o espaÇo definitivo de divulgaÇÃo da literatura...

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA ANO XXII Maio de 2016 ESCRITORES Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SP Fone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia) (19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554 URL: www .copiascia.com.br * E-Mail: [email protected] DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO Cadeira 034 - Luiz Alberto Hyppólito - Patrono: Fortunato Losso Neto ACADEMICUS PRAECLARUS 262

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O ESPAÇO DEFINITIVO DE DIVULGAÇÃO DA LITERATURA

ANO XXII Maio de 2016

ESCRITORES

Avenida Independência, 3075/Alemães – Piracicaba/SPFone: (19)3422-7191 (Cópias) * (19)3422-1200 (Engenharia)

(19)3434-6622 (Impressão) * Fone/Fax: (019)3434-0554URL: www.copiascia.com.br * E-Mail: [email protected]

DEZESSEIS ANOS DE PARCERIA E DE SUCESSO

Cadeira 034 - Luiz Alberto Hyppólito - Patrono: Fortunato Losso Neto

ACADEMICUSPRAECLARUS

262

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Revista Literária mensal do Clube dos Escritores Piracicaba.Diagramação e ArteFinal, Administração,Publicidade e Correspondência: Coopia Digitação e ServiçosEditoriais, Rua Jacob Diehl, 77, Bairro Morumbi, CEP 13420-410, Piracicaba/SP.Não fornecemos números atrasados. Matérias assinadas são de exclusiva responsa-bilidade de seus autores.CNPJ: 01.061395/0001-03. Fonefax: (0xx19) 3426-8568. EditorResponsável: Carlos Moraes Júnior, Mtb20.836. E-mail: [email protected] Site:www.clubedosescritores.com Para Pagamentos: Conta 8013-6, Agência 4252-8, Bancodo Brasil.

REVISTA “ESCRITORES”

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL----------------------------------------------------------------------------------

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SINFONIA DO TEMPO

Sons de violinoretumbam lembrançaspelas sombras da noite.São lindos murmúriosque despertam a almapara viver o amor.Amante de mimsigo as mensagensque descem infinitaspelas canções do céu...E tento alcançaro ritmo aceleradodos nossos momentos...Que ficaram cintilantesno olhar das estrelas.E pelos solfejos da luavou entoando a paixãocom a sinfonia do tempo.Que se perdeuentre as notas musicaisdos nossos beijos!

Alais Monteiro Pickersgill Praeclarus/Rio Grande/RS

[email protected]

INTOLERÂNCIA

A intolerância manifestadaÉ inexplicavelmente toleradaPelo amor em demasia,Que perdoa a ignorânciaE tudo contagia.

RIQUEZA

Ensimesmado, relembrasonhos passados de Jades e Palácios;perambula por entre sedas e cetins,colos quase nus, corpos esculturais, eera o dono de tudo, meu Deus!

Acorda dessa modorradiante da sua riqueza:tosco quarto, muitos livros eainda tantas outras esperançasimateriais...

Alceu Brito CorreaPraeclarus/Brasília/DF

[email protected]

Alberto SlompPraeclarus/São [email protected]

O RIO COMO SÍMBOLO DO AMOR

O rio vai correndo, calmamente,em mansietude tal... - se só desliza... –nem treme, quando a aurora traz a brisa,nem freme, com a aragem do nascente.

E assim segue, montado na correntee nesse cavalgar terno motivamuitos sonhos de vida, e sintetizaa glória de viver, serenamente.

Mas, de repente, o vento um ramo embala e uma pétala-símbolo resvalae voa e cai no rio, sem rumor.

E nesse simbolismo transparenteessa asa de flor beija, suavemente,o rio que, beijado, gera amor.

Almir Diniz de CarvalhoColegiado/Manaus/[email protected]

TECENDO POESIA

É noite,tão cedo, tão tarde.Ao meu ladomeu anjo adormeceenleado em luzes,na espera incessantede me embalar os sonhos.Exausta entrelaço imagensa tecer poesia.Ao meu redorpercebo a poesiaque não via.

Ana Maria OsórioTitular Enperito/Pelotas/RS

[email protected]

NOS CAMINHOS DA VIDA

No cemitério oro aos mortosNa padaria compro pãoNo hospital visito os doentesNa igreja oro a Deus e peço bênção.

Na tristeza fico na solidãoNa alegria converso com amigos ao portão. Tudo na vida tem seu momentoQue reflete nosso pensamento.

Na vida tudo é compreensãoTem que haver reflexãoA alegria e a tristezaSão provas da vida que pertence à natureza.

Sofrer e ser felizE como todo mundo diz:Faz parte da imaginação:Ore ao Criador e peça Sua bênção.

Antonio Augusto Alves AlmozaraConselho/São Pedro/SP

QUINZE ANOS

São quinze anos vividosCom paz e muita uniãoForam poucos dias perdidosNão vividos em comunhão

São quinze primaveras passadasNo jardim da inocênciaNo canteiro da saudadeNo altar da existência

São quinze anos de pazTrês lustros de emoçãoDe vida, sadia e audaz

Uma vivência sem solidãoUm destino muito capazUma vida, uma oração.

Antonio Araújo LoiolaPraeclarus/Campo Maior/PI

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Antonio Benedito GalloConselho/Ribeirão Preto/SP

[email protected]

REBUSCANDO

Venho buscando e, essa eterna buscatira-me o sono, gera ansiedade;embaça os olhos, pensamento ofuscae vai-se o sonho de felicidade

A vida, aos trancos tenho conduzidoe mil caminhos foram tateados,Pela riqueza já fui seduzidomas sigo a trilha dos desenganados

Aos anjos todos preces eu já fizao universo doei meu destino;no desespero para ser feliztenho encontrado mágoa e desatino

Busco e rebusco e não encontro nadasem distinguir aonde chegar;na minha insônia pela madrugadarolo e me enrolo na vida a pensar

Mas eis que a fresta da minha janelaraio de luz se permite verergue-te homem! põe-te em sentinelaestá chegando um novo amanhecer

E um anjo bom vai te esclarecerque está em ti a realização;A felicidade a que buscas terEstá bem dentro do teu coração

NAVEGANDO NA LITERATURA

Escrever é, sobretudo,Além de tudo, ler,Quer-me parecer.É, igualmente, ver.A leitura conduz à reflexão,Que induzSendo bela,Integra o universo da paixão.Alguns escrevemCom vistas ao ofício,Outros não ligam para isso:Seguem caminhos de risco,Pouco valorosos,Inadequados, tortuosos,Falta de sonoridade e sem hino.Alguns se chamam Salustino...Nesse universoSem versoHá profetas,Doutores,Poetas,Prosadores,Além de pensadores.Em meio a incertezas,A literatura e seu melTransformam-se em céu,Apresentam-se como o mundo,Segundo Newton:Vasto em seu poder acolhedor,Tal qual um deus.

Antonio MoreiraPraeclarus/Rio de Janeiro/RJ Antonio Rodrigues

Assinante/Santos/SP

ECO DO CORAÇÃO

Às vezes o amor está tão pertoque não o sentimosisto porque na vida, timidamente,sem querer, mentimosvem, ouve com carinho a vozde meu coraçãoseu ruído é o eco da minha paixão

Espero, então, queestejas convencidaé u’a emoção que estavaadormecidaemoção ou sentimento,algo sublime, gostososentir da mulher especial,o mesmo, é maravilhoso

Não podemos assegurarque é eterno o amortodavia, enquanto perdurar,deve ter muito calornão devemos chorar poruma relação que fenecerpois, das cinzas, como o fênix, outro deve florescer

EU E VOCÊ

Hoje não tenho mais você,de ti só restou saudade...Pasmo ao recordar o tempoem que te amei de verdade...

Ao som de nossa melodiapredileta hoje parei...Ao relembrar quando fui seue, perdidamente, te amei...

Não fique triste se o mundoe a sorte lhe fizeram infeliz...Lembre-se que a seu ladotivestesalguém que muito lhe quis...

Se o passado lhe atormentae, de volta, hoje lhe chama...Lembre-se de seu ex-amorque, hoje, ainda lhe ama...

Se hoje seu sono viroupesadelo,não foi pelo meu querer...Se és, hoje, sozinha e triste,o fizeste por merecer...

Esqueça agora seu tormentoe venha de novo viver...Enquanto permanecemosvivos eu e você!...

Areoaldo de PaulaTitular Emérito/Brasília/DF

[email protected] Lúcia Hussein

Colegiado/São Paulo/[email protected]

IMPRESSÕES

Sinto a vida assimAlegriasTristezasNão sei o que dizerUm vazio com a sua ausênciaUma saudade imensa de vocêE o que fazer com o coração partido?SofrimentoTenho lembranças de você

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BEIJA-FLOR

Um suave farfalhar de asasQuase que, imperceptível,Não fosse o encanto presenteDa sua eventual aparição.Sorvendo o néctar das flores,Com seu fino e longo bicoA realçar delicadamenteNa minúscula cabeça.O matiz da plumagem,Lembra as cores do arco-írisEm função de penas revestidasCom superfície lisa e polida,Provocando refração vibranteDa majestosa luz do sol.A cauda com suas dez retrizesEm formas variáveis,Governando o rumo voaz.Pequenino mas, imponente,Parecendo ter procedênciaDa sublime esfera das fadas.

Arlete Mari RaminaColegiado/Curitiba/[email protected]

Augusto Barbosa Coura NetoPraeclarus/Florianópolis/[email protected]

SE ME AMARES

NOITE EM DIA...

Dias que a escuridão se aproximaQuando a noite vira o abismo viscosoO dia sem brilho, a poesia sem rimaO ar denso em flerte ao clima misterioso

Respirar? Nenhuma possibilidade!Pés na movediça areia dos vermelhos maresDesvendando toda a complexidadeDo mistério da vida e seus pilares

Firmamentos em vão da loucura de existirTransformando o chão de vitórias em derrotasAgora nem restará o ato de dormirO pesadelo noturno lhe fará chacota

O seguir das bússolas sem ponteiroQue jogam você para a face oculta da luaBalas e almas perdidas nos tiroteios“Engole! Cresça! Apenas evolua...”

Numa noite sem estrelas nem segundosPares destroçados pela iniquidadeParalelo, entrelaçado, próximo, o teu,O meu, mundo...A tua luz, minhas trevas...O oposto do avesso da infinita atividade!

Distantes por abismos de dívidas contraídasRenascidos da esperança que já nasce em lutoQuando a única estrada é a tua rua sem saídaO cantor principal da minha ópera é mudo...

Ai, desses dias que já nascem abortadosRodopiando nas esquinas da sofreguidãoVelando as estrelas que partiram sem adeus...

E o sol vem pela manhã,Com megatons abençoados...Distribuindo o “sim”, curando o “não”Renascendo para burgueses e plebeus...

Caris Licia Garcia do AmaralPraeclarus/Indaiatuba/[email protected]

O SONHO DA MORENA

A flor que nasceu no sonho da morena.A rosa vermelha cor da paixão.Na noite falava o que eu sentia por ela,na noite ia ver a minha morena do amor.

Um sonho, o amor de uma morena,na noite saia com a morena,na noite a saudade da morena,na noite ficou o amor da morena.

Na noite sonhar com a morena,na noite falar de uma mulher,na noite ver a morena que falar de amor,na noite ver a minha morena dançar,

Na noite ver a morena que me deixou,na noite ver a morena, sentir seu amor,na noite a morena do amor,na noite o coração pede para ver a morena.

Benedito Carceles TavaresTitular/Mogi das Cruzes/SP

[email protected]

LEMBRANÇA

“Eu a amei numa noite assim;ainda não morreu em mim o amor”.Pense em mim, pelo menos agora,não como uma noite qualquer.

Noite de mãos dadas pelofrio das alamedasarmando sonhos em palavras banaisquando os ouvidos, voltadospara o interior de nós mesmos,se refletiam no convite de seu sorriso.

Noite de suspiros fundos nocontacto dos beijossegurando com mãos trêmulasum cigarro indesejado,quando o silêncio trazia o perigode anseios reprimidos.

Qual de nós dois seria capaz de dizeronde termina o desejo e começa o amor?

Noite que aconteceu fora do tempo.Só me lembro que fazia frio como agora.Diferente de agora quandodois olhos tristesvivem a me fitar a insônia.

Pense em mim nessa noiteque ficou perene comoimagem de lembrançaque não consigo esquecer.

PAREDES

No interior da casaUm aroma de café.À mesauma xícarafumegantee um piresde mentirinhas.AquiEncontra-se o caloro silêncioé um mundo imaginado.

Se me amaresSerei o gerânio de teu jardimO sol em teu caminhoO sabor suave de teu vinho

Se me amaresSerei o alimento de tua vidaO sorriso de tua emoçãoO amor em teu coração

Se me amaresSerei a sombra de teus passos O teu rumo o teu norteA paixão que te abraça forte

Se me amaresSerei o colorido de teus sonhosA tua luz teu infinitoO eco sublime de teu grito Djanira Pio

Assinante/São Paulo/[email protected]

Carlos de MoraisDecano/São Paulo/[email protected]

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Carlos Eduardo PompeuDecano/Limeira/SP

[email protected]

RECESSIVOS

De quantose por quantosfomos feitosvara ter assimtantos defeitos.

Qualidades,as herdamos tambéme, na maioria das vezes,causasde tantos outros defeitos.

A inteligênciapode nos levarà soberba.O poder,à prepotência.

A fé,ao fanatismo.A riqueza,à mesquinhez.A beleza,à vaidade e à luxúria.

Enfim,no palco da vida, com a cargade incontáveis pendores,seguimos, representando o papeldaquele que pensamos ser,mas por muitas vezes,longe de ser e sabero que realmente somos.

VIDA

Da vida, que sei da vida?Dela, que sabe você?Eternidade resumidaNuma pergunta: Por que?

Por que sofrer tanto assimEm terrível crueldade?Para, apagar feridasOu marcar a idade?

Para que chegar a um mundo Com tanta guerra e dor?Por que não chegamos a eleE encontramos só amor?

Onde está o deus dessa vidaQue nada fala. nada vê?Para curar a feridaDeste povo que não crê?

Se existe não apareceE não aparece por quê?Cristo?! É Deus ou anjo?Afinal, quem é você?

Penso que é a alma queridaDe quem ama os olhos seusTambém é a salva de vidaDe todos os povos ateus

Vida! Semente de orvalhoMostrando pureza e pudorFlor a pender de um galhoE o símbolo do amor!

Carmelinda Rodrigues da CunhaPraeclarus/Campinas/SP

[email protected]

PERCURSO DA MEMÓRIA

Um estojo artisticamente forjadorecantos com beiradas carcomidasem seu interior cambraias esmaecidassonhos esvaídos no contínuo do tempo

Empilhada, altaneira, uma caixinha de músicalembrança de uma sinfonia desafinadapelos decibéis abaixo do tomda corda que voluntariamente esqueci...

Carmen Maria F. PilottoAssinante/Piracicaba/[email protected]

Cecília Rodrigues de SouzaConselho/Manaus/[email protected]

TENTE OUTRA VEZO sentimento acabou?Sorria, festeje... Outros virão!E sempre será como se fosseA primeira vez, com alegria,Tristeza, amor, desamor,Comemoração, solidão.

O que há com você?Por que receia tantoSeguir em frente?O que lhe impede de buscar,Compartilhar e se entregar?

É medo de sofrer?Ah! Doce ilusão a suaPensar que não está sofrendoPorque fechou seu coração.

Acredite, dor maiorDo que a de perderUm grande amor é a de nãoTentar, a de cruzar os braços,A de se isolar, a de ficar no ostracismo,Olhando sem querer verE sentindo, mesmo não se permitindo sentir,As novas e surpreendentes emoçõesSinalizadas em olhares, sorrisos, abraçosE apertos de mão.

Desperta! Ainda há muito tempo!A vida é bela, o mundo, maravilhoso!Só precisa ficar atento para perceberOs indícios do desabrochar da esperançaEm seu caminhar.

Não pare, não vacile, Não desistaDiante das oportunidadesQue, sabiamente, passam e não voltam mais.E se quer realmente ser feliz,Esteja aberto para o amorE sempre, sempre, sempre,

Tente outra vez!Cecy Barbosa CamposPraeclarus/Juiz de Fora/MG

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CENA NATALINA

Na mesa adornada, iguarias perfumadasaguçam o apetitepara a festagastronômica.Fitas vermelhasenfeitam presentesem embalagens prateadas.Garrafas de champanhaespocam nas salasmisturadas aos risose aos abraços.Na árvore natalinacom bolas coloridas,sininhos dourados tintinabulam a cada instante.Na efusividade do momento,ninguém se lembrado aniversariante.

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A IMPORTÂNCIA DA SÉTIMA ARTE

QUERIDO

Em noite clara, a lua a provocar,Sentimentos e aspiraçõesQue amor tu erasBelo, jovem, educadoNo cruzar dos olhos...A lua fotografando percebeuNossos profundos anseiosE as cenas gestuais...Como as estrelas a cintilarBrilhamos e nos aproximamos.Tínhamos a beleza da papoula,O perfume cálido do jasmim,A postura majestosa do eucalipto,O encanto de um jardim.Amor que adentrou o meu serNo compasso do tempo, como pêndulo,Marcando no contratempo...Nosso amor foi assim.

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Adilson Roberto GonçalvesColegiado/Lorena/SP

[email protected]

CRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICACRÔNICA

O PÉ DE ALFACE

A mulher fechou atrás de si a porta de vidro e caminhoualguns metros antes de alcançar o portão.Na frente da casa havia o odor fétido da gramaregada por cães imundos; ao longo da avenida o detrito verde-escuro de animais pastandoformava um rastro mal cheiroso. A mulher apoiou pesadamente as mãos nas grades de ferroe viu o ônibus passar. Sentiu uma vontade enorme de ir com ele, de fugir daquela casagrande e vazia. Pensava nos amigos e parentes que encontraria descendo as ruas.

Mas, aquele era seu lar! Ali nasceria seu filho; ali retornariaseu esposo. Ela aprenderia a amar o casarão isolado. Pensou então no seu almoço. O arrozbranco já estava cozido na panela. Nada mais havia! O ônibus lhe indicara, ao passar, que“ era hora de fazer a refeição”. Mas ela esperava, esperava um milagre!Talvez algum parenteviesse visitá-la trazendo uma sacola cheia de legumes,ovos ou algum pedaço de carne!

Nisso passou uma carroça. Trazia cestos e mais cestos deverduras.O caboclo quase se deteve para oferecer a mercadoria, mas diante do olharindiferente e adverso da mulher, seguiu.

Foi então que ele caiu: o pé de alface! Ficou ali jogado nochão: verdinho,macio , apetitoso! A mulher pensou em abrir depressa o portão e agarrá-lo!Não para avisar o verdureiro, que já se distanciava, ou para removê-lo simplesmente da viapublica Ela quis para si, para comê-lo. Pensou em trazer para casa e, depois de lavardelicadamente cada folha na água fria, depositá-lo na travessa de porcelana.

Regar com sal, azeite e vinagre! Como lhe parecia gostoso oalmoço agora: arroz e salada de alface!Quase foi mas, se deteve.E,se alguém estivesseobservando? Algum vizinho afoito ou transeunte ocasional? Que diriam ao vê-la assim,quaseroubando, catando do chão a sobra perdida?Que diriam os que a vissem sair assim daquelacasa de grandes janelas de vidro e cortinas de tafetá? Que diriam ao vê-la assim de vestidobranco , imaculado e chinelinhas de seda japonesa, descer ás sarjetas?

Que diriam eles se soubessem que seu esposo, que voltavasempre das viagens com os braços cheios de presentes exóticos, nunca trazia dinheirosuficiente p’ra pagar as próprias dividas? Humilhada e envergonhada pelos próprios

pensamentos ela voltou e trancou-se na casa. Pouco depois, devagar esozinha fazia sua refeição.Nesse dia não comeu arroz e alface. Almoçouarroz e lágrimas! E, o pé de alface? Acabou esmagado pelas rodas de umcaminhão...

Cinema é movimento, de imagens e de ideias; é feito dereflexos e reflexões, que vão direto à visão e às visões de mundo – é, pois, a expressãoluminosa de nossas vidas, quer sejam sentidas, quer sejam desejadas.

A sétima arte é a melhor parte da expressão árida ou poéticadaquilo que somos ou do que podemos ser. Ao usar de uma falha de nossa retina que nãoconsegue discernir duas imagens quase simultâneas, o cinema nos ilude não apenas como movimento, mas também com as visões e expressões de vidas em mundosexistentes ou não, reflexo de nossa condição humana de sonhadores.

Dirce Ramos de LimaConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Aracy Duarte FerrariColegiado/Piracicaba/[email protected]

Célia GevartoskiPraeclarus/Piracicaba/SP

[email protected] Almeida Nogueira

Colegiado/Mauá/SP

A TARDE SE DESPEDE EM CORES...

A tarde se despede em cores,nostálgica lembra saudade do quê, não sei?Na penumbra um corpo,nu, parece querer comigo irdescansar, dormir...Dormir, deixar de pensar,esquecer-se de sonhar, de amar,aquietar-se em um cantinho qualquernaquele momento finitodo sol o adormecer tão bonito...Sonolentos quais pálpebras cansadas,tarde e corpo se aquietam e se encolhemcomo num abraço mudo e cúmplice,à tarde, acostumadao corpo ainda suspira em jejum...Beijo-lhe os ouvidos,Obra de arte esculpindo,Delineia-me em você,No seu peito...Coração tem meu jeito,Sem disfarce eleito,De direito, amor feito,No meu peito...Coração com seu jeito,Um no outro ficou,

NINFA DA TERRA

De lisura jomadeia.Cariciante universal.Senhora das emoções.Obra prima divinal

Atrativo dos amantes.Sujeita na direção.Parece um sol de prataAlumiando a escuridão.

Eras, enternecidaEm sua fiel missão.Venturosa sua graçaNinfa dos corações.

Quando longe ela passaNo céu livre bela vagueia.No abraço a terra enlaçaPureza gelada clareia

Seu branco inspira Paz.Paz vista de longe.Na via única vaiE da terra, fiel monge.

Elo da terra e soLBrilha na amplidão.Da terra ao derredor.Fiel na obrigação.

Longe desconhece guerra.No moderato vai e vem.Enquanto viver a terraSua ajuda clareia além.

Uma tarefa infinda.Satélite belo primor.Desde a mão do criador.Poderosa ninfa do amor.

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O GRANDE BIBLIÓFILO

Eu sou amigo dos livrosDesde o tempo de menino.Para gostar de leituraFoi talhado o meu destino.É galardão que eu ostentoQue com certeza é divino.

Pelos livros o meu gostoPortanto é de longa data.Sou terrivelmente contraQuem só com desprezo os trataComo se os tais não valessemUma enferrujada lata.

Leitura de um livro podeFazer do triste contente.Há livros que até parecemContar a vida da gente.Pelo assunto que abordamDeixam isso saliente.

Diante de nossos olhosUm livro aberto nos fala,Como a flor para o narizQue seu bom perfume exala.O livro é rosa pereneQue o tempo não despetala.

Dono de bibliotecaDe grandioso valor,Foi saudoso José Mindlin,Da cultura um defensor,Que durante sua vidaFoi um constante leitor.

Nosso grande bibliófilo,José Mindlin que nasceuPara zelar pelos livros,Um bom exemplo nos deu,Pela contribuiçãoPrestada enquanto viveu.

Cícero Pedro de AssisConselho/São Paulo/SP

[email protected]

Ceres Marylise R. SouzaPraeclarus/Itabuna/[email protected]

Célia Lamounier de AraújoPraeclarus/Itapecerica/[email protected]

APOTEOSE Minutos finais de um velho ano...O povo está na praçaà espera do abraçocom o branco nas vestesa taça nas mãose a fé nos corações Eis que na zero horano céu de Itapecericaacenderam-seas estrelas de fogoque explodiam em jogode dança e de cores Multiplicaram-se no céutal o milagredos pães de Jesussaciando a fome de luzmensageiras de esperança e amorem apoteose a brindar:Feliz Ano Novo!

SONHOS Através dos sentimentos resguardados,Vemos tão claro que quase é impossívelCrer que tudo não passa de um sonho. Na verdade, sonhamos acordadosPorque ele nos leva a algum lugarQue não é nosso e nada conhecemos. Os olhos fechados nos transportamAo refúgio do que somos nesta vidaE ali ficamos sem que alguém nos siga. Não há palavras, somente o pensamentoQue nos conduz sem se importar com o tempoPorque não há idade para os sonhos: Não são dias, não são meses, não são anos,Que decidem nossas vidas, nossos planos,Porque sonhando, sempre persistimos Em reter a emoção por mais instantesNa fumaça de um cigarro que fumamos,E com ela, toda a trama desse sonho.

SEU CABELOS

Seus cabelos são paisagemSeus olhos são miragemSeu coraçãoDesejo selvagem

Que meu mundoInvademInundam , incendeiamAté que se acabem

Que minhas mãos trêmulasAfagamQue minha bocaMordem

Que meu incestoNascemQue meu futuroAlcançam

Que nascemAcima de teus olhosElevam te semblanteInundam tua alma

SOBRE NÓS

Quando o primeiro raio de sol veio meabraçarsenti um pouco do seu conforto,mas não havia seu cheiro.Passar. É só isso que o tempo faz.Ninguém jamais saberá tudo sobre nós;Especialmente nós.

Clóvis Rolim da SilveiraConselho/Piracicaba/SP

[email protected]

Denivaldo PiaiaConselho/Campinas/[email protected]

EDNÉA LANÇA LIVRO DA HISTORIA DE ANGRA DOS REIS

Após longa e persistente pesquisa, mais um livro dá continuidade àHistória de Angra dos Reis: “Bartolomeu Antunes Lobo – Angra dosReis – século XVII!”,de autoria da Acadêmica Ednéa do MarcoPaschoal, de Angra dos Reis/RJ, Cadeira José Rodrigues de Almeida,da Área de Letras, das Galeria dos Decanos do Conselho do Clube dosEscritores Piracicaba. Contato: [email protected]

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TANGERINI LANÇA LIVRO

Em setembro de 1980, Nelson Marzullo Tangerini, entãocom 25 anos, enviou uma carta para a casa do poeta Carlos Drummond de Andradecom sonetos parnasianos do seu pai e poemas seus. Dias depois, ao abrir sua caixapostal numa agência dos Correios, no Centro do Rio, o jovem estudante foi surpreendidopor uma breve resposta do escritor mineiro: “Com um abraço, meu agradecimentopela remessa de seus poemas e de alguns textos poéticos de seu pai, tão justamentelembrado pelo carinho filial. Carlos Drummond de Andrade.”

Começava ali uma correspondência que, se não é tãocélebre como a mantida pelo poeta com Mário de Andrade ou Manuel Bandeira,revela a sua generosidade com aqueles que o procuravam. Trinta e cinco anos depois,Tangerini decidiu que era o momento de tornar as cartas públicas no livro “O professore o poeta — Cartas de Carlos Drummond de Andrade a Nelson Marzullo Tangerini”(Ed. Autografia). Sem as cópias das missivas que enviou, ele optou por escreverpequenas crônicas introdutórias para contextualizar as respostas de Drummond.

Hoje professor de língua portuguesa do Colégio EstadualAntônio Houaiss, no Méier, ele conta que só encontrou pessoalmente o poeta umavez, no lançamento do livro “A paixão medida”, na Livraria José Olympio. A amizadeera cultivada pelas cartas trocadas e por telefonemas.

Guardei esse material durante muito tempo. Sentinecessidade de publicar até porque o Drummond foi muito atencioso comigo. Ficoemocionado, ele é um mito da literatura brasileira.

Ao longo dos seis anos em que se corresponderam, oprofessor ganhou do poeta um livro do surrealista português Alexandre O’Neill comdois autógrafos: um de O’Neill para Drummond e outro de Drummond para o próprioTangerini, relíquia que guarda até hoje. O professor também recebeu o apoio doautor mineiro na luta que empreendeu para manter de pé a casa onde viveu o poetaCruz e Sousa no Encantado. Foi lá que o simbolista, morto em 1898, escreveu o livro“Os últimos sonetos”, publicado postumamente em 1905. A luta, apesar de tudo, foiem vão, e a casa acabou derrubada. A última carta entre os dois data de 16 desetembro de 1986. Nela, Drummond fala da doença da filha Maria Julieta.

Tangerini decidiu parar de escrever para não incomodar opoeta, que morreria em agosto do ano seguinte. Para o professor, o mineiro foi “omais universal dos modernistas”. Na minha concepção, ele é maior do que Mário e

Oswald, apesar de eu respeitar muito os dois. O autor viajou váriasvezes a Itabira antes de escrever o livro.

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LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Nelson Marzullo TangeriniColegiado/Rio de Janeiro/[email protected]

Iolanda Martha Beltrame, de Santa Maria/RS, Cadeira AugustoCardinalli, da Área de Artes, do Colegiado Acadêmico do Clubedos Escritores Piracicaba, nos apresenta o livro infanto-juvenil“Cuco”, uma leitura imprescindível para os pequenos. Lançamentoda #Editora Rio das Letras.Contato: [email protected]

IOLANDA LANÇA LIVRO PARA OS PEQUENOS

Outro título para os pequenos leitores é este “Era uma vez...Para sempre” de autoria da escritora Maria Aparecida dosSantos Garcia (Emmanuelle/Emmanuelle) de São Paulo/SP,Cadeira Nilza Pinheiro de Athayde Lieh, da Área de Letras,do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba.Lançamento da Futurama Editora. Para contato com a autora:[email protected]

EMMANUELLE LANÇA TÍTULO PARA O PÚBLICO INFANTIL

Compilados por Nelson Marzullo Tangerini, Cadeira NestorTambourindeguy Tangerini, da Área de Letras, do Colegiado Acadêmicodo Clube dos escritores Piracicaba, este livro “Humoradas” traz sonetossatíricos escritos na primeira metade do século passado NestorTambourindeguy Tangerini,destacado poeta, pai do Titular da Cadeira.Lançamento cdo autor. Contato: [email protected]

SONETOS SATÍRICOS DE NESTOR TANGERINI

Mais um livro da coleção de Pedro de Quadros Du Bois, de BalneárioCamboriú/SC, Cadeira Tereza Salvatti Delghingaro, da Área de Letras,da Galerias dos Academicus Praeclarus do Clube dos EscritoresPiracicaba, é este “Laranja em Gomos”, que traz poesias inspiradas doautor. Edição própria. Contato: [email protected]

MAIS UM LIVRO DA COLEÇÃO DE DU BOIS

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Condorcet AranhaJoinville/SC/In memoriam

[email protected]

SONETO TACITURNO

Angustiado, faço aqui o meu soneto,Pedaços d’alma, é a minha inspiração,Carregam lágrimas, sorrisos, mas prometo,São as verdades, não deslizes da razão.

São ilusões que uma a uma se perderam,As esperanças apagadas da memória,Até lembranças que no tempo feneceram,Enchendo as páginas de minha trajetória.

Fechei meu livro, meu espaço, na existência,E abri meu peito ao futuro sem remorsos,Porque, confesso, não perdi a paciência,

Hoje completo meu soneto em tom soturno,Pedaços d’alma que agora são destroços,Compõem os versos do soneto taciturno.

MASSA REAL

O tempo traça órbitas elípticasMovem-se quadrosE quadradosE círculos e esferasEm proporções inversas.

Realidades física e metafísicaAlém de filosóficaComo cantam os poetasOu racionaisComo sentem os amantes.

O amorDinamismo da naturezaCoextensivoAtraente e atrativoHumano e profundoA mais difícil equaçãoDo mundoA ele, simEstão todos os seresOrdenados, irmanados.

Honra e glóriaOu o orbeJá teria acabado!

Cosme Custódio da SilvaDecano/Salvador/[email protected]

SÓ MENTE

Não mereço o vosso ossoQuando me perco no poço loucoDespeço tamanho engodo lodoImpeço o toco modo pouco

Para que o leque do querer de tanto ter?Eis a forma em branco que requer o serPara fora do pente em menteAs mil e uma miudezas largadas assim...Somente.

Darcy Reis RossiColegiado/São Paulo/[email protected]

Edielson José GroppoTitular/Iguape/[email protected]

PROSÁPIA

Nós nascemos, talvez, dessas essências raras,Que modelam a flor na geração dos sonhos,E que vibram sutis, nas minhas carnes claras,E bailam, no teu ser, em símbolos tristonhos.

Como Deus a buscar sentimentos bisonhos,Trazes no teu olhar a perfeição das taras,Que mudaram em gozo anseios enfadonhos,E, em linfa e flor, a dor e a ilusão amaras.

Eu tenho a insensatez das musas mal feridas,Misturando canções de angústia e de tristeza,Na melodia suave e simples das berceuses...

Assim, duma união, de nós, tão bem nascidos,Surgiria, no mundo, o olimpo, com certeza,E da tua semente, em mim, só nasceriam deuses...

PRECISO TANTO DE VOCÊ.

Preciso tanto de você,Que sem saber o quanto,O tanto que me dás,Parece-me tão pouco!Mas sou eu o louco,Sou eu que necessito de teuabraço,Do alento de teu peito,Do doce sabor de teus beijos...Do som de tua vozE dos carinhos que me dásEm silêncio!Mas sou eu o louco,Que luta pela vida de uma formaDiferente da tua,Que ultrapassa as medidas,Como se nem fosse preso por elas...Preciso tanto de tua companhia,De teus passos dividindo comigoOs espaços...Como eu preciso de você querida...Es o meu repouso de guerreiro,Nesta e em todas as minhas vidas!

Edvaldo RosaConselho/São Paulo/SP

[email protected]

VALA

vala comumonde estendes teu corpovala comumonde te puseram

vala comumem que cabesno entantoeras maior

maior nos bensmaior nos gostosmaior nos ditosmaior nos prazeres

sem medidasem razãosem porquesem perdão

Eliana Wissmann AlyanakConselho/São Paulo/[email protected]

Carlos Moraes JúniorPraeclarus/Piracicaba/SP

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Criança é mesmo danada!Sabe de tudo no mundosem saber bem quase nada...

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18 19 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

José Keitel RibeiroDecano/Tres Corações/MG

[email protected]

DURA COMOÇÃONa noite que cheguei à casa e me deparei com um policial

barrando a entrada, porque todos os cômodos haviam sido destruídos pelo fogo, sentiuma das maiores comoções da minha vida. Era quase meia-noite e eu estudava em um cursopreparatório, com o fito de enfrentar um exame vestibular.

Parentes e vizinhos foram procurar o tal curso, nãoencontraram e eu fiquei sem saber do trágico fato até à hora em que retornei à casa.

A primeira grande preocupação foi com relação as minhasduas filhas, uma de dez e a outra de sete anos. Ao tomar conhecimento de que estavam nacasa da vovó materna, procurei controlar minha comoção.

Naquele momento, foi como se nada de ruim houvesseacontecido. Sem poder tocar em nada da casa, fui até à esquina mais próxima, entrei no barde um colega, que trabalhava na minha empresa, e pedi para me servir um sanduíche demortadela e um guaraná. Solitário, num canto daquele bar, comi o sanduíche, calmamente,bebi o guaraná e perguntei ao colega quanto tinha de pagar.

O valor que me repassou foi exorbitante. Naquela hora, toda acomoção que havia sido aliviada com a boa notícia sobre as filhas, voltou de maneira muitoforte. Na minha concepção, ciente da tragédia que havia ocorrido, aquele colega nãodeveria ter cobrado nada. Seria um gesto mais que normal, mas ele não teve este alcance,esta sensibilidade. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas consegui retê-las.

Deixei aquele bar em segundos e nunca mais transitei poraquela esquina.Os dias subsequentes não foram fáceis. Distrito policial para liberar aempregada da casa, que fora detida por conta do incêndio, mudança, às pressas, para outrolocal, limpeza do rescaldo, retorno ao trabalho etc.

No trabalho, a emoção de ser recepcionado pelos colegas ede ter recebido, das mãos de um deles, uma folha de papel com quatorze assinaturas, cadauma confirmando a doação de uma nota de cinquenta da moeda vigente, outra vez, encheram

meus olhos de lágrimas. Emoção benigna, por saber que não estava só,naquela triste empreitada. O primeiro mês do aluguel do apartamento paraonde mudei com a família foi pago com aquela doação.

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COMO ERA VERDE MEU VALE

CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA----------------

Depois que me levanto, abro a porta do meu apartamentoprocurando os jornais da manhã, procurando uma crônica minha a e fico frustrada quandonão encontro, mas sei que o espaço do jornal é pequeno para muitos escritores. Faço umcafé cheiroso, cujo cheiro recende pelos ares, mas não sei se ele é melhor que o dos meusvizinhos. Mas onde está o pão? Hi! Não tenho no momento! Lembro de um caso acontecidoanos atrás, quando morava em casa térrea: o pão estava na porta, logo de manhã, e nuncahavia visto o padeiro, porque ele aparecia de madrugada. Vejam que regalia havia naqueletempo! Sei de um caso de uma senhora viúva, que abria a janela para aguardar o pão e como passar dos dias, esperava o pão e também o padeiro. Caso muito romântico... Imaginemcom que ansiedade o pão era esperado e com que afã o padeiro esperava chegar atéàquela janela! Entregava o pão aqui, ali e a casa dela parecia não chegar!

Certo dia, ofereceu uma xícara de café, pela janela e mais àtarde ele veio para o café da tarde e lá estava já na cozinha da casa! Os dois se casaram enão foram felizes para sempre. Foi um erro! Hoje, se quiser um pão fresquinho, alguém temque ir à padaria mesmo! Naquele tempo de mocinha nem sabia como o pão aparecia namesa.O leite também era entregue de porta em porta e ninguém, ou quase ninguém,roubava, a não ser estudantes da agronomia, ou algum gaiato, que vinha dos bailes dosClubes Coronel Barboza ou Cristovão Colombo, antigo “Circulo Italiano”. Existiam tambémcarroças que vendiam verduras, legumes e frutas, de porta em porta. Tocavam uma trombetaavisando sua passagem e tudo era comprado às portas de nossas casas, anotado emcaderneta e pago nos finais da semana. O lixo era colocado em latas de vinte litros nabeira da calçada e .quando íamos buscar as latas de volta, estavam bem longe da nossacasa. Os cães vira-latas faziam a festa com as latas à procura de comida.

As portas não eram fechadas à chave e ficavam abertas paraquem chegasse. Só eram fechadas à noite. As chaves dos carros também ficavam nocontato com os vidros abertos. Por falta de garagem, muitos carros eram deixados à noiteem frente das casas. O que estou escrevendo parece até conto da carochinha, mas é apura verdade! Os armazéns vendiam tudo fiado e as contas eram marcadas em umacaderneta e como não havia inflação, podia ser paga depois de meses, se o compradortinha crédito, e o comerciante dizia que o dinheiro estava guardado.

As carrocinhas passavam pegando os cachorros de rua.chegava com suas redes e jogavam para cima dos coitados Por isso, as crianças protegiamseus cães o quanto podiam. Era emocionante! Eu mesma fiquei à cavalo no meu cachorroperdigueiro e o protegi da carrocinha. Parece que o cão entendeu.Bastava ver-lhe aexpressão dos olhos. Achei que era uma heroína! Até hoje tenho essa lembrança positivadesse acontecimento. Os anos passaram e houve grandes mudanças,masserá que foi para melhor? Não sei não... Parece que a paz está cada vezmais longe e a violência mais perto.

Elda Nympha Cobra SilveiraColegiado/Piracicaba/SP

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20 21POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Eliseu OroColegiado/Descanso/SC

Eloísa Antunes MacielDecana/Santa Maria/[email protected]

POEMA...

Poema é o temaE o tema o poema...

Depende da inspiração o poema,Pois ela, sim, dá vida ao poema...

Quem dera que no dilemaEncontre a gema do poema!

Que bom se houver esquemaNo atual e presente sistema...

Mas, não haja blasfemaAnte o real problema...

Que o lema do poemaSeja o poema do lema...

ÂNCORAS DA VIDA

No cais da vida,em pontos de chegadaou de partida, há âncorasfundeadas ou arriadas,Se o barco das vivênciasManter sua permanência,Ou simplesmente,Unicamente,De um porto se afastar...

No cais da vida.Em pontos de chegadaou de partida,Há âncoras partidas,Lembrando vidasDesperdiçadas,Ao léu jogadas,Sem navegar...

No cais da vida,num ponto de chegadaA âncora lançadaPermite ao naveganteA pausa repousante,E o próprio bem – estar...

No cais da vida,num ponto de partida,A âncora arriada,Permite que a jornadaProssiga, em alto mar!

E as âncoras da vida,Na estada ou na partida,No cais têm seu lugar...Garantem segurançaFundada na esperançaDe um pleno navegar!

ATRAÇÃO

Duas bocas queSe unem;Duas bocasQue se atraem;Duas bocasQue se beijam;Duas línguasQue se buscam.

Evane Barros BarbutoColegiado/Eugenópolis/MG

[email protected]

Emiliana Souza TeixeiraTitular Emérita/Itapipoca/CE

[email protected]

CRESCER NA VIDA

A vida passa e necessitamos crescer.Não só fisicamente,Mas na delicada e importante tarefade aprender a viver.Num intrincado conjunto de fatos -Brinquedos, trabalho, prazeres, dissabores,Persiste um edificante dever - O de crescermos com a aprendizagem.É leve, gratificante, reconhecer na almaa alegria do ter vivido,A consciência do dever cumprido. Tempestades vencidas, calmarias curtidas,Belezas da vida e da existência,Prendas apreciadas e sentidas.A vida passa, o tempo celeremente corre,E no entrelaçado das vindas e idas,De alegrias e dores consumadas,Vamos sobrevivendo por diversas e fascinantes etapas,Que nos levam ao fim da caminhada.Sentir - o ter vivido - nos consola a almacarente de realizações.E ao vislumbrarmos, com o passar do tempo,o estreitar da estrada,Podemos afirmar de alma incontida,Aprendemos... sim, aprendemos um pouco-A entender a vida.

Dois corposQue serespeitam;Dois seresQue se amam.

...delírio...desejo...

...amor e paixão.Duas vidasEm plenaemoção.

PRESENTE

Quando medescubrome desnudome iludo.

Vivo cadamomentocomo sefosseo último.

Felícia Terezinha Soares LopesPraeclarus/Caçapava do Sul/RS

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QUISERA QUE ELA

(essa mesma vida)fluísse assim dentro da noitedetonando os nossos sonhosnum relancenum lampejo

ounum átimode tempoque a gentesempreinventa

como a noite inventaa madrugada cinzentaignota,defloradapelo sol

por um lapso de canção na manhã fumeganteou na tarde que azulejae exala seu perfumede tristeza,de ciúmede um coração amant

Filemon Félix de MoraesColegiado/Brasília/[email protected]

Hazel de São FranciscoPraeclarus/São Paulo/SP

[email protected]

Crises são passageirastal qual pêndulo d’um relógionum constante vai e vem.

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2322 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------ ------------------------------------------

Francisco de Assis Ferraz de MelloColegiado/Botucatu/SP

Francisco Evandro de OliveiraColegiado/Belford Roxo/RJ

[email protected]

Francisco FerreiraPraeclarus/Conceição do Mato Dentro/MG

[email protected]

Gabriele Loureiro BruschiPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

O EX-HONESTO

Ele era um monumento à honestidade!Para ele, ser honesto era sublime.Costumava dizer: - sempre se primePela sua pureza e dignidade.

Devido à gigantesca integridadeA mentira, julgava, já era um crimeTão monstruoso que não se redimePor todo ò tempo e em nenhuma idade.

Mas um dia seu filho, amado filho,Acionou de um revolver o gatilhoE a lei, severa, tinha que o punir.

Então chorou aquele homem de ferro:Para isentar o filho do seu erroO homem de ferro precisou mentir.

SONETO DO AMANHECER

Amanheceu, é outro novo dia!A noite passou,e suas tristezas tambémforam com ela.

O Sol voltou a brilhar!Que lindo dia!Porque chorar?Levante olhe a naturezacomo é linda!

Veja o orvalho.sinta o perfume no ar.Aspire este bálsamo mulher!

Correr para teu ideal...Só há luz em teu caminho!Oh! Linda Vênus

Quisera ser teu Apoio em teus braços.Deixa o Sol te iluminar!

SUICIDA

Tocar a mão do ventoe na reverência ao abismocontemplar a sólida superfície do nada.

Rebrilhar nos olhos fechadosa insondável solidãodo gozar a dor de cada dia.

Flutuar o interior da pedranavegando o magma essencial.na rota da erraticidade, abandonar-se.

Empalar o coração em tributoà liberdade total e absolutade dizer sim à vida que sobejaem dor.

AMOR E BRISATanto o amorquanto à brisasão envolventes.O amor, quando chega,encanta;a brisa, quando tocaem meu rosto,parece exalaro perfume das rosas,deixando-me muito alegre.

MINHA NAMORADA

Pelos licores do teu corpo inebriadoConstruo barcos alados de fantasiaE pelos vendavais da paixão tangidoNavego audaz nos arroubos da magia

Os teus beijos de etereal caríciaConduzem-me ao Éden do celeste empíreoE o enlevo que me alaga, é divíciaTransformada em mil corolas de lírio.

Envolto na volúpia de teus braçosFruindo do amor, os êxtases lascivosA felicidade preenche espaços,Saturando a alma de sonhos efetivos.

Trago o coração como ardente piraOnde o mistério do sentir flameja,Nos perfis do silêncio minh’alma suspiraGrata à meiga ternura que sobeja.

Frederico Eduardo WollmannTitular/Cachoeira do Sul/SP

Geraldo José Sant’AnnaColegiado/São José Rio Preto/SP

[email protected]

AGRIDOCE

teu cheiro agridoce me entorpeceé mel da chuva, é água do maré sereno na pele, é a luz do luarcalor do teu corpo, é sopro que aqueceé beijo, é saliva, é mordida, é tua pelebebo-te em jarros de marfimés meu rio, deságua em mim...

meus dedos dedilham teu corposons etéreos de harpa se destilammesmo que obsceno te acenote acendo, te mostro, te engulote sopro, te vejo...

mucudo me agarra, me força,me entorna, me invade, me ocupa,me ingurgita...teu cheiro agridoce me entorpeceé sereno na pele, é a luz do luaré beijo, é saliva, é mordida, é tua pelequero você.

Leda ColettiConselho/Piracicaba/[email protected]

Meu bem não entendeu quantodói uma desilusão,vem amor deter o prantodessa amarga solidão. DESPERTAR

Acordei... acordeido meu sonho.Despertei.Será de um pesadelo?

Valentina Kroeff SperbPraeclarus/Porto Alegre/[email protected]

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Ilda Maria Costa BrasilPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Iolanda Martha BeltrameColegiado/Santa Maria/RS

[email protected]

Geraldo Gabriel BossiniColegiado/São José do Rio Preto/SP

[email protected]

BROTO

obedecendo antigas leisa semente regurgita o brotoeclode a sementeera apenas papel umedecidoseu solo nada fértilfiat lux e o broto se fezverde e pequeninoresguardando em sua almasua história e seu destinoali estão seus antepassadosseu aprendizadomilhões de anos vivenciadosolhando-ovejo o quanto somos menores que ele

UM ENCONTRO INADIÁVEL!

Um encontro é marcado,não sabemos a hora nem o dia.Os dias passam,os valores mudam,a sociedade aterroriza-se.O tempo encurta a distânciae o encontro. Cada dia,parece mais próximo e inadiável.A vida, em si, projeta-meum grande desejo:não ir a esse encontro.Há muito o que ser experimentadoe vivenciado.Como evitar tal encontro?Pintar o cabelo, vestir-se diferente,mudar de cidade...O que fazer?O depois é uma incógnita;o hoje, uma realidadeque eu amo e quero muito viver.

NOSSA PRAÇA

Praça chafariz coretoGrandes bancos de assentoParecem banias figurasInseparáveis monumentosPatrimônio a cidade configura

Altivo o chafariz nele encimaHarmoniosas estatuas femininasAinda despeja fartas águasTorrentes azuis cristalinas

Altaneiro o coreto centra aindaRefugio da petizadaQue correu olhos ardidosDe ejctar lança perfume atrevido

Bancos espaços ordenadosDescanso dos daqui dos de foraNossa praça aqui do centroJá enfeitou carnavais outrora

Mascaras coloridas fantasiasChoveu abundante confeteA embrenhar madeixas caprichosasFelizes os passeantes destra idosEnroscaram colorida serpentinas

Mãe! És...A poesia que dá vidaA mais bela poesia.

Juliana Diniz JoséConselho/Londrina/PR

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PECADOS CAPITAIS

Sobre os pecados capitais,Me veio agora a inspiraçãoE eu coloquei no papel,Estes versos que aqui estão:

A soberba, por exemplo,É o pecado da arrogância,De quem anda com saltos altos,Independe da circunstância.

A avareza, por sua vez,É o apego às coisas materiais,Quando o ser fica esquecidoE o ter aparece mais.

A luxúria, às vezes acontece,É, sem dúvida, um grande pecado,Se relaciona aos prazeres carnais,Quando o abuso é praticado.

A ira, também faz parte,Da convivência, em geral,Quando pensamos em vingançaE desejamos, ao outro, o mal.

A gula, talvez seja o menor,Pois é um pecado gostoso,Comer, ou beber em demasia,Só, a si próprio, é perigoso.

A inveja é a forte cobiça,O olho grande, no linguajar comum,O ciúme, em dose máxima,Que pode atacar a qualquer um.

A preguiça é mais uma asneira,Que não nos deixa trabalhar,Que nos rouba a disposiçãoE nos convida a descansar.

Um pecado aqui, outro acolá,“Errar é humano”, diz o ditado,Não significa a nós mortais,Que tudo o que fazemos está errado.

Iva da SilvaColegiado/Francisco de Paula/RS

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IMAGINAÇÃO

Olhando fixamenteuma folha de papel alvíssima,viajo por lugares diferentessó com deslocamento da mente.Desfiz interrogaçõesacumulada durante o percursoque bloqueavam a razãoe por vezes causavam susto.Entendi emoçõesque massageavam meu ego,impondo condiçõesadversas ao meu caráter.Admiti erros,mas não consegui pedir perdãoporque nesse instante,minhas vistas convergirampara outra direção.E eu sai do transe,da fantasia, da imaginação.

José Airton MellegaDecano/Piracicaba/[email protected]

INTRUSO

Sempre há um intrusoque chega na hora erradae tem atitudes alheias ao contextocomo opinar sem ser solicitado;.enfim, intruso é participar sem serconvidado.

Marco Maurer Dalla VecchiaPraeclarus/Porto Alegre/RS

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José Ângelo GiacomeliColegiado/Barra \Bonita/SP

[email protected]

NATÁLIA A Natália riao relógio do cucoA vida ianos fazendo suco. Suco de cervejaOh! Que belezaEu poder sentarJunto a tua mesa. Você é diferente demaisEntre tantas pessoas iguaisO seu jeito debochadoAtrai todos ao seu lado. Gosto de respirar seus aresSentir seus olharesNavegar em seus mares. Possuis:Ondas provocantes,Sorriso contagiante,Perfume atraente,Corpo caliente,Carne que provoca os dentes.Quem é que não senteE que não gostaria de ganharVocê de presente.

ESQUEÇA

Esqueça meu amor, se eu lhe fiz chorarEsqueça tudo o que eu lhe fiz de malNão deixe a tristeza dominar seu coraçãoNão deixe que o nosso amor chegue ao seu finalEsqueça se um dia eu lhe disseQue o meu amor por ti ia morrerEsqueça, pois não passa de toliceNa verdade sem você não sei viverEsqueça tudo o que vão lhe contarE nunca fiques com raiva de mimNão deixe as mentiras arruinar o nosso amorEsqueça, pois brigar é tão ruimO que interessa é que eu amo só vocêEsqueça, é para o seu próprio bemQuando dizem que eu estou te traindoEsqueça, eu te quero e a mais ninguémDeixe o mundo com sua maldade de ladoVamos viver um para o outro e sempre assimEsqueça, mas por favor tome cuidadoE nunca se esqueças de mim.

José Antonio NappiDecano/Piracicaba/SP

[email protected]

DIA DOS NAMORADOS

NamoradoEnamoradoMuito amadoAcarinhadoHoje...Dia dos NamoradosUm dia ...Entre tantos outros diasDe encantoDe desencantoDe sentimentos atordoadosQuestionando sentimentosProcurando mil argumentosPara entender procedimentosInesperadosNeste dia... porémFazendo uma retrospectivaSentindo uma emoção mais forteJuntando pedaços da vidaE vendo a alma serenaPreenchida...Alma plenaAs dores e alegriasDo nosso dia a diaConseguem ser superadasSe tivermos ao nosso ladoUm companheiro constanteAmadoAmanteNosso eterno namorado

Lúcia MartinsConselho/Ituporanga/SC

[email protected]

José D. Nicolini Gonçales Colegiado/Osasco/SP

[email protected]

José Nogueira da CostaConselho/Itajubá/MG

José Roberto PanaiaPraeclarus/Piracicaba/SP

Maria de Lourdes S. MachadoPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

CENTELHAS NO AR

Um abraço apertadoCom um beijo roubadoDois corpos coladosCarinhos roçadosUma centelha no arDe quem deseja amar.Um encontro no pensamentoQue para minha alma é alimentoE serve de fomentoPara aumentar a fagulhaDesse amor que me orgulhaFeito o açúcar e fermento.Parece-me coisa do destinoO desejo de estarmos juntosÉ concreto e contínuoSinto-me diante de tiUm eterno meninoInvadindo o universo femininoProcurando um tino.Se vamos ficar juntos ou nãoOuço o meu coraçãoQue clama a sua presençaQue incendeia meu corpoNessa torpe paixão.

CARNAVAL

Fevereiro chegou e juntamenteCom ele também chega o carnaval.Rei Momo, como sempre sorridente,Já se atavia para a bacanal.

Haverá cervejada e muita gente,Criança e adulto, vão sentir-se mal.E muito idoso e muito adolescenteVão parar, finda a orgia, no hospital.

Mas ressaca, roturas de carteira,Pouco importa à família brasileira.Esta festa mundana, universal,

É pelos brasileiros tão querida,Que há pessoas que passam sem comidaMas não passam jamais sem carnaval.

POETA BÊBADO

Ninguém teve essa idéiaQue eu tive um poeta fazendoUma poesia quando estivesse bêbado

As rimas sairiam tremulasNos seus versos, seus pensamentosSairiam voando sem direção certa

Formando frases sem nexoQuanta bobagem sairia dessa poesiaSe ele estivesse pensando em sexo.

diferençasmãosatrapalhadashumildadegrandezainfanto-juvenil.

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Inês Tafarelo TuonPraeclarus/Piracicaba/SP

LIBERTA-TE

Esquivas-tede tuas inquietudes.Não deixes morrera tua liberdade.Experimenta a lutados anseios que te ferem.Salta-te como as ondasdo mar bravio,à procura de descansonas areias brancas,batendo suas espumas,rolando, morna.Viaja como os pássarosa vagar buscando o espaço,procurando alimento e pousopara sua jornada cansativa.Liberta-te da solidão.Caminha pelas veredas clarase busca o suave repousodos anseios de teus dias.

José Paulo Castro SouzaConselho/Blumenau/[email protected]

JESUS E NÓS!

Mais uma vez pergunto:Jesus existe?Mais uma vez respondo:Jesus existe.

Quando nos acontece algo,Sempre culpamos alguém,Sempre culpamos JesusSe não nos amamos o suficiente.Vem a pergunta:Por quê?

Vem a resposta:Porque não somos perfeitosPorque não somos como deveríamosFujamos de nossa responsabilidade,Fujamos de aceitar o nosso erro,Fujamos da estrada,Sempre achamos que onosso trajeto é a melhor,Nossa decisão é a melhor.Sempre somos melhores que os outros.

Quando nos damos conta,Vemos que não somos nada,Somos fracos,Somos necessitados,Precisamos uns dos outros,Precisamos de Jesus!

Leda Mendes JorgeColegiado/Niterói/[email protected]

UM VELHO

Hoje eu queria estar com um velho,Com um velho homem, de mãos grossas,De pés calejados pelo longo andar.Queria estar diante de sua sabedoria,Para que me ajudasse a entender a vida,Que me falasse dos meus erros,E que sorrisse para mim ao dizerDos meus acertos.Hoje eu queria estar com esse velho homem,Para me ajudar a enxugar minhas lágrimas,Que me abraçasse e me envolvesse de ternura,Que me ajudasse a juntar os meus retalhos,Partes tristes e doloridas da minha vida.Hoje eu queria estar com este homem vivido,Para, quem sabe, ouvir dele, que um dia,Talvez não muito longínquo, ele me dissesse:“Você também é por mim querido”.

ANTES QUE SEJA TARDE

Dizem que sofrer na Terra é carma.Cada um tem seu destino.Não me acomodarei no conformismo.Quero ser toda feliz.Sairei da caixa de presentes,que prende, como algemas invisíveis,minha vontade de combater tristezas.Meu céu deve estar por perto.

Lutarei, sem trégua, por esse sonho.Abrirei meus caminhos. Não ficarei dormindo o sono,o sono das águas estagnadas.Serei livre, sem medo, sem críticas;serei rio caudaloso.Expulsarei dívidas e dúvidas: conquistarei meu espaço.

Sou vibração, amor e pecado.Sou humana.Quero corpo e alma em igualdade.Sou razão e coração;não posso encarcerar meus sonhos.Vou, antes que seja tarde.

Lauro TeixeiraPraeclarus/Itajubá/[email protected]

Maria Angélica B. dos SantosPraeclarus/Belo Horizonte/MG

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TEMPORAL

o vento vira a esquinatraz folhas em redemoinho cria vida em rodopiodepois vem a calmaria

veio o vento só lembrarque o tempo é imprevistovou sair para dançar

FIM DE CASO

É doloroso saberque o amor acabou

nem lágrimas existempara denunciar o fim

o fimdo amor que não chegou a ser

apenas uma nuvemem céu abertoonde novamentepássaros voam!

Maria Gema MartinsConselho/São Paulo/SP

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PARÁFRASE

Não faças amanhãO que podes fazer hojeE tampouco tenteFazer hojeO que deve fazer amanhã!

Nadir Silveira DiasConselho/Porto Alegre/[email protected]

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30 31---------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

UM SER QUALQUER.

Do nada surgiu um serUm ser qualquer... um ser nobreFoi criança e foi pobre...viveu, cresceu, ficou adulto esofreu...Andou pelo mundo,como um vagabundoA procura de um amor persistenteO sentimento mais puroque penetra na alma da gente...Da sua alma fez um mundode esperanças e do seu coração,fez um pedaço de ilusão...Quis ser astronautapara viver sempre no espaço sideral...Para esquecer o amor perdido,que era uma coisa banal...Viveu muito ... sofreu muitofez serestasE ficou poeta...

Luis Antonio P. da SilvaPraeclarus/Capivari/[email protected]

Marcelo de Oliveira SouzaConselho/Salvador/BA

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SÃO LÁZARO PROTETOR

Meu querido santo protetorProteja-me diante da dorSão Lázaro vencedorMesmo diante da morteGuia-me e daí-me sorte.

Assim como a muletaO ampara da vicissitudeDa sua vida terrenaSejas o meu amparo,A minha fortalezaNa dificuldade de vida moderna.

Vencedor mesmo diante da morteRenascido em meio a sua féRenove também a minha fé diariamenteProteja-me das escaras dos inimigos.

Do infortúnio dos desvalidosDa forma que os cães limparamSuas feridas,Limpe minha mente de maus pensamentosProjete-me sempre para frenteDivulgando as suas vitóriasEm prol de Jesus CristoE de sua santidadeAmém!

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

A MAIS BELA VIAGEM AO INFINITO FEMININO

A viagem estava marcada. Torrentes de lágrimas fluíam denossos olhos. Adeus! Uma forte sensação de isolamento rodeava meu ser sempre banhadodo mais doce e puro amor. Ah! O amor! Quantos momentos de felicidade ele podeproporcionar àqueles que amam incondicionalmente, indeterminadamente como as semprevivas até morrerem. E eu sempre fui premiada com a vivência desses amores impecáveisque enchem o coração e o faz pulsar loucamente a cada olhar, a cada beijo, a cada toque demão. A lua teimava em ficar, mas as estrelas desapareciam. Gritava minha razão:- “Eviteemitir qualquer pensamento de dor, nesta triste partida. Chore, mas de alegria.

Ele tem de pensar que não é o único”. Se demorar ou nãovoltar, o coração deixará de chorar mais lágrimas sentidas. A história será outra. Na friezado não retorno, outro poderá despertar um novo sentimento, talvez mais forte, sem queperca a dignidade e o respeito de ser mulher. Preencherá de carícias aquelas lacunasdeixadas pela indiferença, de tão longa data e tão longo isolamento. A ausência temporáriaé salutar. Um contato, mesmo que virtual, alimenta, fortalece o sentimento.

Assim são os, os reencontros e desencontros na vida a dois.Mas o isolamento permanente desfaz a cada momento o que uma vida inteira construiucom a mais solene paciência e dedicação. Então aquele silêncio virginal renasce para umnovo e mais esplêndido amor, mais forte, mais vivo, mais sensualmente agitado em todosos sentidos. O primeiro amor acabou. A segunda experiência é mais bonita. A primeiraexperiência pode ser involuntária e traumática. A segunda pode ser um mar de estrelascadentes semeando aquilo a que chamam felicidade. Mulher, nunca deixe que um homemuse seu corpo sem a benção do amor perfeito entre ambos.

Sexo por sexo não faz bem a nenhum perfil feminino, a não serforçado pelas circunstâncias. Quantas prostitutas gostariam de ter um lar fixo! A mulher édona de seu corpo e pode fazer dele o que bem quiser, diz o senso comum, mas não deveriasubmetê-lo vulgarmente aos caprichos e domínio instintivo do macho, fazendo sexo semsenti-lo. Ele a deixará sozinha, frustrada e infeliz. A prostituta é uma criança que cresceu,mas ainda não descobriu seu valor como MULHER. Deixar-se usar sexualmente não élibertar-se de padrões tradicionais. É entrar num imenso vazio, com perda da autoestima eda felicidade. Por termos domínio sobre nós, sempre nos sentiremos limpas, com almavirginal, por isso plena de satisfação permanente e da felicidade vigiada por Deus.

Isto não nos impede de amarmos e sermos amadas, de usarmoso sexo como complemento amoroso. Eu sempre fui amada. Sou ainda apaixonada por umdivino poeta que me seduz com palavras poetizadas vindas da alma sentida como fonte

solar, cósmica etérea que fazem brilhar toda minha vida. É a mais bela vozdesenhada que viaja de seu ao meu coração. Enche meus olhos que vãoao encontro dos seus numa viagem ao infinito dos prazeres inimagináveis,com todo o respeito.

ASPEREZA Não ouço o somdo vento contra a vidraça no farfalhar da cortinao estampido sou silêncioesculpido em pedraáridasecadescoberta no tempocristalizado.

Pedro de Quadros Du BoisPraeclarus/Balneário Camboriú/SC

[email protected] Zanette de CastañedaPraeclarus/São Carlos/SP

[email protected]

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32 33 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------QUANDO A LAVA VIRA GELO

O vulcão fica um bom tempo inativo, sem atividade,esperando o momento certo para que no meio da floresta, no meio do deserto, venhaa erupção, coisas da natureza que acontecem ali ou distantes, mas que naquelemomento fazem dos pequenos, gigantes. E suas lavas correm pelos seus caminhosformados por suas atividades anteriores e em seus interiores, queimam o chão, asparedes, a estrutura que vai sendo formada, moldada pelo calor escaldante. E erranteé o povo que pensa entender o fenômeno, sem descrição, com rios queimando overde, já ausente pela destruição Conhecer os vulcões é privilégio de alguns que, naverdade, nem podem aprecar tal privilégio, pois o é, pela grandeza de quanta belezase pode vislumbrar. Olham desesperados como se os vulcões quem estivessemerrados, mal sabendo eles, que aquele não é o seu lugar.

E assim, correm de medo por, talvez, não conseguir esfriaro fogo que não perdoa numa pressa impressionante estalando na forma mais berrante.Os olhos procurando ajuda, que venha de qualquer lugar, sabendo que por agora nãotêm a quem contar, apenas podem aceitar ou lutar..Há na Terra pessoas-vulcão evulcões em pessoa. Começo aqui com os últimos, raivosos, dragões.

Há dois tipos de vulcões em pessoa: aqueles que sãobastante pacientes, mas que de repente é o momento, por ironia, da impaciência, e ofogo queima, o sangue, num caminho direto, contra a gravidade, sobe a cabeça, semsaber já expeliu as chamas pela boca, como um dragão raivoso, acuado, e assustado,não agora, depois pela pressão do fervor provocado, mas foi pressionado, pois sema intenção deixa mais de um magoado, e; aqueles que são bravos por natureza, nãopediram por isso, não gostam disso, só acham o certo e vivem assim, chamados deestressados em linguagem nova, para os comportamentos antiquados, vivem namesma, estão todos errados.Chegamos, enfim, nas pessoas-vulcão, quentes, ardentes,sentimento dos animais definindo paixão. O corpo por dentro não consegue, nemtenta, se manter na temperatura ideal, 80º Fahrenheit, caindo na night, e extravasapara, assim, não se queimar e deixar transparecer a sua fragilidade, pois sim, são elasestas pessoas, geralmente, mais calmas e sentimentais.

Voltando ao vulcão, e lá está ele, em atividade, em erupção,e encontra-a, a pessoa-vulcão, em febre, normal. Esta outra não foge, como umalebre, fica, estufa o peito, os seios, dá o corpo moreno à vermelhidão.

O magma alcança a pele que não repele o ardor com ador, simplesmente aceita e mostra quão tolas quem o rejeita. Por fim, a félsica encosta

no corpo e congelo, estranha sensação. A pureza da mudança, física,sentida por ela no singelo olhar revelando a paralisante paixão.

Bruno Nascimento AlleoniConselho/Rio Claro/SP

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------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

Maria Helena CorazzaPraeclarus/Piracicaba/SP

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DANÇANDO COM AS “PERNAS ENGESSADAS”

Devo ter lido essa expressão de Augusto Cury em um deseus livros famosos, uma vez que este autor já atingiu os melhores patamares que umescritor pode almejar.Essa frase cabe como uma luva nesse tempo que antecede a maisum Natal, para que se reflita seriamente sobre as premências pelas quais passa o nossomundo atual repleto de “gente manca e deformada nas suas atitudes egoístas,” ao invésde curar seu corpo e, sem ficar estagnada sair pelo menos um pouco de si, para ir aoencontro de melhorias e misericórdias, que o mundo anda tanto precisando.

Para quem acredita, quando o homem cuida de sua saúdefísica, mental e principalmente espiritual, a Vida também devolve, enriquece e o enobrecepara proporcionar a ele, no futuro, a sua colheita do oásis e da nobreza que anda faltandotanto. Essa deficiência, esse “virar as costas às desgraças do próximo”, essa indiferençae essa omissão estão amesquinhando o Planeta e pondo tudo a perder.

Necessária se faz, portanto, uma mudança de hábitos, umempurrão nessa inércia tão prejudicial, um olhar mais humano e consciente, umaparticipação e presença ativas e atenciosas aos problemas que afligem muito a Humanidadee, que precisam dessa conscientização honesta e digna.

Um abandono ao “só querer receber, do que dar”, antes quetudo acabe ficando pior ainda do que está (como se isso fosse possível...).Tirar o gessodas pernas, largar as muletas quer dizer agir com atitudes mais generosas e frequentes deconsideração, atentos ao outro e aos mais carentes, para sentir a alegria de sair com maisliberdade à solução aos que sofrem e fazer alguma coisa de útil, saudável e agradável porsi mesmo e, levando, sobretudo, conforto aos infelizes, fato esse que, em primeiro lugarbeneficiaria muito a quem cumprisse seu dever de mais atenção, generosidade efraternidade com essa doação de si. E, atenção, Isso não assume ares de babaquice não!

É nobreza de caráter (algo tão esquecido...), de postura altivade seres racionais e filhos do mesmo Deus. É obrigação de quem se preza e se julgahumano! Obrigação de dividir e compartilhar, principalmente se a vida de quem podeproporcionar melhores condições, estiver em situação privilegiada.

A reflexão é: “Como ficar parado, alienado, desinteressadoquando tantos sofrem e estendem suas mãos tremulas e desesperados”? Convenhamos:isso é desrespeitoso, injusto e imoral e, Deus tem provado não estar gostando nadadisso... Fazer acontecer é fazer a diferença, duas coisas que se tem visto serem ignoradas,desprezadas e vilipendiadas em tanto mau comportamento e mau exemplo a começar pelahistória de nossa nação que não tem adiantado comentar... “Arrancar esse gesso e dançara Vida” com desenvoltura, colocando “a mão na massa” e na justiça, com o dever de fazeralgo melhor que se puder. Além de tudo “dançar com pernas engessadas” émuito feio e deselegante, não?

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34 35 CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA -------------------

Maria Luiza Vargas RamosConselho/Florianópolis/SC

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CURTAM SUAS CRIANÇAS!

Sei que a maioria dos meus leitores já tem netos ou filhoscres-cidos; no entanto, espero que compartilhem esse texto e a mensagem contida nelecom pais de crianças, ou quem tem crianças em casa, sejam elas adotadas, biológicas, filhasdo casal, filhas de um ou do outro, netos, afilhados, enfim... crianças!Vemos a infânciapassar desperdiçada em grande parte dos lares, com os pequenos escravizados pelosbrinquedos eletrônicos, ou imóveis diante da TV, convivendo com pais cansados,estressados, raramente dispostos a sentar para brincar, a ouvir com paciência suas histórias,a educar com diálogo, sem gritos ou ameaças. Nesse caso, perde muito a criança, todavia,a perda dos pais é maior ainda, porque, quando se derem conta, os filhos já cresceram, jáficaram com marcas profundas desses tempos mal aproveitados e nem querem mais apresença deles por perto. As escolinhas para pequeninos vieram resolver o problema dasmães que trabalham fora, no entanto, é muito difícil que uma ou duas professoras possamestimular, acarinhar, respeitar os horários de cada bebê quando têm muitos para tomarconta. E falar em socialização para bebês de fraldas é um pouco forçar a barra e aliviar aconsciência. Chupetas compartilhadas, choros na hora do soninho, viroses em profusão,o saldo não é pequeno. É aí que entram as avós. Feliz de quem pode contar com uma vovódisposta a assumir essa ajuda na criação dos netos.

Não é tarefa fácil, exige bastante renúncia e dedicação, algumaforça física e disponibilidade total de horários, abdicando de todas as outras atividadesreservadas à tercei-ra idade. Não são muitas as avós que assumem essa missão. Uma babásupervisionada pela avó também pode ser positiva para a criança peque- nininha, queassim permanecerá mais tempo protegida em sua casa.

Os avós que cuidam dos netos acabam curtindo a infância atémais • do que os pais, porque já estão aposentados e não precisam lutar pela manutençãoda família, ou viver correndo em busca de sonhos e ideais cada vez mais inatingíveis.Ganham as crianças, porque podem brincar calmamente, contar suas historias e desfrutardos colos, abraços e beijos sem pressa. Com certeza esses pequeninos ficarão imensamenteapegados aos avós e, com isso, despertarão ciúme nos pais, que não aceitam com facilidadeaquele chororô na hora de ir embora. A questão é essa: os pais devem reservar as melhoreshoras da sua folga no trabalho para curtir seus filhos, não os arrastando pelos shoppingsnum frenesi consumista, mas brincando com eles, conversando, deixando que, através dasbrincadeiras, eles manifestem seus sentimentos, seus medos, suas preocupações. Sim,criança também as tem! Uma historia bem contada na hora de dormir, escolhida de acordocom o relaxamento que se faz necessário nesse horário, e não uma TV ligada nos desenhosde sempre, é uma receita mais eficaz de um sono tranqüilo. Tarefas escolares realizadas compaciência, muito longe da TV desligada, aproveitando o momento para ouvir os relatos daaula, admi-nistrando as queixas, sem falar que a professora tem sempre razão, pois existemprofessores que não são perfeitos e sua criança tem o direto de questionar.

A mediação dos pais é fundamental! Se os pais acham muitodifícil seguir essas normas, deveriam pen-sar bem antes de ter filhos, porque roupas,

sapatos, enfeites e brinquedos são supérfluos, mas a educação, no seu sentido mais amplo,é fundamental! No Dia da Criança e em todos os outros, curtam suas crianças, deem a elaso que elas precisam e esperam de vocês atenção!

O tempo passa depressa e depois não adiantaficar chorando de saudade diante das fotografias do seu filho pequenininho.A hora é agora, senhores pais de crianças!

A PRISÃO

Raniê só dorme bem quando sua mãe conta- lhe belíssimashistórias. Ele já está acostumado, quando se deita vai logo dizendo: Mãe, conte a estóriado pássaro cativo? Cativo? Diz sua mãe - você sabe o que é isso?

Claro que sei, já perguntei ao meu pai. Ele disse que significapreso. Essa estória é triste filho, porém eu vou contar. Havia um menino que gostava depegar passarinhos para colocar na gaiola. Ele tinha muitos passarinhos engaiolados queviviam tristes, não cantavam, não comiam, cada dia ficavam mais entristecidos.

Certa noite ele sonhou. Viu uma linda senhora, toda de brancoque lhe fez a seguinte pergunta:Meu filho, você gostaria de estar preso, sem poder brincar, correr, sair livremente?

O menino ficou pensativo e após alguns segundos respondeu:Não! Não e não! A senhora com muito carinho disse-lhe: Então por que você traz aquelespássaros cativos? Eles também são seres de Deus.

O menino acordou assustado e já arrependido. Aoamanhecer ele soltou todos os passarinhos. Foi uma festa. Raniê já quase dormindo diz à

mãe:-- Que bom! Os passarinhos ficaram tão felizes!..

Ruth Prestes GonçalvesConselho/Manaus/AM

[email protected]

CABELEIREIROSIVAN MARQUES

Rua Riachuelo, 545 * Centro * PiracicabaFones: 3433-7077/3371-1077

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3736 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

O CASTELO DOS MEUS SONHOS

O castelo dos meus sonhosnão era tão grande assim, não tinha salas secretas,nem torres de marfim...O castelo dos meus sonhosera só um castelinho,bem bonito, bem pequenocom flores em todos os cantos,sempre sorrindo para mim.O castelo tão sonhadovirou escombros enfim...Agora fico sonhandocom algo que não tem fim...

Maria Luiza de M. MarinhoDecana/Rio de Janeiro/[email protected]

Luiz Barboza NetoColegiado/Florianópolis/SC

[email protected]

Nilza de July Costa e SilvaPraeclarus/Porto Alegre/RS

[email protected]

Helena Curiacos NallinConselho/Cosmópolis/SP

BOCA CRUA

Louco de amor andei por tuas ruas...Teus vales quentes me deram morada.Desfaleci em tuas praças nuas.Sorvi sedento, montanhas suadas.

No cáustico oceano, boca crua,Naveguei meus sonhos, cheguei ao nada.Me embrenhei feliz nas florestas tuas,Me achei tristonho no fim da jornada.

Vencido por teus abismos, sem lutas,Envolto às tormentas e furações.Supliquei teu eco que não me escuta.

E no holocausto do mel dos vulcões,Vencido, me dei ao fundo das grutasDo teu cemitério de corações.

Cai a tarde. Lentamentese aproxima a noite.Sobre a mesa da cozinha um bule, um café fumegante.Café que um dia foi grãoem fértil solo plantadoE que em frágil plantinhaaos poucos se transformou.

Eu, modesto poeta, no livroda vida semi-aberto fui semeandoletrasQue se transformaram em fonemas,em sílabas e em palavrasEntão os pequenos arbustosforam regados , foram cuidadosO meu com prantos regueie aqueci com meus sorrisos

Ventos e tempestades asplantações assolaramMas o sol e a esperançanos fizeram prosseguir.As palavras germinaramqual flores do cafezalFrases foram se formandoe qual uma verde ramagemPelas folhas do meu livroforam se esparramandoDias meses e anos de espera,medo e incertezasVersos simples e imaturos qualverdes frutos nasceram.Os grãos quando maduros sãotorrados, são moídosDepois a água fervente novamente

CAFÉ COM POESIAos transforma .Enfim o café amargosoprecisa ser adoçadoPara ficar saboroso

Com metáforas e rimasos meus versos lapideiE o doce da Poesia ostransformou em poemasQue em papel transcrevi.

Cai a tarde. Lentamentese aproxima a noiteSobre a mesa da cozinhaum bule, um café fumeganteNo imenso livro da vida,meus versos e meus poemas.

PRENDENDO SEU CORAÇAO

Agora, é pra valer! Ao chegar vai me encontrar. envolta em ondas de perfume renda , fitas, meio preta, sandália dourada , unhas vermelhas música alta e meia luz. Vou aceitar suas fantasias, brincar com seus fetiches, e fingindo que sou a outra, vou virá-lo pelo avesso lambuzando-o de batom, amassando seu colarinho. Vou rolar na cama como gata e, para sempre, marcarei seu corpo com o meu.; não será fácil me esquecer, tenho certeza, pois, beijando-o, deixarei junto ao meu sopro, mandinga preparada prá prender seu coração.

NatalmeninadaansiosapeloPapaiNoel.

CANTO EXTERIOR --------------------------

Maria Antonina Lima Soldá, de São Paulo/SP, é Membro ativo da Sociedade dos Poetasde Vila Prudente, da qual foi coordenadora por muitos anos. Participou de Aulas e Oficinasde Interpretação Teatral e do Grupo Teatral “Metamorfose” da Universidade Aberta SãoJudas, onde também freqüentou por muitos anos a Universidade Aberta à Maturidade.Participa do Coral “Rouxinóis de Vila Prudente”, do “Grupo de Teatro Vida Nova” e do“Grupo Corpo e Movimento”. Participou da Antologia “Tempo Indefinido” da EditoraScortecci. Publicou: “...E a vida continua...”.

Maria Antonina de Lima SoldáConselho/São Paulo/SP

[email protected]

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3938 POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------

Maria Gertrudes GrecoConselho/GuaratinguetáSP

[email protected]

Maria de Lourdes Prata GarciaAssinante/Bragança Paulista/[email protected]

ESCULTURAS EM AREIA

A areiafoge ao mardançarequebrae rientrelaçada pelo ventoe viaja... viaja...vencendo os horizontes

O artistapensasonhachorae transpiraentrelaçado pela inspiraçãoe viaja... viaja...transpondo os horizontes

A criaçãorevoa entrematéria e espíritoartista, areia, idéia,técnica, cultura e fé...AdventoDo cinza, a belezado amorfo, a essênciae a arte se reinaugurana tenda do trabalho...

ENCOLHA CERTA?...

Escolheu... Pensou bastante,para si era importante, poder tudo amenizar...Separar com exatidão,examinando a situação,de quem ia namorar...

Pensava para escolher,cada fato ia rever,para chegar à solução.Pensava com sensatez,não sabia se era a vez...Não ouvia o coração...

Este que lá declaravaamor puro que brotava,com a maior sinceridade...Receava no momento,fugindo do sentimento,que lhe traria felicidade...

Hoje tem por solidãocompanhia que até então,é sua real parceira...Se afastou de todo mundo,causando um terror profundo,por sua vida quase inteira!

SÓ MEU NOME NÃO É SANTO

Santo Antônio e São Pedro,São João, Santo Agostinho,São José, São Sebastião,São Geraldo e São Longuinho.

São Carlos e São Tarcísio,São Tibúrcio, São Romão,Santo Inácio, Santo Ivo, São Silvestre, Santo Antão.

São Domingos e São Paulo, _São Marcos e São Mateus,São Raimundo, São José,Também São Judas Tadeu.

Santo Expedito e Enoque,Santo Angeto, Santo Elias,Santo Estevão e São Roque,Jerônimo, Jeremias.

Todo nome tem um santoDe Milton como esquecer?Tem Milton por todo cantoNenhum fez por merecer?

Vou apelar pro VaticanoPro concilio repensar,Nem todos serão profanos,Milton, Santo, vai pintar!

Queria rezar prum xará,Para uma graça alcançarQue o milagre fosse já...Pra do Lula nos livrar.

TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA VOCÊ

Rua Lima Barreto, 212/São Paulo/SP

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Contato: (11) 2215-1133/[email protected]

Odila PlacênciaColegiado/Barueri/SP

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Milton Mariano de SouzaColegiado/Governador Valadares/[email protected]

SAUDADE DE VOCÊ

Quanta saudade eu sinto de você.Que vontade de dizer para vocêque estou com tanta saudade.

e tenho uma ânsia loucade ouvir a voz de você.

Que vontade!Mas que vontade de beijar de novo a tua bocae dizer que esta saudade me deixa assim meio

louca,pois sei que nesta hora o teu beijo e a tua boca,

pertencem à outra boca.

¬ Ah, a saudade! Essa saudade loucaque invade minha alma toda

e me dá esta vontade de dizer para você...

¬ Que posso fazer?Que estou assim, sem rumo à deriva, solta,

perdida.

Que a minha saudade é tantae que tenho um desejo louco

de ouvir a voz de você,mesmo que seja, só um pouco.

E nesta saudade tola que sinto assim de você,

que me deixa assim sem prazer,por teimar em querer ouvir a voz de você,

dizendo que também está com uma saudadelouca;

¬ Mesmo que seja mentira,diga que também está com uma vontade doida

de ouvir a voz desta boba,que teima e ainda morre, por amar tanto você.

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40 41POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL

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Rita Bernadete Sampaio VelosaColegiado/Américo Brasiliense/SP

[email protected]

Pilar Reynes CasagrandePraeclarus/Rio Claro/SP

[email protected]

Raymundo Farias de Oliveira Colegiado/São Paulo/SP [email protected]

Reginaldo Costa de AlbuquerqueConselho/Campo Grande/MS

[email protected]

PONTE DAS ILUSÕES

Tal como o amor,A ponte é uma via que liga sem atar.Como um abraço aproxima separações,Fraterniza dois estranhos.

Assim como o amor,A ponte separa abismosE encurta distancias,Tanto liga, quanto aproxima.Ela nasceu para unir desencontros,E o amor para unir os corações.

Corram, águas! Passai ligeiras,Fugindo do delírio das ilusões!Levai, levai as lágrimas e os sonhos,Dos que viveram da saudade,Dos que morreram por amor!

A FONTE

Num recanto de praça, à última luz do dia,sem borbulhas nem flor, sons, ave ou horizonte,queda-se a meditar uma pequena fonteescondida pela hera, em perpétua agonia...

Saudando a vida ou morte, à torre alta defronte,sinos plangem aos céus uma dor que se amplia...Tem espera e senões por triste companhia,e um sonho alvar de ver o sol no seu desponte...

Manhãzinha, matara a saudade um japim...Bicou leões de barro, um anjo e a esfinge feia,que hoje servem de encerro esplêndido ao cupim...

Mão de artista descerra o véu da lua cheia...Recobra a fonte o viço antigo... E vem a mim,em notas de mistério, um canto de sereia...

ESPERO

Nesta ausência tuaque tanto me tortura,fico a procurar estrelasno céu escuro de outono.A noite avança.Insisto na procura,cresce a escuridão,e não vejo nenhuma estrela.Resta-me te esperar, ouvindo

os gorjeios da saudade.

NÃO DÁ PRÁ SER FELIZ

Adeus!Macabro adeus.Adeus!Infernal adeus.Adeus!Apavorante adeus.Sadismo de um ,aceito por todos.Não é assim mesmo?

CHEIROS

Encosta-te em meu corpo, e esperaque os ponteiros do Technos na paredepercorram os círculos do tempo,dos minutos, das horas, dos séculos.

Para que delicadamente,os tantos instantes percorridospossam me dar o tempo necessário,de imprimir em meus poros,os cheiros teus.

Óleos essenciais, ervas do mato,vapores estonteantes infestam meu ar.Odor de minerais cristalinos.Aragonita, ambar, calcedônia e berilorecendem beleza, cor e transparência,quando brotam dos teus perfumes.

Que eu seja tomadoE até asfixiadopelo teu cheiro de jasmim.

Wagner Luiz AndrioteColegiado/São Paulo/[email protected]

Ricarda Maria Leal AlvimDecana/Miracema/RJ

[email protected]

Othniel Fabelino de SouzaConselho/Ribeirão Preto/SP

Valdemar Alves JúniorConselho/Fortaleza/CE

Robinson TuonColegiado/Piracicaba/SP

[email protected]

ELEGIA

Eles continuam morrendo na calçada,Sentindo a frieza humana deste chão.

Cada um de nós que para eles olha feito nadaTransforma sonhos na morte da ilusão.

Dizem que é pura opção,Consequências do livre-arbítrio,

Mas ninguém em sua razãoEscolheria imensurável suplício.

Meu coração ainda se espanta,E este centro onde vivo e escrevo agora

É também minha casa, onde meu verso canta,Onde a poesia se enternece e chora...

Se uma vida fez história,vale a pena festejar.Se o tempo não tem memória,a saudade vai buscar.

ROTEIRO DOS PÁSSAROS

Audaz pombo-correiosímbolo da pazEspião no front inimigo

Mais detalhesEntardeceres e anoiteceresAsas como héliceruflam na fronteira

Performance sem igualVirginais sons e coresPipila no arvoredoBrota a fotossínteseCheiro de mato verdeVoar é com os pássaros

E prosseguimos na “AMOR”sorrindo e fazendo versosdistribuindo uma floraos amigos tão diversos...

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POETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASILPOETAS DE TODO BRASIL------------------------------------------4342 ------------------- CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA CRÔNICA

Paulo Murilo Carneiro ValençaPraeclarus/Recife/PE

[email protected]

NA FRAGILIDADE DO SONO

Bordonum pedaço de noiteum sonho cor de rosa

Uma borboleta azulpousa suave no tafetá lilás...

Um colibri esvoaça o espaço a tua volta,e no fio brancodo ponto atrás - uma gaivota fura a água azul do mar -

enlaço seu vultoe ninguém nota...

Faço crivo no linho das ondase nos pontos cheiosteço franjas nas pontas...Matizo de rosa asnuvens de algodãoe abrolhos e rococósrolam no chão...

No pedaço da noite emque bordei meu sonhona fragilidade do sonodesfez-se o nó... ...um raio de soladentrou a janela da realidade.

Terezinha Ofélia N. RennóColegiado/Itajubá/[email protected]

Yeda Araújo PereiraColegiado/Pelotas/[email protected]

ALMA DE POETA

Quero andar pelo infinito,acima de barreiras e conflitosmundanos,rotineiros,infelizes.

Vaguear por campos imagináriosonde florescem sonhosno acalanto sutil das madrugadas.

Libertar segredos da intimidade...Deixar que se percammundo afora,sem medo, sem cuidados.

Pintar no céu bobagens inocentes,fazendo bem ao coração da gente...Como criança que se despertainquieta, surpreendente,para brincar de esconde-escondeentre as estrelas!

Como é bom ser livre... Meu Deus!Ninguém me poderá deter.

Sou como andarilho...Sou apenas poeta...Faço versos por aí!

O OUTRO MUNDO

-- Minha filha você não pode calcular o quanto tenho sofridonesses últimos dias!

A mulher nova entende-a sim. E nada diz. Espera.-- Seu pai aí nessa cadeira, sem falar direito, com a voz

“engrolada”... Derrame desgraçado!A filha então quebra o silêncio, solidária:-- Mamãe tenha paciência. Vamos superar tudo isso. Deus

sabe o que faz.As lágrimas. Os soluços. E o silêncio que as envolve.Na varanda, o enfermo olha a rua, de poucos veículos e

pedestres sem ver, desligado que está da realidade, prisioneiro do outromundo.

NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS NOSSAS PERDAS-------------------------------

Perdemos a Acadêmica Maria CecíliaAyres Guidetti Zagatto, (esq), agoraPatronesse da Cadeira 089, da Áreade letras, do Colegiado Acadêmico doClube dos Escritores Piracicaba, e aAcadêmica Maria Helena GasparBueloni, (dir), Agora Patronesse daCadeira 028, da Área de Letras, doConselho Acadêmico do Clube dosEscritores Piracicaba. Às famíliasenlutadas as nossas condolências.

Paulo Alberto GarbusPraeclarus/Curitiba/[email protected]

Terezinha de Jesus LopesAssinante/Juiz de Fora/MG

Teu sorriso eterno encantoA mais linda obra de Deus,doce e suave acalanto,que hoje embala os dias meus.

São borboletas.Sobraram alguns sonhos.Poucas ilusões.

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