nota especial

12
ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO FUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA . DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL. LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO ANO XLI N° 1 - Primeiro Semestre/2015 “A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condições fundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação da vida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”. Nossa D o u t r i n a Nossa D o u t r i n a NOTA ESPECIAL A ABMT está adotando em suas publicações e pu- blicidades a mar- ca Rio 450, como parte das celebra- ções do aniversário de nossa querida Cidade de São Sebas- tião do Rio de Janeiro. Também estamos usan- do o selo Quality 2015, que recebemos o direito de uti- lizar, como re- conhecimento à excelência de nossos programas de educação. (vide matéria sobre a premiação - páginas 6 e 7). ADOÇÃO DOS SIMBOLOS Rio 450 e Quality 2015 ABMT promoveu Seminário Impactos das Re- centes Mudanças nos Diplomas Legais. ABMT promoveu o Seminário Impactos das Recentes Mudanças nos Diplomas Legais. Foi realizado no dia 13 de junho, o seminário sobre os Impactos das Recentes Mudanças nos Diplomas Legais, como complementação ao evento de abertura de nossa programação científica no CREMERJ. Conceitos Atuais no Exercício Profissional Ético do Médico do Trabalho Foi o tema abordado pelo Dr. João Anastácio Dias, Diretor de Título de Especi- alista da ANAMT, que abordou a especialidade médica e os aspectos legais relati- vos às mudanças introduzidas na NR-4. Eventos Aconteceu PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DA ABMT 2015 Agenda Agosto Tema: "Como construir o Programa de Ergonomia na sua EMPRESA" Setembro Tema: "Ergonomia em Medicina do Trabalho" Leia, na página 8, detalhes desses eventos que acontecerão no 2° Semestre. Fique atento e se inscreva! Participe! Entre em contacto com a nossa secretaria ou pelo site da ABMT. www.abmt.org.br Leia mais sobre esses eventos, nas áginas 6 e 7, que aconteceram no 1° Semestre. Saúde do Trabalha- dor - Dr. Daphnis Entrevista com Dr. Daphnis Ferreira Souto, sobre "Aplica- ção da Medicina do Trabalho nas empresas." Leia o artigo na íntegra. Páginas 9 a 12.

Upload: nguyentuyen

Post on 08-Jan-2017

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: NOTA ESPECIAL

ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHOFUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA .

DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL.LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO

ANO XLI N° 1 - Primeiro Semestre/2015

“A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condiçõesfundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação davida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”.

Nossa

D o u t r i n aNossa

D o u t r i n a

NOTA ESPECIAL

A ABMT estáadotando em suaspublicações e pu-blicidades a mar-ca Rio 450, comoparte das celebra-

ções do aniversário denossa querida Cidade de São Sebas-tião do Rio de Janeiro.T a m b é mestamos usan-do o seloQuality 2015,que recebemoso direito de uti-lizar, como re-conhecimentoà excelência de nossos programasde educação.(vide matéria sobre a premiação -páginas 6 e 7).

ADOÇÃO DOS SIMBOLOS Rio450 e Quality 2015

ABMT promoveu Seminário Impactos das Re-centes Mudanças nos Diplomas Legais.

ABMT promoveu o Seminário Impactos das Recentes Mudanças nos DiplomasLegais.

Foi realizado no dia 13 de junho, o seminário sobre os Impactos das RecentesMudanças nos Diplomas Legais, como complementação ao evento de abertura denossa programação científica no CREMERJ.

Conceitos Atuais no Exercício Profissional Ético doMédico do Trabalho

Foi o tema abordado pelo Dr. João Anastácio Dias, Diretor de Título de Especi-alista da ANAMT, que abordou a especialidade médica e os aspectos legais relati-vos às mudanças introduzidas na NR-4.

EventosAconteceu

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DAABMT 2015

Agenda

AgostoTema: "Como construir o Programa de Ergonomia na

sua EMPRESA"Setembro

Tema: "Ergonomia em Medicina do Trabalho"

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Leia, na página 8, detalhes desses eventos que acontecerão no 2° Semestre.Fique atento e se inscreva! Participe!Entre em contacto com a nossa secretaria ou pelo site da ABMT.www.abmt.org.br

Leia mais sobre esses eventos, nas áginas 6 e 7, que aconteceram no 1°Semestre.

Saúde do Trabalha-dor - Dr. Daphnis

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Entrevista com Dr. DaphnisFerreira Souto, sobre "Aplica-ção da Medicina do Trabalhonas empresas."Leia o artigo na íntegra.Páginas 9 a 12.

Page 2: NOTA ESPECIAL

2 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

Expediente

Boletim de Divulgação da Associação Brasileirade Medicina do Trabalho - ABMT

Av. Almirante Barroso, 63/301 - Centro - RJCEP: 20031-003 Fax: 0XX(21)

2240-8519 Tel: 0XX(21) 2240-8469E-mail: [email protected]

site: www.abmt.org.br

Coordenação Editorial Daphnis Ferreira Souto,

Eduardo L. Souto,Nadja de Sousa Ferreirae Armando J. M.Pimenta

Diretoria ExecutivaPresidente:

Nadja de Sousa FerreiraDiretor da Área Administrativa:

Eliane Monteiro RaposoAdjunto: Valéria Nascimento Brion

Diretor da Área Financeira:Ricardo Rodrigues da Cunha

Adjunto:Vera Lúcia Santos Nogueira PintoDiretor da Área Científica:Paulo Antonio de Paiva Rebelo

Adjunto: Carla de Matos Queiros SaavedraDiretor da Área de Relações Externas:

Luiz Carlos CarnevaliAdjunto: Mônica Machado M. Ferreira

Werneck

Órgãos DeliberativosConselho Superior

Silvia Regina Fernandes MatheusElisabeth Fialho Cantarelli

Jorge da Cunha Barbosa LeiteEduardo Leal Souto

Osmond Degow da RochaLaura Maria Campello Martins

Leocádia Sales da Cunha

Conselho Técnico - CientíficoAntonio Edson Alves Sampaio

Daphnis Ferreira SoutoArmando Jorge Marques Pimenta

Sergio Cruz CamposMarcia Jardim Simões

Adjunto:Antonio Mario de Almeida Russo

Conselho FiscalElizabeth Mota Schiavo

Laura M. de Povina CavalcantiLumena Tereza Gandra

Adjuntos:Gualter Nunes MaiaTommaso Di Martino

Andrea Morgado Coelho

Editoração: Fátima Bréa - Reg.Prof. 3264/RJImpressão: 3MARC Impressões Gráficas Ltda.Tiragem: 1.000 exemplares

Conversando com você

- As matérias assinadas são de inteiraresponsabilidade de seus autores.- Autorizada a reprodução, desde quecitada a fonte.

Chegamos a 2015 após as grandescelebrações de 2014, que culminaramcom o Congresso dos 70 anos daABMT, em 14 de dezembro.

Mas isto agora já é passado. Pas-sado de glórias, desafios e grandes re-alizações.

O Papa Francisco em um de seuspronunciamentos sobre o sentido da vidaafirmou: "Quem não caminha, não dei-xa pegadas, não serve para nada. Navida a gente tem que caminhar comocaminhou Jesus, deixando pegadas quemarquem a história, pegadas que dei-xem descendência".

Este é o grande desafio de 2015, con-tinuar deixando as pegadas da ABMT.Estamos iniciando um novo ciclo anual,rumo aos 71 anos da ABMT e aos 41anos do nosso "Nota Especial", e paratanto, necessitados de participação eengajamento. Não podemos ficar pas-sivos, esperando que abnegados cole-gas doem+ parte de seu tempo, atuemcomo mecenas viabilizando as produ-ções da ABMT ou que saiam em defe-sa dos Médicos e da Medicina do Tra-balho quando necessário.

A ABMT sempre foi pródiga na dis-seminação do conhecimento técnico-ci-entífico e na inabalável defesa dos prin-cípios éticos no exercício da Medicinado Trabalho.

Em 2014 tivemos o importanteposicionamento do Ministério do Tra-balho na valorização da especialidadede Medicina do Trabalho, estabelecen-do que: "Os profissionais integrantes doSESMT devem possuir formação e re-gistro profissional em conformidadecom o disposto na regulamentação daprofissão e nos instrumentos normativosemitidos pelo respectivo Conselho Pro-fissional." Sendo considerado médico dotrabalho o "médico portador de certifi-cado de conclusão de curso de especi-alização em Medicina do Trabalho, em

nível de pós-graduação, ou portador decertificado de residência médica emárea de concentração em saúde do tra-balhador ou denominação equivalente,reconhecida pela Comissão Nacional deResidência Médica, do Ministério daEducação, ambos ministrados por uni-versidade ou faculdade que mantenhacurso de graduação em Medicina". Fi-cou ainda estabelecido o prazo de 4 anospara que todos se adequem a esta exi-gência.

Medicina do Trabalho não é bico nemtrabalho para aventureiro. É uma espe-cialidade reconhecida pelo ConselhoFederal de Medicina, com conhecimen-to e formação específica. Ser Médicodo Trabalho é opção e dedicação.

O mercado de trabalho tem eviden-ciado o aumento na procura por este pro-fissional e o aumento da retribuição sa-larial frente a outras especialidades.

O mundo do trabalho está passandopor profundas modificações ao longo dasúltimas décadas e certamente muitasoutras ainda estarão por vir, definindo anecessidade de estudo, posicionamento,atitude, atualização e interação com oscolegas.

Necessitamos pisar firmes para dei-xar nossas pegadas, de modo que pos-sam ficar visíveis para que possamosser seguidos. Quanto maior for o nú-mero daqueles que deixam pegadas,mais fácil será encontrar uma trilha se-gura a seguir.

Também é importante informar quea diretoria da ABMT está fazendo o re-gistro da marca ABMT, pois apesar deter 70 anos, nunca foi formalmente re-gistrada, assim, nossa pegada terá nos-sa identidade impressa.

Sejam bem vindos a nossa caminha-da, e traga colegas, assim, formaremosum grande bloco. "Vem, vamos embo-ra, que esperar não é saber, quem sabefaz a hora, não espera acontecer (Ge-raldo Vandré)".

A ABMT, suas diretorias e seus associados necessitamdeixar pegadas.

Page 3: NOTA ESPECIAL

3NOTA ESPECIAL ANO XLI N° 1/15

ABMT História

DÉCIO PARREIRAS

Fundador da ABMT e seu 1º Presi-dente, em 1945. Também foi agraciadocom o título de Presidente de Honra.

Nasceu em Niterói, capital do esta-do do Rio de Janeiro, em 15 de janeirode 1893. Formou-se pela Faculdade deMedicina do Rio de Janeiro (antigo nomeda UFRJ). Pós-graduação em Higienee Saúde Pública na Universidade de Yale- USA. Médico Sanitarista do Ministé-rio do Trabalho e Inspetor Federal deSaúde Pública. Professor catedrático deClínica das doenças Tropicais eInfectuosas da Faculdade Fluminensede Medicina.

HUGO DE BRITO FIRMEZA

Fundador da ABMT e seu 2º presi-dente, em 1946.

Nasceu em Fortaleza, 25 de marçode 1910. Fez o primeiro ano da Facul-dade de Medicina na Bahia e os demaispela Faculdade de Medicina do Rio deJaneiro onde formou-se 1934. Trabalhouno Hospital Pedro II e dirigiu o serviçomédico do Instituto de Aposentadoria ePensões dos Comerciários em Niterói.Nomeado médico do Ministério do Tra-balho em 1955, foi chefe da Seção deMedicina do Trabalho do Ministério doTrabalho e Previdência Social. Profes-sor adjunto da Escola de Medicina e Ci-rurgia do Rio de Janeiro.

ABELARDO BASTOS TAVARES

Fundador da ABMT e seu 3º Presi-dente, em 1947.

Trabalhou como médico do Ministé-rio do trabalho. Presidente da Socieda-de Fluminense de Medicina e Cirurgiano período de 1934-1936.

ADALBERTO LIRA CAVALCANTI

Foi eleito como 4º presidente da

ABMT com mandato em 1948.Formado na Faculdade de Medicina da

Bahia, em 1916. Médico do Trabalho ePsiquiatra Forense. Foi Médico Fiscal doMinistério do Trabalho. Publicou vários ar-tigos nas áreas de Saúde Mental e Medi-cina do Trabalho. Faleceu em 1959.

RUBENS DE SIQUEIRA BASTOS

Foi o 5º presidente da ABMT em 1949e depois foi eleito para outros dois manda-tos em 1955, 1959 a 1960.

Formado pela Faculdade de Medicinado Rio de Janeiro em 1935. Foi presidenteda ABMT por três mandatos (4 anos), alémde participar de outras diretorias. Teve gran-de preocupação com o ensino da Medici-na do Trabalho no Brasil.

LOURENÇO JOSÉ MARIA MOREIRACUNHA

Foi o 6º presidente, com mandato em1950.

Médico do Ministério do Trabalho e Fis-cal Médico do Rio de Janeiro, a partir de1940. Elaborou Orientações de Medicinado Trabalho sob ação do Ministério do Tra-balho nos Serviços Médicos do Sindicatodos Trabalhadores e Ensacadores de Cafée Cereais e da Caixa de Acidentes de Tra-balho do Centro de Estivadores de San-tos.

ZEY BUENO

Foi o 7º presidente, eleito em 1951 foireeleito em 1953.

Formado pela Faculdade de Medicinado Rio de Janeiro - 1935. Foi Chefe do De-partamento do Trabalho e Presidente daSeção de Higiene e Fisiologia do Traba-lho, do Ministério do Trabalho. Professordo Curso Médico da UERJ. Teve participa-ção importante no II Congresso Americanode Medicina do Trabalho, realizado no Riode Janeiro. Escreveu muitos trabalhos so-bre diferentes aspectos da Higiene e Se-gurança do Trabalho no Brasil.

JORGE SALDANHA BANDEIRA DEMELLO

O 8º presidente exerceu o mandato em

1952.Médico do Hospital do Servidor do

Estado - IPASE. Publicou trabalhos comZey Bueno, escreveu vários livros e arti-gos. Recebeu a homenagem de ter seunome dado ao Centro Municipal de Saú-de no Tanque em Jacarepaguá -RJ. Fa-leceu em 1969.

JOSÉ DE FARIA PEREIRA DE SOUZA

O 9º presidente exerceu o mandatoem 1954.

Formado pela UFF em 1938. Nome-ado médico da Divisão de Higiene doTrabalho, do Departamento Nacional deHigiene do Trabalho do Ministério do Tra-balho em 1965. Foi autor do trabalhoLesões produzidas pelo frio, apresenta-do e publicado nos Anais do IV Con-gresso Nacional de Prevenção de Aci-dentes do Trabalho em 1965. Falecidoem 24/01/2002 aos 88 anos.

DANIEL LUIZ BRANDÃO REIS

10º presidente, exerceu três manda-tos consecutivos: 1956, 1957 e 1958.

Nascido no Rio de Janeiro, graduou-se pela Faculdade de Medicina da Uni-versidade do Rio de Janeiro em 1934.Médico do Trabalho no Ministério do Tra-balho. Publicou o livro Higiene e Segu-rança do Trabalho, que organizou emconjunto com Daniel Luiz Brandão Reis;Hildebrando Felice Giudice; e OrmuzBello Galvão, no departamento Nacio-nal de Segurança e Higiene do Traba-lho, do Ministério do trabalho e Previ-dência Social. Dentre suas publicaçõesmerece destaque: "Trabalho da Mulhere do Menor", com 89 páginas.

EVIO SANTOS DE BUSTAMANTE

Foi o 11º presidente, com mandatosno biênio 1961 a 1962.

Formado Faculdade de Medicina daUniversidade do Rio de Janeiro em 1935.Foi Médico do Ministério do Trabalho eDiretor da Divisão de Higiene e Segu-rança no Trabalho. Médico do quadrosuplementar civil da Marinha do Brasil.

Durante sua história, a ABMT teve 24 presidentes, alguns deles commais de um mandato. São eles:

Texto extraído do livro "Históriasda ABMT", autor Dr. PauloRebelo - Diretor da Área Científi-ca da ABMT

Page 4: NOTA ESPECIAL

4 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

ABMT História

Recebeu a Ordem do Mérito Naval.Diplomado pela Escola Superior de Guer-ra em 1957. Médico da Rede Ferroviária.Publicou a monografia Trabalho em Mi-nas de Sub-solo. Falecido em 29/10/2003aos 89 anos.

MARIANNA DE BRITO FRANCO

Fundadora da ABMT, foi a 12ª presi-dente, com mandato de 1966 a 1968.

Formada pela Faculdade de Medici-na da Universidade do Rio de Janeiro em1939. Trabalhou como Médica do qua-dro efetivo do Ministério do Trabalho ondeChefiou a Comissão de Trabalho da Mu-lher no Ministério do Trabalho onde ela-borou a proposta de modificação da CLTque permitiu o trabalho da mulher, notur-no e em locais perigosos. Foi a respon-sável pela reorganização da ABMT, apósperíodo de inatividade, em decorrênciado golpe militar de 1964. Faleceu em29/10/2003, aos 89 anos de idade.

FRANCISCO BRIGGS PEÇANHA

Exerceu a presidência da ABMT de 1969a 1975, em 3 mandatos sucessivos, sen-do o 13º presidente.Formado em Medicina pela Universida-de Federal Fluminense - UFF em 1953.Médico do Trabalho do Ministério do Tra-balho em Tarefas do Ministério da Mari-nha. Trabalhou na Diretoria das RendasAduaneiras. Médico da Esso Brasileirade Petróleo. Falecido em 2014

ALOYSIO DO AMARAL ROCHA

O 14º presidente exerceu o mandato de1976 a 1977.Médico da Rede Ferroviária Federal. ProfTitular de Medicina do Trabalho da Es-cola Médica de Pós-Graduação da PUC-RJ, o primeiro curso de pós-graduaçãoem Medicina do Trabalho do Brasil.

CARLOS AMÉRICO DE LUCENA COS-TA

Foi o 15º presidente e exerceu dois man-datos, nos períodos bienais de 1977 a1978 e de 1980 a 1981.

Graduado em Medicina, em 1963, pelaFaculdade Nacional de Medicina. Mé-dico do Trabalho da Esso Brasileira dePetróleo, com experiência em testagemde drogas na rotina médica. Recebeutreinamento do cirurgião e cardiologistaDr Mason Sones, da Cleveland Clinic edesenvolveu técnicas de hemodinâmicano Instituto de Cardiologia. Estudouvárias línguas, entre elas o Esperanto.Faleceu em setembro de 2013.

NEWTON MIGUEL MORAES RICHA

O 16º presidente exerceu mandato notriênio de 1982 a 1984.Médico. Nascido no RJ. Foi professordo Curso de Pós-Graduação em Medi-cina do Trabalho, na Universidade doEstado do Rio de Janeiro - UERJ. Mé-dico do Centro de Pesquisas LeopoldoA. Miguez de Melo - CENPES, daPetrobras. Gerente da Assessoria deSaúde Ocupacional da Petrobras. As-sessor da Presidência do INMETRO.Consultor do Instituto Brasileiro de Pe-tróleo, Gás e Biocombustível - IBP. Pes-quisador da interface com produtos quí-micos e a medicina do trabalho na Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ.

ALCYR DE ALMEIDA FONSECA

Foi o 17º presidente exerceu mandatono triênio de 1985 a 1987Médico formado na Faculdade Nacio-nal de Medicina, atual UFRJ, em 1949.Trabalhou como Médico do Trabalho eEndocrinologista. Foi Inspetor Médicodo Ministério do Trabalho. Faleceu em1983.

TALITHA DO CARMO TUDOR

Foi o quinto entre os fundadores a exer-cer a presidência da ABMT, por dois pe-ríodos, compreendidos de 1988 a 1992,sendo a 18ª presidente. Também rece-beu o Título de Sócia Benemérita.Nasceu no Rio de Janeiro em09/10/1913. Formou-se em Medicina naUniversidade do Brasil, hoje Universida-

de Federal do Rio de Janeiro, em 1937,uma época em que, se a presença femi-nina era rara, mais ainda a que se relaci-onava a mulher negra, como Thalita. Pi-oneira, participou dos primeiros cursosde Medicina do Trabalho oferecido no Bra-sil. Trabalhou na prefeitura do antigo Dis-trito Federal e no Ministério do Trabalhoonde respondeu pela Sessão "Assistên-cia ao Trabalho da Mulher". Aposentou-se aos 68 anos, em 1981. Em 1981 pu-blicou na Revista Brasileira de SaúdeOcupacional o artigo "Trabalho da Mu-lher". Inúmeras homenagens lhe foramconcedidas, como reconhecimento emsua luta por condições dignas de traba-lho e defesa dos direitos femininos: Me-dalha ao Mérito Perfeccionista (1996);Mulher Médica (1995); Medalha de Méri-to ao Trabalho e Medalha do Congressode Saúde do Adolescente (1991). Talithadestaca-se ainda, como a única mulher,até o final do século XX, a haver recebidoo Diploma da Associação de Amigos doRammazzini, que reúne apenas dozemembros em todo o mundo. Faleceu em11/12/2003 aos 90 anos.

ALMIR DE ALMEIDA DÂMASO

O 19º presidente da ABMT, exerceu doismandatos de 1993 a 1998. Foi reconhe-cido com o título de Sócio Benemérito.Baiano de Ilhéus, formou-se em Medici-na da Faculdade Federal da Bahia. FoiMédico da Petrobrás e do Serviço Médi-co de Furnas, tendo participado da im-plantação do Primeiro Serviço Médico deUsina Nuclear, em Angra dos Reis. Mem-bro fundador do GRIDIS - Grupo de Inter-câmbio e Difusão de Informações sobreEngenharia de Segurança e Medicina doTrabalho da Eletrobras. Fez parte da Di-retoria da SMCRJ no triênio 2011/2014.Durante sua gestão na ABMT, Associa-ção foi reestruturada, com a implantaçãode um novo Estatuto e Regimento Inter-no. Um intenso programa de treinamen-to para o médico do trabalho foi desen-volvido. O informativo Nota Especial vol-tou a circular com regularidade. As finan-

Continuação da página 3

Durante sua história, a ABMT teve 24 presidentes, alguns deles commais de um mandato. São eles:

Page 5: NOTA ESPECIAL

5NOTA ESPECIAL ANO XLI N° 1/15

ABMT História

ças da ABMT foram saneadas o quepossibilitou a compra da sede pró-pria na Avenida Almirante Barroso,63 - Centro. Também foi em sua ges-tão que foram iniciadas as Jornadasde Atualização do Médico do traba-lho, com frequência anual.

ELIZABETH MOTA SCHIAVO

Foi a presidente de número 20, exer-cendo o mandato de 1999 a 2000.Formada em Medicina pela Univer-sidade Gama Filho, em 1976. Pós-graduação em Medicina do Trabalhoem 1977. Especialização em ClinicaMédica, Homeopatia e Medicina doTrabalho. Trabalhou na Samoc (1976a 1980), Golden Cross (1986-1998),Amil (1992-1995), Fundação Getú-lio Vargas e atualmente como Médi-ca do Trabalho da Empresa Brasi-leira dos Correios e Telégrafos.

ARLINDO GOMES

Foi o 21º presidente, exercendo omandato no período de 2001 - 2004Médico do Trabalho da Esso e daPetrobrás, onde foi Gerente de Saú-de. Diretor Cientifico da ANAMT. Foium dos autores da publicação "Atu-alização em vacinação ocupacional:Guia Prático", de 2007. Publicouvários trabalhos em revistas científi-cas e congressos. Exerceu a dire-toria Científica e vice-presidência daANAMT. Faleceu em dezembro de2014.

ARNALDO SAVERIO MAZZA

O 22º presidente teve mandato de 2004 a2007.Formado em Medicina pela Faculdade deMedicina de Valença, em 1973. Especiali-zação em Medicina do Trabalho e Adminis-tração Hospitalar. Médico do trabalho echefe dos serviços de medicina ocupacionalda Fábrica Nacional de Motores - FNM, daFiat, da Ciferal, da Verolme Estaleiros Reu-nidos do Brasil S.A, da Vidraria Rio MinasS.A., da Atlantic R. Company e da Compa-nhia Brasileira de Petróleo Ipiranga. Temparticipado, nas empresas, na lutaantitabágica e do abuso de álcool e dro-gas, e nas campanhas de vacinaçãoantigripal, e de inclusão social de pessoascom deficiência. Foi também vice-presiden-te da Associação Brasileira de Prevençãode Acidentes do Trabalho. É AcadêmicoTitular da cadeira 11 da Academia Brasilei-ra de Médicos Escritores.

PAULO ANTONIO DE PAIVA REBELO

Foi o 23º presidente e o que exerceu a pre-sidência por mais tempo, durante 6 anos,de 2007 a 2013.Graduado em Medicina pela UniversidadeFederal do Estado do Rio de Janeiro -UNIRIO em 1979. Especialização em Me-dicina do Trabalho pela UERJ. Doutor emToxicologia e Análises Toxicológicas pelaUniversidade de São Paulo. Participou detodas as diretorias da ABMT desde 1985.Ex-Diretor de Legislação e atual Vice-Pre-sidente Nacional da ANAMT. Autor do livroda história da ABMT, publicado nos 70 anosda Associação.

Durante sua história, a ABMT teve 24 presidentes, alguns deles commais de um mandato. São eles:

Continuação da página 4

NADJA DE SOUSA FERREIRA

A 24ª e atual presidente, com mandatoaté 2016.Médica graduada pela UNIRIO em 1980.Especializou-se em Reumatologista eMedicina do Trabalho. Pos-graduaçãoem Medicina Física e Reabilitação.Mestrado em Educação pela UERJ eDoutorado em Educação pela UERJ.Perita Médica e Auditora da PrevidênciaSocial por 30 anos, tendo participado doPlanejamento e Implantação do Centrode Reabilitação do Rio de Janeiro.Filiada a ABMT em 1992, DiretoraCientifica Adjunta da ABMT de 2001-2004. Diretora Cientifica de 2004 a 2013.

DAPHNIS FERREIRA SOUTO

2º Presidente de Honra e Sócio Bene-mérito.Graduado em Medicina pela FaculdadeNacional de Medicina da Universidadedo Brasil (1947). Pós-Graduação emMedicina do Trabalho e Saúde Pública."Master of Public Health andOccupational Medicine: University ofCalifornia - Berkeley, USA (1956)"Certificate in Occupational Health:Depart. of Health, Education andWelfare, US Government (1956). Chefedo Programa de Saúde Ocupo e Higie-ne Industrial (Acordo Brasil- USA, Pon-to IV).Chefe do Serviço Médico daPetrobras, onde se aposentou após 25anos de exercicio. Membro da CâmaraTécnica de Méd.do Trabalho -CREMERJ. Há 40 anos se encarrega da"Nota Especial" jornal trimestral daABMT.

A ABMT lamenta a perda de três de seus associados no primeiro semestre de 2015:- O Dr. Fernando Puper (24/4), gaúcho, radicado há muitos anos no Rio de Janeiro, trabalhou em várias empresas e foimembro da diretoria da ABMT- A Dra Maria Nazareth Solino (10/5) médica do trabalho e toxicologista e- Dr. Luiz Antonio Alvim (03/6) Médico do Trabalho e Perito Previdenciário,

NOTA DE FALECIMENTO

Page 6: NOTA ESPECIAL

6 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

ABMT Eventos

ABMT promoveu o Seminário Impac-tos das Recentes Mudanças nos Diplo-mas Legais.

Foi realizado no dia 13 de junho, oseminário sobre os Impactos das Re-centes Mudanças nos Diplomas Legais,como complementação ao evento deabertura de nossa programação cientí-fica no CREMERJ.

A programação contou com a Dra.Tula Moreira, médica da Companha ValeAS, que brilhante e didaticamente apre-sentou o tema Desafios para a Implan-tação do e-Social nas empresas, dan-do uma visão geral do que é, das pecu-liaridades na área da saúde e comoadaptar-se para fornecer as informa-ções.

Informou que o e-Social é um proje-to do governo federal que vai unificar oenvio de informações pelo empregadorem relação aos seus empregados, e quevisa garantir os direitos trabalhistas eprevidenciários, simplificar o cumprimen-to das obrigações trabalhistas,previdenciárias e fundiárias, reduzindocustos e a informalidade, facilitar a fis-calização por parte dos diversos órgãospúblicos (Receita Federal, INSS, MTEe Caixa Econômica) do cumprimento

ABMT FOI AGRACIADA COMO PRÊMIO QUALITY 2015

A ABMT recebeu o Prêmio Quality2015, cuja entrega foi realizada no dia 7de maio de 2015 na cidade de São Pau-lo, em solenidade na Hebraica, com jan-tar de confraternização, tendo a ABMTsido representada pela Presidente Dra.Nadja Ferreira, acompanhada pelo Dr.René Mendes que representou a ANAMTe os médicos do Trabalho do Brasil.

Na ocasião a Associação recebeu oCertificado da Premiação em aço esco-vado - personalizado e devidamente re-gistrado - a autorização de uso das Ima-gens do SELO QUALITY e o TroféuQuality personalizado.

O prêmio é outorgado pelaInternational Quality Company echancelado pela Sociedade Brasileira deEducação e Integração, e tem por objeti-

ABMT promoveu o Seminário Impactos das Recentes Mudanças nos Diplomas Legais.

vo reconhecer organizações e profissi-onais que se destacam em suas áre-as de atuação e contribuem efetivamen-te para o desenvolvimentosocioeconômico do país.

Dentre os muito agraciados peloprêmio, contam o Governador de SãoPaulo Geraldo Alckimin, o sertanistaOrlando Villas Boas, o desenhista Mau-ricio de Souza, o apresentador LucianoHuck, a Volkswagen, Petrobras, Cor-reios, Embratel, Nestlé e a Policia Mi-litar de São Paulo.

das obrigações principais e acessó-rias por parte das empresas, apri-morar a qualidade de informações daseguridade social e das relações detrabalho e aumentar a arrecadação,pela diminuição da inadimplência, daincidência de erros da sonegação eda fraude.

O sistema está orientado a even-tos e as empresas devem reorgani-zar seus registros para informá-losem ambiente compartilhado. Inicial-mente é necessário fazer o cadastro comas respectivas rubricas, lotações, cargos/funções, horários, processos, riscos e vín-culos, segundo tabelas existentes. A par-tir deste cadastro, será possível informaros eventos (Admissão, CAT, ASO, Afas-tamentos, Desligamento e Periódicos,entre outros).

Resaltou a absoluta necessidade deseguir a ordem cronológica de ocorrênciae a coerência entre as informações.

Mostrou o calendário de implantação,com entrada em Pré-produção, usando da-dos fictícios e em ambiente de teste em09/2015. A Pré-produção com dados re-ais ainda em ambiente de testes, que se-rão também validados, mas ainda semefeitos jurídicos, será em 02/2016. A fase

de Produção, em caráter definitivo ocor-rerá em 07/2016 para as empresascom faturamento em 2014 superior a78 milhões e a partir de 01/2017 paraas demais.

Indicou o site http://www.esocial.gov.br/Leiautes.aspx paramaiores esclarecimentos.

A Dra. Tula também apresentou oprograma de Gestão do Controle do Tra-tamento de Trabalhadores Usuários deSubstâncias Psicoativas na Vale.

A presidente Dra. Nadja Ferreiraapresentou o tema ResoluçãoCONTRAN Nº 517 DE 29/01/2015, mo-dificada pela Resolução 529/15, que dis-põe sobre o exame de aptidão física emental, a avaliação psicológica e o

Aconteceu

Page 7: NOTA ESPECIAL

7NOTA ESPECIAL ANO XLI N° 1/15

ABMT Eventos

credenciamento das entidades públicase privadas de que tratam o art. 147, I e§§ 1º a 4º, e o art. 148 do Código deTrânsito Brasileiro, com aplicação a par-tir de fevereiro de 2016.

O exame de aptidão física e mentale a avaliação psicológica dos candida-tos, a habilitação e à renovação de ha-bilitação nas categorias C, D e E da Car-teira Nacional de Habilitação - CNH, exi-ge, necessidade, a verificação de indíci-os do consumo de substânciaspsicoativas, por exame toxicológico delarga janela de detecção, assim consi-derado, aqueles que possibilitem a veri-ficação do consumo ativo, ou não, desubstâncias psicoativas, com análise re-trospectiva mínima de 90 (noventa) dias,testando no mínimo a presença das se-guintes substâncias: maconha e deriva-dos, cocaína e derivados incluindo cracke merla, opiáceos incluindo codeína,morfina e heroína, "ecstasy" (MDMA eMDA) e anfetamina e metanfetamina(mazindol, fenoproporex e anfepramona).

Informou que o DENATRAN é o ór-gão responsável pelo credenciamento efiscalização das Clinicas de Coleta eAnálise, quer Públicas ou Privadas emtodo território nacional.

Também fez uma explanação sobreas características e limitações dos mé-todos de detecção, o papel do médicodo trabalho e os cuidados que deve ter.

Conceitos Atuais no Exercício Profissional Ético do Médico do Trabalho

Foi o tema abordado pelo Dr. JoãoAnastácio Dias, Diretor de Título de Espe-cialista da ANAMT, que abordou a especia-lidade médica e os aspectos legais relati-vos às mudanças introduzidas na NR-4.

Informou sobre o desenvolvimento dasespecialidades médicas no Brasil, com ên-fase na Resolução CFM 1286/1989 e Re-solução CFM 1634/2002, que tratam doConvênio entre a Associação Médica Bra-sileira e o Conselho Federal de Medicinae do Convênio entre a Associação MédicaBrasileira, o Conselho Federal de Medici-na e a Comissão Nacional de ResidênciaMédica, que criou a Comissão Mista deEspecialidades.

Lembrou que a Portaria 2018/2014concede prazo de quatro anos para queos Médicos do trabalho, integrantes doSESMT, atendam aos requisitos de forma-ção e registro profissional, de acordo comos instrumentos normativos do CFM e oitem 4.4.1 da NR-4.

A Médica Perita Dra. Cacilda Behmerapresentou o tema Medida Provisória 664e 665 de 2014.

Na ocasião, o Senado Federal haviaaprovado a medida provisória 664, que pro-punha novas regras para concessão doauxilio doença e pensão por morte e a MP665 que alterava regras para o acesso aoseguro-desemprego, ao abono salarial eao seguro-defeso e o texto enviado à pre-sidente da República para sanção, poden-do aprovar ou vetar total ou parcialmenteas alterações.

Posteriormente ao curso, a MP 664 foitransformada na Lei 13.125 18/6/2015, ten-do sido vetados alguns artigos e os refle-xos no auxílio-doença foram a não aprova-da da alteração do prazo para início do au-xílio-doença, volta a ser responsabilidadedo empregador o pagamento dos primei-ros 15 dias de afastamento. A partir do 16ºdia é responsabilidade do INSS. Não foiaprovada a possibilidade do INSS celebrarconvênio com as empresas para que asmesmas realizem perícias médicas refe-rentes ao auxílio-doença. Adicionalmente,o segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe ga-ranta subsistência poderá ter o benefíciocancelado a partir do retorno à atividade.

Continuação página 6

ABMT promoveu Seminário . . .

Esclareceu que de acordo com a Re-solução CFM 2007/2013, para exercer o car-go de diretor técnico ou de supervisão, co-ordenação, chefia ou responsabilidade mé-dica pelos serviços assistenciaisespecializados, é obrigatória a titulação emespecialidade médica, registrada no CRMe que o médico só poderá assumir a res-ponsabilidade técnica pelo serviço espe-cializado em até duas unidades de serviçoassistenciais.

A Portaria MTE Nº 590/2014 determinou"Os profissionais integrantes do SESMTdevem possuir formação e registro profis-sional em conformidade com o dispostona regulamentação das profissão e nosinstrumentos normativos emitidos pelorespectivo Conselho Profissional, quandoexistente". Portanto, é necessário o RQE -Registro de Qualificação de Especialista,que pode ser obtido através do registro noConselho Regional de Medicina, por aque-les que atendam os seguintes critérios:possuir o Certificado de Conclusão de Pro-grama de Residência Médica em Medicinado Trabalho, credenciado na ComissãoNacional de Residência Médica (CNRM) ouo Título de Especialista em Medicina doTrabalho, emitido pela Associação MédicaBrasileira (AMB) e Associação Nacional deMedicina do Trabalho (ANAMT).

Ressaltou que a Resolução CFM1960 / 2010, também reconhece Diplomase Documentos comprobatórios anterioresa 15 de abril de 1989 e a Resolução CFM2061 / 2013, que reconhece os registrosem Livro Próprio até 15 de abril de 1989.

Aconteceu

Page 8: NOTA ESPECIAL

8 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

ABMT Eventos

Objetivo:O treinamento visa capacitar os médi-cos para identificar, avaliar (qualitativae quantitativamente) e controlar fato-res de riscos ergonômicos, por meio doconhecimento teórico e da aplicaçãodas ferramentas de análise ergonômicado trabalho - AET, bem como fornecerelementos para a tomada de decisõesno reconhecimento do nexo causal, téc-nico e epidemiológico em relação asdoenças musculoesqueléticas dos tra-balhadores.

Conteúdo Programático:1. Fundamentos fisiológicos do siste-ma musculoesquelético

Agenda - 2° Semestre

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DAABMT 2015

Tema: "Como construir o Programa de Ergonomia na sua EMPRESA"

Data: 14, 15 e 22 de agosto de 2015Horário: Dia 14/08/15 das 13:00h às21:00h, dias 15 e 22/08/15 das 8:30h às 16hLocal: Largo do Machado n°54 –Andar A – Catete – Rio de Janeiro

Conteudo programáticoFundamentos:♦ O que é Risco Ergonômico? É um

fator contributivo? Fator associativo?♦ Como identificar o fator

ergonômico? Onde está? Qual a suaintensidade?

♦ O fator ergonômico tem ação a mé-dio e longo prazo? Traz benefícios?Traz malefícios?

♦ O que é Repetitividade, altafrequência, sobrecarga muscular?

♦ Energia cinética e suas ações noaparelho locomotor.

PDCA (planejar, executar, verificar eagir) e o objetivoFerramentas de Análise Ergonômica doTrabalho.Fatores ergonômicos no eSocial.Fatores biopsicossociais no eSocial.Informo ou não, e o quê no eSocial?Comitê de ergonomia.Programa de Ergonomia para pequenaempresa.Programa de Ergonomia para médiaempresa.

Programa de Ergonomia para grandeempresa.Programa de Ergonomia em empresaque não tem SESMT.Requisitos e especificações para con-tratar a AET.Como implantar ações preventivas:• Acessibilidade• Rodízio de postos de trabalho;• Pausas e micropausas;• Ginástica laboralExemplos práticosFuturo da ergonomiaPublico Alvo: Todos os profissionais daárea de Administração, Saúde e Segu-rançaVagas limitadas: 50

Agosto

Setembro

2. Semiologia do aparelho locomotornormal e correlação com lesõesmusculoesqueléticas:• Testes clínicos de avaliaçãomusculoesquelética• Avaliação sensorial• Identificação do tônus muscular• Escala de Kendall - contratilidademuscular• Arco de movimento ativo, passi-vo e resistido• Trofismo muscular e o indicativode uso e desuso• Força muscular comdinamometria e uso doesfigmomanometros• Elasticidade segmentar e global3. Fisiopatologia das doenças atribu-ídas como LER/DORT4. Reconhecimento de nexo causal,contributivo e associativo de doençasmusculoesqueléticas dos membros su-periores e dos membros inferiores em

relação ao fator ergonômico5. Patologias excludentes de nexo comfator ergonômico6. Quadros clínicos e patologias defi-nidas:• Tendinites, tenossinovites• Síndromes do Túnel do carpo, deGyon, Túnel do tarso, De Quervain,Dupytren e Ledderhouse, lombalgias,lombociatalgias, dorsalgias, cervicalgias,cervicobraquialgias e outras7. Análise Ergonômica do Trabalho ea relação de causa e efeito8. Condutas preventivas em proces-sos produtivos: administrativos, indus-triais, trabalho em altura, espaço confi-nado e outros9. Ferramentas de AnáliseErgonômica com foco semiológico10. Elaboração de documentosPúblico Alvo: Exclusivo para médicose acadêmicos dos dois últimos semes-tres.

Tema: "Ergonomia em Medicina do Trabalho"

Datas: 25/09/15 (sexta-feira) das 13hàs 21h e 26/09/15 (sábado)das 8:30h às 16hLocal: Largo do Machado n°54 –Andar A – Catete –Rio de Janeiro

Page 9: NOTA ESPECIAL

9NOTA ESPECIAL ANO XLI N° 1/15

ABMT Entrevista

NE - Além do conhecimento técnico-ci-entífico o que o senhor reputa como fun-damental na relação entre o Médico doTrabalho e o Trabalhador?

A atividade de proteção, manutenção erecuperação da saúde nas comunidadesde trabalho são interpretadas pela admi-nistração de muitas empresas como umcontrato financeiro de prestação de servi-ços médicos para serem realizados emnível primário, para dar somente satisfa-ção aos dispositivos legais, sem uma ava-liação real de sua importância e complexi-dade. Em geral, o médico tem um cursoinformativo sobre medicina do trabalho equando aparece a oportunidade de em-prego em uma empresa, se candidata eassume o posto, mas não procuraaprofundar quais vão ser suas reais res-ponsabilidades face ao tipo de trabalhoque ali se desenvolve. Isso tem levadomuitas gerências industriais a fazer tam-bém um juízo distorcido do que seja esseramo especializado da Medicina.

É importante salientar, logo no iníciodessa exposição que é próprio do seuexercício, o seu caráter transcendentalonde sobressai a verdade, a bondade, oser autêntico, o comportamento moral,garantindo uma prestação eficiente deserviços profissionais e um melhor resul-tado de sua finalidade: cuidar das pesso-as e servir à humanidade no agir com opropósito de fazer o melhor e o bem: umverdadeiro contrato de característica soci-al. Não poderia ser de outra maneira, poiso trabalhador é, sem qualquer dúvida, apeça mais importante na linha de produ-ção de uma empresa.

Essa eventual falta de uma avaliaçãocriteriosa por parte de alguns médicos temgerado procedimentos os mais diversosna aplicação da Medicina do Trabalho.Essa atitude não favorece uma orientaçãoque permita aos médicos, com base nonecessário conhecimento do conteúdo decada atividade ocupacional, desenvolverdiretrizes, procedimentos, protocolos eorientações seguras, que realmente sir-vam de guias para proteger e manter asaúde dos trabalhadores em condiçõesadequadas ao desempenho de suas ta-refas em sua ocupação.

NE - Então como o senhor acha que deveser o procedimento, de um serviço deMedicina do Trabalho?

A observação das atividades profissio-

nais nos mostra que não existe uma rigo-rosa similaridade no desempenho indivi-dual das ocupações, mesmo se conside-rarmos as empresas do mesmo ramo in-dustrial e esse fato aparece como um fa-tor que dificulta sobremaneira a gestãomédica e administrativa sobre saúde den-tro das empresas. É de fundamental im-portância, portanto, que nos assuntos re-ferentes à promoção e manutenção dasaúde dos trabalhadores se estabeleçacomo norma de conduta dos médicos dotrabalho - a diretriz ética da responsabili-dade - determinada essencialmente pormeio da execução criteriosa das seguin-tes condições:

1) VEJA SEMPRE O TRABALHADORCOMO UM TODO EM SUA INTEGRAÇÃOCORPO, MENTE E AMBIENTE.

2) EM MEDICINA DO TRABALHO DE-VEMOS SEMPRE TER UMA VISÃOHOLÍSTICA NO ATENDIMENTO.

3) O MÉDICO DEVE TER SEMPRE EMMENTE QUE SUA PREOCUPAÇÃO MAIOR,FRENTE AO TRABALHADOR, DEVE SERA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS QUE POS-SAM AFETAR A SAÚDE DO MESMO.

4) O MÉDICO DEVE TER SEMPRE OCUIDADO DE ANALISAR CUIDADOSA-MENTE AS TAREFAS QUE CABEM AO TRA-BALHADOR REALIZAR, PROCURANDOVERIFICAR EM CADA UMA DELAS AS RA-ZÕES DE QUALQUER DESVIO, NAHIGIDEZ DO TRABALHADOR, PARA INS-TITUIR DE IMEDIATO O TRATAMENTOADEQUADO OU ENCAMINHÁ-LO A QUEMPOSSA FAZE-LO.

Alem do mais, para facilitar o raciocí-nio médico, siga os seguintes princípios:

a) realização adequada da avaliaçãodas condições de saúde e das caracterís-ticas biopsicofisiológicas dos trabalhado-res para o exercício de sua ocupação e deseu relacionamento com o ambiente detrabalho.

b) raciocínio clinico claro e ágil,capacitação técnico-científica aguçada ecultura geral, observação e discernimentopara avaliar com justeza as condições re-ais da execução do trabalho para prevenirpossíveis danos à saúde, com o objetivode manter as pessoas saudáveis no exer-cício de sua ocupação.

c) zelar e manter as diretrizes que asociedade, através de leis e regulamen-tos, impõe em defesa de sua mão-de-obra- as pessoas que trabalham - responsá-veis pela estrutura econômica da Nação ea manutenção das instituições.

d) capacitação para compreender as

reações das pessoas ante as agressõesfísicas, químicas, biológicas, emocionais,ergonômicas e sociais do trabalho e domeio ambiente.

e) competência também para cumprirum programa médico sanitário, educativoe assistencial, e para conduzir de manei-ra adequada um programa de apoio paramanutenção e a reabilitação física e men-tal do trabalhador.

f) susceptibilidade para compreenderas reações e motivações presentes numapessoa recém-admitida no trabalho e asdiversas gradações pelas quais passa,até aquelas de maior complexidade doexecutivo com elevadas responsabilida-des.

g) apresentar justificativas objetivaspara os dispêndios financeiros de qual-quer programação a ser desenvolvida, afim de evitar gastos desnecessários queonerem a economia da instituição.

Por sua vez, os avanços da ciência, atecnologia aplicada em medicina e osganhos nas relações sociais e do traba-lho se desenvolvem com uma grande ra-pidez nos dias atuais. Assim sendo é ne-cessário que sejam instituídos instrumen-tos disciplinadores que acompanhemseu progresso e a seriedade de sua atu-ação.

Todas as principais profissões estãosubmetidas a uma avaliação sob a óticados princípios deontológicos, ou seja, daconduta moral de quem as exerce e comorientação em códigos ético-profissionaisque são instrumentos legais que estabe-lecem princípios, direitos e deveres, quedemonstram ser eficazes e necessáriospara disciplinar o exercício profissional.

Obviamente o Código de Ética Médicanão impossibilita o erro na execução dasatividades médicas ou falhas na condutapessoal do médico. Mas oferece ao mé-dico e ao seu assistido a indicação daboa conduta, amparada nos princípios éti-cos da autonomia, da pratica do bem, dajustiça, da dignidade, da veracidade e dahonestidade.

NE - Qual sua visão ética conjuntural daMedicina do Trabalho?

A problemática da Medicina do Traba-lho tem sido preocupação constante detodos aqueles que se interessam e estu-dam seriamente os problemas de SaúdePública no Brasil e sua influência no de-senvolvimento sustentado da Nação

Nosso País vive uma fase dereestruturação político-social e de tentati-

Saúde do Trabalhador - Entrevista com Dr. DaphnisAplicação da Medicina do Trabalho nas empresas.

Page 10: NOTA ESPECIAL

10 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

ABMT Entrevista

vas de correção da instabilidade econô-mica, resultante dos mais diferentes fato-res internos, como as pressões internassobre a economia; novos perfis de traba-lho; deficiência na educação, principal-mente a profissionalizante; não há con-senso para dar cumprimento as diretri-zes sobre saúde; são inadequados osprocedimentos na previdência social;consumerismo; problema ainda existen-te das áreas de pobreza agravado pelainstabilidade e recrudescimento da infla-ção. Temos como exemplos de fatoresexternos: aqueles em decorrência do es-tabelecimento de novos mecanismos depressão econômica internacional,globalização, preservação ambiental, po-sições diplomáticas equivocadas, etc.,que não cabe no escopo dessa apresen-tação analisar.

NE - Quais, em sua opinião, seriam ascondições essenciais para a boa práti-ca da Medicina do Trabalho?

A principal condição para quem se pro-põe exercer a medicina é uma permanen-te conduta ilibada pessoal e profissional,compatível com os preceitos éticosconsensuados pela comunidade médicacomo minimamente exigíveis dos médi-cos e com os demais princípios referen-tes à ética individual, social e profissio-nal.

A confiança do cliente na palavra domédico e a competente prestação de cui-dados profissionais como contrapartida,constituem a essência da relação profis-sional do médico com o paciente. A partirdesse elo - de gratidão, de mútuo respei-to, de honestidade - é que se abriu o fabu-loso caminho da Medicina, desdeEsculápio, passando pelos postulados deHipocrates e as observações deRamazzini até a consistência científica dodiagnóstico nos nossos dias.

A consolidação desse caminho foi sesolidificando no correr dos tempos comajuda da filosofia e das religiões no planoespecífico do comportamento profissionalmédico, pela institucionalização da res-ponsabilidade ética e da moral da solida-riedade humana, como principais funda-mentos da prática da medicina. Assim erao modo de pensar e de atuar quando, porexemplo, me formei em 1947.

NE - Como o senhor analisa a situaçãoatual da relação entre os principais ele-mentos que constituem a Medicina?

Transformada atualmente em relaçãoanônima de serviço, essa relação está

adoecendo. Quem já não observou o queacontece num hospital ou serviços de saú-de onde o atendimento inicial é feito porum médico, o acompanhamento por outroe o controle por um terceiro que nem co-nhece o paciente!

Quantos pacientes já sentiram a an-gustia do desamparo? Onde está a intimi-dade que unia o paciente ao médico, auto-rizando a nudez do corpo e da almafragilizados? O relacionamento é a cadadia mais frio e formal.

Tudo isso é resultado da injusta cam-panha oficial, ideologicamente desvirtua-da, desencadeada contra os médicos quedefendem a liberdade de atuação basea-dos na legislação de defesa do ato médi-co, cuja essência é o segredo médico.

Desmoralizar esse relacionamento porqualquer pretexto ou interesse é um pro-cedimento incompreensível e grave queabala a natureza e a consistência do exer-cício da Medicina.

Mais que um serviço o que se poderiaexplicar pelas necessidades de um aten-dimento de massa, contaminada pela ló-gica do mercado, a medicina corre o riscode se tornar um produto impessoal ondese admite qualquer tipo demercantilização. Isso fere a dignidade dosmédicos e o direito dos pacientes.

O filosofo e pensador Jorges Duhamel

(*) assim se expressou sobre o que é serMédico:

"Se és médico e te dedicas a esta pro-fissão, para toda a vida, para todas as ho-ras da vida, saibas o que saibas, penseso que penses, faça o que faças, atuarássempre como médico. Cada palavra quepronuncias queira ou não queira é umapalavra de médico. Guarda no fundo de timesmo o prazer de ajudar e no fundo doteu coração não renuncies jamais a es-tes privilégios, porque esses privilégiossão obrigações - nem renuncies a teuspoderes, porque esses poderes são an-tes de tudo os teus imperativos deveres".

O ponto de partida principalmente parao médico do trabalho, é o respeito abso-luto à vida e a dignidade do trabalhador, eé talvez a atividade médica que está maissujeita as regulamentações especiaistanto nas instituições privadas como naspúblicas. Por isso ela é muitas vezes con-testada, mal compreendida e até mesmohá forças na estrutura pública e privadaque mal conseguem esconder sua ani-mosidade, pois muitas das mazelas domundo do trabalho são pela Medicina doTrabalho evidenciadas e denunciadas.

Ainda passando por alguns eventuaisdesvios e distorções presentes em suaaplicação, por uns tantos médicos que nãose prepararam de maneira convenientepara exercê-la, a Medicina do Trabalhovem ganhando posição de destaque, demodo gradativo e consistente, dentro dadimensão social onde se insere na atualconjuntura democrática brasileira.

NE - Como compreender o modo comodeve ser praticada a Medicina do Traba-lho?

Do ponto de vista da prática profissio-nal a medicina do trabalho, sempre foiexercida sob dois paradigmas intrinseca-mente complementares. O paradigma damedicina individual (ou curativa) e oparadigma da medicina coletiva e de ser-viço social (ou preventiva). Também a elase agrega como se fosse coisa distinta amedicina e técnicas especializadas.

A orientação médica de caráter geral eintegrada, como é a medicina do traba-lho, voltada para identificar as enfermida-des fossem ocupacionais ou não e recu-perar a saúde dos trabalhadores inseri-dos em uma realidade ambiental (tantode origem orgânica quanto mental), quecaracterizou sua conduta médica desdeos tempos de Ramazzini, vai adicionandoao seu campo as práticas especializadas.Sua intervenção em geral está ligada acerto aparelho ou sistema do organismo,

"A principal condiçãopara quem se propõeexercer a medicina éuma permanente con-duta ilibada pessoal eprofissional, compatí-vel com os preceitoséticos consensuadospela comunidade médi-ca como minimamenteexigíveis dos médicos ecom os demais princí-pios referentes à éticaindividual, social e pro-fissional."

Continuação da página 9

Aplicação da Medicina do Trabalho nas empresas.

Page 11: NOTA ESPECIAL

11NOTA ESPECIAL ANO XLI N° 1/15

ABMT Entrevista

a certo artefato tecnológico, a um tipo depatologia ou a um grupo de enfermidades.Atualmente pode-se prever, em medicinado trabalho, um reforço ao paradigma damedicina clinica geral, na qual certo graude conhecimento especializado é um en-riquecimento do médico do trabalho e nãosua fragmentação. Isso é uma espécie deimposição originada da própriaambientação que se cria na pratica médi-ca numa comunidade de trabalho.

NE - O que deve se entender por comuni-dade de trabalho?

Ao usar a expressão "comunidades detrabalho" também colocamos em evidên-cia um princípio que precisa ser compre-endido. Com ela desejamos significarmais que aquilo que se compreende porum local, posto de trabalho ou um deter-minado endereço onde se executam ouse exerce um trabalho. Vamos empregá-la no seu tradicional e mais constante sen-tido: o daquelas relações entre pessoasque são marcadas por um alto grau derelacionamento e interesses para execu-ção de determinadas tarefas seja na área

rural, no mar, no ar ou nas cidades.A intenção é que a expressão seja

compreendida num amplo sentido, abran-gendo as pessoas que trabalham com umalto grau de interesses comuns, compro-missos éticos e profissionais em suasrelações com a instituição e com o ambi-ente que as rodeia, com os equipamen-tos e cargas de trabalho formando umconjunto de pessoas e suas incertezasno trabalho, um verdadeiro organismovivo, que pensa e luta.

Portanto adotando o que diz Ortega eGasset: "Todos os homens e todas assuas contingências quando no exercíciodo trabalho".

Toda vez que essa comunidade de tra-balho necessite de proteção contra aagressividade dos processos produtivos,operações industriais, dos materiais em-pregados, do próprio trabalho e das rela-ções interpessoais ou necessite de am-paro na doença e na incapacidade, origi-nadas de circunstâncias derivadas do tra-balho ou do ambiente, na maioria das ve-zes independentes de sua vontade, aíestará sendo praticada a medicina do tra-balho.

O essencial é que nela haja objetivose compartilhamentos suficientes para in-teressar certo número de pessoas, des-pertar lealdades e estimular um primordi-al sentido de identidade que lhe seja ca-racterístico. Essa orientação nos dá o su-ficiente respaldo para ampliar o tradicio-nal conceito de segurança, salubridadeambiental e medicina do trabalho parauma dimensão de "segurança e saúdedo trabalhador". Isso permite um sentidoético e ecológico que leva a umainterdependência que abrange não so-mente a ocupação, mas todo o contextoambiental em que a pessoa que trabalhaestá inserida, como importantedeterminante da relação saúde-risco-do-ença. Também leva a uma melhor com-preensão das influências ambientais e damorbidade geral nos métodos e proces-sos de trabalho, consignando também va-lor às patologias e condições relaciona-das ou que são agravadas diretamentepelo trabalho, que com aquelas hoje da-das às doenças profissionais ou aos aci-dentes típicos.

NE - A responsabilidade médica é somen-te prevenir e curar doenças?

A maior responsabilidade do médicoé prevenir as doenças e cuidar de seuspacientes. A maioria que lê o Nota Especi-al sabe que a palavra medicina vem dogrego medeor, que significa "aquele que

cuida". Se juridicamente a medicina, nãotem compromisso com os resultados, aela não se pode atribuir o compromissoda cura, há apenas, o compromisso decuidados. Se o médico do trabalho nãotem possibilidade de promover a cura dotrabalhador, deve procurar facilitar os mei-os disponíveis para melhorar sua recu-peração ou lhe proporcionando o neces-sário apoio psicológico.

Alguns médicos do trabalho, vítimasdo modelo tecnicista e da terceirizaçãomercantil e impessoal que vivemos noúltimo século, se afastaram dos propósi-tos que sempre nortearam a relação mé-dico-trabalhador: interesse, verdade, aten-ção, ajuda, esperança, cuidado e quandopossível a cura.

A substância ética do ato médico ba-seia-se na concepção humanística - pelaqual o paciente é assistido como um todocomposto de corpo e mente, integrado aum ambiente. O cuidado ao paciente exi-ge não somente remédios, mas atenção,carinho, bondade e compreensão de suasangústias e orientação para seu existir.

Se a ação do médico se limitar ao ali-vio dos sintomas, isso é incompatível coma boa medicina, muito mais é o atendi-mento ou tratamento dirigido para justifi-car reclamações infundadas ou queixassem razão tanto de parte do trabalhador,como de seu superior hierárquico. Nes-ses casos a atitude ética do médico é defranqueza e objetividade, sem temor desupostas represálias.

NE - O que destacar como qualidades éti-cas desejáveis de um médico do traba-lho?

Dentre as qualidades éticas desejá-veis de um médico do trabalho destacam-se: a integridade pessoal e profissional,respeito à vida e à dignidade humana,compaixão e solidariedade diante do so-frimento, interesse pelo paciente e capa-cidade técnica. O vínculo emocional é umdos componentes essenciais do ato mé-dico. A conduta indiferente tipifica o exer-cício tecnicista e mercantilista de medici-na.

A autonomia do trabalhador - princípiobasilar da ética médica vem se firmandogradativamente entre nós. Todos os atosmédicos devem ser informados e escla-recidos ao trabalhador, respeitando-sesua decisão final. O consentimento do tra-balhador, explícito ou tácito é uma resul-tante dessa postura. O médico do traba-lho atual deve explicar ao trabalhador oseu diagnóstico, os objetivos, as possibi-lidades e os riscos a que estiver sujeito

"Ao usar a expressão"comunidades de trabalho"

também colocamos emevidência um princípio queprecisa ser compreendido.Com ela desejamos signifi-car mais que aquilo que secompreende por um local,posto de trabalho ou um

determinado endereço ondese executam ou se exerce

um trabalho. Vamosempregá-la no seu tradicio-nal e mais constante senti-

do: o daquelas relaçõesentre pessoas que são

marcadas por um alto graude relacionamento e interes-ses para execução de deter-minadas tarefas seja na árearural, no mar, no ar ou nas

cidades."

Continuação da página 10

Aplicação da Medicina do Trabalho nas empresas.

Page 12: NOTA ESPECIAL

12 NOTA ESPECIALANO XLI N° 1/15

ABMT Entrevista

em seu ambiente de trabalho e os proce-dimentos que lhe estão sendo propostos.

O trabalhador tem o direito de confiarque a atividade profissional do médico dotrabalho está dirigida para o seu bem-es-tar, e que suas recomendações e conse-lhos direcionam-se para protegê-lo e sãode seu exclusivo interesse.

O comportamento positivo do médicofortalece a sua relação com os trabalha-dores. O sentimento de confiança mútuaé um componente bem aceito e desejávelpara qualquer consulta ou programa mé-dico que se realize em qualquer comuni-dade de trabalho.

A comunicação entre o médico e os tra-balhadores deve esmerar-se cada vezmais, a partir de informações de que osmesmos desejam conhecer mais deta-lhes sobre suas condições de trabalho eas implicâncias sobre sua saúde. O mé-dico deve adaptar sua comunicação àspossibilidades e às necessidades (cultu-rais e emocionais) de cada trabalhador.

Evidentemente, mais que em outra si-tuação no passado e como decorrênciado momento presente, preocupar-se como comportamento das pessoas em suasocupações não é somente uma compe-tência da direção empresarial, mas umaobrigação de todos os trabalhadores prin-cipalmente aqueles que ocupam uma si-tuação de gestão no espectro profissionalda empresa.

Participar e compartilhar dessa respon-sabilidade é uma obrigação ética dosmédicos.

Sabem todos, que as condições políti-cas passam por uma constante evolução,muito mais rápida que o desenvolvimentotécnico-científico. Há sempre condiciona-mentos específicos que se assentam na

realidade social - móvel e dinâmica - queestá sempre sob a influência de novos fa-tores, de novos interesses, movida por gru-pos de pressão e por manifestações desetores da opinião pública, nem sempredevidamente esclarecida. Daí a necessi-dade, dos que se dedicam à Medicina doTrabalho, saber correlacionar e interpretartais situações. Só assim será possível tor-nar realidade as mudanças estruturaisnas questões de saúde no trabalho, quese constitui num dos objetivos persegui-dos por toda a Nação.

Mais que o apoio a um determinadotipo de orientação governamental ou defiliação a uma corrente ideológica, é naprática da negociação e do entendimentodemocrático competente, que se deve bus-car a base racional norteadora dos pa-drões éticos e estéticos da prática da Me-dicina do Trabalho e de outras atividadesnas empresas. Isso permitirá o estabele-cimento de um conceito equilibrado entreações políticas e técnicas, que sejam for-madoras de diretrizes comportamentais einstitucionais hegemônicas e harmonio-sas na delicada convivência entre os dii-versos parceiros do Mundo do Trabalho.

É pensamento comum de todos aque-les que lutam por uma Medicina do Traba-lho digna e que atenda aos interessestranscendentais do Ser Humano, a neces-sidade de se estabelecer princípios queexprimam o objetivo que se pretende veralcançado, através do esforço conjugadode todos os intervenientes no sistema deproteção à saúde do trabalhador.

Que os médicos, meus colegas da Me-dicina do Trabalho aproveitem essas ma-niifestações de minha parte, como orien-tações para uma boa prática profissionaldigna.

(*)Georges Duhamel (1884 - 1966)Médico, ensaista, romancista, poeta eautor dramático francês nascido em Pa-ris, cuja obra foi marcada pelo lirismo ea compaixão pelo ser humano, constitu-indo-se em um extenso documento so-bre as perplexidades da primeira meta-de do século XX. Estudou no lycéeBuffon, depois no lycée de Nevers e,finalmente, na Institution RogerMomenheim, onde formou-se em ciên-cias e em medicina (1909), depois de

haver estreado na literatura com um li-vro de poemas (1907). Como médicoesteve na frente de combate, durante aprimeira guerra mundial, onde recebeualtas condecorações como a Grand-croix de la Légion d'honneur Croix, cujaexperiência transformou em dois livrosde contos: Vie des martyrs (1917) eCivilisation 1914-1917 (1918), que lhederam o Prêmio Goncourt. Ainda jo-vem, abandonou a medicina (1920), para

Nota do Editor

"A maior responsabi-lidade do médico é

prevenir as doenças ecuidar de seus pacien-tes. A maioria que lê oNota Especial sabe quea palavra medicina vemdo grego medeor, quesignifica "aquele que

cuida". Se juridicamentea medicina, não tem

compromisso com osresultados, a ela não sepode atribuir o compro-misso da cura, há ape-nas, o compromisso decuidados. Se o médico

do trabalho não tempossibilidade de promo-ver a cura do trabalha-

dor, deve procurarfacilitar os meios dispo-níveis para melhorar sua

recuperação ou lheproporcionando o ne-

cessário apoio psicoló-gico."

se dedicar exclusivamente à literatura.Foi eleito para a Academia Francesa(1935), onde se tornou Secrétaireperpétuel, e faleceu em Valmondois, pró-ximo a Paris. Destacaram-se, em suaobra, dois blocos de romances: Vie etaventures de Salavin (1920-1932) eChronique des Pasquier (1933-1945),alem de uma autobiografia em cinco vo-lumes e ensaios sobre temas morais esociais.

Continuação da página 11

Aplicação da Medicina do Trabalho nas empresas.