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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXII Fevereiro de 2016 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 008 - Carlos de Morais - Patrono: Danilo Sancinetti TEREMOS ELEIÇÃO ESTE ANO ACADEMICUS PRAECLARUS 259

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA

ANO XXII Fevereiro de 2016

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 008 - Carlos de Morais - Patrono: Danilo Sancinetti

TEREMOS ELEIÇÃO ESTE ANO

ACADEMICUSPRAECLARUS

259

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2 3EDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIALEDITORIAL

Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e Arte Final,Administração,Publicidade e Correspondência: Coopia Digitação e Serviços Editoriais, RuaJacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP. Não fornecemos númerosatrasados. Matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.CNPJ:01.061395/0001-03. Fonefax: (0xx19) 3426-8568. Editor Responsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836.E-mail: [email protected] Site: www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta8013-6, Agência 4252-8, Banco do Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

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Carlos Moraes Júnior

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

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Não existe coisa mais desagradável para mim do que cobrar,lembrar, relembrar as pessoas que têm de fazer isso ou aquilo, ainda mais depois que essaspessoas já receberam dezenas de e-mails falando a mesma coisa.

Eu fico envergonhado de falar com uma pessoa a quem eumandei vários e-mails sem resposta, deixei vários recados telefônicos sem retorno e dequem recebi várias promessas vazias, e dizer-lhe que ela tem de fazer isso ou aquilo até taldia. Juro! Não tenho estômago para tanto descaso, tanto desinteresse e tanta falta deconsideração. Sou ocupado, tenho problemas, como todo mundo, mas nunca fuideselegante, nunca fui mal educado com ninguém, porque penso que todas as pessoasmerecem uma resposta, consideração e respeito.

O Clube fará eleições em abril deste ano e vamos enviar aconhecida Procuração para que as pessoas assinem e mandem de volta com firmareconhecida. Juro! Não entendo como uma pessoa pode fazer parte de uma entidade, deuma associação, por mais de vinte anos sem jamais ter votado, porque tem de pagar o valorde um reconhecimento de firma e de uma carta que custa quarenta centavos uma vez a cadaquatro anos! Não teria coragem de deixar de enviar uma Procuração por essa razão. Porqueiria ficar muito envergonhado se fizesse isso. Mas tem gente que faz e nem fica vermelho!Eestá sendo difícil montar uma chapa para concorrer à eleição. A dificuldade sempre existiue por isso o Clube sempre teve eleição com chapa única!

Mas essa fato acontece no Clube durante estes últimos vintee seis anos, corriqueiramente, porque as pessoas dizem que é duro gastar seis reais a cadaquatro anos para votar! E com isso, a Diretoria é eleita sempre com dez, doze votos. E temos640 Acadêmicos. Existe desinteresse maior que esse? Onde nós estamos, gente!

A que ponto nós chegamos? Todo mundo quer revista empapel, mas em 2015 o Clube ficou sem receber um centavo, de agosto até novembro, e 217pessoas, mormente tenham recebido telefonemas, e-mail, carta, ainda não pagaram aanuidade/15, que teve seu último prazo em junho do ano passado!

Por isso o balanço de 2015 assustou!Recebemos em relação a 2014, 20 mil a menos. Como é que vou fazerrevista em papel. Ensinem-me a mágica!

TEREMOS ELEIÇÃO ESTE ANO CINEMA PARAISO

Quando lembramos dos tempos áureos dos cinemas, nos dámuitas saudades. A maioria das pessoas de qualquer idade tinha o cinema como referênciaprimordial de lazer, tanto à noite como nos matinês de fins de semana.

Onde hoje é o Clube Coronel Barbosa foi o Cine São José e asmatinês eram muito freqüentadas pela criançada e adolescentes da época, pelo horárioconveniente para a idade e pelos filmes seriados e mais baratos, porque passavam doisfilmes durante a tarde. E todos deviam voltar na próxima semana para assistir à continuaçãoda aventura que sempre parava num momento de suspense em que o mocinho estavaexposto a um perigo mortal, do qual sempre se safava de alguma maneira.

As crianças batiam os pés no chão do salão na maiorempolgação se integrando no papel do mocinho contra o monstro ou contra o bandido.Meninos passavam pelo corredor vendendo amendoins salgados, pipocas e balas econforme as cenas de perigo iminente tudo era comido, mastigado afoitamente e sem parar,por causa da tensão da cena. O vendedor de amendoins não desejava outro emprego, poisassistia todo filme de graça.O cinema freqüentado pela elite nessa época era o CineBroadway na Rua São José, onde passavam os filmes melhores, de mais classe e paraadultos. Muitos menores de idade se fossem altos procuravam enganar o porteiro mentindoa idade, só para poderem entrar. As moças ocupavam suas cadeiras mas não paravamquietas no lugar, era um tal de ir ao banheiro ou falar com alguma amiga que estava maisatrás. Depois ficavam em pé, de costas para a tela, para serem vistas pelos rapazes epoderem flertar, até se apagarem as luzes da sala de espetáculo. Era um verdadeiro footingdentro do cinema.Era moda ter um leque de sândalo, e coitado de quem se sentava perto dadona do leque, porque o aroma forte do perfume impregnava todo o ambiente. Tambémprocuravam estrear uma roupa nova para ir ao cinema. Os rapazes que tinham terno delinho branco 120, passado a ferro com todo carinho, costumavam rolar um pouco na camapara amassá-lo, para não parecer um terno recém-saído do cabide.

Os namorados não entravam juntos, para que os pais nãopercebessem, ou por falta de dinheiro para bancar o ingresso da namorada. A mesada eracurta. Então, no apagar das luzes, os namorados iam se sentar nas poltronas reservadaspara eles pelas namoradas. “No escurinho do cinema chupando dropes de anis” era olugar ideal para uma aproximação mais envolvente e romântica. Mas o lanterninha nãodava trégua aos casaizinhos, iluminando-os e pegando-os no flagrante delito.

Alguns engraçadinhos imitavam galinha, pato, bem na horamais dramática da cena de amor que o filme exibia. Era só risada. Nossa! Como a gente rianaquela época! Ríamos de tudo! Outros cinemas como o Colonial, o Politeama e depois oPalácio ficaram famosos em diferentes épocas, com filas enormes para comprar o ingressoe para entrar. Com o advento da televisão os cinemas foram decaindo até serem fechados,encerrando uma época áurea que marcou muito, principalmente a juventude daquela época.

Do cinema do Comurba é melhor nem falar, nem deu paratomar o gostinho, caiu como um castelo de cartas.

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Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

Os filmes musicais e românticos influenciaram bastante asjovens da época que os preferiam e quanto aos rapazes gostavam mesmo de temas defaroeste cheios de poeira. Nos banheiros, embaixo dos chuveiros soltavam as vozesimitando Bing Crosby, Gene Kelly, Doris Day. As roupas de Elisabeth Taylor, MarilynMonroe e outras mais, eram imitadas. O estilo de vida americana influenciou muito nessaépoca.Os filmes traziam exemplos de famílias bem formadas, que mostravam o respeitoentre pais e filhos e entre irmãos. As domésticas, agregadas na família, eram amigas detodos e amadas pelas crianças da casa.

Havia cenas pungentes de união familiar e amor entre elestodos. A cachorra Lassie dominava e passava só exemplos de fidelidade.Pensando em tudo isso vem à minha mente o titulo de um filme que definebem essa época :”Como era verde meu vale.”

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

PROFECIAS DE MERLIN

Muitos já ouviram falar de Merlin, principalmente crianças ejovens. Lenda? Realidade? A referência à Merlin vem do século XIII, sem muitas explicaçõesou sem muitos dados. Segundo consta ele era o protetor do Rei Arthur sem poder usar amagia, num reino em que a magia era proibida e punida com a morte. Merlin também fezsuas previsões.“O dragão aparecerá entre os homens em torno do ano 2000.

E aparecerá vitorioso, cheio de honrarias. Mas será bom queos homens mantenham seu olhar fixo na Toscana (Itália) porque será desse lado queaparecerá o dragão. E ali serão sacrificadas as virgens.Perto do fim do mundo, quando osol e a lua mudarão,os grifo virão para comer o trigo. Os reinos serão cheios de lágrimas.O Sol se demorará no Oriente e a Lua no Ocidente. Na época em que os homens terãofilhos mais raramente, as pessoas perderão a fé. O mundo será extremamente mau.Ospequenos serão esmagados. Os grifos voarão sobre o Egito.”

Os estudiosos concluíram que Merlin fala do surgimento deorganizações extremistas e a referência que faz ao sacrifício das virgens, entendem osestudiosos, que a referencia faz-se a países envolvidos e que o principio de tudo será naItália. O fim virá com a natureza mostrando ao homem que ele não tem o poder que querdemonstrar ter. O Egito, provavelmente será a origem de uma guerra mundial.Quantomais se aprofundam nestes assuntos, fica-se espantado como os povosantigos sabiam de muita coisa que nem podemos imaginar. Quando sedescobre um objeto do passado ninguém sabe, na realidade, para queaquilo servia, e quase sempre as explicações são inaceitáveis e tolas.

Teresa PicinatoColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

[email protected]

O jornalista blogueirofaz nos tempos de internetum trabalho alvissareirode dentro da sua kitnet.

BRILHO EFÊMERO

Eu te vi. Tu me viste. Raro instanteaquele, de nascente fantasia.Te fitei. Me fitaste. Só eu viaa luz do teu olhar raro e excitante.

Impregnado de ti, do fascinantemistério e sedução que me envolvia,sonhei promessas tantas, vi magia...—Do teu sutil aceno, fiz-me amante.

Cativo da energia do teu gesto,embebi-me de ti, em manifestosinal de submissão, rendido e amando

fui prostar-me aos teus pés, mas, oh! tristeza,já te foras envolta em sutilezareinar no espaço azul, mas, até quando? Alais Monteiro Pickersgill

Praeclarus/Rio Grande/[email protected]

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/[email protected]

PASSOS DA VIDA

De lado, eu sintoa vida passara passos largosdeixando-me para trás.E eu vou lutandoe batalhando para ficar.Se viro-me novamentepara outra direção,também encontro-meseguindo... Partindo,dando-me o braçopara continuar...Sem reclamar,sem chorar,sem desistir!

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

[email protected]

INQUIETUDE

A noite desnudameus mistériosmais profundos.Meu corpo inquietovagueia nos sonhos.Na volta do tempote encontro, te abraçomais que antes.De volta ao tempopor que não écomo antes.

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Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

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Amália Marie Gerda BornheimDecana/Caxias do Sulk/RS

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL----------------------------------------- POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL-----------------------------------------

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/[email protected]

MAMÃE

Ser mamãe é estar num paraísoAmar seus filhos sempre com sorrisoDedicar sua vida aos entes queridos,Para com amor serem ungidos.

Mãe, bondosa e atenta a todo momento,Para cuidar dos filhos com carinho ediscernimento.Mãe com seu amor angelicalTransmite ternura sacramentai!

Mãe, tu és o amor, a luz e a bondadeQue ama seus filhos em qualquer idade!Mãe, sinônimo de abnegação e amorAma seus filhos com todo o ardor!

Mãe, és a luz que seus filhos iluminaCom suas orações caminha comemoçãoExalta seu amor maternal comsublimaçãoSmpre vou orar a você de coração!

A BUSCA CERTA

E disse o garimpeiro pensativo,Sentado à beira rio, em tarde finda:Lá se vai mais um dia cansativoE o meu tesouro não achei ainda.

E quantas horas que já despendi,Dias e meses, quem sabe até anos,Desiludido vou sair daquiLevo comigo só meus desenganos.

E caminhando pela estrada afora,Os apetrechos nos ombros levando,A lamentar sua vã penhora,Inconformado foi choramingando.

Ao pé da serra, para descansar,Aconchegou-se num hostil rochedo,Ao cerrar olhos, deitou a sonharE aquele sonho desfez-lhe o segredo

Uma mensagem veio em seu sonharUm anjo bom passou-lhe um conselho,Se é diamante que queres achar,Levanta a face, olha-te no espelho.

MENSAGEM DO POETA

Em pequenos papeluchosborrões de tintasinúmeros matizeso que quis dizer o poeta?(ou teria sido um pintor?)Seriam palavras inventadas?cifradas? Um código?Vãs mensagens indecifradasnesses derradeiros versos seus!(...nem o poeta podemarcar presença em seu últimoadeus!)

Com a tua sede ardentesó tivemos prejuízo:num beijo perdeste um dentee noutro beijo, o juízo.

NAS TEIAS DA VIDA

Dor, saudade, medoFrio na alma, solidãoNo romance o seu enredoNa rua, a contra mãoEm suas mãos, o brinquedoA resvalar em segredoA alma, o seu coração

Tristeza do canto vazioLembranças do bom momentoSaudades do vento vadioTorvelinhos dos seus cabelosEm desvelos, macios

Mãos que afagam somenteCalor que abrasa seu frioCompanheiro de agoraLembranças de outroraDoente, sozinho, sadio?

Em cada canto a saudadeCada pranto da ingratidãoFilamentos de bondadeCrepúsculos de boa vontadeUltimas notas de cançãoO ninar dos meus abraçosO quebrar do seu brinquedoO medo da solidãoA certeza do passadoSou o prazer da gratidão.

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ

DIALOGO COM O BEM-TE-VI

Morei em Friburgo,Sobretudo morei,Melhor dizendo,Em Nova Friburgo.É importante deixarBem claro que:Morei em Nova Friburgo.Lá a paisagem,O clima e o povoSão belas miragens.Daí, minha saudade,Condimentada com uma historinha.À tarde eu conversava com um bem-te-viQue era audacioso,Pois vivia à procura de um gavião,A fim de provocá-lo.Como não o encontrava,Sabendo que eu estavaEm minha pequenina varanda,Ele me encarava aos “gritos”,E eu lhe dizia: cante mais baixinho.Atrevido que era,Meu suposto desavindoCantava mais alto,Mais alto, mais alto.Quando percebiaQue eu estava zangado, bravo,Dava um trinado bem mais alto,E partia,Para, no dia seguinte,Voltar sorrindo,

De mim, é claro!

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Antonio RodriguesAssinante/Santos/SP

CONFISSÃO

Estou te telefonando só para te contarTe amo, te quero, só penso em te beijarEstar contigo mais vezes, diariamenteTe fazer carinhos, e tê-los, docemente

Sentir junto a mim, do teu corpo, o calorDe modo tímido, sincero, repleto de amorAconteceu... juntos não pudemos evitarEstávamos predestinados para amar

Preencheste minha vida com carinhoFoste me invadindo devagarinhoEu fui ficando em graça, desvairadoQuantos anos faz que não era assimamado

Vem amor, envolve toda minh’almaSem pressa, docemente e com calmaMeu coração, meu corpo te pertenceQuero-te da mesma forma,O amor sempre vence

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

Caris Licia Garcia do AmaralPraeclarus/Indaiatuba/[email protected]

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/PR

[email protected]

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

[email protected]

POESIA

Sempre jorrando o cultivoDo fontanário das imaginaçõesA arte dos versos mutuandoCom a riqueza das inspirações

Que sentimento mágicoTransbordando das captaçõesDecorrentes do quotidianoAssimiladas nas observações

O liberalismo vívidoPenetra fundo nas emoçõesAté do que ficou no transactoMovimentando as sensações

Poetizar é real encantoEm transmitir muitas ilusõesMas também o que é verdadeiroTocando outros corações

NATACHA

Natacha... avenca verdejante,Que ri, que brinca e me faz feliz,Anjo loiro, estrela brilhante,Candura que eu sempre quis.

Vem cá, me dá um beijoMe abraça flor de cetim,Far-te-ei todo desejoSerás meu anjo querubim...

Terás brinquedos, carinho,Amor de pai em oraçãoViverás como um anjinhoDentro do meu coração...

UM ÍNDIO FOIPASSEAR NA CIDADE

Um índio saiu da triboFoi passear na cidadeCom arco e flechaFoi a pé e sem pressaUm passo, o outroUma calma passada

Um índio saiu da triboCom a pele pintadaCom semente de urucuDe cueca, de calçaProtegendo o bumbum

Um índio saiu da triboTrazendo sua culturaVeio pra nossa cidadeComigo, contigo veiofazer amizade

Um índio voltou pra triboLevando carinho consigoFoi recebido em festaPela tribo, pelo pajéFazendo o sinal da fé

Salve o índio, o primeirohabitante do Brasil!

LIVRE ARBÍTRIO Belíssima natureza que me faz meditar.Agir como os pássaros nos jardins.Imaginando idéias triunfantespara a humanidade vivenciar.Tendo a consciênciado que é existir livremente. Nesse momento em que vivo,sinto-me como um pássaro no jardim.Entre os galhos frondososdas árvores verdes.Admirando as flores coloridasque a vida pode proporcionar. No silencio da natureza, sobreos galhos das verdes árvores.Onde os pássaros gorjeiamo seu canto alegremente.Transmitindo o que temdentro do coração.Ali, passo a ter conhecimentodo paraíso dos pássaros. Livres sobre a terra, no espaço,no seu mundo.Trabalham intensamentedistribuindo as sementespara a reprodução.Cada um tem o livre-arbítriopara seguir o caminho,e colaborar em benefício do mundo.

MINHA VITÓRIA

Já vejo o raiarDe minha vitóriaDespontando no horizonte,Brilhando no céu,Reluzindo no firmamento.Como é bonitoO brilho da minha vitóriaQue espanta a escuridãoDa noite da minha dor.Você, minha morena,É a luz que iluminaA minha existência,O meu presente,O meu passado,meu futuro.Você é tudo pra mim,Você faz parte do meu mundo,Só você, minha doce morena.

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

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CACHAÇA

Eu não posso esqueceraquele velho bar da praça.Lá que eu comecei a bebera doce e gostosa cachaça

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

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Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected]

O LUTO NÃO É O FINALQuando perdemos um ente querido, sentimos, sofremos,

temos que administrar; que trabalhar esta perda. Mas, com tantos sentimentos em ebuli-ção, neste momento, como lidar com esta perda se nunca aprendeu como fazê-lo. Oumelhor, por mais conhecimento que tenhamos sobre o assunto, quando isto ocorre comum ente muito querido, uma mãe, uma madrinha (que ocupa o lugar de uma segunda mãe),muito difícil, realmente se faz. Agora, lembremos frases de alguns pensadores, sobre oassunto: “Quando você nasceu todo mundo ria e você chorava; mas quando, você se foi,todo mundo chorava e você sorria!” (Confúcio)

Porque morremos? “Porque, com o tempo, rejuvenescer émortal! Por isso, morremos, morremos de vida!” (Edgar Morin) Daí, nos remetermos a(Heráclito), que afirma: “Viver de morte, morrer de vida!” O contato com a morte e omorrer, com as fantasias inconscientes que o acompanham; esses conflitos pessoais, a“fobia” ante a morte e o morrer e sua contrapartida contra fóbica, articulam-se comfatores sociais e culturais que têm tornado a morte como algo “feio”, inoportuno, quedeve ser escondido e tratado com menosprezo. Essa “tanatocracia” tem sido ainda ques-tionada nos últimos anos, a autora pioneira, que abriu espaço para o que hoje chamamosde Tanatologia, foi Elisabeth Kübler-Ross, uma Psiquiatra suíço-americana. Preparo téc-nico, amor a verdade, capacidade empática, intuição, “capacidade de enfermar-se tempo-rariamente” (Bion), é o que nos facilitam esta convivência com a morte.

Em termos psicanalíticos observamos, que quando a morteestá chegando, o paciente utiliza de mecanismos de defesa primitivos, expelindo seusconteúdos aterrorizantes, “enfiando-os” nas pessoas próximas (identificação projetiva),que passam a sentirem-se responsáveis pelo sofrimento, merecendo serem punidos. Nãonos esqueçamos de que os vários estágios se interpenetram e se alternam, permitindoque os pacientes, passem por momentos de raiva, de negação e depois voltem a esteestágio de uma calma aparente, a calma do naufrago! Pois na hora da morte: “existe certocontrole sobre o momento, se existe força vital para tal”.

Outros parecerão fenomenologicamente deprimidos, voltan-do o ódio para si mesmo, numa depressão persecutória. Daí os Cuidados Paliativos; quedevem levar em conta, as pendências emocionais, que segundo (Kübler-Ross), são fatosou fantasias que não puderam ser trabalhadas em momentos anteriores. Correspondem agrandes frustrações que não foram resolvidas, lutos mal elaborados, raivas não ditas,segredos que não puderam ser contados, etc. As crianças têm menos pendências aresolver, portanto, absorve o luto, a perda mais facilmente. A família madura forma umanova célula, que não tenha lutos, dívidas e pesares com os seus antepassados.

Nossas funções egoícas: nossa matilha de lobos!...Este tra-balho deverá ser feito, com os problemas emocionais em cada um dos seguintes persona-gens: no paciente, na família, no médico, na equipe assistencial, na instituição e na suasub-cultura. Vocês, meus leitores, que estão acostumados com o meu estilo e tipo deassunto, que abordo com frequência; devem ter se sentido espantado com este tema queescolhi. Mas, é que estou vivenciando momento, a perda da minha querida madrinha:Cacilda; última irmã que ainda estava viva, do meu pai.

A morte, quando digna, permite que esses aspectossejam resolvidos, elaborados!... Cada um de nós compõe a sua história... Ecada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz!...

SALVAR A CULTURARecentemente, numa viagem de turismo pelo continente

europeu, tive a oportunidade de conviver por algumas semanas com turistas devárias nacionalidades. Na passagem pela Grécia, tínhamos um grupo bastantediversificado no que tange a pluralidade de comportamento e reações relativas acada explicação da nossa guia tu- rústica, uma jovem grega que agilmente discorriaaté com certo grau de emoção, sobre a história deste belo país. Alguns dos presentestinham até lágrimas nos olhos ao ouvir daquela jovem uma verdadeira aula de culturacontada a partir do berço, onde tudo co- meçou. Estavam ali holandeses, espanhóis,portugueses, americanos, argentinos e fe- lizmente um bom número de brasileiros,que assim como eu ficamos extasiados não só pelas narrativas daquela jovem. Tudoestava ali, pertinho de cada um de nós, absoluta- mente a disposição dos nossosolhos e ao toque de nossas mãos.

Aquelas ruínas as quais só víamos em livros de histórias,ou naqueles filmes épicos antigos estavam ali diante dos nossos olhos, aquelas enormespedras e colunas majestosas de antigos templos e palácios construídos pelos própriosgregos ou pelos conquistadores que também contribuíram de forma decisiva paraque hoje pudéssemos estudar com dados visuais e palpáveis a magnífica históriaque conta as maravilhas daquele pequeno, mas, fascinante país.

Ficaríamos horas divagando sobre tudo o que vimos eouvimos. Porém é preciso conter um pouco o nosso entusiasmo e voltarmos aconviver com uma realidade cada vez mais preocupante.De maneira até um poucodiscreta, mas já em adiantado processo de im-plantação. Eis que surge mais umaação destrutiva de nossos governantes. Querem a introdução nas nossas escolas doensino obrigatório da história da África, e os índios, desde que sejam latinos, ousejam ancestrais sul americanos. Tudo bem que estudemos os povos de todo oplaneta, sem distinção de nenhuma raça ou cultura. Ocorre que os nossos governantesquerem simplesmente a supressão do ensino da cultura ocidental, oriental, orientemédio etc. Tudo isso em prol da história africana. Até mesmo sobre os índios norte-americanos e canadenses foram ignorados, eles que fazem parte também de umacultura riquíssima.somos hoje, onde são várias as composições de natureza racial,social e política. Tudo o que foi ensinado até hoje não pode de maneira nenhuma sersimplesmente ser desprezado sob pena de nos tornarmos um povo sem história.Viveríamos um retrocesso monstruoso! O Brasil, o nosso povo não merece isto.Que os governantes respeitem pelo menos a fabulosa e fantástica CulturaUniversal

Américo da Silva TeixeiraColegiado/Rio Verde/GO

[email protected]

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12 13POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

DESCONHECIDA

Não sei nada de ti.Só conheço o amor.

Não exijo nada de ti.Nem mesmo o amor.Ele vem, ele vai:não se agradece o amor.

Mas, se tudo for mentiraeu te agradeço,pois nossos momentossão pedaços de eternidade.

O QUE DEVERIA SER E NÃO SER

As nuvensnão foram feitaspara esconder o sol,mas escondem.

Os juízesnão foram feitospara cometer injustiças,mas as cometem.

Os homensnão foram feitospara matar,mas matam.

As religiõesnão nasceram para fomentaro ódio, a guerra e a intolerânciaentre os povos,mas fomentam.

Os que levama palavra de Deusnão deveriam enriquecer,mas muitos se enriquecem.

A cor da pelenão foi feitavara discriminar o homem,mas o discrimina.

As juras de amordeveriam ser eternas...

ALMA SERENA

Ao caminhar na vidaQue eu tenha projetos novosQue eu tenha boas e novasexperiênciasQue tenha imaginaçãoE possa criarE amarE que na dorE nos sofrimentosNa adversidadeE nas horas tristes tenha féEsperançaE pazE que minha alma se mantenha forteSerenaE em equilíbrio.

Carmen Lúcia HusseinColegiado/São Paulo/SP

[email protected]

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

[email protected]

Carmen Maria F. PilottoAssinante/Piracicaba/[email protected]

Cecília Rodrigues de SouzaConselho/Manaus/[email protected]

THE END

Acabou-se tudo! O que era docepor pouco virou em sal, estragoupor amar quem achei que era certomeu coração sofreu; e chorou

Acabou-se mesmo! É verdadeos beijos que tão quentes recebios abraços de conforto que me davasas palavras ternas; tantas ouvi

Acabou-se amor! Durou poucoE pouco durou tanto caloro amor que dediquei e que juravasera mentira; nunca foi amor

Bem diz o poeta: “— Maluco o que ama..”Então sou maluca por sofrere sofro por amar alguém indignoque amei somente por querer

Acabou-se amor! É o fim!

SENILIDADE

Beirais refletidos por poentesvisões de nostálgicos dias idostestemunhos consensuais de beijos arrebatadossorvendo suores e paixões desenfreadas

Nas telhas carcomidas, resquícios de sonhosda juventude que se fez carne-desejo

e habitou esquinas desvalidasescondendo corpos e sexo brejeiro

E na mornidão da rotina da maturidadeos ressequidos lábios repletos de saudadesnuma aniquilada consciência de finitudearrefecem e aniquilam a alma...

ILUSÃO

Minha vida é uma ilusão!Nela, tu aparecesteQuando eu menos esperavaE tomaste proporçõesTão volumosasQue, quando percebi,Não cabias mais em mim.

Tudo reflete tua imagem!Começo a sorrir, cantar, brincar...E me encanto comigoPelo simples fato de te amar.Imagino que estaisSempre ao meu lado,Sinto teu olhar tão expressivo,Tão penetrante,Que chego a ouvir tua voz.Vejo-te tão nítido, tão concreto,Tão dono do meu ser,Que nem percebo estarA frente de uma parede...

É engraçado como penso em ti.Aliás, só penso em ti!Chega a ser até uma obsessão.Quando te vejo no terraçoOu te encontro nasEsquinas da vida,Procuro roubar migalhasDo teu olhar, da tua atenção,E é sempre tão rápido,Tão estonteante, tão confuso,Que penso ser a reciprocidadeFruto da minha imaginação.

Que tolice, não possoPensar assim!Tudo precisa - e como precisa -Ser realPara manter viva a ilusão,A ilusão de que és meu,Que me desejas,Que precisas de mim,Que há uma chama entre nósQue aquece, queima, ilumina, atrai...Será mesmo ilusão?Ilusão ou não, que importa?Afinal, faz bem, muito bem

Ao meu coração!

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Cecy Barbosa CamposPraeclarus/Juiz de Fora/MG

[email protected]

Cenira Almeida NogueiraColegiado/Mauá/SP

Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

Ceres Marylise R. SouzaPraeclarus/Itabuna/[email protected]

CENA MATINAL

A lua tentava escapardo mar que, impetuoso,lançava-se sobre elae inundava de azulas montanhas atrevidas.A cerração encobria o valeescondendo as casase os pensamentosdos homens.As árvores brotavamdas nuvense se despiam da névoasoltando suas longascabeleiras verdes.O sol as beijava,lascivamente,escorregando, afoito,por seus membrosmolhados de orvalho.Aquele êxtase se transmitiapor toda a naturezano surgimentodo dia que nascia.

AVESSO DA IMAGEM

Eu a vi pelo espelho:o passo lento, arrastado,a roupa sem graçae o cabelo sem cuidado.

Era a própria imagem do cansaço,Tão deprimida e triste...

Um corpo sem vidaque se aproximavaquase sem destino.

Uma morta-vivacuja única chamaera o seu olhar triste.

... em frente ao espelho.Eu a vi... Era o meu olhar!

MEU LENCINHO

No tempo de minha avó.A jovem tinha lencinho.Entretanto era costume.Quando ela passeava.Ao pretendente jogavaCom aroma de perfume.

Com todo charme elegante.Confiante ela aguardava.Com seu olhar penetrantePara o escolhido pegar.De longe ela esperavaO resultado chegar.Nesse assédio bem antigo.Tinha muito o examinar:O correio os amigos.Que marcavam o lugar.Fazia -se de cupido.Pro namoro começar.

Momento já extinto.Deixou história á contar.Ainda há o faminto.Do outrora recordar.Tempo bom tempo ido.Dificil de retornar:

Hoje inexiste namoro.Primeiramente ficar.Ficou atrás o decoro. Que só dá o que falar.Agonia até aos pais.Com atitude audaz.

Que. saudade do lencinho.Foi tragado pelo tempo.Emurcheceu docemente.Tão célere quão vento.Deixou orvalho ardente.Inesquecível pra sempre.

RASTROS DO TEMPO

Não mandem calar minha saudade agora!Busquei o mundo, fiquei muito tempo fora.Ponham copos nesta mesa abandonada,onde jogamos cartas e destinos.

Não abram as janelas já tão carcomidaspelo tempo passado - pó da vida,desta casa que gentil me abrigounas brincadeiras inocentes de menina.

Não acendam a luz, meus pés conhecemo vício dos degraus, os corredores,as portas que abrem sempre suas asasaos quartos amplos e acolhedores.

Ouço risos de crianças pela sala,correndo à toa em busca de emoçãoou em colchões já rotos, desbotadosdeslizando sobre um largo corrimão.

Nas paredes há sombras que estremecemcom o bater dos corações - velhos rumores,que um dia preencheram minha infânciae nunca me mostraram dissabores.

Quero sentar-me no colo da mamãe,adormecer com histórias do papaie despertar ao som dos passarinhos,que cantavam saltitantes nos beirais.

Agora parto, saciada de fantasmas:são eles que abrem a porta do jardime ternamente beijam minhas faces.Já vou, já vou. Só vim saber de mim.

Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/SP

[email protected]

Djanira PioAssinante/São Paulo/[email protected]

POEMAS DO CHACAL

Num poema de Chacalencho-me de pavor:Mais amor, por favor.Mais favor, por amor.Mas amanhã será outro diafugaz e frugal como todos.Enfim,A vida é simples,ser feliz é simples,mas ser simples não é tão simples.Lendo poemas do Chacalcorro o risco de me tornar um cara legal.

OUTRA

Antes,eu era outra.Acreditava,lutava,teimavaqueria,desconheciao fator tempoe suas implicações.Eu era outra.

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16 17----------------OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO

INTERROGAÇÃO APENAS

Envolvida em faixas de luminosidade, silêncio noturno numlocal aconchegante, acordei energizada e comovida naquele treze de julho. Fui direto aoespelho e fixei meus olhos, na imagem dos meus olhos, franzi a testa, e vibrei.

– Hoje é meu aniversário!Afastei-me do espelho um pouco sonolenta ansiosa por

perceber a escuridão da noite, a esperar os primeiros raios do sol. Nesse momento insistipara que meu superego fosse buscar fatos pitorescos de outros aniversários natalícios.Recordei festas, festinhas, festanças; a felicidade de meus pais protegendo-me como agalinha choca cuida de sua prole, a alegria dos irmãos, dos amigos e dos presentes.

Que graça a boneca Natália, de cabeça de cerâmica e o corpode pano? Da pequenina e sorridente boneca Cristina Maria? O patinete que ganhei doFábio? E a bola de vôlei que foi dado pelo Pedro? Esses meus amigos maravilhosos eramrealmente especiais! Recordo também com saudade o anel de rubi, lindo no formato e corvibrante; da pulseira de metal nobre, ouro, de chapinha com meu nome gravado e outros.

Tudo encontrava-se guardado no meu relicário! Precisaintrospecção! Quanta emoção! Sentia-me uma rainha junto aos príncipes e princesas.

Toda lembrança aconteceu naquela madrugada onde osprimeiros raios de sol anunciando novo dia rompiam no horizonte, sem igual. Hoje, diatreze espero ter um dia cor-de-rosa, ensolarado, clima ameno, chuva rápida como as deverão que deverá permanecer colorindo o espaço por alguns minutos.

Quero também um delicioso bolo prestigio achocolatado egranulado, sem velinhas correspondendo aos passados anos.

A única exigência é que seja uma única velinha em ponto deinterrogação. O numero de velinhas e anos, pertencem ao passado.

Agora preocupo-me só com hoje, e com achegada de alguns parentes e amigos e de alguns presentes. Estes serãolembrados e citados no futuro, como objetos de referencia para o Amanhã.

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Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

A POLÍTICA DO AÇOUGUE

Com a aproximação das eleições, os partidos políticos searvoram para conseguir o poder, outros para continuar encima da carne seca.Surgemmuitas coligações com todos os tipos de partidos, inclusive os partidos formiguinhas,aqueles inexpressivos, que estão aí aos montes, correndo para lá e para cá, sem tercondições de sustentar um candidato de peso, ficam à procura de um lugar ao sol, esperandodesesperado um convite para integrar uma legenda, inventam um nome bonitinho comoSalvador vai mudar e pronto é só sair pela cidade gritando e prometendo tudo, mas oimportante é que esse partido formiguinha tenha uma parte nesse pedaço de carne frescaretalhada, nem que seja o rabo. Caso a legenda ganhe já no primeiro turno, tudo bem, éhora de preparar o cabide de carne fresca e esperar encostado, comendo o churrasco dopoder, se não conseguir ganhar logo de primeira, que mau!

Mais gente para fazer coligação, o prato de carne vai ficarmenor, mas como todo administrador que não se preze, ele tem que lidar com toda essasanha pelo poder, não importa como. Em tese o pedaço melhor da carne fica para o maiorpartido, o menor vai para os partidos miúdos, então porque não dá os miúdos do boi oudo porco para essa ralé? Assim vai se formando o bom administrador público, se nãohouver mais secretarias, empurre o tal coligado numa diretoria, se não houver diretoriapodemos colocar uma assessoria e pronto!

A competência vai para quem tem um peso maior no partido,coloca-se um monte de curso no exterior e ninguém reclama, pois o Neto ou bisneto dealgum malvado candidato sempre se torna santo, principalmente quando morre e algumusurário quer o churrasco só para si, esquecendo que tem que sobrar um pouquinho paraadministrar a cidade. Na festa da política é tudo assim, eles investem no seu balcão denegócios, fazem alianças sem saber de competência de ninguém e no finaldo turno, saem com seus carros oficiais olhando de cima para baixo,comemorando mais um dia de farra e o povo que fique olhando a carneapodrecer dentro desse açougue que é a política no Brasil.

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

[email protected]

Nestor Tambourindeguy Tangerini, poeta satírico, jornalista, escritor,compositor, caricaturista (de estilo cubista), teatrólogo e professor deportuguês, ex-funcionário do antigo DCT (Departamento de Correios eTelégrafos), nasceu a 23 de julho de 1895, em Piracicaba, Estado de SãoPaulo [filho do italiano (de Bolonha) Vittorio Tangerini e da gaúcha (deBagé) Domingas Tambopurindeguy Tangerini], deixou este livro desonetos satíricos “Humoradas”, cuja capa reproduzimos.

NESTOR TANGERINI LANÇA LIVRO DE SONETOS

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18 19 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------EU, ANTES DO EU MAIOR

No primeiro dia de dezembro do ano mil novecentos e trintae nove, quatro horas da madrugada, Ovulina, uma bonita e educada mocinha, serena, bemcomportada, partiu no trem expresso de Carangola, com destino ao Rio de Janeiro. Aopassar por Faria Lemos, vez primeira, Ovulina quase nada viu, pois a noite ainda deitavaseu manto sobre aquele pedaço de chão. Quando o trem se aproximou de Tombos, surgiramos primeiros raios de sol no horizonte e, logo após, ela muito se alegrou, ao admirar overde das matas, grandes árvores e belas plantações.

Dali em diante, sentada em seu banco de madeira, Ovulinanão tirou os olhos dos lugares por onde passava, e se extasiou com a beleza que sedescortinava a cada trecho da viagem, a cada curva que o trem vencia. Porciúncula,Eugenópolis, Patrocínio do Muriaé, Palma, Cisneiros, Recreio, Volta Grande, Porto Novodo Cunha, Além Paraíba e Sapucaia foram algumas cidades que conseguiu identificarpelos nomes das estações, em breves paradas, naquela viagem tão desejada que estavaa realizar.Também grande emoção Ovulina sentiu, quando o chefe do comboio passouentre os bancos, a anunciar que estavam a adentrar os arrabaldes de Três Rios e, logologo, chegariam à estação da famosa cidade. Ficariam parados por uma hora e teriamtempo adequado para o almoço. Ovulina não se conteve de felicidade, pois já estavam emterras do Rio de Janeiro. Finalmente, pisaria no solo fluminense.

Em poucos minutos, surgiram uma larga avenida, umaarborizada praça e muitos edifícios, de três e de quatro andares. Os olhos de Ovulina maisbrilharam, quando muitos companheiros de viagem chamaram-na para assistir com eles,das janelas, a chegada à estação de Três Rios.

Após aquela parada, para manutenção da máquina a vapor epara que todos pudessem fazer uma substancial refeição, Ovulina ouviu alguns apitos,feitos pelo chefe do trem, e, a seguir, também um apitar da máquina, bem comprido,executado pelo maquinista. O comboio se deslocou, lentamente, e deixou para trás abonita gare daquela estação. Em muitas outras localidades, com o trem em baixa velocidade,ela vislumbrou sua gente, suas casas, suas ruas, residenciais e comerciais, e se encheude júbilo, por estar a fazer aquela tão emocionante viagem.

No fim da tarde, ao chegar a Petrópolis, todos foramcientificados de que o comboio seria seccionado, para que os vagões descessem, um aum, a longa serra que tem o nome da imperial cidade. Curiosa, Ovulina acompanhoutodos os movimentos dos operadores daquela manobra. Lá embaixo, numa localidade denome Raiz da Serra, o comboio voltou a ser composto e partiu para a última etapa daviagem, puxado por uma nova locomotiva. Já era noite.

O trem atravessou a Baixada Fluminense num negror quenão permitiu a Ovulina ver um ser sequer. A fraca luz interna do teto do vagão, refletidanos vidros das janelas, também colaborou para que nada fosse visto no lado externo.Depois de breve parada na Cidade de Duque de Caxias, a euforia tomou conta de todos,pois foram avisados pelos useiros daquela viagem que, em menos de uma hora, chegariamà Estação de Barão de Mauá, na Cidade do Rio de Janeiro.

Às vinte e uma horas, a entrada na gare daquele bonitoterminal, o mais iluminado que haviam visto, até então, provocou lágrimas de alegria emmuitos passageiros. Alguns deles, mesmo já tendo realizado mais de dez viagens iguaisàquela, foram contaminados pela emoção dos estreantes.

À saída do vagão, no primeiro degrau da escada, Ovulinaaguardava a parada, para tocar o abençoado chão da terra onde viveria até o derradeirodia da sua vida. Ao fazê-lo, enxugou os olhos com um lenço e logo correu a abraçar seumarido, Semeão, que a esperava na gare. Beijaram-se, pegaram as malas e caminharampara a saída. Ainda mais emocionada Ovulina ficou, quando atravessaram o saguão daEstação de Barão de Mauá. Jamais aquela singela moça vira, ou imaginara existir, umaconstrução tão bela. O lindo piso, vitrais e lustres coloridos, pinturas, e arquitetura tãomarcante, tudo muito esmerado, lhe proporcionaram uma emoção sem par.Poucos minutos depois, Ovulina e Semeão já estavam na casa onde viveriam nos próximos

tempos. Ali, festejaram o Natal daquele ano e a chegada de mil novecentose quarenta. Nove meses depois, num dia quatro, eu nasci.

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

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Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

ROSAS

Colhi entre rosas rosa,A rosa mais cor de rosaE levei para a minha Rosa.Que tem a face tão rosa,Quanto tom daquela rosaQue escolhi entre outras rosas.

Depois disse, a minha Rosa,Segurando aquela rosa:Eu guardarei essa rosaQue tem o rosa tão rosa,Escolhida entre outras rosas,No fundo do coração.

Pois só assim essa rosaSer-me-á bem generosa E junto com teu amor,Terei vida “cor de rosa”.

PARA QUE O CHORO

se não varrerá o infortúniopara que a dançaela será a mestrade toda a trama

na tramae no tecidoda vidaque embala

os sonhosque venhamas cantigase as baladas

pares se dãoflores e amoresritmos e ritosconcessões e beijos

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Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

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GARGANTA DE OURO

Para melhorar meus versosMuito a eles me dedicoAo lembrar tenho saudadeE triste bastante ficoSabendo que já perdemosNosso cantor José Rico.

De São José do Belmonte,A sua terra natal,Em Pernambuco, saiu,E com voz fenomenal,Brilhou com intensidade,No cenário musical.

Com outro grande cantor,Dizer isso é necessário,Formou uma grande duplaDe alto valor monetárioSeu companheiro de arteChama-se Milionário.

Até na distante ChinaA dupla se apresentouNisso o nome do BrasilBastante valorizouEssa destacada glóriaNa nossa história ficou.

Quem nos traz muita alegriaNossa gratidão mereceO José Rico alegrou-nosQuem ama não o esqueceSeu cantar maravilhosoA nossa alma enternece.

Na estrada dessa vidaOnde há bom e ruimO querido José RicoJá alcançou o seu fimDesejo-lhe a paz eterna,O que desejo pra mim.

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

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Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

Darcy Reis RossiColegiado/São Paulo/[email protected]

MULTIFLOR

Esta rosa desbotadaJá tantas vezes beijadaPálido emblema de amor...É uma folha caídaDo livro da minha vidaUm canto imenso de dor!

Há que tempos! Bem me lembroFoi num dia de dezembro,Era a festa de tuas galas,Tu, entre todos, brilhavas,Como um astro cintilavas,Fulguravas dentre as alas!

Tua voz sobrassaíaDa mais doce melodiaDe um canto de querubim,Tive a impressão que ali estavas,E que essa noite cantavas,Que cantavas só pra mim!

Teu olhar me perseguiaDes do palco até a coxiaQual romântico arlequim,Como não iria amar-te,Nada mais sei que adorar-te,Do meu princípio ao meu fim!Deste-me a rosa dos beijos,Coberta por teus desejos,Num’ ânsia incontida, louca,De tua mão ao vir à minha,Não seguiu ela sozinha,Mais que rosa era tua boca!

Agora esta rubra flor,Tristonha, mudou de cor,Parece pálida vela,Que velando esta agonia,Transformou-se, ó alquimia,Em frágil rosa amarela!

MOVIMENTOS DOS SENTIDOS.

Quando os olhos choramMais do que sorriem,Tantas lágrimas não podemSer só de dor!Não existe uma vida assim:Que sofre, só sofre,Um sofrer sem fim!Quando a boca se escancaraMais do que chora,Tantos sorrisos não podemSer só de alegria!Não existe uma vida assim:Que só sorri, que só gargalha,Uma risada sem fim...Quando as emoções se alternam,E temos a percepção da razão delas;Como as noites vêm depois dos dias,Que se iniciam com as auroras,Vivemos uma vida sobre a terra...E não estamos mortos,E não somos só sofrimento,E não somos só alegrias...E não somos só fantasias...E não somos só desencantos...Estamos vivos,Pois o movimento dos sentidos,Garantem que não estamos imóveis,Ante a vida que em nós se apresenta,Nem deitados,Nem prostrados,Sob ela!Desejos que se conflitam...

ALVORADA NA SERRA

Um lusco-fusco surge lentamente,Um novo dia vai descortinar:Prepara o despontar do sol nascenteQue o dia vai decerto iluminar...

E Sol desponta por detrás dos montes,E abraça a natureza ternamente, Enquanto espalha pelos rios e fontesA sua claridade reluzente.

E a Serra lentamente se ilumina,Nessa alvorada que se dissemina,Que reina majestosa na amplidão....

E num cenário todo iluminado,A serra faz-se altar improvisado,O dia nesse altar faz sua oração!

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

DESEJO

DesejoTirar os lençóisDo seu corpo arfanteSentir n’almaTeu calorPara queEm arpejo quenteSe reveleO teu furor

Meu corpo a pulsarRendendo o teuRevelando lascívia em florEnchendo de delírioA camaO arO torpor

Desejo cravar-teO fogo da paixãoVoarEm cavalo aladoPelo fogo que ardeMas que não queimaO coração.

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2322 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

VOLTAR Á INFÂNCIA

Francisco FerreiraPraeclarus/Conceição do Mato Dentro/MG

[email protected]

Eliseu OroColegiado/Descanso/SCFilemon Félix de Moraes

Colegiado/Brasília/[email protected]

Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

[email protected]

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

DOR DE COTOVELO.

A dor decotovelo existee, não raro, elapersiste no ser bastantetriste...

Como édesoladore tambémdoloridoquando o amornão écorrespondido!

Nesse caso, queadiantaamar e não seramadose o amor não évalorizado?

Ela é despeitopara alguémque sem respeitovemferir o coraçãosem dó oucompaixão...

Mas que o bem-querer,então vença asbarreirase que ninguémcometa asneiras...

Voltar á infância seriaacordar todo diasem se preocuparcom remédioscompromissos,responsabilidades,reuniõese a terrível sensaçãode que não haverá tempop’ra tudo isso!

Ah! Doce infânciaquando tudo era tão fácil:ser bom, viver empaz, ser amigo;bastava um beijo ,um abraço,um sorrisop’ra esquecer mágoase evitar qualquer castigo!

Agora, meu despertaré cheio de cansaço!No quarto enormea cama vazia.Tanto por fazernaquele dia,e tão pouco gostarde tudo que faço...

Assim no peitonasçae semprerenasça,surgindo odesvelopra vencer

VERSOS QUE NÃO ENTRARAMNO POEMA ANTERIOR

... mas me esqueci de dizerque se não fora assim tão céticopensaria — mais que isso —me convenceria de queem outra encarnação...eu era um lobo africano!

A NOITE DO MEU AMANHÃ

Quando nasci, o brilho da noiteSe fazia presente.O sol estava em gêmeos,E a lua, brilhava em capricórnio.Era uma feliz combinação planetária,Porém Saturno ensejava,Como sempre, sacrifícios e sofrimentos.

Às sete horas do meu viverEle já se fazia presente e radicalmente.Somente fome, sol e sedeCaminhavam lado-a-ladoSorrindo de meu labuto.As vergonhas, decepções e desilusões.

Habitavam no salão de festaDe minha existência.As doze horas.Marte prevaleceu no alvo.

Foram anos de uma verdadeira dicotomia,felicidade e decepção.As dezoito horas,Júpiter veio juntamente com SaturnoMais uma vezEra o momento de liberdade,Na realidade,

Mais que uma liberdade.Foi uma verdadeiraRenúncia camuflada.Saiu um grande pesoDo teto do meu salão.Entretanto, a dor pela opção foi maior...Resta-me somente chegar

A noite do meu amanhã.São somente quatro horase Urano, Mercúrio, Júpiter e Netunoestarão bailando.

Serão anos. muitos anosOu apenas alguns dias.Tudo pode acontecer.

QUEDA

Calcar na rocha a rubrica da dortatuar no sangue espessocristalizar signosda cruz de todo o dia.

Pictografar a pelena tortura do voo revésdesguarnecido das asascom que sonhei-me anjoou pássaro...

Tanto mais a vida me refluimais me infinito em paradoxos.Assimilo-me às pedras e perdasfaço-me montanhas. Túmulos...

No desamparo da quedaapeado de asasem múltiplas âncorasálibis ou habeas-corpus tão inúteis.

O vôo se desata no chão.

ALIMENTO DA ALMA

Minha vida não teria sentidosem a dança.Vejo-a como uma fonte de alimentopara a minha alma.Sem a dança, eu não existiria.

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Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

[email protected]

Geraldo Gabriel BossiniColegiado/S. José do Rio Preto/SP

[email protected]

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

[email protected]

PESCADORES

Vivo dia e noiteembalado nasondas do mar,enfrentando afúria do vento.

Sou umsonhador queamo a vidae o fascíniodo mar.

Eu e o poetasomos exímiospescadores depeixes epalavras.

Eu ofereçoalimento aoshumanose o poetaencanto emagia asalmas.

E por fimlhe afirmo:o poeta émesmo umpescador depalavras, deidéias, demetáforas.

A MORTE DO ALPINISTA

Era o sonho dos velhos alpinistasTranspor aquele píncaro azuladoQue fitava orgulhoso, alcantilado,Da mesma cordilheira as outras cristas.

Alto e descomunal, enchia as vistasCom seu cabeço em neve coroado.Que deus o colocou naquele estado,Fora do alcance dos pincéis de artistas?

Um dia um resoluto quis transpô-lo.E feriu-se, e rasgou-se. O desconsoloEsse homem feroz nunca abateu.

Quando atingiu o azul da cordilheiraFincou no chão o mastro da bandeiraDeitou-se à sombra dela e ali morreu.

MUSA

Quando comigo estás, musa queridaA estrofe parece da mente borbulhar,Como pássaro, do ninho para a vidaQue novel vai na natureza acrisolar.

Alguém há de ler! Do coração nascidaA estrofe que a teus pés vai quedarSe me sorris, minh’alma de forças providaSolta espontânea rima; a fremir, a vibrarSe me falas, que adorável alento

A embalar a faina do meu pensamentoOutorgando ao intelecto mais vigorOlhando o luar, e a ti tão belaEu pedi ao Olimpo: Dai o Éden a elaE o meu profundo e dileto amor.

ILUSÕES DO CORAÇÃO

Sofro e meu coração dói neste abandonoQueria, uma vez mais, estar contigoOuvir-te em poucas e sonoras palavrasAbandonar-me em tuas caríciasE tocar-te o rosto marcado pelo sorriso

Ainda me lembro e as memórias insistemEm manter-te presente em minhas noitesInvadindo meus sonhos e reavivando cenasRecriando aquelas que não existem

Reescrevo nossa história com novas tintasMomentos que talvez nunca aconteçamPrazeres que você e eu nunca sinta

Agarro-me, contudo, em minha insistênciaDesejando que faças parte de minha existênciaPelo menos até eu despertar.

RESTAMOS NÓS

e de tudo aquiloque sobrourestamos nós– um diante do outro –imobilizados pelos medosque construímospelas algemas de nossaspalavras amargaspelo peso de tantasimaturas decisões

restamos nós– um diante do outro –mudos, desencorajadosa assumiros próprios sentimentosacorrentados poropiniões alheiase olhares curiososaprisionados comas chaves nas mãos

restamos nós– um diante do outro –vendo pela janela os diasse sucederemguarda-chuvas, óculos desol e árvores despidasenquanto nossos corpos tatuamo desejo em suas próprias peles

restamos nós– um diante do outro –apenas nós, apesarde tantos olhares,apesar de tudo, ainda estamosum diante do outro,esperando não se sabe o que.

EPITÁFIO

Por amor me detive,renunciei a subida.Abdiquei do meu sole me viram apenaslâmpada apagada!Aqui |az um nada”.

Por amor andei,retomei a escalada.Acendi minhas luzes.Retomei o meu sole me viram lodo:Aqui |az um nada”.

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

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Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

Na opinião dos hindus,o deus Twashira tomou:

a leveza da folhaa graça da corçaa alegria do solas gotas do orvalhoa dureza do diamantea crueldade do tigrea timidez da lebreo calor do fogoa doçura do mel o frio do gelo e criou a mulher.

RETALHOS

Esta lagoa mansareflete o que sintoneste momentouma calma, sem esperança.

Minha vida é dentro da conchaPreciso urgente sair...mas dentro dela eu sonhoe lá fora não sei reagir.

Vãs palavras:procura-se um amigopara dividir comigoo peso desse afã

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

IDOSO!

O que falar dele?Que já viveu a sua vidaOutros ainda vivendoBuscando o que fazer

Buscando o que aprenderBuscando o que ensinar.

Tem pessoas que ficam abusando delesMas esquecem que irão chegar lá também.

Vamos respeitarVamos cuidarVamos amar

Vamos aprender!

José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

[email protected]

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Irene Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

[email protected]

UM ABRAÇO

Naquele abraço,muita hipocrisiae falsidade,quando deveria serum portadorde afeto e de amor.

HOJE

Hoje vou amarComo nuncaEle virá a surgirRaio de solA meia-luz do abajur lilásLanguida noitePromitente amorIndizíveis cariciasEternizarãoEmoção entrega

AS FLORES DO MEU JARDIM

Lá vem os colibris dourados,Hélices que se agitam velozmente,Ao verem tantas floresDe onde sugarão o néctarCom o qual alimetarão seus filhotesJuntinhos em formosos ninhos,Esperando a mãe queridaQue lhes trará o alimentoPara darem continuidade à vida.Assim é a naturezaNo meu jardim.Insetos, borboletas e pássaros,Todos comungam com as floresA sedução que Têm sobre mim.

ALMA SILENCIOSA

Não importa quanto tempoNão importa a distânciaEstarei sempre sedentoDa sua constância.Podes ir e virEternamente majestosaEis que há de ouvirA minha alma silenciosa.O mundo não há de se acabarA menos que deixemos de rezarPelas coisas boas e virtuosasEsquecer-se da beleza das rosasQue ora nascem e ora morremMas deixam seu perfumeNo Ar que respiramosNum aroma sem igual de costumePor onde as brisas correm.Num gesto simples e delicadoA flor deixa seu recadoDe alegria e o legadoDe um eterno apaixonado.Venhas tu trazer-me a felicidadeDesse coração generosoCheio de reciprocidadeDevolvendo-me a juventudeRenovando minha mocidade.Dar-te ei minha euforiaDuma alma cândidaE com meu coração em chamasPoderei gritar ao mundoTu és benditaA mim tu amas.

CAMA E SOLIDÃO

Duas coisas possuem meu afeto:A cama e a solidão. Delas ausenteNão consigo adentrar o doce tetoOnde a musa sublime é residente.

Se uma delas me falta o meu projetoNão se efetiva, morre na nascente.Só junto delas sinto-me completo

De corpo, de alma, coração e mente.

Posso adiantar ao meu leitor queridoQue todo o acervo poético que tenho

Foi deitado e sozinho produzido.

Meu verso, o que faz jus ao meu agrado,Ao qual dispensei todo o meu empenho,

Só para o copiar, faço-o sentado.

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28 29POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

Inês Tafarelo TuonPraeclarus/Piracicaba/SP

Iva da SilvaColegiado/Francisco de Paula/RS

[email protected]

José Ângelo GiacomeliColegiado/Barra \Bonita/SP

[email protected]

GOTA DE ORVALHO

Neste momento busco você.Quero encontrá-lo,mesmo que seja por leves momentos.Transformo meus sonhos em realidade.Acharei um cantinho entre os espaçossem sentido.Insignificantes são os caminhosque percorro em meio às multidões.O tempo, passando, esqueço-o,Não existe para mim.Verei um dia o amanhã chegarcomo gota de orvalhobrilhando com o sol ardente,forte, poderoso,com seus raios de calornas relvas verdes e molhadasevaporando-se do solo,se esvaindo e se derretendo...assim como a realidade que transformei.

MÃOS

Mãos que atendem o corpoPara lavar, para vestir...Mãos que fazem gestosPara reforçar a comunicação.Mãos que transmitem carinhosNo ato de cumprimentar.Mãos que se abremNa hora de doar.Mãos que se fechamQuando não sabem amar.Mãos que se distanciamNa hora de trabalhar.Mãos que se aproximamPara postas rezar.

CONTO E POESIA Conto é um acontecimento poesia é sentimentoConto é uma passagemPoesia é uma viagem. A poesia não tem data e horaEla simplesmente afloraO conto tem inicio meio e fimA poesia tem cheiro de alecrim. Ela te impregna é como morfinaTe anestesia e te domina. O conto é nostalgiaA poesia é magia O conto é um fio condutorA poesia conectora do amor Poesia não é nadaTe conto de alma lavadaque para mim é tudo,Sou teimoso e não mudo. Ah! se eu soubesse por um trizContar as coisas que sintoEu juro não mintoSeria bem mais feliz.

OS VIZINHOS

Os vizinhosDa minha ruaEu conheciaQuase todos

Muitos já se foramE aqui vieram outros morarDos mais antigoslembrançasSempre fizeram presentes

Dos mais antigosEu sou o mais novoDos mais novosEu não conheço todos

Lembro -meDas cadeiras na calçadaE das criançasQue na rua corriam

Fazendo brincadeirasDe pega-pega,Esconde-escondeDe peteca e outras mais

Dos papos variadosFalando de assunto do diaEnquanto a inocênciaAo tempo corria

ConversavamSem medo da noiteEnquanto a luaNo céu se escondia

Agora na minha ruaEu sou o vizinho mais velhoPorque os outrosMais antigos já se foram...

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

[email protected]

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

PROCURA

Minha alma,Mesmo a mim agregada,Tenta dividir-sePara conhecer meandros ocultos,Onde talvez se escondam meus medos,Meus receios e verdades.

Minha razão oscilaEntre o ponderável e o abstrato,Procurando o medianoDa vida e seus fundamentos.

O primeiro um cão fofura,o segundo um manso gato,trocando afagos, ternura,juntos Totó e Pacato.

FAÇA-ME FELIZ

Meu amor...Penso em vocêa todo momentoNão o esqueçoQuero você de voltaaos meus braços.

Foi a você que entregueiminha vidaE que não soube usar.

Fico a pensar, pensartantas coisasCoisas que deixamos de falar...De viver...

Traz de volta a luz para meu coraçãoa luz que você apagou...Traz de volta aquela garota feliz Faz-me sentir o viver novamente...

Volte para meus braços!E em vez de derramar lágrimas de tristezaFaz-me derramar lágrimas de felicidade!

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Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊ

Rua Lima Barreto, 212/São Paulo/SPContato: (11) 2215-1133/[email protected]

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APENAS... MÁGOA

Nem saudadesNem tristezasNada... apenas umaProfunda mágoaPois você ao sair da minha vidaConseguiu magoar-me uma vez maisE foi a última coisa que me deixou,Ao me tocar, falar ouOhar estava destruindoCom a mentira tudo oQue eu sentia por vocêDestruiu meu direito de sonhar...De esperar a sua volta...Agora eu sei que não volta mais...E quando casualmente o encontrarSaberá o mal que me causouE verá em meus olhosToda mágoa que eu sintoMas um dia...Quando o tempopassar...E a mágoa também...Falarei tudo que não disse...

RECORDAÇÃO.

Como é belo recordarOs dias que não voltam mais...E como é triste sentir saudadesDe alguém que não tenho mais...

Como canta a saudade,Daquelas tardes de agosto...Tudo era sorriso, tudo era belezaPois eu tinha o seu gosto...

Ainda sinto saudadesDaquela noite de festa...Não era sábado e nem domingo,Mas sim uma noite como esta...

De mãos dadas apaixonados,Andávamos pelo jardim...A banda tocava pra gente,E você sorria pra mim...

Mas tudo nesta vida passaE tudo o tempo consome,Pois o tempo voa, ruge e foge...Atenua a dor, apaga também a tristezaE deixa um pouco a saudadeE a esperança um dia morre...

Mas tudo deve morrer,E tudo deve acabar...E um dia se Deus quiser,Em mim você vai lembrar...

Vai lembrar daquele amor,Que tão humilde e sincero...Nunca lhe deu tristeza,E você vai dizer então,“De novo aquele amor eu quero...Eu quero aquele amor,Que era sincero como Romeu”E as lágrimas dos seus olhos,Dirão então,

—Que pena, ele já me esqueceu...

O QUE É AMAR?

É ficar com quem se ama,Mesmo que ela esteja ausente;A escutar sua voz que o chamaComo estivesse presente.

Tratá-la como uma dama,Submisso e reverente;E dos segredos da camaSer eterno confidente.

Ter um pouquinho de ciúme,Mesmo sabendo-a inocente;Embriagado do perfumeQue flui de seu colo ardente;Jurando ao mundo que assumeSeu amor eternamente.

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

CIELOS LÍMPIO Y PURO

El cielo es un horizontede alegrías y tristezas;de paz y armonia.Plazer que de allá vienenlas mayores inspiraciones.

Cielo límpio y puro.El cielo es parte de nuestrosdías.El cielo está cercay también lejos.Está siempre bonito.

DONO DO SONHO

Se deste ao meu paraíso

o colorido querido

se deste ao meu sonho

a fantasia esperada

se completaste meu tempo

com todos os espaços preenchidos

se deixaste em minha boca

o sabor do beijo desejado

se deixaste em meu corpo

o calor de todos os momentos vividos

somente tu foste

dono do sonho,

completaste o caminho

do amor

do sorriso

de tempo!

Maria Gema MartinsConselho/São Paulo/SP

[email protected]

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32 33 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

José Vicente CamposPraeclarus/Jaguariúna/[email protected]

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ETERNIDADE

Todos os seres humanos temem a morte porque, desde a mais tenraidade, nos foi colocado uma aura de mistério e medo à sua volta, onde um possível horrornos aguarda ao final da vida material.Felizmente, a plenitude da vida está acima dequaisquer horrores, porque a essência da vida está sedimentada sobre o Espírito, o qualé imortal. Os cientistas pesquisam de forma incansável a continuidade da vida, porém,como na ciência a razão impera, se deparam com uma incógnita: o que acontece no pós-morte? Esse horror paira na maioria dos seres e se intensifica quando se perde um entequerido. As lembranças durante um longo período de tempo se fazem presentes, nuncaentendendo a naturalidade do final de algo que, um dia, teve um início.

“Tudo o quanto tem princípio terá fim”, máxima dos ensinamentosocultos, porém, sendo o espírito uma partícula de Deus, também é Eterno, porque oCriador não teve um princípio, portanto jamais terá um fim. Entendo o desespero que seestanca diante da morte, onde todos têm a certeza de que padecerão, porque o sistemareligioso imposto à maioria, determinou para os bons, o céu, e para os maus, o inferno.

Todos, sem exceção, sofrem, porque todos os que vivem na matéria(segundo a determinação religiosa) são pecadores, e para atingirem a plenitude, nãopodem cometer pecados. Que ironia atroz! Os líderes religiosos, aqueles que determinamos que serão salvos pós-morte, igualmente temem o dia final, porque eles sabem quediariamente, também, cometem pecados.Mas, independente da religião que sigamos, émuito bom quando encaramos a vida de modo que espírito e matéria vivam em equilíbrio,tendo a certeza que a vida física é a dádiva dada por Deus para se moldar o Espírito paravoltar à Casa Eterna. Os erros que cometemos nada mais são que uma forma de seaprender como fazer de maneira correta. É evidente que todo desvio do padrão estipuladoredunda em falta, e a falta exige reparação e toda reparação está atrelada a fazer com queo ser se conscientize-se do erro cometido e não o cometa mais.

O viver é sublime quando se tem a certeza de que a vida não seencerra no túmulo. A vida é eterna e somente a matéria (corpo) morre, portanto, o conceitode céu e inferno é algo deprimente, que priva a liberdade do ser. O respeito ao sagrado esua Lei, tem que ser de livre e espontânea vontade (exercendo a dádiva sagrada que é olivre-arbítrio). De nada adianta se revestir com uma túnica de santidade, mas o interiorpermanecer com os hábitos do velho homem da Terra.

Para os que acreditam, as múltiplas vidas em diversas encarnações,nada mais são que aprendizados para se galgar um nível superior no espiral evolutivo. Ociclo da reencarnação é a “Dádiva de Deus” para que possamos corrigir as faltas eaprimorar o caminho para uma vida muito melhor. Aproveitemos, então, a grandeoportunidade que a Mais Alta Inteligência nos concedeu, vivendo plenamente o aqui e o

agora, na certeza de que a evolução espiritual é algo que se conquista acada dia.

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

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TEMPO DE PRIMAVERA

Num passeio de fim de tarde em tempo de primavera, observo a luae me inspiro:

Lua bela, lua branca,Lua metade!Mergulhada em claro azul,Repousante fim de tarde!

A primavera nos proporciona céu claro e brisa morna que inspiramânimo e coragem. Pode nos fazer esquecer as encardidas nuvens do tempo seco e frioque o inverno muitas vezes nos proporciona. É quando a natureza começa a se prepararpara mudar –é a primavera que chega!

Quando no inverno as folhas se despencam dos ramos sabemosque em seguida elas voltarão a brotar. Quanto às flores, infalivelmente, para nossodeslumbre, retornarão, nem sempre na mesma profusão, mas com tudo que a naturezapode nos proporcionar no momento, para nosso encanto e relaxamento. As florescaracterizam essa estação do ano sem, entretanto, constituírem suas únicas belezas.

Podemos ver mais. Nessa fase, também, os insetos proliferam dandoseu quinhão de ajuda e de encantamento: borboletas marcam sua presença espalhandoseu colorido e graça, voando soltas e mais presentes; abelhas zumbem mansamentetrabalhando com mais vigor; cigarras ciciam nas árvores e nas relvas criando uma sinfoniaoculta, estridulante, cheia de alegria e mistério; joaninhas passeiam pelos campos ejardins camufladas em meio às flores. E os passarinhos? Abrem suas espertas cantigas,bem-te-vis esbanjando cantoria, beija-flores sussurrando suas alegrias e prazeres,andorinhas, juritis , pardais, e grilos, todos exibindo voos estratégicos de boas vindas,numa dança e coro peculiares da primavera.

O vento cálido da primavera completa o cenário novo e renovador.É a própria vida conjuminando situações prenhes de beleza e novidade constantes quenem sempre sabemos aproveitar. É a natureza reinventando força e vida.

Que saibamos como ela reinventar nossas vidas, recriarpensamentos altruísticos, buscar as mudanças que levam ao bem comum resgatandosempre a verdade, a sabedoria, a justiça, a honestidade, a argúcia do bem viver, a sededo progresso, a opção de desenvolvimento que enobrece.

Que saibamos, enfim, enfim varrer a obviedade do despreparo e dacorrupção que nos nivela por baixo, rasteiramente, amarrando-nos àdestruição e à desordem. “A vida pode ser uma só, mas não precisamos vê-la sempre da mesma maneira

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34 35 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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CABELEIREIROSIVAN MARQUES

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Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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APRENDENDO A VENCER COM OS VENCEDORES.

As pessoas precisarão sempre de métodos, fórmulas, conselhos,exemplos e informações para crescerem com mais sucesso e facilidade, atingirem seusobjetivos e vencerem na vida. Atualmente, a Internet oferece muitas vezes (nem sempre éclaro...) mensagens benéficas e importantes que não seriam inteligentes ignorar. Umadelas traz Bill Gates, fundador de empresas de tecnologia e informática, criador daMicrosoft, além de filantropo e defensor de causas beneméritas e humanitárias apesar desuas imensas atribuições comerciais cujo patrimônio não sói comentar aqui.

Quando convidado para uma palestra numa escola secundária, leuem cinco minutos “onze itens”, foi muito aplaudido, agradeceu e foi embora. Rápidoassim. Achando proverbial este seu contato, transcrevo suas palavras que podem ajudaraqueles que ainda não leram ou não conhecem esse conteúdo de suma importância,principalmente na orientação de jovens bem intencionados, ou não, e quiçá, de muitosseres “contrariados ou desavisados” no transcorrer de suas vidas.Primeiro item: “Avida não é fácil. Acostume-se com isso”. Segundo: “O mundo não está preocupado comsua autoestima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele, antes de sentir-se bem com você”. Terceiro: “Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair daescola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à sua disposiçãoantes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone”. Quarto: “Sevocê acha seu professor rude, espere até ter um chefe, ele não terá pena de você”.Quinto:“Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social.Seus avós tem uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade”. Sextoitem muitíssimo lógico: “Se você fracassar não é culpa de seus pais, então não lamenteseus erros, aprenda com eles”. Sétimo: “Antes de você nascer, seus pais não eramcríticos como agora, eles só ficaram assim por pagar suas contas, lavar suas roupas eouvir você dizer que eles são “ridículos”, então antes de salvar o planeta para a próximageração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprioquarto”. Oitavo: “Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores,mas a vida não é assim, em algumas escolas você não repete mais de ano, e tem quantaschances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente “nada” na vida real.Se pisar na bola está despedido: “rua”! Faça certo da primeira vez!” Nono: “A vida não édividida em semestres, você não terá sempre os verões livres e é pouco provável queoutros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período”. Décimoitem que é o penúltimo desse contexto fala que “Televisão não é vida real. Na vida real aspessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar”. Décimo primeiro o ultimoitem: “Seja legal com os CDFS (aqueles estudantes que os demais julgam que são unsbabacas...). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles”.Comodissemos no início dessa crônica, esses conceitos vieram de um grande vitorioso, chamado“Bill Gates” que não só transformou e consequentemente facilitou com suas ideias geniaisvárias áreas da vida do ser humano desses tempos, como reverte fartamente o fruto deseus trabalhos, cuidando de milhares de pessoas necessitadas e carentes de recursos emdiversos países do mundo.Tomara que muita gente faça ótimo proveito da sua mensagem,levem-na a sério, aprendam a vencer em suas aspirações com honestidade eresponsabilidade e, sejam mais felizes em poder acertar mais.

CASAISExiste uma coisa que sempre me emociona e me faz virar a

cabeça para olhar é um casal já bem idoso, de mãos dadas, um se preocupando com ooutro, no mesmo passo, numa cumplicidade infinita.

É claro que, depois de tanto tempo juntos, a paixão setransformou, o amor ficou também fraternal, maternal, mas sempre amor.

Eles atravessaram todas as fases da vida lado a lado, estãoem todas as fotos, no semblante dos filhos, no sobrenome dos netos, enfim, escreveramsua própria história, mas permanecem um casal, como originalmente foram.

Sabem cada gosto do companheiro, cada mania e conhecemo outro pelo andar, pela forma de olhar e até por algum trejeito na boca, nas mãos, enfim,acabam conhecendo o parceiro como a si mesmos.

Muitas vezes, os casais se separam até para cuidar melhorda prole, deixando o vínculo primordial de lado e tomando partidos errados, a favor dosfilhos, por exemplo. No fundo, os filhos gostam mesmo é quando os pais tomam partidoum do outro e, mesmo que sobre menos tempo e atenção para eles, raro é o filho que nãofica feliz vendo a união e o amor dos pais.

Meus pais se beijaram na boca até a morte dele, aos noventae dois anos. E ele não deixava ninguém sentar à mesa se sua atrasada esposa não tivessechegado. Nas discussões dela com algum filho adolescente (eu, por exemplo), ele sempretomava partido dela, ela estava sempre com a razão e não havia ninguém no mundo maisimportante para ele do que ela. Quando minha mãe precisou fazer uma cirurgia ele jáestava cego, mas não desgrudou um minuto da porta do bloco cirúrgico até os médicosvirem atualizá-lo dos procedimentos e garantirem que ela estava bem. Depois, passava osdias na cama auxiliar, internado ao lado do seu grande amor.

Talvez esse exemplo tenha me feito gostar tanto de ver velhoscasais nas praças, nas igrejas, nas festas e até nas salas de espera dos consultórios,sempre unidos, como prometeram um dia: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.Pode ser piegas, pode ser ultrapassado, pode ser que vocês achem velhos sempre feiose sem graça, é um direito que lhes cabe. Eu adoro vê-los, eu os acho lindos,eu os invejo e acho que eles foram muito mais felizes do que esses que osmenosprezam.É isso.

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3736 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL ---------------- ------------------------------------------ ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO ARTIGO

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

EU SOU DO TEMPO

Maria Luiza de M. MarinhoDecana/Rio de Janeiro/[email protected]

Mirian CuryColegiado/São Carlos/[email protected]

Maria de Lourdes S. MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Eu sou do tempo em que as pessoas paravam seus veículose deixavam os que estavam estacionados nos edifícios saírem! Eu sou do tempo quehavia uma Lei que obrigava trinta por cento das músicas tocadas nas rádios seremnacionais! Eu sou do tempo que queimar ônibus com civis dentro era ato de terrorismo!

Eu sou do tempo que nas músicas tocadas nas rádios seanunciava seus compositores! Eu sou do tempo da ditadura, da liberdade, e dalibertinagem! Eu sou do tempo das brincadeiras dançantes realizadas nas cadsa dosamigos, justamente para dançar colado com as meninas! Eu sou do tempo de RobertoCarlos, da Élis Regina, dos Beatles e dos Rolling Stones!

Tempo em que as músicas eram geniais e dava gosto ouvirnuma vitrolinha vagabunda. Eu sou do tempo em que a Praça José Bonifácio erafechada!Que a Prefeitura ficava no casarão na esquina da Rosário com a São José. Sou dotempo em que no Rio Piracicaba além de caraguá, tinha peises de umas dezesseis espécies,e quando os ribeirinhos da Rua do Porto tinham o gosto de pescar.

Eu sou do tempo da Sociètè de Sucreries Bresiliénes, quehoje se chama Engenho Cengral, do tfrenzinho que passava beirando o Mirante paralevar cana das lavouras para os engenhos. Eu sou do Tempo em que o Clube AtléticoPiracicabano era uma potência, assim como o Salão da Fábrica Boyes. Eu sou do tempoem que a vida era difícil, em que ninguem comia carne todo dia e a coca-cola era umanovidade muito cara, somente vendida na “Padaria Inca”,que ficava na Governador, ondehoje tem uma farmácia. Eu sou so tempo da Farmácia do Povo, da calçadinha de ouro emque os pretos quadravam jardim fazendo o quarteirão onde está o Banco do Brasil.

Sou do tempo do cinema que iria ser inaugurado no Comurba,antes dele cair. Sou do tempo em que havia respeitgo entre as pessoas e os jovensrespeitavam os professores e os mais velhos. Sou do tempo em que era preciso fazer umaprova para estudar no Sud mennucci, que era o melhor Colégio do interior do Estado.

Eu sou do tempo em que Piracicaba era chamada de “AtenasPaulista, em que existiam cinemas em Piracicaba, em que todo mundo enxotava o condorda “Condor Filmes”. Sou do tempo que no Cine Broadwai, na frente do porão do Comurbasó passava filmes pornográficos. Sou do tempo em que os passarinhos vinham em bandosenormes para pernoitar nas árvores da Praça da Catedral, do tempo em que as andorinhasrevoavam todas as tardes pelos céus de nossa cidade.

Sou do tempo em que era muito gostoso andar de bonde,passear na Agronomia e frequentar os bailes do São José. Sou do tempo em que haviacoisas para fazxer e a gente não tinha tempo de fazxer nada. Eu sou do tempo que ainda

existia a “Eletroradiobraz”, onde hoje se localiza o “Pão de Açúcar”Enfim,eu sou do tempo em que era muito gostoso viver!

MEA CULPA

Que ridícula sensação de fracasso. Que estupidez esse sonho idiota. Me calo, agora, tarde demais, pois não há mais segredos. E eu, desejando apenas paz, entornei o caldo e perdi o jogo, usando todas as fichas. Me viro de costas e a cena se encerra para mim, ferida mais uma vez.

CLIMA DE ESTIO

Flores austeras desabrochadascantam ásperos e discretos hosanasno cerrado central.Brasil nessas plagasquer se enfeitar...quer explodir em cores...Mas não pode... com a secura, aareia, o quentor...de que jeito imitar o deslumbre deborboletas fugidias?

As cores reagemrejeitam o tugúrio com o esplendordas araras multicorese nos descompensados tucanos.Ufana-se a liberdade em voo.Esfuziante cada pôr-do-sol,espetáculo inéditodo macrocosmo intangível.Desnecessários agasalhosse desfiam no guarda-roupa emprotesto.Brasil Central...

filhosconectados:docilidadedemãosmaternas.

SONETO DE AMOR

Só se ama se se ama intensamente...Só se ama o ser amado com purezaSó se ama se se ama lentamente...Só se ama se com toda a natureza!

Só amar se com amor... que vale à penaSó amar que faz a vida mais contente...Só amar que faz feliz com dupla tremaSó amar que faz a alma mais latente!

E se com amor viver a vida nós podemosSe a vida pode ser mais branda calmariaCom amor e muita paz nós viveremos...

Com amor será o nosso dia-a-dia...Porque o amor se é amor pra vida inteira...Será o amor nossa esteira e nosso guia!

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3938 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/MG

[email protected]

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

[email protected]

TECITURAS

Quero tecer minha vidaCom novos tecidosMais levesColoridosCom muitos revesesDe mais deslizes Quero tecer minha vidaCom outros momentosJuntos o fora e o dentroMais contentesSem correntesMas com laços

DILMA PARE DE MENTIR

Você nos prometeuE agora estamos cobrando:Queremos viajar no trem balaE também na BR-381 duplicada.Queremos ser atendidosNos hospitais padrãoQueremos nos livrar de ladrõesQue vivem nos assaltando,Não queremos de volta a inflaçãoQue vem a todos sugando.Que não dê dinheiro a pobreza,Dê-lhes saúde e mais educaçãoE também um emprego decenteOnde possa ganhar o seu pão,Para que os seus filhos sejam gente,E não um marginal ou ladrão.Acabe com as obras superfaturadas,Queremos petistas do mensalãoTrancafiados na prisão,E que devolvam o dinheiro roubadoAntes que tenha uma rebeliãoDo preso pequeno ladrão,Que não tem nenhuma regalia.Peça ao seu Ministro da DefesaQue seja um correto cidadãoE não mais persiga só gente da oposição,E que reconheça sua incompetênciaDe pleitear uma vagaNo Supremo Tribunal Federal,Pois pode corromper aquele órgãoQue é um orgulho da Nação,Que o Ministro Barbosa tanto honrou.

SERRA PELADA

A prata parida,O ouro nascido,Das minas sofridas,Cavadas, rasgadas,Na entranha natal,De onde se vêmE para onde se vai.

E eles partem, vêm,Chegam, acampam,Garimpeiros,Aventureiros,Meninas, gurias,Em suas fugas,Seus sonhos,Suas ambições.

Depois, o resto,Paisagem lunar,Marciana,Monocular,O deserto...!Sem outros nataisPara a Terra MãeEm novo milênio,Longínqüo..Recuperar, Eugênio,Serra humana,Gênero pelado,Eugênio, que gênio!

Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

[email protected]

O ASSOMBRO DA AURORA

No entardecer, no horizonte,quando o sol se esconde,deixando o seu brilho vermelhose perder por trás dos montes,sozinha em minha varanda, eu melembro de você.

Como eu queria estar a teu ladovendo este céu tão lindo,tão calmo, avermelhado.

Esta calmaria me envolvee me sinto tão pequenadiante de tanto brilho e esplendor,principalmente, quando na tardeserena,inicia-se esta raridade da naturezaque leva para outros marestoda beleza que brota num novoamanhecer.

Sinto então a terra arder.Parece estar viva, pois pulsa talqual um coração,no assombro daquela aurora,que começa com um brilho fraco,em uma leve camada de aquarela,esverdeando num verde-claroos céus do meu rincão.

Sento na varanda, para ver o solnascer.Ainda estou sozinha contemplandotamanha maravilha.Choro de saudade me lembrando devocê,que foi em toda a minha vida, naminha mocidade,a minha doce paixão e a maissublime inspiraçãoque enriqueceu o meu viver.

SADIO

Nada é mais sadioter a consciência tranqüilanão ser vadioe alma pode ser argüida.

Agir com imensa bondadecom sincera fraternidade pois somos todos irmãosfilhos do Pai da Criação.

Agir com extrema candurapara o mundo ser melhora vida precisa se puratendo no coração amor.

Conceder a todos felicidadenada de triste aborrecimentoe de insensata futilidadee nem de inútil tormento.

Paulo Dias NemePraeclarus/São Paulo/SP

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Tempo mais claro.Pássaros desatentosse acasalam.

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O GRANDE TALENTO

Nestor Tambourindeguy Tangerini, poeta satírico,jornalista, escritor, compositor, caricaturista (de estilo cubista), teatrólogo e professorde português, ex-funcionário do antigo DCT (Departamento de Correios e Telégrafos),nasceu a 23 de julho de 1895, em Piracicaba, Estado de São Paulo [filho do italiano(de Bolonha) Vittorio Tangerini e da gaúcha (de Bagé) Domingas TambopurindeguyTangerini], e faleceu no Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 1966.

Compôs Dona Felicidade, em parceria com BenedictoLacerda, valsa gravada em 1937 por Castro Barbosa para o selo RCA Victor. Nadécada de 20, frequentava a roda intelectual do legendário Café Paris, em Niterói,então capital fluminense, na companhia de Luiz Leitão, Mazzini Rubano, RenêDescartes de Medeiros, Luiz de Gonzaga, Brasil dos Reis, Mayrink, Olavo Bastos,Gomes Filho e Apollo Martins, e publicava, nos jornais da cidade fundada peloCacique Araribóia, crônicas e poesias, com os pseudônimos João da Ponte, João doParis, João de Niterói e Pastaciuta.

Nessa época, residia na Alameda São Boaventura, nº.1085, bairro Fonseca, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Autor de revistas,Tangerini escreveu inúmeras peças de teatro. Entre 1936 e 1937, escreve Estupenda!,Magnífica!, Na Dura!, No Tabuleiro da Baiana e Gol! para a Cia. Teatral Jércolis.A imprensa do Rio de Janeiro insiste em dizer que essas peças foram escritas peloempresário teatral Jardel Jércolis.

Em suas peças – encenadas pela Cia. Jardel Jércolis oupor outras companhias teatrais - trabalharam Oscarito, Aracy Cortes, DercyGonçalves, Grande Otelo, Henriqueta Brieba, Walter Dávila, Antônia Marzullo (suasogra), Dinorah Marzullo Pêra (sua cunhada), entre outros. Em 1947, fundou, como locutor Lourival Reis, o Professô Zé Bacurau, o caricaturista Abel, Iêda Reis, ocompositor Aldo Cabral, com quem escreveu as peças Pra Deputado, Cadeia dasorte, Boa Boca, Lição Doméstica e esquetes para a TV Continental, e MaurícioMarzullo (seu cunhado), a revista de humor e sátira O Espêto, onde publicavasonetos, trovas, crônicas, esquetes, caricaturas e monólgos com diversospseudônimos – Dom T., Conselheiro Armando Graça, João da Ponte, ConselheiroXX Mirim, José Oitiçoca, Mme. Chaveco, Malba Taclan, Álvaro Amoreyra, Pierrot(T.), T., Humberto dos Campos, X. Toso, B. Lírio Neves e Benedito Mergo Lião.

Tangerini, que pertencia ao clã dos Marzullo, era genroda atriz de rádio, cinema e teatro Antônia Marzullo (como já citamos acima), mãeda atriz Dinah Marzullo Tangerini (sua esposa), irmã da atriz Dinorah Marzullo Pêra(esposa de Manuel Pêra e mãe das atrizes Marília e Sandra Pêra) e pai de Nirton,Nirson e Nelson Tangerini, Maurício Marzullo, advogado e poeta, casado comAntonietta Saturno Marzullo, e pai de Letícia, Marisa, Maria da Graça e do advogado

Maurício Jorge Saturno Marzullo. Nestor Tangerini era deficiente físicoe visual: não tinha o braço esquerdo e a vista direita.

OPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃOOPINIÃO-----------------

Nelson Marzullo TangeriniColegiado/Rio de Janeiro/RJ

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Maria Valeska L. CabralConselho/Rio de Janeiro/[email protected]

FONTE DE SORRISOS

Um ser engraçado, todo pintado.Mesmo com lágrimas desenhadas no rosto elesorri.A fantasia está viva, o sonho acontece!Sorrisos e aplausos quando ele aparece.E como uma ilha, permanece cercado, masisolado.Vestido de alegria com tecidos coloridos -mesmo sério, sorri.Mesmo sem estar resfriado seu nariz évermelho.Tropeça, cai, ai, ai...Conta piadas às vezes sem graça,Outras vezes passa...Ao seu redor olhos que brilham,Há os que pensam que para ele não existeproblema.Coitado, que dilema!Mas o que há de se fazer?Este é o seu emblema!Assobios, gritos que pedem bis...E ele sem entender pergunta pra si:- O que foi que eu fiz?E os anos vão passando...Reformula a maquiagem...E sem outra solução ele segue passo a passo...Pois consigo leva o nome de palhaço.

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected]

Nilza de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

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NÃO TE ESQUEÇO NUNCA

Sou como o raio de sol furtivo queacorda,Com o balbucio de um ninho desperto,O embalo do teu sono.A primeira estrela que cintilaQuando entardece em teu lar.

A lâmpada que sorri sobre a tua mesa,Como uma redoma de lua,Alumiando os teus sonhos de beleza;A lâmpada que reza num nicho decapelaPara clarear as tuas genuflexões.

Eu sou a flama da tua imaginaçãoAo lado do teu espírito, velo dia enoite.Porque sou tua amada, fico velando,Por tua vida, toda vida!

infância

lembra

doces

sorvetes

pipocas

brincadeiras.

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------4342 ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

ZÉ- MARIA

Sou o filho casualdo encontro banalentre o homem e a mulhernuma noite qualquer...Não sei se foina cama do barracoou no barraco sem cama...simples folha de jornal !Concebido assim,por mera casualidade,sou hoje um meninocomo tantos na cidade.Sem mãe, sem pai,sem patrão e sem padrinhoa noite vem, o dia vaie tudo é igual, igualzinho...Mão no bolso alheio,correria entre carros,gritaria e nome feio,assim consigo comida e cigarros.Às vezes, sou agarrado,mas volto à liberdade:a cadeia exige maioridadee eu sou menor abandonado!Como é triste esta ladainhado meu dia-a-dia:todos me chamam trombadinhasem saber que me chamo Zé-Maria!

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

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Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

Precisa saber amarSer solidário e ter calor,Para com brilho adentrarNos umbrais do Grupo AMOR

AVISTAR Avisto a terra a mata a tênue rede de fumaça longe o barulho multiplica a vida (estou dentro do corpo,tenso no desencontro. Estoupresente em mim mesmo).

UM VELHO

Ouço em surdina, enquanto a plena luabanha a face da terra adormecida,

alguém contar de um bem, da mais querida,na pequenina praça ao fim da rua.

Quem é esse que, de forma tão sentidae saudoso da graça que foi sua,

diz frases onde o pranto se insinuae rasga cicatriz de minha vida?

Doces lembranças vêm abrir-me a porta...Longe a imagem de um velho erguendo a taça

de emoção que julguei há tempos morta.

Ando até a ele e o enigma me apavora...Na solidão em que se encontra a praça,vejo o meu triste coração que chora...

A PORTA SE ABRE

Caminha. O homem à espera. O edifício é aquele ali, à esquina.Quem será esse novo cliente?.

-- O endereço é esse, morena. O Cara tá lhe aguardando.-- Tudo bem, Loura.A mulher gorda sorriu e deixou-a na sala, sozinha. Então,

logo no ônibus seguiu para o encontro. Apressa-se.A noite amadurece. Os veículos e pedestres diminuem, como

é natural. Cruza a avenida. Os cabelos finos dançam à brisa noturna.Com a mão nervosa ajeita-os para trás.

Aproxima-se. E entra no edifício. O balcão sem o atendente.O elevador. Pressiona o botão e sabe. Resignada. Um dia deixará essa vida? O elevadorpára no quinto andar. A porta se abre e ela deixa-o, ligeira.

Sala três. Decorou bem o número. Sim,resignada respira baixinho, criando coragem e bate, anunciando-se.

A porta se abre.

NADA MUDOU

Sssshhhhhhh...Bum!

Atenção! Atenção!Manchete do dia:Continua a luta pelo petróleo!Iraque se manifesta.Tio Sam se ofende!URSS...oh, perdão...Rússia, não gostouDa recepção do Tio Sam:__ Isso não fica assim!

A América Latina foi seduzida,Indecisa entre dois amores...A África morreu de fome.Que pena, tão simpática...!

É...nada mudou mesmo!

Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

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Robinson TuonColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

Selma Queiróz GradilDecana/São Paulo/SP

[email protected]

Thaís Mariane StenicoPraeclarus/Piracicaba/[email protected]

Roberto Augusto FerrariColegiado/Carapicuíba/SP

[email protected]

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/[email protected]

TEU NOME

Teu nome me traz amor, Tem qualquer coisa que meDeixa louco de paixão,Como uma noite enluarada, Brilhando no teu corpo. Parece um mar que se agita, Sobre a imensidão de uma praia, Tem uma palidez que irradia, O brilho das estrelas cadentes. É um doce nome de que desperta o amor, É um belo nome de amada, Lembra um pedaço da Lua, Que surge na noite escura. Tem um gosto de paixão, E é suave como o vento de verão, É um tom que nunca desafina, É coisa por demais linda, Teu nome, minha grande paixão..

ESTRELA VESPERTINA

Hoje brilha a estrela venusiana.Desvencilhou-se das nuvens.Do manto escuro da noite.Luminosa... Numinosa... Alta.Mas onde está a lua majestosaque sempre brilha em noite escura?Onde estás alva maior.Que toda tarde alça o horizonte.Languida.Sem avisar, hoje não nasceu.Enquanto resplandece a estrela vésper.Pingo de leite no escuro breu.Liquidamentefaz revirar meus pensamentos.Com certeza a lua foi expiar a janela.Daquela casa de esquina.O quarto de cama leitosa.De lençóis macios cor de luz.É lá onde dorme o meu amor.

SONETO DO AMOR PLATÔNICO

Aquela era a visão do paraíso:Bem ali, diante de mim,Encontrava-se o mais lindo querubim.Encantada, mal consegui esboçar umsorriso.

Sua voz soava como a mais doce melodia.Meu coração enamorado,Ao som da voz do ser amado,Mergulhava na mais profunda alegria.

Embeveci-me com o brilho do seu olhar.Meu coração reclama apenas um favor:Que eu possa expressar,

Mesmo que de modo lacônico,Meu tão sublime amor;Meu amor platônico.

COLHEITAS

Campos verdes de esperança!

Mãos de ganância bocas de carência

colhem os grãos...

De grão em grãode quota em quota

alguns compram pão outros... ovas.

O BAILE DE MÁSCARAS

Era uma linda noite de baileAs luzes eram estrelasA música era alegriaOs trajes eram mais que vaidadeMas as máscaras...As máscaras eram borboletasColorindo todo o salãoAs máscaras eram floresDesabrochando na primaveraA festa estava animadaMas as pessoas não eram as mesmasNada era realEra tudo fantasiaUma noite de ilusão.O inferno era o paraísoE seus anjos caíam bêbadosCom suas sóbrias fantasias.E todos se divertiamOs defeitos fingiam-se perfeitosPor trás de máscaras perfeitasTudo era falso, fingimento.Cada qual cumpria seu papelNuma peça de invejaNarrada pela vaidadeTudo era brincadeiraUma doce mentira inocenteQue fere, mata e defende,Sem qualquer inocência presenteE, ao fim da noite,Todos abandonam a festaCom seus vícios satisfeitosMáscaras se espatifaram no chãoO circo havia terminadoA lona desabara, incendiando,Queimando todas as dançasDestruindo todos os sonhosRealizados naqueles jardinsO Castelo se desfizeraA Fortaleza fora invadidaPelos anseios da realidadeO Salão voltara a ser o mesmoUm grande vazio realNum mundo de fantasias...

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected]

TREM NA ESTAÇÃO

A paisagem passa velozVagões lotados de passageirosExibição da Banda de PífarosInusitada vai e vemSábado dia de feira livreEscoamento da produção agrícolaCirculação comercial estadual

Lá vem o apitoNo obsoleto maria-fumaçaMalha ferroviária desativada“Recuerdos” de casos amorososPerdidos na esteira do tempoRetina fatigada de saudade]Guris jogam bola na várzeaAlvejam de estilingue as janelasVilarejos ermos de fantasmaEstações de trem! Estações do ano!Só resta o retrato desbotadoNa parede nua do barraco.

A música nasce da alma,pra embalar a felicidade.Quem ouve logo se acalma,quem toca espalha saudade.

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

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UM SONHO TORNA-SE REALIDADE NA GRÉCIA

Como estudante e professora de História, não fui simpatizanteda História Antiga, exceto a História da Grécia que sempre me fascinava. Era um estudodistante, emocionante, riquíssimo pela cultura que influenciou o mundo. Assim sendo, oBerço da Civilização. Próximo a Completar os meus lindos 70 anos, meu esposo inquiriu-me, uma festa ou uma viagem? Ele sabedor do meu fascínio pela Civilização Grega, sugeriu-me que optasse pela viagem, iríamos, à Grécia. Foi o que aconteceu. Escolhemos onze diasdo que é de mais belo na Grécia, sendo sete dias terrestres e quatro dias cruzeiro pelasilhas gregas, Mar Jônico, Mar Egeu e Mar Mediterrânio.

Simplesmente , visitamos .Em passeios terrestres :Atenas,Olímpia, Delphi, Kalambaka e Meteora.O dia todo destinado à visitação de lugareshistóricos. Cada dia em um lugar diferente, e as noites livres. Cruzeiro: no decorrer do diavisitas às ilhas, também, sítios arqueológicos e ruínas. À noite, após o jantar, show commúsica ao vivo, podendo escolher dois ambientes e mais karaokê. Músicas de váriosestilos. Não podendo deixar de elucidar a culinária em abundância, à base de azeite deoliva uma das principais fonte da economia. Chamou-nos a atenção, o não consumo decarne bovina. Abundância em massas, pescados, frango, porco e cordeiro, frutas e saladas.

O dia magno, 28 de maio, estávamos, nas ilhas de Creta eSantorini. O dia todo com surpresas alusivas ao meu aniversário: bandeirolas colocadasna porta da nossa cabine, caixa de chocolate colocada em cima da cama, todas comfelicitações. À noite, durante o jantar fomos surpreendidos com um oficial com sua fardabranca, acompanhado de músicos ,cantando parabéns e ofertando-me um bolo .

Muita emoção! Digno dos meus 70 anos bem vividos, amadose venerados. É uma bênção de Deus. A viagem é inesquecível, não tem como descrevê-la.Visitação a lugares conhecidos apenas pelos livros e filmes tudo muito distante. Porém,quando estávamos em um determinado lugar tão antigo AC. (Antes de Cristo), deparacom a imaginação, é verdade, como pode ser? A arquitetura ali presente tão diferente daarquitetura moderna. Como os povos da antiguidade eram tão habilidosos.

As construções resistiram vários séculos! Caros amigos eleitores, compartilho com vocês a Graça de Deus por mais um ano de vida,por esta vigem dos sonhos. Não existem palavras para descrever tantaemoção, o que sei dizer é agradecer a Deus por tudo que tem me oferecido.

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- -------------------UM POUCO DE ODONTOLOGIA

Zilda Pires TeixeiraColegiado/Rio de Janeiro/RJ

[email protected]

Terezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

A dignidade do ser,bênção de Deus concedida,não está no seu sabermas, num exemplo de vida!

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

CANTO DO INVERNO

Ao som das folhas balançandocom o vento gelado,levanto.Ao som d’água da chuva,deito-me.Com o canto do inverno,vivo

Conta-se que a mais antiga intervenção na boca, umextração dentária praticada com os dedos, do século IV AC, reproduzida pelo vasoscita de Kui Oba, mostra operador e paciente de joelhos, frente a frente, no chão.

Os chineses e japoneses, embora assistidos pela luzexclusiva do dia, não operavam mais a descoberto, porém, a posição de joelhospermaneceu. Um fragmento mural pré-histórico de Teotihuacan, conhecido comoParaiso Terrestre, já aponta uma posição diferente: um aborígene asteca meioacrobaticamente sentado e o curandeiro que lhe serra os dentes operando em pé.

O grande cirurgião árabe Albucasis (1012), em um deseus livros dedicado à cirurgia, recomenda para intervenções que o doente estejasentado no chão, de frente para o operador, colocando a cabeça em seu regaço. Opintor Luigi Ridotti mostra em 1625 um operador sentado sobre uma mesa, e aposição sentada, baixa do paciente, num tratamento realizado naquela data.

Os primeiros a criar uma cadeira própria paradiferenciados usos cirúrgicos foram os gregos, consequentemente os romanos, quedeles tiraram os seus conhecimentos médicos gerais, assim como a terapêutica e oinstrumental. O consultório odontológico alcança uma primeira definição comPierre Fauchard, que se instalou em Paris, a partir de 1719.

Ele recomendava que o doente fosse colocado sobreuma cadeira firme e estável, limpa e cômoda, com um encosto em crina oualmofadado, mais ou menos levantado e inclinado para baixo para acompanhar asilhueta da pessoa.Os ambulantes, porém, continuaram , sendo frequentes nospequenos centros, nas aldeias e nos campos. É típica a figura do “tira dentes”trabalhando nas praças do mercado entre uma multidão de curiosos.

A definição de consultório coincidiu com o aparecimentodas primeiras cadeiras odontológicas expressamente fabricadas com esta finalidade.Consta que a mais antiga foi usada nos EUA por Josiah Flagg, entre 1790 e 1812.Em 1810, aparecem poltronas mais confortáveis, com bandeja acoplada.

Os melhoramentos culminaram com a cadeiradesenvolvida por Wilkerson, em 1892. Verdadeiramente revolucionária foi a introduçãodo motor a pedal, em 1871, substituindo o uso das brocas manuais. Em 1874, aeletricidade veio encerrar a era do pedal, originando o motor de baixa rotação, abrindocaminho para grande desenvolvimento da profissão em todos os países. Outradescoberta importantíssima foi a dos Raios X, em 1895, por Wilhelm Roentgen.Passaram a fazer parte do consultório : refletores, armários, aparelhos para

esterilização e outros quesitos que aprimoraram o trabalho do cirurgião-dentista.

Thales Ribeiro de MagalhãesDecano/Rio de Janeiro/RJ

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