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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Novembro de 2015 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 030 - Antonio Araújo de Loiola - Patrono: Moacyr Oliveira Camponez do Brasil Sobº. RECESSO NECESSÁRIO 256 ACADEMICUS PRAECLARUS

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXI Novembro de 2015

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

QUINZE ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 030 - Antonio Araújo de Loiola - Patrono: Moacyr Oliveira Camponez do Brasil Sobº.

RECESSO NECESSÁRIO

256

ACADEMICUSPRAECLARUS

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final, Admi-nistração e Publicidade: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, Rua Jacob Diehl, 77, BairroMorumbi, Cep 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos números atrasados. Matérias assi-nadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03.Correspondência: Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP, Fonefax:(0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail:[email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

----------------------

Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

RECESSO NECESSÁRIO

.

Meus caros amigos. Após a Sessão Magna, como acontecetodos os anos, entraremos em recesso, após mais um ano excepcionalmente atípico, duroe difícil, que nos afetou sobremaneira, tirando de nós muitas coisas que já tínhamos comoconsolidadas. Oxalá as coisas melhorem para que não percamos mais coisas conquistadasa duras penas há anos. Quem não tem endereço de e-mail está recebendo uma revistaimpressa sem muita regularidade, porque a inadimplência no Clube infelizmente continuamuito alta, o que dificulta imprimir e enviar pelo correio. os exemplares da revista em papel,porque o custo de impressão e de correios é muito alto e voltaríamos a fazer a revista fiadoe ficar enrolando para pagar porque está muito difícil receber a anuidade

Mas isso seria voltar ao passado, quando amargamos muitosapertos e ameaças de inadimplência. Conseguimos vencer esta etapa e não queremosretrocesso. O que seria necessário é que as pessoas que não têm computador ou endereçode e-mail, encontrassem uma maneira de conseguir um e-mail, para não ficarem recebendouma ou duas revistas por ano, enquanto quem tem e-mail recebe todos os meses.

Acho que isso não é justo, mas só poderemos mudar a situaçãose a inadimplência baixar a zero. Se a anuidade vence em janeiro e deve ser paga até março,acabou. Isso tem força de Lei e deve ser cumprida. Mas ninguém cumpre, porque a anuidadedo Clube, infelizmente, não entra no orçamento de muitos Acadêmicos. Para fazer arevista todos os meses e enviar para as pessoas que não têm e-mail, o Clube precisareceber R$ 1.500,00 todos os meses! Mas isso nunca foi possível, nunca aconteceu. Emalguns meses deste ano recebemos menos de R$ 100,00, tendo 12 mil para receber!

Qual é a mágica? O comportamento dos Acadêmicos foimudando com o passar dos anos. Na verdade entre os Acadêmicos que perdemos para aeternidade, estavam muitos amigos que faziam questão de pagar rapidamente a anuidade,que é um comportamento diferente de muitas pessoas que pagam a anuidade quandopuder, ou quando der, se der. Se é assim, o Clube também publicará e enviará as revistasquando puder e quando der, se der.Milagre não dá para fazer. Voltaremos em 30 de março.O Clube dos Escritores continua a publicar a revista normalmente eatenderá durante o recesso das 14 às 17h por telefone e 24 horas pelaInternet.Vamos torcer para que o ano par que vem aí seja realmente bom,como foram os outros anos pares, profícuos e espetaculares,que tivemosnesta década!

AS ESTAÇÕES DO ANOQual será a temperatura mais agradável para o corpo? O calor

nos deixa mais à vontade e parece que tudo deriva para um frescor de juventude. Ficamoslivres até dos pensamentos austeros, sentimos mais desenvoltura, nos desvencilhamosdas roupas e se pudermos, nos banhamos nos mares, nos rios e piscinas. Um chapéu desol ou boné nos deixa modernos, elegantes e esportivos.

Qual é o homem que não se sente à vontade numa bermuda echinelos, caminhando num lindo dia de sol nas ruas ou calçadões ou mesmo pedalandouma bicicleta? Imagine-se numa praia tomando água de coco debaixo do guarda sol.Existe maior descontração do que isso? Creio que não! É o “dolce far niente” esperadopor todos que não são alérgicos ao sol.

Aquele ar marinho é o perfume da maresia que embriaga onosso espírito relaxado. Nossos pensamentos se tornam nostálgicos e lúdicos. Problemas?Onde estão? Queremos que a vida termine em barranco para nos apoiarmos nele.

Eles surgem quando procuramos pela praia onde está avendedora de acarajé, ou esperamos que nos sirvam pastéis de camarão, ou sorvete defrutas. Também quando temos que decidir se vamos ou não dormir ou passear pela orlaao cair da tarde.

Mas convenhamos, esse friozinho gostoso que acontece nomeio do ano, é um grande prazer e queremos que ele demore mais um pouco... Ao abrimosas janelas ou nos quedamos nos terraços dos prédios ficamos encantados com a neblina,que ofusca muitas regiões da cidade. A Catedral, quando seus sinos espalham sons porsobre os telhados úmidos de frio, até parece fazer com que as telhas francesas oupaulistinhas se enruguem com a friagem que se derrama sobre tudo.J á vi muita beleza nas imagens de frio de outros países, mascomo sou bairrista, gosto muito das cenas de inverno da minha terra natal.Vemos então,que o frio vem a seu tempo, e ele mexe com nossa psiquê, pois a natureza influencia anossa mente. O clima interage com nossos atos e condutas.

Sentimos que tudo é aconchegante, embrulhados com nossasroupas de lã, o que nos deixa mais elegantes e sóbrios. Uma sopinha qualquer combinamelhor com o nosso corpo confortando-nos e nos abraçando com carinho.

Uma xícara de chocolate quente ou chá, então, são bebidasdos deuses, a nos remeter à infância, ainda mais quando acompanhadas com uma fatia debolo.Caminhar com agasalho, na companhia do solzinho preguiçoso, porque até ele ficasem coragem de aparecer, é uma delicia sem par.Dormir agasalhada com um edredomaconchega até nossos sonhos. Assistir a um filme, aquecida na cama quentinha,idem!

Melhor ainda porque deixamos de ouvir o ruído das pás dosventiladores e não sentimos a temperatura falsa do ar condicionado!

A mente se adéqua à temperatura e acomoda seu espírito parausufruir o que se instala nos períodos sazonais, que ocorrem no evoluirdos meses do ano e nas experiências diversificadas da vida que vaipassando sem cessar seu curso.

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4 5-----------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/AM

Alais Monteiro Pickersgill Praeclarus/Rio Grande/RS

[email protected]

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

[email protected]

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

EXPLOSÃO SINCRÔNICA

Pelo desabrochar silenciosogloso a captura do olhardiante da estruturainspiradora do amor.

E junto a força da paixãoque ultrapassa os limites,beijo o ritmo que provocaa perfeita sincronia.

E adormeço deslumbradacom o destino oniformeda visão do paraíso...

E numa explosão admirávelabraço emocionadaa alma do artista!

EDUCAÇÃO

O madrilenho, Don Juan Carlos,El Rei de Espanha,em público,perguntoua Hugo Chaves porque não secalava. Ele lhe fez ouvido de mercador.

Minha avó Irene, da Província de León,quando algum neto não se comportavaà mesa, perguntava-lhe, também em espanhol:porque non te calas?

e, todos se punham eminteligente silêncio!

A AMIZADE, ESSÊNCIA DO ETERNO

Lembro de como cedo tu partistedos meus idos, de mim, da minha vida, nunca crera na tua despedida, nem creste que eu podia ficar triste.

Com a ausência e o silêncio que persistee na arca de lembranças tem guarida,não cuido de ter a alma divididaentre o que é, e o que foi, mas não existe.

A amizade é prazer e encantamento,supera qualquer outro sentimentoe se projeta, enfim, na realidade.

E quando tudo for apenas nada,há de ficar serena e resguardadauma luz, rotulada eternidade.

ANIMAIS APRISIONADOS

Apartados em jaulas sofisticadashomens se cruzamegocêntricos, inabaláveis.No zoológico urbanoa realidade se inverte,animais racionaisdesfilam em carros modernos.Inventam códigos...Das janelas das torresolhares de indignaçãodos animais amigosclamam por liberdade.

A MARCA DA DOR(em memória do meu paiLuiz Firmino Loiola)

Só sabe o que é a dorSó sabe o que é a tristezaAquele que perdeu um amorQuem vive na incerteza

Perder um grande amorÉ como morrer de vagarNão tem tamanho essa dorNão tem tamanho esse amar

Tudo que fica é a solidãoAngustia dentro da vidaNão há remédio, não

Quando se perde ente queridoPor tamanha ingratidãoFica-se ao léu, sem ter guarida.

A DOCE VENTURADE SERMOS ETERNOS

A tarde cai,E eu, pobre incauto,Ouço SchubertEnquanto leio.Lembro de JorgeLuis Borges,Que em suas fantasiasDecorrentes da cegueiraE da inteligência,Aliadas à profunda sensibilidade,Dizia: “Gosto de fingir que nãoSou cego e cobiço livros comoUm homem que pode enxergar”.Enquanto isso,A Música afloraDe modo magnificente Ouço “o melhor de Chopin”.Resistir? Quem há de?...É domingo:Como em todos os dias da vida,Nós, sobreviventes do dilúvio,Somos igualmenteSubordinados ao passar dos tempos,Elemento implacável.A ele me curvo,Penso em tudo,Inclusive no Infinito,Onde jazem pessoas amadas,As quais, quem sabe,Um dia me dirão,No idioma de Cervantes:“Mira nuestros ojos”...

O orvalho que está na floré a lágrima que rolou,quando sem dó meu amorpartiu... Nunca mais voltou!

Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

BELEZA DA VIDA

A beleza da vida está em ser felizE, para alcançar a felicidade, É como o povo diz:“Não tenha maldade”.

A vida é como um caminho,Cercado de rosas e espinhos,Com livre arbítrio para escolherQual trilha a percorrer.

Quem pratica o malO mal vai colher.O bem é dádiva do Criador.

Ore a Deus e vivaCom todo o esplendor.

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

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6 7CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA----------------------------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA

AGORA BASTA!

Já se passaram vários anos e, por todo esse tempo, continueialimentando minhas ilusões e afagando o seu ego. Não poupei elogios à sua beleza; nãorefreei meu entusiasmo pela sua inteligência; não medi esforços para edificar suas virtudes.Jamais neguei-me a atendê-la prontamente em tudo o que Fosse necessário.

Mas agora, basta! Cansei!Enquanto eu me desdobrava parademonstrar tudo o que sentia; enquanto eu me esmerava em minha conduta, em meuaspecto físico, em minha sinceridade, você preferiu manter-se no pedestal (que, aliás, fuieu quem a coloquei) e continuou olhando-me por cima. Você sempre teve a certeza de queera a minha musa, a minha deusa, o meu modelo de mulher e que, por nenhuma razão eujamais e iria pender para outras plagas.

Pois enganou-se! Cansado de cortejá-la e de conter o torpordo meu desejo, desanimado com seu descaso ao meu afeto, eu desviei só um pouquinhominha atenção e isso foi o bastante para que alguém acenasse com um sorriso largo, combraços abertos, com muito calor no corpo e excesso de amor no coração.Sim, estou amando..... mas é outra.

AINDA DÁ TEMPOEla viajou feliz para o México, com a autoestima elevadíssima

para conhecer novos espaços, ausentando-se dos movimentos literários. A programaçãointensiva incluía passeios e gastronomia. No rol dos passeios, que contribuíram paraficar melhor informada e conhecer novos amigos: visitas aos pontos turísticos, culturaise comerciais.As horas fluíram com rapidez, mas ao anoitecer batia o desejo de escrever,preenchendo folhas de contos e poemas. Acionando a memória tranqüila, distante notempo e no espaço, ordenava a si mesma: vamos à produção!

Durante essas longas e disciplinadas sessões, conseguiunarrar passagens fascinantes, novas descobertas, histórias regionais, fatos inéditos,alguma emoções e acontecimentos não registráveis: como o repentino interessedespertado numa pessoa durante uma noite festiva de confraternização, que a colocoupor alguns momentos, radiante e descontraída, no centro do infindo universo leve e azul,em um mudo divagar, ao fixar seus olhos em outros olhos bem expressivos, iluminadoscom rajadas de luzes. Passado o enlevo, ao voltar à realidade, ficou com a tez rubra, ocorpo ereto e o coração acelerado, parecendo mesmo uma adolescente ao sair da cascado ovo. Finda a excursão e transcorrido algum tempo, continuava a sentirfortes e conflitantes emoções e convicta e determinada, deixava aimaginação viajar, mesmo sabendo que a oportunidade já tinha passado.Ou será que não?

Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

[email protected]

ANÁLISE DE UMA VENCEDORA

Ontem criança, menina, adolescente. Tão logo cresceu tornou-se bela jovem, Como todas que conheceu Da beleza física, pouco durou Do pouco queperdurou, muito gostou tanto que não esqueceu seu sabor: Sabor gostoso do passado,saudade guardou Em época de fantasia. Sonhou com alguém especial. Que tivesse amesma pureza de fé. Igual a que sempre buscou Com um belo jovem casou, e Deusabençoou Em cumprimento do belo oficio, não mediam sacrifício. Na guarda da ninhada.como águia enciumada parecia rosário de harmonia no somar da união.

Em silêncio a voz do passado chama. Dias adormecidosafloram atinam saudade do outrora Inflama o coração de emoção. Surpresa é no espelho,acusador da diferença. A natureza tem seu tentáculo, de fato marca presença, no silentea saudade impõe. Cobrando do tabuleiro da vida sua vontade. Quisera do tempo pararsenilidade de longe passar rebento sempre criança ficar.

Em segurança olha pra trás, vê caminhar outras mais. Notaque nada parou como raio rápido passou. Da vida que viveu nem viu e nem sentiu Mas

no peito lembranças mil. Hoje de charme envelhecida ainda em posturafirme. Triunfante afirma, tudo valeu. Tem historia pra contar, enquantotiver. Pra muito dos seus. A tarefa foi cumprida jamais falida graças aDeus.

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

PEDINTESÉ assaz difícil, quase impossível, chegar à conclusão lógica a

respeito da mendicância. Existem os mendigos profissionais, os vivaldinos, que seaproveitam da bondade humana para levar a vida na flauta, sem trabalhar, semcompromissos, apenas a usufruir um bom sono e lazer constante, porém, há os carentes,os miseráveis, que, sem nenhuma perspectiva de vida, apenas estendem a mão e ficamtorcendo para que apareça um ser caridoso, que lhes dê o mínimo sustento para o dia emcurso. Esses, além de pedirem para si, geralmente, estão a suplicar para um ou mais filhos,

todos famintos.Difícil negar. Como negar uma ajuda mínima, um pão, umprato de comida, ao assistir desgraça tão dura, tão pesada para cérebros ementes?

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

[email protected]

O Projeto “Música Solidária”apresentou-se em 9 de Novembro último,declamandoe cantando alguns poemas do livro “Fio de Organza” do poeta Alceu Brito Correa,de Brasília/DF, Cadeira João da Silveira Mello, da Área de Letras, da Galeria dosAcademicus Praeclarus do Clube dos Escritores Piracicaba, que promoveu concorridaNoite de Autógrafos. Iançamento Oficina Editora. Contato:[email protected]

ALCEU BRITO AUTOGRAFA NOVO LIVRO

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8 9CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA----------------- POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------A SEXTA-FEIRA SANTA DE ANTIGAMENTE

Dona Rosalinda, uma senhora de seus 90 anos bem vividos,ditava normas que deveriam ser invariavelmente observadas nos feriados religiosos -que ela denominava dias santos. E ai daqueles que, embora inadvertidamente, ousassemviolar as normas que a veneranda senhora ditava até à exaustão...

E as normas mais severas (impingidas a todos da família)referiam-se à sexta-eira santa, ou Sexta-feira da Paixão, como a idosa senhora preferiadenominar esse dia santificado. Para essa data, providenciava até leves chinelos depelúcia para as crianças, e recomendava um andar de pé leve sobre o piso de madeira dacasa em que morava com seus numerosos descendentes.

Varrer a casa?! “Nem pensar!” Esse ato era terminantementeproibido, pois ela acreditava que o ruído produzido pela vassoura pudesse perturbar osossego de Jesus... E tentava se explicar: é barulho na cabeça de Jesus... E ponto final.Embora (quase) todos os membros da família obedecessem às normas que dona Rosalindaimpunha, talvez para salvaguardar uma convivência de paz apenas aparente, uma desuas bisnetas costumava insurgir-se contra a maioria de suas determinações.

E era sempre a mesma (sempre ela), a Ritalice que teimava emdesobedecer a matriarca...Como a complicar ainda mais o relacionamento já conturbadoentre bisavó e bisneta, esta valia - se de argumentos cujo teor dona Rosalinda nemsempre dominava... Nessas ocasiões, sucediam-se curtos e ríspidos diálogos em quereprimendas e justificativas se alternavam com freqüência.

Eis que, em uma dessas ocasiões, a velha senhora perdeu asestribeiras (o termo é do vocabulário dela) ante um argumento que lhe era estranho,embora simples. Ao ser repreendida por varrer a casa numa manhã de sexta-feira santa, aafirmativa Ritalice disparava: Puxa, Bisa! Jesus não é mesquinho para se ofender com umato tão prosaico... Ademais, são as rabugices e outros disparates que poderão desagradá-lo... Acredito que Ele desaprove suas imposições, fruto do seu fanát... (O termo fanatismonão pode ser concluído...). Dona Rosalinda, que havia arrebatado a vassoura das mãosda bisneta e, mantido a posição em que esse instrumento de limpeza era usado, inclinou-o em direção ao seu alvo e investiu contra “aquela ovelha negra” que a desafiava...

O cabo da vassoura produziu um volumoso hematoma nacabeça de Ritalice... A cena mobilizou os demais membros da família... Enquanto algunssocorriam Ritalice, outros se encarregavam de acalmar dona Rosalinda, oferecendo-lheum concentrado chá de melissa, e tentando fazê-la compreender o comportamento dabisneta. Já em seu quarto, ao segurar uma compressa de gelo colocada sobre o volumosohematoma produzido por sua intransigente bisavó, Ritalice teimosamente argumentava:

-- Isto é que deve ser proibido neste e em todos os outrosdias do ano... É um galo na cabeça de Jesus...

Acomodada em seus aposentos, dona Rosalinda seguravauma segunda xícara de chá, enquanto trêmula e chorosa exclamava:

“A sexta-feira santa já não é a mesma deantigamente!”...

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

A FORÇA DO TEU OLHAR

Teu olhar é verde da cor das matas, de um vergelÀs vezes é azul, igualzinho a cor do céuQuando me fitas, se torna da cor do marParece camaleão, mulher com ânsia de amar

Teu olhar me fascina, imensamenteMe perturba, suavementeAs vezes é estranho e imprevisívelFico desconcertado com sua força invisível

Teu olhar é suave, parece de criançaQuando a maré, entre nós, está bem mansaEle é forte, cheio de ciumeiraQuando notas que cometi alguma asneira

Enfim, a força do teu olharMe convida a te possuir, te amarIsto é, como defino a tua fortalezaAnte ele meu corpo treme, tomado de fraqueza

Antonio RodriguesAssinante/Santos/SP

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

[email protected]

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

BELEZA

A beleza verdadeira é mágicaProduz vínculo contagianteTornando a vivência iluminadaCom novo sentido observante

No colorido dos penachos e penasEnriquece a diferença nas avesComo marca presença no gorjearAçula despertar a felicidade

É real nas formas diversificadasEstá no matiz e folhagem das floresAté no ar puro e frescor das florestasNo oriundo mundo das explorações

Ao nascer ou pôr do sol se apresentaDesnuda o dourado que refleteEm espaços de águas majestáticasAté esconder o luzir no horizonte

A beleza maior é em noite claraO luar prateando solenementeDo brilho fugaz contínuo das estrelasInspira romance sutilmente

BENDITO SORRISO

Hoje eu vou distribuir sorrisos.Sorrisos de todas as cores,Para todos os gostos.Hoje irei ser todo sorriso...Sorriso verde de esperança,Para um mundo melhor.Sorriso amarelo intenso,Pelas decepções incontidas.Sorriso azul pela paz,E até sorriso de hiena,Pelas artimanhas do amor.Se lágrimas em mim brotar,Hão de misturar nas rugas,De minha face cansada,Em escancarado sorriso.Ah! bendito sorriso, Que floresce meu caminho,Que dessedenta meu próximo.

Ao sair pelo jardimna tarde de primavera...Senti saudade de mimdo botão de flor que eu era.

Benedita Silva Azevedo Conselho/Magé/RJ

[email protected]

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10 11-----------------CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA-----------------

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Em 15 de novembro, dia da Proclamação da República,processo articulado por civis republicanos, militares, abolicionistas e outros gruposinteressados no fim da monarquia. A Proclamação da República Brasileira ocorreu no dia15 de novembro de 1889, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império.

É por isso que, nesse dia, celebra-se esse acontecimento, sendodecretado feriado em todo o território nacional. O processo de instauração do regimerepublicano no Brasil teve como antecedentes: as várias crises institucionais que o reinadode Dom Pedro II sofreu ao longo das décadas de 1870 e 1880 e as manifestações ideológicasque permearam esse mesmo período. A estrutura do poder imperial, que possuía umcaráter centralizador, não permitia que as províncias tivessem autonomia – fato quedesagradava elites regionais, como a dos fazendeiros do oeste paulista.

Estes últimos também ficaram insatisfeitos com a abolição daescravatura, que ocorreu no ano de 1888, pois não foram indenizados pelo império. Alémdisso, havia insatisfação também entre os militares, que almejavam em grande parte,imbuídos de ideais positivistas e republicanos, uma república autoritária e modernizadora.

Havia também o grupo dos civis defensores do republicanismoe do abolicionismo, notável em suas ferrenhas críticas à estrutura do poder imperial.Nomes como os dos jornalistas Quintino Bocaiuva e Silva Jardim destacaram-se nesseprocesso. Esse último caracterizou-se por uma postura mais radical e revolucionária,enquanto o primeiro procurou articular o vário interessado na derrubada do Império como objetivo de fazer uma transição o menos violenta possível.

Vale ressaltar que o movimento abolicionista não se restringiae nem estava vinculado diretamente a ideias republicanas. Grande parte dos abolicionistasapoiava o Império e, diga-se de passagem, foi o próprio império que gradativamenteestruturou as medidas abolicionistas, que culminaram com a Lei Áurea, em 1888.

Bocaiuva, ao lado de outro jornalista republicano, AristidesLobo, foi, então, um dos principais responsáveis pela união dos interesses que almejavamo fim do reinado de Pedro II, tanto de militares e fazendeiros quanto de revolucionáriosrepublicanos. Em meados de 1889, após os membros republicanos do Parlamento teremrejeitado as propostas reformistas de Pedro II, que pretendia conservar-se no poder,Bocaiuva e Aristides Lobo começaram suas articulações e, em novembro, associaram-seao Marechal Deodoro da Fonseca, principal chefe do exército brasileiro, e prepararam ogolpe que foi dado no dia 15. O jornalista Quintino Bocaiuva foi um dos principaisarticuladores do golpe de 1889. Após a Proclamação da República, Deodoro confeccionouuma notificação que foi encaminhada à família real, cujo conteúdo ordenava a saída doimperador e sua família do país. O processo da passagem do Império à República já foilargamente estudado por historiadores, desde o fim do século XIX até os dias de hoje.

O impacto desse evento na época está bem documentado erevela o caráter de quase incredulidade da maior parte da população, principalmente dacapital à época, Rio de Janeiro, que viu, em poucos dias, o ocaso do Império, como podeser observado neste relato do jornal carioca Novidade:

“Todo o movimento social da cidade acha-se paralisado. Ocomércio em grande parte fechou as portas. As ruas mais frequentadas estão desertas;raros transeuntes passam apressados, como perseguidos. […] O serviço de bondes éfeito com grande irregularidade; há longos intervalos no trânsito dos carros, que chegam

aos pontos de estação aos grupos de cinco e seis. […] O pânico anda no ar e nasconsciências.” (Novidades [jornal]. Rio de Janeiro, 15 nov. 1889).Parte inferior do formulário

Isto é Democracia. O Povo precisa aprender a votar bem. Elesestão lá porque foram eleitos pelo Povo Brasileiro. Em Psicanálise, fazemos uma leitura,na escuta: “Que quando falamos dos outros, estamos falando de nós mesmos”. A minhaintenção ao Publicar, 15 de Novembro – Dia da Proclamação da República, foi por que:Senti no Facebook o Povo tão confuso emocionalmente e solidários com os AtentadosTerroristas ocorridos em Paris na última sexta-feira;

Senti que só daí, o espírito Patriótico veio à tona e se lembraramda Lama da Barragem que se rompeu, que irmãos Brasileiros que se abasteciam do rioDoce estavam morrendo de sede. Fora os que já morreram. Enquanto na França o Povo semobilizava organizados para ajudar e proteger os compatriotas. Os Comerciantes daRegião aumentavam o preço da Água Mineral. Criticamos o Governo; mas, fazemos igual.

Este tipo de Povo que elegeu esta gente que está lá governadopara nós Brasileiros. Infelizmente! isto por que: O rompimento de duas barragens derejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP, causouuma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de BentoRodrigues, emMariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta quinta-feira, 05 de Novembro;já fazia aniversário. Estava completando 10 dias. E quase nada tinha sido feito, seja porpolíticos ou civis.Senti que nada tinha lido no Facebook em polvorosa; sobre aComemoração da nossa Proclamação da República. E resolvi refrescar a memória dosmeus Compatriotas. Apenas esta foi a minha intenção.

Em: “Mal-estar na Civilização”- Sigmund Freud,explica o porquê das Guerras; das Grandes Epidemias; dos AtentadosTerroristas; das Dizimações em Massa e de outras barbaridades..

DU BOIS AUTOGRAFA NA BIENAL DE PASSO FUNDOAconteceu no dia 5 de novembro último, na 29ª. Feira do Livro de PassoFundo/RS, realizada no Bourbon Shopping daquela cidade, a Sessão deAutógrafos do livro “Tânia”, de autoria do Acadêmico Pedro de QuadrosDu Bois, Cadeira Tereza Salvatti Delghingaro, da Área de Letras, da Galeriados Academicus Praeclarus do Clube dos Escritores Piracicaba. Edição doAutor. Contato: [email protected]

COURA NETO EMPOSSADO NA LAVRENSE DE LETRAS

Augusto Barbosa Coura Neto, de Florianópolis/SC, Cadeira Arthuzina deOliveira D’Incao, da Área de Letras, da Galeria dos Academicus Praeclarusdo Clube dos Escritores de Piracicaba, será empossado na Cadeira 015 daAcademia Lavrense de Letras, que tem como Patrono Alphonsus deGuimarães Filho. A Sessão Magna de Posse acontecerá em janeiro de2016. Ao Acadêmico destacado os nossos parabéns.

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

[email protected]

Caris Licia Garcia do AmaralPraeclarus/Indaiatuba/[email protected]

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

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MEU CARINHO

O amor que sinto por você,Morena escrevo neste poema.Morena meu amor por você,É como um sonho, um sonhoDe amor que sonho toda noite.Sinto saudades deste nosso amor,Que nasceu, e que agora morre comAs lagrimas de minha dor.Até a lua, e a natureza foramTestemunhas deste nosso amor.Do quanto éramos felizes juntos.Hoje só me restam as lembranças,Da suavidade do nosso amor.Amor puro como você morena.Oh ! Lua, canta no coração dessa morena.Canta para que elaVeja este meu amor.morena, naquele luarDescobri meu amor.Este amor que se tornou um sonho,Um sonho de amor.A noite para suavidade deste amor,Na sombra deste amor.O luar seria um amor puro como a noite,Para saudade deste sonho.Morena deixe-me ao menos isto...sonharCom você, para que nunca se apague esteSentimento que nutro por você morena.

SENTIMENTOS DE UM FUTURO PAI

Mãe, dádiva do dom da gravidezO sentimento materno aos meses da gestaçãoFaz-se no contendo, o amor em lucidezAo feto bem perto, da mãe, do coração

Pai, falta de experiência, frigidezSó sabe ao certo o ato da concepçãoMas cresce ao conteúdo o amor mês-a-mêsOferta acalento e recebe grato compaixão

De embrião a feto, afeto dos paisPensar em si “per si” nunca maisÀ barriga lustrosa saudável rogais

Ele o que ouve não vê, mas se vêSente o amor, no toque de vocêE espera sem saber por um dia nascer

ASAS DA LIBERDADE

Asas da liberdade fugidiaQue do lamento e sofreguidãoAmassou a carta de alforriaVirou no avesso o brasão...

Amparo da lágrima sombriaNem se quer pensou, apenas partiuUma pena do céu repousou na calmariaAnjo que chega pertinho e sussurra...Psiu...

Abrindo as aladas penas deslumbrantesDerramou um segundo da existênciaCéus rosados de verbos e paradigmas gigantesPontos finais na metamorfose das reticências

Olhar atônito sobre a graça e o opostoA beleza do paraíso tardio que ali já esteveTodos no mesmo lugar, a memória, o rosto...Ah... Aquele olhar...O impulso reteve...

Os braços, no outro, mergulhadosComo abraços se acomodando no ninhoEsqueceu de tudo, entregou o ombro cansadoNaquele instante entendeu... Nunca estevesozinho...

Quente o conforto, o alívio divinalA felicidade iluminada por trombetasEm cada alma, metade de uma digital...Fechou o olho, abriu o casulo...Voa livre aborboleta...

O reencontro mais que merecidoA esperança que a vida continuaAlívio ao coração e peito feridoMente entregue... Alma nua...

No apelo das lembranças do passadoNascendo num futuro tão distanteAlicerce das gerações ao ladoAs lições da comédia de Dante...

A conversa sem eira nem beiraOs segundos da tua presença requisitada

O valor de cada vírgula, a sílaba tão caseira...“Posso ouvir teu coração em qualquer dimensão...Do outro lado do mundo...em qualquer estrada...”

ANGÚSTIA

Uma cidade qualquer...Eu carrego comigo

o mundo que me pertence.Todas iguais.

Asfixiantes na pressão humana.Ignorantes de minha solidão.

Meu mundo me envolve e me impede.Vai comigo

mesmo que deixe fragmentospelo caminho.

Não consigo viverdesde que a realização

dependa de uma cidade qualquer.

Fica só na vontade de gritarporque me transformo em ruídos

afogados no silênciocomo sombra numa cidade qualquer.

Carrego comigoo mundo que me pertence

como um vir-a-ser.

Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

A ANESTESIA

Uma grande descobertaQue tem sublime valiaE merece ser lembradaCom carinho todo dia,Pela sua utilidade,É chamada anestesia.

Antes do conhecimentoDa anestesia eu creioQue executar cirurgiaTinha o médico receio.A descoberta citadaFoi riqueza que nos veio.

Simples extração dentária,Que era feita no passado,Antes da anestesia,Era um ato complicado.O dentista desse tempoNão era tão preparado.

Os produtos anestésicosDos quais dispomos agora,São uma bênção divina,Pelo nosso mundo afora.É muito triste ninguémTê-los conhecido outrora.

Anestesia é um prêmio,De alto valor eu confesso,Que Deus doou à ciência,No seu constante progresso,Trazendo pra cirurgiaTão precioso sucesso.

Imagino o sofrimentoDo povo de antigamente,Quando intervenção cirúrgicaPrecisava o paciente,Sem os meios anestésicosDe que era tão carente.

A FOLHA

Sou uma folha leve,solta, cheia de alegria.Vivo, às vezes, sem pensar.Nunca vejo o lado ruim dascoisas.Voo como se fosse um pássaro.Voo em caminhos diferentes.Quando bate o vento,esqueço-me de tudoe só vejo o horizonte.Sou uma folha leve e solta!

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

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14 15POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

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Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

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Cecília Rodrigues de SouzaConselho/Manaus/[email protected]

A MANSÃO

A mansão feita de pedras,por séculosespreitou o mar,impassível a tudo e a todos,como se o temponão estivera a passar.

Lembranças de criança,que já vão longe,a mesma mansão,as mesmas pedras,o mesmo mar.

Mas nossa vida,efêmera como o vento, a levou o tempoe com elaforam-se os erros,os acertos,os sonhos, as ilusões.

Mas quem me dera voltardaqui a mil anos,para sabero que os séculos já sabem:que tudo na vidatem um fim,e mesmo a mansão secularcansou-se da frieza das pedras,ganhou emoções,e fez-se ao mar.

INCERTEZA

Eu não sei se amo você,meu amormas eu sintopor vocêuma doce necessidadede abraçá-lo,de beijá-loe ficar sempre ao seu lado...Eu não sei se te amo,meu amor mas de você,eu tenho uma necessidadeimensa de confortode carinho e proteçãoe ouvi-lo dizer que me ama...Eu não sei se amovocê, meu amormas o que sinto por vocêé quase parecido certezade amor...É uma amizadeimensa — maioré necessidadede caríciae eu sei de corquem você éno seu íntimo...Talvez eu o ame,talvez nãomas essa ternurameiga por vocême faz sentirque é verdade...Eu não sei se amovocê, meu querido,mas mesmo assimeu quero que,no fim de sua vida(que eu não seise será curtaou longa demais)você leve de mimuma doce, levee suave recordaçãoMas eu ainda não seise amo você, amor...

COMO SER CIDADÃO

Como ser cidadão se na mesa falta pão?Como ser cidadão sem investir em educação?Como ser cidadão sem saúde e proteção?Como ser cidadão sem políticas sociais,Transporte público, cooperação?

Como ser cidadão com privilégios,Desperdícios, mensalão?Com tráfico de pessoas,Exploração infantil, corrupção?

Como ser cidadão com devastação,Destruição, poluição?Como ser cidadão com corporativismo,Pressão, enganação?

Como ser cidadão com medo,Violência, conspiração?Como ser cidadão com desemprego,Indefinição, indexação?

Como ser cidadão com crueldade,Impunidade, desconsideração?Com a vigente legislaçãoE desacreditando da própria nação?

Só sendo sofista, demagogo,Para acreditar na afirmação:“Cidadania, direito de todos”.Quanta enganação!

Não basta dizer,É preciso fazer,Tomar a decisãoDe anular o individualismo,Acomodação e procurar a solução.

O ponto de partida é ser sujeito da ação,Enfrentar o que posto estáConvicto de que somente a educaçãoPossibilita a cada geraçãoO direito de ser cidadão.

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

A ENCRUZILHADA

Fiquei em êxtaseO sentimento era forte no meu coraçãoSentia uma grande alegriaO meu coração batia rápidoEmudecida ficava tambémQueria te amarO sentimento era forteE profundoBatia forte o meu coraçãoFiquei em êxtaseE encantada.

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

OLHAR DE FRENTE

Se abro os olhos,nada vejoque já não tenha visto.Olhos abertos para o não ver,para pouparminha frágil estrutura conceitual.

Se fecho os olhos,tudo se descortina em harmonia,para atender possíveis lacunasde fragilidades pessoais.Universode paisagens idealizadas.De olhos fechados vejo mais.

Mas se fecho os olhos,ai de mim,que olhar de frenteé preciso.

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16 17----------------OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO----------------A PRIMEIRA CHUVA

E o pobrezinho solitário recebeu mal a primeirachuva.Impiedosa com os pobres solitários sem ninho. Ela não esperou nascerem-lhe as penas.Ah! Mas ensaia um canto o pobrezinho.Um piupiu.Não sabia bem pipiar .Era entrecortadopelas lágrimas. Seu semi-canto era o mais triste de todos os cantos.

Quem o ouvisse se emocionava. Chorava umchorocalado.Quanta poesia dramática saía de sua alma!Seu canto sangrava na escuridão deseusolhosquenão sabiam maisver. Olhava para o céu. Nãovia o sol. Olhava para as flores.Nãolhes sentia o perfume. Olhava para o pai... semmãe. Nãolhe sentia o calor. Estavaescrito. Nunca seria um vencedor. Faltam-lhe as penasparavoar.

Voar. Umsonhotãograndeparatãopequeninoser! Como deve sebela a aurora no amanhecer! E euaqui nocentro da escuridão desta árvore. Como devemser deliciosos os frutinhos molhados ainda pelo orvalho matinal. Como deve ser lindoabrir as asas emplumadas e vencer as alturas. Como deve ser suave o vôo sobre asnuvens brancas! Vencer os espaços, os ares, o mundo! Planar...

Olhar a natureza lá embaixo. O rio. As águas mansas. Masestou sozinho!.Meu pai já alimentou tantos filhotes! Ele criou tantos filhotes!Não hámais tempo para mim. Não consigo crescer. As penasnãome nascem. Estouirremediavelmente sozinho! Filosofava à Sartre: “ O mundo está cheiosemmim”.

Quem sou euparabrincar de viver?... Sou um apaixonado poruma vida que não posso viver.Voar. Meupai está frio e issome aborrece. Minhamãe se foi.Era uma Naturezadesabitada de amor. Assim estou agora: desabitado de amor.

E as minhaspenasquenão crescem!. Nãome dão o calor àsminhas asinhas, ao meu corpinho frágil, aos meus pesinhos frios. Mas meu coração estáquente e bate. Bate e bate ternamente, teimosamente a espera de umamanhã. Mas oamanhãnão virá. Meusirmãos se divertem. Agitam-se. Voam.

Viver o sonho, assim, tão despenado, paramim, seriaumsinistro. Sinto-me atado num galho qualquer de uma grande árvore que me impede de

construir meu ninho. É alta. Frondosa. Escorregadia. E não estou fadadoa habitar o Olimpojunto aos deuses dos pássaros. Estou num galhosecoe podre. Uma outraqueda seria fatal. Aqui neste meu cantinho solitário

Irene Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

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ALMAS GÊMEAS

Selma Queiróz GradilDecana/São Paulo/SP

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Chegará o dia om dia em que minhas cartas terão umsignificado especial para você? Chegará o dia em que deixarei de ser, para você, apenasmais uma na multidão? Chegará o dia em que seu rosto se iluminará num lindo sorriso porme ver ali, na platéia? Chegará o dia em que sentirá um frio na barriga ao me ver ou pensarem mim? Chegará o dia em que, ao dirigir-se à missa, desejará que eu esteja ao seu lado?

Chegará o dia em que, ao toque do meu telefone, meu coraçãodispare porque ouvirei sua doce voz? Chegará o dia em que, ao ouvir uma canção deamor, lembrará dos nossos doces momentos?Chegará o dia em que, ao cruzar de nossosolhares, você verá que, embora não estivesse procurando, eu sou tudo que, no fundo,desejava encontrar? Chegará o dia em que passearemos de mãos dadas, apreciando ascoisas mais simples e belas da Natureza? Chegará o dia em que, juntinhos, contemplaremoso pôr-do-sol em todo o seu esplendor? Chegará o dia em que, após uma jornada exaustiva,a minha presença o encherá de ânimo? Chegará o dia em que, diante de algum fato triste,você buscará refúgio no meu abraço? Chegará o dia em que não precisarei escrever umacarta tão longa, pois as coisas que tenho para dizer-lhe poderei dizer pessoalmente,olhando-o nos olhos?Chegará o dia em que olhará nos meus olhos e me dirá “Eu te amo”?

Chegará o dia em que seus lábios procurarão os meus, naânsia de um doce e ardente beijo? Chegará o dia em que, diante de Deus e dos Homens,trocaremos juras de amor - não até que a morte nos separe, mas - por toda a Eternidade?

Chegará o dia em que o Universo conhecerá a mais belahistória de amor de todos os tempos? Sim. Assim como conhece as histórias de Tristão eIsolda; Abelardo e Eloísa; Páris e Helena; Dante e Beatriz; Romeu e Julieta; São Franciscoe Santa Clara; Eros e Psique, o Universo conhecerá também a história deoutras duas almas gêmeas: a história do Amor imortal de Selma e Gabriel.

Está aberta à visitação pública a exposição “ da Figuração à Gestualidade”,do artista plástico Ermelindo Nardim, Cadeira Miguel Dutra, da Árdea deArtes, do Conselho Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba. Amostra está acontecendo na Hemeroteca da Biblioteca Mário de Andradeem São Paulo. A vernissage foi no último dia 21 de outubro. Ao ilustreexpositor os nossos parabéns.

MOSTRA DE ERMELINDO NARDIN NA MÁRIO DE ANDRADE

DNA.Há um código genético de uma estirpeque do passado traz todo o enlevoda magia, da cultura e do desejoem pode atingir um novo tempo

Os matizes serão os mesmosmas os sonhos serão multiplicadospela cadeia dos genes contidosque expandidos explodirão em vida!

E quando a quarta geração atingir o milênioda pureza almejada pelos homensembora décadas tenham se passadoos ancestrais vibrarão em outro mundo ...

Carmen Maria F. PilottoAssinante/Piracicaba/[email protected]

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18 19 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

José Vicente CamposPraeclarus/Jaguariúna/[email protected]

A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTOO autoconhecimento é de extrema importância nas relações

interpessoais do convívio cotidiano, seja na vida pessoal com a família, os amigos ou navida profissional com chefes e colegas de trabalho. As oportunidades de desenvolvimentoprofissional oferecidas pelas empresas têm muita relevância no processo motivacionale, consequentemente, no desempenho do funcionário na empresa, entretanto, o primeiropasso em busca de melhoria e da evolução profissional deve ser dado pelo própriofuncionário. Nessa busca, certamente o autoconhecimento é uma das portas que abrirãoos caminhos para a construção de uma imagem positiva e uma carreira de sucesso.

Quando olhamos para dentro de nós, temos grandechance de evoluir, lapidar comportamentos e mudar de atitudes na vida. Lidar com pessoasé uma arte que aprendemos quando sabemos lidar primeiro conosco mesmo. RubemAlves, de um modo muito feliz nos compara ao mirrado milho de pipoca rumo àgrande oportunidade de transformação oferecida pelo fogo que queima, consome etransmuta. Acompanhe:“A transformação do milho duro em pipoca macia, é símbolo dagrande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser oque devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontecedepois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios paracomer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que nãopassa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformaçõesacontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito,a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa, egoístas, insensíveisa dor do próximo, prepotentes, anti éticas, não tem um gesto de solidariedade. Só elasnão percebem. Acham que seu jeito, é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida lança numa situação que nuncaimaginamos. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente,perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade,depressão, sofrimento cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio. Apagaro fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grandetransformação Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficandocada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua cascadura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginara transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo que ela é capaz.

Ai, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grandetransformação acontece: bum! E ela aparece completamente diferente, de uma formalinda que ela mesma nunca havia sonhado... Piruá é o milho de pipoca que se recusa aestourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.

Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa doque o seu jeito de ser. A sua prepotência, presunção e egoísmo, são a dura casca que nãoestoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira.

Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão daralegria para ninguém. Terminando o estouro alegre de pipoca, no fundo da panela ficam

os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo...nunca vãodesabrochar em flor!” E você, o que é? Uma pipoca ou um piruá?

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Cecy Barbosa CamposPraeclarus/Juiz de Fora/MG

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Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

CENA FINAL

Não quero escutar a tua despedidanem receber teu olhar indiferente.Prefiro assistir tua partida silenciosasem palavras inúteis ou falsas desculpas.Não quero teu abraço desprovidode emoção e cheio de mentiras.Não quero que me olhes da fotografiafazendo-me lembrar o que já não existe.As molduras vazias do meu porta-retratosão menos dolorosas que a saudadede ver o teu sorriso, a cada noite,iluminando a penumbra do meu quarto.

AMAR

E se talvez me encontrassesE me pedisses qualquer coisaEu me sentiria felizEm te ser útilApagar uma luzBuscar um copo d’águaEstender um cobertorOu fugir para bem longePor uma noite apenasE ser inteiramenteSó eu o teu amor.Eternidade por um diaOu por uma vida inteiraMas nessa eternidadeTe dar e receber todas as coisas.

Ceres Marylise R. SouzaPraeclarus/Itabuna/[email protected]

BORBOLETAS

Belas, suspensas no tempo,folhas de outono no vento,cintilantes nos contornosde suas asas douradasem graciosos movimentos.Fico olhando seus ritmosguiada por suas levezase me dou asas também:esqueço minhas fraquezas,fraquezas que todos têm.

PERDÃO

Sob a luz intensa do raiar do dia,Eu inda chorava aquela madrugada,Quando absorto numa louca orgia,Nem me apercebi do quanto teenganava.

Tive o sol na mente, por faze-la triste,Tive o sol no peito, pelo amor que existe,Tive o sol na face, por seu dedo em riste,E tive o sol na mão, quando me sorriste.

O fervor que veio à minha mão, à palma,Apertei no peito, pra queimar-me a alma,Pelo desrespeito por causar-te umtrauma.

Mas o teu sorriso, ao doá-lo a mim,Voto de perdão, de paz, paixão enfim,Foi pra eternidade, um amor sem fim.

Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

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20 21POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Darcy Reis RossiColegiado/São Paulo/[email protected]

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

AMOR ÀS ÁGUAS

Amar o marDe ItapuãDo porto de GalinhasPajuçara e Piatã.

Amar as águasDo Rio VermelhoE do seu espelhoVislumbrar Amaralina.

Deixar molhar-meNas águas quentes de LinaNadar em suas densas curvasChegar à reta da fatalidade.

CONTRASTES

EXPOSIÇÃO

Museu das Calamidades,dois quadros me observam,o abstrato e seu amigo impressionista:— Será que ele não se cansade ser tão previsível? - questionam.

Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/SP

[email protected] Rosa

Conselho/São Paulo/[email protected]

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

[email protected]

AMOR DIVIDIDO.

Na quase infinita lei dos valores compensados,Onde os seres, como números, se mostram apagados,

Na tábua bizarra á prematura lógica humana,Onde o ódio burguês, á podridão se irmana,Colocam-se dentre os números primeiros,

Os que nunca ultrapassaram humildes cativeiros.

No doloroso quadro de contrastes,No casebre escuro, onde a higiene é falha,

Onde da dor, o sacrifício é mestre,Onde os seres brigam seu existir inteiro,

A contar de um só refrão: Dinheiro!E o espectro da morte, de feliz... Gargalha!

Na mansão austera, onde a riqueza reina,Dois velhos pais discutem com seus filhos,Na repetição ignóbil de velhos estribilhos,

Da falta moral, nas incestuosas cenasNão importando, por mentir, nem por vidas obscenas.

Velhas ruas, ricas alamedas, tristes avenidas,Porões mal arrumados, palhoças esquecidas...

Abrigos humanos, em luxo divergindo.Oca de palha, contra palacete lindo!

Nestes lugares dá-se a metamorfose de uma raça...A evolução sentida de um planeta...

Sentando em um lugar, um Deus com sua, luneta,A tudo isso vê, e ainda acha graça...

Meu coração já nem tem boca,Com a qual lhe fale de meu amor...Sinto ser, uma voz pouca e rouca,Que só exprime tristeza e dor...Como dizer-lhe o que já foi dito?Repassar o mesmo caminho daspalavras,Reprisar os sentimentos jásentidos...Se você não compreendeOu nem quer compreenderO sentido em minhas palavras...E a intenção de meus atos contigo?Se a boca em meu peito murmura ouse cala,A minha alma à sua se escancara,Querendo lembrá-laDe nosso amor...E assim tenho estado dividido,Entre o silêncio e o grito,E o nosso amor se dissipa,E nossas vidas se encaminhamEm diferentes estradas...

APALPO

tuas mãostuas facese sócarinhoamassoa farinhae sópaôzinhocélulasjuntasbebêa caminhoaguardoa vindado bebezinhopreparo o ninho

ESTEREÓTIPOS DE SOLIDÃO

Dias de solidão,São iguais, mas tão iguais...Que parecem fundir com o tempo,Criando espectros do nada. São dias que se repetem,Polidamente calcados na massa amarga do tédio,Caprichosamente estereotipados na mancha Negra da solidão,Que cuidadosamente os tece, pincela, cinzela... Qual artista cego que sem luz, aleatoriamente,Conjuga traços, expressões e cores.Tal artífice louco, cujas mãos inquietasModelam, à esmo, inusitadas formas de desilusão.

SOLIDÃO

No tórrido Saara, lá vai o beduíno errante.Caminha à esmo, sua bússola sãoOs ventos e as tempestadesQue lhe indicam o caminho.

Triste e delambido pela vida. ele segue.Seu alento.O sopro dos ventos.Sua luz são as estrelas do céu.

Seus pensamentos são turbilhõesCausados pela imensidãoDe sua multisolidão.Ao Leste bem longe, vem o astro rei.É lentamente uma nova luz que surge.Seu oásis já está próximo.

A água pura é uma cálida ternuraPara seu corpo cansado.Oh! Mísero peregrino solitário.Tu que bebestes a taça da solidão.

Veste à terraTão nefasto líquidoE te delicies com o bom vinhoDa vida, A sociedade.

Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

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AVÓ E NETA

Enquanto a neta crescea avó envelhece,e tudo que é bom se repete,tudo que é melhor acontece!Essa é nossa felicidade repartida!Esse é o sentido da vida!

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

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2322 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

LENÇÓIS DE AUSENTES

Intuo sozinhoque possas estarà deriva de nós.

Adernada vais a piqueem cabotagemde lençóis de ausentes.

Minha barba de náufragopesca palavras em arrastãoque alimentem teu silênciodum mar sem ilhas.

Da encosta, olho fechadocoração apagadofaço-me farol.

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Francisco FerreiraPraeclarus/Conceição do Mato Dentro/MG

[email protected]

SEMENTE

Pequenoscaracóis,abri-vos em poesia;das conchas do mar,desabrochai!

Vinde à vidareluzirmeu horizonte:

minha débil flor nenúfar,meu pimpolho beija-flor!

As cores da naturezavos iluminempara o sonho;

os fachos do arco-írisvos guiempara a vida!

e que sejais para mim(eternamente)silente talo de flor...rebento pássaro de amor...

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

ÚTIL GUIA

A voz nítida da alma é a consciência,A voz ousada do corpo é a paixão,Se contradizerem é a habitual tendência.A qual delas se deve dar mais atenção?

A razão frequentemente nos enganaNão temos senão o direito de recusá-la,Mas a consciência tem voz soberanaPor isso é imprescindível acatá-la.

A consciência é útil guia dos humanos,Ela está para a alma como instintoEstá para o corpo com seus ocultos arcanos,Disseminados nos meandros de labirinto.

No juízo está a moralidade de nossas ações,Se é verdade que o bem é bem-aventurançaEle deve vir do fundo dos nossos coraçõesDas nossas obras, como prêmio a bonança.

A bondade concorda com a natureza,O homem não seria são de personalidadeNem bem constituído, se não tivesse nobreza,E não pautasse a vida na hombridade.

Tirai dos corações esse amor ao beloQue tirareis da vida toda a sedução,E desmoronará na mente lindo castelo,A alma murchará como flor, pela desilusão.

ARTE...

Quando a arteDestartePoderá dar-teO estandarteDo baluarteHaverá arteCom arte...

MEDITANDO

O silêncioalimentaminha alma,e me fazpoeta.

AMOR ETERNO

Sinto uma lágrima quentevasculhar meu rostoDói meu coração descompassadoEnquanto releio aslinhas que escreveste“o nunca mais” é tempodemais pra minh´almaNunca havia pensado naideia de eternidade“para sempre” é algo forte,em especial quandoanuncia o isolamentoperpétuo de nós mesmosIngenuamente acrediteique estavas em mime eu em tia teia da ilusão me arrastouna cegueira comumdos apaixonadossinto-me um míope que usaos óculos pela primeira vez.

Geraldo Gabriel BossiniColegiado/S. José do Rio Preto/SP

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MAR SALGADO MAR

As margens do desertoEntre as Mesetas ao Leste e OesteEsta um grande LagoOnde em tempos passados fora mar.Alimentado pelas águas doces doRio SagradoE pequenos cursos d’águaQue perecem no caminhoSobre o solo inclementeNas margens do deserto.O Rio Sagrado segue irrigandoAs culturas da região.As águas continuam seu caminhoSofrendo a evaporação.Ao chegar ao grande LagoQue no passado foi marPouca doçura lhe restaTornou-se viscosa ondeNada sobreviveApenas corpos conseguem flutuarSegundo lenda da RegiãoNo leito profundo do LagoQue no passado foi marRepousam Cidades mortas.

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

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HOMENAGEM AO XV DEPIRACICABA

Clube de grande tradiçãoNo cenário tupiniquimCom grande satisfaçãoSou torcedor do Nhô Quim

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

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24 25POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊ

Medalhas, Troféus, Placas, Gravação em laser, crachás,chaveiros,e outros produtos em metal, vidro, acrílico e pedra.

Rua Lima Barreto, 212/São Paulo/SPContato: (11) 2215-1133/[email protected]

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

PRIMÓRDIOS

palavras puxam palavras como as gavinhas da videirapoemas se tecem como lagartas da amoreiralágrimas são orvalhos na névoa da manhã

que escorrem das folhas frescas, úmidas e sãs

folhas secas apenas se encharcam e são roladas pelo vento

emergem brotos em poesias adoçadas pelo canto dospássaros

flores renascem e sorrisos se exalama vida em estribilhos se tece

dos ramos nascem outros ramose as sementes espargidas geram novas vidas

qual a primeira poesia que encantou os homens?qual a primeira ideia? o primeiro sonho? a primeira palavra?

da primeira palavra emanou a consciênciao primeiro conto, o primeiro livro, o primeiro homem.

o homem se criou com a poesia.

MEU CARVALHO

Plantei um carvalhoe fiquei a olhá-loa vê-lo crescer.

O tempo foi passandoe eu desanimandoprecisei plantar couvepara a refeição de hoje.

As couves cresceramforam comidasoutras plantadase igualmente colhidas...

E o carvalho?tão pequeno ainda.

Tal qual o carvalhomeus sonhos planteie espero vê-los crescerenquanto vivo cada dia.Geraldo José Sant’Anna

Colegiado/São José Rio Preto/[email protected]

PENETRAR NO TEU MUNDO

Quando te vejo vindo do quartoCom um copo em uma das mãosE o cinzeiro na outra,Eu posso sentir que mais uma vezNão resististes a um gole a mais.

Por que te entregas tão facilmente?Já perdestes os amigos,E os parentes, aos poucos, foramAfastando-se e hoje já nemTentam mais fazer-te parar.

Eu fico a olhar-teE procuro encontrarUma forma qualquerDe penetrar no teu mundoE trazer-te de volta.

Para todos tu ésUm caso perdido;Não tem mais remédio;Um; um doente.

Quem dera eu pudesse fazer-te acordarDeste sonho medonho;Deitar=te em meu coloPara que enfim adormeçasE recuperar o tempo perdidoQue foi e não mais virá.

Ieda Vieira Franco ThoméColegiado/Rio de Janeiro/RJ

[email protected]

SONHO... UMA LINGUAGEM!

Forma de linguagem,sensação cristalina,comunhão do conscientee do inconsciente,expectativas e quereres.Ora o desfrutar do real;ora o ver-se no imaginário.Sonho é o aspirar algoque nos parece impossível;é o reflexo de um desejo;um vir espontâneoe um partir de imediato;é a projeção de vivências passadas,de anseios presentese de ambições futuras;é contentamentoe alegria de festas,de brincadeiras de roda,de viagens com amigose com familiares,tudo muito gostoso e colorido.Sonho é um querer vastoe infinito tal qual o oceano.ATÉ A SAUDADE FICOU CALADA

Tudo parou naquele diaE o tempo passou.As flores do jardimjá não são mais as mesmas.Até a saudade ficou calada.Tanto tempo vendo a estradalinda e ninguém andando.Tudo ficou vazio.Ninguém mais apareceu.Não se escutam maispassos chegando.Foi embora, para não mais voltar.Com a alegria, o sorriso, as palavras.Se escondeu, para não sofrer mais.Ir muito longe,para se calar.Viver intensamenteum grande amor.

Inês Tafarelo TuonPraeclarus/Piracicaba/SP

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

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ANOMALIA

Homem reclamosMundo polêmicoVida feridaFugaFoge de tudoDo nadaDe siAspiraNovo espaçoOutra moradaSeu último passoTalvez...O espaçoEsqueceA felicidadeBem dentro de si

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

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26 27POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Iva da SilvaColegiado/Francisco de Paula/RS

[email protected]

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

CAMINHADA

De momento em momento,Entre um pensar e um agir,Em caminhos que se cruzam,Está o nosso existir.

Entre dúvidas e certezas,De segundo em segundo,Fazemos a nossa caminhada,Em consonância com o mundo.

Entre afirmações e negativas,Na derrota, ou no sucesso,Trilhamos o nosso caminho,Em um andar sem regresso.

Não pedimos para nascer,Mas planejamos o nosso norteE seguimos a nossa caminhada,Sem saber o dia da morte.

O MENINO

Um dia abandonei o meu menino.E estávamos em plena juventude.Confesso que chorei tudo o que pudeMas tive que deixá-lo, era o destino.

Ele abraçou-me e disse: peregrinoPor mais que a vida seja dura e rudeCombata o bom combate e a virtude Tome-a por tema do teu canto de hino.

Nunca decepcionei o meu rapaz.Fiz tudo o que devia e fui capazMuitas vezes em dores me afogando.

E hoje, quando volto o olhar cansadoPara aquele rincão do meu passadoAinda vejo o garoto me acenando.

A MAGIA DO AMOR

Não há intempéries que suplante o amor.Não há grito ou gemido que supere essa dor.Que penetra em nosso coraçãoSem piedade e nem perdãoNos torna escravos da paixãoIndependente do esplendorFeitos espinhos e flor.Quando pensamos ter terminadoHeis que das cinzas ressurgeUm coração inchado e inflamadoDe um eterno e terno apaixonado.Cantado em verso e prosaO amor que desabrocha como uma rosaE espalha beleza e perfumeDecorando essa sensação maravilhosa.

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

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BORBOLETAS

Maravilhando os colecionadores,Sós amiúde, raramente aos pares,Podem ser vistas próximas das flores,De que retiram seus vitais manjares.

Quais diminutos mas gentis radares,Esses belos insetos multicoresNão traçam rotas, não procuram lares,Não escolhem lugar para os amores.

Vão exibindo, apáticas a tudo,À cobiça do adulto e do menino,Suas vestes de seda e de veludo.

- Quantas mulheres há, brancas e pretasQue vivem pelo mundo sem destino,Sempre adejando como as borboletas!

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

ALUCINAÇÂO Sonhos que não se acabamLembranças que jamais se apagam. Então precisamos urgente:Lapidar a mente,plantar a semente,Instigar o destino,voltar a ser menino. Que toda psicosenão seja só neurose.Que todo sexo goze,provoque que ele explode,Saboreie sua glicose. Aproveite a paranóianamore Helena de Tróia.Que perfume você usaAproveita e me lambuza. Se converta em água bentanão estica senão arrebenta.

José Ângelo GiacomeliColegiado/Barra \Bonita/SP

[email protected]

A ROSEIRA

Plantei um pé de roseiraNo fundo do meu jardimQuando a roseira brotasseVocê gostaria de mimSe abriu, bonita e garbosaInvejando às margaridasEra o amor que nasciaEnfeitando a minha vidaTive meus dias felizesEnquanto a roseira se abriaElas me davam perfumeVocê me dava alegriaMas as formigas, malvadasDesfolharam-na inteirinhaOutros me roubaram vocêPensei que fosses só minhaEu hoje eu olho a roseiraCoitada, ela já morreuChorando penso em vocêQue de mim há muito esqueceu

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

DESCANSO

Ao olhar-te dormindo,Em sereno arfar, olhos em descanso,Tuas mãos, aos teus seiosaconchegadas.Invadiu-me quase irresistível desejo,Das minhas machucadas mãosAbraçar as tuas e nelas se entrelaçar,Para buscar o que guardavas: minha paz!

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

VIDA

E a vida que vemE a vida que vaiE a vida que nosTraz amor demais.

E uma vida passadaUma vida que nãoFoi amada E estaVida abandonada.

E a vida que veioE a vida que foiE esta vida que meFez esperar por amorEm vão...

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

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28 29POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

PACOTE DE AMOR

Vou fazerUm Pacote de AmorEntregar a vocêEm forma de cantiga

Dizer como se trataUma mulherA moda antiga

Vou deixar você falarE com os seus problemasVou ter compreensão

Vou abrir a porta do carroComo se faz o cavalheiro Mandar flores Em qualquer ocasião

Jantaremos a luz de vela Pedirei para o garçomTraga uma garrafa de vinho

De um fundo musicalPara um casal românticoE apaixonado

Depois, não podemos esquecerDe assistirmos um filme da tardeNo Shopping da cidade

Elogiarei sempre sua beleza Tratarei você com realezaFazer versos de poeta como esseQue ofereço a você

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Pai nosso que estais no Céue só nós aqui na Terra.Santificado seja o Vosso Nome,assim também o nosso amor.Venha a nós o Vosso Reino,e a mim você nessa entrega.Seja feita a Vossa vontadeassim na Terra como no Céu, e também o nosso desejo,que é seu corpo no meu corpo.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,saciando nossa fome de amor.Perdoai as nossa ofensas - no amor não há pecado –assim como nós perdoamosa quem nos tenha ofendido.Olhai o nosso amorliberto de todas as mágoas.Não nos deixeis cair em tentação,de cometer uma perfídia.E livrai-nos do malda rotina e do desanimo.Amém.

A justiça quando humanaàs vezes se banaliza,só ficando soberanano Senhor que a diviniza.

José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

CÂMARA JÚNIOR(Para JCI Blumenau e JCI Blumenau Garcia)

Sem Câmara Júnior, pessoa incerta,Com Câmara Júnior, pessoa com certeza.

Sem Câmara Júnior, uma pessoa perdida,Com Câmara Júnior, uma pessoa encontrada.

Câmara Júnior, Mundo sem destino,Câmara Júnior, mundo com um objetivo.

Sem Câmara Júnior, pessoa sem projetos,Com Câmara Júnior, pessoa com muitosprojetos.

Sem Câmara Júnior, pessoa sem ânimo,Com Câmara Júnior, pessoa sempre animada.Simplesmente,Sempre Câmara Júnior!

ANO 2000

Quem não sonhaQuem não constrói castelo no arQuem não vive ilusõesQuem não se põem a imaginarViagens, mansões, iatesUma casinha pertinho do mar?Não importa o tipo de sonhoPode ser para conquistarO amor de sua vidaQue antes de dormir se põe a sonhar

Ano 2000Está aí o que parecia tão distanteCaminhar para o terceiro milênioE o mundo não acabar?Como parecia distantePara isso se realizarO que nos resta agoraÉ nos conscientizarPreparar com amor nosso planetaE que Deus nos permitaContinuar a sonhar...

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected] PEDRAS

Com pedras dápara fazer uma ruaque tem pessoas;que tem harmonia;que forma uma família.Na família háverdadeiro amorcom respeito e alegria.As pedras constroemcaminhos;a família mostrao caminho.

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

CONSCIÊNCIA

Não cruzar os braçosFazer justiça acontecerUsando a LeiCobrar direitos eCumprir deveresEncontrar os modosDe ir à luta e envolverOs outros seresSer fiel aos preceitosDe minha genteMas respeitar e aprenderComo diferente

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

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30 31------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------FUGA

Foge pássaro, foge deste porvir...Foge deste imenso mar!...É que nas claras ondas do mar,Sempre há um a caçar...Foge pássaro, foge desta desgraçaFoge deste perigoso mar!...Pois, mesmo em meio à tempestade.Sempre há um a nadar...Foge pássaro, foge desse castigoFoge deste ébrio mar!...Pois mesmo em tardes tranqüilasSempre há loiras a banhar...Foge pássaro, foge deste folgar,Pois aprendi com esse mar...Que na vida, não há lugarPara quem só sabe amar...

Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

MEU PRANTO

Momento solitário que esvaeceAs dores que rasgam meu coração,Resignando-me ante ao que aconteceSe ultrapasso a minha limitação.

E então choro diante da dor insana,Da pugna da batalha renhida,Porque já sei que luta é a lei da vida,E o pranto representa a graça humana.

Sim! Eu choro porque já sei chorar...Sinto em cada lágrima a gratidãoPorque elas corrigem meu caminhar.Das leis morais é sublime expressãoA envolver-me com o manto benditoDe Deus a mitigar tanto desgosto,Com o seu cálido amor infinitoNas águas que acariciam meu rosto.

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

[email protected]

DIA DE FINADOS

Dia de quem chegou ao fim Finados O fim não é assim Enterrados. Vida após a morte, sim Ressuscitados? Abel, morto por Caim Alguém morto no Botequim Saiu a pouco no folhetim Todos acabados? Aquele que caiu do trampolim, O ruim. O que perdeu mais um rim, O doente, velho estropiado... Todo mundo finado. O ente estressado Nesse dia separado Vai ao cemitério vê-lo enterrado Coitado! Nosso caminho está traçado Rico, pobre, são e doente O buraco acolhe quem corre E quem abraça a malfadada morte! Como o destino Num desatino da vida Que teimou em nos deixar .

Maria Antoninade Lima SoldáConselho/São Paulo/[email protected]

O SONHO E ASEMENTE

A princípio foi um sonho,Um sonho fugaz e singelo.Minutos e horas, diasE meses e o sonho persistiu.Tomou formas diferentesMais não se desvaneceu.Embora obscuro e discretoConstante permaneceu.Por muitas vezes porem,Pareceu inatingível.

Foi uma pequena sementePlantada em fértil terreno.Sempre regada e adubadaCriou raízes profundas.Com o tempo transformou-seEm uma frágil plantinha.Cercada de mil cuidadosSe desenvolveu e cresceuMas tempestades e ventos,A planta ameaçaram.

O trabalho e a vontadeFizeram com que o sonhoHoje se transformasseEm feliz realidadeE a pequenina sementeÉ hoje planta altaneiraQue orgulhosa ostentaOs botões entreabertosQue em flores setransformarão.

COMO SEMPRE

Se chegares à tardinha com ares de quem quer ficar, me verás sorrindo,abrindo o vinho fechando cortinas e acendendo velas para, na penumbra,poderes me encontrar como sempre,pacientemente, esperando o primeiro beijo, a primeira taça e a última promessa. Como sempre...Sem CoragemQuis sentar-me a seu lado e falar do ontem, mas faltou coragem. Tornei-me uma trapaceira, fingindo que a mão estendida era apenas brincadeira.

Maria Luiza de M. MarinhoDecana/Rio de Janeiro/[email protected]

mãoscelestiaisGuaíbapôr do solmágicoencantador.

Maria de Lourdes S. Rossi MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RSalunamaria [email protected]

COMPREENSÃO

Dar atenção ao semelhantepois ele é o seu irmãoolhe-o com bom semblante e amor no coração.

Ajudar se for possívelem todos os momentos da vidavocê será incrívelnão tenha jamais um pingo dedúvida,

Agir com a máxima compreensãono trato com o próximoouvir sempre o Pai da Criaçãovocê será ótimo.

Paz para humanidadeé que peço ao Criador que haja felicidadeonde eu andar e for.

Paulo Dias NemePraeclarus/São Paulo/SP

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32 33POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Maria Gertrudes Horta GrecoConselho/Guaratinguetá/SP [email protected]

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

Mirian CuryColegiado/São Carlos/[email protected]

AS PEGADAS

Saiu da poltrona com as nove décadas,firmou os pés de matrona e andou...A vontade a impulsiona, a sacodee lembranças mil vêm à tona e falam...

A cuidadora se impressiona e a segueem silêncio! Não a abandona.

Chegam à cozinha e a dona se vêprima-dona aos seus trinta, cozinhando...Com a face chorona de olhinhos gastosse questiona sem saber o porquê.

No quarto... Lá se revê brincalhonaem paixão conjugal que transacionahormônios criadores e os direcionapara gerar filhos... Se emociona!

Recondiciona-se no jardim...Com a árvore amiga se relacionano último adeus que lhe proporciona.Volta à sala... então, se decepciona.

Equaciona os pertences, os móveis,pensa se é assim que a vida funciona.E se posiciona a nonagenáriaem guria alegre, espertalhona.

Nessa tenra idade se aprisiona,bonachona, com mãe imagináriaque a levará para a celeste zonaem pegadas de calma maratona.

A cuidadora se impressiona e a segueem silêncio! Não a abandona.

SABER VIVER

E tanta agressividadedia-a-dia,,, Que maldadenão o deixa sobreviver...Vira uma continuidade,constantemente ruindade,não te deixando: viver...

Sendo que viver faz parte,desta vida que é uma arte,desde que se dedicar...Dedicar â grande arte,pois do ser sempre faz partedesde que aprenda â amar!

Amar com sinceridade,buscando sempre a verdade,desta vida... É viver!...Viver com integridade,sabendo que a realidade,sempre o ajuda â obter...

Obter o que é precisopra viver no paraíso,se livrando assim da dor..Vivendo sempre com juízomuita paz, com muito siso,vivendo sempre com amor! Amor!

De todas as faces do amorA mais bela é a mais frágil,Porque é mais a pura,E é dela que provém a força!

CAMINHE I RO

Caminha,caminha,pela vida aforaem busca de um porto- ombro amigoonde possa repousar a cabeça

onde seus pés cansadosencontrem a água frescaque os aliviará

onde a árvore frondosalhe permita recostare recompor suas facesmarcadas pela ansiedade

Caminha,caminha,em busca do ventredo qual foi tiradoe do longo sono acordadoantes mesmo de despertar

Caminha,caminha,sem rumosem prumocomo foi feitoprá sempre será!

Maria Gema MartinsConselho/São Paulo/SP

[email protected] Silveira Dias

Conselho/Porto Alegre/[email protected]

FLASHES

Do fato ao feto.Do feto feito ao fato.Mitigado, desdobrado,No seio da sociedade,Desencontrada, alienado.Fato-feito que reclamaE clama da alma,Da boca faminta,Sustento não satisfeito,Amor, alimento, espírito e corpo.Assim, em puro desrespeito.Despeito à vida, esperança.Só matança, no trânsito,Nas terras, dos sem-terras.Dos com-terras e dos citadinos.Também famintos naMantença das conquistas.Lutas dos que procuram teto, trabalho,Seu ganho, seu tento, tão desatentos,Desunidos juntos, citadinos sós nasmultidõesDas ruas, estádios, conjuntoshabitacionais,Casebres, favelas, mansões!Em busca ou fuga, para umSó fim: serem felizes.Ser e ter, talvez até sem querer, ouSaber por que, para que, se de si mesmosReclamam por não ter ao seu ladoA quem precisam ter,Querer queridos, tudo feito.Tudo por fazer, renovação, outrolampejo.Feito-fato, revolta cerebrina, nascimento,Do charque ao Parque,Revolução Setembrina,Vida e morte, de flash em flash, Zeferina,Somente flashe, Bernardina,Ponche Verde, Carolina!

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34 35 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

A CORAGEM DE RECOMEÇAR

Coisa muito difícil de fazer, mas completamente necessáriaconseguir. Uma vitória do corpo e do espírito por assim dizer, pois não haverá alternativasde reviver ou de reinventar outra vida diversa do que se conhecia se não reagir, nemhouver novas e surpreendentes tentativas, isto é, ir à busca principalmente dasobrevivência emocional. Estancar, empacar, ou não se permitir lutar sem desanimar é omaior fracasso que se poderá alcançar. Acontece que a vida caminha para frente sem parare sem dar chances, se não batalhar por ela.

Voltar, em alguns casos poderia com sorte de poucos renovaremalegrias e emoções perdidas, mas teimar ou estacionar principalmente será morte em vida!Existe um mundo lá fora com uma porção de surpresas e novidades convidando a entrarnele a todo o momento. Existe uma necessidade premente que precisa de muita atenção elucidez e vontade férrea de não se deixar tragar pela dor e a decepção, nem se dominar pelavingança, duvida, ódio e o amor próprio, que enrugam e corroem por fora e por dentro,turvando a beleza e a paz disponíveis dando chance à amargura ou a morbidez para queelas desempenhem seus papeis de inimigas feias e mortais, que só maltratarão e destruirãoqualquer um que com elas se envolvam.

O recomeçar, porém, precisa de ferramentas bem específicas,nem que sejam óculos invisíveis de muitos graus para se enxergar calma e claramente, oude muletas idem, a serem usadas em horas de sufoco, desequilíbrio ou de desanimo edesamparo, a fim de criar forças para “abrir a porta e sair lá fora”, e abraçar a nova vida que,alvissareira está à disposição oferecendo outros motivos, novos ares, novos sóis e novasluas, outros dias e outras noites, novas flores de cores e perfumes diferentes, novasprimaveras e novos verões para desprezar e superar o outono maroto que acinzentoutudo, e o inverno triste e tenebroso que o tempo fez surgir, mas que terá de ficar para tráscom toda força e perseverança possíveis.

Recomeçar de cabeça erguida e alma leve lutando contra asmágoas e as lembranças más confiando que não é justo entregar de mão beijada a novaforma de viver e a felicidade que há de vir, massacrada pelo orgulho que geralmente querse fazer vencedor. Ir à busca de novos sorrisos e novos abraços, quem sabe esquecidosna rotina de um tempo inexpressivel e arrastado, mas que, se trouxe muitos dissabores einfortúnios, também agora será capaz de mostrar paisagens incríveis que foram anteriormentedestorcidas, na mesmice de dias ocupados com o “costume da comodidade” de não ter araça necessária para sair do mesmo lugar de sempre.

Mesmo que não haja fé em Deus que é o mais consolador eimprescindível (“Seja-te feito conforme a tua fé...”), pelo menos, a fé em si próprio, em suaforça e em sua “coragem em enfrentar o novo e o bonito ainda a ser descoberto na vida eque está à disposição, daqueles que não se deixarão intimidar, enfraquecer ou destruir

pelas dificuldades, problemas e tristezas que esta mesma vida traz.

Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

[email protected]

CABELEIREIROSIVAN MARQUES

Rua Riachuelo, 545 * Centro * PiracicabaFones: 3433-7077/3371-1077

ABAIXO A GLOBALIZAÇÃO!Mais uma vez, as duas maiores potências bélicas se colocam

em lados opostos, fingindo apoiar esse ou aquele e, com isso, encontrando motivos paraapontarem suas bombas atômicas para os dois lados.Os povos do Oriente nascem, cresceme morrem pensando e agindo muito diferente dos povos do Ocidente, por quem nutrem,inclusive, bastante desprezo e críticas.

Pois quando a coisa aperta ficam pedindo socorro ao “papaiObama”, que vai lá e ajuda a matar mais um pouco de gente inocente.Ditaduras sanguináriasse perpetuam no poder e há quem viva e morra defendendo os tais ditadores. Pois nãofalta um incauto aqui debaixo para tentar mexer no vespeiro e comprometer mais genteinocente, agora do seu povo.Cada macaco no seu galho! Abaixo a globalização!

Nada de convidar líderes truculentos, arqui-inimigos de uns eoutros para virem posar em fotos em nosso país, que é pobre, é subdesenvolvido, é deterceiro mundo, mas vive em paz. Fez apenas uma figuração na Segunda grande Guerra,graças a Deus!Esqueçam de nós, fechem suas fronteiras, cada um resolva seus problemasinternamente, com seu povo.Agora ficam mostrando fotos de crianças destroçadas nasredes sociais e nos cobrando um posicionamento.

Como se pudéssemos impedir ou mudar a cabeça dessesbelicosos, que não se importam de sacrificar suas crianças desde que o poder permaneçaem suas mãos, ou que seus ideais sejam impostos ao mundo como certos.Querem brigar?Querem se matar? Querem se bombardear? Querem passar pela vida alimentando canhões?

Pois o façam na sua casinha! Deixem o resto do mundo empaz, respeitem quem não gosta de guerras, quem prefere resolver as coisas de outramaneira, quem ainda acredita na paz, no amor e na fraternidade.

Quero ver meus netos crescerem num país onde só o arco-írisrisca o céu.Por favor, dona Dilma, não fique cutucando esses líderes em cujo quintal háarmas capazes de destruir a humanidade! Não convide mais ninguém para a nossa casa!Não vá buscar gente de outros países para trabalhar aqui!

Vamos cuidar da nossa vida e da nossa gente dentro dosnossos limites, que são imensos, são férteis, são belos e ainda sãonossos!Vamos viver longe do terror, do fanatismo, das ditaduras, dosmedos!Por favor!

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36 37 ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ------------------- -------------------

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

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COPA AMALDIÇOADA

A copa do mundo de futebol, não deveria ser realizada noBrasil em 2014, por falta de condições financeiras e estruturais e pela penúria em que viveo nosso posso que sofre todos os tipos de mazelas que estão a vista de todos. O que temde gente morrendo em fila nos hospitais é uma loucura. As mães perdendo filhos aindano útero por falta de assistência e de médicos para atende-las, que fere os DireitosHumanos tão criticado pelo governo do PT. “Isto é uma vergonha”.

Os atuais mandatários do país e os membros da CBF e daFIFA, bem como O Governador e o Prefeito do Rio de Janeiro e o ex-presidente LuisInácio, são os responsáveis esta aberração que se vai cometendo. Não temos escolasfuncionando como devia. Os índices de aproveitamento dos alunos, são os piores daAmérica do Sul, fato já amplamente divulgado pelos órgãos competentes que analisameste setor.Hospitais fechando por falta de verbas para contratar médicos, enfermeiros epessoas habilitadas a cuidarem dos enfermos amontoados nos corredores, sem previsãode atendimento. Remédios perdendo a validade por negligência de funcionários semcapacidade e mal remunerados. O Ministério da Saúde do governo Dilma é uma piada demau gosto. Com tantos Ministérios fajutos é difícil governar satisfatoriamente este país,grande e bobo, como diz famoso colunista.

As estradas Federais fazendo dó. Desastres e mais desastresceifando a vida de milhares de pessoas que pagam IPVA e outras taxas, que só servempara patrocinar eventos escusos e para o seu fim não sobra nada. Senhora Presidenta, avassourada que alardeia fazer para varrer a corrupção, o sub-faturamento nas licitaçõespúblicas faça também em uns vinte ministérios ineficientes criados para agregar petistasderrotados nas urnas e os aloprados com os demais aspones do PT.

Faça isto Presidenta. Verá quanto irá economizar e com istoajudará o povo sofrido deste país que, a senhora alardeia que vai tirar da miséria dentrode dez anos...Se a senhora não demitir uns quatro mil companheiros das suas autarquias,não vai ajudar, vai contribuir para um levante popular que vai ecoar nas ruas sem prevero seu desfecho. Veja o que está acontecendo em diversas partes do mundo, que não maissuportam os tiranos, os déspotas e os míopes governantes que solapam as verbas das

Nações, por não ouvirem a voz da razão que é o seu povo epor essas razões estão sendo alijados do seu cargo..Os bilionários reais gastos nasobras para a copa do mundo, mostra-nos a irresponsabilidade cometida, pois a nossaNação atravessa no momento a sua pior crise social que aflige o nosso povo, pobre ehumilhado. Esta não é só a minha opinião é também da maioria manifestada em váriasconsultas feitas nos arredores das grandes cidades brasileiras, que endossam as verdadesditas neste artigo.

ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO

EDUCAÇÃO OU POLÍTICA?No contexto da Educação e da Política há um provérbio

popular que diz que “há muito pano para manga.” Se concentrássemos de modo quepudéssemos enxergar por dentro a grandeza deste provérbio, certamente, faríamos umaviagem milenar que nos permitiria descobrir que cada pessoa tem sua filosofia Educacionale Política. É verdade que a Política ou a Educação reúnem líderes e liderados, comoconvém à todo grupo social, contudo, os liderados é que estão no comando.

Para avaliarmos melhor esta questão, devemos analisar a vidae os costumes dos povos observando os exemplos dados por verdadeiros líderes, sejana Política ou na Educação. Na Filosofia temos Sócrates (homem, conheça-te a ti mesmo.),na Religião Jesus Cristo (vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados,e eu voa aliviarei. Mt. 11:28), na Reforma Lutero, no Espiritismo Kardec, no equilíbrio e napaz Gandhi, e na Educação? Porque os liderados não uniram família e religião?

Pensa-se que “educar” é dever da escola, o que é umequívoco, já que a família é o instrumento pedagógico mais indicado para ensinar osseus por meio da “Religião”, a qual, infelizmente, se acha desvinculada do conceito daboa orientação. Os nomes supramencionados servem de verdadeiros exemplos, seja naPolítica ou Educação, pelo conhecimento, pela moral ilibada e até pela simplicidade coma qual ensinaram o sentido profundo do “Ser” e não do ‘Ter”.

Uma nação que almeja um futuro melhor deve dar o primeiropasso educando do seu povo, não à partir da “pedagogia do ensino continuado”, éclaro, já que nossos filhos estão chegando à oitava série sem saber ler, mas a partir deuma “pedagogia mais ética” envolvendo conhecimentos científicos e morais. Alfabetizarnão é tudo, é necessário incutir princípios morais e éticos nas pequenas mentes que umdia estarão conduzindo os destinos desta nação, ainda que indiretamente.

Embora as diferenças culturais em nosso país pareçamnaturais, enquanto os padrões estabelecidos forem os dos “super-cultos” e os dos“super-desprovidos”, enquanto os primeiros não descerem até os últimos, nossa terraescola continuará sendo o berço da injustiça. É verdade que os governos têm projetadonovos métodos e sistemas que diminuam as diferenças culturais, mas, na maioria dasvezes, não saem do papei, e a coisa fica mais ou menos assim: “os professores fingemque ensinam e os alunos fingem que aprendem, e depois todos vão viver infelizes parasempre...” Eles dizem que o Brasil ainda é muito jovem, e isto dificulta a implantação deprojetos muito arrojados. Penso que, em relação à juventude do Brasil, eles têm razão,mas isto não significa que nós ternos que continuar na fase de copiar tudo e criar quasenada. Depois de ter olhado por vários ângulos na tentativa de ver algum resultadopositivo, sem dúvida, posso dizer que nas uitimas décadas o avanço da nossa sociedadeem termos de ensino foi muito pequeno.

Pessoas de 7 a 20 anos não conseguiram a alfabetizaçãonecessária tendo em vista a Política de Educação do nosso país. Seria por falta depessoas competentes? Creio que não, já que poderiam ser citados aqui vários nomes depessoas capazes que são tolhidas por um Sistema Educacional e Político arcaico e quedeixa muito a desejar. Um bom exemplo visando a solução deste problema, que é detodos nós, é “um lar escola”. Contudo, temos que admitir que o lar onde o canal dodiálogo não é mantido permanentemente aberto e as experiências não sãotrocadas, jamais será “um lar escola”, onde os Pais são “verdadeiros professores”

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3938 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL ------------------- ------------------------------------------e os filhos “verdadeiros alunos”. Falta-nos uma educação em que a alfabetização caminhejunto com a formação moral e ética aplicada por pessoas que ainda têm boa vontade eamor pelo que fazem. Creio que o nosso maior impedimento talvez esteja no “jeitinho” doqu3i o brasileiro costuma lançar mão sempre que contempla os desafios maiores,principalmente quando é de elevada importância para o povo.

Esquecemos que o tempo que passamos aqui é muito irrisórioem vista do que nos aguarda na eternidade.

O ser humano tem a necessidade urgente de enxergar a vidado seu semelhante como sendo a sua própria, pois o nosso próximo não é somenteaquele que bate a nossa porta, mas, também, aquele cujo caminho nósfazemos questão de atravessar, já que, como bem falava Vitor Hugo:“...nós levamos da vida a vida que nós levamos “.

Paulo PatrezePraeclarus/Piracicaba/SP

DIA DO TRABALHO

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

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Este é um país de trabalhadores que pagam muito parareceberem só migalhas de retorno. Noventa e seis por cento dos habitantes do Brasilpagam a Previdência todos os meses, durante anos, assim como as empresas, osautônomos e pequenos empresários. E não recebem boa saúde, nem bons hospitais, nemum atendimento decente feito por um médico decente. Veja só; todo mundo paga e essetodo mundo gera um PIB enorme, que não volta para quem paga em forma de benefícios.Isso porque, infelizmente, a massa trabalhadora trabalha e paga e a renda gerada édelapidada por corrupção que já se eterniza na Pátria..

O feriado do Dia do Trabalho é universal e é comemorado, emtodos os países que têm trabalhadores. É um feriado mundial e globalizado.Mas muitospolíticos conseguiram, aliar o trabalho à política, mas isso não melhora a situação dostrabalhadores, que não conseguem nem se aposentar com salário integral, porque umaLei engendrada pelos políticos impede que isso aconteça.

Essa é a verdade: os políticos nunca ajudaram realmente otrabalhador, pelo contrário, sempre usaram o voto dos trabalhadores para serem eleitos ese enriqueceram a ponto de construir uma nobreza que tem de tudo, justamente por causado trabalhador, que não tem quase nada. Tem é vergonha de seus políticos e do paíscorrupto em que vivem. Mas, como dizem: está tudo bem até o dia em que não der maiscerto e entraram pelo cano, como está acontecendo com muitos dos políticos atuais!

Todos os regimes baseados na exploração da classe trabalhadoraenriqueceram os políticos sucatearam as nações e empobreceram o povo. Quem sempreganha mesmo são os espertalhões e mentirosos, e lógico, as classes mais ricas, que

jamais perdem! Eles prometem muita coisa, mas na verdade muita coisafica comprometida e não chega ao resultado. Estamos vendo tudo issocom nossos próprios olhos!

COISAS ÍNTIMAS

Num dia, bem longe, lá no passado,você me mostrou tuas coisas íntimas.Depois me contou os teus segredos.Fiquei assustada, de ti eu me escondi.E você só queria roubar-me um beijo.

Foi num lance, de repente,que tudo aconteceu.Eu não estava preparada,fiquei sem jeito, arrepiada,sem saber como encarar as coisas,que num impulso tu querias me mostrar.

Também eu não sabia como ouvirpalavras tão secretas que vocêteimava em meu ouvido, proferir.

Teu olhar que era puro e inocente,mostrava-se naquela horade um menino grande, forte, valente.

As coisas que diz aindaem meu ouvido,já me soam lindas eagradáveis de se ouvir.Naquele tempo eu asachava sem sentido.É que naquele tempoeu então não entendiao carinho e o amor, que tu me oferecias.

Tuas coisas íntimas, que afinal,eram tão simples,acabei gostando tanto de ver!Com você aprendi entenderos teus segredos,acreditar em tuas palavras,e até a te querer.

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

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Renata Emily F. RodriguesPraeclarus/Paraty/RJ

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O COMPANHEIRO DA ARTISTA.

Sorriu, beijou-lhe a face.E admirou a posturaE dedicação da artistaFrente às diversas telas virgens

As muitas telas expostasNo ateliê da mulher, daCompanheira, da sua artista.Refletiam a via-sacra daFormação sólidaem Artes Plásticas perpassadasEm países distintos

A percepção não tardou a aparecerAs telas pareciam oriundasDas entranhas femininasCriativas, sinceras e dinâmicas.A suavidade, a ousadia,a efemeridadee o perene se entrelaçavamtenuemente.

O companheiro se emocionouPois diante dos seus olhosse confirmava a gênese criativaComposta de vida, esperança,amor, continuidade e morte.

A luz não tardou a entrarno ambiente de trabalhoPara brindar um abraçoentre artista e companheiroCom direito a borrões, cores e tonsque avançavam e retrocediamEspelhando uma nova tela.

ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO

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Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

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SONETO AO SONETO

Na tua imortal forma, exata e nobre,onde a musa imprevista se aventurafino peplo de címbalos te encobre,desafiando o estro e a razão mais pura.

Afirmam os incautos que és de cobre,arcaico para quem a tessiturade cantar o atual jamais se dobreao rigor triunfal que em ti perdura.

Varinha de condão da antiguidadesoneto, tua síntese inquietacontém sonho, esperanças e saudade...

Para sempre será o teu reinado,enquanto houver no mundo algum poetaou o pulsar de um peito enamorado!

CAMINHO

Piedoso, ó caminho!Esconde-se nos volteios,Esquiva-se na sombra dos outeiros,Apaga-se entre montanhas,Embrenhando-se na floresta,Enleiam-se entre o arvoredo,Para consolar a mágoa da despedida,Para que o olhar não mais alcance, ao longe,A alguém que ficou do outro lado,A chorar e nos dizer adeus.Mas se o peregrino é um solitário,E vai sem companhia,Vazio de lembranças,Sem se recordar de ninguém em lágrimas,No abandono as velhas árvores à margemVão lhe acenando por gestos de seus ramos,Pelo abanar de suas palmas,E sobre o caminho no azul indiferente,Pairam as asas brancas de pássaros selvagens,Como lenços alvos sacudindo em desespero!Ama viajante, o teu caminho!Escuta o chocalho dos tropeiros e dos ganzás,Que o seu tilintar vai marcando as etapas da estrada,A sofreguidão ou o cansaço do rebanho.O caminho é o teu destino...Na poeira que os teus pés levantam, estás,Talvez, a conta de areia que, na ampulheta,Marcará o teu instante derradeiro.Pensa um instante e descobreQue todos os caminhos acabam numa cruz.

MENSAGEM PARA JOSÉ

Velho querido!Que saudades!Onde estás?Te lembro sorrindo,Comigo brincando.Faz algum tempo meu velho... Sabe?Tu eras a vida, o exemplo, o modelo.Meu velho querido!Que posso fazer?Te lembro sorrindo,Te lembro ensinando,Te lembro cantando.Tu te lembras meu velho?

Ah, meu velho, ainda estou viva,E te procurando...Nas jabuticabas pretinhas,Nos coqueiros tão altos,Nas tuas rosas tão lindas,Na tua granja vazia.Tu te lembras, meu velho?Daquela rede maneira,Daquele balanço gostoso,Daquele jardim nemoroso,Daquela menina faceira?

Tu te lembras sim, vovô!Eu sei que te lembras.Até breve!

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

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Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

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BORBOLETASAs borboletas voam, voam,Voam e pousam nas floresElas colorem o céuCom suas cores, amores.

Quando elas saem voandoTodos sabem, borboletas.Elas saem sem destinoSão rosas e violetas.

Tão cansadas de voarElas param, vão repousar.Não conhecem a tristezaE só sabem alegrar.

Aí vem o caçador:Borboletas em perigo!Ele as mata por prazerEle merece um castigo.

Um dia não haveráMais nenhuma borboletaNão haverá mais coresA Terra ficará preta.

E assim como o caçadorMuitos outros sofrerãoSentirão remorso e dorA morte do coração.

E as borboletas, felizes,Os céus voltarão a enfeitarAs cores voltam ao mundoOs pássaros vão cantar.

A natureza é muito justaSabe bem o que criouEle te trata do jeitoQue ao outro você tratou.

A natureza é impiedosaCom quem maltrata o irmãoViverá em meio às trevasMorrerá na solidão.

Thaís Mariane StenicoPraeclarus/Piracicaba/[email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

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Teus olhos verdes de gatocintilantes de paixão revelam com fino tatoque queres meu coração

ESCREVER

Escrevo na folha a estrofe derradeira condensada em palavras de despedida.

A folha preenchidapede folhas sucessivas.

Escrevo histórias recontadasem dias de mesmas palavras.

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ACENDIMENTOS

O vento passa. A vida passa.Como fumaça.Tua imagem desvanece.Translúcida, transparente.Perante meus olhos preocupados.

Ondas de luz sobre um lago espelhado.

Aquilo que tínhamos sonhado.Tudo que tínhamos planejado.Em meio aos dias brilhantes de verão.Sanhaços azuis nas ameixeiras.Teu sorriso vívido e plangente.Satisfeito, explodia.

Nuvens de cinzas gigantes.Trouxeram chuvas, e granizo.O vento passou. A vida passou.Como fumaça.

Mas sabe, o meu amor.Que nas minhas catedrais.Ainda moras.Dentro de mim, qual chama cristalina.Novamente.Te acendo. Inteiro.

Roberto Augusto FerrariColegiado/Carapicuíba/SP

[email protected]

Nilza de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

lirismoenvolveentregaamorefelicidade.

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

ENTARDECER

A tarde declinava numa quietudeimpressionante quando me instaleinum dos apartamentos do hotel.Tive a sensação de que estavasozinho no mundo, confinado entrequatro paredes, lendo“Os Três Mosqueteiros”e vivendo as intrigase segredos de bastidores do reiLuís XIII, Ana de Áustria, cardealRichelieu, os três mosqueteiros,d’Artagnan...Os bons livros são ótimas companhias.Mesmo assim, pedi licença a AlexandreDumas, fechei o romance e saía caminhar pelo centro da cidade.Eu queria contemplar o entardecerna sua extrema beleza poética.

ACONCHEGO

Aconchego-me nos teus braços;com o teu calor me aqueço;com os teus beijos me entrego;no teu olhar eu vivo.

À TARDE CHEGAS

Sabendo que à tarde chegas.Meu pensar só faz lembrar crepusculos.Hoje, todas as manhãs se tornam tristes.E de tormento e tédio.A luz do leste só me traz Thanatos.Ao meio dia já me banho em floresminha pele treme ao fitar as horas.não sinto fome, mesmo de almoço prontoe a luz do oeste já me vem radianteA fome é outra. É de amores tantos.Quero que passe o tempo.Os minutos velhos.E venha a tarde, na quentura cálida.Te escutar chegando. Te ver na portaCom asas de luz e de desejos prontos.Só assim venho a ser eu de novo.

Maria Valeska L. CabralConselho/Rio de Janeiro/[email protected]

Robinson TuonColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

CÁRCERE HUMANO

É tão tardeO tempo passaE me desesperoPois fica cada vez mais tarde...

Preciso sair,Buscar o calor lá foraAqui o vazio me chega a toda horaE o frio da solidão congelaMeus sentimentos...

Preciso sair,Quero um sentidoPara não estar perdido...

Preciso sair,Sentir-me rodeado;Não adianta ser tudoCercado de nada!

É preciso que me desejem,Que disputem meus desejos.Quero o sentido do Ter,A malícia do ser,O prazer do querer...

Chega de ecos, de sombras,De cortina imóvel!Chega de sereno entrando manso,Chega de silêncio!

É preciso dizerSe fazer existir,Romper a parede inox da solidão,Esquecer o submundo,Olhar o mundo e fazer-se parte dele.

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/[email protected]

AMOR DE POETA

O poeta ama Renata, Ana ou Claudina, ama Helena, Marina, Elza e Diná;deseja e tem nos braços Coralina,mas, com Matilde, à noite, sonhará.

O poeta, diz amar Célia e Celina.Seus beijos são p´ra Estela e Dinorah...Seu coração por elas treme e rima,Rosa, Violeta, Flora e Mariah!...

À todas, ele engana com poemas(louras, mulatas, negras ou morenas)cheios de amor, do amor que o domina...

È assim que o poeta se sustenta:mentindo a própria dor - vã e cruenta -que sente pela ingrata... Madalena.

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------4544

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Teresa PicinatoColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

DESCENDÊNCIA

Eu sou o frutoMeio amargo, meio doce,Procedente da terraArada, carpida, ceifada,Galgada por carroças e seus cavalos,Tropeiros e cavaleiros...

Sou o fim do meio sofrido,Da enxada, do facão,Das mãos calejadas, da roça plantadaDa roupa lavadaDa pobreza e da desilusão.

Sou esperança,Sou segurançaDos que gerei;Sou a continuidade,O caminho que segue,Aquela que procedeDa velha geração... Serei passado,

Serei lembrança,Cinzas, alimento de vermes...Não mais criança.Serei o ontem, a história,Um marco na vida realSerei a árvore que deu frutoMeio amargo, meio doce,Parte de um processo naturalDa sobrevivência humana.

Um haicai puronão prescinde de kigô.Primavera, arigatô.

Vera Regina de BarcellosConselho/Florianópolis/[email protected]

SE QUISERES...

Neste mês natalinoFaça a festa de NatalEnviando mensagensAqueles que tensDificuldade de ama-los!Reze por eles...Envie-lhes bons pensamentosSorria-lhesO bem que tens dentro de ti mesmoQue...Muitos te sorrirão naturalmenteAo teu coraçãoOs bons pensamentos que enviar-lhesVoltarão a ti em forma de bênçãos !Presta-lhes um favorCom amor...Mil cores voltarão a tiEm plumas e em asasDe paz...De carinhos...De amizade...De afeto...De saúde...De compreensão...Mil tons do amor de DeusNatal é isto!É viver plenamenteA caridade de encontro a todos os seresQue estão no mesmo caminho que o teuCaminho de Luz em direção a Deus!

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Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

A MOÇA DE ONTEM

O vizinho da casa branca, outra vez diz o que sabe:-- A casa aí tá desocupada. A mulher bonita, parece, foi morar

com o ricaço na Praia de Maria Farinha.Ele aquiesce nervoso:-- Sim, sim.-- Mas, assim é a vida. Cada um na sua. A menina sabe o que

quer.Então, prático, se reentrega à realidade:-- Quer entrar um pouquinho, Ivan? Tenho de fazer um

servicinho...-- Não, Seu Durval. Obrigado. Até.-- Até esse menino. Vai com Deus!A moça bonita partiu. E sentirá a falta da imagem que lhe

despertava a energia positiva, a sensação boa que lhe aquecia o coração, enchendo-o daesperança de uma amizade...

-- Assim é a vida.

Wagner Luiz AndrioteColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Zeila Fátima GiangiácomoDecana/Sorocaba/SP

[email protected]

SEM SOL

Por que será que a fonte secaem certos dias nublados?Por que olhos tentam ver,mas se atolam em lamaçaise o pranto borda poças,lavandovoz de pardais?Por que na tua distância,certos dias tornam-se anose puxam pesos de dor,algemados na paixão? Por quê?

CERZIDEIRA

Início do século passadoMeia fina era importadaQuando o fio era partido,Puxado,Pra cerzideira era levadoO artigo era raroMeia fina era caraA cerzideira cobrava e arrumavaFio a fio era cuidadoCom boa linha trabalhadaServiço artesanalPerfeito no finalA cerzideira profissionalNão mais existeHoje a meiaCom fio de linha puxada,Esburacada não é cerzidaÉ substituída.

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46 47------------- ------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Três autores, com dezenas de livros publicados,lançam dois livros. Carlos de Morais, de São Paulo/SP, Cadeira Danilo Sancinetti, da Área de Letras, daGaleria dos Academicus Praeclarus do Clube dosEscritores Piracicaba, lança pela Editora Scortecci umlivro de poesias “Cantata” e um livro infantiltotalmente ilustrado “Quem não sabe o que quer”,baseado em história do folclore nordestino

Pedro de Quadros Du Bois, de Balneário Camboriú/SC, Cadeira Tereza Salvatti Delghingaro, da Áreade Letras, da Galeria dos Academicus Praeclarus doClube dos Escritores Piracicaba, é outro autor commuitos livros publicados, que lança dois livros depoesias, em edição do autor. “Poeta em Obras”, quena verdade é uma coleção e “Primeiro Exercício”.

Carlos Moraes Júnior, de Piracicaba/SP, CadeiraJoão Chiarini, da Área de letras, da Galeria dosAcademicus Praeclarus do Clube dos EscritoresPiracicaba, também com dezenas de livrospublicados, lança mais dois e-books, de poesiasda sua “Coleção Carlos Moraes Júnior”. Trata-sedos livros “Duende” e “Súbito”. Todas as capasda coleção são desenhos do autor.

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected]

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

TEMPESTADE E BONANÇA

Retira de ti esta procelaNão ocultes os segredosem torre de marfimVê o despeitar da chuva,que as reservas do céu desabem

Queres que aquela nuvemnão seja passageiraFaze com que o vaga-lume rutileE o seu pescar reflita na tela do céu

Renasça a perspectivade uma nova esperançaQue ela não seja prenuncio do malQue as aves da arribação encontremseu destino além-mar.

TERNAS EMOÇÕES

Jurei amar-te tanto e com ternura,E hoje vivendo tão grande emoção,Minh’alma desconhece o que é amargura,Pois o amor fez vibrar meu coração...

És para mim,divina criatura, Tudo que implorei em minha oração,Alma sensível e por demais pura;Aos céus bendigo por esta união!

Nosso amor que é tão terno e conscienteEmoção a embalar-nos docemente,E fruto de um profundo sentimento...

£m desejos sutis nos completamos,Ao verdadeiro amor nos entregamosMa intensidade de cada momento

Terezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

Minha casa-lar só é casapelo que dentro contém.Sem vocês tristeza arrasa,é lar fri sem ninguém.

Muitas pessoas no Brasil dizem “pobrema”. A pronúnciaoficial, no entanto, deve ser sempre como se grafa a palavra: pro-ble-ma.

A ciência que se ocupa desses desvios de pronúncia é afonoaudiologia. A fonoaudióloga Sandra Pela fala a respeito do assunto: “O trato vocalé que dá a característica específica de cada som.Por exemplo: se o ar sai mais pelo nariz doque pela boca, temos os sons nasais, como na pronúncia das letras ‘m’ e ‘n’. Se o som éproduzido durante o fechamento dos lábios, temos os sons das letras ‘p’ e ‘b’. Quandoesse mecanismo da fala está alterado, temos um fenômeno que é conhecido, atualmente,como dislalia ou distúrbio articulatório. Antigamente era chamado de rotacismo.

No caso das crianças, o problema pode ser decorrência de umatraso no desenvolvimento e de alterações na habilidade motora ou no comando dosistema nervoso central. No caso dos adultos, podemos pensar em trocas articulatóriasdos fonemas - como falar ‘Cráudia’ em lugar de ‘Cláudia’, ou de sílabas. A pessoa faz essaalteração muitas vezes em decorrência do seu meio cultura”.

Como vimos, o problema tem explicação científica e há soluçãopara ele. A pessoa pode fazer um tratamento para aprender a empostar a voz, a pronunciarmelhor as palavras.O importante é que ninguém seja discriminado por isso.

MISTÉRIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA

*Fonte: Pasquale Cipro Neto

Do caçador oniclasta,Que tanto à noite ou de dia,Com torpe ferro, devassaA indefensa bicharia!

João Bosco de CastroPraeclarus/Belo Horizonte/MG

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