhaa noite de sábado.

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Page 11: Especial Expoingá 2014

11GAZETA DO POVO AGRONegócio

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12 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

MAIS PESOna economia

[valor da produção

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Soja atinge participação

de 21% no Valor Bruto da

Produção Agropecuária

(VBP) do país e abre

vantagem sobre outros

setores. No Paraná, perto

de um terço da riqueza

gerada no campo vem

da oleaginosa

Há quatro décadas na soja, o produtor Jan Haasjes cultiva atualmente área sete vezes maior nos Campos Gerais.

Page 13: Especial Expoingá 2014

13GAZETA DO POVO AGRONegócio

IGOR CASTANHO

:: Os números mostram que o agro-negócio brasileiro é, mais do que nunca, movido a soja. Com o aumen-to na produção e as cotações em alta, o grão fechou 2013 com renda e par-ticipação recorde no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) – foram R$ 91,6 bilhões, ou 21% de toda a renda produzida no campo. O índice mede toda a riqueza produzi-da “dentro da porteira” e, no caso da oleaginosa, cresce a taxas maiores do que as demais culturas. Uma expan-são que reforça a importância social e econômica do produto para o país.

Na última década o VBP da soja subiu em média 9,5% ao ano. O ritmo acelerado ampliou em mais de cinco pontos porcentuais a contribuição da oleaginosa na soma total da receita do agronegócio, mostram dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na última safra o grão respondeu por pouco mais de um quinto de toda a renda produzida no campo.

A participação se torna ainda mais expressiva quando a análise leva em conta apenas o Paraná. Os R$ 16,1 bilhões faturados em 2013 com a soja representaram 31,6% do VBP estadu-al (R$ 50,9 bilhões).

Esse valor equivale à soma das lavouras de cana-de-açúcar, milho e trigo. O crescimento acumulado soma 107% desde o início da série histórica calculada pelo Mapa, em 2005.

A crescente participação da soja no VBP é reflexo da facilidade maior de cultivo e de comercialização em relação a outras culturas, avalia Júlio Suzuki, diretor de pesquisas do I n s t i t u t o P a r a n a e n s e d e Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “Isso também aju-dou a reduzir a necessidade de apoio do estado à produção”, indica.

Impacto urbanoAlém de ganho econômico, o cres-

cimento da soja também estimula o desenvolvimento social. Quinze dos vinte maiores municípios produto-res paranaenses de soja possuem Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) considerado alto (acima de 0,7), indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A contribuição da oleaginosa no VBP também favorece a arrecadação das prefeituras do Paraná. Desde 1990 o valor é um dos critérios que definem os repasses municipais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte e de Comunicação (ICMS).

“A soja gera empregos, movimenta o comércio local e contribui para o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] dos municípios”, exalta Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil).

ConsumoA expansão da soja ajudou a satisfa-

zer tanto a crescente demanda interna-cional quanto as indústrias locais. O volume exportado pelo Brasil saltou 114% em uma década, chegando a 42,7 milhões de toneladas em 2013. No mesmo período o processamento

subiu 52%, totalizando 36,2 milhões de toneladas, mostram dados da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove).

Nos últimos dez anos, a maior par-te da produção passou por algum tipo de processamento dentro do país. A exceção ocorreu em 2013, quando os embarques para o exterior tomaram à dianteira – foram 42,7 milhões de toneladas ou 52% da safra nacional, conforme a Abiove.

A entidade defende que há mais espaço para a participação da indús-tria na economia local. Um dos fato-res apontados como um limitante é o atual modelo tributário, que, em tese, privilegia a exportação do grão in natura. “O país poderia ter indús-trias maiores e em maior número. Isso daria mais opções de venda para os agricultores”, argumenta Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da associação.

LIDERANÇA DISPARADAA oleaginosa responde por quase um terço da rendaparanaense, superando a média nacional. Confira oporcentual da composição do VBP em 2013:

BRASILPARANÁ

Soja em grão 31,6

Frango 15,1

Milho em grão 13,8

Cana-de-açúcar 6,5

Leite 4,7

Bovinos 4,5

Suínos 3,6

Feijão em grão 3,2

Trigo em grão 3,2

Outros 13,9

Soja em grão 20,9

Bovinos 13,2

Frango 11,4

Cana-de-açúcar 11,3

Milho em grão 8,5

Leite 5,8

Café em grão 3,3

Suínos 2,8

Outros 22,7

Fonte: Mapa. Infografia: Gazeta do Povo.

“A produção agrícola brasileira envolve alto grau de tecnologia, desde a genética das sementes, até a colheita mecanizada e altamente modernizada, o que reflete em si um produto de expressivo valor agregado.”Adriana Silva, pesquisadora do Cepea.

Page 14: Especial Expoingá 2014

pança. Graças a ela conseguimos sustentar a atividade no campo”, conta.O bom desempenho do grão deu condições para custear a faculdade do filho e financiar uma segunda aposta: a produção de laranjas. Cecília relata que os constantes investimentos na propriedade tam-bém contribuíram para o resultado positivo. “É preciso acompanhar as tendências e buscar sempre a inova-ção.” O olhar constante aos movimentos do mercado é o que também man-tém o agricultor Jan Haasjes há qua-tro décadas na sojicultura em

Castro (Campos Gerais). “A soja ajudou a impulsionar a proprie-dade”, resume. A área cultivada saltou de 100 hectares para 780

hectares (300 dedicados ao grão) no período. Além

::A produção de soja ganha escala, mas continua representando fonte de renda para pequenos e médios produtores. Quem mantém tradição de décadas na sojicultura considera a opção acertada. É o caso da produ-tora Cecília Barros de Mello Falavigna, que tem uma área de 290 hectares em Floraí (Norte do Paraná). Após a perda do marido, há 17 anos, ela assumiu o comando da pro-priedade e, mesmo sem experi-ência no campo, decidiu por manter as apostas na oleaginosa. “A soja é a nossa pou-

Cultura dá espaço a médios produtores

de avanços na assistência técnica, o produtor destaca evolução em maquinário e na forma de comercia-lização. “Antes a gente colhia e já vendia, hoje é possível escalonar as operações”, contextualiza. Os especialistas avaliam que a pre-sença da indústria é essencial para agregar valor à cadeia produtiva, mas isso não minimiza a importân-cia da atividade primária. “A produ-ção agrícola brasileira envolve alto grau de tecnologia, desde a genética das sementes, até a colheita mecani-zada e altamente modernizada, o que ref lete em si, um produto de expressivo valor agregado”, consta-ta Adriana Silva, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Ela defende que a produção e o proces-samento são atividades paralelas, que devem coexistir. (IC)

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PARTICIPAÇÃO CRESCENTEA soja forneceua principalcontribuição aoValor Bruto daProdução(VBP) doParaná e doBrasil em 2013: 40,9 35,8

45,459,2 57,4 56,3

62,873,4

91,6 99,1

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

7,86,5

9,411,6

9,3

12,2 13,0 12,4

16,114,1

2005*

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014**

BRASIL PARANÁ

27,023,9

27,6 28,426,6

29,1 28,726,3

31,6% 30,8

15,914,0

15,718,1 18,2

17,2 16,818,3

20,9%22,2

* Os dados regionais começaram a ser calculados em 2005 **Estimativa preliminar do Mapa

Soja em grão(R$ Bilhões)

Participaçãodo total (%)

19,120,3

34,736.8

20042003

Fonte: Mapa. Infografia: Gazeta do Povo.

Produção de grãos ajuda a impulsionar atividades que vão da pecuária à fruticultura.

14 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

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15GAZETA DO POVO AGRONegócio

:: Com uma safra recorde de mais de 87 milhões de toneladas, o Brasil pre-vê aumento nas exportações de soja desde o plantio, oito meses atrás. A meta era atingir 45 milhões de tonela-das em 2014. No primeiro trimestre do ano, o ritmo dos embarques foi acelerado. O volume remetido ao exterior foi 83% maior que o do mes-mo período de 2013. Porém, essa movimentação não é sinônimo de crescimento no VBP, conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que revi-sou para baixo a previsão de embar-ques do ano, para 43 milhões de tone-ladas, contando com recuo na deman-da chinesa.Segundo a entidade, o complexo soja como um todo (grão, farelo e óleo) deve faturar menos do que no exercí-cio anterior nas exportações. A entida-de prevê queda de 11% no faturamen-to com os embarques, que se limita-riam a US$ 27,57 bilhões. O recuo é atribuído a uma queda nos preços médios aferidos pelos exportadores.

:: As margens apertadas que redu-zem o esmagamento de soja na China e afetam a receita do Brasil com a oleaginosa – e que levaram ao cancelamentos de 500 mil tone-ladas em compras pelo país asiático – são de curto prazo e devem se normalizar no início do segundo semestre. A avaliação parte de players do setor.Presidente da Bunge, uma das maio-res empresas do agronegócio global, Soren Schroder disse que “as mar-gens na China são ruins para todo mundo (...) Mas este é um problema de curto prazo”. Em sua avaliação, o quadro deve durar dois ou três meses. As previsões são de que a China importe 69 milhões de tone-ladas de soja neste ano, cerca de 9 milhões a mais do que as marcas de 2013 e de 2012, que foram estáveis. Com essa elevação, o país asiático amplia sua inf luência e sustenta as cotações internacionais, mesmo em ano de produção global 6% maior (284 milhões de toneladas).

Demanda acelera as exportações Mercado espera reação na China

US$ 31 bilhõesforam arrecadados pelo Brasil em 2013 com as exportações do complexo soja. Neste ano, o volume de grão a ser embarcado tende a crescer perto de 10%. No entanto, faturamento do setor, incluindo óleo e farelo, deve cair 11%, aponta a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

VBP X PIB

O valor da produção ajuda a elevar o Produto Interno Bruto.

RENDA DA FAZENDAAs duas principais estatísticas que medem o desempenho econômico do agronegócio estão correlacionadas. O Valor Bruto da Produção (VBP) equivale à renda aferida dentro da porteira. É calculado com base na quantidade produzida e no preço médio de venda de toda a produção do campo.

ÍNDICE ECONÔMICOO Produto Interno Bruto (PIB) mede a riqueza adicionada à economia. Na prática a conta inclui, além do valor da produção, a receita do processamento e os custos em geral. Mede quanto o país ou um setor (de)cresce de um ano para o outro.

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CASSIANO RIBEIRO

:: A safra 2014/15 tem gosto amargo para o setor sucroenergético brasilei-ro. A oferta da matéria-prima que gera etanol e açúcar será reduzida e as vendas externas também. As indústrias instaladas no Centro-Sul, região responsável por 90% da pro-dução nacional, contam com uma colheita de 580 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nesta temporada, que começou oficialmente no mês passado. O volume projetado é infe-rior ao recorde atingido no ciclo ante-rior, quando a região produziu quase 600 milhões de toneladas do produ-to.

Além da redução na oferta de cana, que deve diminuir o fatura-mento do setor, os preços atuais das duas commodities derivadas da plan-ta empatam ou ficam abaixo do cus-to de produção. No caso do açúcar, as cotações atuais são negociadas em torno de US$ 0,17 por libra-peso na

Bolsa de Nova York, mesmo valor que o gasto para produzir o produto. O cenário desfavorável para o alimento leva as usinas a priorizarem a produ-ção do biocombustível.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar e deve reduzir seus embarques em relação ao ano passado. Das mais de 34 milhões de toneladas que serão pro-duzidas, 27,2 milhões de toneladas devem deixar o país, conforme esti-mativas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). No ano passa-do, o país exportou 400 mil toneladas a mais que o projetado para 2014. “Hoje os estoques mundiais de açú-car estão elevados. O mercado inter-nacional está abastecido e o mercado físico, fraco, sem muitos novos negó-cios. É um ano de reversão do superá-vit, com o setor buscando equilíbrio entre oferta e consumo”, resume Pedro Verges, analista da FCStone

Safra com gosto amargoprioriza o etanol

[cana-de-açúcar

Com oferta de matéria-prima reduzida pela seca e estoques de açúcar

elevados no mundo, setor sucroenergético brasileiro tem ano de crise

agravada

Com preços do açúcar pressionados, 56% da safra devem ser destinados às destilarias de etanol.

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17GAZETA DO POVO AGRONegócio

especializado no setor. O problema de oferta nos canaviais brasileiros e com uma previsão de aumento no consumo mundial em torno de 2,2% ao ano, há quem cogite um déficit no abastecimento global por causa da redução na oferta brasileira.

O quadro brasileiro é o que tem dado sustentação aos preços do açúcar no exterior, mas como o produto ain-da não oferece remuneração à indús-tria, a valorização veio tarde demais. “Para remunerar as usinas, seria preci-so haver uma recuperação de 10% a 15% nas cotações. Isso só deve ocorrer de outubro pra frente, quando a moa-gem aqui estiver na reta final”, avalia Sérgio Prado, representante da Unica. “O aumento do preço não vai mexer no tamanho da safra brasileira. Isso não muda”, acrescenta Arnaldo Corrêia, sócio-diretor da Archer Consulting.

A aposta das usinas sucroalcoleiras brasileiras é o etanol, produto que ain-da tem dado remuneração ao setor,

CRISE

Dívidas comprometem investimento da indústria

A indústria de cana-açúcar calcula que o endividamento neste ano vai superar em mais de 100% o faturamento do setor. Estimativas realizadas por bancos indicam que as usinas brasileiras devem entre R$ 55 e R$ 60 bilhões. O setor mergulhou em uma crise financeira após realizar investimentos na construção de usinas, há uma década. As apostas eram sustentadas na perspectiva de aumento no consumo de etanol com o lançamento de motores bicombustíveis. Em 2008, a crise internacional agravou o problema. “As empresas estão sem acesso ao crédito, pois não tem o que dar como garantia, somente produto”, resume Sérgio Prado, representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

Uma alternativa que poderia ajudar a indústria a operar durante todo o ano e não somente durante a safra de cana-de-açúcar seria a fabricação de etanol a partir do milho. No Brasil, existem duas usinas que já operam com as duas matrizes energéticas e novas unidades devem sair do papel neste ano. O investimento para a flexibilização das unidades ficou entre R$ 20 milhões e R$ 45 milhões. “É um negócio visto com bons olhos. É possível aumentar o portifólio com produtos derivados do milho e até participar do comércio do grão. Se o preço compensar o processamento, faz etanol. Caso contrário, pode segurar o produto e vender na alta”, avalia Pedro Verges, analista da FCStone, consultoria que fez estudo de viabilidade de usinas flex no país. (CR)

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Falta de chuvas entre o final de 2013 e início de 2014 comprometeu a disponibilidade de cana-de-açúcar para a indústria este ano. Volume

processado deve ser 16 milhões de toneladas inferior ao do ano passado, mesmo com área disponível ampliada.

R$ 60 bilhõesé o tamanho da dívida das usinas sucroalcoleiras do Brasil, conforme dados de instituições bancárias. Neste ano, valor supera em 100% o faturamento do setor, segundo a indústria. Na década passada, correspondia a 30% da arrecadação.

especialmente o tipo anidro. Mas, com a regulação dos preços da gasolina por parte do governo – estratégia consi-derada sorrateira pelos especialistas para controlar a inflação –, fica difícil para o biocombustível vencer a con-corrência nas bombas. “O etanol luta contra o subsídio da gasolina [de 25%] sem apoio. Hoje, o preço dá remunera-ção, mas assim que começar a empa-car nos postos, precisará ceder, porque é mais vantajoso para o consumidor usar a gasolina”, afirma Prado.

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18 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

CARLOS GUIMARÃES FILHO

:: A duplicação de 207 quilômetros da PR-323, entre Maringá e Francisco Alves, nas regiões Norte e Noroeste do Paraná, irá reduzir em 20% o tem-po de viagem no trecho. Por outro lado, o custo de transporte dos produ-tos agrícolas ficará 10% mais caro por tonelada. Os porcentuais foram cal-culados pela empresa Ritmo Logística, a pedido da Gazeta do Povo, considerando um caminhão de sete eixos, com capacidade de 37 toneladas.

Apesar da cobrança nas quatro praças de pedágio a serem instaladas (R$ 3,90 por eixo ou por veículo utili-tário), a obra tende a trazer ganhos ao agronegócio. Boa parte da produção de grãos e carnes da região passa pela rodovia.

“É preciso analisar todos os custos envolvidos no processo, e não somen-te sob a ótica da cobrança de pedágio. As melhores condições de estradas também evitam manutenções de veí-culos e outros custos decorrentes da má conservação do asfalto”, aponta Angela Fagundes, coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da Ritmo.

A obra deve começar dentro de dois meses e será a primeira duplica-ção em parceria público-privada (PPP) no Paraná. O consórcio vence-dor envolve as empresas Odebrechet Transport, Tucuman Engenharia,

Tarifa tende a encarecer

transporte em 10%, mas reduzir

em 20% a demora no trajeto

entre Maringá e Francisco Alves

Pedágio para economizar tempo[duplicação da PR-323

Goetze Lobato Engenharia e América Empreendimento.

A conclusão da duplicação está prevista para 2020. O contrato de 30 anos prevê a construção de 19 viadu-tos, 22 trincheiras, 13 passarelas e nove pontes, além de marginais e ciclovias nas áreas urbanas.

“A duplicação é uma grande van-tagem, ainda mais neste modelo. O tempo de viagem será reduzido e a cobrança de pedágio a cada pratica-mente 50 quilômetros, num preço não tão alto, é mais justa”, Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

20 milveículos por dia deverão usar o trecho duplicado da PR-323, o dobro do fluxo atual. Cada caminhão de sete eixos deverá recolher R$ 109,2 nas quatro praças a serem instaladas em 207 quilômetros.

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Dos 220 quilômetros de rodovia, 13 estão duplicados.

Obra começa em dois meses e vai até 2020.

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IGOR CASTANHO

:: Responsáveis por 67% do volume (com 4,2 milhões de toneladas) e 52% do faturamento (US$ 8,8 bilhões) nas exportações de carnes em 2013, as cadeias da avicultura e suinocultura apostam em uma aproximação insti-tucional para ganhar mercado. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acaba de ser lançada, a partir da fusão da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), para ampliar a parti-cipação dos dois setores no mercado externo.

A aproximação começou há pou-co mais de um ano, inf luenciada pela presença de grandes empresas que atuam nos dois ramos, como a JBS e a BRF, explica Francisco Turra, presidente da nova entidade. “Começamos a realizar estudos e criamos um estatuto regulamentan-do a união”, explica.

Em pouco mais de um mês de ati-vidades, Turra constata que já ocorre-ram avanços, como a abertura comer-cial de três países para a carne de fran-go brasileira (Malásia, Paquistão e Mianmar). A sinergia favorece a arti-

Fusão de entidades abre perspectiva de maior participação brasileira no comércio internacional

Suíno e frango partilham mercado[pecuária

BOVINOCULTURA

Liderança é da carne vermelha

Em meio aos esforços da suinocultura e da avicultura, a carne de boi ganha dianteira nas exportações. Houve salto de 16% no valor (para US$ 6,6 bilhões) e 21,1% no volume (para 1,5 milhão de toneladas) exportado em 2013 na comparação com o ano anterior, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O bom desempenho se repetiu no primeiro trimestre de 2014. No acumulado do período os embarques subiram 17,2% em volume, chegando a 382 mil toneladas. O avanço gerou acréscimo de 13,2% na renda, que soma US$ 1,6 bilhão. E houve valorização no mercado interno, com a arroba passando de R$ 115 no Paraná. (IC)

culação no exterior. “Em junho uma missão do Chile vai visitar 40 frigorí-ficos em todo o país e o roteiro foi defi-nido mais facilmente graças à união dos dois setores”, aponta.

No caso dos suínos, a ABPA tam-bém mira os Estados Unidos e México. Os países são vistos como potenciais compradores após o aumento no número de casos de diarreia suína epi-dêmica na América do Norte. Outra ação planejada é o combate a medidas protecionistas de nações como a África do Sul e a Indonésia.

A previsão é de aumento nos embarques. Para as aves o foco é ampliar de 155 para 170 países com-pradores. Com isso, o volume embar-cado subiria 28,2% (a 5 milhões de toneladas). Na suinocultura a meta é abrir 10 novos países e elevar o fatu-ramento em 48% (a US$ 2,5 bilhões) até 2020.

“O aumento nas exportações reduz a oferta no mercado interno, o que ajuda a garantir preço e deman-da”, afirma constata Darci Backes, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Ele avalia que o Paraná ainda exporta pouco, mas pode avançar se conseguir sta-tus de área livre da febre aftosa sem vacinação.

Frango brasileiro tenta conquistar 15 e suíno, mais 10 países.

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CARLOS GUIMARÃES FILHO

::Enquanto a maior parte das cultu-ras periféricas perde espaço para a soja, a seringueira registra crescimen-to no Paraná. No intervalo dos últi-mos 12 meses, a área destinada à pro-dução do látex aumentou 42%, de 1,4 mil para 2 mil hectares. O estado ain-da está longe da meta de 35 mil hecta-res, mas o avanço segue o cronograma traçado para a fase de estruturação da cadeia, apontam os especialistas.

“Se pensarmos que a cultura não tem tradição no estado e que estamos realizando um trabalho de convenci-mento junto aos agricultores, o cresci-mento é bom”, afirma o engenheiro f lorestal Camilo Mendes Junior, do Departamento de Florestas Plantadas (Deflop) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). “A nossa escala prevê crescimento de 500 hec-tares nos primeiros anos, depois mil, até chegar a 2 mil [por ano]”, comple-menta.

Dos novos 600 hectares, quase a totalidade situa-se no Noroeste do estado. Dentre as explicações está a conformidade de clima e solo para a cultura, principalmente no Arenito Caiuá. A região, bastante sensível à seca, apresenta baixa produtividade para os grãos. Porém, é considerada excelente para o plantio de seringuei-ra, cultura tolerante a estiagem e ao solo pobre.

Além desses fatores, os produto-res são atraídos pela promessa de ganhos financeiros consideráveis. De acordo com a cooperativa Cocamar, que mantém projeto de fomento junto aos associados, a ren-da líquida de um hectare, a partir do sétimo ano do plantio, chega a R$ 3 mil por ano, podendo dobrar após a décima temporada, quando a árvore atinge seu auge de produção de látex (3,9 mil quilos de borracha por hecta-re).

“O cultivo de seringueira gera ren-da em pequena área, além de não exigir muito tempo de dedicação. Ou seja, o produtor diversifica os negó-cios”, aponta o agrônomo Renato Watanabe, responsável pelo Projeto Seringueira da Cocamar, que atraiu 60 associados no último ano.

O produtor Luiz Carlos Haeberlin decidiu apostar na cultura do látex, depois de anos de problemas com a soja e a laranja. No segundo semes-tre, cerca de 10% dos 200 hectares da propriedade em São João do Caiuá, no Noroeste do estado, serão cobertos com 10 mil mudas de seringueiras. O investimento inicial é de R$ 100 mil.

“Aqui o clima é complicado e o solo arenoso. Cultura anual é um ris-co muito grande. Por conta disso resolvi apostar na seringueira. A intenção é, aos poucos, transformar toda a propriedade em floresta”, afir-ma Haeberlin.

Ainda pouco expressiva no Paraná, cultura registra avanço de área.

Meta de expansão é ambiciosa e requer expansão no longo prazo

Seringueira busca notoriedade

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Investimento para formação da floresta é de R$ 5 mil por hectare.

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23GAZETA DO POVO AGRONegócio

JOSÉ ROCHER

:: Num momento em que a cadeia da soja amplia a pressão contra as nego-ciações entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo, na tentativa de evitar redução no transporte ferro-viário da oleaginosa e favorecimento da cadeia do açúcar, as duas empresas negam esse risco e informam ter intenção de ampliar negócios com o setor de grãos. A aquisição da ALL pela Cosan, proprietária da Rumo Logística e líder na produção de açúcar, foi aprovada pelo conselho de adminis-tração da concessionária de ferrovias e deve passar por assembleia dos acio-nistas da gigante do setor sucroalcoo-leiro neste dia 8 de maio.

Atualmente, um terço da safra de soja depende de transporte ferroviá-rio, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), índice considerado baixo. Por falta de caminhões, que represen-tam 60% da matriz de escoamento, os fretes rodoviários subiram cerca de 20% no último ano, conforme as transportadoras.

A Rumo informou que não há risco de discriminação da soja. “Pelo contrário, a prioridade da nova empresa serão as cargas de grãos por estarem mais distantes dos portos de destino”, alegou em nota. A empresa sustenta que vai fazer investimentos para que, além do açucareiro, “os demais setores também tenham suas demandas atendidas.” A ALL disse ter movi-mentado, em 2013, cerca de 3,6 milhões de toneladas de grãos no sentido do Porto de Paranaguá. O Porto de Paranaguá contabilizou 3,1 milhões, com redução de 25% ante 2012.

O negócio da ALL com a Rumo envolve US$ 3 bilhões e depende ainda do Cade. O órgão regulador tem condições de exigir medidas que garantam preço atraente para o transporte de grãos. A reporta-gem tentou entrevistar os executi-vos das duas empresas sobre a falta de espaço para a safra recorde de 2014 nas ferrovias, mas os assesso-res de imprensa repassaram ape-nas notas oficiais.

Prioridade em xeque[transporte ferroviário

Ivan Amorin/ Gazeta do PovoD

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Produção de látex atinge auge após o décimo ano da floresta.

PARA DECOLAR

A fase inicial da expansão da seringueira esbarra até na falta de mudas, mas mercado é promissor.

VIVEIROS Após constatar que o estado se obriga a importar mudas de seringueira de São Paulo, o Instituo Agronômico do Paraná (Iapar) identificou sete multiplicadores, que estão sendo treinados para assumirem a tarefa. Esse processo deve durar 18 meses.

APOIOO governo do estado e 12 prefeituras do Noroeste prometem subsídio de R$ 800 mil para pagar 50% do valor das mudas. Devem ser atendidos cerca de 10 produtores por município. Cada muda custa R$ 7 (R$3,5 mil por hectare).

IMPORTADORO Brasil produz apenas um terço da borracha que consume. O restante é importado principalmente da Ásia. A demanda cresce impulsionada pelo setor automobilístico. A Cocamar planeja instalação de indústria para agregar valor ao látex.

CUSTO FINANCIADOA implantação e a condução dos seringais até o sétimo ano, quando começa a produção, custa de R$ 6,5 mil e 8 mil por hectare. O crédito rural pratica juro de 2% ao ano, com oito anos de carência e 20 para quitação. É possível recuperar o investimento em dez anos. (CGF)

Trens não conseguem aliviar sobrecarga no transporte rodoviário e preço do frete segue em alta.

ALL e Rumo negam redução do espaço para

escoamento de soja por linhas férreas

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24 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

IGOR CASTANHO

:: Confiantes em preços remunera-dores, os agricultores paranaenses elevam pelo segundo ano consecuti-vo as apostas no trigo. O plantio começou no mês passado e alcança perto de um terço de uma área de 1,2 milhão de hectares, 23% maior que a da última temporada. Em dois anos, houve acréscimo de 55% na área cul-tivada, que se aproxima do recorde de 1,3 milhão de hectares de dez anos atrás e indica que o país deve colher mais trigo do que nunca.

Como o Rio Grande do Sul vai ten-

tar repetir o desempenho inédito do ano passado (3,2 milhões de tonela-das em 1 milhão de hectares), a reto-mada paranaense tende a resultar numa safra nacional sem preceden-tes de 6,7 milhões de toneladas do cereal, 22% maior que a de 2013. Os dois estados respondem por 93% a colheita brasileira e estão registran-do clima favorável no início do ciclo.

Neste ano, as previsões de ocor-rência do fenômeno climático El Niño (aquecimento das águas no Oceano Pacífico) dão indícios de que haverá aumento nas chuvas durante o período de cultivo. Isso reduz o ris-

co de prejuízos com as geadas, mas pode ser prejudicial na fase final de desenvolvimento das plantas, já que a umidade favorece o aparecimento de pragas, explicam os técnicos. Ainda assim, há menos chance de acontecer uma quebra semelhante à ocorrida no Paraná ano passado, quando o frio intenso reduziu em mais de 30% o potencial da colheita.

A área nacional não é a maior. Em 2004 e 2005, o cereal atingiu 2,7 milhões de hectares (200 mil a mais do que agora). Mas a produtividade média aumentou ao longo da última década, da casa de 2,1 mil para a de

Paraná confirma retomada do cultivo um ano após salto na produção no Rio Grande do Sul.

Quadro abre a possibilidade de o país produzir 6,7 milhões de toneladas, volume jamais alcançado

Mais trigo do que nunca

[inverno do pão

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25GAZETA DO POVO AGRONegócio

2,5 mil quilos por hectare. Acima de R$ 40 por saca (10% a

mais do que valia em maio de 2013), o trigo ganha viabilidade. Em Londrina (Norte), o agricultor Milton Casaroli ampliou em 17% o terreno dedicado ao cereal, para 150 hecta-res. “O preço do trigo está bom quan-do comparado a outros produtos, como o milho”, avalia. Ele acredita que o grão deve continuar valorizado até o momento da comercialização.

O consultor da Trigo e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, confirma que mesmo com o aumento na produção as cotações do cereal devem continu-

EXPANSÃO GLOBAL

No último ano, a oferta escassa de trigo no mercado interno e externo garantiu preços remuneradores ao produtor brasileiro, mas esse quadro pode mudar.

MÊS DE OURO O pico nas cotações ocorreu em setembro, quando a saca de 60 quilos chegou a R$ 50 no Paraná, onde foi confirmada quebra climática. Agora o estado paga cerca de R$ 43, enquanto o Rio Grande do Sul, R$ 36.

PERDAS INTERNACIONAISAlém do Paraná, a quebra atingiu o Paraguai e a Argentina, fornecedores do Brasil, que teve de recorrer aos Estados Unidos e ao Canadá.

RETOMADA COLETIVAOs preços internacionais estimulam o cultivo na América do Sul e em outras regiões, que têm maior peso na produção mundial. Os países sul-americanos não passam de 5% da produção.

ESTIMATIVAO Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) prevê acréscimo de 9% na produção mundial do cereal, chegando a 712 milhões de toneladas. (IC)

Agricultor carrega plantadeira na região de Cascavel. Com um terço da área reservada

para o cereal já semeado, Paraná põe em prática plano de expansão e tenta voltar ao

posto de maior produtor.

ar favoráveis. “Os preços tendem a cair devido ao aumento na oferta, mas não ao mínimo”, aponta. Ele prevê que até o início da colheita no Rio Grande do Sul, no final de setem-bro, a remuneração dos agricultores deve ser boa.

Nem mesmo quem teve perdas na última safra desiste da cultura. O agricultor Itacir Cervelin, de Cascavel (Oeste) lembra que no ano passado a geada prejudicou tanto os cultivos de ciclo precoce quanto as variedades mais tardias. Apesar disso, ele vai manter a área de 36 hectares destina-da ao cereal. Colaborou Julio Filho, especial para a Gazeta do Povo.

66%de expansão na área do trigo são registrados nos 29 municípios próximos de Maringá, conforme a Seab, ante uma média estadual de 23%. A região semeia 18,5 mil hectares, que correspondem à 2% da área do estado.

48% a colheita nacional de trigo de 2014 devem sair do Paraná e 44% do Rio Grande do Sul, que havia tomado a liderança dos produtores paranaenses na safra passada, respondendo por 57% da produção.

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Produtores esperam preços acima de R$ 40/sc.

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de verão, o país deve colher mais de 75 milhões de toneladas do produto na temporada 2013/14. São 6 milhões (t) a menos do que na temporada pas-sada, mas ainda assim um volume 25% maior do que a média dos últi-mos anos.

A colheita de inverno começa a chegar ao mercado ainda neste mês, e com preços 20% mais altos em rela-ção à mesma época do ano passado. No Paraná, a saca de 60 quilos vale mais de R$ 23, contra média de R$ 19 praticada em maio de 2013, confor-me o Departamento de Economia Rural (Deral).

A valorização recente do produto no mercado doméstico é uma res-posta à redução da área plantada no país, mas, principalmente, nos Estados Unidos. Lá, o milho perde ao menos 1.5 milhões de hectares

neste ciclo. Ainda assim, a pre-visão é que os norte-ameri-canos retirem dos campos mais de 355 milhões de toneladas da commodity.

“A área deste ano, mesmo reduzida frente à do ano passado, ainda está entre as cinco maiores de milho da história dos EUA”, comenta Pedro D e j n e k a , s ó c i o - d i r e t o r d a PHDerivativos, de Chicago.

Salvo um atraso na largada da safra, o clima por enquanto não dá sinais de que vai castigar a agricul-tura dos EUA. Pelo contrário. “As perspectivas são positivas com a provável incidência de El Niño, o que historicamente traz uma ten-dência de produtividade acima da media”, resume Stefan Tonkiw, vice-presidente de Futuros da The Jefferies Bache, de Nova York.

“O milho já recuperou boa parte do preço perdido no ano passado. Mas, agora, o mercado está buscan-do um ponto de equilíbrio em torno de US$ 5 por bushel. Para subir mais, é preciso haver quebra em algum lugar”, acrescenta o analista da Cerealpar, Steve Cachia.

Após redução de 4% na área da

safrinha, país ainda terá produção

25% maior que a média das

últimas dez temporadaso

CASSIANO RIBEIRO

:: A queda de mais de 20% nos preços do milho entre março e dezembro do ano passado, provocada por um excesso de oferta do grão, fez os pro-dutores brasileiros pisarem no freio no cultivo de inverno deste ano. A segunda safra do cereal, que em 2013 foi recorde, cai 4% em área no país, para 8,5 milhões de hectares, confor-me estimativa do Agronegócio Gazeta do Povo. Mesmo assim, o país vive um momento de fartura.

Com espaço menor e boa pro-dutividade, a colheita de inverno deve ficar acima de 41 milhões de toneladas. Somando a safra

Milho de inverno reforça a oferta[queda amortecida

Produtores reduziram produção após queda de preços registrada no ano passado. Cotações se recuperaram mas podem sofrer nova pressão com boa safra nos EUA.

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27GAZETA DO POVO AGRONegócio

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oCONCORRÊNCIA CRESCE NAS EXPORTAÇÕESOs embarques brasileiros de milho – projetados em 20 milhões de toneladas em 2014, com recuo de 23% sobre 2013 – competem diretamente com os dos Estados Unidos, da Argentina e também da Ucrânia. Os EUA devem abocanhar 37% das exportações mundiais com 44,4 milhões de toneladas. O vizinho sul-americano fica com 13,5%, se mantiver a média de 16 milhões de t, e o país europeu tende a alcançar 18%, com 19 milhões de t, volume 3,5 vezes maior que o de cinco anos atrás. A Ucrânia triplicou sua produção do cereal, gerando excedente para exportar. “Caso a situação entre Ucrânia e Rússia volte a estressar o mercado de grãos (milho e trigo), o mercado internacional deve ter sustentação pelos receios de paralisação do fluxo comercial do Mar Negro. Com isso, o Brasil pode pegar um pedaço dessa demanda”, pontua Stefan Tomkiw, da The Jefferies Bache, de Nova York. A demanda da China, que confirmou acordo fitossanitário com o Brasil, também deve ser disputada pelos exportadores, afirmam os analistas. “O mundo está lotado de milho e os maiores mercados exportadores estarão todos concorrendo entre si”, pondera Pedro Dejneka, da PH Derivativos. (CR)

:: O preço do milho deve ter nova configuração no segundo semestre deste ano. E a tendência é de que baixa para as cotações por inf luên-cia da safra norte-americana, segundo os analistas. “Existe uma forte possibilidade de que a área real de plantio de milho seja maior do que a anunciada no final de março pelo Usda [o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos]”, aponta Pedro Dejneka, da PHDerivativos.Paraná e Mato Grosso, dois maiores produtores de milho de inverno do Brasil, adotam estratégia de venda mais conservadora neste ano. Os produtores esperam ter o produto, de alto risco, nas mãos para depois comercializar. Levantamentos do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) mostram que perto de 80% da safra do estado do Centro-Oeste e 90% da paranaense ainda serão comercia-lizados. Uma estratégia que tem contribuído para segurar os preços acima dos custos. (CR)

Preços seguirão novos parâmetros no 2º semestre

10 milhões de toneladas de milho estão sendo colhidas no Paraná no inverno de 2013/14, conforme projeção do Agronegócio Gazeta do Povo. Apesar do recuo de 10% na área cultivada, o volume colhido ficará ligeiramente abaixo do registrado no ciclo 2012/13, por causa da produtividade média elevada. No Brasil, a segunda safra do cereal deve render mais de 41 milhões de toneladas.

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28 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

MARLY AIRES, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

::Com a expectativa de produzir uma média de 17 a 19 toneladas por hecta-re, o município de Marialva – maior produtor de uva do Paraná – espera colher nesta safra de inverno de 13,6 mil a 15,2 mil toneladas da fruta de mesa nos 800 hectares plantados. A colheita começou em meados de abril e deve ir até o início de julho.

A produtividade é boa, avaliam os técnicos da Emater, e deixam para trás as perdas registradas no verão, após um ano com geadas e veranicos. Favorecida pelo clima menos frio que

o do Rio Grande do Sul (maior produtor brasileiro), Marialva colhe duas safras por ano. Depois da segunda poda, rea-lizada entre dezembro e fevereiro, os parreirais iniciam novo ciclo produti-vo.

As fortes geadas que atingiram a região no inverno de 2013 demanda-ram a repoda de boa parte dos parrei-rais. “Pior foi o frio intenso que inibiu a brotação e reduziu a produtividade do verão pela metade, para 9 mil quilos por hectare. Além de que cerca de 300 hectares ficaram sem produzir”, lem-bra Sílvia Capelari, agrônoma da Emater. Normalmente, tanto no inver-no quanto no verão, são produzidos de

Depois da quebra registrada no verão, segunda colheita

de uva da temporada traz alento a produtores

Safrinha no parreiral

[fruticultura

18 a 20 toneladas da fruta por hectare.“No final do ano, os produtores até

conseguiram um preço melhor, mas não compensou a perda agrícola”, afir-ma o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Valdinei Cazelato. Por conta da baixa produção no verão, até mesmo a tradicional Festa da Uva, em dezembro, acabou sendo cancelada. Agora, a expectativa é que os preços se mantenham altos para acompanhar a elevação nos cus-tos.

Com os parreirais carregados, qua-se prontos para o início da colheita, Antonio Peres (dono de 4 hectares) e José Lúcio Renê (1,4 hectare) esperam 18 t/ha. “Nos últimos anos temos pro-duzido mais no inverno que no verão. Devo tirar umas 70 toneladas agora. E tirei 30 na última colheita”, comenta Peres. Renê colheu 8,5 t na área toda, e agora espera de 18 a 20 t.

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29GAZETA DO POVO AGRONegócio

Safrinha no parreiral:: Devido ao clima chuvoso, produ-zir uva em Marialva nunca foi fácil, mas nos últimos anos, uma série de problemas tem feito muitos viti-cultores desistirem da atividade. Dos 1,5 mil hectares cultivados com uva fina em Marialva até três anos atrás, somente 800 continu-am em produção.

O produtor Antonio Peres se mantém na atividade desde 1990. Além das tradicionais Benitaka e Rubi, tem investido nas variedades sem semente Clara e Vitória, bus-cando novos nichos. Para ele, foi-se o tempo em que se ganhava dinhei-ro com uva. Os custos estariam encostados nos preços. A falta de mão de obra agrava a situação, aponta. Os problemas climáticos e as pragas estariam sendo um golpe de misericórdia para quem está em crise. (MA)

Área plantada caiu pela metade por problemas climáticos

50%da uva de mesa do Paraná saem de Marialva, Capital da Uva Fina. O Estado é o quarto produtor de uva do Brasil, atrás de Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.

LIMITAÇÃO

Renda por pessoa desanima agricultura familiar

A uva é apontada como principal alternativa de renda dos pequenos produtores rurais de Marialva, mas oferece o equivalente a apenas um salário mínimo por mês (R$ 724) por pessoa nas famílias de viticultores, reclama o setor. Mesmo com colheita de inverno o dobro maior que a de verão, José Lúcio Renê avalia que somente uma elevação mais expressiva nos preços deve mudar esse quadro. A cotação da uva fina de mesa no Paraná está em R$ 3,9 por quilo (R$ 1 a mais do que a praticada em maio de 2013).

“Todas as chácaras [da vizinhança] produziam uva. Com os vários anos de preço ruim e o clima prejudicando a produção, mais da metade arrancou e está produzindo hortaliças, flores e morango”, aponta. O produtor diz que o custo de produção tem subido a cada ano.

Em busca de uvas mais resistentes a variações climáticas, a prefeitura de Marialva estimula pesquisas, em parceria com a Embrapa. O objetivo é também agregar mais valor (com uva sem semente, por exemplo) e reduzir a necessidade de mão de obra. Ainda não são usadas máquinas que façam a colheita, a desbrota e raleio.

A uva é um dos alicerces da economia local. Perto de 40% do Valor Bruto de Produção (VBP) agrícola local vêm da fruta – R$ 100 milhões de um total de R$ 260 milhões. Isso apesar de a cultura ocupar apenas 800 dos 44 mil hectares cultivados (23 mil com soja). A atividade oferece mil empregos diretos (sem contar as 1,1 mil famílias de pequenos produtores) e de 3 mil a 4 mil postos de trabalho indiretos. (MA)

“Nos últimos anos temos produzido mais no inverno que no verão. Devo tirar umas 70 toneladas agora. E tirei 30 na última colheita.”

Antônio Peres, fruticultor com 4 hectares de parreira.

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José René espera colher o dobro do volume de janeiro.

Resultado da segunda leva de frutas desta temporada vai até julho na Capital da Uva do Paraná.

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30 GAZETA DO POVO Maio de 2014AGRONegócio

JOSÉ ROCHER

:: O ritmo das liberações de sementes geneticamente modificadas dimi-nuiu no Brasil nos últimos anos, mas a indústria não parou. Um levanta-mento do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) mostra que existem 19 pedidos de liberação para produção comercial acumulados – 15 diretamente ligados ao agronegó-cio (um de eucalipto, quatro de soja e dez de milho).

Pesquisadores como Alexandre Nepumuceno, da Embrapa Soja, apontam para o risco de o acúmulo de processos adiar a chegada de novas tecnologias no mercado. Apesar de o país estar discutindo as questões relacionadas aos organis-mos geneticamente modificados (OGMs) de maneira mais técnica do que na década passada, existe risco de atraso nas análises, avalia.

Na percepção da diretora do CIB, Adriana Brondani, a demanda da indústria cresceu, se tornou mais complexa e a CTNBio precisa de

Indústria tem 15 pedidos de

liberação comercial acumulados

na Comissão Técnica Nacional de

Biossegurança (CTNBio)

Nova leva de sementes transgênicas

[biotecnologia

tempo para as análises. Os inte-grantes da comissão são nomeados por dois anos e, a cada revezamen-to, precisam se inteirar das análi-ses. “É preciso cumprir o rito pro-cessual sem atalhos”, observa.

O que vem pela frente, a julgar pelos pedidos em avaliação, são sementes com estruturas genéticas mais desenhadas que as atuais. Além da tolerância a herbicidas e da resistência a insetos, que predo-minam nas opções disponíveis no mercado, os grãos devem ganhar tolerância à seca, concentração de

óleo, aumento de produtividade. No caso do eucalipto, os objetivos são elevar a densidade e a qualida-de da madeira.

As liberações, que levavam cerca de um ano, agora estão demorando até mais de dois anos. Existe uma soja na fila há 30 meses e um milho há 24. As liberações externas, em países consumidores, também pro-longam o processo. A soja Cultivance, da Embrapa e da Basf, aprovada em 2010 pela CTNBio, ainda não tem aval da União Europeia.

EVENTOS APROVADOSDas 37 sementes transgênicas aprovadas, 17 (46%)receberam aval da CTNBio entre 2009 e 2010. Uma novaleva de pedidos de autorização está engatilhada.

Fonte: CIB. Infografia: Gazeta do Povo.

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1998 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

5

1

12

19

SOJA Países

GTS-40-3-2 (Roundup Ready) 18 UE

A-2704-12 (Liberty Link) 12 UE

BtRR2Y 10 UE

A 5547-127 (Liberty Link) 8

BPS-CV127-9 (Cultivance) 1

total

17

ACEITAÇÃO EXTERNAEntre os grãos aprovados para cultivo no Brasil, a soja e o milho RR são os maisaceitos como alimento no exterior. A União Europeia não aprovou 14 sementes.

sojafeijão

algodão

milho

Aprovada pela UE

MILHO (mais aceitos) Países

NK603 (Roundup Ready 2) 20 UE

MON 810 (YieldGard) 18 UE

BT11 18 UE

TC 1507 (Herculex) 16 UE

GA21 15 UE

Page 31: Especial Expoingá 2014

31GAZETA DO POVO AGRONegócio

Page 32: Especial Expoingá 2014

EM TODOS OS CAMPOS,CULTIVANDO NOVOS TEMPOS.T7.140 | T7.150 | T7.175 | T7.180 | T7.190 | T7.205 | T7.240 | T7.245

NOVALINHAT7 Sucesso mundial,

orgulho do produtor brasileiro.