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ESPECIAL COMO APROVEITAR AO MÁXIMO O SEU INTERCÂMBIO

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ESPECIALCOMO APROVEITAR AO MÁXIMO O SEU INTERCÂMBIO

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Ointercâmbio costuma ser um período de intenso desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional. Mas, para que seja de fato transformador, não basta só fazer as malas e se mudar. É preciso abrir-se ao novo, integrar-se de verdade ao país de destino e estar atento

para identificar - e aproveitar - as melhores oportunidades.

Neste especial do Estudar Fora, você irá conhecer a história de jovens que participaram de programas de estudo e trabalho em diferentes países, da Argentina à Suécia, passando por Bélgica, Portugal e Espanha, entre outros destinos. Eles contam como a vivência no exterior impactou em suas vidas e o que fizeram para tirar o máximo de proveito de seus dias fora do Brasil.

O jornalista Tiago Zenero, por exemplo, aproveitou um ano da graduação nos Estados Unidos para fazer trabalho voluntário e aproximar-se de refugiados. Na volta ao Brasil, ele conseguiu um trabalho na ONU, lugar de seus sonhos. A administradora Ligia Oliveira, de 25 anos, fez dois intercâmbios: um de trabalho temporário nos Estados Unidos e outro para cursar parte da graduação na Holanda. Ganhar fluência no inglês foi só uma das muitas vantagens de ter estudado fora. "Conheci a dinâmica de trabalho no exterior, fiquei mais flexível e responsável... Foram muitas situações de crescimento", diz.

Aproveite este Especial para conhecer a história desses e de outros jovens e entender como aproveitar ao máximo o seu intercâmbio! Boa sorte e boa leitura! SOBRE A FUNDAÇÃO ESTUDAR A Fundação Estudar, instituição sem fins lucrativos criada em 1991, investe na formação de jovens de alto potencial por meio de oportunidades de estudos e carreira. Ela aposta na transformação por meio do conhecimento, gerando um efeito multiplicador. Para incentivar o aumento do número de brasileiros nas melhores universidades do mundo, a Estudar apoia o jovem com informação, orientação e preparação. Desde a sua criação, seleciona os jovens mais brilhantes do país, que sonham em deixar um legado, oferecendo bolsa de estudos por mérito para cursarem as melhores escolas do Brasil e do mundo.

SOBRE O ESTUDAR FORA O Estudar Fora, como o nome já diz, é a fonte de informação e preparação para quem deseja estudar fora do Brasil. No site, você encontra rankings das melhores faculdades e curiosidades sobre elas; detalhes sobre o processo de application (candidatura) para graduação e pós; e informações sobre oportunidades de intercâmbio e bolsas de estudos, além de histórias de estudantes que já estão nas melhores universidades do mundo. Tudo isso porque a gente acredita que estudar fora vai te ajudar a chegar mais longe!

No site estudarfora.org.br/especiais você tem acesso a guias exclusivos e gratuitos.

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Não são apenas as experiências profissionais adquiridas ao longo da universidade que vão ajudar o estudante a conseguir o emprego dos sonhos depois da formatura. Atividades

extracurriculares, trabalho voluntário e uma vivência no exterior também ensinam – e muito! – ao aluno e costumam chamar a atenção dos recrutadores das empresas na hora de contratar jovens profissionais.

Essa é a lição que Ligia Oliveira, de 25 anos, tirou após conseguir o emprego dos seus sonhos em janeiro de 2014, quando foi aprovada no programa de trainee da Natura, onde trabalha até hoje. Formada em Administração pela Universidade de São Paulo (USP), o seu currículo quando recém-formada incluía, além de estágios, dois intercâmbios e o trabalho voluntário na ONG Teto.

UMA GRADUAÇÃO, DOIS INTERCÂMBIOS E O TRABALHO DOS SONHOS

→ A administradora Ligia Oliveira, de 25 anos, conta como as experiências no exterior contribuíram para sua carreira. Inspire-se nessa história!

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instituição e a USP. “Foi um intercâmbio mais acadêmico, fiz disciplinas que não tinha estudado no Brasil e descobri um modo de pensar diferente, mais modero. Também fiz amizades de longo prazo, porque morei lá mais tempo”, conta Ligia.

Ao voltar da Holanda, Ligia estava no último ano da faculdade e, após alguns meses, se inscreveu em processos de trainee, entre eles o da Natura. Ela acabou sendo aprovada pela empresa – e parte disso se deve às suas experiências no exterior. “Em uma das etapas do processo seletivo, eu precisava levar algo que me representasse. Eu pedi que meus amigos do intercâmbio escrevessem frases sobre o que achavam de mim. Então, colei essas mensagens em uma árvore de papelão que eu montei para contar a minha história. Os avaliadores gostaram muito da ideia e eu acabei passando de fase”, diz.

“Nesse mesmo dia, outras três meninas que também acabaram sendo aprovadas no programa de trainee, assim como eu, falaram sobre suas experiências de intercâmbio. Uma delas, por exemplo, levou para a etapa um lenço que ela havia comprado durante um trabalho voluntário na África”, contra Ligia. “Morar fora não é, obviamente, pré-requisito para alcançar objetivos como esse, mas sinto que proporciona situações de crescimento e mostra que você foi atrás dos seus objetivos”, completa.

A primeira experiência de Ligia no exterior aconteceu entre dezembro de 2010 e março de 2011. Ela aproveitou as férias acadêmicas do 3º ano da faculdade para fazer um intercâmbio de trabalho em New Orleans, nos Estados Unidos. Nesse tipo de programa, universitários brasileiros são recrutados para atuar profissionalmente no país durante as férias. Há oportunidades de trabalho em estações de esqui, restaurantes, parques e hotéis, por exemplo.

Segundo Eduardo Frigo, porta-voz da Central de Intercâmbio (CI), o estudante pode chegar a receber até 400 dólares por semana nesses empregos, dependendo do tipo de trabalho e do nível de inglês do aluno. É preciso, no entanto, pagar uma taxa para fazer esse intercâmbio. Na CI, o valor é a partir de 1.900 dólares.

No caso de Ligia, o seu trabalho era principalmente em eventos e restaurantes. “Achei positivo o fato de ter trabalhado em lugares diferentes. Por exemplo, fui hostess de um evento de caridade e trabalhei no restaurante do Hotel Ritz, onde todas as noites o cantor mais famoso de jazz de New Orleans se apresentava”, diz. Na sua avaliação, umas das maiores vantagens desse tipo de intercâmbio é a melhora do inglês. “Por mais que eu tenha estudado inglês desde criança, o dia a dia de um trabalho na língua é diferente. Além disso, aprendi a ser mais responsável e conheci a dinâmica de ser um profissional no exterior.”

O segundo intercâmbio da jovem aconteceu em 2012, quando ela cursou um semestre da faculdade de administração na Arnhem Business School, na Holanda, por meio de um convênio entre essa

UMA GRADUAÇÃO, DOIS INTERCÂMBIOS E O TRABALHO DOS SONHOS

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Ointercâmbio faz com que o estudante saia de sua zona de conforto, enfrente desafios, conheça culturas diferentes e descubra novas possibilidades. Um exemplo disso é a trajetória de Tiago Zenero, de 23 anos, que

cursou um ano de sua graduação em jornalismo nos Estados Unidos. Ele aproveitou todas as oportunidades que os seus estudos no exterior proporcionaram, de aprimoramento do inglês a trabalho voluntário. Ao retornar para o Brasil, toda essa experiência o levou a uma grande conquista: o sonhado estágio na Organização das Nações Unidas (ONU).

Nascido em Piracicaba, Tiago formou-se na Unesp em 2015. Em 2013, decidiu fazer intercâmbio pelo programa Ciência sem Fronteiras para os Estados Unidos. Ele queria morar em Miami, Nova York ou Los Angeles. No entanto, acabou sendo aceito por uma universidade em um destino bem menos

COMO O INTERCÂMBIO AJUDOU UM JOVEM ESTUDANTE A TRABALHAR NA ONU

→ Após cursar um ano da faculdade de jornalismo nos Estados Unidos, Tiago Zenero inspirou-se para escrever um livro e conseguiu o trabalho dos sonhos

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Unidos. Por isso, acabei me aproximando muito da comunidade iraquiana da cidade”, diz Tiago.

Além disso, o jornalista também aproveitou as férias acadêmicas para fazer trabalho voluntário em Lincoln, dando aulas de inglês para filhos de imigrantes mexicanos. Durante os períodos sem aula, ele fez ainda um estágio na área de comunicação e atuou como fotógrafo em um jornal local.

Quando retornou ao Brasil, inspirou-se em todas essas experiências para desenvolver o seu trabalho de conclusão de curso da Unesp, que foi um livro sobre refugiados no Brasil. O prefácio da obra foi escrito pelo professor Tim Anderson, com quem mantém contato até hoje.

Mas o principal fruto que o jornalista colheu ao voltar do intercâmbio foi a aprovação em um programa de estágio na área de comunicação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD), da ONU, onde trabalha há um ano. “Eu já havia ido a várias palestras da agência da ONU para refugiados e, quando vi a vaga de estágio para o PNUD, resolvi tentar. Hoje, já sou contratado”, afirma. “Eu gosto muito do meu trabalho porque participo de uma série de atividades relacionadas ao desenvolvimento humano, atuando com questões ligadas desde o meio ambiente até o sistema carcerário.”

popular: Lincoln, capital do estado de Nebraska. “Eu não fazia ideia de onde ficava esse estado. Mas, no fim, acabou sendo bom ir para lá porque estudei na Universidade de Nebraska, que oferece um dos melhores cursos de jornalismo do país”, diz.

Ao chegar em Lincoln, Tiago se deparou com uma cidade de 300 000 habitantes que, embora pequena, oferece uma boa infraestrutura. “Apesar de não ser uma metrópole, a cidade tem muitos recursos e o transporte público é ótimo. A qualidade de vida lá era muito boa”, diz o jornalista, que afirma ter se surpreendido com a simpatia da população local. “As pessoas sempre estavam dispostas a ajudar e mostrar a cidade”, conta.

Segundo o Instituto Americano para Pesquisa Econômica, entre todas as cidades pequenas dos Estados unidos, Lincoln está entre as 15 melhores para universitários e é o 4o melhor destino para se trabalhar.

EXPERIÊNCIAS COM REFUGIADOS – Uma das principais dificuldades que Tiago enfrentou ao chegar nos Estados Unidos foi o idioma. “No jornalismo, a língua é uma ferramenta de trabalho para escrever reportagens e fazer entrevistas. Estudei muito no início do intercâmbio, principalmente gramática, para poder me adaptar”, diz.

Tiago conta que um dos fatos mais importantes do seu intercâmbio foi ter convivido com refugiados. “Cursei uma disciplina com Tim Anderon, jornalista que trabalhou como editor do The New York Times por nove anos. O objetivo da aula era produzir uma revista digital sobre refugiados nos Estados

COMO O INTERCÂMBIO AJUDOU UM JOVEM ESTUDANTE A TRABALHAR NA ONU

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E Existem duas características que definem muito bem Bruxelas, a capital da Bélgica: diversidade cultural e importância política. A metrópole de 1,8 milhão de habitantes é o centro de um país que possui dois

idiomas oficiais, o francês e o holandês, e boa parte de sua população é formada por estrangeiros. Além disso, é apontada como a capital da União Europeia (UE) por abrigar a sede de instituições como o Conselho Europeu e a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan).

Essas características, somadas ao fato de Bruxelas ter ótima infraestrutura e boa qualidade de vida, fazem da cidade um ambiente enriquecedor para estudantes. Não à toa, o local é considerado um dos 50 melhores do mundo para se estudar, segundo o ranking da consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS).

EM BRUXELAS, APRENDI FRANCÊS E DESCOBRI A ÁREA QUE QUERO SEGUIR

→ Diversidade cultural e relevância política fazem da capital da Bélgica um destino atraente. "Aprendi francês em um ano e adorei a cidade", diz estudante

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mundo e a maioria abordou uma questão de seu próprio país. Por exemplo, um filipino que havia perdido membros da família por causa de um Tufão falou sobre gerenciamento de desastres”, lembra. “Eu também estudei na Bélgica novos assuntos, como saneamento básico. Essa parte política de gerenciamento e gestão de recursos naturais eu só fui descobrir no intercâmbio. Fiquei tão interessado que o meu objetivo agora é trabalhar nessa área.

VIDA EM BRUXELAS – A capital da Bélgica não é conhecida apenas pela relevância política, mas também pela arquitetura marcante, gastronomia e vida cultural intensa. “Eu gostei bastante da cidade. Como ela é de porte médio, é boa para se viver porque não tem todos os problemas de uma grande metrópole. Além disso, tem muitos eventos culturais. No verão, é comum ter festivais de música eletrônica em parques”, relata Wanderley.

Bruxelas é um local com custo de vida considerado moderado em comparação com outras cidades importantes da Europa. Segundo o ranking da Mercer, a capital belga é mais barata do que, por exemplo, Paris, Londres, Amsterdam, Munique e Zurique.

A consultoria QS também classifica as mensalidades das universidades de Bruxelas como baixas, levando em consideração a média na Europa. Alunos internacionais pagam até EUR 4.175 por um curso no ano acadêmico e podem conseguir permissão para trabalhar enquanto estudam. Para saber sobre bolsas de estudo no país, clique aqui.

As duas universidades mais bem ranqueadas de Bruxelas são a Université Libre de Bruxeles (ULB), cujo idioma principal é o francês, e a Vrije Universiteit Brussel (VUB), que tem o holandês como língua principal. As duas instituições mantêm uma parceria na qual seus estudantes cursam os primeiros anos da graduação separadamente e se reúnem para, juntos, terem aulas em inglês no último período, de especialização.

Foram essas aulas de especialização em inglês que o brasileiro Wanderley Sandrini, de 23 anos, frequentou por um ano. Recém-formado em Engenharia Civil na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estudou em Bruxelas em 2013 pelo programa Ciência Sem Fronteiras (CsF). Ele viajou para a Bélgica tendo bom nível de inglês, mas sem saber falar as línguas oficiais do país. “Mas, ao final de um ano, eu já falava francês bem. Foi incrível aprender um idioma novo”, diz, ao lembrar de um dos maiores legados dessa experiência.

O intercâmbio também proporcionou a Wanderley um maior contato com temas políticos e sociais, os quais conseguiu relacionar com a sua área de atuação. Segundo ele, como Bruxelas hospeda prédios de órgãos da União Europeia, muitos professores universitários também trabalham nessas instituições, fazendo com que as aulas ganhem um tom mais político. “Aprendi muito sobre a engenharia dentro da política. Por exemplo, como é o gerenciamento de obras na União Europeia”, diz.

O engenheiro conta que uma das disciplinas pelas quais se interessou durante o intercâmbio abordava a situação sócio-política e econômica da água no mundo. O professor era o responsável pela gestão dos impactos ambientais na Comissão Europeia. “No trabalho final, cada aluno apresentou um seminário sobre um problema de água no

EM BRUXELAS, APRENDI FRANCÊS E DESCOBRI A ÁREA QUE QUERO SEGUIR

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Ointercâmbio pode ser um período de intenso desenvolvimento profissional, acadêmico e pessoal. Mas, para isso, não basta fazer as malas e viver em um país estrangeiro por um determinado tempo

– é preciso tirar proveito das oportunidades que o programa e o país proporcionam.

A trajetória de Rodrigo Pereira, 22 anos, é um bom exemplo de como a experiência é transformadora se levada a sério e vivida com intensidade. O estudante de engenharia ambiental da Universidade Estadual Paulista (Unesp) saiu de Rio Claro, interior de São Paulo, para Estocolmo, na Suécia, onde estudou durante um ano, entre 2014 e 2015, pelo programa do governo federal Ciência sem Fronteiras (CsF).

A preocupação em extrair o máximo da experiência começou com a escolha do destino: Rodrigo optou pela Suécia por ser um país de referência em relação ao meio ambiente. Para se ter uma ideia,

INTERCÂMBIO NA SUÉCIA: COMO APROVEITAR A EXPERIÊNCIA NÓRDICA

→ Brasileiro que fez intercâmbio no país atuou como embaixador da sua universidade no Brasil e agora quer mestrado no exterior. "Mudei totalmente. Há um Rodrigo antes e um depois da viagem"

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relacionar os seus estudos na Suécia com o Brasil. “Cursei uma disciplina sobre gestão de resíduos. No trabalho final, eu e uma amiga brasileira fizemos um estudo sobre a influência dos catadores de lixo no país e fomos muito elogiados.”

Embaixador – Antes mesmo de embarcar para a Suécia, Rodrigo havia se candidatado – e sido aprovado – a atuar como embaixador internacional da universidade que estudou por lá, a KTH (Instituto Real de Tecnologia). A função incluía produzir conteúdo sobre a instituição e a cultura sueca para outros intercambistas.

O estudante criou, além de um blog, canais no Youtube em inglês e português – que atualiza até hoje. Lá, é possível assistir a vídeos sobre o dia-a-dia em Estocolmo e diários das viagens que ele fez pela Europa. “Como me tornei embaixador, criei uma relação próxima com o diretor da minha faculdade, com quem ainda mantenho contato”, diz.

Agora, os planos de Rodrigo são formar-se na Unesp e candidatar-se a um mestrado no exterior. “Quero fazer pós-graduação em ecologia industrial, que era o foco das aulas do meu intercâmbio”, diz. “Tenho certeza que a minha experiência na Suécia vai ajudar na candidatura. Primeiro porque o meu inglês melhorou muito. Além disso, posso falar, na carta de motivação, sobre todos esses projetos que desenvolvi na Suécia, como o blog da universidade e o canal no Youtube.”

Para ter mais informações sobre intercâmbio na Suécia, visite este site (em inglês). Quase todos os cursos de graduação no país são oferecidos em sueco, então muitos intercambistas, como Rodrigo, acabam fazendo aulas do mestrado, que possui mais opções em inglês. A taxa anual de uma pós-graduação na Suécia é de cerca de US$ 9.300 para alunos internacionais. Universitários, mesmo estrangeiros, podem trabalhar por lá enquanto estudam.

Estocolmo é segunda cidade mais sustentável da Europa, atrás apenas de Copenhague, na Dinamarca, segundo ranking da Siemens. Na cidade, 93% das pessoas vão a pé, de bicicleta ou de transporte público ao trabalho.

Os suecos também se destacam na educação. Três universidades do país estão entre as 100 melhores do mundo, segundo a publicação britânica Times Higher Education (THE). O moderno sistema de ensino nacional incentiva o estudante a pensar e discutir as suas próprias ideias – um desafio que Rodrigo considera como um dos maiores aprendizados que teve lá.

Na bagagem da volta ao Brasil, ele trouxe conhecimentos novos em sua área, o domínio do inglês, fotos de muitas viagens pela Europa, um canal no Youtube e o projeto de um mestrado internacional para o futuro. “Olhando para trás, consigo pensar em um Rodrigo antes e outro depois do intercâmbio. Eu mudei totalmente”, avalia.

O intercâmbio me ensinou muito sobre como trabalhar em equipe e desenvolver projetos. Além disso, as aulas lá são muito mais abertas ao debate. O professor, em vez de chegar na sala de aula e falar sem interrupções, propõe um tópico e pede que os alunos discutam sobre o assunto

“O intercâmbio me ensinou muito sobre como trabalhar em equipe e desenvolver projetos. Além disso, as aulas lá são muito mais abertas ao debate. O professor, em vez de chegar na sala de aula e falar sem interrupções, propõe um tópico e pede que os alunos discutam sobre o assunto”, conta.

Segundo Rodrigo, essa experiência reforçou a sua opção por trabalhar com engenharia ambiental. “Eu aprendi novas formas de pensar dentro da minha área”, diz. Ele lembra que desenvolveu uma série de projetos marcantes durante o intercâmbio, mas que os principais foram aqueles em que ele pôde

INTERCÂMBIO NA SUÉCIA: COMO APROVEITAR A EXPERIÊNCIA NÓRDICA

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Está em busca de um destino para aprender espanhol? Não quer gastar muito? A jornalista Marina Fontanelli, de 25 anos, fez intercâmbio em Mendoza, a 4ª maior cidade da Argentina, e recomenda a experiência

para todo mundo. “Foi importante para a construção da minha identidade”. Veja a seguir o relato dela que, durante um semestre, estudou na Universidade Nacional de Cuyo (UnCuyo):

“Desde que entrei na faculdade de jornalismo na Universidade Estadual Paulista (Unesp), sempre tive vontade de fazer intercâmbio. Eu pensava em viver essa experiência em algum país europeu, porque ouvia relatos muito positivos de amigas que já tinham ido para lá.

Porém, no final do segundo ano da graduação, encontrei uma amiga que estava se preparando

INTERCÂMBIO NA AMÉRICA DO SUL? ARGENTINA PODE SER UMA ÓTIMA OPÇÃO!

→ O país é boa opção para quem deseja aprender espanhol sem gastar muito. "O intercâmbio foi muito importante na construção da minha identidade", conta estudante. Veja!

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latino-americana. Foi um fator muito importante na construção da minha identidade."

A cidade —A região de Grande Mendoza, que reúne os munícipios de Godoy Cruz, Luján de Cuyo, Guaymallén, Maipú, Las Heras e Mendoza, tem cerca de 1 milhão de habitantes, mas a cidade em si possui 120.000.

Mendoza é uma cidade muito agradável para se viver e fica aos pés da Cordilheira dos Andes. Houve um forte terremoto no local em 1861, então a cidade foi reconstruída nos moldes europeus para amenizar os prejuízos de um possível novo desastre. No centro, há ruas e calçadas largas, grandes praças, como a Plaza Independência, e muitas árvores. Como o clima na região é um pouco árido, há canais a céu aberto, conhecidos como acéquias, que trazem a água de degelo da cordilheira e aumentam a umidade do ar. A cidade é turística e tem uma vida noturna relativamente agitada.

Para permanecer seis meses como estudante na Argentina, é preciso de um visto especial para essa finalidade. Eu entrei no país com visto de turista e consegui a minha autorização já em Mendonza. Optei por morar em uma pensão porque era bem localizada e abrigava outros intercambistas. O local era próximo da Avenida San Martín, a principal da cidade, e eu não tinha dificuldade para chegar nos lugares. O campus da universidade era um pouco mais afastado do centro, mas há muitos ônibus que fazem esse trajeto.

Uma das experiências mais marcantes e valiosas de ter morado na Argentina foi ter me sentido mais latino-americana. Apesar do idioma e de algumas tradições culturais diferentes, temos muito mais semelhanças do que diferenças com os países vizinhos. Descobrir isso foi um fator muito importante na construção da minha identidade.”

para morar em Mendonza, na Argentina. Ela sugeriu que eu tentasse fazer o meu intercâmbio na cidade também. Naquela época, eu nem sabia onde ficava Mendonza, apenas sabia que lá se produziam bons vinhos. Mas a sugestão dela acabou sendo uma oportunidade para eu realizar meu sonho, aprender um novo idioma e não gastar tanto, já que a Argentina é mais barata do que muitos países da Europa.

Meu intercâmbio fazia parte de um convênio entre a Unesp e a Universidade Nacional de Cuyo (UnCuyo), uma instituição que recebe muitos alunos estrangeiros. Além da faculdade ser gratuita, eu recebia uma bolsa equivalente a R$ 400 mensais para cobrir gastos como moradia e alimentação. Apesar de o custo de vida em Mendonza ser mais barato do que em São Paulo, por exemplo, esse valor não é suficiente para o mês. Eu diria que é possível viver na cidade com R$ 800 mensais.

A escolha das disciplinas era livre e eu aproveitei para estudar assuntos como história, psicologia e comunicação comunitária. As aulas exigiam muita leitura, o que foi desafiador porque os assuntos eram complexos e estavam em espanhol. Porém, era fácil compreender os professores. Minha única dificuldade com o idioma foi no início, para conversar com outras pessoas, o que melhorou com o tempo.

As disciplinas relacionadas a temas históricos me marcaram muito. Por isso, assim que voltei do intercâmbio, dei início à iniciação científica pesquisando sobre História de Imprensa. Após me formar, em 2014, cursei uma disciplina como aluna especial na pós-graduação em História Social na Universidade de São Paulo (USP). Agora, pretendo fazer um mestrado nessa área.

Uma das experiências mais marcantes e valiosas de ter morado na Argentina foi ter me sentido mais

INTERCÂMBIO NA AMÉRICA DO SUL? ARGENTINA PODE SER UMA ÓTIMA OPÇÃO!

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AEspanha é um país muito rico culturalmente. As suas diversas regiões, da Catalunha à Andaluzia, são únicas e possuem a sua própria história, hábitos e gastronomia. Por isso, a

experiência de fazer intercâmbio no país pode ser muito enriquecedora – e extremamente variada, dependendo da cidade escolhida.

Há muitas cidades universitárias na Espanha. Em comum, elas têm o fato de oferecerem um custo de vida mais baixo do que em muitas outras partes da Europa, clima ameno e boas universidades. O Estudar Fora ouviu dois estudantes brasileiros que fizeram intercâmbio por lá, em regiões distintas: Juliana Leal, que viveu em Zaragoza, na região de Aragão, e Renan Simão, que passou seis meses em Sevilla, na parte de Andaluzia. Confira:

ESPANHA: UM PAÍS, MUITAS CULTURAS DIFERENTES

→ As várias regiões do país proporcionam intercâmbios e aprendizados bem diferentes. Brasileiros que moraram em Zaragoza e Sevilla contam suas experiências. Confira!

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“Fiz o intercâmbio por meio de uma bolsa oferecida pela USP. Além de eu não pagar a universidade na Espanha, recebia cerca de 700 euros por mês, suficientes para se viver muito bem por lá.

Zaragoza é a quinta maior cidade da Espanha e fica na região de Aragón, no sul. Não é uma parte muito turística do país, mas é um lugar muito bom para se viver. A cidade tem uma atmosfera tranquila e familiar, há sempre crianças e idosos pelas ruas e os grandes centros comerciais ficam afastados do centro. O local é bem histórico, repleto de construções antigas e ruas com quadras largas. Além disso, é muito bem estruturada e o transporte público é eficiente.

Uma das coisas mais interessantes de ter vivido lá foi perceber as diferenças culturais entre as regiões da Espanha. Por exemplo, a base da comida em Zaragoza é batata e eles comem muitas tortillas, mas não é comum encontrar paella lá, que é um prato típico nacional, porque Aragón não fica perto do mar.

Em relação ao idioma, eu já tinha estudado espanhol antes, mas na prática é completamente diferente. Eu aprendi a língua de fato somente após viver em Zaragoza, pois convivi com nativos, ouvi o sotaque deles e aprendi expressões específicas.

Para mim, a parte mais legal do intercâmbio é conhecer pessoas novas e diferentes. Hoje, eu tento entender mais a identidade cultural dos outros e estou mais aberta para conhecer outras culturas e religiões. Às vezes, podemos achar o costume de alguém estranho, mas há toda uma história por trás dele, e isso me interessa muito.”

Renan Simão, de 25 anos, cursou um semestre da faculdade de jornalismo, que fazia na Universidade Estadual Paulista (Unesp), na Universidade de Sevilla

“Fiz intercâmbio acadêmico de um semestre em Sevilla pelo programa Santander Universidades. O processo seletivo da bolsa incluía análise de notas da graduação, de currículo e comprovação de nível intermediário de espanhol. Eu recebi cerca de 500 euros por mês durante o meu intercâmbio, valor suficiente para pagar as contas básicas, mas sem luxos.

Sevilla é uma cidade incrível. Como é turística, tem ótima infraestrutura e atividades culturais variadas, mas possui aquela atmosfera de cidade pequena, mesmo sendo uma das partes mais desenvolvidas da Espanha. Durante o intercâmbio, conheci colegas que eram da região e entendi um pouco sobre a grande diferença que há entre Andaluzia, no sul da Espanha, e o resto do país. Lá, a comida, o flamenco, a arquitetura e os costumes são únicos.

A cidade proporciona uma excelente qualidade de vida. Eu comprei uma bicicleta e aproveitei o lugar ao máximo pedalando ao lado do rio Guadalquivir. Eu adorei a comida local, me alimentava muito bem com jamón, salmorejo, paella, salada, só coisas deliciosas.

Na faculdade, fiz disciplinas de comunicação e audiovisual e gravei o meu primeiro curta-metragem, o que me ajudou a dar uma guinada na minha carreira. Hoje, sou pesquisador na área de cinema e pretendo fazer mestrado sobre o assunto.”

Juliana Leal, de 25 anos, é formada em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Em 2012, cursou um semestre da graduação na Universidade Zaragoza.

ESPANHA: UM PAÍS, MUITAS CULTURAS DIFERENTES

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Hoje, saber inglês é requisito básico para conquistar um bom emprego e impulsionar a carreira. Por isso, muitos jovens que desejam melhorar o domínio do idioma optam por fazer um intercâmbio

antes de se formarem na universidade. Assim, entram no mercado de trabalho com um currículo mais competitivo.

Este foi o caso da gaúcha Bruna Teixeira de Oliveira, de 22 anos, que trancou a faculdade de comércio exterior na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, para estudar inglês na Austrália. No caso dela, o domínio da língua era indispensável para exercer a profissão que escolheu.

“Eu já havia feito todos os créditos da faculdade e até o trabalho de conclusão de curso, mas tinha

ESTUDAR NA AUSTRÁLIA: PARAÍSO PARA GANHAR FLUÊNCIA NO INGLÊS

→ Estudante gaúcha trancou a faculdade para aperfeiçoar-se no idioma do outro lado do mundo. "Ser fluente em inglês foi fundamental para conseguir o estágio que queria", diz

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“Há muitos brasileiros na Austrália, mas eu me dediquei a encontrar uma casa na qual eu morasse com pessoas de outros países para me obrigar a falar inglês. Além disso, eu assistia muita televisão e lia muito no idioma, o que me ajudou muito”, conta a estudante.

Segundo ela, a experiência no exterior foi fundamental para conseguir um bom estágio em sua área ao retornar. “Quando eu procurei emprego, os entrevistadores deram muito valor ao fato de eu ter inglês fluente e ter morado fora. Apenas um mês depois de chegar ao Brasil, estava contratada por uma grande fabricante de sapatos”, diz Bruna.

CUSTOS – Sydney é uma cidade com custo de vida alto – segundo ranking da consultoria Mercer, trata-se da região mais cara da Austrália. No entanto, o local acaba sendo viável para intercambistas porque permite que eles trabalhem enquanto estudam. Lá, alunos de universidade, de escolas de idioma ou de cursos livres podem trabalhar até 20 horas por semana durante os estudos e em tempo ilimitado nas férias.

sido reprovada em uma prova de inglês específica exigida para todos aqueles que desejam trabalhar com comércio exterior. Então, em 2014, tranquei o curso e viajei para a Austrália para fazer um curso de idioma”, conta ela.

Após um ano de intercâmbio, Bruna voltou fluente, conseguiu um bom estágio e, mais importante: foi aprovada na prova. Eliminada esta barreira, a gaúcha se formou no final de janeiro.

Intercâmbio – Bruna morou durante um ano em Sydney, considerada a 4a melhor cidade do mundo para estudantes, segundo ranking da consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS). O local é perfeito para aqueles que desejam adquirir domínio do inglês: o clima semelhante ao do Brasil, as lindas paisagens e a flexibilidade de regras de trabalho para estudantes são alguns dos principais atrativos das cidades australianas. Além disso, Sydney também oferece um dos maiores índices de qualidade de vida do mundo.

A estudante fez um curso de inglês durante seis meses e permaneceu em Sydney trabalhando como garçonete e hostess pelo restante do intercâmbio. Segundo ela, tanto os estudos quanto o trabalho contribuíram para que ela passasse a falar o idioma fluentemente. “Eu adorei as aulas que tive. Além disso, ter trabalhado me ajudou muito a colocar a teoria em prática e a adquirir vocabulário, além de juntar dinheiro e me manter por lá”, diz.

ESTUDAR NA AUSTRÁLIA: PARAÍSO PARA GANHAR FLUÊNCIA NO INGLÊS

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Ouniversitário que deseja fazer intercâmbio durante a graduação possui diversas opções de programas (estudos, trabalho e voluntariado). Existe também a possibilidade de aproveitar o tempo no

exterior para unir diferentes experiências – até mesmo em países variados – e retornar ao Brasil com uma bagagem ainda mais rica.

Foi o que fez Thomaz Barbosa, de 25 anos, recém-formado em economia na Universidade de São Paulo (USP). Em 2013, ele cursou um semestre da graduação na Universidade de Groningen, na Holanda, em um convênio que a instituição mantém com a USP. Depois, trancou a faculdade, arrumou as malas e partiu direto para a Ásia, por onde viajou durante quatro meses e atuou como voluntário no Camboja.

ESTUDANTE FOI DE UNIVERSIDADE EUROPEIA A VOLUNTARIADO NA ÁSIA EM UM ANO

→ Durante a graduação em economia na USP, Thomaz Barbosa emendou um intercâmbio acadêmico na Holanda com uma viagem para o continente asiático

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Segundo Thomaz, as dificuldades da viagem pela Ásia e da estadia no Camboja foram importantes para o seu amadurecimento. "Hoje sinto uma autonomia e uma liberdade muito grande, e tenho menos dificuldade em lidar com pessoas de cargos superiores ou grandes acadêmicos", diz. "O voluntariado era cansativo às vezes, mas foi uma experiência muito marcante. Aprendi a me virar e a sair da minha zona de conforto. No fim da minha estadia, recebi cartas de alunos me agradecendo pelas aulas. Mas, na verdade, quem aprende com essa experiência é o próprio voluntário."

Ao retornar ao Brasil, Thomaz se inscreveu em programas de estágio e, no final de 2015, de trainees. Ele percebeu que as duas experiências foram bem vistas pelos recrutadores. “As empresas demonstraram interesse nas duas situações que vivi. Ou seja, uma mais acadêmica, em que precisei ler artigos complexos em inglês, por exemplo, e a outra na Ásia, na qual precisei sair da minha zona de conforto, criar aulas, lidar com diferenças culturais gigantescas”, conta.

O saldo positivo dessa experiência foi enorme para Thomaz. “Conhecer tudo isso me ajudou a ter mais clareza do que quero para a minha vida. O mundo é muito grande e bonito. Pensei durante toda a minha viagem: 'Onde eu estava esse tempo todo que não conhecia essas coisas?'".

Segundo o recém-formado, fazer uma viagem seguida da outra reforçou o contraste que existe entre esses dois tipos de experiências. Groningen é uma importante cidade universitária da Holanda, um dos países mais ricos e modernos da Europa. Viver na nação é também entrar em contato com um lugar que valoriza a sustentabilidade e a educação. Para se ter uma ideia, seis universidades entre as 100 melhores do mundo, segundo a publicação britânica Times Higher Education (THE), são holandesas.

“Ao viver lá, aprendi como funciona uma sociedade organizada e moderna, que valoriza a mobilidade, educação e tecnologia. Percebi que o Brasil tem muito o que fazer nesse sentido. Além disso, vivi em uma residência estudantil, onde entrei em contato com pessoas de diferentes partes da Europa”, diz Thomaz, que teve aulas em inglês na universidade holandesa.Já o trabalho voluntário feito por ele foi intermediado pela IVHQ (International Volunteer HQ), que havia sido indicada por um amigo. “Eu me candidatei quando ainda estava na Holanda. Essa empresa recruta pessoas que ajudam desde dando aula de surf até cuidando de bebês em nações subdesenvolvidas. Eu pude escolher qual país e projeto queria participar”, conta.

Durante as quatro semanas que esteve no Camboja, Thomaz deu aulas de inglês para adolescentes e adultos. "Eu precisava pensar em tudo, desde o conteúdo das aulas até as provas", diz. "As necessidades por lá são tão urgentes que o pouco do idioma que eles aprendem já ajuda a melhorar a qualidade de vida".

ESTUDANTE FOI DE UNIVERSIDADE EUROPEIA A VOLUNTARIADO NA ÁSIA EM UM ANO

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M uitas vezes, ao planejar o seu intercâmbio, o estudante deseja que essa experiência também inclua o aprendizado de uma nova língua. Por isso, muitos deixam de cogitar Portugal

como uma das opções de destino. No entanto, existem muitos motivos para incluir o país na lista de possíveis locais para o intercâmbio. Entre eles, custo de vida baixo, lindas paisagens, vida cultural intensa e gastronomia rica.

As principais cidades universitárias de Portugal são Lisboa, Coimbra e Porto. Esta é conhecida pela faixa litorânea, a arquitetura colorida e o seu centro histórico, considerado Patrimônio Mundial pela Unesco. É a segunda maior cidade de Portugal, atrás somente de Lisboa, e possui intensa vida cultural.

Ficou interessado? Confira a experiência de duas brasileiras que moraram em Porto durante a graduação:

INTERCÂMBIO EM PORTUGAL: MESMO IDIOMA, MAS MUITOS APRENDIZADOS

→ "Tive contato com outros problemas sociais e políticos. O intercâmbio muda a forma como vemos e pensamos o mundo", diz jovem que estudou em Porto. Veja vantagens de estudar em Portugal!

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Andrea Galvão, 24 anos, estuda direito na PUC de São Paulo. Em 2014, ela cursou um semestre da graduação na Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

“A universidade em que estudei no Porto tem currículo internacional, então, mesmo sendo em Portugal, oferece aulas em inglês. Assim, eu tive essa experiência de viver em um país que fala a minha língua, mas exercitei um novo idioma.

As disciplinas que cursei eram voltadas para direito internacional, que é a minha área de interesse. Assim, mesmo eu tendo cursado elas na Europa, posso aplicar esses conhecimentos no Brasil.

Eu gostei muito do Porto. Se compararmos com São Paulo, que é a minha cidade, é um lugar pequeno, mas trata-se da segunda maior cidade de Portugal e lá tem muita coisa para se fazer. Há inúmeras atividades culturais por lá e quase tudo é próximo, então é fácil se locomover. No centro da cidade, você consegue fazer tudo, desde ir em lojas até uma balada. A minha universidade ficava ao lado da praia, então era muito bom ter esse contato diário com o mar.

Com a minha experiência por lá, ao voltar para o Brasil, consegui entrar em um grupo de estudos da PUC sobre direito internacional, com o qual consigo contribuir a partir do que aprendi na Europa."

Mariane de Mello, 26 anos. É formada em nutrição pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e, em 2010, cursou um semestre da faculdade na Universidade do Porto.

“Minhas aulas foram todas em português e, como eu tive a liberdade de escolher as disciplinas que iria cursar, optei justamente por aquelas que mais deixaram a desejar na minha graduação no Brasil. As aulas eram muito boas. Algumas com recomendações e enfoques diferentes ao que estava acostumada, devido à cultura alimentar de cada país. Os alunos eram bem interessados.

Apesar das aulas terem sido em português, no início tive dificuldade para compreender tudo o que estava sendo abordado por causa do sotaque, mas logo fui me acostumando com a “nova” língua. É engraçado, mas em Portugal assisti a uma disciplina sobre alimentação e diabetes, assunto que foi o tema do meu mestrado alguns anos depois. Na época, entretanto, eu nem pensava em aprofundar os estudos nessa área.

Eu gostei muito do Porto. Os cidadãos de lá levam uma vida simples e com muita qualidade. É uma mistura de cidade com a calmaria do interior e a paisagem litorânea. Tem lugares muito bonitos, considerados patrimônio da humanidade e uma vista incrível da Ribeira. E tem a vantagem dos costumes alimentares não serem tão diferentes dos nossos. As pessoas são educadas, te tratam bem e sempre há um brasileiro por perto.O intercâmbio me proporcionou a experiência de ver o mundo de um local diferente do globo. O que parece ser simplesmente um deslocamento geográfico, muda a forma como vemos e pensamos o mundo. Tive contato com outros problemas sociais e políticos e, apesar das diferenças, percebo que as semelhanças se sobressaem."

INTERCÂMBIO EM PORTUGAL: MESMO IDIOMA, MAS MUITOS APRENDIZADOS

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E mbora não seja uma opção tão óbvia na hora de fazer intercâmbio, viver e estudar na Itália pode ser uma experiência enriquecedora, especialmente quando o assunto é história e cultura. É isso o que

diz Andre Marianno, de 24 anos, a todos que perguntam a ele sobre a sua experiência na terra de Da Vinci e Michelangelo.

Enquanto estudava relações internacionais na PUC de São Paulo, Andre resolveu cursar um semestre da faculdade em Milão, na Università Cattolica del Sacro Cuore, a partir de um convênio entre as duas instituições. Ele já possuía cidadania brasileira e italiana e, por isso, conseguiu estender o intercâmbio e fazer um estágio no consulado brasileiro da cidade. Hoje, Andre trabalha na Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil.

Milão está entre as 50 melhores cidades do mundo para estudantes, segundo a consultoria britânica

ESTÁGIO E ESTUDO NA ITÁLIA: BRASILEIRO CONTA SUA EXPERIÊNCIA

→ "Tornei-me uma pessoa menos preconceituosa, mais solidária e mais disposta a compreender aqueles que são diferentes de mim", diz brasileiro que estudou e trabalhou em Milão

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Procurei vagas relacionadas à minha área e me inscrevi em uma oportunidade no Consulado Brasileiro em Milão. Foi o meu primeiro emprego em uma instituição pública e fora do Brasil.Para mim, o estágio foi excelente para complementar minha experiência fora do país. Além de ter tido a oportunidade de ficar mais tempo na cidade, tive contato maior com estrangeiros e também brasileiros que moravam em Milão, o que colaborou muito para meu desenvolvimento pessoal e profissional.

Consigo pensar em diversas vantagens de ter feito o intercâmbio. A faculdade me ensinou outra forma de pensar e a enxergar um mesmo assunto sobre diferentes pontos de vista; a experiência toda também contribuiu para que eu definisse com o que eu queria trabalhar. Além disso, me tornei uma pessoa menos preconceituosa, mais solidária e mais disposta a compreender aqueles que são diferentes de mim. E isso é algo fundamental na minha área de trabalho.

Eu já indiquei essa experiência de intercambio na Itália muitas vezes. É muito bom ter contato com novas culturas e pessoas diferentes – isso faz com que você repense muitas coisas da sua própria vida.”

Quacqarelli Symonds (QS), que classifica a metrópole como o local mais indicado para universitários na Itália. A cidade é famosa por sua relevância no cenário da arte e da moda, e também se destaca por ser o centro financeiro nacional e por sua tradição nas áreas da cultura e do esporte – em especial, do futebol. Milão, no entanto, é considerada a cidade mais cara da Itália, segundo uma lista elaborada pela consultoria Mercer.

Ficou interessado em saber mais sobre a experiência de Andre na Itália? Veja a seguir o depoimento dele para o Estudar Fora:

“Em 2013, resolvi cursar um semestre da faculdade de relações internacionais, que fazia na PUC de São Paulo, em Milão, na Itália – mais especificamente na Università Cattolica del Sacro Cuore (Unicatt). Antes de ir para Milão, fiz algumas aulas de italiano e, no meu primeiro mês lá, participei de um curso intensivo do idioma oferecido pela Unicatt. Isso foi fundamental para que eu passasse a dominar a língua. Além disso, morei com três italianos e todas as disciplinas que cursei na universidade de lá foram oferecidas na língua nativa.

Eu pude escolher as disciplinas que gostaria de cursar na Itália, mas meu coordenador na PUC precisou assinar as escolhas, comprovando que essas aulas estavam relacionadas aos meus estudos no Brasil. Assim, quando eu voltei, a faculdade reconheceu os créditos que cumpri em Milão.

Quando o meu semestre na Unicatt acabou, decidi estender o intercâmbio e tentar fazer um estágio.

ESTÁGIO E ESTUDO NA ITÁLIA: BRASILEIRO CONTA SUA EXPERIÊNCIA

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TextosVivian Carrer Elias

EdiçãoLecticia Maggi Design Danilo de Paulo e Renata Monteiro Fundação Estudar, 2016