especial alepo

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Kislev / Tevet 5776 • Nov 15 / Jan 16 Kislev / Tevet 5776 • Nov 15 / Jan 16 Ano XXIII • Nº 141 Ano XXIII • Nº 141 ESPECIAL ALEPO ATUALIDADES Guerra Civil na Síria DINHEIRO EM XEQUE Filho Querido

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Ano

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ESPECIAL ALEPO

ATUALIDADESGuerra Civil

na Síria

DINHEIRO EM XEQUE

Filho Querido

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Kislev / Tevet 5776 3

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4 Kislev / Tevet 5776

Exija o selo de supervisão rabínica

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Kislev / Tevet 5776 5

Nos dias de hoje, a moda, ou a re-

gra, é ser forte, belo, perfeito.

Os valores intelectuais e, principalmente, os

espirituais estão relegados a um segundo

plano pela sociedade laica.

O corpo deve ser perfeito! Milhões de

jovens sustentam as academias de ginástica.

Muitos procuram cirurgiões plásticos. Ser

velho não é aconselhável; por isso, cirurgias

eliminam vestígios de rugas.

Como ser gordo é proibido, a indústria

de produtos dietéticos nunca faturou tanto.

E os especialistas em cirurgias de estômago

estão cada vez mais ocupados.

Todo esse sistema é o resultado de anos

e anos de uma sociedade exclusivamente

materialista. Cinema e televisão forjam mi-

tos e incutem no povo um modelo estético de

beleza e perfeição física.

A visão do judaísmo é contrária a tudo

isso. A Torá recomenda claramente que cui-

demos muito bem dos nossos corpos, mas

para que possamos trabalhar melhor nos-

sas almas. O corpo é apenas temporário e

a alma é eterna. Assim, é um contra-senso

trabalhar o corpo e relegar o espírito.

A Torá é clara quanto à primazia do es-

pírito sobre a força física. Sobre quem deve-

ria ir para a guerra, consta (Devarim 20:8):

“E continuarão os policiais a falar ao povo

e dirão: ‘Que o homem que teme e é mole

de coração ande e volte para sua casa e não

derreta o coração de seus irmãos como o seu

coração’”. Segundo a Guemará, “aquele que

teme” é uma referência às pessoas que pos-

suíam pecados e, por isso, temiam a morte

na guerra. Daqui vemos que a elite das guer-

ras não eram os fortes, mas sim os justos.

Em um nível mais profundo, o Rabino

Aryeh Kaplan zt”l explica o que os mecuba-

lim denominam de chibut hakêver – o cas-

tigo da sepultura. Após a morte, pode acon-

tecer uma grande “angústia psicológica” da

alma ao ver sua “habitação terrena” em um

estado de deterioração. Isto varia de um in-

divíduo para outro. Quanto mais a pessoa se

preocupar com o corpo e o mundo material

durante a vida, mais ela se manterá presa

a eles após a morte. Assim, esta deteriora-

ção do corpo pode resultar extremamente

dolorosa. No caso de uma pessoa que esta-

va imersa no espiritual, é capaz de não se

importar com o destino de seu corpo. Se ela

se sente à vontade no reino espiritual, logo

esquece por completo de seu corpo. Assim,

os tsadikim não são afetados pelo chibut

hakêver, pois nunca atribuem importância

excessiva ao seu corpo material.

A busca pela perfeição e beleza física

não é uma novidade do mundo contemporâ-

neo. A festa de Chanucá vem nos lembrar o

quanto esta filosofia prejudicou nosso povo e

como conseguimos fazer prevalecer os valo-

res espirituais. Muito mais que uma guerra

física, a guerra entre judeus e gregos foi de

conceitos, de pensamentos. Chanucá vem

nos mostrar que a força e a beleza espiri-

tuais são muito mais poderosas e formosas

que a força e a beleza física – idealizadas

pelos gregos.

Dentro do espírito de Chanucá, de-

vemos tomar o exemplo dos macabim, de

determinação e fé nos ideais judaicos. Da

mesma forma que há mais de dois mil anos

os poucos venceram os muitos, hoje nós

podemos fazer prevalecer em nós, em nossa

família e em nossa comunidade, os valores

espirituais.

Editorial

Page 6: ESPECIAL ALEPO

6 Kislev / Tevet 5776

Nesta EdiçãoNº 141

Capa:

Alepo – Uma

Glória no Coração

Especial, pág. 8.

A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da

Congregação Mekor Haim.

Rua São Vicente de Paulo, 276 CEP 01229-010 - São Paulo - SP Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400

Fax: 11 3660-0404 e-mail: [email protected]

supervisão: Rabino Isaac Dichi

diretor de redação: Saul Menaged

colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland

e Silvia Boklis

projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente

editora: Maguen Avraham

tiragem: 11.000 exemplares

O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos

assinados são de inteira responsa bilidade de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou

de seus associados.

Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar

sobre a supervisão rabínica.

a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.

Expediente

55De Criança para Criança“Um Presente Como Aquele!...”. Chayim Walder

45Comemorando “O Acendimento da Chanukiyá”.

8Especial“Alepo – Uma Glória no Coração”.

Page 7: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 7

Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.

30

41Dinheiro em Xeque “Filho Querido”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.

5148Aconteceu “Kislev / Tevet”.

20Livros doPovo do Livro “Iluminando o Retorno”.Rabino I. Dichi

Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de kislev e tevet.

37Variedades“Maravilhoso Mundo Animal”.

24Atualidades“Guerra Civil na Síria”.

Page 8: ESPECIAL ALEPO

8 Kislev / Tevet 5776

Especial

Page 9: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 9

AlepO

Os portões de entrada da “Cidadela de Alepo”

UMA GlÓRIA NO CORAÇÃO

Alepo é um nome de orgulho no rol judaico de grandes cidades. Na história sefaradi, ela é uma das mais reverenciadas capitais do estudo da Torá e lealdade às majestosas tradições judaicas orientais.

Especial

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10 Kislev / Tevet 5776

“Aram Sobá”

é o nome bíblico de Alepo – “Halab” em

árabe. É a segunda maior cidade na Sí-

ria e o centro do norte do país. A ilustre

comunidade judaica de Aram Sobá tinha

raízes profundas, que se estendiam des-

de os tempos antigos. A presença judaica

na cidade durou até o final do século XX,

quando praticamente todos os judeus re-

manescentes deixaram a cidade.

Através de sua longa história, Alepo re-

presentou um dos centros urbanos mais im-

portantes da Ásia Ocidental, em grande parte

devido à sua localização estratégica em um

ponto comercial vital. Em seu auge, entre os

séculos XV e XIX, a população de Alepo co-

locou-a entre as maiores cidades do mundo.

Em 1517 eram 70.000 habitantes – Londres,

em comparação, tinha 80.000 habitantes em

1545.

Alepo foi um vibrante centro da Torá,

com a sua comunidade única de rabinos, es-

tudiosos e interessados em estudá-la, viven-

do uma vida de devoção, amor, dinamismo e

alegria. Almas que despertavam a cada noi-

te, enchendo as salas de estudo e sinagogas

para recitar Tehilim e continuar com o estu-

Hoje, Alepo é apenas uma memória – uma gloriosa memória! Uma memória que deve permanecer documentada e forte não apenas para os descendentes de Alepo, mas também nos corações de todos os judeus que valorizam a grandeza de nossas tradições.

Page 11: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 11

do da Torá até o amanhecer.

Aram Sobá não existe mais como

um centro físico para a vida judaica,

porque os judeus que a constituíam

dispersaram-se. Contudo, a Aram Sobá

espiritual continua florescendo em to-

das as comunidades judaicas de Aram

Sobá de todo o mundo, onde seus livros

sagrados, escritos por seus sábios, são

estudados – e sua piedade é lembrada

e repercutida. Estas comunidades ju-

daicas são bastante dinâmicas e parti-

lham de uma herança comum com os

costumes praticados e as melodias das

orações.

É realmente trágico que a era de

ouro de Alepo tenha terminado há

mais de 50 anos, com a emigração

da população judaica para terras com

melhores oportunidades de obser-

vância religiosa e econômica. O início

do declínio vertiginoso começou em

1948, quando o ódio e a perseguição

tornaram-se comuns contra os judeus

das terras árabes.

A origem do nome “Aram Sobá”

A mais antiga referência ao nome

Aram Sobá data dos tempos do nosso

patriarca Avraham. Fontes rabínicas

contam que na sua velhice, Têrach, pai

de Avraham, tomou outra esposa cha-

mada de Pelilá. Segundo o Sêder Ha-

dorot, isso aconteceu no ano de 2083

após a Criação, o que vem a ser 1677

anos antes da Era Comum. Pelilá teve

um filho, a quem chamou de Sobá.

Sobá era, portanto, irmão paterno de

Avraham. Quando Sobá completou 30

anos, ele teve três filhos, a quem cha-

mou de Aram, Achlin e Marich. A famí-

lia se expandiu rapidamente. Aram ben

Sobá teve três esposas, que lhe deram

12 filhos e 3 filhas.

Hashem abençoou Aram e seus

irmãos com grande riqueza. Em sua

busca por pasto para o rebanho em

expansão, eles chegaram a um vale

distante, que consideraram adequado

para as suas necessidades. O povoado

que eles estabeleceram por lá recebeu

o nome de Aram, que se tornou o pre-

cursor da atual cidade de Aram Sobá

(Alepo).

Posteriormente, o nome “Aram”

veio a se referir a toda aquela região

– que hoje compreenderia a Síria e o

Líbano – enquanto “Sobá” foi a desig-

nação para uma determinada cidade

daquela região – Alepo.

Damasco é outra cidade da região

de Aram, que por vezes foi referida

como “Aram Damêssec” (Shemuel II,

8:6): “Vayássem David netsivim Bea-

ram Damêssec – E David colocou go-

vernadores em Aram de Damasco”.

Vista da cidade antiga de Alepo a partir do alto da “Cidadela de Alepo”

Page 12: ESPECIAL ALEPO

CIdAdelA de AlepO

Em documentos legais, como cer-

tidões de casamento e divórcio, é co-

mum encontrar Aram Sobá sendo cha-

mada apenas de Sobá, uma vez que

este é o seu nome original.

A origem do nome “Alepo”

Cerca de 800 anos atrás, Rav Pe-

tachyá de Regensburg viajou pelas

antigas terras bíblicas e manteve um

diário de tudo o que viu e aprendeu.

Ele descreve sua passagem por Nine-

vê (atual Iraque) e de lá para Netsivin,

uma cidade com população judaica de

cerca de 800 habitantes.

Em Netsivin, Rav Petachyá en-

controu uma sinagoga construída

por Ezrá Hassofer (Ezra, o Escriba),

contendo uma pedra com o nome de

Ezrá gravada. De lá, ele continuou até

“Halab”, que identificou como sendo o

novo nome da antiga Aram Sobá. Em

seu diário, o sábio explica a origem

do novo nome “Halab”: “Sobre esta

montanha, Avraham cuidava de seu

rebanho. Havia degraus pela encosta

que levavam até o pé da montanha.

Por estes degraus ele descia para dis-

tribuir leite – “halab” – aos pobres. O

equivalente em árabe moderno para

“halab” é “haleb”, que se escreve

“alep” em francês e “alepo” em italia-

no. Este foi o nome adotado em inglês

também.

A Sinagoga de Têdef

Uma tradição antiga conta sobre

a permanência temporária, na aldeia

vizinha de Têdef, de Ezrá Hassofer e

os judeus que retornaram do exílio na

Babilônia. Enquanto eles estavam lá,

houve uma disputa rabínica sobre a

formulação da Torá. Ezrá fora con-

frontado a persuadir o povo a aceitar

sua inspiração Divina sobre a Torá.

Especial

Page 13: ESPECIAL ALEPO

CIdAdelA de AlepOA “Cidadela de Alepo” é um

grande palácio medieval fortificado

no centro da cidade velha de Alepo.

Ele é considerado um dos maiores

e mais antigos castelos do mundo e

é Património Mundial da UNESCO

desde 1986.

Conforme historiadores e ar-

queologistas, o uso da colina onde

está a Cidadela remonta a 5.500

anos atrás, posteriormente ocupa-

da por muitas civilizações, incluin-

do os gregos, bizantinos, ayubids

e mamelucos. Acredita-se que a

maioria da construção tal como

está hoje é do período Ayubid, uma

dinastia de origem turca fundada

por Saladino no século XII – um

chefe militar curdo muçulmano

que se tornou sultão do Egito e da

Síria e liderou a oposição islâmica

aos cruzados europeus no Oriente

Médio.

A Cidadela de Alepo passou por

um trabalho de conservação na dé-

cada de 2000, mas recebeu danos

significativos na atual guerra civil

síria.

À esquerda: Vista aérea da cidade antiga de Alepo, incluindo a “Cidadela de Alepo”; À direita: A encosta sobre a qual está a “Cidadela de Alepo”

Para tal, ele preparou um rolo da

Torá onde não constava o Nome de

Hashem, e anunciou que deixaria o

rolo em uma caverna durante toda a

noite. Na manhã seguinte o rolo seria

examinado e, se o nome de Hashem

aparecesse escrito nos espaços a ele

dedicados, estaria demonstrada a per-

feição da sua interpretação da Torá.

Feito isso, Ezrá conseguiu provar-se

como correto, graças ao miraculoso

aparecimento do Nome de Hashem

em todos os espaços que antes esta-

vam em branco. Para comemorar este

evento maravilhoso, uma bela sinago-

ga foi construída em Têdef, próxima

à caverna.

A comunidade judaica em Alepo

Os judeus viveram em Alepo por

milhares de anos. Durante a época

do Segundo Templo, as comunida-

des judaicas na Síria formaram um

elo central na cadeia ininterrupta de

assentamentos judaicos em todo o

Crescente Fértil, que se estendia do

Egito através de Êrets Yisrael e da Sí-

ria para a Babilônia (atual Iraque). A

comunidade judaica em Alepo persis-

tiu mesmo após a dizimação da po-

pulação judaica de Êrets Yisrael no

encerramento do período talmúdico

no final do século VI.

No início do século XVI, os exila-

dos da Espanha começaram a chegar

em Alepo. Entre eles, proeminentes

rabinos e estudiosos. Uma vez que a

palavra hebraica para a Espanha é

“Sefarad”, os exilados espanhóis eram

conhecidos como os “sefaradim”. Eles

foram chegando na Síria gradualmente.

Em contraste com os sefaradim,

os judeus nativos eram denominados

de mustarabim (a palavra hebraica

para “árabes”), porque eles falavam

Especial

Page 14: ESPECIAL ALEPO

14 Kislev / Tevet 5776

árabe – e falavam hebraico com so-

taque árabe.

Com a chegada em Aram Sobá

dos sefaradim, o desenvolvimento es-

piritual e econômico da comunidade

atingiu novas alturas. Esta prosperida-

de continuou ao longo do século XVI,

período em que a Síria fazia parte do

Império Otomano (desde 1516). Várias

vezes rabinos da família “Dayan” ser-

viram como líderes dos mustarabim e

rabinos da família “Laniado” lidera-

vam a comunidade de sefaradim. No

decorrer do tempo, a Espanha e a co-

munidade foi se reorganizando. Levou

vários séculos, mas finalmente as duas

comunidades convergiram para uma

única.

As colônias de mercantes euro-

peus que se estabaleciam em Alepo

em meados do século XVIII, de certa

forma auxiliaram a livrar os judeus de

algumas das piores pressões da vida

no Império Otomano. Os judeus de

Alepo cooperaram por completo com

os estrangeiros, muitas vezes atuando

como fatores ou agentes para o co-

mércio lucrativo entre a Europa e o

Extremo Oriente. Eles também traba-

lhavam para os europeus como intér-

pretes e em outros papéis coadjuvan-

tes. Certamente, mercadores judeus

também negociavam por sua própria

A “Grande Sinagoga de Alepo” era um grande edifício

que possuía uma aura de santidade e tradição impregnan-

do toda sua estrutura. Ela foi supostamente construída bem

antes do Primeiro Templo de Jerusalém e era famosa nos

tempos do rishonim (séc. X–XVI).

Segundo a tradição, quando o Rei David começou a cons-

truir as fundações dos muros ocidentais de Jerusalém que

circundariam o Templo Sagrado, ele tinha o hábito de sair

e assistir entusiasmado os trabalhadores ao longo do dia. O

general de seu exército, Yoav ben Seruyá, admirava sua de-

dicação e, um dia, pensou consigo mesmo: “Ah, se e eu fosse

um rei, eu também construiria uma casa para Hashem!”

Naquela noite, o Rei David teve um sonho no qual foi

informado que não era para ele construir o Templo, por

conta de todo o sangue que havia derramado em decor-

rência de suas batalhas. Em vez disso, o Templo deveria

ser erguido futuramente por seu filho Shelomô – mas ele

certamente deveria continuar a seguir empreendendo as

guerras contra os inimigos de Hashem.

A cidade de Aram Sobá estava ocupada pelo povo de Ama-

lec, um antigo inimigo do Povo Judeu. E foi assim que o Rei

David conquistou Aram Sobá, com Yoav ben Seruyá liderando

o exército. Yoav então construiu uma torre e uma fortaleza,

que formam as bases das antigas fortificações que ainda po-

A “GRANde SINA GOGA” de AlepO

Page 15: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 15

dem ser vistas na Alepo de hoje. Segundo as tradições, Yoav

escreveu o seguinte em uma rocha na muralha da fortaleza:

“Eu sou Yoav ben Seruyá e conquistei esta fortaleza e cidade”.

Como uma recompensa pela sua lealdade, o Rei David

deu aquela cidade para Yoav. O General percebeu que, fi-

nalmente ele tinha a oportunidade de realizar seu desejo

de construir uma casa para Hashem – e edificou aquela que

seria a “Grande Sinagoga de Aram Sobá”.

Yoav sistematizou equipes de trabalho bem organiza-

das. No entanto, ele não deixou o trabalho apenas para os

empregados. Ele pegou grandes pedras em seus ombros e

levou-as escada acima, colocando-as nas novas paredes.

Um dia, emocionado, Yoav chorou, dizendo: “Será pos-

sível que Hashem deixe o grande templo que Shelomô cons-

truirá e habite nesta casa que estou construindo?” Então

uma voz celestial foi ouvida, dizendo: “Yoav, Yoav! Dois

Templos estão destinados a serem destruídos, mas a sua

casa permanecerá!”

No final do século XIX havia 18 sinagogas em Aram

Sobá. No entanto, foi na Grande Sinagoga, também conhe-

cida como “al-Safra” – a amarela – que o tesouro espiritual

mais precioso de Aram Sobá foi mantido – o “Kêter de Aram

Sobá” (o Codex de Alepo – o mais antigo e completo manus-

crito da Bíblia Hebraica).

À esquerda: Modelo do pátio de verão da Grande Sinagoga de Alepo no museu Beth Hatefusoth em Tel Aviv; À direita: Vista interior da velha ala ocidental da Grande Sinagoga (Beth Hatefusoth)

A “GRANde SINA GOGA” de AlepO

conta a compra de seda, corantes e

especiarias da Pérsia e da Índia com

destino à Europa.

Os sefaradim da Itália, França e

Áustria, que se estabeleceram em Ale-

po no século XVIII na esteira dos co-

merciantes europeus, contavam com

os cônsules de seus países de origem

como protetores. O mesmo acontecia

com os judeus da Índia, que obtinham

proteção britânica. Havia judeus “nati-

vos” que também conseguiam adquirir

uma nacionalidade estrangeira de uma

forma ou de outra.

Por esses meios, muitas das proe-

minentes famílias judias de Alepo be-

neficiaram-se do status de cidadãos

estrangeiros. Desta forma, livraram-se

dos caprichos e exigências dos gover-

nadores turcos locais, que periodi-

camente tornavam a vida impossível

para seus irmãos em outras cidades do

império. Nesta época, Alepo tornou-se

o centro mais próspero e importante

da vida judaica na Síria.

Vislumbres fascinantes da vida ju-

daica na Alepo do século XVIII foram

fornecidos por Alexander Russell, mé-

dico da colônia inglesa, em seu livro

sobre a cidade. Os judeus viviam to-

dos perto de sua sinagoga, sob o olhar

de seu chacham (rabino). Eles eram

observantes da religião, muito bem

Page 16: ESPECIAL ALEPO

16 Kislev / Tevet 5776

comportados. A comunidade incluía

pessoas pobres, bem como banquei-

ros prósperos, comerciantes e lojistas.

Russell explica que a carne casher não

era frequentemente disponíveis; mas

que, quando havia carne, os membros

mais ricos subsidiavam-na em bene-

fício dos pobres. Quando não havia

carne, todos se mantinham com aves,

cereais, verduras, legumes e frutas.

Tal era a influência dos comercian-

tes judeus e banqueiros sobre a ativida-

de comercial da cidade, que o comér-

cio cessava por completo nos feriados

judaicos. Até mesmo os paxás e outros

magnatas eram muitas vezes obrigados

a adiar seus assuntos comerciais quando

coincidiam com os feriados judaicos. As

saídas de importantes caravanas trans-

deserto também eram adiadas.

A comemoração de Sucot fez o

maior marco na memória do médico

inglês. Cada família, mesmo as pobres,

tinha a sua própria sucá. Muitos cida-

dão não judeus dedicavam-se a pas-

seios para conhecer as sucot de seus

conterrâneos judeus. Esta era uma

época muito alegre: confraternizações

familiares, banquetes, visitas para um

café, doces e sorvetes – nem pensar em

negócios!

Todos os casamentos eram, natu-

ralmente, arranjados pelos pais – mas

nunca de forma forçada. Após a ce-

rimônia de noivado formal, o jovem

casal se encontrava para conversar

sempre acompanhado por mais algum

adulto – até o dia do casamento.

O período alepino de grande rique-

za foi afetado pelo desenvolvimento da

rota do Cabo para a Índia no início do

século XIX, e depois, por via terrestre

para a Índia atravessando o Egito até o

Mar Vermelho. Finalmente, foi arruina-

do pela abertura do Canal de Suez em

1869. Grande parte do comércio orien-

tal altamente rentável foi então desviada

para a rota marítima mais barata.

Em 1904, Henry Barnham, cônsul

britânico em Alepo, estimou a popula-

ção local em 116.000 habitantes, sen-

do 80.000 muçulmanos, 27.000 cris-

tãos e 9.000 judeus.

Um relato da jovem Victoria

Shammah, sobre a vida judaica na

Alepo do início dos anos 1930, trata de

uma época passada em que judeus e

muçulmanos levavam-se em bons ter-

mos na Síria:

“As pessoas de Alepo não viajavam

muito antes da Segunda Guerra Mun-

dial. Éramos felizes em nosso próprio

mundo autossuficiente. Não nos preo-

cupávamos muito com o que acontecia

lá fora.

“Os ricos cuidavam dos pobres.

“Alguns jovens emigravam para

Nova Iorque, onde prosperavam. Assim

que eles estavam bem estabelecidos lá,

pediam para um de seus parentes em

Alepo escolher uma noiva para eles...

Por incrível que pareça, a maioria dos

casamentos resultava muito bem.

“Em Alepo guardávamos o Shabat

ao pé da letra – não cozinhávamos, não

escrevíamos, etc. Mas líamos muito.

Um rabino era chamado regularmente

para ensinar meus irmãos em casa...

“A mais deliciosa comida era ser-

vida no almoço de Shabat, após os

homens retornaram da sinagoga. Tí-

nhamos nossos próprios ‘carentes de

estimação’, que vinham ser alimenta-

dos todos os sábados...

“Comemorávamos todos os feriados

judaicos meticulosamente. Em Purim

recebíamos muitos presentes e pas-

sávamos um bom tempo andando em

carruagens puxadas por cavalos e can-

tando.

“Judeus e muçulmanos eram nor-

malmente bons amigos em Alepo. Mui-

tos se tornavam parceiros no negócio.

Gozem era um sócio muçulmano na

empresa do meu pai.

“Aqueles eram dias felizes!”

Apesar da emigração continuada

do século XX, a comunidade judaica

de Aram Sobá ainda tinha cerca de

10.000 pessoas em 1947, por causa de

seu crescimento natural. A resolução

das Nações Unidas – em 29 de novem-

bro daquele ano que recomendou a

aplicação do plano de participação da

Palestina, propondo a divisão do país

Especial

Alameda Barros, 735www.sefer.com.br

3826-1366

Page 17: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 17

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TEL: 3825-5504www.fivebras.com.br Tel.: 11 3207-9444Saiba mais,acesse o site

em dois estados, uma árebe e um judeu

– despertou profundo ressentimento

entre os árabes em todo o Oriente Mé-

dio. Em um surto de violência contra

os judeus em dezembro de 1947, a

maioria das sinagogas foram destruí-

das. Ao todo, mais de 1.500 rolos da

Torá, inúmeros livros e manuscritos fo-

ram destruídos pelas chamas. O gran-

de tesouro da comunidade, o “Aram

Sobá Codex”, foi danificado e parte

dele desapareceu. Cerca de metade dos

judeus fugiram da cidade, muitos deles

atravessando secretamente a fronteira

para a Turquia e para o Líbano, onde

se estabeleceram, ou continuaram se-

guindo até Israel, Europa ou América.

Com a declaração do Estado de

Israel em 1948, os judeus de Aram

Sobá tornaram-se reféns nas mãos das

autoridades sírias. Eles foram objetos

de abusos por parte do governo e por

parte da população, que procurou ex-

pressar seu ódio pelo novo estado, ata-

cando os judeus locais.

O governo emitiu uma série de leis

antijudaicas, incluindo a proibição de

venda de propriedades judaicas (1948)

e o congelamento de contas bancárias

judaicas (1953). Muitos tinham sua pro-

priedade confiscada pelas autoridades.

Os refugiados palestinos passaram a ser

alojados em habitações desocupadas

nos bairros judaicos de Damasco e Ale-

po. Muitos judeus foram levados a julga-

mento porque algum de seus parentes

conseguira escapar da Síria. Outros fo-

ram obrigados a visitar o posto policial

diariamente. E muitos foram presos sem

julgamento. Além disso, várias limitações

foram impostas sobre eles, em particular,

uma proibindo-os de deixar o país.

Após o julgamento do agente da

inteligência de Israel Eli Cohen – e na

época de seu enforcamento público em

Damasco (1965) – os ataques contra ju-

deus aumentaram. Eles sofreram mais

ainda durante e após a Guerra dos Seis

Dias (1967), quando muitos foram pre-

sos ou agredidos pela população mu-

çulmana. Judeus foram assassinados

em Damasco, Alepo e em Camishli,

perto da fronteira com a Turquia. Ape-

sar dos riscos da fuga, entre 1948 e

1961 cerca de 5.000 judeus sírios che-

garam a Israel.

Os 1.000 judeus que ainda viviam

em Alepo em 1968 residiam em duas re-

giões: Bahsita, o bairro antigo, também

conhecido como “o bairro judeu”, e Ja-

miliye, fundado após a Primeira Guerra

Mundial. Muçulmanos que se mudavam

para esses bairros ocasionalmente assal-

tavam seus vizinhos judeus e até foram

registrados casos de homicídios.

Nunca esquecendo seus irmãos na

Síria, membros da comunidade alepi-

na no Brooklyn, em Nova Iorque, fre-

quentemente subornavam funcioná-

rios do governo sírio para ajudar seus

parentes a sair do país. No início dos

anos 90, as negociações entre o pre-

sidente George H. Bush dos Estados

Unidos e o presidente Hafez al-Assad

da Síria, com forte pressão da comu-

nidade judaica síria do Brooklyn, re-

sultaram na autorização de emissão

de vistos de saída para a América

como turistas para as famílias judias

que restavam na Síria. Assim, pela

primeira vez em mais de dois milê-

nios, Aram Sobá ficou praticamente

sem nenhuma população judaica.

Hoje não há mais judeus em Ale-

po. Mas a herança judaica desta cidade

ilustre continua a destacar-se em mui-

tas comunidades judaicas do mundo,

transmitida pelas famílias judias que

emigraram ao longo dos anos e con-

tinuaram a manter um forte vínculo

espiritual com suas raízes.

Uma noite fatídica

Em um surto de violência contra os

judeus de Aram Sobá em dezembro de

1947, a maioria das sinagogas foram

destruídas. Embora a Grande Sinago-

ga ficou de pé, foi vandalizada, profa-

nada e incendiada.

O “Plano de Partilha da Palestina”

foi aprovado num sábado, dia 29 de

Novembro de 1947, pela Assembleia

Geral das Nações Unidas. Na segunda-

feira uma multidão enfurecida de ára-

bes amontoou-se nas imediações da

Especial

Page 18: ESPECIAL ALEPO

18 Kislev / Tevet 5776

Grande Sinagoga, gritando, “Palestina

é nossa terra e os judeus são nossos

cães”. A polícia militar, presente no lo-

cal, não esboçou nenhuma reação. No

final da tarde e à noite, uma multidão

em fúria atacou e incendiou a sinago-

ga. Quanto aos soldados, além de não

impedirem a devastação, ativamente

ajudaram a horda de criminosos em

seu objetivo. Isto ocorreu no dia 19

de kislev de 5708 (1º de dezembro de

1947), que se tornou um dia de jejum

em Alepo naquela época.

Os delinquentes retiraram e ras-

garam os pergaminhos dos rolos das

Torot. Depois disso, os bombeiros che-

garam. Mas eles jogaram óleo diesel

e querosene sobre os livros sagrados

em vez de utilizar água para extinguir

o fogo.

Em apenas 30 minutos, os perver-

sos saqueadores retiraram 40 rolos da

Torá e queimaram-nos no pátio. De-

pois passaram a queimar uma gran-

de coleção de pelo menos 2.000 pares

de tefilin. Enquanto tudo isso estava

acontecendo, os judeus tinham medo

de sair de suas casas, porque os árabes

ameaçavam matar qualquer judeu que

estivesse em seu caminho. A polícia

desencorajou os manifestantes de ata-

carem os judeus, mas deu passagem

livre para destruirem as propriedades

judaicas. Naquela noite, eles atearam

fogo em todas as sinagogas e salas de

estudo de Alepo.

Foi assim que, em uma noite, Ale-

po perdeu grande parte de sua popula-

ção judaica. Aqueles que tinham meios

para abandonar o país, fugiram ime-

diatamente. Com a falta de segurança

e a remoção das restrições contra dei-

xar o país, eles se apressaram em sair

antes que novas leis antissemitas fos-

sem aprovadas. O destino mais acessí-

vel naquele momento era Beirute, onde

a maioria dos fugitivos passou a viver

com recursos limitados.

Apesar de severamente danificada

pelo fogo em 1947, a Grande Sinagoga

foi parcialmente reconstruída.

Apesar da tragédia, a reduzida co-

munidade judaica continuou a funcio-

nar com vibração e as atividades esco-

lares foram reiniciadas.

O Codex de Alepo

O Codex (códice; manuscrito em

páginas de pergaminho) de Alepo é o

mais antigo manuscrito conhecido, que

contém todo o texto do Tanach – de-

pois dos “Manuscritos do Mar Morto”

– e provavelmente o mais correto. O

Codex alcançou uma posição de pree-

minência entre os manuscritos judai-

cos e é amplamente considerado como

um documento fonte autoritário para

o texto e pontuação do Tanach. Além

de mostrar a pontuação, o manuscrito

inclui anotações adicionais. Por causa

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Page 19: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 19

de sua singular fidelidade e santidade,

é referido como o “Kêter Aram Sobá” –

a coroa de Alepo. Ele não foi escrito em

Alepo, mas permaneceu lá por mais de

500 anos.

De acordo com o cólofon (registro

dos detalhes de produção do manuscri-

to) anexado ao Kêter, o texto foi escrito

pelo perito escriba Rabi Shelomô ben

Buya’a há mais de 1000 anos na vizi-

nhança de Tiberíades. Este é o lugar

onde estudiosos judeus desenvolveram

o sistema de pontuação das vogais do

Lashon Hacôdesh (camats, patach,

etc.). Depois disso, o Kêter foi cuidado-

samente inspecionado e validado por

Rabi Aharon ben Asher, um famoso

sábio gramático e escriba do século

X. Este foi o manuscrito consultado

pelo Rambam (Maimônides) quando

ele fixou as regras exatas da Halachá

para pontuar, determinar os inícios de

parashiyot e a formatação do texto da

Torá em “Hilchot Sêfer Torá” na famo-

sa obra “Mishnê Torá”.

No século XI, o Kêter foi roubado

pelos Seljuks (uma tribo guerreira tur-

ca). Foi levado de Êrets Yisrael para o

Egito, resgatado pelos judeus do Cai-

ro e guardado em sua sinagoga, onde

permaneceu por cerca de três séculos.

Foi lá que o Kêter foi consultado pelo

Rambam.

No século XIV o Kêter foi levado

para Aram Sobá por um descendente

direto do Rambam, que depositou-o

em confiança da antiga comunidade

judaica da cidade. Lá, ficou conhecido

como o Kêter de Aram Sobá e foi man-

tido em um cofre na Grande Sinagoga.

Os rabinos de Aram Sobá referem-se

tradicionalmente a ele como o “Kêter

de Ezrá Hassofer”, aparentemente

com base em sua convicção de que o

Kêter está ligado, por uma sequência

de cópias validadas, à Torá escrita por

Ezrá durante sua estada em Têdef,

próxima a Aram Sobá.

No ano de 1559, Rabi Yossef Caro

enviou uma cópia autenticada do Kêter

de Safed para Rabi Moshê Isserles (o

Remá) em Cracóvia, que usou-a como

modelo para escrever o seu próprio

Sêfer Torá. Esta cópia foi mantida na

sinagoga do Remá até a época do Ho-

locausto, quando desapareceu.

O Kêter permaneceu seguro em Ale-

po até 1947 quando, durante o incêndio

da Grande Sinagoga, foi danificado. Mas

os membros da comunidade salvaram a

maior parte dele por meio de uma série

de eventos quase milagrosa e contraban-

dearam-no para Êrets Yisrael. Assim,

o círculo foi concluído e o Kêter voltou

para a terra de sua origem.

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Page 20: ESPECIAL ALEPO

20 Kislev / Tevet 5776

Iluminando o Retorno“Iluminando o Retorno” é o mais recente livro do Rabino Isaac dichi Shelita sobre as leis de teshuvá de um dos maiores sábios de toda a história judaica, Rav Moshê ben Maymon, o “Rambam” – Maimônides. As páginas contêm o texto integral da obra do Rambam em lashon hacôdesh, sua tradução para o português e belíssimos comentários sobre cada trecho da obra original.

Nesta obra, o Rambam zt”l

não se limita a tratar

exclusivamente da teshuvá. Ele aborda

inúmeros conceitos básicos do judaísmo,

como: a importância das mitsvot, o peso

de cada uma, o Olam Habá, a recompen-

sa dos tsadikim, a finalidade do toque do

shofar em Rosh Hashaná, a importância

das mitsvot entre nós e o Criador e entre

nós e o próximo, a importância de Assê-

ret Yemê Teshuvá e como servir Hashem

sem nenhum interesse.

O Rambam também trata do impor-

tante tema dos elementos que constituem

um obstáculo perante a teshuvá. Como

devemos nos afastar destes empecilhos

que dificultam, ou por vezes até impe-

dem, nossa aproximação ao Criador.

São assuntos que podem enrique-

cer em muito nossos conhecimentos e

fortalecer nosso amor e temor a Ha-

shem. Certamente podem constituir

um grande incentivo para trilharmos

um caminho elevado de Torá e mitsvot

e proporcionar um impulso grandioso

para que possamos transmitir aos nos-

sos descendentes os critérios autênticos

e eternos de nossa sagrada Torá.

O que é a teshuvá?

A teshuvá é um assunto primordial

no judaísmo. Ela abre perante cada um

de nós um novo horizonte de vida. Quan-

do meditamos e aprofundamo-nos em

seus conceitos, adquirimos possibilidades

maravilhosas de alcançar níveis eleva-

díssimos de aproximação ao Criador do

Universo, de cumprimento das mitsvot e

estudo da sagrada Torá. Com a teshuvá

em mente, todos os minutos de nossas vi-

das passam a ter uma conotação diferen-

te, elevada, tornando-nos servidores fiéis

de Hashem. Após este aprofundamento,

uma verdadeira elevação espiritual nos

conceitos da teshuvá, atingimos o nível

necessário para encontrarmos o caminho

correto no cumprimento da halachá de

forma primorosa “leshem shamáyim”.

Antes de criar o mundo, Hashem

concebeu sete elementos, a saber: Torá,

teshuvá, Gan Êden, Guehinam, Kissê

Hacavod, Bêt Hamicdash e o nome do

Mashiach (Talmud, Massêchet Pessa-

chim 54, 1). A teshuvá, portanto, foi

criada antes do Mundo.

No Talmud Yerushalmi (Macot 2,

6) há uma passagem na qual se conta

que quatro diferentes personalidades

foram consultadas sobre qual deveria

ser a ação aplicada à pessoa que pecou.

Foram elas: a chochmá (a sabedoria), a

nevuá (a profecia), a Torá e, por último,

Hacadosh Baruch Hu.

As respostas foram diversificadas.

Para uma, a pessoa que pecou deveria

morrer imediatamente; afinal, quem

transgride algo age contra a vontade do

Rei (Hashem). Outra respondeu: “O mal

deve perseguir constantemente aque-

le que pecou”. A Torá afirmou: “Que

ofereça um corban e será perdoado”.

Hashem disse: “Não. Que faça teshuvá

Livros do Povo do Livro

Page 21: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 21

e será perdoado”.

A chochmá, a nevuá e a Torá não

estavam sendo “cruéis” em demasia

com o ser humano. Mas é como se

dissessem: “Vocês não pecaram con-

tra mim!”. Um exemplo ilustra este

impasse: Moshê procura Reuven e diz

a ele que está devendo dinheiro para

Shim’on, mas quer que ele (Reuven)

o perdoe. Reuven responde surpreso:

“Mas, como?! Você não está me deven-

do! Pelo que tenho de perdoar-lhe? Você

deve a Shim’on. Sendo assim, vá falar

com ele!”.

Da mesma forma, a sabedoria não

pode responder, em nome de Hashem,

que o indivíduo está perdoado. A ló-

gica diria que, de fato, a pessoa que

pecou deveria ser punida. Entretanto,

Hashem, em Sua misericórdia infinita,

instituiu o conceito de teshuvá antes

mesmo da Criação do Mundo.

A palavra teshuvá significa “retor-

no”. Mas retorno para onde?

Para responder a esta questão,

recorremos a Shelomô Hamêlech em

Cohêlet (7:29): “Levad reê zê matsá-

ti asher assá Haelokim et haadam

yashar vehema vikshu chishevonot

rabim” – Hashem fez o homem reto.

O homem é que encontra vários outros

caminhos. Ele (o homem) acha que é

mais inteligente que Hashem! Quantas

vezes diz: “Ah, agora não vou fazer isso.

Deixarei para amanhã”, ou “Não acho

que isso deva ser feito”.

Com atitudes como estas, o homem

acaba saindo do caminho, para o qual

precisa, em algum momento, voltar. Por

isso o conceito se chama teshuvá, re-

torno. Mas retorno a quê? A seu status

original, de indivíduo reto, como Ha-

shem o criou.

A teshuvá de Adam Harishon

A primeira vez em que encontra-

mos o conceito de teshuvá na Torá é em

relação a Adam Harishon, depois de ele

ter comido do fruto proibido.

Mas não devemos classificar Adam

Harishon como um homem pecador. Ele

foi a única pessoa criada exclusivamente

por Hashem. Sua amplitude era extraor-

dinária! Ele falhou no teste de não comer

do fruto proibido, mas nós não consegui-

mos ter nem um pequeno entendimento

de sua grandeza espiritual. Além disso,

sua intenção ao comer do fruto proibi-

do era das melhores (vide Michtav Me-

eliyáhu vol. II, págs. 137 a 145).

O Arizal nos diz que estavam vincu-

ladas a Adam Harishon todas as nesha-

mot (almas) das próximas gerações –

incluindo, entre elas, tanto tsadikim

(justos) quanto reshaim (maus). E, de

fato, quem motivou Adam Harishon a

comer do fruto proibido não foi só sua

esposa, Chavá, mas também todas es-

sas almas que estavam ligadas a ele.

Isso inclui não só seus descendentes

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diretos, mas toda a humanidade!

Há uma passagem no Midrash, que se

refere ao Livro de Iyov (38:4). Nela, conta-

-se que, quando Hashem estava mandan-

do todo o sofrimento sobre Iyov, ele inter-

pelou Hacadosh Baruch Hu sobre a ra-

zão de estar passando por tantas provas.

Hashem respondeu: “Efô hayita beyosdi

árets” (Você, por acaso, sabe a que parte

do corpo de Adam Harishon estava vincu-

lado?). Iyov disse: “Não, não sei”. Hashem

disse a Iyov que somente se ele soubesse

a raiz de sua missão, entenderia o motivo

de tudo o que estava ocorrendo com ele.

Essa é uma das explicações de por que

dizemos no Viduy (a confissão verbal dos

nossos pecados): “Chatánu anáchnu va-

avotênu veanshê vetênu – pecamos nós,

nossos pais e nossa família”. Precisamos

citar pecados que nossos antepassados co-

meteram no passado devido à influência

de nossas próprias almas.

Todas essas almas ligadas a Adam

Harishon – ele foi o primeiro homem,

aquele que deu origem a toda a huma-

nidade – com suas tendências, acaba-

ram impulsionando-o a comer do fruto

proibido.

A teshuvá de Cáyin

A segunda vez em que encontramos

o conceito de teshuvá na Torá é depois

que Cáyin matou seu irmão, Hêvel. O Mi-

drash nos relata que Adam Harishon, o

pai, viu Cáyin depois de ele ter sido julga-

do por Hashem. Ele perguntou ao filho:

“Qual foi o veredito?”. Cáyin respondeu:

“Fiz teshuvá e Hashem a aceitou”. O Mi-

drash (Bereshit Rabá 22, 13) nos conta

que, naquele momento, Adam Harishon

começou a bater na própria cabeça com

as mãos, dizendo: “Eu não sabia quão

grande era a teshuvá!”. Em seguida, co-

meçou a dizer o capítulo 92 do Tehilim:

“Mizmor Shir Leyom Hashabat”.

A teshuvá de Reuven

O outro episódio em que encontra-

mos o conceito de teshuvá na Torá é na

trajetória de Reuven. Ele era filho de Leá

Imênu (uma de nossas matriarcas) e de

Yaacov Avínu. Quando Rachel Imênu, a

irmã de sua mãe, faleceu, seu pai colo-

cou sua cama na tenda de Bil’há, a ama

de Rachel. Ao ver isso, Reuven achou

que o pai estava equivocado e transferiu

o leito dele para a tenda de sua mãe,

Leá. A Torá nos conta que Reuven in-

terferiu na vida particular do pai, come-

tendo um erro (Bereshit 35:22).

O fato é que Yaacov Avínu sabia o

que estava fazendo. Ele não tinha quatro

mulheres por ser movido à paixão. Ele

sabia que tinha a missão de construir,

com elas, as doze tribos de Am Yisrael.

Ele tinha seus próprios cálculos e não

caberia a Reuven, como a nenhum outro

filho, interferir na sua vida pessoal.

Depois disso, houve um momento

em que Reuven percebeu seu erro e fez

teshuvá. Hashem disse a ele (Bereshit

Rabá 84, 19): “Nunca ninguém fez

teshuvá perante Mim como você. Sendo

assim, Eu lhe prometo que um dos seus

descendentes também será o pioneiro a

clamar por teshuvá na sua época”.

Hoshea ben Beeri era descenden-

te de Reuven e viveu na época final do

Primeiro Templo. Ele foi o primeiro

dos profetas desta época a clamar pela

teshuvá do Povo de Israel, e iniciou sua

profecia com as palavras (Hoshea 14:2):

“Shuva Yisrael ad Hashem Elokecha –

Retorna, Israel, até Hashem teu D’us”.

E o que significam essas palavras? Elas

querem dizer que a teshuvá pode che-

gar até o trono de Hacadosh Baruch

Hu, de modo que quando Reuven fez

teshuvá, os anjos disseram a berachá

de “Harotsê Bitshuvá”.

Mas por que a teshuvá de Reuven foi

tão apreciada pelo Criador? O que signi-

fica “nunca ninguém fez teshuvá peran-

te Mim como você”? Afinal, Adam Ha-

rishon fez teshuvá, assim como Cáyin!

A resposta é que todos os que fize-

Page 23: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 23

ram teshuvá antes dele, reconheceram

seus pecados (Adam Harishon comendo

do fruto proibido; Cáyin assassinando o

irmão). Mas Reuven achava que estava

fazendo uma mitsvá ao transferir o leito

do pai para a tenda da mãe. Somente

depois foi que ele percebeu que não era

de fato uma mitsvá, mas sim um erro.

Vemos que, às vezes, a pessoa pode

achar que está fazendo uma mitsvá, mas

na verdade está errando. E é muito mais

difícil fazer teshuvá sobre o que se pen-

sa estar certo do que sobre um pecado

claramente revelado. De fato, esse tipo

de teshuvá é algo maravilhoso. Por isso

Hashem louvou a teshuvá de Reuven.

Há também algo a mais: Reuven

iniciou sua teshuvá antes de ser cobra-

do ou punido por Hashem, agindo por

amor a Hashem.

Até quando se pode fazer teshuvá?

David Hamêlech afirma no Tehilim

(90:3): “Tashev enosh ad dacá, vatô-

mer shúvu venê adam – Fazes o homem

tornar ao pó e dizes: ‘Arrependei- vos,

ó filhos do homem!’”. Os chachamim in-

feriram deste passuc que o ser humano

pode fazer teshuvá até o último momento

de sua vida – “Dacá: ad dichduchá de-

nêfesh” – até a agonia da alma. A palavra

“dacá” é composta por três letras (dálet,

caf e álef). O Chidá (Rabi Chayim Yossef

David Azulay zt”l), um dos grandes ra-

banim das gerações anteriores, diz que

“dacá” contém as iniciais de “dam” (san-

gue), que alude a assassinato; “cochavim”

(estrelas), que remete a idolatria, pessoas

que adoram qualquer tipo de imagens,

seres ou objetos, e “ishá” (mulher), que

se refere a adultério, relações proibidas.

Isso significa que, mesmo sobre essas três

averot (assassinato, idolatria e adultério),

consideradas as mais graves da Torá,

também é possível fazer teshuvá.

Prova disso é o exemplo específico

de Cáyin. Ele cometeu um ato terrível

ao matar seu irmão, levando Hashem

a dizer: “O sangue do seu irmão e dos

descendentes dele estão suplicando a

Mim da terra, pois você não os deixou

vir ao mundo”. Mesmo assim, Cáyin fez

teshuvá e Hashem a aceitou.

É interessante e importante salien-

tar que, às vezes, nós não perdoamos

os outros. Trata-se de um grande equí-

voco. Afinal, se Hashem perdoa, nós

também temos de perdoar. E Hashem

perdoa até mesmo o assassinato, que é

um dos pecados mais graves.

A proibição do assassinato é o sexto

mandamento do Decálogo. Esse manda-

mento tem seis letras e o homem foi cria-

do no sexto dia da Criação (Báal Haturim,

Parashat Yitrô). Nas Tábuas da Lei ele se

encontra paralelo ao primeiro manda-

mento – Eu Sou Hashem que te tirou do

Egito. A relação entre esses dois manda-

mentos é a seguinte: quando alguém mata

outro ser humano, é como se estivesse

afetando a própria imagem Divina.

Ainda assim, se a pessoa cometeu

assassinato, ela pode fazer teshuvá. Da

mesma forma, também são passíveis de

teshuvá avodá zará e arayot, respecti-

vamente, idolatria e todas as relações

proibidas pela Torá.

Nós, por nossa vez, muitas vezes

não aceitamos a teshuvá do outro. Mas

temos de aprender a seguir os cami-

nhos de Hashem. Se Ele perdoa, tam-

bém devemos perdoar!

“Iluminando o Retorno” pode ser adquirido gratuitamente na

secretaria da Congregação.A obra também pode ser encontrada em

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Page 24: ESPECIAL ALEPO

24 Kislev / Tevet 5776

Atualidades

Bashar al-Assad é o atual pre-

sidente da Síria e secre-

tário geral do partido Baath – único partido do

país – desde 17 de julho de 2000. Sucedeu a

seu pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria

por 30 anos até sua morte no comando do país.

Bashar al-Assad foi reeleito em um referendo

convocado em maio de 2007 com 97% de apro-

vação – mas concorreu sozinho.

O levante contra o regime de Bashar al-As-

sad teve início em 15 de março de 2011, durante

a insurreição da “Primavera Árabe”, período

em que as populações de países árabes, como

Tunísia, Líbia e Egito se revoltaram contra os

governos de seus países. O levante começou pa-

cífico nos primeiros meses, com a maioria sunita

– que se considera prejudicada pelo governo – e

a população em geral reivindicando mais demo-

cracia e liberdades individuais. Mas, a partir de

agosto do mesmo ano, manifestantes fortemente

reprimidos passaram a recorrer à luta armada.

Os principais opositores do governo são: os

perseguidos sunitas – uma divisão do islamismo

que abrange cerca de 85% dos islâmicos do mun-

do – o Comitê de Coordenação Nacional formado

por dissidentes do regime e o Exército Livre da

Síria formado por soldados desertores e civis

armados – além do novo “Estado Islâmico” que,

por incrível que pareça, enfrenta tanto o governo

sírio quanto os rebeldes, sejam eles jihadistas ou

GUeRRA CIVIl NA SÍRIAentenda os confrontos na Síria que tiveram início em março de 2011, transformaram-se em guerra civil em 2012, já fizeram 250 mil mortos e milhões de refugiados.

Page 25: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 25

Atualidades

Homens andam sobre escombros em um local atingido por forças leais ao presidente da Síria,

Bashar al-Assad, no distrito al-Shaar de Alepo

moderados.

Enquanto os rebeldes tentam de

toda forma acabar com a ditadura de

Assad, o regime alega estar combaten-

do terroristas que tentam desestabili-

zar o país.

A oposição comanda mais territó-

rios, mas o regime controla as regiões

mais populosas. O governo sírio contro-

la as grandes cidades, as estradas mais

importantes, conta com o apoio de mi-

lhares de combatentes xiitas libaneses

do Hezbolá e de centenas de guardas

revolucionários iranianos.

Segundo especialistas, os rebeldes

– uma infinidade de grupos rebeldes –

somam atualmente 100 a 150 mil com-

batentes. Antes da crise, o regime sírio

contava com 300 mil soldados.

Oposição Dividida

A oposição, por estar dividida em

inúmeros grupos rivais, encontra cada

vez mais dificuldades em atingir seu

objetivo.

Os rebeldes, em sua maioria islami-

tas, e a Frente Al-Nosra – braço oficial

da Al-Qaeda na Síria – também enfren-

tam desde 2014 os jihadistas do Estado

Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), a

quem acusam de brutalidade e “notória

intratabilidade”.

O Mundo

Além da Liga Árabe, a ONU, a

União Europeia e os Estados Unidos

condenam a violência e a repressão im-

postas pelo regime sírio. A União Eu-

ropeia e os Estados Unidos impuseram

fortes sanções econômicas unilaterais

contra a Síria.

A Rússia, o Irã, o Iraque e a Chi-

na são aliados declarados do regime

de Bashar al-Assad e se manifestaram

contra qualquer tipo de imposição de

sanção internacional ao país.

O principal interesse da Rússia na

Síria é a manutenção de sua única base

naval militar fora do seu território, que

fica na cidade de Tartus – uma chave

para a manutenção da influência do

país na região do mediterrâneo.

A Rússia condenou o uso da vio-

lência pelos opositores ao regime, aos

quais chamou de “terroristas”, e vem

oferecendo importantes ofensivas aé-

reas contra as forças rebeldes – o que

tem ajudado o governo a recuperar lo-

calidades estratégicas. Além disso, as-

sessores militares russos se integraram

às fileiras do Exército de Assad para

manejar os novos mísseis terra-terra

que foram fornecidos a Damasco. O

Kremlin também realizou uma recen-

te demonstração de força ao atacar

posições da insurgência na Síria com

mísseis disparados de navios de sua

frota no mar Cáspio, a mais de 1.500

quilômetros do campo de batalha.

Washington X Moscou

Os quatro principais pontos de dis-

córdia entre Washington e Moscou so-

bre o conflito sírio são:

1. O papel de Assad: Assad é um

aliado histórico de Moscou, a quem a

Rússia vê como parte da solução para

o conflito sírio, mas que os Estados Uni-

dos veem como parte do problema.

A Casa Branca está convencida de

que o autoritarismo do presidente sírio

é uma das principais fontes de instabi-

lidade do país, ao proporcionar terre-

no fértil aos extremistas islâmicos. Já

o presidente russo sempre defendeu a

legitimidade do governo de Assad.

Para Putin, Assad é parte da solu-

ção. Para Obama, parte do problema.

2. Quem apoiar militarmente: Pu-

tin apoia diretamente o governo sírio.

Obama apoia opositores mais modera-

dos ao governo de Damasco, estraté-

gia ridicularizada por Putin, segundo

o qual, “apoiar militarmente organiza-

ções ilegítimas contradiz os princípios

do direito internacional e a Carta das

Nações Unidas”.

3. Aliados regionais: Os EUA con-

tam desde o início com apoio da Arábia

Saudita, que compartilha com a Casa

Branca o objetivo de derrotar Assad. A

Rússia surpreendeu a todos ao anun-

ciar acordos com o Iraque e o Irã, am-

bos aliados do governo de Damasco.

4. Como encarar seu protagonis-

mo incômodo: Os Estados Unidos pare-

cem ter sigo arrastados para o conflito

contra sua vontade. Obama sabe que

um maior envolvimento na guerra da

Síria pode terminar enfraquecendo-o

internamente. Já Putin não tem esse

Page 26: ESPECIAL ALEPO

26 Kislev / Tevet 5776

problema: a situação fortalece sua ima-

gem de líder capaz de devolver à Rússia

o protagonismo internacional perdido

após a queda da União Soviética.

Acordo Israel–Rússia

A Rússia é aliada do regime sírio. Is-

rael, inimigo dos aliados sírios. A Rússia

utiliza o espaço aéreo sírio para atacar

alguns inimigos sírios. Israel utiliza o es-

paço aéreo sírio para atacar alguns alia-

dos sírios. Deixando estes detalhes de

lado, Israel e Rússia estabeleceram um

acordo para coordenar as respectivas

ações militares na Síria a fim de preve-

nir a troca acidental de “fogo amigo”. “O

meu objetivo foi evitar mal-entendidos

entre as unidades das Forças de Defesa

de Israel e as forças russas”, afirmou

Netanyáhu após reuniões em Moscou

com o Presidente russo Vladimir Putin.

Israel tem bombardeado diversos alvos

na Síria ligados à guerrilha libanesa do

Hezbolá e aos abastecimentos do Irã,

ambos defensores do presidente sírio,

a quem prestam auxílio militar.

Refugiados

Países vizinhos da Síria, como Tur-

quia, Líbano e Jordânia, receberam a

grande maioria dos 4,6 milhões de re-

fugiados que escaparam da guerra que

envolve o grupo do presidente Bashar

Assad, rebeldes aliados e a ameaça do

grupo Estado Islâmico.

Enquanto a União Europeia discu-

te e analisa onde colocar os 120 mil

beneficiários de solicitações de refúgio

que planeja receber nos próximos dois

anos, os três países mencionados acima

já receberam em conjunto 3,6 milhões

de sírios – 30 vezes a cifra europeia.

O Brasil concedeu status de refu-

giados a mais de dois mil sírios desde

Atualidades

2011 até agosto deste ano, segundo da-

dos do Conare (Comitê Nacional para

os Refugiados). O número é maior do

que o de alguns dos principais portos

de destino na Europa. Também é o

maior de todos os países do continen-

te americano – exceto o Canadá, que

recebeu aproximadamente 2.500 no

mesmo período. Em janeiro deste ano,

o Brasil anunciou planos de receber

cerca de 10 mil refugiados sírios nos

próximos três anos.

De acordo com um relatório da

Acnur (Alto Comissariado das Nações

Unidas Para Refugiados), cerca de 7,6

milhões de pessoas tiveram que se des-

locar dentro da própria Síria para ten-

tar escapar da violência.

Guerra Paralela – Coalizão

Contra o EI

O Estado Islâmico do Iraque e da

Mapa da Síria e do Iraque (e região) no contexto da guerra civil síria e da guerra civil iraquiana (atualmente)

Page 27: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 27

Atualidades

Síria (ISIS) é um grupo jihadista extre-

mista Wahhabi/Salafi – autoproclama-

do estado e califado islâmico – liderado

e composto principalmente por árabes

fundamentalistas sunitas do Iraque e

Síria. Desde março de 2015 ele tem

o controle de um território ocupado

por dez milhões de pessoas no Iraque

e na Síria, e mais o controle nominal

sobre pequenas áreas de Líbia, Nigéria

e Afeganistão. O grupo também ope-

ra ou tem filiais em outras partes do

mundo, incluindo a África do Norte e

o sul da Ásia. A organização é mun-

dialmente considerada uma ameaça

não só ao Oriente Médio, mas a todo

o planeta.

O Estado Islâmico tem origem na

Al-Qaeda do Iraque (AQI). O grupo fi-

cou enfraquecido e sem recursos depois

que os Estados Unidos derrubaram o

ditador Sadam Hussein e declararam

seu partido ilegal em 2003, margina-

lizando como um todo os sunitas. Em

2011, a AQI recebeu apoio financeiro

para entrar na guerra civil síria ao lado

dos rebeldes – apoiados pelo Ocidente.

No mesmo ano, os EUA retiraram suas

tropas do Iraque, abrindo espaço para

a criação do grupo, que adotou o nome

“Estado Islâmico do Iraque e Levante”

em 2013.

Atualmente, com o controle de um

grande território entre o Iraque e a Sí-

ria, o grupo tornou-se autossuficiente.

As principais fontes dos recursos do EI

são a cobrança de impostos nas áreas

que domina, o roubo de bancos quan-

do toma uma cidade (o grupo roubou

US$ 429 milhões do banco central da

cidade de Mossul, por exemplo), con-

trabando de petróleo e a cobrança de

resgates por cidadãos de outros países.

Atualmente o grupo recebe pouco fi-

nanciamento externo, incluindo valores

recebido de algumas famílias do Golfo,

o que representa apenas 5% dos seus

recursos.

O Estado Islâmico chama a atenção

por dois principais motivos: seu poder

financeiro e sua crueldade. O grupo

comanda um grande território e tem

ricas fontes de recursos, como petróleo.

Em relação à extrema violência, é uma

maneira de mostrar força e desestimu-

lar respostas ao seu avanço, além de

conquistar novos adeptos.

O Observatório Sírio dos Direitos

Humanos (OSDH) avalia que há mais de

50 mil combatentes do grupo na Síria.

No Iraque, há cerca de 10 mil comba-

tentes. O EI está presente em cerca de

25% da Síria (45 mil km²) e em apro-

ximadamente 40% do Iraque (170 mil

km²), mas controla apenas uma parte

desses territórios.

Desde agosto de 2014, uma coali-

zão, formada por 22 países liderados

pelos EUA, vem realizando ataques

Page 28: ESPECIAL ALEPO

28 Kislev / Tevet 5776

aéreos contra posições do Estado Is-

lâmico na Síria e no Iraque. Os países

que formam a coalizão são: Alemanha,

Arábia Saudita, Austrália, Bahrein, Bél-

gica, Canadá, Catar, Dinamarca, Egito,

Emirados Árabes, Espanha, Estados

Unidos, França, Holanda, Iraque, Itália,

Jordânia, Kuwait, Líbano, Nova Zelân-

dia, Reino Unido e Turquia.

Até o momento, a coalizão reali-

zou mais de 7.200 bombardeios contra

agrupamentos do EI. Além disso, passou

a lançar armas, munições e ajuda por

via aérea a forças rebeldes que comba-

tem o grupo jihadista no norte da Síria.

A Rússia, por sua vez, recentemen-

te começou a empreender ataques ae-

ronavais com armamento de grande

alcance e precisão contra alvos do EI

em solo sírio, atendendo a uma solici-

tação do presidente Bashar al-Assad no

final de setembro deste ano.

Segundo o jornal “The New York Ti-

mes”, a melhor opção dos Estados Uni-

dos para derrotar esse grupo terrorista

é estabelecer uma coalizão com a Rús-

sia também. As operações militares de

Moscou, conforme o jornal, são o pri-

meiro sinal de esperança para pôr fim

ao pesadelo que significa esta guerra. O

Times destaca que a Rússia tem vanta-

gens que Washington não possui: uma

presença militar no terreno, vínculos

com o governo de Damasco, contatos

de trabalho com as autoridades do Irã

e do Iraque e acordos de intercâmbio

de informação de inteligência com as

ditas nações.

Um ímã de terroristas

Sempre é muito difícil enxergar

qualquer ponto positivo nas guerras

– principalmente em um conflito que

afeta diretamente milhões de civis, for-

çados a abandonar seus lares e per-

tences em busca de abrigo em terras

estranhas.

No entanto, começam a surgir

comentários que a Síria tornou-se o

“grande ímã de terroristas do plane-

ta”. Praticamente todos os grupos ter-

roristas vêm tomando partido – de um

ou outro lado – no conflito sírio. São

uma infinidade de grupos que estão se

enfraquecendo, seja pela diminuição de

seus combatentes, seja pelo enfraque-

cimento bélico de seus arsenais. “Os

terroristas estão passando por uma

grave penúria de munições, armas e

carburantes”, afirmou recentemente o

coronel-general Andrei Kartapolov, que

lidera a ofensiva russa na Síria.

Milhares de terroristas de todas

as partes do mundo dirigem-se à Síria

– muitos deles para tombarem lá. Até

mesmo o temidíssimo Estado Islâmico

vem sofrendo fortes baixas com os

ataques da coalizão e da Rússia. O

Estado-Maior da Rússia afirmou que,

possivelmente, 40% da infraestrutura

dos jihadistas já não existe mais. Hoje

comenta-se que a formação do califado

do EI – considerada uma tragédia pelo

mundo no início do ano – pode virar

seu próprio “cemitério”.

Atualidades

Vista aérea do campo de refugiados sírios de Zaatari, perto da cidade jordana de Mafraq

Page 29: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 29

Aqui você encontra as últimas edições da sua revista Nascente e muito mais:

Fotos e vídeos dos eventos da comunidade judaica

Áudios e vídeos com ensinamentos do Rabino Isaac Dichi

Aulas de Daf Hayomi com o Rabino Daniel Faour

E muito mais!www.revistanascente.com.br

Portal judaico brasileiro

Page 30: ESPECIAL ALEPO

Nossa GenteNascimentos

No berit milá do filho de Alberto Hallak

Veja 27 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Alberto Hallak, Ariel Kayeri, Dany Moas, Eli Mizrahi, Felipe Harari, Gabriel Gedanken, Isaac Sitrik, Jonathan Chreim, Leão Serruya, Meir Koschland, Milan Chammah, Morris Moas, Raymond Aboulafia, Uri Baroukh e Victor Metta.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: Fábio Isac, Leandro Cohen, Moises Alves, Netanel Faour, Salomão Mendes e Shlomo Chammah.

Page 31: ESPECIAL ALEPO

Nossa Gente

No berit milá do filho de Dany Moas

Veja 20 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 32: ESPECIAL ALEPO

32 Kislev / Tevet 5776

Nossa Gente

No berit milá do filho de Leão Serruya

Veja 14 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 33: ESPECIAL ALEPO

Bar Mitsvá

No bar mitsvá de Moshê Soffer

Veja 24 fotos e 3 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Nossa Gente

• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Akiva Apfelbaum, Ariel Sued, Edmond Khafif, Efraim Ishai Laniado, Efraim Yossef Laniado, Efraim Sutton, Ezra Chaim Safra, Gabriel Guindi, Ilan Salo Zumerkorn, Jonathan Sutton, Marcelo Joseph Berakha, Mordechai Iossef Vital, Moshe Picciotto, Moshe Soffer, Rafael Carasso, Shloimy Turnheim e Yossef Michanie.

Page 34: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776

Nossa Gente

No bar mitsvá de Efraim Yossef Laniado

No bar mitsvá de Efraim Ishai Laniado

Veja 13 fotos e 1 vídeo no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Veja 9 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 35: ESPECIAL ALEPO

35

• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Saal e Tawil (David Uriel e Tzipora), Pluznik e Linker (Richard e Amanda), Dabaah e Szajnbok (Eliel e Yentel), Muhafra e Tawil (David e Sara Yael), Sisro e Michanie (Mike e Shira).• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Iliovits e Dazenberger (Elazar e Shlamtsi Malca), Horowitz e Koidinover (Yoel e Chana Shlomtzi), Rolnik e Wassermann (Ariel e Thalita), Lapidus e Kamnitzer (Yossi e Miriam), Rubinsztajn e Saul (Moishe Aron e Nechama).

No Pidyon Haben do filho de Alberto Hallak

Veja 14 fotos e 1 vídeo no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Nossa GenteCasamentos

Page 36: ESPECIAL ALEPO

No Darkênu

Nossa Gente

Page 37: ESPECIAL ALEPO

Variedades

MUNDOANIMAL

A intervenção diretA de um Autor do universo pode ser constAtAdA nA imensidão dAs gAláxiAs, nA perfeição do corpo humAno, nA mArAvilhosA

diversidAde dA botânicA e nA observAção do extrAordinário e impressionAnte

O B

OTE O fotógrafo

colombiano Nicolas Reusens levou um susto enquanto clicava a rã da foto ao lado. Sim, apenas a rã! A cobra é uma intrusa que se aproximou, armou um bote muito veloz e abocanhou o pequeno anfíbio.Nicolas sentiu-se culpado pela morte da rã indefesa, mesmo entendendo que aquilo era algo muito natural.

Page 38: ESPECIAL ALEPO

Encontro

ines

quecív

el Parece perigoso?

Dizem que não é mas, por via das dúvidas, não esqueça de levar coletes salva-vidas!A Península Valdés, patrimônio da humanidade na Patagônia argentina, é o lugar ideal para um encontro com uma colossal Baleia Franca. Este é o local escolhido por estes mamíferos gigantescos para se reproduzirem e oferecerem um maravilhoso espetáculo natural.

Page 39: ESPECIAL ALEPO

dia

de

rodeio

Despreocupados com as ameaças predatórias, esses simpáticos sapinhos parecem estar muito tranquilos, seja divertindo-se muito em um dia de “rodeio a besouro”, ou apenas se protegendo da chuva embaixo de um “guarda-chuva natural”.O ilustre cavaleiro, digo, besoureiro, é um Sapo Voador de Reinwardt – uma espécie em extinção. Foi fotografado na Indonésia pelo talentoso fotógrafo Hendy Mp e sua montaria é um besouro gigante furador de madeira com chifres.

Page 40: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776

ataq

ue

velo

z O fotógrafo Paul Donahue registrou bem de perto um ataque mortal de uma onça-pintada a um jacaré, no Brasil.O paciente felino levou cerca de 40 minutos para se aproximar e armar o bote, que durou poucos segundos e foi resolvido com uma dentada certeira na parte de trás da cabeça do jacaré. Esse é o padrão de ataque das onças-pintadas, os maiores felinos da América do Sul.

Page 41: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 41

Aconteceu com um lin-do menino

chamado Reuven.Certo dia o garotinho passou muito mal e

foi levado às pressas para o hospital. Quando

chegou no pronto socorro, fez alguns exames e

logo os médicos decidiram que ele precisava ser

operado com urgência.

Sará, a mãe do menino, ficou apavorada com a

notícia tão repentina. Ela se aproximou dos médicos

chorando e, muito emocionada, pediu a eles para

que cuidassem do Rubinho com muita atenção e

cuidado. Ela explicou, entre prantos e soluços, que

aquele garotinho era muito precioso para ela, pois

havia nascido após quinze anos de casamento...

O pedido de Sará penetrou no coração dos

médicos comovidos que, imediatamente, con-

tactaram o maior especialista do hospital para

Filho QueridoTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!

Dinheiro em Xeque

Page 42: ESPECIAL ALEPO

42 Kislev / Tevet 5776

Dinheiro em Xeque

operar o pequeno Reuven.

A operação foi realizada com aten-

ção redobrada e, Baruch Hashem, foi

muito bem sucedida.

Durante os dias de convalescência

no hospital, os médicos perceberam

que dez crianças vinham visitar o me-

nino diariamente.

Curiosos, os médicos perguntaram

a Sará quem eram aquelas crianças.

Ela respondeu que eram os filhos que

Hashem lhe havia concedido.

Os profissionais ficaram indignados

e perguntaram à senhora por que ela

os havia enganado. Eles estavam cer-

tos que Reuven era filho único e tinha

nascido após quinze anos de um casa-

mento sem filhos.

Sará respondeu que não havia en-

ganado ninguém. Que Reuven de fato

só havia nascido após quinze anos de

casamento, conforme ela dissera ao

chegar no hospital... E acrescentou

que ninguém perguntara se ela tivera

outros filhos anteriormente...

Sará enganou os médicos? O que

ela fez foi correto?

O Veredicto

Sará, de fato, enganou os médicos.

Obviamente suas palavras deram a en-

tender que Reuven era seu filho único

querido, nascido após quinze anos de

um casamento sem filhos.

Apesar de tratar-se de um caso en-

volvendo perigo de vida, de todos os

modos parece que, em princípio, não

se deve agir assim.

Não se deve enganar o próximo.

Hashem representa a verdade. E para

que os médicos tenham sucesso na ope-

ração, necessitam de Ajuda Divina. A

ajuda Divina é concedida a quem segue

os caminhos de Hashem. Sendo assim,

não é necessário enganar ninguém ou

mentir para ser bem sucedido!

Sobre este caso, o Rav Yossef Sha-

lom Elyashiv zt”l disse ao Rav Zilbers-

tein que, se a mãe suspeitasse que seu

filho não seria bem tratado, ela estaria

permitida a agir desta forma, para que

fosse providenciado um tratamento

adequado a ele. Porém, se o paciente

já estava sendo bem assistido e, mes-

mo assim, ela estava querendo obter

um tratamento especial, então estaria

proibida de agir da forma como agiu.

Do semanário “Guefilte-mail” ([email protected]).

Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita

Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facil-

mente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sen-tença para o outro extremo. Estas respostas

não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande

experiência no assunto.

Chanucá Samêach!deseja a toda comunidade

Page 43: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 43

Talentos Maguen Avraham

Maguen Avraham

Alguns educadores muitas

vezes ainda incor-

rem no equívoco de pensar que o desempenho

de nossos alunos é pautado pelas notas. Sim, as

notas são importantes, pois representam esfor-

ço, empenho e, consequentemente, desempe-

nho do aluno nas várias áreas do conhecimento.

Mas todos os alunos aprendem no mesmo

ritmo? Todos têm as mesmas habilidades desen-

volvidas em todas as áreas do conhecimento?

A Escola precisa ter a sensibilidade e res-

ponsabilidade de enxergar cada aluno com

suas particularidades. Cabe a ela a missão de

ser a mola propulsora que alavanca e estimula

seus alunos a superar desafios e ultrapassar

barreiras.

Temos a convicção que o aluno precisa do-

minar as diversas ferramentas que o auxiliam

na construção do conhecimento. Esse papel de

grande relevância cabe aos professores. Por

meio do incentivo dos professores e com aulas

que provoquem o senso crítico, a interpretação

das informações, o respeito mútuo e o estímulo

a buscar e ampliar o conhecimento, desejamos

que os alunos identifiquem e desenvolvam suas

habilidades para que possam aplicá-las em sua

vida escolar bem como em sua vida futura.

Diante dessas premissas, a Escola realizou

sua primeira edição do Projeto “Talentos Maguen

Avraham”. Trata-se de um projeto que engloba

todas as disciplinas da área laica, tendo como

essência reconhecer o empenho, dedicação e

talento de nossos alunos. Incentivamos os alunos

a explorar outras formas de aprendizado, sejam

elas relacionadas ao conhecimento das diver-

sas áreas ou ao desenvolvimento de habilidades

musicais, artísticas, intelectuais, dentre outras.

Com um café de boas-vindas aos pais, alunos,

Fernando Bassoli e Evely Roll

Page 44: ESPECIAL ALEPO

44 Kislev / Tevet 5776

professores e funcionários, a Maguen

Avraham recebeu sua comunidade no

dia 25 de outubro para homenagear e

prestigiar aqueles que são a essência de

nosso trabalho: nossos alunos.

A emoção tomou conta de todos os

presentes quando cada aluno subiu ao

palco para receber seu certificado de

participação. Traduzia-se, ali, todo o

esforço e dedicação de nossos alunos

durante o ano letivo.

Os alunos do 6º ano do Ensino Fun-

damental à 3ª série do Ensino Médio

foram homenageados em várias cate-

gorias: “Mérito Acadêmico” – melhor

aluno de cada sala no quesito média

anual; “Desempenho Acadêmico” – me-

lhor aluno de cada sala em desempe-

nho nos simulados de conhecimento;

“Múltiplas Habilidades” – homenagem

aos alunos que desenvolveram habili-

dades específicas como pintura, dese-

nho, música, dentre outras; “Destaque”

– aluno de cada sala que se destacou

pelo seu empenho, superação e atitude

exemplares.

Acreditamos que cabe à Escola a

maior responsabilidade em motivar e

instigar em nossas crianças e jovens o

interesse pelo conhecimento. O apoio

das famílias nos incentivam a fazer da

Maguen Avraham uma Escola cada vez

melhor.

Maguen Avraham

Page 45: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 45

O Acendimento da ChanukiyáA fim

de recordar e de fazer saber o gran-

de milagre de Chanucá, nossos sá-

bios determinaram que acendêssemos as chamas de

Chanucá durante as oito noites da festa. Geralmente,

coloca-se a chanukiyá sobre uma mesinha, ao lado

esquerdo da porta de entrada, frente à mezuzá – que

está do lado direito – para envolver a entrada da casa

com mitsvot. Há ainda aqueles que costumam colocar

a chanukiyá na janela que dá para a via pública, de

maneira tal que seja visível aos transeuntes. Contudo,

não se deve colocá-la acima de 9,3 metros do solo.

A luz da chanukiyá é sagrada pelo fato de que é

com ela que recordamos o acendimento da Menorá do

Bêt Hamicdash. Ela não pode ser utilizada para outro

fim, como para fazer algum trabalho ou para ler. Por

isso, acrescentamos uma vela extra chamada shamash,

cuja luz pode ser utilizada em caso de necessidade.

As luzes da chanukiyá devem estar alinhadas

numa mesma fileira e todas devem ficar na mesma

altura. As luzes devem estar distantes o suficiente para

que as chamas não se toquem. No caso de usar velas

de cera, deve-se aumentar a distância entre elas, para

que uma não derreta a outra.

Na primeira noite de Chanucá (25 de kislev),

acende-se uma vela; na seguinte, duas, na terceira,

três e assim sucessivamente até a oitava noite, na qual

acendem-se as oito velas (mais a vela piloto – shamash

– que é acesa todas as noites). Assim decidiu Bêt Hilel,

para que os transeuntes pudessem reconhecer – con-

forme o número de luzes – qual era o dia da festa. Não

obstante, aquele que, por algum motivo, acende uma

só vela todas as noites, pode acendê-la com as bênçãos

correspondentes.

As luzes de Chanucá devem permanecer acesas

pelo menos durante meia hora após o aparecimento

das estrelas. Antes de acendê-las, devemos nos certi-

ficar de que temos a quantidade suficiente de azeite,

ou no caso de usarmos velas, que estas sejam bastante

grandes para que permaneçam acesas durante o tem-

po necessário. É preferível acender a chanukiyá com

azeite a acendê-la com velas.

De preferência, acende-se a chanukiyá imediata-

mente após o aparecimento das estrelas. Porém, se não

puder acender imediatamente após a saída das estre-

las, poderá acender mais tarde, mas não muito tarde a

ponto de não haver mais transeuntes nas ruas ou mem-

bros da família acordados em casa, para cumprir com

a obrigação de divulgar o milagre de Chanucá. Durante

a primeira meia hora, por respeito ao acendimento das

velas, devemos tratar de não realizar nenhum trabalho

– especialmente as mulheres, que tiveram participação

decisiva relacionada com os acontecimentos da história

de Chanucá.

Os sefaradim costumam acender uma chanukiyá

por casa, devendo, de preferência, ser acesa pelo chefe

da família com a presença de todos.

As mulheres têm a mesma obrigação que os ho-

mens de acender as velas. Portanto, num lugar onde só

moram mulheres, uma delas deve acender a chanukiyá

e recitar as respectivas bênçãos.

Os ashkenazim têm o costume de que cada mem-

bro da família acende sua própria chanukiyá, exceto as

mulheres. As esposas devem acender somente quando

o marido está ausente.

Na sexta-feira, véspera do Shabat, as velas de Cha-

nucá são acesas antes daquelas que correspondem ao

Shabat. Deve-se preparar uma maior quantidade de

azeite ou velas de tamanho maior, a fim de assegurar

que ardam até meia hora após o nascer das estrelas.

Sábado à noite, motsaê Shabat, acendem-se as luzes

depois do término do Shabat – após a Havdalá.

Neste ano, a primeira vela de Chanucá deve ser

acendida na noite de Domingo, dia 6 de dezembro. A

vela deve ser posicionada no lado direito da chanukiyá.

A partir da segunda noite, acrescenta-se, a cada

noite, uma nova vela à esquerda das primeiras. Costu-

ma-se colocar as velas na chanukiyá da direita para a

esquerda, mas devem ser acendidas da esquerda para

a direita (veja ilustração). Ou seja, acende-se primeiro a

vela correspondente àquela noite e, em seguida, a que

Comemorando

Page 46: ESPECIAL ALEPO

46 Kislev / Tevet 5776

foi acesa na noite anterior.

Deve-se sempre acender as velas da

esquerda para a direita. Quando pronun-

ciar a berachá, a vela mais próxima de

quem recita a berachá deverá ser a vela

daquela noite – a da esquerda.

Todas as noites recita-se as seguintes

berachot (pronunciar os hífens nos no-

mes de D’us como a letra “o”).

Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech

haolam asher kideshánu bemitsvotav

vetsivánu lehadlic ner Chanucá (os

ashkenazim terminam com: ner shel

Chanucá).

Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech

haolam sheassá nissim laavotênu

bayamim hahem bazeman hazê.

Que significam:

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que nos

santificou com Seus preceitos e nos or-

denou acender a vela de Chanucá.

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que fez

milagres para os nossos antepassados

naqueles dias nesta época.

Na primeira noite acrescenta-se uma

terceira berachá antes de acender. Aque-

les que, por algum motivo, deixaram de

acender na primeira noite, quando acen-

derem pela primeira vez, também devem

recitar a terceira berachá:

Baruch atá Ad-nay El-hênu Mêlech

haolam shehecheyánu vekiyemánu

vehiguiyánu lazeman hazê.

Que significa:

A fonte das bênçãos és Tu, Hashem

nosso D’us, Rei do Universo, Que nos deu

vida e nos fez existir e nos fez alcançar

esta época.

Há quem costuma acender as velas

com o auxílio do shamash e há os que

utilizam uma outra vela. De qualquer

forma, as bênçãos devem ser proferi-

das imediatamente antes do acendi-

mento da vela da noite (e não antes do

shamash).

Se uma vela se apagar durante o

período da meia hora desde o apareci-

mento das estrelas, exceto no Shabat,

costuma-se reacendê-la sem recitar

novamente as bênçãos. É permitido

apagar as velas ou mudá-las de lugar

depois que arderam o tempo mínimo

necessário de 30 minutos, exceto na

sexta-feira à noite.

Se, por qualquer motivo, alguém não

pôde acender as velas de Chanucá em

uma das noites, deverá continuar a acen-

der na noite seguinte conforme o núme-

ro correspondente. Por exemplo: se não

acender na quarta noite, deverá acender

cinco velas na quinta noite.

Também na sinagoga deve-se acender as velas de Chanucá, pro-clamando assim o milagre ocorrido; porém, nenhum dos presentes, nem mesmo o encarregado de acendê--las, fica por isso isento de acender as velas em sua casa.

Comemorando

Page 47: ESPECIAL ALEPO

47

Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech haolam asher kideshánu bemitsvotav vetsivánu lehadlic ner Chanucá.

Baruch Atá Ad-nai El-hênu Mêlech haolam sheassá nissim laavotênu bayamim hahem bazeman hazê.

Baruch Atá Ad-nay El-hênu Mêlech haolam shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lazeman hazê.

Os ashkenazim terminam com:ner shel Chanucá.

Na primeira noite acrescenta-se uma terceira berachá antes de acender:

Todas as noites, acende-se o Shamash (ou uma outra vela auxiliar) e depois recita-se as seguintes berachot:(Pronunciar os hífens nos nomes de D’us como a letra “o”.)

GUIA PRÁTICO DO ACENTIMENTOCom horários exclusivos para a cidade de São Paulo

ACRESCENTAR UMA VELA A CADA NOITE E ACENDER DA ESQUERDA PARA A DIREITA

1ª Noite

2ª Noite

3ª Noite

4ª Noite

5ª Noite

6ª Noite

7ª Noite

8ª Noite

ACENDENDO A CHANUKIYÁ NA 3ª NOITE

Na terceira noite, por exemplo, deve-se recitar as duas berachot e proceder da seguinte forma:

1º - Acender a vela nova, a da esquerda;

2º - Acender a vela logo à direita;

3º - Por fim, acender a seguinte à direita.

1ª Noite

25kislev

DOMINGO, 6/DEZa partir das 20h13m

2ª Noite

26kislev

SEGUNDA-FEIRA, 7/DEZa partir das 20h14m

3ª Noite

27kislev

TERÇA-FEIRA, 8/DEZa partir das 20h15m

4ª Noite

28kislev

QUARTA-FEIRA, 09/DEZa partir das 20h15m

5ª Noite

29kislev

QUINTA-FEIRA, 10/DEZa partir das 20h16m

7ª Noite

1Tevet

SÁBADO, 12/DEZ após a havdalá, a partir de 20h27m

8ª Noite

2Tevet

DOMINGO, 13/DEZa partir das 20h18m

6ª Noite

30kislev

SEXTA-FEIRA, 11/DEZantes do acendimento das velasde Shabat, que é às 19h27m. Deve haver azeite suficiente para as chamas arderem até as 20h47m.

Page 48: ESPECIAL ALEPO

48 Kislev / Tevet 5776

Aconteceu

KislevDia 25Yortsait do Rav

Yaacov Etlinger, autor do livro Aruch Laner (5632/1871).

Dia 2Yortsait do Rav

Aharon Kotler, rosh Yeshivat Lakewood Êts Chayim (5723/1962).

Dia 1 .................................• Yortsait do Rav Yossef She

muel de Cracóvia, autor da Messorat Hashás.

Dia 2 .................................• Yortsait do Rav Natan Meir

Wachtfoigel, mashguía-ch de Yeshivat Lakewood (5759/1998).

• Yortsait do Rav Aharon Kotler, rosh Yeshivat Lake-wood Êts Chayim (5723/1962).

Dia 4 .................................• Yortsait do Rav Eliyáhu Kovo,

autor do livro Shut Adêret Eliyáhu.

Dia 5 .................................• Yortsait do Maharshá, Rav

Shemuel Eliêzer Halevi Eidels, considerado ga-dol hador de sua geração (5391/1630).

Dia 6 .................................• Yortsait do Rav Chayim

Shemuel Lopian, autor de Recha Shmaitsa, filho do Rav Eliyáhu Lopian (5760/1999).

Dia 7 .................................• Falecimento do Rei Hero-

des, dia comemorado como yom tov em Meguilat Taanit (3758/3 a.e.c).

Dia 9 .................................• A nona hora do nono dia do

nono mês é um “canal de toda abundância” (Chêssed Leavraham de Slonim em nome do Berit Menuchá).

Dia 10 ...............................

• Yortsait do Rav Moshê Mor-

dechay Epstein, o Levush Mordechay, rosh yeshi-vá de Slobodka-Chevron (5694/1933).

• Yortsait do Rav Isser Zalman Meltser, autor do livro Êven Haêzel (5714/1953).

Dia 12 ...............................• Yortsait do Maharshal, Rav

Shelomô Luria, autor de Yam Shel Shelomô (5334/1573).

Dia 13 ...............................• Yortsait de Ravina berê Derav

Huna, corredator do Talmud Bavli. Ele foi o último amorá vivo (4260/499).

Dia 14 ...............................• Yortsait do Rav Avraham

Sitehon de Alepo, autor do livro Milel Leavraham (5577/1816).

• Yortsait do Rav David Abuchatsira, irmão do Baba Sali, morto al kidush Hashem (5680/1919).

• Yortsait do Rav Mordechay Yaacov Breisch de Zurich, autor de Chelcat Yaakov (5737/1976).

Dia 15 ...............................• Yortsait do Rabênu Haca-

dosh, Rabi Yehudá Ha-nassi, redator da Mishná (3978/~217).

• O Chayê Adam, Rav Avraham Danzig, estabele-ceu o Pulver Purim, comemo-rando uma salvação milagro-sa (5565/1804).

Dia 17 ...............................• Yortsait do Saba de No-

vardok, o Rav Yossef Yozel Horowitz (5680/1919).

Dia 18 ...............................• Yortsait do Rav Avraham

Hachassid ben Harambam, autor de Hamaspic Leovdê Hashem.

• Judeus de Strasburgo foram proibidos de praticar a circuncisão, usar barbas e possuir livros judaicos (5554/1793).

• Yortsait do Rav Baruch de Mezibush, neto do Báal Shem Tov (5572/1811).

Dia 19 ...............................• Yortsait do Maguid de

Mezritch, Rav Dov Ber, sucessor do Báal Shem Tov (5533/1772).

Dia 20 ...............................• O profeta Ezrá (Ezrá 10:9-

13) obrigou os judeus de Jerusalém a desfazerem seus casamentos mistos (3414/348 a.e.c.).

• Yortsait do Rav Yitschac Hutner, rosh Yeshivat Páchad Yitschac, Chayim Berlin e autor da famo-sa obra Páchad Yitschac (5741/1980).

Dia 21 ...............................• Yortsait do Rav Tsevi Pêssach

Frank, Rav de Yerushaláyim (5721/1960).

Dia 22 ...............................• Yortsait do Rav Avraham

Abuchatsira (5734/1973).

• Yortsait dos dois maguidim de Yerushaláyim, o Rav

Shabetay Binyamin Yuda-levitch (5757/1996) e o Rav Shalom Mordechay Shwa-dron, neto do Maharsham (5758/1997).

Dia 24 ...............................• Yortsait do Rav Chayim

Chizkiyáhu Medini, o Sedê Chêmed (5665/1904).

Dia 25 ...............................• Yortsait do Raavad III, Rabi

Avraham ben David, Báal Hassagot, contemporâneo do Rambam, o Maimônides (4958/1198).

• Yortsait do Rabi Avraham, filho do Gaon de Vilna (5569/1808).

• Yortsait do Rav Yaacov Etlinger, autor do livro Aruch Laner (5632/1871).

• Primeiro dia de Chanucá, a Festa das Luzes.

Dia 27 ...............................• Final dos quarenta dias do

Dilúvio.• Yortsait do Rav Chayim Mi-

tchernobil, autor do li-vro Beer Máyim Chayim (5573/1812).

• Yortsait do Rav Avraham Yitschac Hacohen Kahan, autor do livro Toledot Aharon (5747/1986).

Dia 28 ...............................• Yortsait do Rav Ezrá Hamoui,

rosh av bêt din em Alepo (5706/1945).

Dia 29 ...............................• Yortsait do Peri Chadash, Rav

Chizkiyá ben David di Silva (5458/1697).

Dia 25Primeiro

dia de Chanucá.

Page 49: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 49

Dia 9Cerimônia de

difamação do capitão francês Albert Dreyfus falsamente acu-sado de traição (5655/1895).

TevetDia 20Yortsait do

Rabi Moshê ben Maymon, o Rambam (4965/1204).

Dia 24Yortsait do

Rav Eliyáhu Eliêzer Des-ler, autor da obra Michtav Meeliyáhu (5714/1953).

Dia 1 .................................• Yortsait de Avraham Avínu

(Bavá Batrá 91a). Conforme outras fontes, 1 de tishri ou 1 de nissan (Moed Catan 28a). Início da praga de granizo no Egito (2448/1313 a.e.c.).

• Yortsait do Chavot Yair, Rav Yair Chayim Bachrach (5462/1701).

• O general norte-americano Joseph T. MacNarney garan-tiu anistia a 800.000 “peque-nos nazistas” após a Segunda Guerra Mundial em vez de processá-los (5707/1946).

Dia 2 .................................• A cidade judaica de Rosh

Piná foi fundada na Galileia por 130 judeus romanos que chegaram em Beirute (5643/1882).

Dia 3 .................................

• Yortsait do Rav Chayim Leib Shmulevits, rosh Yeshivat Mir, Jerusalém (5739/1979).

Dia 4 .................................• Yortsait do Rav Chayim Shaul

Hacohen Dweck, um dos grande mecubalim sírios alepinos em Yerushaláyim,

rosh Yeshivat Hamecubalim Bêt Kel (5694/1933).

• Yortsait do Rav Yaacov Shaul Kassin, líder da comunidade síria Maguen David em Nova Iorque (5755/1994).

Dia 7 .................................• Yortsait do Rav Tsvi,

f ilho do Báal Shem Tov (5540/1779).

• Yortsait do Rav Refael Shelomô Laniado, autor de Hamaalot Lishlomô e Bêt Dinô Shel Shelomô. A família Laniado, originária do seu progenitor Shemuel Laniado da Espanha, era uma das mais famosas e bem estabe-lecidas famílias em Alepo, na Síria (5554/1793).

Dia 8 .................................• Taanit tsadikim, comemo-

rando a tradução da Torá (a Septuaginta) para uma língua estrangeira (grego) sob ordens do rei Ptolomeu (Shulchan Aruch 580:2) (3515/247 a.e.c.).

• Adolf Eichmann yimach shemô é sentenciado à morte (5722/1961).

Dia 9 .................................• Yortsait de Ezrá Hassofer

ben Sheriyá (3442/320 a.e.c.) e Nechemyá ben Hachalyá (3392/372 a.e.c.).

• Taanit tsadikim por algum “sofrimento não específico” (vide Shulchan Aruch Ôrach Chayim 580:2 com Mishná Berurá).

• Yortsait de Rabi Ezrá de Gerona, um dos Baalê Ha-tossafot e Rav do Ramban na

Cabalá (4987/1227).• Execução de Sadam Hus-

sein por enforcamento (5767/2006).

• Cerimônia de difamação do capitão francês Albert Dreyfus falsamente acusado de traição (5655/1895).

Dia 10 ...............................• Jejum de Assará Betevet.

Benayáhu ben Yehoyadá venceu os dois comandantes de Moav e matou um leão (Targum Rav Yossef em Divrê Hayamim I 11:22).

• Nevuchatnetsar, rei da Babi-lônia, iniciou o cerco de Je-rusalém que durou 30 meses (3338/424 a.e.c.).

• Yortsait de Zecharyá ben Berachyá Hanavi e de Mal’achi Hanavi (3448/313 a.e.c.).

• Os judeus de Varsóvia foram proibidos de cumprimen-tar um alemão em público (5701/1941).

Dia 11 ...............................• Purim de Mezhibush. Os

judeus de Mezhibush foram salvos neste dia (e no dia se-guinte) de pogroms durante as guezerot de Tach Vetat (5408/1647).

• Expulsão dos judeus da Áus-tria (5430/1667).

• Yortsait do Rav Shelomô Ei-ger, filho do Rabi Akiva Eiger e autor do Guilyon Hamahar-shá (5612/1852).

• Escritores judeus e outras figuras cultas judaicas foram executadas na União Sovié-tica na “Noite dos Poetas Assassinados” (5712/1952).

Dia 12 ...............................• Yechezkel profetizou para o

Par’ô (Yechezkel 29:1).• Yortsait do Rav Moshê Mar-

gulies de Amsterdã, o Penê Moshê no Talmud Yerushalmi (5541/1781).

Dia 13 ...............................• Yortsait do Rav Yechiel Mor-

dechay Gordon, rosh Yeshivat Lomja (5725/1965).

Dia 14 ...............................• Purim Chevron, que comemora

a descoberta milagrosa de um saco com 50.000 moedas de ouro em um peitoril da janela da sinagoga – a quantidade exa-ta que o Pashá exigira em troca da revogação de sua ordem de expulsão (5501/1741).

Dia 15 ...............................• Rachel Imênu ficou grávida.

Dia 16 ...............................• Purim Bagdá, que comemora a

conquista de Bagdá pelo líder turco Sultão Morad IV com a ajuda dos judeus. Em geral, a vida dos judeus era melhor quando os otomanos governa-vam a cidade. Quando os xiitas persas governavam, a situação era muito difícil, para dizer o mínimo. (5399/1639).

Dia 17 ...............................• Yortsait do Rav Yaacov

Kranz, o Maguid Midubna (5564/1804).

• O Xá fugiu do Irã, para nunca mais voltar. Em seguida, os simpatizantes do Ayatolá Khomeini derrubaram o go-verno Bahktiar (5739/1979).

Aconteceu

Page 50: ESPECIAL ALEPO

50 Kislev / Tevet 5776

Dia 18 ...............................• Rav Huna bar Mar Zutra,

líder (resh galuta) dos judeus da Babilônia e Rav Me-sharshyá bar Pecod foram mortos al kidush Hashem pelas autoridades persas em Pumbedita. Rav Amemar bar Mar Yenuka também foi pre-so com eles e foi morto dois meses depois (4229/469).

• Bogdan Chmielnicki entrou em Kiev triunfante. A maio-ria dos judeus foram sucum-biram nos massacres de Tach Vetat (1648-1649). Os mais afortunados foram pegos como cativos pelos tártaros e resgatados em Constantino-pla (5409/1649).

• O último auto de fé no Novo Mundo teve lugar no Peru. Dona Ana de Castro foi acusado de judaização e queimada na fogueira, Hy”d (5496/1736).

• Yortsait do Rav Alexander Ziskind de Horodna, autor da obra Yessod Veshôresh Haavodá (5554/1794).

Dia 19 ...............................

• A Igreja Católica fechou as duas sinagogas existentes no Recife, entre elas, a Kahal Zur Israel, primeira sinagoga das Américas (5398/1637).

• Yortsait do Rav Avraham Shemuel Binyamin Sofer, o Ketav Sofer (5632/1871).

• Israel capturou o “Karine-A”, um barco com 50 toneladas de armamentos provindos do Irã com destino à Autoridade Palestina (5762/2002).

• Yortsait do Rav Ariyê Leib Hacohen, autor do Ketsot Hachôshen (5673/1812).

Dia 20 ...............................• A primeira massêchet do

Talmud Bavli, Berachot, foi impressa por Yehoshua Soncino, na Itália. Ela incluía os comentários de Rashi, Tossefot, Piskê Tossefot e os meforashim do Rambam e de Mordechay ben Hilel (5243/1483).

• Yortsait do Rav Yaacov Abu-chatsira, neto do fundador da família Abuchatsira, Rav Shemuel, e filho do Rav Mas-sud (5640/1880).

• Os nazistas proibiram os judeus de se congregarem em sinagogas ou casas para rezarem (5700/1940).

• Yortsait do Rabi Moshê ben Maymon, o Rambam (4965/1204).

Dia 21 ...............................• Nascimento e yortsait de

Shim’on, filho de Yaacov Avínu (2194/1567 a.e.c.). Conforme outras fontes, 28 de tevet.

Dia 23 ...............................

• Yortsait do Rav Mordechay Gifter, rosh Yeshivat Telshe,

Cleveland (5761/2001).• Alexandre I da Rússia expul-

sou todos os judeus de Mohi-lev e Vitebsk (5585/1825).

Dia 24 ...............................• Yortsait do Báal Hatanya,

Rav Shneur Zalman de Liadi (5573/1812).

• Yortsait do Rav Meir Ei-senstadt, o Panim Meirot (5612/1852).

• Israel e Egito assinam acordo após Guerra do Yom Kipur (6734/1974).

• Yortsait do Rav Eliyáhu Eliêzer Desler, autor da obra Michtav Meeliyáhu (5714/1953).

Dia 25 ...............................• Encontro histórico entre

Shim’on Hatsadic e Alexan-dre, o Grande (3442/320 a.e.c.).

• Primeira publicação do livro Chovot Halevavot do Rabênu Bachyê ben Yossef Ibn Pacu-da (5319/1559).

• Yortsait do Rav Moshê Tocatinski, mashguiach de Yeshivat Slabodka.

Dia 26 ...............................• Yortsait do Rav Moshê

Chay de Picciotto de Alepo (5576/1816).

• Yortsait do Rav Shalom Yits-chac Mizrahi, autor da obra Divrê Shalom (5755/1995).

Dia 27 ...............................• Yortsait do Rav Maimon ben

Attar de Alexandria, autor do livro Taamê Hamicrá (5718/1958).

• Yortsait do Rav Shimshon Refael Hirsch de Frankfurt.

Dia 28 ...............................• Judeus do Cairo escaparam

de um massacre e come-moram um dia de “Purim” (5284/1524).

• Yortsait do Rav Avraham An-tebi de Alepo, autor do livro Yoshev Ohalim (5618/1858).

Dia 29 ...............................• Napoleão capturou a cidade

de Yafo (5559/1799).

• Yortsait do Rav Moshê Yehoshua Yehudá Leib Diskin, o Maharil Diskin (5658/1898).

• Yortsait do Rav Meir Chadash, mashguiach de Yeshivat Che-vron (5749/1989).

• A cidade de Recife é conquis-tado por Portugal, dando fim à florescente comunidade judaica local. Fugindo de Recife para a Holanda, 23 so-breviventes de um naufrágio chegaram a Nova Amsterdã em 12 de setembro de 1654. Fundaram a Congregação Sheerit Yisrael, dando início ao primeiro assentamento permanente na cidade, que até então servia apenas de entreposto comercial e abrigava temporariamente comerciantes e navegadores. Em 8 de setembro de 1664, o nome da cidade foi mudado para Nova Iorque (5414/1654).

• Yortsait do Rav Yitschac Ka-duri, “Ancião dos Mecubalim” (5766/2006).

Aconteceu

Page 51: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 51

Kislev 13 de Novembro de 2015 a 12 de Dezembro de 2015

5776

CHANUCÁDe 7 a 14 de dezembro de 2015.

Primeira vela - Domingo, dia 6 de dezembro à noite.Oitava vela - Domingo, dia 13 de dezembro à noite.

Em Chanucá é proibido jejuar.Durante os dias de Chanucá não se diz Tachanun, recita-se o Halel completo

e faz-se as leituras especiais na Torá. Nesta festa, instituída por nossos sábios, celebramos a grande salvação que D’us proporcionou aos macabeus,

que apesar de serem poucos, se comparados com as forças helenísticas, derrotaram-nas. Comemoramos também o milagre da ânfora de azeite, cujo conteúdo bastava para um único dia, mas que durou oito – o tempo

necessário para a produção de novo azeite puro.Chanucá quer dizer inauguração (ou consagração) e refere-se à

reconsagração do Templo ao serviço Divino, após ter sido profanado com imagens e práticas pagãs durante o domínio greco-assírio.

Chanucá é observada durante oito dias, a partir do dia 25 de kislev, com o acendimento da chanukiyá ao anoitecer.

De preferência, acende-se a chanukiyá imediatamente após o aparecimento das estrelas e não muito tarde a ponto de não haver mais transeuntes nas

ruas ou membros da família acordados em casa, para cumprir a obrigação de divulgar o milagre. Durante meia hora após o acendimento, em honra às luzes de Chanucá, evitamos realizar qualquer trabalho – especialmente

as mulheres, pois elas tiveram participação decisiva no desfecho dos acontecimentos da história de Chanucá. Tanto os homens quanto as mulheres

têm obrigação de acender as luzes de Chanucá. Porém, mulheres casadas somente devem acender quando o marido está ausente. Os sefaradim

costumam acender uma chanukiyá por casa, devendo, de preferência, ser acesa pelo chefe da família com a presença de todos. Os ashkenazim têm o

costume de cada membro da família acender a sua própria chanukiyá, exceto as mulheres. Costuma-se colocar as velas na chanukiyá da direita para

a esquerda, mas devem ser acesas da esquerda para a direita. Há quem costuma acender as velas com o auxílio do shamash e há os que utilizam

uma outra vela. De qualquer forma, as bênçãos devem ser proferidas antes do acendimento da vela do dia – e não antes do acendimento do shamash.

ROSH CHÔDESHQuinta e sexta-feira, dias 12 e 13 de novembro.Não se fala Tachanun no dia.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

BIRCAT HALEVANÁPERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA

Início (conforme costume sefaradi): Quarta-feira, dia 18 de novembro, às 20h01m (em São Paulo, no horário de verão).

Final: Madrugada de quinta-feira, 26 novembro,até às 06h11m (em São Paulo, no horário de verão).

BARECH ALÊNUComeça-se a recitar o trecho de Barech Alênu (veten tal umatar) nas amidot a partir do Arvit de motsaê Shabat, dia 5 de dezembro.

Datas & Dados

Chanucá Sameach34940000

www.viababush.com.br

Sob rigorosa supervisão:Rav. Y. D. Horowitz Shlita

Page 52: ESPECIAL ALEPO

52 Kislev / Tevet 5776

Tevet 13 de Dezembro de 2015 a 10 de Janeiro de 2016

5776

ROSH CHÔDESHSábado e Domingo, dias 12 e 13 de dezembro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Não se fala Tsidcatechá em Minchá de ShabatAcrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se o Halel completo (por ser Chanucá) em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA

Início (conforme costume sefaradi): Sexta-feira, 18 de dezembro, às 03h19m

(em São Paulo, no horário de verão).Final: Noite de sexta-feira, 25 de dezembro,

às 21h41m (em São Paulo, no horário de verão).

JEJUM 10 DE TEVETTerça-feira, 22 de dezembro.Início - 05h00m. Término - 20h23m (em São Paulo, no horário de verão).Foi nesta data que Nabucodonossor, rei da Babilônia, completou o cerco de Jerusaléme a cidade passou a sofrer as consequências deste sítio. Este foi o início do processo que culminou com a destruição do Primeiro Templo e o Exílio Babilônico.

Datas & Dados

Jacob Freilich e Família

desejam paz e prosperidade

para toda a kehilá!

Page 53: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 53

HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT EM SÃO PAULO

Já considerando o horário de verão

13 de novembro - 19h07m20 de novembro - 19h12m27 de novembro - 19h17m04 de dezembro - 19h22m11 de dezembro - 19h27m

18 de dezembro - 19h31m25 de dezembro - 19h34m01 de janeiro - 19h37m08 de janeiro - 19h38m15 de janeiro - 19h39m

PARASHAT HASHAVUA

14 de novembro - Parashat: Toledot Haftará: Massá Devar Hashem21 de novembro - Parashat: Vayetsê Haftará: Veami Teluim (sefaradim)28 de novembro - Parashat: Vayishlach Haftará: Chazon Ovadyá (sefaradim)05 de dezembro - Parashat: Vayêshev Haftará: Cô Amar Hashem12 de dezembro - Parashat: Mikets Haftará: Roni Vessimchi (Chanucá)19 de dezembro - Parashat: Vayigash Haftará: Vayhi Devar Hashem26 de dezembro - Parashat: Vaychi Haftará: Vayicrevu Yemê David02 de janeiro - Parashat: Shemot Haftará: Divrê Yirmeyáhu (sefaradim)09 de janeiro - Parashat: Vaerá Haftará: Cô Amar Hashem Elokim16 de janeiro - Parashat: Bô Haftará: Hadavar Asher Diber Hashem

HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê).Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil) e 08h45m (ashkenazim).Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m. Minchá - De domingo a quinta -18h35m e 19h00m.Arvit - De domingo a quinta - 18h50m, 19h15m e 20h00m.

MINCHÁ DE ÊREV SHABATJá considerado o horário de verão

Shir Hashirim será recitado 15 minutos antes de Minchá

13 de novembro - 19h07m20 de nobembro - 19h12m27 de nobembro - 19h17m04 de dezembro - 19h22m11 de dezembro - 19h27m18 de dezembro - 19h31m25 de dezembro - 19h34m01 de janeiro - 19h37m08 de janeiro - 19h38m

Próximas Comemorações Judaicas

Já considerado o horário de verão14 de novembro - 18h40m21 de novembro - 18h45m28 de novembro - 18h50m05 de dezembro - 18h55m12 de dezembro - 19h00m19 de dezembro - 19h05m26 de dezembro - 19h10m02 de janeiro - 19h10m09 de janeiro - 19h10m

Jejum Taanit Ester (13/adar II /5776)

Purim (14/adar II /5776)

Shushan Purim (15/adar II /5776)

24/mar/16

23/mar/16

25/mar/16

22/abr/16

23/abr/16

29/abr/16

30/abr/16

1ª noite de Pêssach (15/nissan/5776)

2ª noite de Pêssach (16/nissan/5776)

7º dia de Pêssach (21/nissan/5776)

8º dia de Pêssach (22/nissan/5776)

Quarta

Quinta

Sexta

Sexta

Sábado

Sexta

Sábado

25/jan/16Tu Bishvat (15/shevat/5776) Segunda

12/jun/16

13/jun/16

24/jul/16

1º dia de Shavuot (6/sivan/5776)

2º dia de Shavuot (7/sivan/5776)

Jejum 17 de Tamuz (18/tamuz/5776)

Domingo

Segunda

Domingo

14/ago/16Jejum Tish’á Beav (10/av/5776) Domingo

Segunda

Segunda

Segunda

Terça

Terça

Terça

Domingo

Domingo

Domingo

Quarta

Quarta

1º dia de Rosh Hashaná (1/tishri/5777)

2º dia de Rosh Hashaná (2/tishri/5777)

Jejum Tsom Guedalyá (3/tishri/5777)

Yom Kipur (10/tishri/5777)

1º dia de Sucot (15/tishri/5777)

2º dia de Sucot (16/tishri/5777)

Hoshaná Rabá (21/tishri/5777)

Shemini Atsêret (22/tishri/5777)

Simchat Torá (23/tishri/5777)

3/out/16

4/out/16

5/out/16

17/out/16

12/out/16

18/out/16

23/out/16

24/out/16

25/out/16

25/dez/16

8/jan/17

1º dia de Chanucá (25/kislev/5777)

Jejum Assará Betevet (10/tevet/5777)

MINCHÁ DE SHABAT

Datas & Dados

Page 54: ESPECIAL ALEPO

54 Kislev / Tevet 5776

TABELA DE HORÁRIOS KISLEV / TEVET 5776ACRESCENTAR UMA HORA DURANTE O HORÁRIO DE VERÃO

São Paulo

Dia Zeman Tefilin

Nets Hachamá (nasc. Sol)

Alot Hashá-

charChatsot

Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-

do-sol)

Minchá Guedolá de alot

a tsetdo nets à shekiá

de alot a tset

do nets à shekiá

de alot a tset (72m)

de alot a tset

do nets à shekiá

do nets à shekiá

de alot a tset

Nove

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Dez

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Datas & Dados

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Kislev / Tevet 5776 55

“Um Presente Como Aquele!...”

Chayim Walder

Meu nome é Michael.Eu moro em Rechovot. Estudo na quarta série e sou considerado um bom menino.Tenho a mochila mais velha da classe. Ganhei-a do meu irmão mais velho, que

também a recebeu do meu irmão primogênito.Meus pais não têm dinheiro, e eu acho que nós somos chamados de pobres.Às vezes eu ouço na classe histórias sobre pobres. Meus colegas imaginam

que hoje em dia não existem casos desse tipo. Porém conosco, pelo jeito, é uma história de vida.

Das histórias que o professor conta, parece a todos que os pobres são coitados, e eu também pensava assim no começo. Porém, quando falei com meu pai, ele me lembrou do ditado “Ezehu ashir? Hassamêach bechelcô – Quem é rico? Aquele que é feliz com o que tem”. Ele me disse que há pessoas que têm muito dinheiro mas são

De Criança Para Criança

Page 56: ESPECIAL ALEPO

56 Kislev / Tevet 5776

muito tristes, pois ninguém gosta delas, ou porque não estão satisfeitas com o que têm, ou por outras razões.

“Amor e felicidade não se compram com dinheiro”, disse papai. E é verdade. Na nossa casa existe muito amor, apesar de não termos nada de dinheiro.

Meu pai se orgulha muito de mim. Ele disse que prefere ter menos dinheiro ain-da, contanto que eu continue a ser tão aplicado. E, verdade, eu me esforço muito para que meu pai seja feliz com o que tem, e seja “rico”.

Há alguns dias atrás foi o aniversário do meu pai. Pais não festejam aniversário. Principalmente o meu, que é muito sério e não tem dinheiro para isso. Mas eu decidi comprar um presente para ele.

Meu pai tem uma caneta-tinteiro de ouro, que ele herdou do seu pai. Caneta-tin-teiro é uma caneta estranha. Ela se parece com a pena de escrever dos soferim que escrevem a Torá. Para escrever, deve-se colocar tinta de uma garrafinha que é muito cara. Antigamente todas as canetas eram desse tipo.

Papai é escritor. Ele escreve quase todos os dias comentários sobre nossos livros sagrados. Apesar de gostar muito de escrever com a caneta-tinteiro, ele não tem dinheiro para comprar a tinta. Então ele usa uma caneta comum e a outra fica guar-dada dentro de uma caixa na gaveta da escrivaninha.

Decidi comprar para o papai uma garrafinha de tinta de surpresa. Eu sabia quão feliz ele iria ficar. Mas eu também não tinha dinheiro. Comecei a procurar algo valioso meu, porém logo cheguei à conclusão de que não tinha nenhum objeto pelo qual alguém me pagaria algum dinheiro. Meu estojo estava quebrado, minha mochila rasgada...

De repente me lembrei da minha nova calculadora de bolso. Eu a ganhara uma semana antes por tirar a nota mais alta da classe em matemática. Ela nunca tinha sido usada porque não tinha baterias. Na papelaria me disseram que aquelas bate-rias pequenas custavam quarenta shekalim e eu não tive coragem de pedir ao papai uma quantia tão grande de dinheiro.

Levei a calculadora dentro da caixa para a papelaria e pedi ao vendedor que a trocasse pela garrafinha de tinta. Ele me deu em troca dez garrafinhas. Voltei para casa muito contente. “Agora o papai terá tinta suficiente para alguns anos”, pensei. “Ele ficará muito feliz com o presente!”

Eu nem fiquei triste pela perda da calculadora. Eu gosto do papai mais do que qualquer coisa e, fora isso, de qualquer jeito não poderia usá-la.

Cheguei em casa e esperei pelo papai; até que ele chegou tarde da noite. “Olá!”, ele disse e virou-se para mim:

– Meu querido Michael, mostre-me a sua calculadora.

Page 57: ESPECIAL ALEPO

Kislev / Tevet 5776 57

– A calculadora... – eu falei. – Não está aqui...– Como não? – perguntou o papai assustado. – O que aconteceu com ela?– Vvve... vendi, papai – respondi.– Vendeu?! – ele exclamou com um profundo desgosto em sua face. – Por quê?– Troquei-a por um presente pelo seu aniversário! – respondi sorrindo.O rosto do papai empalideceu.– O que aconteceu, papai? – perguntei.Ele tirou do bolso um pacote e entregou-o para mim.– Queria comprar-lhe um presente pelo seu sucesso nos estudos – ele respondeu.Abri o pacote e logo entendi por que meu pai estava tão pálido. Eram dez bate-

rias para a minha calculadora. A que eu vendi.Ficamos em silêncio.– Não faz mal, papai – eu disse por fim. – Pelo menos abra o presente que eu

lhe comprei.Ele abriu o pacote e olhou para as dez garrafinhas de tinta. De repente, soltou

um suspiro de arrebentar o coração.– O que aconteceu, papai? Por que você está suspirando? – perguntei.– Você comprou garrafinhas de tinta para a minha caneta-tinteiro – ele respon-

deu – e justo hoje eu a vendi, para poder comprar as baterias...Durante longo tempo ficamos abraçados – papai e eu. Eu não ousava olhar para

o seu rosto. No final eu olhei e vi que, apesar das lágrimas, ele estava sorrindo.– Michael – disse-me papai – você sabe por que as pessoas compram presentes

umas para as outras?– Sim – respondi. – Para demonstrar o seu amor.– Você me deu o presente mais precioso do mundo! Será que há uma demons-

tração maior do que esta? – ele perguntou, apontando para as garrafinhas.De repente eu senti que era o menino mais rico do mundo, o mais amado do

mundo, que tem o melhor pai do mundo.Este foi o melhor presente que ganhei na minha vida; e aquele foi o aniversário

mais feliz que o papai teve.Nós somos muito felizes!

Tradução de Guila Koschland WajnrytPermissões exclusivas para a Nascente

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Leiluy Nishmat

Aldo Michel Mizan ben Olga z ’’l

Israel Iossef ben Isser z ’’l

Nissim ben Emilie z’’l

Raffaele ben Salha Piciotto z ’’l

Samuel Michel Mizan ben Olga z’’l

Victor Haim ben Ester z’’l

Ester bat Sofi Shafia z ’’l

Regina Malca bat Adele z ’’l

Rita bat Salma z’’l

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Kislev / Tevet 5776 59

NASCENTEEquipe especializada em diagramação, impressão e distribuição. Equipe especializada em diagramação, impressão e distribuição.

Fone: 11 3822-1416Fone: 11 3822-1416

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60 Kislev / Tevet 5776

Sr. Charles Cohab e Famíliadesejam Chanucá Sameach para toda a comunidade!

BS’D

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